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em
dezembro
2ª edição - revisada e atualizada. de 2012
www.consultormunicipal.com.br
ISS
PERGUNTAS E
RESPOSTAS
Roberto Adolfo Tauil
_______________________________________________________________
Bibliografia
ISBN:
1. Direito Tributário. 2. Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
2012
(livro editado por meio digital)
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Nota do autor
Para certas pessoas o livro impresso ainda é mais agradável de leitura do que
o digital - faço parte desse grupo - mas tem uma desvantagem cruel: não pode
ser corrigido nem atualizado. Os grandes autores se valem das novas edições
para consertar os erros cometidos e atualizar os assuntos. Aliás, uma grosseria
falar em “erros cometidos”. Os grandes autores não erram, apenas reavaliam
os seus conceitos.
Por essas e por outras, precavi-me em lançar esta segunda edição, pelo
menos inicialmente, no formato digital, levando em conta que certos temas do
ISS ainda não estão precisamente definidos, tais como a dedução de materiais
da base de cálculo dos serviços de empreitada de obras e das operações de
leasing, inclusive o local de tais operações e dos cartões de crédito e débito.
Assim como os nossos grandes mestres, a Justiça também costuma reavaliar
suas posições e derrubar jurisprudências anteriormente firmadas e
proclamadas.
O Autor
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ÍNDICE
Item 01 ............................................................................................... 06
Item 02 ............................................................................................... 09
Item 03 ............................................................................................... 10
Item 04 ............................................................................................... 17
Item 05 ............................................................................................... 23
Item 06 ............................................................................................... 25
Item 07 ............................................................................................... 27
Item 08 ............................................................................................... 49
Item 09 ............................................................................................... 54
Item 10 ............................................................................................... 57
Item 11 ............................................................................................... 61
Item 12 ............................................................................................... 63
Item 13 ............................................................................................... 66
Item 14 ............................................................................................... 72
Item 15 ............................................................................................... 94
Item 16 ............................................................................................... 115
Item 17 ............................................................................................... 118
Item 18 ............................................................................................... 150
Item 19 ............................................................................................... 151
Item 20 ............................................................................................... 152
Item 21 ............................................................................................... 153
Item 22 ............................................................................................... 156
Item 23 ............................................................................................... 158
Item 24 ............................................................................................... 159
Item 25 ............................................................................................... 161
Item 26 ............................................................................................... 162
Item 27 ............................................................................................... 170
Item 28 ............................................................................................... 172
Item 29 ............................................................................................... 174
Item 30 ............................................................................................... 175
Item 31 ............................................................................................... 175
Item 32 ............................................................................................... 177
Item 33 ............................................................................................... 178
Item 34 ............................................................................................... 178
Item 35 ............................................................................................... 179
Item 36 ............................................................................................... 179
Item 37 ............................................................................................... 179
Item 38 ............................................................................................... 181
Item 39 ............................................................................................... 183
Item 40 ............................................................................................... 183
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Capítulo II – Simples Nacional ......................................... 185/193
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Capítulo I – A Lista de Serviços
Ocorre que a decisão acima não foi de natureza vinculante e, por isso, diversos
Estados insistem em continuar cobrando ICMS dos provedores, mas,
provavelmente, perderão na Justiça.
No entanto, como se sabe, a lei complementar é uma lei para fazer leis, é uma
lei normativa endereçada aos legisladores do poder político correspondente.
Caberia, assim, aos Municípios estabelecer em suas leis um subitem ao item 1
específico para provedores de internet, pois se a lei municipal não grava a
incidência, essa, por evidência, é indevida. Alguns Municípios tentaram lançar
os provedores em alguns dos subitens do item 1, tipo 1.08 - Planejamento,
confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas. Mas, a Justiça
não vem gostando desse tipo de enquadramento.
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2 - Comercialização de fitas de vídeo sofre incidência do ICMS
ou do ISS?
Resposta:
Veja a decisão abaixo:
Superior Tribunal de Justiça
1. Sobre a comercialização de fitas de vídeo produzidas em série e ofertadas
ao público em geral incide ICMS, porquanto, em tais condições dessa monta,
esse produto se qualifica como mercadoria.
2. O enunciado da Súmula 135/STJ aplica-se, tão-só, à venda de fitas de vídeo
produzidas por encomenda, de forma personalizada para um cliente, quando é
devido o ISS, ante a caracterização da prestação de serviço.
3. Recurso especial provido.
(REsp 203522/SP; RECURSO ESPECIAL 1999/0011203-2 – Relator Ministro
Castro Meira – 2ª Turma – 03/10/2005).
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inicialmente, se ocorreu transferência de posse do bem, ou seja, se o bem
locado passou, realmente, às mãos e domínio do locatário, assumindo este a
responsabilidade de protegê-lo de danos ou extravios.
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A diferença, portanto, é clara: os serviços de comunicação estabelecem meios
de relações comunicativas entre pelo menos duas pessoas, enquanto os
serviços de informática estabelecem meios ou dispositivos que propiciem
informações.
Resposta:
Sim. São enquadrados neste item todos os serviços de pesquisa, entre os
quais se destacam:
- pesquisa de mercado e de opinião pública para quaisquer fins;
- pesquisa científica para quaisquer fins;
- pesquisa operacional com uso de métodos matemáticos.
Contudo, bom lembrar que o ISS será devido no Município onde estiver
estabelecida a empresa prestadora do serviço, e não, necessariamente, no
Município onde se localiza o supermercado.
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Resposta:
Bem, se a empresa de pesquisa não é estabelecida no seu Município, o ISS
não lhe pertence. Os serviços de pesquisas e desenvolvimento (item 2 da lista
de serviços) não estão nas exceções previstas no art. 3º da Lei Complementar
n. 116/03, devendo o imposto ser cobrado no Município do estabelecimento
prestador.
Resposta:
Não cabe a incidência do ISS nas locações de máquinas fotocopiadoras ou
impressoras, por força do veto ao subitem 3.01 da lista de serviços da Lei
Complementar 116/03. Em alguns casos, a operação não é de locação, mas
sim de arrendamento mercantil operacional. Mesmo assim, não há incidência,
porque a decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito do leasing trata de
arrendamento financeiro e não operacional.
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Locação de coisas é o contrato pelo qual uma das partes (locador) se obriga a
ceder à outra (locatário), por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa
infungível, mediante certa retribuição (art. 565 do Código Civil). Observe,
assim, que há elementos essenciais na caracterização da locação. O primeiro é
o consentimento válido das partes, ou seja, ambas as partes aceitam assumir
os direitos e obrigações da locação. Outro elemento essencial é a transferência
da posse da coisa locada: o bem tem que ser efetivamente cedido ao locatário.
Um exemplo pode servir: quanto alugo um veículo numa locadora e saio com o
carro alugado, temos um contrato de locação; quando, porém, contrato o
serviço de transporte e o veículo utilizado não me é cedido, servindo somente
ao objeto do contrato, não temos um contrato de locação. No contrato de
locação, a posse do bem passa ao locatário, o qual se obriga a cuidá-lo e
devolvê-lo ao final do prazo estipulado. Levando em conta a obrigação de
devolvê-lo, fica evidente que a coisa alugada tem que ser infungível, isto é, que
não pode ser substituída por outra, mesmo similar. São infungíveis: veículo,
roupa, livro, filme etc. São fungíveis: dinheiro, arroz, feijão etc. Outro elemento
essencial na locação é a de que a coisa locada seja inconsumível. Por
evidência, se o bem é consumido, impossível a sua restituição.
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indiretamente, presta o serviço de transportar o tomador do serviço, ou alguém
a seu mando. Nesta última hipótese, não ocorre locação, porque não há
transferência de posse do bem.
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conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou
conceder a exploração dessa atividade”.
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Locação de bens móveis não é considerada prestação de serviço. O locatário
não paga como tomador ou adquirente de serviço, mas como locatário. Paga,
portanto, aluguel. E sendo assim, é indevido o uso de nota fiscal de serviços,
porque esse tipo de documento refere-se, tão somente, à prestação de
serviços. Locatário paga aluguel mediante apresentação de recibo e não de
nota fiscal. Há, portanto, uma irregularidade no uso de nota fiscal de serviços,
que deve ser coibida. Sendo realmente locação de bens móveis, não ocorre
incidência de ISS, mas o uso da nota fiscal é irregular. Assim, o Fisco não deve
autorizar a emissão de notas fiscais de serviço para empresas que não
prestam serviço.
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17 - A empresa contesta a cobrança do ISS sob a alegação que
a sua atividade é de locação de máquinas. Ocorre que as
máquinas são operadas por funcionários da própria empresa
“locadora”. Neste caso, entende-se como locação de bens
móveis?
Resposta:
De forma alguma. Locação é um contrato que possui características próprias e
essenciais, sendo uma delas a transferência da posse do bem locado, que
passa para as mãos do locatário, assumindo este a responsabilidade pela
guarda e zelo do bem locado. Ora, se as máquinas são acompanhadas e
operadas por funcionários da própria empresa, evidencia-se que não houve
transferência de posse. O que temos é uma nítida prestação de serviços.
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recorrido, com base no conjunto fático-probatório dos autos, entendeu restar
configurada a atividade de locação de serviços, sujeita ao ISS. Para se chegar
à conclusão contrária à adotada, necessário seria o reexame de matéria de
fato, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. III - Agravo regimental
improvido.”
Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º,
do RISTF. Brasília, 26 de agosto de 2009. Ministro Eros Grau – Relator”.
Resposta:
Transcrevo decisão do Supremo Tribunal Federal:
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Item 04 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres
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assim for feito, a base de cálculo será nos casos de cooperativas médicas:
Valor bruto da receita mensal, menos o valor mensal comprovadamente pago
pelos serviços dos médicos.
E mais:
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Não há, portanto, qualquer dúvida de que os serviços prestados a não
cooperados são tributáveis. A jurisprudência já consolidou esse entendimento.
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Em relação ao caso, logo de início, por ser constituída como sociedade simples
há de analisar o contrato social. Tudo leva a crer que se trata de uma empresa
e não uma sociedade uniprofissional. A decisão do Superior Tribunal de
Justiça, abaixo, é muito clara neste sentido:
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Clínica significa local de consulta, tratamento e realização de exames, cirurgias
etc. Não importa, assim, o seu tamanho ou porte. Pode, inclusive, ser um
estabelecimento composto de uma única sala.
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prestação do serviço de captação ou de processamento do material humano; e
o transporte desse material. Se fosse assim, haveria a necessidade de dois
documentos fiscais, cada um a discriminar o serviço prestado e os seus preços
respectivos. A lembrar, porém, que o transporte intermunicipal exigiria nota
fiscal de ICMS, e não de serviços tributáveis pelo ISS.
Exatamente por isso, a nota fiscal de serviços tributáveis pelo ISS não permite
destacar o valor do transporte, fato que nos surpreende quando a empresa
declara que assim faz. Deve estar fazendo por sua conta e risco, porque difícil
aceitar que o Fisco Municipal tenha permitido tal irregularidade ao aprovar a
AIDF correspondente. Ao contrário da nota fiscal do ISS, a nota fiscal estadual
não só permite como exige o destaque do transporte, porque, além de
identificar o transportador e o valor desse transporte, facilita a fiscalização e
controle no fluxo rodoviário, ferroviário e aéreo. Talvez por isso, o contribuinte
tenha confundido, ou entendido que a nota fiscal de serviços poderia funcionar
como a nota fiscal mercantil. Mas, não pode.
Resposta:
Sim! Veja a decisão abaixo:
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serviços e, por isso, é fato gerador do ICMS e não do ISS (REsp 1102838/RS
Ministro LUIZ FUX DJ 17/12/2010)”.
Fonte: Informativo STJ
Resposta:
Material hospitalar, inclusive medicamentos e refeições dos pacientes, não
pode ser deduzido da base de cálculo do ISS. O caso de construção civil é
diferente, pois há previsão legal. Se o Município quiser deduzir materiais
hospitalares da base de cálculo do ISS terá de fazer lei específica sobre a
matéria, que será entendida como espécie de isenção parcial do imposto.
Cuidado, porém, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que considera isenção
uma renúncia fiscal.
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da sua utilização em rebanhos selecionados, pelo processo de inseminação
artificial. Apesar de sua simplicidade, a inseminação artificial requer um
criterioso e rígido controle de suas diferentes etapas, que vai desde a seleção
do reprodutor doador de sêmen, passando pelo processamento tecnológico
deste, seleção e controle do rebanho, chegando até o treinamento do
inseminador.
Em relação à produção in vitro de embriões, sua técnica tem sido utilizada nos
diferentes segmentos da reprodução assistida das áreas humana e animal.
Adicionalmente, ela tem respaldado o desenvolvimento de biotécnicas de
clonagem, transgênese, sexagem, etc.
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relacionados à consulta: 5.4 – Inseminação artificial, fertilização in vitro e
congêneres; e 5.6 – Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais
biológicos de qualquer espécie.
Cabe registrar que alguns Estados insistem em lançar o ICMS em tais serviços,
sob a alegação de que o encomendante não se comporta como destinatário
final do serviço prestado, pois, de posse do sêmen ou do embrião, pode
livremente comercializá-los. Ora, nada interessa ao prestador do serviço o
destino que o tomador dará ao resultado do serviço prestado, pois o
adimplemento da obrigação se perfaz na entrega do resultado do trabalho
desenvolvido. Daí para frente é assunto que não lhe diz respeito.
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29 - Estabelecimentos de hospedagem para emagrecimento ou
recuperação física, devem ser enquadrados em que item da
lista de serviços?
Resposta:
Deve ser examinada a atividade-fim do estabelecimento. Se a atividade for
centrada em cuidados pessoais para emagrecer, o item mais correto a ser
aplicado é o 06 – “serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e
congêneres”. Se a atividade-fim do estabelecimento for recuperação de saúde
ou desintoxicação, o item mais correto já seria o 04 – “serviços de saúde,
assistência médica e congêneres”, mais precisamente o subitem 4.17 – “casas
de repouso e de recuperação, creches, asilos e congêneres”. E mais, se a
atividade-fim for hospedagem, tendo, porém, o hotel instalações para
tratamentos de saúde ou estética, tipo duchas especiais, banhos em águas
térmicas etc., o enquadramento já seria no item 9 – “serviços relativos a
hospedagem, turismo, viagens e congêneres”.
Por isso, é comum o Fisco Municipal adotar uma base de cálculo estimada,
cujo valor será avaliado caso a caso, a depender do porte do estabelecimento
ou da empresa. Tempos atrás, as legislações municipais adotavam valores
fixados “por cadeira”, ou seja, quantas mais cadeiras de serviços maior o valor
do imposto. Atualmente, a Fiscalização examina o salão em termos da
sofisticação das instalações, preços dos serviços e localização. Estabelece,
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então, o valor da estimativa e notifica o contribuinte, dando-lhe ciência do valor
e o direito de impugnar o lançamento.
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contrato formal com o tomador do serviço, obrigando-se a empresa
prestadora a emitir nota fiscal de serviços. O Imposto é devido no Município
onde for executado o serviço, ou seja, no local do manejo florestal, nos
termos do inciso XII do art. 3º da referida lei complementar.
Caso a empresa não apresente os documentos necessários para
lançamento do imposto, o fisco terá a alternativa de arbitrar o valor da
receita. De acordo com o portal da empresa Ambiente Brasil
(www.ambientebrasil.com.br), os custos em 2011 de manejo florestal eram,
em média, os seguintes:
Limpeza do Terreno
Estes custos são constituídos basicamente por operações de roçadas,
decepas, aplicação de herbicidas pós emergentes, rebaixamento de tocos ou
destocas, gradagens para trituração ou incorporação de resíduos,
enleiramento, combate às formigas e queima (limitada somente a algumas
situações).
A composição desses custos, incluindo insumos, mão-de-obra e horas de
máquinas giram em torno de R$ 250,00/ha.
Conservação e Preparo do Solo
Os custos de conservação do solo estão relacionados àquelas operações
cujo objetivo é manter a vida e a integridade deste mesmo solo,
principalmente no que se refere a danos provocados por erosões, perdas de
nutrientes e degradação da matéria orgânica, cuja inobservância levará a
seu empobrecimento e conseqüentemente à perda da produtividade futura.
Já os custos de preparo do solo constituem-se por operações que
antecedem ao plantio, como as gradagens leves ou pesadas, gradagem
bedding, subsolagem ou ripagem, coveamento e sulcamento.
A soma destas operações pode ser executada por valores médios em torno
de R$ 130,00/ha.
Plantio e Replantio
Os custos deste item são intimamente dependentes do material genético
usado e do método de formação das mudas, acrescidos do custo da
operação de plantio propriamente dito, incluindo-se a mão-de-obra e horas
de máquinas para realizá-lo.
A alta tecnologia empregada para produção de mudas, aliada aos
sofisticados métodos de sua produção, confere à operação de plantio um
dos principais custos da formação florestal. Considerando-se que a maioria
das empresas florestais já dominam o processo de produção de mudas pelo
método da propagação vegetativa ou micropropagação e que este sistema
onera significativamente o custo de formação em relação àquelas formadas
diretamente a partir de sementes, pode-se considerar para fins desta análise
uma composição de 50% das mudas em cada sistema.
A densidade de plantio, ou espaçamento, é outro fator que interfere
diretamente nos custos; por isso, pode-se adotar o espaçamento médio de
plantio entre 3x2 e 3x3m e um índice de reposição para replantio de 10% da
população original.
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Isto posto, os custos de plantio e replantio acarretam um investimento de
aproximadamente R$ 350,00/ha.
Em relação à adubação, é a operação da formação florestal de maior
divergência entre às empresas, devido basicamente as diferentes
composições, fontes e dosagens dos insumos utilizados. Os principais
insumos são de origem química, mineral e orgânica; este, proveniente de
material vegetal ou resíduo industrial.
Adubações consideradas padrão para uma boa formação florestal acarretam
um custo da ordem de R$ 350,00/ha.
Tratos Culturais
Os tratos culturais mais dispensados nos povoamentos florestais na fase da
implantação são aqueles voltados à eliminação das ervas daninhas, cuja
competição por água, luz e nutrientes compõe-se como o principal fator da
perda da produtividade florestal.
O uso de herbicidas de uma forma geral tem sido a prática mais adotada
para eliminação da “matocompetição”, vindo em seguida as capinas manuais
ou mecânicas.
Estes custos representam uma parte significativa dos investimentos na
formação florestal, girando em torno de R$ 340,00/ha.
Manutenção do Povoamento
São todas as operações que incidem após o período de implantação
florestal. Normalmente ocorrem do segundo ao sétimo ano de idade do
povoamento, também chamado de período de maturação florestal.
As principais operações neste período são o controle de pragas,
readubações e controle de incêndios florestais.
No período de manutenção do povoamento (do 2º ao 7º ano), são investidos
cerca de R$ 600,00/ha.
Considerações Finais
O termo silvicultura traduz perfeitamente seu significado, como sendo o
cultivo de árvores, uma vez que para a obtenção de uma produtividade
florestal satisfatória, devem ser empregadas uma série de operações,
também denominadas de manejo intensivo e materiais genéticos de
altíssimo valor agregado, desta forma nada devendo ao cultivo agrícola.
Percebe-se que são investidos para formação e maturação de um maciço
florestal cerca de R$ 2.000,00/ha.
De qualquer forma, a fiscalização deve intimar a empresa para que
apresente o contrato firmado com o tomador.
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dedução em todas as etapas da construção. Está correto esse
entendimento?
Resposta:
Todos os contratos de empreitada de obra são obrigações de fazer, nos termos
do Direito Privado, e, assim, são prestações de serviços tributáveis pelo ISS. O
item 7 da lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03 descreve uma
série de serviços por empreitada, entre eles o subitem 7.18 (limpeza e
dragagem de rios, portos etc.) e o subitem 7.02 (construção civil, hidráulica
etc.).
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a) Empreitada global - o empreiteiro responde pelos materiais aplicados na
obra e pela mão-de-obra;
Na empreitada global, o ISS incide sobre o valor total do contrato, não havendo
dedução do material e insumos aplicados na obra. Na empreitada de lavor, o
ISS incide sobre o valor do contrato que, por evidência, trata somente da mão-
de-obra.
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Em muitos casos, não se trata de alterar a lei municipal, mas a de dar a correta
interpretação do que está exposto.
A decisão abaixo do STJ é bem explicativa:
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Resposta:
A Lei n. 4.591/64 disciplina as incorporações imobiliárias, entre outros
assuntos. O art. 29 conceitua incorporador:
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para construir a obra, ou uma administradora para administrar a construção, o
ISS irá incidir sobre as empresas contratadas, isto é, sobre a empreiteira ou
sobre a administradora.
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para consecução do serviço. Há, portanto, um valor estabelecido previamente
para a execução da obra e entregar o seu resultado.
Deste modo, a empresa construtora vai procurar minorar o seu custo por todos
os meios possíveis, sem com isto prejudicar a qualidade da obra e as
exigências determinadas no contrato. Pode optar por terceirizar algumas
etapas da obra, pode escolher os fornecedores, se a própria empresa vai
fabricar ou produzir produtos que farão parte da obra, são decisões que nada
importa no cálculo do ISS a pagar, cuja base é o preço do serviço contratado
com o tomador.
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a) se a mão de obra contratada pelo dono da obra foi através de contrato de
assalariado, com assinatura da carteira profissional. Neste caso, não há
incidência do ISS, porque assalariado está excluído da incidência do imposto;
b) se a mão de obra contratada pelo dono da obra foi por empreitada. Neste
caso, ocorre a incidência do ISS sobre a mão de obra. Importante: verificar se
os profissionais (mestre de obra, pedreiro, pintor etc.) estão inscritos como
profissionais autônomos na Prefeitura. Se estiverem, não podemos cobrar o
ISS relativo a esta obra, pois eles já estão “pagando” o imposto como
profissional autônomo;
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40 - A construtora que está construindo a obra contratou outra
empresa para fornecer mão de obra. O ISS incide sobre os dois
contratos?
Pelo teor da consulta, estou entendendo que uma construtora executa a obra, e
esta contratou outra para subempreitada, sendo que esta outra entra apenas
com a mão de obra. Se for assim, temos dois contratos: o contrato inicial entre
o tomador final do serviço e a empreiteira; e o contrato entre a empreiteira com
a subempreiteira. O ISS incide sobre os dois serviços e do primeiro não se
exclui o que for cobrado do segundo (veja o veto ao inciso II, § 2º, do art. 7º da
LC 116/03).
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Resposta:
Para nos situar devidamente ao assunto, preciso fazer um histórico, que segue
abaixo:
O Fisco do Município de Betim lançou e cobrou o ISS dos serviços prestados
por uma Concreteira pelo preço total do serviço que esta cobrou dos seus
clientes. Isto é, não aceitou a dedução de materiais adquiridos de terceiros e
consumidos na prestação dos serviços. A Concreteira apelou à Justiça, tendo
por base o teor do art. 9º, § 2º, alínea a, do Decreto-lei n. 406, de 31/12/68, que
dizia:
“§ 2º - Na execução de obras hidráulicas ou de construção civil o imposto será
calculado sobre o preço deduzido das parcelas correspondentes:
a) ao valor dos materiais adquiridos de terceiros, quando fornecidos pelo
prestador de serviços”.
Abro parênteses para lembrar que essa redação original não perdurou um ano,
pois o Decreto-lei nº 834, de 8/9/1969, alterou o texto da seguinte forma:
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“Esta Corte firmou o entendimento no sentido da possibilidade da dedução da
base de cálculo do ISS dos materiais empregados na construção civil. Cito os
seguintes julgados: RE 262.598, red. para o acórdão Min. Cármen Lúcia, 1ª
Turma, Dje 27.09.2007; RE 362.666-AgR, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma,
DJe 27.03.2008; RE 239.360-AgR, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, DJe
31.07.2008; RE 438.166-AgR, rel. Min. Carlos Britto, 1ª Turma, DJ 28.04.2006;
AI 619.095-AgR, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJ 17.08.2007; RE
214.414-AgR, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 29.11.2002; AI 675.163,
rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 06.09.2007; RE 575.684, rel. Min. Cezar
Peluso, DJe 15.09.2009; AI 720.338, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe
25.02.2009; RE 602.618, rel. Min. Celso de Mello, DJe 15.09.2009”.
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Relatora: Min. Eliana Calmon.
Ementa:
(...)
3. A mudança de disposição, na lista do ISS, do serviço de execução de obras
de construção civil – do item 19 para o 32, conforme a redação da LC 56/87 – é
circunstância inteiramente desinfluente. Isso porque tanto ao tempo da vigência
do DL 834/69 quanto da LC 56/87 a dedução dos materiais empregados, por
prescrição dos itens 19 e 32, respectivamente, restringia-se ao fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação
de serviço.
4. Os referidos itens criaram, em relação ao § 2º do art. 9º do DL 406/68, uma
regra de dedução ainda mais específica, que não admitia o abatimento de
outros valores que não aqueles correspondentes aos materiais expressamente
consignados, sobre os quais se faz recair a incidência do ICMS”.
E estamos nessa situação, ainda sem saber como agir. Em minha opinião,
temos que cumprir a lei municipal e se esta define os critérios que permitem a
dedução e aqueles em que a dedução não é cabível por ser custo do serviço
prestado, deveríamos cumpri-la apesar da decisão. Esta é a minha posição.
Entretanto, não sei como a Justiça vai interpretar cada caso.
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Serviços prestados ao Governo Federal através do PAC são tributados
normalmente pelos Municípios, a não ser quando houver uma lei municipal que
conceda isenção ou redução de alíquota para tais serviços, levando em conta a
importância social deles decorrentes. Se não for o caso, cobrar normalmente.
Serviços de manutenção de rodovias são tributados no local onde tais serviços
forem prestados, conforme dispõe o inciso V, art. 3º da LC 116/03. Tais
serviços estão enquadrados no item 7.05 da lista anexa à referida lei.
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Em decisão publicada em 29/10/2009, o Superior Tribunal de Justiça (REsp
1117121/SP) assentou a seguinte decisão:
“3. Mesmo estabeleça o contrato diversas etapas da obra de construção,
muitas das quais realizadas fora da obra e em município diverso, onde esteja a
sede da prestadora, considera-se a obra como uma universalidade, sem
divisão das etapas de execução para efeito de recolhimento do ISS”.
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44 - Atividades de instalação de Box de banheiro sob medida
são tributadas pelo ICMS ou pelo ISS?
Resposta:
Bom dizer que essa pergunta esbarra em um dos mais intrincados problemas
do ISS: essa linha tênue e sutil que distingue a incidência do ICMS da
incidência do ISS. Uma linha divisória tão débil que às vezes esmorece e
acaba por se obliterar nas práticas contábeis e nas elisões fiscais.
Não há, assim, como expressar opinião sem alongar-se nas explicações.
Ao tempo em que o ISS era um simples imposto residual, tudo era mais fácil.
“Compete aos Municípios o imposto sobre serviços de qualquer natureza, não
compreendidos na competência tributária da União e dos Estados” (art. 15 da
Emenda Constitucional n. 18/1965). O ISS não colidia com o IPI e ICM, pois a
predominância era destes.
O efeito residual do ISS manteve-se até o advento da Carta de 1988, ou, mais
precisamente, com a publicação da Lei Complementar n. 116/03. Mas algumas
incongruências foram mantidas.
42
consumo de alimentos pelo trabalhador. E da mesma forma, todo fornecimento
de mercadorias envolve a realização de serviços. Não há um serviço “puro”, ou
uma comercialização “pura”.
Essa regra poderia nos ajudar a elucidar a questão tributária. Por exemplo, se
o adquirente contratar uma empresa para instalar um box no banheiro de sua
residência e o serviço não for executado, poderia o adquirente ingressar na
Justiça para que o serviço fosse cumprido ou, de imediato, com uma ação de
indenização por força do não cumprimento do contrato. Caso exigisse o
cumprimento, o credor correria o risco de ver uma execução mal feita ou
executada de má vontade, sem as qualidades exigidas, obrigando-o a
ingressar com nova ação judicial, a demandar tempo e inúmeros transtornos. E
43
assim seriam todos os serviços que possuem os elementos já citados:
encomendado; elaboração especial e sob medida; específico; e perfeitamente
personalizado.
O exemplo dado acima da EMBRAER serve para clarear esse assunto: uma
aeronave modelo ERJ 145, apenas como referência, não se perde porque o
cliente recusou-se a recebê-la por qualquer motivo. Aproveita-se para outro
pedido, com pequenas adaptações. Já um box feito sob medida, cortado e
delineado conforme as especificações do banheiro, não poderá mais ser
aproveitado, a não ser se houver extraordinária coincidência de encomendas.
O mesmo se dá com gradis, portões, móveis, bancada de mármore ou granito,
etc., tudo sob medida e de resultado específico, não aproveitável para outros
fins.
Mas, tal restrição lá está, a provocar atritos e confusões, não só aos entes
tributantes como, também, aos próprios contribuintes, os quais, muitas vezes,
ficam sem saber a quem pagar e qual o imposto devido.
44
Resposta:
O contrato de promessa irretratável de compra e venda é aquele em que o
promitente vendedor se obriga a vender ao compromissário comprador
determinado imóvel nas condições convencionadas, outorgando-lhe a escritura
definitiva quando houver o adimplemento da obrigação. Aproxima-se, de certo
modo, ao contrato preliminar de venda, pois o seu resultado prático é adiar a
transferência do domínio do bem compromissado até que o preço seja
totalmente pago. Mas, há uma grande diferença entre esses dois contratos,
pois o promitente comprador tem o direito de se tornar proprietário do bem sem
a necessidade de nova declaração de vontade do promitente vendedor.
Diz o art. 1.417 do Código Civil que a promessa de compra e venda pode ser
celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de
Registro de Imóveis. Neste caso, o Cartório faz a anotação do contrato na
inscrição do imóvel, mas sem ainda ocorrer a transferência de domínio. Atua
como se fosse um gravame sobre o direito de propriedade, a evitar que o
proprietário assuma outros compromissos em relação ao imóvel, sem antes
resolver a referida promessa.
45
entendimento foi mantido no recente RESP 922.956/RN, de 01/07/2010,
conforme transcrição parcial abaixo:
‘1. O incorporador imobiliário, tal como definido no art. 29 da Lei 4.591/65, não
pode, logicamente, figurar como contribuinte do ISSQN relativamente aos
serviços de construção da obra incorporada. Com efeito, se a construção é
realizada por terceiro, o incorporador não presta serviço algum, já que figura
como tomador. Contribuinte, neste caso, é o construtor. E se a construção é
realizada pelo próprio incorporador, não há prestação de serviços a terceiros,
mas a si próprio, o que descaracteriza o fato gerador. É que os adquirentes das
unidades imobiliárias incorporadas não celebram, com o incorporador, um
contrato de prestação de serviços de construção, mas sim um contrato de
compra e venda do imóvel, a ser entregue construído’ (Relator Ministro Teori
Albino Zavaschi).
Resposta:
Tive uma vez um problema parecido para resolver. A Prefeitura contratou uma
empresa para recolher e transportar o lixo domiciliar, mas a destinação do lixo
era em outro Município. O pior, neste caso, era o fato de que o contrato com a
Prefeitura era claro: coletar e transportar. Não havia, assim, atividade-fim e
atividade-meio, tanto a coleta quanto o transporte eram atividades-fim. Na
época, a solução encontrada foi repartir o ISS conforme a planilha de custos
46
constante do contrato. Ao pagar, a Prefeitura fazia a retenção do ISS e
creditava para a outra uma parcela do valor retido.
47
local. Nada tem a ver com coleta de material para análise. Essa parte do
serviço faz parte integrante do subitem 7.12, em razão do fim a que se destina.
Resposta:
O ensino a distância vem tendo um enorme impulso no Brasil, da mesma forma
que ocorreu nos países desenvolvidos. Este segmento praticamente triplicou
de tamanho nos últimos cinco anos, iniciando-se com uso exclusivo da Internet,
mas sendo substituído gradualmente por um formato que concilia o uso da
Internet com videoconferência (via satélite).
Desta forma, o modelo mais recente e usual é aquele que o estudante, além de
acessar o conteúdo pela web em sua casa, comparece aos pólos das
48
instituições espalhadas pelo país para assistir aulas ministradas ao vivo por
videoconferência, através de sinais transmitidos por satélites. Em muitos casos,
estes pólos disponibilizam tutores que recebem e respondem as dúvidas dos
estudantes presentes.
Alguns exemplos: o grupo Kroton, com 248 mil alunos, ministra cursos à
distância utilizando, como forma de transmissão, 80% pela Internet e 20% por
videoconferência. O grupo Anhanguera, com 86 mil alunos, utiliza 60% pela
Internet e 40% por videoconferência. O grupo Estácio de Sá, com 44 mil
alunos, utiliza 100% pela Internet.
49
a prestação de dois serviços: um a distância; outro, presencial. Ocorrendo tal
hipótese, caberia o entendimento de que o serviço efetuado presencialmente
deveria sofrer a incidência do ISS no local onde for executado, mas somente
sobre a parcela adicional.
50
Resposta:
De acordo com a Resolução CONTRAN nº 33, de 21/5/98, do Conselho
Nacional de Trânsito, entende-se por Centro de Formação de Condutores a
entidade pública ou privada, devidamente certificada pelo Organismo de
Qualificação de Trânsito, com registro e licença de funcionamento expedido
pelos Órgãos de Trânsito dos Estados, possuindo administração própria e
corpo técnico de instrutores, para a capacitação teórico/prática de condutores
de veículos automotores.
51
53 - Uma Escola cobra “por fora” a matrícula dos alunos e não
registra este valor na contabilidade. O ISS incide sobre este
valor?
Resposta:
As taxas de pré-matrícula, de reserva de matrícula ou de renovação de
matrícula, quando exigidas pela Escola, deverão integrar o valor da anuidade.
Ou seja, a Escola não poderia cobrar anuidade e mais a taxa referida.
Caso a Escola esteja cobrando por fora a matrícula, pratica uma irregularidade
diante das normas contábeis e relativas à defesa do consumidor. Vale lembrar
os termos do art. 1º, § 5º, da Lei Federal n. 9.870/99: "O valor total, anual ou
semestral, apurado na forma dos parágrafos precedentes terá vigência por um
ano e será dividido em doze ou seis parcelas mensais iguais, facultada a
apresentação de planos de pagamento alternativos, desde que não excedam
ao valor total anual ou semestral apurado na forma dos parágrafos anteriores."
52
55 - Uma agência de viagem não quer recolher o ISS pelo valor
total das vendas de passagens. Está correto este
entendimento?
Resposta:
As agências de viagem auferem receitas de comissão. Assim, o preço do
serviço tributável pelo ISS, no caso, é a receita que se incorpora ao seu
patrimônio, ou seja, a comissão. A parcela recebida decorrente do preço da
passagem não se incorpora ao seu patrimônio, pois é repassada à empresa de
transporte de passageiros. O argumento da agência está, assim, perfeitamente
correto.
