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1 INTRODUÇÃO
Cabe informar que no relacionamento com o aluno, o psicopedagogo constitui uma análise
ponderada, que consente levantar uma sequência de proposições precursora de métodos
capazes de criar a situação clínica que promova uma conexão aceitável e apropriada para
aprendizagem. Entretanto, o psicopedagogo ainda trabalha o caráter, a disponibilidade e a
afinidade com a aprendizagem, a fim de que o aluno torne-se o influente de seu processo,
aproprie-se do seu saber, atingindo autossuficiência para sistematizar seu conhecimento e
aperfeiçoar-se na incumbência de uma adequada autovalorização.
Contudo, a Psicopedagogia Clínica tem como desígnio primordial estudar o que não está
acertadamente correto com o sujeito relacionada a sua forma de compreensão com a
aprendizagem e as questões implícitas do não aprender, bem como a intercessão nos problemas
de aprendizagem em crianças, adolescentes e adultos, investigando o entendimento do sistema
de aprendizagem e suas rupturas, a partir da situação desse sujeito e de todas as variáveis que
intercedem nesse processo.
OBJETIVO GERAL
OBJETIVO ESPECÍFICO
· Elaborar e encaminhar a devolutiva da queixa para a direção da instituição para que aja
possíveis encaminhamentos;
A Psicopedagogia por sua vez, não surgiu no Brasil, e nem na Argentina. Pesquisando a
literatura sobre o assunto ressalvado, pode-se constatar que a apreensão com as dificuldades de
aprendizagem teve procedência na Europa, ainda no século XIX
Cabe informar que o termo Psicopedagogia clínica, seguido por Janine Mery, é
empregado para caracterizar uma ação terapêutica que pondera aspectos pedagógicos e
psicológicos no tratamento de crianças que apresentam fracasso escolar. De acordo com essa
autora, tais crianças “experimentam dificuldades ou demonstram lentidão em relação aos seus
colegas no que diz respeito às aquisições escolares” (MERY,1985,p.16)
Vale salientar também, que em fins do século XIX, foi constituída uma junta médico
pedagógica pelo educador Seguin e pelo médico psiquiatra Esquirol. A partir daí, a
neuropsiquiatria infantil passou a se ocupar dos problemas neurológicos que afetam a
aprendizagem (cf. MERY, 1985,p.11).Contudo, nesse mesmo período, Maria Montessori,
psiquiatra italiana, designou um método de aprendizagem destinado inicialmente às crianças
diferidas. Depois, o método Montessori foi estendido a todas as crianças, sendo hoje empregado
em diversas escolas.
Scoz (1994) afirma que ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus padrões
de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo. A clínica psicopedagógica
corresponde a um de seus campos de atuação, cujo objetivo é diagnosticar e tratar os sintomas
emergentes no processo de aprendizagem. O diagnóstico psicopedagógico busca investigar,
pesquisar para averiguar quais são os obstáculos que estão levando o sujeito à situação de não
aprender, aprender com lentidão e/ou com dificuldade; esclarece uma queixa do próprio sujeito,
da família ou da escola.
Diante dessa perspectiva a psicóloga juntamente com a assistente social nos relatou o
contexto histórico de cada família dos nossos alunos de estudo, os quais denominamos um de
T.S e outro de Y.C, salientando todas as suas dificuldades de aprendizagem e de
comportamentos fora e dentro da escola.
Em relação a Y.C, nos deparamos com um caso bem diferente, pois a criança não mora
com seus pais, e nem tampouco com seus avós, e sim com sua tia, irmã, da sua avó materna.
Diante disso, analisamos que as influências que ocorrem em favor das DA dessas
crianças, são ocasionadas pela falta de afetividade, devido a ausência dos seus pais
proporcionando uma desestrutura familiar e um péssimo rendimento não só escolar como em
suas atitudes comportamentais.
