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Protocolo Clínico

PTC/UASM/013/2018
Atendimento Humanizado às
Pessoas em Situação de
Violência Sexual - Projeto Ypê

Versão 1.0

UASM
Protocolo Clínico

PTC/UASM/013/2018
Atendimento Humanizado às Pessoas em Situação de
Violência Sexual - Projeto Ypê

Versão 1.0
® 2018, Ebserh. Todos os direitos reservados
Hospital Universitário Júlio Müller – HUJM-UFMT
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.hujm.ufmt.br

Material produzido pela Unidade Local / HUJM/UFMT


Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação


Hospital Universitário Júlio Müller / Universidade Federal de Mato Grosso

PTC: Atendimento Humanizado às Pessoas em Situação de Violência


Sexual - Projeto Ypê – Cuiabá: HUJM – Hospital Universitário Júlio
Müller, 2018. 58p.

Palavras-chaves: 1 – Violência Sexual; 2 – Atendimento humanizado.


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
Hospital Universitário Júlio Müller
Rua Luis Philippe Pereira Leite, s/n.º
Bairro Alvorada | CEP: 78048-902 | Cuiabá-MT |
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ROSSIELI SOARES DA SILVA


Ministro de Estado da Educação

KLEBER DE MELO MORAIS


Presidente da Ebserh

ELISABETH APARECIDA FURTADO DE MENDONÇA


Superintendente - HUJM

DÉBORA ANDREA CASTIGLIONI ALVES


Gerente de Atenção à Saúde - HUJM

EMÍLIO CARLOS ALVES DOS SANTOS


Gerente de Ensino e Pesquisa - HUJM

EVALTON ROCHA DOS SANTOS JUNIOR


Gerente Administrativa - HUJM

EXPEDIENTE

Unidade de Atenção à Saúde da Mulher - HUJM


Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES

Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações

Chefe da Unidade de
11/10/2018 1.0 APROVAÇÃO Atenção à Saúde da
Mulher
SUMÁRIO
OBJETIVO ....................................................................................................................................8

DOCUMENTOS RELACIONADOS ..........................................................................................8

GLOSSÁRIO/ABREVIATURAS/SIGLAS ................................................................................8

APLICAÇÃO .................................................................................................................................9

RESPONSÁVEL............................................................................................................................9

RESPONSABILIDADE ................................................................................................................9

LISTA DE FIGURAS....................................................................................................................9

LISTA DE QUADRO ....................................................................................................................9

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11

2. DESCRIÇÃO DO PROTOCOLO ....................................................................................13

2.1 Equipe multiprofissional /ambiente ..................................................................................13


2.2 Acolhimento .....................................................................................................................14
2.3 Registro de informações ...................................................................................................15
2.4 Preenchimento da ficha de notificação .............................................................................16
2.5 Exame clínico e ginecológico ...........................................................................................16
2.6 Anticoncepção de emergência (AE) e profilaxia das IST e HIV .....................................17
2.7 Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ...................................................................18
2.7.1 Infecções sexualmente transmissíveis não virais ..............................................................18
2.7.2 ISTs em crianças ...............................................................................................................21
2.7.3 Sífilis .................................................................................................................................21
2.7.4 Imunização para tétano .....................................................................................................24
2.7.5 Hepatites virais .................................................................................................................25
2.7.6 HIV ...................................................................................................................................26
2.7.8 PEP em gestantes e aleitamento ...................................................................................32
2.7.9 PEP em crianças e adolescentes ........................................................................................33
2.8 Continuidade do cuidado ..................................................................................................35
2.8.1 Acompanhamento clínico-laboratorial .........................................................................35

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2.8.2 Avaliação da toxicidade dos antirretrovirais ................................................................36
2.8.3 Testagem para HIV e demais sorologias ......................................................................36
2.8.4 Prevenção da infecção pelo HIV durante o uso de PEP ...............................................38
2.8.5 Acompanhamento psicossocial ....................................................................................38
2.8.6 Seguimento ambulatorial..............................................................................................41
3. REFERÊNCIA ....................................................................................................................42

4. ELABORAÇÃO ..................................................................................................................43

5. REVISÃO ............................................................................................................................44

6. APROVAÇÃO ....................................................................................................................44

ANEXO 1 ......................................................................................................................................45

ANEXO 2 ......................................................................................................................................49

ANEXO 3 ......................................................................................................................................51

ANEXO 4 ......................................................................................................................................52

ANEXO 5 ......................................................................................................................................53

ANEXO 6 ......................................................................................................................................54

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OBJETIVO

Padronizar o atendimento às pessoas em situação de violência sexual atendendo as


demandas e necessidades de cada pessoa.

DOCUMENTOS RELACIONADOS
Portaria GM/MS nº 485 de 1º de abril de 2014, que redefine o funcionamento do Serviço de
Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual
Nota Informativa nº 10/2018 – DIAHV/SVS/MS - OMS

GLOSSÁRIO/ABREVIATURAS/SIGLAS
ACCR- Acolhimento e Classificação de Risco
ACHO - Anticonceptivos Hormonais Orais Combinados
AE- Anticoncepção de Emergência
APS - Atenção Primária à Saúde
ARV - Antirretroviral
CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
CHO - Contraceptivo Hormonal Oral
CREAS - Centro Especializado de Assistência Social
DIU- Dispositivo Intrauterino
HIV- Vírus da Imunodeficiência Humana
HPV - Papilomavírus Humano
HUJM - Hospital Universitário Júlio Muller
IGHAHB- Imunoglobulina Humana Anti- Hepatite B
IST- Infecções Sexualmente Transmissíveis
PA – Pronto Atendimento
PEP - Profilaxia Pós Exposição
RN- Recém-nascido
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SUS- Sistema Único de Saúde
VVS- Vítima de Violência Sexual

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APLICAÇÃO

Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia,


Serviço Social, Serviço de Psicologia, Unidade de Atendimento Pediátrico, Clínica Gineco-
Obstétrica, Clínica Pediátrica, Clínica Médica.

RESPONSÁVEL

Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, Médicos do Departamento de Ginecologia e


Obstetrícia, Médicos do Departamento de Pediatria, Médicos do Departamento de Clínica Médica,
Psicólogos, Assistentes Sociais, Residentes em Ginecologia e Obstetrícia, Residentes em
Pediatria, Residentes em Clínica Médica, Profissionais do Laboratório

RESPONSABILIDADE

Enfermeiro da Classificação – Responsável pelo acolhimento da pessoa vítima da violência


sexual, faz sua classificação, proporcionando integração das ações da equipe multiprofissional.

Assistente Social – Responsável pela entrevista inicial, preenche ficha de notificação e


multiprofissional, agenda consulta com a psicologia e encaminha para o médico plantonista
(atendimento realizado na sala do projeto Ypê).

Médico plantonista e residente – Responsável pelo exame clínico, continua preenchimento da


ficha de notificação e multiprofissional, solicita exames laboratoriais, prescreve profilaxia e
encaminha para o seguimento.

Psicólogo – Responsável por garantir um acolhimento digno, com capacidade de lidar com
conflitos, valorização das queixas e identificação das necessidades de modo a propiciar um
relacionamento de confiança e seguimento.

.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma para indicação de PEP

LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Norma Técnica do Ministério da Saúde
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Quadro 2 - Métodos Hormonais de Anticoncepção de Emergência

Quadro 3 - Profilaxia das ISTs não virais

Quadro 4 - Profilaxia alternativa para sífilis

Quadro 5 – Avaliação da situação vacinal e do ferimento para profilaxia para tétano

Quadro 6 - Imunoprofilaxia da hepatite B

Quadro 7 - Critérios para recomendação de profilaxia pós-exposição sexual ao HIV (PEP)

Quadro 8 - Apresentação de antirretrovirais preferenciais para PEP e posologias

Quadro 9 - Esquemas alternativos para PEP

Quadro 10 - Apresentações de antirretrovirais alternativos para PEP e posologias

Quadro 11 - Esquema preferencial e medicações alternativas para PEP em gestantes

Quadro 12 - Apresentações de antirretrovirais para PEP em gestantes e posologias

Quadro 13 - Esquema para PEP em crianças e adolescentes de acordo com a faixa etária