Também por isso, muitos Municípios cobram o ISS de motéis por estimativa,
fazendo uma análise pelo número de apartamentos, valor da diária (ou da hora)
e uma previsão da taxa de ocupação. Prepara um mapa de todos os motéis do
Município e envia uma notificação a cada um para informar o valor a ser pago
mensalmente. Os motéis têm direito de ingressar com uma reclamação
administrativa, se não concordarem com os valores lançados. Chegando a bom
termo, os valores são lançados de ofício. E a cada ano, faz-se uma revisão.
Resposta:
Sim, desde que exerçam sua profissão com autonomia e não trabalhe com
vínculo empregatício. Devem ser inscritos no Cadastro Mobiliário do Município
onde se localiza o seu estabelecimento, ou, na falta deste, do seu domicílio. O
enquadramento na lista de serviços é no subitem 9.03.
53
58 - Qual é a base de cálculo do ISS das operadoras de turismo
que trabalham com “pacotes” turísticos?
Resposta:
As operadoras de turismo estão enquadradas no subitem 9.02 da lista de
serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03. Quando essas operadoras de
turismo prestam serviços conjuntos, incluindo transporte, hospedagem,
refeições, traslado e outros, o preço do serviço é o total bruto que o adquirente
aceitou e concordou ao pagamento.
Resposta:
As empresas do ramo hoteleiro podem fazer parte do programa do Simples
Nacional, desde que não sofram as vedações gerais dispostas na Lei
Complementar n. 123/06.
54
Nacional que exercem atividades mistas darem preferência ao recolhimento do
ICMS.
Agora, o mais importante: urge que a Prefeitura abra uma ação fiscal contra a
empresa, adotando todos os procedimentos formais de fiscalização. Caso seja
constatada a sonegação do ISS, a Prefeitura deve determinar a exclusão da
empresa do Simples Nacional e autuá-la ao pagamento do ISS com base na lei
municipal. Porém, se a empresa tiver cometido apenas um erro de
interpretação (o que duvido), a Prefeitura pode efetuar os cálculos do débito e
determinar o pagamento na forma disposta no Simples Nacional, sem excluí-la
do programa.
Resposta:
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço, ou seja, o preço constituído em
decorrência da prestação de determinado serviço. Preço é uma expressão de
natureza econômica, a mensuração valorativa que se atribui ao serviço, não
importando a denominação recebida, seja preço, honorários, comissão,
remuneração etc.
55
elasticidade de procura, exceto nos casos em que o preço sofre tabelamento
por determinação governamental.
56
A comissão auferida pelo agente (pessoa física ou jurídica) é tributada pelo
ISS, conforme dispõe o subitem 10.02 da lista de serviços da Lei
Complementar nº. 116/03. O local da incidência segue a regra geral indicada
no art. 3º da referida lei complementar: no local do estabelecimento prestador
ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador. Assim, se
for pessoa jurídica, o imposto será cobrado no Município onde estiver
localizado o estabelecimento; se for pessoa física, no Município onde estiver
localizado o seu escritório, se houver, ou no seu domicílio, se não for
estabelecido.
Resposta:
A pergunta é interessante, porque traz em pauta a interpretação do que vem a
ser realmente exportação de serviço. Bom lembrar, de início, que a
Constituição Federal, no inciso II, do § 3º do artigo 156, dita a regra: “excluir da
sua incidência exportações de serviços para o exterior”. A LC 116/03 deu,
portanto, complemento ao cumprimento da norma constitucional.
57
independentemente da localização do seu tomador. A lei é clara ao estabelecer
o prestador do serviço como sujeito passivo da obrigação. E se o serviço for
prestado no Brasil, não há como alegar exportação somente pelo fato de que o
tomador é não-residente ou não-domiciliado no território nacional.
Pois é óbvio! Neste caso, não haverá qualquer bitributação entre as leis
brasileiras e as do país do tomador do serviço, porque o serviço foi prestado no
Brasil, embora os seus resultados viessem a interessar pessoas domiciliadas
em outro país.
58
As atividades dos Distribuidores não são de propaganda e publicidade, levando
em conta que a divulgação serve para eles próprios, isto é, não exercem
atividades para terceiros. Já no caso de assessoria aos clientes, a incidência
do ISS somente poderia ser feita se esses clientes pagassem efetivamente por
esse serviço, o que parece não ocorrer. É uma espécie de “serviço gratuito”,
cujo objetivo é de vender mais produtos.
59
Resposta:
O ISS incide sobre as comissões auferidas por Corretoras e Distribuidoras que
operam nas Bolsas de Valores. Não há incidência, porém, sobre os valores
intermediados, ou seja, sobre os valores de compra e venda de títulos
mobiliários, como as ações por exemplo.
Resposta:
Serviços de monitoramento estão enquadrados no subitem 11.02 – “vigilância,
segurança ou monitoramento de bem e pessoas”. O inciso XVI do art. 3º
estabelece que o imposto será devido no local dos bens ou do domicílio das
pessoas vigiados, segurados ou monitorados.
Há, porém, que considerar o fato de que, neste caso, o monitoramento é feito à
distância, do próprio estabelecimento da empresa monitora cujas informações
são transmitidas ao estabelecimento do adquirente dos serviços. Sendo assim,
entendemos que prevalece a regra do domicílio da pessoa proprietária dos
veículos monitorados, ou seja, da empresa transportadora.
60
67 - A empresa de estacionamento não cobra dos clientes de
determinada loja. Ao final do mês, faz a cobrança da própria
loja que paga o serviço mediante um desconto. Este desconto
deve ser considerado na apuração da base de cálculo do ISS?
Resposta:
No caso, trata-se de desconto previamente negociado, já configurado no
negócio firmado entre as partes. Não se refere, portanto, a um desconto por
cortesia, ou por vontade própria do prestador. Sendo assim, a base de cálculo
do ISS será o valor líquido, ou seja, com a dedução do desconto.
Todavia, o contrato entre as partes deve ser examinado pela fiscalização, para
verificar se, realmente, foi acordada a concessão de um desconto
predeterminado. Caso o prestador alegue não ter contrato, que o desconto foi
acertado verbalmente, o Fisco terá todo o direito de desconsiderá-lo, pois há
indícios de mera cortesia na oferta do desconto.
Resposta:
A lombada eletrônica é um equipamento instalado em rodovias e ruas que
detecta e indica visualmente a velocidade de veículos. Observa-se, assim, que
o equipamento é apenas um meio de monitoramento dos limites de velocidade
permitidos nos locais onde estiver instalado. Ou seja, através dessas
“lombadas eletrônicas” torna-se possível produzir provas visuais da ocorrência
de infrações.
Deste modo, o serviço deveria ser enquadrado no subitem 11.02 da lista anexa
à LC 116/03. Entendo, também, que a forma disposta de receber pelos
serviços prestados (a título de “locação”, comissão, contrato de risco, etc.) não
interfere na tributação do ISS, porque, em qualquer sentido, houve prestação
de serviços de monitoramento.
61
69 - Embora não tenha essa atividade no contrato, um posto de
combustível presta serviços de balança para pesagem de
veículos. Este serviço é tributado pelo ISS?
Resposta:
Como se sabe, não importa para efeitos fiscais se a atividade estiver ou não
expressamente indicada no objeto social da empresa. O imposto incide da
mesma forma. Apenas para controle interno, precisamos registrar a empresa
no cadastro de prestadores de serviços, contribuintes, portanto, do ISS.
Apesar das variações de suas atividades, sou de opinião que a Lan house deve
ser enquadrada no item 12 da lista de serviços anexa à Lei Complementar n.
116/03, mais precisamente no subitem 12.09. Alguns Municípios, porém, criam
em suas leis um subitem especial para esse serviço no item 01 – Serviços de
Informática e congêneres.
62
71 - Na realização de um evento, pode-se cobrar o ISS integral,
inclusive de outros prestadores, diretamente do promotor do
evento?
Resposta:
Eis aí uma situação polêmica. O Código Civil atual diz que o credor tem direito
a exigir, parcial ou totalmente, a dívida comum. Podemos definir como dívida
comum quando na mesma obrigação concorre mais de um devedor. Fica,
então, uma dúvida: as obrigações do promotor do evento em reter o imposto de
terceiros prestadores de serviço, não seria apenas uma obrigação acessória,
atuando, no caso, como um simples agente arrecadador do Fisco?
63
Resposta:
Não! O ISS incide sobre a receita bruta auferida com a venda de ingressos. O
Superior Tribunal de Justiça já decidiu neste sentido. Veja abaixo:
64
O arbitramento pode, também, ser apurado pelo caminho inverso: levantar as
despesas e estimar sobre essas um percentual de lucro eventual. Mas, no caso
de shows, tal procedimento é mais complicado.
A empresa não atendeu aos termos da intimação, motivo pelo qual obrigou a
autoridade fiscal em arbitrar a base de cálculo e o valor do imposto a ser pago,
em atendimento ao estabelecido no art. 149 do CTN.
65
Quando uma indústria contrata uma gráfica para elaborar o manual de
determinado produto, esse serviço prestado pela gráfica para a indústria
contratante sofre a tributação do ISS. Quando, porém, a indústria junta ao
produto que vende ao mercado o referido manual, a prestação-fim de tal
operação é a venda do produto, sendo a “entrega” do manual uma simples
prestação meio. Ao preço do produto está certamente adicionado o custo da
confecção do manual. O mesmo ocorre com bula de remédio, panfleto que
segue junto de uma mercadoria etc.
66
oferecida ao público em geral. Trata-se, conseqüentemente de operação
sujeita ao ISS.
Agravo de Instrumento n. 324.597 - São Paulo
Resposta:
Quando temos esse tipo de dúvida, a primeira coisa a fazer é verificar se a
atividade consta da lista de serviços da atual Lei Complementar nº 116/03. Por
quê? Porque temos de dar o tom pragmático de distinção das tais atividades
mistas, conforme entende e determina os nossos tribunais superiores.
67
Cabe aqui abrir um pequeno parêntese:
68
laboratorial; na moldura, em que se recebe a pintura encomendada; no livro,
em que se recebe do Contador o último balanço da empresa; e assim por
diante. Todavia, o tomador do serviço não está “comprando” papel, moldura ou
livro. Por certo, o custo de tais bens materiais está inserido no preço do
serviço, e, portanto, se insere na base de cálculo do ISS.
Está aí, portanto, minha opinião, sustentada por decisões do STJ. Os serviços
de fotografia e filmagem de eventos (casamentos, formaturas, recepções etc.)
sofrem incidência do ISS e não do ICMS, embora o resultado do serviço seja
entregue por meio de álbuns e de DVD.
69
78 - Uma empresa é produtora de filmes, tanto para distribuição
comercial quanto sob encomenda para propaganda de
produtos. Tal atividade gera ISS:
Resposta:
A Presidência da República vetou o subitem 13.01 da lista de serviços anexa à
Lei Complementar n. 116/2003, cujo teor era: “Gravação e distribuição de
filmes”. Na justificativa do veto, o Ministério da Fazenda anotou:
“O item 13.01 da mesma Lista de serviços mencionada no item anterior coloca
no campo de incidência do imposto gravação e distribuição de filmes. Ocorre
que o STF, no julgamento dos RREE 179.560-SP, 194.705-SP e 196.856-SP,
cujo relator foi o Ministro Ilmar Galvão, decidiu que é legítima a incidência do
ICMS sobre comercialização de filmes para videocassete, porquanto, nessa
hipótese, a operação se qualifica como de circulação de mercadoria. Como
conseqüência dessa decisão foram reformados acórdãos do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo que consideraram a operação de gravação de
videoteipes como sujeita tão-somente ao ISS. Deve-se esclarecer que, na
espécie, tratava-se de empresas que se dedicam à comercialização de fitas por
elas próprias gravadas, com a finalidade de entrega ao comércio em geral,
operação que se distingue da hipótese de prestação individualizada do serviço
de gravação de filmes com o fornecimento de mercadorias, isto é, quando feita
por solicitação de outrem ou por encomenda, prevalecendo, nesse caso a
incidência do ISS (retirado do Informativo do STF no 144)”.
Fácil observar que o motivo do veto foi o de excluir a incidência do ISS nos
casos de comercialização de filmes, a gerar ICMS, não se estendendo o veto
aos serviços de produção individualizada feita sob encomenda.
70
ii) Historicamente, a cinematografia já estava contida na lista anexa ao DL
406/68 (item 65) e nem por isso justificava a incidência do tributo sobre a
gravação (produção) e distribuição de filmes, que estava amparada em
hipótese autônoma (item 63);
iii) a atividade de cinematografia não equivale à produção de filmes. A
produção cinematográfica é uma atividade mais ampla que compreende, entre
outras, o planejamento do filme a ser produzido, a contratação de elenco, a
locação de espaços para filmagem e, é claro, a própria cinematografia.
4. Afasta-se, portanto, a incidência do ISS sobre a atividade exercida pela
empresa recorrente.
5. Recurso especial provido.
REsp 1308628/RS Rel. Min. Benedito Gonçalves - DJe 02/08/2012
Entretanto, nem tudo é fácil assim. O ISS só incide quando a carga ou recarga
é a prestação-fim. Por exemplo: quando compramos um botijão de gás,
entregamos o botijão usado e recebemos um novo, é lógico que a empresa vai
recarregar o nosso botijão vazio e vendê-lo para outro, mas, neste caso, a
prestação-fim é a venda da mercadoria e não a recarga. Um exemplo mais
71
complicado: quando o cartucho da impressora seca, posso simplesmente levar
o cartucho e alguém recarregá-lo. Teríamos o ISS. No entanto, o normal é o
alguém receber o cartucho seco e nos entregar outro carregado. Em minha
opinião, esta última operação é venda, e não serviço.
72
seriam prestados por outra empresa para ela. Neste caso, haveria a incidência
do ISS sobre a empresa terceirizada que presta o serviço.
Resposta:
Galvanização é o processo que consiste em recobrir uma peça metálica com
uma camada de zinco, podendo ser a quente ou a frio (eletrolítica), por meio de
anodos solúveis ou insolúveis, em banho geralmente à base de sulfato de
zinco.
73
Veja a decisão abaixo do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:
“Os serviços descritos no item 14.05 da Lei Complementar 116/03 (...) ainda
que realizados por encomenda e destinados à industrialização, sujeitam-se ao
ISS. Tratando-se de atividade-fim do prestador de serviço, afigura-se
irrelevante, ao efeito tributário, sejam os bens utilizados, posteriormente, no
processo de industrialização. Recurso provido” (Apelação Cível nº
70043831965, 22ª Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria
Isabel de Azevedo Souza, Julgado em 29/07/2011).
74
laureado autor norte-americano esclarece que um produto da natureza de
serviço tem as seguintes características:
Não há como negar, nos dois exemplos acima, que em ambos houve, de fato,
a produção final de um bem material. Nos dois casos, ocorreram o surgimento
de um produto, o que se leva à conclusão de que, isoladamente, a expressão
produto não traduz a hipótese de incidência delineada na Constituição Federal
para efeitos de IPI. Se fosse o contrário chegar-se-ia ao ponto de aceitar que
todo o serviço cujo resultado se materializa em produto tangível seria tributável
pelo imposto de que se trata. Até mesmo um escritório de arquitetura, ao
elaborar o projeto (produto) de uma obra seria considerado contribuinte desse
imposto.
75
O jurista José Eduardo Soares de Melo, ao transcrever o pensamento de
Marçal Justen Filho, afirma que “compreende ‘por industrialização as atividades
materiais de produção ou beneficiamento de bens, realizados em massa, em
série, estandardizadamente’; os bens industrializados surgem como espécimes
idênticos dentro de uma classe ou de uma série intensivamente produzida (ou
produtível, ‘denotando homogeneidade não personificada nem personificável
de produtos”).
Caberia ressaltar que o fato imponível do IPI ocorre na venda do produto, e não
no momento de sua produção. Diz Geraldo Ataliba: “É só havendo um industrial
vendedor que se tem verificada a condição suficiente para ocorrência da
hipótese”.
76
Do mesmo modo, o item 14.04: “recauchutagem ou regeneração de pneus”.
Quando o prestador do serviço recauchuta ou regenera o pneu que lhe foi
levado pelo tomador do serviço, a operação seria tributável pelo ISS. Quando,
porém, uma empresa adquire pneu usado e o recauchuta visando sua
comercialização, não haveria a incidência do ISS.
Parece simples, mas nem tanto. O item 14.05 é razão de inúmeros conflitos.
Ele está assim descrito:
“Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte,
polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer”.
Outra condição evidente é que este bem, após ser beneficiado, lavado,
recortado, restaurado, enfim, após a execução do serviço pelo prestador, que
seja devolvido ao tomador do serviço, a quem pertence o bem que sofreu a
transformação.
77
2. O aspecto material da hipótese de incidência do ISS não se confunde com a
materialidade do IPI e do ICMS. Isto por que: (i) excetuando as prestações de
serviços de comunicação e de transporte interestadual e intermunicipal, o ICMS
incide sobre operação mercantil (circulação de mercadoria), que se traduz
numa "obrigação de dar" (artigo 155, II, da CF/88), na qual o interesse do
credor encarta, preponderantemente, a entrega de um bem, pouco importando
a atividade desenvolvida pelo devedor para proceder à tradição; e (ii) na
tributação pelo IPI, a obrigação tributária consiste num "dar um produto
industrializado" pelo próprio realizador da operação jurídica. "Embora este,
anteriormente, tenha produzido um bem, consistente em seu esforço pessoal,
sua obrigação consiste na entrega desse bem, no oferecimento de algo
corpóreo, materializado, e que não decorra de encomenda específica do
adquirente" (José Eduardo Soares de Melo, in "ICMS - Teoria e Prática", 8ª
Ed., Ed. Dialética, São Paulo, 2005, pág. 65).
3. Deveras, o ISS, na sua configuração constitucional, incide sobre uma
prestação de serviço, cujo conceito pressuposto pela Carta Magna eclipsa ad
substantia obligatio in faciendo, inconfundível com a denominada obrigação de
dar.
4. Desta sorte, o núcleo do critério material da regra matriz de incidência do
ISS é a prestação de serviço, vale dizer: conduta humana consistente em
desenvolver um esforço em favor de terceiro, visando a adimplir uma
"obrigação de fazer" (o fim buscado pelo credor é o aproveitamento do serviço
contratado).
5. É certo, portanto, que o alvo da tributação do ISS "é o esforço humano
prestado a terceiros como fim ou objeto. Não as suas etapas, passos ou tarefas
intermediárias, necessárias à obtenção do fim. (...) somente podem ser
tomadas, para compreensão do ISS, as atividades entendidas como fim,
correspondentes à prestação de um serviço integralmente considerado em
cada item. Não se pode decompor um serviço porque previsto, em sua
integridade, no respectivo item específico da lista da lei municipal nas várias
ações-meio que o integram, para pretender tributá-las separadamente,
isoladamente, como se cada uma delas correspondesse a um serviço
autônomo, independente. Isso seria uma aberração jurídica, além de construir-
se em desconsideração à hipótese de incidência do ISS." (Aires Barreto, no
artigo intitulado "ISS: Serviços de Despachos Aduaneiros/Momento de
Ocorrência do Fato Imponível/Local de Prestação/Base de
Cálculo/Arbitramento", in Revista de Direito Tributário nº 66, Ed. Malheiros,
págs. 114/115 - citação efetuada por Leandro Paulsen, in Direito Tributário -
Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência, 8ª ed.,
Ed. Livraria do Advogado e Escola Superior da Magistratura Federal do Rio
Grande do Sul - ESMAFE, pág. 457).
6. Assim, "sempre que o intérprete conhecer o fim do contrato, ou seja,
descobrir aquilo que denominamos de 'prestação-fim', saberá ele que todos os
demais atos relacionados a tal comportamento são apenas 'prestações-meio'
da sua realização" (Marcelo Caron Baptista, in "ISS: Do Texto à Norma -
Doutrina e Jurisprudência da EC 18/65 à LC 116/03", Ed. Quartier Latin, São
Paulo, 2005, pág. 284).
7. In casu, a empresa desenvolve atividades de desdobramento e
beneficiamento (corte, recorte e/ou polimento), sob encomenda, de bloco e/ou
chapa de granito e mármore (de propriedade de terceiro), sendo certo que,
78
após o referido processo de industrialização, o produto retorna ao
estabelecimento do proprietário (encomendante), que poderá exportá-lo,
comercializá-lo no mercado interno ou submetê-lo à nova etapa de
industrialização.
8. O Item 14, Subitem 14.05, da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar
116/2003, ostenta o seguinte teor:
"14 – Serviços relativos a bens de terceiros.
(...)
14.05 – Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura,
beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização,
corte, recorte, polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer."
9. A "industrialização por encomenda" constitui atividade-fim do prestador do
aludido serviço, tendo em vista que, uma vez concluída, extingue o dever
jurídico obrigacional que integra a relação jurídica instaurada entre o
"prestador" (responsável pelo serviço encomendado) e o "tomador"
(encomendante): a empresa que procede ao corte, recorte e polimento de
granito ou mármore, de propriedade de terceiro, encerra sua atividade com a
devolução, ao encomendante, do produto beneficiado.
10. Ademais, nas operações de remessa de bens ou mercadorias para
"industrialização por encomenda", a suspensão do recolhimento do ICMS,
registrada nas notas fiscais das tomadoras do serviço, decorre do posterior
retorno dos bens ou mercadorias ao estabelecimento das encomendantes, que
procederão à exportação, à comercialização no mercado interno ou à nova
etapa de industrialização.
11. Destarte, a "industrialização por encomenda", elencada na Lista de
Serviços da Lei Complementar 116/2003, caracteriza prestação de serviço
(obrigação de fazer), fato jurídico tributável pelo ISSQN, não se enquadrando,
portanto, nas hipóteses de incidência do ICMS (circulação de mercadoria -
obrigação de dar - e prestações de serviço de comunicação e de transporte
transmunicipal).
14. Recurso especial provido.
RECURSO ESPECIAL Nº 888.852 - ES (2006/0205159-0) RELATOR :
MINISTRO LUIZ FUX
O direito civil brasileiro identifica três espécies de obrigações: dar (coisa certa
ou incerta), fazer e não fazer. O componente material da obrigação é o objeto
que se apresenta na prestação, sempre de conteúdo econômico ou a este
conversível, mas diversos autores asseveram que o objeto da obrigação não é
a coisa, e, sim, a prestação, isto é, o dever de prestar a que se obriga o
79
devedor. O código civil brasileiro não conceitua obrigação, mas, para exemplo,
o código civil português assim o faz: “Art. 397 - Obrigação é o vínculo jurídico
por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de
uma prestação".
Ruggiero observa que a obrigação não tem por objeto a coisa a que a
prestação se refere, mas a própria prestação, isto é, um ato positivo ou
negativo do devedor, que, como dar ou fazer, pode ter por seu turno como
objeto próprio uma coisa. Extrai-se da lição do mestre italiano que o objeto da
obrigação é a prestação a que está obrigado o devedor, prestação esta que
pode ser de dar, fazer ou não fazer. A coisa a ser dada ou feita é que será, por
sua vez, objeto da prestação e não da obrigação.
O Código Civil (Lei nº. 10.406/02) não define as obrigações de dar, mas, pode-
se dizer que obrigações de dar coisa certa são aquelas em que o devedor “fica
obrigado a entregar ou fornecer ao credor um bem determinado, especificado
ou individuado” (Arnaldo Rizzardo). Ou seja, a obrigação de dar coisa certa é
aquela em que o devedor está obrigado a entregar um bem infungível. A coisa
é certa, determinada, única, porque não pode ser substituída por outra, ainda
que hipoteticamente mais valiosa.
A obrigação de dar coisa incerta consiste em dar ou restituir coisa fungível, que
admite a substituição por outra de igual valor, qualidade ou quantidade, ou
ainda por coisa mais valiosa se houver consenso do credor.
Diante das definições acima, percebe-se que a obrigação de fazer tem sempre
uma conotação de tempo, um espaço temporal entre a assunção da obrigação
e a efetiva prestação. Nas obrigações de dar coisa certa, nem sempre ocorre
tal aspecto, podendo a obrigação ser adimplida imediatamente.
80
do de compra e venda. Em caso de inexecução voluntária, resolve-se em
perdas e danos.
Dito isso, resta claro que a identificação das obrigações assumidas, dar ou de
fazer, pode comportar controvérsias, quando a análise é feita especificamente
sobre a tipicidade da prestação. Se, por exemplo, um escritor é contratado por
uma editora (contrato precursor), para criar uma nova obra e entregá-la no
prazo de um ano (contrato definitivo), embora o adimplemento da obrigação
seja o de dar (entregar a obra), entende-se que se trata, no caso, de contrato
típico de prestação de fazer.
81
O primeiro caso não seria uma encomenda de produto específico, mas aquilo
que devedor fabrica normalmente, de forma estandardizada, tendo, porém, o
problema de a produção não ter capacidade operacional de suportar o pedido
para entrega imediata, ou então pelo fato de não interessar ao credor recebê-
los todos, de uma só vez.
82
adicionar outros ingredientes, indispensáveis para afastar o fato gerador do IPI,
e que serão vistos adiante. Além do mais, não seria o “pedido” de compra, tão
usual no mercado, um tipo de “encomenda específica do adquirente”? Ao ser
preenchido um pedido de compra, assinado ou rubricado pelo representante ou
vendedor da indústria e pelo futuro adquirente do produto, não se evidenciaria
tal ato como um contrato precursor, assumindo ambos uma obrigação?
Caberia aqui, também, uma análise do que viria a ser “produção massificada,
estandardizada”. Tal definição merece cuidados. A construção, por exemplo, de
uma plataforma marítima, consoante detalhamentos técnicos específicos e
especiais, não seria, por evidência, massificada ou estandardizada, por se
tratar de um só produto, exclusivo e individuado. E por este motivo, a sua
construção e venda não acarretaria a incidência do IPI? O entendimento a que
se chega é de que a produção massificada e estandardizada não se refere à
quantidade produzida de uma só vez, pois tudo vai depender do ciclo de
produção de cada atividade. No caso, o estaleiro constrói uma plataforma de
cada vez, em período superior a um, dois ou três anos, mas a sua estrutura
operacional está organizada assim, em ciclos de produção continuados, de
longo período de fabricação. Pode até construir duas plataformas ao mesmo
tempo, porém, não seriam considerados, com base no entendimento usual,
produtos “massificados ou estandardizados”, cada um contendo certas
peculiaridades delineadas em seus projetos.
Não é por isso, portanto, que se vai dizer que este produto, específico,
individuado, difere de “produto industrializado”, porque a sua elaboração foi, de
fato, constituída através de um processo industrial, embora diferente em
características dos demais produtos ali fabricados. O estabelecimento fabril
permanece o mesmo, fabricando produtos em série, massificados ou
específicos, de acordo com a filosofia de venda aplicada, conforme o marketing
adotado em cada indústria. Seria o caso, por exemplo, de um estaleiro: tanto
faz fabricar barcos em série ou uma balsa de características próprias
previamente estabelecidas, não escaparia em ambos os casos do conceito de
produtos industrializados.
83
Ensina Maria Helena Diniz, que “a empreitada ou locação de obra é o contrato
pelo qual um dos contratantes (empreiteiro) se obriga, sem subordinação, a
realizar, pessoalmente, ou por meio de terceiro, certa obra (p.ex., construção
de uma casa, represa ou ponte; composição de uma música) para o outro
(dono da obra), com material próprio ou por este fornecido, mediante
remuneração determinada ou proporcional ao trabalho executado”.
A palavra ‘obra’ possui sentido amplo. Significa todo resultado a se obter pela
atividade ou pelo trabalho, como a produção ou modificação de coisas, o
transporte de pessoas ou de mercadorias, a realização de trabalho científico ou
a criação de obra artística, material ou imaterial.
“A empreitada é contrato civil. Não se torna ato comercial pelo fato de haver
fornecimento de materiais, porque não tem por fim essa alienação, mas a
criação de uma coisa, pelo trabalho do construtor. O que é capital nela é a
produção da obra e não a alienação dos materiais nela empregados (RF
89/178)”.
Esta é uma questão crucial na discussão sobre os conflitos entre o IPI e o ISS.
Uma indústria pode perfeitamente fechar uma encomenda (contrato de compra
e venda) para entrega futura de produtos ainda não fabricados. No exemplo de
Fran Martins, a fábrica de sapatos contrata a venda de sapatos ainda não
fabricados, fato que não invalida ou descaracteriza uma negociação puramente
mercantil. A entrega futura da mercadoria ensejará a tributação do IPI, nunca
do ISS, apesar de não existir o produto na época da contratação. Sendo assim,
e apesar da posição de diversos eminentes juristas, não se pode dizer, de
forma taxativa, que todos os contratos de encomenda proporcionarão, ao final,
obrigações de fazer.
84
supremacia da obrigação, conforme José Roberto Vieira: “Se definida a
supremacia do dar, admite-se a compra e venda e a submissão ao IPI. Se, ao
revés, estabelecida a prioridade do fazer, reconhece-se a empreitada de
materiais e a sujeição ao ISS”.
Uma pista importantíssima! Resta claro que se deve entender como “linha de
produção” o modelo estrutural e organizacional da indústria, na qual caberia a
produção de bens diferenciados, mas sem desvirtuar-se da natureza fabril.
Seria, de certa forma, o que foi relatado pela Ministra Eliana Calmon no
Recurso Especial nº. 395.633/RS, ao tratar de um caso sobre industrialização
sob encomenda de móveis de madeira:
85
Não serve este aspecto como regra-matriz a não permitir exceções, mas é
importante registrar que nos contratos de compra e venda de produtos
encomendados o estabelecimento onde serão fabricados os bens prometidos
já está organizado e estruturado em termos operacionais. Já nos contratos de
empreitada, não há estabelecimento previamente organizado onde será
executada a obra desejada.
86
provocando a tributação do IPI sobre o valor total (inclusive do ICMS), sem
ocorrer incidência do ISS.
Mas, até a vigência da Lei Complementar nº. 56, de 1987, anterior, portanto, ao
advento da atual Constituição Federal, o entendimento não era esse. O item 72
da lista de serviços anexa àquela lei complementar estabelecia uma condição:
“... de objetos não destinados a industrialização ou comercialização”.
No mesmo teor, pode ocorrer o contrário. Se uma indústria for contratada para
fabricar um bem qualquer, embora encomendado e de características
específicas, não há como identificar essa operação no campo de abrangência
do ISS. Inexiste aí o serviço executado em um bem de terceiro. As indústrias
de móveis servem para exemplo: a encomenda de mobiliário de cozinha,
embora exclusivo, de modelo original e de medidas específicas do local em que
será instalado, é operação industrial, cuja supremacia é a obrigação de dar, e
não de fazer. Em outras palavras, apesar de ser uma encomenda, a prestação-
fim é a venda do mobiliário.
87
a) Estabelecer como regra-matriz a distinção de obrigações de fazer das
obrigações de dar não resolve, em definitivo, o conflito entre o ISS e o
IPI/ICMS;
88
mercadorias. Como o acórdão recorrido constatou inexistir esse fato, não há
falar em incidência do tributo estadual.
7. Agravo Regimental não provido”.
(AgRg no REsp 1280329/MG Rel. Min. Herman Benjamin - DJe 13/04/2012).
89
A decisão abaixo do Superior Tribunal de Justiça, sobre prestação-fim e
prestação-meio, serve para entender a questão. Trata-se da discussão em que
o Município pode cobrar ISS dos serviços de manutenção dos equipamentos,
prestados pela empresa de TV por assinatura:
“(...)
3. A atividade de manutenção em comento é autônoma e não decorre,
necessariamente, da fruição dos serviços de TV por assinatura. A esse
respeito, conforme assentado pela própria recorrida, a manutenção onerosa se
dá quando o defeito verificado é ocasionado por culpa exclusiva do cliente na
posse ou no uso incorreto do equipamento. Assim, caberá ao cliente arcar com
o reparo da coisa emprestada, ainda que o contrato de TV por assinatura, por
outras razões, venha a ser rescindido.
4. Dessa forma, verifica-se que o conserto no equipamento aproveita, em
primeiro plano, o consumidor, na medida em que por meio dessa assistência,
ele cumprirá com sua obrigação contratual, não estando sujeito a qualquer
ação por parte da empresa dona do aparelho.
5. Constata-se, ainda, que o fato de a própria empresa de TV por assinatura
realizar a manutenção do equipamento, por si só, não retira o caráter autônomo
do serviço prestado ao consumidor. Nesse contexto, a manutenção do
equipamento não deve ser considerada como serviço-meio (até porque, em
tese, tal conserto poderia ocorrer por meio de terceiro), mas como serviço-fim
de atividade complementar (ou facilidade adicional), passível, portanto, de
tributação.
6. Pertinente o acórdão o acórdão paradigma apontado (REsp 710.744/MG,
Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 7/2/06), segundo o qual
"aos serviços prestados pelas operadoras de TV a Cabo - sobre os quais incide
o ICMS - agregam-se outros serviços acessórios, como os de assistência
técnica, de instalação de equipamentos, mudança na seleção de canais,
habilitação de decodificador e de ponto extra, que não se confundem com os
de telecomunicação propriamente dito e sobre os quais deve incidir o imposto
municipal - ISS, na forma do Decreto-lei 406/68, item 21 da Lista de Serviços -
'Assistência Técnica'".
(REsp 1194562 / SP - Relator Ministro Benedito Gonçalves - DJ 17/10/2011)
90
atividade de industrialização. A inserção, no produto assim confeccionado, de
impressões gráficas, contendo a identificação da mercadoria a ser embalada e
o nome do seu fornecedor, é um elemento eventual, cuja importância pode ser
mais ou menos significativa, mas é invariavelmente secundária no conjunto da
operação.
2. A súmula 156 do STJ, segundo a qual "a prestação de serviço de
composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva
fornecimento de mercadorias, esta sujeita, apenas, ao ISS", tem por
pressuposto, conforme evidenciam os precedentes que a sustentam, que os
serviços de impressão gráfica sejam preponderantes na operação considerada.
Pode-se afirmar, portanto, sem contradizer à súmula, que a fabricação de
produtos, ainda que envolva secundariamente serviços de impressão gráfica,
não está sujeita ao ISS.
3. Recurso especial a que se dá provimento”.
(REsp 725246/PE; RECURSO ESPECIAL 2005/0023177-2 – Relator Ministro
Teori Albino Zavascki – 1ª Turma – DJ 14/11/2005).
91
3. Hipótese prevista nos itens 69 do Decreto-Lei n. 406/68 e no item 14.1 da Lei
Complementar n. 116/2003, com expressa exceção quanto ao fornecimento de
peças, no qual incidirá ICMS.
4. Incidência de ISS sobre os serviços de conserto e manutenção de
refrigeradores e de ICMS sobre o fornecimento de peças, desde que a base de
cálculo do imposto sobre circulação de mercadorias seja o valor referente a
estas, evitando-se a bitributação.
Recurso especial improvido.”
(REsp 1239018/PR - Ministro Humberto Martins - DJ 12/05/2011)
Ocorre, porém, que o Município de São Paulo vem exigindo dos prestadores de
serviços estabelecidos em outros municípios, um cadastramento prévio
naquela municipalidade, e sem este cadastramento o tomador se vê obrigado a
reter o imposto. Bem, não é justo, realmente, o prestador pagar duas vezes o
imposto, mas, ao mesmo tempo, não pode o seu Município silenciar-se diante
da evasão de receita, o que poderia ser considerado renúncia de receita fiscal,
sendo seus agentes responsabilizados por isso.
