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É muito fácil dizer que a Rio+20 foi um fracasso. Basta analisar o texto nal das negociações o ciais travadas pelos
governos no Riocentro e avaliar se houve avanço. Não havendo, declara-se o asco. É uma avaliação correta, mas limitada,
de um evento que foi muito mais amplo do que uma busca de acordos ou documentos o ciais. Não dá para a rmar que o
texto nal assinado pelos representantes dos países foi uma decepção ou que cou aquém das expectativas. Essas
expectativas já eram baixas. Os desa os presentes muito antes do início da Rio+20 já deixavam claro que não havia muita
margem para avanço o cial. Mas, felizmente o progresso rumo a uma economia verde depende cada vez menos dos
governos.
Um passeio pelas centenas de eventos paralelos à reunião o cial no Riocentro mostrava um quadro encorajador. Foi o
maior encontro de empresas, ONGs e representantes de governos federais, estaduais e municipais rumo ao
desenvolvimento sustentável. Eles tinham boas histórias para contar e ótimos acordos para travar.
[...]
Bandeiras que há décadas eram agitadas apenas por pesquisadores e ativistas mais ousados agora entraram na
linguagem consensual. Há 20 anos, na ECO 92, pensadores propunham acabar com os subsídios para os combustíveis
fósseis e eram desdenhados por empresas e governos. Durante a Rio+20, enquanto os ativistas estendiam faixa em
Copacabana pedindo o m do apoio à energia suja, a mesma proposta rolava em mesas de discussão promovidas pelo
Fundo Monetário Internacional (o antigo terror dos ativistas).
Durante a Rio+20, o que se viu foi uma convergência de visões que superou as expectativas. A necessidade de se
adequar aos limites naturais já é aceita como uma realidade. Enfrentar as mudanças climáticas é uma premissa básica. Se a
ECO 92 foi um grande encontro para conscientização e alerta, a Rio+20 foi uma convenção para combinar os caminhos a
seguir.
Na palavra em destaque no segmento “pedindo o m do apoio à energia suja”, é obrigatório o acento grave que marca a
crase, ou seja, a contração da preposição com o artigo de nido feminino. O acento grave também é indispensável em:
A Não se chegou a rmar metas, isto é, objetivos quanti cados em prazo de nido.
22 Q995695 Português > Crase , Sintaxe , Regência Concordância verbal, Concordância nominal
Ano: 2018 Banca: Colégio Pedro II Órgão: Colégio Pedro II Prova: Colégio Pedro II - 2018 - Colégio Pedro II - Técnico em
Contabilidade
Texto IV
“Garantir o direito à educação inclusiva...” (Texto IV, linhas 22-23)
Pode-se a rmar que na frase destacada há, respectivamente, os seguintes aspectos gramaticais envolvidos:
Administração Pública
Assinale a alternativa em que o acento indicativo da crase está empregado em conformidade com a norma-padrão da
língua portuguesa.
À visita de alguém ilustre parecia ser sempre aguardada por Dona Morgadinha.
A
B À qualquer sinal de mancha nos vidros e cristais, punha-se a reclamar baixinho.
C À vista do menor sinal de poeira, a mulher percorria a casa com uma anela na mão.
D À busca constante por limpeza e organização era o objetivo diário de dona de casa.
E À devoção de Dona Morgadinha pelo marido esbarrava nos maus hábitos do homem.
Acerca do sinal indicativo de crase em “147 anos de serviços prestados à população de Belém” (linha 10), assinale a
alternativa correta.
A Não deveria ter sido utilizado, já que a palavra posterior não pode ser precedida de artigo feminino.
B Está correto, pois a expressão “à população” é uma locução adverbial feminina.
Está correto, mas poderia não ter sido utilizado, pois o uso ou não de artigo feminino antes de “população”, nesse
C
contexto, é uma questão de estilo.
D Está correto e foi usado para marcar a junção de uma preposição e um artigo.
E Não tem justi cativa sintática, mas foi usado para evitar uma ambiguidade.
