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Porque “você é mais vítima da história por não conhecê-la do que por conhecê-la”.
Partindo dessa máxima desse nosso irmão, demos início ao nosso dossiê sobre este
que foi, e é, um dos estudiosos Africano-centrados mais, por assim dizer,
pragmáticos, que buscou soluções práticas para as nossas questões, um verdadeiro
‘Modelo para o Poder Preto’ (este, aliás, é o nome de um de seus muitos livros).
Esta é a primeira dentro de uma série de 9 postagens. Bora lá? Vai, segura o rojão!
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E tudo que você faz, seja como você olhe para o mundo, e se relaciona com outros
povos no mundo, seja como interprete o mundo, a forma como você mexe o corpo,
a forma como fala, É RESULTADO DA TUA EXPERIÊNCIA HISTÓRICA. Quando
falamos sobre o chamado dialeto preto, a forma como pretos falam, não é
meramente a forma como nós nos comunicamos entre nós. A forma como falamos,
as palavras que usamos, os tons das nossas falas, refletem uma história. Só em falar
com nossas crianças se transmite uma história a elas. Não importa o que você diga,
a tua voz, representa uma experiência histórica.
Falarei um pouco mais aqui e ali até que entendam que a psicologia das nossas
crianças é diferente da psicologia das crianças brancas. A psicologia que estudam
nesta universidade está incorreta e VAI TORNÁ-LOS BURROS, e, de muitas formas,
com toda sua “boa intenção”, os fará DEFORMAR essas crianças – e deformar o
Povo Preto como um todo. Porque a psicologia de um povo assim como a
psicologia do indivíduo, se desenvolve através da história e experiência desse
povo.
Ela não pode pegar a psicologia de outra pessoa – baseada na história e experiência
dela – e explicar a sua própria. Assim como você não pode tomar a psicologia de
outra pessoa, com história, experiência e destino diferentes, e usar essa psicologia
pra entender a si e para entender sua criança – e nem tomar essa psicologia para
educar sua criança apropriadamente e conduzir seu próprio destino. É
IMPOSSÍVEL.
E ainda assim, vocês têm uma sala cheia com psicologia geral e introdutória –
escrita por brancos e brancas – e pensam que estão aprendendo algo como
psicologia neutra ou apolítica. Não existe nada parecido com psicologia neutra ou
apolítica. Não há nenhum curso neutro ou apolítico nessa instituição – e falo
inclusive de Física, Matemática e Ciência da Computação. Ouvi um piadista tipo:
“não existe Química Preta” – “não existe Física Preta” – Mentiras! MENTIRAS!
Vocês devem entender que química, física matemática e tudo mais, fluem da
consciência e mente humana, e você não existe fora disso. Que A CIÊNCIA FLUI DA
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E ECONÔMICA DO POVO. Ciência não aparece
nas mentes de gênios. Pessoas precisam existir num CONTEXTO político, social e
histórico particular para que a ciência se desenvolva e floresça, e a menos que
saiba o contexto histórico e político, onde a ciência foi criada e motivada, você não
produzirá ciência.
Você educará pessoas pensantes em ciência, e aí... elas serão usadas POR SEUS
INIMIGOS para destruir a você e suas crianças.
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Penso que ainda subestimamos o valor do estudo da História Afrikana. Penso que
nós a celebramos, sem analisá-la. Nós buscamos e ansiamos por heróis sem
entender que um dos maiores propósitos é nos ensinar lições sobre COMO LIDAR
COM O PRESENTE E COM O FUTURO.
Não só as pessoas que não conhecem e não podem repetir sua história, mas
aquelas que a mal interpretam, na tentativa de repeti-la; e essas, que mal
interpretam – e as que talvez nem a leem! – podem não ter a chance de repeti-la. E
penso que chegamos nesse ponto onde a nossa falha em entender a história irá nos
colocar numa posição onde não teremos a chance de aprendê-la de novo.
Muitos que não a estudam, a fim de reconstruí-la – a história dos Estados Unidos,
particularmente a dos Africano-americanos, entre 1860 e 1870 – podem pensar
que estamos chegando numa nova era na história dos EUA... Podemos achar que as
coisas que testemunhamos hoje – pretos em cargos políticos e suas indicações a
várias posições, suas atividades em várias empresas – é algo novo na história dos
Estados Unidos. Ainda, um estudo da reconstrução da História, irá nos convencer
rapidamente que hoje vivemos um déjà vu.
