Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES

Director Executivo: Rui de Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete *Chingodzi* Editado em Português e Inglês

Parque Nacional de Mágoè vai ter Projecto de Maneio Comunitário de Recursos Naturais

Através do financiamento da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO), a Associação de Apoio e
Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC) lança nesta Terça-
feira o projecto de Promoção da participação das Comunidades da
zona tampão do Parque Nacional de Mágoe na gestão integrada
dos recursos naturais, na província de Tete. É na essência um pro-
jecto de Meneio Comunitário sustentável de recursos naturais no
Parque Nacional de Mágoe, porém, com uma extensão ao distrito
de Marávia devido a pressão criminal de exploração florestal de
espécie nkula.
A província Tete é a terceira maior do país, localizada na região do
Vale do Zambeze, no centro do país, possui recursos florestais e
faunísticos que constituem a base de sobrevivência dos seus habi-
tantes e são também uma importante fonte de matéria-prima para a
indústria de madeira. Entretanto, a exploração de madeira por naci-
onais e estrangeiros, a extracção de biomassa lenhosa e de produtos
florestais não madeireiros, acontecem de forma não sustentável e
muitas vezes sem conhecimento ou a devida autorização e tendem,
de acordo com os locais a aumentar.
A participação das comunidades locais na gestão das florestas a sua
volta continua ainda fraca devido a falta de conhecimento da legis-
lação, ausência de fiscalização e da aplicação da legislação, corrup-
ção e falta de transparência no sector, tem estado a permitir a entra-
da de exploradores ilegais, beneficiando pessoas singulares em
detrimento das comunidades donas do recurso.
E como sustenta o gestor daquele projecto na AAAJC há que asse-
gurar a participação das comunidades a volta da área tampão do
Parque Nacional de Magoe na gestão integrada dos recursos flores-
tais, principalmente na monitoria da implementação de políticas e
legislação florestal com vista a redução da exploração ilegal da ma-
deira e assegurar benefícios directos às comunidades locais. Tendo
em atenção que o programa FAO-UE FLEGT promove a implemen-
tação do plano de acção FLEGT, melhorando a governação florestal,
fornecendo assistência técnica e fortalecendo capacidades através de
financiamento de projectos em países elegíveis, dai que para alcançar
esses objectivos, o Programa FAO-UE FLEGT acordou apoiar o pro-
jecto intitulado Governação Florestal Na Zona Tampão do Parque
Nacional de Magoe, Província de Tete, Moçambique.
No entanto, o maneio comunitário dos recursos naturais requer inte-
ração entre a comunidade e outros parceiros. Das iniciativas de ma-
neio comunitário reportadas, tanto em Moçambique como nas outras
regiões do mundo, as comunidades sempre aparecem aliadas a pelo
menos uma instituição de suporte formando parcerias. Esta constata-
ção sugere que as parcerias são uma base para o sucesso do MCRN.
É assim, que os arranjos institucionais como tema de maneio comu-
nitário têm dominado a literatura. O enfoque principal tem sido a
definição do papel das instituições considerando que uma parceria
funcional e duradoura é aquela em que os parceiros têm a sua função
claramente estabelecida.
Deste modo, reconhecendo as diferenças nos objectivos de cada insti-
tuição participante no MCRN é importante que todos os participan-
tes tenham claro esse objectivo e que seja compatível para garantir a
integridade da parceria. Intenções pouco claras e objectivos ocultos
são uma bomba de tempo para as parcerias. Uma parceria é definida
como sendo um acordo entre duas ou mais entidades que se unem
por um objectivo comum.

Onde entra a AAAJC?

Numa parceria com a AAAJC é importante que o papel
e a responsabilidade de cada parceiro sejam claramente
definidos. A partilha de benefícios e dos riscos é tam-
bém uma característica de uma parceria. E de forma
repetida, os principais intervenientes do MCRN em
Moçambique são: Estado, Sector Privado, ONGs e as
Comunidades Locais. A forma de organização destes
diferentes grupos de MCRN está estabelecida nos di-
versos instrumentos legais em vigor no país. A Lei de
Florestas e Fauna Bravia refere que se deve criar conse-
lhos locais de gestão de recursos, constituídos por re-
presentantes das comunidades locais, do sector priva-
do, das associações e dos órgãos locais do Estado.
Bravia, Órgãos Locais do Estado, etc., ou ainda podem ser
acordadas entre os diferentes parceiros. Uma forma de organi-
zação sugerida pelo Regulamento de Florestas e Fauna Bravia
é a criação do conselho de gestão participativa (COGEP, inclui
membros da comunidade e outros actores: governo local, sec-
tor privado, ONGs e associações) e do comité de gestão comu-
nitária (CGC, órgão multisectorial que permite uma efectiva
representação das comunidades e defesa dos seus interesses).
Parceiros:

Isto para permitir a participação da comunidade local e

garantir a protecção, conservação e promoção do uso
sustentável dos recursos. Contudo, algumas das res-
ponsabilidades de cada um dos intervenientes podem
ser encontradas nas leis de Terras, Florestas e Fauna

Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil
Moçambicana, não-governamental, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legal-
mente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19 de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
 Penhane OFICIAL REPORT CARD OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMMUNITIES

The Executive Director: Rui de Vasconcelos* Phone: 20030252*City of Tete-Mozambique* Edited in Portuguese & English
o
Edition n 225

Mágoè National Park will have Community Natural Resources Management Project

Through funding from the United Nations Food and Agriculture Organi-
zation (FAO), the Association for Support and Legal Assistance to Com-
munities (AAAJC) launches this Tuesday the project to promote the
participation of the communities of the Mágoè National Park buffer zone
in integrated natural resources management in Tete province. It is essen-
tially a sustainable community resource management project in Mágoè
National Park, however, with an extension to the Marávia district due to
criminal pressure from nkula forest exploitation.
Tete province is the third largest in the country, located in the central
Zambezi Valley region. It has forest and wildlife resources that form the
basis of its inhabitants' survival and are also an important source of raw
material for wooden industry. Meanwhile, logging by nationals and
foreigners, the extraction of wood biomass and non-timber forest prod-
ucts, happens unsustainably and often without knowledge or due au-
thorization and tends, according to increasing locations.
The participation of local communities in the management of their sur-
rounding forests remains weak due to lack of knowledge of legislation,
lack of enforcement and enforcement, corruption and lack of transparen-
cy in the sector, has been allowing illegal loggers to enter, benefiting
natural persons to the detriment of the communities that own the re-
source.
Bearing in mind that the FAO-EU FLEGT program promotes the imple-
mentation of the FLEGT action plan by improving forest governance,
providing technical assistance and capacity building through project
financing in eligible countries, hence to achieve these objectives, the FAO
- UE FLEGT has agreed to support the project entitled Forest Governance
In the Buffer Zone of Magoe National Park, Tete Province, Mozambique.
However, community management of natural resources requires interac-
tion between the community and other partners. Of the community
management initiatives reported, both in Mozambique and in other
regions of the world, communities always appear to be allied with at
least one support institution forming partnerships. This finding suggests
that partnerships are a foundation for NRMC success. Thus, institutional
arrangements as a theme of community management have dominated
the literature. The main focus has been on defining the role of institu-
tions considering that a functional and lasting partnership is one in
which partners have their role clearly established. Therefore, recognizing
the differences in the objectives of each participating MCRN institution,
it is important that all participants have a clear objective and be compati-
ble to ensure the integrity of the partnership. Unclear intentions and
hidden goals are a time bomb for partnerships. A partnership is defined
as an agreement between two or more entities that unite for a common
purpose.

And as the AAAJC project manager maintains, the participation of com-

munities around the buffer zone of the Magoe National Park must be
ensured in the integrated management of forest resources, especially in
monitoring the implementation of forest policies and legislation to re-
duce illegal logging and ensure direct benefits to local communities.

Where does AAAJC come in?

In a partnership with AAAJC it is important that the role and includes members of the community and other actors:
responsibility of each partner is clearly defined. Benefit and local government, private sector, (NGOs and associations)
risk sharing is also a feature of a partnership. And repeated- and the Community Management Committee (CGC, mul-
ly, the main NRMC actors in Mozambique are: State, Private tisectoral body that allows the effective representation of
Sector, NGOs and Local Communities. The organization of the communities and the defense of their interests).
these different NRMC groups is established in the various
legal instruments in force in the country. The Forest and
Wildlife Law states that local resource management councils
should be established, consisting of representatives of local
communities, the private sector, associations and local state Partners:
bodies.

This allows for the participation of the local community and

ensures the protection, conservation and promotion of sus-
tainable use of resources. However, some of the responsibili-
ties of each stakeholder can be found in the Land, Forest and
Wildlife Laws, Local State Bodies, etc., or can be agreed be-
tween the different partners. One form of organization sug-
gested by the Forest and Wildlife Regulation is the creation
of the participatory management council (COGEP), which

Who we are? Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC), is a non-governmental, non-profit,
Mozambican Civil Society organization, nationwide, founded in 2008 and with its statutes published in 2010 in Bulletin of Re-
public no. 2, III series, 4th supplement of 19 January. The headquarters is in the city of Tete.