Português > Ortogra a , Parônimos e Homônimos , Interpretação de Textos Crase , Sintaxe , Regência ,
Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) ,
25 Q994903
Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) ,
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2018 Banca: COMVEST UFAM Órgão: UFAM Prova: COMVEST UFAM - 2018 - UFAM - Bibliotecário Documentalista
Depois do golpe militar de 1964, com a queda do presidente João Goulart, as forças militares ocuparam a Amazônia
brasileira, perseguindo e dispersando os principais líderes políticos democráticos, o que abriu caminho para a proposição
de um plano de modernização da região, elaborado no Sul do país. Isto implicou a entrada de capitais nacional e
estrangeiro, assim como a rede nição do espaço e das condições de vida da população. Aliás, no nal dos anos 1950, a
integração geográ ca da Amazônia com o Sul – na verdade uma proposta geopolítica – já havia começado através das
rodovias. É possível per lar um núcleo ligado a indústria automotora, assim como a suas indústrias adjacentes. Esse polo
industrial é intensamente estimulado pelos militares que, sob o discurso da modernização da Amazônia e sua integração
nacional, tinham promovido seu projeto geopolítico, mediante a construção de rodovias. Tais ideias e medidas não
conseguiam discriminar as especi cidades do Norte das do resto do país. (Do livro As Vozes do rio, de Ana Pizarro, p. 166.
Texto adaptado.)
Coloque V para verdadeiro e F para falso nas a rmativas a seguir, feitas a propósito de aspectos diversos do texto:
( ) A regência no trecho “Isto implicou a entrada de capitais” NÃO está correta, pois deveria ser “Isto implicou na entrada de
capitais”.
( ) As palavras “proposição”, “modernização” e “região”, constantes do primeiro período, formam um vício de linguagem
chamado barbarismo.
( ) No último período, para que o enunciado que correto, o vocábulo “discriminar” precisa ser substituído pelo parônimo
“descriminar”.
( ) Uma ideia que perpassa o texto é a de que as medidas para o desenvolvimento da Amazônia, embora não condizentes
com a sua realidade, eram necessárias.
( ) “Tinham promovido”, no penúltimo período do texto, está conjugado no pretérito mais-queperfeito composto do
indicativo.
( ) No trecho “É possível per lar um núcleo ligado a indústria automotora”, o a deveria levar o acento indicativo de crase.
A V–F–V–V–F–F
B V–F–V–F–F–V
C V–V–F–F–V–F
D F–V–F–V–F–V
E F–F–F–F–V–V
PA - Agente Administrativo
Todos os dias, mais de 1 milhão de sel es são tiradas mundo afora. Os jovens se destacam como os maiores adeptos
desses autorretratos da era virtual - e, entre eles, as meninas aparecem em primeiro lugar. De acordo com um estudo
global que analisou cinco metrópoles - São Paulo, Bangcoc, Berlim, Moscou e Nova York-elas publicam mais fotos de si
mesmas do que os rapazes. Na capital paulista, 65% das sel es são de mulheres, em sua maioria, jovens. É a cidade, entre
as pesquisadas, com o maior percentual de meninas, que se autofotografam com um sorriso no rosto. O estudo foi
batizado de Sel ecity (junção de sel e com city, a cidade das sel es).
Não é de estranhar, portanto, que o mundo digital - em especial, o universo das redes sociais - venha transformando a
maneira como as adolescentes amadurecem e se a rmam como mulheres. Essa é a tese por trás de dois livros publicados
recentemente nos Estados Unidos. Em American Girls: Social Media and the Secret Life of Teenagers (em inglês: Meninas
Americanas: Redes Sociais e a Vida Secreta das Adolescentes), a jornalista Nancy Jo Sales se dedica a explicar de que forma a
experiência virtual, temperada por curtidas e sel es, in uencia o modo como as garotas se veem e como se mostram ao
mundo. Já Girls & Sex (Meninas e Sexo), de Peggy Orenstein, aborda um assunto ainda mais delicado: a maneira como os
nudes (sel es tiradas sem roupa) transformaram e anteciparam a descoberta da sexualidade das garotas. As duas obras
acendem um alerta para os pais, sobretudo os que estão criando lhas.