Segundo Coutinho e Moreira (2004), a criança quando nasce é direcionada por instintos,
através desses instintos ela procura somente sua satisfação. Entretanto, ela já é capaz de
reconhecer autoridades acima dela, isto é, pessoas que vão ajudá-la no decorrer do
desenvolvimento, de sua aprendizagem.
Por isso, deve-se incentivar a criança, na construção de sua independência. A participação dos
pais é de suma importância nesse processo. Percebe-se que os mais importantes nesse
processo são os pais, que não incentivam para essa independência e mais tarde querem cobrar
dos filhos. Como você pode cobrar algo de alguém sendo que nem houve ensinamento de
atitudes comportamentais.
E como afirma Zorzi (2003,p.13) “ o que se quer reforçar é o fato de que a possibilidade
de uma criança crescer e viver em um meio no qual a língua oral e escrita faz parte do dia a dia é
um fator determinante do sucesso de sua aprendizagem”.
O presente estudo fundamenta-se nas teorias desenvolvidas por Jean Piaget, Jorge
Visca e Nádia Bossa, idealizadas na busca incessante de mudanças significativas e urgentes do
trabalho de intervenção psicopedagógico no âmbito escolar.
Partindo desse pressuposto a visão psicopedagógica salienta que para aprender são
necessárias as seguintes condições: afetivas para se vincular a ele, criativas para colocá-lo em
prática e associativas para socializá-los, para que a aprendizagem e prazer possam fazer parte
da mesma unidade, a integração do próprio aprendiz e a interdisciplinaridade são condições
essenciais.
“Segundo Piaget (1975), por meio do jogo a criança assimila o mundo para atender seus
desejos e fantasias. O jogo segue uma evolução que se inicia com os exercícios funcionais,
continua no desenvolvimento dos jogos simbólicos, evolui no sentido dos jogos de construção
para se aproximar, gradativamente, dos jogos de regras, que dão origem à lógica operatória.
Segundo o autor, nos jogos de regras existe algo mais que a simples diversão e interação, pois
eles revelam uma lógica diferente da racional”. gradativamente, dos jogos de regras, que dão
origem à lógica operatória. Segundo o autor, nos jogos de regras existe algo mais que a simples
diversão e interação pois, eles revelam uma lógica diferente da racional”
T.S é uma criança de 05 anos, de sexo feminino, natural de Itabuna- Bahia, mas que
veio ao mundo de uma gravidez indesejável, mamou apenas um mês, pois sua mãe negou-lhe a
mama, durante o período da gestação ocorreram bastantes quedas, seguidas de desmaios, mora
aos cuidados da avó materna, pois seus pais são separados devido a conflitos constantes,
principalmente porque sua mãe é bastante agressiva e desequilibrada, incapaz de relacionar-se
com a própria família.
Cabe salientar que T.S pertence a uma classe financeiramente baixa, vivendo apenas do
bolsa família, e apesar de T.S conviver com todo esse contexto histórico familiar conturbado, ela
é uma criança aparentemente alegre, espontânea na fala, só chora às vezes quando não cedem
aos seus caprichos, apresenta um curto tempo de concentração sendo considerada uma criança
incansável, na alimentação não consegue alimentar-se sozinha, fazendo muitas bagunças,
apresenta em alguns momentos atitudes destrutivas em relação ao material escolar, se submete
apenas a regras, determinadas pela avó, é dependente de remédios calmantes para dormir, não
é organizada diante das tarefas propostas pelo professor e pelo psicopedagogo.
Questionando T.S descobrimos que a sua preferência era estudar e brincar juntamente
com seu irmão, o qual estuda na mesma sala de aula dela, quanto ao uso alimentar, ressaltou
que sua preferência era ovo e macarrão, e que detestava carne por ser um alimento ruim e
afirmou que é de búfalo. Entretanto perguntamos sobre suas brincadeiras prediletas, e ela
respondeu que adorava brincar de boneca, de areia e principalmente desenhar arco-íris,
percebemos que a criança sente-se feliz em compartilhar tudo o que ela ganha com seu irmão,
então aproveitamos a oportunidade e salientamos também sobre a existência dos seus pais ,e ela
respondeu que eram pais separados e briguentos, sendo o pai residente em Olivença e a mãe
em Itapé.