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Estamos INCONSCIENTES do poder que está em nossas mãos. Nós somos como o
israelita, que jogou seus anéis de ouro – ouro de vários tipos – no tanque de
derretimento para fazer um Deus de ouro e se ajoelhar para adorá-lo, e perceber
que ele tem poder sobre eles: os Povos Afrikanos, com os recursos naturais do
mundo a seus pés, com mentes e corpos incomparáveis, deram seu poder e riqueza
a outras pessoas. Fizeram as pessoas poderosas, e agora estão de joelhos na frente
dessas pessoas: implorando por salvação, implorando por empregos, implorando
por comida e implorando por suas próprias vidas.
A riqueza e o poder de um povo NÃO ESTÁ EM SUA TERRA, MAS EM SUA MENTE!
O Japão, que não tem recursos naturais para falar, é uma das nações
economicamente mais poderosas, e a Europa está em uma posição similar. Se você
tem uma consciência apropriada, você pode fazer outra... Você pode usar palavras
para roubar às pessoas a mente, a terra e a riqueza e dizer “este é um livro
sagrado”, e fazer com que abandonem suas terras. Você pode manipular as pessoas
e fazê-las gastar bilhões de dólares, da mesma forma que os Africano-americanos
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(e Africanos) que roubariam, venderiam drogas, matariam e destruiriam
Comunidades e Nações – para dar sua riqueza aos brancos... O HOMEM BRANCO é
um deus que fizemos – O HOMEM BRANCO É UM DEUS QUE DEVEMOS DESTRUIR!
NOSSA CONSCIÊNCIA FOI FALSIFICADA! Por que e como é possível para nós, mais
de um bilhão de pessoas, ainda ser governado por uma fração da população da
Terra? Muitas das coisas e problemas mais importantes sobre os quais falamos se
originam de nossa relativa impotência! Podemos falar sobre o europeu ser um
“homem do gelo”, falar sobre ele proteger seus genes, falar sobre ele de várias
maneiras, e no final, o europeu faz o que faz porque... ELE PODE FAZÊ-LO! Não
importa por que ele faz isso; o que importa é que ele faz isso, e faz isso para nós
FICARMOS LONGE DELE! Se vamos resolver esse problema e pará-lo, isso significa
que estamos ganhando poder igual ou maior! Eu sei que você acha estranho,
porque uma das razões pelas quais somos “relativamente impotentes” é que
alguém (brancos e negros) nos ensinou que a busca do poder é algo PECAMINOSO!
Um povo que não desenvolve poder, que não pode exercer o poder, é um povo que,
em última análise, se dirige à MORTE e GENOCÍDIO!
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O homem negro é >>recriado<< – porque está separado do seu eu-Afrikano...
esse é o processo. Você não pode ser um AFRIKANO e um ESCRAVO ao mesmo
tempo. Você não pode ser sincera e orgulhosamente um Afrikano, e se relacionar
como os povos Afrikanos no mundo todo, e serem os ingênuos e subordinados do
poder europeu (e de outros) – isso não pode acontecer. A decisão dos Afrikanos de
todo o mundo é trazida através do processo do INDIVIDUALISMO falso e da
SEPARAÇÃO da Identidade Cultural Afrikana. A experiência do escravo não foi
apenas uma exploração do trabalho – mas foi, em última instância, um
procedimento de LAVAGEM CEREBRAL. O que está acontecendo com os Afrikanos
durante este processo: o idioma Afrikano, cultura, organização social, perspectivas,
religião, etc. – você vai ver o Afrikano ser NIGGERIZADO – ser transformado em um
SERVO!
Se você é UM com sua identidade, nenhuma outra identidade pode ser colocada em
você. É somente quando você se separa da sua Identidade Afrikana que você deixa
o vácuo para que outra identidade seja introjetada e inculcada em sua
PERSONALIDADE. Para o complexo de servidão e inferioridade – a perda de
autoconfiança e orgulho, a perda de um senso de domínio e de coletivismo –
tivemos, primeiro, que ser separados de nossa Identidade Afrikana pelas pessoas
que nos usariam. Isso foi feito por nos tornarmos ignorantes de nossa Cultura
Afrikana e por degradar e associar tudo o que é Afrikano e preto à negatividade.
