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Como Gerir um Museu:

Manual Prático
Como Gerir um Museu:
Manual Prático

PUBLICAÇÃO :
ICOM – Co n selh o In t er n acio n al d e Mu seu s
Maiso n d e l'UNESCO
1, lam en t e Mio llis
75732 Par is Ced ex 15
Fr an ça

O ICO M agradece ao Fundo Fiduciário do Grupo para o Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDGTF)
por tornar esta publicação possível.

Editor e Coordenador: Patrick J. Bo ylan


Coordenação do Secretariado do ICO M: Jennifer Thévenot
Concepção e produção da capa original: Edward Moody Desígn
Impressão: Franly S.A.

Fotografia e outros créditos de ilustração:


Sem p r e q ue n ão exist a id en t if icação , as f o t o g r af ias, d iag r am as,
e o u t r as ilu st r açõ es est ão p r o t eg id as p o r d ir eit o s d e au t o r , d o au t o r d o cap ít u lo co r r esp o n d en t e.
O ICOM ag r ad ece ao s au t o r es e ao s o u t r o s au t o r es p r o t eg id o s p o r d ir eit o s d e au t o r , p elo seu ap o io e co o p er ação .

© 2004, ICOM, t o d o s o s d ir eit o s r eser vad o s

ISBN 92-9012-157-2
Gestão do Acervo
N icola Ladkin
Professor Adjunto, Texas Tech University, Lubbock, Texas

Da mesma forma que a gestão do museu é de importância vital acervo, e registo de dados, e em que medida o acervo apoia a
para o desenvolvimento e organização de cada museu, também a missão e propósito do museu.
gestão do acervo é vital para o desenvolvimento, organização e O termo “gestão do acervo” também é utilizado para
preservação do acervo que cada museu alberga. Embora as descrever as actividades específicas empreendidas pelo processo
colecções do museu posam diferenciar-se uma das outras, em administrativo.
conteúdo, partilham outras características semelhantes. Tod as
contêm inúmeros objectos individuais, vários tipos de objectos, Introdução à Gestão do Acervo
espécimes, artes, documentos e artefactos, todos representativos
do “património natural, cultural e científico” (Código de Ética Quadro 1: Três elementos chave inter-relacionados com a gestão do
para Museus do ICO M, 2 0 0 4 ). Especificamente, muitas das acervo:
colecções do museu são grandes e complicadas. Este capítulo é O registo do acervo p r o vid en cia u m a lin h a d e b ase p ar a a
uma introdução ao desenvolvimento da melhor prática r esp o n sab ilid ad e in st it u cio n al p ar a o s m u it o s e v ar iad o s o b ject o s,
ar t ef act o s, esp écim es, am o st r as e d o cu m en t o s q u e o m u seu
profissional, organização e preservação do acervo, com o
g u ar d a co m co n f ian ça p ar a as g er açõ es act u ais e f u t u r as d a
objectivo de assegurar que o acervo é gerido e preservado, de h u m an id ad e.
forma correcta. A preservação do acervo é u m asp ect o act ivo im p o r t an t e n a g est ão
A gestão do acervo é o termo aplicado aos vários métodos d o acer vo in ser id o so b t o d as as o ut r as act ivid ad es m u seo ló g icas.
legais, éticos, técnicos e práticos pelos quais as colecções do O acesso controlado ao acervo p ar a ef eit o s d e exp o sição o u
museu são formadas, organizadas, recolhidas, interpretadas e in vest ig ação , p r een ch e a m issão d o m u seu n a ed u cação e
preservadas. A gestão do acervo foca-se na preservação das in t er p r et ação ao m esm o t em p o q u e p r o t eg e o acer vo . A in scr ição ,
p r eser vação e acesso em it id as p o r escr it o t am b ém p o d em ser
colecções, preocupando-se pelo seu bem-estar físico e segurança,
u t ilizad as p ar a p r o vid en ciar u m a est r ut u r a p ar a a p o lít ica d e
a longo prazo. Preocupa-se com a preservação e a utilização do g est ão d o acer vo .

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Gestão do Acervo

Uma gestão de acervo eficaz, é essencial para assegurar que o caso ainda não estejam definidos. Nesta fase, todos os
acervo apoia a missão do museu. Isto também é vital para ter a profissionais de museu devem ser convidados a contribuir. A
maior parte dos (sempre limitados) recursos de tempo, dinheiro, política deve ser escrita de forma clara, de modo a ser um guia
equipamento, materiais, espaço físico e pessoal. De igual modo, a útil para o pessoal e o público. Tem que avaliar as necessidades
gestão do acervo requer uma politica e procedimentos do acervo em relação aos principais objectivos do museu.
estabelecidos, claros e definidos que definam as actividades e Também deve incluir providências para revisão e actualização
tomadas de decisão quotidianas. periódica.
Política de Gestão do Acervo A política de gestão do acervo pode englobar vários assuntos
Para que a gestão de colecções tenha sucesso, as decisões sobre o sobre a gestão do acervo que podem ser especificamente
acervo do museu devem ser sempre tomadas de modo consistente escolhidos e documentados para se adaptarem às necessidades do
e após consideração cuidadosa. Uma tomada de decisão eficaz seu museu. No entanto, devem ser abordados determinados
fundamenta-se numa política eficaz. Por essa razão, o documento assuntos fundamentais. Como referido no Q uadro 1 , estes
mais importante do acervo do museu é a Política de Gestão do assuntos podem agrupar-se em registo de inscrição, preservação
Acervo. Baseada na declaração de missão do museu e noutros do acervo e acessibilidade ao acervo.
documentos de políticas fundamentais, o propósito e objectivo do O Q uadro 2 , contém um exemplo de uma Política de Gestão
museu são estabelecidos pelo tipo de acervo, investigação e do Acervo, para o acervo típico de um museu. A maior parte dos
preservação do acervo. Uma vez documentada, a política de assuntos listados são discutidos mais à frente, detalhadamente,
gestão do acervo serve como guia prático para o pessoal do neste capítulo, assim como os vários pontos que podem ser
museu e como documento público que explica como o museu incluídos em cada assunto da sua política de gestão do acervo.
assume a responsabilidade pelo acervo ao seu cuidado. Também são disponibilizados documentos para procedimentos.
A Política de Gestão do Acervo é considerado um documento Estes comentários referem os pontos mais básicos e gerais, mas
tão importante, que tem a sua própria secção no Código de Ética poderá incluir qualquer informação adicional ou necessária e útil
para Museus do ICO M, em que declara que o órgão às circunstâncias particulares do seu próprio museu e do seu
administrativo de cada museu deve adoptar e editar uma política acervo.
do acervo redigida, que defina a aquisição, preservação e A importância do museu, com uma missão e um objectivo
utilização do acervo. Sendo assim, ter uma política de gestão do claramente definido e a aderência a um Código de Ética
acervo é uma responsabilidade de ética profissional. reconhecido são ambas acentuadas nos capítulos anteriores. Claro
Desenvolver a política de gestão do acervo que estes documentos são de importância vital na perspectiva da
Antes de começar a desenvolver uma política de gestão do gestão do acervo ao influenciarem directamente, a composição do
acervo, devem ser levados em consideração e incorporados vários acervo e ao afectarem a sua gestão e utilização. A política de
factores. Desenvolver e delinear a política é uma oportunidade gestão do acervo, em conjunto com as declarações fundamentais
para rever e estabelecer os objectivos do museu e como os atingir, de políticas relacionadas como a documentação, conservação

