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Rodada #1

Direito Civil
Professora Elisa Pinheiro

Assuntos da Rodada

Direito Civil

Princípios do Direito Civil. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro

(Decreto-Lei nº 4.657/1942). Pessoas (Naturais e Jurídicas). Bens (classificação

segundo o Código Civil). Fatos Jurídicos: Negócios jurídicos. Atos jurídicos lícitos. Atos

ilícitos. Prescrição e Decadência. Prova. Modalidades das Obrigações: Obrigações de

Dar, de Fazer e de não Fazer. Adimplemento e extinção das obrigações. Pagamento.

Inadimplemento das obrigações. Contratos: disposições gerais. Várias espécies de

contrato: Compra e Venda. Depósito. Mandato. Fiança. Responsabilidade Civil. Posse e

Propriedade.
DIREITO CIVIL

a. Teoria em Tópicos

1. Princípios do Direito Civil.

Os princípios orientadores do Direito Civil são a socialidade, a eticidade e a

operabilidade

1.1. Princípio da socialidade.

Nesse diapasão, o princípio da socialidade implica na preponderância dos

valores coletivos sobre os individuais. Dessa forma, busca-se revisar os direitos e os

deveres dos cinco principais personagens do direito privado tradicional (o proprietário,

o contratante, o empresário, o pai de família e o testador) através de uma visão que

também considera o bem estar de todos e não só do indivíduo.

Assim, podemos notar, por exemplo, o princípio da socialidade quando se trata

da posse, e da função social do contrato e da propriedade, pois em tais casos resta

claro o interesse do legislador em proteger a coletividade.

1.2. Princípio da eticidade.

O princípio da eticidade é aquele escorado no dogma da dignidade da pessoa

humana e que prioriza o respeito ao tripé principiológico, formado pela boa-fé,

probidade e equidade.

1.3. Princípio da operabilidade.

Já o princípio da operabilidade, também conhecido como princípio da

concretude, é aquele que confere ao juiz a possibilidade, na análise de cada caso

concreto, de aplicar uma norma, dotada de cláusulas gerais ou de conceitos

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indeterminados, de forma a operacionalizar o direito ali reconhecido. E assim garantir

a prestação da tutela jurisdicional de maneira mais célere, efetiva e justa.

2. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro.

A Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro está contida no Decreto-Lei

4.657/1942.

Com efeito, trata-se de uma “norma de sobre direito”, pois versa sobre

importantes diretrizes para a aplicação das normas, sendo que o seu conteúdo se

irradia sobre todo o ordenamento pátrio.

Na Lei de introdução às normas de Direito Brasileiro é possível encontrar a

maioria das regras sobre Direito Internacional Privado do país.

Notadamente, a LINDB contém regras sobre institutos jurídicos de caráter

privado, da seara do Direito Civil, tais como: personalidade, capacidade, direitos de

família, direito sucessório, direito das obrigações, etc. É por conta dessa vinculação ao

direito privado que, no passado, utilizou-se a denominação de Lei de Introdução ao

Código Civil Brasileiro.

3. Vigência da lei.

A lei passa por três fases, quais sejam: 1) elaboração; 2) promulgação e 3)

publicação. Conquanto, nasça com a promulgação, ela só começa a vigorar com sua

publicação no Diário Oficial. Assim, a vigência da lei compreende três momentos: 1) o

início, 2) a continuidade e 3) a cessação.

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Com a publicação, nós temos o início da vigência, tornando-se obrigatória, pois

ninguém pode escusar-se de cumpri-la alegando que não a conhece, conforme o art.

3° da LINDB.

Conforme o art. 1° da Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro, a lei

começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente

publicada, salvo disposição em contrário. Logo, a sua obrigatoriedade não se inicia no

dia da publicação, salvo se ela própria dispuser nesse sentido.

Quando a lei brasileira é admitida no exterior, a sua obrigatoriedade tem início

somente três meses depois de oficialmente publicada.

Repare que esse intervalo de tempo entre a publicação da lei e o início de

vigência é conhecido como vacatio legis.

Se, ao longo desse tempo de espera, sobrevierem correções ao texto de lei, a

contagem do prazo é reiniciada. Já qualquer modificação, após o início de vigência,

implicará em uma lei nova, salvo quando se tratar apenas de correção de erros de

digitação.

