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(Org.)
100 estórias
de vida e sabedoria
9- edição
2004
© Editora Sinodal, 2000
Caixa Postal 11
93001-970 São Leopoldo/RS
Fone: (51) 590-2366
Fax: (51) 590-2664
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E -mail: editora@editorasinodal.com.br
ISBN 85-233-0626-9
CDU 869.0(81)-34
Eu comecei a escrever estórias para ajudar
uma criança que estava sofrendo. Estórias
ADVERTÊNCIA têm poderes curativos.
Minha filha, quando eu lhe contava estóri-
as, me perguntava sempre: "Papai, isso que
você está contando aconteceu de verdade?"
E eu não sabia como lhe responder. Minha
resposta seria incompreensível para uma
criança de quatro anos. A resposta seria: "As
estórias que eu lhe conto não aconteceram
nunca para que aconteçam sempre". Diferen-
temente das "histórias", que relatam coisas
acontecidas no passado e que ficam eterna-
mente enterradas nele, as "estórias" nunca
aconteceram num ponto do tempo passado.
As parábolas de Jesus, os mitos gregos, as
tragédias de Shakespeare não aconteceram
nunca. No entanto, quando são lidas ou con-
tadas, elas se tornam vivas dentro de nós:
choramos, rimos, nos transformamos; elas
estão tomando posse do nosso corpo e se
tornando vivas em nosso presente. As estó-
rias nos vêm da eternidade. E não é raro
que, depois de ouvirmos uma estória, passe-
mos por metamorfoses. As estórias têm o
poder de curar, transformar, abrir os olhos
aos cegos.
Livros de estórias contém palavras que têm o
poder de operar milagres na alma e no corpo.
E é por isso que faço essa advertência aos in-
cautos: é perigoso brincar com as estórias, por-
que nunca se sabe o que vão fazer com a gente.
Cuidado, portanto. Entrem no mundo mágico
preparados para surpresas e revelações!
Rubem Alves
Era uma vez...
Era uma vez um homem desesperançado, atordoado, seco,
pela violência e injustiça da vida;
não com ele, mas com seus semelhantes.
Sentia-se impotente.
Ele havia perdido pequenos tesouros dentro de si.
Estava só em sua solidão.
Então, alguém lhe contou estórias, muitas estórias ...
E o homem, então, reencontrou, dentro de si, o seu menino,
a sua criança.
Aí, o homem refloresceu em sua plenitude humana.
Divina.
E o homem abraçou os pequenos tesouros perdidos:
a compaixão, a ternura, a solidariedade e a esperança.
Os sabores da vida.
O encontro humano.
E tudo por causa das estórias
que lhe contaram.
Contação de estórias é isso.
Ah, foi uma professora
que contou estórias ao homem em sala de aula.
Wagner Costa
100 estórias de vida e sabedoria
. . . . Um pedaço de pão
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. . . . Se melhorar, estraga
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batalhas.
N o mundo dos animais, a guerra pela sobrevivência e ocu-
pação de espaço é muito natural, provocando lutas e
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. . . . Aparências enganam
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. . . . Proteção ou educação
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. . . . Nossas deficiências
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- Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou! Mas com
seu filho, a criança que você ama, nem sequer se preocupou com isso!
Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta. Aque-
las são flores que ele trouxe para você. Ele mesmo as pegou: a cor-de-rosa,
a amarela e a azul. Ele ficou quietinho para não estragar a surpresa, e
você nem viu as lágrimas nos olhos dele.
Nesse momento, eu me senti muito pequena. E, agora, o meu coração era
quem derramava lágrimas.
Então eu fui até a cama dele e ajoelhei ao seu lado.
- Acorde, filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou para mim?
Ele sorriu:
- Eu as encontrei embaixo da árvore. Eu as peguei porque as achei tão
bonitas como você! Eu sabia que-você iria gostar, especialmente da azul.
Eu disse:
- Filho, eu sinto muito pela maneira como agi hoje. Eu não devia ter
gritado com você daquela maneira.
Ele disse:
- Ah, mamãe, não tem problema, eu amo você mesmo assim.
Eu disse:
- Filho, eu também amo você. E eu adorei as flores, especialmente a azul.
Você já parou para pensar que, se morrermos amanhã, a empresa para a
qual trabalhamos poderá facilmente nos substituir em uma questão de
dias. Mas as pessoas que nos amam, a família que deixamos para trás,
sentirão essa perda para o resto de suas vidas. Nós raramente paramos
para pensar nisso. Às vezes, colocamos nosso esforço em coisas muito
menos importantes do que nossa família, as pessoas que nos amam, e não
nos damos conta do que realmente estamos perdendo. Perdemos o tempo
de ser carinhosos, de dizer um "Eu te amo", de dizer um "Obrigado", de
dar um sorriso ou de dizer o quanto cada pessoa é importante para nós.
Ao invés disso, muitas vezes agimos com rudeza e não percebemos o quan-
to isso machuca os nossos queridos. A família é o nosso maior bem.