Quadro 14 - Posologia das medicações ARV na população pediátrica

Quadro 15 - Recomendação de exames laboratoriais para seguimento da PEP

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1. INTRODUÇÃO

A violência sexual é uma das manifestações da violência de gênero mais cruéis e


persistentes. Diz-se persistente porque a violência sexual atravessa a história e sobrevive. Por um
lado, na dimensão de uma pandemia, atingindo mulheres, adolescentes e crianças, em todos os
espaços sociais, sobretudo no doméstico; por outro, na forma de violência simbólica e moral,
aterrorizando, em especial, o imaginário das mulheres, tanto produzindo vulnerabilidades quanto
promovendo uma sensação de constante insegurança, contribuindo para a perpetuação de uma
cultura violenta e patriarcal.
“Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura,
nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. ” Isto é o que estabelece o artigo
2º da Lei 11.340 de 2006, a Lei Maria da Penha, uma das mais avançadas legislações no mundo de
proteção das mulheres.
A organização de serviços de atenção às vítimas de violência sexual requer o trabalho de
equipes multiprofissionais, articuladas a outros serviços das redes de atenção à saúde e de proteção
social.
Aos profissionais de saúde cabe a discussão dos procedimentos a serem realizados e o
atendimento qualificado. A acolhida, a capacidade de escuta, a garantia de sigilo e o respeito às
escolhas são condutas que precisam ser rotineiramente trabalhadas.
Os encaminhamentos de um serviço a outro, obrigando a pessoa que sofreu a violência a
repetir a história várias vezes, resultam em demora no atendimento, na realização da contracepção
de emergência e na profilaxia das IST e do HIV.
Independente de qual serviço seja a porta de entrada para o atendimento às violências
sexuais, os procedimentos devem obedecer a uma mesma lógica, seguir orientações pré-definidas
e, mais do que isso, cada serviço é corresponsável pelo atendimento.
A atenção à violência sexual exige disponibilização de recursos especializados em período
integral, o que implica a articulação dos serviços localizados em cada município e nas regiões de
saúde. Portanto, a sistematização do processo de trabalho é um instrumento importante para
viabilizar o cuidado humanizado, que propomos com as ações descritas neste protocolo.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) define violência como o “uso intencional
de força física ou do poder, real ou uma ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra
um grupo ou uma comunidade, que resulta ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão,
morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
A violência sexual resulta em grande impacto na saúde física, psíquica e na vida produtiva
das vítimas e demais membros da família, produzindo vulnerabilidades e insegurança. As pessoas
agredidas vivenciam situações de medo, pânico, fragilidades emocionais e perda da autonomia.
Em crianças e adolescentes, este tipo de violência tem frequentemente como agressores:
companheiros das mães, pais biológicos, avôs, tios, padrinhos, bem como mães, avós, tias e outras
pessoas que deveriam desempenhar papel de proteção, afeto ou confiança. Nesta faixa etária, a
anamnese e exames (clínico e pericial) podem requerer dos profissionais, habilidades de
acolhimento próprio à idade para levantamento do histórico e realização do exame. Em muitos
casos a criança pode “entender” que a realização do exame pode representar um “castigo” por ter
contado uma história de abuso.
Dados do Programa de Atendimento a vítimas de violência sexual do HUJM mostram o
maior número de casos na faixa etária entre 0 a 12 anos com 247 atendimentos, seguido da faixa
etária de 13 a 18 anos com 177 casos e de 19 a 59 anos com 162, e acima de 60 anos com 1 caso
totalizando 589 casos compreendendo um período de janeiro de 2016 até o mês de agosto de 2018.
É importante determinar prioridades de atendimento, encaminhamentos e o preenchimento
da Ficha de Notificação.

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2. DESCRIÇÃO DO PROTOCOLO

Este protocolo deverá ser realizado conforme fluxograma em todos os casos em que houver
atendimento à vítima de violência sexual no HUJM.
A atenção integral às Pessoas em situação de Violência compreende as seguintes
dimensões: acolhimento, registro de informações, preenchimento da ficha de notificação, exames
clínicos e ginecológicos, contracepção de emergência, profilaxias para HIV, IST, exames
complementares, acompanhamento social e psicológico, e seguimento ambulatorial.
A Portaria GM/MS nº 485 de 1º de abril de 2014, que redefine o funcionamento do Serviço
de Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), em seu art. 7º define a equipe dos Serviços de Referência para Atenção Integral às Pessoas
em Situação de Violência Sexual, sendo: médico; enfermeiro; técnico em enfermagem; psicólogo;
assistente social; e farmacêutico.

2.1 Equipe multiprofissional /ambiente

A equipe multiprofissional será composta por: médico (a) ginecologista plantonista,


enfermeiro (a) e assistente social. A avaliação e seguimento psicológicos serão realizados
posteriormente.
Esse atendimento deverá acontecer em sala reservada para o “Projeto Ypê”, ambiente com
estrutura que garanta a realização dos seguintes procedimentos: entrevista, exame clinico, coleta
de exames e administração de medicações.
O fluxo de atendimento deverá iniciar com o acolhimento do (a) enfermeiro (a) da
classificação, sendo identificado o (a) paciente como vítima de violência, o (a) mesmo (a), o (a)
encaminha para sala do projeto e convoca a equipe multiprofissional. O atendimento médico
deverá, preferencialmente, ser realizado pelo profissional médico ginecologista de plantão.
Se a vítima for mulher com idade acima de 14 anos, o atendimento será realizado pela
equipe da Ginecologia, se for criança até 14 anos, pela equipe da Pediatria, e se for homem com
idade acima de 14 anos, pela equipe da Clínica Médica. O atendimento ao paciente adulto com
exposição sexual consentida será realizado pela equipe da Clínica Médica.

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2.2 Acolhimento

O acolhimento da pessoa em situação de violência deve permear todos os locais e momentos


do processo de produção do cuidado, diferenciando-se da tradicional triagem. O acolhimento
representa a primeira etapa do atendimento e nele são fundamentais: ética, privacidade,
confidencialidade e sigilo, sendo necessário tempo, cuidado e respeito no atendimento, garantindo
atenção humanizada e uma escuta qualificada a todo aquele que procurar o serviço para o
atendimento.
A pessoa deverá ser acolhida em ambiente reservado assim que sinaliza o fato que a levou a
procurar atendimento, priorizando o atendimento de acordo com as necessidades detectadas. A
classificação será na cor vermelha, que indica atendimento imediato.
Pontos importantes no Acolhimento:
• Respeitar a fala da vítima, auxiliando a expressar seus sentimentos, buscando a
autoconfiança;
• Estabelecer comunicação efetiva, estando atento à comunicação não-verbal (gestos,
expressões faciais);
• Utilizar linguagem simples, aproximativa, inteligível e apropriada ao universo da vítima;
• Organizar o acesso, priorizando o atendimento de acordo com necessidade detectadas;
• Identificar e avaliar as necessidades e riscos de agravos à saúde em cada caso, resolvendo-
os, conforme a capacidade técnica do serviço, ou encaminhando a vítima para serviços
específicos;
• Garantir a privacidade no atendimento e a confiabilidade das informações;
• Realizar os procedimentos técnicos de forma humanizada, informando sobre as
intervenções necessárias.
É importante garantir o acolhimento adequado das mulheres, o que significa compreender e
acreditar no seu depoimento, contextualizando os aspectos socioculturais, históricos e econômicos.
É importante não culpabilizar a mulher e não acelerar ou influenciar nas suas decisões, mantendo
atitude isenta de julgamentos e respeitando suas crenças e sistemas de valores morais.

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2.3 Registro de informações

As informações preliminares deverão ser registradas em prontuário para que a pessoa não
necessite repetir várias vezes o fato ocorrido. Cabe aos profissionais informar previamente sobre
os procedimentos e medidas que serão realizadas, bem como a importância de cada etapa do
atendimento, respeitando sua decisão sobre a recusa de realização de algum procedimento.
Considerando o momento de medo e ansiedade e o histórico de saúde, o levantamento de
dados do abuso deverá ser o mais breve e pontual possível. Não cabe aos profissionais emitir
opiniões próprias ou levantar “curiosidades pessoais” sem interesse clínico.

Quadro 1 - Norma Técnica do Ministério da Saúde


A Norma Técnica do Ministério da Saúde (2015) e o Decreto Presidencial nº
7958, de 13 de março de 2013, dispõem sobre os registros que devem constar em
prontuário:
• Local, dia e hora aproximados da violência sexual e do atendimento médico no
Hospital de Referência.
• História clínica detalhada, com dados sobre a violência sofrida.
• Tipo (s) de violência sexual sofrido (s).
• Forma (s) de constrangimento empregada (s).
• Tipificação e número de agressores.
• Exame físico completo, inclusive os exames ginecológico e urológico
(devendo registrar a presença ou ausência de sinais e sintomas de DSTs, tais
como: leucorréias, lesões verrucosas, lesões ulceradas, etc).
• Descrição minusciosa das lesões, com indicação da temporalidade e
localização específica.
• Descrição minuciosa de vestígios e de outros achados no exame.
• Identificação dos profissionais que atenderam a vítima, com letra legível e
assinatura.
• Preenchimento da Ficha de Notificação Compulsória de violência doméstica,
sexual e outras violências.
Fonte: Ministério da Saúde. Norma Técnica do Ministério da Saúde 2015.

