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A PROFISSÃO DE ENGENHEIRO DE MINAS E A LEI

A ELABORAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA NA


MINERAÇÃO

Abril/2019

Introdução.

Nossa profissão é exercida dentro de um campo de atuação – a Mineração – que é regulado por
legislação específica e cuja atividade se desenvolve sob o controle e fiscalização de uma Agência,
também específica, a Agência Nacional de Mineração- ANM.

Isso se dá pelo fato de que na mineração lidamos com um bem – o minério – pertencente à
União, conforme artigo 176 da nossa Constituição Federal. Além disso, a atividade produtiva na
mineração, envolvendo a lavra e o beneficiamento do minério, é considerada de alto risco, tanto sob
a ótica da Segurança e Saúde no Trabalho, como dos Impactos ao Meio Ambiente.

Por ser um bem não renovável, a condução dos trabalhos de lavra e beneficiamento do minério
deve ser praticada por profissionais habilitados para tal, buscando sempre a sua máxima
recuperação.

Não há dúvidas que a atividade de mineração se enquadra dentro daquelas relativas ao


“aproveitamento e utilização de recursos naturais”, constante tanto no artigo 1º, quanto no artigo 7º
da Lei nº 5.194/66, ou seja, é um campo de atuação da Engenharia.

Também, não há dúvidas que o único profissional que tem atribuição legal para conduzir os
trabalhos relativos à lavra é o Engenheiro de Minas, de acordo com o Decreto nº 23.569/33. Tal
reconhecimento está explícito na Resolução nº 218/73 do Confea.

Trabalhos relativos à lavra e ao beneficiamento de minérios incluem, entre outros, planejamento,


projeto, planos, condução de atividades, suas documentações técnicas e relatórios exigidos pelos
órgãos fiscalizadores da atividade de mineração.

Nossa Lei Profissional é clara e taxativa: Os estudos, plantas, projetos, laudos e qualquer outro
trabalho de engenharia, de arquitetura e de agronomia, quer público, quer particular, somente

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poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão valor jurídico quando
seus autores forem profissionais habilitados de acordo com esta lei (Art. 13).

A mesma Lei determina que o exercício, no País, da profissão de engenheiro é assegurado aos que
possuam, devidamente registrado, diploma de faculdade ou escola superior de engenharia (Art. 2º) e
que exerce ilegalmente a profissão de engenheiro, arquiteto ou engenheiro-agrônomo o profissional
que se incumbir de atividades estranhas às atribuições discriminadas em seu registro (Art. 6º).

A Lavra.

Dentro do arcabouço regulatório que envolve a atividade de mineração há diferentes processos


técnico-administrativos para que se possa executar a lavra e o beneficiamento de minérios de forma
legal. Tais processos são conduzidos e regulamentados pela ANM (antigo DNPM).

A PORTARIA nº 155, de 12 de maio de 2016, publicada no DOU de 17 de maio de 2016, do


Diretor-Geral do DNPM, no Título II que trata dos Regimes de Aproveitamento dos Recursos
Minerais, no artigo 67 orienta:

Para os efeitos desta Seção consideram-se:

I - títulos de lavra: manifesto de mina, decreto de lavra, portaria de lavra, grupamento mineiro,
consórcio de mineração, registro de licença, permissão de lavra garimpeira e registro de extração;
II - guia de utilização: documento emitido pelo DNPM, fundamentado em critérios técnicos, que
autoriza, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais em área titulada, antes da
outorga da portaria de lavra;
III – lavra: conjunto de operações coordenadas realizadas de forma racional, econômica e sustentável
objetivando o aproveitamento da jazida até o beneficiamento das substâncias minerais nela
encontradas, inclusive, maximizando-se o seu valor ao final de sua vida útil;

Mais adiante, em seu artigo 68 estabelece: Todos os titulares ou arrendatários de títulos de lavra
e de guias de utilização, independente da situação operacional das respectivas minas (em atividade
ou não), deverão apresentar ao DNPM relatório anual de lavra – RAL relativo a cada processo
minerário de que são titulares ou arrendatários na forma e prazo estabelecidos nesta Consolidação.

