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Carlos Alberto Assis é pianista e compositor formado em piano pela Escola de Mú-
sica e Belas Artes do Paraná (Embap), onde atualmente leciona as disciplinas de
Linguagem e Estruturação Musical (Análise Musical e Harmonia), História da Música,
Fundamentos de Prática Corporal Aplicada à Música e Composição de Trilha Sonora.
É mestre em Música – Execução Musical pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Em 1998, classificou-se em 2º lugar no I Prêmio de Composição Guerra Peixe, da
Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de janeiro. Em 2000, classificou-se em 3º lugar
no III Prêmio de Composição Guerra Peixe, da mesma escola. Integrou o corpo do-
cente de diversos Festivais e Oficinas de Música, participando como pianista corre-
petidor da montagem de diversas óperas, no Brasil e no exterior. É também médico
formado pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, com especialização em
Homeopatia e Acupuntura, sendo professor e praticante de tai chi chuan e Ginástica
Terapêutica Chinesa, como também membro fundador da Associação Internacional
de Praticantes de Tai Chi Chuan (AIPT). Atualmente, cursa o doutorado em Práticas
Interpretativas/Piano, com bolsa concedida pela Fundação Araucária, por meio do
convênio Embap – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), sob orientação
da Dra. Cristina Capparelli Gerling.
E-mail: carlos.assis@terra.com.br
Carlos Alberto Assis
Batatais
Claretiano
2016
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
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REITORIA
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro
781.25 S583c
ISBN: 978-85-8377-500-3
CDD 781.25
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Harmonia e Análise Musical
Versão: dez./2016
Formato: 20x28 cm
Páginas: 74 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................................9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS...............................................................................................................................................11
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE..................................................................................................................................12
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................................................13
Conteúdo
Harmonia Tradicional (graus) e Harmonia Funcional. Condução de vozes. Tessituras. Té-
trades: Posição Fechada, Posição Aberta, Inversões. Regras básicas de encadeamento. Enca-
deamento de Graus Conjuntos e Disjuntos nos modos: maior e menor. Campo harmônico de
tétrades. Inversões de tétrades. Dobramentos. Oitavas e Quintas, paralelas e ocultas (diretas).
Preparação da sétima. Transformação de acordes em dominantes individuais (maior, de 7ª da
Dominante, e 7ª Diminuta). Cadências. Acordes de quinta aumentada; quinta diminuta e au-
mentada juntas. Acordes de empréstimo modal. Acorde napolitano. Acorde de 6ª aumentada
(alemã, francesa e italiana). Modulação. Formas Musicais. Estudo de obras musicais de perío-
dos históricos sob o ponto de vista da estruturação formal.
Bibliografia Básica
HINDEMITH, P. Curso condensado de harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Tradução de Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
Bibliografia Complementar
ALMADA, C. Harmonia Funcional. Campinas: Editora Unicamp, 2009.
BENNETT, R. Forma e estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
CHEDIAK, A. Dicionário de acordes cifrados: harmonia aplicada à música popular. 2. ed. São Paulo: Irmãos Vitale, 1984.
GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v.
SCHOENBERG, A. Funciones estructurales de la armonía. Barcelona: Idea Books, 1999. Versão espanhola de Juan Luís Milán
Amat do original inglês.
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das
competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais
conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etioló-
gico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Univer-
sitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a den-
sidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação.
1. INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja bem-vindo!
Vamos aprofundar, a partir de agora, os conceitos e ferramentas que constituem e cons-
troem o discurso musical. O estudo da Harmonia faz parte de uma das áreas mais fascinantes
do conhecimento musical e relaciona-se intimamente às três atividades básicas do universo
musical: apreciação, criação e execução.
Em seu aspecto mais básico, o contato direto com a estrutura, construção e encadea-
mento dos acordes providencia um repertório de códigos que facilita os processos mais prá-
ticos, como a improvisação, a composição e o arranjo de obras. O compositor, o arranjador
e o instrumentista que improvisa pode dispor de elementos formadores do discurso musical
para enriquecer as possibilidades de combinações sonoras. É possível harmonizar e rearmoni-
zar uma melodia de várias maneiras, modificando o leque de percepção sonora. É como se o
compositor, o arranjador e o improvisador dispusessem de uma grande e diversificada paleta
de cores sonoras.
Em seus aspectos mais profundos, a compreensão de níveis e estruturas mais amplas e
os direcionamentos que se criam a partir das relações estabelecidas num sistema ordenado e
coeso permitem uma apreciação mais refinada da obra como um todo. O instrumentista, mes-
mo de instrumentos não polifônicos, pode, então, estabelecer uma relação mais aprofundada
e íntima com a obra que executa, o que trará consequências benéficas para a compreensão
que ele possui dessa obra e mesmo como ferramenta importante para sua memorização.
Assim, os processos de apreciação, criação e execução enriquecem-se e tornam-se mais
conscientes e amadurecidos. Os conhecimentos da Harmonia constituem, portanto, uma fer-
ramenta preciosa para o fazer musical.
A Harmonia como a conhecemos hoje é resultado de um longo processo de estudos e
avaliações sobre a prática musical, que se firmou com a escrita musical polifônica, estenden-
do-se até a dissolução do conceito de tonalidade e a adoção de práticas musicais não tonais.
A partir do desenvolvimento da música polifônica, na Idade Média, os procedimentos
composicionais foram aos poucos agregando mais e mais vozes e, consequentemente, os acor-
des começaram a adquirir uma existência cada vez mais presente no discurso musical.
No final do século 16 e início do século 17, as práticas musicais levaram a uma condensa-
ção dos modos eclesiásticos em uso, que se fundiram de acordo com suas afinidades em dois
modos principais: o modo maior e o modo menor. Surgia, assim, a tonalidade. A tonalidade
firma-se e desenvolve-se como sistema de relações entre acordes, tornando-se paradigma
musical por três séculos. Assim, a Harmonia enfoca a prática musical exercida no período com-
preendido entre a transição do século 16 para o século 17 e finais do século 19, abrangendo,
aproximadamente, trezentos anos de História (1600-1900).
A partir do início do século 20, experimentações com outras construções de acordes –
que não os baseados em terças – e outros tipos de escalas começaram a ser utilizados pelos
compositores, e as primeiras décadas desse século testemunharam uma grande transforma-
ção do paradigma teórico que sustentou o conhecimento musical até então.
Nos dias de hoje, estudamos a Harmonia não apenas por sua importância histórica – afi-
nal, três séculos de prática produziram uma quantidade gigantesca de obras musicais –, mas
também pela influência que exerce, ainda hoje, nos processos composicionais, principalmente
aqueles relacionados à música popular.
O objeto de estudo da Harmonia é o efeito de síntese resultante da combinação de sons
de diferentes alturas simultâneos, que chamamos de acorde. Assim, a Harmonia procura es-
tudar e esclarecer como os acordes são construídos, analisando sua formação e estrutura, e
como estabelecem relações entre si, num processo que denominamos encadeamento. Além
disso, a Harmonia também se preocupa com as consequências desses processos de encade-
amento, estudando a relação dessas progressões com um centro tonal comum e as relações
que podem se estabelecer entre diferentes centros tonais.
Portanto, a Harmonia é comumente dividida, por motivos e razões puramente didáticos,
em Harmonia Estrutural e Harmonia Funcional. Enfim, para ficar mais claro, podemos resumir
a divisão da Harmonia da seguinte maneira:
a) Harmonia Estrutural:
• construção dos acordes (formação e estrutura);
• relação entre acordes (encadeamentos);
b) Harmonia Funcional:
• relação dos encadeamentos ou progressões com um centro tonal comum, cha-
mado de tônica;
• relações entre diferentes centros tonais ou diferentes tônicas, que chamamos
comumente de modulação.
A parte da Harmonia chamada Estrutural é representada por processos básicos de cons-
trução e progressão de acordes baseados, exclusivamente, na estrutura escalar natural (es-
calas maior e menor harmônica), sem a intervenção de acidentes. São apresentadas as es-
truturas acordais simples baseadas em tríades e sua construção (acordes maiores, menores,
diminutos e aumentados), as tétrades simples e seus relacionamentos por meio dos encade-
amentos básicos.
Na parte referente à Harmonia Funcional, os acidentes são introduzidos na estrutura
escalar natural, e estudamos a expansão das relações tonais por meio de encadeamentos
mais complexos. A Harmonia Funcional foi desenvolvida no final do século 19 para lidar com
a crescente complexidade das composições do final do Romantismo; é uma teoria complexa,
com linguajar, grafia, símbolos e sinais próprios. Abordaremos somente os subsídios básicos
para podermos compreender seus fundamentos.