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Um verdadeiro líder de equipe não necessita guardar para si "o caminho das
pedras", com medo de perder sua posição. Também não pode deixar de tentar
encontrar esse caminho por si próprio e então levar todos eles a mergulharem
no lago, sem esperanças de chegar até os objetivos. Aí só mesmo um milagre!
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. . . . Estrela verde
E
vermelhas...
ram uma vez milhões e milhões de estrelas no céu. Havia
estrelas de todas as cores: brancas, lilás, prateadas, azuis,
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estrela?, insistiu Deus. Por coincidência, era a única estrela daquela cor.
- A estrela é verde, Senhor. A estrela verde do sentimento da esperança.
Então, quando olharam para a terra, ela já não estava só. A terra estava
novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada
pessoa, pois o único sentimento que a pessoa tem e Deus não é a espe-
rança, porque Deus já conhece o futuro.
A esperança é própria da natureza humana. É própria daquele que cai,
que erra, que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu
futuro.
. . . . O guerreiro cruel
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- Um último pedido?... Está bem, mas que seja rápido, que não estou com
muita paciência.
- Eu gostaria que o senhor fosse até lá fora e com sua espada, num golpe
só, cortasse o galho de uma árvore, disse o velhinho.
- O quê? Que último pedido mais besta é esse? Que eu corte o galho de
uma árvore? Que pedido mais bobo! Mas tudo bem, essa vai ser fácil,
disse o guerreiro. E num só golpe, o guerreiro ergueu a sua espada e
cortou o galho da árvore.
- Muito bem, disse o velhinho. - Agora eu quero que o senhor ponha o
galho no mesmo lugar de onde o cortou e que o galho fique preso à árvore
do mesmo jeito que estava antes de ser cortado.
- Quê? Esse velho deve ser louco. Ninguém pode fazer isso, disse o guer-
reiro.
- Louco é o senhor, disse o velhinho, que pensa que é forte só porque sabe
matar e destruir. Forte e poderoso é aquele que sabe unir, juntar, criar,
curar, perdoar.
. . . . Zé da Gaitinha
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. . . . Ouvindo o inaudível
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Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas
barbas brancas, sentados em frente ao quintal dela. Ela
não os reconheceu.
Ela disse:
- Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem
e comam algo.
- O homem da casa está?, perguntaram.
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. . . . Sadako e a garça
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. . . . A rosa branca
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. . . . Pegadas na areia
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. . . . O riacho e o pântano
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. . . . Potencial humano
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. . . . O peso da oração
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O comerciante ficou parado ali por uns instantes, olhando para a balan-
ça, tentando entender o que havia acontecido... Finalmente, ele pegou o
pedaço de papel da balança e ficou espantado, pois não era uma lista de
compras e sim uma oração que dizia:
"Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades, e eu estou dei-
xando isto em suas mãos..."
O homem deu as mercadorias à pobre mulher no mais completo silêncio,
que agradeceu e deixou o armazém.
O freguês pagou a conta e disse:
- Valeu cada centavo...
Só mais tarde, o comerciante pôde reparar que a balança havia quebra-
do. Entretanto, só Deus sabe quanto pesa uma oração.
. . . . O pinheirinho insatisfeito
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Mas, durante a tarde, veio uma tempestade. O vento forte quebrou todas
as folhas de vidro, que caíram no chão.
O pinheiro chorou muito e pediu ao Criador:
- Eu desejo que minhas folhas amanhã sejam todas de ouro.
Assim aconteceu, e ele ficou muito feliz com esta riqueza toda. Mas, duran-
te o dia, um homem passou com um saco grande pelo mato. Quando viu a
arvorezinha com as folhas de ouro, tirou-as e colocou-as dentro do saco.
Novamente o pinheirinho chorou e pediu ao Criador que, no outro dia,
suas folhas fossem verdes e, desta vez, tenras e macias como as da alface.
Tudo bem, só que passou uma cabra pelo mato. Vendo as folhas ao seu
alcance, comeu todas, pois eram deliciosas para ela.
Novamente o pinheirinho chorou muito, arrependeu-se dos seus desejos
tolos e pediu que as suas folhas fossem como antes - folhas duras como
espinhos. Assim nenhum vento, nenhum ladrão e nenhum animal teriam
interesse em prejudicar o pinheirinho.
. . . . Um homem feliz
N arra uma antiga lenda que, certa vez, um rei adoeceu gra-
vemente e, à medida que o tempo passava, seu estado con-
tinuava piorando.
Os médicos tentaram de tudo, mas nada parecia funcionar.
Estavam a ponto de perder a esperança, quando uma velha criada
falou:
- Eu sei uma forma de salvar o rei. Se vocês puderem encontrar
um homem feliz, tirar-lhe a camisa e vesti-la no rei, ele se recuperará.
Ao ouvir tal afirmativa, o rei enviou seus mensageiros a todos os cantos
do reino à procura de um homem feliz.
Eles cavalgaram por todos os lugares e não encontraram sequer um
homem feliz. Ninguém estava satisfeito; todos tinham uma queixa a fazer.