Para Nancy Jo Sales, a busca por atenção no Facebook faz com que as meninas da era da internet “se sintam em um
constante concurso de beleza.” Eis a de nição de uma garota de 13 anos em depoimento incluído em American girls: “Todo
mundo quer tirar uma sel e tão boa quanto as da Kardashian”. Segundo a escritora, as jovens querem ser reconhecidas
como a famosa socialite Kim Kardashian, casada com o músico Kayne West e que em suas redes sociais mostra sua rotina
de princesa. As adolescentes americanas, segundo Nancy Jo Sales, querem ser igual à socialite, pois para a maior parte
deles, a vida ordinária e comum é a realidade mais imediata.
Uma das versões brasileiras próxima de Kardashian é Gabriela Pugliesi, de 30 anos. Ela conquistou notoriedade sem
exibir nenhum talento. Como alcançou a fama? Compartilhando fotos em que mostrava o corpo malhado. Em novembro
passado, Gabriela teve a equivocada ideia de sugerir a seus seguidores (que só no Instagram somam 2,3 milhões) que
vazassem fotos de amigas nuas caso elas não conseguissem ser “ rmes” em suas dietas de emagrecimento. Vale lembrar:
boa parte dos fãs de Gabriela é formada por meninas de seus 15 anos.
Uma sel e - ou mesmo um nude - pode soar inocente, uma brincadeira da juventude, contudo suas consequências às
vezes são trágicas. Em 2013, a gaúcha Giana Laura Fabi, de 16 anos, suicidou-se depois que se tornaram públicos retratos
com seus seios à mostra - ela havia enviado as imagens a um rapaz via Skype. Uma análise de estudos realizados em doze
países, feita pela Universidade de Queensland, na Austrália, mostrou que não receber likes em uma publicação gera
ansiedade, e por vezes, depressão. Na opinião da autora, isso ocorre devido à pressão para que jovens mulheres “reduzam
o valor que dão ao corpo e passem a vê-lo como uma coleção de partes que existem para agradar aos outros”. As sel es
têm levado meninas à mesa de cirurgia: nos EUA houve um aumento de 71% no número de implantes no queixo em
adolescentes porque as pacientes queriam car mais “bonitas” nos autorretratos digitais. Ser adolescente - e do gênero
feminino -nunca foi fácil, o escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) dizia que a juventude é “embriaguez
sem vinho”. Parece, entretanto, que o mundo conectado elevou a novos patamares os típicos problemas desta fase da vida.
Marque a alternativa que exigiria a ausência do acento na substituição do termo “à mesa de cirurgia” em “As sel es têm
levado meninas à mesa de cirurgia: (...)”
A às compras compulsivas.
B às cirurgias plásticas.
C à intervenções arriscadas.
D à casa de massagens.
E à tristeza desnecessária.
- Procurador do Município
“(...) segundo o professor, esse registro linguístico já pertence à norma culta (...)”
1. A ideia do triunfo da democracia cou associada à obra de Francis Fukuyama. Em controverso ensaio publicado nos anos
1980, Fukuyama a rmava que o encerramento da Guerra Fria levaria à “universalização da democracia liberal ocidental
como forma de nitiva de governo humano”. O triunfo da democracia, proclamou numa frase que veio a condensar o
otimismo de 1989, marcaria o “ m da história”.
2. Muitos criticaram Fukuyama por sua suposta ingenuidade. Alguns alegavam que a democracia liberal estava longe de ser
implementada em larga escala, porquanto muitos países se mostrariam resistentes a essa ideia importada do Ocidente.
Outros a rmavam que era cedo para prever que tipo de avanço a engenhosidade humana seria capaz de conceber: talvez a
democracia liberal fosse apenas o prelúdio de outras formas de governo, mais justas e esclarecidas.
3. A despeito das críticas sofridas, o pressuposto fundamental de Fukuyama se revelou de enorme in uência. A maioria dos
cientistas políticos acreditava que a democracia liberal permaneceria inabalável em certos redutos, ainda que o sistema não
triunfasse no mundo todo. Na verdade, a maior parte dos cientistas políticos, embora evitando fazer grandes
generalizações sobre o m da história, chegou mais ou menos à mesma conclusão de Fukuyama.
