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o CONCEITO ÉTICO DE JUSTIÇA

A idéia de que os bons devem ser felizes porque merecem a felicidade e


que os maus devem ser infelizes porque não a merecem é a base do
conceito ético de justiça. Uma ordem mundial onde os bons são, de fato,
II
felizes e os maus, infelizes, é, por isso, a idéia de uma ordem de mundo
justo sob a perspectiva do conceito ético de justiça.
Nem todas as espécies de conceitos éticos de justiça implicam um
conceito político de justiça. Em lugar de reclamar que o bom deveria ser
feliz, deve-se garantir que o bom seja, de fato, feliz ou que venha a ser.
Pode-se declarar que "bondade é sua própria recompensa". Se é, e, cor-
respondentemente, a maldade é sua própria punição, então as pessoas
boas são felizes e as pessoas fracas são infelizes em cada ordem social e
política.
Nem todos os conceitos ético-políticos de justiça protegem uma
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ordem sociopolítica, onde todas as normas são morais. Exatamente O
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contrário: a utopia absoluta é a exceção e não a regra. O que todos os


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I adeptos desse conceito reivindicam é o estabelecimento de uma ordem
política, onde a observância de um sistema de normas e regras hetero-
gêneas não precisa infringir as morais. Finahnente, O que tem de ser
considerado como moralmente bom, virtuoso ou meritório normalmen-
te é definido em conjunto com a imagem da ordem política projetada
como "justo". A diversidade de definições de "bondade" (e felicidade)
está de acordo com a pluralidade dos conceitos ético-políticos de justiça.
De fato, de modo a defender firmemente um conceito ético-político
de justiça, alguém precisa saber o que é "bondade" ou "virtude". Nós

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ALÉM DA JUSTiÇA
o CONCEITO ~TICO-poLlTJCO DE JUSTiÇA