Para o estudo da Harmonia, duas virtudes são necessárias: paciência e persistência. As-
sim, alguns exercícios são apresentados para você treinar e desenvolver suas habilidades de
lidar com os acordes e com os encadeamentos. Os exercícios são divididos em seis configura-
ções, a partir de quatro categorias:
a) acordes isolados (para compreensão de sua estrutura e para o treinamento da dis-
tribuição das vozes);
b) sequências de cifras e ritmos (para você aprender a determinar a localização do
baixo);
c) baixos dados, com cifras e sem cifras (para treinamento da distribuição e reconheci-
mento de acordes);
d) melodias com cifras e sem cifras (para treinamento da disposição de acordes e das
diferentes possibilidades de encadeamentos).
Animado? Então, mãos à obra!
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições con-
ceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados.
1) Acorde: efeito de síntese resultante da combinação de sons de diferentes alturas
simultâneos.
2) Cadência: em Harmonia, movimento harmônico resultante da relação entre acordes
que estabelecem um sentido de resolução de tensões de notas atrativas. Esse mo-
vimento pode adiar, reforçar ou intensificar o efeito conclusivo de uma sequência
harmônica ou frase musical.
3) Coda: seção de conclusão de um movimento ou obra.
4) Codetta: pequena coda, usualmente utilizada como conclusão de uma seção de um
movimento.
5) Cromatismo: aplicação da escala cromática ao sistema diatônico.
6) Enarmônico: notas que possuem nomes diferentes, mas soam na mesma altura. Por
exemplo, Dó# e Réb.
7) Funções harmônicas: nome dado aos principais graus da escala que criam relações
de estabelecimento da tonalidade (exemplos: primeiro, quarto e quinto graus, cha-
mados respectivamente de tônica, subdominante e dominante).
8) Grau conjunto: distância de uma segunda maior ou menor, ou seja, um tom ou um
semitom entre notas ou graus.
9) Grau disjunto: distância maior que um tom entre duas notas ou graus.
10) Harmonia: estudo da estrutura dos acordes e de seus encadeamentos, do relacio-
namento desses acordes com um centro tonal comum e da relação entre diferentes
centros tonais.
11) Notas atrativas: regiões da escala diatônica em que se encontram os semitons,
quarto e sétimo graus, também gerando um movimento de resolução em direção às
notas da tônica, terça e fundamental, respectivamente.
12) Progressão (ou Marcha Harmônica): processo de relacionamento entre acordes
numa sucessão com um direcionamento a uma das funções harmônicas principais.
13) Semitom: intervalo de segunda menor.
14) Sensível: sétima nota ou sétimo grau da escala diatônica.
15) Tétrade: acorde constituído de quatro terças sobrepostas.
16) Tom: intervalo de segunda maior.
17) Tonalidade: processo de relacionar uma série de notas ou acordes a um ponto focal
chamado centro tonal, ou tônica, resultado do pensamento harmônico aplicado ao
sistema escalar diatônico.
18) Tônica: nota que dá nome e início a uma escala diatônica. Centro que polariza as
relações tonais no sistema tonal.
19) Tríade: é um acorde composto por três terças sobrepostas.
20) Vozes: num encadeamento harmônico, cada uma das resultantes da distribuição das
notas dos acordes. Geralmente, utilizam-se quatro: soprano, contralto, tenor, baixo.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
SADIE, S. Dicionário Grove de Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1994.
Objetivos
• Compreender o processo de construção e distribuição dos acordes.
• Distribuir os acordes em vozes nas posições abertas e fechadas.
• Identificar as tríades e sua posição na estrutura escalar.
Conteúdos
• Tríades.
• Tessitura e distribuição das vozes.
• Duplicações e posições abertas e fechadas.
• Tríades na estrutura escalar.
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© HARMONIA E ANÁLISE MUSICAL
UNIDADE 1 – HARMONIA ESTRUTURAL I: FORMAÇÃO DOS ACORDES
1. INTRODUÇÃO
Como vimos, a Harmonia estuda os relacionamentos dos acordes entre si, cujo proces-
so chamamos de encadeamento, ou progressão; dos acordes em relação a um centro tonal
comum, chamado de tônica; e da relação entre centros tonais diferentes, conhecido como
modulação.
Para o aprofundamento do estudo da Harmonia, é importante que você faça uma revi-
são dos conteúdos já estudados anteriormente, mais especificamente de alguns elementos
básicos relacionados à escrita musical.
1) Claves de Sol e de Fá: tradicionalmente, estudamos a Harmonia distribuindo os acor-
des para vozes. Isso permite a utilização de uma gama mais extensa de sonoridades,
tendo, por consequência, implicações para composições e arranjos, por exemplo.
Utilizamos a notação tradicional da escrita para piano, por questões de praticidade.
Assim, na clave Sol – que corresponde à mão direita – localizaremos as vozes mais
agudas, e na clave de fá – que corresponde à mão esquerda – inseriremos as vozes
mais graves.
2) Fórmulas de compasso: os exercícios serão apresentados em forma de pequenas
frases musicais, em uma configuração que prenuncia e serve de base à construção
de obras musicais mais extensas.
3) Valores de notas e pausas: para que os exercícios não se tornem frios e mecânicos,
serão constituídos de pequenas melodias, o que os torna mais agradáveis e os apro-
xima da realidade com que trabalhamos.
4) Armaduras de clave; escalas – maior e menor harmônica; todas as tonalidades
maiores com suas relativas menores: como a tonalidade é o fundamento dos pro-
cessos e das relações entre os elementos musicais estudados pela Harmonia, o co-
nhecimento das escalas e das tonalidades é fundamental.
5) Alterações: lembre-se de que armadura de clave não é o mesmo que alteração.
Quando uma nota é alterada e recebe um acidente (sustenido, bemol, bequadro,
dobrado sustenido ou dobrado bemol), ela não faz parte da escala diatônica, mas da
escala cromática. Isso terá importância quando estudarmos modulação e acordes
de empréstimo.
6) Intervalos – maiores, menores, aumentados e diminutos: os constituintes funda-
mentais para a construção dos acordes.
Tríades
Os acordes que definem as tonalidades são os acordes perfeitos maiores e os acordes
perfeitos menores. Os acordes diminutos e os aumentados desempenham outras funções que
veremos mais adiante. Portanto, inicialmente utilizaremos o acorde perfeito em suas duas
formas principais: maior e menor.
Distribuição
Quando fazemos um arranjo ou composição, utilizamos vários instrumentos ou vozes,
produzindo sons agudos e graves. Por isso, temos que distribuir a tríade para que ela possa
abranger uma extensão maior. Tradicionalmente, utilizamos a configuração escrita para coro,
com duas vozes agudas (soprano e contralto) e duas vozes graves (tenor e baixo). Assim, pode-
mos ter uma abrangência bastante completa da gama sonora.
Portanto, os exercícios são escritos para 4 vozes: soprano, contralto, tenor, baixo:
Duplicação
Como utilizamos quatro vozes, uma delas deve ser duplicada (repetida). A preferência
pela duplicação é da fundamental, pois, sendo ela a base do acorde, é naturalmente a sono-
ridade mais forte que ouvimos. Em seguida, podemos duplicar a quinta. Por enquanto, evite
duplicar a terça – ela define a natureza do acorde (maior ou menor) –, sua duplicação tende a
ser redundante em termos de sonoridade. Procure, também, não cruzar as vozes, mantendo-
-as na ordem natural.
Posições
Na distribuição das vozes, devemos primeiro estabelecer o baixo e depois o soprano. As-
sim, podemos determinar a extensão do acorde. Depois, acrescentamos o contralto e o tenor,
sendo que entre o soprano e o contralto tanto quanto entre o contralto e o tenor não se deve
ultrapassar intervalo maior que uma oitava. A distância entre o tenor e o baixo é livre.
Um acorde é denominado em posição cerrada, ou fechada, quando nenhuma nota sua
pode ser intercalada entre o soprano e o contralto ou entre o contralto e o tenor.
Um acorde é denominado em posição aberta quando uma ou mais notas dele podem
ser intercaladas entre o soprano e o contralto ou entre o contralto e o tenor.
A posição do acorde também pode ser definida pela nota que se encontra no soprano:
• Posição de oitava (fundamental no soprano).
• Posição de terça.
• Posição de quinta.
Tríades da escala
Para os exercícios de encadeamento iniciais, utilizaremos a escala diatônica maior e a
escala menor harmônica, construindo sobre elas tríades com notas próprias da escala, ou seja,
sem alterações.
Cada nota da escala recebe um número romano, indicando sua posição dentro da esca-
la, ou grau. Assim, a tônica é o I grau; a dominante, o V grau. Utilizamos, também, o número
romano maiúsculo para indicar um acorde perfeito maior e o número romano minúsculo para
indicar um acorde perfeito menor.
Assim, no modo maior:
Repare que o sétimo grau é uma tríade diminuta e recebe um símbolo diferente, viio,
minúsculo porque a terça inferior é menor, e o símbolo o para indicar que é diminuto.
No modo menor, temos:
Como vimos, os acordes que definem as tonalidades são os acordes perfeitos maiores
e os acordes perfeitos menores. A compreensão da estrutura básica triádica dos acordes é de
fundamental importância para o prosseguimento do estudo da Harmonia. É a partir desses
acordes que se constroem os processos harmônicos e as relações tonais. Portanto, é importan-
te que esse conteúdo esteja bem assimilado antes de darmos continuidade ao nosso estudo.