4. Aplicação da lei no tempo.

Regra geral, quando uma lei entra em vigor, ela não tem prazo de vigência, salvo

a exceção já vista das leis temporárias, nos termos do art. 2º da LINDB. Desse modo,

prevalece o princípio da continuidade das leis em nosso ordenamento jurídico.

A lei deixa de alcançar os fatos supervenientes, entretanto, continua a alcançar

os efeitos dos atos praticados durante o seu período de vigência, salvo disposição em

contrário e desde que não afronte direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa

julgada, conforme o inciso XXXVI do artigo 5º da CF e o § 1.º, do art. 6º da LINDB.

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4.1. Direito adquirido.

O direito adquirido consiste no direito material ou imaterial incorporado ao

patrimônio do titular. Já a expectativa implica na mera esperança de se adquirir um

direito caso venha a realizar-se um acontecimento futuro, que lhe dará efetividade.

4.2. Ato jurídico perfeito.

De outro lado, o ato jurídico perfeito traduz-se naquele consumado nos termos

da lei vigente ao tempo em que se efetuou. Por exemplo: um contrato que já foi

celebrado, mas que ainda continua produzindo efeitos.

4.3. Coisa julgada.

Por sua vez, a coisa julgada, com fulcro no § 3.º, art. 6º da LINDB, consiste na

decisão judicial prolatada, da qual não cabe mais recurso.

4.4. Revogação

A revogação implica na supressão da força obrigatória da lei, pela edição de uma

norma válida de mesma hierarquia ou de hierarquia superior, a qual lhe retira a

eficácia. Assim, a norma jurídica pode perder a vigência total ou parcial.

4.4.1. Classificação da revogação.

Classificação da revogação:

a) Quanto à sua extensão: total (ab-rogação); ou parcial (derrogação); e

b) Quanto à forma de execução: expressa; ou tácita.

4.4.1.1. Derrogação e ab-rogação.

A derrogação é a revogação parcial de uma lei. Ou seja, somente uma parte da

lei é revogada e o restante continua em vigor.

Já a ab-rogação é a revogação total de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida.

Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos.

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Vejamos as diferenças entre derrogação e ab-rogação:

Derrogação Ab-rogação
Revogação parcial. Revogação total.
Somente uma parte da lei é revogada e o Toda a lei é suprimida. Logo, todos os
restante continua em vigor. dispositivos daquela lei não serão mais
usados e nem válidos

4.4.1.2. Revogação expressa e tácita.

A revogação expressa ocorre quando a nova lei declara que a antiga lei será

total ou parcialmente extinta (art. 2º, § 1º, primeira parte).

Quando a lei diz “a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o

declare (...)”, estamos diante de uma revogação expressa.

Por seu turno, a revogação tácita ocorre quando a nova lei não contém

declaração no sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova legislação

se mostra incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que tratava a

lei anterior (art. 2º, § 1º, última parte).

Quando a lei aduz: “(...) quando seja com ela incompatível ou quando regule

inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”, é caso de revogação tácita.

4.4.2. Repristinação.

Não existe, regra geral, a possibilidade de repristinação, ou seja, o retorno à

vigência de uma lei revogada, quando a lei revogadora perde a sua obrigatoriedade.

No entanto, por mais que o § 3º do art. 2º proíba essa prática, tal admite disposição em

contrário.

4.4.3. Ultratividade das normas.

Admite-se, excepcionalmente, o fenômeno da ultratividade da norma, a qual

continuará a proteger atos pretéritos, mesmo após ser revogada. Por exemplo: o art.

144 do CTN que determina que o lançamento se reportará à data do fato gerador,

regulando-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou

revogada.

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5. Aplicação da lei no espaço.

5.1. Normas do país em que for domiciliada a pessoa.

Nos termos do art. 7.º da LINDB, serão aplicadas as normas do país em que for

domiciliada a pessoa, no que concerne ao começo e fim da personalidade, inclusive

quanto ao nome, à capacidade e aos direitos de família.

5.2. Princípio da territorialidade moderada/temperada.

O Brasil adotou, quanto à vigência da lei no espaço, o princípio da

territorialidade moderada/temperada. Portanto, não é absoluta a regra de aplicação

da lei nacional. Uma vez que, admite-se que, em certas circunstâncias especiais, a lei

estrangeira tenha eficácia dentro do nosso território, sem que isso comprometa a

soberania do país.