Contudo, ficamos surpreendidas com as respostas de T.S, pois devido a sua idade e a
baixa estrutura familiar não esperávamos que ela respondesse com tanta veemência os nossos
questionamentos o quais foram muito proveitosos para o desenvolvimento do estágio.
Salienta-se também que do ponto de vista emocional dessa criança , ora apresenta-se
passiva ; ora agressiva e que também é uma criança carinhosa e curiosa. Na fala observamos
uma extrema troca de letras , onde gagueja frequentemente, e se esforça muito para falar ,
respondendo todos os nossos questionamentos com muitas dificuldades.
Contudo, é importante informar que Y.C apresenta também algumas atitudes a serem
relatadas como: adora roer unha , quando está bastante nervoso, tem medo de dormir sozinho,
tem sono muito agitado, faz xixi na cama , assim sendo, tem um excelente relacionamento na
escola e na família , e sempre reage como líder de cada grupo acima citado.
De acordo com a visão da psicóloga Maria Angélica Hartmann Graff , “Roer unhas não
caracteriza um transtorno psicológico, penso que seja a expressão de alguma desordem ansiosa.
O indivíduo não consegue expressar o que sente, tem vergonha, medo, não sabe como falar ou o
que fazer, a ansiedade toma conta e as unhas estão aí para de certa maneira aliviar essa
ansiedade. Pode ser um ato de controle, por exemplo, de impulso, a pessoa está com raiva de
alguma situação e não pode falar, roendo as unhas consegue controlar o impulso e acaba não
expressando o sentimento na via adequada que seria a da fala. Pelo contrário, acaba se
prejudicando ou não dependendo da situação (em algumas discussões é melhor se calar
mesmo).”
Gokhale (1980) diz que a família não é somente o berço da cultura e a base da
sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança vai
servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo escolar. A família tem sido, e
será, a matriz mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
Partindo do contexto familiar de Y.C, constatamos que na declaração feita por sua tia, a
qual adotou-lhe como filho, compreendemos que as dificuldades de aprendizagem detectada na
criança está relacionada a várias consequências existentes na família como: primeiro sua mãe
negou-lhe afeto, seu pai teve dúvidas, sobre a paternidade exigindo até DNA, mas logo em
seguida desapareceu sem dá notícias, e comprovou-se que o mesmo era usuário de drogas
ilícitas, vindo a óbito, segundo fontes seguras.
Vale relembrar que durante o percurso da entrevista, a tia de Y.C explicitou que a mãe
da criança apresenta um alto grau de distúrbio da fala, gaguejando frequentemente, pouco se
relaciona com o filho e chegam até a discutir como se não houvesse vínculo materno.
Organizamos nossa caixa de acordo com as idades das crianças, a cultura e com os
materiais necessários exigidos com a intencionalidade de investigar o modelo de aprendizagem
do sujeito tais como: folhas de ofício tamanho A4, borracha, caneta, tesoura, régua, livros, cola,
lápis, massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, e quebra-cabeça .
Para Visca, a EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados. Consiste
em solicitar ao sujeito que mostre ao entrevistador o que ele sabe fazer, o que lhe ensinaram a
fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa, após a
seguinte observação do entrevistador: "este material é para que você o use se precisar para
mostrar-me o que te falei que queria saber de você" (VISCA, 1987, p. 72).
Chegando a hora do jogo iniciamos tanto com T.S como com Y.C utilizando os mesmos
materiais simbólicos. Colocamos dentro de uma caixa, elementos diferenciados com
características: para desenhar, recortar, pegar, olhar, ler, escrever, colocamos também diferentes
elementos com a mesma finalidade, tais como : cola, câmera fotográfica de brinquedo, hidrocor,
tintas guache , entre outros, possibilitando o desdobramento do sujeito. Usamos papéis de ofício
de variadas cores , objetivando investigar a dinâmica e a estrutura realizada pelas crianças.
