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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017

MATERIAL DIDÁTICO

INTRODUÇÃO ÀS ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO

0800 283 8380


www.faculdadeunica.com.br
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – O CONCRETO ................................................................................ 7
1.1 Breve história do concreto ................................................................................ 7
1.2 O concreto no Brasil ......................................................................................... 9
UNIDADE 2 – COMPONENTES DO CONCRETO .............................................. 13
2.1 Cimento .......................................................................................................... 13
2.2 Agregados ...................................................................................................... 15
2.3 Água ............................................................................................................... 17
2.4 Aditivos ........................................................................................................... 20
2.5 Aço ................................................................................................................. 22
2.6 Outras adições ............................................................................................... 23
UNIDADE 3 – TIPOS DE CIMENTO E SUAS APLICAÇÕES ............................. 26
3.1 Cimento CP I e CP I-S (Cimento Portland Comum e com Adição) ................ 26
3.2 Cimento CP-II ou Cimento Portland Composto .............................................. 26
3.3 Cimento CP-III ou Cimento Portland de Alto-forno ......................................... 28
3.4 Cimento CP-IV ou Cimento Portland Pozolânico ........................................... 29
3.5 Cimento CP-V ARI ou Cimento Portland de Alta Resistência Inicial .............. 29
3.6 Cimento RS ou Cimento Portland Resistente a Sulfatos ................................ 29
3.7 Cimento Branco ou Cimento Portland Branco (CPB) ..................................... 30
UNIDADE 4 – CONCRETO ARMADO ................................................................ 34
4.1 Vantagens do concreto armado ..................................................................... 35
4.2 Desvantagens do concreto armado ................................................................ 36
4.3 Resistência mecânica do concreto ................................................................. 36
4.4 Dosagem do concreto .................................................................................... 37
UNIDADE 5 – CONCRETO PROTENDIDO ......................................................... 40
UNIDADE 6 – CONCRETO PROJETADO .......................................................... 43
6.1 Concreto projetado via seca: aplicações, vantagens e pontos negativos ...... 44
6.2 Concreto projetado via úmida: aplicações, vantagens e pontos negativos .... 46
UNIDADE 7 – CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) E CONCRETO DE
ALTA RESISTÊNCIA (CAR)................................................................................ 49
UNIDADE 8 – CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA) ..................................... 54
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 57

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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INTRODUÇÃO

Trabalhar com estruturas de concreto armado é um dos vários segmentos


que o Engenheiro Civil pode abraçar ao longo de sua trajetória pós graduação. E
assim como outras profissões, a Engenharia, como dizem Bazzo e Pereira (2006), é
cheia de surpresas, suspenses, dúvidas, técnicas, experiências, soluções,
teorizações, enfim, de um conjunto incalculável de conhecimentos que desafiam a
nossa mente, e que, a cada novo problema, nos surpreendem e despertam novas
ideias!
O uso do concreto armado no projeto estrutural, seja em obras de pequeno,
médio ou grande porte, seu uso – como material estrutural – é o mais empregado
em termos de volume, tanto no âmbito brasileiro quanto mundial. Isso se deve às
suas características intrínsecas que potencializam seu uso, entre elas: flexibilidade
na moldagem de formas diversas, boa resistência mecânica, boa durabilidade, baixo
custo, tecnologia mundialmente disseminada, entre outras (PORTO; FERNANDES,
2015).

Figura 1: Concreto armado no projeto estrutural.


Fonte: http://www.mapadaobra.com.br/negocios/concreto-armado-2/

Essa área requer conhecimento vasto, concentração, planilhas, cálculos


muito bem elaborados, ética, responsabilidade e conscientização de que, por sobre

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tais estruturas, teremos muitas, milhares de vidas humanas a depender dos nossos
projetos e trabalhos.
O concreto armado assim como outros materiais utilizados nas diversas
obras apresentam vantagens e desvantagens, podem sofrer de patologias ao longo
do tempo, requerem manutenção, precisam atender normas e legislações
específicas, bem como o engenheiro também precisa atentar-se para as
responsabilidades civis e penais quando surgem os sinistros.

Figura 2: Concreto armado.


Fonte: https://fotos.habitissimo.com.br/foto/estrutura-em-concreto-armado_1074840

Composição e características do concreto armado, elementos estruturais


como laje, viga, pilar, ‘tubulão’, sapata, as pontes, viadutos, túneis, as estruturas pré-
fabricadas, contenções, fundações, propriedade mecânicas, geotecnia aplicada,
patologias, legislação, noções básicas de Engenharia Diagnóstica e Preventiva,
gerenciar projetos de obras de Engenharia, saber comunicar-se, gerir pessoas,
“dominar” algumas tecnologias como as que envolvem a informação, elaborar e
redigir laudos, enfim, estes são alguns dos macrotemas que traremos ao longo do
curso.
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Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se


fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da
World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
original1, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)2, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de

1
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
2
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
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forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada


indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que
os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.
Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

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UNIDADE 1 – O CONCRETO

1.1 Breve história do concreto


O homem pré-histórico que habitava as árvores e cavernas, com o passar do
tempo, começou a abandonar esses locais e a buscar materiais como madeira e
pedra para construção de novas moradias. Por meio da associação com argila, cal e
outros ligantes, egípcios e romanos, entre outros povos, começaram a construir suas
pirâmides e templos (PORTO; FERNANDES, 2015).
A história do concreto, do seu surgimento e evolução ao estágio atual é
contada e compilada em detalhes (sejam eles históricos, sociológicos, até mesmo
num viés antropológico ou outras perspectivas pontuais) por vários estudiosos como
Kaefer (1998); Bastos (2006); Carvalho (2008); Fusco (2008); Porto e Fernandes
(2015), alguns destes relatam de forma breve, mas clara, essa história que,
evidentemente não foi nem é estanque, e nós nos faremos valer dessas
compilações para não prolongarmos muito o assunto.
Na Grécia, por exemplo, a arquitetura se fez representar por vigas e placas
de pedra. A baixa resistência à tração da pedra obrigou à utilização de pequenos
vãos, daí decorrendo as colunatas típicas dessa arquitetura.
A civilização romana desenvolveu o tijolo cerâmico e com isso escapou das
formas retas, criando os arcos de alvenaria. Todavia, a construção romana de obras
portuárias exigiu solução diferente. Ela foi encontrada na fabricação de um
verdadeiro concreto, cujo cimento era constituído de pozolanas naturais ou obtidas
pela moagem de tijolos calcinados. Como sabemos, a cal com adição de pozolana é
chamada de cal hidráulica, por sofrer endurecimento por reação química com a
água.
Com a queda do império romano, o mundo ocidental voltou a ser uma
civilização rural. As cidades renasceram somente em fins da Idade Média e, por fim,
com a Revolução Industrial, que trouxe à luz o cimento Portland3 e o aço laminado,
surge o concreto armado em meados do século XIX.

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Cimento Portland é a denominação convencionada mundialmente para o material usualmente
conhecido na construção civil como cimento. Esse cimento foi criado por um construtor inglês, Joseph
Aspdin, que o patenteou em 1824. Nessa época, era comum na Inglaterra construir com pedra de
Portland, uma ilha situada no sul desse país. Como o resultado da invenção de Aspdin se
assemelhasse na cor e na dureza a essa pedra de Portland, ele registrou esse nome em sua patente,
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Considera-se como a primeira peça de concreto armado o barco construído


por Lambot, na França, no ano de 1849. Essa data é hoje admitida
internacionalmente como sendo a do nascimento do concreto armado (FUSCO,
2008).
Outros momentos importantes foram:
em 1902, Mörsch publica a 1ª edição de sua monumental obra sobre a “Teoria
e a Prática do Concreto Armado”, que em muitos aspectos é válida até hoje;
em 1940 surge a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas –, como
consequência da elaboração da própria NB-101 - Norma para o projeto e
execução de estruturas de concreto armado;
após a 2ª Guerra Mundial, desabrocharam os estudos de H. Rüsch e F.
Leonhardt na Alemanha e os de Freyssinet na França. Surge o concreto
protendido, que permitiu o emprego de aços estruturais de maior resistência;
na década de 1950, cria-se o CEB - Comitê Europeu do Concreto –, do qual o
Brasil passa a fazer parte. Surge também a FIP – Federação Internacional da
Protensão4;
em trabalho conjunto coordenado pelo CEB, abordando os mais variados
temas técnicos e científicos ligados às estruturas de concreto, foi feita a
revisão total de todas as ideias referentes ao concreto estrutural.
Na figura abaixo tem-se uma linha do tempo com datas importantes
relacionadas ao concreto.

por isso que o cimento é chamado cimento Portland (http://www.abcp.org.br/cms/wp-


content/uploads/2016/05/BT106_2003.pdf).
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Tratamento para aumentar a resistência do concreto, que consiste em dar tensão aos cabos de aço
antes que a massa endureça.
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Evolução do concreto

Figura 3: Evolução do concreto.


Fonte: Porto e Fernandes (2015, p. 17).

1.2 O concreto no Brasil


Especificamente no Brasil, data de 1904, a primeira referência sobre o
concreto. Marcolin (2006 apud Carvalho, 2008) conta que Antônio de Paula Freitas,
professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro publica, nesse ano, um trabalho
no qual cita a execução de seis prédios projetados e um reservatório de água em
Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Pois bem, o concreto foi introduzido no Brasil no início do século XX como
produto patenteado, distribuído por filiais de firmas estrangeiras então aqui
estabelecidas5. A partir da instalação das cimenteiras, em meados dos anos 1920,
inicia-se o processo de difusão da tecnologia do concreto, determinando um período
crítico de instalação dessa tecnologia no Brasil.
As primeiras aplicações que se têm notícia foi a de execução de casas de
habitação em Copacabana, no Rio de Janeiro (VASCONCELOS, 1992 apud
GONÇALVES, 2015).

