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Razão, romantismo e fé

Ultimato

Tão importante quanto saber o destino da estrada é entender o significado da


caminhada.

Faço parte de uma geração profundamente influenciada pelo racionalismo e


romantismo. O racionalismo, marcado pelos avanços do conhecimento humano
nos últimos 200 anos, tenta nos convencer que tudo pode ser explicado
intelectualmente. Todos os mistérios podem ser desvendados e aquilo que não se
pode provar não possui valor. O racionalismo desenha uma linha imaginária entre
os que reconhecem apenas a razão e aqueles que buscam o significado da vida.
Os primeiros se veem como racionais e apontam os outros como ingênuos.

De certa forma podemos pensar que o racionalismo é a morte da esperança. Ao


reconhecer que nossa vida não passa daquilo que podemos plenamente explicar,
perdemos de vista a possibilidade de nos encantarmos com o inexplicável que nos
tira as palavras e o fôlego. Ao usar a razão como único crivo para as experiências
da vida, reduzimos a vivência humana às combinações químicas do cérebro e
biológicas do ambiente perdendo, assim, o anseio pela relação com o a força mais
transformadora – o amor – e Deus, aquele que primeiro nos amou. Ao resumirmos
a história aos fatos palpáveis nos perdemos na própria história. Olhamos,
analisamos e explicamos a humanidade, mas sem enxergar a vida.

O romantismo é uma influência quase antagônica ao racionalismo cientificista,


porém ao mesmo tempo o complementa na construção da nossa sociedade e da
corrente visão de mundo. O romantismo não é esperança, mas aparência de
esperança. Não é alegria, mas imagem de alegria. É a busca por uma vida ideal,
idílica e perfeita, portanto puramente imaginária. Todos os aspectos da sociedade
estão influenciados pelo romantismo. A vida que se almeja nunca é a sua – real –
mas a outra. Não há contentamento, mas desejo. Não há satisfação, apenas
busca. A família ideal é uma imagem vista em anúncios onde todos sorriem, estão
sempre em movimento, o clima é perfeito, todos são belos e se divertem
exaustivamente. Eles não são uma família, mas uma ideia. E esta ideia de
perfeição tem como missão tornar todas as vidas potencialmente insatisfeitas com
o que são e o que tem. É a morte do contentamento e a justificativa das
insatisfações.

O romantismo colabora para a construção de uma sociedade hedônica – onde


todos buscam o prazer – e narcisista – que cultua o belo. O racionalismo colabora
para que esta sociedade seja também materialista – valorizando apenas o que se
vê – e triunfalista – definindo a vida pelos rasos critérios do sucesso público,
tangível e contábil. Busca-se uma roupa nova como quem busca o ar que respira.
O novo aparelho eletrônico não é apresentado como uma utilidade para o homem,
mas como significado para a vida. Coisas triviais e desnecessárias passam a ter
maior importância que o real sofrimento humano, a injustiça social, o desespero da
alma e os valores da vida. Se o racionalismo mata a esperança, o romantismo faz
nascer a futilidade.

É justamente nesta sociedade cada dia mais melancólica e rasa que Jesus lança o
mais fascinante convite: siga-me! Não é um convite solto no ar ou palavra de um
guia que simplesmente aponta o rumo, mas uma chamada ao relacionamento.

O convite de Jesus não promete os prazeres hedônicos, as fenômenos narcisistas,


as futilidades materiais ou os aplausos triunfalistas. É um convite que anda na
contramão das propostas irrecusáveis da sociedade moderna, pois é precedido por
“negue-se a si mesmo” e “tome a sua cruz”. Não nos convida a uma simples
caminhada, mas a um coração transformado. Não é um passeio de fim de tarde,
mas o início de um relacionamento eterno.

Possivelmente as três convocações mais enfáticas de toda a Bíblia sejam: amar a


Deus, amar ao próximo e fazer discípulos. É na caminhada, seguindo a Jesus, que
estes fenômenos acontecem. Passamos a aprender a amar Deus, que primeiro
nos amou; começamos a ver os que estão ao nosso lado com olhos de interesse,
compaixão e fascínio; passamos a fazer discípulos para que todos nos pareçamos
mais com Jesus.

A caminhada de Jesus não apenas propõe o rumo, mas expõe o significado da


vida ao longo do percurso. É no caminho que nossos olhos se abrem e um
relacionamento muito além das limitadas propostas racionalistas e românticas se
apresenta. É um relacionamento perceptivo, mas além da nossa compreensão. É
visivelmente transformador, mas não possui uma fonte mensurável. É resultado de
fé, mas dá significado à própria matéria. Não é racionalista, mas confere sentido
racional à existência. Não é romântico e fantasioso, mas real e libertador. Não é
um encontro com seu próprio ‘eu’, mas com o próprio Criador.

Observe que o primeiro passo para este relacionamento não é dado por nós, mas
pelo que nos convida. Ao ouvir a sua voz... siga-o. Se estiver em outro caminho...
volte.

“E Jesus dizia a todos: se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome
cada dia a sua cruz e siga-me. Quem quiser salvar a sua vida, a perderá. Mas
quem que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará”. (Lucas 9.23-24)

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