Segundo (PAIN, 1985) pode-se aplicar a técnica denominada a Hora do Jogo, até a
idade de 9 anos . Para jogar é necessário ter um espaço transicional, um espaço de confiança, de
criatividade, o mesmo espaço que se precisa para aprender.
Síntese de T.S: Direcionou-se até a caixa, olhou entusiasmada o que tinha dentro dela e
iniciou manuseando uma câmera de brinquedo, a qual apresentava imagens de animais quando
direcionava para a parede, logo em seguida abriu três potinhos de tinta guache e resolveu criar
um desenho diferente, mas para nossa surpresa, ela usou as tintas de uma só vez, criando o seu
desenho artístico. Percebemos algumas características como: apresenta dificuldades em manter
a atenção em tarefas ou atividades lúdicas, parece não escutar algumas vezes quando lhe
dirigem a palavra, não segue instruções e não termina seus deveres escolares, afirmando está
cansada, tendo um comportamento de oposição ou incapacidade de obedecer as instruções
propostas pelos seus mestres.
Recursos disponibilizados: lápis novo sem ponta, apontador, borracha, régua, caneta, folhas A4
coloridas, lápis de cor (madeira, cera ), hidrocor, massa de modelar e tinta guache.
Consigna: Para cada aluno solicitamos que desenhasse o que desejasse espontaneamente.
Logo após o desenho executado por eles, pedimos que cada um no seu devido momento de
sessão contasse o que desenharam.
Execução de T.S: Ela desenhou a seguinte subsequência: Desenhou a família, mas não coloriu,
abaixo de um arco-íris com as cores, verde e amarelo, logo abaixo da folha , desenhou ela
própria , e um sol feito com um pedaço de massa de modelar de cor laranja, e acrescentou seu
nome no final. Todavia pegou outra folha e novamente desenhou-se pintando o desenho na cor
roxa.
Observação T.S: Desenhou na horizontal; a postura é adequada; mas para o lado esquerdo
utiliza lápis de cor de madeira nas cores verde e amarelo; usa folha A4 rosa, lápis, apontador (faz
a ponta do lápis na cadeira, joga o lixo no chão) e borracha; não faz muita pressão no lápis, não
deixa o verso da folha, braço correto; desenha o sol indicando que é dia; colocando nuvens e
arco-íris, o tamanho total do desenho é médio, ocupando quase toda a folha; os tamanhos dos
objetos são sempre pequenos e médios; o distanciamento dos objetos é próximo; a posição do
desenho na folha é expandido; se recusa a desenhar, diz que está cansada de desenhar ;
Relatou que fez as nuvens porque ia chover , e o arco-íris porque o achava muito bonito.
Escreveu no rodapé da folha do lado direito seu nome com letra cursiva maiúscula e
minúscula , acentuou corretamente ; apresentou má coordenação fina, e utilizou letras de
tamanhos iguais na mesma palavra.
Execução de Y.C : Desenhou a família sem colorir, em seguida desenhou o sol já colorindo,
abaixo desenhou uma casa afirmando ser sua própria casa, também colorindo, e no rodapé da
folha escreveu seu nome completo, em seguida utilizou uma outra folha de cor diferente
desenhando novamente o sol , depois uma lua, abaixo o pai, uma quadra de esporte com várias
bolas e mais abaixo da folha desenhou sua família e no rodapé novamente seu nome.
