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261 Q913179 Português > Crase , Sintaxe , Regência


Ano: 2018 Banca: Instituto Acesso Órgão: SEDUC-AM Prova: Instituto Acesso - 2018 - SEDUC-AM - Engenheiro Civil

Texto

Justiça Social - Justiça ecológica

Entre os muitos problemas que assolam a humanidade, dois são de especial gravidade: a injustiça social e a injustiça
ecológica. Ambos devem ser enfrentados conjuntamente se quisermos pôr em rota segura a humanidade e o planeta Terra.

A injustiça social é coisa antiga, derivada do modelo econômico que, além de depredar a natureza, gera mais pobreza que
pode gerenciar e superar. Ele implica grande acúmulo de bens e serviços de um lado à custa de clamorosa pobreza e
miséria de outro. Os dados falam por si: há um bilhão de pessoas que vive no limite da sobrevivência com apenas um dólar
ao dia. E há 2,6 bilhões (40% da humanidade) que vive com menos de dois dólares diários. As consequências são perversas.
Basta citar um fato: contam-se entre 350-500 milhões de casos de malária com um milhão de vítimas anuais, evitáveis.

Essa antirrealidade foi por muito tempo mantida invisível para ocultar o fracasso do modelo econômico capitalista feito
para criar riqueza para poucos e não bem-estar para a humanidade.

A segunda injustiça, a ecológica, está ligada à primeira. A devastação da natureza e o atual aquecimento global afetam
todos os países, não respeitando os limites nacionais nem os níveis de riqueza ou de pobreza. Logicamente, os ricos têm
mais condições de adaptar-se e mitigar os efeitos danosos das mudanças climáticas. Face aos eventos extremos, possuem
refrigeradores ou aquecedores e podem criar defesas contra inundações que assolam regiões inteiras. Mas os pobres não
têm como se defender. Sofrem os danos de um problema que não criaram. Fred Pierce, autor de "O terremoto
populacional" escreveu no New Scientist de novembro de 2009: "os 500 milhões dos mais ricos (7% da população mundial)
respondem por 50% das emissões de gases produtores de aquecimento, enquanto 50% dos países mais pobres (3,4 bilhões
da população) são responsáveis por apenas 7% das emissões". Esta injustiça ecológica di cilmente pode ser tornada
invisível como a outra, porque os sinais estão em todas as partes, nem pode ser resolvida só pelos ricos, pois ela é global e
atinge também a eles. A solução deve nascer da colaboração de todos, de forma diferenciada: os ricos, por serem mais
responsáveis no passado e no presente, devem contribuir muito mais com investimentos e com a transferência de
tecnologias e os pobres têm o direito a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, que os tire da miséria.

Seguramente, não podemos negligenciar soluções técnicas. Mas sozinhas são insu cientes, pois a solução global remete a
uma questão prévia: ao paradigma de sociedade que se re ete na di culdade de mudar estilos de vida e hábitos de
consumo. Precisamos da solidariedade universal, da responsabilidade coletiva e do cuidado por tudo o que vive e existe
(não somos os únicos a viver neste planeta nem a usar a biosfera). É fundamental a consciência da interdependência entre
todos e da unidade Terra e humanidade. Pode-se pedir às gerações atuais que se rejam por tais valores se nunca antes
foram vividos globalmente? Como operar essa mudança que deve ser urgente e rápida?

Talvez somente após uma grande catástrofe que a igiria milhões e milhões de pessoas, poder-se-ia contar com esta radical
mudança, até por instinto de sobrevivência. A metáfora que me ocorre é esta: nosso pais é invadido e ameaçado de
destruição por alguma força externa. Diante desta iminência, todos se uniriam, para além das diferenças. Como numa
economia de guerra, todos se mostrariam cooperativos e solidários, aceitariam renúncias e sacrifícios a m de salvar a
pátria e a vida. Hoje a pátria é a vida e a Terra ameaçadas. Temos que fazer tudo para salvá-las.

Fonte: BOFF, Leonardo. Correio Popular, 2013.

"Pode-se pedir ÀS GERAÇÕES atuais que se rejam por tais valores". Assinale a opção que apresenta a explicação correta
para o uso do acento indicador de crase na expressão destacada:

A O termo regente é transitivo direto

B O termo regente é transitivo indireto


C A locução adverbial é feminina

D O termo regente pede complemento nominal


E A locução feminina está no plural

262 Q912822 Português > Crase


Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Cotia - SP Prova: VUNESP - 2017 - Câmara de Cotia - SP - Contador

Leia o texto a seguir para responder a questão.

        Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a outras formas de
conhecimento veri cável, boatos encontram terreno para se propagar.
    Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens teriam sido forjadas
pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente Tancredo Neves fora vítima de um atentado
que se dissimulara como doença.

