Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
BIBIOGRÁFICA
Carla Karinne Santana Oliveira1
Ana Maria Garcia Moura2
1
Mestre em História (UFPB), E-mail: carllakarinne@gmail.com.
2
Mestre em Educação. (UFS), E-mail: mouramgm24@gmail.com.
As bases da História nacional formulada
pelo Instituto Histórico Geográfico
Conteúdo veiculava uma “história nacional
fundamentada pela ação política foi
para constituir uma identidade nacional”.
incorporada nos programas curriculares e
(p60) “A história tinha como missão ensinar
Segunda livros didáticos, porém a História do
as tradições nacionais e despertar o
metade do Brasil era vista como complemento da
patriotismo” (p.65)
século XIX História Européia que estava na base da
identidade nacional (p.79)
“A história da civilização e a história do
É possível ver através dos livros escolares
Brasil destinava-se a operar como
como o patriotismo passou a ser objetivo
formadora da cidadania e da moral
Início do organizativo central dos conteúdos escolares.
cívica”. Além de formar o “cidadão
século XX Relacionado a “um projeto de
político (...) para conduzir a nação ao seu
homogeneização da cultura histórica”. (p.65).
progresso, ao seu destino de grande
nação”. (pág.81)
“A história, nesse contexto, tinha por
Fins dos “Período de confrontos sobre que conteúdos objetivo apresentar e difundir elementos
anos 30 até históricos deveriam ser ensinados - formação que formam a trama da história por meio
meados dos nacionalista e patriótica sedimentando o culto de fatos políticos, fatos culturais e de
anos 40 aos heróis e a criação de tradições nacionais, civilização (grifo original); ou seja,
(“Era nas aulas e nas festas cívicas” (p.66) servia para formação de uma cultura
Vargas”) geral e erudita”. (p82)
Surgiram críticas a “uma erudição histórica desvinculada de uma formação que fornecesse
Décadas de aos alunos autonomia intelectual antes os desafios econômicos, (...) [além disso,] via-se
3
50 e 60 como necessária a formação do cidadão político (...) para o entendimento do estágio de
desenvolvimento capitalista dentro dos projetos de modernização do país”. (p.83)
3
A autora trata dos objetivos do ensino de história de forma genérica, sem especificar, em ensino
primário e secundário.
4
A partir da década de 1970, houve a substituição da nomenclatura do ensino primário e ginásio em
primeiro grau, além do ensino de 2°grau.
Através do Quadro I, a primeira percepção que temos é não existir uma
diferença contundente do que se esperava dos estudos históricos na educação primária e
na secundária. Embora possamos apontar, como distinção, que a história foi incluída no
ensino primário como um meio de se aprender as primeiras letras e não com uma
finalidade exclusiva das próprias peculiaridades da história, enquanto no ensino
secundário já foi inserida, pois se percebia nela elementos necessários para constituição
da identidade nacional.
Observando as idéias centrais do Quadro I desde o século XIX a meados do
século XX, permitem visualizar tanto as permanências, quanto pequenas modificações
quanto à forma de pensar a finalidade do ensino de história, desde o Brasil imperial ao
Brasil republicano. A principal permanência encontra-se na tônica de que a função dos
estudos históricos está em fomentar a formação da identidade nacional, através da
apresentação dos feitos dos grandes homens e estimular o culto cívico da pátria.
Em relação às mudanças, a primeira que devemos destacar é a ênfase que havia
da História Sagrada sobre a História da Pátria ou da Civilização durante o Período
Imperial, gradativamente diminuída (até ser extinta) durante o Período Republicano.
Neste sentido, “a História deixou de ser, paulatinamente, uma “matéria” ilustrativa da
moral religiosa universal permanente para se transformar em uma disciplina autônoma,
encarregada da formação política do cidadão nacional”5 (BITTENCOURT, 1993:199).
A segunda mudança refere-se ao crescente espaço que a História Nacional foi
conseguindo dentro do currículo de história. A história do Brasil foi vista, inicialmente,
como apêndice da História européia, inclusive as raízes nacionais não se encontravam
em território brasileiro e sim na Europa, o denominado eurocentrismo. Junto com a
discussão sobre a inserção da História nacional também é discutido a possibilidade de
incluir a História da América com a intenção de permitir a construção de uma
identidade americana, intenção que até hoje não foi atingida.