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. . . . As três peneiras
. . . . Anjo da guarda
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Ela acenou com a cabeça e disse sorrindo "sim", e com isso abriu suas asas
e piscando os olhos falou:
- Eu sou seu anjo da guarda.
Eu fiquei sem palavras e certo de que estava tendo visões. Ela finalizou:
- Quando você deixou de pensar unicamente em você, meu trabalho aqui
foi realizado.
Imediatamente, eu me levantei e disse:
- Espere, por que então ninguém mais parou para ajudar um anjo?
Ela olhou para mim e sorriu:
- Você foi a única pessoa capaz de me ver. E desapareceu.
Com isso minha vida foi mudada drasticamente. Quando você pensa que
está completamente só, lembre-se: seu anjo está sempre tomando conta de
você. O meu estava...
Como diz a história, todos precisamos de alguém. Cada um de seus ami-
gos é um anjo em sua própria maneira de ser.
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. . . . Herdeiro do cacique
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. . . . Dia e noite
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. . . . Caixa de beijos
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. . . . Afiando o machado
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. . . . Um trio estranho
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- Mas vocês são um trio estranho mesmo. Não bastaria se dois de vocês
andassem a pé? Não seria mais fácil se um de vocês montasse?
Então o pai amarrou as pernas da frente do cavalo e o filho amarrou as
pernas de trás, no meio enfiaram uma haste forte, que estava na beira do
caminho, e carregaram o cavalinho nos ombros para casa.
Que absurdo - mas a esse ponto se chega quando se quer agradar a todo
mundo.
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. . . . Sabedoria de um rei
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. . . . Recepção do mandarim
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senti a fragrância de uma bela rosa e sorri enquanto via aquele garoto,
com outra flor em suas mãos, prestes a mudar a vida de um insuspeito
senhor de idade.
. . . . Lição da borboleta
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. . . . Os tesouros da alma
C onta uma lenda que certa mulher pobre, com uma criança
no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz
misteriosa, que lá de dentro lhe dizia:
- Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do princi-
pal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se
fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se es-
queça do principal.
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo
ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou ajuntar, ansiosamen-
te, tudo o que podia no seu avental.
A voz misteriosa falou novamente:
- Você agora só tem oito minutos.
Esgotados os oito minutos, a mulher, carregada de ouro e pedras preci-
osas, correu para fora da caverna, e a porta se fechou...
Lembrou-se, então, de que a criança ficara lá e a porta estava fechada
para sempre!
A riqueza durou pouco, e o desespero para sempre.
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O mesmo acontece, por vezes, conosco. Temos uns oitenta anos para viver
neste mundo, e uma voz sempre nos adverte:
- Não se esqueça do principal!
E o principal são os valores espirituais, a oração, a vigilância, a vida, a feli-
cidade, o amor! Mas a ganância, a riqueza e os prazeres materiais nos fasci-
nam tanto, que o principal vai ficando sempre de lado... Assim esgotamos o
nosso tempo aqui e deixamos de lado o essencial: os tesouros da alma.
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À tarde, quando voltaram para sua aldeia, iam despejar o trigo colhido
no celeiro. Mas o chefe lhes disse:
- Aquilo que vocês colheram hoje é prêmio. Cada um pode levar o trigo
para sua casa. Não foi para mim que vocês colheram hoje. Foi para vocês.
Grande foi a alegria daqueles que colheram muito. Mas grandes também
foram a vergonha e a tristeza dos que tinham pouco em seus cestos.
. . . . O menino e os patins
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. . . . Fumaça salvadora
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. . . . O agricultor e o nobre
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Ali encontrou enterrado até a cintura, no lodo negro, uma criança, que
gritava e lutava para livrar-se do lodo. O agricultor Fleming salvou a crian-
ça daquela morte lenta e terrível.
No dia seguinte, uma carruagem muito pomposa chegou perto da casa do
agricultor. Um nobre inglês, vestido elegantemente, saiu do veículo e apre-
sentou-se como pai da criança que Fleming havia salvado.
- Eu quero recompensá-lo, pois você salvou a vida do meu filho, disse o
nobre ao agricultor.
- Não, eu não posso aceitar recompensas pelo que fiz.
Neste momento, o próprio filho do agricultor saiu até a porta da casa.
- Este é seu filho?, perguntou o nobre inglês.
- Sim, respondeu o agricultor, cheio de orgulho.
Disse o nobre inglês:
- Vou propor um trato. Deixe-me levar seu filho e oferecer-lhe uma boa
educação. Se ele é parecido com seu pai, crescerá até transformar-se num
homem do qual você ficará muito orgulhoso.
O agricultor aceitou.
Com o passar do tempo, o filho de Fleming, o agricultor, graduou-se na
escola de medicina do St. Mary's Hospital em Londres e tornou-se um
personagem conhecido no mundo: o notório Alexander Fleming, desco-
bridor da penicilina.
Alguns anos depois, o filho do nobre inglês adoeceu de pneumonia.