4. Impressionados com a estabilidade das democracias ricas, cientistas políticos começaram a conceber a história do pós-
guerra como um processo de consolidação democrática. Para sustentar uma democracia duradoura, o país devia atingir
níveis altos de riqueza e educação. Tinha de construir uma sociedade civil forte e assegurar a neutralidade de instituições de
Estado fundamentais. Todos esses objetivos frequentemente se revelaram fugidios. Mas a recompensa que acenava no
horizonte era tão valiosa quanto perene. A consolidação democrática, segundo essa visão, era uma via de mão única.
(Adaptado de: MOUNK, Yascha. O povo contra a democracia. Trad. Cássio de Arantes Leite e Débora Landsberg. São
Paulo: Companhia das Letras, 2018, edição digital.)
Quanto à pontuação e ao emprego de crase, está plenamente correta a frase que se encontra em:
A O m da Guerra Fria traria como forma de nitiva de governo, à universalização da democracia liberal ocidental.
Atrelada às necessidades de construir uma sociedade civil forte, havia a necessidade de assegurar a neutralidade de
B
instituições de Estado fundamentais.
C O sistema político se estabilizava, à medida que, um país passava a ser rico e, ao mesmo tempo, democrático.
Cientistas políticos, impressionados com à estabilidade sem paralelo das democracias ricas viram no pós-guerra um
D
período de consolidação democrática.
E A controversa obra de Francis Fukuyama associou-se, no pensamento político, à ideais do triunfo da democracia.
Em “em relação a sua e cácia” não cabe acento indicativo de crase no termo que antecede o pronome “sua”, “a”,
A
mesmo que facultativo.
B O período é composto por coordenação, somente.
Completo
PERSISTÊNCIA
Máxima latina antiga, sábia, “a gota escava a pedra". Se há algo absolutamente frágil rente a uma rocha é uma gota
d’água. Não é à toa que circula o ditado 'água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. A persistência pode estar no
campo positivo, isto é, a capacidade de ir adiante, de não desistir, mas também, no negativo: persistir em algo que está
equivocado, persistirem algo que seja um desvio de rota.
A noção de persistência, quando colocada gota a gota, traz uma indicação muito séria da forma como a paciência deve
entrar na persistência. Paciência não é lerdeza. E a capacidade de admitir a maturação e dar o tempo necessário aos nossos
processos de conceber, de fazer, seja na nossa carreira, seja no nosso trabalho, seja na família, seja no atingimento de
algum objetivo,
A máxima latina “a gota escava a pedra" é uma orientação da natureza para mostrar o valor da persistência quando ela
é positiva, é capaz de ajudar a chegar ao lugar a que se deseja passo a passo.
Não de maneira lerda, não de maneira demorada, mas não desistindo, ou seja, não deixar de lado aquilo que necessita
de fôlego, no estudo, na organização da vida, na certeza daquilo que se precisa conseguir.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Pensar bem nos faz bem! Vozes p.99)
Na estrutura “É a capacidade de admitir a maturação (...)”, não há acento grave diante dos dois as:
“Segundo a Organização Mundial da Saúde, 24% dos brasileiros _____ ao menos um transtorno de ansiedade ao longo da
vida. Alarmante, não? E sabe quem está bastante susceptível a sofrer desse ____ ? Você, caro concurseiro!
São muitas as preocupações de um candidato ___ concurso. Por isso, nossa mente ca sempre no futuro. Vejam se os
_________ abaixo lhes são familiares:
Estudo contabilidade de manhã ou à tarde? Faço ou não resumos? Faço ou não curso presencial? Compro este livro ou
aquele outro? Como fazer caber tantas disciplinas no meu cronograma? Como ____ tanta coisa?” [...]
Considerando a norma-padrão, assinale a alternativa na qual os termos que completam as lacunas estão corretamente
escritos.
32 Q991930 Português > Interpretação de Textos , Crase , Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Lagoa Santa - MG Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) -
Moacyr Scliar
[...]