E ao tratar do Responsável Técnico pela elaboração do RAL, em seu artigo 69 determina: O


trabalho técnico de elaboração do RAL deverá ser confiado a profissional legalmente habilitado ao
exercício da profissão e deverá ser objeto de anotação de responsabilidade técnica - ART própria,
consoante exigido pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, observadas as características dos
empreendimentos mineiros envolvidos e o grau de complexidade das operações de lavra e
beneficiamento neles presente e as regulamentações específicas dos Conselhos Regionais de
Engenharia e Agronomia – CREA’s, no que couberem.

A mencionada Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, traz em seus mandamentos:

Art 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços
profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à "Anotação de
Responsabilidade Técnica" (ART).

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Art 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de
engenharia, arquitetura e agronomia.

Convém lembrar que em matérias que envolvem atribuições profissionais, a regulamentação é de


competência exclusiva do Confea e feita através de suas resoluções, conforme estabelece o Art. 27
da Lei nº 5.194/66. Como já mencionado, o profissional habilitado a tratar de assuntos referentes à
lavra e ao beneficiamento de minérios é o Engenheiro de Minas, de acordo com a Resolução nº
218/73 do Confea.

Acima da referida Portaria, o Código de Mineração (Decreto-Lei 227) traz as seguintes


orientações:

Art. 36. Entende-se por lavra o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento
industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o
beneficiamento das mesmas.

Art. 47. Ficará obrigado o titular da concessão, além das condições gerais que constam deste Código,
ainda, às seguintes, sob pena de sanções previstas no Capítulo V:

VI - Confiar, obrigatoriamente, a direção dos trabalhos de lavra a técnico legalmente habilitado ao


exercício da profissão;
XVI - Apresentar ao Departamento Nacional da Produçào Mineral - D.N.P.M. - até o dia 15 (quinze) de
março de cada ano, relatório das atividades realizadas no ano anterior;

Não podemos esquecer, também, que o Código de Águas Minerais é claro, mostrando que a
exploração ou extração de água mineral, tanto por meio de poços ou por meio de fontes naturais é
uma atividade de lavra.

Em seu artigo 9º é explicitado:

“Por lavra de uma fonte de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins
balneários, entendem-se todos os trabalhos e atividades de captação, condução, distribuição e
aproveitamento das águas”.

E ele, em seu artigo 8°, estabelece que tal lavra seja regulada pelo disposto no Capítulo III do
Código de Mineração, ressalvadas as disposições especiais nela contidas.

Conclusões sobre o RAL e sua elaboração.

Como visto qualquer forma de extração de bens minerais, independentemente da escala e


complexidade de sua execução, é uma atividade de lavra. Só é obrigado a apresentar o RAL o titular
que possuir qualquer tipo de autorização para praticar a atividade de lavra.

Ao ser exigida a Anotação Técnica de Responsabilidade – ART para a execução do Relatório


Anual de Lavra – RAL, a legislação minerária deixa claro que tal documento é técnico e não,
simplesmente, administrativo burocrático.

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Profissionais só podem se responsabilizar por atividades técnicas para as quais possuem
atribuições constantes em seus registros nos Creas.

Atribuições profissionais não são estabelecidas por decisões de Câmaras Especializadas ou por
Plenários dos Creas. Elas são, sim, “concedidas conforme a legislação profissional e resoluções do
Confea”.

No caso específico do profissional Geólogo, a Lei n° 4.076/62 não lhe concede nenhuma
atribuição referente à lavra e beneficiamento de qualquer tipo de minério, inclusive água mineral.

Em respeito indispensável à legislação superior, também, a Resolução nº 218/73 do Confea não


dá a estes profissionais qualquer atribuição sobre lavra e beneficiamento de minérios, incluindo a
elaboração de qualquer documento ou relatório técnico a respeito destas atividades.

Por fim, profissionais que em seus registros não possuem atribuições para atividades de lavra não
podem se responsabilizar por qualquer documento técnico a ela referente.

O aproveitamento de recursos minerais através das atividades de lavra e beneficiamento de


minérios, desenvolvidas nos “empreendimentos mineiros”, está entre aqueles que “caracterizam a
profissão de Engenheiro”.

HÁ, LEGALMENTE, UM ENGENHEIRO COMPETENTE PARA RESPOSABILIZAR-SE PELA MINERAÇÃO: O


ENGENHEIRO DE MINAS!

Atenciosamente.

Eng. Minas Nilo Schneider


Diretor de Legislação Profissional

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