As associações às coisas Afrikanas e pretas são tais que muitos querem fugir (...)
Através de recompensas e punições, os europeus (e árabes!) separaram o Afrikano
de sua IDENTIDADE; eles carregaram efetivamente a Identidade Cultural Afrikana
com tantas associações negativas que até o Afrikano não quer se identificar com;
encontramos abstrações – “eu sou um ser humano” –, qualquer coisa, menos um
AFRIKANO! É essa separação que fornece energia para os outros nos dominarem e
você verá isso cedo nas crianças Afrikanas. Nós somos os possuídos – ALIENADOS!
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Este é o 5/9 post da série.
Os títulos de cada post da série são sugestões nossa, e sobre este em específico, ele
levanta uma discussão que podia bem ser abordada a partir do próprio Amos
Wilson; mas aqui, vamo fazer diferente, partindo de Richard Wright, em sua obra,
‘Filho Nativo’: uma reflexão sobre a violência como uma forma, apesar de
distorcida, de liberdade, a partir do complexo de Bigger Thomas.
<<O advogado de Bigger, Boris Max, argumenta que não há como fugir desse
destino para seu cliente ou qualquer outro americano negro, já que eles são o
produto necessário da sociedade que os formou e disseram desde o nascimento
quem exatamente eles deveriam ser. James Baldwin se manifestou, dizendo que
“Nenhum negro americano existe que não tem seu Bigger Thomas privado vivendo
em seu crânio”. Frantz Fanon discute o sentimento em seu ensaio de 1952, ‘A
Experiência vivida do negro’. “Ao final” – escreve Fanon, “Bigger Thomas atua. Para
colocar um fim à sua tensão, ele age, ele responde à antecipação do mundo”. O livro
foi um best-seller de sucesso e inovador. No entanto, também foi criticado por
Baldwin e outros por, em última instância, avançar como um estereótipo maior,
não como um personagem real.>> (Wikipédia) – o que, ao nosso entendimento, é
uma atitude consciente, uma vez que o próprio nome da personagem denuncia isso
(Bigger Thomas: Maior Tomás), fazendo alusão – com certa dose de ironia e
sarcasmo – ao Pai Tomás, historicamente, o oposto do negro-revoltado
representado por Bigger Thomas, expressão distorcida da identidade preta – e
(por que não?!) disso que chamam – muitas vezes, sem levar em conta o contexto –
“masculinidade preta tóxica”...
Ainda, o próprio Amos Wilson vai falar que: “Esses jovens não são loucos. Esses
jovens não são incomuns. Estão apenas respondendo aos imperativos econômicos.
(...) Quando você deixa que eles sejam alimentados com essas ideias sobre o que
significa ser um homem ou uma mulher como se definindo em termos do que eles
vestem, comprando as mais caras vulgaridades & porcarias produzidas por outro
povo... (...) Ainda assim, você vê, nós esquecemos da história dessas pessoas.
Seremos rápidos demais, muito rápido, em condenar NOSSOS JOVENS! E
esqueceremos o papel que desempenhamos na vida que eles levaram... (...) Então,
nós temos um sistema de aplicação da lei que literalmente reúne nossos homens
jovens em um espaço confinado, que chamamos guetos, e eles brigam e atiram uns
nos outros e aterrorizam a nossa Comunidade. E, no entanto, condenamos esses
jovens sem olhar para como toda a organização do país está CONFIGURADA para
destruí-los – e a nós juntos!” Segue o 5º post da série.
Eu estou tentando te dar algumas medidas sobre quando você pode dizer se uma
pessoa é envolvida em uma fantasia psicopatológica. Quando o indivíduo responde
EMOCIONALMENTE e VIGOROSAMENTE a ideias e conceitos, valores e ideologias
que se buscam nos lugares do indivíduo em perigo, e você coloca a sua própria
sobrevivência em questão... Então você sabe que você está lidando com um
indivíduo que foi tomado e possuído por uma fantasia.