Observação Y.C : O aluno desenhou mais do lado esquerdo da primeira folha, enquanto que na
segunda folha desenhou levando mais para o lado direito, utilizou lápis de cor de madeira nas
cores azul e amarelo; usa folha A4 rosa, e verde, utilizou figuras geométricas como o círculos e o
quadrado, lápis, apontador (faz a ponta do lápis na cadeira, joga o lixo no chão) e borracha; não
faz muita pressão no lápis, braço curvo; desenhou o sol próximo da lua; o tamanho total do
desenho é grande, ocupando toda a folha; o tamanho dos objetos foram grandes, médios e
pequenos ; houve um distanciamento entre pessoas e objetos e somente o sol e a lua ficaram
próximos; se recusa a desenhar, afirmando que não sabia desenhar.
Enfim é importante informar que as provas projetivas formuladas por Jorge Visca
objetivam verificar a rede de vínculos que o sujeito possui diante de três domínios distintos:
familiar, escolar e consigo mesmo.
A aplicação das provas operatórias tem como objetivo determinar o nível de pensamento
do sujeito realizando uma análise quantitativa, e reconhecer as diferenças funcionais realizando
um estudo predominantemente qualitativo. (VISCA, 2008 )
· O raciocínio lógico;
· Ampliar o vocabulário;
Sendo assim, questionamos sobre as cores de cada peça, onde ela acertou todas as
cores, depois solicitamos que ela juntassem as peças que tivessem as mesmas cores, e
novamente acertou, consequentemente pedimos que juntasse as peças que fossem parecidas,
mas a mesma acertou somente algumas afirmando que estava cansada.
Cabe salientar que a contação de histórias por ser uma possível ferramenta
psicopedagógica, resgata a construção da aprendizagem das crianças, fazendo parte das suas
vidas, desde pequeninos, quando os pais e os avós, narram aventuras que as vinculam a mundos
fantasiosos, formando crianças leitoras, despertando o imaginário, dando asas as imaginações,
proporcionando momentos de alegria, risos, tranquilidade e até mesmo de emoções.
Soares (2001, p.37), explica que quando as pessoas aprendem a ler e escrever, quando
participam de práticas sociais de leitura e escrita elas se tornam diferentes, mudam seu estado e
condição, isto é, não são as mesmas de antes, quando não sabiam ler e escrever. A apropriação
da escrita faz com que as pessoas mudem seu lugar na sociedade, sua relação com as pessoas
e inserção na cultura, isto é, modificam a forma de viver. Além de tudo isso, a leitura e escrita
ainda transformam os aspectos cognitivos, as pessoas passam a ter controle sobre o que falam,
ampliam o vocabulário e modificam a condição linguística.
Colocamos dois cordões de seda de tamanhos diferentes, paralelas sendo que A maior
(>) que B(<). A partir de um livro, só com imagens, solicitamos que a criança narrasse uma
historia a partir das imagens proposta no livro. No final, fizemos a seguinte pergunta: Quem
chegou primeiro ? Chapeuzinho ou o lobo?
Ao realizarmos o teste com a menina, percebemos que ela demonstrou-se uma pouco
desconcentrada, mas de acordo com sua faixa etária de idade, sua contação de história,
evidenciou um QI bastante desenvolvido, sendo capaz de relatar a história com muita criatividade
e muita imaginação, afirmando que chapeuzinho foi quem chegou primeiro.
2.6.2 Relato do Desempenho de Y.C
Ao realizarmos o teste com o menino observamos que ele obteve uma ótima
concentração, apresentando uma boa organização de pensamento, enquanto que na linguagem
oral apresenta inúmeros problemas devido a sua dificuldade apresentada na fala, mesmo assim
compreendemos a sua narrativa afirmando que quem chegou primeiro foi o lobo.
Objetivo - Fazer com que a criança se familiarize com as diferentes formas geométricas e comece
a desenvolver o trabalho de composição e harmonia.
Ao iniciarmos essa sessão apresentamos a T.S uma caixa com o um jogo educativo
chamado “Mosaico” e solicitamos a mesma que abrisse a caixa observando todos os detalhes
nela contido. Em seguida, pedimos a criança que realizasse alguns desenhos que estavam
disponíveis na caixa e ela desempenhou-se com tranquilidade fazendo um barco, uma pipa e
usou duas peças em forma de triângulo transformando-a segundo ela, em quadrado, todavia
perguntamos sobre as cores e as formas, sendo que as cores ela acertou, mas as formas
somente algumas.