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Quadro 2: Delinear a Política de Gestão do Acervo: Tabela de Sugestão do Índice

Missão e Ob ject ivo d o Mu seu Fo t o g r af ia


Có d ig o d e Ét ica Pr even ção d e Acid en t es
In scr ição Seg u r o
Aq u isição e In co r p o r ação Acessib ilid ad e ao Acer vo
Tít u lo d e Pr o p r ied ad e Válid o , Pr o ven iên cia e Ob r ig ação d e Seg u r an ça
Dilig ên cia Exp o siçõ es
Mat er iais “Sen síveis” e Pr o t eg id o s Co n t r o lo d o Am b ien t e Ad eq u ad o
Avaliação e Au t en t icação Mo n it o r ização d o Acer vo em Exp o sição
Ab at im en t o e Ced ên cia Mat er iais d e Exp o sição Ap r o p r iad o s
Devo lu ção e Rest it u ição Em b alag em e Tr an sp o r t e
Cat alo g ação , Nu m er ação e Id en t if icação In vest ig ação
In ven t ár io Reco lh a d e Cam p o
Em p r ést im o s Am b ien t e In t er n o
Relat ó r io so b r e o Est ad o d e Co n ser vação e Glo ssár io /Pad r õ es Er u d it o s e In vest ig ad o r es Visit an t es
Do cu m en t ação An álise Dest r u t iva
Pr eser vação d o Acer vo Co lect a Pesso al e Ut ilização Pesso al d o Acer vo
Ar m azen am en t o d o Acer vo Co n ser vação Pr even t iva
Man u seam en t o e Mo vim en t ação d o Acer vo Co n ser vação

Exercício 1: Exam in e a t ab ela d e sug est ão d o ín d ice d a p o lít ica d e g est ão d o acer vo , n o q u ad r o acim a. Qu ais o s t ó p ico s p er t in en t es a u t ilizar n o
seu m u seu ? Exist e alg u m assu n t o q u e seja ir r elevan t e? Exist e alg o esp ecial n o seu m u seu q u e exija a ad ição d e o u t r o s t ó p ico s? Qu ais ser iam ?
Resu m a as su as co n clu sõ es e u t ilize-as co m o esb o ço d a p o lít ica d e g est ão d o acer vo p ar a o seu m u seu .

preventiva e prevenção de acidentes, pode existir como apoio directo no desenvolvimento da política de gestão do
separado ou incluído nas secções principais da documentação da acervo. A Secção Dois, intitulada “O s museus que mantêm
política geral da instituição, dependendo da preferência do colecções, conservam-nas em benefício da sociedade e do seu
museu. desenvolvimento”, aborda, directamente, os principais elementos
O Código de Ética para Museus do ICO M pode proporcionar da gestão do acervo, e faz-lhes referência ao longo do processo de

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desenvolvimento e providenciará muita orientação útil. ter condições ou restrições na sua utilização. O museu também
deve providenciar a sua preservação e tratamento a longo prazo.
Procedimentos para a Gestão do Acervo Sugestões para a Política de Aquisição
O s procedimentos para a gestão do acervo são as várias (ver também o capítulo sobre Ética)
actividades nas quais as políticas de gestão do acervo se A aquisição é o processo de obtenção de um bem ou colecção
convertem em acções de gestão específicas. O s procedimentos para o museu. O s objectos podem ser adquiridos de várias
são muito úteis e providenciam a consistência da acção quando formas, por exemplo, através da recolha de campo, doação ou
formalizada por documento escrito. legado ou através de transferência de outra instituição.
O s procedimentos são necessários para implementar todas as Independentemente de como uma colecção é adquirida,
áreas da política. O s assuntos dos procedimentos elaborados mais existem componentes éticos e legais aos quais a aquisição deve
úteis, reflectem os assuntos abordados na política de gestão do obedecer. De uma perspectiva ética, o Código de Ética para
acervo. Museus do ICO M especifica que os museus devem adoptar uma
Tal como a política de gestão do acervo, os procedimentos política de gestão do acervo documentada, referentes aos aspectos
podem ser elaborados para um determinado assunto e éticos da aquisição. A política de aquisição deve abordar assuntos
modificados mediante solicitado para se ajustarem às necessidades como a relevância da colecção para a missão do museu, o
do seu museu. perfeccionismo da sua documentação relacionada e os requisitos
especiais para materiais cultural e cientificamente “sensíveis”.
Inscrição Legalmente, a política de aquisição deve declarar que as aquisições
A inscrição do museu está relacionada com as políticas e não devem violar qualquer legislação e tratados locais, estatais,
procedimentos pelos quais o acervo é adquirido e formalmente nacionais e internacionais.
inscrito, nos registos de entrada da propriedade do museu e como Sugestões para os Procedimentos de Aquisição
este é gerido, localizado e muitas vezes disposto, após o registo (ver também o capítulo sobre Documentação)
inicial. A incorporação é a aceitação formal de um objecto ou colecção,
Aquisição e Incorporação inserido no registo do museu e a sua incorporação no acervo do
Estes são os métodos pelos quais o museu obtém o seu acervo. O s museu.
métodos mais comuns são através de doação, legado e compra, A incorporação inicia-se com o recibo dos documentos de
troca, recolha de campo e quaisquer outros meios pelos quais, o transferência de título. Normalmente, só os objectos adquiridos
título (propriedade) é transferido para o museu. É muito para as colecções permanentes, são incorporados, ao contrário de
importante que se estabeleçam critérios para determinar o que se outros objectos que o museu possa obter para utilizar como
quer coleccionar. Todas as colecções e itens adquiridos têm que suportes da exposição, programas educativos e outros programas
ter um título válido, apoiar os objectivos do museu e não devem de apoio ou com fins lucrativos.
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O procedimento de incorporação inicia-se pela atribuição de Abatimento e Cedência