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A AMÉRICA BRANCA TEM UMA HISTÓRIA CRIMINOSA. Tem uma nação criminosa,
nação construída com criminalidade, e assassinato, e exploração. Faz parte da
psique coletiva deles. OS ESTADOS UNIDOS SÃO UM GOVERNO MAFIOSO!
Ninguém fez mais estrago, degradação, assassinato, estupro e roubo do que os
europeus. Sim! Daí, pra fugirem do confronto com sua real natureza criminosa,
PRECISAM ACUSAR OS OUTROS DE SEREM CRIMINOSOS – o que chamamos de
projeção. Precisam ser obcecados com a criminalidade de outros povos.
Sim, é assim. O que significa então? Quando fazem isso, então muitas pessoas – pra
escaparem de certos problemas – se tornam OBCECADAS com problemas alheios;
ao ponto de não terem tempo, nem energia, nem nada mais para pensar. Não
enxergam mais nada. Então, eu posso esquecer meu próprio ódio. Posso esquecer
minha própria alienação... se eu me concentrar no quanto eu me amo. Mas é um
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tipo ruim de amor, não é o tipo certo de amor. Se eu me concentrar no quão
grandioso eu sou; se eu me concentrar em fazer as pessoas verem o quão
grandioso eu sou; Percebem? Portanto, 24 horas por dia estarei obcecado em
projetar minha grandeza, e irei...
Mas essa grandeza, vem às custas de quê? Ódio e inferioridade. E desde que sou
maior que todos, preciso fazer de quem me supera inferior a mim. De fato, eu só
posso amar as pessoas que aceitam a minha superioridade. Só posso amar uma
mulher que durante 24 horas por dia mantenha meu ego superior e declare que
precisa de liderança e orientação, e eu sou o líder. Posso ser um castrado no
mundo, mas na minha casa – EU SOU O REI! E no momento que ela indicar que sou
pé fraco eu lhe darei um pé na bunda. É disso que estamos falando! Sim, do outro
lado também – me torne uma deusa, e coloque aos meus pés todos os tipos de
sacrifícios. Viva por mim! E na hora em que vocês não nos apoiarem, vamos reagir
com raiva e te chamar de todo tipo de nomes e problemas. Essa é a questão do
narcisismo.
O que me leva de volta para o que eu havia dito – o que esse menino quer segurar
com apenas 2 anos?! Porquê tantos pretos ficam segurando aquilo toda hora? Sim,
como se não estivessem lá! Sim, cadê?! Em outras palavras, essa relação pode se
tornar UMA RELAÇÃO MESTRE-ESCRAVO. Uma relação que tenta usar e explorar
outras pessoas. Uma relação que de uma forma duplica a relação social que o
homem tem. Então, temos pessoas que têm problema com capacidade de amar, e
constantemente precisam de reafirmação.
Então, no que isso implica? No que isso implica? O que acontece? Significa que
TEMOS QUE TRANSFORMAR A RELAÇÃO ENTRE PRETOS E PRETAS! Transformar
a natureza da Vida Preta e ponto. Temos que transformar o próprio sistema (...).
Sim, dá pra contornar aquilo. Ah, sim, temos que... Se vamos dizer... que viver na
América, sendo preto na América – gera muitos dos problemas que temos. Então
temos que mudar a América. Como parte da solução dos problemas. Não, não
significa... que foquemos em algo externo, porque uma das melhores formas de
mudar a américa... é como? Mudarmos a nós mesmos!
Já lhes disse antes que não somos apenas criação dos brancos, nós também os
criamos. Que eles não podem ser quem são se não formos o que somos. E se nos
engajarmos em autotransformação nos engajaremos na transformação da nação, e
finalmente na transformação do mundo... É isso que eu repeti sobre uma Educação
Afrocentrada, que, mais profunda que todas, em relação a uma Educação
Afrocentrada, é que não estamos criando uma revolução na América, estamos
criando uma revolução em nós. Mas essa revolução em nós é uma revolução na
América. E, por isso, nós olhamos em nós para nos transformar.
Significa que temos que ganhar uma percepção do que é real. Comportamento
inadaptado flui da inabilidade de operar nos termos do que é real no mundo. Onde
estamos como Povo Africano? Além da nossa verdadeira história, qual a real
natureza desse sistema social? E como essa realidade influi em nossas vidas?...