O registro de informações deverá ser feito em ficha padrão unificada, segundo orientação
da norma técnica do Ministério da Saúde, que estará à disposição na sala do projeto (Anexo 1).

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2.4 Preenchimento da ficha de notificação

A Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo (violência,


acidentes, outros agravos) à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. A notificação de
agravos, constitui poderoso instrumento de proteção e medida que permite articular ações
solidárias e reconstruir relações afetivas.
A Portaria GM/MS nº 1.271, de 06 de junho de 2014, define a Lista Nacional de Notificação
Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e
privados em todo o território nacional. Nesta, a violência sexual e a tentativa de suicídio passam a
ter notificação imediata (24 horas) para a Secretaria Municipal de Saúde, através da Ficha de
Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada do SINAN (Sistema de Informação de
Agravos de Notificação).
A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou
responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, conforme a Portaria MS/GM nº
204/2016. O preenchimento da ficha de notificação será realizado pelo profissional de saúde que
fizer o primeiro atendimento (Anexo 2).

2.5 Exame clínico e ginecológico

Explicar para a pessoa examinada a necessidade do exame e da coleta de material.


Informar os passos do exame, os locais do corpo a serem tocados, explicando os
procedimentos que serão realizados e os materiais que serão coletados. Havendo a recusa, a decisão
e autonomia da pessoa devem ser respeitadas (Anexo 3).
Descrever as lesões em sua localização, tamanho, número e forma, preferencialmente no
sentido craniocaudal, inclusive as lesões genitais e extragenitais, assinalando-as na Ficha de
Atendimento específica;
O exame deverá ser realizado pelo (a) médico (a) com a presença de outro (a) profissional
de saúde também habilitado para o atendimento integral às pessoas em situação de violência
sexual.

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2.6 Anticoncepção de emergência (AE) e profilaxia das IST e HIV

A AE está indicada para todas as mulheres e/ou adolescentes (que já apresentem sinais de
puberdade e não estejam na menopausa) que tenham sofrido violência sexual, através de contato
certo ou duvidoso com sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se encontrem.
É desnecessária a AE quando há o relato de uso prévio de método contraceptivo de levada eficácia
(contraceptivo hormonal oral – CHO, implante, adesivo, anel vaginal ou injetável, DIU,
laqueadura), porém deve-se considerar o estado de orientação e concentração da pessoa, em função
do trauma causado pelo abuso.
Nos casos de prática de ato libidinoso em que não haja possibilidade de contato de sêmen
com a região genital da mulher, a AE poderá ser desnecessária. Porém, em relatos confusos de
agressão, rebaixamento de nível de consciência, cognição prejudicada, história de intoxicação
exógena no momento da agressão ou dúvidas com relação ao tipo de prática sexual aplicada, deve-
se considerar o uso da AE.
Há duas formas atuais aceitáveis de oferecer a AE. A primeira, conhecida como regime ou
método de Yuzpe, utiliza anticonceptivos hormonais orais combinados (AHOC) de uso rotineiro
em planejamento familiar e conhecidos como “pílulas anticoncepcionais”. A segunda, é com o uso
exclusivo de progestágeno, o levonorgestrel.
Ambas as formas podem ser utilizadas até cinco dias da relação sexual desprotegida.
Importante considerar que a administração da AE classicamente é descrita dividindo-se a dose total
em duas doses iguais, em intervalos de 12 horas, com a primeira dose iniciada, no máximo, em 72
horas da relação sexual. Ou seja, a AE deve ser administrada o mais precocemente possível,
dentro das primeiras 72 horas após o abuso.
O levonorgestrel exclusivo é o método de primeira escolha para realizar a AE. O
regime de Yuzpe deve ser reservado apenas para situações excepcionais, quando o levonorgestrel
não se encontre disponível.
Antieméticos poderão ser utilizados. Repetir a dose se o vômito acontecer nas primeiras 2
horas após a administração. Se persistir vômito ou inconsciência, a via vaginal está recomendada.
A pessoa vítima de abuso sexual deve ser orientada quanto ao uso de preservativos nas
relações sexuais subsequentes à violência até que sejam descartadas possíveis contaminações.

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Tabela 2 - Métodos Hormonais de Anticoncepção de Emergência

Método Dose Posologia


02 cp VO em dose única OU
0,75 mg de
Levonorgestrel 01 cp VO de 12/12h (total 02
levonorgestrel
(Primeira escolha) cp)
1,5 mg de levonorgestrel 01 comp. em dose única
0,05 mg de etinilestradiol
02 cp VO de 12/12h (total 04
Anticonceptivos + 0,25 mg de
cp)
hormonais orais levonogestrel
combinados (segunda 0,03 mg de etinilestradiol
04 comp. 12/12 hs
escolha) + 0,15 mg de
(total de 08 comp)
levonogestrel
Fonte: Ministério da Saúde. Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual
contra Mulheres e Adolescentes. Norma Técnica 2014.

2.7 Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) adquiridas em decorrência da violência


sexual podem implicar graves consequências físicas e emocionais. A prevalência de ISTs em
situações de violência sexual é elevada, e o risco de infecção depende de diversas variáveis, como
o tipo de violência sofrida (vaginal, anal ou oral), o número de agressores, o tempo de exposição
(única, múltipla ou crônica), a ocorrência de traumatismos genitais, a idade e a susceptibilidade da
mulher, a condição himenal, a presença de ISTs e a forma de constrangimento utilizada pelo
agressor.
Parcela significativa das infecções genitais decorrentes de violência sexual pode ser evitada.
Doenças como Gonorreia, Sífilis, infecção por Clamídia, Tricomoníase e Cancro Mole podem ser
prevenidas com o uso de medicamentos de reconhecida eficácia. A vaginose bacteriana pode estar
presente no momento do exame inicial, porém atualmente não é considerada uma IST. Algumas
ISTs virais como as infecções por herpes simples e pelo papilomavírus humano (HPV) ainda não
possuem profilaxias para situações de violência.

2.7.1 Infecções sexualmente transmissíveis não virais

A profilaxia das IST não virais está indicada nas situações de exposição com risco de
transmissão, independentemente da presença ou gravidade das lesões físicas e idade.

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Nos casos de abuso crônico (aqueles que são repetidos por um período de tempo e
geralmente pelo mesmo agressor) ou quando houver uso de preservativo durante todo o crime
sexual, a profilaxia de ISTs não virais não está recomendada, porém, a avaliação deverá ser
individualizada. O acompanhamento da pessoa em situação de violência deve ser realizado nas
Redes de Atenção à Saúde (APS, CAPS) e de Proteção Social (Conselhos de Direitos, CREAS,
entre outros).
Não é possível estabelecer, com exatidão, o tempo limite para a introdução da profilaxia das
ISTs não virais em situações de violência sexual. Ao contrário da profilaxia para a infecção pelo
HIV, a prevenção das IST não virais pode ser postergada a critério do profissional de saúde e da
mulher, em função das condições de adesão desta ou mesmo para evitar intolerância gástrica,
significativa com o uso simultâneo de diversas medicações, porém se recomenda a realização
imediata sempre que possível.
Para evitar o uso concomitante de diversas medicações, que poderia levar a intolerância
gástrica e baixa adesão, deve-se optar preferencialmente pela via parenteral para administração
dos antibióticos, os quais devem ser administrados no primeiro dia de atendimento.
Pelo baixo impacto da Tricomoníase na saúde da mulher e por apresentar reações adversas e
interações medicamentosas significativas, a administração profilática do Metronidazol é
facultativa ou pode ser postergada.
Caso seja feita a opção por medicações orais, recomenda-se realizar a profilaxia para as ISTs
em, no máximo, duas semanas após a violência sexual.

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Tabela 3 - Profilaxia das ISTs não virais
Posologia
Adultos, adolescentes e crianças
IST Medicação
> 45kg (inclusas
< 45kg
gestantes)
2,4 milhões UI (1,2 milhão 50 mil UI/kg (dose
Penicilina G
Sífilis em cada nádega) IM em máxima: 2,4 milhões UI)
Benzatina
dose única IM em dose única
Gonorreia Ceftriaxona 500mg IM em dose única 125mg IM em dose única
20 mg/kg (dose máxima:
Clamídia Azitromicina 1g VO em dose única
1g) VO em dose única
15 mg/kg/dia de 8/8h por
Tricomoníase Metronidazol* 2g VO em dose única 7 dias (dose máxima:
2g/dia)
Fonte: Ministério da Saúde: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Infecções Sexualmente Transmissíveis
Relatório de Recomendação, 2015.
* Metronidazol deve ser evitado durante o primeiro trimestre da gravidez.