5.3. Casamento celebrado no Brasil.

Quanto ao casamento celebrado no Brasil devem ser aplicadas as regras quanto

aos impedimentos matrimoniais conforme o art. 1.521 do CC. No mesmo sentido,

temos o art. 7.º, § 1.º, da LINDB.

Conforme art. 1.521, CC, não podem casar:

a) Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;

b) Os afins em linha reta;

c) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do

adotante;

d) Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau

inclusive;

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e) O adotado com o filho do adotante;

f) As pessoas casadas; e

g) O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de

homicídio contra o seu consorte.

Quanto ao casamento entre estrangeiros, esse poderá ser celebrado no Brasil,

perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes (art.

7.º, § 2.º, da LINDB).

Se os nubentes tiverem domicílios diversos, deverão ser aplicadas as regras -

quanto à invalidade do casamento - do primeiro domicílio conjugal (art. 7.º, § 3.º, da

LINDB).

5.4. Regras patrimoniais sobre o regime de bens do casamento.

Quanto às regras patrimoniais sobre o regime de bens do casamento, deverá

ser aplicada a lei do local em que os cônjuges tenham domicílio. No entanto, em caso

de divergência quanto aos domicílios, prevalecerá o primeiro domicílio conjugal (art.

7.º, § 4.º, da LINDB).

Nos termos do art. 7.º, § 5.º, da LINDB, para o estrangeiro casado que se

naturalizar como brasileiro permite-se (no momento da sua naturalização e mediante

autorização expressa do cônjuge) o requerimento ao Poder Judiciário para a adoção do

regime da comunhão parcial de bens, desde que sejam respeitados os direitos de

terceiros anteriores à alteração, bem como seja feito o registro no cartório das pessoas

naturais (art. 7.º, § 5.º, da Lei de Introdução).

5.5. Divórcio celebrado no exterior e ambos os cônjuges sejam brasileiros.

Em relação ao divórcio celebrado no exterior em que um ou ambos os cônjuges

sejam brasileiros, haverá reconhecimento no Brasil após um ano da data da sentença

(salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo), caso em que a

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homologação produzirá efeito imediato, desde que sejam obedecidas as condições

estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país.

5.6. Matrimônio de brasileiros que estão no exterior.

Quanto ao matrimônio de brasileiros que estão no exterior, são competentes as

autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de

Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos

de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.(art. 18 da Lei de

Introdução).

Nessa esteira, as autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a

separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, caso não tenham filhos

menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos,

devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à

partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à

retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado

quando se deu o casamento.

Com efeito, será indispensável a assistência de advogado, devidamente

constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as

partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se

fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.

5.7. Bens.

Em relação aos bens, o art. 8º da Lei de Introdução prevê que deve ser aplicada

a norma do local em que esses se situam.

Em caso de bens móveis transportados, deverá ser aplicada a norma do

domicílio do seu proprietário. Quanto ao penhor, será aplicada a norma do domicílio

que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa empenhada.

5.8. Local que rege as obrigações.

Conforme o art. 9º da LINDB, as obrigações serão regidas pelas leis do local em

que foram constituídas.

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5.9. Organizações destinadas a fins de interesse coletivo.

Nos termos do art. 11 da Lei de Introdução, as organizações destinadas a fins de

interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, devem obedecer à lei do Estado

onde foram criadas.

5.10. Contrato celebrado no exterior e destinado a produzir efeitos em nosso

país.

No que diz respeito ao contrato celebrado no exterior e destinado a produzir

efeitos em nosso país, serão admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos

fatores externos, requisitos extrínsecos do ato.

5.11. Sucessão por morte ou por ausência.

No que concerne à sucessão por morte ou por ausência, serão aplicadas as

normas do país do último domicílio do de cujus.

As regras de vocação hereditária para suceder bens de estrangeiro situados no

Brasil serão as nacionais. Por sua vez, a sucessão de bens de estrangeiros, situados no

País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,

ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de

cujus.

5.12. Réu for domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

O art. 12 da Lei de Introdução assegura a competência da justiça brasileira,

quando o réu for domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação;

garantindo, ainda, a competência da autoridade pátria em casos de ações relativas a

imóveis situados no Brasil.

5.13. Prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro.

Nos termos do art. 13 da Lei de Introdução, a prova dos fatos ocorridos em país

estrangeiro deve ser regida pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de

produzir-se. No entanto, não serão admitidas, pelos tribunais brasileiros, as provas

que a lei brasileira desconheça.