5 A História Sagrada deixa de ser obrigatório no ensino publico, entretanto continuou nas escolas confessionais que cresceram
consideravelmente. (influencia da historia dos santos para história dos heróis (BITTENCCOURT, 1993).
É interessante acrescentar a transformação do conceito de cidadania, como fator
que interferiu na finalidade do ensinar história, ou seja, qual história era necessária para
o cidadão que era formado no século XIX? Ou para o cidadão formado nas primeiras
décadas do século XX, ou na época do Estado Novo? Ou no regime militar? Ou nos
anos 1980 e 1990?
O cidadão formado nas aulas de história do império, obviamente, não era o
mesmo formado, por exemplo, no período de redemocratização do final do século XX.
A escola no império era destinada pequenos grupos, a escola secundária era freqüentada
apenas pelas elites que percebiam “o saber escolar como um capital cultural exclusivo
de determinados setores da sociedade” (BITTENCOURT, 1993).
Entretanto, houve uma modificação do público-alvo escolar ao longo das
décadas, principalmente com a ampliação da participação política, que estendeu os
direitos políticos a um número maior de pessoas, permitindo, posteriormente, a
massificação do ensino. Possibilitando o direito à cidadania, à escolarização e ao ensino
de história a setores sociais antes marginalizados. Logo, se o público ao qual é
direcionado o ensino de história é modificado as suas finalidades também, pois um
ensino história para elites tem objetivos diferentes de um ensino de história para as
massas.
Comparamos, agora, as colocações de Bittencourt apresentadas no Quadro I
sobre os objetivos do ensino de história nas primeiras décadas do século XX, com a
pesquisa realizada por Itamar Freitas (2010) no livro “Histórias do Ensino de História”
volume 26. Estudo que teve como questão-central, saber - “Como se configurava o
ensino de história nas primeiras décadas da República brasileira?”- percebemos uma
proximidade quanto à idéia de que a disciplina história era utilizada para sedimentar um
sentimento de nacionalidade. Bittencourt diz que a História, no momento em que se
introduziu o período republicano, apresentava
os feitos dos “grandes homens, seres de uma elite predestinada, [que] haviam
criado a nação, e os representantes dessas mesmas elites cuidariam de
conduzir o País ao seu destino [tais idéias] deveriam ser compartilhadas por
todos os brasileiros e delas deveria emergir o sentimento patriótico. [Logo,] a
6
Este livro trata-se de uma continuação da obra Histórias do ensino de História no Brasil publicado em
2006
História tinha como missão ensinar as “tradições nacionais” e despertar o
patriotismo” (BITTENCOURT, 2004. p.64-65).
7
A autora em suas conclusões constata nessa analise dos guias algumas diferenças uma vez que a
sistematização da disciplina ficou a cargo das secretárias estaduais, porém o caráter centralizador da
reforma educacional não foi minimizado.
Comparando tais objetivos com as finalidades do ensino de história apontadas
nas décadas precedentes, percebemos, de um lado, uma divergência quanto ao espaço da
História, que antes tinha uma delimitação mais precisa, por outro lado há permanência
uma vez que o caráter cívico que já existia nos conteúdos históricos foi mais fortalecido
com os Estudos Sociais.
Para finalizar essa abordagem sobre a década de 70, é importante mencionar que
os conteúdos relacionados à história não privilegiavam a pluralidade, na medida em que
a diferenças, as contradições as tensões foram homogeneizadas. A História não
procurava estimular a reflexão, mas sim a identificação de determinados marcos
históricos. Além disso, as noções históricas apresentadas enfatizavam fatos políticos, a
idéia de progresso e a importância da industrialização. Podemos considerar tais
elementos como centrais do ideário que se desejava promover no período.
