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Debates Técnicos
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Impermeabilização
Edição 53 - Janeiro/2009

A aplicação de emulsões e membranas impermeabilizantes deve seguir rigorosos


critérios de projeto. A mão-de-obra especializada é fundamental para a qualidade da
execução do serviço
Impermeabilização moldada in loco
Obra seca

A impermeabilização moldada in loco é um dos sistemas que mais sofrem com a pouca Newsletter Construção Mercado
disponibilidade de profissionais especializados no mercado, sejam aplicadores ou Cadastre-se e escolha os informes
projetistas. Isso porque os impermeabilizantes moldados no local possuem gratuitos
naturalmente menos propriedades controladas pelos fabricantes, e assim ficam mais Acesse e configure seus recebimentos
dependentes da mão-de-obra.
APLICATIVOS
"Nos moldados in loco existe uma série de variáveis muito maior a ser controlada,
enquanto os pré-fabricados já saem com controle de fábrica de uma série de
propriedades", afirma a arquiteta Leonilda Ferme, gerente técnica da Denver Global.

Para se ter idéia, no caso de uma manta asfáltica, pré-fabricada, o produto é


fornecido com a espessura exata solicitada no projeto. Já para uma emulsão
asfáltica, moldada in loco, alcançar a espessura exata depende muito do projetista
(para indicar consumo por metro quadrado, observando ainda o teor de sólidos do
impermeabilizante) e do aplicador (para realizar a preparação correta da superfície e
do material, além da própria aplicação do produto).

O primeiro passo para melhorar a qualidade da impermeabilização moldada in loco é


o projeto, que deve conter todas as diretrizes, inclusive executivas, para a
impermeabilização da obra. O problema é que isso não tem sido praticado no
mercado como deveria, apesar de o projeto de impermeabilização ser obrigatório, de
acordo com a NBR 9575.

A falta de atenção ao projeto é mais acentuada no caso da impermeabilização


moldada in loco pois existe uma percepção errônea de parte do mercado de que esse
tipo de sistema é de aplicação mais simples. "De fato, a demanda por equipamentos
nos produtos moldados in loco é menor. Mas os cuidados na aplicação são muito
maiores", afirma o engenheiro Newton Jacobucci, diretor técnico da New Imper
Engenharia.

Segundo Jacobucci, os projetos de impermeabilização têm sido relegados a segundo


plano pelas construtoras. "Quando somos solicitados para fazer um orçamento, muitas
vezes a obra já está de pé e não se pensou em nenhum detalhe da
impermeabilização", afirma.

O gerente de orçamentos da construtora Santa Bárbara, Djanildo Silva, apesar de


pertencer a outro segmento, tem opinião semelhante: "O principal motivo de
patologias é a inexistência de projetos específicos para serviços de
impermeabilização e, por conseqüência, a falta de procedimentos executivos
indicados pelas especificações dos projetos".

No fim das contas, quem sofre com a falta de atenção ao projeto de


impermeabilização é o próprio construtor. Afinal, um projeto inadequado irá exigir,
posteriormente, uma série de retrabalhos e ainda poderá gerar inúmeras patologias,
como fissuras, corrosão de armaduras e eflorescências. "O projeto de
impermeabilização é fundamental. Não existe engenharia sem projeto, e
impermeabilização é engenharia", resume Paulo Sérgio de Oliveira, gerente da divisão
de construção da Sika.

Projeto passo a passo

Um bom projeto de impermeabilização deve começar a ser elaborado desde o início


do planejamento da obra, em conjunto com os demais projetos (arquitetura,
hidráulica, elétrica etc.). "Com o projeto de impermeabilização sendo contratado
nessa fase, podemos participar e orientar sobre as áreas a serem impermeabilizadas",
afirma o projetista de impermeabilização Sérgio Cardoso Pousa, da Proiso Projetos e
Consultoria de Impermeabilização.

Nessa etapa, denominada projeto básico, a planta da obra precisa ter definidos os
locais a serem impermeabilizados e as cotas adequadas para a execução da
impermeabilização.

Segundo Leonilda Ferme, da Denver Global, o projeto básico de impermeabilização


muitas vezes é ignorado na concepção da obra. Desse modo, quando construtoras
procuram auxílio para os serviços de impermeabilização, projetistas, aplicadores e
fabricantes ficam praticamente sem margem para trabalhar. "Não adianta a gente
chegar na obra se os projetos já estão definidos, se já não tem cota pra trabalhar, se
não há condições de fazer alguns tipos de sistemas", explica.