92
92 - Os serviços de leasing são tributados no local da operação
ou na matriz da arrendadora?
Resposta:
Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal decidiu por considerar
constitucional a incidência do ISS nas operações de arrendamento mercantil do
tipo financeiro, porém, não entrou no mérito sobre a localização do gravame,
assunto de ordem infraconstitucional e, assim, na órbita de decisão do Superior
Tribunal de Justiça. Tal decisão ainda não foi julgada até este momento.
93
fiscal exigida pelo Fisco, de modo que, quando solicitada, deve ser
apresentada.
Dessa forma, se o Município exigiu apresentação de documentos fiscais e o
contribuinte não atendeu no prazo legal, procede a autuação da infração e
imposição de multa.
6. Outrossim, a análise das assertivas do recorrente (de que "não houve recusa
na apresentação de documentação relacionada com a regularidade da
escrituração fiscal, mas, sim, a impossibilidade material de se apresentar o que
estava sendo solicitado na respectiva notificação" e de que seu objeto social
não contempla a prática de arrendamento mercantil) reclama a interpretação de
cláusulas contratuais, bem como o reexame de estudo técnico que
fundamentou a tese esposada, providências insindicáveis a esta Corte, em
sede de recurso especial, ante o teor das Súmulas 5 e 7/STJ.
7. Recurso especial parcialmente conhecido e nessa parte desprovido.
(REsp 1040578/SP, Rel. Ministro Luiz Fux - DJe 05/08/2009)
É preciso deixar claro que não estamos a dizer que o ISS deve ser cobrado
levando em conta apenas o domicílio do tomador do serviço. Evidente que tal
fato não enseja por si só o local da tributação. O que estamos a dizer é que o
estabelecimento prestador lá está, ou na figura de uma agência bancária, ou na
figura do estabelecimento vendedor do bem, pois este atua como posto de
atendimento ou de representação da empresa arrendadora. São esses
estabelecimentos que, efetivamente, prestam o serviço, restando à sede da
empresa somente os serviços meios, tais como elaboração do contrato,
contabilização, recebimento dos pagamentos etc.
94
Resposta:
Correspondente bancário é qualquer pessoa jurídica que dentre suas
atividades atue também como agente intermediário entre instituições
financeiras e seus clientes finais.
95
Assim, qualquer cobrança de tarifa, como é o caso do TAC, efetuada pela
instituição financeira (pois o correspondente é proibido de cobrar tarifas do
usuário), deve ser tributada no Município onde estiver localizado o
correspondente bancário, cujo estabelecimento é entendido, no caso, como
estabelecimento prestador.
96
que não podem ser tratadas como prestações-meio, mas, sim, como serviços
efetivamente prestados ao tomador do empréstimo.
97
As contas COSIF de código inicial “5” registram as receitas antecipadas, isto é,
receitas de exercícios futuros que vão sendo repassadas para receita do
exercício na medida em que forem atingidos tais exercícios. São exemplos as
receitas de locação de cofres, comissões de empréstimos e outras. A receita é
debitada pelo total do cliente no momento da operação, mas a sua apropriação
como receita seguirá o regime de competência, a cada mês.
Diz o COSIF:
"Título: Rendas Antecipadas - 5.1.1.10.00-4
Registrar as rendas recebidas antecipadamente, diminuídas dos custos e
despesas a elas correspondentes, a serem apropriadas em períodos seguintes
e que de modo algum sejam restituíveis. Exemplos de rendas que podem
ocorrer por antecipação:
- Aluguéis;
- Comissão sobre fianças;
- Comissão de repasse da Resolução n. 63;
- Comissão de abertura de crédito.
Sendo assim, o Banco teria de recolher o imposto dos valores ainda não
lançados como receita do período, e mantidos em “Rendas Antecipadas”. Por
isso, importante fiscalizar as contas COSIF iniciadas por “5”.
98
Pelo COSIF, a conta 7.1.3.10.00-4 registra as rendas de operações de câmbio
(comissões). Sendo assim, todas as contas deste grupo estão relacionadas
com rendas de operações de câmbio, inclusive a 7.1.3.10.90-1, que registra o
reembolso de juros, comissões e descontos pagos a banqueiros no exterior. O
Banco poderá alegar que se trata de ressarcimento de despesas contraídas
com o banco no exterior, mas o Banco Central determina que seja
contabilizada como receita, pois, na verdade, tais “despesas” são pagas pelo
cliente. Se fosse mero ressarcimento, a contabilização ficaria limitada às contas
de ativo e passivo, e não de resultados. Em minha opinião, cabe a incidência
do ISS no subitem 10.01 (agenciamento, corretagem ou intermediação de
câmbio).
Não vejo motivo de pedir uma relação das contas usadas pelo Banco. Intime
para que apresente todas as contas COSIF 7.1.1, 7.1.7 e 7.1.9 (além das
contas 7.1.2 e 7.1.3, se for o caso), e mais as contas de despesas, código 8.
Inclusive as que não tiveram movimento.
99
99 - Qual é a incidência do ISS nos serviços de cartão de
crédito ou débito?
Resposta:
Alguns conceitos e definições sobre o ISS de cartões de crédito ou débito:
100
transações efetuadas por meio dos cartões. As principais administradoras
atuantes no Brasil são a Cielo e a Redecard.
Os contratos
Vale observar que neste contrato, a responsabilidade civil recai sobre o Banco
Emissor, sem qualquer consequência direcionada às Administradoras e às
Bandeiras, pois estas não interferem na aceitação do usuário titular do cartão.
A Justiça entende assim:
101
de Crédito com a Bandeira da marca Visa, entre outras, são as Instituições
Financeiras Administradoras de Cartão de Crédito. Logo, no caso em tela, a
contratação se operou entre a autora e o Banco Citibank (emissora e
administradora do cartão de crédito). Suspensão dos efeitos da condenação.
Recurso conhecido e provido parcialmente”. (Apelação Cível nº 0397/2007,
Grupo II da 2ª Câmara Cível, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, Rel.
Des. Cezário Siqueira Neto, julgado em 09/09/2008).
Deste modo, é possível que uma rede de lojas de uma mesma empresa, por
exemplo, espalhada por vários Municípios, tenha um só Domicílio Bancário, no
qual se concentra o volume total de receitas decorrentes das vendas de todas
as lojas da rede. Este será um aspecto a considerar quando for discutido o
local da incidência do ISS.
102
Modelo de operações
Taxas e Tarifas
103
Além disso, o Estabelecimento paga aluguel pelo locação dos terminais
instalados em suas lojas. E é comum constar um contrato de manutenção dos
equipamentos, geralmente firmado com uma empresa do grupo da
administradora.
Os valores dessas taxas variam de Banco para Banco. Abaixo, alguns valores
das taxas, conforme divulgação das instituições financeiras através da Internet:
Todas as receitas acima são cobradas através de débito em conta corrente dos
usuários e dos Estabelecimentos. Quem promove tais débitos é o Banco, tanto
para receita própria quanto para repassar valores a favor das administradoras e
das bandeiras dos cartões. O destino das receitas pode ser assim explicado:
104
Do valor debitado pelo Banco do domicílio bancário do Estabelecimento, sob o
título de Taxa de Desconto, são repassados, em média, 47% para crédito da
Administradora, e 4% para crédito da bandeira. O Banco fica com o saldo, ou
seja, 49% da receita da Taxa de Desconto. Essa receita é denominada de Taxa
de Intercâmbio ou, também, de Intermediação.
105
Underwriting/Assessoria financeira 109.070
Arrecadações (tarifas) 78.184
Outras Receitas 121.581
Total 3.995.289
Imposto sobre Serviços pago no trimestre 109.340 (2,73% do total)
Fonte: www.bradesco.com.br – link de Investidores, em 9/5/2012.
106
Segundo definição de Plácido e Silva, agenciador é a "pessoa que agencia ou
encaminha negócios para outras. É desse modo a pessoa que trabalha a
comissão ou percentagem sobre as vendas realizadas ou sobre os negócios
encaminhados. (...). O agenciador pode apresentar-se como um ligador de
negócios, pondo em contato as partes interessadas para que se ajustem,
conforme seus interesses, sem que, no entanto, se livre a parte que o incumbiu
dessa procura de lhe pagar a devida comissão”. Pode receber, nestas
condições, o nome de intermediário de negócios. Assim sendo, infere-se que o
"agenciador" ou mesmo o "medianeiro" (vocábulo este empregado no mesmo
sentido de "intermediário") tem a função de simplesmente aproximar os
interessados para a realização do negócio, não mais intervindo depois que o
negócio está encaminhado entre os que vão de fato realizá-lo.
Base de cálculo
107
dando a entender que existe outro contrato entre a Administradora e o Banco.
Sendo assim, a dúvida seria a seguinte:
O valor bruto da comissão seria a base de cálculo da Administradora, ou a
base de cálculo seria o valor líquido recebido por ela, depois do repasse da
parcela do Banco?
Deixaremos este assunto para ser tratado em outro artigo, pois o tema exige
demoradas apreciações. Contudo, merece atenção o fato de que o ISS é, por
sua natureza, um imposto cumulativo e a sua base de cálculo é o preço do
serviço. Estamos a dizer com isso que, de qualquer forma, temos tanto a
Administradora quanto o Banco caracterizados como contribuintes do ISS em
relação à receita obtida com a cobrança da referida taxa.
Muito se discute sobre o aspecto temporal do ISS, mas ninguém duvida que o
ICMS, por exemplo, nasce no momento em que se opera a circulação da
mercadoria. Quando o portador do cartão adquire uma mercadoria e efetua o
pagamento com o uso do cartão, todos sabem que aquele momento (receber a
mercadoria) provoca o surgimento do ICMS.
Todavia, o ISS não surge naquele momento, pelo simples motivo de que o
serviço ainda não foi prestado. Deu início a prestação, mas ainda não
concluída. A consumação da obrigação ocorrerá quando for feito o débito na
conta corrente do usuário ou quando o seu crédito for aceito. Somente neste
momento, pode-se dizer que o serviço foi prestado.
108
Dito isso, conclui-se que a prestação do serviço, tanto do Banco Emissor
quanto da administradora, ocorre na agência bancária. Na agência onde o
portador do cartão tem a sua conta e no domicílio bancário do
Estabelecimento.
A usar tal decisão como paradigma, faz-se a pergunta: onde ocorreu o fato
gerador do ISS de cartões de crédito? A nosso ver, na agência bancária do
portador do cartão e no domicílio bancário do Estabelecimento.
Resposta:
De início, o prazo de dez dias é muito pequeno. A agência tem que enviar a
intimação para a matriz ou para o setor próprio que controla o ISS de todas as
agências brasileiras. Isso leva um tempo e precisamos dar um prazo razoável
para que o contribuinte possa atender. Prazo impossível de cumprir pode ser
motivo de liminar ou cancelamento pela Justiça. Caso a fiscalização
compreenda cinco anos, um prazo razoável é de 30 dias. Se for apenas
resultados de um ano a ser fiscalizado, o prazo poderia ser de uns 20 dias.
109
Não cumprido o prazo, a medida a ser tomada é a seguinte: autuar o
contribuinte por embaraço à fiscalização e entregar nova intimação com novo
prazo. Se persistir a recusa de entregar os documentos, arbitrar o imposto,
tomando como base o valor pago por outros bancos, ou por agências similares
em porte, localizadas em Municípios vizinhos (consultar a Fiscalização de
outros Municípios para ter ideia dos valores que estão sendo pagos).
De nada adianta entrar em contato com o Banco Central. Essa instituição não
se envolve nesse assunto.
110
“TRIBUTARIO. ISS. LOCAL DA INCIDENCIA. O LOCAL DO RECOLHIMENTO
DO ISS INCIDENTE SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE BENS OU NEGOCIOS,
INCLUSIVE CONSORCIOS E O DO TERRITORIO DO MUNICIPIO ONDE SE
REALIZA O SERVIÇO. O SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO DE CONSORCIO
COMPREENDE NÃO SO A COLETA DOS NOMES DOS INTERESSADOS
COMO A REALIZAÇÃO DE REUNIÕES, COBRANÇA DE PARCELAS E
RESPECTIVA CONTABILIZAÇÃO, AQUISIÇÃO DOS BENS E SORTEIO DOS
CONSORCIADOS, E, "IN CASU", EM TODAS ESSAS ETAPAS, PRATICADO
NO MUNICIPIO DE LINS, AO QUAL CABE O PODER DE TRIBUTAR.
RECURSO IMPROVIDO. DECISÃO UNANIME) (REsp 72398/SP – Rel. Min.
Demócrito Reinaldo – DJ 10/06/1996 p. 20283).
111
Para fiscalizar Bancos precisamos seguir os seguintes passos:
I - Ordem de Fiscalização ou Ordem de Serviço, em papel, devidamente
assinada pela autoridade competente e constante do procedimento
administrativo. Se houver impugnação, os advogados dos Bancos verificam
tudo, inclusive a existência deste documento;
II - Notificação ao Banco de que ele está sob fiscalização do Município. Quem
deve receber a Notificação é o Gerente (e só ele!). No espaço em que assinar,
comprovando o recebimento, deve apor o seu carimbo com o nome e
matrícula. Não precisa exigir documento interno que comprove a sua
competência para receber notificação. Gerente tem responsabilidades civis
conforme dispõe o Código Civil;
III - A Intimação deve especificar claramente:
a) Os dados do sujeito passivo (razão social, endereço da agência, CNPJ,
inscrição municipal);
b) O número da Ordem de Fiscalização que lhe deu causa;
c) Os tributos que serão fiscalizados (em geral é só o ISS);
d) O período a ser fiscalizado;
e) Os documentos requeridos, a saber:
- Estatuto da instituição, a última alteração e ata relativa à constituição da
agência do Município;
- Balancetes analíticos mensais e semestrais de todas as subcontas dos
seguintes títulos do COSIF (Plano de Contas Unificado das Instituições
Financeiras):
5.1.1 – Rendas Antecipadas;
7.1.1 – Receitas de Operações de Crédito;
7.1.2 – Rendas de Arrendamento Mercantil;
7.1.3 – Rendas de Câmbio;
7.1.7 – Rendas de Prestação de Serviços;
7.1.9 – Outras Receitas Operacionais;
8.1.1 – Contas de Resultado Devedoras.
112
Não tendo o Fisco local programa informatizado especial de fiscalização de
Banco, recomenda-se organizar os dados em planilha Excel, mês a mês por
exercício.
Resposta:
A melhor forma de arrecadar o ISS de casas lotéricas é determinar, por lei, a
responsabilidade de retenção do imposto na fonte pagadora, ou seja, na Caixa
Econômica Federal. Se não houver agência da Caixa no seu Município,
verificar qual é a agência que opera as casas lotéricas locais, enviando, por
ofício, a notificação para que faça a retenção. Não funciona, realmente, tentar
fiscalizar casa lotérica pelo controle de emissão de notas fiscais ou cupons
fiscais.
Resposta:
Considera-se ato cooperativo quando a cooperativa realiza um serviço
diretamente ao cooperado. Quando a cooperativa presta um serviço a uma
pessoa que não faz parte da cooperativa, aí então, este ato é chamado de “não
cooperativo”. As Cooperativas de Crédito atuam, em geral, a favor dos
cooperados, realizando serviços somente para estes, e, em tal situação, não há
incidência do ISS. Todavia, os estatutos de certas cooperativas de crédito
permitem a prestação de serviços também para não-cooperados. Nesse caso,
ocorre a tributação do imposto.
113
105 - Uma empresa aérea faz transporte de pessoas e
mercadorias do aeroporto do nosso Município até as
plataformas marítimas. O imposto seria ISS ou ICMS?
Resposta:
No caso, a empresa presta serviços de transportes. Sabe-se que transportes
intermunicipais e interestaduais são tributados pelo ICMS. Todavia, pelo
serviço relatado, o transporte faz o trajeto do Aeroporto localizado no Município
até a plataforma situada em águas marítimas. Diz a Constituição Federal (art.
20, VI) que o mar territorial é um bem da União e, por isso, os serviços ali
prestados não envolvem, de direito, o território de qualquer Município. E se não
é território municipal, poder-se-ia dizer que não ocorreu transporte
intermunicipal ou interestadual. Não haveria, assim, e hipoteticamente,
incidência do ICMS.
Por sua vez, o STJ tem afirmado a incidência do ISS sobre serviços prestados
em alto mar (Agravo de Instrumento n. 484.123/RJ). Parece que essa matéria
já está pacificada no Superior Tribunal de Justiça.
Deste modo, tudo levar a crer que o Município tem competência para cobrar o
ISS dos serviços prestados em águas marítimas confrontantes ao seu território
e, ao se tratar de transporte de qualquer natureza, desde que sua origem e
destino estejam situados no seu território. Se o transporte iniciasse em outro
Município, aí sim, sofreria a tributação do ICMS.
114
106 - O transporte de botijões de gás para venda a varejo nas
residências gera ISS?
Resposta:
Não! Esse tipo de transporte é apenas prestação-meio da prestação-fim que é
a comercialização da mercadoria. Veja a decisão abaixo do Superior Tribunal
de Justiça:
115
instrumento apto à realização da finalidade empresarial, qual seja, a
distribuição de gás, que já sofre a incidência do imposto estadual.
12. Sustenta-se, também, que o adicional cobrado na entrega domiciliar
constitui tão-somente repasse dos custos com a frota ao preço final da
mercadoria.
13. O transporte de botijões de gás, em veículo próprio, para a entrega direta
aos consumidores em seus domicílios, não pode ser considerado como
prestação de serviço destacada da atividade principal (distribuição de gás), de
modo a reclamar a incidência do imposto de competência municipal.
Entendimento contrário conduziria a uma bitributação, na medida em que o
frete, enquanto realizado pelo próprio remetente, integra a base de cálculo do
ICMS, conforme se extrai da dicção da alínea “b” do inciso II do parágrafo 1º do
artigo 13 da Lei Complementar 87/96.
14. Para chegar à conclusão da legalidade do tributo municipal sobre a
diferença de preço entre a aquisição de gás nos postos de revenda e na
entrega domiciliar, a Turma Julgadora local partiu da premissa de que a
recorrente pratica dois tipos de atividades distintas: a primeira, revenda de gás,
sujeita exclusivamente ao ICMS; e a segunda, serviço de entrega domiciliar,
sujeita ao ISSQN.
15. Não compartilho desse entendimento, seja porque a atividade praticada
pela recorrente integra a base de cálculo do ICMS, seja porque o acréscimo
configura decorrência lógica da entrega domiciliar, uma vez que a comodidade
oferecida aos consumidores gera custos para a distribuidora, pois ao efetuar a
distribuição terá que gastar com combustível, pessoal, pneus, peças etc.
16. Recurso especial provido”.
(REsp 616041/MA; RECURSO ESPECIAL 2003/0220500-8 – Relator Ministro
José Delgado – 1ª Turma – DJ 13/09/2005).
116
108 - Houve aumento do preço da passagem de ônibus, mas
muitos cartões eletrônicos foram adquiridos antes do aumento
e ainda não usados. A Prefeitura pode cobrar a diferença de
tarifa?
Resposta:
O ISS não incide no momento do pagamento, mas, sim, no momento da
prestação do serviço. Deste modo, entende-se que, no caso referido, houve um
adiantamento do pagamento cujo valor irá prevalecer quando da prestação do
serviço, pois este foi o valor do preço do serviço. E sendo assim, seria
inadmissível calcular o imposto com a adição da diferença relativa ao aumento
da tarifa.
A empresa usuária de tais serviços pode organizar o seu próprio “Call Center”
ou “Telemarketing”, mas existem empresas especializadas em prestar esses
serviços. Em vista da complexidade do trabalho, do pessoal treinado e
especializado na atividade, a maioria das grandes empresas prefere
“terceirizar” esses serviços. Temos, então, nítida prestação de serviços, da
empresa especializada na atividade, para a sua contratante. No caso de “Call
Center”, o serviço prestado é de apoio técnico, previsto no item 17 da lista de
serviços anexa à L/C 116/03. O Município de Salvador enquadra o serviço no
117
subitem 17.02, com os seguintes termos: “Serviços de resposta audível ("call
center"), de fornecimento de dados e informações de qualquer natureza
(contact center e e-mail center)”.
Resposta:
Evidente que os Municípios continuam com o poder legal de instituir isenções,
com base em sua autonomia constitucional. Além do mais, não pode a União
instituir isenções de tributos da competência dos Estados e Municípios (art.
151, III, da CF).
Observe que o art. 18, § 18, da L/C 123/06 diz que os Municípios “poderão”
estabelecer valores fixos mensais para o recolhimento do ISS das empresas
que aufiram receita de até R$120 mil. Não está a dizer que “deve”, mas “pode”,
pois o contrário seria inconstitucional. Temos, ainda, o § 20 do mesmo artigo
que esclarece: “na hipótese em que o Município conceda isenção...”.
118
em vigor as leis atuais. Assim, em minha opinião, a isenção já existente na
legislação do seu Município continua em vigor enquanto não for revogada.
119
Corretor de Imóveis não pode responder, profissional ou pessoalmente, pelo
exercício da profissão de contabilista.
III – de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário,
ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos
termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o
limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV – cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital
de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a
120
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste
artigo;
121
§ 22-B. Os escritórios de serviços contábeis, individualmente ou por meio de
suas entidades representativas de classe, deverão:
I - promover atendimento gratuito relativo à inscrição, à opção de que trata o
art. 18-A desta Lei Complementar e à primeira declaração anual simplificada da
microempresa individual, podendo, para tanto, por meio de suas entidades
representativas de classe, firmar convênios e acordos com a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio dos seus órgãos
vinculados;
II - fornecer, na forma estabelecida pelo Comitê Gestor, resultados de
pesquisas quantitativas e qualitativas relativas às microempresas e empresas
de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional por eles atendidas;
III - promover eventos de orientação fiscal, contábil e tributária para as
microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional
por eles atendidas.
D) há, porém, uma ressalva: de acordo com os termos dos §§ 22-B e 22-C, os
escritórios de serviços contábeis são obrigados a realizar certos serviços de
forma gratuita, pois, caso contrário, serão excluídos do Simples Nacional.
Isto, porque a Justiça Superior entendeu estar ainda em vigor o referido art. 9º
do Decreto-lei 406/68, em que o § 3º estabelece tratamento tributário especial
às sociedades profissionais. Os argumentos da Justiça, equivocados ou não,
se baseiam no fato de que a Lei Complementar nº 116 não revogou
expressamente o referido art. 9º, embora tivesse revogado expressamente o
122
inciso V do art. 3º do Decreto-lei 834/69 e integralmente a Lei Complementar
56/87.
Cabe explicar.
Mas, a Justiça assim não entendeu e decidiu que permanece em vigor o art. 9º
do Decreto-lei 406/68, com os seus parágrafos, o 1º a tratar dos profissionais
autônomos; o 3º a tratar das sociedades profissionais.
123
- todos os sócios estiverem devidamente habilitados ao exercício da profissão e
assumirem responsabilidade pessoal por suas ações em nome da sociedade.
Resposta:
O ISS é devido, sim. Sem dúvida, trata-se de um serviço de cobrança prestado
ao Município, pelo qual a empresa aufere uma comissão a guisa de receita. O
enquadramento seria no subitem 17.22 da lista de serviços anexa à LC 116/03.
124
1. De acordo com os artigos 3º e 4º da Lei Complementar nº 116/03, conclui-
se que a municipalidade competente para realizar a cobrança do ISS é a do
local do estabelecimento prestador dos serviços, considerando-se como tal a
localidade em que há uma unidade econômica ou profissional, isto é, onde a
atividade é desenvolvida, independentemente de sua denominação.
2. Ocorre que, no presente caso, o Tribunal a quo, em seu voto revisor,
considerou que os serviços de informática foram prestados na sede da
instituição financeira, localizada em Brasília, sendo disponibilizados técnicos
residentes para a manutenção da solução durante o período, caracterizando
uma unidade econômica ou profissional no âmbito do Distrito Federal, o que
legitima esse ente estatal para a cobrança o ISS.
(REsp 1195844/DF – Rel. Min. Mauro Campbell Marques - DJe 15/03/2011).
Resposta:
O Clube Diretores Lojistas é uma entidade patronal, que presta serviços aos
seus associados lojistas. Não goza de imunidade, pois não se trata de sindicato
dos trabalhadores e não tem finalidade educativa ou assistencial. Deste modo,
os seus serviços e bens imóveis são tributados normalmente.
Todavia, há uma decisão do STJ que contraria esta posição. Segue abaixo:
Tal decisão não deixa de surpreender, pois o CDL atua como uma empresa,
expressão, aliás, usada em seus portais da internet. Além disso, não se trata
de uma cooperativa, a prestar serviços para os seus cooperados. Ademais, os
seus serviços de cadastro são cobrados. Deste modo, se não houver isenção
expressa na lei do Município, não vejo como dispensar a tributação.
125
Ao mesmo tempo, não podemos esquecer os serviços cadastrais denominados
de “proteção ao crédito”, tipo SPC e Serasa. Esses serviços são prestados com
cobranças independentes aos tomadores.
126
Deste modo, entendo que não cabe o ISS em tais operações. Ao mesmo
tempo, a nota fiscal de ICMS deve ser do valor total, sem deduções de
qualquer serviço intermediário. No entanto, recomendo analisar o contrato e
verificar se há prestações distintas e valores respectivos. Aí sim, caberia a
cobrança do ISS.
127
117 - A base de cálculo do ISS dos serviços de fornecimento de
mão de obra deve deduzir as despesas com pessoal?
Resposta:
Não! A base de cálculo é o preço do serviço. As despesas com pessoal
integram o custo do serviço prestado, e custo não é dedutível da base de
cálculo do imposto.
128
A expressão “locação” deriva do direito romano, que denominava de “locatio
conductio” todos os contratos de locação, os quais poderiam ser: “locatio rei”,
pelo qual se prometia, por certa remuneração, uma coisa para fruir; “locatio
operarum”, pelo qual se obrigava alguém, mediante retribuição, a prestar
serviços a outro; e “locatio operis faciendi”, pelo qual se prometia um resultado
pelo serviço prestado a outro. Essas três modalidades foram disciplinadas
modernamente sob os nomes respectivos de “locação de coisas”, “locação de
serviços” e “empreitada ou locação de obra”.
Hoje em dia, a palavra locação, dentro do rigor jurídico, deveria ser usada
exclusivamente nos contratos de locação de coisas, pois tanto pessoas como
serviços não podem ser locados, lembrando que os resultados de serviços
ficam pertencendo a quem o pagou, e não é suscetível de restituição, como
bem disse Cunha Gonçalves.
Resposta:
Polinização é o transporte de grãos de pólen de uma flor para outra, ou para o
seu próprio estigma. É através deste processo que as flores se reproduzem. A
transferência de pólen pode ocorrer de duas maneiras: através do auxílio de
seres vivos (abelhas, borboletas, besouros, morcegos, aves, etc.) que
transportam o pólen de uma flor para outra, ou por fatores ambientais (através
do vento ou da água).
129
A técnica de polinização vem se expandindo no Brasil, já com empresas
especializadas neste campo com métodos próprios de conservação, manejo e
introdução de agentes polinizadores em áreas agrícolas e silvestres. A
polinização não deixa, assim, de ser uma atividade congênere ao detalhado no
subitem 7.16 – “Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e
congêneres”.
Já o § 3º do referido artigo deixa claro que nenhum outro tributo poderá incidir
sobre operações relativas à energia elétrica, menos os impostos de importação
e de exportação.
130
Neste teor, a Resolução nº 414/2010, da ANEEL, faz referência aos demais
serviços que as distribuidoras podem prestar aos seus consumidores. Estão
descritos no art. 102 da referida Resolução:
“Art. 102. Os serviços cobráveis, realizados mediante solicitação do
consumidor, são os seguintes:
I – vistoria de unidade consumidora;
II – aferição de medidor;
III – verificação de nível de tensão;
IV – religação normal;
V – religação de urgência;
VI – emissão de segunda via de fatura;
VII – emissão de segunda via da declaração de quitação anual de débitos;
VIII – disponibilização dos dados de medição armazenados em memória de
massa;
IX – desligamento e religação programados;
X – fornecimento de pulsos de potência e sincronismo para unidade
consumidora do grupo A.
XI – comissionamento de obra;
XII – remoção de poste; e
XIII – remoção de rede”.
A pergunta que fica é se tais serviços podem ser tributados pelo Imposto Sobre
Serviços – ISS. Neste aspecto, vale lembrar os termos do inciso IX, alínea “b”
do § 2º do art. 155 da CF, de que o ICMS incidirá sobre o valor total da
operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios. E a jurisprudência
vem entendendo que os serviços compreendidos na competência tributária dos
Municípios são somente aqueles expressamente designados na lista de
serviços da lei complementar vigente, ou seja, na LC n. 116/03.
131
caso esses serviços sejam terceirizados pela concessionária, aí, então, o ISS
seria devido pela empreiteira, e não pela concessionária, no subitem 7.02 da
lista de serviços.
E) Serviços descritos nos itens XII e XIII. Tais serviços, por evidência, não se
referem aos realizados para si próprio, isto é, remover ou instalar postes e
redes por interesse próprio, mas quando esses serviços são prestados a
terceiros que o solicitam mediante pagamento. Podem ser enquadrados nos
subitens 7.02 ou 7.05.
132
611.03 - DISTRIBUIÇÃO
611.03.1 - Linhas, Redes e Subestações
611.03.1.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
611.03.2 - Sistema de Transmissão Associado
611.03.2.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
611.03.4 - Administração Central
611.03.4.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
611.04 - ADMINISTRAÇÃO
611.04.1.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
611.05 - COMERCIALIZAÇÃO
611.05.1.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
611.05.4 - Administração Central
611.05.4.9.11 - Renda da Prestação de Serviços
133
Precedentes: AgRg no REsp 1.192.020/MG, Rel. Min. Humberto Martins, DJe
27/10/2010; REsp 883.254/MG, Rel. Min. José Delgado, DJ 28/02/2008.
(AgRg nos EDcl no AREsp 48665/PR – Rel. Min. Castro Meira, DJ 16/02/2012).
134
com a redação da Lei Complementar n. 56, de 15 de dezembro de 1987), o que
sugere ser vontade do projeto permitir uma hipótese de incidência
inconstitucional. Assim, ter-se-ia, in casu, hipótese de incidência tributária
inconstitucional. Ademais, o ISS incidente sobre serviços de comunicação
colhe serviços que, em geral, perpassam as fronteiras de um único município.
Surge, então, competência tributária da União, a teor da jurisprudência do STF,
RE no 90.749-1/BA, Primeira Turma, Rel.: Min. Cunha Peixoto, DJ de
03.07.1979, ainda aplicável a teor do inciso II do art. 155 da Constituição de
1988, com a redação da Emenda Constitucional n. 3, de 17 de março de 1993."
Apesar de conter falhas gritantes nas razões dispostas, como é o caso de citar,
in fine, decisão do STF de tempo anterior à Constituição de 1988, que veio a
alterar o sujeito ativo dos serviços de comunicação (da União para os Estados),
constata-se o veto expresso da incidência do ISS em relação aos serviços de
veiculação e divulgação de propaganda e publicidade. Este é um fato
irrecorrível.
135
querendo remarcar é que o tributo em tela incide sobre a prestação dos
serviços de comunicação (atividade-fim); não sobre os atos que a ela
conduzem (atividades-meio). A simples disponibilização, para os usuários, dos
meios materiais necessários à comunicação entre eles ainda não tipifica a
prestação do serviço em exame, mas simples etapa necessária à sua
implementação”. E conclui: “Positivamente, a simples divulgação de
propaganda e publicidade (por out-doors, banners, painéis, alto-falantes,
emissoras de rádio, emissoras de televisão, Internet etc.) não tipifica prestação
de serviço de comunicação, seja porque a empresa que a realiza não coloca à
disposição de terceiros os meios e modos para que troquem mensagens, seja
porque o destinatário não é identificado, seja, ainda, porque não interage com o
emissor” (ICMS, 10ª ed., Malheiros, p. 166).
Resposta:
Vamos desdobrar a resposta, para melhor esclarecer o assunto.
136
Com base nas definições acima, observa-se que as agências de propaganda
atuam por ordem e conta dos anunciantes. Nos termos do art. 710 do Código
Civil, pelo contrato de agência uma pessoa assume, em caráter não eventual e
sem vínculo de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, a
realização de certos negócios mediante retribuição. O agente assemelha-se ao
representante comercial, tendo uma atividade de intermediação, mas agindo
em prol de quem o agenciou e de acordo com as instruções deste recebidas.
Diferente, portanto, de um corretor, que atua na aproximação de pessoas, mas
sem representar nenhuma das partes.
137
anunciante, repassar diretamente esse Desconto à Agência e emitir a fatura
contra o anunciante pelo valor líquido, isto é, já abatido do Desconto Padrão.
138
5.1. Pela intermediação da venda de espaço/tempo ou serviços, o Agenciador
Autônomo fará jus a uma comissão de até 20% (até vinte por cento), que lhe
será paga pelo Veículo após a liquidação da respectiva fatura pelo Anunciante.
5.2. Ficará a critério de cada Veículo estipular o percentual de comissão devida
a Agenciadores dentro do limite estabelecido no item 5.1 destas NORMAS-
PADRÃO.
Incidência do ISS:
139
Enquadramento na lista:
140
às partes envolvidas nas transações de factoring, cuja função ultrapassa,
certamente, os limites da cessão de crédito”.
Além dessa discussão, havia outra oriunda das origens do “factor”, quando este
atuava como se fosse um comissário de vendedor, ficando encarregado de
comercializar as mercadorias do cliente e de receber o valor pactuado,
antecipando o valor das mesmas ao vendedor, já deduzida de sua comissão.
Esse tipo de operação foi com o tempo substituído por uma atuação direta do
“factor”, assumindo este a posição de fomentador dos vendedores ao adquirir
os seus créditos e antecipar seus pagamentos.
A Lei nº 9.430/96 deu uma definição mais precisa sobre a matéria. Diz no seu
art. 58 que tais empresas são aquelas que “explorem as atividades de
prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços”.
Cumpre ressaltar que a maioria dos contratos de factoring deixa claro que se
trata de prestação de serviços. A cláusula 12 de um contrato disponível serve
como exemplo:
141
Tribunal Federal de que “A lei complementar não define o que é serviço,
apenas o declara, para os fins do inciso III do art. 156 da Constituição. Não o
inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do
art. 156 da Constituição”, conforme observado no julgamento da
constitucionalidade da incidência do imposto nas operações de leasing.
“1. "Da interpretação sistemática das normas jurídicas acima, conclui-se que
não incide o ISS sobre a compra de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços" (REsp 552.076/RS, Rel. Min.
Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 02/08/1997).