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Dois sistemas patenteados tiveram representantes comerciais no Brasil, o Sistema Monier e o
Sistema Hennebique. A filial brasileira do sistema Monier foi montada em 1913 por Lambert
Riedlinger. Em 1928, essa firma tornou-se a Companhia Construtora Nacional.
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Nessa época, as estruturas de concreto eram calculadas no exterior. O


francês François Hennebique oferecia plantas e orçamentos gratuitos para obras no
Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro a compreender na Europa a necessidade das
armaduras no concreto. Com a chegada da empresa alemã Wayss & Freytah,
ocorreu o grande desenvolvimento do concreto armado no Brasil. E a partir de 1924,
com a formação de engenheiros brasileiros especializados em concreto armado, os
cálculos passaram a serem feitos aqui (VASCONCELOS, 1992 apud GONÇALVES,
2015).
Nos anos 1940, o sistema do concreto já está estabelecido. São quebradas
as patentes e a utilização do concreto passa a ser regida pela normalização da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT; a prática profissional a ele
associada passa a ser regulada pelas atribuições do sistema CONFEA/CREAS; os
conteúdos de conhecimento de cálculo estrutural passam a integrar os currículos
das escolas de Engenharia e Arquitetura. A partir de então, o concreto passa a ser
aplicado em pontes, túneis, barragens e outros tipos de instalações, as chamadas
“obras de arte” de Engenharia (SANTOS; OLIVEIRA, 2008).
Dos vários sistemas construtivos conhecidos no Brasil, o chamado sistema
do concreto armado é, sem sombra de dúvida, o mais utilizado. A maior parte das
edificações novas construídas nas áreas urbanas brasileiras está baseada nesse
sistema, e isso vale tanto para as construções formais ou legalizadas, quanto para
as informais. Nenhum outro material de construção é tão consumido no Brasil
quanto o cimento, ingrediente principal do concreto armado e essencial para os tipos
de vedação que o acompanham.
Emílio Henrique Baumgart pode ser considerado, no Brasil, o “pai” da
Engenharia Estrutural Brasileira, tendo projetado várias obras com diversos recordes
mundiais de tamanho ou originalidade, como:
- Ponte Herval (Santa Catarina) sobre o Rio do Peixe, em 1928, recorde
mundial de vão em viga reta de concreto armado (68 m.), e que pela primeira vez
usou a construção em “balanços sucessivos”;
- Edifício “A Noite” no Rio de Janeiro, em 1928, com 22 pavimentos, na
época, o maior edifício em concreto armado do mundo (SOUZA JUNIOR, 2009).
O concreto armado...

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É o material construtivo de maior utilização em todo o mundo, destacando-se


pelo seu ótimo desempenho, facilidade de execução e economia.
O concreto possui, em seu interior, barras de aço para melhorar o seu
comportamento. Isso acontece porque ele apresenta uma certa deficiência
quanto à resistência aos esforços de tração – característica presente nos
diversos elementos estruturais feitos desse material.
O concreto (uma mistura feita de agregados miúdos e graúdos, cimento, areia
e água) por si só, é um material que resiste às tensões de compressão de
uma estrutura.
Por possuir uma baixa resistência à tração, são adicionadas ao sistema as
barras de aço, que compõem a armadura da estrutura, fazendo com que o
conjunto concreto mais armadura suportem as duas tensões: compressão e
tração. O termo “concreto armado” é, portanto, o somatório destes dois
materiais (concreto e barras de aço) que, trabalhando juntos, conseguem dar
estabilidade às estruturas.
Outra característica importante: a aderência! Este fenômeno deve existir
obrigatoriamente entre o concreto e a armadura, para que haja uma real
solidariedade entre ambos materiais, a fim de que estes trabalhem de forma
conjunta.
Nos currículos dos cursos de Arquitetura e Engenharia, o concreto tem mais
espaço do que todos os outros sistemas construtivos juntos, como os de aço,
madeira ou terra, por exemplo. Mas, além das disciplinas dedicadas
exclusivamente ao concreto (Resistência, Estabilidade, Sistemas Estruturais,
Cálculo de Concreto Armado), ele também está presente, de modo
subliminar, nas disciplinas de desenho e de projeto.

De maneira sucinta, pode-se afirmar que o concreto é uma pedra artificial


que se molda à inventividade construtiva do homem. Este foi capaz de desenvolver
um material que, depois de endurecido, tem resistência similar às das rochas
naturais e, quando no estado fresco, é composto plástico: possibilita sua modelagem
em formas e tamanhos os mais variados.

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Duas propriedades do concreto que o destacam como material construtivo


são:
a) sua resistência à água – diferentemente do aço e da madeira, o concreto
sofre menor deterioração quando exposto à água, razão de sua utilização em
estruturas de controle, armazenamento e transporte de água; e,
b) sua plasticidade – que possibilita obter formas construtivas inusitadas, como
se vê nas obras arquitetônicas de Niemayer.
Catedral de Brasília

Figura 4: Catedral de Brasília.


Fonte: https://www.flickr.com/photos/leonardomartins/14063723214

Mas existem outras vantagens como “a disponibilidade abundante de seus


elementos constituintes e seus baixos custos” (PEDROSO, 2009, p. 14).

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UNIDADE 2 – COMPONENTES DO CONCRETO

O concreto é um material composto, constituído por cimento, água,


agregado miúdo (areia) e agregado graúdo (pedra ou brita), e ar. Pode também
conter adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa, entre outras) e aditivos
químicos com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas.
Esquematicamente, pode-se indicar que a pasta é o cimento misturado com a água;
a argamassa é a pasta misturada com a areia; e o concreto é a argamassa
misturada com a pedra ou brita, também chamado concreto simples (concreto sem
armaduras) (BASTOS, 2006).
Pasta de cimento e água Argamassa: pasta com areia

Figura 5: Pasta de cimento e água. Figura 6: Argamassa: pasta com areia.


Fonte: Bastos (2006, p. 2). Fonte: Bastos (2006, p. 2).
Concreto simples

Figura 7: Concreto simples.


Fonte: Bastos (2006, p. 2).

2.1 Cimento
O Cimento Portland, como é conhecido mundialmente, foi descoberto na
Inglaterra por volta do ano de 1824, e a produção industrial foi iniciada após o ano
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de 1850. É um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que


endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente
submetido à ação da água, o Cimento Portland não se decompõe mais.
O cimento é o principal elemento dos concretos e é o responsável pela
transformação da mistura de materiais que compõem o concreto no produto final
desejado. O cimento é composto de clínquer e de adições, sendo o clínquer seu
principal componente, presente em todos os tipos de cimento. O clínquer tem como
matérias-primas básicas o calcário e a argila. Para a fabricação, a rocha calcária
inicialmente britada e moída é misturada com argila moída. A mistura é submetida a
um calor intenso e então bruscamente resfriada, formando pelotas – o clínquer.
Após moagem, o clínquer transforma-se em pó. A propriedade básica do clínquer é
ser um ligante hidráulico, que endurece em contato com a água (MEHTA;
MONTEIRO, 2008).
A Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP) explica com mais
detalhes que o calcário e a argila são moídos finamente e com eles prepara-se uma
mistura contendo aproximadamente 1 parte de argila para 4 partes de calcário. Em
seguida, a mistura é cozida até a temperatura de 1450ºC, obtendo-se um material
granulado chamado clínquer portland. O clínquer é então moído com pequena
porção de gesso (+ ou – 5%), sendo o pó fino resultante, de cor cinza, o Cimento
Portland. Para obter os diferentes tipos de cimento, adicionam-se outros materiais
ativos anteriormente mencionados.
As principais adições são o gesso, as escórias de alto-forno, e os materiais
pozolânicos e carbonáticos. Os sacos de cimento vendidos no comércio, além da
sigla de letras e algarismos romanos que caracterizam o tipo do cimento, devem
apresentar um número em algarismo arábico: 25, 32 ou 40, indicando a mínima
resistência à compressão aos 28 dias de idade em argamassa normal, ou seja, 25
MPa, 32 MPa ou 40 MPa. Exceção aos cimentos de alta resistência inicial cujas
resistências devem ser medidas aos 7 dias de idade. Normalmente, o cimento é
vendido no comércio em sacos de 50 kg, protegidos com folhas de papel

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impermeável, devendo estar impresso na embalagem o tipo e a classe do cimento


(NBR 8953:20156).
Os tipos de cimento que existem no Brasil diferem em função da sua
composição, como o cimento portland comum, o composto, o de alto-forno, o
pozolânico, o de alta resistência inicial, o resistente a sulfatos, o branco e o de baixo
calor de hidratação que veremos na próxima unidade.
Dentre os diferentes tipos de cimento, os de uso mais comuns nas
construções são o CPII E-32, o CPII F-32 e o CPIII-40. O cimento CPV-ARI é
também muito utilizado em fábricas de estruturas pré-moldadas.

2.2 Agregados
A NBR 9935:2011 define agregado como

material granular pétreo, sem forma ou volume definido, a maioria das


vezes quimicamente inerte, obtido por fragmentação natural ou artificial,
com dimensões e propriedades adequadas a serem empregados em obras
de Engenharia.

6 Esta norma em vigor diz respeito ao Concreto para fins estruturais – classificação pela massa
específica, por grupos de resistência e consistência, ou seja, esta Norma estabelece as classes do
concreto em função de sua massa específica, resistência à compressão axial e consistência. Esta
Norma se aplica a concretos leves, normais ou pesados, misturados em canteiro de obra ou dosados
em central, no próprio local da obra ou fora dela, utilizados em elementos de concreto simples,
armado ou protendido, bem como em elementos armados com perfis rígidos de aço. Disponível em:
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=328057
As seguintes normas são necessárias para a aplicação da NBR 8953:
ABNT NBR 12655:2015
ABNT NBR 14931:2004
ABNT NBR 15823-1:2010
ABNT NBR 5738:2015 versão corrigida 2016
ABNT NBR 5739:2007
ABNT NBR 6118:2014
ABNT NBR 6122:2010
ABNT NBR 7187:2003
ABNT NBR 7212:2012
ABNT NBR 9062:2006
ABNT NBR 9778:2005 versão corrigida 2:2009
ABNT NBR NM 67:1998

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Agregado: material granular, geralmente inerte, com dimensões e


propriedades adequadas para a preparação de argamassa ou concreto.
Agregado miúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura
de malha de 4,75 mm, ressalvados os limites estabelecidos na norma.
Agregado graúdo: agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura
de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm,
ressalvados os limites estabelecidos na norma.
Agregado total: agregado resultante da britagem de rochas cujo
beneficiamento resulta numa distribuição granulométrica constituída por agregados
graúdos e miúdos ou por mistura intencional de agregados britados e areia natural
ou britada, possibilitando o ajuste da curva granulométrica em função das
característica do agregado e do concreto a ser preparado com esse material. Os
limites desta norma referentes ao agregado total devem atender aos critérios de
ponderabilidade em massa entre os agregados graúdos e miúdos que o compõem.