não sabemos se os bons são felizes ou infelizes se não tivermos conhe- desejar que todas as normas sociais sejam morais, levando à absoluta
cimento de quem são as pessoas boas. Os bons e virtuosos são bons e coincidência com as sanções sociais e internas. Isso também implica a
virtuosos porque observam certas normas morais ainda válidas dentro extinção das sanções sociais e o desaparecimento da pessoa certa (que
da ordem social injusta. age independentemente das sanções sociais). Assim, o final implícito em
todas as ações certas é stabeIecimento de uma moral totalmente mun-
Se alguém fala de pessoas "justas" com relação ao conceito formal
de justiça, e alguém mais o faz com relação ao conceito ético-político de
justiça, não estão se referindo à mesma qualidade ou virtude. Mesmo
em seu tempo, AristóteIes estava certo do caráter polissêmíco da noção
f
dial, onde a escolha e e o bom e o mau não pode mais ser feita.
Se o objetivo da p ssoa certa é autocontraditório, parece que preci-
samos voltar, na teoriá, em termos da qnal um ato certo é simplesmente
"o próprio fim" e faz sentido apenas como tal. Se a finalidade de qual-
"justiça" (dikaiosune). Obviamente, quando o Talmude declara que
"sempreexistem trintae seis justosno mundo", "justos"nesse contexto quer ação é auto-afirmativa, a pessoa certa não pode ter o desejo de um
não quer dizer consistentes e continuamente de prontidão para aplicar mundo sem certeza. Mas, se a pessoa certa deseja que todas as pessoas
as normas e regras prevalecentes a cada membro de um determinado sejam certas ou que cada norma social deva ser uma norma moral, não
grupo social, mas algo acima e além disso. pode desejar que as pessoas sejam certas. No entanto, essa antinomía
A seguir, farei referência ao conceito ético de justiça como a "cer- pode ser resolvida como se segue: o bom final, implícito no ato certo,
teza". Uma pessoa é certa se observa normas morais, independente de não é totalmente a moral mundial, mas a melhor moral mundial possível.
sanções sociais. Na melhor moral mundial possível, nem todo mundo é certo e nem todas
As ações da pessoa certa freqüentemente eram tidas como "a fina- as normas são morais. Nenhuma norma ajusta sanções contra a certeza,
lidade delas mesmas". Uma vez que todas as ações são relacionadas a mas várias normas e regras dão um prêmio às qualidades não-morais e
um fim, ou mais precisamente à finalidade da ação, essa explicação pa- administram sanções na ausência de tais qualidades. Nessa moral mun-
receu ser apenas relevante do ponto em que fez sentido da mais "subli- dial melhor possível, aqueles que merecem ser felizes podem ser felizes,
me" forma de vida. Entretanto, a atitude "eu não tenho uma boa cons- mas também podem escolher quem não é merecedor de felicidade. Con-
ciência e não me preocupo se o mundo perecer" não é, definitivamente, seqüentemente, "felicidade real" e "felicidade de opinião" não coinci-
a de uma pessoa certa, e não tem nenhuma explicação na teoria que dem completamente. Se a melhor moral mundial é, de fato, possível, a
garante que a certeza é "o fim por si mesmo". Em resumo, ajustando a mesma torna-se uma questão sem interesse. De interesse é apenas a idéia
minha própria teoria nesse assunto, uma certa ação está relacionada a de que a melhor moral mundial pode ser vista, sem qualquer autocon-
uma finalidade fora da própria ação, e essa finalidade precisa ser auto- tradição lógica, como o final intrínseco de todas as ações certas.
afirmativa. Podem existir dois diferentes caminhos de ações afirmativas Vamos imaginar, por um momento, que todas as normas e regras
certas. A pessoa certa pode desejar que todos sejam certos; em outras constituem grupos sociais (em outras palavras, não existem normas e
palavras, que todos observem normas morais, independente de sanções regras intergrupais). Nesse caso, todas as normas e regras se aplicam
sociais. Isso seria um final autocontraditório, pois se todo mundo ob- exclusivamente aos membros de um ou outro grupo. Normas e regras
servar normas morais, independente de sanções sociais, não restaria nin- diferentes podem ter um poder normativo diferente. Algumas podem
guém para aplicar as sanções sociais, significando que definitivamente ser optativas, outras imperativas. Uma vez que todas as normas e regras
não haveria nenhuma sanção social, e assim não seria possível para nin- constituem grupos sociais, todas elas são intrinsecamente entrelaçadas,
guém agir independente de tais sanções. A pessoa certa também pode e observá-Ias significa observar todas elas. Isso equivale a dizer que todas