2. "A intermediação financeira de recursos, dentre os quais a aquisição de
direitos creditórios, é operação tipicamente bancária, nada tendo a ver com a
atividade de "factoring" (Resp 591.842/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda
Turma, DJ 06/03/2006).
3. Recurso especial provido para determinar que a base de cálculo do ISS, nas
atividades de "factoring", incida sobre o preço do serviço cobrado, sem inclusão
do lucro obtido pela empresa em decorrência da diferença de compra do título
e do valor recebido do devedor” (REsp 998566/RS – Rel. Min. José Delgado -
DJe 21/05/2008).
Ou Waldirio Bulgarelli:
142
“A remuneração da empresa faturizada é dúplice, pois receberá uma comissão
fixa sobre o montante global dos créditos transferidos e mais juros sobre as
quantias financiadas”.
Neste sentido, somos de opinião que cabe, sim, incidência do ISS inclusive nas
operações de intermediação.
Neste sentido, o contrato de franquia (ou franchising) é aquele pelo qual uma
das partes (franqueador) concede por certo tempo à outra (franqueado) o
direito de usar ou comercializar marca, transmissão de tecnologia, de
assistência técnica e de marketing, recebendo, em troca, uma remuneração. O
franqueador concede ao franqueado o direito de distribuição exclusiva ou semi-
exclusiva numa determinada área geográfica. Uma das características do
143
contrato de franquia é a independência do franqueado, pois não há qualquer
vínculo de subordinação entre ele e o franqueador.
O contrato de cessão de direito de uso é aquele pelo qual uma pessoa, titular
de marca, de tecnologia própria ou de inovação patenteada, transfere o direito
de usá-los para outrem, mediante pagamento ou remuneração. Em geral, na
cessão de direito de uso nada mais se agrega ao contrato, não assumindo o
cedente outras responsabilidades perante o adquirente.
144
de direito de uso de know-how pode ser um dos ingredientes do contrato de
franquia. Já o subitem 3.02 da lista trata apenas de “cessão de direito de uso
de marcas e de sinais de propaganda”, não se referindo, explicitamente, às
cessões de tecnologias ou de know-how. Deste modo, seria de bom alvitre
investigar o melhor enquadramento na lista, e o que parece ser mais
recomendável é o subitem 17.8, desde que o reexame do contrato indique tal
posicionamento.
Deste modo, não vejo como confundir as duas atividades. Lamento (e muito!) a
dedução ofertada na lei do seu Município, a meu ver uma renúncia injustificável
de receita, mas o contribuinte, afinal, nada tem a ver com a justiça ou não do
benefício recebido, e pretende aproveitá-lo de forma legítima. Eis um caso
corretíssimo de elisão fiscal. Não podemos, por isso, enquadrá-lo em outro
item, com o objetivo de evitar que ele não usufrua dos favores da lei.
145
Resposta:
A lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116/03 descreve três espécies
de serviços relacionados a eventos:
a) Produção de eventos na área cultural e artística (12.13);
b) Planejamento, organização e administração de feiras, exposições,
congressos e congêneres (17.10); e
c) Organização de festas e recepções (17.11).
Diz o art. 710 do Código Civil: “Pelo contrato de agência, uma pessoa assume,
em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de
promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos
negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o
agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”.
146
Trata-se, assim, de agenciamento de pedidos em favor do proponente e do
recebimento de remuneração pelos negócios concluídos. Ou seja, caracteriza-
se a figura clássica de aproximação do comprador e vendedor, realizada pelo
agente, que é contratado para encontrar compradores para os produtos do
proponente. Note-se, ainda, que a Lei do Representante Comercial (Lei nº
4.866/65) utiliza a expressão "agenciando propostas ou pedidos" exatamente
na definição da atividade do representante.
147
A) Fechar um preço total com o seu cliente, no qual estariam incluídas as
despesas de contratação de terceiros;
Na primeira hipótese, aliás, a mais comum, a empresa faz previsão dos custos
totais envolvidos para definir o seu preço. Os terceiros são contratados
diretamente por ela sem necessidade de anuência do cliente.
Neste caso, o ISS será calculado pelo valor total do serviço, e, a depender da
legislação do Município, deverá ou não reter o imposto relativo aos serviços
prestados por terceiros. Em outras palavras, por ser o ISS um imposto
cumulativo, a empresa organizadora do evento pagará o ISS pelo valor total e
os terceiros por ela contratados pagarão, também, o ISS correspondente aos
seus serviços.
148
É o que nos cabe relatar. No entanto, importante enfatizar que o ISS, ao
contrário do IPI e do ICMS, é um tributo cumulativo, cobrado em cada
prestação de serviço. Nos casos do IPI e ICMS a Constituição Federal
determina expressamente a não-cumulatividade, conforme se verifica no art.
153, § 3º, II, em relação ao IPI, e art. 155, § 2º, I, em relação ao ICMS. Não há
tal previsão constitucional no tocante ao ISS, a entender, assim, que este
imposto é tributado em cada serviço prestado, não havendo compensação ao
que for devido em outros serviços tomados.
Resposta:
Quando ocorre sinistro com perda total, a seguradora, geralmente, consulta ao
segurado, pessoa jurídica, se a baixa do bem do ativo da empresa vai
necessitar de nota fiscal, acreditando que somente através do documento fiscal
a empresa poderia dar baixa no ativo. Trata-se apenas de uma consulta, pois o
normal é a emissão de uma declaração sobre a baixa. Não haveria, assim,
motivo legal do segurado emitir nota fiscal para receber a indenização, prática
totalmente incorreta. No entanto, não será por motivo da falha que a Prefeitura
irá cobrar ISS sobre a referida nota fiscal, pois não se trata de prestação de
serviço. Poderia o Município, isto sim, autuar a empresa pelo uso indevido de
nota fiscal, desde que haja base legal para isso. Em muitas leis municipais, na
parte referente às obrigações acessórias, há a previsão de multa pelo uso
indevido de nota fiscal. Se esse for o caso da lei do seu Município, então lavrar
o auto da infração cometida, mas não cobrar ISS porque não houve fato
gerador para tal lançamento.
149
n. 116/03. Ou seja, não há incidência no local do estabelecimento ou domicílio
do segurado, nem no estabelecimento da Seguradora.
Resposta:
A base de cálculo do ISS das casas lotéricas é a receita das comissões brutas
auferidas. Não é o valor da venda e, tampouco, o lucro líquido ou operacional.
O ISS incide sobre a receita bruta do estabelecimento, isto é, sobre todas as
comissões que recebe pela comercialização dos produtos de terceiros e pela
comissão relativa à cobrança de contas.
135 - No meu Município tem uma casa lotérica, mas não tem
Caixa Econômica. Mesmo assim, posso determinar a retenção
do ISS na fonte pagadora?
150
Resposta:
Os serviços da casa lotérica são prestados no seu Município, devendo o ISS
ser aí recolhido, não importa a localização da Caixa Econômica.
Resposta:
Em termos gerais, logística é um serviço de gestão de fluxos, envolvendo
planejamento, coordenação e controle das partes envolvidas nas operações de
armazenagem, transporte e distribuição das mercadorias e produtos de seus
clientes. Em certos casos, a logística atua desde a saída do ponto de origem
até o ponto de consumo, gerenciando tal fluxo em termos de segurança,
rapidez, eficiência e minimização de custos. Em outros casos, a logística atua
de um determinado ponto para adiante. Este último é o caso de logística de
produtos importados, cujo serviço passa a ser prestado a partir da chegada da
mercadoria no território do país importador.
151
conferência, o correspondente armazenamento provisório, a contratação do
transporte, o levantamento das despesas de tarifas e tributos e, provavelmente,
a destinação e entrega final ao importador.
Maior dificuldade está na fixação da base de cálculo do ISS. Para tanto, seria
necessária ampla análise do contrato, para verificar a efetiva receita do
prestador. Como se sabe, a base de cálculo do ISS é a parcela que se integra
ao patrimônio do prestador, ou seja, seria necessário verificar se as despesas
de transporte e outras são componentes do custo do serviço prestado, ou são
adiantamentos efetuados pelo prestador para posterior ressarcimento do
cliente. Se for custo, integra a base de cálculo; se for despesa adiantada para
ressarcimento posterior, esta não integraria a base de cálculo do imposto.
152
Os cartórios são obrigados a escriturar o livro Diário ou o livro Caixa, no qual
estão todas as receitas auferidas. Este livro é de fundamental importância para
levantar a receita. Alguns cartórios resistem na entrega desse livro,
argumentando que ele não pode sair do Cartório. Mas, hoje em dia, esse livro é
eletrônico, podendo o cartório enviar cópia para o Fisco. Se mesmo assim não
conseguir, faça o levantamento no próprio Cartório, ou, então, tente conseguir
informações na Corregedoria da Justiça. Em alguns Estados a Corregedoria
está colaborando com os Municípios, mas nem sempre é assim.
153
Resposta:
Definição pelo STJ: "Emolumentos são os preços dos serviços praticados pelos
serventuários de cartório ou serventias não oficializados, remunerados pelo
valor dos serviços desenvolvidos e não pelos cofres públicos". Portanto, o
preço do serviço tributável pelo ISS é a receita auferida pela cobrança dos
emolumentos. Exceção: nos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais
são, também, tributáveis pelo ISS os ressarcimentos recebidos por conta da
gratuidade de alguns serviços, como o registro de nascimento. Tais
ressarcimentos são recebidos, geralmente, por um Fundo de Compensação
mantido pelos Cartórios. São essas as receitas tributáveis. Os cartórios são
proibidos de prestar outros serviços, tais como tirar cópia de documento,
encadernação etc. O cartório só pode tirar cópia quando para uso em
autenticação de documento. Assim, não há outros serviços tributáveis.
Ora, se o Cartório realizasse tais serviços sem nada receber, como se fosse
um serviço desinteressado, aí sim, seria evidente a inexistência de um cunho
econômico e impossível a sua tributação. Assim, porém, não acontece, a lei
determina a isenção, mas o Cartório não poderia trabalhar "de graça", pois
precisa sobreviver e cumprir os seus compromissos. Justamente, por isso, a
Anoreg, ou Sinoreg, administra um fundo de compensação que possibilite a
remuneração de tais serviços.
154
Outro ponto a considerar é essa distinção entre "emolumentos" e "rendas".
Para efeitos tributários essa distinção não passa de um sofisma. O que vem a
ser "emolumento"? É o preço do serviço praticado pelo serventuário do
Cartório. O que vem a ser "renda" em termos econômicos? É o valor que se
recebe a título de remuneração por conta de uma atividade ou pelo uso de
bens do remunerado. Bom lembrar que a base de cálculo do ISS é o preço do
serviço, e preço, segundo Plácido e Silva, é o valor ou a avaliação pecuniária
atribuída a uma coisa, isto é, o valor dela determinado por uma soma em
dinheiro. Existem, assim, várias espécies de preço, porém, para o ISS, o preço
seria a contraprestação que o prestador faz jus pelo serviço que presta. No
caso em si, a receita auferida é, sem qualquer dúvida, proveniente da
prestação do serviço, e se o Ofício de Registro Civis não recebesse tal
pagamento, possivelmente se recusaria ou criaria embaraços para executá-los,
pois inviabilizaria financeiramente a sua existência.
Resposta:
Argumento totalmente incabível o de alegar que já se paga o Imposto de
Renda como motivo de recusar-se ao recolhimento do ISS. O Imposto de
Renda tributa o acréscimo patrimonial de uma pessoa, medido entre dois
momentos de tempo, ou seja, o enriquecimento patrimonial. Trata-se, portanto,
de um imposto que atua sobre o patrimônio, enquanto o Imposto Sobre
Serviços atua na produção econômica, independentemente de sua
repercussão no aumento ou incremento patrimonial da pessoa.
155
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.
O pedágio é tido preço público, uma tarifa, jamais taxa, pois ausente está a
compulsoriedade da cobrança em vista do serviço colocado à disposição dos
contribuintes. Somente paga o pedágio aqueles que usam a rodovia. Ou como
diz Sacha Calmon: “Uma coisa é certa: não se cobra pedágio pela mera
disponibilidade das vias trafegáveis. O que autoriza a cobrança (...) é o uso da
via. Do contrário, a União, os Estados e os Municípios poderiam cobrar ‘taxas’
(tipo pedágio ou rodágio) pela mera disponibilidade das estradas e ruas que
construíram”.
No entanto, quando é a própria Administração Pública, geralmente através de
uma autarquia, que administra e cobra o pedágio, este tem sido considerado
um tributo, o que impossibilita a incidência do ISS, mais por consideração à
imunidade recíproca do que pela discussão se, no caso, o pedágio é taxa em
vez de preço público.
E ficou assim: cada Município tem direito ao ISS na exata medida do seu
território percorrido pela rodovia, proporcionalmente ao valor total arrecadado,
independentemente da localização dos postos de pedágio. Exemplo: a rodovia
percorre 20 Municípios e o Município A tem 10% da extensão total. Se a
arrecadação total de pedágio atingiu 100, o Município A tem direito a 10.
156
142 - Quando o pedágio é cobrado pelo próprio Estado, através
do seu órgão responsável pela manutenção das rodovias
estaduais, cabe a cobrança do ISS?
Resposta:
Tudo vai depender da estrutura jurídica desse ‘órgão’ da administração
estadual. Os departamentos estaduais de estradas de rodagens, por exemplo,
são autarquias dos estados, como regra geral, e, assim, o ISS seria indevido
por força da imunidade recíproca. Discussão maior acontece quando a
administração e cobrança do pedágio estiverem sob a alçada de uma empresa
pública, por força da norma contida no § 3º do art. 150 da Constituição Federal.
Nesta situação, o pedágio seria preço público, ou tarifa, a permitir, assim, a
incidência do ISS.
A dúvida tem razão de ser, pois, atualmente, o designer gráfico trabalha com o
auxílio indispensável de computadores. No caso, porém, não há como
confundir, pois a finalidade da prestação está centrada no resultado da
programação visual, não importando se o instrumento utilizado foi a
informática. Ou seja, no item 01, mais precisamente, o subitem 1.02 –
“Programação” - o resultado do serviço é para uso de informática, o que não é
o caso presente.
157
Resposta:
É preciso distinguir a prestação-fim do contrato. A pergunta dá a entender que
a finalidade é a impressão gráfica e, se for assim, o trabalho artístico de
designer é, tão somente, uma prestação-meio. Neste caso, não importa que a
gráfica tenha aumentado o valor do serviço em função do trabalho adicional
executado. O preço total do serviço sofrerá a tributação do ISS conforme a
alíquota do subitem 13.05, conforme prevista na lei do Município.
Resposta:
Esta é uma situação complexa e de diversas interpretações. Darei a minha,
mas sujeita a prováveis restrições.
158
Prefeitura. Do mesmo modo, a fabricação é contínua, embora cada placa
receba mensagem própria.
A Súmula 156 do STJ, embora se refira a outro objeto, pode ser usada como
paradigma, ao dispor que a prestação de serviços de composição gráfica,
159
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de
mercadorias, está sujeita apenas ao ISS. Da mesma forma, no REsp 35.303-
DF, cuja decisão diz: "Incide o ISS na prestação de serviços consistentes na
confecção de carimbos personalizados, que atendem especificações de
clientes e resultam de modelagem em matrizes de gesso, de letras e símbolos
em borracha".
Deste modo, entendo que a base de cálculo do ISS é o valor mensal bruto
pago pelo titular do plano, sem qualquer desconto.
Resposta:
Comercialização de artigos funerários sofre incidência do ICMS, pois se trata,
nitidamente, de atividades de comércio. O ISS tributa os prestadores de
serviços funerários, aqueles que organizam o funeral, providenciam os
registros de óbitos e demais documentos, contratam e promovem o traslado e
160
sepultamento do cadáver e tantos outros serviços efetuados mediante contrato
com os familiares ou amigos do falecido.
E sendo assim, uma “loja” de artigos funerários pode, também, ser uma
prestadora de serviços, a exigir que ela tenha notas fiscais mercantis e notas
fiscais de serviços.
Fácil observar, então, que muitos dos serviços prestados pelos Correios não
seriam considerados no rol do monopólio e, deste modo, seriam passíveis de
tributação.
161
Merece transcrever parte da decisão do STF sobre a imunidade dos Correios:
162
Veja que a Constituição, no ponto, empresta tratamento especial às pessoas
jurídicas de direito privado que prestam serviço público.
O RE 220.907-RO, de que sou relator, está na pauta da 2ª Turma desde
07.05.98, aguardando o julgamento de recursos extraordinários idênticos
remetidos à apreciação do Plenário, como este RE de que ora cuidamos.
Naquele RE 220.907-RO, proferi o seguinte voto:
'É preciso distinguir as empresas públicas que exploram atividade econômica,
que se sujeitam ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive
quanto às obrigações trabalhistas e tributárias (C.F., art. 173, § 1º), daquelas
empresas públicas prestadoras de serviços públicos, cuja natureza jurídica é
de autarquia, às quais não tem aplicação o disposto no § 1º do art. 173 da
Constituição, sujeitando-se tais empresas prestadoras de serviço público,
inclusive, à responsabilidade objetiva (C.F., art. 37, § 6º).
Em votos que tenho proferido, nesta Corte, tenho discutido o tema. Assim o fiz,
por exemplo, no julgamento da medida cautelar havida na ADIn 1.552-DF
(Plenário, 17.04.97). Decidimos, então:
'EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADVOGADOS. ADVOGADO-EMPREGADO.
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. Medida
Provisória 1.522-2, de 1996, artigo 3º. Lei 8.906/94, arts. 18 a 21. C.F., art, 173,
§ 1º.
I. - As empresas públicas, as sociedades de economia mista e outras entidades
que explorem atividades econômica em sentido estrito, sem monopólio, estão
sujeitas ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às
obrigações trabalhistas e tributárias. C.F., art. 173, § 1º.
II. - Suspensão parcial da eficácia das expressões 'às empresas públicas e às
sociedades de economia mista', sem redução do texto, mediante a aplicação
da técnica da interpretação conforme: não aplicabilidade às empresas públicas
e às sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, em
sentido estrito, sem monopólio.
III. - Cautelar deferida.'
Destaco do voto que proferi no citado julgamento:
'(...) Tem-se, portanto, na Lei 8.906, de 1994, a disciplina da relação de
emprego do advogado. É dizer, a Lei 8.906, de 1994, constitui, nos pontos
referidos no Cap. V, Tít. I, arts. 18 a 21, a legislação trabalhista dos advogados-
empregados. Indaga-se: essa legislação poderia ser excepcionada em relação
aos advogados empregados das empresas públicas e sociedades de economia
mista que exploram atividade econômica sem monopólio?
Penso que não, tendo em linha de conta a disposição inscrita no § 1º do art.
173 da Constituição Federal.
Vou mais longe: ela não terá aplicação, também, relativamente aos advogados-
empregados de qualquer outra entidade estatal que explore atividade
econômica, sem monopólio.
É que a Constituição Federal, no § 1° do art. 173, dispõe:
'Art. 173. ... § 1º A empresa pública, a sociedade de economia mista e outras
entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico
próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e
tributárias.' É dizer, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e
quaisquer outras entidades que explorem atividade econômica, sem monopólio,
sujeitam-se à legislação trabalhista das empresas privadas, dado que o fazem
163
em concorrência com estas. Se ocorrer monopólio, não há concorrência. Então,
a ressalva será válida.
Ora, se todas as empresas privadas estão sujeitas às normas trabalhistas
inscritas no Capítulo V, do Título I, da Lei 8.906, de 1994 — Estatuto da
Advocacia — às empresas públicas, sociedades de economia mista e outras
entidades que explorem atividade econômica, sem monopólio, terá aplicação
essa mesma legislação.
Posta assim a questão, estou em que à frase — 'às empresas públicas e às
sociedades de economia mista' — deve-se emprestar interpretação conforme à
Constituição, assim: as mencionadas expressões não têm aplicação 'às
empresas públicas e às sociedades de economia mista' que explorem atividade
econômica, sem monopólio.
É certo que as empresas públicas e sociedades de economia mista são
instituídas para a exploração de atividade econômica, em sentido estrito, dado
que elas são os instrumentos da intervenção do Estado no domínio econômico.
Pode existir, entretanto, empresa pública ou sociedade de economia mista
prestadora de serviço público. Essa distinção, no regime da CF/67, poderia ser
feita, e nós por ela propugnamos em trabalho de doutrina (conf. nosso
'Responsabilidade e Controle das Empresas Estatais', em 'Temas de Direito
Público', Del Rey Ed., pág. 490), na linha, aliás, do magistério de Celso Antônio
Bandeira de Mello ('Natureza essencial das sociedades mistas e empresas
públicas', RDP 71/111; 'Prestação de serviços públicos e administração
indireta', 1973, págs. 101 e ss.) e Eros Roberto Grau ('Elementos de Direito
Econômico', RT, 1981). Este último autor, escrevendo sobre o tema, já sob o
pálio da CF/88, leciona:
'Da mesma forma, no § 1º do art. 173 a expressão conota atividade econômica
em sentido estrito: determina fiquem sujeitas ao regime próprio das empresas
privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, a empresa
pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que atuem no
campo da atividade econômica em sentido estrito; o preceito à toda evidência,
não alcança empresa pública, sociedade de economia mista e entidades
(estatais) que prestam serviço público'. (Eros Roberto Grau, 'A ordem
econômica na Const. de 1988 - interpretação e crítica', Ed. R.T., 2ª ed., 1991,
pág. 140).'
Nos votos que proferi por ocasião do julgamento da ADIn 348-MG, dos RREE
172.816-RJ e 153.523-RS e da ADin 449-DF, deixei claro o meu pensamento a
respeito do tema.
Neste voto, estou deixando expresso o que ficara implícito no raciocínio
desenvolvido nos votos acima indicados.
É que a disposição inscrita no art. 173, caput, da Constituição, contém
ressalva: 'Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo; conforme definidos em lei'. Quer dizer, o artigo 173 da C.F. está
cuidando da hipótese em que o Estado esteja na condição de agente
empresarial, isto é, esteja explorando, diretamente, atividade econômica em
concorrência com a iniciativa privada. Os parágrafos, então, do citado art. 173,
aplicam-se com observância do comando constante do caput. Se não houver
concorrência — existindo monopólio, C.F., art. 177 — não haverá aplicação do
disposto no § 1º do mencionado art. 173. É que, conforme linhas atrás
164
registrado, o que quer a Constituição é que o Estado-empresário não tenha
privilégios em relação aos particulares. Se houver monopólio, não há
concorrência; não havendo concorrência, desaparece a finalidade do disposto
no § 1º do art. 173.
Impõe-se, então, a suspensão parcial da eficácia das expressões impugnadas,
sem redução do texto. É dizer, referentemente às empresas públicas e
sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, em sentido
estrito, não monopolistas, as mencionadas expressões não têm aplicação. (...)'
No caso, tem-se uma empresa pública prestadora de serviço público — a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos — ECT — o serviço postal (C.F.,
art. 21, X). Além de não estar, portanto, equiparada às empresas privadas,
integram o conceito de fazenda pública.
Assim, os seus bens não podem ser penhorados, estando ela sujeita à
execução própria das pessoas públicas: C.F., art. 100.
Neste sentido, aliás, o decidido pelo Supremo Tribunal Federal, no RE
100.433-RJ, Relator o Ministro Sydney Sanches (RTJ 113/786). No RE
204.653-RS, o eminente Relator, Ministro Maurício Corrêa, negou seguimento
ao recurso extraordinário, sustentando a impenhorabilidade dos bens da ECT
('DJ' 25.02.98).
(...).' Conheço do recurso e dou-lhe provimento.
(...)." ("DJ" de 19.12.2002)
As reformas constitucionais que sobrevieram, Emendas Constitucionais 6/95,
7/95, 8/95, 9/95, 19/98, 33/2001 e 42/2003 não alteram o entendimento. Com
efeito.
A atuação estatal na economia, CF, arts. 173, 174 e 177 ocorrerá: 1) mediante
a exploração estatal de atividade econômica (CF, arts. 173 e 177), que será:
1.1. necessária (CF, art. 173); 1.1.1. quando o exigir a segurança nacional, ou
1.1.2. ou o interesse coletivo relevante, tanto um quanto outro definidos em lei.
Os instrumentos de participação do Estado na economia serão: a) as empresas
públicas; b) as sociedades de economia mista; c) outras entidades estatais ou
paraestatais, vale dizer, as subsidiárias (CF, art. 37, XIX e XX; art. 173, §§ 1º,
2º e 3º). Ocorrerá, ainda, a atuação estatal na economia: 2) com monopólio:
CF, art. 177, incidindo, basicamente, em três áreas: petróleo, gás natural e
minério ou minerais nucleares.
A intervenção do Estado no domínio econômico dar-se-á (CF, art. 174):
figurando o Estado como agente normativo e regulador da atividade
econômica, na forma da lei, fiscalizando, incentivando e planejando. Os
instrumentos dessa intervenção são as agências reguladoras. Valem, no ponto,
as lições de José Afonso da Silva ("Curso de Direito Constitucional Positivo",
Malheiros, 23ª ed., págs. 779 e seguintes) e Celso Antônio Bandeira de Mello
("Curso de Direito Administrativo", Malheiros, 17ª ed., págs. 619 e segs).
Visualizada a questão do modo acima — fazendo-se a distinção entre empresa
pública como instrumento da participação do Estado na economia e empresa
pública prestadora de serviço público — não tenho dúvida em afirmar que a
ECT está abrangida pela imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a),
ainda mais se considerarmos que presta ela serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado, que é o serviço postal, CF, art. 21, X (Celso
Antônio Bandeira de Mello, ob. cit., pág. 636).
Dir-se-á que a Constituição Federal, no § 3º do art. 150, estabelecendo que a
imunidade do art. 150, VI, a, não se aplica: a) ao patrimônio, à renda e aos
165
serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados; b) ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário; c) nem
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente
ao bem imóvel, à ECT não se aplicaria a imunidade mencionada, por isso que
cobra ela preço ou tarifa do usuário.
A questão não pode ser entendida dessa forma. É que o § 3º do art. 150 tem
como destinatário entidade estatal que explore atividade econômica regida
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. No caso, tem
aplicação a hipótese inscrita no § 2º do mesmo art. 150.
A professora Raquel Discacciati Bello, da UFMG, em interessante trabalho de
doutrina — "Imunidade Tributária das Empresas Prestadoras de Serviços
Públicos", in Rev. de Inf. Legislativa, 132/183 — registra que "pode-se afirmar,
a título de conclusão, que às empresas estatais prestadoras de serviços
públicos não se aplica a vedação do art. 150, § 3º, mas, sim, a imunidade
recíproca, conforme interpretação sistemática do inciso I, letra a, do mesmo
artigo. Na mesma linha, Bandeira de Mello ('Curso de Dir. Adm.', 7ª ed., 1995,
p. 116), Ataliba ('Curso de Dir. Trib.', coordenação de Geraldo Ataliba, São
Paulo, RT, 1978), Adilson Dallari ('Imunidade de Estatal Delegada de Serviço
Público', Rev. de Dir. Trib, 65, 1995, p. 22-41), Eros Roberto Grau ('Empresas
Estatais ou Estado Empresário', in 'Curso de Direito Administrativo',
coordenação de Celso Antônio Bandeira de Mello, São Paulo, RT, 1986, p.
105-107), dentre outros."
Roque Carrazza não destoa desse entendimento, ao lecionar "que as
empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando delegatárias
de serviços públicos ou de atos de polícia, são tão imunes aos impostos quanto
as próprias pessoas políticas, a elas se aplicando, destarte, o princípio da
imunidade recíproca", por isso que "são a longa manus das pessoas políticas
que, por meio de lei, as criam e lhes apontam os objetivos públicos a alcançar."
(Roque Carrazza, "Curso de Dir. Const. Tributário", Malheiros Ed., 19ª ed.,
2003, p. 652).
No que concerne à ECT, a lição de Ives Gandra Martins é no sentido de estar
ela abrangida pela imunidade tributária do art. 150, VI, a, da CF. Escreve Ives
Gandra Martins: "Em conclusão e em interpretação sistemática da Constituição
e do tipo de serviços prestados pela consulente, no que diz respeito aos
serviços privativos, exclusivos, próprios ou monopolizados, nitidamente, a
imunidade os abrange, sendo seu regime jurídico pertinente àquele da
Administração Direta. Colocadas tais premissas, entendo que a natureza
jurídica dos serviços postais é de serviços públicos próprios da União, em
regime de exclusividade, assim como o patrimônio da empresa é patrimônio da
União." (Ives Gandra da Silva Martins, "Imunidade Tributária dos Correios e
Telégrafos", Revista Jurídica, 288/32, 38).
Vale repetir o que linhas atrás afirmamos: o serviço público prestado pela ECT
— serviço postal — é serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do
Estado: CF, art. 21, X.
A questão, portanto, não está no afirmar se o D.L. 509, de 20.03.69, artigo 12,
teria sido recebido ou não pela CF/88. A questão está, sim, no afirmar que a
ECT está abrangida pela imunidade tributária do art. 150, VI, a, da CF. Do
166
exposto, conheço em parte do recurso e, na parte conhecida, lhe dou
provimento.
167
transporte de natureza municipal (item 16). Na verdade, “coleta” e “entrega”,
expressões que, reunidas numa só obrigação de fazer, não deixariam de
corresponder a um serviço de transportar alguma coisa, esta sim, atividade-fim
do serviço, passando a ser atividades-meio tanto a coleta quanto a entrega.
Ademais, serviços de “courrier” (entrega de pequenas coisas ou malotes) têm a
clara semelhança com serviços de transporte.
Dito isso e voltando ao ISS, a aplicação do item 26 deve ser restrita aos
serviços de simples coleta ou de simples entrega, um ou outro, de
correspondências, documentos, objetos, bens ou valores. Se houver a adição
do serviço de transportar, o item mais apropriado seria o item 16, e não o item
26.
168
Resposta:
As agências franqueadas dos Correios são contribuintes do ISS em razão dos
serviços prestados, cuja base de cálculo é a receita bruta auferida.
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no
conjunto das provisões socioassistenciais.
169
O inciso III, acima, trata da promoção da integração ao mercado de trabalho, o
que poderia dar a entender que a sua empresa tem por foco serviços de
assistência social. Ocorre, porém, que as entidades e organizações de
assistência social prestam serviços sem finalidade de lucro, o que não é o caso
presente.
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções nos
vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo único da
Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
170
Item 28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza
171
As leis municipais exigem, em geral, a retenção do ISS de serviços prestados
por pessoas físicas, quando essas não comprovam suas inscrições como
profissional autônomo. Pelo jeito, o senhor não está inscrito na Prefeitura.
Além disso, não podemos deixar de examinar o fato aos olhos do tomador do
serviço. Se alguém chamar uma pessoa qualquer, transitando na rua, para
consertar o seu carro que deixou de funcionar, evidente que está assumindo o
risco de entregar nas mãos de um leigo uma tarefa que exigiria um profissional.
Faltaria, aí, a essência da profissionalidade.
172
Em resumo, os serviços prestados, de avaliador de bens imóveis, estão
sujeitos ao ISS, sim. Para evitar futuras retenções na fonte, o recomendável
seria procurar a Prefeitura e inscrever-se no cadastro de contribuintes. Todavia,
se assim fizer, o imposto será cobrado anualmente, em valor fixo. Faça uma
análise de valores e verifique o mais recomendável em termos de custo: pagar
anualmente ou sofrer retenção somente quando prestar o serviço.
173
Item 30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química
Resposta:
Sempre bom lembrar que a lista de serviços trata de serviços, não de
atividades econômicas. Serviço significa desempenho de uma função
específica; atividade econômica designa o conjunto de tarefas relacionadas
com a produção e distribuição de bens e serviços.
A eletrônica é uma atividade que envolve uma série de serviços. Pode ser uma
empresa de conserto de aparelhos eletrônicos, uma empresa que desenvolve
dispositivos de circuitos eletrônicos, uma empresa de manutenção etc. Deste
modo, a eletrônica é uma atividade genérica cujo enquadramento na lista
dependerá do serviço que prestar. Há serviços eletrônicos no item 1 da lista, no
item 7, no item 10, no item 14 e talvez em algum outro. O enquadramento vai
depender do tipo do serviço eletrônico prestado.
174
160 - Uma sociedade profissional, formada unicamente de
engenheiros, exerce atividade de “engenharia em edificações”.
Deve ser enquadrada no item 31 ou no item 07?
Resposta:
Uma sociedade profissional é uma pessoa jurídica cujos sócios exercem
pessoalmente as funções de prestar serviços, assumindo responsabilidade
pessoal em relação aos serviços prestados.
Resposta:
Não! O item 31 trata de serviços técnicos, ou seja, das atividades de
profissionais das áreas de edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica,
telecomunicações e outras. Esse item é exclusivo para profissionais
autônomos, e não de empresas. Diz Natália Dácomo: “Serviços técnicos se
refere à atividade de um especialista, perito, experto ou alguém que tem
conhecimento específico”.
175
163 - Um Engenheiro presta serviços de edificação. Onde
enquadrá-lo? Item 7 ou item 31 da lista de serviços?
Resposta:
O item 31 é aplicado para enquadramento de Técnicos, geralmente de nível
médio de ensino, tipo Técnico em Edificações. O profissional graduado em
Engenharia e que exerça funções de sua área, deve ser enquadrado no
subitem 7.01 da lista de serviços.
176
165 - Quais são os serviços prestados por uma empresa
comissária aduaneira?
Resposta:
As empresas que atuam na área de comissárias aduaneiras prestam inúmeros
serviços, tais como: confecção de instruções e espelhos de conhecimento de
embarque; acompanhamento do recebimento de mercadorias nos portos e
terminais; liberação aduaneira junto à Receita Nacional e demais órgãos;
monitoramento do embarque e desembarque das mercadorias; conferência de
cartas de crédito; confecção de documentos pós-embarque; fechamento de
câmbio; contratação de seguros; etc.
Resposta:
Investigar significa examinar com cuidado, empenhar-se em descobrir algo ou
alguma coisa. A investigação pode também ser equiparada ao ato de
pesquisar. Investigar atos de pirataria industrial tem por objetivo proteger os
direitos de patente, mas, também, monitorar e avaliar direitos intelectuais já
patenteados em relação a novos inventos que tentam seus registros.
177
Item 35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e
relações públicas
Tais serviços estão sujeitos ao ISS (item 36 da lista de serviços), mas o local
da incidência é no estabelecimento prestador, ou seja, no Município onde a
empresa de meteorologia se estabelece, pois as previsões são, em geral,
fornecidas por satélite ou via Internet.
178
Resposta:
Sim, quando atuam como profissionais autônomos, sem vínculo empregatício.
Muitos artistas trabalham sem subordinação empregatícia, através de contratos
de prestação de serviços específicos. A profissão de artista está regulada na
Lei nº. 6.533/78, com a seguinte definição:
179
a) semiprofissional, assim caracterizado em contrato de estágio, com atletas de
14 a 18 anos de idade, podendo receber incentivos materiais que não
representem espécie de remuneração derivada de contrato de trabalho;
Ao que nos interessa, somos de opinião que não deve uma Prefeitura exigir
comprovações de que o profissional esteja sindicalizado ou não, pois essa
opção cabe exclusivamente à pessoa, nos termos do inciso V do art. 8º da CF.