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circun exos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas
também se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este
sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três
reformas ortográ cas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas
há outros que ainda me causam dúvidas. Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos
de correção que hoje fazem parte dos programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra
seria uma revolução na gra a que reduzisse os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam
dispensados desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste
mundo pessoas felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
[...]
Em relação ao a rmado pelo escritor Moacyr Scliar em seu texto, assinale a alternativa incorreta.
O escritor a rma que a crase só é bem empregada por uma pequena parcela dos brasileiros, enquanto a outra
A
parcela não poderia aprender a usá-la.
B Scliar mostra que até para ele mesmo, que possui estudo formal e é escritor, há dúvidas quanto ao uso da crase.
Ao comparar a língua portuguesa à língua inglesa, o autor destaca a praticidade que a ausência de acentos representa
C
no idioma dos ingleses.
A divisão dos brasileiros proposta pelo escritor não associa a situação nanceira do indivíduo ao fato de ele saber ou
D
não usar a crase.
Moacyr Scliar
[...]
Alguém já disse que os ingleses conquistaram o mundo porque não precisavam perder tempo acentuando as palavras.
Pode não ser verdade, mas o gasto de energia representado pelos agudos, pelos circun exos, pelos tremas, é uma coisa
impressionante. E a pergunta é: para quê, mesmo? Alguém já disse que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Tenho
minhas dúvidas: acho que a crase foi feita, sim, para humilhar. A população brasileira se divide em pobres e ricos, mas
também se divide em dois grupos, os que sabem usar a crase, a minoria, e a maioria que tem um medo existencial a este
sinal.
É possível aprender? É possível. Mas tomem o meu caso: escritor, médico, homem razoavelmente informado, eu deveria
acentuar bem as palavras. Pois tenho minhas dúvidas. É que durante a minha existência o país passou por umas três
reformas ortográ cas que tiveram o mérito de esculhambar a minha cabeça. O acento diferencial consegui esquecer, mas
há outros que ainda me causam dúvidas. Há duas soluções para este problema. Uma é representada por esses dispositivos
de correção que hoje fazem parte dos programas de computação (mas que às vezes cometem erros lamentáveis). Outra
seria uma revolução na gra a que reduzisse os acentos ao mínimo possível ou, melhor ainda, a zero.
A primeira máquina de escrever que eu ganhei, ainda menino, era uma velha Royal, importada dos Estados Unidos, e que
não tinha acentos. Eu escrevia, e depois acentuava à mão. Com uma tremenda inveja dos americanos que estavam
dispensados desta tarefa inglória. Não sei onde andará essa máquina. E nem quero saber. Ela me lembraria que há neste
mundo pessoas felizes que podem escrever sem a preocupação de acentuar certo. Uma coisa que eu gostaria de esquecer.
[...]
A A crase não se aplica a esse caso, e o autor a utiliza para promover um efeito irônico em seu texto.
B Nesse caso, o uso da crase é facultativo, porém é aconselhável por ser capaz de desfazer possíveis ambiguidades.
C A crase nesse caso é obrigatória, e segue a mesma lógica de utilização que obriga o uso da crase em “acentuar à lápis”.
D Nesse caso, o uso da crase é facultativo, assim como em “Vou à cidade em que nasci”.
TEXTO I
[...]
Em linhas gerais, a concepção sartreana da liberdade se assentava no pressuposto de que o ser humano é a única criatura
para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser). Quer dizer: o nosso destino não é predeterminado pela natureza
– muito menos, ele assinala, pela “inteligência divina”. “O que signi ca dizer que a existência precede a essência?”, pergunta.
“Signi ca que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se de ne. […]
O homem é não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como
ele se deseja após este impulso para a existência.” (Não, a psicanálise não orna muito bem com esse tipo de pensamento).
O ser humano, frisa Sartre, de ne-se pelo que faz, pelo que ele projetar ser, por suas escolhas. Daí em diante, é preciso
falar em consequências – tanto dessa ideia basilar quanto da própria liberdade avassaladora que ela anuncia. Em primeiro
lugar, ela incorre no fato de que cada um de nós é total e integralmente responsável não apenas por nossos atos, mas
também por aquilo que somos. O que se desdobra em outras e mais profundas consequências.
