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POLÍTICA INTERNACIONAL

PROFESSOR PAULO VELASCO

AULA 03 – PEB III

Objetivo: Iniciar a análise da política externa do período de ditadura militar, com os governos Castelo Branco, Costa e
Silva, e Médici. A consolidação da autonomia e o fim do alinhamento aos EUA. Diversificação de Parcerias.

1. GOLPE DE 1964

 O golpe militar de 1964 é fruto de um cenário doméstico, mas tem implicações do cenário internacional. Nesse
sentido, podemos identificar um grande apoio dos EUA.
 Os rumos do governo com proposta reformista, sobretudo num cenário pós-Revolução Cubana, causam
muita preocupação nos Estados Unidos, que atuam com apoio explícito ao golpe militar. Ex: Operação
Brother Sam, que visava dar apoio aos golpistas.
 Vale observar que não houve muita resistência ao golpe, o que fez não ter sido necessário completar a
Operação Brother Sam.
 Além disso, podemos notar a presença da embaixada dos EUA no Brasil (no Rio de Janeiro). Chama-se a
atenção para a participação do embaixador Lincon Gordon e de Vernon Walters, que acompanhavam
de perto o processo do golpe, durante o governo Jânio Quadros.
 Dado o golpe, pode-se perceber um rápido reconhecimento do novo governo pela Casa Branca.
Também é importante notar que o apoio americano foi importante, mas não determinante para o
golpe.

2. GOVERNO CASTELO BRANCO (1964-1967)


 Foi um governo marcado pela chamada “Sorbonne” brasileira, caracterizada por uma elite intelectualizada do
exército brasileiro, do qual fazia parte Castelo Branco.

 Castelo Branco era muito influenciado pelas teses da Escola Superior de Guerra (ESG) e da National War
College, dois centros de formação de pensamento e de doutrina militar americana que, tendenciosamente,
dirigia ao capitalismo e ao anticomunismo.

 Por isso percebemos um alinhamento aos EUA, demonstrando um abandono da PEI (Política Externa
Independente) e caracterizando um americanismo.

 Embora o alinhamento seja político-ideológico, percebe-se também um alinhamento econômico, com figuras
marcantes do liberalismo econômico brasileiro como Octavio Gouveia de Bulhões (ministro da Fazenda) e
Roberto Campos (ministro do Planejamento), em que o Brasil cede às pressões do FMI e de Washington. Ex: O
Brasil paga indenizações aos EUA por empresas que tinham sido encampadas.
 No que tange à Política Externa, percebemos um rompimento de relações diplomáticas com Cuba, já no
primeiro ano do governo Castelo Branco (1964), a fim de demonstrar total alinhamento aos EUA.
 OBS: Roberto Campos foi contra o rompimento de relações com Cuba, porém, prevaleceu a opinião de
Vasco Leitão (que havia sido embaixador brasileiro em Cuba). Somente em 1986 que o Brasil volta a ter
relações diplomáticas com Cuba. Outro destaque deve-se dar ao embaixador Juracy Magalhães, que
fora embaixador em Washington, o qual afirmou que “o que é bom para os EUA é bom para o Brasil”
(pouco tempo depois assumiu a chefia do Itamaraty).
 Notamos ainda o envio de tropas brasileiras para a intervenção militar na República Dominicana (1965),
chancelada pela OEA (que nessa época era “controlada” pelos EUA). Vale reconhecer que o Brasil só tomou tal
atitude em razão de demonstrar apoio aos EUA.

 Vale perceber também que ocorreu uma manutenção de relações normais com a URSS e com o leste europeu
(o que Amado Cervo chama de universalismo inevitável). Lembre, nesse contexto, os atores que configuram
ameaça à política americana são Cuba e China. Por isso, o Brasil rompe com Cuba e se afasta da China
comunista, mas não se afasta da URSS, até porque quando o Brasil tinha rompido relações com a URSS, ele foi
criticado pelo governo de Washington.

 É importante perceber que, nesse contexto, em razão desse alinhamento ideológico do Brasil aos EUA e pela
atuação brasileira na República Dominicana, a América Latina via o Brasil com desconfiança, o via como um
agente do subimperialismo estadunidense. Além disso, a criação de uma Força Interamericana Permanente
(FIP), que existiu pontualmente na República Dominicana e era como um braço armado da OEA, fez a América
Latina se assustar com essa postura do Brasil.

3. GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969)

 Neste governo podemos perceber um endurecimento nas políticas de repressão do regime militar, é a chamada
“linha dura”.

 Do ponto de vista da economia, vemos como expoente a presença de dois economistas que não seguem à lógica
do liberalismo econômico americano, que são Delfim Netto e Hélio Beltrão.