180
artista. Importante observar que muitos museus particulares são administrados
por entidades sem fins lucrativos e com finalidade educacional.
Sendo assim, embora o profissional, sem dúvida, prestar serviços que exigem
autonomia e autoconhecimento, não vejo onde enquadrá-lo na lista de
serviços. Caso o item 38 ampliasse o termo com atividades congêneres,
entenderia ser possível adicionar os serviços de restauração neste item. Mas
assim a lei não faz. Registra somente “Museologia”. E levando em conta a
taxatividade da lista, fica, realmente, difícil enquadrar a categoria dos
Restauradores de obras de arte neste item da lista.
181
Item 39 – Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material for
fornecido pelo tomador do serviço)
Resposta:
Mais uma vez ingressamos naquela área cinzenta de dúvidas e conflitos entre
obrigações de dar e obrigações de fazer. Entende-se que qualquer elaboração
de um bem material para fins de atender uma encomenda personalizada, e
cujo resultado seja destinado especificamente ao encomendante, seria
considerada obrigação de fazer. Leva-se em conta o fato de que as
especificações são de tal modo personalizado que o bem elaborado não teria
valor que pudesse considerá-lo uma mercadoria comercial, isto é, que pudesse
ser comercializada para qualquer pretendente. Um exemplo: se uma pessoa
encomendar a elaboração de um colar, ou um anel, com o seu nome gravado
na peça, a jóia não teria, provavelmente, condições de ser comercializada para
outras pessoas.
182
o prestador não for inscrito como profissional autônomo na Prefeitura. Deste
modo, recomendamos verificar a lei do seu Município, lembrando que a
obrigatoriedade da retenção tem que estar expressamente citada na lei.
183
CAPÍTULO II – Simples Nacional
184
Enquanto o propalado sistema centralizado de controle dos procedimentos
fiscais não estiver disponível, as ações fiscais terão o seguinte tratamento:
a) Deverão ser utilizados os procedimentos fiscais previstos na legislação do
Município;
b) A ação fiscal e o lançamento serão realizados tão-somente em relação ao
ISS, observada as disposições da Resolução CGSN 51/08 (base de cálculo,
alíquota);
c) Na hipótese de descumprimento das obrigações principal e acessórias, o
Município utilizará seus próprios formulários;
d) O valor apurado na ação fiscal deverá ser pago por meio de documento de
arrecadação do Município.
Observe que a redação não é clara. Em minha opinião, ela trata do processo
de registro e formalização dos atos requeridos pelos órgãos para que possa ser
instituído o MEI. A referência aos §§ 1º e 2º do art. 4º deixa claro, a meu ver, tal
interpretação. Neste sentido, a cobrança anual da taxa de fiscalização de
funcionamento de estabelecimento, ou qualquer outra taxa que não seja
referente ao início da atividade, pode ser cobrada, se cumprida as demais
determinações da lei correspondente ao tributo cobrado. No entanto, devemos
entender que, talvez, a cobrança das taxas de poder de polícia do Município
possa inviabilizar o programa, pois estamos tratando de empresários de pouco
rendimento e, também, muitos com estabelecimento localizado em suas
próprias residências. Por isso, seria razoável o Município, por lei própria,
isentar o microempreendedor dessas taxas, ou cobrar um valor mais reduzido,
compatível à capacidade contributiva do sujeito passivo.
185
Deve-se observar o disposto no art. 105 da Resolução CGSN nº 94/2011,
conforme abaixo:
I - por opção, produzindo efeitos: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18-A,
§ 7º, inciso I)
II - obrigatoriamente, quando:
186
MEI, nas seguintes hipóteses: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18-A, §
17)
III - abrir filial. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18-A, § 4º, inciso II)
187
181 - Os serviços prestados aos órgãos da Prefeitura por
empresas do Simples Nacional deverão sofrer retenção do
ISS?
Resposta:
A retenção promovida pela Prefeitura, em razão de serviços tomados de
empresas do Simples Nacional, será da mesma forma praticada em relação
aos demais adquirentes de serviços, mas com algumas regras especiais.
188
Resposta:
A falta de pagamento, mesmo declarado o débito na DASN, não é motivo de
exclusão do programa. O que podemos fazer é pouco: notificar o contribuinte
sobre a pendência e dar um prazo para pagamento. Caso não pague o débito,
a Prefeitura comunicará à Receita Federal do Brasil para que esta tome as
providências cabíveis para cobrança judicial do crédito tributário. Como se
sabe, compete à PGFN o lançamento em dívida ativa e a cobrança judicial, a
não ser quando há convênio entre a Receita Federal e o Município, autorizando
este a promover a ação. Assim, o que podemos fazer é apenas pressionar o
contribuinte, com a notificação e recusar certidão negativa, ou apresentá-la
com débitos não regularizados.
189
Dívida Ativa própria os créditos de ICMS e ISS, respectivamente, se firmarem
convênio com a PGFN para tal fim.
190
b) for débito lançado pelo Município antes de estar disponível o Sistema Único
de Fiscalização, Lançamento e Contencioso (SEFISC). Neste caso, cumprir o
que determina o art. 129, e seus parágrafos, da Resolução CGSN 94.
Por não se tratar de uma circulação de mercadoria a empresa não emite nota
fiscal de venda, mas, apenas, nota fiscal de saída ou de simples remessa, não
tributada pelo ICMS. A obrigação seria emitir nota fiscal de serviços de facção
ou de costura, aliás, prevista na lista de serviços no subitem 14.09.
Da forma em que opera evidente que a empresa não vai alterar o contrato
social, a não ser que mude totalmente o seu objeto social, passando a ser
efetivamente um comércio (revenda de mercadorias), ou uma indústria
(industrialização de produtos). Pois a natureza de sua atividade atual nada tem
a ver com comercialização ou industrialização. Para tanto, ela teria de adquirir
mercadoria para revendê-la, ou, então, adquirir matéria prima para
industrializar e vender o produto final. E é óbvio que ela não adquire a roupa
semi-acabada, dá o acabamento e, posteriormente, vende ao mercado. Em
suma, a empresa nada vende, apenas presta um serviço.
191
Numa decisão resultante de Consulta a respeito da matéria, a
Superintendência Regional da Receita Federal da 9ª Região Fiscal, concluiu
pelo seguinte:
192
Capítulo III - Imunidades e Isenções
193
Resposta:
Em minha opinião, as chamadas imunidades plenas, de eficácia ampla, a
comprovação de sua inexistência seria do Fisco, mediante apresentação de
provas materiais neste sentido. Há uma decisão do Superior Tribunal de
Justiça que corrobora a nossa opinião:
194
existir e assim não pode nascer nenhuma obrigação tributária”, como bem
disse Ricardo Lobo Torres. Certamente, estamos tratando de uma isenção
absoluta, e não relativa que se concretiza mediante condições ou pelo
despacho da autoridade fazendária.
Discordo, assim, que haja “renúncia” de um direito. E tanto não houve que
agora a pessoa pede a repetição. Houve, sim, desconhecimento ou ignorância
da lei que a protegia, fato, aliás, muito comum entre as pessoas mais humildes,
o que não é o caso, por certo.
195
Por se tratar de mandamento constitucional, as imunidades não precisam ser
comprovadas ou reconhecidas a pedido dos interessados. O Fisco é que tem a
função de constatar qualquer divergência ou contrariedade ao dispositivo da
Constituição Federal. Exemplo: o templo religioso não se obriga a “pedir” o
direito à imunidade, basta ser templo de qualquer culto. Porém, se o Fisco
constatar que aquele imóvel não serve como templo, mas como residência do
Pastor, aí então é que a imunidade será rechaçada e os impostos cobrados,
mas sempre por iniciativa do Fisco.
Como disse Pontes de Miranda em seu estilo próprio: “A regra jurídica de
imunidade é regra jurídica no plano da competência dos poderes públicos –
obsta à atividade legislativa impositiva, retira ao corpo que cria impostos
qualquer competência para pôr na espécie”. Ou seja, não cabe ao legislativo,
tampouco ao executivo, estabelecer regras impositivas ou regulamentos
especiais concernentes à imunidade.
Outras, porém, como é o caso dos templos, não sofrem qualquer restrição. São
as imunidades plenas e absolutas.
Já as isenções são totalmente diferentes. Quem as oferece é o ente político, e,
deste modo, quem a concede tem o direito de impor condições, nada mais
natural.
196
impostos às “instituições de educação”, e não às instituições de ensino,
escolares, ou qualquer outro nome similar.
Mas, nem toda instituição de educação goza de imunidade. É preciso que não
tenha fins lucrativos. O quanto basta. Não importa se a instituição é uma
pessoa jurídica de direito público ou privado; o que importa é que não tenha
propósitos de obter lucros.
Outro ponto: não existe “certificado de imunidade”, pois a imunidade está acima
de qualquer exigência administrativa. Bem diferente o certificado do Ministério
da Justiça que credencia as OSCIPs. Credenciar as entidades como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público nada tem de similar com
certificação de imunidade. Recomendo extinguir logo esse certificado e fazer
de conta que nunca existiu!
197
Desta forma, entendo não haver dúvida que os serviços são explorados por
uma concessionária do serviço público, ao contrário de outros grandes portos
brasileiros, como o Porto de Santos (Companhia Docas do Estado de São
Paulo – pertencente ao Governo Federal) e o Porto do Rio de Janeiro
(Companhia Docas do Rio de Janeiro) e de Paranaguá (APPA – Administração
dos Portos de Paranaguá e Antonina).
Por oportuno, bom lembrar que os imóveis que compõem o complexo portuário
ainda pertencem ao Estado, pois a exploração concedida se restringe aos
serviços. A dizer, assim, que não caberia a incidência do IPTU, levando em
conta o fato de que os imóveis são de propriedade do Estado, e não da
empresa que os explora. Todavia, em relação ao ISS, não temos dúvida de que
ocorre a incidência. Situação similar ao de uma empresa que explora uma
rodovia federal ou estadual: paga o ISS em função da cobrança do pedágio,
mas nada tem a ver com a propriedade da rodovia, que continua pertencendo à
União ou ao Estado.
198
194 - Levando em conta que o conceito de serviço está
diretamente relacionado a um esforço humano, pergunto se é
possível falar em importação de serviço?
Resposta:
Para facilitar o entendimento, gostaria de apartar as definições de serviço e do
imposto sobre serviços, muitas vezes misturadas e confundidas. Serviço,
realmente, é o resultado obtido de um esforço humano. E vem daí o sentido
popular da expressão serviço, que pode ter caráter gracioso ou oneroso, isto é,
de realizar ou de prestar serviço.
Os serviços onerosos, ou seja, quando alguém presta para outro com intuito de
ganho ou de remuneração, originam-se de um acordo entre as partes, tácito ou
formal, estabelecendo obrigações entre ambos. Aquele que assume o
compromisso de prestar um serviço, em troca de um ganho ou remuneração,
obriga-se não só a fazer como também a dar alguma coisa, pois, normalmente,
ao fazer, embutem-se coisas a serem entregues conjuntamente. Na verdade,
são poucos os serviços que se resumem no simples desempenhar da
atividade, como, por exemplo, ministrar uma aula ou uma palestra. Em geral, o
desempenho é acompanhado pela entrega de alguma coisa elaborada,
transformada ou trabalhada, como, por exemplo, ministrar uma aula e entregar
uma apostila.
Deve-se aqui destacar o fato de que não seria prestação de serviço a mera
obrigação de dar ou restituir a coisa que não sofreu qualquer ação que a tenha
modificado ou transformado, ou então que o ato de entregar ou restituir não
tenha sido consequência direta do serviço feito. Se o professor simplesmente
vendesse apostila, sem a exigência de ministrar aula, esse ato de vender
apostila já não seria considerado prestação de serviço, pois a entrega do
material não foi por consequência direta de um serviço. A não ser se o contrato
fosse exata e unicamente de elaboração da apostila.
199
Diz-se, então, que, na ausência de estipulação no contrato, as circunstâncias
de cada caso é que levarão a determinar o lugar da prestação.
200
que não configuram prestação de serviço, pois dependeriam ainda da
prestação-fim executada no território brasileiro, ou seja, a sua conclusão.
201
Capítulo IV - Sociedades Profissionais e Profissionais
Autônomos
202
sociedade simples passar ao estágio de empresa, deverá proceder a baixa da
inscrição no Registro Civil e requerer sua inscrição na Junta Comercial. Temos,
porém, algumas exceções, como as sociedades de advogados, regulada pela
Lei 8.906/94, que devem ser registradas na OAB, independentemente da forma
de constituição da sociedade.
Uma sociedade simples não pode ser constituída por ações, mas pode ser por
cotas de responsabilidade limitada, não sendo, por isso, necessariamente uma
sociedade empresária. O STF fixou a seguinte jurisprudência:
“As sociedades de profissionais, para fazerem jus ao tratamento tributário
diferenciado, a prestação de serviço deve ser feita pessoalmente pelo
profissional, não se aplicando o benefício às sociedades tidas como
empresariais, em que os trabalhos resultantes não conservam a marca
individual de seus autores, mas ao contrário, são frutos de uma produção
promíscua ou indistinta” (RE n. 244.149-0/RJ - DOU 10/01/2002).
Assim, dentro das normas atuais do Código Civil, não há que se dispensar o
benefício apenas pela forma em que foi constituída a sociedade. Isso não
importa. O fundamental é a forma do exercício das atividades. A ideia de que
as sociedades profissionais deveriam ter tratamento diferenciado para evitar
fatos geradores idênticos ao do Imposto de Renda foi aventada no passado por
alguns doutrinadores. Na época, talvez fosse possível essa comparação, mas o
ISS e o IR não se confundem: o fato gerador do ISS é a prestação do serviço,
enquanto o do IR é o lucro, ou a renda. Se aplicássemos tal regra hoje em dia
teríamos um amontoado de situações idênticas, levando em conta o método do
lucro presumido aplicado pelo Imposto de Renda. Mesmo assim, não esquecer
que o lucro presumido é, no caso, fixado em 32% da receita bruta.
203
adquirem personalidade jurídica com o registro de seus contratos no respectivo
órgão de classe (OAB, CREA, etc.) e posterior registro em cartório. Além disso,
não era qualquer sociedade profissional, mas apenas aquelas detalhadas na lei
(médicos, dentistas, advogados...). E mais ainda, havia a necessidade de todos
os sócios serem habilitados para o exercício da profissão objeto da sociedade.
Mais uma vez, Bernardo Ribeiro de Moraes: “Em geral, nas sociedades
profissionais arroladas, as mesmas são constituídas para mera administração
do patrimônio comum, bem como para o expediente de escritório, mas o
serviço é prestado com individualidade, pessoalmente.”
204
viabilidade do ISS fixo em relação aos profissionais autônomos e as
sociedades profissionais.
205
pessoal, tendo em vista que sua responsabilidade é limitada à participação no
capital social, não obstante todos os sócios respondam solidariamente pela
integralização do capital social.
4. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que, para fazer jus ao
benefício disposto no art. 9º, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei n. 406/68, a empresa
deve caracterizar-se como sociedade uniprofissional, o que não se
compatibiliza com a adoção do regime da sociedade limitada, em razão do
caráter empresarial de que se reveste este tipo social. Precedentes: REsp
1221027/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 22/02/2011, DJe 04/03/2011; AgRg no REsp 1202082/PB,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
28/09/2010, DJe 02/02/2011; AgRg no Ag 1349283/RO, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe
14/12/2010; REsp 1057668/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de
4.9.2008.
5. Sendo o recorrido uma sociedade limitada, de caráter empresarial, não pode
o ISS incidir com alíquota fixa, calculada em razão do número de profissionais,
nos termos do §3º do art. 9º do referido Decreto-Lei, não faz jus a repetição dos
valores do tributo.
REsp 1285038/PR – Rel. Ministro Mauro Campbell Marques - DJ 28/11/2011
206
4. Recurso especial desprovido.
REsp 1028086/RO – Rel. Ministro Teori Albino Zavascki - DJ 25/10/2011
Resposta:
Como se sabe, o chamado “ISS fixo” é concedido aos profissionais autônomos
e às sociedades profissionais. Essas sociedades são pessoas jurídicas cujos
sócios exercem pessoalmente a atividade profissional e respondem por ela.
Trata-se, portanto, de sociedade simples, e nunca empresarial.
207
Por esse motivo, não se incluem no benefício a grande maioria dos
“Laboratórios de Análises” atuantes, sendo exceção aqueles cuja atividade se
baseia, exclusivamente, em laudos periciais firmados por determinado
profissional.
208
Serviços anexada ao referido decreto-lei, não fazendo jus, portanto, ao
recolhimento do ISS pela forma privilegiada.
3. Agravo regimental desprovido.
AgRg no Ag 581178 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE
INSTRUMENTO 2004/0007153-6 Ministro José Delgado - DJ 11/04/2005
TRIBUTÁRIO. ISS. LABORATÓRIO.
1. Os laboratórios de análises médicas estão incluídos, para efeito do
recolhimento do ISS, no item 2 da lista anexa ao DL nº 406/68. Não são
favorecidos pela regras prevista no parágrafo 3º, do art. 9º, do mencionado
diploma legal.
2. Acórdão que, com base nas provas depositadas nos autos, reconhecem que
o laboratório atua com propósitos empresariais. Súmula 7/STJ.
3. Agravo regimental improvido.
Nos termos do parágrafo único do art. 966 do Código Civil, o exercício de tais
profissões não o considera empresário, a não ser que constituído na forma de
uma sociedade empresária. Não podem, assim, possuir elementos de
empresa, tais como capital de valor representativo, máquinas e equipamentos
de substancial representatividade no ativo da sociedade, ritmo de produção ou
de atividade em série, e nem propósitos de auferir lucro, mas, apenas,
remuneração em vista do seu próprio trabalho.
209
São sociedades uniprofissionais porque formadas por pessoas capacitadas a
um mesmo exercício profissional. De acordo com a lista acima, podem ser
formadas por médicos, inclusive médicos que se especializaram e atuam em
análise clínica, ou em eletricidade médica, ou em tomografia, ou em outras
especialidades. Mas, todos têm que ser médicos.
“§ 3º - Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90,
91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas
ao imposto na forma do § 1º, calculado em relação a cada profissional
habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da
sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei
aplicável”.
210
Neste sentido, não há como prosperar o pedido da empresa, pois, além de ser
uma empresa, fulmina a pretensão o fato de não estar tal atividade no rol das
sociedades agraciadas com o benefício fiscal.
Resposta:
O § 3º do art. 9º do Decreto-lei n. 406/68 deve ser interpretado em consonância
ao § 1º do mesmo artigo. Este parágrafo estabelece a incidência do ISS dos
serviços prestados sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte,
mas, não devemos esquecer a não incidência relativa aos serviços prestados
por assalariados e por trabalhadores avulsos.
Deste modo, profissional autônomo, para fins de ISS, se caracteriza como uma
pessoa natural, que trabalha sem ser em caráter de empresa (ou seja, não tem
elementos de empresa), prestando serviços de forma independente (sem
subordinação a terceiros).
Visto assim, pode-se dizer que todos aqueles efetivamente empregados, que
auferem salário e não remuneração fixada por serviço ou tarefa exercido, não
seriam contribuintes do ISS. Ademais, a expressão “auxiliar” denota claramente
uma subordinação hierárquica, de exercer uma função auxiliar a alguém,
sujeito, pois, às ordens de quem lhe dirige ou comanda. Está configurada,
assim, a subordinação hierárquica.
211
pessoas jurídicas que objetivam lucros e distribuição de dividendos nos seus
contratos sociais. Duas decisões abaixo, do Superior Tribunal de Justiça:
(...)
“A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que as sociedades constituídas
sob a forma de responsabilidade limitada, justamente por excluir a
responsabilidade pessoal dos sócios, não atendem ao disposto no art. 9º, § 3º,
do DL 406/68, razão por que não fazem jus à postulada tributação privilegiada
do ISS” (AgRg nos EDcl no REsp 1275279/PR – Rel. Min. Benedito Gonçalves
- DJe 10/08/2012).
212
base em alíquotas fixas, previsto nos §§ 1º e 3º do art. 9º do Decreto-Lei n.
406/68.
3. A apresentação tardia de novos fundamentos para viabilizar o entendimento
de acordo com sua tese representa inovação por parte da agravante, o que é
vedado no âmbito do agravo regimental, por não se enquadrar nas hipóteses
previstas no art. 535 do Código de Processo Civil.
4. A aferição da natureza civil da referida sociedade, tendo o Tribunal de
origem atestado sua natureza empresarial, demandaria o reexame de todo o
contexto fático-probatório dos autos, o que é defeso a esta Corte em vista do
óbice da Súmula 7/STJ, verbis: "A pretensão de simples reexame de prova não
enseja recurso especial".
Agravo regimental improvido.
(AgRg nos EDcl no AREsp 33365/PR – Rel. Ministro Humberto Martins - DJ
25/11/2011).
_______________________
213
5. Sendo o recorrido uma sociedade limitada, de caráter empresarial, não pode
o ISS incidir com alíquota fixa, calculada em razão do número de profissionais,
nos termos do §3º do art. 9º do referido Decreto-Lei, não faz jus a repetição dos
valores do tributo.
(REsp 1285038/PR – Rel. Ministro Mauro Campbell Marques - DJ 28/11/2011).
_______________________
________________________
214
título de remuneração do próprio trabalho". Tratando-se de serviços prestados
por sociedades, desde que o serviço se enquadre no rol previsto no § 3º do
artigo referido, há autorização legal para fruição do tratamento privilegiado,
devendo o imposto ser "calculado em relação a cada profissional habilitado,
sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora
assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável". A sociedade
simples, constituída sob a forma de sociedade limitada, não pode usufruir do
tratamento privilegiado, porquanto nela o sócio não assume responsabilidade
pessoal, tendo em vista que sua responsabilidade é limitada à participação no
capital social, não obstante todos os sócios respondam solidariamente pela
integralização do capital social.
2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que, para fazer jus ao
benefício disposto no art. 9º, §§ 1º e 3º, do Decreto-Lei n. 406/68, a empresa
deve caracterizar-se como sociedade uniprofissional, o que não se
compatibiliza com a adoção do regime da sociedade limitada, em razão do
caráter empresarial de que se reveste este tipo social. Precedentes: REsp
1221027/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 22/02/2011, DJe 04/03/2011; AgRg no REsp 1202082/PB,
Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
28/09/2010, DJe 02/02/2011; AgRg no Ag 1349283/RO, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe
14/12/2010; REsp 1057668/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de
4.9.2008.
3. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no AREsp 25626/MT – Rel. Ministro Mauro Campbell Marques - DJ
27/10/2011).
________________________
(...)
2. "As sociedades uniprofissionais somente têm direito ao cálculo diferenciado
do ISS, previsto no artigo 9º, parágrafo 3º, do Decreto-Lei nº 406/68, quando os
serviços são prestados em caráter personalíssimo e, assim, prestados no
próprio nome dos profissionais habilitados ou sócios, sob sua total e exclusiva
responsabilidade pessoal e sem estrutura ou intuito empresarial" (EREsp
866.286/ES, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, julgado em
29.9.2010, DJe 20.10.2010).
3. No caso dos autos, o acórdão recorrido reconheceu o caráter empresarial da
recorrente, clínica de oncologia que realiza consultas, cirurgias, quimioterapia,
radioterapia e internamento. Para esse mister, ponderou a organização por ela
adotada para consecução dos diversos serviços médicos prestados, os quais,
inclusive, demanda a participação profissionais auxiliares que a especialidade
exige, o que, in casu, retira a pessoalidade do atendimento, bem como a sua
constituição na forma de sociedade limitada.
4. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que as sociedades
constituídas sob a forma de responsabilidade limitada, justamente por excluir a
responsabilidade pessoal dos sócios, não atendem ao disposto no art. 9º, § 3º,
do DL 406/68, razão por que não fazem jus à postulada tributação privilegiada
do ISS.
215
5. A verificação acerca da natureza jurídica da sociedade formada pelo
recorrente, se empresária, ou não, pressupõe o reexame de seus atos
constitutivos e as demais provas dos autos, o que é vedado na estreita via do
recurso especial ante os óbices estampados nas Súmulas 5 e 7/STJ.
Precedentes: AgRg nos EDcl no Ag 1367961/PR, Rel. Ministro Castro Meira,
Segunda Turma, DJe 03/11/2011; AgRg no Ag 1.345.711/PR, Rel. Ministro
Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 11/03/2011; AgRg no Ag
1221255/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
02/02/2010; AgRg no REsp 1.003.813/SP, Rel. Ministro Humberto Martins,
Segunda Turma, julgado em 02/09/2008, DJe 19/09/2008; REsp 555.624/PB,
Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 27/09/2004.
6. As alegações da sociedade contribuinte de que as suas atividades estão
abrangidas no conceito de sociedade simples (art. 983 e 966, parágrafo único,
do CC) não infirmam a circunstância considerada pelo Tribunal de origem de
que ela possui, de fato, estrutura e intuito empresarial e, por isso, não faz jus à
tributação fixa do ISS.
AgRg nos EDcl no REsp 1275279/PR – Rel. Min. Benedito Gonçalves - DJe
10/08/2012
216
Capítulo V - A Hipótese de Incidência do ISS
A norma jurídica tributária tem por fim retirar recursos do sujeito passivo para
os cofres do Estado. Recursos, a significar dinheiro. Estado, a significar o
sujeito ativo enunciado na norma jurídica tributária. O legislador estabelece,
assim, uma hipótese viável que algo possa acontecer no campo das
possibilidades fáticas, a qual, caso ocorra concretamente, proporcionará ao
sujeito ativo o direito de receber o tributo. Chama-se a isso previsão legal, mas
sempre no campo do possível e como hipótese do admissível. Ainda não se
admite, por exemplo, tributar a felicidade, a imaginação ou os sonhos de
alguém. Quem sabe um dia isso será possível.
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O critério temporal é de grande importância ao ISS. Pergunta-se: em que
instante ocorre o fato a dar margem à exação? O assunto é aberto a
discussões, porém, em nossa opinião, o fato imponível somente surge quando
o tomador recebe o resultado do serviço. Ou então, à lá Bernardo Ribeiro de
Moraes, quando ocorre a circulação do bem imaterial. A nosso ver, não importa
a consumação do serviço enquanto este não se transfere ao tomador. Ao
compararmos conceitos com as normas pragmáticas legislativas, pergunta-se:
o prestador se obriga a emitir uma nota fiscal quando o serviço é consumado
ou quando efetua a sua entrega ao tomador? Uma lavanderia, por exemplo,
lava e passa a roupa no dia 1, mas só a entrega ao cliente no dia 2. Em que
data a nota fiscal deveria ser emitida? Dia 1 ou dia 2? Entendemos no dia 2,
quando, de fato, ocorreu a circulação do serviço.
Cumulatividade:
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No Direito Civil, as obrigações de dar podem ser de coisas certas ou incertas,
mas, se for incerta, será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Já
as obrigações de fazer caracterizam-se, em geral, pela infungibilidade do
serviço prestado, além de sobressair sua pessoalidade. Pois um dos motivos
da escolha do prestador é exatamente por força de sua capacidade e qualidade
na execução daquele serviço, a considerar-se o negócio intuitu personae,
levando, assim, em consideração a pessoa que irá prestar o serviço.
Diz o civilista Caio Mário da Silva Pereira: “Pode, ao revés, admitir-se que o
objetivo do credor tenha sido obter a prestação em si, sem qualquer
consideração quanto às qualidades pessoais do devedor, e, nesse caso, a
obrigação cumpre-se desde que este, por si ou por outrem, realize o ato a que
se obrigara”.
Observa-se, assim, que continua como devedor da obrigação aquele que foi
contratado pelo credor, e tendo por base um preço total definido e expresso no
contrato. E perante o credor cabe ao devedor prestar o serviço e assumir total
responsabilidade por sua execução e qualidade. No exemplo acima da
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empresa de informática, para todos os efeitos legais, o serviço foi por ela
prestado.
Sem dúvida alguma, as duas hipóteses acima são possíveis de ocorrer, mas
como não há previsão constitucional de o prestador obter crédito tributário em
razão dos serviços que compõem o ciclo operacional da prestação, a maioria
prefere adotar a hipótese da alínea b acima.
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Autores ilustres, como Elizabeth Nazar Carrazza, ponderam que o que se
tributa é fato material da prestação do serviço e não a relação jurídica a ele
relativa e, assim, não há que se falar em incidência múltipla. A dizer, em outras
palavras, que o fato imponível do ISS é a prestação do serviço, aquilo que o
prestador efetivamente executou, e não a obrigação contraída em contrato.
Aceitamos tal ponderação em tese, mas a rejeitamos em termos práticos. Se o
serviço acertado no contrato não confere ao que foi prestado, não logrou o
prestador em cumprir sua obrigação, não havendo, assim, a consumação do
serviço. A lavanderia lavou, mas não passou a roupa por qualquer problema
interno; o tomador recusa-se a receber até o complemento do serviço. Ao
recusar o serviço parcial, não ocorreu a circulação e não ocorrendo a
circulação inexiste ainda o fato imponível do ISS.
Por mais que se queira, não há como desprezar a relação jurídica que vai
revestir as características do vínculo obrigacional entre prestador e tomador.
De fato, não é nesta relação jurídica que repousa a hipótese de incidência
tributária, mas é nela que se verifica o dimensionamento econômico da relação.
De outro modo a dizer, é nesta relação que se verifica o equilíbrio econômico
entre o serviço prometido e o valor que lhe foi configurado. Pressupõe, no
caso, que o prestador efetuou livremente os seus cálculos de custos e
despesas e chegou ao preço ofertado. Ao pretenso tomador, a liberdade de
decidir se aquele preço lhe satisfaz ou não.
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II - o valor de subempreitadas sujeitas ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza.
Parece-nos que o motivo maior do veto não foi aventado na justificativa. Seria a
gritante ofensa ao princípio da isonomia, a oferecer a uma única atividade um
benefício não estendido a todas as demais.
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a empreiteira. Não houve, assim, transferência da obrigação de fazer: esta
permaneceu sob a responsabilidade da empreiteira, isto é, como gestora da
execução, fiscalização e do cumprimento das normas de qualidade e tempo
assumidas no contrato. Foram, na verdade, serviços múltiplos executados por
dois, dez, vinte prestadores, e cada qual com a sua obrigação tributária
específica.
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Abaixo, o voto do Ministro Castro Meira, do STJ, em julgamento que se discutia
a inclusão ou não do ISS na base de cálculo do imposto. No caso, a prestadora
recebia de volta o valor do imposto pago, de acordo com o contrato assinado
com órgão do Município. O Fisco Municipal, porém, tributou o reembolso,
efetuado através de um documento denominado Nota de Débito. Este o motivo
da ação judicial.
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TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
NO RECURSO ESPECIAL. ISSQN. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA
COFINS. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que, "tendo em vista que o ISS
é um encargo tributário que integra o preço dos serviços, compondo assim a
receita da contribuinte, deve ele ser considerado na base de cálculo do PIS e
da Cofins" (AgRg no REsp 1.197.712/RJ, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES,
Primeira Turma, DJe 9/6/11).
2. Agravo regimental não provido (AgRg nos EDcl no REsp 1218448/RS, Rel.
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
18/08/2011, Dje 24/08/2011).
No caso dos autos, o Tribunal de origem não divergiu desse entendimento e,
com base no exame do acervo fático dos autos, concluiu que o valor recebido
pela agravante não passou de aditivo ao preço do serviço, portanto, estando
fora da excepcionalidade pretendida. Confiram-se os excertos do acórdão
recorrido:
In casu, deu-se a ocorrência, em concreto, do fato gerador da obrigação
tributária com a efetiva prestação dos serviços em questão, por parte da autora
à EMURB, na execução do contrato administrativo celebrado pelo Consórcio
mencionado na inicial (CBPO/CONSTRAM) com a referida empresa municipal,
sendo a base de cálculo do tributo em questão, como aduzido também pelo
ilustre procurador da Prefeitura, o preço dos serviços prestados.
As exceções possíveis a essa conhecida regra encontram-se previstas na
própria legislação reguladora do tributo em questão. Ou seja; admite-se a
exclusão, da referida base de cálculo, dos materiais empregados na obra de
construção civil, a teor do disposto no § 2º do art. 9º do Decreto-lei n. 406/68;
ou, ainda, de receitas secundárias, como parcelas que não representam o fruto
do serviço prestado, o que advém da jurisprudência reiterada a respeito da
matéria discutida.
Contudo, não é este o caso em pauta, posto que o que a Municipalidade de
São Paulo procura tributar é o próprio valor bruto do serviço prestado,
inexistindo, por conseqüência, qualquer ilegalidade na sua conduta.
[...]
Na verdade, assiste razão ao douto magistrado de primeiro grau, ao qualificar a
exação em questão como sendo referente à inclusão, na base de cálculo do
tributo, da restituição do ISS a que procedeu a EMURB à apelante, na medida
em que o referido tributo efetivamente integrou o preço do serviço de
engenharia prestado e, por conseqüência, a base de cálculo do Imposto Sobre
Serviços.
Resposta:
O art. 121 do Código Tributário Nacional trata da sujeição passiva. Diz o artigo:
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
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agregar as ditas obrigações acessórias às principais provém do § 3º do art. 113
do próprio CTN, ao estabelecer que a inobservância do cumprimento da
obrigação acessória converte em obrigação principal a respectiva penalidade
pecuniária.
A dizer, então, que contribuinte é aquele que provoca, por ato próprio, o
nascimento do fato gerador. O responsável é aquele que, embora não tenha
provocado por ato próprio o nascimento do fato gerador, a lei lhe imputa o
dever de satisfazer o crédito tributário. Que lei? A lei do sujeito ativo, ou seja, a
lei do ente político tributante, e de jeito nenhum o Código Tributário Nacional
ou, nos casos dos Estados, Distrito Federal e Municípios, a lei complementar
federal, que são leis normativas apenas.
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2 – Responsáveis (com ou sem solidariedade, com ou sem subsidiaridade, nos
termos da lei):
3 – Substitutos tributários:
Solidário seria, então, a pessoa que esteja ao lado de outra no mesmo polo da
relação jurídica, com idênticos direitos ou obrigações. A servir de exemplo, um
imóvel que tenha dois proprietários, em relação ao IPTU; dois prestadores de
um mesmo serviço, em relação ao ISS. Em tais situações, a lei pode
determinar a solidariedade de um em relação ao outro.
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Outro aspecto a comentar é que os dois incisos do art. 124 se completam, a
formar o conjunto dos requisitos: além de ter interesse comum, a solidariedade
deve estar expressa na lei. Não se trata de duas alternativas, a escolher
somente uma delas como forma de estabelecer a solidariedade.
Aspecto peculiar é que o CTN abre um capítulo sobre Sujeito Passivo e outro
sobre Responsabilidade Tributária. No capítulo referente ao Sujeito Passivo,
encontra-se a seção que trata da solidariedade. Por esse motivo, alguns
autores entendem que a solidariedade não se configura como
responsabilidade, sendo, então, incorreto, dar denominação de “responsável
solidário”. Parece-nos que tal interpretação tem finalidades puramente
didáticas, a não prejudicar a lei que se refira nestes termos.