Tudo é permitido
Em um mundo sem Deus e sem natureza humana, o homem é plenamente responsável não apenas por si, mas também
por todos os homens. “Não há dos nossos atos”, diz Sartre, “um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie
ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser.”
[...]
FREITAS, Almir. Revista Bravo. Disponível em: <http://bravo.vc/seasons/s05e01> . Acesso em: 21 ago. 2018 [Fragmento
adaptado].
“[...] o ser humano é a única criatura para quem a existência (existir) é anterior à essência (ser).”
II. Nesse caso, o acento indicativo de crase é formado pela contração de uma preposição com um artigo inde nido.
A I e II, apenas.
B I e III, apenas.
C II e III, apenas.
D I, II e III.
de Itabira - MG - Advogado
[...]
Muito mais”
O uso da crase em “à francesa”, expressão que nomeia a música e que signi ca, em outras palavras, sair de algum evento
de forma discreta, sem se despedir dos demais, justi ca-se porque
A “À francesa” constitui uma redução sintática da expressão “à moda francesa”, portanto, a crase é necessária.
B ‘sair’, por se tratar de um verbo intransitivo, rege a preposição ‘a’, o que ocasiona a crase.
há a necessidade de diferenciar o ‘a’ antes de ‘francesa’ de um artigo. Para marcá-lo como preposição, é necessária a
C
crase.
TEXTO I
Uma palavra. Uma só palavra, solitário verbo que me zesse reencontrar o rumo de um lugar pleno de magia que descobri
ou inventei quando criança e a que chamava de Longe.
Creio já haver falado dele numa crônica mais antiga (por vezes penso que todas as minhas crônicas são antigas e anteriores
a mim), perdida em meus caóticos arquivos.
Nunca consegui de nir muito bem o que era o Longe depois que quei adulto. Busquei na infância alguma pista, algum
resíduo que por lá houvesse cado e me permitisse apreender esse conceito esquecido do Longe.
Em vão procurei e naturalmente nada encontrei que me ajudasse, porque criança dispensa essa escravidão perpétua à
lógica dos adultos. Eu não pensava sobre o Longe, apenas o vivia como se fosse perfeitamente natural sua existência,
explicação não carecia.
O Longe era para onde eu fugia quando a doméstica barra pesava ou quando me dava vontade, e lá tudo acontecia do
modo que eu bem desejasse. Eu já inventara Pasárgada e nem sabia. Lá eu podia ser todos os heróis de minha infância.
Super Homem, Zorro, Tarzan, Batman, Cisco Kid, Peter Pan, Mandrake, Flash Gordon, Mané Garrincha.
O Longe era o portal da liberdade sem freios nem correntes, a liberdade absoluta da imaginação. O Longe me fazia grande
o bastante para enfrentar todos os medos, pois lá nada me aconteceria de mal simplesmente porque eu tinha
superpoderes.
Hoje, sei que esqueci o mapa do caminho que me levava ao Longe e mesmo que o recuperasse dentro de uma garrafa
lançada ao mar, mesmo que as portas mágicas novamente se abrissem, de nada me adiantaria, nada mais seria no Longe
que um desconhecido e inoportuno visitante. Sim, crescer é bom, nos torna mais donos de nós mesmos, porém, o quanto
não perdemos.
Nem me lembro direito quanto tempo o Longe durou em minha vida, sei que não foi o su ciente, o bastante. Por vezes,
creio que quei adulto demais na ânsia de entender o mundo, possuí-lo, pertence-lo. Desnecessária pressa, hoje percebo.
O Longe estava longe de ser um território poético. Era real, tão real ou mais que o quintal da casa paterna, o jardim, o oitão,
a rua, o mar, o colo de mamãe, o bolo de chocolate esfriando na mesa da cozinha, a bola de couro embaixo da cama
cheirando a sebo de carneiro, a beleza da primeira professora, a canção que saía do rádio de válvulas.
Não havia muita diferença entre o que era real e o Longe. O Longe era igual a tudo que existia, só que diferente. Eu era
diferente.