Informações importantes:
• O uso de Ceftriaxona e de Azitromicina para a profilaxia da Sífilis está sendo investigado,
mas doses adequadas ainda não foram estabelecidas para esse fim.
• A administração profilática do Metronidazol e de suas alternativas pode ser postergada ou
evitada em casos de intolerância gastrintestinal conhecida ao medicamento. Também deve
ser postergada nos casos em que houver prescrição de contracepção de emergência e de
profilaxia antirretroviral.
• Na falta de Ceftriaxona, a Azitromicina já é uma medicação efetiva para a prevenção da
Gonococcia, além da Chlamídia, embora não seja a primeira escolha. Desta maneira, na
falta da Ceftriaxona o uso da Penicilina associada à Azitromicina já seria razoável,
principalmente naquelas pacientes com problemas gástricos.
• O uso de quinolonas é contraindicado em crianças, adolescentes e gestantes com peso
menor que 45kg.

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2.7.2 ISTs em crianças

Crianças são frequentemente submetidas a tipos de abuso sexual diferentes da penetração


vaginal, anal ou oral, que não as expõem ao contato contaminante com o agressor. Deve-se
considerar também que, em grande parte dos casos, a violência sexual na infância é crônica e
prolongada, perpetrada pelo mesmo agressor. Nesses dois casos, a profilaxia das IST não virais e
do HIV e da imunoprofilaxia da hepatite B não estão recomendadas, porém é essencial que se
interrompa o ciclo de violência.

2.7.3 Sífilis

A infecciosidade da sífilis por transmissão sexual ocorre principalmente nos estágios iniciais
da doença (sífilis primária e secundária). Essa maior transmissibilidade explica-se pela intensa
multiplicação do patógeno e pela riqueza de treponemas nas lesões, comuns na sífilis primária e
secundária. Essas lesões são raras ou inexistentes por volta do segundo ano da infecção.
Para o diagnóstico da sífilis, devem ser realizados os testes treponêmico e não treponêmico.
Considerando a epidemia de sífilis no Brasil e a sensibilidade dos fluxos de diagnóstico,
recomenda-se iniciar a investigação pelo teste treponêmico (teste rápido, FTA-Abs, Elisa,
entre outros).
Os testes rápidos fornecidos pelo Ministério da Saúde são testes treponêmicos. Tais exames
não necessitam de estrutura laboratorial e são de fácil execução, com leitura do resultado em, no
máximo, 30 minutos. Podem ser realizados com amostras de sangue total colhidas por punção
venosa ou por punção digital, além de soro e plasma.
As pessoas com teste rápido reagente devem ter seu o diagnóstico confirmado com um teste
não treponêmico, conforme o fluxograma abaixo. Entretanto, há exceções:
• Gestante;
• Pessoa com risco de perda do seguimento;
• Caso de violência sexual.
Nesses casos, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponêmico
ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste. Caso o segundo teste seja não

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reagente, deve-se suspender o tratamento e explicar à pessoa que a amostra foi não reagente para
sífilis.
As pessoas com teste rápido não reagente devem ser acompanhadas conforme o fluxograma
a seguir. Se, durante o seguimento, o exame tornar-se reagente, é realizado diagnóstico de sífilis
primária e indica-se tratamento imediato com penicilina benzatina 2,4 milhões de UI IM em dose
única.

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Figura 1 - Fluxograma de conduta frente a teste rápido reagente (treponêmico)

Teste rápido (treponêmico)


REAGENTE

Sinais e sintomas de sífilis?

NÃO SIM

É gestante? OU Há risco de
Tratar conforme estágio clínico
perda de seguimento? OU
da infecção
Houve violência sexual?

SIM NÃO

Tratar como sífilis latente tardia com 3 doses


Confirmar com teste não treponêmico
de penicilina benzatina 2,4 milhões UI IM
disponível no seu município (ex.: VDRL, RPR)
com intervalo de 7 dias e solicitar teste não
treponêmico

Se possível, realizar a primeira


dose no mesmo momento e
local do atendimento

Se teste não treponêmico


NÃO REAGENTE
suspender tratamento

Fonte: DIAHV/SVS/MS.

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Em pessoas com história comprovada de hipersensibilidade aos medicamentos de primeira
escolha, em especial à penicilina, deve-se utilizar alternativa de profilaxia. As drogas de primeira
escolha poderão ser substituídas por alternativas em caso de contraindicação, conforme a quadro
4.
Quadro 4 - Profilaxia alternativa para sífilis
Medicação Adultos Crianças e Adolescentes
500 mg VO de 6/6h por 15
50 mg/kg/dia VO 6/6h por
Estearato de Eritromicina* dias (sífilis) ou 7 dias
15 dias (sífilis/clamídia)
(clamídia)
Ciprofloxacina** 500 mg VO dose única CONTRAINDICADO
*O uso da Eritromicina pode acarretar significativos efeitos colaterais, como intolerância
gastrointestinal.
**A Ciprofloxacina está contraindicada durante a gestação.
Fonte: (Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e
Aids. Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST. 4º ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. 140 pag.

2.7.4 Imunização para tétano

As pessoas que tenham sofrido mordeduras, lesões ou cortes devem ser avaliadas quanto à
necessidade de imunização para tétano.

Quadro 5 - Avaliação da situação vacinal e do ferimento para profilaxia para tétano


Ferimentos com risco mínimo de
Ferimentos com alto risco de tétanob
História de vacinação tétanoa
prévia contra tétano SAT / SAT /
Vacina Outras condutas Vacina Outras condutas
IGHAT IGHAT
Incerta ou < 3 doses Simc Não Simc Sim Limpeza e desin-
≥ 3 doses, sendo a última fecção, lavar com
Não Não Limpeza e Não Não
dose há menos de 5 anos SF e substâncias
desinfecção, lavar
≥ 3 doses, sendo a última oxidantes ou anti-
com soro Sim (1
dose há mais de 5 anos e Não Não Nãod ssépticas e remo-
fisiológico (SF) e reforço)
menos de 10 anos ver corpos estra-
substâncias
≥ 3 doses, sendo a última Sim (1 nhos e tecidos
Sim Não oxidantes ou Nãod
dose há 10 ou mais anos reforço) desvitalizados.
antissépticas e
Desbridamento
≥ 3 doses, sendo a última desbridar o foco
Sim (1 do ferimento e la-
dose há 10 ou mais anos Sim Não de infecção. Sime
reforço) vagem com água
em situações especiais
oxigenada.
a
Ferimentos superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados.
b
Ferimentos profundos ou superficiais sujos; com corpos estranhos ou tecidos desvitalizados; queimaduras; feridas
puntiformes ou por armas brancas e de fogo; mordeduras; politraumatismos e fraturas expostas.
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c
Vacinar e aprazar as próximas doses, para complementar o esquema básico. Essa vacinação visa proteger contra o
risco de tétano por outros ferimentos futuros. Se o profissional que presta o atendimento suspeita que os cuidados
posteriores com o ferimento não serão adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva com SAT (soro
antitetânico) ou IGHAT (imunoglobulina humana antitetânica). Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT,
concomitantemente, deve ser aplicados em locais diferentes.
d
Para paciente imunodeprimido, desnutrido grave ou idoso, além do reforço com a vacina, está também indicada
IGHAT ou SAT.
e
Se o profissional que presta o atendimento suspeita que os cuidados posteriores com o ferimento não serão
adequados, deve considerar a indicação de imunização passiva com SAT (soro antitetânico) ou IGHAT
(imunoglobulina humana antitetânica). Quando indicado o uso de vacina e SAT ou IGHAT, concomitantemente, deve
ser aplicados em locais diferentes.
Fonte: Guia de Vigilância em Saúde pelo Ministério Público. Brasília/DF 2014.

2.7.5 Hepatites virais

A imunoprofilaxia contra a Hepatite B deve ser considerada nos casos em que haja suspeita
ou confirmação de exposição da vítima ao sêmen, sangue ou outros fluídos corpóreos do agressor.
Porém, pessoas com esquema vacinal completo não necessitam de reforço ou uso de
imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB).
Nos casos em que não haja contato com fluídos, o agressor seja vacinado ou use preservativo
durante todo o ato de violência sexual ou nos casos de violência crônica (geralmente intrafamiliar),
a imunoprofilaxia contra hepatite B não está recomendada.
O início da profilaxia está indicado nos casos de dúvida, desconhecimento do estado vacinal
ou esquema vacinal incompleto e não deve estar condicionada a coleta e análise de exames.
A primeira dose da vacina contra Hepatite B deve ser administrada na ocasião do
atendimento e as doses posteriores realizadas nas unidades de atenção primária à saúde, após
análise dos exames de primeira consulta.
Não se recomenda o uso rotineiro de IGHAHB, exceto se a vítima for susceptível e o
responsável pela violência seja HBSAG reagente ou pertencente ao grupo de risco (pessoas que
usam drogas, por exemplo).
A IGHAHB poderá ser administrada em até, no máximo, 14 dias após a violência sexual,
mas recomenda-se aplicação nas primeiras 48 horas após a violência nos casos de não imunização,
esquema vacinal desconhecido ou incompleto das vítimas. A IGHAHB deve ser administrada na
dose de 0,5 mL para recém-nascidos ou 0,06 mL/kg de peso corporal, máximo de 5 mL, para as
demais idades. A IGHAHB deve ser aplicada por via intramuscular, inclusive na região glútea.