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as normas sociais são, simultaneamente, mais ou menos éticas. Esse é tificativa) para tal ampliação ou enfraquecimento no desenvolvimento
normalmente o caso em pequenas sociedades tribais. Mesmo a distinção em direção ao sufrágio universal.
crescente entre regras e normas pragmáticase práticas é apenas uma Por isso, distintas normas intergrupais podem ser de proveniência
precondição insuficiente de distinção entre as sociais e morais. Esse é o inteiramente diferente. Existe uma grande variedade de normas morais
caso se toda idéia de justiça, primária e abrangente, for "a cada um de que, assumindo a validade intergrupal, não podem constituir qualquer
acordo com sua posição". Um conjunto de normas e regras constitui grupO social, real ou ideaJ. Devo citar a norma que se tornou extraor-
uma posição; outro conjunto constitui outra posição. Todas as normas dinariamente atual no dilcurso moral contemporãneo, aquela de "man-
e regras que constituem uma única posição são o modo de vida dos ter uma promessa".S~manter uma promessa"é uma norma como tal,
membros dessa posição. Membros de todas as posições são medidos e ela não pode constituir um grupo social. A norma pode constituir um
julgados nos moldes de suas normas e regras. A soma total das normas grupo apenas se ela for especificada da seguinte maneira: "Os membros
e regras do grupo superior é o modelo do supremo comportamento do grupo A deveriam fazer ou dar a e b aos membros do mesmo grupo,
ético, e constitui o supremo comportamento ético. Os membros do gru- e prometer dar ou fazer c e d aos membros do grupo B, e todas essas
po inferior não podem ser moralmente supremos; de fato, deve ser um promessasdeveriam ser mantidas."
desafio à ordem do mundo ético se eles pretendem sê-Io. A distinção No entanto, a norma "manter uma promessa" é válida e relevante
entre normas morais e sociais pode ser feita apenas se existirem normas como uma norma intergrupal. Se lhe prometo minha amizade, deveria
e regras morais que não constituem um grupo social, mas não inter- manter aquela promessa, e a mesma coisa se aplica caso prometa ajudá-lo
grupais. A linha divisória entre justiça e certeza chega nesse ponto. a continuar meus estudos, a cuidar de suas crianças, ou a parar de beber.
A noção de "normas intergrupais" (as próprias normas morais) pre- Mas não posso querer que todo membro de um grupo social faça o
cisa de maiores especificações. Elas podem ser normas de um "grupo mesmo. Eu não posso nem mesmo querer tanto: todos os que podem
ideal" (na terminologia de Durkheim, uma "comunidade ideal"), capaz remendar vestidos deveriam prometer remendar vestidos para os ou-
de ultrapassar normas e regras dos grupos sociais reais. Aqui, a distinção tros? Manter a promessa como tal é uma norma que regula relações
entre normas intergrupais e intragrupais é relativa. Por exemplo, se- pessoais. Entretanto, normas de justiça exigem que determinadas pro-
nhores de terras, servos e burgueses supunha-se serem igualmente per- messas sejam feitas e outras não, e que aquelas que devem ser feitas
tencentes ao mesmo grupo ideal, aquele do cristianismo, que ainda era também devem ser mantidas, pois isso é justo. Normas e regras que
confrontado com outros grupos reais (pagãos) e ideais. J Qualquer que constituem grupos sociais abrem muitas possibilidades para fazer pro-
seja o grupo ao qual uma pessoa pertença, ela deve escolher as normas messas de um tipo nem agradável, nem proibido. E essas promessas
do grupo ideal em vez de normas e regras de seu próprio grupo real. No devem ser mantidas. Se não as mantiver,infrinjo a norma "manteruma
Capítulo I, referi-me ao conflito social (visto da perspectiva do conceito promessa"; mas, do ponto de vista de conceito formal de justiça, não
formal de justiça) que ocorre se participantes sociais permitem uma am- sou injusta por isso. Usuários comuns de linguagem fazem essa distinção
pliação ou estreitamento de um grupo ao qual se aplicam certas normas muito corretamente. Se alguém promete fazer alguma coisa de acordo
e regras. A verdadeira existência de normas intergrupais constituindo Com uma norma ou regra de justiça (por exemplo, "eu vou distribuir a
um grupo ideal serve para justificar o objetivo social de mudar os tama- comida igualmente entre os necessitados") e depois volta atrás em sua
nhos dos grupos reais. A noção "contrato social" e aquela de "sociedade" palavra (não a distribui igualmente), os usuários comuns de linguagem
como diferente de "estado" serviu como um poderoso nivelador (e jus- chamarão essa pessoa de injusta. Mas, mesmo se a falha de manter pro-