Devemos nos conhecer. Se não nos conhecemos, perdemos o controle de nós. Não
sabemos porquê e por qual razão permanecemos como estamos. Devemos exercer
CONTROLE sobre nós! Devemos nos estimar, e nos aceitar acima dos problemas
que discutimos o tempo todo. Nossos problemas fluem de pessoas que EVITAM a si
mesmas. Que fogem do seu eu real criando mecanismos e maquinações para
facilitarem sua fuga de si mesmas. E usando e abusando de outras pessoas em suas
fugas de autoaceitação. Fugindo de suas reais Identidades Africanas. Assim, se
vamos parar o uso e o abuso de outras pessoas sobre nós como objetos, devemos
voltar à autoaceitação e voltar à realidade. Devemos ganhar a habilidade de formar
relações afetivas. E, Senhoras e Senhores, da habilidade de amar e como amar é
ensinado nesse sistema, aprendemos que é algo que ocorre acidentalmente,
espontaneamente. Isso não é verdade.
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(...) Gostaria de dizer-lhes, Senhoras e Senhores, que mesmo o que é “bom” e o que
você pensa como “bom” está A SERVIÇO DA DOMINAÇÃO EUROPEIA! Eu lhes disse
uma semana atrás... Não basta ser “bom”, não basta seguir a lei – você deve
perguntar de que maneira este “bom” serve você contra mim.
E eu já lhes disse antes que a “lei” não é nada além de um grupo que faz uma regra
para proteger seu interesse contra outro grupo – ISSO É TUDO QUE ELA É! – e a
capacidade desse grupo então para impor essa regra.
E, portanto, ao obedecer as leis de outro povo, você não está sendo “bom” – você
está apenas APOIANDO A SUA PRÓPRIA DOMINAÇÃO. É apenas isso. Então, você
não pode se gabar de ser “respeitador da lei” e “bom” [“cidadão de bem”...] quando
as “leis” são feitas POR SEUS INIMIGOS – e o “bom”, definido POR SEUS
OPRESSORES.
O que eu digo: temos que ficar para trás neste mundo, não temos?... Temos que ser
“bons”, temos que nos sentir “bons” quando estamos NOS DESTRUINDO. E nos
sentir maus quando promovemos nossos interesses.
Em nosso “bom senso”, seguindo a lei, e em nossa crença de que estamos operando
em um “sistema de mercado livre”, NÓS CRIAMOS UM PESADELO para os nossos
jovens! E falamos muito sobre nossos jovens até esquecermos que os jovens NÃO
FIZERAM ESTE MUNDO em que estão. Esse mundo em que nossos jovens habitam
hoje foi feito por nós e feito por outros adultos. Se déssemos a eles um mundo
diferente para viver – eles se comportariam DE FORMA DIFERENTE!
Mas, quando você cria empregos para coreanos, e cria empregos para quaisquer
outros grupos étnicos, que não o seu próprio... Quando deixa que outros grupos
étnicos carreguem TODAS as suas riquezas... Quando você deixa que O ÚNICO setor
de crescimento na sua Comunidade se torne A VENDA DE CRACK!... Então – você
será ASSASSINADO por seus jovens! – será ATERRORIZADO pelos seus jovens!
Esses jovens não são loucos. Esses jovens não são incomuns. Estão apenas
respondendo aos imperativos econômicos.
Então, quando você deixa outro povo levar todas as indústrias, todos os empregos,
a juventude se torna muito criativa... E eles decidem então que vão encontrar uma
maneira de obter fundos dentro da Comunidade.
Quando você deixa que eles sejam alimentados com essas ideias sobre o que
significa ser um homem ou uma mulher como se definindo em termos do que eles
vestem, comprando as mais caras vulgaridades & porcarias produzidas por outro
povo... E quando você promove esse tipo de sistema de valores e sistema de
comportamento e, no entanto, você não produzirá para aqueles apetites e desejos –
então se voltarão para você, e DESTRUIRÃO sua vida. Não é incomum.
Olhe para os milhões e milhões de pessoas que foram destruídas. Olhe para
milhões de espectadores que foram destruídos enquanto os europeus lutavam pelo
ouro. Enquanto lutavam por mercados. E os que foram pegos no fogo cruzado...