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Quando administrada simultaneamente com a HB, a aplicação deve ser feita em grupo muscular
diferente.
A gestação não contraindica a imunização com vacina ou soro, em qualquer idade
gestacional.
A IGHAHB está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais
(CRIEs).

Quadro 6 - Imunoprofilaxia da hepatite B


Vacina anti-hepatite Aplicar IM em deltoide 0, 1 e 6 meses Imunização ativa
B após a violência sexual
Imunoglobulina
Aplicar 0,06 mL/kg de peso IM em Imunização
humana anti-hepatite
glúteo em dose única passiva
B
Fonte: (CGPNI/SVS/MS 2006)

Nos casos de violência sexual em gestantes, vacinar o recém-nascido (RN) o mais


precocemente possível (nas primeiras 12 a 24 horas de vida) e associar IGHAHB em grupos
musculares separados.
O risco de transmissão vertical é baixo para hepatite C, exceto se existe coinfecção com
HIV, porém não existem medidas profiláticas específicas.
O esquema preconizado consiste em três doses, com intervalo de 1 mês entre a primeira e a
segunda doses; e seis meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). Prematuros menores
de 33 semanas ou 2000 g deverão receber uma dose extra com dois meses de idade (0,1, 2 e 6).
Em caso de positividade para hepatite B ou C, tanto no momento inicial como nos exames
no 3° ou 6° mês, a mulher deve ser encaminhada para avaliação médica especializada.

2.7.6 HIV

Os fatores de risco para contaminação pelo HIV nas situações de violência sexual, além das
condições já descritas nas infecções sexualmente transmissíveis não virais, dependem da carga
viral em que se encontra o agressor, do início precoce da profilaxia ARV (antirretroviral) quando
indicada, das condições de saúde da vítima, presença ou não de outras infecções sexualmente
transmissíveis e idade da vítima (adolescentes e idosos são mais vulneráveis).

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A profilaxia ARV do HIV é considerada abordagem protocolar de emergência nos casos de
violência sexual com contato de fluidos do agressor e deve ser iniciada idealmente nas primeiras
2 horas ou, no máximo, em 72 horas (após este intervalo não existem evidências para a indicação)
e o esquema terapêutico deve ser mantido por quatro semanas consecutivas.
Caso seja possível a identificação sorológica do agressor e este seja negativo para HIV, a
quimioprofilaxia poderá ser interrompida ou não iniciada. Nos casos de estupro por pessoa
desconhecida, deve-se considerar como soropositivo o agressor. Porém, resultados falso-negativos
devem ser analisados dentro da condição clínica e contexto epidemiológico do agressor.
O esquema medicamentoso nos casos em que o agressor é sabidamente soropositivo e está
em tratamento deverá ser indicado por especialista, porém, até o atendimento deste profissional, a
profilaxia deve ser iniciada considerando o esquema recomendado.
Em situações de exposição envolvendo sexo oral exclusivo, mesmo com ejaculação dentro
da cavidade oral, a transmissão do HIV é rara, mas já foi descrita. Como não existem evidências
definitivas para assegurar a indicação profilática dos antirretrovirais nestes casos, a relação
risco/benefício deve ser cuidadosamente considerada e a decisão individualizada, levando em
consideração o desejo da vítima em realizar a profilaxia, a presença de lesões na cavidade oral e o
conhecimento do status sorológico do agressor.
Nos casos de abuso crônico, com exposição repetida ao mesmo agressor, a profilaxia não
está indicada, devido às possibilidades de contaminação já terem ocorrido. Porém, o ciclo de
violência deve ser interrompido e o contexto ser avaliado e individualizado. Nestes casos,
independente da indicação da profilaxia, a investigação sorológica deverá ser feita por seis meses,
considerando-se o último episódio conhecido de exposição (anal, vaginal ou oral).
A quimioprofilaxia não está indicada nos casos de uso de preservativo durante todo o crime
sexual.

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Quadro 7 - Critérios para recomendação de profilaxia pós-exposição sexual ao HIV (PEP)
Violência sexual com penetração vaginal e/ou anal desprotegida
Recomendada
com ejaculação sofrida há menos de 72 horas
Individualizar decisão Penetração oral com ejaculação
Individualiza decisão Penetração oral com ejaculação
Penetração oral sem ejaculação
Uso de preservativo durante toda a agressão
Não recomendada Agressor sabidamente HIV negativo
Violência sofrida há mais de 72 horas
Abuso crônico pelo mesmo agressor
Fonte: Ministério da Saúde - Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra
mulheres e adolescentes – Norma técnica. 2014

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Figura 2 - Fluxograma para indicação de PEP

Fonte: DDAHV/SVS/MS. (Brasil 2017)

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Esquemas de administração da PEP devem ser apoiados no uso de medicação antirretroviral
com elevada potência de supressão viral, baixo potencial de toxicidade, baixo custo e posologia
cômoda, facilitando a adesão. Assim como a pessoa exposta deve ser orientada quanto aos efeitos
adversos esperados. A medicação sintomática poderá ser utilizada para controle dos sintomas e
adequações ao padrão alimentar podem ser necessárias.
O esquema preferencial para PEP, segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
para Profilaxia Pós-exposição de Risco (PEP) à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais, do
Ministério da Saúde, de 2017, é:

 TENOFOVIR (TDF) + LAMIVUDINA (3TC) + DOLUTEGRAVIR (DTG)

A duração da PEP é de 28 dias.

Quadro 8 - Apresentação de antirretrovirais preferenciais para PEP e posologias


Medicamento Apresentação Posologia
Tenofovir (TDF) / Lamivudina Comprimido 1 comprimido VO
(3TC) coformulado (TDF 1x/dia
300mg + 3TC 300mg) Na indisponibilidade
Na indisponibilidade da da apresentação
apresentação coformulada:
coformulada: 1 comprimido VO
Comprimido TDF 300mg 1x/dia
+ +
Comprimido 3TC 150mg 2 comprimidos VO
1x/dia
Dolutegravir (DTG) Comprimido DTG de 50 1 comprimido VO
mg 1x/dia
Nota: TDF e 3TC estão disponíveis na apresentação de dose fixa combinada (DFC), sendo esta a
apresentação preferencial. O TDF não é indicado para pessoa exposta com insuficiência renal
aguda.
Fonte: DDAHV/SVS/Ms (Brasil 2017)

O esquema preferencial (TDF + 3TC+ DTG) possui menor número de efeitos adversos e
baixa interação medicamentosa, o que propicia melhora adesão e manejo clínico. Além disso,
apresenta alta barreira genética, aumentando a segurança para evitar a resistência transmitida,
principalmente quando a pessoa-fonte é multiexperimentada.

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Recomenda-se a reavaliação da pessoa exposta após 2 semanas de PEP, com o objetivo de
identificar possíveis efeitos adversos e reforçar a necessidade da adesão para que a profilaxia seja
cumprida até o final da quarta semana.
A pessoa que inicia profilaxia antirretroviral deve ser informada sobre a possibilidade de
toxicidade medicamentosa e orientada para procurar atendimento caso surjam quaisquer sintomas
ou sinais clínicos. Em geral, os sintomas são inespecíficos e autolimitados, como efeitos
gastrintestinais, cefaleia e fadiga. As alterações laboratoriais são usualmente discretas, transitórias
e pouco frequentes. Na presença de intolerância medicamentosa, a paciente deve ser reavaliada
para adequação do esquema terapêutico. Na maioria das vezes, não é necessária a interrupção da
profilaxia, podendo ser utilizados medicamentos sintomáticos, a exemplo dos antieméticos ou
antidiarréicos. Nessa reavaliação, esquemas alternativos de antirretrovirais podem, eventualmente,
ser necessários na tentativa de se manter a profilaxia durante as quatro semanas.
Nas situações de necessidade de ajuste da dose ou modificação do esquema medicamentoso,
recomenda-se que seja feita por médico com experiência em manejo antirretroviral.