O que o salvou?
A penicilina!
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. . . . Servente e sacristão
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A essa altura, temos o direito de fazer uma pergunta: Por que existem no
mundo ainda tantas lágrimas, tantas injustiças e tantas crucificações todos
os dias? Não basta Deus ter morrido por todos nós? É possível que o
destino do nosso rei seja o de ser crucificado nas pessoas de seus irmãos
até o fim dos tempos. Mas que pelo menos não sejamos nós - eu e você -
esses crucificadores impenitentes.
guntou:
F amoso palestrante começou um seminário segurando uma
nota de 100 dólares. Numa sala com 200 pessoas, ele per-
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. . . . A cruz de cada um
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. . . . Enfoques diferentes
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A sabedoria popular traduz essa situação com a seguinte frase: "Os tris-
tes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta".
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus
próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida faz a diferença.
. . . . Cheque escondido
Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Até que um
dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu.
No enterro, a mãe entregou ao filho indiferente a Bíblia que tinha sido o
último presente do pai e que havia sido deixada para trás.
De volta à sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, ao colocar o livro
numa estante, notou que havia um envelope dentro dele. Ao abri-lo, encon-
trou uma carta e um cheque. A carta dizia:
"Meu querido filho, sei o quanto você deseja ter um carro. Eu prometi, e
aqui está o cheque para que você escolha aquele que mais lhe agradar.
No entanto, fiz questão de lhe dar um presente ainda melhor: a Bíblia
Sagrada. Nela aprenderás o amor a Deus e a fazer o bem, não pelo prazer
da recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência". Corroído
pelo remorso, o filho caiu em profundo pranto.
É triste a vida daqueles que não sabem perdoar! Isso leva a erros terrí-
veis. Antes que seja tarde, perdoe aquele que você pensa que lhe fez mal.
Talvez se olhar com cuidado, vai ver que também há um "cheque escondi-
do" em todas as adversidades da vida.
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. . . . A jarra e as moedas
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. . . . A Verdade e o Amor
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certeza, ele será um grande atleta e desportista. Vai ganhar muitas meda-
lhas e dinheiro. Vai ficar rico com o esporte.
Ai a outra mãe disse:
- Meu filho, ele tem a voz mais melodiosa de todos os alunos da escola. Na
certa será um grande cantor. Vai gravar muitos discos. Ele também vai
ganhar muito dinheiro e vai ficar rico.
E, por último, disse, bem baixinho, a terceira mulher:
- Meu filho não faz nada de especial.
Depois dessa conversa, as três mulheres pegaram cada uma os seus pe-
sados baldes para voltar para casa. Nesse instante, vieram correndo ao
seu encontro os três filhos. O primeiro fazia piruetas, uma atrás da outra.
O segundo cantava como um sabiá. O terceiro, porém, pegou o pesado
balde de sua mãe e o levou para casa.
Foi então que a primeira mulher viu o velhinho e lhe perguntou, esperan-
do um elogio:
- O que o senhor achou dos nossos filhos?
O velhinho, admirado, respondeu:
- Seus filhos? Eu só vi um filho! Foi aquele que pegou o balde pesado de
sua mãe e o levou para casa.
. . . . A surpresa de Deus
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P edro era o filho mais velho de uma família com dois filhos.
Sua mãe trabalhava como faxineira, e seu pai, há quatro
anos, saíra para comprar cigarros e nunca mais voltara.
Todos os dias, quer fizesse sol ou chovesse, Pedro carregava sua irmã
Joana até a escola. Ela, quando era bem pequena, sofrera paralisia infan-
til e não podia mais andar.
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O tempo foi passando. Joana, já com oito anos, era bem pesada e grande.
Mesmo assim, Pedro, que tinha onze anos, todos os dias carregava Joana
até a escola.
Seu João, dono do armazém - que via Pedro passar todos os dias -, per-
guntou-lhe num certo dia:
- Pedro, sua irmã é tão grande, tão crescida. Ela não é pesada demais
para você?
- Não, não, seu João, respondeu Pedro. - Ela não pesa. Ela é minha irmã.
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. . . . Cheio de luz
. . . . Filho de sapateiro
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. . . . O que é a vida?
N
cabecinhas sob
um lindo dia de sol, por volta do meio-dia, houve grande
silêncio na mata. Os passarinhos haviam escondido suas
e tudo descansava.
Foi quando o bem-te-vi espiou por entre as folhagens da árvore e perguntou:
- O que é, afinal, a vida?
Todos estavam admirados com esta pergunta difícil. Uma roseira, à bei-
ra do caminho, estava abrindo um botão e, desenrolando uma pétala após
a outra, disse:
- A vida é desenvolvimento.
A borboleta era menos profunda. Voava de uma flor a outra, dizendo:
- A vida é só alegria e brilho.
Uma formiga carregava uma haste, dez vezes maior do que ela, e falou:
- A vida não é nada mais do que trabalho e cansaço.
A abelha, carregada de néctar, observou:
- A vida é um misto de trabalho e prazer.
