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Resumo
Com base numa investigação-ação em curso, na área da música / pedagogia
musical, sustentada na relação entre a abordagem Orff-Schulwerk (música,
movimento e dança na educação) e o desenvolvimento do pensamento
musical, o presente artigo visa apresentar resultados relativos à ocorrência
de “optimal experiences / flow states” (Csikszentmihalyi, 1975; 1988; 1990;
1993; 1997) potenciados pela referida abordagem pedagógica em contexto
de Educação Musical (2.º ciclo - Ensino Básico genérico público). Para além
de permitir identificar indicadores de “optimal experiences / flow states” e,
assim, validar a opção metodológica, a análise de dados do estudo piloto
indicou a relevância que atividades baseadas no movimento e na dança
assumem na ocorrência dessas mesmas “optimal experiences / flow states”.
Palavras chave
Abordagem Orff-Schulwerk, Flow Theory, Pedagogia / Educação Musical.
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Educação Musical no mundo. Desde a sua génese, com base no trabalho
prático e criativo, a abordagem Orff-Schulwerk pressupõe que o participante,
criança ou adulto, tem que vivenciar, desfrutar, sentir, atuar, interagir e, assim,
desenvolver aspectos cognitivos, afetivos e sociais. De forma resumida, pode
entender-se a abordagem Orff-Schulwerk, cuja difusão e prática está
presente em mais de quarenta países de todo o mundo, como uma forma de
trabalho que, de forma holística, desenvolve as vertentes artística, criativa,
emocional e social do ser humano, numa interação entre expressão vocal,
instrumental e corporal. Assente nestes pressupostos, a investigação-ação
global em curso pretende contribuir para o entendimento do modo como a
abordagem Orff-Schulwerk potencia “optimal experiences / flow states”, a sua
implicação no crescimento global da personalidade e, particularmente, no
desenvolvimento do pensamento musical. Tendo como desígnio a validação
da opção metodológica, o estudo piloto revelou a observação de um elevado
número de indicadores de “optimal experiences / flow states” no decurso de
atividades que privilegiaram as vertentes de movimento e dança inerentes à
abordagem supra referida.
Metodologia
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Tradução de autor “(...) The flow paradigm is particularly well suited to the study of artistic
process, though which individuals are challenged to create form and meaning using skilled
actions. The word “flow” is used in numerous self-reports of composers throughout history to
describe their creative rendering. (...)” (Custodero, 2005).
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desenvolveu com base na adaptação do FIMA , desenvolvido por
Custodero (1998; 1999; 2005; 2006) a partir do ESM 4.
Resultados
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Cf. Anexo 1: “Definições e exemplos de indicadores de fluxo em crianças” - Tradução de
autor “Definitions and examples of flow indicators in young children (FIMA – Flow Indicators
in Musical Activity), (Custodero 1998).
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FIMA – Flow Indicators In Musical Activity – Formulário que inclui indicadores afectivos e
comportamentais, desenvolvido após (e com base no) ESM - Experience Sampling Form
(Csikszentmihalyi & Csikszentmihalyi, 1987). Tradução de autor “(…) FIMA – Flow Indicators
In Musical Activity - Coding Form (Custodero, 1998) wich included affective and behavioral
indicators and was modeled after The Experience Sampling Form (Csikszentmihalyi &
Csikszentmihalyi, 1987) (...)” (Custodero 2005).
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ESM - Experience Sampling Method – No início da década de 1970, Csikszentmihalyi
desenvolveu o "Experience Sampling Method," ou ESM para determiner a forma como as
pessoas passavam o seu dia-a-dia. O ESM utilizava, como instrumentos, um pager ou um
relógio programável para alertar as pessoas de que deveriam preencher duas páginas do
bloco de notas que traziam com elas. Os sinais de alerta eram programados para diferentes
momentos. Ao receber o alerta, a pessoa escrevia onde estava, o que estava a fazer, em
que estava a pensar, com quem estava e classificava, em várias escalas numéricas, o
estado de consciência vivido no momento: Quão feliz, concentrada e motivada estava, quão
alta estava a sua auto-estima, etc. Tradução de autor “(...) ESM - Experience Sampling
Method – In the early 1970's Csikszentmihalyi developed the "Experience Sampling Method,"
or ESM, to determine how people actually spend their ordinary days: The ESM uses a pager
or a programmable watch to signal people to fill out two pages in a booklet they carry with
them. Signals are programmed to go off at random times ... At the signal the person writes
down where she is, what she is doing, what she is thinking about, who she is with, and then
rates her state of consciousness at the moment on various numerical scales: how happy she
is, how much she is concentrating, how strongly she is motivated, how high her self-esteem is,
and so on. (…)” , In http://www.enlightenment.com/, (acedido em 5 de novembro de 2011).