Contudo, pedimos a T.S que contasse as peças e que depois arrumasse-as dentro da
caixa com bastante organização, entretanto ela colocou as mãos sobre a cabeça ficando por
alguns minutos em silêncio e repentinamente, ergueu a cabeça afirmando está cansada, mas
mesmo assim resolveu guardá-los, mas de forma desorganizada.
Dispomos na mesa uma caixa de massa de modelar de variadas cores, onde utilizamos
duas cores diferentes para fazermos duas bolas com diâmetros diferenciados, e perguntamos a
criança qual a maior e qual a menor, mas a criança não foi capaz de estabelecer um grau de
pensamento conservativo, ou seja, oscila seu raciocínio entre a quantidade e o tamanho da
matéria, sendo assim, propomos a criança que criasse qualquer desenho, e ela misturou todas as
cores fazendo uma enorme bola, repartindo-a em vários pedaços, afirmando que iria dividir entre
ela, seu irmão e os seus primos. Todavia retirou-se da sala da sessão para fazer a entrega onde
se encontrava as outras crianças, e em seguida retornou ao local da sessão com apenas seu
pedaço da massa de modelar afirmando que levaria para casa.
Iniciando a sessão com o menino, também expomos a caixa sobre a mesa e solicitamos
que ele criasse o desenho que fosse da sua preferência, e ele pegou primeiramente as cores
laranja e preta, onde confeccionou um animal, dando-lhe o nome de cobra e afirmou ser de
verdade. Ressaltou-nos que não tinha medo de cobra, e se alguma aparecesse na sua frente,
imediatamente pegaria um facão e lhe cortaria o rabo para que o animal não o mordesse.
Prosseguindo a atividade proposta, o menino novamente confeccionou uma nova cobra, mas
agora utilizando apenas uma cor, sendo a rosa, contudo afirmou que essa seria mais bonita do
que a primeira cobra, e assim fez uma linda cobra de massa de modelar.
2.9 JOGOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO E PERCEPÇÃO VISO-MOTORA
Na frente da criança foi colocada uma caixa de jogo cujo nome é “Pequeno Engenheiro”,
e solicitamos que ela observasse o desenho na tampa da caixa e logo após pudesse montar
espontaneamente o que desejasse, e a criança deu inicio a construção de uma cidade colocando
as peças em sentido plano sobre e mesa, mas sempre querendo parar. Todavia com muito
carinho e motivação pedimos que ela continuasse a montagem, e assim, deu continuidade, e logo
após, perguntamos sobre uma peça diferenciada que havia no jogo e ela afirmou dizendo ser
uma igreja, devido ao formato da porta e do relógio ali existente, pedimos também que ela nos
mostrasse todas as janelas que estivessem abertas e também as fechadas e ela nos mostrou
tranquilamente. Em seguida interrogamos, à respeito da diferença entre sua casa verdadeira e a
construída por ela, nos respondendo que a sua verdadeira casa é bem mais bonita.
Na frente da criança, expomos sobre a mesa uma caixa contendo várias peças e
solicitamos que a mesma montasse um desenho de sua preferência, rapidamente pegou as
peças construindo uma casa em sentido horizontal, logo após, a casa desmontou-se, e
novamente ele refez seguramente, separando peça por peça, sendo: carro e moto em garagens e
ao lado uma linda árvore , casas com telhados, portas e janelas nos seus devidos lugares, e
depois de tudo pronto, disse que iria nos presentear com essa linda construção.
Colocamos dois copos cilíndricos transparentes sobre a mesa e pedimos à criança que
observasse e nos ajudasse a medir a quantidade de água, de forma que ficassem iguais nos dois
recipientes A e B, e logo em seguida tentasse colocar o mesmo volume no recipiente B, e
perguntamos; em qual deles havia mais água.