A NBR 7211:2009 especifica os requisitos exigíveis para recepção e


produção dos agregados miúdos e graúdos destinados à produção de concretos de
cimento Portland.
Os agregados especificados nesta norma podem ser de origem natural, já
encontramos fragmentos ou resultantes da britagem de rochas. Esta norma não se
aplica a agregados obtidos por processos industriais, como subprodutos, e a
materiais reciclados, ou mistura desses agregados.
Os agregados são muito importantes no concreto porque cerca de 70% da
sua composição é constituída pelos agregados. A principal aplicação dos agregados,
seja a areia ou a pedra, na fabricação do concreto é de natureza econômica, tendo
em vista tratarem-se de materiais de baixo custo unitário, inferior ao do cimento. No
entanto, os agregados possibilitam que algumas outras propriedades da rocha
artificial a ser formada apresentem melhor performance, tais como: redução da
retração da pasta de cimento, aumento da resistência ao desgaste, melhor
trabalhabilidade e aumento da resistência ao fogo.
Para a dosagem de concretos, especial atenção deve ser dada à umidade
nos agregados, o que exigirá uma correção das proporções da mistura (diminuição

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17

da quantidade de água a ser adicionada e acréscimo da massa do agregado de


igual valor).
No caso da areia aparece outro efeito: o “inchamento”. É o aumento de
volume causado pelas películas de água que tendem a afastar as partículas de
areia. Valores de umidade em torno de 3% chegam a produzir na areia, inchamento
da ordem de 30%. A determinação do inchamento de agregados miúdos é feita pelo
método descrito na NBR 6467:2006, versão corrigida 2:2009.
As britas são os agregados graúdos mais usados no Brasil, com uso
superior a 50% do consumo total de agregado graúdo nos concretos (MEHTA e
MONTEIRO, 1994). No passado era comum a mistura de britas 1 e 2 para a
confecção de concretos, porém, hoje no Brasil, a grande maioria dos concretos
feitos para as obras correntes utiliza apenas a brita 1 na sua confecção.

2.3 Água
A água é necessária no concreto para possibilitar as reações químicas do
cimento, chamadas reações de hidratação, que irão garantir as propriedades de
resistência e durabilidade do concreto. Tem também a função de lubrificar as demais
partículas para proporcionar o manuseio do concreto. Normalmente, a água potável
é a indicada para a confecção dos concretos.
A norma NBR 6118:2014 possui diversas considerações e prescrições com
o objetivo de garantir durabilidade das estruturas de concreto armado. Tais
considerações dizem respeito a critérios de projeto a serem adotados em função da
classificação de agressividade do ambiente à estrutura, que visam proteger os
elementos estruturais e garantir seu desempenho durante a vida útil de projeto.
O item 7.4 da norma NBR 6118 estabelece critérios mínimos de qualidade
para o fck7 e a relação água/cimento (A/C) do concreto utilizado em obra, levando-se

7 A Resistência Característica do Concreto à Compressão (fck) é um dos dados utilizados no cálculo


estrutural. Sua unidade de medida é o MPa (Mega Pascal), sendo:
Pascal: pressão exercida por uma força de 1 newton, uniformemente distribuída sobre uma superfície
plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força.
2
Mega Pascal (MPa) = 1 milhão de Pascal = 10,1972 Kgf/cm .
2
Por exemplo: O Fck 30 MPa tem uma resistência à compressão de 305,916 Kgf/cm .
O valor desta resistência (fck) é um dado importante e será necessário em diversas etapas de uma
obra, como por exemplo:
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18

em conta as condições de exposição dos elementos da estrutura de concreto às


intempéries.
O item 7.4.2 indica que os parâmetros mínimos de qualidade a ser
cumpridos pelo concreto devem ser determinados por ensaios comprobatórios de
desempenho. Na falta de tais ensaios, a norma fornece uma tabela de referência, a
tabela 7.1 (abaixo) que apresenta relações A/C máximas admissíveis e o fck mínimo
exigido (classe do concreto) para o concreto em função da agressividade do
ambiente e do tipo de armadura (armadura passiva – CA e armadura ativa – CP)
(FRANCESCHI, 2018).

Tabela 7.1 - Correspondência entre a classe de agressividade e qualidade do


concreto

A NBR 15900-7:2009 prescreve o método para a determinação de sulfatos


em água, por gravimetria, em amostras de água destinadas à preparação de
concreto de cimento Portland.
Segundo Bordin (2010), o texto é válido para qualquer região do país, como
referência na análise de água utilizada para amassar o concreto. Não é uma lei, mas
serve como parâmetro para os laboratórios das empresas compararem a quantidade

Para cotar os preços do concreto junto ao mercado, pois o valor do metro cúbico de concreto varia
conforme a resistência (fck), o slump, o uso de adições, entre outros.
No recebimento do concreto na obra, devendo o valor do fck, fazer parte do corpo da nota fiscal de
entrega, juntamente o slump (http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/fck.html\).

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19

de elementos químicos presentes na água de determinado local, e se, no caso, essa


fonte poderá ser aproveitada ou não.
A água de abastecimento público é adequada para o concreto e já vem
sendo utilizada, não necessitando de ensaio. A água potável que atende a Portaria
nº 518/20048 do Ministério da Saúde é considerada dentro dos padrões exigidos
pela norma do ABNT/CB-18 e pode ser utilizada sem restrição para a preparação do
concreto. A água de esgoto, mesmo com tratamento, não é adequada para uso em
concreto.
Quando a água vem de fontes subterrâneas, ou quando é de captação
pluvial ou ainda oriunda de processo residual industrial, pode ser boa para uso do
concreto, mas deve ser ensaiada. No caso de água salobra (água com salinidade
entre a água do mar e as chamadas águas doces) também pode ser utilizada, mas
somente no concreto não armado. Em ambos os casos, segundo a norma, a água
deve ser ensaiada. A água do mar não deve ser usada em concreto armado ou
protendido.
O projeto da norma brasileira prevê, ainda, a reutilização de água de
processos industriais em alguns casos, desde que atendidos os parâmetros exigidos
para durabilidade do concreto e das estruturas de concreto. São eles:
lavagem de betoneiras;
processos de corte;
moagem;
jateamento;
fresagem de concreto;
durabilidade.
Além da limitação de teores que a norma impõe à água utilizada para o
concreto, o texto faz referência às outras exigências já adotadas em outros
documentos normativos, como a norma de preparo, controle e recebimento do
concreto (ABNT NBR 12655:20159); e a norma de avaliação e prevenção da reação

8
Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Disponível em:
http://app3.cidades.gov.br/snisweb/src/pdf/Portaria-518-2004.pdf
9
Esta Norma é aplicável a concreto de cimento Portland para estruturas moldadas na obra, estruturas
pré-moldadas e componentes estruturais pré-fabricados para edificações e estruturas de Engenharia.
Disponível em: http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=327760
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20

álcali-agregado (ABNT NBR 15577-1:200810) que também estabelecem requisitos


visando a durabilidade do material.
A norma de água ABNT NBR 15900 foi dividida em onze partes. A parte 1 –
Requisitos – é a mais importante, porque classifica a água em função de sua origem
e estabelece todos os requisitos que devem ser obedecidos para que possa ser
usada para a preparação do concreto. Entre esses requisitos estão a quantidade de
cloretos e de sulfatos aceitáveis na água, além de outros elementos e características
físicas (BATTAGIN, 2010 apud BORDIN, 2010).
Quantidade de cloretos permitida na água de amassamento:
concreto protendido, até 500 miligramas de cloreto por litro de água;
concreto armado, 1000 miligramas de cloreto por litro de água;
concreto simples, até 4500 miligramas de cloreto por litro de água.
Para a quantidade máxima de sulfato, a norma especifica até dois mil
miligramas por litro. Outro item é com relação à quantidade de álcalis no concreto.
Segundo a norma, adotar medidas preventivas à reação álcali-agregado (RAA) pode
assegurar maior durabilidade às estruturas de concreto. Por isso, o equivalente
alcalino de óxido de sódio não pode exceder 1500 miligramas/L ou se pode atender
às exigências da ABNT NBR 15577.
A segunda parte da norma aponta para coleta de amostras e a terceira
prescreve como realizar a avaliação preliminar. As demais oito partes destacam os
métodos de ensaio para se comprovar o atendimento aos requisitos. É preciso que
os critérios da norma sejam adotados e seguidos pelas empresas do setor da
construção civil, zelando pela boa conduta e pelo bom aproveitamento da água.

2.4 Aditivos
Aditivos são substâncias adicionadas intencionalmente ao concreto, com a
finalidade de reforçar ou melhorar certas características, inclusive facilitando seu
preparo e utilização. Segundo Cánovas (1984 apud BASTOS, 2006), os aditivos são
produtos que, acrescentados aos aglomerantes no momento de sua elaboração, e

10
A ABNT NBR 15577 (todas as partes) estabelece os requisitos para uso de agregados em
concreto, tendo em vista as medidas necessárias para evitar a ocorrência de reações expansivas
deletérias devidas à reação álcali-agregado, e prescreve a amostragem e os métodos de ensaios
necessários à verificação desses requisitos. Disponível em:
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=28538
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em condições adequadas, nas formas convenientes e nas doses precisas, têm por
finalidade modificar ou implementar, em sentido positivo e em caráter permanente,
certas propriedades do conglomerado, para seu melhor comportamento em todos ou
em algum aspecto, tanto no estado fresco como endurecido.
Bastos (2006) cita algumas normas gerais para o emprego de aditivos na
confecção de concretos:
a) os aditivos devem ser evitados de serem utilizados, ou seja, procura-se obter
um concreto com as propriedades desejadas sem o recurso do aditivo;
b) quando o aditivo for necessário, deverão ser empregados ensaios, para que
não haja nenhuma incompatibilidade com os aglomerantes. Após, deve-se
fazer um rigoroso controle na dosagem do aditivo;
c) os aditivos não devem ser utilizados para corrigir defeitos próprios do
concreto, como má dosagem, má execução na obra ou seleção incorreta dos
seus componentes;
d) os aditivos devem ser conservados de modo adequado, para que não haja
alterações de suas propriedades. Os aditivos em pó devem ser mantidos em
lugares secos, a fim de ser evitado a formação de “torrões” por conta da
umidade. Os aditivos líquidos, devem ser protegidos do calor e agitados antes
do uso, para evitar que as eventuais sedimentações ocorridas tirem sua
uniformidade;
e) deve-se atentar para que se tenha uma mistura uniforme do aditivo em toda
massa de concreto, para que seja garantido a homogeneidade;
f) o emprego de vários aditivos em um único traço de concreto pode ocasionar o
aparecimento de efeitos patológicos, devido a uma possível incompatibilidade
da mistura.
Mehta e Monteiro (1994) recomendam um controle de qualidade rígido nos
aditivos, para que haja um ganho de qualidade efetivo na mistura final do concreto, e
que o aditivo usado não venha a prejudicar, ao invés de ajudar, na obtenção de um
bom concreto. Eis alguns casos de utilização de aditivos:
a) acréscimo de resistência;
b) aumento da durabilidade;
c) melhora na impermeabilidade;

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d) melhora na trabalhabilidade;
e) possibilidade de retirada de fôrmas em curto prazo;
f) diminuição do calor de hidratação (retardamento ou aceleração da pega);
g) diminuição da retração;
h) aditivos plastificantes e superplastificantes;
i) aditivos incorporadores de ar.