Segundo Sérgio Pousa, da Proiso, a contratação tardia do projetista também pode


gerar problemas de compatibilização entre o sistema orçado pela construtora e o
especificado pelo projetista. Ou seja, sem o projeto, a construtora pode prever um
custo para a impermeabilização abaixo do necessário para aquela obra.

Se o projeto básico for elaborado corretamente, caberá ao projeto executivo o


detalhamento da impermeabilização. É nele onde serão definidos todos os serviços
necessários, quantificados e especificados os materiais, além de detalhados reforços
e caimentos. "Impermeabilização é detalhe. Ela exige um tipo de projeto no qual o
problema não é especificar o sistema, o problema é detalhar", diz Paulo Sérgio, da
Sika.

É importante zelar para que os projetos, depois de definidos, sejam cumpridos à


risca. Em outras palavras, deve-se evitar o famoso "jeitinho". "Existem alguns
construtores que investem muito em projeto de impermeabilização, mas, na hora da
contratação, chamam alguns parceiros, entre eles aplicadores e até fabricantes, e
perguntam o que dá para reduzir naquele projeto. Isso é um contra-senso", afirma
Eliene Ventura da Costa, engenheira do departamento técnico da Vedacit - Otto
Baumgart.

Por último, o cuidado no atendimento aos parâmetros técnicos na escolha dos


materiais e no processo de aplicação são tão importantes quanto a elaboração de um
projeto cuidadoso. "Somente a harmonia técnica entre o projeto, a escolha dos
materiais e os procedimentos de execução poderão trazer sucesso à
impermeabilização e agir preventivamente, evitando futuros problemas", conclui
Silva, da Santa Bárbara Engenharia.

Normas técnicas

NBR 9574 - Execução de impermeabilização


NBR 9575 - Projeto de impermeabilização
NBR 9396 - Elastômeros em solução para impermeabilização

Check-list

Consultar a NBR 9575:2003 da ABNT


Encomendar a um profissional habilitado a elaboração de projeto de
impermeabilização de obra nova ou reforma
Verificar as interferências entre a impermeabilização e os demais projetos
Contratar empresa capacitada, com experiência anterior nesse tipo de obra, e com
equipamentos adequados e em bom estado
Verificar no mercado as opções dos materiais especificados no projeto
Os materiais escolhidos devem ser avaliados por meio de ensaios de laboratório,
realizados com amostras representativas de cada lote do produto escolhido
Por se tratar de impermeabilizante moldado in loco, os profissionais que irão
aplicá-lo devem estar perfeitamente familiarizados com o produto utilizado
Prever os possíveis contratempos (chuvas, por exemplo) e as providências para dar
continuidade à obra
Acompanhar o andamento da obra por meio de controle tecnológico contínuo ou,
dependendo da obra, avaliações pontuais realizadas ao início e fim de cada fase da
obra
Destaque para detalhes como ralos, rodapés, soleiras e instalações existentes
(tubulações, antenas, entre outros)
Logo após a aplicação do impermeabilizante, realizar teste de estanqueidade

Fonte: Engenheiro Rubens Vieira, tecnólogo responsável pelo Laboratório de


Pavimentos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo)

Formação necessária
André Fornasaro

Presidente do
Instituto Brasileiro Onde estão os gargalos na formação dos profissionais que
de atuam na área de impermeabilização?
Impermeabilização
Os gargalos na formação dos profissionais se originam na falta
da cadeira "impermeabilização" nas faculdades. Disso e da
existência de poucos projetistas no mercado decorre a falta de informação das
construtoras. Falta de cultura técnica de base. Assim, o profissional só vai atentar
para a importância da impermeabilização quando o maior problema da obra for os
vazamentos, causados em locais que deveriam ter sido impermeabilizados ou que
tiveram uma impermeabilização malfeita.

Como solucionar isso?

Só com divulgação intensa, massiva e insistente da importância da boa


impermeabilização.

Nos últimos anos, com o código do consumidor e maior divulgação dos problemas
que uma impermeabilização malfeita pode acarretar, as construtoras estão dando
mais atenção à impermeabilização?

As construtoras estão dando uma maior importância. No entanto, a aproximação do


setor com as construtoras ainda está engatinhando.

Os projetos de impermeabilização estão recebendo a atenção devida


com a ainda recente aprovação
da NBR 9575?