um número de identificação único, a um objecto ou colecção, à (ver também o capítulo sobre Ética)
medida que a sua entrada é registada no museu. Apoiado por um O abatimento é o processo de remoção permanente, de objectos
sistema comum, este número consiste normalmente numa sigla e acervo do registo do museu e pode ser feito por várias razões,
para o museu, a data actual, seguida pelo número consecutivo da para refinar o foco da colecção, para repatriamento de objectos,
ordem pela qual a colecção foi recebida, tudo separado por um para remoção de itens não recuperáveis, ou objectos deteriorados,
ponto ou por um traço. Por exemplo, a vigésima incorporação em infestados. O s museus existem para benefício público, por isso o
2 0 0 4 no Museu Nacional Arqueológico teria o número de abatimento pode ser controverso. Alguns museus estão proibidos
incorporação MNA-2 0 0 4 -2 0 . Todos os objectos e de fazer o abatimento ao inventário, através de legislação nacional
documentação relativa à incorporação são reunidos e identificados ou através da sua própria política administrativa ou políticas
com o número de incorporação para aquela incorporação, em institucionais. No entanto, todos os museus devem ter um
particular. Para mais informação sobre numeração e identificação, processo de decisão e registo legal de todas as disposições
ver a próxima secção. permissíveis.
A documentação do acervo do museu é uma parte vital da A cedência é o acto de remoção de objectos de colecções
gestão do acervo. O s registos de inscrição são o primeiro passo a abatidos fisicamente no inventário do museu e a sua recolocação,
seguir quando uma colecção dá entrada no museu. O s arquivos noutro local. Dependendo da legislação aplicável, as opções de
de incorporação contêm todos os documentos relativos a cada cedência podem incluir transferência para outro museu ou
incorporação. A organização e identificação dos arquivos podem instituição semelhante para propósitos educativos, destruição física
variar, dependendo da forma como o museu está organizado e se ou deterioração de objectos e restituição a outro grupo ou
utiliza papel, meios electrónicos, ou ambos, nos tipos de registos e pessoas.
arquivos. Q ualquer que seja o sistema utilizado, os registos de Catalogação, numeração e identificação
incorporação são documentos de elevada importância legal, A catalogação é o processo de identificação, com pormenores
administrativa e de curadoria que contêm informação sobre o descritivos, de cada objecto do acervo e a atribuição de um
doador ou fonte do acervo, título válido de propriedade, número de identificação único. Todos os objectos de acervo
informação sobre a avaliação do seguro, relatórios sobre o estado permanentes devem ser catalogados. As informações do catálogo
de conservação, inventários da incorporação que contenham mais devem incluir detalhes descritivos, classificação ou outra
do que um objecto, fotografia, seguro e outros documentos identificação, dimensões físicas, proveniência (origem e hist orial
pertinentes. Para mais informação sobre a incorporação e outros do objecto em termos de local do achado, propriedade prévia e
procedimentos de documentação, ver o capítulo sobre meios de aquisição), número de incorporação e local de
Documentação. armazenamento. O registo no catálogo também pode incluir uma

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Quadro 3: Conteúdos Possíveis para a Política de Abatimento e Cedência