2.5 Aço
Aço é todo produto siderúrgico, obtido por via líquida, com teor de carbono
abaixo de 2%. Os aços para construção têm, em geral, 0,5% ou menos de teor de
carbono. A obtenção do aço é feita através da mistura de minério de ferro, coque
(retirado de carvão mineral), e fundentes (como as “cástinas” que são argilas
calcárias, que funcionam também como corretor de Ph), que são sinterizados em um
equipamento chamado alto-forno, sob temperaturas da ordem de 1500ºC (FREITAS,
2007).
O aço possui a tensão de escoamento bem definida, e cada tipo é
especificado com relação a esta propriedade. Denominam-se através das letras CA,
seguindo do valor da tensão de escoamento medido em kgf/mm². Lembrando que o
aço possui módulo de elasticidade único no valor de 210 Gpa11.
Na tabela abaixo temos especificação dos aços mais comuns.

Fonte: Catálogo Votoraço (2015 apud GONÇALVES, 2015, p. 15).

11 O módulo de Young ou módulo de elasticidade é um parâmetro mecânico que proporciona uma


medida da rigidez de um material sólido. É um parâmetro fundamental para a Engenharia e aplicação
de materiais, pois está associado com a descrição de várias outras propriedades mecânicas, como
por exemplo, a tensão de escoamento, a tensão de ruptura, a variação de temperatura crítica para a
propagação de trincas sob a ação de choque térmico, entre outros.
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23

2.6 Outras adições


As adições são outras matérias-primas que, misturadas ao clínquer na fase
de moagem, permitem a fabricação dos diversos tipos de cimento Portland hoje
disponíveis no mercado. Essas outras matérias-primas são o gesso, as escórias de
alto-forno, os materiais pozolânicos e os materiais carbonáticos.

Figura 8: Adições.
Fonte: http://greenincompany.com.br/solucao-para-residuos/gesso/

O gesso tem como função básica controlar o tempo de pega, isto é, o início
do endurecimento do clínquer moldo quando este é misturado com água. Caso não
se adicionasse o gesso à moagem do clínquer, o cimento, quando entrasse em
contato com a água, endureceria quase que instantaneamente, o que inviabilizaria
seu uso nas obras. Por isso, o gesso é uma adição presente em todos os tipos de
cimento portland. A quantidade adicionada é pequena: em geral, 3% de gesso para
97% de clínquer em massa.
As escórias de alto-forno são obtidas durante a produção de ferro-gusa nas
indústrias siderúrgicas e se assemelham aos grãos de areia. Antigamente, as
escórias de alto-forno eram consideradas como um material sem maior utilidade, até
ser descoberto que elas também tinham a propriedade de ligante hidráulico muito
resistente, ou seja, que reagem em presença de água, desenvolvendo
características aglomerantes de forma muito semelhante à do clínquer. Essa
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descoberta tornou possível adicionar a escória de alto-forno à moagem do clínquer


com gesso, guardadas certas proporções, e obter como resultado um tipo de
cimento que, além de atender plenamente aos usos mais comuns, apresenta
melhoria de algumas propriedades, como maior durabilidade e maior resistência
final.
Os materiais pozolânicos são rochas vulcânicas ou matérias orgânicas
fossilizadas encontradas na natureza, certos tipos de argilas queimadas em
elevadas temperaturas (550ºC a 900ºC) e derivados da queima de carvão mineral
nas usinas termelétricas, entre outros. Da mesma forma que no caso da escória de
alto-forno, pesquisas levaram à descoberta de que os materiais pozolânicos, quando
pulverizados em partículas muito finas, também passam a apresentar a propriedade
de ligante hidráulico, se bem que de forma distinta. Isso porque não basta colocar os
materiais pozolânicos, sob forma de pó muito fino, em presença de água, para que
passem a desenvolver as reações químicas que os tornam primeiramente pastosos
e depois endurecidos. A reação só vai acontecer se, além da água, os materiais
pozolânicos moídos em grãos finíssimos também forem colocados em presença de
mais um outro material. O clínquer é justamente um desses materiais, pois no
processo de hidratação libera hidróxido de cálcio (cal) que reage com a pozolana.
Esse é o motivo pelo qual a adição de materiais pozolânicos ao clínquer
moído com gesso é perfeitamente viável, até um determinado limite. E, em alguns
casos, é até recomendável, pois o tipo de cimento assim obtido ainda oferece a
vantagem de conferir maior impermeabilidade, por exemplo, aos concretos e às
argamassas.
Outros materiais pozolânicos têm sido estudados, tais como as cinzas
resultantes da queima de cascas de arroz e a sílica ativa, um pó finíssimo que sai
das chaminés das fundições de ferro-silício e que, embora em caráter regional, já
têm seu uso consagrado no Brasil, a exemplo de outros países tecnologicamente
mais avançados.
Os materiais carbonáticos são rochas moídas, que apresentam carbonato de
cálcio em sua constituição, tais como o próprio calcário. Tal adição serve também
para tornar os concretos e as argamassas mais trabalháveis, porque os grãos ou
partículas desses materiais moídos têm dimensões adequadas para se alojar entre

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os grãos ou partículas dos demais componentes do cimento, funcionando como um


verdadeiro lubrificante. Quando presentes no cimento são conhecidos como fíler
calcário.
Conclui-se, pois que, de todas as adições, o gesso não pode, em hipótese
alguma, deixar de ser misturado ao cimento, e que as demais matérias-primas
adicionadas (escória de alto-forno, materiais pozolânicos e materiais carbonáticos)
são totalmente compatíveis com o principal componente do cimento Portland – o
clínquer – acabando por conferir ao cimento pelo menos uma qualidade a mais
(ABCP, 2002).

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UNIDADE 3 – TIPOS DE CIMENTO E SUAS APLICAÇÕES

3.1 Cimento CP I e CP I-S (Cimento Portland Comum e com Adição)


Recebe este nome porque não possui nenhum tipo de aditivo, apenas o
gesso, que tem a função de retardar o início de pega do cimento para possibilitar
mais tempo na aplicação. Tem alto custo e menos resistência. Sua produção é
direcionada para a indústria.
A NBR 5732:1991 define o CP I como aglomerante hidráulico obtido pela
moagem de clínquer Portland ao qual se adiciona, durante a operação, a quantidade
necessária de uma ou mais formas de sulfato de cálcio. Durante a moagem, é
permitido adicionar a esta mistura materiais pozolânicos, escórias granuladas de
alto-forno e/ou materiais carbonáticos, nos teores especificados na tabela abaixo:

Teores dos componentes do cimento Portland comum


Componentes (% em massa)
Sigla Classe de Clínquer mais Escória Material Material
resistência sulfatos de granulada de pozolânico carbonático
cálcio alto forno
CP I 25
32 100 0
40
CP I-S 25
32 99-95 1-5
40

É um cimento muito adequado para o uso em construções de concreto em


geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. O
Cimento Portland comum é usado em serviços de construção em geral, quando não
são exigidas propriedades especiais do cimento.

3.2 Cimento CP-II ou Cimento Portland Composto


O CP II é assim conhecido porque tem a adição de outros materiais na sua
mistura, que conferem a este cimento um menor calor de hidratação, ou seja, ele

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libera menos calor quando entra em contato com a água. O CP-II é apresentado em
três opções:
CP-II E – cimento portland com adição de escória de alto-forno;
CP-II Z – cimento portland com adição de material pozolânico; e,
CP-II F – cimento portland com adição de material carbonático – fíler.
A norma ABNT NBR 11578:1991, versão corrigida 1997 é que especifica e
fixa as condições exigíveis no recebimento dos cimentos Portland composto (CP II-
E, CPII-Z| e CP II-F), de classes 25, 32 e 40.
Por definição da mesma norma, estes cimentos são considerados um
aglomerante hidráulico obtido pela moagem de clínquer Portland ao qual se
adiciona, durante a operação, a quantidade necessária de uma ou mais formas de
sulfato de cálcio. Durante a moagem, é permitido adicionar a esta mistura materiais
pozolânicos, escórias granuladas de alto-forno e/ou materiais carbonáticos, nos
teores especificados na tabela abaixo:
Teores dos componentes do cimento Portland composto
Componentes (% em massa)
Sigla Classe de Clínquer mais Escória Material Material
resistência sulfatos de granulada de pozolânico carbonático
cálcio alto forno
CP II-E 25
32 94-56 6-34 - 0-10
40
CP II-Z 25
32 94-76 - 6-14 0-10
40
CP II-F 25
32 - - 6-10
40 94-90

É um cimento versátil e aplicado a todas as fases de obras.


De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland, o cimento
dessa classe gera calor numa velocidade menor do que o gerado pelo Cimento
Portland Comum. Seu uso, portanto, é mais indicado em lançamentos maciços de
concreto, onde o grande volume da concretagem e a superfície relativamente

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pequena reduzem a capacidade de resfriamento da massa. Este cimento também


apresenta melhor resistência ao ataque dos sulfatos contidos no solo. Recomendado
para obras correntes de Engenharia Civil sob a forma de argamassa, concreto
simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento.
Abaixo as recomendações de cada tipo de CP II:
a) Cimento Portland CP II-Z (com adição de material pozolânico):
empregado em obras civis em geral, subterrâneas, marítimas e industriais. E para
produção de argamassas, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-
moldados e artefatos de cimento. O concreto feito com este produto é mais
impermeável e por isso mais durável.
b) Cimento Portland Composto CP II-E (com adição de escória granulada de
alto-forno): composição intermediária entre o cimento portland comum e o cimento
portland com adições (alto-forno e pozolânico). Este cimento combina com bons
resultados o baixo calor de hidratação com o aumento de resistência do Cimento
Portland Comum. Recomendado para estruturas que exijam um desprendimento de
calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos.
c) Cimento Portland Composto CP II-F (com adição de material carbonático
– fíler): para aplicações gerais. Pode ser usado no preparo de argamassas de
assentamento, revestimento, argamassa armada, concreto simples, armado,
protendido, projetado, rolado, magro, concreto-massa, elementos pré-moldados e
artefatos de concreto, pisos e pavimentos de concreto, solo-cimento, dentre outros.

