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Análise do capítulo IX de A ​Mão e a Luva

A conspiração:

A intriga deste capítulo, sucintamente descrita pelos apontamentos que nos foram fornecidos
gira em torno do plano engendrado pela Baronesa para unir Jorge e Guiomar.
Este capítulo, que surge em continuidade e conformidade com o anterior, faz diversas e
renovadas descrições das personagens. Tomemos a Baronesa e Guiomar como exemplos:

Baronesa:
1. Receosa
2. Perplexa
3. Casamenteira

Guiomar:
1. Risonha
2. Gracejadora
3. Jovial
4. Interessante
5. Serena
6. Pura
7. Bela

São estes os adjetivos, apenas no capítulo em questão, dos quais Machado de Assis se
socorre para descrever ambas as personagens. Não deixa de ser impressionante o facto de em tão
curto espaço textual (5 páginas apenas) o autor ter levado a cabo tão extensas descrições literárias.
Comparando com o seu contemporâneo Eça de Queirós, o autor brasileiro faz uso do mesmo estilo
de escrita, muito embora esta novela não seja nem por sombras comparável ao monumental
romance realista ​Os Maias.
Quanto às técnicas do autor, podemos notar a presença de um narrador heterodiegético
subjetivo, que vai mantendo opiniões e estabelecendo dialogismos com a receção, como explícito
em “Não será preciso dizer a um leitor arguto e de boa vontade...”, à semelhança daquilo que ocorre
em capítulos anteriores. Existem pontuais figuras de estilo como a metáfora evidente em “azul
eternidade”, metáfora essa que eu gostaria de ressalvar, dado que no meu Extended Essay estou a
desenvolver um trabalho relacionado com o valor cromático e o impacto das cores numa obra. O
azul, neste caso, anteposto ao termo eternidade assume o significado simbólico de tranquilidade,
serenidade e harmonia. Realço ainda a personificação em “o céu sereno” e as múltiplas
adjetivações, tanto de personagens como de espaços. A linguagem empregue por Machado de Assis,
embora polvilhada de termos da variedade portuguesa do Brasil (titia), assemelha-se em grande
medida à comumente utilizada em Portugal sendo que termos eruditos como “circunlóquios” e
“exequível” são comuns. Nota ainda para as constantes referências a outros autores e obras literárias
como, Sir Walcott Scott e a um romance francês cujo nome não aparece explicitado. Relevante
ainda o facto de serem amiúdes as referências à mitologia, sendo que as deusas Vénus e Diana são
utilizadas para estabelecer comparações com Guiomar. Estes dois aspetos que referi, mostram-nos a
considerável bagagem cultural do autor brasileiro.
Existe também um momento caricato e cómico neste capítulo, que nos é introduzido pelo
narrador subjetivo quando este nos apresenta a saleta de trabalho. Passando a citar ​“...achou-os na
saleta de trabalho, eufemismo elegante, que queria dizer literalmente saleta de conversação
entremeada de crochet”​. Esta técnica torna a novela, a meu ver, mais facilmente legível, captando
a atenção do leitor.
Queria agora que atentassem no segundo parágrafo da segunda página do capítulo. Nota-se a
potencial quebra de edição da novela. A frase enigmática “o passeio foi diferente dos outros dias”
introduz uma característica fundamental das novelas, o suspense. À semelhança de outras novelas,
A mão e a luva, foi publicada na imprensa (O Jornal Globo) entre 26 de Setembro e 3 de Novembro
de 1874 nas quais 20 capítulos foram publicados, o que justifica em grande medida o uso desta
estratégia por parte do autor.
Para concluir, é de ressalvar a última expressão do capítulo “A tempestade está próxima”, o
que dará o mote para o próximo capítulo e, mais uma vez, deixa o leitor na expectativa do que
acontecerá no próximo episódio.

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