Quadro 9 - Esquemas alternativos para PEP


Impossibilidade de TDF AZT +3TC + DTG
Impossibilidade de DTG TDF +3TC + ATV/r
Impossibilidade de ATV/r TDF/3TC + DRV/r
A duração da PEP é de28 dias .
Fonte: DDAHV/SVS/MS. (Brasil 2017)

Quadro 10 - Apresentações de antirretrovirais alternativos para PEP e posologias


Medicamento Apresentação Posologia
Zidovudina (AZT) / Comprimido coformulado de
1 comprimido VO 2x/dia
Lamivudina (3TC)* (AZT 300/ 3TC 150 mg)
Tenofovir (TDF) Comprimido de 300 mg 1 comprimido VO 1x/dia
ATV: comprimido de 300 mg 1 comprimido VO 1x/dia
ATV/r
RTV: comprimido de 100 mg 1 comprimido VO 1x/dia
DRV: comprimido de 600 mg 1 comprimido VO 2x/dia
DRV/r
RTV: comprimido de 100 mg 1 comprimido VO 2x/dia
Fonte: DDAHV/SVS/MS. ( Brasil 2017)

Nos casos em que o TDF não e tolerado ou é contraindicado (pacientes renais crônicos ou
pessoas com história de diabetes de longa duração, ou hipertensão crônica descontrolada), a

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indicação deve ser avaliada, considerando o curto tempo de exposição à medicação, e eventuais
eventos renais serem normalmente reversíveis. E nesses casos recomenda-se a combinação AZT
+ 3TC como alternativa.
O DTG não está recomendado em pessoas que façam uso de fenitina, fenobarbital,
oxicabamazepina, carbamazepina, dofetilida e pilsicainida. Nesses casos, o ATV/r é a medicação
alternativa. O DTG aumenta a concentração plasmática da metformina, cabendo especial atenção
para pacientes diabéticos.
Estudos realizados sobre uso de Dolutegravir (DTG) em mulheres vivendo com HIV no
momento da concepção mostram risco de defeito em tubo neural, portanto a Organização Mundial
de Saúde declarou uma Nota Informativa Nº 10- 2018- DIAHV/SVS/MS onde se recomenda para
aquelas mulheres em idade fértil que terá que fazer esquema de PEP, devem evitar engravidar e
ter assegurado o uso de um método contraceptivo , preferencialmente métodos contraceptivos que
não dependam de adesão.
O ATV/r é o medicamento alternativo ao DTG para composição do esquema de PEP com
administração em dose única diária.
Pessoas que utilizam medicações que interfiram com a acidez gástrica e farão uso do
ATV/r devem ser questionadas quanto ao uso de inibidor de bomba de próton (por exemplo, o
omeprazol), situação em que o uso do atazanavir está contraindicado. Antagonistas de receptores
de H2 (a ranitidina, por exemplo), podem ser utilizados, devendo a administração entre a dose de
receptores de H2 e o ATV/r ter o intervalo maior possível, preferencialmente 12 horas. Nas
situações de contraindicação de DTG e ATV/r, a medicação alternativa e DRV/r.

2.7.8 PEP em gestantes e aleitamento

A decisão de oferecer PEP a mulheres grávidas ou que estejam amamentando deve ser
baseada nas mesmas considerações que se aplicam a qualquer outra pessoa que tenha sido exposta
ao HIV. Para mulheres gestantes o esquema preferencial deve ser composto com RAL a partir da
14º semana.

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Quadro 11 - Esquema preferencial e medicações alternativas para PEP em gestantes
Esquema preferencial Medicações alternativas
Impossibilidade de TDF: AZT
TDF + 3TC + RAL * Impossibilidade de RAL**: ATV/r
Impossibilidade de RAL e ATV/r: DRV/r
*O RAL está indicado a partir da 14ª semana de gestação.
**Em caso de gestação de menos de 14 semanas, recomenda-se o uso de ATV/r.
Fonte: DIAHV/SVS/MS. (Brasil 2017)

Tabela 12 - Apresentações de antirretrovirais para PEP em gestantes e posologias


Medicamento Apresentação Posologia
Comprimido coformulado (TDF 300mg +
3TC 300 mg) 1 comprimido VO 1x/dia
Na indisponibilidade da apresentação Na indisponibilidade da
coformulada: apresentação coformulada:
Comprimido TDF 300mg 1 comprimido VO 1x/dia
TDF + 3TC + +
Comprimido 3TC 150mg 2 comprimidos VO 1x/dia

Comprimido TDF 300 mg 1 comprimido VO 1x/dia


Comprimido 3TC 150 mg 2 comprimidos VO 1x/dia
RAL Comprimido RAL 400 mg 1 comprimido VO 2x/dia
Fonte: DIAHV/SVS/MS. ( Brasil 2017)

Mulheres que estão amamentando devem ser orientadas sobre os potenciais riscos de
transmissão do HIV pelo leite materno. Em tais situações, deve-se orientar a interrupção
temporária da amamentação. Durante o período de janela imunológica, pode-se realizar extração
e descarte do leite. Após exame de controle (12ª semana após início do PEP), com resultado do
HIV não reagente, está autorizada a reintrodução do aleitamento materno.

2.7.9 PEP em crianças e adolescentes

A profilaxia pós-exposição de risco à infecção pelo HIV é uma ferramenta para prevenir
infecção em crianças/adolescentes expostos a violência sexual (PENAZZATO et al., 2015).
Ressalta-se que os adolescentes têm direito à PEP mesmo sem a presença dos pais ou
responsáveis. Nesses casos, como previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei

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nº 8.069, de 13 de julho de 1990 –, deve-se avaliar a capacidade de discernimento do adolescente,
com exceção das situações de violência.

Tabela 13 - Esquema para PEP em crianças e adolescentes de acordo com a faixa etária
Faixa etária Esquema preferencial Medicações alternativas
0 – 14 dias AZT + 3TC + NVP* -
14 dias – 2 anos AZT + 3TC + LPV/r Impossibilidade do uso de LPV/r: NVP
2 anos – 12 anos AZT + 3TC + RAL Impossibilidade do uso de RAL: LPV/r
Acima de 12 anos Seguir as recomendações para adultos
*Consultar também o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo
HIV em Crianças e Adolescentes”, disponível em www.aids.gov.br/pcdt.
Fonte: DIAHV/SVS/MS.

As maiores evidências em crianças referem-se ao esquema contendo AZT + 3TC, com taxas
de descontinuação menores que as encontradas em adultos (FORD et al., 2014). Considerando
segurança e facilidade de prescrição, recomenda-se TDF + 3TC + DTG para PEP em crianças
acima de 12 anos.
Os estudos favorecem LPV/r como terceira medicação do esquema preferencial em relação
à NVP em menores de dois anos (VIOLARI et al., 2012, PALUMBO et al., 2010). Após os dois
anos, o uso da NVP é contraindicado pelo risco de reação de hipersensibilidade grave em crianças
não infectadas pelo HIV (CDC, 2001).
Em crianças maiores de dois anos, recomenda-se introduzir a classe dos INI no esquema
preferencial. O perfil de DTG não foi estabelecido em crianças menores de 12 anos ou com peso
inferior a 40 kg. O perfil de toxicidade do RAL em crianças e adolescentes de dois a 18 anos de
idade é comparável ao observado em adultos (CDC, 2016). Portanto, o RAL é o terceiro
medicamento de escolha para crianças de dois a 12 anos. Acima de 12 anos, seguem-se as
recomendações para adultos, com o DTG indicado como terceira medicação.

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Tabela 14. Posologia das medicações ARV na população pediátrica
Raltegravir (RAL) 10 kg a < 14 kg: 75mg 12/12h
14 kg a < 20 kg: 100mg 12/12h
20 kg a < 28 kg: 150mg 12/12h
28 kg a < 40 kg: 200mg 12/12h
≥ 40 kg: 300mg 12/12h
Zidovudina (AZT) Até 4 kg: 4mg/kg/dose 12/12h
4 kg a 9 kg: 12mg/kg 12/12h
9 kg a 30 kg: 9 mg/kg 12/12h (dose máxima: 150 mg 12/12h)
≥ 30 kg: 300mg 12/12h
Lamivudina (3TC) RN: 2 mg/kg 12/12h
4 mg/kg de 12/12h (dose máxima 150mg 12/12h)
Lopinavir/ritonavir Solução oral: 80/20mg/mL Comp. infantil: 100/25mg
(LPV/r) ≥14 a 28 dias: 300/75mg/m² 10 a 13,9kg: 2cp de manhã e 1 à
12/12h noite
1 a 6 meses: 1mL 12/12h 14 a 19,9kg: 2cp de manhã e 2 à
6 a 12 meses: 1,5mL 12/12h noite
1 a 3 anos: 2mL 12/12h 20 a 24,5kg: 3cp de manhã e 2 à
3 a 6 anos: 2,5mL 12/12h noite
6 a 9 anos: 3mL 12/12h 25 a 29,5kg: 3cp de manhã e 3 à
9 a 14 anos: 4mL 12/12h noite
>35 kg: 400mg/100mg de 12/12h
Nevirapina (NVP) Peso de nascimento 1,5 a 2 kg: 8 mg (0,8 mL)/dose 12/12h
– uso neonatal Peso de nascimento > 2 kg: 12 mg (1,2 mL)/dose 12/12h
Peso de nascimento < 1,5 kg: não usar NVP
14 dias a 8 anos: 200 mg/m² 1x/dia por 14 dias, depois 200 mg/m²
12/12h
Fonte: DIAHV/SVS/MS.

