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MACAÉ/RJ
2019
FACULDADE DE PARAÍSO DO NORTE – FAPAN
INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO - IBF
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO DIREITO ADMINISTRATIVO E GESTÃO PÚBLICA
MODALIDADE A DISTÂNCIA - EAD
2
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Para falar de serviços públicos e sua importância para uma gestão pública de
qualidade, é imprescindível falar de Administração Pública. Meirelles (2016) a define
como “todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de serviços,
visando à satisfação das necessidades coletivas”. Nesse contexto, a Administração
Pública é a responsável pela execução dos serviços públicos.
Com vistas ao melhor entendimento acerca do que são serviços públicos,
buscou-se em literatura de base, teóricos conceituados sobre o tema.
De acordo com Maria S. Zanella Di Pietro, “serviço público é toda atividade
que a administração Pública executa, direta ou indiretamente, para satisfazer à
necessidade coletiva, sob regime jurídico predominantemente público” (DI PIETRO,
2018, pp. 81). Além disso, ela complementa que “a própria Constituição Federal é
farta em exemplos de serviços públicos, em especial os previstos no artigo 21 com a
redação dada pela Emenda Constitucional n. 8/95” (DI PIETRO, 2018). O inciso XII
do artigo citado menciona especificamente como serviços a serem explorados
diretamente ou por meio de concessão ou permissão os seguintes: de
radiodifusão (sonora e de sons e imagens), energia elétrica, navegação, transportes
rodoviários e ferroviários, e portos. Como exemplo de concessão de serviços
públicos pode-se citar os pedágios (que executam a conservação das vias) e as
companhias de fornecimento de energia elétrica.
Segundo Hely Lopes Meirelles, “Serviço público é todo aquele prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para
satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples
conveniências do Estado” (Meirelles, 2016, pp. 418).
Dinorá Grotti é muito assertiva ao afirmar que:
Cada povo diz o que é serviço público em seu sistema jurídico. A
qualificação de uma dada atividade como serviço público remete ao plano
da escolha política, que pode estar fixada na Constituição do país, na lei, na
jurisprudência e nos costumes vigentes em um dado momento. Essa é uma
questão histórica e cada Estado desenvolve um modelo peculiar. (GROTTI,
2017)
Celso Antonio Bandeira de Mello conceitua como serviço público
toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material
destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente
pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres
e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de
Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de
restrições especiais –, instituído em favor dos interesses definidos como
públicos no sistema normativo. (MELLO, 2016)
Segundo Odete Medauar (2016) “serviço público, como um capítulo do direito
administrativo, diz respeito à atividade realizada no âmbito das atribuições da
Administração, inserida no Executivo. E refere-se à atividade prestacional, em que o
poder público propicia algo necessário à vida coletiva, como, por exemplo, água,
energia elétrica, transporte urbano”.
A Constituição Federal (1988), em seu artigo 175, “incumbe ao Poder Público,
na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.” Ou seja, os serviços públicos
são de competência da Administração Pública, podendo ser executados por entes
regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores,
mediante remuneração dos usuários. (MEIRELLES, 2016, 420).
Nesta classificação de serviços de utilidade pública, o autor elenca como
exemplo os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás e telefonia, visto
que são serviços passíveis de serem individualizados e remunerados diretamente
pelos usuários finais do serviço. Além dele, Celso Antônio Bandeira de Mello (2009),
também defende que os serviços públicos são apenas os uti singuli, ou seja, aqueles
diretamente fruíveis singularmente, pelo consumidor final.
Esse entendimento advém do art. 145, II, da Constituição, segundo o qual “a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos: [...] II – taxas [...] pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”
(BRASIL, 1988). Ou seja, considera-se que os serviços públicos passíveis de
concessão ou permissão são aqueles que também são tributáveis, visto serem
oferecidos diretamente à população e com possibilidade de cobrança individual por
parte das empresas concessionárias/permissionárias.
Considerando esse entendimento, é perceptível o interesse econômico das
empresas privadas em estabelecer parcerias com o poder público, visto que elas
recebem a concessão para prestar um serviço passível de cobrança individualizada
ao consumidor pela prestação do serviço. Todavia, apesar do interesse econômico
ainda assim a população é beneficiada, pois além do serviço público estar sendo
garantido, a concorrência oriunda das empresas privadas habilitadas a prestar o
serviço proporciona maior qualidade no serviço que é de fato prestado à população.
Com isso, o poder público garante a prestação do serviço por meio das parcerias
público-privadas e com uma qualidade que talvez não conseguisse atingir, dado ao
ônus gerado pela execução serviço.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31. ed. rev. atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Forense, 2018.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 20. ed. rev., atual. e ampl.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. atual. Até a
Emenda Constitucional 90, de 15/09/2015. São Paulo: Malheiros, 2016.
_____.Curso de direito administrativo. 33. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros,
2016.