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messas (por exemplo, nas relações pessoais) nada tem a ver com a virtude o conceito de certeza é o conceito de moralidade, e é um conceito
de "ser justo", pode ter muito mais a ver com a qualidade moral de absolutista, no que ele é incondicional. Os atos e a conduta das pessoas
Ilcerteza".De fato, uma pessoa correta mantém suas promessas, sejam
cenas implicam que seu fim seja o melhor possível no mundo moral.
elas simples ninharias ou coisas de grande importância. Uma pessoa cor-
Nós não sabemos se o melhor mundo moral possível é, de fato, atingível,
reta é "boa como sua palavra", pode-se confiar nela.
exatamente como sabemos que essa questão carece de relevância do
Todas as normas intergrupais, sejam elas normas de um "grupo
ideal" ou normas de um relacionamento pessoal são, ou pelo menos ponto de vista da moralidade. Todavia, a mesma questão é muito rele-
vante nO que conceroe ao conceito ético-político de justiça.
podem ser, observadas pela pessoa certa. A infração de cenas normas
intergrupais não permite sanções sociais, em seu todo. Adular alguém A faceta ética do conceito ético-político de justiça (o conceito ético
com o objetivo de lucro não permite sanções sociais, nem prometer ajuda de justiça) toma a posição de ceneza. Contudo, a faceta (social) do mes-
e depois voltar atrás na palavra de uma pessoa, nem afetar as emoções mo conceito se dirige aos atos condicionais, não incondicionais. Por atos
(em geral, insinceridade) ou futilidades, vaidade ou inveja, desde que as "condicionais" quero dizer atos políticos de legislação (no amplo sentido
normas e regras do grupo social em questão não sejam infringidas. Con- da palavra). Legislação moral e legislação política pressupõem uma a
tudo, o contrário também pode ser o caso. Se um homem promete ca- outra. Legislação política, ao contrário de legislação moral, pode ser o
sar-se com uma mulher de nível social inferior ao seu e mantém sua reconhecimento do possível. Se do ponto de vista da ceneza ela é irre-
promessa, em cenos grupos sociais seu ato impõe sanções sociais. Se levante quanto à melhor moral mundial possível, no total é possível que
alguém falha em honrar, pode ser repudiado. (Cordélia é um caso fa. a questão de possibilidade seja levantada em qualquer conceito ético-
moso nesse sentido.) Se alguém oferece o céu para os perseguidos polí.
político de justiça completo. A questão crucial a ser levantada aqui, e
ticos, o ato não permite sanções sociais. E infelizmente muitas vezes resolvida, refere-se aOtipo de legislação política necessário para o me-
acontece que, diante da interação com uma autoridade social, a sinceri-
lhor mundo moral possível ser estabelecido. Se o criador de um conceito
dade também invoca sanções sociais. Nós sabemos agora que ser correto
ético-político de justiça conclui que nenhuma legislação política pode
significa observar normas independente de sanções sociais - que, claro, estabelecer o melhor mundo moral possível (pois isso é impossível), ele
não significa o ceno nunca observar normas de infração, as quais levam
legislará pelo segundo moral, ou simplesmente, um "melhor" mundó
as sanções sociais. No entanto, o ceno observa tais normas para seu
próprio bem, não porque sua infração leva a sanções sociais. moral. Platão ponderou o segundo melhor mundo moral após designar
Minha análise de "ceneza" não acrescenta nada de novo ao conceito o "melhor possível". Por outro lado, cenos conceitos ético-políticos de
de ceneza. Apresentando meu caso, tentei seguir uma tradição datada de justiça (principalmente - mas não exclusivamente - os religiosos) fi-
três mil anos, mais ou menos. A provisão se refere umais ou menos" a xam à imagem de um mundo moral absoluto, à idéia absolutista do
mudanças nas próprias normas intergrupais que a pessoa cena suposta- impossível. E quero dizer impossível. A possibilidade de um mundo mo-
mente deve observar. Por isso, assombroso não é a presença de elementos ral absoluto pode ser mantida apenas se esperamos por uma revolução
variãveis nos sistemas normativos intergrupais, mas a predominância da- antropológica ou pela graça divina. Da mesma forma, ainda penso que
queles constantes. A sugestão de Kant, de que não há "progresso" na mo- é razoável e aceitável permitir à legislação o melhor mundo moral pos-
ralidade, dá a impressão de ser bem fundamentada, embora se possa acres- sível, mesmo como o "segundo melhor" ou, pelo menos, um que seja
centar "exceto pela emergência da própria moralidade". melhor.

