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XXVI SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Desafios da Engenharia de Produção no Contexto da Indústria 4.0
Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de novembro de 2019
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1. Introdução
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cursos de ação que garantam resultados superiores da experiência emocional. Assim, uma
emoção uma vez ativada, pode ser substituída por uma emoção oposta de mesma intensidade.
As tentativas de definir um conjunto de emoções comuns a todos os seres humanos,
mostraram-se infrutíferas, e, assim, modelos de regulação emocional tem adotado sua própria
abordagem (PLUTCHIK, 2002; SCHERER, 2005; FONTAINE et al., 2007; YIK et al.,
2011), modelos que, no entanto, não evoluíram suficientemente bem para serem tomados
como base para a elaboração de um instrumento tecnológico para gestão de clima
organizacional, o que nos leva a perguntar: “Como seria o modelo ideal, com base no qual,
seja desenvolvido um instrumento tecnológico dedicado a gestão de clima organizacional?”.
Assim, esta pesquisa propõe uma abordagem teórica-conceitual dedicada a conceber
um modelo de regulação emocional, a partir do qual, indivíduos sejam capazes de regular suas
emoções, num padrão mais adequado ao alcance de seus objetivos, assim como, gestores
sejam capazes de promover um clima organizacional mais positivo.
Como resultado, surgiu o Modelo de Navegação Emocional, dedicado à identificação
de espectros de emoções localizados no tempo, assim como, do mecanismo de navegação
emocional e ações a serem empreendidas, na busca por um estado emocional mais promissor.
Evita-se assim, a destruição de relações afetivas que devem ser preservadas, assim
como a destruição de relações afetivas decorrentes de ciclos perniciosos que devem ser
rompidos, visto que, segundo Arantes (2002), relações afetivas constituem-se no elemento
básico da afetividade humana, que, pode ser tratada como uma dimensão do psiquismo
humano que compreende um conjunto, complexo e dinâmico, de características particulares
voltadas à valoração que se atribui a pessoas, objetos ou experiências, afetando seu
funcionamento.
Esta pesquisa está organizada em Introdução, Procedimentos Metodológicos,
Referencial Teórico, Desenvolvimento, Considerações finais e Referências Bibliográficas.
2. Procedimentos metodológicos
Marshall (2003) afirma que a ciência, mais do que apenas confirmar e repetir teorias e
modelos já consolidados, deve promover novas formas de pensar, de compreender o mundo,
contribuindo desta forma, para sua evolução, visto que o conhecimento científico, de acordo
com Lakatos e Marconi (2010), constitui-se em conhecimento falível, visto que não seja
definitivo, absoluto ou final, mas aproximadamente exato, o que torna o embasamento teórico
válido e a abordagem teórica, um método científico, definido pelos autores como “o conjunto
das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite
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3. Referencial Teórico
Com vistas a maior compreensão das ideias a serem discutidas nesta pesquisa e correta
fundamentação dos conceitos envolvidos na elaboração do modelo proposto, serão abordados
a seguir, importantes temas que darão sustentação ao presente trabalho.
3.1. Classificação das emoções
Damásio (2013) classifica as emoções em três categorias: emoções primárias (ou
universais), secundárias (ou sociais) e de fundo (ou sentimentos).
Emoções primárias envolvem disposições inatas para estímulos, que são respondidos
por processos automáticos. Emoções secundárias são aprendidas e associadas a respostas
passadas, sendo passíveis de análise e avaliação. Emoções de fundo cristalizam-se sob certas
condições de estado interno engendradas por processos físicos contínuos e/ou por interações
com o meio, causando reações de bem-estar ou mal-estar, expressas pela fisiologia,
resultantes de experiências vivenciadas, conflitos internos, conscientes ou não, conforme
acarretam satisfação ou inibição de impulsos, gerando movimentos de aproximação ou
retraimento, cooperação e competição, que ao se tornarem frequentes ou contínuos,
transformam-se em estados de ânimo (ou humores).
As emoções podem ser classificadas por seu caráter funcional, podendo ser negativas
quando associados à fuga, recuo e distanciamento, favorecendo relacionamentos e positivas
quando se vinculam à atração, aproximação e envolvimento (NIVEN et al., 2012).
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4. Desenvolvimento
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ânimo que tendem à depressão, com riscos de angustia e hostilidade, enquanto a “ética do
cuidado”, que segundo os mesmo autores, sustenta-se na perspectiva do “outro concreto”,
uma vez que atenta para as singularidades, necessidades e desejos dos sujeitos, orienta as
emoções construtivas, ainda que exijam cuidado, visto que podem se estabilizar em estados de
ânimo que tendem ao otimismo exacerbado, com risco de comodismo e passividade.