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Dimensão Indicador de Fluxo Exemplo(s) observado(s)
“Auto-atribuição /
Auto-conhecimento” • Aluno cria/prepara, voluntariamente, o seu “gesto sonoro” 5 /
movimento num momento de pausa de todo o grupo / “momento
(Self-Assignment) morto” da aula.
“Indicadores de
Procura de
Desafios” “Auto-correção”
(Challenge • Aluno apercebe-se do “erro” cometido na repetição de “gesto sonoro” /
Seeking movimento / dança e concentra-se para corrigir e estar em
Indicators) (Self-Correction) conformidade com o grupo/turma.
“Antecipação”
Indicadores • Espontaneamente, surgem “gesto sonoros” / movimento / dança, com
de (Antecipation) base numa ideia musical anteriormente trabalhada (ex: canção).
Monitorização
de Desafios”
(Challendge “Expansão”
Monitoring • Alunos criam “gestos sonoros” / movimentos / danças de maior
Indicators) (Expansion) complexidade.
“Extensão”
• Alunos continuam a desenvolver “gesto sonoro” / movimento / dança
em “momentos de pausa” e “final de aula”, querendo repetir ainda que
o tempo letivo tenha terminado.
(Extension)
“Indicadores “Consciencialização
do Contexto dos adultos e dos
Social” pares” • Aluno repete, voluntariamente, “gesto sonoro” / movimento / dança
com colega, de forma a vivenciar e corrigir/melhorar o
(Social Context (Awareness of Adults trabalho/prestação de todo o grupo.
Indicators) and Peers)
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Entenda-se por “gesto sonoro”, gesto expressivo que tem um som. Definição apresentada
por Maschat, Verena, (2004, Julho, 23), in Curso Internacional de Verano “Música e Danza
en la Educación 2004”, Madrid: Asociación Orff España y Dirección General de Centros
Docentes – Consejería de Educación de la Comunidad De Madrid).
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Discussão
Agradecimentos
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Que é característico ou próprio das ideias pedagógicas de Carl Orff e Gunild Keetman.
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Tradução de autor de “(...) movement in the music class in not merely an outlet for the
children to release their abundant energy. Its purpose is to shape the body as an instrument
of expression. (...)”, Goodkin, Doug. (2004), (p. 61).
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Referências Bibliográficas
Csikszentmihalyi, M. (1975). Beyond Boredom and Anxiety. San Francisco
CA: Jossey-Bass.
Csikszentmihalyi, M. (1988). “The flow experience and its significance for
human psychology” in Csikszentmihalyi Mihaly and Csikszentmihalyi Isabella
(Eds.) (1998) Optimal Experience: Psychology Studies of Flow in
Consciousness, Cambridge: Cambridge University Press.
Csikszentmihalyi, M. (1990). Flow: The Psychology of Optimal Experience.
New York: Harper & Row.
Csikszentmihalyi, M. (1993). The Evolving Self: A Psychology for the Third
Millennium. New York: Basic Books.
Csikszentmihalyi, M. (1997). Finding Flow: The Psychology Of Engagement
With Everyday Life. New York: Basic Books.
Cunha, J. (2011). “Música e Experiência de Fluxo”. PERFORMA’11, eds R.
Pestana e S. Carvalho, pub. Universidade de Aveiro.
Custodero, L. (1998). “Observing flow in young children's music learning”.
General Music Today, 12 (1), 21-27.
Custodero, L. (1999). “Constructing of musical understandings: The flow-
cognition interface”. Cognitive Processes of Children Engaged in Musical
Activity – Conference paper.
Custodero, L. (2005). “Observable indicators of flow experience: A
developmental perspective of musical engagement in young children from
infancy to school age”. Music Education Research, 7(2), 185-209.
Custodero, L., & Stamou L. (2006) “Engaging classrooms: Flow indicators as
tools for pedagogical transformation”, in Proceedings of the 9th International
Conference on Music Perception and Cognition. Bologna, Italy: Bononia
University Press.
Goodkin, Doug. (2004). Play, Sing & Dance – An Introduction to Orff-
Schulwerk, (p. 17), New York: Schott Music, Mainz.
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Anexo 1: “Definições e exemplos de indicadores de fluxo em crianças”
Adaptação / tradução de autor de “Definitions and examples of flow indicators in young children” (FIMA
– Flow Indicators in Musical Activity), de Lori Custodero (1998).
estabelecido.
pares”
pessoa.
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