    A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias falsas. Não apenas
estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários.

    A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Estimuladas pelos algoritmos
das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas conferem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação
de boatos.

    Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por a nidade de crenças, não é difícil que os rumores se
disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.

    O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão, que tende a encontrar
formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo é a prática do bom
jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne
às questões controversas.

    Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida no ruído incessante da
internet.

(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do acento indicativo da crase.

A circulação instantânea das notícias falsas, as quais chegam à um grande público devido à rapidez da internet, é
A
favorável à formação de ondas de credulidade.

A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet, favorece
B
que se formem ondas de credulidade.
A circulação instantânea das notícias falsas, as quais chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet, é
C
favorável à formação de ondas de credulidade.

A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam a um grande número de pessoas devido à rapidez da
D
internet, é favorável as ondas de credulidade que se formam.
A circulação instantânea das notícias falsas, às quais chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet, favorece à
E
formação de ondas de credulidade.

263 Q911026 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Papiloscopista Policial

Leia o texto para responder a questão.

Mal-estar

    Causa inquietude a situação do mercado de trabalho desde o nal do ano passado, conforme observada nas pesquisas
mais recentes do IBGE. Os números decepcionantes acentuam as dúvidas em torno da força e da persistência da retomada
do crescimento econômico.
    A atividade no início deste ano se mostra, em geral, fraca. Em abril, os índices de con ança de consumidores e empresas
ou caram estagnados ou regrediram. Compreende-se a reticência, dados os indicadores do mundo do emprego.
        O poder de compra dos salários começou a se recuperar no ano passado, mas a melhora perde ritmo. No primeiro
trimestre, o rendimento médio do país não passou de R$ 2.169 mensais – o mesmo valor do mesmo período de 2017,
considerada a in ação.
    Descontados efeitos sazonais, a taxa de desocupação não cai desde setembro do ano passado.
        A oferta de empregos permanece precária, baseada em vagas sem carteira assinada e trabalho por conta própria, na
maior parte dos casos, informal e mal remunerado.
    As taxas de juros bancárias estão em níveis semelhantes ou superiores aos veri cados no nal de 2017. A tímida evolução
dos rendimentos pode ter in uência da estagnação do salário-mínimo. O desempenho da agricultura, ainda bom, não
iguala os resultados extraordinários do início do ano passado.
    A construção civil não conseguiu se recuperar e ainda desemprega. Os investimentos no setor deixaram de cair apenas
no nal do ano passado. Não há dados mais recentes, mas sabe-se que faltam novos canteiros de obras devido, em grande
parte, à penúria orçamentária em todos os níveis de governo.
    Os indicadores de con ança econômica detectaram ligeiro aumento do pessimismo em relação aos próximos meses.
    Ressalte-se que ainda existe crescimento, com taxa esperada entre 2,5% e 3% neste ano. De todo modo, neste momento
é inegável o mal-estar na recuperação econômica.
(Folha de S.Paulo, 30.04.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do acento indicativo da crase, de acordo com a norma-padrão.

No que tange à pesquisas do IBGE, vê-se que a situação econômica tem gerado certa inquietude.
A
B Considerada a in ação, o rendimento médio do país não chegou à superar o valor de 2017.
C A construção civil não propõe à criação de novos postos de trabalho, por causa da crise.

D Segundo as previsões, o crescimento da economia brasileira em 2018 irá à 3%, no máximo.


E A oferta de empregos com carteira assinada à população trabalhadora ainda é baixa.

264 Q910887 Português > Crase , Sintaxe , Regência


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Indaiatuba -SP Prova: VUNESP - 2018 - Câmara de Indaiatuba -SP - Controlador Interno

A alternativa redigida segundo a norma-padrão de regência e de emprego do sinal indicativo de crase é:

A Os pilares das democracias são o respeito à lei e a obediência às instituições.


B Os cidadãos obrigam-se à seguir a princípios moral e legalmente instituídos.

C Predomina entre as pessoas a suposição que a lei deve ser aplicada à todos os cidadãos.
D Alguns ainda têm pretensão à posar de herói, opondo-se à padrões estabelecidos.

E Há normas que poucos obedecem, mesmo estando sujeitos à sanções severas.

265 Q910782 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRP - 2º Região (PE) Prova: Quadrix - 2018 - CRP - 2º Região (PE) - Assistente Administrativo

Dia nacional da luta antimanicomial é tema de evento de  psicologia na Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Internet: <g1.globo.com> (com adaptações)

Em “tenham sido expostos a situações extremas” (linhas 24 e 25),

A deveria, obrigatoriamente, haver sinal indicativo de crase no “a”.