2.8 Continuidade do cuidado

2.8.1 Acompanhamento clínico-laboratorial

A coleta imediata de sangue e de amostra do conteúdo vaginal realizadas no momento de


admissão da vítima de violência sexual é necessária para estabelecer a eventual presença de IST,
HIV ou hepatite prévias à violência sexual. Entretanto, tal coleta não deve retardar o início da
profilaxia.

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Segundo as novas regras, o diagnóstico rápido da infecção pelo HIV é feito exclusivamente
com testes rápidos validados pelo Departamento de DST/Aids e distribuídos aos estados pelo
Ministério da Saúde.
Deve-se realizar a testagem inicialmente com um único teste rápido. Caso o resultado seja
negativo, o diagnóstico estará definido. Caso seja positivo, deverá ser realizado um segundo teste
rápido para a conclusão do diagnóstico.
A realização de teste anti-HIV nos serviços de emergência deve ser feita após
aconselhamento e consentimento verbal da mulher (ou do responsável nos casos de crianças).
Levar em consideração:
• Toxicidade dos antirretrovirais;
• Diagnóstico de infecção aguda pelo HIV;
• Avaliação laboratorial, incluindo testagem para HIV em 30 e 90 dias após a exposição;
• Seguimento das demais ISTs;
• Manutenção de medidas de prevenção da infecção pelo HIV.

2.8.2 Avaliação da toxicidade dos antirretrovirais


As pessoas expostas que iniciam a PEP devem ser orientadas a procurar atendimento caso
surjam quaisquer sintomas ou sinais clínicos que possam sugerir toxicidade medicamentosa.
Recomenda-se a reavaliação da pessoa exposta após 2 semanas de PEP, com o objetivo de
identificar esses possíveis efeitos adversos e reforçar a necessidade de adesão para que a profilaxia
seja tolerada até o final da quarta semana.
Muitos sintomas relacionados aos efeitos adversos da PEP podem ainda ser confundidos com
os da síndrome de infecção aguda pelo HIV. Após a transmissão do HIV, algumas pessoas podem
apresentar quadro clínico semelhante à síndrome de mononucleose infecciosa, geralmente na
terceira e quarta semana após a exposição, incluindo febre, linfadenopatias, faringite,
hepatoesplenomegalia, exantema, ulcerações mucocutâneas, mialgias, artralgias e fadiga.

2.8.3 Testagem para HIV e demais sorologias


Todas as pessoas potencialmente expostas ao HIV devem ser orientadas sobre a
necessidade de repetir a testagem em 30 dias e em 90 dias e 180 dias após a exposição.
Testes posteriores a esse período podem estar indicados, como, por exemplo, nos casos de:
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• Pessoas que tenham risco continuado de infecção pelo HIV;
• Pessoas que relatam exposição de risco ao HIV dentro do período de 30 dias anterior à
testagem, ou 90 dias caso se utilize a testagem com fluido oral;
• Mulheres grávidas;
• Pessoas que apresentem testes com resultados indeterminados.
Mais informações sobre testagem para o HIV podem ser obtidas no “Manual Técnico para o
Diagnóstico da Infecção pelo HIV”, disponível em:
http://www.aids.gov.br/publicacao/2014/manualtecnico-para-o-diagnostico-dainfecçao-pelo-hiv.
Pessoas diagnosticadas com infecção pelo HIV durante o período de seguimento da
profilaxia pós-exposição devem ser encaminhadas para avaliação e atendimento em serviços que
realizam o seguimento de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA).
Na impossibilidade de coleta de exames, fornecer PEP e pedidos de exames para a segunda
semana.

Tabela 15. Recomendação de exames laboratoriais para seguimento da PEP


Exames 1º 2ª semana 4ª semana 12ª 24ª
laboratoriais atendimento após início após início semana semana
(D) da PEP da PEP após início após início
da PEP
da PEP
Creatinina(a), X X
ureia
AST, ALT, X X
bilirrubinas
Amilase X X
(b)
Glicemia X X
(c)
Hemograma X X
Sífilis X X
Teste de HIV X X X X
HBSAG X X X
Hepatite C X X X
B-HCG X X
(a)
Para cálculo do clearance de creatinina.
(b)
Em caso de pessoa exposta com diabetes mellitus.
(c)
Quando em uso de AZT.
Fonte: Adaptado do DIAHV/SVS/MS. PEP 2017

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Avaliar necessidade de outros exames laboratoriais de acordo com as condições de saúde
pré-existentes da pessoa exposta e a toxicidade conhecida dos antirretrovirais indicados para PEP.
A avaliação do conteúdo vaginal compreende a coleta de material para a realização de exame
bacterioscópico de cultura de secreção vaginal e biologia molecular, com investigação
endocervical para o gonococo, chlamydia e HPV, quando houver suporte laboratorial.
Excepcionalmente a avaliação sorológica deverá ser repetida com 12 meses: nos casos que
envolvem agressores coinfectados pelo HIV/HCV e quando a mulher tiver história de
imunossupressão. A testagem anti-HIV também deve ser recomendada para mulheres que
apresentem quadro sugestivo de infecção aguda pelo HIV, independentemente do intervalo desde
a exposição.
A utilização do teste rápido anti-HIV no agressor está normatizado pela Portaria nº 151/2009
e Nota Técnica nº 285/2009, do Departamento de DST/Aids e Hepatites/SVS/MS.

2.8.4 Prevenção da infecção pelo HIV durante o uso de PEP


Durante o acompanhamento, a pessoa exposta deve ser orientada a manter medidas de
prevenção à infecção pelo HIV, como o uso de preservativos em todas as relações sexuais, o não
compartilhamento de seringas e agulhas nos casos de uso de drogas injetáveis, além do respeito à
contraindicação da doação de sangue, órgãos, tecidos ou esperma e à importância de se evitar a
gravidez.

2.8.5 Acompanhamento psicossocial


É frequente a ocorrência de sintomas psíquicos e emocionais entre pessoas em situação de
violência sexual, como desespero, dificuldade de concentração, diminuição da atenção e
irritabilidade, entre outros elementos cognitivos e afetivos, podendo-se desenvolver até quadros
mais graves de transtorno de estresse pós-traumático. Portanto, é essencial o suporte psicossocial.

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SERVIÇO SOCIAL
 Atendimento as Pessoas em Situação de Violência Sexual

 O Serviço Social realiza o acolhimento da pessoa em situação de Violência Sexual, para o


Ministério da Saúde, o acolhimento é o tratamento respeitoso, orientado pela escuta, pelo
reconhecimento e também pela aceitação das diferenças, que garanta assistência à saúde
de maneira integral.
 Encaminha para atendimento médico (ginecológico, pediatria, e/ou clínica médica),
estando ou não portando o Boletim de Ocorrência. Este serviço funciona durante a semana
em horário comercial, inclusive finais de semana e feriados;
 Preenche formulário específico através de entrevista individual e quando a pessoa for
menor de idade e/ou incapaz, será entrevistado também o seu responsável. Nesta entrevista
registra-se o breve histórico do ocorrido para que possa estar realizando o
acompanhamento psicossocial; este instrumento tem como objetivo a intervenção social
visando conhecer a história do (a) usuário (a), data e local da violência e será objeto para
os encaminhamentos e instrução para a Equipe multidisciplinar que compõem o Programa;
 Identificar o apoio familiar e/ou da rede de relacionamentos da usuária, frente ao ocorrido;
 Notifica os conselhos tutelares e/ou Vara da Infância e Juventude nos casos de violência
contra crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, para que seja trabalhado os aspectos legais
com a família;
 Identifica se a usuária encontra-se em situação de risco, em caso afirmativo encaminha-la
para instituição de acolhimento através das delegacias especializadas;
 Reforça a importância do atendimento multidisciplinar, enfatizando a disponibilidade da
equipe em apoiá-la;
 Orienta a importância do registro de Boletim de Ocorrência, às pessoas maiores de 18 anos,
esclarecendo não ser condição para o atendimento e acompanha para essa providência, se
for desejo da/do usuária/o;
 Solicita abertura de prontuário médico junto ao setor do CEMEC, para registro de todos os
dados referentes ao acompanhamento da pessoa vítima de violência sexual;

