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A INSEGURANÇA JURÍDICA NO BRASIL

A LEI E A SEGURANÇA JURÍDICA


Jacy de Souza Mendonça

A segurança jurídica para os cidadãos depende fundamentalmente de leis bem elaboradas e


coerentes, assim como de um Poder Judiciário que as aplique com precisão, presteza e
firmeza. Ora, parece que estamos carecendo dessas coisas, porque o Poder Legislativo não
legisla mesmo disposições da Constituição Federal de 1988 que exigem regulamentação
dormem nas gavetas. Em compensação, o Poder Judiciário está preocupado em legislar, para
suprir as lacunas deixadas pelo Legislativo.

Uma análise estatística revela facilmente que, hoje, a principal tarefa do Congresso Nacional
consiste em “negociar” (entenda-se o verbo como se quiser) Medidas Provisórias e Projetos
de Lei oriundos do Poder Executivo depois disso, ocupa-se com as atividades policiais do
Parlamento (Comissões Parlamentares de Inquérito), porque dão espetáculo público
finalmente cuida de projetos de natureza financeira, a benefício das áreas eleitorais de cada
parlamentar ou a benefício direto de algum deles.

O Poder Judiciário tem se interessado então, e cada vez mais, pelo que foi rotulado de
ativismo judiciário e significa legislar, aproveitando a omissão das casas legislativas. Assim,
em vez de aplicarem as leis, os magistrados atuais estão se viciando em criar leis aplicáveis
aos casos concretos que devem julgar e como gostam disso!

Um texto legal tem prazo de vigência estipulado nele mesmo, ou sua vigência é por prazo
indeterminado, o que significa que irá perdurar até que outra lei o revogue expressa ou
implicitamente já a decisão judicial aplica-se apenas ao caso concreto sub judice e pode ser
alterada mesmo no próximo julgamento - sua força como precedente não é cogente, mas
apenas sugestiva. Note-se, por exemplo, que o plenário do STF, em seu ativismo, aprovou
recentemente a execução da pena privativa de liberdade após a confirmação da sentença pela
segunda instância, mas alguns membros do mesmo Tribunal não se sujeitam a esse acórdão,
decidindo acintosamente contra o que nele foi disposto. O tema foi recentemente recolocado
em pauta e é evidente a importância de resolver-se, com caráter duradouro, se a execução da
sentença condenatória penal deve dar-se imediatamente depois da decisão de primeira
instância (como ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos), somente depois do julgado de
segunda instância (como é aceito pela maioria das nações e como decidiu o STF) ou apenas
depois de esgotado o último recurso do sistema processual, como querem os condenados e os
que se encontram na iminência da condenação, sonhando todos com a prescrição. Causa dessa
incerteza e insegurança é o fato de os legisladores até hoje não terem se debruçado durante
alguns minutos sobre o tema por isso, a discussão é reaberta ao sabor de cada processo.
A omissão dos legisladores gera a mutabilidade, a incerteza, e a insegurança para o cidadão,
bem como graves prejuízos à nação. Nesta hora em que o Brasil necessita de novos
investidores, a insegurança jurídica é um óbice para atraí-los. Tivesse sido legislado a respeito
e muitos males decorrentes da incerteza teriam sido de há muito obviados.

Em suma, depender exclusivamente do Poder Judiciário é sujeitar-se à mutabilidade e à


insegurança, até porque, como ensina a sabedoria popular, em cada cabeça uma sentença. Só a
lei pode produzir a certeza, a segurança, a estabilidade de que carecemos e esta deveria
emergir do Poder Legislativo.

O Autor nasceu na cidade do Rio Grande/RS, a 8 de abril de 1931, e graduou-se em


Direito pela PUC de Porto Alegre/RS. Foi professor titular de Filosofia do Direito nas
Faculdades de Direito da PUCRGS, em Porto Alegre, e de Caxias do Sul. Durante 10
anos, Professor de Filosofia do Direito, na Faculdade de Direito da UFRGS, como assistente de
Armando Câmara. Em São Paulo, exerceu o magistério superior na Faculdade de Direito
de São Bernardo do Campo e no pós-graduação da Faculdade de Direito da PUCSP e da
UNICAPITAL. Em 1969, começou a trabalhar na Volkswagen do Brasil S/A, tendo sido
promovido sucessivamente até assumir o cargo de Diretor de Recursos Humanos e
Jurídico da empresa e posteriormente da holding que ela integrou, a AUTOLATINA.
Aposentou-se em 1992. Foi Vice-Presidente da FIESP, Presidente da ANFAVEA e
Presidente do Instituto Liberal de São Paulo.

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