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POR DÉBORA AYMORÉ • COLUNA professora doutora

em Filosof ia – UEAP
Filosofia UEAP,,
ministrando Filosofia

Coluna Cidade Filosófica moder na, Filosof ia da


Filosofia
natureza, Lógica e
Teoria do conheci-
mento.

Dois sentidos de imortalidade


Na obra Meditações metafí- nados, processados e disponibi- Explorando um contra-argu-
sicas, René Descartes (1596 - lizados ao alcance da visão, da mento para o primeiro sentido,
1650) investiga o fundamento audição, do tato. Porém, há um vinculado à imortalidade do cor-
seguro do conhecimento. Con- elemento que herdamos da for- po, em Frankenstein, de Mary
siderando que nossos sentidos mação da ciência moderna a que Shelley, a criatura resultante da
algumas vezes nos enganam, fa- devemos a Descartes: o dualis- matéria orgânica revivificada não
zendo-nos perceber o mesmo mo, ou seja, a consideração de é esteticamente apreciada pelas
objeto ora grande e ora peque- que existiria uma substância pessoas, o que faz com que elas o
no a depender da distância que pensante e outra extensa, e que considerem um monstro. Consi-
o observador se encontra do o ser humano é um composto derando que, talvez, nossa atra-
mesmo, não haveria porque con- mente e corpo. ção à ideia de imortalidade do
fiarmos neles. Além disso, se nos No surgimento da ciência corpo encontre fundamento na
fixamos rapidamente na tenta- moderna era comum considerar familiaridade e satisfação que en-
tiva de diferenciação entre o es- que a medicina seria capaz de contramos com o mesmo, sendo
tado de sono e de vigília, sere- diminuir os sofrimentos do ho- satisfatório esteticamente para
mos capazes de relatar certos mem, retirando-o paulatina- nós e para aqueles com quem
sonhos que, de tão vívidos, nos mente do jugo da natureza. So- razão projeta-se para o futuro, sentidos em que podemos convivemos. No entanto, é pre-
colocam diante do dilema de se frer as intempéries naturais se- reconhecendo que em algum compreender a imortalidade ciso lembrar que indivíduos pos-
sonhamos ou efetivamente pas- ria desde então uma escolha e momento passar-se-á pela ani- devido à influência que rece- suem padrões estéticos variáveis,
samos por aquela experiência. não mais uma necessidade, quilação, ou nos tornaremos bemos do dualismo cartesia- segundo contextos e tempos di-
Em todo caso, não parece ha- como no caso dos animais. Dife- ausentes do mundo. no: primeiramente, temos o ferentes.
ver dúvida de que quando nos rentemente destes, o animal ra- Não pretendemos fazer um da possibilidade de os avan- Quanto ao segundo sentido,
colocamos estas e outras ques- cional representado pelo homem discurso salvacionista de conti- ços da medicina nos livrarem quanto à possibilidade de pre-
tões, estamos pensando e que, seria capaz de criativamente ga- nuidade da existência pós-mor- da aniquilação do nosso cor- servar a imortalidade da mente
no exato momento em que pen- rantir sua sobrevivência, embo- te, embora quando se trata do po orgânico, fazendo-o imor- e uma vez que consideremos o
samos, nós existimos. Eis o fun- ra seu poder e suas escolhas ain- nascimento da ciência moderna, tal. Em seguida, apresenta-se cérebro como a cede de nossa ra-
damento do conhecimento segu- da não pudessem selecionar as existam várias inter-relações a possibilidade de abando- zão, podemos nos perguntar o
ro para Descartes: cogito, ergo condições de nascimento, que entre ciência e fé. A reflexão a narmos este corpo orgânico, quão satisfatória nos seria a
sum; penso, portanto sou ou fazem com que cada homem ve- que objetivamente nos dedica- tornando perene e imortal imagem frankesteiniana de al-
penso, logo existo. O argumen- nha a ser no mundo e, nem mes- mos é a de levar ao limite o ar- apenas a mente. Porém, tal- ternar de corpo, por exemplo,
to cartesiano pode nos parecer mo, interromper o ciclo de en- gumento da aniquilação como vez o sentido de imortalida- por meio de cirurgia que trans-
pouco atrativo em tempos atu- velhecimento e de morte. Assim, algo ruim e, portanto, da imor- de que mais atraia seja aque- ferisse nosso cérebro de corpo
ais, pois os avanços das tecno- a razão que é capaz de perceber talidade como algo bom. le em que fossemos capazes em corpo, imortalizando nossa
logias da informação colocam- as relações de causalidade esta- Antes de alcançarmos este de manter ambos, corpo e mente. Dito isto, pergunta-se:
nos diante de quantidade gigan- belecidas e, na medida em que o intento, é necessário ressaltar mente, evitando assim nossa tais possibilidades nos provoca-
tesca de dados, que são armaze- homem faz parte do mundo, a que existem pelo menos dois temida aniquilação. riam horror ou predisposição?

