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PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO


PROCURADORIA FISCAL
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAZENDA


PÚBLICA DA COMARCA DE SALVADOR/BA

Ação Ordinária nº 0564565-39.2016.8.05.0001

O MUNICÍPIO DO SALVADOR, por intermédio de um de seus procuradores adiante assinado,


nos autos do processo em epígrafe, em que figura como parte contrária a FIESTA BAHIA
HOTEL LTDA, vem, tempestivamente, manifestar-se sobre os EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO interpostos pela executada.

A Embargante afirma que a decisão proferida incidiu em omissão ao não apreciar o pedido de
declaração de inexistência tributária em relação ao fornecimento de alimentação e bebidas.

O Douto Juízo não foi omisso.

Primeiro, não há nenhuma prova de que o Município de Salvador intenta cobrar ISSQN sobre
fornecimento de bebidas e comidas. O objeto da tributação foi o serviço de organização de
festas e bufê

Tributar a comercialização de produtos alimentícios é completamente diferente de tributar o


serviço de organização de festas e bufê.

Explica-se.

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Serviços de bufê e organização de eventos englobam diversas afazeres, como decoração


ambiente, disposição das mesas, utensílios, iluminação artificial, seleção de músicas, equipe de
garçons etc., e tudo de acordo com as especificações de cada contrato.

Entretanto, nada impede que um prestador do serviço assuma também outras obrigações perante
o contratante, como fornecer bebidas e alimentos aos participantes da festa ou da cerimônia. Em
vez de o contratante providenciar, ele próprio, as bebidas e alimentos, prefere que o prestador os
forneça, e, por evidência, pagará por esse fornecimento. Mas, de forma inequívoca, tal
fornecimento se traduz em mera atividade-meio, que não há de substituir a atividade-fim, a
prestação do serviço.

Ninguém procura uma empresa de organização de bufê e festas para adquirir apenas
bebidas e comidas; prestadora de serviço de bufê e organização de festas é absolutamente
diferente de um depósito de bebidas ou de um mercado.

A atividade da embargante não tem, definitivamente, como obrigação principal a mercância –


obrigação de dar. Isso é inequívoco.

A atividade-meio de fornecer mercadorias, no caso do organizador de festas, tem apenas o


condão de cumprir sua obrigação principal, que é o fazer, o facere.

De outro lado, é importante esclarecer que a embargante não pediu que o Douto Juízo declarasse
a inexistência de relação jurídica tributária em relação à atividade de mercância (fornecimento de
comidas e bebidas), mas sim que houvesse declaração de inexistência de relação jurídico
tributaria em relação às atividades de organização de bufê (fls. 28):

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Pelo princípio da congruência, é evidente que o Douto Juízo não poderia enfrentar este pedido, já
que este não consta da petição inicial.

Ademais disso, o Douto Juízo não poderia declarar a inexistência de relação jurídico tributária
em relação à prestação de serviço de organização de evento e bufê de modo abstrato e genérico,
restringindo a atividade fiscal de maneira atemporal

Se não houve prestação de serviço de organização de eventos/bufê, isso ocorreu nos limites
temporais e circunstanciais objeto desta demanda.

Esse registro é relevante porque a embargante, em outro momento, dentro de outras


circunstâncias, prestar o referido serviço. Nesse caso, o Fisco poderá sim lançar o tributo, por
decorrência lógica.

As omissões levantadas, portanto, são insubsistentes.

Pede deferimento.
Salvador, 29 de novembro de 2019.

Sheili Franco de Paula


Procuradora do Município

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