Nos textos a seguir, você encontra informações complementares que podem ser de mui-
ta utilidade para a compreensão desse assunto.
• ALVIRA, J. R. Identificando tríades. 2015. Disponível em: <http://www.artmusica.net/
wp/tecnicos/teoria_musical/teoria_online/teoria_acordes/acordes_07.htm>. Aces-
so em: 14 dez. 2015.
• DUDEQUE, N. Harmonia Tonal – I. 2003. Disponível em: <http://www.artes.ufpr.br/
material/norton/Apostila%20HTI.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2015.
• KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical.
2010. 180 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2010. Disponível em: <http://livros01.livrosgratis.com.br/cp148017.pdf>.
Acesso em: 14 dez. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desem-
penho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Toque e escreva os seguintes acordes:
Lá, lá, Dó#, ré, Sib, si, Solb, fá#
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de iniciar a
tomada de contato com o fascinante universo da Harmonia.
Você foi apresentado à estrutura dos acordes, sua formação e posição dentro da estrutu-
ra da escala diatônica. Esses conhecimentos básicos serão essenciais para o aprofundamento
das relações que se estabelecem dentro do campo da tonalidade e para a compreensão da
estrutura e configuração das obras musicais.
Na próxima unidade, você aprenderá como os acordes se relacionam entre si por meio
dos encadeamentos, e teremos a oportunidade de ampliar e estender seus conhecimentos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v.
HINDEMITH, P. Curso condensado de harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
PROUT, E. Harmony: it’s theory and practice. 7. ed. London: Augener, 1901.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Tradução de Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
Objetivos
• Compreender o processo de relacionamento entre acordes.
• Realizar encadeamentos entre acordes de graus disjuntos e conjuntos.
• Compreender a distribuição dos acordes e suas relações a partir de suas inversões.
Conteúdos
• Condução de vozes.
• Encadeamentos de graus disjuntos.
• Encadeamentos de graus conjuntos.
• Inversões das tríades.
• Tétrades.
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UNIDADE 2 – HARMONIA ESTRUTURAL II: ENCADEAMENTOS
1. INTRODUÇÃO
Após entendermos como os acordes se estruturam, como são distribuídos em vozes e
suas configurações de apresentação na escala, passaremos agora a conhecer como eles po-
dem se articular e relacionar entre si, produzindo encadeamentos. É uma parte muito gratifi-
cante do estudo da Harmonia, porque podemos ver resultados práticos e imediatos.
Tenha paciência e resolva todos os exercícios propostos e mais os que você pode achar
na literatura de referência, assim conseguirá desenvolver uma proficiência que será de grande
valia.
2.1. ENCADEAMENTOS
Condução de vozes
Com relação à condução das vozes, três situações podem surgir:
1) movimento direto, ou paralelo: quando duas ou mais vozes se movem na mesma
direção (Figura 1 a seguir);
3) movimento oblíquo: quando uma voz permanece fixa, enquanto a outra se move
(Figura 3 a seguir).
Na cifragem, ao lado direito do número romano que indica o grau, acrescentamos o nú-
mero seis. Podemos duplicar a fundamental ou a quinta (a e b da Figura 10), mas não a terça,
por enquanto. Além disso, a quinta pode ser omitida e a fundamental, triplicada (c da Figura
10).
Da mesma maneira que na primeira inversão, a fundamental ou a quinta podem ser du-
plicadas (por enquanto, não a terça). A segunda inversão funciona como acorde de passagem
quando utilizada em tempos fracos do compasso. Quando recai sobre tempo forte, assume
um papel cadencial.
Entre acordes de sexta consecutivos ou entre acordes de sexta e fundamentais, o pro-
cedimento permanece o mesmo e segue as mesmas recomendações apresentadas para os
encadeamentos de acordes em estado fundamental.
Em relação aos graus conjuntos, na presença de uma inversão em qualquer um dos acor-
des ou em ambos, não há mais necessidade da observância do movimento contrário ao do
baixo, mas deve-se tomar cuidado para evitar quintas ou oitavas paralelas.
Veja, no exemplo seguinte (Figura 12), algumas possibilidades de ocorrência de quintas
ou oitavas paralelas:
TÉTRADES
As tétrades, também chamadas de acordes de sétima, formam-se por acréscimo de uma
terça às tríades das escalas maior (Figura 13) e menor (Figura 14). Em geral, esses acordes têm
um caráter mais ornamental que estrutural. A cifragem, tanto do estado fundamental quanto
das inversões, obedece às mesmas regras do acorde de sétima de dominante.
As notas atrativas também são chamadas de sensíveis: o sétimo grau da escala é cha-
mado de sensível tonal, pois define a tonalidade ao resolver em uma tônica, e o quarto grau
da escala é chamado de sensível modal, pois, ao resolver na terça maior ou menor da escala,
define o modo da escala (Figura 19, a seguir).
Note que o acorde de tônica fica sem a quinta, e a fundamental está triplicada. Lembre-
se de que a quinta sempre pode ser omitida, sem prejuízo para a estrutura do acorde.
Assim, a quinta do acorde de V7 também pode ser suprimida e, nesse caso, duplica-se a
fundamental. Veja que, na Figura 21, a fundamental do acorde de V7 duplicada permite que se
possa mantê-la como nota comum, e o acorde de tônica fica completo.
A terça e a sétima do acorde de sétima de dominante não devem ser duplicadas, para
evitar oitavas paralelas consecutivas. Entretanto, de agora em diante, a terça das tríades em
estado fundamental ou invertidas podem ser duplicadas.
• Acordes de sexta com duplicações possíveis da terça (Figura 22, a seguir):
Nos textos indicados a seguir você poderá obter existem informações adicionais a res-
peito das tríades e tétrades. Confira!
• ADAMS, R. Inversão de tríades. Disponível em: <http://www.jazzbossa.com/teoria/
aulas/42.inversaodetriades.html>. Acesso em: 16 dez. 2015.
• FREITAS, S. P. R. Que acorde ponho aqui? Harmonia, práticas teóricas e o estudo de
planos tonais em música popular. Universidade Estadual de Campinas – Instituto de
Artes, Campinas, [s.n.], 2010. (Tese de Doutorado). Disponível em: <http://www.bi-
bliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000784261&fd=yhttp://unicamp.sibi.
usp.br/handle/SBURI/22518>. Acesso em: 14 abr. 2016.
• LIMA, M. R. R. Inversões de tríades e tétrades no modo maior. Harmonia: uma abor-
dagem prática. p. 18-21. São Paulo: [s.n.], 2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/
mus/files/2011/12/Ramires-Harmonia-2008-Invers%C3%B5es-de-tr%C3%ADades-e-
-t%C3%A9trades-em-modos-Maiores-.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2015.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desem-
penho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Harmonize os seguintes baixos:
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da segunda unidade, e você pode aprofundar os conhecimentos fun-
damentais da Harmonia, da estrutura dos acordes e de seu relacionamento por meio dos
encadeamentos.
Não deixe de realizar os exercícios propostos e busque complementar seus conhecimen-
tos na literatura indicada.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v.
HINDEMITH, P. Curso condensado de harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
PROUT, E. Harmony: it’s theory and practice. 7. ed. London: Augener, 1901.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Tradução de Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
Objetivos
• Compreender os conceitos relacionados aos processos que fundamentam a
tonalidade.
• Reconhecer o papel das alterações dentro do campo harmônico.
• Conhecer os princípios básicos de relacionamento entre campos harmônicos.
Conteúdos
• Tonalidade – cadência.
• Funções tonais.
• Alterações.
• Modulação.
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UNIDADE 3 – HARMONIA FUNCIONAL
1. INTRODUÇÃO
Vimos até agora como os acordes são construídos com tríades e tétrades e como são
distribuídos e dispostos em quatro vozes. Também analisamos como se relacionam por meio
dos encadeamentos.
Veremos agora como essas relações estabelecem o senso de tonalidade e de que forma
as diferentes tonalidades podem se relacionar por meio da modulação.
Esta é uma unidade mais complexa do estudo da Harmonia, mas você perceberá que a
compreensão dos princípios da Harmonia Funcional se reflete na compreensão da obra musi-
cal e dos procedimentos composicionais do período tonal.
Procure ampliar seus conhecimentos com a leitura dos textos incluídos nas referências.
Podemos definir tonalidade como um sistema de relações entre uma série de notas ou
acordes e um ponto focal que denominamos centro tonal, ou tônica.
No final da Renascença, ao agregar várias vozes simultaneamente, a técnica intervalar
do contraponto polifônico produziu a maioria das tríades diatônicas maiores e menores e dos
acordes de sexta (primeira e segunda inversões das tríades maiores e menores).
Além disso, a dificuldade de se controlar as estruturas modais em contrapontos mais
complexos acabou por diluir a individualidade dos modos, que se aglutinaram por afinidade
em dois modos principais: o modo maior e o modo menor.