Deveriam receber. Na construção civil, os grandes problemas são garantir a


estabilidade, segurança, conforto e estanqueidade de uma obra. E todos esses fatores
passam obrigatoriamente pela impermeabilização. Por exemplo, se houver
vazamentos, a armadura de aço será atacada, haverá ao longo do tempo corrosão e
enfraquecimento da estrutura. Isso compromete a segurança e a estabilidade da obra.
E existe ainda a questão do conforto. É difícil imaginar viver num local úmido, com
mofo e água escorrendo pelo chão. Para se ter idéia da importância da
impermeabilização, é só lembrar que a Ponte dos Remédios (na avenida marginal do
rio Tietê, em São Paulo, SP) construída em 1967, entrou em colapso em 1997 por
ataque de água às armaduras por não ter tido sua pista de rolamento
impermeabilizada. Já o viaduto Santa Ifigênia, construído em 1911, a partir de um
projeto belga que já contemplava a impermeabilização, continua embelezando o Vale
do Anhangabaú (em São Paulo, SP), enquanto a Ponte dos Remédios teve que ser
refeita - e novamente sem impermeabilização.

Debate

Daniel Wertheimer, gerente técnico da Viapol


Impermeabilizantes.
Eliene Ventura da Costa, engenheira do departamento técnico da
Vedacit - Otto Baumgart.
Henrique Setti, gerente nacional de vendas da Viapol
Impermeabilizantes.
Leonilda Ferme, gerente técnica da Denver Global.
Marcelo Ming P. da Silva, engenheiro civil da Lwart Proasfar
Química.
Newton Jacobucci, diretor técnico da New Imper Engenharia.

Paulo Sérgio F. de Oliveira, gerente da divisão de construção da


Sika.
Roberto Pinheiro Machado, gerente de marketing da Vedacit -
Otto Baumgart.
Rubens Vieira, tecnólogo responsável pelo Laboratório de
Pavimentos e Impermeabilização do IPT.
Sergio Marossi, gerente técnico da Citimat Impermeabilizantes.

A impermeabilização moldada in loco, na maioria dos casos, não exige mão-de-


obra especializada. Isso faz dela um produto não-técnico, de uma categoria
inferior?

Leonilda Ferme - Depende do produto. Alguns sistemas moldados in loco são


altamente técnicos, exigem, inclusive, equipamentos específicos. Diria que existe um
núcleo de produtos, que são aqueles mais comercializados na linha de varejo, que
podemos considerar como produtos menos técnicos. Mas eles também dão bons
resultados se aplicados com as técnicas adequadas.

Daniel Wertheimer - Não é que o moldado in loco seja um sistema de segunda linha.
Sua aplicação, de fato, é relativamente menos técnica do que a de um outro sistema.
Mas essa aplicação não é como uma pintura apenas. Requer uma série de cuidados de
preparo, de aplicação, de consumo, de homogeneização do material, de estocagem.
A mão-de-obra é muito importante.

Henrique Setti - Se o moldado in loco é de segunda linha, é em função do mau uso e


de um problema cultural. Acho que um dos problemas da impermeabilização é o lado
cultural. Falta consciência e informação sobre o assunto. Essa é uma área ingrata,
porque a impermeabilização não é visível.

Quais as particularidades da mão-de-obra para aplicação da impermeabilização


moldada in loco?

Newton Jacobucci - Imagine uma laje de 500 m. Com três ou quatro operadores, é
possível aplicar uma manta pré-fabricada em uma semana. Para impermeabilizar essa
mesma laje com um material moldado no local, dependendo da chuva, podem ser
necessários 20 dias ou mais de trabalho. E se chover no meio do caminho, perde-se
material, que vai para o ralo. E isso exige mais demãos, mais trabalho. Por isso,
acredito que o moldado in loco exige muito mais da mão-de-obra do que o pré-
fabricado. Porque o pré-fabricado já vem com a espessura nominal pronta. Se o
funcionário for treinado para aplicar aquilo a maçarico, ou mesmo com asfalto a
quente, ele faz o serviço. Já no moldado in loco, o aplicador tem que se preocupar
com fissuras, e ainda tem que controlar as demãos, a diluição e a cura.

Eliene Ventura da Costa - Por outro lado, se o aplicador do pré-fabricado não tiver
cuidado, por exemplo, com a proteção mecânica, ele terá problemas da mesma
forma. Os dois serviços precisam de mão-de-obra especializada.