 No âmbito da Política Externa, notamos um resgate, ainda que parcial, dos pilares da PEI. Logo, neste governo
não se pode dizer que há um alinhamento americano tal como no de Castelo Branco. Assim, o governo Costa e
Silva promove uma flexibilização desse alinhamento aos EUA.

 Podemos perceber, assim, uma certa autonomia brasileira, que tem como exemplificação a rejeição do Brasil ao
TNP (1968). Notamos também uma articulação brasileira junto ao terceiro mundo. Exemplo disso é a posição
demandante, reformista do Brasil na II UNCTAD (1968 – Índia). Ainda destaca-se uma aproximação com a
Índia. Um exemplo dessa aproximação é a visita do chanceler brasileiro Magalhães Pinto à Índia, em retribuição
à visita de Indira Gandhi ao Brasil.

 No âmbito da América Latina, percebemos que o Brasil busca uma aproximação dos países latino-americanos,
através de uma atuação ativa na Comissão Especial de Coordenação Latino-Americana (CECLA). Aqui,
percebemos que o latino-americanismo precede o americanismo. Nesse sentido, vemos o estabelecimento do
Tratado da Bacia do Prata, entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.

 Assim, neste governo, chama-se a atenção para a “Diplomacia da Prosperidade” em que o Brasil entende que
para alcançar a prosperidade, não se pode ser “capacho” dos EUA.

4. GOVERNO MÉDICI (1969-1974)

 Notamos um período de grande violência e repressão militar. Entretanto, no sentido econômico, notamos um
grande crescimento, o chamado “Milagre Brasileiro”, com a criação do I PND, com a exportação de
manufaturados, e a atuação do tripé Capital estatal - Capital Privado Internacional - Capital Privado Nacional.

 Aqui, enxerga-se uma expansão do mercado interno, no sentido das classes média e alta (demandando bens de
consumo duráveis), não atingindo as classes mais baixas (o que não requereu um aumento de consumo de bens
de consumo não duráveis, e isso gerou um excedente de produção). Assim, podemos notar uma busca por
mercados externos, através de uma estratégia de diversificação de mercados, e o Brasil vai buscar esse
mercado na África, em que o chanceler Mário Gibson Barboza viaja a 9 países africanos (deixando de fora os
países que tinham ligações com Portugal) a fim de conquistar a simpatia e conquistar mercados. Vale notar que
em viagem do Gibson a Portugal, ele sugere que Portugal facilite a independência da Angola.

 O Brasil, após o I Choque do petróleo (1973), inicia uma estratégia de aproximação com o Oriente Médio, a fim
de facilitar o acesso ao petróleo e de conseguir mercado.

 No governo Médici, ainda notamos uma aproximação no sentido da Ásia, em que pragmaticamente, notamos
uma aproximação comercial com a China comunista, e um exemplo disso é a Missão Empresarial de Horácio
Coimbra à RPC (com o intuito de exportar o excedente de produção de açúcar, visto que a China comunista é
um grande mercado populacional).

 Ainda notamos que, no contexto imediato ao pós- I choque do petróleo, o Brasil busca uma aproximação
comercial também com a URSS, comercializando o excedente alimentício brasileiro em troca de importar
petróleo soviético.

 No que concerne à America Latina, o Brasil busca uma aproximação, por exemplo, com Paraguai, a fim de
desenvolver o setor hidrelétrico, para suprir o fornecimento de energia , através do Tratado de Itaipu (1973).
Isso cria uma celeuma com a Argentina, que já possuía um projeto com o Paraguai para aproveitamento de
energia hidrelétrica mais à jusante de Itaipu (além disso, o Brasil não considerou o costume internacional de
consultar os países vizinhos afetados).

 Quanto aos EUA, o Brasil busca ter relações satisfatórias (que não significam subservientes) com os EUA.
Assim, no governo Médici, entende-se que para continuar crescendo, é necessário ter boa relação com os EUA,
o que se contrapõe à ideia de rivalidade emergente do governo Costa e Silva.
 Ainda, o governo Médici busca uma convergência no apoio a golpes militares na América Latina.
Exemplo disso é o apoio à ditadura militar no Chile (Pinochet – 1973), Uruguai (Bordaberry), e Bolívia
(Hugo Banzec).
 Vale destacar também uma convergência do Brasil com os EUA, através da doutrina Nixon, pois é
interesse nacional e coaduna com a lógica doméstica da repressão.
 Em oposição, vemos uma divergência do Brasil com os EUA na questão da 200 milhas de mar territorial
(1970), mesmo que isso prejudique os interesses econômicos dos EUA. Aqui notamos, assim, a
diplomacia do interesse nacional.

 Sugestão de leitura: Cervo, Amado & Bueno, Clodoaldo. História da Política Exterior do Brasil. Brasília: Editora
UNB, 2002. Capítulo: “A frustrada correção de rumos e o projeto desenvolvimentista”. P. 367-395.

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