Neste momento, começou a chover. E a chuva dizia:
- A vida consiste de lágrimas, só lágrimas.
E a chuva seguia para o mar. Ali as ondas se jogavam com toda a força
contra as rochas e gemiam:
- A vida é uma luta constante e sem êxito por liberdade.
Não muito longe da margem, estava uma árvore, já encurvada pelas tem-
pestades. Ela disse:
- A vida é inclinar-se sob uma força maior.
No Evangelho de João, capítulo 14, versículo 6, Jesus diz: "Eu sou o cami-
nho, a verdade e a vida". Em outra passagem, ele diz: "Eu vim para que
tenham vida em abundância".
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. . . . Um ladrão de machado
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- Nós, os animais todos, sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há
uma dúvida no ar: existem três leões fortes. Ora, a quem dos três deve-
mos prestar homenagem? Quem dentre eles deverá ser nosso rei?
Os três leões souberam da reunião e comentaram entre si:
- É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido. Uma floresta não
pode ter três reis. Precisamos saber qual de nós será o escolhido.
Mas como descobrir? Esta era a grande questão: lutar entre si eles não
queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. De novo,
todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. De-
pois de usarem técnicas de reunião do tipo brainstorming, seis chapéus,
etc, eles tiveram uma idéia excelente. O macaco se encontrou com os três
felinos e contou o que haviam decidido:
- Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o pro-
blema. A solução está na Montanha Difícil.
- Montanha Difícil? Como assim?
- É simples, ponderou o macaco. - Decidimos que vocês três deverão es-
calar a Montanha Difícil. Aquele que atingir o pico primeiro será consa-
grado rei dos reis.
A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O
desafio foi aceito. No dia combinado, milhares de animais cercaram a
Montanha para assistir a grande escalada.
O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
Os animais estavam curiosos e impacientes. Afinal, qual deles seria o rei,
sendo que os três foram derrotados? Foi nesse momento que uma Águia
sábia, idosa na idade e grande em sabedoria, pediu a palavra:
- Eu sei quem deve ser o rei.
Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa.
- A senhora sabe, mas como sabe?, gritaram todos para a Águia.
- É simples, confessou a sábia Águia, eu estava voando entre eles, bem de
perto, quando eles voltaram fracassados para o vale. Eu escutei o que cada
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. . . . A prova do rosto
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. . . . Um caboclo na rede
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. . . . Lealdade ao objetivo
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Será que aqueles que são líderes estão passando a cada membro da sua
equipe um objetivo maior, de todo o grupo, usando assim esse incrível
poder em prol dos resultados?
Será que já desenvolvemos em nós mesmos a habilidade necessária para que
possamos conseguir o comprometimento de todos com um objetivo maior?
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sua idade avançada, fraqueza e doença. Pediu aos sábios e filósofos que
resumissem todos os anos de trabalho, pesquisa e estudo em uma única
frase. O rei queria conhecer, antes de morrer, quais as descobertas e con-
clusões de seus sábios.
O resumo apresentado pelos sábios foi este:
- O ser humano nasce, vive, sofre e morre, e o mais importante na vida e
o que sobrevive a tudo é o amor recebido e o amor presenteado.
. . . . Presente de Natal
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- Como última coisa, quero que me dês a resposta que deste a teus pais,
quando te perguntaram a respeito do prato.
- Eu menti, disse o menino.
- Eu sei, respondeu Jesus. Mas quero que sempre tragas para mim o que
está errado em tua vida. Tuas maldades, mentiras, tristezas, complexos e
tua falta de confiança. Quero te dar a minha alegria para substituir a tua
tristeza, minha paz para substituir tua ansiedade, minha verdade para
substituir tuas mentiras e o meu amor para preencher a tua amargura.
. . . . Você é importante
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falar nisso, era tido até então como um cara rabugento. Pediu ao chefe
que se sentasse e lhe disse que o admirava profundamente por ser um
gênio criativo. O chefe pareceu muito surpreso. O executivo júnior per-
guntou-lhe se ele aceitaria o laço azul como presente e se permitiria que
ele o colocasse. Seu chefe, surpreso, disse:
- Bem, certamente.
O executivo júnior pegou o laço azul e colocou-o no paletó do chefe bem
acima do coração. Ao dar ao chefe o último laço, disse:
- O senhor me faria um favor? Receberia este outro laço e o passaria
adiante, homenageando outra pessoa? O garoto que me deu os laços está
fazendo um trabalho para a escola e queremos que esta cerimônia de
reconhecimento prossiga, para descobrir como ela influencia as pessoas.