B poderia, caso se desejasse, haver sinal indicativo de crase no “a”.


C a ausência do sinal indicativo de crase está correta.
D a presença do sinal indicativo de crase, apesar de correta gramaticalmente, levaria a problemas de clareza.
E a presença do sinal indicativo de crase no “a” garantiria a ausência de ambiguidade.

266 Q909316 Português > Fonologia , Crase , Acentuação grá ca: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos
Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: SES-DF Prova: IADES - 2018 - SES-DF - Administrador

Disponível em:<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-
saude/2018/05/12/interna_ciencia_saude,680241/qual-a-diferenca-entre-gripe>. Acesso em: 15 maio 2018 (fragmento), com
adaptações

Com base nas regras vigentes relativas à acentuação grá ca e ao emprego do sinal indicativo de crase, assinale a alternativa
correta.

Na oração “reforçou a importância” (linhas 2 e 3), deve-se inserir o acento indicativo de crase, pois o verbo reforçar é
A
regido pela preposição a.
B As palavras “saúde” (linha 6) e “País” (linha 7) são acentuadas segundo a mesma regra.

C Na expressão “Às vésperas” (linha 1), o emprego do sinal indicativo de crase é facultativo.
D Os vocábulos “Já” (linha 11), “três” (linha 8) e “em” (linha 7) são monossílabos tônicos.

E A palavra “não” (linha 10) é acentuada por ser paroxítona terminada em -o.

267 Q909174 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Provas: FUNRIO - 2018 - AL-RR - Assistente Legislativo - Anulada ...

TEXTO I

      Amin Maalouf, autor libanês que mora na França e escreve em francês, tem re etido sobre a reação das “minorias
étnicas”, ou seja, os imigrantes, às pressões culturais con itantes a que são submetidos no país em que foram morar. A
conclusão de Maalouf é que, quanto mais os imigrantes percebem que as tradições de sua cultura de origem são
respeitadas no país de adoção, e quanto menos eles próprios se veem antipatizados, odiados, rejeitados, atemorizados,
discriminados e mantidos à distância por conta de sua identidade diferente, mais atraentes se tornam para eles as opções
culturais do novo país, e menos rígida a forma como se apegam àquilo que os distingue. As observações de Maalouf, como
ele sugere, são de máxima importância para o futuro do diálogo intercultural.

      Com muita frequência, é o sentimento de ser mal acolhido e considerado culpado sem ter cometido crime, de se
imaginar ameaçado e inseguro (dos dois lados da suposta fronteira, tanto entre os imigrantes quanto na população nativa),
que se torna o principal e mais potente estimulante da suspeita mútua, seguida de separação e rompimento de
comunicação — levando a teoria do multiculturalismo a degenerar na realidade do “multicomunitarismo”*. Não se trata de
um problema único, mas de um desa o que nós, em particular os pedagogos, teremos de enfrentar por muito tempo ainda,
pois não há perspectiva de que o in uxo de “estranhos” diminua, e muito menos se interrompa — independentemente do
que possam prometer os políticos que têm em mira a vitória na próxima eleição.

*comunitarismo: no discurso francês, é o conceito de uma população dividida em comunidades autônomas, parcialmente
autogovernadas e fechadas em si mesmas.
BAUMAN, Zygmunt. Sobre educação e juventude. Conversas com Riccardo Mazzeo. Trad. Carlos Alberto Medeiros, 2013.
(Adaptado)

No trecho ... mais atraentes se tornam para eles as opções culturais do novo país, e menos rígida a forma como se apegam
àquilo que os distingue, o emprego do acento grave no vocábulo àquilo justi ca-se pelo fato de tal palavra ser um termo

A regido pelo verbo apegar.

B regente do verbo apegar.


C relacionado a um pronome.

D resultante de uma contração.

268 Q908615 Português > Crase , Sintaxe , Regência Morfologia - Pronomes , Pronomes pessoais oblíquos
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Sertãozinho - SP Provas: VUNESP - 2018 - Prefeitura de Sertãozinho - SP - Psicólogo

...

Da mesma forma que a evolução tecnológica tornou a informação mais acessível ________ pessoas, ela ______ trouxe novos
desa os, entre _______ estão as falsas notícias.

De acordo com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchidas, respectivamente, com:

A às … lhes … os quais
B as … lhes … as quais

C às … lhe … aos quais


D as … lhe … os quais

E às … lhes … às quais

269 Q908227 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Provas: FUNRIO - 2018 - AL-RR - Administrador ...

TEXTO

      Parece haver um abismo de mútua incompreensão entre os médicos e seus pacientes. Essa distância parece aumentar.
Apesar da grande maioria dos diagnósticos (70-90%) ser feita com base na história do paciente, a escuta médica é sem
dúvida o ponto de maior fragilidade na medicina atual. Os médicos geralmente querem saber apenas dos fatos,
interrompendo os pacientes antes da história completa.