5.14. Sentenças proferidas no estrangeiro.

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Nos termos do art. 15 da Lei de Introdução, as sentenças proferidas no

estrangeiro serão executadas no Brasil se forem preenchidos os seguintes requisitos:

a) Haver sido proferida por juiz competente;

b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;

c) Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a

execução no lugar em que foi proferida;

d) Estar traduzida por intérprete autorizado; e

e) Ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

O art. 515, VIII, do Código de Processo Civil enquadrou a sentença estrangeira

homologada pelo Superior Tribunal de Justiça como título executivo judicial.

Nos termos da alínea i, do inciso I do art. 105 da CF, compete ao Superior

Tribunal de Justiça a homologação de sentenças estrangeiras, bem como a concessão

de exequatur às cartas rogatórias.

Notadamente, esse juízo de delibação consiste em um controle para examinar o

cumprimento daqueles requisitos mencionados, como também o respeito à ordem

pública e à soberania nacional, para então imprimir eficácia à decisão estrangeira no

território brasileiro, sem que haja reexame do mérito da questão (art.17 da LINDB).

6. Interpretação da lei.

6.1. Conceito.

Quando o juiz aplica a norma ao caso concreto (subsunção), normalmente, ele

faz um exercício de interpretação das leis para efetuar o silogismo jurídico. Nessa

esteira, interpretar significa descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica.

6.2. Métodos de interpretação.

Os métodos de interpretação se dividem quanto: 1) às fontes ou origem; 2) aos

meios; e 3) aos resultados.

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Em relação às fontes ou origem, os métodos de interpretação são classificados

em: 1) autêntico; 2) jurisprudencial; e 3) doutrinário.

A interpretação autêntica ou legislativa é aquela realizada pelo próprio

legislador, por meio de outro ato. Já a interpretação jurisprudencial ou judicial é a feita

pelos tribunais. Por sua vez, a interpretação doutrinária é a fixada pelos jurisconsultos.

Em relação aos meios, a interpretação pode ser realizada através do método: 1)

gramatical; 2) lógico; 3) sistemático; 4) histórico; e 5) sociológico.

A interpretação gramatical é também chamada de literal, visto que consiste no

exame do texto normativo sob o ponto de vista linguístico. Já a interpretação lógica ou

racional busca apurar o sentido e a finalidade da norma. De outro lado, a

interpretação sistemática analisa a norma com base no sistema do qual ela faz parte. E

a interpretação histórica já se baseia nos antecedentes da norma.

Por fim, a interpretação sociológica ou teleológica visa adaptar o sentido ou

finalidade da norma às novas exigências sociais. Por sinal, trata-se da recomendação

prevista no art. 5º da Lei de Introdução.

Em relação aos resultados, a interpretação pode ser: 1) declarativa; 2) extensiva;

e 3) restritiva.

A interpretação declarativa ocorre quando assevera que o texto legal

corresponde ao pensamento do legislador. Na extensiva ou ampliativa, o intérprete

entende que o alcance da lei é mais amplo do que indica o seu texto, abrangendo,

assim, implicitamente outras situações.

Já na interpretação restritiva acontece o inverso, uma vez que é imposta a

limitação do campo de aplicação da lei.

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7. Lacunas.

7.2. Conceitos.

É cediço que o legislador não consegue prever todas as situações que ocorrerão

no presente e no futuro da sociedade, ainda mais porque vivemos em uma geração de

constantes mudanças. Essa realidade cambiante gera situações não previstas de modo

específico pelo legislador (lacunas) e que reclamam solução por parte do juiz.

Segundo Karl Engish: “As lacunas do direito são deficiências do direito positivo,

ou seja, as falhas de conteúdo de regulamentação jurídica para determinadas

situações de fato em que é de se esperar essa regulamentação, sendo que tais falhas,

postulam e admitem, a sua remoção através de uma decisão judicial que integre a

norma jurídica.” (ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 6ª ed. Lisboa:

Calouste Gulbendian, 1983. p.286).

7.2. Classificação das lacunas.

As lacunas podem ser:

a) Lacuna normativa - ausência de norma prevista para determinado caso

concreto;

b) Lacuna ontológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto,

desprovida de eficácia social;

c) Lacuna axiológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto,

considerada insatisfatória ou injusta; e

d) Lacuna de conflito ou antinomia - choque de duas ou mais normas válidas, sem

que se possa dizer qual delas será aplicada em face de um determinado caso

concreto.