Foi principalmente a partir das fórmulas cadenciais – tanto por sua posição nos finais de
frase quanto por seu caráter fixo – que se estabeleceu um sentido de tonalidade. Gradualmen-
te, outros acordes passaram a relacionar-se com o acorde final como também uns com os ou-
tros, surgindo assim um senso de progressão e, em um sentido mais amplo, de relações tonais.
Pela importância do papel que a cadência exerce no sistema tonal para estabelecer e
fortalecer o sentido de tonalidade e como muitos dos processos e procedimentos harmônicos
são oriundos de cadências, é necessário revermos os tipos de cadência.
Harmonicamente, a cadência perfeita é a única e a mais intensa fórmula de estabeleci-
mento da tonalidade, pela intensa relação que estabelece com a tônica por meio da sensível.
Os outros tipos de cadência podem ser considerados ornamentais, no sentido de adiar, refor-
çar ou intensificar o efeito conclusivo da cadência perfeita.
• Cadência perfeita: aquela em que o acorde de tônica é precedido pelo de dominante
(V – I).
• Cadência plagal: aquela em que o acorde de tônica é precedido por qualquer acorde
que não o de dominante, em geral a subdominante (IV – I).
• Cadência de engano: também chamada de “cadência suspensiva, interrompida, de-
ceptiva, evitada” ou “falsa cadência”, é aquela em que o acorde de dominante é se-
guido por qualquer acorde que não o de tônica.
• Cadência à dominante: também chamada de “semicadência”, aquela que termina na
dominante e pode ser precedida de qualquer acorde. Um tipo de semicadência muito
conhecida é a “cadência frígia”, que ocorre no modo menor, na seguinte configura-
ção: iv6 – V.
Aprofundando e estendendo o conceito de cadência, percebemos que ela assume não
somente o papel de conclusão decisiva (frases, períodos e seções), mas também passa a ser
o elemento mais importante na definição da tonalidade tanto no início quanto na estrutura
geral e profunda da obra musical. Discutiremos esse assunto a partir de sua aplicabilidade na
Unidade 4.
Observe a Figura 1 e note que somente dois acordes não são suficientes para definir a
tonalidade. Tanto podemos interpretar o acorde de Dó como I grau de Dó Maior quanto IV
grau de Sol Maior. Da mesma maneira, podemos interpretar o acorde de Sol tanto como I grau
de Sol Maior como V grau de Dó Maior.
Precisamos de mais um acorde que possa identificar uma tonalidade com absoluto grau
de certeza. Nesse caso, um acorde que possua Fá natural definirá a tonalidade como Dó maior
e um acorde que possua Fá# definirá a tonalidade como Sol Maior.
Assim, necessitamos de três acordes para definir uma tonalidade, e eles são a Tônica
(T – I grau), a Subdominante (S – IV grau) e a Dominante (D – V grau), que desempenham as
principais funções harmônicas, em torno das quais todo o discurso tonal se estrutura. Observe
a Figura 2, que representa essas três funções, e note que as flechas descendentes indicam o
movimento de atratividade que se estabelece entre os acordes. Do acorde de dominante para
o acorde de tônica, a nota si é a sensível, nota atrativa que conduz a tônica. Por isso, dizemos
que a relação entre dominante e tônica é representada por um movimento de aproximação.
2.3. ALTERAÇÕES
Agora que entendemos as relações que se estabelecem dentro do campo tonal puro da
escala diatônica, passamos a estudar as alterações que são incorporadas a esse campo, pois,
mesmo que um compositor utilize toda a gama da escala cromática em uma composição no
período da música tonal, essas alterações estão subordinadas às principais relações hierárqui-
cas do campo tonal.
Alterações são notas que não pertencem à tonalidade, ou seja, não fazem parte da es-
trutura da escala diatônica. Geralmente, surgem, no decorrer de uma obra, como emprésti-
mos de outras regiões tonais ou como substituições cromáticas ou enarmônicas de notas do
acorde. As alterações podem ser divididas didaticamente:
1) Alterações simples: empréstimos e alterações diatônicas ou cromáticas que não afe-
tam as relações intrínsecas da tonalidade.
a) No modo menor: utilização da escala menor melódica.
b) No modo maior: utilização de graus da escala menor homônima, que chamamos
“empréstimo modal”.
c) Dominantes individuais: acordes que não pertencem à tonalidade e mantêm uma
relação de dominantes com os graus próprios da escala.
d) Alterações cromáticas incorporadas: quintas aumentadas ou diminutas (V7(#5);
V7(b5)), sextas aumentadas, acorde de sexta napolitano.
2) Alterações complexas: substituição de notas dos acordes da escala por processos
enarmônicos. Essas alterações têm implicações importantes no processo de modu-
lação e consequente expansão da tonalidade.
Vamos explicar cada um desses tipos de alterações.
Alterações simples
Empréstimo modal
São acordes oriundos do campo tonal da escala menor homônima. Esses acordes pos-
suem uma função ornamental e não afetam a estrutura ou a identidade da escala maior. Veja
o exemplo da Figura 13.
Nos acordes assinalados, perceba que o Láb nos acordes de quarto e sétimo graus não
pertence a Dó Maior, está emprestado da tonalidade homônima menor (Dó menor) e não in-
terfere na percepção da tonalidade de Dó Maior.
Dominantes individuais
Os graus da escala podem ser individualizados por acordes não pertencentes à tonalida-
de que com eles estabelecem uma relação de dominante. Pode ser um acorde perfeito maior
(V), de sétima de dominante (V7), sétima de sensível (viiø7) – somente utilizado como domi-
nante individual para graus constituídos de acorde perfeito maior ou sétima diminuta (viiº7).
Somente acordes perfeitos maiores e menores podem ser individualizados. Portanto, os graus
que podem ser individualizados são o ii (Figura 14, a seguir), o iii (Figura 15), o IV (Figura 16),
o V (Figura 17) e o vi (Figura 18) no modo maior, e o III (Figura 19), o iv (Figura 20), o V (Figura
17) e o VI (Figura 21) no modo menor. Veja os exemplos a seguir:
Veja, na Figura 22, a seguir, como a presença das dominantes individuais embeleza o
trecho com os cromatismos das notas que não pertencem ao Dó Maior, sem interferirem no
estabelecimento da tônica de Dó como hegemônica. Perceba como os acordes de dominantes
individuais antecipam os graus que estão individualizando.
Alterações complexas
As alterações são consideradas complexas pelas relações distantes que possibilitam. As
substituições enarmônicas permitem redirecionar o acorde para outras regiões tonais. Os prin-
cipais acordes que possibilitam essas alterações são os acordes diminutos e os aumentados.
Acordes diminutos
Existem três acordes diminutos (Figura 31, a seguir). Por sua característica estrutural,
constituído de três terças menores sobrepostas, os acordes diminutos podem estabelecer vá-
rias relações a partir de substituições enarmônicas.
O acorde diminuto funciona como um viiº7 e resolve por semitom em um acorde perfei-
to maior ou menor. Com as substituições enarmônicas, cada acorde diminuto pode resolver
em oito acordes diferentes (Figura 32, a seguir). Como são três acordes diferentes, os acordes
diminutos podem cobrir as vinte e quatro tonalidades maiores e menores.
Acordes aumentados
Existem quatro acordes aumentados (Figura 34, a seguir).
Cada acorde aumentado pode resolver em seis acordes diferentes, cobrindo, também,
as vinte e quatro tonalidades maiores e menores (Figura 34, a seguir).
2.4. MODULAÇÃO
Indicamos, a seguir, alguns textos com informações adicionais dos conteúdos estudados
nesta unidade. Eles podem complementar seu conhecimento a respeito das relações entre
tonalidades e de alguns aspectos do tonalismo. Confira!
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desem-
penho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Harmonize os seguintes baixos:
I - (a) é uma sexta francesa; (b) é uma sexta germânica; (c) é uma sexta italiana.
II - (a) é uma sexta germânica; (b) é uma sexta italiana; (c) é uma sexta francesa.
III - (a) é uma sexta italiana; (b) é uma sexta francesa; (c) é uma sexta germânica.
IV - (a) é uma sexta germânica; (b) é uma sexta francesa; (c) é uma sexta italiana.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da terceira unidade, na qual você teve contato com os princípios e
processos básicos da estruturação da tonalidade, do relacionamento dos acordes dentro de
um campo tonal, do papel das alterações cromáticas dentro desse campo e do relacionamento
entre diferentes campos tonais.
Não desanime, pois esse é um estudo complexo que necessita de tempo e de prática
para amadurecimento. Na próxima unidade, veremos como as obras musicais se estruturam e
se organizam como formas temporais.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v.
HINDEMITH, P. Curso condensado de harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
PROUT, E. Harmony: it’s theory and practice. 7. ed. London: Augener, 1901.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Tradução de Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
______. Funciones estructurales de la armonía. Barcelona: Idea Books, 1999. Versão espanhola de Juan Luís Milán Amat do
original inglês.
Objetivos
• Compreender as bases conceituais dos processos de análise musical.