      O registro técnico, resumido, com linguagem técnica e supostamente neutra, é insu ciente para uma inter-relação que
possa auxiliar a criação de narrativas que facilitem a realização de hipóteses diagnósticas e a escolha de intervenções
terapêuticas que levem em conta a perspectiva do próprio paciente. No processo de criação de anamneses médicas
objetivas, acabamos, muitas vezes, por desumanizar e suprimir delas aspectos que podem ser decisivos para a abordagem
diagnóstica e terapêutica, além de di cultarmos a criação de uma narrativa por parte do paciente que dê sentido ao seu
processo de adoecimento.

      O declínio das doenças infecciosas, o envelhecimento da população e o concomitante aumento da prevalência das
doenças crônicas determinam a necessidade de um novo papel do pro ssional de saúde, em especial do médico, na
condução dos con itos inerentes ao acompanhamento de pessoas com doenças que não têm cura, mas que muitas vezes
levam a incapacidades permanentes e de longa duração.

      Em relação à incompreensão médico-paciente, uma das di culdades é, sem dúvida, a barreira de linguagem criada pela
terminologia técnica entre os pro ssionais e os pacientes. A condição clínica do paciente é interpretada e referida a ele em
uma linguagem que muitas vezes ele não entende. Na alta hospitalar, menos de 1/3 entendem de que doença eles foram
tratados e menos de 1/4 que tipo de terapia receberam. 

Ana Luisa Rocha Mallet. Literatura e medicina: uma experiência de ensino. Rio de Janeiro: Livros Ilimitados, 2014, pp. 18-19
(Adaptado)

No fragmento Em relação à incompreensão médico-paciente, observa-se a ocorrência da crase, marcada pelo emprego do
acento grave.

Nos exemplos a seguir, o único em que deveria ser empregado o acento grave é

A Há muitos problemas ligados a di culdades de comunicação.

B Alguns medicamentos foram prejudiciais àquele paciente.

C As enfermeiras assistem com dedicação as pacientes


D Pacientes e médicos frente a frente devem manter um diálogo cuidadoso.

270 Q907865 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Suzano - SP Prova: VUNESP - 2018 - Prefeitura de Suzano - SP - Guarda Civil

Municipal

Leia a crônica de Ivan Angelo, para responder à questão.

                                 Alguns fracassos

      Em comparação com meus fracassos, não posso dizer como no poema de Fernando Pessoa que “todos os meus
conhecidos têm sido campeões em tudo”, ou que “toda a gente que eu conheço (...) nunca foi senão príncipe – todos eles
príncipes – na vida”, mas tenho minhas incompetências. Jamais consegui fazer certas coisas que contam para o convívio
social, coisas que vejo tantos fazerem com facilidade e até alguma graça.

      Hoje não ligo para essas minhas incompetências, mas houve tempo em que me doíam; não, não, apenas me diminuíam,
intimidavam, vá lá, humilhavam. Quando se é jovem e se disputam atenções, essas coisas contam. Vou falar de apenas
cinco.

      Dançar. Em pista de dança, nunca consegui manter o interesse de uma garota por mais de três minutos, o tempo de
uma música. O normal, numa festa, era eu car ali no banco de reservas, vendo a bela me escapar em volteios e volutas
volutuosas com um pé de valsa. Abandonei esse palco de derrotas e resolvi tentar seduções em papos de botecos, aí com
alguma vantagem.

      Nadar, outro fracasso. Se a gente não começa criancinha, é difícil pegar o jeito. Sem piscina, rio ou mar, onde bater
pernas e braços, em zoeira de tentativa e erro? Adulto inepto, mas não medroso, fui quase um afogado no Leblon, em Cabo
Frio, na cachoeira de Iporanga...

      Bicicleta é igual: ou você a domina quando criança ou será um ciclista inseguro a vida toda. De pequeno, não tive sequer
um velocípede, e me consola pensar que isso explica tudo. Minhas lhas tentaram dar um jeito nisso, quando eu já era um
senhor de 55 anos, e, lógico, o resultado foi ridículo. Só pedalo em campo aberto, sem ter por perto humanos, bicho de
quatro patas ou outro engenho sobre rodas.

      Cantar, nem em coro. Não emendo duas notas no mesmo tom. A falha se estende à música em geral: não toco, não
batuco, não danço. Isso é bom? Não, mas fazer o quê?