Naquela noite, ao chegar em casa, o chefe procurou seu filho de quatorze
anos e pediu que sentasse. Ele disse:
- Hoje me aconteceu a coisa mais incrível. Estava em meu escritório, e
um dos executivos juniores entrou, disse que me admirava e me deu este
laço azul por me considerar um gênio criativo. Então, ele prendeu este
laço azul que diz "Eu sou importante" no meu paletó, bem sobre meu
coração. Deu-me um outro laço e pediu-me que homenageasse uma outra
pessoa. Esta noite, voltando para casa, comecei a pensar em quem home-
nagearia com este laço e pensei em você. Quero homenagear você. Meus
dias são muito tumultuados e, quando chego em casa, não lhe dou muita
atenção. Algumas vezes grito com você por não tirar boas notas na esco-
la e por seu quarto estar uma bagunça, mas, de qualquer forma, esta
noite eu gostaria apenas de me sentar aqui e, bem, dizer-lhe que você é
importante para mim. Além de sua mãe, você é a pessoa mais importante
em minha vida. Você é um grande garoto, e eu amo você.
O sobressaltado garoto começou a soluçar e não conseguia parar de cho-
rar. Todo seu corpo tremia. Ele olhou para o pai e disse através das lágri-
mas:
- Papai, eu planejava cometer suicídio amanhã, porque achava que você
não me amava. Agora não preciso mais.
92
Vida e sabedoria
. . . . A causa é de todos
93
100 estórias
. . . . O aluno e o sábio
feitas.
N uma pequena cidade da Grécia, vivia um sábio famoso que
sabia as respostas de todas as perguntas que lhe eram
. . . . Instalação do sistema A M O R
94
Vida e sabedoria
95
100 estórias
96
Vida e sabedoria
. . . . Influência humana
onta-se que um velho sábio ficava sentado na porta de sua
cidade todos os dias, vendo a vida passar.
Certo dia, um forasteiro defrontou-se com o sábio. Perguntou-lhe então:
- Meu bom senhor, diga-me: como é esta cidade?
- Pergunto-te eu, retrucou o velho, como é a cidade de onde vens?
- Muito confusa! Há gente má, invejosa, que só quer o mal dos outros.
- Ora, meu filho, então não entre nesta cidade. Aqui terás os mesmos
problemas!
O forasteiro, desiludido, pôs-se a caminhar em direção a outra cidade.
Tempo depois, um outro forasteiro, deparando-se com o velho sábio à por-
ta da cidade, perguntou-lhe:
- Diga-me, meu bom velho, como é esta cidade?
- Pergunto-te eu, como é a cidade de onde vens?
- Ah, meu senhor, a minha terra é de gente boa, amiga, ordeira. Há sempre
alguém que faz o mal, mas o povo, na sua maioria, é gente que trabalha,
luta com dignidade, tem solidariedade e amizade uns para com os outros.
- Então, meu filho, podes chegar. Esta cidade é idêntica a que tu descreves!
O forasteiro, feliz da vida, entrou na cidade.
Um menino que tudo assistia disse-lhe:
- Por que deste ao primeiro uma resposta e ao segundo outra? As pergun-
tas foram as mesmas.
- Meu filho, aprende, pois, para toda a vida: Não há cidade boa nem ruim;
quem realmente faz o lugar onde moramos somos nós mesmos.
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100 estórias
98
Vida e sabedoria
Mais tarde, caiu exausto na estrada, onde ficou desacordado. Para sua
sorte, uma caravana de mercadores, que seguia viagem para o seu reino,
o encontrou e cuidou dele.
Ao recobrar os sentidos, estava de volta em sua cidade. Imediatamente foi
ter com o rei para contar o que havia acontecido e, com a maior desfaça-
tez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo "fraco e doen-
te" que recebera.
- Porém, majestade, conforme me recomendou, eu soube "cuidar do mais
importante". Aqui estão as pedras que me confiou. Devolvo-as ao senhor.
Não perdi uma sequer.
O rei recebeu-as de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando com-
pleta frieza diante de seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio
arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a
mensagem do rei, que dizia:
- Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a
casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns dia-
mantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante.
Faz-me, portanto, este grande favor e verifique o estado do cavalo. Se o
animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e
força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal
e apenas guardar as pedras, não será um bom marido nem rei, pois terá
olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância à rainha
nem àqueles que o servem.
99
100 estórias
O servo pôs-se a caminho e pensou nas possíveis coisas doces que poderiam
ser servidas ao rei. Decidiu comprar uma língua bem tenra e delicada.
Chegando de volta ao palácio, preparou-a para o rei como um delicioso
manjar. Levou-a ao rei e disse:
- Eis a coisa mais doce deste mundo.
O rei ficou muito satisfeito com o prato à base de língua, preparado pelo
servo. Então disse o rei:
- Trouxeste a coisa mais doce. Quero experimentar agora a coisa mais
amarga e azeda que existe sobre a face da terra.
Novamente o servo pôs-se a caminho e, após muito pensar, outra vez com-
prou uma língua e a preparou para o rei.
Surpreso e satisfeito, após experimentar também este segundo prato, dis-
se o rei:
- Como a coisa mais doce me serviste uma língua e como a coisa mais
amarga e azeda me trouxeste também uma língua. Foste um sábio. Para-
béns.
O servo respondeu:
- Meu rei, existe por acaso algo mais doce do que a língua e coisa mais
amarga do que ela?