• Conhecer as estruturas básicas de organização do texto musical.
• Reconhecer as formas musicais básicas e suas principais configurações.
Conteúdos
• Bases conceituais da análise musical.
• Principais modelos formais.
1) Não se limite a este conteúdo; procure outras informações em sites, livros ou artigos confiáveis. Você poderá
encontrar vários títulos ao final de cada unidade. Se surgirem dúvidas, procure seu tutor a distância, a fim de
esclarecer cada ponto antes de prosseguir os estudos. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento
pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual.
2) Procure resolver todos os exercícios propostos, eles são muito importantes, uma vez que acrescentarão soli-
dez ao seu aprendizado.
3) Identifique os principais conceitos apresentados e busque seguir a linha gradativa dos assuntos que envolvem
o estudo dos fundamentos básicos da harmonia tonal.
4) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador.
55
UNIDADE 4 – ANÁLISE MUSICAL
1. INTRODUÇÃO
Tivemos a oportunidade de vislumbrar até aqui as complexas relações que são possíveis
no contexto tonal, a maneira como as cadências estruturam o estabelecimento de uma tonali-
dade e como os acordes interagem entre si em contextos diatônicos e cromáticos.
Nesta unidade, abordaremos o discurso musical em sua manifestação mais completa,
a obra musical. Por mais simples que uma obra seja, somente a inspiração não é suficiente
para determinar sua eficácia como produto artístico. O compositor tem sempre um trabalho
detalhado e cuidadoso de planejamento para que essa obra possa cumprir sua função estética
(BENNETT, 1986, p. 9).
As maneiras de expressão musical dependem de princípios de organização. Esses prin-
cípios englobam uma série de complexas interações que buscam um equilíbrio entre unida-
de e diversidade, construindo estruturações formais que se desenvolvem por meio de fluxos
temporais.
Prepare-se para adentrar um mundo maravilhoso!
De um ponto de vista bastante simples, podemos definir análise musical como um “[...]
processo prático de examinar peças musicais a fim de descobrir ou decidir como elas funcio-
nam” (COOK, 1987, p. 1). Esse processo busca a compreensão de uma mensagem inserida em
um contexto discursivo e traz consequências para todos os níveis do fazer musical. O compo-
sitor aprende a construir estruturas ao compreender como elas são construídas. O executante
constrói sua interpretação a partir do conhecimento da estrutura da obra que executa, e o
ouvinte pode criar um vínculo mais profundo com a obra, o compositor e o contexto histórico
em que ele vive ou viveu a partir de uma percepção mais apurada e abrangente do que ouve.
A música não é uma linguagem, no sentido próprio do termo, pois falta-lhe um léxico que
a permita transmitir imagens, conceitos ou pensamentos. No entanto, a música compartilha
com a linguagem o aspecto discursivo de sua produção: a música é um discurso de sons que
se propagam no tempo, estruturados por elementos que proporcionam coesão e coerência.
Emprestamos da semiótica alguns conceitos que consideramos fundamentais para a
compreensão da obra enquanto elemento discursivo e do papel que a análise exerce ao ten-
tar compreendê-la. O primeiro conceito é o de sentido. Sentido implica uma direção, uma
tendência a algo, como uma sequência que tende a uma forma conhecida ou um conjunto de
elementos que se somam para a construção de uma interpretação, elementos que tentamos
tornar inteligíveis por meio da organização e da análise (FONTANILLE, 2007, p. 31). Sempre
que ouvimos uma obra, intuitivamente tentamos atribuir-lhe um sentido.
definir estrutura como “os princípios gerais e características individuais que asseguram a con-
tinuidade, coerência, organização ou teleologia da música” (KERMAN, 1987, p. 77). A estrutura
é como um esqueleto para a obra, em torno do qual as relações vão se construindo. Por isso,
a harmonia, com suas cadências e relações tonais, participa de modo efetivo na construção
dessa estrutura.
Como vimos, a forma é construída sobre uma estrutura, estabelecendo padrões e pro-
cessos que são comuns a vários gêneros e espécies de obras. Assim, as ideias musicais tendem
a se apresentar de três maneiras:
• como recorrência, ou seja, a ideia se repete literalmente (x x). A audição da repeti-
ção de uma ideia cria um senso de unidade por meio do reconhecimento, reiterando
aquilo que já foi ouvido;
• como contraste, ou seja, uma nova ideia é apresentada em confronto com a primeira
ideia ouvida (x y). Isto cria um elemento de diversidade por meio da apresentação de
uma novidade sonora;
• como variação, a ideia é reapresentada com algumas diferenças (x x’). A variação é
um equilíbrio entre a unidade da repetição e a variedade do contraste.
A partir dessa configuração das ideias musicais, as obras podem se organizar de várias
maneiras. Conforme o modo como as ideias se relacionam e se desenvolvem, podemos classi-
ficá-las em simples ou complexas:
• Na categoria das formas simples, as ideias são apresentadas, contrastadas, repetidas
ou variadas de maneira mais direta, sem interligações intermediárias, ou pelo menos
com interligações menos desenvolvidas.
• Nas formas complexas, as ideias estabelecem relações mais elaboradas, mais distan-
tes, com interligações bem desenvolvidas que, às vezes, se tornam seções próprias.
O Quadro 1 mostra uma síntese dessas formas, que ficarão mais claras a partir dos exem-
plos que serão apresentados.
(AB – CD – AB)
Evolucionária Forma-sonata
COMPLEXA Tema e variações (A A’ A’’ A’’’...)
Variante
Variação contínua
Saiba que as formas, embora configurem padrões, são apenas modelos a serem seguidos
com bastante liberdade pelos compositores conforme sua criatividade. As estruturas formais
não são receitas rígidas a serem obedecidas. Alguns padrões podem ser alterados, subverti-
dos, transformados ou mesclados com outros. O papel da análise torna-se então muito desa-
fiante no sentido de descobrir como a peça está estruturada, e os desvios da norma tornam a
obra muito mais rica e sua descoberta, muito mais gratificante.
Vejamos alguns exemplos. Apresentaremos algumas peças simples para demonstrar os
processos mais básicos e, a partir deles, você poderá experimentar fazer a análise de outras
peças.
Forma estrófica
A forma estrófica é muito comum em hinos religiosos sem refrão e em canções popula-
res e folclóricas, também constituindo a base de muitos Lieder. São geralmente compostos de
uma ou duas frases simples que se repetem várias vezes conforme o número de versos.
Vamos começar com um hino, Abide with me (do inglês “Permaneça comigo”), cantado
com a melodia de Eventide (do inglês “Anoitecer”), de William Henry Monk (1823-1889), sobre
um poema de mesmo nome de Henry Francis Lyte (1793-1847).
Para conferir a partitura de Abide with me, basta acessar o link indicado a seguir:
• MONK, W. H. Abide with me. Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/e/e8/IMSLP153572-
-PMLP280877-Abide_With_Me.PDF>. Acesso em: 11 abr. 2016.
Você também pode ouvir uma gravação desse belo hino acessando o link indicado a seguir:
• LYTE, H. F. Abide with me (cantado com a melodia de Eventide, de William Henry Monk). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=cxqylxfYyQM>. Acesso em: 6 jan. 2016.
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sua tonalidade é Mib Maior. Veja que a peça possui 16 compassos. Podemos inicialmente di-
vidir a peça em duas frases de oito compassos cada. Veja, também, que no oitavo compasso a
frase se dirige à dominante, que está ressaltada por sua dominante individual.
A Figura 1 mostra como podemos dividir a peça em segmentos cada vez menores. As
duas frases de oito compassos se dividem em duas semifrases de quatro compassos cada,
sendo cada semifrase constituída de dois compassos, com exceção dos quatro últimos com-
passos, os quais são uma cadência para concluir a peça.
Formas binárias
Song Tune possui 16 compassos e sua estrutura é muito semelhante a Abide with me,
sendo a Figura 1 também aplicável a essa peça. A diferença entre as duas é que a peça de Pur-
cell se dirige à dominante no compasso 8 e, a partir dela, no compasso 9, retorna à tônica. Esse
procedimento cria um arco harmônico (I – V – I), que confere movimento, direcionamento à
frase (BENNETT, 1986).
Kinderszenen–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A mesma configuração estudada também estrutura uma peça de Robert Schumann (1810-1856). Confira:
• SCHUMANN, R. Soldatenlied (Hino dos Soldados), série 13, n. 38. Disponível em: <http://imslp.nl/
imglnks/usimg/9/9d/IMSLP271953-PMLP12792-Schumann__Robert_Werke_Breitkopf_Gregg_Se-
rie_13_Band_4_RS_156_Soldatenlied_scan.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016a.
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De maneira geral, no entanto, a forma binária simples ou simétrica está dividida por
repetições da primeira e da segunda partes. Veja este exemplo da Sonata K. 80 – Minuet (do
italiano “Sonata K. 80 – Minueto”), de Domenico Scarlatti (1685-1757).