Na década de 80, o ensino de História começa a ser repensado falava-se muito
em superar o ensino tradicional por uma educação inovadora, na disciplina história a
renovação foi marcada por elementos técnicos, uso de novas linguagens8 - música
literatura, filmes, TV, vários relatos de experiência foram publicados, muitos querendo
propor soluções para as dificuldades do ensino de história.
Nesse momento, algumas propostas curriculares emergiram, como a de São
Paulo e a de Minas Gerais. O processo de construção de tais propostas envolveu vários
debates, encontros, mesas-redondas e seminários. Em São Paulo houve um tempo maior
para discussão entre os professores e reformulação de versões até a sua conclusão, já em
Minas Gerais o tempo foi menor, houve menos debates e a proposta foi finalizada
rapidamente para ser colocada em prática pelos professores, o que gerou criticas
(FONSECA, 2011).
Pontos em comum das duas propostas são a visão da escola como produtora de
conhecimento, superando a percepção de simples reprodutora, na motivação a
posicionamentos críticos dos sujeitos que constituem a escola (destaque aluno e
professor) e no incentivo de atividades coletivas.
8
O uso de um meio novo não faz do conteúdo inovador.
Por outro lado, as propostas se diferenciam quanto à concepção de história. O
texto de São Paulo teve influencias das recentes discussões da historiografia francesa e
inglesa, ressaltando a importância das diferenças e diversidades dos atores sociais,
promovendo uma sistematização dos conteúdos históricos a partir de eixos temáticos.
Enquanto o texto de Minas Gerais critica veementemente a forma tradicional da
história nos currículos, propondo que o ensino de história se renove, torne-se crítico,
contudo, não apresenta de maneira explicita quais os pontos deveriam ser alterados para
que o ensino de história atinja a tal criticidade almejada. A organização dos conteúdos
fundamentou-se numa concepção simplificada do marxismo por meio do uso dos modos
de produção. (FONSECA, 2011).
Por último, a pesquisadora Fonseca aponta alguns caminhos possíveis que a
reflexão sobre o ensino de história na década de 1980 proporcionou, são eles:
pluralidade de temas e fontes, diálogo com a historiografia recente, percepção de que o
conhecimento histórico parte dos problemas do presente, uso de diferentes linguagens,
aproximação com outras disciplinas por meio da interdisciplinaridade e incentivo a
pesquisa e a produção de conhecimento.
Essa abordagem histórica sobre os objetivos do ensino de história, fundamentada
na literatura sobre o tema foi bastante relevante para entendermos as especificidades do
ensino de História do Brasil, na medida em que seria incoerente testarmos um modelo
sobre o ensino de História, como o de Rüsen, na realidade brasileira de forma abrupta.
Sendo assim, com esta discussão sobre os objetivos do ensino de história em
perspectiva histórica, teremos o embasamento para compreender as peculiaridades da
realidade brasileira sem deshistoricizá-la.
No próximo item, discutiremos como vem sendo pensado o ensino de história na
atualidade. Para tanto, não podemos deixar de lado em primeiro lugar algumas das
reflexões iniciadas na década de 1980, exemplificadas, anteriormente, através das
propostas estaduais, em segundo lugar a observação sobre os Parâmetros Curriculares
Nacionais que oficializaram (pelo menos em tese) em âmbito nacional uma maneira de
pensar o ensino de história no final da década de 1990, e em terceiro lugar a
consolidação do Programa Nacional do livro didático na primeira década do século XXI
com o seu reconhecimento como um dos maiores programas públicos de distribuição de
material didático do mundo.
9
Com essa expressão construtivismo à brasileira tentamos relacionar uma apropriação específica no
Brasil do construtivismo permeada por idéias de Paulo Freire.
Quadro 2
Objetivos Gerais do Ensino de História
De acordo com tais objetivos, podemos destacar as principais ações que um
estudante que termina o ensino fundamental deve possuir: identificar, situar,
compreender, conhecer e respeitar, questionar, dominar e valorizar. Ações relacionadas
a seguintes metas: conteúdos conceituais “situar acontecimentos históricos no tempo,
conteúdos procedimentais “dominar procedimentos de pesquisa”, conteúdos atitudinais
quando se refere ao respeito às diversidades, a questionar a realidade e a valorização do
patrimônio e da cidadania. (BRASIL, 1998:43).