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou
parcial da referida obrigação.
Situações diferentes, pois a pessoa pode estar vinculada ao fato gerador, mas
não ter interesse comum em tal situação. Em outras palavras, a lei pode atribuir
a responsabilidade até mesmo à pessoa que estiver do lado oposto da relação
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jurídica que fez nascer o fato gerador, pois não deixa esta de estar vinculado
ao fato, com interesses até conflitantes ao da outra pessoa, o contribuinte.
Vale observar, de início, que o retentor do tributo devido por terceiro não tem
interesse comum na situação que constitua o fato gerador, mas está, de certa
forma, vinculado ao fato gerador, na maioria das vezes no polo oposto ao do
contribuinte.
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Trata-se de uma responsabilidade específica: agir como receptor do tributo,
como se fosse um “agente de arrecadação”, como diz Sacha Calmon Navarro
Coêlho. Sua obrigação é somente esta, de reter o imposto e efetuar o seu
recolhimento, não assumindo qualquer responsabilidade sobre os aspectos
jurídicos tributários, como enquadramento de alíquota, base de cálculo,
hipótese de incidência etc. Em tais situações, o contribuinte que aplique
corretamente a lei ao determinar no contrato ou na nota fiscal o valor a ser
retido. Todavia, casos excepcionais existem, como é o caso de serviços
prestados por empresas do Simples Nacional, quando a ausência da anotação
da alíquota obriga o receptor a reter o valor decorrente da alíquota máxima do
ISS. De resto, retém o que o contribuinte informou como devido.
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Capítulo VI - O Aspecto Espacial do ISS
Artigo 44.
O lugar das prestações de serviços efetuadas a um sujeito passivo agindo nessa
qualidade é o lugar onde esse sujeito passivo tem a sede da sua atividade econômica.
Todavia, se esses serviços forem prestados a um estabelecimento estável do sujeito
passivo situado num lugar diferente daquele onde este tem a sede da sua atividade
econômica, o lugar das prestações desses serviços é o lugar onde está situado o
estabelecimento estável. Na falta de sede ou de estabelecimento estável, o lugar das
prestações dos serviços é o lugar onde o sujeito passivo destinatário tem domicílio ou
residência habitual.
Artigo 45.
O lugar das prestações de serviços efetuadas a uma pessoa que não seja sujeito
passivo é o lugar onde o prestador tem a sede da sua atividade econômica. Todavia,
se esses serviços forem prestados a partir de um estabelecimento estável do
prestador situado num lugar diferente daquele onde o prestador tem a sede da sua
atividade econômica, o lugar das prestações desses serviços é o lugar onde está
situado o estabelecimento estável. Na falta de sede ou de estabelecimento estável, o
lugar das prestações dos serviços é o lugar onde o prestador tem domicílio ou
residência habitual.
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Verificam-se, assim, duas posições distintas no regramento europeu:
a) Quando o tomador do serviço for sujeito passivo do IVA, o local da
incidência poderá ser no local de sua sede ou de outro seu estabelecimento,
até mesmo para que possa creditar-se pelo valor daquele serviço. Na falta de
sede ou de estabelecimento, o lugar da prestação do serviço será no domicílio
do adquirente do serviço;
b) Não sendo, porém, o adquirente do serviço sujeito passivo do IVA, aí então,
o local da incidência do imposto passa a ser a da sede ou de um
estabelecimento do prestador. E não tendo este sede ou estabelecimento, o
lugar será no seu domicílio.
Tal distinção não foi feita na lei brasileira, porque o ISS não é um imposto de
valor adicionado, optando o legislador, de forma geral, pela segunda regra
disposta no art. 45 da Diretiva acima. Explica-se, assim, a aplicação da figura
do estabelecimento prestador, e deixar claro que a intenção do legislador foi,
na época, de tributar o imposto no destino da prestação e não na origem,
tendo, porém, como regra claramente identificada a este propósito, os serviços
de construção civil, quando, então, o local passaria a ser no local da prestação.
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veículo fosse de Niterói. São, realmente, situações fáticas difíceis para
estabelecer regras que as definam concretamente.
“Para fins de incidência do ISS – Imposto sobre Serviços -, importa o local onde
foi concretizado o fato gerador, como critério de fixação de competência do
Município arrecadador e exigibilidade do crédito tributário, ainda que se releve
o teor do artigo 12, alínea a do Decreto-lei n. 406/68”
(Embargos de Divergência no REsp n. 130.792/CE, Rel. Min. Ari Pargendler,
DJ 12.06.2000).
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Todavia, a Lei Complementar n. 116/03 manteve como regra geral o local do
estabelecimento prestador, embora viesse com um grande número de
exceções (art. 3º). Ademais, tomou o cuidado de conceituar o que vem a ser
estabelecimento prestador.
Em outra decisão:
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da clientela (atividade meio). Portanto, não pode o recorrente ser o beneficiário
do tributo.
4. A jurisprudência do STJ afirma que, "envolvendo a atividade, bens e
serviços, a realidade econômica que interessa ao Direito Tributário impõe aferir
o desígnio final pretendido pelo sujeito passivo tributário, distinguindo-se a
atividade meio, da atividade fim, esta última o substrato da hipótese de
incidência." (REsp 805.317, Rel. p/ acórdão Min. Luiz Fux, DJ 17.8.2006).
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1251753/ES – Rel. Min. Humberto Martins - DJe 04/10/2011)
E mais esta:
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consumação da prestação do serviço. Da mesma forma que não pode ser um
estabelecimento “de fachada”, nada pode impedir que a estrutura funcional do
prestador divida o seu trabalho por etapas de produção e cada uma delas se
aperfeiçoe em estabelecimentos distintos. E não dizer com isso que cada etapa
fará surgir um fato imponível do ISS. Evidente que não, pois o serviço
integralizado é um só, a consumar na entrega do seu resultado ao adquirente.
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um depende do outro. O ISS será tributado no destino, isto é, no local onde o
serviço for entregue ao adquirente.
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Capítulo IV – Procedimentos Fiscais
A decisão do TIT, por maioria, foi favorável à dispensa da multa de mora, tendo
por base o art. 138 do Código Tributário Nacional, relativo à denúncia
espontânea, e, também, em função do entendimento do Superior Tribunal de
Justiça a respeito da matéria, em julgamento realizado em 2010, pelo qual “a
denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de
caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias”.
Bem, tal entendimento pode significar que um contribuinte pode quitar com
atraso o tributo devido, sem incluir a multa de mora prevista na lei local, não
importa o tempo decorrido de atraso, desde que o pagamento não seja
efetuado depois de “qualquer procedimento administrativo ou medida de
fiscalização, relacionados com a infração” (parágrafo único do art. 138 do
CTN).
C) da infração resulta o não pagamento do tributo, mas o valor devido tem que
ser apurado previamente pelo sujeito ativo. Nesta hipótese, o sujeito passivo
confessa a infração e aguarda o término da apuração do valor para quitá-lo,
além dos juros moratórios e atualização monetária.
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Para exemplificar, vamos supor um contribuinte do ISS que deixou de fazer a
declaração de serviços prestados, obrigação acessória exigida na lei municipal,
embora estivesse em dia com o pagamento do imposto. Verificada
internamente a infração, promove espontaneamente a regularização com o
envio da declaração, com atraso, mas de acordo com as exigências legais.
Neste caso, livra-se da multa punitiva pelo descumprimento da obrigação
acessória. Este é um exemplo da alínea A.
Merece registro que a denúncia espontânea pode, também, ser aproveitada por
responsáveis pela retenção do imposto na fonte pagadora.
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Temos no mercado, atualmente, sistemas informatizados de controle financeiro
tributário que expedem automaticamente notificações aos contribuintes
inadimplentes ou que não efetuaram o pagamento até a data do vencimento.
Esta notificação, que pode ser expedida por carta registrada, serviria para
desconsiderar o benefício da denúncia espontânea.
Resposta:
Os agentes fiscais tributários dos Municípios atuam diretamente na fiscalização
do ISS, sobretudo em relação aos contribuintes que recolhem o imposto de
acordo com os seus próprios cálculos e que, posteriormente, são passíveis de
auditoria fiscal que irá confirmar ou não a exatidão dos valores pagos.
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pois, além de não constituírem elementos básicos do lançamento, não caberia
ao sujeito passivo estruturar e dar forma ao ato administrativo.
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pode ser denominado de “constituição do crédito tributário”) serve à aplicação
da norma tributária, e outro lançamento a impor as penalidades cabíveis (que
pode ser chamado de “auto de infração”). Ao constituir o crédito, o lançamento
deve incluir os juros moratórios, a multa de mora e a atualização monetária. Já
a multa pecuniária será lançada em outro ato administrativo.
Outro problema na redação do art. 142 é o uso do verbo “propor” (“... identificar
o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”).
Propor a quem? Ao Chefe? Ao superior hierárquico? Ora, Fiscal não propõe
nada, Fiscal faz! Não deixa de ser ridículo a ideia de o Fiscal poder lançar o
tributo e, depois, propor a penalidade. Por força do uso desse verbo no artigo,
discute-se até mesmo na doutrina que o Agente Fiscal não tem competência
para multar. E nem dizer que o motivo do verbo foi o de demonstrar que o
contribuinte pode contestar a penalidade. Ora, o contribuinte tem todo o direito
de não só impugnar a penalidade como, também, a constituição do crédito
tributário.
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(geralmente fazendária), mas se comportam como entes totalmente isolados,
com sistemas próprios de gestão. Como se as atividades econômicas não
estivessem localizadas em imóveis, a pairar no espaço sideral. Deve-se
ressaltar, porém, o excelente trabalho executado em alguns (poucos,
infelizmente) Municípios para integração dos dois cadastros. A Prefeitura de
Belo Horizonte é uma dessas exceções, ao adotar o chamado Cadastro
Sincronizado, assunto a ser tratado mais adiante.
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meio ambiente. Alvará não é um tributo, apesar da confusão que se faz entre
alvará e as taxas de fiscalização pelo exercício de poder de polícia.
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Sociedades Profissionais, Outras Pessoas Jurídicas, Instituições de Direito
Público, Instituições Estatais, OSCIP e ONG, Profissionais Autônomos e MEI.
Cada subcódigo do CNAE identificaria a natureza jurídica da pessoa.
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209 - O sujeito passivo tem autorização para emitir nota fiscal
mista, mas a utiliza também para operações exclusivamente de
ICMS e, por isso, não as inclui na Declaração de Serviços
Prestados. Está correto este procedimento?
Resposta:
A chamada “nota fiscal mista” foi criada para facilitar os mecanismos
operacionais do contribuinte. Em vez de ter o trabalho de emitir duas notas
fiscais em separado para uma mesma operação, o que poderia confundir o seu
cliente, emite uma só, mas destacando a parcela de venda da parcela de
serviço. Para tanto, há sempre a necessidade de aprovação, inclusive do
modelo a ser usado, pelos sujeitos ativos envolvidos. No caso, o Estado e o
Município.
Ora, em tais circunstâncias a empresa não deveria usar a nota fiscal mista;
deveria usar, nesses casos, nota fiscal “pura”, ou do Estado, ou do Município.
Acredito que este caso não seja motivo de punir a empresa com penalidades,
pois me parece que o erro foi mais em decorrência da falta de melhores
informações do Fisco, do Estado ou do Município. A empresa deve ser
notificada de que a nota fiscal mista somente deve ser emitida quando ocorrer
atividades mistas. E dar um prazo para que ela possa se adequar aos
procedimentos fiscais. Em relação ao passado, mereceria uma ação fiscal para
apurar a verdadeira incidência do ISS.
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Município provavelmente não insere nas atividades do Fiscal Tributário as
funções correspondentes à Posturas e Vigilância Sanitária, pois fiscalizar
estabelecimentos é atividade da fiscalização de Posturas e da Vigilância
Sanitária, esta última direcionada aos assuntos de higiene e conservação de
alimentos. Neste caso, ao Fiscal Tributário fiscalizar estabelecimento nas
questões de cumprimento das posturas municipais, pois o assunto não lhe diz
respeito.
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Sendo assim, para dar baixa da inscrição na Prefeitura, por motivo de extinção
da sociedade, seria exigida a apresentação do cancelamento formal na Junta
Comercial, a não ser se a baixa não foi solicitada por motivo de extinção, e,
sim, por outros motivos, como, por exemplo, mudança de endereço para outro
Município. No caso presente, imprescindível a baixa inicial na Junta Comercial,
para que a Prefeitura possa cancelar a sua inscrição, em vista da extinção da
empresa.
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Tais assuntos (procedimentos de inscrição, alteração e baixa de empresas)
deveriam ser regulamentados, através de decreto do Prefeito, com o intuito de
uniformizar os procedimentos e dar ciência aos interessados.
Bom lembrar que a taxa é um tributo vinculado e serve para custear o serviço
que redundou na sua cobrança. Tem que ter, então, um valor razoável e
proporcional ao custo do serviço.
Por isso, alguns Municípios usam o metro quadrado como parâmetro de valor.
Mesmo assim, discordo com essa fórmula de cálculo, pois nem sempre o
tamanho da área vai exigir mais ou menos tempo e cuidados na vistoria ou na
fiscalização. Outros fatores deveriam influenciar no cálculo, como a atividade e
respectivo grau de risco, a localização, as características do estabelecimento,
se é um escritório, uma loja, uma escola, um hospital etc. Enfim, a forma de
cálculo deveria conter mais pormenores.
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Resposta:
Alguns Municípios cometem equívocos ao confundir Alvará de Funcionamento
com a Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos. O Alvará de Funcionamento
ou de Localização é uma licença concedida pelo Município para que o
estabelecimento possa funcionar. A sua liberação depende do cumprimento da
legislação municipal no tocante ao local, condições de segurança, higiene e da
atividade que for exercida. O Alvará não se renova, é liberado por tempo
indeterminado, exceto em casos especiais de atividades com prazo
determinado de funcionamento, tipo circo, parque de diversões e outras.
O Alvará gera direitos ao seu detentor e não pode ser cancelado, a não ser
quando transgride normas de segurança, de higiene ou altera sua atividade
sem a autorização prévia da Prefeitura. Mesmo assim, o cancelamento do
Alvará tem que ser fundamentado em processo administrativo e dando todos
os direitos de defesa ao seu portador. Em condições normais, o Alvará só é
alterado quando os seus dados sofrem alterações, como a razão social, a
atividade etc.
Veja, então, que essa taxa nada tem a ver com o Alvará de Funcionamento.
Restringir o direito de funcionar pelo não pagamento da taxa é um ato arbitrário
e inconstitucional. Pagamento de tributos se resolve na Justiça e não podemos
usar de outros meios.
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TRIBUTÁRIO. TAXA DE RENOVAÇÃO DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E
FUNCIONAMENTO E TAXA DE EXPEDIENTE. ILEGITIMIDADE DA
PRIMEIRA. SÚMULA 157-STJ.
“1. A firme jurisprudência desta Corte restou cristalizada na Súmula 157-STJ,
segundo a qual ‘é ilegítima a cobrança de taxa pelo Município, na renovação de
licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial’.
2. Recurso provido. Decisão unânime”.
(REsp 125.319/MG – Rel. Min. Demócrito Reinaldo – 10/03/1998).
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da competência municipal de ordenação urbana. Recurso a que se nega
provimento.
Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelação nº 2009.001.49345,
originários do Juízo de Direito da 15ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da
Capital, em que figuram, como apelante, RIO DE JANEIRO CARTÓRIO 4º
OFÍCIO DE NOTAS e, como apelado, o MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, os
Desembargadores que compõem a Segunda Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro ACORDAM, por unanimidade, negar
provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2009.
Des. Jessé Torres
Relator
SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO Nº 2009.001.49345
VOTO
Relatório a fls. 110.
A preliminar de ilegitimidade ativa do Cartório Notarial foi suscitada pelo
Município em sede de contrarrazões. Já aqui residiria o primeiro óbice a seu
eventual acolhimento. É que somente a impugnação recursal devolve ao
tribunal o conhecimento da matéria impugnada – tantum devolutum quantum
apellatum (CPC, art. 515). Se o ente público não ofereceu recurso próprio, suas
contrarrazões de apelado devem ser examinadas na medida em que se opõem
ao apelo da parte adversa. Nessa angulação não se encaixaria a questão
preliminar da legitimidade do apelante.
Todavia, tratando-se de matéria de ordem pública, cabível é a sua apreciação
até mesmo sem provocação da parte (CPC, art. 267, § 3º).
Examinando-se a argüição, verifica-se a sua final inconsistência, a despeito da
inicial aparência de plausibilidade. Seria plausível a aventada ilegitimidade
porque a delegação para a prestação do serviço notarial se faz ao titular
aprovado em concurso público e por isto nomeado. Responde ele pelos acertos
e desacertos da atividade a seu cargo, ao que se extrai do art. 236, § 1º, da
CR/88. Tanto que, em tema de responsabilidade civil, a legitimidade para
responder à demanda é do titular da serventia, e, não, desta, desprovida de
personalidade jurídica própria, consoante certificam os artigos 3º e 22 a 24 da
Lei nº 8.935/94.
O presente mandado de segurança versa sobre o exercício de polícia
administrativa tributária. O Código Tributário do Município do Rio de Janeiro, ao
cuidar da taxa de licença para estabelecimento, aponta como seu “fato gerador
o exercício regular pelo poder público municipal de autorização, vigilância e
fiscalização, visando a disciplinar a localização e o funcionamento no Município
de Rio de Janeiro” (art. 112). Segue-se que o objeto da fiscalização tributária
não é, a toda evidência, a localização da pessoa do titular da serventia, mas,
sim, das instalações desta no território municipal, o que se compadece com a
competência constitucional dos Municípios para “promover adequado
ordenamento territorial... do solo urbano” (CR/88, art. 30, VIII).
Assim, para os efeitos pretendidos tanto pelo impetrante quanto pelo ente
público municipal, o que importa é examinar-se a localização das instalações
do cartório do 4º Ofício de Notas no Município do Rio de Janeiro, para o que é
idônea a legitimação assumida pela serventia impetrante, desde que
representada pelo tabelião, seu titular, tal como lançado na peça vestibular.
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Rejeita-se, destarte, a suscitada ilegitimidade ativa.
No mérito, controverte-se, na doutrina e na jurisprudência, acerca da
categorização da natureza da atividade de registradores e notários, diante da
redação ambígua do artigo 236, caput, da Constituição da República (“Art. 236.
Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
delegação do Poder Público”). A superação desse prévio obstáculo faz-se
determinante para que se possa cogitar da validade, ou não, da fiscalização
exercida pelo Município.
O Juízo a quo e o Ministério Público consideraram que a atividade
desempenhada pelo apelante tem natureza privada, idêntica à dos demais
delegatários de serviços públicos, ressaltando-se o regime celetista que
preside as relações de trabalho nas serventias extrajudiciais e a
responsabilidade pessoal, civil e criminal, de seu titular. Em direção
diametralmente oposta, a Corregedoria Geral de Justiça deste Tribunal
manifestou-se, em consulta administrativa, pela ilegalidade da exigência de
licença municipal para a localização de cartório extrajudicial.
O Pleno do Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI nº 2.602/MG,
estabeleceu várias premissas sobre a interpretação a ser dada ao art. 236 da
CR/88 (Relator p/ Acórdão, Min. Eros Grau; julgamento em 24/11/2005). O Min.
Carlos Ayres de Britto, que acompanhou a maioria, ponderou, em síntese, que
os serviços notariais e de registro são atividades próprias do Poder Público,
configurando atividade jurídica em sentido estrito, de forma assemelhada à
tutela jurisdicional, destinada aos fins previstos no art. 1º da Lei nº. 8.935/94
(“Art. 1º Serviços notariais e de registro são os de organização técnica e
administrativa destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e
eficácia dos atos jurídicos”). E que o indigitado art. 236 não descaracteriza a
atividade eminentemente pública desempenhada, mas apenas prescreve que o
serviço deverá ser prestado necessariamente por delegação, sem possibilidade
de prestação direta pelo Estado. Mais: dita delegação diferiria das modalidades
contratuais de concessão e permissão, tanto que submetido o titular a concurso
público de provas e títulos, e não ao procedimento licitatório, típico das figuras
contratuais (“Art. 236... § 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro
depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que
qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de
remoção, por mais de seis meses”). Daí concluir que a caracterização de
atividade típica de estado não seria condicionada pela existência de cargo
público, ou seja, de vínculo estatutário.
Mais recentemente, o plenário da Corte Constitucional voltou ao tema no
julgamento da ADI nº 3.089/DF, desta vez acerca da incidência do ISSQN
sobre os serviços notariais e registrais prestados por essas serventias
extrajudiciais.
Averiguou se a imunidade recíproca entre os entes federativos macularia de
inconstitucionalidade os itens 21 e 21.01 da lista de serviços da Lei
Complementar nº 116/2003 (Relator p/ Acórdão, Min. JOAQUIM BARBOSA,
julgamento em 13/02/2008).
O voto condutor do Ministro Joaquim Barbosa, acompanhado pela maioria,
reafirmou o entendimento do STF de que a atividade notarial e registral é um
típico serviço público prestado por delegação. Restou vencido o Relator,
Ministro Carlos Britto, que uma vez mais esposava a tese de que os serviços
253
seriam espécies atípicas de serviço público lato sensu, de que decorreria
prestação indireta de atividade estatal.
Note-se que, para a Corte Guardiã da Constituição, há afinidade entre os
serviços notariais e registrais e outros serviços públicos passíveis de
concessão ou permissão mediante contrato (CR/88, art. 175), pelo que não
haveria diferença significativa entre os arquétipos da atividade registral e
notarial e os demais serviços reputados essenciais, tais como transporte
público, fornecimento de água e energia elétrica.
Adite-se que o fato de ser o contrato de concessão resultante de licitação e o
provimento do cargo de tabelião fazer-se mediante concurso público nenhuma
outra significação exprime que a de ambos carecerem de um procedimento
seletivo público, pela singela razão de constituírem tais procedimentos
manifestações operativas do princípio da indisponibilidade dos serviços
públicos.
Resultou declarada pelo STF a constitucionalidade dos dispositivos
impugnados na ADI nº 3.089/DF porque a exigência da exação não ofende a
imunidade recíproca entre entes públicos. O julgado acolheu como razões de
decidir, entre outras, as considerações de que o intuito lucrativo do prestador -
a quem é reservado o valor arrecadado por emolumentos - impediria que o
tributo pudesse configurar eventual fonte de desarmonia entre entes federados
de diferente estatura. Conforme lançado no voto condutor, “reconhecer a
aplicabilidade da imunidade recíproca à tributação de serviço público explorado
com intuito lucrativo por particulares redundaria, em última análise, a privilegiar
a exploração econômica particular, e não o pacto federativo”.
Uma vez firmado que a titularidade da serventia extrajudicial submete-se ao
regime geral da delegação de serviço público, sendo inclusive exigível o
imposto de competência municipal, ISSQN, seria possível lançar mão de
argumento simples e mais das vezes preciso em direito: quem pode o mais
(exigir tributo por serviço prestado em delegação de outro ente federado), pode
o menos (exigir taxa de alvará de licença, que tributo também é). Contudo, há
ainda outros relevantes argumentos que indicam a legalidade da exigência da
licença de que se ocupam estes autos.
O pacto federativo exige que a fiscalização da prestação do serviço se dê pelo
ente responsável pela delegação. No âmbito do Estado do Rio de Janeiro, a Lei
de Organização Judiciária disciplina o exercício da fiscalização do Poder
Judiciário sobre a atividade empreendida pelos titulares de serventias
extrajudiciais. Por outro lado, e sem configurar sobreposição de competências,
cabe ao Município disciplinar o uso do espaço urbano, nos termos do supra
referido art. 30, VIII, da CR/88 (“... promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano”).
No Município do Rio de Janeiro, o Decreto nº 29.881/08 regula o licenciamento
dos estabelecimentos abrangidos pelo disposto em seu art. 2º, caput (“A
localização e o funcionamento de estabelecimentos comerciais, prestadores de
serviços, industriais, agrícolas, pecuários e extrativistas, bem como de
sociedades, instituições e associações de qualquer natureza, pertencentes a
quaisquer pessoas físicas e jurídicas, no município do Rio de Janeiro, estão
sujeitos a licenciamento prévio na Secretaria Municipal de Fazenda, observado
o disposto neste Regulamento”), ressalvadas as exceções previstas no § 3º do
aludido artigo (“Excluem-se da obrigação imposta neste artigo os
254
estabelecimentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como suas autarquias e fundações, as sedes dos partidos políticos, as
missões diplomáticas, os organismos internacionais reconhecidos pelo governo
brasileiro e os templos religiosos”).
Veja-se que a atividade fiscalizadora do Município pressupõe a existência de
atividade privada, com a qual se identifica a atividade notarial e registral, por
força da opção posta no art. 236, caput, da CR/88. Não desnatura esse caráter
privado o fato de o serviço registral ou notarial ser considerado público. O
serviço é público, porém sua prestação há de ser privada. Nem teria cabimento
cogitar-se de que serventia extrajudicial integre a estrutura do Poder Judiciário.
O nomen júris acentua que a serventia é externa ao Judiciário, daí ser
extrajudicial. Nem tal distinção deveria surpreender porque, em questão
simétrica, o STF igualmente decidiu que os Municípios podem negar licença de
localização e funcionamento a agências bancárias que pretendessem vir a ser
instaladas em áreas que a lei do zoneamento urbano, que é da competência
municipal, reservasse a finalidades incompatíveis com aquelas agências. Por
evidente que os Municípios não estariam, assim, usurpando competência da
União para disciplinar e fiscalizar a atividade bancária, mas, sim, exercendo a
sua própria competência constitucional sobre o uso do solo urbano.
Do mesmo modo, a fiscalização tributária municipal não se estará a imiscuir na
fiscalização que cabe ao Judiciário acerca da regularidade dos serviços
registrais e notariais. O licenciamento, como ato típico de polícia administrativa,
destina-se unicamente a fiscalizar a organização do espaço urbano, como
realça a autoridade impetrada em suas informações, citando parecer da PGM:
“o município não fiscaliza a qualidade ou lisura dos serviços prestados pelos
cartórios extrajudiciais, mas sim o zoneamento adequado do mesmo, as
características urbanísticas em que a atividade cartorária pretende instalar-se,
a publicidade exposta na fachada do imóvel, se tal atividade traz impacto viário,
se há produção excedente de lixo, se o imóvel onde a serventia pretende
instalar-se tem interesse histórico ou arquitetônico...” (fls. 28 e 29, sic). A
assertiva encontra confirmação diante dos requisitos exigidos para a expedição
do alvará de licença, elencados nos incisos do art. 16 do Decreto 29.811/2008,
os quais se voltam para questões como ordenação do trânsito, licenciamento
do imóvel junto ao Corpo de Bombeiros etc., o que também é do interesse
público local.
Por fim, pondere-se que, de ordinário, a delegação de atribuições
administrativas refere-se a parcelas da competência da autoridade delegante.
Esta permanece titular da competência, tanto que, se o delegado não se
desincumbe a contento da delegação, o delegante pode, a qualquer tempo,
revogá-la e retomar o exercício pleno da competência. O mesmo não pode
ocorrer com a delegação de competência estabelecida, não por ato
administrativo, mas pela própria Constituição da República, que decidiu que os
serviços públicos notariais e registrais devem ser prestados por particular.
Logo, aqui, o que se delegou não foi parcela de competência administrativa
retomável a qualquer tempo pelo delegante. O objeto da delegação
constitucional é o modo de prestação do serviço, que há de ser privado,
insuscetível, portanto, de que o Estado viesse a reaver para si o que a
Constituição decidiu entregar à execução do particular.
Conclui-se: não viola direito líquido e certo do titular de serviços notariais e
registrais exigir-se da respectiva serventia extrajudicial a prévia solicitação de
255
alvará de licenciamento, cuja expedição se efetiva de acordo com a partilha de
competências traçada pela Constituição da República, sem interferência na
fiscalização da prestação do serviço, esta de incumbência do Poder Judiciário.
Eis os motivos de votar por que se negue provimento ao recurso, mantida a
sentença como lançada.
Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2009.
Des. Jessé Torres
Relator
Data: 07/10/2009 - Local Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro -
Processo: 2009.001.49345.
256
218 - O funcionamento de órgãos públicos também exige
licença municipal? Podemos inscrever de ofício?
Resposta:
Qualquer que seja o tipo do estabelecimento, este só deve funcionar tendo o
alvará de funcionamento. Esta é a regra geral. Tanto faz ser o Fórum ou até
mesmo o próprio quartel do Corpo de Bombeiros. Não recomendo de forma
alguma a inscrição de ofício, neste caso, sem a regularização do alvará.
Entendo, porém, a dificuldade que a Prefeitura tem para convencer os órgãos
estaduais e federais em inscrever-se. Essa dificuldade existe até com
estabelecimentos do próprio Município (escolas municipais, postos de saúde
etc.).
257
O cumprimento de tais obrigações nada tem a ver com o pagamento de
tributos. As leis municipais estabelecem, normalmente, penalidades em razão
de suas desobediências, tendo ou não tributos a pagar.
258
Mas, o exercício dessa atividade tem um custo que não deve ser repartido
entre todos da coletividade, e, sim, somente por aqueles que diretamente
provocam o motivo de mantê-lo. E, neste caso específico, são os responsáveis
pelos estabelecimentos. Vem daí a cobrança da taxa, cujo valor é direcionado
para custear o quadro fiscal correspondente.
Em suma:
a) As penalidades devem ser mantidas em todos os casos;
b) As taxas devem ser cobradas, não se aceitando alegações de que o
estabelecimento estivera fechado. Nem tampouco a apresentação de baixa no
CNPJ ou da licença estadual. Todavia, em situações excepcionais, a
autoridade poderia aceitar as ponderações e as provas apresentadas e
promover a baixa. Há pouco tempo, alguns Municípios serranos fluminenses
resolveram dar baixa de ofício aos estabelecimentos atingidos na calamidade
que assolou aquela região, cancelando a cobrança das taxas de poder de
polícia. Houve um motivo forte e indiscutível a justificar tal providência;
c) comprovado que não houve atividade de prestação de serviço, o caminho
correto é a suspensão dos lançamentos do ISS.
259
220 - O Município pode permitir o funcionamento de atividades
econômicas em locais apenas identificados como “ponto de
referência”?
Resposta:
Como se sabe, compete aos Municípios regular o ordenamento urbano e a sua
ocupação. Deste modo, deve, ou deveria, ter lei municipal definindo as áreas,
ruas ou logradouros públicos de uso exclusivo residencial, de uso misto e de
uso exclusivamente industrial ou comercial. Em geral, essas leis são chamadas
“lei de zoneamento urbano”, e, às vezes, o próprio plano diretor define a
matéria.
E dentro deste contexto, devemos examinar a sua consulta. Mesmo que seja
apenas “ponto de referência”, a lei municipal deverá ser obedecida, pois se a
lei não permitir expressamente, proibido será o uso de área residencial para
outros fins. E não esquecer que “ponto de referência” não deixa de ser também
um estabelecimento.
Art. 13. Para efeito desta Lei, as atividades de comércio, serviço e indústria,
definidas no artigo 11, e classificadas hierarquicamente no artigo 12, ficam
caracterizadas por sua natureza em:
260
III - PERIGOSOS: Os que possam dar origem a explosões, incêndios e/ou
colocar em risco pessoas ou propriedades circunvizinhas.
261
222 - Um profissional autônomo, devidamente inscrito, requer
cancelamento do débito do ISS, com a alegação de que não
prestou serviços durante o período. Podemos cancelar?
Resposta:
Quando não ocorre o fato gerador, o tributo não se materializa, sendo, assim,
possível o cancelamento de um lançamento apoiado, às vezes, em suposições
hipotéticas aceitas pelo Fisco, mas dependente de apurações fiscais.
Por este motivo, seria possível, neste caso, o cancelamento dos lançamentos
tributários, mas somente através de provas materiais que evidenciem
claramente que nenhum serviço foi prestado durante o período. Há que
apresentar argumentos sólidos, apoiados em documentação hábil e irrefutável
que venha a confirmar a inexistência de qualquer prestação de serviços ao
tempo de que se trata.
262
223 - Um contribuinte impugnou o lançamento tributário sob a
alegação de que a lei municipal não foi regulamentada. A
regulamentação é sempre obrigatória?
Resposta:
Por desconhecer os termos da lei municipal, não posso alargar minhas
considerações. Assim, comento apenas a necessidade ou não de decreto
regulamentador, a depender dos termos da lei municipal.
Mas, o decreto é necessário quando a lei não for autoaplicável. Diz o mestre:
263
de três artigos apenas: o art. 136 leva à conclusão que, em princípio, são
responsáveis por infrações da legislação tributária o agente ou o responsável.
E, por fim, chega-se ao art. 138. Diz este artigo que a responsabilidade é
excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso,
do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. Quando o artigo fala em
“responsabilidade”, indispensável entender que está tratando das
responsabilidades explicadas nos dois artigos anteriores.
Pois bem. Dito isso, vamos entrar efetivamente no mérito da consulta. O art.
138 trata, inequivocamente, de infrações tributárias, isto é, infrações
pertinentes ao não pagamento de tributos. Quando o texto fala “se for o caso”,
está apenas explicando que, às vezes, o responsável nem sabe qual é o valor
do seu débito no momento da denúncia, havendo, então, a necessidade de
apuração do tributo devido pelo Fisco. Em tal circunstância, não pode o sujeito
passivo quitar de imediato o seu débito, tendo que aguardar o levantamento
fiscal.
264
pague ou não pague a taxa, o alvará é obrigatório. A baixa é outro requisito
administrativo e não tributário.
Resposta:
A Ordem de Fiscalização, ou Ordem de Serviço, é o documento pelo qual se
inicia uma fiscalização e o processo administrativo correspondente. A OF pode
ser específica para determinado contribuinte ou genérica para um grupo
específico de contribuintes. Na fiscalização tributária (por exemplo, o ISS), o
mais comum é uma OF específica, direcionada para determinado contribuinte.
265
Lamento essa situação no seu Município. Qual foi o motivo de tal decisão do
Prefeito?
A respeito de ações a serem tomadas, acho que o primeiro passo seria uma
visita ao Ministério Público, marcar uma audiência, e uma comissão de Fiscais
(caso não exista uma Associação) apresentar um relatório sobre os fatos
ocorridos. Tentar colher provas ao máximo para fortalecer sua posição.
Vale recordar o Código Civil: “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor
e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se
compensarem” (art. 368). Observe a relação mútua das obrigações, há uma
reciprocidade direta entre as partes.
Neste teor, incabível compensar o ISS devido pelo sócio (pessoa física) com
uma dívida da Prefeitura com a empresa (pessoa jurídica) da qual é sócio. Tem
uma decisão da 3ª Câmara Cível de Minas Gerais que diz: “Eis por que não se
pode compensar o débito de uma sociedade dotada de personalidade jurídica
com o crédito de um dos sócios; não são as mesmas pessoas; não se pode
compensar a dívida do tutor com o crédito do tutelado; nem a do representante
com o crédito do representado” (Revista dos Tribunais, 739/411, de
20.11.1996).