• SCARLATTI, D. Sonata K. 80 – Minuet (Sonata K. 80 – Minueto). Disponível em: <http://
petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/2/28/IMSLP281426-PMLP334467-Scarlatti_
Sonate_K.80.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016b
Veja, a seguir, outros exemplos de forma binária simples ou simétrica:
• SCHUMANN, R. Kinderszenen (Cenas Infantis), op. 15, n. 9. Disponível em: <http://
imslp.org/wiki/Kinderszenen,_Op.15_%28Schumann,_Robert%29>. Acesso em: 11
abr. 2016.
• PURCELL, H. March in C Major (do inglês “Março em C maior”). Z. 647. Disponível em:
<http://javanese.imslp.info/files/imglnks/usimg/1/1e/IMSLP351914-PMLP445004-
-Purcell_MarchZ647.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016.
Menuet de Kuhnau––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como exemplo, observe a partitura e o vídeo deste Menuet (do francês “Minueto”) de Johann Kuhnau (1660-1722)
indicados a seguir:
• KUHNAU, J. Menuet (Minueto). Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Menuet_in_F_major_%28Kuhnau,_
Johann%29>. Acesso em: 12 abr. 2016.
• ______. Menuet. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s7GjphYhjvw>. Acesso em: 6 jan.
2016.
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Essa pequena peça possui 24 compassos, e sua tonalidade é Mi Maior. Observe que ela
parte da tônica no primeiro compasso e se dirige à dominante no oitavo compasso, no qual se
encontra a barra de repetição. Note que a segunda parte tem exatamente o dobro de compas-
sos que a primeira, 16 compassos. Como na forma binária simples, a segunda parte começa
na dominante no compasso nove e retorna à tônica no último compasso. Veja que o esquema
da Figura 2 mostra que a peça está constituída de três frases de oito compassos, enquanto a
segunda frase, que vai do compasso nove manter números arábicos para designar compassos,
para não criar confusão ao 16, individualiza a dominante (Si Maior).
Também é interessante notar que a segunda frase (compassos nove ao 16) pode ser
retirada da peça sem prejuízo do efeito geral, ou seja, o Menuet poderia estar composta como
uma forma binária simples, ou seja, essa parte central é uma espécie de digressão, de fanta-
sia, de distensão do discurso musical. É nessa parte central, depois da exposição das ideias
principais, que os compositores irão explorar novas ideias, variações das ideias apresentadas
e digressões por outros campos tonais.
Sarabande–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Veja agora esta Sarabande (do francês “Sarabanda”) de Louis Couperin (1626-1661):
• COUPERIN, L. Sarabande (Sarabanda). Disponível em: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/a/
a6/IMSLP311401-PMLP503075-Couperin__Sarabande.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016.
• ______. Sarabande. Intérprete: Roger Lurel. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IOld_
yL6DI0>. Acesso em: 6 jan. 2016.
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A primeira parte contém oito compassos, e a segunda parte, 20 compassos, sendo duas
vezes e meia maior.
Vimos que, nas tonalidades maiores, o direcionamento final da primeira parte é a do-
minante. Nas tonalidades menores, o ponto de chegada é, em geral, a relativa maior, mas
também pode ser a dominante (V grau) ou o quinto grau menor (como a dominante é por
definição um acorde maior, costuma-se chamá-la quinto menor – v). A Sarabande está em Sol
menor, sendo o ponto de chegada, no compasso 8, a relativa maior (III grau ou Sib Maior). Veja
o esquema na Figura 3.
Note que a seção intermediária de expansão é composta por três semifrases de quatro
compassos (compassos nove ao 20), partindo da relativa maior e chegando no compasso 20
ao iii grau de Sib maior (acorde de Ré menor), que também é o quinto menor de Sol menor.
Esse acorde funciona como um elo entre os campos de Sib Maior e Sol menor, chamado de
acorde pivô.
Exemplo 1 – Schumann––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A primeira peça, Trällerliedchen (do alemão “Cantiga dos viajantes”), é a terceira peça do Album für die Jugend
(também do alemão “Álbum para a Juventude”), op. 68. Confira a partitura e o vídeo:
• SCHUMANN, R. Trällerliedchen (Cantiga dos viajantes). Album für die Jugend (Álbum para a juventu-
de), op. 68, n. 3. Disponível em: <http://petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/c/ca/IMSLP133473-WIMA.
e331-Schumann_Op.68_3_Traellerliedchen.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016b.
• ______. Trällerliedchen, ou Humming Song, op. 68, n. 3. Intérprete: Cubus. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=GHYtv0Nj3FQ>. Acesso em: 7 jan. 2016.
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Essa singela canção contém uma frase inicial de 8 compassos em Dó Maior, seguida de
uma outra frase também de oito compassos em Sol Maior, campo da dominante, evidenciado
pela presença do Fá#. Repare que do compasso 17 ao 24 acontece uma reprise da primeira
frase, o que nos dá a seguinte configuração: A – B – A.
Exemplo 2 – Schumann––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vejamos agora a oitava peça do mesmo álbum, Wilder Reiter (do alemão “Cavaleiro selvagem”). A peça está em
Lá menor e é constituída de uma frase inicial de 8 compassos, seguida de uma frase também de 8 compassos
no campo da relativa maior, Dó Maior, individualizando a sua subdominante. A primeira frase é então reprisada,
ou seja, a estrutura é a mesma da peça anterior.
• SCHUMANN, R. Wilder Reider (Cavaleiro selvagem). Disponível em: <http://imslp.org/wiki/
Album_f%C3%BCr_die_Jugend,_Op.68_%28Schumann,_Robert%29>. Acesso em: 12 abr. 2016. (a par-
tir de 7min.35).
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Mas um pequeno detalhe chama a atenção: a primeira frase é repetida, o que altera a
configuração da peça, que se torna AABA.
Entretanto, do ponto de vista da apresentação de ideias, a forma continua sendo binária
recorrente. Note que não há apresentação de uma nova ideia ou um novo motivo na segunda
frase. O motivo é o mesmo, ele apenas muda de campo tonal. Lembre-se de que falamos que
as formas e estruturas não são rígidas e o compositor as utiliza com muita flexibilidade.
Não é sempre fácil determinar a qual forma uma peça pertence ou como ela está es-
truturada. Um aspecto fascinante da análise musical é a disponibilidade que devemos desen-
volver para explorar o que o compositor quer nos mostrar com sua obra e não simplesmente
tentar encaixar sua obra neste ou naquele padrão.
Exemplo 3 – Schumann––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como novo exemplo, veja esta outra peça de Schumann, a nona peça de Kinderszenen (do alemão “Cenas Infan-
tis”), op. 15, n. 9. Confira a partitura e o vídeo a seguir:
• SCHUMANN, R. Kinderszenen (Cenas infantis), op. 15, n. 9. Disponível em: <http://imslp.org/wiki/
Kinderszenen,_Op.15_%28Schumann,_Robert%29>. Acesso em: 12 abr. 2016.
• ______. Kinderszenen, or Scenes from Childhood, op. 15, n. 9. Intérprete: Vladimir Horowitz. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=yibf6QNjgGU>. Acesso em: 7 jan. 2016.
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Formas ternárias
A forma ternária é uma expansão da forma binária recorrente. O que as diferencia é a ex-
tensão e o desenvolvimento de suas partes integrantes. Na forma binária recorrente, o padrão
ABA é constituído de frases simples. A forma ternária é composta de um padrão ABA, mas cada
seção é mais longa e desenvolvida, constituída por sua vez de frases ou seções independentes.
A forma ternária aparece muito frequentemente nas árias de óperas e oratórios barro-
cos na seguinte configuração: uma primeira seção na tonalidade principal, uma seção inter-
mediária na tonalidade relativa, com mudanças de caráter e andamento, e a reprise da seção
inicial que geralmente era ornamentada pelo cantor.
Veja, a seguir, alguns exemplos de forma ternária.
Forma ternária––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Temos o exemplo de uma ária para baixo, da ópera Giulio Cesare in Egitto (do italiano “Júlio César no Egito”), de
George Friedrich Handel (1685-1759), Dal fulgor di questa spada (também do italiano “Do esplendor desta espa-
da”). Confira a partitura e o vídeo a seguir:
• HANDEL, G. F. Dal fulgor di questa spada (Do esplendor desta espada). Giulio Cesar in Egitto. Disponível
em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/b/b2/IMSLP147584-PMLP35138-Handel_-_Giulio_Cesare_-_Dal_
fugor_EnItVS.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016b.
• ______. Dal fulgor di questa spada. Giulio Cesar in Egitto. Intérprete: Pietro Spagnoli. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=6i-ZoYYKNJM>. Acesso em: 7 jan. 2016.
Temos, também, uma ária para soprano, da mesma ópera, Cara speme (do italiano “Querida Esperança”). Confira
partitura e vídeo nos links indicados a seguir:
• HANDEL, G, F. Cara Speme (Querida Esperança). Giulio Cesare in Egitto (Júlio César no Egito). Dispo-
nível em: <http://petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/b/b5/IMSLP383043-PMLP35138-Handel_-_Cara_
speme_variazioni.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016a.