100
Vida e sabedoria
101
100 estórias
. . . . Janela de hospital
102
Vida e sabedoria
. . . . O velho peregrino
103
100 estórias
. . . . A lição da natureza
104
Vida e sabedoria
105
100 estórias
. . . . Amor nao-revelado
106
Vida e sabedoria
. . . . Sabedoria da montanha
107
100 estórias
108
Vida e sabedoria
. . . . Decisão precipitada
109
100 estórias
110
Vida e sabedoria
111
100 estórias
. . . . A cotovia e as rãs
112
Vida e sabedoria
. . . . Consertando o mundo
113
100 estórias
. . . . A flor da honestidade
114
Vida e sabedoria
A filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que
jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo
menos alguns momentos perto do príncipe. Isto já me faz feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas
moças com as mais belas roupas, as mais belas jóias e as mais determina-
das intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis
meses, me trouxer a mais bela flor será escolhida minha esposa e futura
imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu das profundas tradições daquele povo,
que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo, fossem costumes,
amizades, relacionamentos, etc.
O tempo passou, e a doce jovem, que não tinha muita habilidade na jardi-
nagem, cuidava com muita paciência e ternura da sua semente. Sabia
que, se a beleza da flor surgisse na mesma proporção do seu amor, ela não
precisaria preocupar-se com o resultado.
Passaram três meses, e nada. A jovem tentara tudo; usara todos os méto-
dos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia, ela via cada vez
mais longe seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os
seis meses tinham passado e nada havia brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que,
independente das circunstâncias, retornaria ao palácio na data e hora
combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na
companhia do príncipe.
Na hora marcada, ela estava lá com seu vaso vazio, bem como todas as
outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra,
das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada. Nunca havia vis-
to tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado, e o príncipe observa cada uma
das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas,
uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura
esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Nin-
guém compreendeu por que ele havia escolhido justamente aquela que
nada havia cultivado.
115
100 estórias
116
Vida e sabedoria
dedo, insultando-me que tenho apenas um olho. Mas, como ele era visi-
tante, não quis responder à ofensa e ergui dois dedos, parabenizando-o
por ele ter dois olhos. E o miserável levantou três dedos, para mostrar que
nós dois juntos tínhamos três olhos. Então fiquei furioso e ameacei dar-
lhe um soco com o punho fechado. Então ele foi embora.
Esse "debate sem palavras" revela que o diálogo e as relações pessoais
são uma "arte". Não raramente relações são rompidas, antipatias e má-
goas estabelecidas por causa de palavras mal-colocadas ou por com-
preensões distorcidas.
. . . . Carta de Jesus
117
100 estórias
za. O meu amor por ti é mais profundo do que o mais profundo dos ocea-
nos e maior do que a tua necessidade ou querer. Ah, se soubesses o quan-
to quero andar e conversar contigo! Nós poderíamos passar a eternidade
juntos no céu.
Eu sei o quanto é difícil viver aqui na terra. Existem tantos preconceitos,
tanto ódio, tantas injustiças, tanto medo, tanta violência, tanta angústia. Eu
quero ajudar-te. Quero que conheças meu Pai. Ele quer ajudar-te também.
Chama, pergunta, conversa comigo sobre tudo o que oprime teu coração.
Por favor, não me esqueças. Eu tenho tanto para compartilhar contigo!
Está bem, não te incomodarei mais. Tu és livre para escolher-me, esco-
lher ser meu amigo. Eu te escolhi, por causa disso eu te esperarei, porque
te amo e és importante para mim.
De teu grande amigo, Jesus Cristo
118
Para terminar
119
A escolha da estória-âncora tem que estar na freqüência, para que não
ocorra "ruído de comunicação". Tem que linear com o conteúdo que se
quer abordar.
No exemplo da estória com que abrimos esta reflexão, poderiam ser abor-
dados diversos conteúdos, tais como relações interpessoais, preconcei-
tos, solidariedade, reações a críticas, enfim, o segredo é fazer uso inteli-
gente e criativo da estória, que, se não tiver conexão íntima, neutraliza a
intenção e complica a comunicação.
A estória, se for bem empregada, estará permeando o conteúdo da refle-
xão permanentemente, e é ela que ficará na memória das pessoas. Aliás,
servirá de ponte para recuperar abstrações.
Cada estória abriga um mundo mágico de significados e guarda em si a
curiosidade pelo seu final, o que potencializa o poder da comunicação.
Explorar a força de comunicação de uma estória é arte. Aliás, a sabedoria
está em transformar questões complexas em coisas simples, abstrações mais
profundas em linguagem simples, que qualquer pessoa possa entender.
Não se trata também de usar estórias a todo momento, porque vulgariza a
comunicação. É preciso ter sensibilidade para o uso criativo desse pode-
roso recurso.
Esta coletânea é resultado de cuidadosa seleção de alguns anos, a maio-
ria garimpada de programas do "Um olhar para o Vale", da Rádio União
FM, de Novo Hamburgo, RS; outras foram recolhidas ocasionalmente cá e
lá, com o desejo de um dia reuni-las numa publicação.