fotografia ou desenho e qualquer outra informação adicional
aplicável.
1 Declar ação so b r e co m o o ab at im en t o e a ced ên cia são avaliad o s. Numeração e identificação de objectos no acervo
2 A aut o r id ad e p ar a ap r o var o ab at im en t o é n o m ead a p o r um co m it é
o u gr up o p ar t icular .
A numeração e identificação do acervo são o processo de
3 Sugest õ es p ar a o Pr o ced im en t o d e Ab at im en t o e Ced ên cia. associação de um número de identificação único a um objecto do
4 As acçõ es p ar a o ab at im en t o e ced ên cia d e um o b ject o o u acer vo acervo e identificar ou etiquetar o objecto com esse mesmo
b aseiam -se n a Po lít ica d e Gest ão d o Acer vo d o m useu.
5 As r azõ es p ar a o ab at im en t o e ced ên cia f azem p ar t e d o s r egist o s d o
número. O número pode ser o número da incorporação ou o
acer vo e é m an t id a n a cur ad o r ia. número do catálogo. É feito para que os objectos possam ser
6 Os seguin t es elem en t o s são id en t if icad o s: q uan d o , o n d e, p o r q uem e identificados, individualmente.
so b q ue aut o r id ad e o co r r eu o ab at im en t o e a ced ên cia.
7 Os r egist o s d e ab at im en t o in cluem a avaliação e a just if icação escr it a
O método de identificação deve ser permanente de forma que
p ar a o ab at im en t o , d at a d o ab at im en t o , in ven t ár io de o número fique permanentemente, e contudo seja reversível de
o b ject o s/acer vo ab at id o s e m ét o d o d e ced ên cia. forma que possa ser removido, caso necessário. Isto pode ser feito
8 To d o s o s r egist o s são m an t id o s p er m an en t em en t e e id en t if icad o s
co m o “Ab at id o .”
em objectos com superfícies lisas, aplicando uma base de material
estável como acetato polivinilico (PVC), escrevendo o número
em cima da base, e selando o número com uma capa, depois de
Quadro 4: Elaboração da política do Processo de Catalogação
secar. Posicione o número num local onde não esconda qualquer
1 Os o b ject o s são cat alo gad o s p ar a o b t er um r egist o d o s seus at r ib ut o s detalhe ou impeça a visão para investigação ou exposição. Nunca
f ísico s e p r o ven iên cia (ver t am b ém o cap ít ulo so b r e Do cum en t ação , escreva o número directamente na superfície do objecto.
n o m ead am en t e o r esum o d o sist em a in t er n acio n al d e d escr ição d o
o b ject o “Ob ject o ID” ).
O s tecidos e outros objectos que não possam ser identificados
2 São at r ib uíd o s e ap licad o s n úm er o s d e id en t if icação d o cat álo go , a directamente, podem ser etiquetados com etiquetas penduradas
t o d o s o s o b ject o s. ou rótulos cosidos. O s objectos bidimensionais em molduras
3 Se o m useu ger e, o u est á asso ciad o a escavaçõ es ar q ueo ló gicas e
t r ab alh o s d e cam p o sem elh an t es, t o d o s o s esf o r ço s d evem ser
podem ter etiquetas penduradas e presas aos ganchos ou arames.
r ealizad o s p ar a in t egr ar o cam p o d e r egist o n a cat alo gação As etiquetas ou rótulos devem ser feitos de material de arquivo e
p er m an en t e, p o r exem p lo , ut ilizan d o o s sist em as d e cat alo gação e serem presos de forma a não danificar o objecto. Deve-se ter
n um er ação d e in co r p o r ação , d o m useu.
4 Os o b ject o s são sem p r e cat alo gad o s an t es d e t er em aut o r ização p ar a cuidado para que as etiquetas não se desassociem dos objectos a
d eixar o m useu , p o r em p r ést im o . que pertencem.
5 A cat alo gação é f eit a o m ais r ap id am en t e p o ssível p ar a evit ar a Alguns objectos muito pequenos e frágeis, como moedas, jóias
acum ulação .
6 Sem p r e q ue se ver if iq ue um a acum ulação d e in co r p o r ação e e espécimes de história natural como insectos, não podem ser
cat alo gação , o m useu d eve elab o r ar e im p lem en t ar um p lan o p ar a marcados directamente ou terem etiquetas agarradas. Estes
act ualizar a cat alo gação , t ão r ap id am en t e q uan t o p o ssível, n um objectos devem ser colocados num recipiente como uma capa,
p ad r ão aceit ável.
envelope, bandeja, quadro, frasco ou bolsa feitos de material de
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arquivo (ver a secção sobre o armazenamento do acervo, neste colecção. Por outro lado, os empréstimos a instituições educativas
capítulo). Assim, o número pode ser marcado directamente no ou públicas permitem aos museus partilhar o seu acervo e
recipiente, ou na etiqueta que pode ser colocada dentro do aumentar e apoiar exposições e projectos de investigação com
recipiente com o objecto. A etiqueta dentro do recipiente deve objectivos educativos. Infelizmente, a experiencia comprova que
ser marcada a lápis em vez de a caneta de tinta, para prevenir a os empréstimos provocam tensão física extra nos objectos devido
transferência acidental da tinta. à sua acumulação, transporte e mais manuseamento do que o
O s objectos bidimensionais sem moldura, como fotografias, habitual, e também aumenta os riscos de segurança e outros. Por
livros e documentos podem ser colocados em caixas, pastas ou estas razões é muito importante que a solicitação de empréstimos
entre papel ou madeira. O número pode ser escrito a lápis no seja considerada cuidadosamente. Em particular, só os objectos,
material incluído. que o conservador/ restaurador especializado experiente considere
Alguns museus utilizam a técnica do código de barras para estáveis e sem risco significativo de manipulação adicional e
marcar objectos, normalmente em conjunto com o número de transporte, etc., devem ser emprestados.
incorporação ou do catálogo. Isto apoia em muito, o processo de A experiência demonstra que podem ocorrer divergências nas
inventário. A técnica que produz o número e a etiqueta é condições e termos do empréstimo, por isso é muito importante
obviamente diferente, mas os princípios e procedimentos básicos que os empréstimos sejam completamente documentados de
discutidos acima são os mesmos quando se faz a identificação e forma que o que pede emprestado e o emprestador acordem em
etiquetação com código de barras. conjunto, todas as condições do empréstimo. O s registos do
Empréstimos empréstimo também devem estar disponíveis de forma que estes
O s empréstimos são a remoção temporária ou re-indicação de um possam ser concluídos quando o objecto é devolvido: pode ser
objecto ou acervo da sua propriedade ou localização normal. feito através da utilização de um documento de empréstimo
O empréstimo de entrada é a solicitação de empréstimo pelo único. Aos acordos e outra documentação para empréstimos
museu a um emprestador - proprietário ou outro proprietário externos e internos deve ser atribuído um número de empréstimo
normal, que pode ser outro museu ou um indivíduo. Envolve a único. No caso de empréstimos internos, este número de
mudança de local, de objectos e acervo, mas não do título empréstimo pode ser processado e tratado quase da mesma forma
(propriedade legal). O empréstimo de saída é o oposto: envolve o que o número de incorporação, enquanto o objecto estiver no
empréstimo de acervo a outro museu. Novamente existe uma museu. Toda a documentação relacionada com empréstimos
mudança de local, mas não de título. A maior parte da legislação externos e internos anteriores, deve ficar registada
ou regulamentos do museu proíbem empréstimos externos a permanentemente no caso de empréstimos externos do acervo, e
indivíduos ou entidades privadas, e mesmo quando não existem, durante um longo período de tempo (pelo menos dez anos) , ou
estes empréstimos são desencorajados pois o indivíduo pode não permanentemente no caso de empréstimos ao museu.
ter capacidades para preservar e manter em segurança um item da
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Relatório sobre o Estado de Conservação