3.3 Cimento CP-III ou Cimento Portland de Alto-forno


É na NBR 5735:1991 que encontraremos as normas para o cimento classe
III.
Classe de resistência: 25, 32 e 40. Apresenta de 65 a 25% em massa de
clínquer mais sulfato de cálcio; 35% a 70% de escória de alto-forno e 0-5% de
material carbonático.
O CP III apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo
calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcali-
agregado, além de ser resistente a sulfatos. É um cimento que pode ter aplicação
geral em argamassas de assentamento, revestimento, argamassa armada, de

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concreto simples, armado, protendido, projetado, rolado, magro e outras. Mas é


particularmente vantajoso em obras de concreto-massa, tais como barragens, peças
de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes
agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e
efluentes industriais, concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras
submersas, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos. É um cimento mais
poroso e durável (ABCP, 2018).

3.4 Cimento CP-IV ou Cimento Portland Pozolânico


O CP IV tem em sua composição de 15% a 50% de material pozolânico. Por
isso, proporciona estabilidade no uso com agregados reativos e em ambientes de
ataque ácido, em especial de ataque por sulfatos. Possui baixo calor de hidratação,
o que o torna bastante recomendável na concretagem de grandes volumes e sob
temperaturas elevadas. É pouco poroso, sendo resistente à ação da água do mar e
de esgotos.
A ABNT NBR 5736:1986 fixa as condições exigíveis no recebimento do
cimento Portland pozolânicos, de classe 25 e 32.

3.5 Cimento CP-V ARI ou Cimento Portland de Alta Resistência Inicial


Em função do seu processo de fabricação, o CP V ARI tem alta reatividade
nas primeiras horas de aplicação, fazendo com que atinja resistências elevadas em
um curto intervalo de tempo. Ao final dos 28 dias de cura, também atinge
resistências maiores que os cimentos convencionais. É muito utilizado em obras
industriais que exigem um tempo de desforma menor. É recomendado apenas para
a fabricação de concretos.
A norma regente desse cimento é ABNT NBR 5733:1991.

3.6 Cimento RS ou Cimento Portland Resistente a Sulfatos


Os materiais sulfatados estão presentes em redes de esgoto, ambientes
industriais e água do mar. Sendo assim, seu uso é indicado para construções
nesses ambientes.

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Pode ser usado em concreto dosado em central, concreto de alto


desempenho, obras de recuperação estrutural e industriais, concretos projetado,
armado e protendido, elementos pré-moldados de concreto, pisos industriais,
pavimentos, argamassa armada, argamassas e concretos submetidos ao ataque de
meios agressivos, como estações de tratamento de água e esgotos, obras em
regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas (ABCP, 2018).
De acordo com a norma NBR 5737:1992, cinco tipos básicos de cimento –
CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI – podem ser resistentes aos sulfatos, desde
que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições:
teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas
de no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;
cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória
granulada de alto-forno, em massa;
cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material
pozolânico, em massa;
cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa
duração ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.

3.7 Cimento Branco ou Cimento Portland Branco (CPB)


O cimento branco tem como principal característica a cor branca, que é
conseguida através de matérias-primas com baixo teor de manganês e ferro e
utilização do caulim no lugar da argila. Existem dois tipos de cimento branco. Um
deles é o estrutural, indicado para fins arquitetônicos. “Ele não é muito comum nos
dias de hoje, devido ao custo e à tecnologia que as tintas alcançaram” (CRUZ, 2018
apud PUGLIESI, 2018). Além dele, há o não estrutural, indicado para rejunte de
cerâmicas.
A norma ABNT NBR 12989:1993, confirmada em 2014 fixa as condições
exigíveis paras o recebimento dos cimentos Portland brancos.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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31

3.8 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)


Este tipo de cimento tem a propriedade de retardar o desprendimento de
calor em peças de grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras
de origem térmica, devido ao calor desenvolvido durante a hidratação do cimento.
A norma afim a esse cimento é a ABNT NBR 13116:1994 confirmada em
2014.
No quadro abaixo temos os diversos tipos de cimento Portland e suas
aplicações.

Aplicação Tipos de cimento Portland

Argamassa de revestimento e Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


assentamento de tijolos e blocos Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

Argamassa de assentamento de Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F) e


azulejos e ladrilhos Pozolânico (CP IV)

Argamassa de rejuntamento de Branco (CPB)


azulejos e ladrilhos

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Concreto simples (sem armadura)
Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

Concreto magro (para passeios e Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-
enchimentos) Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Concreto armado com função Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta
estrutural Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
Estrutural (CPB Estrutural)

Concreto protendido com Composto (CP II-Z, CP II-F), de Alta


protensão das barras antes do Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
lançamento do concreto Estrutural (CPB Estrutural)

Concreto protendido com Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


protensão das barras após o Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta

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endurecimento do concreto Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco


Estrutural (CPB Estrutural)

de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI),


Concreto armado para desforma
Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-
rápida, curado por aspersão de
Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e Branco
água ou produto químico
Estrutural (CPB Estrutural)

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Concreto armado para desforma
Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta
rápida, curado a vapor ou com
Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
outro tipo de cura térmica
Estrutural (CPB Estrutural)

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Elementos pré-moldados de
Forno (CP III), Pozolânico (CP IV), de Alta
concreto e artefatos de cimento
Resistência Inicial (CP V-ARI) e Branco
curados por aspersão de água
Estrutural (CPB Estrutural) (VER NOTA) (*)

Elementos pré-moldados de de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI),


concreto e artefatos de cimento Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F) e Branco
para desforma rápida, curados por Estrutural (CPB Estrutural)
aspersão de água

Elementos pré-moldados de Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


concreto e artefatos de cimento Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e Branco
para desforma rápida, curados a Estrutural (CPB Estrutural)
vapor ou com outro tipo de cura
térmica

Pavimento de concreto simples ou Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


armado Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Pisos industriais de concreto Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e de Alta
Resistência Inicial (CP V-ARI)

Concreto arquitetônico Branco Estrutural (CPB Estrutural)

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Solo-cimento
Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

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Argamassas e concretos para de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e


meios agressivos (água do mar e Resistente a Sulfatos
de esgotos)

de Alto-Forno (CP III), Pozolânico (CP IV) e de


Concreto-massa
Baixo Calor de Hidratação

Composto (CP II-E, CP II-Z, CP II-F), de Alto-


Concreto com agregados reativos
Forno (CP III) e Pozolânico (CP IV)

Fonte: PUGLIESI (2018).

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UNIDADE 4 – CONCRETO ARMADO

Define-se concreto armado como sendo “a união do concreto simples e de


um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos
resistam solidariamente aos esforços solicitantes” (BASTOS, 2006), ou seja:

Concreto armado = concreto simples + armadura + aderência

O trabalho em conjunto do concreto com armadura fica bem ilustrado na


figura abaixo. No caso (a), tem-se uma viga de concreto simples, que rompe assim
que a primeira fissura surge, em decorrência de carregamentos externos. Isso se dá
ao fato de a tensão de tração atuante ser maior que a tensão suportada pelo
concreto. No caso (b), com a adição de armação ao concreto simples, na região
onde se concentram as tensões de tração, constata-se que a resistência à tração do
conjunto aumenta significativamente, fazendo com que a viga suporte esse
carregamento e não rompa.
Viga de concreto simples (a) e armado (b).

Figura 9: Viga de concreto simples (a) e armado (b).


Fonte: Pfeil (1989 apud GONÇALVES, 2015, p. 4).

A NBR 6118 define como elementos de concreto armado, aqueles cujo


comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura, e nos
quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização
dessa aderência.

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Esta norma também define o conceito de armadura passiva como sendo


“qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é,
que não seja previamente alongada”.
Portanto, a armadura do concreto armado é chamada “armadura passiva”, o
que significa que as tensões e deformações nela aplicadas devem-se
exclusivamente aos carregamentos aplicados nas peças onde está inserida.
O trabalho do concreto com o aço é satisfatório porque seus coeficientes de
dilatação térmica são praticamente iguais. O concreto também tem outra função
importante: proteger o aço da corrosão, garantindo a durabilidade do conjunto.
Porém, essa proteção só é possível com a existência de uma espessura mínima de
concreto entre a superfície externa da peça e a barra de aço (denominado
cobrimento). Lembrando que outros fatores são determinantes para a proteção das
barras de aço, como a qualidade do concreto, por exemplo (GONÇALVES, 2015).

Concreto Armado é o material da construção civil que se tornou um dos mais


importantes elementos para a evolução moderna da arquitetura no século XX. Muito
utilizado nas estruturas de edifícios e arranha-céus, diferencia-se do concreto
tradicional por receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços
de tração, enquanto o concreto em si resiste à compressão.

4.1 Vantagens do concreto armado


a) Economia – o concreto se revela mais barato que a estrutura metálica,
exceto em casos de vãos muitos grandes. Em muitos casos, os agregados podem
ser obtidos no próprio local da obra. Não exige mão de obra especializada.
b) Durabilidade – a resistência do concreto aumenta com o tempo.
c) Adaptação a qualquer tipo de fôrma.
d) Manutenção e conservação praticamente nulas.
e) Resistência ao fogo.
f) Impermeabilidade.
g) Monolitismo.
h) Resistência ao desgaste mecânico (choques, vibrações).
i) Facilidade de execução (fácil emprego e manuseio).

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4.2 Desvantagens do concreto armado


Evidentemente que o concreto armado apresenta também uma série de
desvantagens, a saber:
a) grande peso-próprio 2500 kg / m3 (pode ser reduzido com utilização de
agregados leves);
b) reforma e demolições difíceis ou até impossíveis;
c) baixo grau de proteção térmica;
d) demora de utilização (o prazo pode ser reduzido com a utilização de
aditivos) (SOUZA JUNIOR, 2009).