266
a que o credor dele lhe dever” (art. 376). Essa defeituosa redação foi
“traduzida” pelo civilista Arnaldo Rizzardo da seguinte forma: “Obrigando-se por
terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com aquela que o
credor do terceiro deve a essa pessoa”.
267
E por consequência lógica e fatal, o regulamento não pode, em qualquer
hipótese, afrontar ou rebelar-se à lei. Neste caso, flagrante a
inconstitucionalidade do regulamento. Neste sentido, o art. 49, V, da
Constituição Federal, ao atribuir ao Congresso Nacional (e, por extensão, à
Assembléia Legislativa, à Câmara Municipal e à Câmara Distrital) competência
para “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
268
Em geral, as leis tributárias municipais obrigam aos contribuintes empresariais
o uso de notas fiscais de serviços, porém, não identificam os seus modelos e
espécies. Com toda evidência, as leis, neste caso, agem corretamente, pois
explicitar modelos de formulários e identificar suas espécies são assuntos de
âmbito administrativo. Isto é, assunto de regulamento do Poder Executivo.
Resposta:
O art. 205 do CTN regula o assunto de certidão negativa. Alguns aspectos
devem ser observados: a) a lei, e somente por lei, é possível estabelecer a
exigência de prova de quitação de tributos, ou de determinado tributo, mediante
apresentação de certidão. No nosso caso, então, lei do Município deve criar tal
exigência e dispor as situações em que são exigidas; b) mas a certidão pode
também ser emitida por interesse da pessoa, que a possibilite a realizar certos
negócios ou orientar-se acerca de sua situação fiscal. Este, aliás, é um direito
constitucional do cidadão.
269
Deste modo, podemos dizer que há duas situações de créditos devidamente
lançados, mas ainda não quitados: aquela que chamaríamos de “créditos
correntes” e aquela já inscrita em dívida ativa. Isso, porque em muitos casos o
crédito vencido ainda não foi inscrito em dívida ativa. Por mais rigorosa que
seja a Administração Fazendária, há sempre um lapso de tempo entre o
vencimento e a inscrição em dívida ativa. Um exemplo: um contribuinte
autuado tem direito a ingressar com impugnação num prazo de, geralmente,
trinta dias. Durante o transcorrer desse prazo, a Administração não pode
inscrevê-lo em dívida ativa. Aguarda-se o pagamento ou a impugnação. Este
seria um exemplo do que chamamos de “crédito corrente vencido”.
Evidente, porém, que serão créditos correntes vencidos somente os que estão
efetivamente vencidos e devidamente lançados e notificados. O IPTU é um
bom exemplo de crédito corrente, mas ainda não vencido se ainda estamos no
exercício do seu lançamento. Embora o fato gerador do IPTU ocorra no dia 1º
de janeiro, a maioria dos Municípios permite o seu parcelamento ao decorrer
do ano. E todos sabem que a prescrição de tributos lançados de ofício inicia a
contagem a partir do primeiro dia do exercício seguinte. Não seria, assim,
razoável considerar já vencido o IPTU ainda no mesmo exercício do seu fato
gerador.
Resposta:
270
Da forma explicada, trata-se somente de uma função estabelecida formalmente
por decreto a certos servidores. Como se sabe, há uma grande diferença entre
cargo público e função pública. Cargo público é criado por lei, em número e
denominação próprios, que congrega o conjunto de atribuições e
responsabilidades previstas na estrutura organizacional cometidas a um ou
grupo de servidores. Cargo público é sempre de carreira e preenchida
mediante concurso público.
Função pública, por sua vez, é a atribuição que a administração pública confere
a um servidor, ou a um grupo de servidores, conforme previsão legal, para a
execução de determinados serviços.
Bom esclarecer que esse caso não é uma exceção no serviço público. Várias
vezes, o agente político “põe a mão na massa”, ou pela ausência de quem
faça, ou por desconfiar de quem faz. Embora seja compreensível, é preciso
alertar o agente político do flagrante desvio de função e os perigos que isso
pode provocar. Ele é um gestor, ele gerencia os serviços, fiscaliza e controla os
seus resultados. Para tanto, precisa ordenar, adequar, treinar e capacitar os
seus subordinados e não ocupar as suas ações com o seu próprio trabalho.
271
exigir uma composição mais fortemente estruturada, não só da equipe que
analisa recursos administrativos, mas de toda a estrutura fiscal tributária, pois a
primeira funciona a depender da segunda.
Caso a lei municipal estabeleça tal regra, quando a decisão for desfavorável ao
Município, a autoridade encaminhará o processo ao Secretário para confirmar,
ou não, a decisão. É o que se chama “Recurso de Ofício”.
272
contribuintes o cumprimento de seus prazos, devemos, também, dar o
exemplo.
Nos termos da lei tributária, temos duas condições conjuntas de ser instituída a
solidariedade:
Assim, a lei não pode designar qualquer pessoa como solidária à obrigação
tributária. Somente pode designar aquela pessoa que tenha interesse ou
relação direta na situação que constitua o fato gerador da obrigação
correspondente.
273
233 - Diz a lei do meu Município que “o proprietário e/ou o
locatário do imóvel são obrigados a informar a cessão do
espaço para promoção de eventos”. Neste caso, a quem
devemos autuar pelo descumprimento da obrigação?
Resposta:
Sabe-se que as chamadas obrigações acessórias decorrem de deveres de
fazer e não fazer, estabelecidos na legislação. Por mais das vezes, duas ou
mais pessoas incorrem na mesma infração, quando a lei amplia o leque do
alcance da obrigação.
Todavia, a lei municipal aplica a perigosa indefinição do “e/ou”, que deveria ser
evitada. Se fosse apenas “e”, fácil o entendimento que os dois estariam
obrigados ao dever de informar. Se fosse apenas “ou”, fácil o entendimento que
um dos dois estaria obrigado ao dever de informar. Neste sentido, a lei dá a
entender que a obrigação é opcional, ou seja, se houver locatário será este o
obrigado a atender os requisitos. Não sendo imóvel locado, transfere-se a
obrigação ao proprietário.
Dito isso, e em minha opinião, somente o locatário deveria ser autuado pelo
descumprimento da obrigação acessória, quando houver locação. Caso o Fisco
não tenha os dados do locatário, ou nem tenha conhecimento da locação,
notificar o proprietário ao cumprimento da obrigação.
274
Ao mesmo tempo, o pagamento de um aproveita os demais. Se um pagar,
cancela-se a cobrança dos outros.
O que estamos a dizer é que as partes devem ser logo notificadas, e não
aguardar a cobrança do contribuinte, cujo insucesso é que dará margem ao
início da cobrança dos solidários.
275
Resposta:
Faço de início um pequeno reparo: em termos técnicos, solidariedade difere de
responsabilidade. Usa-se a solidariedade nas agarras do Direito Civil, ao
contrário da responsabilidade puramente tributária. Não há, pois, que dizer
“responsável solidário”, mas, sim, “obrigação solidária”, ou “solidariamente
obrigada”. Leia-se, então, o art. 264 do CC: “Há solidariedade, quando na
mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada
um com direito, ou obrigado, à dívida toda”. Ou no art. 124 do Código Tributário
Nacional, na trilha do Direito Privado: “São solidariamente obrigadas: (...)”.
Diz o inciso II do art. 124 do CTN que podem ser consideradas solidariamente
obrigadas as pessoas expressamente designadas por lei. Tudo bem, mas sem
abarcar excessos ou ultrapassar os limites alinhados no Código Civil. Ou seja,
os dois incisos do art. 124 devem ser entendidos em concomitância, e não de
forma independentes. São, assim, solidariamente obrigadas as pessoas que
tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação
principal, e que estejam expressamente designadas por lei.
Ora, o FES adianta numerário aos hospitais, ou seja, não tomou serviços,
porque estes ainda não foram prestados. Serão prestados depois, quando os
hospitais do interior contratarem os terceiros prestadores. Aí sim, cairia firme a
bigorna tributária, mas, não necessariamente no seu Município, e sim onde
estiver localizado o hospital. Posteriormente, ao receber a prestação de contas,
provavelmente estará registrado o pagamento efetuado e, quem sabe, a
retenção dos encargos tributários pelos hospitais, inclusive do ISS, retido e
recolhido lá, no Município onde o serviço foi prestado, que pode até ser o seu,
a depender da localização do hospital.
276
Em termos tributários, entretanto, não pode haver transação para prevenir
litígio, somente sendo possível depois de esse ser instaurado. Assim, a
transação somente é permitida após a instauração da execução judicial.
Por isso, infelizmente, não vejo a transação o melhor caminho para resolver o
impasse. Examine outras possibilidades, como o parcelamento, por exemplo.
Como se vê, a compensação deve ser regrada por lei, permitindo-se, porém,
que a lei seja aplicada como norma geral atribuindo poderes à autoridade
administrativa para autorizá-la. Sob esse aspecto, a redação do Código
Tributário Municipal, constante da consulta, está correta. Deveria, porém, fazer
constar as condições estabelecidas no parágrafo único e no art. 170-A, pois
são regras a serem aplicadas em todos os casos. Em diversos Municípios, a lei
local é mais rígida, fixando normas especiais para ser autorizada a
compensação, tais como, a necessária aprovação final do próprio Prefeito,
após despacho fundamentado de outras autoridades.
277
Resposta:
De início, a expressão “vício formal” recebe severas críticas de eminentes
doutrinadores, rigorosos exegetas do Direito, como é o caso da ilustre
Professora Maria das Graças Almeida Pamplona:
“O mesmo pode ser dito quanto à expressão “vício formal”: sabendo-se que
vício etimologicamente, significa vis, que nos leva para a expressão:vísceras,
então não há como aceitar a expressão “vício formal”, sem ver nela uma
agressão à etimologia, diga-se mais, esse equívoco nos obriga a redobrada
cautela quando se lê na jurisprudência do STF que: “ato viciado não pode ser
convalidado, só pode ser anulado”, porquanto, o que prevê a Corte
Constitucional diz respeito ao vício de verdade, o vício material, haja vista que
o “vício formal” pode ser revisto no processo de convalidação.
Bem, de qualquer forma pode-se dizer que “vício formal” ocorre quando o ato
administrativo incorreu em erro material tão grave que venha provocar a sua
anulação, como, por exemplo, cercear o direito de defesa do contribuinte por
força de uma capitulação legal inexistente ou totalmente alheia ao fato; ou pela
ocorrência de um fato jurídico inexistente; ou por indicar sujeito passivo
diferente daquele que deve integrar a obrigação tributária (este último exemplo
é do Professor Paulo de Barros Carvalho). Se anulado o ato administrativo, por
decisão espontânea da Administração, ou por impugnação administrativa do
sujeito passivo, a lei tributária estabelece, então, novo prazo à Administração
Fazendária para o exercício do direito de lançar, “que permanece inteiro porque
a causa extintiva do crédito tributário não atingiu a relação obrigacional
correspondente” (Hugo de Brito Machado).
Só para lembrar: ex tunc significa “desde a época”, seus efeitos são retroativos
à época da origem do fato; ex nunc significa “desde agora”, seus efeitos valem
somente a partir da data da decisão tomada.
278
Resposta:
Importante observar a redação do Parágrafo único do art. 1.003 do Código
Civil: "Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o
cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros,
pelas obrigações que tinha como sócio".
279
seria o contribuinte original da obrigação tributária. Em outras palavras, é o
substituto e somente ele o sujeito passivo da obrigação. Aquele que foi
“substituído” sai de cena e nada pode ser a ele cobrado em relação à essa
exação. Observe, então, que o Substituto, ao ser caracterizado como sujeito
passivo principal, assume a figura de contribuinte. E dentro deste conceito,
seria inviável e totalmente irregular o Substituto reter o valor do imposto na
fonte pagadora, pois estaria afetando o patrimônio do substituído, que nada
mais tem a ver com a obrigação. Em outras palavras, Substituto com direito ou
obrigação de reter o imposto na fonte, é uma incongruência jurídica.
Se me permite uma sugestão, em tais casos é sempre mais prático uma visita
ao órgão antes de autuá-lo. Levar a lei municipal e explicar ao responsável
sobre a obrigação da retenção. Já fiz isso algumas vezes. Em um Município do
Paraná, visitamos o Juiz Diretor do Fórum e explicamos a ele a obrigação da
retenção. Nem ele e seus assessores sabiam da obrigação legal. Tomou todas
as medidas e reteve da empreiteira tudo que era devido, inclusive as notas já
pagas. Na verdade, autuar um órgão público gera um desconforto e uma boa
conversa de esclarecimento pode ser mais eficaz. Mas, por favor, examine a
questão da Substituição. Se a lei municipal assim dispor, vocês terão
problemas no futuro.
Resposta:
Transação é uma composição amigável entre o credor e o devedor, com o
propósito de encerrar determinada relação jurídica. Diz o CTN:
280
“Art. 171 - A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo
e passivo da obrigação tributária, celebrar transação que, mediante
concessões mútuas, importe em terminação de litígio e consequente extinção
de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente
para autorizar a transação em cada caso”.
Para que um Município possa aplicar a transação, é preciso que haja lei
municipal pela qual são estabelecidas normas gerais que a permita. Em geral,
a lei municipal indica o Procurador Geral do Município como a autoridade
competente para autorizar a transação, com aprovação final do Prefeito. Outros
Municípios indicam o Procurador Geral, ouvido previamente o Secretário da
Fazenda ou de Finanças.
Melhor então uma definição ao pé do chão: erro de fato é aquele cometido por
falha pessoal do agente ou da administração sem ter qualquer relação com as
normas legais. Por exemplo: o agente fiscal errou o endereço do contribuinte
no auto de infração. Mas, o erro de fato pode ter repercussões mais graves e,
por isso, tais erros são divididos em dois segmentos: erro de fato essencial e
erro de fato acidental. No exemplo acima, o simples erro de endereço pode
ocasionar a anulação completa do ato administrativo elaborado (o auto de
infração). Por ter errado o endereço, vamos supor que o contribuinte não tenha
recebido a notificação do lançamento da penalidade. O auto perde a validade
em vista de não ser comprovado o recebimento da notificação. O erro de fato
tornou-se essencial, porque viciou todo o procedimento. Todavia, vamos supor
281
que o erro no endereço não prejudicou a entrega da notificação, devidamente
encaminhada e recebida. Neste caso, o erro de fato foi apenas acidental, sem
caracterizar um vício insanável ao procedimento.
Do que foi dito, pode-se concluir que a depender da gravidade do erro de fato,
o ato pode ser anulável ou simplesmente corrigido. Outro exemplo: o IPTU da
minha casa vem com o meu nome errado - Tanil em vez de Tauil. Não será por
isso que o lançamento será invalidado e vou recusá-lo. Um simples erro de fato
acidental que eu mesmo deveria corrigi-lo no cadastro da Prefeitura.
Erro de direito, por sua vez, decorre de uma escolha equivocada da norma
legal, inservível ou não mais aplicável à matéria que estivesse sendo
considerada. O agente fiscal capitulou erradamente o dispositivo legal no auto
de infração (a infração era prevista no art. X e o agente capitulou o art. Y).
Além de errar a base legal, o seu erro impede o direito de defesa do
contribuinte, pois o art. Y nada tem a ver com o fato em si. O ato é nulo,
irremediavelmente. Diz Alberto Xavier:
Assim, é possível dizer que há erros de direito que anulam o ato administrativo,
mas, permite-se, posteriormente, proceder a novo lançamento corrigindo-se o
erro anterior, ainda na esfera administrativa.
Resposta:
Diz o Código Tributário Nacional:
Art. 127 - Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio
tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
(...)
282
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o
lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à
obrigação, o de cada estabelecimento;
(...)
§ 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos
incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou
responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos
que deram origem à obrigação.
§ 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-
se então a regra do parágrafo anterior.
Aproveito a consulta para discutir outro assunto que não deixa de ser
relacionado a este. A bem da verdade, os fiscais municipais não tomam certos
cuidados no início de uma fiscalização. Um deles é o de saber exatamente
quem é o representante oficial da empresa no estabelecimento fiscalizado.
Como se sabe, uma empresa pode ser administrada pelos sócios em conjunto,
por um dos sócios devidamente indicado no contrato social, por um
administrador não sócio, ou por um gerente. O Fisco deve ter esse
conhecimento antes de iniciar a fiscalização, até para saber a quem de direito
são encaminhados os documentos fiscais, tipo notificação, intimação etc.
283
a) toda fiscalização se inicia com um documento chamado "Ordem de
Fiscalização", ou "Ordem de Serviço". Esse documento é assinado pela chefia,
ou superior imediato do Fiscal, determinando ao Fiscal que a cumpra. O Fiscal
recebe essa Ordem e a protocola (transforma em processo). Esse processo
seguirá até o final da fiscalização.
b) Com base na Ordem, o Fiscal vai, então, notificar o contribuinte que está sob
ação fiscal. A notificação é assinada pelo Fiscal. Mas, antes de levar a
notificação ao contribuinte, o Fiscal precisa analisar alguns aspectos daquele
contribuinte. Um deles é o de examinar o cadastro da empresa na Prefeitura,
para verificar se todos os documentos estão lá arquivados. Entre esses, o
contrato social é de fundamental importância, porque através dele o Fiscal vai
saber quem poderá assinar a notificação como recebida. Lembrando: pode
assinar a notificação o sócio administrador; ou qualquer um dos sócios; o
administrador ou gerente, com a apresentação do documento formal que os
identifique como administrador ou gerente; e o Contador, se este trabalha
internamente, ou seja, pertença ao quadro da empresa. Se o Contador for
externo (independente) não pode assinar a notificação.
d) Quais os documentos que o Fiscal vai requerer? Bem, isso vai depender do
contribuinte que vai ser fiscalizado. No modelo que envio, você vai encontrar
uma série de documentos, mas observe que cada um tem um parênteses ao
lado. Assim, dependendo da empresa, você vai marcar um x naqueles que
interessam. Por exemplo, no caso da Tecelagem, eu pediria a apresentação de
todas as notas de simples remessa ou nota de trânsito, expedidas ou
recebidas. Pediria também o livro Diário, lembrando que esse livro é obrigatório
para todas as empresas, mas podem ser escriturados por meio digital. O que
lhe vai interessar no livro Diário? Apenas examinar as entradas de receitas,
mas procure fazer por amostragem (um mês, um ano, dependendo do tamanho
da empresa).
284
Resposta:
Quando um Fiscal recebe uma Ordem de Fiscalização para fiscalizar, por
exemplo, os últimos cinco exercícios (60 meses), deveria “dividir” a fiscalização
por exercício. Faria, assim, cinco planilhas separadas, uma para cada
exercício, ou parte do exercício se o período fiscalizado não atingir todo ele.
Por exemplo: o período a ser fiscalizado é de 2005 a março de 2010. Teríamos,
então, uma planilha de cálculo para os meses de 2005, outra para 2006, etc. e
a última para os meses de janeiro a março de 2010.
Deste modo, se houver, num auto específico, erro ou qualquer aspecto jurídico
que venha a demandar o contencioso, tal fato não acarretará prejuízo ou
suspensão de todos os demais. Se o contribuinte alegar, por exemplo,
decadência do exercício ou de alguns meses de 2005, somente o auto de
infração de 2005 ficará pendente de decisão. Se os demais passaram “in albis”,
já podem seguir o curso da cobrança.
285
No entanto, o erro cometido no auto de infração citado pelo senhor, não nos
encaminha ao cumprimento do disposto no art. 146 do CTN, pois,
efetivamente, não se trata de reinterpretação da lei, ou dizer que ocorreu
determinado fato jurídico comprovadamente inexistente. Como ensina Paulo de
Barros Carvalho, “para a nulidade se requer vício profundo, que comprometa
visceralmente o ato administrativo”. E diz mais ainda: “Desejam alguns que a
nulidade absoluta se equipare à própria inexistência do ato, como se ele jamais
tivera existido”.
Resposta:
O assunto nos leva às reflexões sobre o conceito das competências, ou seja, a
faculdade juridicamente atribuída aos entes políticos para emitir decisões. De
acordo com as normas emanadas na Constituição Federal, a competência se
distingue em:
286
e) concorrente, quando a competência é de mais de uma entidade, mas com
primazia da União para fixação de normas gerais (art. 24 da CF).
O Professor Roque Antonio Carrazza entende por interesse local “tudo aquilo
que o próprio município, por meio de lei, vier a entender de seu interesse”. E
explica que “interesses dos municípios são os que atendem, de modo imediato,
às necessidades locais, ainda que com alguma repercussão sobre as
necessidades gerais do Estado ou do País”
287
II; 30, I e II; e 196 da CF (TJSP – Ap. 115.888-5/3-00 – 7ª C. de Direito Público
– Rel. Des. Sérgio Pitombo – DJ 12.02.2001).
288
bebedouros. Precedentes." (AI 347.717-AgR, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 31-5-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8-2005.)
Alfim, não mais cabe ampararem-se em leis estaduais quando lei municipal
regular de forma mais rigorosa a mesma matéria. Ao contrário das normas
constitucionais anteriores, a Carta de 1988 não mais se dirige aos Estados,
dando-lhes o poder de definir as competências de seus Municípios. Agora, as
normas constitucionais instituidoras da autonomia dirigem-se diretamente aos
Municípios, que lhes dá o poder de auto-organização e de suas competências
exclusivas, comuns e suplementares.
Resposta:
Não há nada de inconstitucional em proibir o comércio ambulante na cidade.
Pode a lei municipal dispor sobre as mercadorias permitidas para venda de
ambulantes (sanduíche, sorvete, pipoca, refresco etc.) e vedar outros tipos de
mercadorias (vestuário, toalhas de mesa, produtos importados, roupa de cama,
artefatos de cozinha etc.). Acho esta a melhor forma. Poderia até ser por
decreto, mas recomendo que seja aprovada por lei.
Tanto o valor da taxa de ambulante quanto do alvará, precisam de lei para ser
majorados. Por este motivo, seria necessário respeitar a noventena, mas as
novas restrições à concessão de licença ou alvará podem entrar em vigor logo
após a aprovação da medida.
289
Resposta:
Ao assunto, cabe uma explicação preliminar. A competência para instituir
diretrizes relativas ao desenvolvimento urbano é da União. E assim o fez
através da Lei nº 10.257/2001, conhecida pela denominação de Estatuto da
Cidade. Esta Lei adota expressamente como instrumento de política urbana,
entre outros, o planejamento municipal de política urbana, o qual é integrado
por diversos componentes, entre os quais cabe destacar:
- o plano diretor;
- a disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
- o zoneamento ambiental.
Nada impede, porém, que esse trabalho de campo, para elucidar questões
específicas e atinentes a determinados locais de aparentes conflitos, seja
atribuído a um setor técnico não necessariamente constituído de “Fiscais”. Pois
o trabalho não é o de fiscalizar, mas, sim, de verificar in loco o correto
cumprimento da lei. Muitas vezes requer a presença de um Engenheiro ou de
um Topógrafo, ou profissões equivalentes.
Se a lei local for omissa, recomenda-se ao Prefeito, por decreto, indicar o setor
responsável ou criar uma comissão executiva para exercer a função.
290
Resposta:
Embora um terminal de caixa eletrônico não possa ser considerado um
“estabelecimento”, entende-se que a Administração Municipal não pode deixar
à conveniência dos interessados suas instalações em qualquer local. Quando o
terminal estiver instalado no interior de uma instituição bancária, por certo
todas as normas de segurança da própria instituição servirão de apoio à
presença do terminal. Quando, porém, outra atividade econômica, que foi
autorizada a funcionar sem atender os requisitos de segurança próprios das
instituições bancárias, resolva fazer ali a instalação, surgem dois problemas: a)
ocorre uma adição de atividade não prevista no seu alvará de funcionamento;
b) não há o cumprimento das normas de segurança que deveriam existir diante
da presença do terminal. Neste sentido, a legislação municipal deveria
estabelecer regras relativas a tais autorizações, pois a presença do terminal
poderá provocar um risco maior dos usuários daquele estabelecimento.
Por isso, se não for alvará, pelo menos uma autorização prévia da
Administração Municipal, a título precário, desde que sejam satisfeitas as
regras impostas. Não haveria a necessidade de cobrar uma taxa específica
para o terminal, mas o valor da taxa do estabelecimento deveria sofrer uma
majoração em vista da nova atividade ali exercida.
Em relação ao ISSQN, sou de opinião que o imposto deva ser cobrado onde
estiver localizada a agência, por ser lá o estabelecimento prestador.
Totalmente impossível seria diferenciar as operações via terminais, além do
fato de que ninguém é cliente de um terminal, mas, sim, do Banco, ou, mais
especificamente, da agência bancária.
291
Diversos juristas refutam tal entendimento, mas a Justiça parece que o aceitou.
De qualquer modo, entendo que seria necessária sua aprovação por lei e não
apenas um simples convênio com o Cartório. Outra preocupação seria a
certeza da dívida. Não confio no Cadastro Municipal, principalmente no
Imobiliário. Quantas vezes o cadastro ainda mantém o nome de antigo
proprietário que já vendeu a propriedade e o comprador não efetuou a
alteração? Esse é um dos problemas.
292
Art. 93. Padece de nulidade qualquer ação fiscal que se inicie sem o termo de
início de fiscalização, ou ordem de serviço, emitida pela autoridade
administrativa a quem se subordina o servidor fiscal.
293
Os atos praticados pelo contabilista dentro do estabelecimento da empresa
presumem-se autorizados pelo administrador, mesmo não existindo documento
escrito. Assim, esses contabilistas não estão obrigados a apresentar
documento que comprove estar ele autorizado a praticar o negócio. A empresa
responde por qualquer ato que eles praticarem.
294
poderá entregar documentos a ele se for apresentada procuração assinada
pela empresa preponente que lhe dê competência para recebê-los.
O vocábulo diligência (do latim diligentia que significa zelo, cuidado, aplicação)
nos dá o sentido de busca, pesquisa, averiguação com o fim de obter
informações e esclarecer algum assunto.
295
apresentando a justificativa do fato. Essa solicitação é sempre formal,
despachada no procedimento administrativo, ou seja, no processo de
fiscalização.
296
conta o zoneamento urbano, o impacto ambiental e a necessária disposição
dos serviços públicos.
297
Por outro lado, temos, também, a figura do instrumento de garantia a ser aceito
pelo loteador. Quando a lei se refere a dar em caução, sob a forma de caução,
quer dizer o mesmo que “dar em garantia”, “constituir garantia”, porque caução
é gênero de várias espécies de garantia. As cauções podem ser reais ou
pessoais, estas também chamadas fidejussórias. Quando a caução (a garantia)
for real, deve ela consubstanciar-se em um dos direitos reais de garantia do
Direito Civil, ou seja, a hipoteca e a anticrese quando o bem for imóvel, e
penhor, quando o bem for móvel. Portanto, a hipoteca é uma das espécies de
caução, e é muito utilizada como garantia do cumprimento das exigências
determinadas nos loteamentos.
“Art. 827. Quando a lei não determinar a espécie de caução, esta poderá ser
prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou
dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança”.
298
Em relação às dúvidas, dou a minha opinião:
A) O contribuinte cumpriu a obrigação, mas a sua informação de “sem
movimento” contraria a declaração de algum tomador de serviço, que informa
ter havido alguma movimentação. Neste caso, sou favorável à emissão da
CND, com o encaminhamento imediato à ação fiscal, pois pode ter ocorrido
engano de um ou de outro.
Resposta:
Caso ocorrido recentemente no Estado de São Paulo: uma grande empresa
pagou o ICMS com atraso, mas não recolheu a multa de mora. Efetuou o
pagamento, 21 dias depois do vencimento, apenas do principal e dos juros
moratórios. O Estado autuou em vista da ausência do recolhimento da multa de
mora, e a empresa recorreu administrativamente à Câmara Superior do
Tribunal de Impostos e Taxas daquele Estado, órgão que uniformiza o
entendimento da esfera administrativa.
A decisão do TIT, por maioria, foi favorável à dispensa da multa de mora, tendo
por base o art. 138 do Código Tributário Nacional, relativo à denúncia
espontânea, e, também, em função do entendimento do Superior Tribunal de
Justiça a respeito da matéria, em julgamento realizado em 2010, pelo qual “a
denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de
caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias”.
Bem, tal entendimento pode significar que um contribuinte pode quitar com
atraso o tributo devido, sem incluir a multa de mora prevista na lei local, não
importa o tempo decorrido de atraso, desde que o pagamento não seja
efetuado depois de “qualquer procedimento administrativo ou medida de
fiscalização, relacionados com a infração” (parágrafo único do art. 138 do
CTN).
299
A exclusão da responsabilidade pode se dar diante dos seguintes casos:
C) da infração resulta o não pagamento do tributo, mas o valor devido tem que
ser apurado previamente pelo sujeito ativo. Nesta hipótese, o sujeito passivo
confessa a infração e aguarda o término da apuração do valor para quitá-lo,
além dos juros moratórios e atualização monetária.
300
Incabível, portanto, associar denúncia espontânea com pedido de
parcelamento do débito. Paga-se no ato, ou parcela-se com a inclusão das
penalidades, a não ser quando a lei municipal assim expressamente autorizar.
Merece registro que a denúncia espontânea pode, também, ser aproveitada por
responsáveis pela retenção do imposto na fonte pagadora.
301
No entanto, se houver provas materiais de que a empresa adulterou notas
fiscais emitidas contra tomadores do próprio Município, bem razoável a
hipótese assumida pelo Fiscal de que o ato ilícito tenha sido praticado,
também, nas operações com tomadores de outros locais. Neste sentido, o
Fiscal poderia: a) já arbitrar os valores de todas as notas fiscais, levando em
consideração a diferença percentual apurada nas notas fiscais comprovadas;
ou b) oficiar todos os tomadores de outros Municípios, requerendo cópia das
notas fiscais recebidas desse prestador e dizendo que a recusa de atendimento
poderá dar ensejo a suspeição de conluio, em processo criminal a ser
conduzido pelo Município. Este ofício tem que ser bem feito, e seria
interessante a manifestação do Procurador. Desta forma, não estaria o agente
fiscalizando as empresas de outros Municípios, mas, apenas, solicitando
informações.
Assim, quando o CTN diz que o tributo há de ser cobrado mediante atividade
administrativa plenamente vinculada, quer dizer que a autoridade não pode
preencher com seu juízo pessoal qualquer omissão ou indeterminação
normativa. A lei deve ser precisa ao determinar e descrever o fato gerador, a
base de cálculo, a alíquota, o prazo para pagamento, os sujeitos da relação
tributária e tudo o mais. Nada fica a critério da autoridade administrativa.
302
Deste modo, nem todos os passos podem estar previstos na lei, principalmente
aqueles meramente administrativos. Mas, isso não significa liberdade de cada
um agir da forma que lhe apraz. Tais omissões devem ser superadas pela
edição de decretos regulamentares que traçam os caminhos a seguir, com o
intuito de evitar a pluralidade de entendimentos por parte de seus diversos
agentes.
303
administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento...". Deste modo,
uma autoridade de cargo comissionado não deixa de ser uma autoridade
administrativa. E por isso tem competência para efetuar lançamento. Não
poderia lavrar auto de infração, pois imposição de penalidade é de alçada
exclusiva de servidores de carreira dos cargos de Fiscal, além do Prefeito,
autoridade maior e representante do Município.
304
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para o seu
desempenho, por conta e risco”.
305
266 - Quais as providências que a Administração Pública
Municipal deve tomar quando um servidor sofre uma
denúncia?
Resposta:
O servidor público está sempre sujeito a denúncias. Denúncias de desrespeito,
mau atendimento, grosseria, desconhecimento do assunto e outras situações,
às vezes mais graves, como corrupção e peculato.
306
que o obrigam a comportar-se daquele modo. Por isso, deve-se indicar como
responsável pela sindicância alguém que não seja a autoridade direta a quem
se subordinar o servidor, porque é possível que o verdadeiro culpado das
reclamações seja o chefe, e não o servidor.
O procedimento administrativo:
Ocorre, porém, que muitos Municípios ainda não legislaram sobre a matéria e,
nesses casos, a regra a seguir deriva dos preceitos do Direito Administrativo,
sob a salvaguarda dos mandamentos constitucionais.
Sindicância:
Inquérito administrativo:
307
Processo administrativo:
Denunciação caluniosa:
308
Capítulo VIII - Decadência e Prescrição
Resposta:
Decadência e prescrição são institutos diferentes: a decadência “fulmina o
direito de lançar que não foi exercido pela inércia da Fazenda Pública” (Misabel
Abreu Machado Derzi). A decadência atinge, assim, o próprio direito de crédito
da Fazenda Pública, impedindo a sua formação, e se o contribuinte algo pagou
em tal situação, pagou o inexistente. Tem, portanto, pleno direito à restituição.
309
No julgamento de Embargos no Recurso Extraordinário n° 94.462-1/SP, o
plenário do Supremo Tribunal Federal enfrentou essa questão, resolvendo-a da
forma como está sintetizada, muito claramente, na ementa do acórdão então
prolatado: "Prazos de prescrição e decadência em direito tributário - com a
lavratura do auto de infração, consuma-se o lançamento do crédito tributário
(art. 142, CTN). Por outro lado, a decadência só é admissível no período
anterior a essa lavratura; depois, entre a ocorrência dela e até que flua o prazo
para a interposição do recurso administrativo, ou enquanto não for decidido o
recurso dessa natureza de que se tenha valido o contribuinte, não mais corre
prazo de decadência, e ainda não se iniciou a fluência de prazo para
prescrição; decorrido o prazo para interposição do recurso administrativo, sem
que ela tenha ocorrido, ou decidido o recurso administrativo interposto pelo
contribuinte, há a constituição definitiva do crédito tributário, a que alude o art.
174, começando a fluir, daí, o prazo de prescrição da pretensão do Fisco".
Como visto, o acórdão do STF diz, com todas as letras, que, com o auto de
infração, consuma-se o lançamento do crédito tributário, ou seja, constitui-se o
crédito tributário, fluindo, até aquele momento, o prazo decadencial. A partir do
auto de infração não se pode mais cogitar de decadência, e, se houve recurso
administrativo, também não cabe falar em prescrição, cujo prazo somente
começa a fluir na data da decisão administrativa final, quando, mantido o
lançamento, no todo ou em parte, tem-se como definitivamente constituído o
crédito tributário lançado.
Por outro lado, essa decisão do Supremo está em consonância com o disposto
no art. 151, inciso 111, do CTN, por força do qual as reclamações e os
recursos administrativos figuram como causa de suspensão da exigibilidade do
crédito tributário. Estando o crédito tributário com sua exigibilidade suspensa,
não pode ele ser cobrado, nem, conseqüentemente, prescrever. Tal regra,
contudo, no nosso modo de ver, comporta atenuantes em uma situação
peculiar, não muito incomum na prática, que é aquela em que o processo
administrativo fica paralisado por mais de 5 (cinco) anos.