DOM PEDRO JOSÉ CONTI • COLUNA


Bispo de Macapá

Somos bastante criativos


Li numa revista que, pelo às vezes, pensamos que uma to que podemos rezar chaman- mento da verdade. vezes trocamos os nossos sen-
mundo a fora, existe um site mentira contada para encobrir do-o de “Pai nosso”. Podemos chegar à conclu- timentos e a nossa vivência es-
que ajuda os maridos a encon- outra, afinal, se torne, ou se pa- O evangelista João elaborou são que entre o Pai, o Filho e o piritual. Ainda não aprendemos
trar uma boa desculpa para ter reça, com a verdade. Será mes- uma trabalhada apresentação Espírito Santo não têm segre- a fazer isso ou temos receio que
uma vida dupla ou viver uma mo? do relacionamento do Pai com dos, tudo é em comum, tam- os outros zombem da nossa
aventura extraconjugal. O site No domingo seguinte à Sole- o Filho. Jesus repetia que vinha bém se cada um tem uma mis- contemplação, da alegria de ser-
foi criado, especialmente, para nidade de Pentecostes, a litur- do alto, que estava obedecen- são própria. A Igreja, comuni- vir, da paciência que temos sa-
vender aos clientes “provas” do gia sempre nos convida a refle- do ao Pai e dizendo aquilo que dade dos cristãos, que anun- bendo que os tempos das pes-
seu bom comportamento. São tir sobre aquele que nós, cris- tinha ouvido dele. Deviam acre- cia a fé trinitária, deve mos- soas e de Deus não são os nos-
álibis como: a conta de restau- tãos, chamamos de “mistério” ditar. Os judeus, porém, pedi- trar algum traço visível do sos, apressados ou demorados
rante, uma passagem de uma da Santíssima Trindade: um am, ao menos, duas “testemu- mistério trinitário. O faz quan- que sejam. Além de brigar entre
viagem de avião (não realiza- único Deus, em três Pessoas, o nhas” como em qualquer depo- do vive e pratica a unidade e o nós, de desistir após a primeira
da), um convite, um pequeno Pai, o Filho e o Espírito Santo. imento jurídico. Era o mínimo relacionamento construtivo crítica, parecemos estranhos
recorte de jornal e assim por Nós acreditamos que foi dessa necessário para confirmar a ver- entre as pessoas. É fácil enten- que, pelas circunstâncias acaba-
adiante. Os idealizadores do maneira que, aos poucos, o nos- dade das afirmações. Jesus res- der a necessidade da comun ram fazendo parte do mesm o
site afirmam: “So mos bastante so Deus se fez conhecer. Na Bí- pondia que, além dos sinais que hão. Com certeza, divisões e grupo que se encontra na tal
criativos, não há problema que blia, já no Antigo Testamento, fazia, era o Pai a dar te stemu- disputas não ajudam a mani- igreja. Bem pouco, porém, te-
não se possa resolver”. O site Deus foi apresentado, no seu nho dele. Em certas ocasiões, festar a beleza da nossa fé. A mos em comum. Desse jeito é
ainda oferece três opções de idi- jeito de agir e querer, c omo o como no batismo no Rio Jordão nossa união deve ser reflexo difícil convencer os que olham
omas: inglês, francês e alemão, Deus libertador, o Deus da Ali- e na Transfiguração, foi a voz da Trindade, não o fruto de para nós, com curiosidade ou
e a garantia de que as provas ança com o povo eleito. Rara- do Pai que disse: “Este é o meu ideias, projetos ou seguimen- crítica, que acreditamos no mes-
serão bem sólidas, sem deixar mente, o Todo Poderoso rece- Filho amado”. Jesus também to cego de alguns líderes mais mo Deus, Uno e Trino. Somos
brechas para dúvidas. Na pro- beu o título de “pai”. Foi o Fi- fala do Espírito Santo que virá, ou menos carismáticos. Mais sempre muito criativos para
paganda, não estava especifica- lho, que assumiu a natureza quando ele voltar para o Pai. O difícil é a partilha da nossa ex- desculpas e justificativas. Preci-
do o preço do serviço. Também humana em Jesus de Nazaré que Espírito Santo, o Consolador e periência de fé, esperança e samos melhorar a nossa imagi-
não dizia se já atendem mulhe- nos falou de Deus Pai, um pai Defensor, lembrará as coisas caridade. Fazemos muitas ati- nação e a nossa prática para vi-
res e, o mais importante, em bondoso, providente e miseri- que ele, Jesus, o Filho, ensinou vidades e celebramos muitas vermos mesmo a fraternidade e
português. Só vale lembrar que, cordioso. Pai de todos, ao pon- e conduzirá os fiéis no conheci- missas, juntos, mas poucas a comunhão.

www .jor nala


www.jor nalagg az eta-a
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azeta-a Macapá (AP), Domingo e Segunda-feira
Segunda-feira,, 2 7 e 2 8 d e maio de 201 8 31

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