4.3 Resistência mecânica do concreto


A resistência é geralmente considerada a propriedade fundamental do
concreto pois ele dá, normalmente, uma indicação geral da qualidade do mesmo.
Devido à variedade de fatores que interferem na preparação, transporte, lançamento
e cura do concreto, sua resistência mecânica apresenta grande variação.
Além da resistência mecânica, o concreto precisar ter aderência suficiente
com as barras das armaduras e ter densidade conveniente para garantir
impermeabilidade da estrutura e proteção das armaduras com relação à corrosão.
Sua resistência também é influenciada pela granulometria dos agregados,
pela resistência mecânica dos agregados, pelo tipo de cimento e pela sua
quantidade em relação à água de amassamento.
Outros fatores que influenciam o comportamento mecânico do concreto são:
tipo de solicitação, velocidade de carregamento, relação água/cimento, idade do
concreto, forma e dimensões dos corpos-de-prova.
Existem ainda as adições e os aditivos, que, incorporados ao concreto,
podem melhorar o desempenho de uma propriedade específica, como, por exemplo,
aumentar a resistência à compressão. Neste caso, é adicionada sílica ativa na
dosagem e, como o fator água/cimento tem de ser pequeno, há necessidade de usar
plastificante (GIONGO, 2007).
Dentre as normas que devemos seguir para estudar a resistência do
concreto à compressão por meio de ruptura de corpos de prova cilíndricos e

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prismáticos temos a ABNT NBR 12142:2010, ABNT NBR 5738:2015 e ABNT NBR
5739:2018.
No quadro abaixo temos uma demonstração dos fatores que influenciam a
resistência do concreto e suas interações.

Interação dos fatores que influenciam a resistência do concreto

Fonte: Mehta e Monteiro (1994 apud GIONGO, 2007, p. 30).

4.4 Dosagem do concreto


O principal objetivo da dosagem do concreto consiste em encontrar a
mistura mais econômica para obtenção de um concreto com todas características
capazes de atender às condições de resistência, às condições de serviço, utilizando
os materiais disponíveis. Vários requisitos devem ser examinados pelo tecnologista
para uma perfeita dosagem:
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1) Exigências do cálculo estrutural: o projetista fixa a resistência


característica do concreto à compressão, fck, que rigorosamente deverá ser
atendida.
2) Exigências quanto ao tipo de obra e as técnicas de construção:
natureza da obra (barragens, fundações, estruturas de edifícios, cais, entre
outros);
condições de exposição da obra – dimensões das peças (delgadas ou de
grandes dimensões);
disposição e distância entre armaduras;
forma (tipo) dos agregados;
granulometria dos agregados;
tipo de mistura (manual - mecânica);
transporte do concreto;
forma de lançamento;
método de adensamento;
método de cura.
Examinados estes requisitos, o tecnologista dispõe de dois processos para
determinar a dosagem do concreto.
1) Dosagem experimental – os materiais constituintes (brita-areia-cimento)
são examinados em laboratório para determinar a dosagem mais econômica visando
a obter o fck e a trabalhabilidade requerida para a obra. Do concreto obtido são
retirados corpos de prova e determinadas suas resistências e trabalhabilidade.
Como se vê, com a Dosagem Experimental tira-se real proveito das características
dos materiais a serem usados na mistura do concreto.
2) Dosagem não experimental – consiste no proporcionamento do concreto
feito em bases arbitrárias, baseando-se na experiência ou tradição do construtor. Os
materiais constituintes não são ensaiados em laboratório. Conhecida a resistência
característica “fck” fixada pelo projetista estrutural, calcula-se a resistência de
dosagem “fc28”. Utilizando-se tabelas de Dosagem de Concretos, escolhendo-se o
traço que forneça ao concreto resistência superior ou igual a “fc28”. A dosagem não
experimental é aplicada muitas vezes em obras distantes de laboratórios, onde não
é possível recorrer a ensaios de materiais (SOUZA JUNIOR, 2009).

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A ABNT NBR 12655:2015 - “Concreto - Preparo, Controle, Recebimento e


Aceitação - procedimento”, é aplicável a concreto de cimento Portland para
estruturas moldadas na obra, estruturas pré-moldadas e componentes estruturais
pré-fabricados para edificações e estruturas de Engenharia.
Ao usar essa norma, o gerente de uma obra estará baseando suas decisões
em parâmetros amplamente discutidos pelos maiores especialistas desse assunto.
A norma estabelece os requisitos para:
a) propriedades do concreto fresco e endurecido e suas verificações;
b) composição, preparo e controle do concreto;
c) aceitação e recebimento do concreto.
Esta Norma se aplica a concretos normais, pesados e leves e não se aplica
a concreto massa, concretos aerados, espumosos e com estrutura aberta (sem
finos).
Segundo a mesma norma, exigências adicionais, estabelecidas em normas
nacionais vigentes, podem ser necessárias para: a) estruturas especiais, como
certos viadutos, vasos sob pressão para usinas nucleares, estruturas marítimas e
estradas; b) uso de outros materiais (como fibras); c) tecnologias especiais
(processos de produção) ou tecnologias inovadoras no processo de construção; d)
concreto leve; e) concreto projetado; f) concreto pré-moldado; g) pavimentos e pisos
de concreto.

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UNIDADE 5 – CONCRETO PROTENDIDO

O comportamento do concreto é melhorado aplicando-se compressão prévia


(isto é, protensão) nas regiões onde as solicitações produzem tensões de tração.
Por definição da ABNT NBR 6118:2014, uma peça é considerada de
Concreto Protendido quando é submetida à ação de forças especiais e
permanentemente aplicadas, chamadas forças de protensão, e quando a peça é
submetida à ação simultânea dessas forças, das cargas permanentes e variáveis, o
concreto não seja solicitado à tração ou só o seja dentro dos limites permitidos.
Dos itens 3.1.4 e 3.1.6 da norma acima teremos:
Elementos de Concreto Protendido: aqueles nos quais parte das armaduras é
previamente alongada por equipamentos especiais de protensão, com a
finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os
deslocamentos da estrutura, bem como propiciar o melhor aproveitamento de
aços de alta resistência no estado-limite último (ELU).
Armadura ativa (de protensão): armadura constituída por barras, fios isolados
ou cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual
se aplica um pré-alongamento inicial (BASTOS, 2018).
O concreto protendido é o meio mais utilizado para aumentar a resistência à
tração do concreto. Este método construtivo tem como objetivo melhorar o
desempenho das estruturas utilizando todo o potencial do concreto à compressão,
deixando os esforços de tração para a armadura (BASTOS, 2018; PEREIRA, 2018).
A resistência à tração do concreto é muito menor que a resistência à
compressão do concreto, ficando na ordem de apenas 10%, valor que normalmente
é desprezado nos cálculos estruturais.
O uso do concreto protendido é bastante relevante em estruturas em que os
esforços de flexão são elevados, já que este procedimento é utilizado para que a
resistência do concreto seja maior.
O processo de protensão do concreto consiste em aplicar tensão nos cabos
de aço antes da cura do concreto. A armadura sofre um pré-alongamento e produz
um sistema autoequilibrado de esforços, sendo esse sistema a tração no aço e a
compressão no concreto, aumentando a resistência do material sem grandes
impactos de ações externas.
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Figura 10: Laje em concreto protendido.


Fonte: https://www.ntcbrasil.com.br/blog/entenda-o-concreto-protendido/

Há dois tipos de protensão no mercado:


a) a protensão aderente compõe-se pelo uso de cabos em bainhas
metálicas, podendo essas serem lisas ou onduladas, em que se faz a injeção da
calda de cimento, sendo possível ganhar o tanto de aderência que é preciso no
sistema;
b) a protensão não aderente consiste na utilização de cabos engraxados e
cobertos por bainhas de polietileno ou polipropileno, os dois de alta aderência,
proporcionando proteção contra corrosão (PEREIRA, 2018).

5.1 Vantagens e desvantagens do concreto protendido


São vantagens do concreto protendido:
a) possibilidade de grandes vãos, pois a laje de concreto protendido consegue
vencer vãos que o concreto armado usual não venceria;
b) maior variedade de layout no projeto arquitetônico, já que há maior distância
entre os pilares;
c) menor peso estrutural, pois as lajes são esbeltas, fato que diminui o
carregamento da fundação da edificação;
d) economia de concreto e aço, em função da utilização da seção transversal
plena e por serem utilizados aço e concreto de maior resistência;
e) redução do tempo de construção, devido à facilidade de execução e ao
reaproveitamento das formas, e também, porque na maioria das vezes não é
necessário a utilização de vigas na estrutura;
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f) redução das tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços


cortantes aplicadas nas lajes;
g) maior controle tecnológico durante a execução;
h) redução de deformações e fissurações;
i) pode ser utilizado para a recuperação e reforço de estruturas comprometidas.
Os viadutos construídos nas últimas décadas e nos quais há a existência de
grandes vãos, com 50 ou 60 metros de largura, é possível notar os benefícios do
concreto protendido. A protensão foi trazida por pesquisadores brasileiros fundadas
em tecnologias europeias e norte-americanas na década de 1950, com o objetivo de
obter maiores vãos por meio da utilização de um sistema estrutural mais robusto.
São desvantagens do concreto protendido:
falta de mão de obra especializada;
conforme a geometria da estrutura, esta técnica pode ser inviável;
é preciso concreto de alta resistência, o que nem sempre é possível conseguir
devido ao seu custo mais elevado ou indisponibilidade no local da obra;
boa qualidade do concreto durante a produção, a execução e a compactação,
o que necessita maiores cuidados;
requer aço de alta resistência, o que custa até 3 vezes mais que o aço
comum utilizado no concreto armado;
requer bastante supervisão durante todas as fases da construção (PEREIRA,
2018).

Vale a pena conferir os anexos A e B da norma ABNT NBR 14931:2004, que


tratam, respectivamente da execução da protensão em concreto protendido com
aderência posterior e execução da injeção de calda de cimento Portland em
concreto protendido com aderência posterior.