Ainda assim, você vê, nós esquecemos da história dessas pessoas. Seremos rápidos
demais, muito rápido, em condenar NOSSOS JOVENS! E esqueceremos o papel que
desempenhamos na vida que eles levaram...
Falando de lei: a lei dos Estados Unidos é uma das maiores fontes de violência na
Comunidade Preta hoje. SIM! Há pessoas que pensam que os tiroteios foram
inventados por jovens pretos na década de 80... É isso mesmo! Eles pensam que um
interesse em armamento automático foi inventado pelos jovens pretos nos anos de
80 e 90! Mas, como eu já disse antes – antes de se sentarem na frente da sua TV,
ano após ano, após ano. E você ter assistido... Os Intocáveis... E você viu tiroteios...
Massacre do Dia de São Valentim... você já ouviu falar na metralhadora Thompson?
...Então, como podemos dizer que a juventude preta foi a primeira a exibir
interesse em armamento automático, quando essas pessoas atiram em inocentes –
E NELAS PRÓPRIAS! – com esse armamento?!
E qual foi a principal razão: por causa da configuração da lei dos Estados Unidos e
da proibição de uma droga chamada ÁLCOOL. Que aumentou o valor dessa droga e
criou uma indústria de todo um contrabando. E que fez com que valesse a pena
brigar por isso – e as pessoas brigaram por isso usando o mais recente em
tecnologia de armas... A lei dos EUA, Senhoras e Senhores... A lei em si.
E podemos seguir, se tivéssemos tempo, muitas outras leis que são responsáveis
por CRIAR na Comunidade Preta o que falamos aqui hoje. Sim. E, no topo da visão
dessa lei, você deve olhar para a ECOLOGIA. E como a própria estrutura. E a
dinâmica física faz a Comunidade Africano-americana, com esse isolamento do
resto do sistema americano, criam um cerco, de modo que vocês atiram uns nos
outros – e matam uns aos outros.
E, mais uma vez, queremos olhar para as ditas mentes dos Africanos como a fonte
de seu problema, quando a principal fonte de seu problema, é claro, é a
SUPREMACIA BRANCA.
Você não vai resolver nenhum problema ao ser o que quer ser se continuar a viver
se baseando na opinião deste mundo. Não é possível.
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Este é o 8/9 post da série.
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Por isso, se o homem preto for se prevenir da sua vitimização pelo homem branco,
ele deve neutralizar, equilibrar OU DESTRUIR o diferencial de poder que favorece a
sua dominação pelo homem branco. O homem preto, a raça Afrikana deve estudar
o poder – suas fontes, sua aquisição, seu aumento, sua preservação, e sua aplicação
para a conquista bem sucedida de sua libertação da opressão branca e reforçar sua
QUALIDADE AUTÔNOMA DE VIDA.
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Este é o 9/9 post da série.
Neste último post dessa série, trazemos à tona um artigo (trecho) que escrevemos,
onde visávamos apresentar o autor e sua obra, contextualizar a sua contribuição,
além de apontar para uma linha de estudos focada em suas análises e sugestões,
soluções. Porque se tem um irmão que pode muito a contribuir para o nosso povo
em termos práticos e organizacionais (em âmbito individual, grupal e nacional...),
esse irmão é Amos Wilson. Esperamos que os irmãos e irmãs não só apreciem,
como assumam mesmo esse legado, e tragam para si a contribuição teórico-prática
desse nosso Ancestral que – a despeito do epistemicídio – por meio de nossos
esforços, hoje chega até nós, seja em forma de vídeos (há trechos de palestras suas
traduzidas pela OSH1 Autoimagem, quem nos cedeu os dois últimos textos,
presentes nos anexos do arquivo em pdf disponibilizado nos comentários) ou,
mesmo que de forma introdutória, através do material que organizamos, tendo em
vista a formação política preta, que é o propósito da página, FORMAÇÃO. Segue
abaixo um exceto desse nosso artigo sobre Amos Wilson – e o artigo, na íntegra,
nos comentários.9
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O artigo em questão pode ser acessado através de link ativo disponibilizados ao fim do documento.