Logo, percebemos que os PCN não restringem os objetivos do ensino de história
apenas ao domínio dos conteúdos conceituais do conhecimento histórico, eles percebem
nessa disciplina um potencial para desenvolver outros tipos de competências e
habilidades, seja para pesquisa seja para convívio em sociedade, com a diversidade ou
para valorização patrimonial.
Além desses objetivos gerais os PCN apresentam, também, os objetivos a serem
alcançados em cada ciclo. Como vemos no Quadro 3 a seguir:
Quadro 3
Objetivos específicos do 3° ciclo (à esquerda e do 4° ciclo (à direita)
Logo, podemos afirmar que a simples utilização dos eixos temáticos, não tornará
o ensino inovador ou um ensino de melhor qualidade, automaticamente, pois a forma
como tal perspectiva foi pensada e executada, apresenta limitações que não supre da
maneira mais adequada às necessidades do ensino de história.
Retornando à observação do Quadro 3, é possível visualizar a simples repetição
do 4°,5°,6° e 7°objetivos do terceiro ciclo com O 5°,6°,8° e 9° objetivos do quarto ciclo.
Não é realizada nenhuma modificação das metas estabelecidas, nenhum
aprofundamento, o que corrobora a idéia já exposta da não preocupação em aumentar o
nível de complexidade, ou realizar uma progressão conforme o ciclo de ensino ou o
amadurecimento intelectual do aluno.
Os PCN podem ser considerado um indício de como foi conduzido oficialmente
o ensino de história no Brasil, no fim da década de 1990. A questão que surge é: até que
ponto os PCN constitui um parâmetro real da historia ensinada no Brasil? Tentando
responder a tal indagação, podemos dizer que embora não possamos desconsiderá-los
temos que compreender que as aulas de história são norteadas por outras instâncias que
nem sempre recorrem a este documento, inclusive, há pesquisas que apontam o
desconhecimento de muitos professores quanto aos PCN.
Mas parte desse desconhecimento relaciona-se a ausência de uma participação
efetiva dos professores/historiadores na elaboração do documento que indica,
principalmente, a inexistência de um debate sobre o que a sociedade brasileira espera do
ensino de história. Em outras palavras,
não foi feita uma discussão no Brasil sobre o conhecimento histórico que
deveria ser conhecimento do cidadão. Para além das decisões políticas, é
preciso ligar essas discussões às faixas etárias dos educandos e à
possibilidade e à possibilidade real de aprendizado, a partir de sua capacidade
cognitiva e da complexidade do conhecimento histórico . (OLIVEIRA,
2007:16).
Findou a década de 1990, e com ela o século XX, sem termos um debate
conclusivo sobre o que os alunos, professores, pais e a sociedade em geral esperam do
ensino de história. A ausência desse debate, refletida na organização um tanto quanto
superficial dos PCN, resultou, no início do século XXI, em manifestações de
determinados grupos sociais sobre o poder legislativo, que reivindicaram a participação
obrigatória de suas histórias nas aulas de história do Brasil10. Esse é apenas um
indicativo de que a questão não está resolvida.
É interessante mencionar o livro organizado por Marcos Silva e Selva Fonseca,
denominado “Ensinar História no século XXI: em busca do tempo entendido” (2011),
com este título sugestivo a obra tem como proposta refletir sobre o que muda e o que
permanece no ensino de história no século XXI. No entanto, faz a seguinte ressalva
10
A Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003 tornou obrigatório o ensino de História da África e da cultura
afro-brasileira.
Embora o livro apresente como proposta debater os novos delineamentos do
ensino de história para o novo século, não levanta indagações sobre as finalidades da
disciplina, passando uma idéia de que seria uma questão encerrada. O livro segue por
outra perspectiva enfatiza aspectos metodológicos do como ensinar história (através da
materialidade, do espaço virtual, do documentário) e em certos capítulos discute-se até o
que ensinar (“O que ensinar no mundo multicultural”), mas não se refere ao por que
ensinar história.