Quadro 5: Empréstimos - normas e procedimentos
O Relatório sobre o Estado de Conservação é um documento
Elab o r ação d a Po lít ica d e Em p r ést im o s composto pela descrição escrita e visual do aspecto do objecto,
1 Os em p r ést im o s d est in am -se a in vest igação , ed ucação , exp o sição , estado de preservação e qualquer defeito, a determinada altura.
co n ser vação o u in sp ecção , O primeiro relatório sobre o estado de conservação deve ser
2 Os em p r ést im o s t êm um p er ío d o d e t em p o esp ecíf ico , m as p o d em
ser r en o vad o s o u alar gad o s p o r m út uo aco r d o feito quando o objecto é incorporado (ou adquirido por
3 Os f o r m ulár io s d o em p r ést im o d evem m en cio n ar q ualq uer r eq uisit o empréstimo). É depois actualizado, sempre que o objecto é
esp ecíf ico p ar a o em p r ést im o envolvido em qualquer actividade, como parte de uma exposição
4 Os em p r ést im o s d e saíd a d est in am -se ap en as às in st it uiçõ es
ap r o p r iad as ou mostra ou antes e depois de um empréstimo externo. Ao fazê-
5 Os em p r ést im o s d e en t r ad a p o d em ser so licit ad o s a in st it uiçõ es e lo, qualquer dano que tenha ocorrido, será notado de imediato.
in d ivíd uo s. O relatório sobre o estado de conservação também deve ser
6 A r esp o n sab ilid ad e d e segur o (o u in d em n ização em vez d e segur o ) d e
em p r ést im o s in t er n o s e ext er n o s d eve ser esp ecif icad o clar am en t e actualizado após qualquer dano acidental e antes do tratamento
em t o d o s o s aco r d o s d o em p r ést im o . de conservação.
7 Não p o d em ser f eit o s em p r ést im o s d e acer vo n ão in co r p o r ad o O formato mais útil para um relatório sobre o estado de
8 Não se f azem em p r ést im o s co m f in s co m er ciais
conservação é um documento padrão que induz o pessoal a
recolher o mesmo tipo de informação, sempre que o relatório é
Su g est õ es p ar a o Pr o ced im en t o d e Em p r ést im o
1 A d ecisão p ar a p ed ir em p r est ad o o u e m p r est ar um o b ject o /acer vo
preenchido. A existência de um glossário descritivo com as
b aseia-se n as n o r m as d ef in id as n a Po lít ica d e Gest ão d o Acer vo d a condições, também é muito útil para este propósito. Se um termo
cur ad o r ia. técnico específico não for conhecido, será útil fazer uma descrição
2 O r egist o d e em p r ést im o co m p let o in clui:
a o n úm er o d e em p r ést im o p ar a ef eit o s d e lo calização
detalhada do que é observado.
b a d at a d e in icio d o em p r ést im o Examine o objecto numa área limpa, bem iluminada. Uma
c a d at a d e t ér m in o d o em p r ést im o lanterna e uma lupa ajudarão a mostrar pequenos detalhes.
d o p r o p ó sit o d o em p r ést im o
e o in ven t ár io d et alh ad o d o s o b ject o s em p r est ad o s
Cuidadosamente, inspeccione todas as áreas do objecto, mas
f o valo r d o segur o d o em p r ést im o não force a abertura de qualquer coisa que esteja fechada ou
g o m ét o d o d e aco r d o d e r em essa / t r an sp o r t e dobrada. Faça um registo escrito do que observou e fotografe ou
h a ap r o vação d o em p r ést im o p ela p esso a, p esso as o u ó r gão s
aut o r izad o s (p o r exem p lo Dir ect o r , Co o r d en ad o r , Ór gão
desenhe qualquer coisa que lhe pareça incomum ou qualquer
Go ver n am en t al d e Licen ça d e Exp o r t ação ) evidência de dano.
i q ualq uer r eq uisit o esp ecial, co m o r egr as d e exp o sição , O relatório deve incluir o número de incorporação ou do
m an ip ulação esp ecial o u in st r uçõ es d e em b alagem ,
3 Os p r azo s d o s em p r ést im o s são id en t if icad o s e p r o lo n gad o s, exigid o s
catálogo do objecto, composição, tipo, local e extensão do dano,
o u d evo lvid o s, co n f o r m e o caso , n o t ér m in o d o p er ío d o d o consertos prévios, nome do examinador e data do exame.
em p r ést im o .

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Como Gerir um Museu: Manual Prático
Gestão do Acervo

Documentação contra incêndio.


A documentação é uma parte crucial da gestão do acervo em Uma vez que o acervo normalmente, passa a maior parte do
geral, mas será tratada num capítulo especial que inclui tempo em armazenamento, é necessário que o mobiliário e os
aconselhamento detalhado sobre as normas e procedimentos de materiais de embalagem, que estão em contacto com o acervo,
documentação. sejam estáveis e não reactivos. O mobiliário de armazenamento
Preservação do Acervo com finalidades de arquivo inclui armários e estantes com aço
Armazenamento do acervo revestido ou alumínio esmaltado. O s objectos pequenos e estáveis
O armazenamento do acervo refere-se ao espaço físico onde é são embrulhados, ensacados ou encaixotados antes de serem
guardado o acervo quando não está em exposição ou sob colocados em armazenamento como camada de protecção entre o
investigação. O termo também é utilizado para descrever os vários objecto e o meio ambiente. O s objectos que não possam ser
tipos de mobiliário, equipamento, métodos e materiais, utilizados embrulhados devido ao seu tamanho ou composição frágil, são
nos espaços de armazenamento do museu e acervo de estudo. armazenados de preferência em armários ou estantes embutidas.
Muitas colecções passam a maior parte do tempo armazenadas. O s objectos devem manter algum espaço entre si de forma a
As áreas de armazenamento do acervo protegem os objectos permitir um manuseamento fácil. Não aglomere ou sobrecarregue
contra factores ambientais prejudiciais, acidentes, desastres e estantes e gavetas, uma vez que tornará difícil retirar os objectos
roubo e preserva-os para o futuro. Por estas razões, o de modo seguro.
armazenamento do acervo não é um espaço morto onde nada Existem vários tipos de materiais de arquivo estáveis que
acontece, mas é o espaço onde existe uma activa preservação do protegem os objectos e não causam a sua deterioração. Estes
acervo. materiais normalmente são mais caros que as caixas e cartões
O edifício do museu provê a primeira camada de protecção comuns, mas os benefícios protectores que provêem, excedem os
entre o meio ambiente externo e o acervo. As áreas de custos adicionais.
armazenamento do acervo devem estar localizadas no interior do O s materiais de armazenamento recomendados incluem:
edifício e se possível, afastado das paredes exteriores, para etiquetas sem ácido e sem lignina, etiquetas, papel, pastas,
minimizar a flutuação ambiental. envelopes, molduras, caixas e tubos revestidos em carbonato de
O armazenamento do acervo deve estar independente de todas cálcio, algodão, linho e tecidos de poliéster, fitas, cordas e fios;
as outras actividades, e apenas o armazenamento do acervo deve fibra de poliéster e películas; sacos de polietileno e polipropileno,
ocorrer neste espaço de forma que se possa controlar melhor o caixas de microespuma e molduras; adesivo celuloso; adesivo de
seu ambiente físico. Deve ter níveis de luminosidade baixos, acetato de polivinil e acetona; e jarras e frascos de vidro com
temperatura estável e humidade relativa e sem poluentes tampas de polipropileno ou polietileno. Existem vários materiais
atmosféricos e pragas. O acesso físico ao acervo pelo pessoal deve sintéticos patenteados, muito utilizados no armazenamento do
ser restrito de forma a manter a segurança e deve ter protecção museu, como Tyvek™, Mylar™, e Marvelseal™. Nos vários
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Gestão do Acervo