O uso do acento grave, no período “Em vão procurei e naturalmente nada encontrei que me ajudasse, porque criança
dispensa essa escravidão perpétua à lógica dos adultos” (Texto I, parágrafo 4), tem a explicação de uso gramatical correto
em:
B por ter fusão entre a preposição regida pelo verbo “dispensa” e o artigo do substantivo “lógica”;
C é utilizado para acentuar o artigo do substantivo “lógica”;
Interno
Causos/3
O que é a verdade? A verdade é uma mentira contada por Fernando Silva. Fernando conta com o corpo inteiro, e não
apenas com palavras, e pode se transformar em outra gente ou em bicho voador ou no que for, e faz isso de tal maneira
que depois a gente escuta, por exemplo, o sabiá cantando num galho, e a gente pensa: Esse passarinho está imitando
Fernando quando imita o sabiá.
Ele conta causos da linda gente do povo, da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro; e também causos de alguns
tipos extravagantes que ele conheceu, como aquele espelheiro que fazia espelhos e se metia neles, se perdia, ou aquele
apagador de vulcões que o diabo deixou zarolho, por vingança, cuspindo em seu olho.
Os causos acontecem em lugares onde Fernando esteve: o hotel que abria só para fantasmas, aquela mansão onde as
bruxas morreram de chatice ou a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca que a gente sentia vontade de ter, ali,
uma namorada à nossa espera.
Além disso, Fernando trabalha como médico. Prefere as ervas aos comprimidos e cura a úlcera com plantas e ovo de
pombo; mas prefere ainda a própria mão. Porque ele cura tocando. E contando, que é outra maneira de tocar.
Causos/3
O que é a verdade? A verdade é uma mentira contada por Fernando Silva. Fernando conta com o corpo inteiro, e não
apenas com palavras, e pode se transformar em outra gente ou em bicho voador ou no que for, e faz isso de tal maneira
que depois a gente escuta, por exemplo, o sabiá cantando num galho, e a gente pensa: Esse passarinho está imitando
Fernando quando imita o sabiá.
Ele conta causos da linda gente do povo, da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro; e também causos de alguns
tipos extravagantes que ele conheceu, como aquele espelheiro que fazia espelhos e se metia neles, se perdia, ou aquele
apagador de vulcões que o diabo deixou zarolho, por vingança, cuspindo em seu olho.
Os causos acontecem em lugares onde Fernando esteve: o hotel que abria só para fantasmas, aquela mansão onde as
bruxas morreram de chatice ou a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca que a gente sentia vontade de ter, ali,
uma namorada à nossa espera.
Além disso, Fernando trabalha como médico. Prefere as ervas aos comprimidos e cura a úlcera com plantas e ovo de
pombo; mas prefere ainda a própria mão. Porque ele cura tocando. E contando, que é outra maneira de tocar.
Causos/3
O que é a verdade? A verdade é uma mentira contada por Fernando Silva. Fernando conta com o corpo inteiro, e não
apenas com palavras, e pode se transformar em outra gente ou em bicho voador ou no que for, e faz isso de tal maneira
que depois a gente escuta, por exemplo, o sabiá cantando num galho, e a gente pensa: Esse passarinho está imitando
Fernando quando imita o sabiá.
Ele conta causos da linda gente do povo, da gente recém-criada, que ainda tem cheiro de barro; e também causos de alguns
tipos extravagantes que ele conheceu, como aquele espelheiro que fazia espelhos e se metia neles, se perdia, ou aquele
apagador de vulcões que o diabo deixou zarolho, por vingança, cuspindo em seu olho.
Os causos acontecem em lugares onde Fernando esteve: o hotel que abria só para fantasmas, aquela mansão onde as
bruxas morreram de chatice ou a casa de Ticuantepe, que era tão sombreada e fresca que a gente sentia vontade de ter, ali,
uma namorada à nossa espera.
Além disso, Fernando trabalha como médico. Prefere as ervas aos comprimidos e cura a úlcera com plantas e ovo de
pombo; mas prefere ainda a própria mão. Porque ele cura tocando. E contando, que é outra maneira de tocar.
21: D 22: C 23: C 24: D 25: E 26: C 27: C 28: B 29: B 30: A 31: C 32: A
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