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Uma análise estatística revela facilmente que, hoje, a principal tarefa do Congresso Nacional
consiste em “negociar” (entenda-se o verbo como se quiser) Medidas Provisórias e Projetos
de Lei oriundos do Poder Executivo depois disso, ocupa-se com as atividades policiais do
Parlamento (Comissões Parlamentares de Inquérito), porque dão espetáculo público
finalmente cuida de projetos de natureza financeira, a benefício das áreas eleitorais de cada
parlamentar ou a benefício direto de algum deles.
O Poder Judiciário tem se interessado então, e cada vez mais, pelo que foi rotulado de
ativismo judiciário e significa legislar, aproveitando a omissão das casas legislativas. Assim,
em vez de aplicarem as leis, os magistrados atuais estão se viciando em criar leis aplicáveis
aos casos concretos que devem julgar e como gostam disso!
Um texto legal tem prazo de vigência estipulado nele mesmo, ou sua vigência é por prazo
indeterminado, o que significa que irá perdurar até que outra lei o revogue expressa ou
implicitamente já a decisão judicial aplica-se apenas ao caso concreto sub judice e pode ser
alterada mesmo no próximo julgamento - sua força como precedente não é cogente, mas
apenas sugestiva. Note-se, por exemplo, que o plenário do STF, em seu ativismo, aprovou
recentemente a execução da pena privativa de liberdade após a confirmação da sentença pela
segunda instância, mas alguns membros do mesmo Tribunal não se sujeitam a esse acórdão,
decidindo acintosamente contra o que nele foi disposto. O tema foi recentemente recolocado
em pauta e é evidente a importância de resolver-se, com caráter duradouro, se a execução da
sentença condenatória penal deve dar-se imediatamente depois da decisão de primeira
instância (como ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos), somente depois do julgado de
segunda instância (como é aceito pela maioria das nações e como decidiu o STF) ou apenas
depois de esgotado o último recurso do sistema processual, como querem os condenados e os
que se encontram na iminência da condenação, sonhando todos com a prescrição. Causa dessa
incerteza e insegurança é o fato de os legisladores até hoje não terem se debruçado durante
alguns minutos sobre o tema por isso, a discussão é reaberta ao sabor de cada processo.
A omissão dos legisladores gera a mutabilidade, a incerteza, e a insegurança para o cidadão,
bem como graves prejuízos à nação. Nesta hora em que o Brasil necessita de novos
investidores, a insegurança jurídica é um óbice para atraí-los. Tivesse sido legislado a respeito
e muitos males decorrentes da incerteza teriam sido de há muito obviados.