Mo vim en t ação d o acer vo : as co lecçõ es f r ágeis são m o vid as d e m o d o Ar m azen am en t o de p r o t eção : o b ject o s f r ág eis d isp o st o s
segur o em ap o io s in d ivid uais, n um car r o aco lch o ad o . in d ivid ualm en t e, em p r at eleir as aco lch o ad as, n um ar m ár io em b ut id o .

materiais disponíveis, pode-se encontrar algo satisfatório para É porém importante evitar materiais que sejam quimicamente
armazenar todo o tipo de acervo do museu. Muitos dos materiais instáveis e que possam interagir quimicamente com os objectos
podem ser utilizados para proteger vestuário e podem ser com os quais entram em contacto e que possam causar dano.
construídas caixas especiais, bandejas, arquivos, apoios e montes Estes incluem madeira e produtos de madeira, papel e papelão
para apoiar e proteger espécimes ou obras de arte, em particular. particularmente ácido, celofane e fita-cola, fitas adesivas, espuma
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Gestão do Acervo

de borracha e espuma de uretano, a maioria dos plásticos, documentação do acervo do museu. A fotografia não só é um
removedor de verniz, clipes e agrafos de metal para papel, registo visual de um objecto como também ajuda na investigação,
etiquetas de borracha e colas com base de borracha. Se for educação e recuperação de um objecto, caso este esteja
necessário utilizar materiais instáveis como madeira de arquivo, extraviado e como prova de defesa para reivindicar o seguro, por
pode ser colocado um material de barreira estável como molduras perda ou roubo. A fotografia também documenta o estado de
sem ácido entre a estante e os objectos. conservação do objecto, a determinada altura, de forma que
Manuseamento e movimentação do acervo possam ser feitas comparações no futuro.
O acervo está em risco de dano elevado enquanto está a ser Por isso, é essencial que a fotografia seja de elevada qualidade.
manuseado ou em movimento. No entanto, terá de existir um Embora as fotografias de grande formato (negativos de 6 cmx6 cm
equilíbrio entre a protecção e a preservação, uma vez que será ou maiores) utilizadas como padrão pelo museu, e apesar de
muito difícil estudar, expor ou utilizar espécimes e colecções do muitos museus mais antigos terem grandes arquivos de dispositivos
museu, que não podem ser manuseadas. Para prevenir o dano é e negativos de filme do seu acervo, com a grande melhoria em
essencial ter muito cuidado e utilizar o bom senso ao manusear lentes e filmes dos últimos 2 0 ou 3 0 anos, actualmente, as
objectos de qualquer tipo e tamanho. Algumas precauções muito fotografias a preto e branco de 3 5 mm são a medida preferida
simples podem reduzir em muito, este risco. Todos os objectos para efeitos de documentação. O filme a preto e branco é muito
devem ser manuseados como se fossem os mais valiosos e as mãos mais estável a longo prazo do que o filme a cores, podem ser
devem estar limpas ou protegidas por luvas de algodão ou de utilizados com vários filtros especiais que podem aumentar as
látex limpas. Aquando da movimentação de objectos, é necessário características fundamentais do objecto na fotografia resultante e
determinar onde o objecto será posto antes de o ir buscar, e podem ser feitas em casa.
planear antecipadamente, o trajecto de volta para se assegurar No entanto, a fotografia digital está a aumentar em
que está livre de obstruções. popularidade e a diminuir em preço, e actualmente fotografias de
Transporte um objecto de cada vez, ou ponha os objectos elevada qualidade podem ser impressas muito rapidamente, em
numa bandeja ou carro acolchoado, se houver a necessidade de impressoras a cores de jacto de tinta, extremamente baratas. Por
mover vários objectos, a uma distância considerável. outro lado, a longevidade das imagens digitais para propósitos do
Leve o tempo necessário e peça ajuda se o objecto for muito museu ainda tem que ser avaliada: naturalmente que qualquer
grande ou pesado para ser movido facilmente por uma pessoa. imagem digital deve ser transferida imediatamente, da memória
Nunca arrisque a sua própria segurança ou a segurança do da máquina fotográfica para o disco rígido do computador, fazer
objecto. cópias regulares num meio externo ao museu (por exemplo, num
Fotografia computador de sistema remoto ou num CD de segurança,
A fotografia é uma parte integrante e especializada da armazenado fora do museu). Q ualquer que seja o formato, as
fotografias produzidas devem estar identificadas com o número de
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Gestão do Acervo

incorporação do objecto e organizadas de modo que possam ser providenciar alguma compensação monetária na infelicidade de
encontradas e associadas facilmente ao objecto. danos ou perda de objectos e colecções. Sempre que exista um
O s objectos devem ser fotografados como parte do seguro (ver abaixo), o objectivo do seguro acordado, é assegurar
procedimento de incorporação. O s objectos bidimensionais compensação monetária suficiente para reparar ou substituir o
emoldurados devem ser fotografados verticalmente e podem ser acervo em caso de danos ou perda. O seguro varia muito em
colocados num cavalete ou em blocos acolchoados e apoiados relação ao que pode ser segurado e contra que riscos, onde e em
numa parede, se forem muito grandes. A lente da máquina que circunstâncias se aplica o seguro e como é feita a revindicação
fotográfica deve estar paralela à face do objecto e os objectos do seguro. É necessário avaliar o acervo relativamente ao seu
devem preencher o máximo possível da objectiva. Um objecto custo de substituição ou outro valor monetário regularmente, de
bidimensional que não esteja apoiado em nada deve ser colocado forma que o museu mantenha os valores do seguro actualizados.
ao nível da máquina fotográfica posicionada sobre ele para tirar a (Na maioria dos contratos de seguro, se o acervo é geralmente
fotografia. Isto pode ser feito facilmente utilizando um suporte subavaliado, a seguradora só será responsável pelo pagamento da
para cópias, mas também pode ser utilizado um tripé que se possa percentagem equivalente, de qualquer reclamação. Por exemplo,
inclinar sobre a mesa de modo que a lente fique paralela à face do se o acervo é avaliado pelo museu em apenas 5 0 % do seu
objecto. O s objectos tridimensionais requerem um fundo com verdadeiro valor de mercado, a seguradora só pagará metade de
uma superfície lisa que contraste com o objecto mas que não qualquer revindicação por perda ou restauro de danos relativo a
interfira com o mesmo. talvez um único objecto.) O s registos sobre o seguro e outros
O s objectos pequenos podem ser colocados numa mesa registos de avaliação devem estar actualizados e, claro, em
robusta e os grandes podem ser colocados no chão numa condições seguras e com acesso limitado.
superfície limpa e acolchoada. Pode ser necessário tirar várias No entanto, a política e prática em relação à utilização do
fotografias de ângulos diferentes para registar a completa seguro difere muito de país para país e de museu para museu
assimetria do objecto. Também pode ser necessária iluminação dentro do mesmo país. Na maioria dos países, o acervo dos
especial, e nesse caso, devem ser colocadas luzes onde melhor museus nacionais, propriedade do estado, não é assegurado e é
mostrem a forma, textura e contornos do objecto. normal existir uma indemnização oferecida pelo governo, em vez
Seguro do seguro, aos proprietários dos empréstimos temporários e a
O seguro do acervo é considerado geralmente, como parte longo prazo para os museus nacionais e talvez outros museus
integrante da gestão de risco, termo que descreve o processo para públicos. Sempre que seja permitido a utilização do seguro
reduzir a probabilidade de danos ou perda do acervo, eliminando comercial, o museu tem que avaliar as suas exigências de seguro,
ou pelo menos minimizando, os perigos. O seguro não é um cuidadosamente. Um agente de seguro independente,
substituto para uma gestão e segurança do acervo inadequada. O s especializado em belas artes (normalmente conhecido como
objectos e colecções únicas são insubstituíveis, mas o seguro pode “corretor da seguradora”) provavelmente, estará apto a
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Gestão do Acervo