7.3. Mecanismos destinados a suprir as lacunas legais.

7.3.1. Conceitos e generalidades.

Como o magistrado não pode se esquivar de proferir decisão sob o pretexto de

que a lei é omissa, ele terá que se valer dos mecanismos da plenitude do sistema

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jurídico (destinados a supriras lacunas da lei) que são (art. 4º da LINDB): a analogia; os

costumes; e os princípios gerais de direito.

Existe uma hierarquia na utilização desses mecanismos, sendo que a analogia

figura em primeiro lugar. Assim, os demais só podem ser utilizados quando tal não

puder ser aplicada

7.3.2. Analogia.

A analogia demanda o preenchimento dos seguintes requisitos: ausência de lei

para disciplinar a hipótese do caso concreto; semelhança entre a relação não

contemplada por lei e a outra regulada; e identidade de fundamentos lógicos e

jurídicos entre as duas situações.

Ademais, a analogia pode ser dividida em: analogia legis; e analogia juris.

A analogia legis está pautada na aplicação de uma norma existente, destinada a

reger caso semelhante ao previsto. Portanto, a sua fonte é uma norma jurídica isolada,

que é aplicada para casos similares.

Já a analogia juris está baseada em um conjunto de normas, para que sejam

obtidos elementos que permitam a sua aplicação ao caso em juízo não previsto.

É imperioso destacar que a analogia não se confunde com a interpretação

extensiva. A primeira consiste no recurso a outra norma do sistema jurídico, em

virtude da inexistência de norma adequada à solução do caso concreto. Porém, implica

na extensão da esfera de aplicação da mesma norma a situações não expressamente

previstas, mas que foram compreendidas pelo seu alcance interpretativo.

7.3.2. Costume.

O costume também é um método de integração. Trata-se da prática reiterada,

pública, e geral de determinado ato com a convicção de sua obrigatoriedade.

Os costumes podem ser classificados em relação à lei em três espécies:

a) Costumes “secundum legem” – aqueles que se acham expressamente referidos

nas leis, como nas hipóteses dos arts. 596 e 615 do CC;

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b) Costumes “praeterl egem” – aqueles que visam suprir a lei, nos casos omissos,

como no caso do art. 4º da Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro; e

c) Costumes “contra legem” – aqueles que se opõem à lei. Nesse trilho, é válido

ressaltar que o costume que afronta a lei, não a revoga ou a modifica.

7.3.3. Princípios gerais de direito.

Já os princípios gerais de direito são mandamentos que se encontram na

consciência dos povos e que são universalmente aceitas, ainda que não sejam escritas.

Nessa linha, tais possuem tríplice função:

a) Informadora – inspiram o legislador e servem de fundamento para o

ordenamento jurídico;

b) Normativa – atuam como fonte supletiva (integrativa), em caso de lacuna da lei;

c) Interpretadora – ajudam o aplicador do Direito a desvendar o sentido e o

alcance da norma.

Finalmente, é de bom alvitre ainda mencionar que alguns princípios gerais do

direito estão previstos nas leis, como o art. 3º da Lei de Introdução que assevera que

“ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. No mesmo sentido,

podemos citar os art. 186, 1.216, 1.220, 1.255, etc.

8. Antinomia.

8.1. Conceitos.

A antinomia (lacunas de colisão) é o fenômeno baseado na presença de duas

normas conflitantes válidas e emanado de autoridade competente, sem que se possa

dizer qual delas merecerá aplicação, em determinado caso concreto.

8.2. Critérios para a solução dos choques entre as normas jurídicas.

Para a solução dos choques entre as normas jurídicas, devem-se adotar os

seguintes critérios:

a) Critério cronológico – a norma posterior deve prevalecer sobre norma anterior;

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b) Critério da especialidade - a norma especial deve prevalecer sobre norma geral;

c) Critério hierárquico - a norma superior deve prevalecer sobre norma inferior.

8.3. Antinomia de 1º grau e 2º grau.

A resolução da antinomia tem por fito garantir a segurança na aplicação das

normas jurídicas, para que seja resguardada a coerência do ordenamento. Portanto, a

solução dos choques entre as normas jurídicas não tem o condão de atingir os campos

da validade e da vigência da lei.

8.3.1. Antinomia de 1º grau.

A antinomia de 1.º grau é o choque de normas que envolvem somente um dos

metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico).