Se não tivermos em mente “o porquê ensinar?” que tipo de formação se quer
passar aos estudantes, de nada adiantará o uso da metodologia mais recente e moderna.
O uso de filmes, de música, da internet, a visita um museu não resolverá as questões em
aberto no ensino de história, nem tornará esse ensino inovador nem melhor. Trocar um
texto histórico por um filme não possibilitará uma formação histórica mais adequada.
Para compreendermos como vem se organizando o ensino de história na
primeira década do século XXI, é imprescindível citar o PNLD. Tal programa tem
influência nas obras didáticas que chegam à sala de aula, na medida em que ele se
coloca como um filtro que só permite chegar aos alunos às obras de melhor qualidade.
A questão que surge é - o PNLD interfere ou acrescenta ao debate sobre as
finalidades do ensino de história? Para tanto, procuramos observar edital de
convocação11 para inscrição no processo de avaliação e seleção de obras didáticas a
serem incluídas no Guia de livros didáticos de 5° a 8° série. De acordo com o edital para
o Guia 2008, o objetivo do ensino de história é
11
Edital de 2005tem por objeto a convocação de titulares de direito autoral para inscrição no processo de
avaliação e seleção de obras didáticas das áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História e
Ciências adequadas aos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental, observadas as condições e as
especificações nele constantes e em seus anexos.
O interessante nesta parte grifada da citação é que ela não havia aparecido no
Edital para PNLD de 2005, aparece pela primeira vez neste edital (2008), e é bastante
enfatizada no último edital o do Guia de 2011 com a seguinte frase “o pensar
historicamente é objetivo central do ensino de história”. O que nos mostra uma
preocupação em destacar a relevância do aluno de pensar de acordo com conhecimento
histórico. Todo o restante da citação aparece subordinado a este princípio central.
O edital não realiza uma discussão aprofundada sobre os objetivos do ensino de
história, pois não é sua pretensão. Ele deixa evidente o que está considerando como
objetivo do ensino de história e parte apresentar critérios básicos da avaliação do livro
didático. Todos os critérios estabelecidos seriam meios para se atingir a finalidade
central.
Em outras palavras, os critérios de exclusão (correção de conceitos e das
informações, coerência e adequação metodológica, respeito aos princípios éticos,
ausência de erros de impressão e revisão) e os critérios de qualificação (atualização
pedagógica, historiográfica, explicitação da opção metodológica, problematização do
passado e do presente, relação com a realidade do aluno, adequação a capacidade
cognitiva, evitar estereótipos, discussão de fontes históricas, uso diversos de autores,
problematização das imagens, mapas e legendas devem respeitar as convenções
cartográficas) permitem que chegue à sala de aulas livros que possibilitam aos alunos
pensar historicamente.
Neste sentido, podermos dizer que o PNLD interfere e acrescenta elementos ao
debate sobre as finalidades do ensino de história, ao avaliar as obras didáticas, definindo
critérios que evitam materiais didáticos de má qualidade, e exigindo elementos que o
tornarão mais qualificados para formação histórica dos alunos, além disso,
identificamos que esse instrumento de avaliação não é algo inerte e descolado da
realidade. Ele está inserido nos anseios da sociedade e nas discussões sobre ensino de
história podendo ser modificado de acordo com essas necessidades.
Em suma, é importante salientar que o PNLD fomenta a discussão, mas que
também não a resolve, pois é um debate que dificilmente se encerrará, pois pensar o
ensino de história é pensar em um movimento de constante (re)construção, (re)invenção
da qual faz parte os pesquisadores, teóricos, os alunos, os professores, os pais, enfim a
sociedade que a todo momento (re)afirmam a relevância do conhecimento histórico
escolar.
Referências
CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte.
Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 3, p. 549-566, set./dez. 2004.
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Parâmetros Curriculares Nacionais: suas idéias
sobre História. In: O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e
ensino. Natal: EDUFRN, 2007. p. 9-18.
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. O direito ao passado (Uma discussão necessária
à formação do profissional de História). 2003. 291f. Tese (Doutorado em História) –
Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, Recife.