Mas o apelo dos moldados in loco é de que eles são produtos simples de aplicar...

Leonilda - Mas ainda assim é preciso seguir alguns princípios. Tem que prever
consumo adequado, preparo de superfície, introdução de reforços quando necessário.
É preciso também fazer proteções, prever produtos que resistam - ou não - aos raios
ultravioleta.

Paulo Sérgio F. de Oliveira - Não é correto dizer que um sistema moldado in loco é
inferior a um sistema pré-fabricado. Depende da especificação daquele sistema e das
necessidades do usuário. Porque muitas vezes aquela emulsão asfáltica mais simples
pode atender perfeitamente às necessidades do usuário. É preciso cuidado com essa
imagem de que produto mais simples não tem qualidade. Não é isso. O mais simples
pode atender às necessidades.

Jacobucci - O que acontece é que o sistema moldado in loco exige muito da mão-de-
obra. Por exemplo. O projeto determina um consumo do sistema de 3 kg/m2. Mas o
cumprimento disso vai depender da boa vontade do aplicador. Pode acontecer de a
empresa querer economizar e, em vez de 3 kg/m2, aplicar apenas dois sem o cliente
saber.

Marcelo Ming P. da Silva - Outro problema que ocorre é de o projetista ou fabricante


especificar para o aplicador determinado consumo por metro quadrado sem levar em
consideração o teor de sólido. É preciso considerar o teor de solvente ou de água que
tem no impermeabilizante. Porque muitas vezes, dependendo da especificação, não
se consegue a película final necessária.

Em tese, os moldados in loco batem na tecla de serem fáceis de aplicar. No


entanto, isso choca com a necessidade de se ter um projeto de impermeabilização
para esses produtos. Como vocês vêem isso?

Oliveira - A necessidade de um projeto depende do tipo de obra que está sendo


realizada. Se for a manutenção de uma cobertura, isso é um problema mais simples
de resolver. Mas, mesmo assim, só para quem conhece os produtos. Quando se trata
de um empreendimento, a questão é outra. É preciso um bom projeto, seja o sistema
pré-fabricado ou moldado in loco. Além disso, nem sempre um sistema moldado in
loco é tão simples de aplicar. As poliuréias e poliuretanos, por exemplo, utilizam
equipamentos do tipo hot spray, que são sofisticados. O sucesso independe do
sistema. Depende é de como o sistema é concebido, projetado, especificado e
executado.

Quais as principais causas de patologias das impermeabilizações moldadas in loco?

Sérgio Marossi - Acho que os grandes insucessos que vemos diariamente em


impermeabilizações são devidos à falta de preparo da superfície. Há uma série de
cuidados que precisam ser tomados: os tubos têm que estar bem ancorados, tem que
ter encaixe no rodapé, tem que fazer uma meia-cana; se tiver fissuras na superfície,
é preciso tratá-las, é preciso verificar os caimentos também.

Ming - Acho que um grande insucesso dos moldados in loco é que neles não há o
costume de se fazer teste de estanqueidade. Nos pré-moldados os testes são feitos.

Roberto Pinheiro Machado - Aplicadores credenciados fazem os testes de


estanqueidade. Mas já vi muitos que não fazem.

Jacobucci - Nas pequenas obras, o aplicador não está preocupado em fazer teste. Ele
vai lá, aplica o material na laje, coloca só 2 kg/m2, que é a média, e acha que vai
dar certo. E é claro que não dá.

O projeto de impermeabilização pode ser feito pelo próprio engenheiro da


construtora ou isso demanda especialização?

Rubens Vieira - Qualquer tipo de projeto precisa de um especialista. O engenheiro


que não é especialista pode fazer o projeto, só que não terá a qualidade do projeto
do especialista.

Oliveira - Um bom projeto tem que prever caimento, índice de incidência solar,
interferências. Impermeabilização é detalhe. Ela exige um tipo de projeto no qual o
problema não é especificar o sistema, o problema é detalhar. E esses detalhes, se não
forem previstos por especialistas, não têm solução.

Como é o relacionamento do mercado com as construtoras?