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UNIDADE 6 – CONCRETO PROJETADO

O concreto projetado é definido como o concreto com dimensão máxima de


agregado superior a 4,8 mm, transportado por uma tubulação e projetado, sob
pressão, em elevada velocidade, sobre uma superfície, sendo compactado
simultaneamente (BASTOS, 2018).
É usado principalmente no revestimento de obras subterrâneas (túneis) e
taludes e no reparo de estruturas, por dispensar o uso de fôrmas e proporcionar
grande velocidade nas operações de lançamento e adensamento do concreto.
A utilização do concreto projetado como suporte de túneis se desenvolveu
após a 2ª Grande Guerra. Sua primeira aplicação bem-sucedida na estabilização de
túneis escavados em maciços instáveis, em substituição aos suportes temporários
de madeira e aço, foi realizada no túnel Lodano-Mosagno do aproveitamento
hidroelétrico da Maggia, na Suíça, entre 1951 e 1956, culminando em sua patente
em 1956, na Áustria (MARTINS, 2008).
No Brasil, o concreto projetado é utilizado desde a década de 60, sendo uma
excelente opção na viabilização de construção de túneis, estabilização de encostas
e reforço estrutural.
O agregado, segundo suas dimensões, subdivide-se em graúdo e miúdo. O
primeiro, refere-se às partículas maiores que 4,8 mm (peneira nº 4) enquanto que o
segundo situa-se na faixa dos menores que 4,8 mm e maiores que 75 µm (peneira
nº 200).
Para reduzir a reflexão do concreto, recomenda-se que a dimensão máxima
do agregado utilizado na confecção do concreto projetado seja de 12 mm (SILVA,
1997).
Para o grupo de trabalho nº 6 da Associação Francesa de Túneis e do
Espaço Subterrâneo (AFTES, 1979 apud MARTINS, 2008) o tamanho máximo do
agregado é de 10 mm nos casos em que o concreto for reforçado com fibras, sendo
nos demais casos, o valor limitado a 16 mm. Segundo o Corpo de Engenheira do
Exército Americano (USACE, 1997 apud MARTINS, 2008), é essencial a
especificação de uma graduação variável dos agregados, para evitar a segregação
do concreto projetado quando lançado à superfície.

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Dentre outras normas, a ABNT NBR 14026:2012 (confirmada em 2016)


estabelece os critérios e as condições a serem adotados para a aplicação de
concreto projetado e a norma ABNT NBR 13070, também de 2012, estabelece o
procedimento para moldagem de placas destinadas a ensaios de argamassas e
concretos projetados.
O concreto projetado é um processo de aplicação de concreto utilizado sem
a necessidade de formas, bastando apenas uma superfície para o seu lançamento.
O não emprego de formas pode ser por opção, ou quando, pelas característica da
concretagem, seu emprego torna-se difícil ou impossível. Esse sistema é muito
utilizado em concretagens de túneis, paredes de contenção, piscinas e em
recuperação e reforço estrutural de lajes, vigas, pilares e paredes de concreto
armado.
A aplicação do concreto consiste na projeção do material na superfície de
aplicação com auxílio de um mangote de alta pressão. A mistura é conduzida pelo
mangote até um bico projetor e projetada pela ação do ar comprimido.
O material lançado adere à superfície devido à força do impacto. Uma das
desvantagens do processo é a perda de concreto durante o lançamento, pois parte
do concreto pode não aderir à superfície.
O produto final do concreto projetado é um concreto bem compactado e com
grande resistência. Uma das vantagens econômicas deste processo é a não
utilização de formas para o concreto.
Apesar de possuir um processo executivo simples, a sua utilização deve ser
feita com a coordenação de profissionais habilitados e capacitados. Erros na
aplicação podem comprometer a viabilidade econômica e a qualidade final da
parede de concreto formada (DALDEGAN, 2016).
O concreto pode ser projetado por via úmida ou via seca. No Brasil, é mais
comum a utilização do processo por via seca.

6.1 Concreto projetado via seca: aplicações, vantagens e pontos negativos


O processo de aplicação do concreto por via seca consiste na mistura do
cimento com agregados. Esta mistura é conduzida até o bico projetor e neste bico
existe uma entrada de água controlada pelo operador. Ou seja, a mistura de cimento

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e agregado só entra em contato com a água no momento do lançamento. Já existe


uma técnica intermediária, na qual a mistura recebe um pouco de água ainda dentro
do mangote.

Fonte: http://www.mapadaobra.com.br/inovacao/traco-de-concreto-projetado-garante-fluidez-e-baixo-
desperdicio/

Os equipamentos utilizados são as máquinas a rotor, na qual o cimento e


agregados são introduzidos na cuba, caem preenchendo uma câmara do rotor em
movimento que recebe ar comprimido que a pressuriza e daí o material segue para o
mangote.
Um dos pontos negativos deste processo é que o concreto pode apresentar
grande variabilidade do consumo de água, visto que a água é controlada
manualmente por um operador no momento do lançamento.
Outros pontos negativos deste processo são:
o maior consumo de ar comprimido, ou seja, maior esforço do compressor;
maior perda de material que não impregna na superfície de aplicação;
maior geração de poeira;
maior perda de agregado no momento do lançamento, o que produz variação
no traço do concreto;
o desempenho do concreto pode ser alterado pela umidade da areia;
gera ambientes insalubres durante a execução do trabalho.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
46

Entretanto, o concreto projetado por via seca também possui grandes


vantagens, como:
custo reduzido quando comparada à via úmida;
fácil operação dos equipamentos;
alcança grandes resistências devido ao baixo fator água/cimento;
material mais compactado à superfície;
pode ser ajustável às diversas condições da superfície de aplicação, inclusive
na presença de água.
Um dos detalhes mais importantes para este tipo de aplicação é que a
qualidade do concreto final depende muito da qualidade da mão de obra que está
conduzindo o equipamento e ajustando a quantidade de água que vai para a mistura
no bico projetor.

6.2 Concreto projetado via úmida: aplicações, vantagens e pontos negativos


Neste tipo de aplicação, o concreto é preparado antes da projeção, ou seja,
no momento do lançamento a água já foi adicionada à mistura. Isto é: aglomerante,
agregados e água são misturados previamente ao abastecimento na máquina de
projeção.
Uma das principais vantagens deste processo de lançamento é que é
possível garantir um traço adequado do concreto. A quantidade de água na mistura
não dependerá da habilidade do operador em manusear os equipamentos.

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Fonte: http://www.mapadaobra.com.br/inovacao/traco-de-concreto-projetado-garante-fluidez-e-baixo-
desperdicio/

Os principais pontos negativos deste tipo de aplicação são:


dificuldade em obter grandes resistência devido ao fator água cimento ser alto
na mistura;
o concreto é menos compactado, devido ao fator água cimento alto;
quanto aplicado em uma superfície com presença de água, possui maior
dificuldade no controle de qualidade do material;
pode produzir grande perda de material caso seja necessário a interrupção
dos serviços.

Deve-se atentar para:


Ajuste de ar e água que é empírico, por isso, exige-se “mangoteiro”
experiente.
Distância do alvo: 1,5 m.
Ajuste da água: a maior quantidade possível (aumenta a resistência do
concreto à compressão).
Motivo: melhor adensamento, que expulsa o ar e compensa maior relação
a/c.

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Apesar dos pontos negativos, a projeção por via úmida também pode
garantir diversos benefícios:
menor desgaste dos equipamentos utilizados;
menor consumo de ar comprimido;
menor perda de material durante o lançamento;
baixa perda de agregados e melhor homogeneidade da mistura;
não produz poeira (DALDEGAN, 2016).

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UNIDADE 7 – CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) E


CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)

O concreto de alto desempenho, inicialmente, surgiu em meados dos anos


60, na cidade de Chicago nos Estados Unidos (EUA). Desde aquela época, até
alguns anos atrás, o CAD era chamado de concreto de alta resistência (CAR), pois
sua produção só visava aumentar a resistência à compreensão. No entanto, essa
denominação deixou de ser usada, pois o CAD, além de aumentar a resistência do
concreto, contribui com outras propriedades que são agregadas a ele, tais como:
durabilidade, baixa porosidade, entre outros (SILVA, 2010).
Na cidade de Chicago, um grupo de projetistas e produtores de concreto
propôs lançar o concreto de alta resistência. Naquela época, o concreto comumente
usado pela indústria da construção tinha uma resistência à compressão de apenas
15,0MPa a 30,0MPa. Nesse período, os produtores de concreto contavam apenas
com aditivos redutores de água baseados em lignossulfonatos (que variavam em
composição e pureza) e de adições tipo cinza volante, os quais eram utilizados na
dosagem do CAD. Apesar desses inconvenientes de não dispor de materiais
inovadores para a dosagem do CAD, esses tinham ganhos de resistência que
variavam de 10,0MPa a 15,0MPa (AÏTCIN, 2000).
Desde a publicação da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575:2013), os
chamados concretos duráveis e de alto desempenho vêm ampliando seu mercado
no Brasil, ainda que timidamente. Uma das razões é que a norma técnica prescreve
um tempo mínimo de vida útil às estruturas de concreto, o que deve ser estabelecido
em projeto – a chamada vida útil de projeto (VUP). Esse tempo, de acordo com a
Norma de Desempenho, deve ser igual a 50 anos, 63 anos ou 75 anos,
respectivamente, para níveis de desempenho mínimo, intermediário ou superior.
Mas não é apenas a exigência normativa que estimula o uso de concretos
de alta resistência e alto desempenho. A necessidade de se criar espaço nas
edificações, por conta de terrenos cada vez menores para a construção de prédios,
também leva os projetistas a optarem por materiais com essas características, já que
eles permitem seções estruturais mais esbeltas, resultando em ganho de área útil.
Além disso, os ambientes urbanos cada vez mais agressivos, por conta da poluição,

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e as áreas litorâneas – tradicionalmente ameaçadoras ao concreto – igualmente


estimulam um consumo maior de concretos especiais (SANTOS, 2017).
O Concreto do Alto Desempenho (CAD) caracteriza-se por apresentar
resistência elevada, em geral acima de 50 MPa aos 28 dias, é utilizado com
frequência em pilares de estacionamentos, diminuindo sua seção, e,
consequentemente, aumentando a área disponível para utilização. Apesar de ter um
custo inicial mais elevado que o concreto convencional, o CAD apresenta diversas
vantagens.
O CAD é o tipo de concreto que tem resistência à compressão maior que
40,0MPa (embora ainda não exista um consenso na literatura técnica). Na dosagem
do CAD, procura-se atingir uma baixa relação água/cimento, o que irá resultar na
sua alta resistência característica. Na obtenção de concretos de alto desempenho,
sempre são utilizados aditivos e adições. Algumas características são alcançadas
pelo CAD, tais como:
alta resistência à compressão;
baixa permeabilidade;
menor consumo de água;
menor consumo de cimento;
menor consumo de agregados, entre outras.
É quase impossível, na prática, conseguir CAD sem a utilização das adições
minerais, especialmente nas faixas de resistência acima de 40,0MPa. Essa
discussão liga-se às peculiaridades do concreto. O CAD em geral tem como
característica essencial a baixa relação água cimento, entre 0,25, e no máximo em
torno de 0,40, o que exige a utilização de aditivos superplastificantes, para propiciar
aumento da resistência e trabalhabilidade ao concreto (MEHTA; MONTEIRO, 1994).
Os concretos de alto desempenho contêm os seguintes materiais:
agregados comuns, cimento Portland comum, adição mineral (sílica ativa, fumo de
sílica, cinza volante, escória granulada de alto forno), geralmente entre 5% a 15% da
massa de cimento, e sempre um superplastificante. O teor de superplastificante é
alto, 5 L a 15 L por m³ de concreto.
Segundo Neville (1997 apud SILVA, 2010), esse teor de aditivo permite a
redução do teor de água de 45 L/m³ a 75 L/m³ de concreto. O autor considera