Casos de antinomia de 1º grau:

a) Na hipótese de colisão entre norma posterior e norma anterior, valerá a norma

posterior, com base no critério cronológico;

b) Em caso de norma especial em confronto com norma geral, prevalecerá a

norma especial, com fulcro no critério da especialidade; e

c) Na situação de choque entre norma superior e norma inferior, valerá a norma

superior, por força do critério hierárquico.

8.3.2. Antinomia de 2º grau.

A antinomia de 2.º grau é a colisão de normas válidas que envolvem dois dos

metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico).

Casos de antinomias de 2º grau:

a) Na hipótese de choque entre uma norma especial anterior e outra geral

posterior, prevalecerá a norma especial anterior, com espeque no critério da

especialidade;

b) Na situação de colisão de norma superior anterior e outra inferior posterior,

valerá a norma superior anterior, com base no critério hierárquico; e

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c) Em caso de conflito entre uma norma geral superior e outra norma especial e

inferior, não existe um metacritério.

8.4. Espécies de antinomia.

Para a solução de conflitos entre dois dispositivos, é essencial a diferenciação

entre antinomia real e antinomia aparente, porque reclamam do interprete solução

distinta.

A antinomia pode ser aparente, quando a hipótese que pode ser solucionada de

acordo com os metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico).

A antinomia real, situação que não pode será dissolvida conforme os

metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico).

Sobre o conflito entre uma norma geral superior e outra norma especial e

inferior, Maria Helena Diniz afirma: “No conflito entre o critério hierárquico e o de

especialidade, havendo uma norma superior-geral e outra norma inferior especial, não

será possível estabelecer uma metarregra geral, preferindo o critério hierárquico ao da

especialidade ou vice-versa, sem contrariar a adaptabilidade do direito.” (DINIZ, Maria

Helena. Lei de Introdução ao Código Civil interpretada. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p.

87).

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b. Revisão 1 (questões)

QUESTÃO 01 - 2008 – CONSULPLAN - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA

Conforme se depreende da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro:

a) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

poderá revogar ou modificar a lei anterior.

b) A lei revogada jamais se restaurará por ter a lei revogadora perdido a vigência.

c) Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular ou alguém por ele, possa

exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo ou condição pré-

estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

d) A lei começa a vigorar em todo o país sempre quarenta e cinco dias depois de

oficialmente publicada.

e) As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova.

QUESTÃO 02 - 2016 – FCC - PREFEITURA DE TERESINA – PI - TÉCNICO DE NÍVEL

SUPERIOR - ADVOGADO

A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro estabelece que a lei do país em

que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da

personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Outrossim,

estabelece que

I. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do último domicílio conjugal.

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II. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem

os nubentes domicílio, e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal.

III. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades

diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I.

b) I e II.

c) II e III.

d) III.

e) I e III.

QUESTÃO 03 - 2015 – FCC - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Considere:

I. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se

inicia seis meses depois de oficialmente publicada.

III. Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma APENAS em:

a) II e III.

b) I e II.

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c) I.

d) I e III.

e) III.

QUESTÃO 04 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA

Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco

dias depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer

nova publicação de seu texto, destinada a correção, este prazo

a) começará a correr da nova publicação.

b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que a

nova publicação ocorreu apenas para correção.

c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.

d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primeiros

dias da primeira publicação.

e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos dias

da primeira publicação.

QUESTÃO 05 - 2015 – FCC - TRE-SE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A Lei nova “A” estabeleceu disposições gerais a par das já existentes. A Lei nova “B”

estabeleceu disposições especiais a par das já existentes. Nestes casos, de acordo

com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

a) as Leis “A” e “B” não revogam e nem modificam a lei anterior.

20
DIREITO CIVIL

b) as Leis “A” e “B” revogam e modificam a lei anterior.

c) apenas a Lei “B” revoga e modifica a lei anterior.

d) apenas a Lei “A” revoga e modifica a lei anterior.

e) as Leis “A” e “B” não revogam a lei anterior, mas a modificam.

QUESTÃO 06 - 2008 – FCC - TJ-RR - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

Com a nova publicação da lei, destinada a correção,

a) em nenhuma hipótese haverá novo prazo para entrar em vigor.

b) se depois de entrar a lei em vigor, a correção não se considerará lei nova.

c) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis começará a correr da nova publicação.

d) se depois de entrar em vigor, será retroativa à data da primeira publicação.

e) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis consistirá do prazo restante contado

desde a primeira publicação.