Jacobucci - Quando somos solicitados para fazer um orçamento, muitas vezes a obra
já está de pé e não se pensou em nenhum detalhe da impermeabilização. Quando
chegamos na obra e falamos para o engenheiro que precisa cortar o rodapé,
desencostar um cano, o cano de água que está na parede do banheiro precisa que a
manta passe por trás, ele diz: -Vamos quebrar o galho. Vamos resolver como dá
porque não vou quebrar nada-. Não há muita preocupação da engenharia de obra do
prédio de pensar na impermeabilização desde o início. E, no final da obra, a
construtora tem dois problemas: pressa para terminar e falta de dinheiro. Então, ela
quer o produto mais barato e o mais rápido possível. Esse é o grande problema da
impermeabilização hoje.
Eliene - Existem alguns construtores que investem muito em projeto de
impermeabilização, mas, na hora da contratação, chamam alguns parceiros, entre
eles aplicadores e até fabricantes, e perguntam o que dá para reduzir naquele
projeto. Isso é um contra-senso.

Oliveira - Mas há uma ressalva. Há construtoras que são extremamente sérias,


responsáveis, que têm uma abordagem muito clara da importância da
impermeabilização. Existem dois universos: um limitado e seleto, de construtoras
bem formadas a respeito de impermeabilização, e outro formado por construtoras
que fazem errado, talvez por culpa do fabricante, por culpa cultural de não ter tido
acesso a informações sobre isso.

Então quer dizer que há pontos que precedem a impermeabilização de fato que
prejudicam o trabalho?

Oliveira - Sem dúvida. A integração do projeto arquitetônico, hidráulico e elétrico


com a impermeabilização é essencial.

Jacobucci - Por exemplo, num banheiro que será impermeabilizado, muitas vezes não
dá para fazer o caimento correto porque não tem cota em relação à porta. Aí só dá
para fazer um pouco - ou nada - de caimento. O que geralmente ocorre quando se faz
a impermeabilização sem nenhum caimento é que começa a brotar água na porta. E o
carpete que está externo ao banheiro começa a umedecer.

Eliene - Para se ter idéia, o nosso SAC faz visitas a obras novas, de apenas três anos,
que já apresentam problemas de patologias. E isso tem a ver com esse problema de
falta de visão sobre o projeto de impermeabilização, de falta de detalhamento.

Machado - Isso tudo é conseqüência da falta de ensino sobre o assunto. Falta


conscientização.

Oliveira - Só faço uma ressalva. A impermeabilização está dentro de um certo


contexto. Acho que falta como cadeira nas faculdades é -como projetar para a
durabilidade-. E isso passaria pela impermeabilização e outros aspectos, como
detalhes de fachada. Isso é de uma importância vital. País pobre não pode se dar ao
luxo de desperdiçar.

Vocês disseram que têm problemas com o momento em que a impermeabilização


entra na obra. No entanto, vocês não conseguem abordar o construtor no
momento certo? Isso não pode ser também uma falta de timing dos fabricantes?

Oliveira - Mas a gente não sabe quando o projeto da obra está sendo pensado.
Quando a gente chega, a obra já está em andamento.

Como funciona a garantia dos fabricantes em relação aos produtos?

Machado - A garantia é relativa, porque existe ainda a mão-de-obra até a efetiva


utilização do produto. Nós fornecemos a garantia do material.

Oliveira - É uma garantia de que o material atende às especificações e de que vai


atingir as propriedades mínimas de desempenho.

Vieira - Os problemas de impermeabilização estão relacionados a insucessos de


projeto, de material e de aplicação. Pelas avaliações que temos realizado no IPT,
constatamos que a maior parte dos problemas está ligada à aplicação. Problemas de
projeto vêm em seguida e, por último, problemas de material.

A NBR 9575:2003 é uma boa norma?

Leonilda - Uma questão importante de se falar da NBR 9575 é que ela estabelece dois
níveis de projeto que pouca gente conhece: tem o projeto básico, que seria aquele
projeto de concepção, no qual o arquiteto já vai estabelecer o sistema e deixar as
condições favoráveis para a impermeabilização; e o segundo projeto, que é o projeto
executivo. É nesse projeto executivo em que serão feitas as quantificações, a
determinação de espessuras, proteções, enfim, onde vai ser feito todo um
detalhamento. O que noto é que o projeto básico inexiste. A maioria dos arquitetos
ainda está tentando entender o que a norma está pedindo e o que isso vai acarretar
de responsabilidade para eles. E eles muitas vezes pedem socorro para algum
projetista, ou para algum fabricante, e a gente vai em socorro deles.

Construção Mercado 53 - dezembro de 2005


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