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 Encaminha a pessoa em situação de violência sexual para atendimento ao setor de
Ginecológica/Obstétrica; Pediatria e/ou clínica médica, agenda Psicologia e outros
serviços, caso haja necessidade;
 Realiza busca ativa, nos casos de faltas nos ambulatórios de psicologia e pediatria;
 Identifica a demanda social trazida pela usuária, decorrente ou não da situação de violência,
tais como: direitos previdenciários e trabalhistas; relacionamento familiares/ou conjugal,
direitos da/do usuária/o com observação do Estatuto da Criança e do adolescente, da
Declaração dos Direitos Humanos e da Cidadania;
 Reforça a importância do atendimento Médico e Psicológico, enfatizando o
acompanhamento nos ambulatórios de psicologia; ginecologia; pediatria e DIP (doença
infecto-parasitárias);
 Esclarece e encaminha para acesso aos recursos da Instituição como: alimentação,
transporte (ambulância) quando necessário;
 Orienta e encaminha para os recursos da comunidade: SAE (retirar a Medicação), Conselho
Tutelar, Defensoria e Ministério Público, Delegacias especializadas, centros especializados
e centros de saúde, dentre outros conselhos de direitos caso haja necessidade;
 Participa de grupos de estudo, discussão de casos que requeiram maior atenção devido as
suas peculiaridades e complexidades;
 Realiza estatística periódicos dos atendimentos;
 Socializam junto aos meios de comunicação e eventos em geral as informações sobre a
importância do atendimento da equipe multidisciplinar nas ocorrências de violência Sexual
e, resultados de levantamentos e pesquisas elaboradas.

“Dos crimes contra a dignidade sexual”.


Assim, atualmente, os “crimes contra a liberdade sexual” são os seguintes: estupro (art. 213);
violação sexual mediante fraude (art. 215); e assédio sexual (art. 216-A). Mas não é só. A nova lei
criou também um capítulo com a seguinte denominação: “Dos crimes contra vulnerável”. Neste
capítulo (Capítulo II, do Título VI), estão previstas as seguintes figuras penais: “estupro de
vulnerável” (art. 217-A).

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(1) De acordo com o artigo 225 do Código Penal, os crimes contra liberdade sexual (CP, Título
VI, Cap. I: estupro, do art. 213, violação mediante fraude, do art. 215 e assédio sexual, do art. 216-
A) são crimes de ação penal pública condicionada à representação da vítima ou de seu
representante legal56, salvo se a vítima for menor de 18 anos de idade ou pessoa vulnerável, caso
em que a ação penal será pública incondicionada, como dispõe o parágrafo único do artigo 225 do
Código Penal57;

(2) Os crimes sexuais contra vulnerável (CP, Título VI, Cap. II: estupro contra vulnerável, do
art. 217-A, induzimento de menor de 14 anos a satisfazer a lascívia, do art. 218, satisfação de
lascívia mediante presença de criança ou adolescente, do art. 218-A e favorecimento da
prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável, do art. 218-B, caput e §§ 1º e 2º)
são, todos, crimes de ação penal pública incondicionada58; e (3) todos os demais crimes contra a
dignidade sexual são também de ação penal pública incondicionada.
O atendimento a pessoa em situação de violência sexual será realizado conforme fluxograma
em (Anexo 4), onde a equipe do setor de serviço social fará o acolhimento e preenchimento do
formulário próprio do setor. O agendamento para o atendimento psicológico e acompanhamento
também será realizado pelo setor de serviço social.

2.8.6 Seguimento ambulatorial

As pacientes vítimas de violência sexual, atendidas no serviço, devem ser encaminhadas para
atendimento na sala do projeto YPE. O mesmo será realizado pelo profissional de acordo com a
programação existente em check list (Anexo 5), entregue a paciente.

Preferencialmente o atendimento médico deve ser realizado pelo médico ginecologista


plantonista, os médicos residentes podem prestar o atendimento, entretanto acreditamos que o
médico mais experiente poderá oferecer segurança e agilidade ao processo.

Recomenda-se o atendimento em horário comercial, das 7:00 as 19:00h, mas caso a paciente
procure o serviço em outro horário, o mesmo deve acontecer, o objetivo é maior agilidade e melhor
seguimento por parte da equipe multiprofissional, assim como fornecer dados para que políticas
de saúde possam ser fomentadas.
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Sempre que a paciente procurar atendimento no hospital deve ser encaminhada para a sala
do projeto, ser criado o número de atendimento pela assistência social ou enfermagem. O
atendimento médico dever ser realizado em prontuário médico que deve ser guardado em
envelopes identificado presente na sala do projeto, assim como deve ser preenchida a ficha de
atendimento do pronto atendimento ginecológico para ser faturada pelo hospital.

Recomenda-se que ela possa ser acompanhada pela equipe medica por pelo menos 6 meses,
período necessário para ser realizado rastreio infeccioso, se necessário, a mesma pode ser
encaminhada aos ambulatórios especializado.

A paciente deverá ser orientada a retornar na ACCR na 2ª semana (14 dias), 4ª semana (28
dias), 12ª semana (90 dias) e 24ª semana a contar da data do primeiro atendimento para
acompanhamento de exames laboratoriais. Novos exames já devem ser solicitados para
apresentação dos resultados na 2ª semana, e seu seguimento deverá ser continuado conforme
recomendações pelo Ministério da Saúde.

3. REFERÊNCIA

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual Contra Mulheres e Adolescentes. Norma Técnica. 3ª edição atualizada e
ampliada. 2ª reimpressão. Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 6.
BRASÍLIA – DF. 2014.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Atenção integral para mulheres e adolescentes em situação
de violência doméstica e sexual. Matriz pedagógica para formação de redes. 1ª edição, 2ª
reimpressão. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2011.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saude. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Anticoncepção de Emergência. Perguntas e Respostas Para
Profissionais de Saúde. 2ª edição. 2ª 42 eimpressão. Serie Direitos Sexuais e Direitos
Reprodutivos – Caderno no 3. Brasilia – DF 2014.

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• BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para Utilização do Levonorgestrel. Editora do
Ministério da Saúde. Brasília – DF 2012

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST,


Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia
Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV. Brasília : Ministério da
Saúde, 2015.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Aspectos Jurídicos do Atendimento às Vítimas de Violência
Sexual – Perguntas e Respostas Para Profissionais de Saúde. 2ª edição. 2ª reimpressão.
Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 7. Brasília – DF. 2014.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Justiça. Secretaria de Políticas para as Mulheres.


Norma Técnica. Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual com
Registro de Informações e Coleta de Vestígios. 1ª Edição. Brasília – DF. 2015.

• PARANÁ. Secretaria da Saúde. Protocolo para o Atendimento às Pessoas em Situação de


Violência sexual. Curitiba 2015.

4. ELABORAÇÃO
NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO
Prisila Chaulet Enfermeira Assistencial –
Acolhimento e Classificação de
Risco
Vanilda Pinheiro Almeida Enfermeira Assistencial –
Acolhimento e Classificação de
Risco
Rosamaria Moraes Torres Médica Ginecologista e Obstetra

Verônica Cristina Moraes Docente do Magistério Superior


– Assistente I

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5. REVISÃO
NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO
Ana Amélia Médica Ginecologista e
Obstetra

Fernanda Maria Pereira e Médica Ginecologista


Nascimento Grawe e Obstetra

Débora Prado Martins Enfermeira Obstetra

Bruna Daniele Juppa Enfermeira Obstetra


Granneman

Micheli Kaguimoto Martins Residente


Pereira

6. APROVAÇÃO
NOME CARGO ASSINATURA/CARIMBO
Shirley Barbosa Ortiz Lima Chefe da Divisão de Gestão
do Cuidado

Débora Andréa Castiglioni Gerente de Atenção à Saúde


Alves

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ANEXO 2

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ANEXO 3

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ANEXO 4

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ANEXO 5

CHECK LIST PARA PACIENTES REALIZANDO PEP


PROGRAMAÇAO DATA HORA PROFISSIONAL LOCAL
1º atendimento Equipe médica Projeto Ypê

2º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê


PEP
4º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP
12º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP
24º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP

CHECK LIST PARA PACIENTES SSEM USO DE PEP


PROGRAMAÇAO DATA HORA PROFISSIONAL LOCAL
1º atendimento Equipe médica Projeto Ypê

2º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê


PEP
4º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP
12º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP
24º semana após início da Equipe médica Projeto Ypê
PEP

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ANEXO 6

MAPA DE LESÕES

GRÁFICO FEMININO

Nome: _______________________________________________________ Data: ___/___/___


Profissional: __________________________________________________________________

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Hospital Universitário Júlio Müller - UFMT
Rua Luiz Philippe Pereira Leite, s/n - Bairro Alvorada
Cuiabá – Mato Grosso - 78048-602
Tel: (65) 3615-7284

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