• ______. Cara Speme. Giulio Cesare in Egitto. Intérprete: Nonmichiamo Innocente. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=x7sbWFLgxww>. Acesso em: 7 jan. 2016.
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A forma ternária também se tornou frequente nos minuetos com trio e nos scherzos, e a
maioria dos chorinhos brasileiros é escrita nessa forma.
Menuetto (Minueto)––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Sobre a forma ternária, veja o seguinte exemplo, o Menuetto , de Ignaz Joseph Pleyel (1757-1831).
• PLEYEL, I. J. Menuetto (Minueto). Disponível: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/b/b2/
IMSLP230900-WIMA.d111-Pleyel_Menuetto_Moderato-Trio.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
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Perceba que a primeira seção, em Dó Maior, possui duas frases de oito compassos na
configuração de arco que já vimos (I – V – I), ou seja, uma forma binária simples, simétrica.
Veja que no trio há uma mudança na armadura de clave, e estamos no campo da subdominan-
te Fá Maior, que tem a mesma configuração da primeira seção. Assim, a forma desse minueto
é AB – CD – AB.
Vamos a mais um exemplo.
Fantasie-Impromptu–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Vejamos agora uma obra de Frédéric Chopin (1810-1849), a sua obra póstuma Fantaisie-Impromptu (do francês
Fantasia-Improviso), op. 66, para piano. Confira a partitura e o vídeo nos links indicados a seguir:
• CHOPIN, F. Fantaisie-Impromptu, op. 66. Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Fantaisie-impromptu,_
Op.66_%28Chopin,_Fr%C3%A9d%C3%A9ric%29>. Acesso em: 12 abr. 2016.
• ______. Fantaisie-Impromptu (Fantasia improvisada), op. 66. Intérprete: Vladimir Horowitz. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=x93pwAvUkAA>. Acesso em: 7 jan. 2016.
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Note que a primeira seção está construída na forma ABA (Quadro 2), precedida de qua-
tro compassos de uma curta introdução, que chamaremos de prefixo, e concluída com uma
cadência estendida de seis compassos.
i III i i64 – V7
t TR t
A segunda seção (Quadro 3) está construída em uma forma binária expandida mesclada
com uma forma binária recorrente, na tonalidade homônima maior (perceba que Réb é enar-
mônico de Dó#).
I V I
Como conclusão, Chopin ainda insere uma coda de 20 compassos (compassos 119 a
138). A estrutura geral então fica ABACoda.
Agora um desafio. Tente analisar esta peça:
• CHOPIN, F. Scherzo, op. 20, n. 1. Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/c/
c9/IMSLP40916-PMLP02354-Chopin_Klavierwerke_Band_2_Peters_Op.20_600dpi.
pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
• ______. Scherzo, op. 20, n. 1. Intérprete: Arthur Rubinstein. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=nJhacebV24k>. Acesso em: 7 jan. 2016.
Divirta-se nessa aventura!
Formas variantes
As formas variantes são grandes formas estendidas e desenvolvidas a partir da forma
estrófica. Se a forma estrófica apresenta repetições literais das ideias e está vinculada exclu-
sivamente à letra, as formas variantes apresentam as ideias sempre com alterações e estão
relacionadas exclusivamente aos instrumentos, explorando suas possibilidades técnicas e ex-
pressivas. O esquema de apresentação das formas variantes é A A’ A’’ A’’’..., muitas vezes con-
cluídos por uma coda.
O primeiro exemplo é Kanon und Gigue (Canon e Giga), de Johann Pachelbel (1653-1706). Perceba que os dois
compassos do baixo serão repetidos 28 vezes. Confira a seguir:
• PACHELBEL, J. Canon in D Major (Cânone em D Maior). Intérprete: Voices of Music. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=JvNQLJ1_HQ0>. Acesso em: 7 jan. 2016.
• ______. Kanon und Gigue (Canon e Giga). Disponível em: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/
usimg/b/bb/IMSLP121751-WIMA.9c0f-kanon.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
Tema e variações
A forma de variações sobre um tema é uma das estruturas mais frequentes na música
instrumental. O compositor dispõe de uma excelente oportunidade para demonstrar todas as
suas habilidades e conhecimentos. A apresentação das ideias musicais é extremamente flexí-
vel e variada (BENNETT, 1986, p. 63).
Tema e Variações
Para conhecer mais dos inúmeros exemplos existentes de formas de variações sobre um tema,
acesse o link indicado a seguir:
IMSLP. Variations. Disponível em: <http://imslp.org/index.php?title=Category:Variations&transclu-
de=Template:Catintro>. Acesso em: 7 jan. 2016.
Forma-sonata
A forma-sonata é a estrutura de larga escala mais importante do período tonal. Está
presente em uma infinidade de obras, como sonatas para instrumento solo ou conjuntos de
câmara, sinfonias, poemas sinfônicos e aberturas de óperas. É um desenvolvimento complexo
e estendido da forma binária expandida (COOK, 1987).
Apresentaremos aqui apenas a estrutura geral da forma como introdução a esse comple-
xo assunto e vários exemplos para você ouvir.
A primeira parte, chamada exposição, é constituída de dois temas, em geral bastan-
te contrastantes, seja no caráter ou na abordagem harmônica. O primeiro tema sempre é
apresentado na tonalidade principal, e o segundo tema estará, em geral, na tonalidade da
dominante (se a tonalidade principal for maior) ou na tonalidade da tônica da relativa (se a
tonalidade principal for menor). Esses temas são interligados por uma transição, às vezes cha-
mada ponte. A exposição é concluída por uma coda, chamada coda da exposição, ou codetta
(Quadro 4).
t TR
A seguir, você poderá acessar alguns textos para complementar os seus conhecimentos
sobre Análise Musical. Eles fornecem informações adicionais para melhor compreensão dos
conteúdos estudados. Confira!
• SCHOENBERG, A. Fundamentos da composição musical. Tradução de Eduardo Sein-
cman. São Paulo: Edusp, 1990. Disponível em: <https://books.google.com.br/
books?id=-uuObsoNBF0C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary
_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 8 jan. 2016.
• CORRÊA, A. F. O sentido da análise musical. Opus – Revista Eletrônica da ANPPOM
(Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música), Porto Alegre/RS, v.
12, p. 33-53, 2006. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/revista/index.php/
opus/article/view/313/292>. Acesso em: 8 jan. 2016.
4. QUESTÃO AUTOAVALIATIVA
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desem-
penho. Se encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas.
1) Analise os seguintes exemplos e responda qual a alternativa correta:
I - SCHUBERT, F. An Rosa (Para Rosa). I., n. 162. Disponível em: <http://javanese.imslp.info/files/imglnks/
usimg/0/07/IMSLP14861-SchubertD315_An_Rosa_I.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016.
II - SCARLATTI, D. Sonata K. 71. Disponível em: <http://imslp.eu/Files/imglnks/euimg/9/93/IMSLP353925-
-PMLP333872-Scarlatti__Domenico-Sonates_Heugel_32.522_Volume_2_19_K.71_scan.pdf>. Acesso
em: 8 jan. 2016a.
III - DANDRIEU, P. Noëls (Natal). Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/4/4c/IMSLP300093-
-PMLP485922-Dandrieu_Pierre_1_A_la_venue.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016.
Gabarito
1) c.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da quarta unidade, depois de termos a oportunidade de conhecer os
princípios básicos que fundamentam os processos de análise musical, principalmente os mo-
delos formais genéricos que estruturam as obras musicais do período tonal.
Esse é um conhecimento que praticamente não possui limites. Existe uma infinidade de
abordagens, ferramentas de análise e pontos de vista que demandam tempo e muita leitura,
além da audição de muitas obras musicais de diferentes estilos e gêneros.
É necessário um espírito inquisitivo e uma atitude de disponibilidade mental tanto quan-
to curiosidade para desvendar um universo maravilhoso de sons e arquitetura sonora.
Não desanime e estude sempre!
6. E-REFERÊNCIAS
BACH, J. S. Ciacona in G-Dur, BWV 84. Disponível em: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/8/82/IMSLP91046-
PMLP187016-BWV_Anh_084.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
BACH, J. S. Passacaglias, BWV 582. Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Passacaglia_in_C_minor,_BWV_582_%28Bach,_
Johann_Sebastian%29>. Acesso em: 12 abril 2016.
______. Passacaglia and Fugue in C Minor (Passacaglia e fuga em C menor), BWV 582. Intérprete: Ton Koopman. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=HtFMxFQrKc4>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Variaciones Goldberg (Variações Goldberg), BWV 988. Intérprete: András Schiff. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=r_aKvTOUrrY>. Acesso em: 8 jan. 2016.
BEETHOVEN, L. Diabelli Variations (Variações Diabelli), op. 120. Intérprete: Rudolf Serkin. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=_SW9EfaMHAM>. Acesso em: 8 jan. 2016.
______. Sinfonia n. 5 – 1º movimento. Intérprete: Gustavo Dudamel/Götenborgs Symfoniker. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=22wEhOdfAfA>. Acesso em: 8 jan. 2016.