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concretos de alto desempenho aqueles cuja relação água/cimento seja inferior a


0,35.
O emprego de aditivos como superplastificantes, combina-se às vantagens
da sílica ativa para propiciar concretos cujas características vão além da elevada
resistência; na verdade, o CAD pode agregar durabilidade, esbeltez e menor custo
às obras, que são motivos suficientes para que se descubram as vantagens técnicas
do material, contribuindo na economia e racionalidade das obras.
As vantagens do CAD com relação ao concreto convencional são evidentes.
As estruturas de concreto produzidas com concreto convencional têm área em torno
de duas vezes maior que a das estruturas, executadas com CAD, ou seja, a opção
gera ganhos econômicos significativos (SILVA, 2010).
Aitcin (2000) classifica os concretos de alto desempenho pelos seus devidos
valores conforme Tabela abaixo.
Classes diferentes de Concreto de Alto Desempenho

Fonte: Aitcin (2000).

Para se alcançar alta resistência e durabilidade ao concreto, é importante


conhecer a microestrutura, os materiais constituintes, e a influência destes nas
propriedades do concreto. Por isso, torna-se necessário o estudo da composição
química, finura dos grãos e compatibilidade entre suas partículas e o aditivo
utilizado, para se obter maiores resistências com boa trabalhabilidade.
Quanto à resistência a compressão do concreto, esta dependerá do fator
a/c, e esta relação depende da distribuição granulométrica do agregado.
Com a baixa relação a/c, podemos atingir elevadas resistências e diminuir a
retração do cimento. Quando dosado com a sílica, constatasse, reduções
significativas na permeabilidade e na infiltração de cloretos e o aumento da
resistência é obtido principalmente pela redução drástica da porosidade da pasta de
cimento hidratada.
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Para se obter uma relação a/c com uma boa trabalhabilidade é necessário o
uso de aditivos superplastificantes, substituição de uma parte do cimento por um
volume de material cimentício suplementar (sílica ativa), e da distribuição
granulométrica dos agregados.
Em geral, a diferença básica entre concreto comum e de alto desempenho
está baseada na redução da:

Relação
água / cimento

Abaixo temos um quadro sintético de algumas características do CAD:

Maiores propriedades mecânicas.


Baixa porosidade.
Vantagens Boa trabalhidade.
Aumento da aderência entre concreto e armadura.
Microfissuração ocorre em porcentagens maiores de carga.
Maiores custos com projeto, para verificar a viabilidade técnica e econômica do
uso do concreto de alto desempenho.
Desvantagens Processo de cura exige processos mais rigorosos.
Maior custo inicial, 30% a 40% em geral.
Difícil determinação de coeficientes de Poisson e do módulo de elasticidade.
Resistência Química:
- ataque de sulfatos;
Durabilidade - reação álcali-agregado;
- carbonatação.
Resistência à Abrasão:
- 10 vezes maior que o concreto convencional.
CAD → Vida útil 20% maior que um concreto convencional.
Baixa porosidade → Baixa permeabilidade:
- baixa relação água/cimento;
Porosidade - menor interação com agentes agressivos.
Cuidados com o processo de cura:
- risco maior de retração.
Porta de entrada para agentes agressivos.
Comportamento frágil do concreto.
Fissuração Início de microfissuras → 75% Fck.
Concreto convencional → 35% Fck.
Fonte: Adaptado de Voigt et al. (2016).

Guarde...
O CAR é desenvolvido com foco na obtenção de rápida resistência,
enquanto o CAD refere-se a um material elaborado de olho na durabilidade,
principalmente perante atmosferas agressivas.

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Uma das primeiras aplicações do CAD é justamente em obras que


demandam do concreto alta resistência mecânica e química, como em estruturas
offshore.
Elementos estruturais de compressão (pilares) em edifícios altos,
pavimentos rodoviários, pisos industriais e obras de arte são as principais aplicações
do concreto de alto desempenho. O uso desse material pode, por exemplo, viabilizar
a redução das seções dos pilares, possibilitando aumentar o espaço útil,
principalmente nos andares próximos ao térreo.

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UNIDADE 8 – CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA)

O concreto autoadensável (CAA) apresenta grande fluidez e alta


trabalhabilidade, ou seja, é um concreto muito plástico. A formulação de concretos
fluidos e resistentes à segregação é uma evolução tecnológica, fruto da pesquisa
aplicada ao uso de aditivos superplastificantes e modificadores de viscosidade,
combinados com alto teor de finos, sejam eles cimento Portland, adições minerais,
fílers, entre outros.
Com a significativa redução de custos dos insumos – aditivos utilizados,
como superplastificantes e modificadores de viscosidade – bem como o avanço
tecnológico e o domínio dos métodos de dosagem e preparação, o CAA ganha
grande impulso junto aos construtores na execução das estruturas.
O termo concreto autoadensável (CAA) identifica uma categoria de concreto
que pode ser moldado em fôrmas preenchendo cada espaço vazio através,
exclusivamente, de seu peso próprio, não necessitando de qualquer tecnologia de
adensamento ou vibração externa.
A autoadensabilidade do concreto fresco oferece uma excelente capacidade
de preenchimento dos espaços vazios e o envolvimento das barras de aço, assim
como outros obstáculos. Isso ocorre, exclusivamente, através da ação da força
gravitacional, mantendo uma adequada homogeneidade.
Para um concreto ser considerado autoadensável, ele deve apresentar duas
propriedades fundamentais: fluidez e estabilidade. Essas características conferem
ao concreto a propriedade de transpor vários obstáculos, preencher todos os
espaços da fôrma e evitar a segregação e a exsudação.
A fluidez é a capacidade do concreto autoadensável escoar preenchendo
todos os espaços. Já a estabilidade, é a capacidade que o concreto autoadensável
possui para se manter coeso e homogêneo após ter fluído ao longo das fôrmas
(ALENCAR, 2013).
Quanto aos materiais utilizados para a elaboração do CAA, estes são na
prática, os mesmos utilizados nos concretos convencionais, porém com maior adição
de finos, quer sejam adições minerais ou fílers e de aditivos plastificantes e
modificadores de viscosidade, sendo que o objetivo de qualquer método de
dosagem é determinar a combinação adequada e econômica dos componentes do
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concreto com vistas a obter um concreto que possa estar próximo daquele que
consiga um equilíbrio entre as várias propriedades desejadas ao menor custo
possível.
São vantagens do CAA:
redução do custo de aplicação por m³ de concreto;
garantia de excelente acabamento em concreto aparente;
permite bombeamento em grandes distâncias horizontais e verticais;
otimização de mão de obra;
maior rapidez na execução da obra;
melhoria nas condições de segurança na obra;
eliminação da necessidade de espalhamento e de vibração;
aumento nas possibilidades de trabalho com fôrmas de pequenas dimensões;
maior durabilidade das fôrmas;
antecipação nas operações de cura;
facilidade no nivelamento da laje (REPETTE, 2008).

Quanto às indicações de uso12:


fundações executadas por hélice contínua;
paredes, vigas e colunas;
parede diafragma;
estações de tratamento de água e esgoto;
reservatórios de águas e piscinas;
pisos, contrapisos, lajes, pilares, muros e painéis;
obras com acabamento em concreto aparente;
locais de difícil acesso;
peças pequenas, com muitos detalhes ou com formato não convencional no
qual seja difícil a utilização de vibradores;
fôrmas com grande concentração de ferragens.

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Disponível em: http://www.mapadaobra.com.br/capacitacao/concreto-autoadensavel-pode-ser-boa-
ideia-para-obra/
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Estamos chegando ao final do módulo introdutório. Vimos detalhes dos tipos


de concreto, aplicações, vantagens e desvantagens. Esse foi o primeiro passo para
escolhermos os caminhos, métodos e materiais para nossas obras de concreto
armado.
Até a próxima!

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

BAZZO, Walter António; PEREIRA, Luiz Teixeira do Vale. Introdução à engenharia:


conceitos, ferramentas e comportamentos. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2006.

PORTO, Thiago Bomjardim; FERNANDES, Danielle Stefane Gualberto. Curso


básico de concreto armado. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

AITCIN, Pierre-Claude. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. São


Paulo: Pini, 2000.

ALENCAR, Ricardo. Concreto alto-adensável ABESC (2013). Disponível em:


http://www.clubedoconcreto.com.br/2013/08/concreto-auto-adensavel-abesc.html

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP). Guia básico de


utilização do cimento Portland. 7.ed. São Paulo, 2002. Disponível em:
http://www.abcp.org.br/cms/wp-content/uploads/2016/05/BT106_2003.pdf

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Cimento Portland CP (RS).


Disponível em: http://www.abcp.org.br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-
cp-rs-resistente-a-sulfatos-nbr-5737/

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Cimento Portland de Alto


Forno CP III (com escória – NBR 5735) (2018). Disponível em:
http://www.abcp.org.br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-de-alto-forno-cp-
iii-com-escoria-nbr-5735/

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6118:2014.


Versão corrigida 07/08/2014. Projeto de estruturas de concreto — Procedimento

BACCIN, A.G.C. Fundamentos do concreto de alto desempenho e sua aplicação no


projeto de pilares. São Carlos: Escola de Engenharia de São Paulo – USP, 1998.
Dissertação de Mestrado.

BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Concreto Protendido. Notas de Aula. Bauru:
UNESP, 2018. Disponível em: wwwp.feb.unesp.br/pbastos

BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. Fundamentos do Concreto Armado – Notas de


Aula. UNESP. Bauru, São Paulo, 2006. Disponível em:
http://www.deecc.ufc.br/Download/TB798_Estruturas%20de%20Concreto%20I/HIST.
pdf

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da-abnt-estabelece-criterios-para-o-uso-de-agua-em-concreto/

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Concreto Armado. Segundo a NBR 6118-2014 - Volume 1. São Carlos: EDUFSCar,
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