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2005/09/24

A GEOGRAFIA M ILITAR EM PORTUGAL: DO SÉCULO XV AO F UTURO


João Vieira Borges

Na sequência dos contactos efectuados pela Comissão Portuguesa de História Militar, através do
seu ilustre Presidente, o Exmº General Themudo Barata (entretanto falecido a 25 de Abril de 2003),
para que participássemos na publicação do “Institut de Géographie” sob a direcção de Philippe
Boulanger, decidimos aceitar o desafio, apesar das inúmeras limitações decorrentes das várias
funções que desempenhamos actualmente ao serviço do Exército de Portugal.

Chegada então a altura de revivermos a História da Geografia Militar em Portugal (não esquecendo
que Portugal é, desde o século XII um Estado Nação virado para a Europa e voltado para o Mundo,
para todo um espaço que descobriu, que conquistou e que marcou...), o destaque foi para a obra
feita e para o levantamento dos pensadores que mais influenciaram as teorias, e especialmente o
ensino superior militar. A pesquisa entretanto efectuada, assim como a respectiva análise,
constituem, no entanto, um primeiro passo para um trabalho mais vasto e rigoroso, a desenvolver
em (e com) tempo.

Em termos metodológicos, optámos por descrever os marcos mais significativos da Geografia em


Portugal (mais relacionada com as ciências militares), para compreendermos depois o
aparecimento e o desenvolvimento da geografia militar. Tendo sido sempre muito próximo o
relacionamento entre a cartografia e a geografia (mais antigo que a própria disciplina cientifica),
tornou-se impossível abordar a geografia militar sem fazer uma revisão temporal, no sentido de uma
maior compreensão do fenómeno. Esta ligação profícua entre civis e militares, na cartografia, na
hidrografia e na geografia, e que se mantém com resultados muito positivos[1], a par da nossa
formação e do carácter mais terrestre dos estudos geográfico-militares, levou-nos a uma visão mais
orientada para a cartografia do que para a hidrografia, e para os militares e para as escolas de
formação de oficiais do Exército, em detrimento de eventuais trabalhos realizados e publicados
noutros âmbitos.

Os períodos da cartografia portuguesa de Armando Cortesão (infância, esplendor[2], estagnação[3],


renovação[4] e contemporâneo[5]) não são necessariamente coincidentes com os períodos que nos
propusemos para caracterizar a geografia militar em Portugal. No entanto, poderemos dizer que os
períodos da infância e do esplendor, foram muito importantes para a empatia geográfica militar-civil,
consubstanciando-se essa ligação a partir do final do século XVIII, a par da própria evolução da
geografia como ciência social. Por isso, descreveremos com algum orgulho o período dos
descobrimentos e o contributo dos portugueses para a descoberta do Mundo conhecido, para
depois abordarmos num outro capítulo, o período das campanhas de África do final do século XVIII e
princípios do século XIX, no sentido de terminarmos com o levantamento da geografia militar e do
seu desenvolvimento em Portugal.

Portugal, como País de além-mar, com gente espalhada pelos quatro cantos do Mundo, desde
África, à América, à Ásia, e à Oceânia, com um dos Teatros de Operações mais extensos do Mundo
durante o período da Guerra colonial (1961-74), torna qualquer estudo desta natureza, demasiado
redutor em face do muito trabalho a desenvolver, mas obriga simultaneamente à apresentação de
considerações finais, relacionadas com o passado, o presente e o futuro. Esperamos que nesse
futuro tenha lugar privilegiado, nas ciências militares, a geografia militar, a bem de melhores e mais
adequadas decisões estratégicas e políticas.

Nota: O texto acima constitui a Introdução de um trabalho cujo conteúdo completo pode ser facultado
a interessados (usar e-mail indicado em Contactos).

[1] De que é exemplo o General Mourato Nunes, à frente de uma equipa ilustre de Oficiais Geógrafos
do Instituto Geográfico do Exército.

[2] Descobrimentos desde meados do século XV a meados do século XVI.

[3] De 1580 a 1640, e que corresponde ao período de ocupação espanhola.

[4] Na terceira década do século XVIII, até 1822 (independência do Brasil), com trabalho sobretudo
efectuado por engenheiros militares, os quais sucederam aos antigos mestres de cartas de marear

[5] Abrange a triangulação geodésica e o moderno levantamento cartográfico de Portugal.


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