Agora este sonho está contemplado, e é só escolher a estória que melhor
se adapte ao contexto do assunto que se queira abordar.
Se você dispuser de alguma estória interessante e desejar compartilhá-la
com o autor para, talvez futuramente, integrar publicação semelhante, en-
vie-a por fax, pelo telefone (51) 594-3022, e-mail: osvino@ienh.gl2.br ou ainda
por correspondência para a Caixa Postal 2123 - 93.525-360 - Novo Ham-
burgo/RS.
Osvino Toillier
Dedico esta obra a todas as pessoas que contribuíram com textos para
esta coletânea, à Rádio União FM 105.3, de Novo Hamburgo, aos colegas,
aos meus professores, à minha esposa e filhos e agradeço à Editora Sino-
dal por acreditar neste projeto.
120
Osvino Toillier, professor, nasceu
em Santa Cruz do Sul (RS) no dia
lº de março de 1944. Cursou o
Primário na Escola Particular
"Centenário" de Rio Pardinho, em
Santa Cruz do Sul, e Fundamen-
tal e Médio no Colégio Mauá, no
mesmo município, onde iniciou
suas atividades como funcionário,
professor, chegando a diretor-ge-
ral. Formou-se em Letras pela
Fundação Universidade Bagé
(RS). É professor de Língua Por-
tuguesa e diretor-geral da Institui-
ção Evangélica de Novo Hambur-
go (RS), além de vice-presidente e coordenador de comunicação do
SINEPE/RS. Também escreve crônicas para a revista "Expansão
do Vale", é colaborador de diversos jornais e apresentador do pro-
grama "Um Olhar para o Vale", da Rádio União FM, de Novo Ham-
burgo, desde 1992. Organizou a Coletânea de Mensagens "Um Olhar
para o Vale", volumes 1 e 2, publicados pela Editora Sinodal.
121
100 estórias
Um pedaço de pão 7
Se melhorar, estraga 8
Nem pássaro nem fera 10
Sobre abandonar amigos 11
Aparências enganam 13
Proteção ou educação 14
Ferro-velho das almas 15
Nossas deficiências 16
A família: o bem maior 17
O caminho das pedras 19
A reação dos macacos 20
Estrela verde 21
O guerreiro cruel 22
Zé da Gaitinha 23
Ouvindo o inaudível 25
O preço mais alto 26
Águia entre galinhas 27
Olhar para dentro de si 28
Três homens de barba 29
Árvore dos problemas 31
Sadako e a garça 32
A rosa branca 33
Pegadas na areia 34
Solidariedade entre porcos-espinhos 35
Objetivos do ser humano 36
O riacho e o pântano 37
Potencial humano 38
O peso da oração 39
O pinheirinho insatisfeito 40
Um homem feliz 41
As três peneiras 43
Anjo da guarda 43
Pastel, guaraná e Deus 45
Herdeiro do cacique 47
Dia e noite 48
Caixa de beijos 49
As marcas dos pregos 50
Água em lugar de vinho 51
Afiando o machado 51
122
Um trio estranho 52
Viagem dos macacos 53
Sabedoria de um rei 54
Recepção do mandarim 55
Morada dos sentimentos 56
A mais bela flor 57
Lição da borboleta 58
Os tesouros da alma 59
Prêmio para os esforçados 60
O menino e os patins 61
Fumaça salvadora 62
Há solução para minha situação? 63
O agricultor e o nobre 63
Servente e sacristão 65
Um rei sem coroa 66
O preço de nossa vida 67
A cruz de cada um 68
Enfoques diferentes 69
Cheque escondido 70
Uma amizade bonita 71
Dar sentido à vida 72
Pedras grandes da vida 73
A jarra e as moedas 74
A Verdade e o Amor 75
À procura de um presente 76
As mães e seus filhos 76
A surpresa de Deus , 77
Irmã não pesa 78
Diamantes nas sacolas 79
Cheio de luz 80
Filho de sapateiro 80
A morte não tem mãos 81
Alcance de nossa visão 82
O que é a vida? 83
Um ladrão de machado 84
Três leões alpinistas 84
A prova do rosto 86
Um caboclo na rede 87
Lealdade ao objetivo 88
Coisas mais importantes 89
Presente de Natal 90
Você é importante 91
A causa é de todos 93
123
O aluno e o sábio 94
Instalação do sistema AMOR 94
Influência humana 97
Cuidar do mais importante 98
A coisa mais doce e mais amarga 99
Cruz do tamanho exato 100
Janela de hospital 102
O velho peregrino 103
A lição da natureza 104
Amor não-revelado 106
Sabedoria da montanha 107
Decisão precipitada 109
Esconde-esconde dos sentimentos 110
A cotovia e as rãs 112
Consertando o mundo 113
A flor da honestidade 114
Debate sem palavras 116
Carta de Jesus 117
124
Impresso na Gráfica Sinodal