Nessa sessão, colocamos as peças do dominó com as imagens viradas para baixo no
centro da mesa, em seguida pedimos que a mesma pegasse uma peça por vez desvirando-as
fazendo pares e sequenciando de acordo com suas respectivas cores.
A criança apenas desconhece a cor lilás, mas compreende que existe uma sequência
ordenada de pares, organizando-as de acordo com sua percepção visual e a sua capacidade de
observação.
Objetivo: Avaliar a percepção da criança frente aos diferentes objetos e observar a noção de
quantidade na visão da mesma.
Critério de aplicação: Para tornar um prova mais atrativa utilizamos uma linguagem bastante
compreensível aos padrões da criança, e também usamos imagens bem ilustradas condizente a
sua faixa etária.
Dando início a sessão ordenamos em cada lado da mesa os números, uns adaptados
em joaninhas com pregadores e outros existentes nos números móveis, em seguida solicitamos a
criança que pegasse primeiramente o número da joaninha que correspondesse a sua idade, e
pregasse sobre o número móvel, mas ele não acertou a pergunta, mesmo sendo o número 05
condizente a sua idade, assim sendo, continuamos a sessão perguntando os demais números,
sendo eles de 0 a 9 e ele não conheceu número algum, trocando um pelo outro
Contudo a criança não soube distinguir um número do outro, mas sabe contar de 01 até
11 mesmo apresentando dificuldades na contagem.
Segundo Castillo (1999), para que a criança faça uso da leitura e escrita, tornam-se
necessárias algumas habilidades, tais como: discriminação visual; discriminação auditiva;
memória visual e auditiva; coordenação motora; coordenação motora fina; conhecimento do
esquema corporal; orientação espacial; atenção seletiva; domínio da linguagem oral;
diferenciação entre letras e outros símbolos; cópia de modelo e memorização de relatos curtos,
canções infantis, versos de rima fácil.
Contudo, podemos afirmar que essa criança têm dificuldades com as letras,
primeiramente, devido a sua idade, estando em fase de desenvolvimento, e segundo a hipótese
de Emília Ferreiro essa dificuldade acontece porque ele ainda não compreendeu a função da
escrita e ainda confunde a escrita com desenhos.
Vale salientar que para a reconstrução de suas hipóteses quanto escrita e leitura,
sugerimos a exploração dos conhecimentos já atingidos por T.S com elogios, felicitações por
suas realizações e estímulo para tentar fazer de formas diferentes. O mister do lúdico nessa fase
da vida é de ampla proficuidade, pois as crianças nessa faixa etária fazem agregações, entre o
fantasioso e o real, então jogo de adivinhações, alfabeto móvel, recorte, música, dramatizações,
fantoches, entre outras atividades motivadoras, perpetrarão com que se divertindo ela possa
aprender e que tal aprendizagem seja de fato expressiva, porque dessa maneira ela própria
construa o seu conhecimento.
É importante ressaltar que para a reconstrução de suas hipóteses quanto às suas dificuldades
na escrita e na leitura, sugerimos a exploração dos conhecimentos já apreendidos por Y.C com
bastante prudência, elogiar por suas realizações e extremo estímulo com ludicidade para tentar
fazer de forma diferente, evitar que aja bullying, primordialmente na sua escola regular, porque
essa considerada agressão física e verbal também pode ocasionar um grande problema
psicológico na criança ocasionando sérias consequências na sua aprendizagem.
Vale salientar que no decorrer da analise feita com T.S constatamos que ela é uma criança que
não se concentra, pois nunca terminava uma atividade proposta sem que tivéssemos que
convencê-la a retornar às tarefas, em relação às habilidades perceptivo-motoras, não apresenta
dificuldades na audição ou visão, convive sem afeto por parte da sua mãe, tem carinho do pai
somente quando ele aparece, fazendo parte de uma família totalmente desestruturada,
demonstra-se ser muito carente, pois chora por qualquer motivo, mas tem um imaginário bastante
avançado para sua faixa etária.