      A quinta é mais uma leve inveja, não faz falta para o convívio, mas poderia dar brilho a certos momentos: assobiar com
perfeição. Nasceu quando vi o Myltainho, na redação do Jornal da Tarde, assobiar a melodia da sinfonia inacabada de
Schubert, inteira, sem vacilações ou erro. Pálido de espanto, incluí aquele pequeno recital de sala de redação entre as
admirações de minha vida e me acrescentei mais uma frustração.

                                                           (Veja São Paulo, 26.07.2017. Adaptado)

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado na alternativa:

A O cronista queria ter ganho um velocípede, o que era comum à todas as crianças.

B O passeio à cachoeira de Iporanga quase lhe custou a vida.


C Ele se refere à uma leve inveja quando comenta o ocorrido no trabalho.

D As lhas tentaram em vão ensinar à ele como andar de bicicleta.


E Ao tratar de suas incompetência, o cronista faz alusão à Fernando Pessoa.

271 Q907834 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: CONSULPLAN - 2018 - SEDUC-PA - Professor Classe I - Português

Comandante do Exército diz que crime organizado é a ‘maior ameaça à soberania nacional’

      O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, a rmou em entrevista ao programa do jornalista Roberto
D’Ávila, na GloboNews, que vê no crime organizado a “maior ameaça à soberania nacional”. Ele disse ainda que o trá co de
drogas está na base da violência no país e que a integração entre os estados é “fundamental” no combate ao crime.

      Villas Bôas está à frente do Exército desde 2015. Com a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro e a utilização
de homens das Forças Armadas na segurança do estado, o general passou a gurar com mais frequência no noticiário e a
ocupar um espaço central no debate sobre criminalidade e violência.

      Na entrevista, ele foi questionado por Roberto D’Ávila se o crime organizado era uma das grandes preocupações para o
país. “Acredito que vem daí a maior ameaça à soberania nacional”, respondeu Villas Bôas.
      “A questão do crime organizado, e tendo a droga como pano de fundo, como base para o que está acontecendo, tanto
do ponto de vista da deterioração de valores – uma verdadeira metástase silenciosa que está corroendo a nossa juventude
–, quanto como causador da violência. A Polícia Federal estima que aproximadamente 80% da violência urbana esteja ligada
direta ou indiretamente à questão da droga”, completou o general.

      Villas Bôas a rmou que o crime organizado hoje é “transnacional”, o que exige, segundo ele, uma abordagem “ampla e
sistêmica” nas políticas de segurança.

      “A integração no combate ao crime organizado é fundamental. Porque o crime se transnacionalizou. E nós temos as
nossas estruturas contidas nos espaços dos estados da federação. Nós temos que ir além, tem que haver uma integração
no âmbito nacional, não só a integração geográ ca, mas integração dos setores de atuação, como também tem que haver
uma integração internacional também”, disse.

      Questionado se era favorável a uma discussão sobre legalização de algumas drogas, o general respondeu que esse é um
“debate fundamental”, porque a situação não se resolverá com soluções “simplistas”.

(Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/comandante-do-exercito-diz-que-crime-organizado-e-a-maior-


ameaca-a-soberanianacional.ghtml. 22 de março de 2018.)

O título do texto apresenta a ocorrência de crase no trecho: ‘maior ameaça à soberania nacional’. Reconhecendo-se
o contexto em que se insere o estudo da crase, é pertinente que o professor de língua portuguesa conduza seus
alunos ao entendimento de que

sendo um fenômeno relacionado à sintaxe, torna-se indiferente a substituição do complemento por qualquer outra
A
palavra.

os termos regidos pela preposição “a” podem ser considerados exclusivos determinantes para que tal fenômeno
B
ocorra ou não.
a acentuação grá ca é indicada como um dos principais tópicos a serem explorados na compreensão do fenômeno da
C
crase, tendo em vista o emprego do acento grave.

pode-se estabelecer uma relação entre o estudo da crase e a sintaxe, já que existe a possibilidade de que os termos
D
diante dos quais ocorre a crase exerçam funções de complementos ou de adjuntos adverbiais.

272 Q906827 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: IF-SP Órgão: IF-SP Prova: IF-SP - 2018 - IF-SP - Assistente em Administração

O memorando é ............. modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. [...]Sua característica principal é ............ agilidade. ............
tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos
burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser
dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar
uma espécie de processo simpli cado, assegurando maior transparência ........... tomada de decisões, e permitindo que se
historie o andamento da matéria tratada no memorando (Manual de Redação da Presidência da República, 2002).

As lacunas presentes no texto podem ser preenchidas, respectivamente, com:

A a, a, A, à
B a, à, À, a

C a, à, A, à
D à, à, A, a

273 Q905908 Português > Crase , Sintaxe , Regência


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil

      As crianças e os adolescentes estão vivendo boa parte de seu tempo no mundo virtual, principalmente por meio de seus
aparelhos celulares. Em relatório divulgado em dezembro de 2017, o UNICEF usou a expressão “cultura do quarto” para
indicar um dos efeitos desse fenômeno. Os mais novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em detrimento do
uso do espaço público para se dedicarem à imersão nas redes.