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AL~M DA JUSTiÇA o coNCEITO ~TICO.POLITICO DE JUSTIÇA

A EMERGÊNCIADO CONCEITOÉTICO-POLíTICO
DEJUSTIÇA tradas que me interessam: duas atitudes tratadas como símbolos porque
representam tOdas as outras tentativas de resolver esse mesmo problema.
Conforme, certa vez, habilmente declarou Bloch, alguém tem de quebrar Da mesma maneira, os profetas e Platão podem ser interpretados do
uma barreira para reconhecer isso como um limite. Essa é particular- pontO de prevalência de suas respectivas situações históricas. Eles parti-
mente a verdade do conceito ético-político de justiça. Esse conceito é lham a consciência histórica em seu próprio tempo e cultura. Assim, a
formulado inicialmente não como uma afirmação, mas como uma ne- atitude simbólica que expressam é atemporal; para ser mais precisa, ela
gação de negação - além do mais, como uma dupla negação de nega- é histórica, pois eleva os mais profundos e vexatórios aspectos de sua
ção. O mundo é visto como injusto, como a verdadeira negação de jus- historiâdade.
tiça, e essa negação de justiça, ela própria, precisa ser negada. A justiça
existente é considerada como tendo dois lados: os homens são injustos
porque são corruptos e fracos, ao invés de certos, e a sociedade (ou o
corpo político) é injusta porque dá um prêmio à fraqueza e permite que DEJUSTIÇAE O PARADOXODEFÉ
A IDÉIA PROFÉTICA
o certo seja enganado e pereça. A negação precisa, portanto, ter dois
lados também: um novo homem certo e uma nova cidade de justiça A. J. Heschel escreve o seguinte sobre justiça:
deveriam ser posicionados. A realidade de fraqueza e injustiça tem de
ser desmascarada como simples aparição, como tolice, como não real, "Os dois termos-chave são tsedakah (tsedek) e mishpat. A palavra mishpat
enquanto o mundo imaginado de certeza e justiça deveria brilhar à luz significa o julgamento dado pelo shofet Ouiz); em conseqüência, a palavra
da essência, sabedoria e verdade. E é devido ao caráter duplo da negação pode significar justiçaJ norma, ordenança, direito legal, lei. A palavra tse-
de negação que podemos falar de conceito ético-político de justiça. Con- dakah pode ser substituída por "certeza". Enquanto legalidade e certeza
denação é pedida e direcionada não apenas aos ofensores em particular, não são idênticasJ elas precisam sempre coincidir. C...) Certeza vai além da
mas também à sociedade que os promove. Entretanto, a injustiça da justiça. Justiça é estrita e exataJ dando a cada pessoa o que lhe é devido.
sociedade, ou o corpo político, não absolvem ofensores individuais. Certeza implica benevolência, bondade, generosidade. C...) Justiça pode ser
Existe uma tensão entre os aspectos éticos e sociopolíticos do conceiro legal; certeza é associada a uma ardente compaixão pelos oprimidos. C...)
ético-político de justiça, uma tensão eliminável apenas na religião e Seria errado garantir que existia uma dicotomia de mishpat e bondade. C...)

na filosofia. Mas ela pode realmente ser eliminada? A seguir darei uma A justiça morre quando desumaniza, não importa quão exatamente ela pos-
breve descrição das primeiras tentativas religiosas e filosóficas para re- sa ser exercida. (...) A lógica de justiça pode parecer impessoal por issoJ a
solver o problema. Mostrarei que a primeira solução religiosa culmina preocupação por justiça é um ato de amor."2
no paradoxo da fé, enquanto a primeira solução filosófica culmina no
paradoxo da razão. O conceitO formal de justiça é, portanto, interpretado dentro da estru-
Exemplificarei a solução religiosa através da idéia profética de jus- tura do conceito ético-político de justiça. A certeza é a forma suprema
tiça, a solução filosófica através da filosofia de Platão. Veremos que o de ser justo, e o tsaddik, Ohomem certo, é o mais justo de todos. Justiça
paradoxo da fé invoca a filosofia e que o paradoxo da razão invoca e benevolência não são duas virtudes separadas (como são vistas - atra-
a religião. Não discutirei como um todo a mensagem dos profetas de Is- vés de Hume - nos tempos modernos), mas uma virtude, e pela simples
rael ou a filosofia platoniana. Em vez disso, são as duas atitudes demons- razão de que aquela parcialidade para com os que sofrem é abrangida

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