Espectros associados ao ressentimento (associado ao passado), ao esgotamento, à
negligência/violência (associados ao presente) e à ansiedade (associada ao futuro),
estados de ânimo limitantes, típicos de quadros de depressão, encerram riscos de
hostilidade e angústia, relacionados a altos índices de violência e suicídio
(APÓSTOLO, 2011; GROSS e THOMPSON (2007); CONNER et al., 2001; REZENDE e
DERCHAIN, 2005; SOARES et al., 2004).
O ressentimento parte de uma decepção, evoluindo para a tristeza e se
cristalizando num sentimento de mágoa e/ou culpa. O esgotamento parte de uma
frustração, evoluindo para irritação e se cristalizando num sentimento de insatisfação.
A negligência/violência parte de raiva, evoluindo para a aversão e se cristalizando num
sentimento de indiferença. E a ansiedade parte do medo, evoluindo para o pavor e se
cristalizando num sentimento de incerteza.
Espectros associados à espontaneidade (em contrapartida às situações do passado),
à serenidade e esperança (em contrapartida às situações do presente) e à segurança (em
contrapartida as situações do futuro), estados de ânimo potencialmente limitantes ao
longo do tempo, típicos de quadros de otimismo, encerram o risco de comodismo e
passividade (SHAROT, 2012; HECHT,2013).
A espontaneidade parte de uma estranheza, evoluindo para a alegria e se
cristalizando num sentimento de acolhimento. A serenidade parte de uma surpresa,
evoluindo para calma e se cristalizando num um sentimento de satisfação. A esperança
parte do interesse, evoluindo para admiração e se cristalizando num sentimento de
expectativa. E a segurança parte do alerta, evoluindo para a cautela e se cristalizando
num sentimento de tranquilidade.
Isso não significa que estes hemisférios, assim como qualquer outra dimensão ou
perspectiva humana, devam ser interpretados como separados ou em oposição, mas ao
contrário, devem ser considerados como indissociáveis e complementares um do outro, em
constante inter-relação, podendo ser separados apenas para efeito de estudo (ARÁUJO, 2003).
O modelo não se constitui em uma versão final e acabada de como as emoções
primárias evoluem para secundárias e destas para emoções de fundo, mas uma sugestão ,
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que talvez não faça completo sentido para todos os indivíduos, podendo, portanto, ser
customizado diante das percepções individuais, desde que seja mantida a estrutura
original, em especial no que tange aos estados de ânimo e mecanismos de navegação,
lembrando-se de que a navegação deve acontecer entre emoções de mesma intensidade.
A dinâmica da navegação emocional expressa pelo modelo considera as
estratégias de regulação emocional propostas por Gross (2001), partindo da
compreensão das especificidades da situação e das respostas emocionais prováveis, evolutivas
dentro do espectro ou no espectro oposto a ele (estratégia de seleção da situação), ações
mobilizadoras relativas ao mecanismo de navegação emocional adotado e às alterações da
situação, do contexto em que se insere e do estado emocional (modificação da situação e do
foco atencional), além da ressignificação da situação e o aumento da capacidade de lidar com
este desafio, com a melhoria da qualidade e intensidade da resposta emocional subsequente
(modificação da cognição), ainda que sejam necessárias, em caráter temporário, medidas de
modulação da resposta emocional, evitando-se assim, os malefícios da supressão emocional.
Nesta dinâmica, mecanismos de navegação emocional devem ser acionados por
meio de ações mobilizadoras, que podem promover a alteração do estado emocional de
um espectro a outro, oposto a ele, ou até dentro do mesmo hemisfério.
No hemisfério inferior, para situações do passado associadas ao ressentimento
(GROSS e THOMPSON, 2007; GONÇALVES, 2013), são indicadas ações recuperadoras,
que promovam o perdão (para superar decepção, tristeza e mágoa/culpa, a despeito dos
sentimentos). Para situações do presente associadas ao esgotamento (FELDMAN et al.,
2014), são indicadas ações de graças, que promovam a gratidão (para superar frustração,
irritação e insatisfação, a despeito das circunstâncias). Para situações do presente
associadas a negligência/violência (GIL e FERNANDES, 2011), são indicadas ações
compassivas, que promovam a compaixão (para superar raiva, aversão e indiferença, a
despeito das injustiças). Para situações do futuro associadas à ansiedade (MARGIS et
al., 2003), são indicadas ações preventivas, que promovam a confiança (para superar
medo, pavor e incerteza, a despeito das inseguranças).
No hemisfério superior, para situações ilusórias associadas à espontaneidade
(ECKHART, 2004; BRANDEN, 2009; BINGEMER e PINHEIRO, 2016; BROWN,
2016), são indicadas ações elucidativas, que promovam o realismo (para escapar do
ciclo de decepção e acolhimento, com respeito aos sentimentos). Para situações
ilusórias associadas à serenidade (RAFAEL,2012), são indicadas ações indagativas, que
promovam a indagação (para escapar do ciclo de frustração e satisfação, com respeito
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5. Considerações finais
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