      Você certamente já viu agrupamentos de adolescentes que interagiam mais com seu celular do que uns com os outros,
não é? Pois bem: esse comportamento gera consequências, sendo que algumas delas não colaboram para o bom
desenvolvimento dos mais novos. Como eles aprendem a se relacionar, por exemplo? Relacionando-se com seus pares!
Acontece que o relacionamento no mundo virtual é radicalmente diferente daquele que ocorre na vida real, o que nos faz
levantar a hipótese de que eles têm se desenvolvido com de cit no processo de socialização.

      E como se aprenderia a ter – e a proteger – privacidade? Primeiramente sabendo a diferença entre intimidade e convívio
social. Explorar o mundo social simultaneamente ao real cria uma grande di culdade nessa diferenciação. Não é à toa que
já se expôs na rede a privacidade de tantas crianças e jovens, com grande prejuízo pessoal!
(Rosely Sayão, As crianças e as tecnologias. Veja, 28-02-2018. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve a passagem – Os mais novos têm escolhido o isolamento do espaço privado em
detrimento do uso do espaço público... – de acordo com a norma-padrão de regência e do emprego do sinal indicativo de
crase.

A Os mais novos vêm preferindo ao isolamento do espaço privado a usar o espaço público...
B Os mais novos dão preferência no isolamento do espaço privado do que a usar o espaço público...
C Os mais novos preferem o isolamento do espaço privado à usar o espaço público...

D Os mais novos têm preferido o isolamento do espaço privado a usar o espaço público...
E Os mais novos têm preferência pelo isolamento do espaço privado à usar o espaço público...

Português > Fonologia , Crase , Acentuação grá ca: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos Sintaxe ,
274 Q905117
Concordância verbal, Concordância nominal
Ano: 2018 Banca: PR-4 UFRJ Órgão: UFRJ Prova: PR-4 UFRJ - 2018 - UFRJ - Assistente Social

                                        TEXTO 10

                   FIOCRUZ DIVULGA NOTA DE APOIO

                 AO PESQUISADOR ELISALDO CARLINI

      “A Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) manifesta sua solidariedade ao pesquisador Elisaldo Carlini e
repudia a tentativa de criminalizar suas atividades acadêmicas. O professor Carlini e três outros pesquisadores do Centro
Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) foram convocados recentemente a depor diante da acusação
de apologia ao crime. Ao que tudo indica, a intimação está relacionada à realização de um evento cientí co sobre os usos da
maconha e sobre as possíveis mudanças legais que mitigassem os danos advindos da atual política de drogas. Centrada na
repressão, esta política gera entraves à pesquisa com substâncias psicoativas tornadas ilícitas e a exploração de seus usos
terapêuticos (1).

      A Fiocruz endossa a manifestação pública conjunta da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência (SBPC), que  a rma  (2): ‘acusar o Dr. Carlini de apologia às drogas equivale a criminalizar a
inteligência e o conhecimento técnico-cientí co’. Hoje, mais que nunca, em contraponto a práticas que buscam o retrocesso,
é necessário posicionar-se pelo direito de se produzir ciência para a defesa da vida.” 

Sobre a expressão destacada no primeiro parágrafo do texto dado pode-se a rmar que:

A falta o acento agudo indicador da crase.

B não há falhas de acentuação.


C falta o acento grave indicador da crase.

D não há falhas de acentuação, embora haja erro de concordância verbal.


E não há falhas de acentuação, embora haja erro de concordância nominal.

275 Q905008 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IFF Prova: CESPE - 2018 - IFF - Conhecimentos Gerais - Cargo 24
Nas linhas 21 e 22 do texto CG4A1BBB, o sinal indicativo de crase no trecho “equiparando-se às de ensino médio e
secundário” foi empregado porque

a regência de “transformadas” (ℓ.20) exige que a oração subsequente tenha o complemento “ensino médio e
A
secundário” antecedido por sinal indicativo de crase.

B o termo “às” é elemento coesivo que retoma o antecedente “escolas industriais e técnicas” (ℓ.21).
a regência do verbo equiparar exige preposição a, e “escolas”, palavra que está subentendida antes de “de ensino
C
médio”, exige o artigo de nido feminino plural as.

D o termo “às” é elemento coesivo que retoma o antecedente “escolas de aprendizes e artí ces” (ℓ. 19 e 20).
o segmento “ensino médio e secundário” é composto de dois elementos, o que exige que o artigo antecedente
E
apresente sinal indicativo de crase.