determinar o melhor seguro para cobrir as exigências e obterá elemento de segurança que tem de ser abordado na política de
cotações competitivas de várias companhias de seguros diferentes. gestão do acervo.
Conservação do acervo Galerias e Salas de Exposição e Mostra
A conservação preventiva é tema de outro capítulo, mas é vital Existem vários tipos de exposição do museu. Podem ser
acentuar aqui que este é um aspecto muito importante da gestão exposições temporárias ou a longo prazo, de objectos do acervo
do acervo. Tem que estar sob qualquer aspecto da política e do museu, exposições que contêm objectos emprestados por
actividades museológicas e deve ser visto como responsabilidade outras instituições, ou exposições itinerantes. O utras exposições,
de todo o pessoal, numa base contínua. O acervo também deve diferentes das que se podem visitar ou exposições temporárias,
ser monitorizado regularmente, para determinar quando um contêm itens do acervo do museu, por isso os procedimentos da
objecto ou colecção necessita dos cuidados do conservador. gestão do acervo estabelecidos, são aplicados da mesma forma,
Prevenção de Acidentes aos objectos nas galerias de exposição e aos objectos nas áreas de
A prevenção e resposta a acidentes também são partes muito armazenamento.
importantes das responsabilidades da gestão do acervo, mas isto é Transferir objectos das áreas de armazenamento seguras, para as
discutido mais detalhadamente no capítulo sobre Segurança do galerias de exposição, expõe o acervo a uma variedade d e
Museu. No entanto, deverá ser acentuado aqui que, o objectivo é ameaças adicionais. As ameaças de segurança incluem roubo,
assegurar a preparação e a prevenção, quer seja em possíveis vandalismo e manipulação sem autorização, enquanto as ameaças
situações de emergência, quer seja por desastres naturais,
emergências civis como incêndio ou pelos efeitos de conflito
armado, para não conduzir à perda ou danos sérios para o acervo Quadro 6: Questões de Segurança definidas na Política de Gestão do
Acervo
do museu. As medidas de prevenção necessárias incluem avaliação
1 O acesso f ísico ao acer vo , m esm o p ar a o p esso al, é r est r it o at r avés
de risco, um bom plano e planta dos edifícios, mobiliário, d e lo cal f ech ad o e seg u r o e en t r ad a co n t r o lad a
equipamento e sistemas e uma rotina eficaz de inspecções aos 2 O p esso al d o acer vo r esp o n sável p o r u m d et er m in ad o o b ject o ,
sistemas e manutenção preventiva dos edifícios. A prevenção de co lecção o u ár ea d e ar m azen am en t o em p ar t icu lar , su p er visio n ar á
emergência eficaz deve basear-se num plano elaborado, testado e o acesso d e o u t r o p esso al e visit an t es
avaliado pelo menos uma vez por ano, e que define as medidas a 3 Os r egist o s d o p esso al co m acesso t êm d e ser m an t id o s
serem tomadas, antes, durante e depois de qualquer emergência. 4 Ao s visit an t es n ão é p er m it id o o acesso ao s r eg ist o s d a ár ea d e
ar m azen am en t o e o u t r as ár eas seg ur as d o m u seu.
5 O acesso p ar a f in s d e in vest ig ação b aseia-se n o p lan o d e
Acesso Público ao Acervo in vest igação ap r o vad o , e t o d o s o s visit an t es são r eg ist ad o s d e
Segurança m o d o sem elh an t e, ad eq uad am en t e n o t ér m in o d o p er ío d o d e
A segurança é discutida mais detalhadamente no capítulo sobre em p r ést im o .
Segurança do Museu. No entanto, o acesso físico ao acervo é um
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Gestão do Acervo