Contudo, conclui-se que em relação às provas operatórias de Piaget, parte delas, a paciente
apresentou resultados acima do esperado para sua idade.
Em relação a analise feita com Y.C constatamos que ele apresenta muitas dificuldades de
aprendizagem principalmente por causa da sua fala, pois não consegue soletrar vocábulos e
devido a isso não diferencia vogal de consoante, e em relação às habilidades perceptivo-motoras,
não apresenta dificuldades na audição ou visão, concentra-se muito bem nas atividades, convive
com bastante afeto, mas não há colaboração nas atividades educacionais por parte da família.
Diante dos atendimentos realizados, pode-se observar que o paciente possui dificuldades
quanto à competência linguística, apresentando leitura precária , dificuldades na escrita das
palavras, e trocas de diversas letras diante das tarefas propostas.
Entretanto, conclui-se que em relação às provas operatórias de Piaget, parte delas o paciente
apresentou resultados abaixo do esperado para sua idade.
Cabe informar que os fundamentais aspectos trabalhados com as crianças foram: Área
Emocional, Área Cognitiva, Área Perceptivo-Motora, sendo que na área emocional foram
trabalhadas várias técnicas como: observação do comportamento das crianças através de
desenhos e enfrentamento das situações novas. Na área cognitiva, as crianças demonstraram
através das avaliações das provas Piagetianas, onde os seus desenvolvimentos se encontram
dentro do esperado de acordo com suas idades cronológicas, no entanto, em alguns momentos
apresentaram oscilações. Intervimos em linha reta relacionada à alfabetização, trabalhando todas
as letras do alfabeto até a compreensão de sucintos textos. Quanto à área perceptivo-motora
foram desenvolvidas várias técnicas: investigação da leitura e da escrita, (EOCA), porém nesta
área diante dos procedimentos empregados apenas uma das crianças apresentou déficits de
competência de leitura e escrita, sendo necessárias mais intervenções na questão da
alfabetização, sendo Y.C.
Em relação a Y.C, sugerimos que ele seja encaminhado para uma fonoaudióloga, pois
sua maior dificuldade encontra-se na sua fala, impedindo seu desenvolvimento na sua
aprendizagem, entretanto, podemos assegurar que na área cognitiva, ele não apresenta
alterações relacionada à sua atenção, memória, antecipação, classificação e percepção; poucas
dificuldades nas relações espaço-temporais, mas apresenta dificuldades em conceitos de
números – que evidencia um estágio de pensamento operacional-concreto inicial com predomínio
no intuitivo; deficiências quanto à competência linguística, pois não identifica vogais, não
reconhece as consoantes, e não faz relação entre grafema e fonema, apresentando leitura e
escrita no nível pré-silábico nível 1. Todavia no nível emocional não foi percebido sentimentos de
desconfiança, desproteção, abandono, apenas tem medo de dormir sozinho e tem enurese
noturna.
Desta forma, foram realizadas onze (11) sessões psicopedagógicas com as crianças, e
com o objetivo de aprimorarmos ainda mais os nossos conhecimentos relacionados às
dificuldades apresentadas pelas crianças, acompanhamos T.S juntamente com sua avó numa
consulta médica com o especialista em psiquiatria Josicélin Fonseca na cidade de Barro Preto
Bahia, com intuito de detectarmos informações que pudéssemos obter êxito; a cerca de
determinados assuntos, bastante pesquisados e explorados, proporcionando um estudo
minucioso e de sensibilização para um resultado satisfatório e significativo, ampliando ricamente
nosso leque de conhecimentos na área psicopedagógica, tanto no âmbito pessoal, como no
profissional, mostrando-nos assim que “Psicopedagogia” não é estática no tempo, e sim acreditar
que o aprendizado está em constante mudança.
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