276 Q904959 Português > Crase , Sintaxe , Regência


Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IFF Prova: CESPE - 2018 - IFF - Conhecimentos Gerais - Cargos 23 e 31
Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita do trecho “devido à sua rigidez administrativa,
inadequação das normas e grande quantidade de regulamentos” (ℓ. 12 a 14). Assinale a opção em que a reescrita, além de
manter o sentido da informação originalmente apresentada, também preserva a correção gramatical do texto CG2A1BBB.

A devido à sua rigidez administrativa, à inadequação das normas e à grande quantidade de regulamentos

B devido à sua rigidez administrativa, a inadequação das normas e a grande quantidade de regulamentos
C devido sua rigidez administrativa, inadequação das normas e grande quantidade de regulamentos

D devido à sua rigidez administrativa, à inadequação das normas e grande quantidade de regulamentos
E devido sua rigidez administrativa, a inadequação das normas e a grande quantidade de regulamentos

277 Q904524 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia

Embora Freud tenha saído __ campo para testar suas ideias, seu método não tinha o mesmo rigor cientí co atual, em que
não basta con rmar ___ hipóteses – é preciso tentar negá-las. Se elas resistirem ___ tentativa de refutação, provisoriamente
mantemos nossa crença.

(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:

A à … às … a

B a … as … a
C à … as … à

D a … às … à
E a … as … à

278 Q904295 Português > Pontuação , Crase


Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico

Judiciário - Área Administrativa

                                      Texto II

      “Eu era piloto…


      Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade. Isso naqueles anos, imagine, em 1936. Na época,
era uma coisa rara. E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’. Eu, como era komsomolka*, estava
nas primeiras las, claro. Na mesma hora me inscrevi no aeroclube. Só que meu pai era categoricamente contra. Até então,
todos em nossa família eram metalúrgicos, várias gerações de metalúrgicos e operadores de altos-fornos. E meu pai achava
que metalurgia era um trabalho de mulher, mas piloto não. O chefe do aeroclube cou sabendo disso e me autorizou a dar
uma volta de avião com meu pai. Fiz isso. Eu e meu pai decolamos, e, desde aquele dia, ele parou de falar nisso. Gostou.
Terminei o aeroclube com as melhores notas, saltava bem de paraquedas. Antes da guerra, ainda tive tempo de me casar e
ter uma lha.

      Desde os primeiros dias da guerra, começaram a reestruturar nosso aeroclube: os homens foram enviados para
combater; no lugar deles, camos nós, as mulheres. Ensinávamos os alunos. Havia muito trabalho, da manhã à noite. Meu
marido foi um dos primeiros a ir para o front. Só me restou uma fotogra a: eu e ele de pé ao lado de um avião, com
capacete de aviador… Agora vivia junto com minha lha, passamos quase o tempo todo em acampamentos. E como
vivíamos? Eu a trancava, deixava mingau para ela, e, às quatro da manhã, já estávamos voando. Voltava de tarde, e se ela
comia eu não sei, mas estava sempre coberta daquele mingau. Já nem chorava, só olhava para mim. Os olhos dela são
grandes como os do meu marido…

      No m de 1941, me mandaram uma noti cação de óbito: meu marido tinha morrido perto de Moscou. Era comandante
de voo. Eu amava minha lha, mas a mandei para car com os parentes dele. E comecei a pedir para ir para o front…

      Na última noite… Passei a noite inteira de joelhos ao lado do berço…”

                         Antonina Grigórievna Bondareva, tenente da guarda, piloto

* komsomolka: a jovem que fazia parte do Komsomol, Juventude do Partido Comunista da União Soviética.

(Disponível em: ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília Rosas. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016.)

Sobre a pontuação e a crase empregadas no texto II, assinale a alternativa correta.

O texto apresenta reticências em diversas passagens. Nesses casos, tal pontuação é utilizada para indicar uma
A
enumeração inconclusa, podendo ser substituída por “etc.”.

Em “E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no avião!’”, o sinal de dois-pontos é utilizado para
B
introduzir uma explicação.
C Em “Isso naqueles anos, imagine, em 1936.”, o uso de vírgulas é obrigatório, uma vez que elas isolam um vocativo.

D Em “Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade”, a crase é facultativa.
E Em “Havia muito trabalho, da manhã à noite.”, a crase é facultativa.

Português > Fonologia , Pontuação , Uso das aspas Interpretação de Textos , Coesão e coerência , Crase ,
279 Q904165
Acentuação grá ca: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas e Hiatos , Sintaxe , Regência
Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Provas: INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista

Judiciário - O cial de Justiça Avaliador Federal ...