de conservação comuns incluem choque e vibração, montagem e situações, podem ser utilizados materiais de arquivo que sirvam de
suportes danosos à exposição, poluentes atmosféricos, flutuação barreira entre o material reactivo e o objecto do acervo.
ambiental, luz, pragas e outros factores naturais. O controlo da Embalamento e transporte
luz visível, luz ultra-violeta, temperatura e humidade relativa e Por vezes, como parte da produção da exposição é necessário
poluentes atmosféricos para níveis seguros recomendados (ver o empacotar e transportar acervo do museu para outras instituições.
capítulo sobre Conservação) representa um problema em Esta actividade é ainda mais arriscada do que manusear e
particular. Números elevados de visitantes geram calor corporal, movimentar o acervo, por isso a decisão para o fazer deve ser
humidade e poluição para as galerias, enquanto a iluminação tomada após uma consideração muito cuidadosa. O s métodos de
necessária para iluminar as exposições o suficiente para que embalagem e transporte são escolhidos com base nos requisitos
possam ser vistas confortavelmente, pode causar danos a longo individuais dos objectos transportados, e apenas os objectos
prazo a itens particularmente sensíveis à luz, como tecidos, estáveis devem ser transportados devido ao aumento de risco de
vestuário, pinturas e desenhos à base de tinta de água. danos. O s materiais de embalagem protegem antecipadamente, os
Um bom planeamento e organização da exposição, segurança e objectos de todos os riscos possíveis e associados com o método
utilização de materiais adequados também contribuem para o de transporte, em particular. O s materiais de embalagem
controlo ambiente e protecção do acervo. Como obter um adequados, são os mesmos utilizados para o armazenamento do
ambiente controlado é abordado num capítulo posterior. acervo. Embora a espuma de uretano não seja material de
Monitorização do acervo em exposição arquivo, é frequentemente utilizada para embalar objectos devido
As galerias de exposição devem ser inspeccionadas regularmente às suas excelentes propriedades almofadadas. O material
para qualquer evidência de danos ou perda de objectos em almofadado é utilizado, com base nas necessidades individuais dos
exposição. O controlo do ambiente é alcançado por vários objectos mas os materiais de embalagem que têm contacto directo
métodos através de uma variedade de sistemas mecânicos e com os objectos devem ser de material de arquivo.
manuais de monitorização das galerias de exposição para assegurar O método de transporte escolhido deve providenciar a melhor
que os controlos do ambiente estão a funcionar eficazmente. protecção para os objectos e no mais curto espaço de tempo de
Como monitorizar o ambiente é discutido mais detalhadamente deslocação. O s métodos de transporte comuns para os objectos
num capítulo posterior. do museu são por estrada e via aérea. O transporte por caminhos-
Materiais de exposição adequados de-ferro é utilizado menos frequentemente devido ao aumento de
O s materiais seguros para utilização no armazenamento do acervo choque e vibração associado a este método. Por vezes, o
também são seguros para utilizar na apresentação da e na transporte marítimo é utilizado para objectos muito grandes e
exposição. Muitos materiais utilizados na exposição não são de estáveis, mas o tempo de viagem é frequentemente muito
composição de arquivo mas são comummente utilizados devido às demorado e pode ser difícil providenciar o controlo do clima a
suas outras características desejáveis e baixo custo. Nestas longo prazo, num contentor de transporte. As companhias de
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Como Gerir um Museu: Manual Prático
Gestão do Acervo

transporte que têm experiência em transportar acervo dos museus Investigação interna
podem providenciar uma ajuda valiosa no planeamento do A investigação por parte do pessoal do museu deve estar
transporte do acervo do museu. relacionada com a missão e âmbito do museu. A investigação
Sugestões para a Política de Transporte deve estar em conformidade com as normas académicas
O s objectos são avaliados cuidadosamente, a nível de estabilidade, estabelecidas. A investigação por parte do pessoal tem que
antes de serem transportados. Só os que são estáveis podem ser ocorrer no museu. Não deve ser permitido ao pessoal remover
transportados. objectos do acervo do museu, mesmo que seja temporariamente,
Q ue tiver a autoridade para tomar a decisão do transporte, tem para qualquer propósito.
de ser identificado. Visitantes eruditos
Sugestões para os Procedimentos do Transporte O s museus devem estabelecer políticas de segurança, de acesso e
O método do transporte baseia-se nas necessidades do objecto, na manuseamento do acervo por eruditos e investigadores. O s
distância e duração do transporte. museus devem promover a utilização interna do seu acervo aos
O s materiais de embalamento utilizados baseiam-se no tipo do eruditos e investigadores ao mesmo tempo que zelam pela
método de transporte escolhido e necessidades do objecto. segurança, protecção e manuseamento seguro do acervo durante
a investigação.
Investigação do Acervo Análise destrutiva
Investigação Por vezes é necessário utilizar técnicas de análise destrutiva para
A investigação do acervo do museu e publicação dos resultados melhorar as pesquisas da investigação. Estas só devem ser levadas
providencia o tipo adequado de acesso ao acervo e permite aos a cabo, após consideração cuidadosa. A proposta de pesquisa
museus levar a cabo a sua missão educativa e interpretativa. Torna deve ser submetida ao museu para avaliação. O museu mantém o
a informação especializada disponível às várias partes interessadas título de propriedade e o abatimento do objecto. As partes não
e providencia a base para exposições e programas educativos. É utilizadas do objecto são devolvidas ao museu. As informações
muito importante que toda a investigação do museu seja legal, recolhidas substituem o objecto alterado ou destruído.
ética e em conformidade com os padrões académicos e apoie a Sugestões para a Política de Investigação
missão do museu. A investigação erudita é vital para a missão educativa e serviço
Recolha de Campo público do museu. Por essa razão, o pessoal do museu pode
Sempre que os museus empreendam recolha de campo, devem escolher o tema da investigação, iniciar e gerir a investigação,
fazê-lo em conformidade com a legislação e tratados, e têm de procurar os recursos necessários para gerir a investigação e
aderir aos padrões académicos estabelecidos. As populações locais disseminar os resultados da investigação de modo adequado.
e as suas necessidades e desejos, também devem ser levadas em Toda a investigação apoia a missão do museu.
consideração.
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Como Gerir um Museu: Manual Prático
Gestão do Acervo

Coleccionismo privado
O pessoal do museu tem frequentemente colecções pessoais,
resultado do seu próprio interesse e actividades. No entanto,
como o Código de Ética do ICO M torna claro, o pessoal não
deve competir com as suas instituições na aquisição de objectos
ou colecção pessoal dos mesmos tipos de objectos que o seu
museu faz, uma vez que seria conflito de interesses se o membro
do pessoal utilizar o seu próprio conhecimento especializado para
benefício pessoal e não para o benefício do museu. Q ualquer
desvio permissível desta restrição deve ser discutido com o órgão
administrativo do museu.

Conclusão
Reunir colecções é uma das funções primárias do museu e os
objectos que incluem o acervo tornam-se entre os activos mais
importantes do museu. A preservação, conservação e gestão do
acervo preenchem as responsabilidades públicas do museu e
ajudam desta forma, a alcançar a missão do museu. Uma boa
gestão do acervo é uma das estratégias pelas quais se alcança a
preservação e conservação. Adoptar e implementar as políticas e
práticas da gestão do acervo recomendadas neste capítulo,
providenciará uma base firme para implementar todas as mais
variadas estratégias para gerir um museu.

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