BRAHMS, J. Variations on a theme of Haydn for orchestra (Variações sobre um tema de Haydn para orquestra), op. 56a.
Intérprete: Claudio Abbado/Berliner Philharmoniker. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BAuqxEMRapg>.
Acesso em: 8 jan. 2016.
______. Variations and Fugue on a theme by Handel for Piano (Variações sobre um tema de Handel para piano), op. 24.
Intérprete: Claudio Arrau. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iRwzSZcP-2Y>. Acesso em: 8 jan. 2016.
BRITTEN, B. Young person’s guide to the orchestra – Variations and fugue on a theme of Purcell (Guia do jovem para a orquestra
– Variações e fuga sobre um tema de Purcell), op. 34. Intérprete: Symphony Orchestra. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=3HhTMJ2bek0>. Acesso em: 7 jan. 2016.
CHOPIN, F. Fantaisie-Impromptu, op. 66. Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Fantaisie-impromptu,_Op.66_%28Chopin,_
Fr%C3%A9d%C3%A9ric%29>. Acesso em: 12 abril 2016.
______. Fantaisie-Impromptu (Fantasia improvisada), op. 66. Intérprete: Vladimir Horowitz. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=x93pwAvUkAA>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Scherzo, op. 20, n. 1. Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/c/c9/IMSLP40916-PMLP02354-Chopin_
Klavierwerke_Band_2_Peters_Op.20_600dpi.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Scherzo, op. 20, n. 1. Intérprete: Arthur Rubinstein. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nJhacebV24k>.
Acesso em: 7 jan. 2016.
COUPERIN, L. Sarabande (Sarabanda). Disponível em: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/a/a6/IMSLP311401-
PMLP503075-Couperin__Sarabande.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016.
______. Sarabande. Intérprete: Roger Lurel, 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IOld_yL6DI0>.
Acesso em: 6 jan. 2016.
DANDRIEU, P. Noëls (Natal), 2013. Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/4/4c/IMSLP300093-PMLP485922-
Dandrieu_Pierre_1_A_la_venue.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016.
DONIN, N.; FENEYROU, L. Introdução: analisar a criação musical. Tradução de Michelle Agnes Magalhães. Opus – Revista
Eletrônica da ANPPOM (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música), Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 9-16, set.
2015. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/281/260>. Acesso em: 8 jan. 2016.
HANDEL, G, F. Cara Speme (Querida Esperança). Giulio Cesare in Egitto (Júlio César no Egito). Disponível em: <http://petrucci.
mus.auth.gr/imglnks/usimg/b/b5/IMSLP383043-PMLP35138-Handel_-_Cara_speme_variazioni.pdf>. Acesso em: 7 jan.
2016a.
______. Cara Speme. Giulio Cesare in Egitto. Intérprete: Nonmichiamo Innocente. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=x7sbWFLgxww>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Dal fulgor di questa spada (Do esplendor desta espada). Giulio Cesar in Egitto. Disponível em: <http://imslp.nl/
imglnks/usimg/b/b2/IMSLP147584-PMLP35138-Handel_-_Giulio_Cesare_-_Dal_fugor_EnItVS.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016b.
______. Dal fulgor di questa spada. Giulio Cesar in Egitto. Intérprete: Pietro Spagnoli, 2014. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=6i-ZoYYKNJM>. Acesso em: 7 jan. 2016.
IMSLP. Variations, 2010. Disponível em: <http://imslp.org/index.
php?title=Category:Variations&transclude=Template:Catintro>. Acesso em: 7 jan. 2016.
KUHNAU, J. Menuet (Minueto). Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Menuet_in_F_major_%28Kuhnau,_Johann%29>.
Acesso em: 12 abril 2016.
KUHNAU, J. Menuet. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s7GjphYhjvw>. Acesso em: 6 jan. 2016.
LYTE, H. F. Abide with me (Permaneça comigo): poema musicado pelo próprio autor cantado com a melodia de Eventide de
William Henry Monk. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cxqylxfYyQM>. Acesso em: 6 jan. 2016.
MONK, W. H. Abide with me: hino baseado em poema de Henry F. Lyte de mesmo nome. Disponível em: <http://imslp.nl/
imglnks/usimg/e/e8/IMSLP153572-PMLP280877-Abide_With_Me.PDF>. Acesso em: 6 jan. 2016.
MOZART, W. A. Eine Kleine Nachtmusik (Uma pequena serenata noturna), K. 525. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=FCi2u265wxQ>. Acesso em: 8 jan. 2016.
______. As Bodas de Fígaro. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ikQNFqVkNNc>. Acesso em: 8 jan. 2016.
______. Sonata, K. 311, n. 9. Intérprete: András Schiff, 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=WUNMGGreD54>. Acesso em: 8 jan. 2016.
OLIVEIRA, H. M. Teoria, análise e nova musicologia: debates e perspectivas. Opus –Revista Eletrônica da ANPPOM, Goiânia, v.
14, n. 2, p. 100-114, dez. 2008. Disponível em: <http://www.anppom.com.br/revista/index.php/opus/article/view/247/227>.
Acesso em: 8 jan. 2016.
PACHELBEL, J. Canon in D Major (Cânone em D Maior). Intérprete: Voices of Music. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=JvNQLJ1_HQ0>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Kanon und Gigue (Canon e Giga), 1999. Disponível em: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/b/bb/
IMSLP121751-WIMA.9c0f-kanon.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
PLEYEL, I. J. Menuetto (Minueto). Disponível: <http://conquest.imslp.info/files/imglnks/usimg/b/b2/IMSLP230900-WIMA.
d111-Pleyel_Menuetto_Moderato-Trio.pdf>. Acesso em: 7 jan. 2016.
PURCELL, H. March in C Major (do inglês “Março em C maior”), Z. 647. Disponível em: <http://javanese.imslp.info/files/
imglnks/usimg/1/1e/IMSLP351914-PMLP445004-Purcell_MarchZ647.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016.
______. Song Tune, ZT. 694. Disponível em: <http://petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/c/c9/IMSLP326283-PMLP528138-
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______. Song Tune. Intérprete: Alan Huckleberry. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QX3J94Jmv8s>.
Acesso em: 6 jan. 2016.
SCARLATTI, D. Sonata K. 71. Disponível em: <http://imslp.eu/Files/imglnks/euimg/9/93/IMSLP353925-PMLP333872-
Scarlatti__Domenico-Sonates_Heugel_32.522_Volume_2_19_K.71_scan.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016a.
______. Sonata K. 80 – Minuet (Sonata, K. 80 – Minueto). Disponível em: <http://petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/2/28/
IMSLP281426-PMLP334467-Scarlatti_Sonate_K.80.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016b.
SCHUBERT, F. An Rosa (Para Rosa). I., n. 162, 2016. Disponível em: <http://javanese.imslp.info/files/imglnks/usimg/0/07/
IMSLP14861-SchubertD315_An_Rosa_I.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2016.
SCHUMANN, R. Kinderszenen (Cenas infantis), op. 15, n. 9. Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Kinderszenen,_
Op.15_%28Schumann,_Robert%29>. Acesso em: 12 abril 2016.
______. Kinderszenen, or Scenes from Childhood, op. 15, n. 9. Intérprete: Vladimir Horowitz. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=yibf6QNjgGU>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Soldatenlied (Hino dos soldados), série 13, n. 38. Disponível em: <http://imslp.nl/imglnks/usimg/9/9d/IMSLP271953-
PMLP12792-Schumann__Robert_Werke_Breitkopf_Gregg_Serie_13_Band_4_RS_156_Soldatenlied_scan.pdf>. Acesso em: 6
jan. 2016a.
______. Trällerliedchen (Cantiga dos viajantes). Album für die Jugend (Álbum para a juventude), op. 68, n. 3. Disponível em:
<http://petrucci.mus.auth.gr/imglnks/usimg/c/ca/IMSLP133473-WIMA.e331-Schumann_Op.68_3_Traellerliedchen.pdf>.
Acesso em: 7 jan. 2016b.
______. Trällerliedchen, ou Humming Song, op. 68, n. 3. Intérprete: Cubus. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=GHYtv0Nj3FQ>. Acesso em: 7 jan. 2016.
______. Wilder Reider (Cavaleiro selvagem). Disponível em: <http://imslp.org/wiki/Album_f%C3%BCr_die_Jugend,_
Op.68_%28Schumann,_Robert%29>. Acesso em: 12 abril 2016.
______. [Wilder Reiter.] Album für die Jugend, op. 68, n. 1-8. Intérprete: Junko Kurokawa. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=bwmzDX2oRpw>. Acesso em: 7 jan. 2016.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNETT, R. Forma e estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
COOK, N. A guide to musical analysis. New York: Oxford University Press, 1987.
FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. Tradução de Jean Cristtus Portela. São Paulo: Contexto, 2007.
KERMAN, J. Musicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
KÜHN, C. Tratado de la forma musical. Madrid: Mundimusica, 2007.