                                          Texto I

                    Os medos que o poder transforma em

                        mercadoria política e comercial

                                                                                    Zygmunt Bauman

      O medo faz parte da condição humana. Poderíamos até conseguir eliminar uma por uma a maioria das ameaças que
geram medo (era justamente para isto que servia, segundo Freud, a civilização como uma organização das coisas humanas:
para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à inimizade do
próximo): mas, pelo menos até agora, as nossas capacidades estão bem longe de apagar a “mãe de todos os medos”, o
“medo dos medos”, aquele medo ancestral que decorre da consciência da nossa mortalidade e da impossibilidade de fugir
da morte.

      Embora hoje vivamos imersos em uma “cultura do medo”, a nossa consciência de que a morte é inevitável é o principal
motivo pelo qual existe a cultura, primeira fonte e motor de cada e toda cultura. Pode-se até conceber a cultura como
esforço constante, perenemente incompleto e, em princípio, interminável para tornar vivível uma vida mortal. Ou pode-se
dar mais um passo: é a nossa consciência de ser mortais e, portanto, o nosso perene medo de morrer que nos tornam
humanos e que tornam humano o nosso modo de ser-no-mundo.

      A cultura é o sedimento da tentativa incessante de tornar possível viver com a consciência da mortalidade. E se, por puro
acaso, nos tornássemos imortais, como às vezes (estupidamente) sonhamos, a cultura pararia de repente [...].

      Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os projetos
quem incompletos que impulsionou os homens a agir e a imaginação humana a alçar voo. Foi essa consciência que tornou
necessária a criação cultural e que transformou os seres humanos em criaturas culturais. Desde o seu início e ao longo de
toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o abismo que separa o transitório do eterno, o
nito do in nito, a vida mortal da imortal; o impulso para construir uma ponte para passar de um lado para outro do
precipício; o instinto de permitir que nós, mortais, tenhamos incidência sobre a eternidade, deixando nela um sinal imortal
da nossa passagem, embora fugaz.

      Tudo isso, naturalmente, não signi ca que as fontes do medo, o lugar que ele ocupa na existência e o ponto focal das
reações que ele evoca sejam imutáveis. Ao contrário, todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios
medos, especí cos desse tempo e dessa sociedade. Se é incauto divertir-se com a possibilidade de um mundo alternativo
“sem medo”, em vez disso, descrever com precisão os traços distintivos do medo na nossa época e na nossa sociedade é
condição indispensável para a clareza dos ns e para o realismo das propostas. [...]

(Adaptado de http://www.ihu.unisinos.br/563878-os-medos-que-o -poder-transforma-em-mercadoria-politica-e-


comercial-artigo-dezygmunt-bauman - Acesso em 26/03/2018)

Em relação ao texto I, assinale a alternativa correta.

Em “Foi precisamente a consciência de ter que morrer, da inevitável brevidade do tempo, da possibilidade de que os
A projetos quem incompletos [...]”, todos os elementos em destaque são exigidos pela regência da palavra
“consciência”.

Em “Desde o seu início e ao longo de toda a sua longa história, o motor da cultura foi a necessidade de preencher o
B abismo que separa o transitório do eterno [...]” (4º parágrafo), o pronome em destaque faz referência à “consciência
de ter que morrer”.
Em “[...] para limitar ou para eliminar totalmente as ameaças devidas à casualidade da Natureza, à fraqueza física e à
C inimizade do próximo [...]”, o uso da crase é facultativo antes de “fraqueza” e antes de “inimizade”, tendo em vista que
tais termos são regidos pela mesma palavra.

Em “[...] todo tipo de sociedade e toda época histórica têm os seus próprios medos [...]”, há um sujeito composto que
D
justi ca o uso do acento circun exo no verbo destacado, marcando a exão de número.
Em “[...] as nossas capacidades estão bem longe de apagar a ‘mãe de todos os medos’ [...]”, o termo “mãe de todos os
E medos” está entre aspas para destacar uma citação direta de outrem, trazendo ao texto outras vozes para comprovar
o ponto de vista do autor.

280 Q903718 Português > Crase


Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: CRM-DF Prova: Quadrix - 2018 - CRM-DF - Serviço Administrativo
Rubem Alves. É assim que acontece a bondade. Internet:<www.portalraizes.com>(com adaptações)

Julgue o item que segue, em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos.

Na linha 11, o emprego do acento indicativo de crase em “às pessoas” justi ca-se pela regência da forma verbal “ensina” e
pela presença de artigo de nindo o termo “pessoas”.

Certo
Errado
Respostas

261: B 262: C 263: E 264: A 265: C 266: B 267: A 268: A 269: B 270: B 271: D

272: A 273: D 274: C 275: C 276: A 277: E 278: D 279: D 280: C

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