310
intercorrente, desde, é claro, que a paralisação dure mais do que o qüinqüênio
legal". Se assim é no âmbito do processo judicial de execução, com maior
razão também há de sê-lo no seio dos processos administrativos fiscais, onde
as autoridades fazendárias detêm um poder muito mais discricionário de
atuação nos feitos, porquanto neles funcionam, a um só tempo, como parte e
juiz.
311
O recurso interrompe a contagem da prescrição. A contagem é interrompida da
entrada do recurso até a sua decisão, notificada ao recorrente. Decidido o
recurso, sem mais apelações administrativas, ou seja, transitado
administrativamente, inscreve-se em Dívida Ativa e inicia-se a cobrança, que
pode ser amigável ou judicial. E a partir daí tem o Município cinco anos para
executar o crédito. Diz o STJ:
Resposta:
O parágrafo único do art. 174 do Código Tributário Nacional estabelece que a
prescrição se interrompa pela citação pessoal feita ao devedor, dentre outras
formas de interrupção. Mas, o que seria “citação pessoal feita ao devedor”?
Alguns, ou a maioria, entendiam que seria somente aquela feita pelo Oficial de
Justiça ao entregar a citação ao devedor. O Superior Tribunal de Justiça,
porém, decidiu que a citação por carta AR, devidamente entregue, vale,
também, como citação e, por isso, interrompe a prescrição.
312
271 - Quando ocorre o início da contagem da decadência e em
momento a contagem é encerrada nos lançamentos por
homologação?
Resposta:
O art. 173 se coaduna com o § 4º do art. 150, este a tratar dos lançamentos
por homologação. A pergunta diz respeito à homologação de pagamentos e,
neste caso, observa-se a seguinte regra:
313
“Com a lavratura do auto, concretizou-se o lançamento do crédito tributário,
conforme art.142, do Código Tributário Nacional, não se consumando a
decadência tributária, porquanto a autuação do contribuinte foi efetivada antes
do término do prazo de cinco anos”.
Não há, assim, direito de iniciar procedimentos, pois ninguém pode impedir a
Fazenda deste mister. Enquanto isso, o ato de lançar, que também não é um
direito, mas um dever, acarreta ao seu turno o direito pecuniário de receber
determinado valor. Entende-se, assim, que a lei ao ditar como “direito” o ato do
lançamento refere-se a este como o instrumento de exigir um pagamento da
parte contrária.
314
273 - O contribuinte informou a baixa de sua atividade após
cinco anos da ocorrência do fato. Por não ter informado até 30
dias do encerramento da atividade, conforme estabelece a lei
municipal, foi autuado com a cobrança da multa disposta em
lei. Porém, o contribuinte ingressou com recurso alegando já
estar caducado o lançamento. Há decadência neste caso, se só
tomamos conhecimento cinco anos depois?
Resposta:
As chamadas “obrigações acessórias” previstas no Código Tributário Nacional
são, na verdade, deveres formais de fazer ou não fazer alguma coisa,
instituídos na legislação do ente político, para que determinadas pessoas
cumpram certas prestações ou se abstenham de praticar outras. Tais deveres
são destituídos de valor patrimonial, podendo ser um mero requerimento de
autorização para emissão de notas fiscais ou um pedido de cancelamento do
alvará de funcionamento por força do encerramento da atividade.
315
quando o sujeito passivo resolveu, finalmente, informar o final de suas
atividades. Se não fosse assim, ficaria o Município a mercê da vontade de
informar do interessado, sem condições de organizar o seu cadastro e nem de
aprovar a inscrição de outros interessados no mesmo local do estabelecimento,
se fosse o caso.
316
Capítulo IX - Taxas Municipais e Alvará
Tanto faz qual seja a atividade exercida no estabelecimento, tanto faz ser um
templo religioso, um órgão público ou uma empresa privada, sua localização e
funcionamento dependerá sempre da licença municipal. Se assim não fosse, a
cidade seria um caos, sem qualquer controle dos locais permitidos ou
impróprios às atividades.
317
pretenda alterar a atividade ou a razão social, ou, então, em razão de extravio,
momento em que se dará nova inspeção e novos custos.
Não vejo, assim, como prosperar as alegações dos titulares dos Cartórios.
318
Por se tratar, portanto, de um tributo direcionado a determinada atividade, o
correto seria admitir a hipótese de que o valor de sua receita fosse capaz de
cobrir as despesas decorrentes da prestação da referida atividade. Deste
modo, pode-se dizer que a taxa é vinculada ao exercício de uma atividade
específica, com o intuito de custeá-la.
Feito este estudo estimado do total a ser lançado, compara-se ao custo efetivo
da Fiscalização. Se o valor estimado de arrecadação superar e muito o custo
da Fiscalização, o correto seria reduzi-lo até ser encontrado um valor razoável.
Se o valor apurado for inferior, duas hipóteses: ou manter assim mesmo,
obrigando o Município a subsidiar parte do custo; ou aumentar a taxa até
alcançar valor aproximado ao custo.
319
Bernardo Ribeiro de Moraes diz que, na prática, é quase impossível apurar-se
com exatidão o custo da atividade a ser desenvolvida para o contribuinte da
taxa. Concordo se a apuração for relacionada a um só contribuinte, mas não
precisamos de tal exagero, pois o importante à análise é o valor total estimado
de receita e não o valor unitário por contribuinte.
Em princípio, nem todo serviço prestado pela Administração Pública pode ser
considerado serviço público. Em geral, todos os renomados autores juristas
confessam não ser tarefa fácil definir o serviço público, pois a noção de
“público” varia no decurso do tempo e do desenvolvimento social e econômico
de um país. Há quem diga, hoje em dia, que acesso gratuito à Internet seria um
serviço público, algo nem pensado algum tempo atrás. Da mesma forma, já foi
considerado serviço público a guarda noturna, hoje praticamente inexistente.
A) O elemento subjetivo: é instituído por lei pelo ente estatal, assumindo este a
execução da atividade em vista de sua importância para a coletividade. A sua
gestão pode ser feita diretamente ou, então, indiretamente, mas controlado e
fiscalizado pelo ente estatal.
320
B) O elemento formal: o regime jurídico instituído é de direito público, ou seja,
as decisões são atributos do ato administrativo, a responsabilidade é objetiva e
os contratos são regidos pelo direito administrativo.
Definido, em tese, o que seria serviço público, registra-se que nem todo serviço
público pode dar lugar à cobrança de taxa. Para tanto, mais alguns requisitos
são exigidos, quais sejam:
321
278 - A Taxa de Limpeza Pública e Coleta de Lixo é
constitucional?
Resposta:
Indispensável, inicialmente, distinguir o serviço público de coleta de lixo
domiciliar do serviço público de coleta de lixo ou limpeza pública dos
logradouros públicos. A coleta de lixo domiciliar é um serviço público que
atende a todos os requisitos acima, com a condição, é claro, de ser
efetivamente prestado. Uma rua onde não houver coleta de lixo domiciliar, por
evidência, não terá taxa a cobrar. A coleta de lixo pode ser feita diretamente
pela Prefeitura ou indiretamente, através de empresa contratada. Não importa.
Todavia, a taxa, por ser um tributo, tem que ser, obrigatoriamente, lançada e
cobrada pela municipalidade. Lançamento e cobrança de tributo não podem ser
delegados a pessoa jurídica de direito privado.
A base de cálculo da taxa de coleta de lixo tem que ser baseada no custo do
serviço e definida em lei. Taxa é um tributo que serve para custear o serviço e,
assim, o seu valor total de receita deve, em termos, equiparar-se ao custo da
prestação, ou seja, deve-se manter um equilíbrio entre a receita e a despesa.
Pode até ser inferior ao custo do serviço, caso em que o Município está
proporcionando um subsidio aos seus contribuintes.
322
279 - A Taxa Municipal de Combate a Sinistros é
constitucional?
Resposta:
Esta taxa, um tanto típica do Estado de São Paulo, foi instituída pelo Município
de São Paulo e, então, “copiada” por diversos Municípios do Estado. Assim,
temos, por exemplo, o Município de Campinas, cuja lei acredita-se ser parecida
com as dos outros Municípios. Diz a lei campinense que o fato gerador da
referida taxa é a utilização, efetiva ou potencial, dos serviços de prevenção,
combate e extinção de incêndios ou de outros sinistros em prédios localizados
na zona urbana do Município.
323
na venda de passagens. Esta sala tem que ter alvará para
funcionar? E seria em nome de quem, se várias empresas
operam no mesmo local?
Resposta:
Um terminal rodoviário pode ser área pública ou privada. Quando a sua
construção e administração são conduzidas pelo setor público (Estado ou
Município), temos uma área pública, ou seja, um bem público de uso especial.
Neste caso, qualquer concessão, permissão ou autorização de seu uso por
empresa particular deveria ser cobrada por meio de preço público, que pode
ser um valor fixado pelo direito de uso ou, simplesmente, por um contrato de
locação.
324
ANEXO I
Parágrafo único. O imposto a que se refere este artigo não incidirá sobre
atividades, nem será calculado sobre o movimento econômico e a renda
sujeitos a outros impostos referidos nesta Emenda.
325
Seção VI - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
Art. 3º. A Lei nº. 5.172, de 25.10.1966, com as alterações introduzidas pelos
Atos Complementares nº.s 27 e 31 e pelo Decreto-lei nº. 28, de 14.11.1966,
passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 71
.......................................................................................................................
326
§ 1º. Para os efeitos deste artigo, considera-se serviço:
Art. 71.
....................................................................................................................
Art. 72.
.....................................................................................................................
327
a) ao valor dos materiais adquiridos de terceiros, quando fornecidos pelo
prestador do serviço;
Art. 3º. A Lei nº. 5.172, de 25.10.1966, alterada pelo Decreto-lei nº. 28, de
14.11.1966, e pelos Atos Complementares nº.s 27, 31 e 34, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
Alteração 1ª.
.............................................................................................................
Alteração 1ª. No art. 3º, alteração 2ª, substitua-se a expressão “No inciso IV”
por “No inciso V”.
328
Art. 6º. No caso de empresas que realizem prestação do serviço em mais de
um Município, considera-se local da operação, para efeito de ocorrência do fato
gerador do imposto municipal correspondente:
329
a) ao valor dos materiais adquiridos de terceiros, quando fornecidos pelo
prestador dos serviços;
330
IX - Serviços de transporte urbano ou rural, de carga ou de passageiros,
estritamente de natureza municipal;
X - Serviços de diversões públicas:
a) teatros, cinemas, parques de diversões, exposições com cobrança de
ingressos, e, congêneres de natureza permanente ou temporária;
b) bilhares, boliches e outros jogos permitidos; o fornecimento, no recinto, de
bebidas, alimentos e outras mercadorias, que fica sujeito ao imposto de
circulação de mercadorias;
c) cabarés, clubes noturnos, dancings , boites e congêneres; o fornecimento,
no recinto, de bebidas, alimentos e outras mercadorias, que fica sujeito ao
imposto de circulação de mercadorias;
d) bailes e outras reuniões públicas, com ou sem cobrança de ingresso;
e) competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou sem
cobrança de ingresso ou participação do espectador, inclusive as realizadas
em auditórios de estações radiofônicas, ou de televisão e congêneres;
f) execução de música, por executantes individuais ou em conjunto, ou
transmitida por processo mecânico, elétrico ou eletrônico;
XI - Agências de turismo, passeios e excursões; guias turísticos e intérpretes.
XII - Agenciamento, corretagem ou intermediação de seguros, da compra e
venda de bens móveis ou imóveis, e quaisquer atividades congêneres ou
semelhantes, exceto o agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos
ou valores mobiliários praticados por instituição que dependa de autorização
federal.
XIII - Organização, programação, planejamento e consultoria técnica, financeira
ou administrativa; avaliações de bens, mercadorias, riscos ou danos;
laboratórios de análises técnicas; atividades congêneres ou similares.
XIV - Organização de feiras de amostras, de congressos e reuniões similares.
XV - Propaganda e publicidade, inclusive planejamento de campanhas ou
sistemas regulares de publicidade, a elaboração de desenhos, textos e demais
material publicitário (exceto sua impressão, reprodução ou fabricação) e a
divulgação de tais desenhos, textos ou outros materiais publicitários por
qualquer meio apto a torná-los acessíveis ao público, inclusive por meio de
transmissão telefônica, radiofônica ou televisionada, e sua inserção em jornais,
periódicos ou livros;
XVI - Datilografia, estenografia, secretaria e congêneres;
XVII - Elaboração, cópia ou reprodução de plantas, desenhos e documentos;
XVIII - Locação de bens móveis;
XIX - Locação de espaço em bens imóveis, a título de hospedagem;
XX - Armazéns gerais, armazéns frigoríficos, silos, depósitos de qualquer
natureza, guarda-móveis e serviços correlatos; serviços de carga, descarga,
arrumação e guarda dos bens depositados.
XXI - Hospedagem em hotéis, pensões e congêneres, exceto o fornecimento
de alimentação, bebidas e outras mercadorias quando não incluídas no preço
da diária ou mensalidade.
XXII - Administração de bens.
XXIII - Lubrificação, conservação e manutenção.
XXIV - Empresas limpadoras.
XXV - Ensino de qualquer grau ou natureza.
XXVI - Alfaiates, costureiras ou congêneres, quando o material, salvo
aviamentos, seja fornecido pelo usuário do serviço.
331
XXVII - Tinturarias e lavanderias;
XXVIII - Estúdios fotográficos e cinematográficos, inclusive revelação,
ampliação e cópias fotográficas.
XXIX - Venda de bilhetes de loteria.
Art. 3º. O Decreto-lei nº. 406, de 31.12.1968, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 8º.
......................................................................................................................
Art. 9º.
.......................................................................................................................
Art. 9º.
.......................................................................................................................
332
na forma do § 1º, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio,
empregado ou não, que preste serviço em nome da sociedade, embora
assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável”.
LISTAS DE SERVIÇOS
Serviços de:
1. Médicos, dentistas e veterinários.
2. Enfermeiros, protéticos (prótese dentária), obstetras, ortópticos,
fonoaudiólogos, psicólogos.
3. Laboratórios de análises clínicas e eletricidade médica.
4. Hospitais, sanatórios, ambulatórios, prontos-socorros, bancos de sangue,
casas de saúde, casas de recuperação ou repouso sob orientação médica.
5. Advogados ou provisionados.
6. Agentes da propriedade industrial.
7. Agentes da propriedade artística ou literária.
8. Peritos e avaliadores.
9. Tradutores e intérpretes.
10. Despachantes.
11. Economistas.
12. Contadores, auditores, guarda-livros e técnicos em contabilidade.
13. Organização, programação, planejamento, assessoria, processamento de
dados, consultaria técnica, financeira ou administrativa (exceto os serviços de
assistência técnica prestados a terceiros e concernentes a ramo de indústria ou
comércio explorados pelo prestador do serviço).
14. Datilografia, estenografia, secretaria e expediente.
15. Administração de bens ou negócios, inclusive consórcios ou fundos mútuos
para aquisição de bens (não abrangidos os serviços executados por
instituições financeiras).
16. Recrutamento, colocação ou fornecimento de mão-de-obra, inclusive por
empregados do prestador de serviços ou por trabalhadores avulsos por ele
contratados.
17. Engenheiros, arquitetos, urbanistas.
18. Projetistas, calculistas, desenhistas técnicos.
19. Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de construção
civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes, inclusive serviços
auxiliares ou complementares (exceto o fornecimento de mercadorias
produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos
serviços, que ficam sujeitas ao ICM).
20. Demolição; conservação e reparação de edifícios (inclusive elevadores
neles instalados), estradas, pontes e congêneres (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação
dos serviços, que ficam sujeitas ao ICM).
21. Limpeza de imóveis.
22. Raspagem e lustração de assoalhos.
23. Desinfecção e higienização.
333
24. Lustração de bens móveis (quando o serviço for prestado usuário final do
objeto lustrado).
25. Barbeiros, cabeleireiros, manicuros, pedicuros, tratamento de pele e outros
serviços de salões de beleza.
26. Banhos, duchas, massagens, ginástica e congêneres.
27. Transporte e comunicações, de natureza estritamente municipal.
28. Diversões públicas:
a) teatros, cinemas, circos, auditórios, parques de diversões, táxi - dancings e
congêneres;
b) exposições com cobrança de ingressos;
c) bilhares, boliches e outros jogos permitidos;
d) bailes, "shows", festivais, recitais e congêneres;
e) competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou sem
participação do espectador, inclusive as realizadas em auditórios de estações
de rádio ou de televisão;
f) execução de música, individualmente ou por conjuntos;
g) fornecimento de música mediante transmissão, por qualquer processo.
29. Organização de festas; "bufet" (exceto o fornecimento de alimentos e
bebidas, que ficam sujeitos ao ICM).
30. Agências de turismo, passeios e excursões, guias de turismo.
31. Intermediação, inclusive corretagem, de bens móveis e imóveis, exceto os
serviços mencionados nos itens 58 e 59.
32. Agenciamento e representação de qualquer natureza, não incluídos no item
anterior e nos itens 58 e 59.
33. Análises técnicas.
34. Organização de feiras de amostras, congressos e congêneres.
35. Propaganda e publicidade, inclusive planejamento de campanhas ou
sistemas de publicidade; elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários; divulgação de textos, desenhos e outros materiais de publicidade,
por qualquer meio.
36. Armazéns gerais, armazéns frigoríficos e silos; carga, descarga, arrumação
e guarda de bens, inclusive guarda-móveis e serviços correlatos.
37. Depósitos de qualquer natureza (exceto depósitos feitos em bancos ou
outras instituições financeiras).
38. Guarda e estacionamento de veículos.
39. Hospedagem em hotéis, pensões e congêneres (o valor da alimentação,
quando incluído no preço da diária ou mensalidade, fica sujeito ao imposto
sobre serviços).
40. Lubrificação, limpeza e revisão de máquinas, aparelhos e equipamentos
(quando a revisão implicar em conserto ou substituição de peças, aplica-se o
disposto no item 41).
41. Conserto e restauração de quaisquer objetos (exclusive, em qualquer caso,
o fornecimento de peças e partes de máquinas e aparelhos, cujo valor fica
sujeito ao imposto de circulação de mercadorias).
42. Recondicionamento de motores (o valor das peças fornecidas pelo
prestador do serviço fica sujeito ao imposto de circulação de mercadorias).
43. Pintura (exceto os serviços relacionados com imóveis) de objetos não
destinados a comercialização ou industrialização.
44. Ensino de qualquer grau ou natureza.
334
45. Alfaiates, modistas, costureiros, prestados ao usuário final, quando o
material, salvo o de aviamento, seja fornecido pelo usuário.
46. Tinturaria e lavanderia.
47. Beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia,
acondicionamento e operações similares, de objetos não destinados à
comercialização ou industrialização.
48. Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos prestados
ao usuário final do serviço, exclusivamente com material por, ele fornecido
(executa-se a prestação do serviço ao poder público, a autarquias, a empresas
concessionárias de produção de energia elétrica).
49. Colocação de tapetes e cortinas com material fornecido pelo usuário final
do serviço.
50. Estúdios fotográficos e cinematográficos, inclusive revelação, ampliação,
cópia e reprodução; estúdios de gravação de "videotapes" para televisão;
estúdios fonográficos e de gravação de sons ou ruídos, inclusive dublagem e
"mixagem" sonora. 51. Cópia de documentos e outros papéis, plantas e
desenhos, por qualquer processo não incluído no item anterior.
52. Locação de bens móveis.
53. Composição gráfica, clicheria, zincografia, litografia e fotolitografia.
54. Guarda, tratamento e amestramento de animais.
55. Florestamento e reflorestamento.
56. Paisagismo e decoração (exceto o material fornecido para execução, que
fica sujeito ao ICM).
57. Recauchutagem ou regeneração de pneumáticos.
58. Agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio e de seguros.
59. Agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos quaisquer (exceto
os serviços executados por instituições financeiras, sociedades distribuidoras
de títulos e valores e sociedades de corretores, regularmente autorizadas a
funcionar).
60. Encadernação de livros e revistas.
61. Aerofotogrametria.
62. Cobranças, inclusive de direito autorais.
63. Distribuição de filmes cinematográficos e de "videotapes".
64. Distribuição e venda de bilhetes de loteria.
65. Empresas funerárias.
66. Taxidermista.
335
§ 4º. Lei complementar poderá fixar as alíquotas máximas do imposto de que
trata o item II.
Art. 1º. O art. 11, do Decreto-lei nº. 406, de 31 de dezembro de 1968, acrescido
de parágrafo único, passa a ter a seguinte redação:
Art. 9º.
........................................................................................................................
“§ 3º. Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90,
91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas
ao imposto na forma do § 1º, calculado em relação a cada profissional
habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da
sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei
aplicável.”
336
Art. 3º. As informações individualizadas sobre serviços prestados a terceiros,
necessárias à comprovação dos fatos geradores citados nos itens 95 e 96,
serão prestadas pelas instituições financeiras na forma prescrita pelo inc. II do
art. 197 da Lei 5.172, de 25.10.66 - Código Tributário Nacional.
LISTAS DE SERVIÇOS
337
24. Análises, inclusive de sistemas, exames, pesquisas e informações, coleta e
processamento de dados de qualquer natureza;
25. Contabilidade, auditoria, guarda-livros, técnicos em contabilidade e
congêneres;
26. Perícias, laudos, exames técnicos e análises técnicas;
27. Traduções e interpretações;
28. Avaliação de bens;
29. Datilografia, estenografia, expediente, secretaria em geral e congêneres;
30. Projetos, cálculos e desenhos técnicos de qualquer natureza;
31. Aerofotogrametria (inclusive interpretação), mapeamento e topografia;
32. Execução por administração, empreitada ou subempreitada, de construção
civil, de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e respectiva engenharia
consultiva, inclusive serviços auxiliares ou complementares (exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços, fora do
local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM);
33. Demolição;
34. Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e
congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador
dos serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICM);
35. Pesquisa, perfuração, cimentação, perfilagem, (VETADO), estimulação e
outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo e gás
natural;
36. Florestamento e reflorestamento;
37. Escoramento e contenção de encostas e serviços congêneres;
38. Paisagismo, jardinagem e decoração (exceto o fornecimento de
mercadorias, que fica sujeito ao ICM);
39. Raspagem, calafetação, polimento, lustração de pisos, paredes e divisórias;
40. Ensino, instrução, treinamento, avaliação de conhecimentos, de qualquer
grau ou natureza; 41. Planejamento, organização e administração de feiras,
exposições, congressos e congêneres;
42. Organização de festas e recepções: "buffet" (exceto o fornecimento de
alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICM);
43. Administração de bens e negócios de terceiros e de consórcio (VETADO);
44. Administração de fundos mútuos (exceto a realizada por instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central);
45. Agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, de seguros e de
planos de previdência privada;
46. Agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos quaisquer (exceto
os serviços executados por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central);
47. Agenciamento, corretagem ou intermediação de direitos da propriedade
industrial, artística ou literária;
48. Agenciamento, corretagem ou intermediação de contratos de franquia
(franchise) e de faturação (factoring) (excetuam-se os serviços prestados por
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central);
49. Agenciamento, organização, promoção e execução de programas de
turismo, passeios, excursões, guias de turismo e congêneres;
50. Agenciamento, corretagem, ou intermediação de bens móveis e imóveis
não abrangidos nos itens 45, 46, 47 e 48;
51. Despachantes;
338
52. Agentes da propriedade industrial;
53. Agentes da propriedade artística ou literária;
54. Leilão;
55. Regulação de sinistros cobertos por contratos de seguros; inspeção e
avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e
gerência de riscos seguráveis, prestados por quem não seja o próprio segurado
ou companhia de seguro; 56. Armazenamento, depósito, carga, descarga,
arrumação e guarda de bens de qualquer espécie (exceto depósitos feitos em
instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central);
57. Guarda e estacionamento de veículos automotores terrestres;
58. Vigilância ou segurança de pessoas e bens;
59. Transporte, coleta, remessa ou entrega de bens ou valores, dentro do
território do município;
60. Diversões públicas:
a) (VETADO), cinemas, (VETADO), taxi-dancing e congêneres;
b) bilhares, boliches, corridas de animais e outros jogos;
c) exposições, com cobrança de ingresso;
d) bailes, shows, festivais, recitais e congêneres, inclusive espetáculos que
sejam também transmitidos, mediante compra de direitos para tanto, pela
televisão ou pelo rádio;
e) jogos eletrônicos;
f) competições esportivas ou de destreza física ou intelectual com ou sem a
participação do espectador, inclusive a venda de direitos à transmissão pelo
rádio ou pela televisão;
g) execução de música, individualmente ou por conjuntos (VETADO);
61. Distribuição e venda de bilhete de loteria, cartões, pules ou cupões de
apostas, sorteios ou prêmios;
62. Fornecimento de música, mediante transmissão por qualquer processo,
para vias públicas ou ambientes fechados (exceto transmissões radiofônicas ou
de televisão);
63. Gravação e distribuição de filmes e "videotapes";
64. Fonografia ou gravação de sons ou ruídos, inclusive trucagem, dublagem e
mixagem sonora;
65. Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia,
reprodução e trucagem;
66. Produção, para terceiros, mediante ou sem encomenda prévia, de
espetáculos, entrevistas e congêneres;
67. Colocação de tapetes e cortinas, com material fornecido pelo usuário final
do serviço;
68. Lubrificação, limpeza e revisão de máquinas, veículos, aparelhos e
equipamentos (exceto o fornecimento de peças e partes, que fica sujeito ao
ICM);
69. Conserto, restauração, manutenção e conservação de máquinas, veículos,
motores, elevadores ou de quaisquer objetos (exceto fornecimento de peças e
partes, que fica sujeito ao ICM);
70. Recondicionamento de motores (o valor das peças fornecidas pelo
prestador do serviço fica sujeito ao ICM);
71. Recauchutagem ou regeneração de pneus para o usuário final;
72. Recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento, lavagem,
secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, polimento,
339
plastificação e congêneres, de objetos não destinados à industrialização ou
comercialização;
73. Lustração de bens móveis quando o serviço for prestado para usuário final
do objeto lustrado;
74. Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, prestados
ao usuário final do serviço, exclusivamente com material por ele fornecido;
75. Montagem industrial, prestado ao usuário final do serviço, exclusivamente
com material por ele fornecido;
76. Cópia ou reprodução, por quaisquer processos, de documentos e outros
papéis, plantas ou desenhos;
77. Composição gráfica, fotocomposição, clicheria, zincografia, litografia e
fotolitografia;
78. Colocação de molduras e afins, encadernação, gravação e douração de
livros, revistas e congêneres;
79. Locação de bens móveis, inclusive arrendamento mercantil;
80. Funerais;
81. Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário final,
exceto aviamento;
82. Tinturaria e lavanderia;
83. Taxidermia;
84. Recrutamento, agenciamento, seleção, colocação ou fornecimento de mão-
de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive por empregados do prestador
do serviço ou por trabalhadores avulsos por ele contratados;
85. Propaganda e publicidade, inclusive promoção de vendas, planejamento de
campanhas ou sistemas de publicidade, elaboração de desenhos, textos e
demais materiais publicitários (exceto sua impressão, reprodução ou
fabricação);
86. Veiculação e divulgação de textos, desenhos e outros materiais de
publicidade, por qualquer meio (exceto em jornais, periódicos, rádio, e
televisão);
87. Serviços portuários e aeroportuários; utilização de porto ou aeroporto;
atracação; capatazia; armazenagem interna, externa e especial; suprimento de
água, serviços acessórios; movimentação de mercadorias fora do cais;
88. Advogados;
89. Engenheiros, arquitetos, urbanistas, agrônomos;
90. Dentistas;
91. Economistas;
92. Psicólogos;
93. Assistentes sociais;
94. Relações públicas;
95. Cobranças e recebimentos por conta de terceiros, inclusive direitos
autorais, protestos de títulos, sustação de protestos, devolução de títulos não
pagos, manutenção de títulos vencidos, fornecimentos de posição de cobrança
ou recebimento e outros serviços correlatos da cobrança ou recebimento (este
item abrange também os serviços prestados por instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central);
96. Instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central:
fornecimento de talão de cheques; emissão de cheques administrativos;
transferência de fundos; devolução de cheques; sustação de pagamento de
cheques; ordens de pagamento e de crédito, por qualquer meio; emissão e
340
renovação de cartões magnéticos; consultas em terminais eletrônicos;
pagamentos por conta de terceiros, inclusive os feitos fora do estabelecimento;
elaboração de ficha cadastral; aluguel de cofres; fornecimento de segunda via
de avisos de lançamento de extrato de contas; emissão de carnês (neste item
não está abrangido o ressarcimento, a instituições financeiras, de gastos com
portes do Correio, telegramas, telex e teleprocessamento, necessários à
prestação dos serviços);
97. Transporte de natureza estritamente municipal;
98. Comunicações telefônicas de um para outro aparelho dentro do mesmo
município;
99. Hospedagem em hotéis, motéis, pensões e congêneres (o valor da
alimentação, quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto sobre
Serviços);
100. Distribuição de bens de terceiros em representação de qualquer natureza;
I - fixar as alíquotas máximas dos impostos previstos nos incisos III e IV;
“Art. 156
. ...................................................................................................................
341
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.
“Art. 9º
. .......................................................................................................................
III - é reduzida, nos Municípios onde não haja posto de cobrança de pedágio,
para sessenta por cento de seu valor;
“Art. 12.
......................................................................................................................
342
“101. Exploração de rodovia mediante cobrança de preço dos usuários,
envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção,
melhoramentos para adequação de capacidade e segurança de trânsito,
operação, monitoração, assistência aos usuários e outros definidos em
contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas oficiais”.
Art. 4º. A alíquota máxima de incidência do imposto de que trata esta Lei
Complementar é fixada em cinco por cento.
“Art. 156
. ...................................................................................................................
§ 3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à
lei complementar:
(...)
“Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III
do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso
III do caput do mesmo artigo:
I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se
referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-lei nº. 406,
de 31 de dezembro de 1968;
343
Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de
serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como
atividade preponderante do prestador.
344
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e
7.19 da lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
345
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos
serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;
346
I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou
cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos
itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;
II - (VETADO)
§ 3o (VETADO)
I – (VETADO)
1.02 – Programação.
347
1.04 – Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos
eletrônicos.
3.01 – (VETADO)
348
4.05 – Acupuntura.
4.10 – Nutrição.
4.11 – Obstetrícia.
4.12 – Odontologia.
4.13 – Ortóptica.
4.15 – Psicanálise.
4.16 – Psicologia.
349
5.03 – Laboratórios de análise na área veterinária.
350
7.04 – Demolição.
7.08 – Calafetação.
7.14 – (VETADO)
7.15 – (VETADO)
351
7.21 – Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho, perfilagem,
concretação, testemunhagem, pescaria, estimulação e outros serviços
relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de
outros recursos minerais.
352
10.06 – Agenciamento marítimo.
353
12.12 – Execução de música.
13.01 – (VETADO)
354
14.05 – Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura,
beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização,
corte, recorte, polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer.
355
licenciamento eletrônico de veículos; transferência de veículos; agenciamento
fiduciário ou depositário; devolução de bens em custódia.
356
15.16 – Emissão, reemissão, liquidação, alteração, cancelamento e baixa
de ordens de pagamento, ordens de crédito e similares, por qualquer meio ou
processo; serviços relacionados à transferência de valores, dados, fundos,
pagamentos e similares, inclusive entre contas em geral.
17.07 – (VETADO)
357
17.10 – Planejamento, organização e administração de feiras, exposições,
congressos e congêneres.
17.14 – Advocacia.
17.16 – Auditoria.
17.21 – Estatística.
358
19.01 - Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de
loteria, bingos, cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios,
inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e congêneres.
25 - Serviços funerários.
359
25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes;
aluguel de capela; transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores,
coroas e outros paramentos; desembaraço de certidão de óbito; fornecimento
de véu, essa e outros adornos; embalsamento, embelezamento, conservação
ou restauração de cadáveres.
29 – Serviços de biblioteconomia.
360
33.01 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e
congêneres.
36 – Serviços de meteorologia.
38 – Serviços de museologia.
361
Ataliba, Geraldo, “Hipótese de Incidência Tributária”, 6ª ed., São Paulo,
Malheiros, 2011.
Baptista, Marcelo Caron, “ISS do Texto à Norma”, São Paulo, Quartier Latin,
2005.
Barreto, Aires F., “ISS na Constituição e na Lei”, 2ª ed., São Paulo, Dialética,
2005.
______________ “Curso de Direito Tributário Municipal”, São Paulo, Saraiva,
2009.
Campos, Dejalma de, “Direito Processual Tributário”, 8ª ed., São Paulo, Atlas,
2004.
Canto, Gilberto de Ulhôa, “Temas de Direito Tributário”, vol. III, Rio de Janeiro,
Alba, 1964.
362
Carrazza, Roque Antonio, “Curso de Direito Constitucional Tributário”, 22ª ed.,
São Paulo, Malheiros, 2006.
____________________ “ICMS”, 10ª ed., São Paulo, Malheiros, 2005.
Carvalho, Paulo de Barros, “Curso de Direito Tributário”, 23ª ed., São Paulo,
Saraiva, 2011.
Diniz, Maria Helena, “Curso de Direito Civil Brasileiro”, 9ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1995.
__________________ “Compêndio de Introdução à Ciência do Direito”, 17ª
ed., São Paulo, Saraiva, 2005.
363
Grupenmacher, Betina Treiger, “Sociedades de Profissionais e Tributação Fixa
frente à Lei Complementar nº 116/2003”, in “O ISS e a LC 116”, Coordenador:
Valdir de Oliveira Rocha, São Paulo, Dialética, 2003.
Machado, Hugo de Brito, “Curso de Direito Tributário”, 23ª ed., São Paulo,
Malheiros, 2003.
Martins, Sergio Pinto, “Manual do Imposto sobre Serviços”, 3ª ed., São Paulo,
Atlas, 2000.
Mello, Celso Antonio Bandeira de, “Curso de Direito Administrativo”, 11ª ed.,
São Paulo, Malheiros, 1999.
364
Moraes, Bernardo Ribeiro de, “Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços”,
São Paulo, Revista dos Tribunais, 1978.
_______________________ “Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza”,
in “Curso de Direito Tributário”, Coordenador: Ives Gandra da Silva Martins, 8ª
ed., São Paulo, Saraiva, 2007.
_______________________ “Compêndio de Direito Tributário”, Primeiro e
Segundo Volumes, 5ª ed., Rio de Janeiro, Forense, 1996.
Nogueira, Ruy Barbosa, “Curso de Direito Tributário”, 14ª ed., São Paulo,
Saraiva, 1995.
Pietro, Maria Sylvia Zanella Di, “Direito Administrativo”, 19ª ed., São Paulo,
Atlas, 2005.
Silva, De Plácido e, “Vocábulo Jurídico”, Vol. II, Rio de Janeiro, Forense, 1974.
Silva, José Afonso da, “Curso de Direito Constitucional Positivo”, 24ª ed., São
Paulo, Malheiros, 2005.
365