QUESTÃO 07 - 2007 – FCC - TJ-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO

Considere as assertivas abaixo sobre vigência e aplicação das leis.

I. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

II. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei

revogadora perdido a vigência.

21
DIREITO CIVIL

III. Só haverá revogação da lei anterior pela posterior quando esta expressamente

o declare.

IV. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às

exigências do bem comum.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) I, II e IV.

c) II e III.

d) II, III e IV.

e) III e IV.

QUESTÃO 08 - 2011 – FCC - TRE-RN - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

a) modifica a lei anterior, apenas.

b) revoga a lei anterior, apenas.

c) não revoga nem modifica a lei anterior.

d) derroga a lei anterior.

e) revoga ou modifica a lei anterior.

QUESTÃO 09 - 2008 – FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA

JUDICIÁRIA

22
DIREITO CIVIL

Considere:

I. A lei do país onde for domiciliada a pessoa determina a regra sobre o c omeço e o

fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

II. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos

impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

III. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do local da celebração.

IV. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades

diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e III.

b) I, II e IV.

c) II e IV.

d) II, III e IV.

e) III e IV.

QUESTÃO 10 - 2008 – FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA

JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS

A respeito da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, considere:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país na data da sua

publicação.

23
DIREITO CIVIL

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia 45 dias depois de oficialmente publicada.

III. As correções de texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

IV. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja

com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei

anterior.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e II.

b) III e IV.

c) I e IV.

d) II e III.

e) I, III e IV.

24
DIREITO CIVIL

c. Revisão 2 (questões)

QUESTÃO 11 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA

Considere:

I. A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei X

perder a sua vigência, a Lei Y será restaurada.

II. A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso,

ocorreu a revogação da Lei W.

III. A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste

caso, a Lei H não revogou a lei anterior F.

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma em

a) II, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I, II e III.

d) I e III, apenas.

e) II e III, apenas.

QUESTÃO 12 - 2015 – FCC - MPE-PB - TÉCNICO MINISTERIAL – SEM ESPECIALIDADE

A Lei n o 999 revogou integralmente a Lei n o 888, que, por sua vez, tinha revogado a

Lei no 777. Nesse caso, a Lei n o 777

25
DIREITO CIVIL

a) só volta a valer se houver disposição expressa nesse sentido na Lei no 999.

b) volta sempre a valer a partir da data da sua publicação, pois admite-se o efeito

repristinatório automático.

c) não voltará a valer em nenhuma hipótese, sendo necessária a edição de outra lei

que.

d) pode voltar a valer se o Presidente da República estabelecer essa previsão por

Decreto.

e) volta sempre a valer 45 dias depois da sua publicação, pois admite-se o efeito

repristinatório automático.

QUESTÃO 13 - 2014 – FCC - TJ-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E

ADMINISTRATIVA

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o juiz decidirá

o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito

quando a lei:

a) for injusta.

b) for omissa.

c) tiver caído em desuso.

d) tiver sido revogada por outra que haja regulado inteiramente a matéria.

e) ofender direito adquirido.

26
DIREITO CIVIL

QUESTÃO 14 - 2014 – FCC - TJ-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -

EXECUÇÃO DE MANDADOS

A lei começa a vigorar, salvo disposição em contrário,

a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio

legis.

e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante

a vacatio legis.

QUESTÃO 15 - 2014 – FCC - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - JURÍDICA

Quanto à aplicação da norma jurídica no espaço, é INCORRETO afirmar que:

a) a sucessão por morte ou ausência obedece a norma do país do último domicílio do

falecido.

b) o domicílio da pessoa que não tiver residência fixa será o local em que a mesma for

encontrada.

c) se aplica, quanto às obrigações, a norma do local em que foram constituídas.

d) deve ser aplicada a norma do domicílio do interessado no que se refere aos bens

imóveis.

27
DIREITO CIVIL

e) são competentes as autoridades consulares brasileiras para registrar o nascimento

de filhos de brasileiro nascido no país da sede do consulado.

QUESTÃO 16 - 2007 – FCC - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução

ao Código Civil, é correto afirmar que:

a) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora

perdido a vigência.

b) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique

ou revogue.

c) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes

modifica a lei anterior.

d) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se

inicia dois meses depois de oficialmente publicada.

e) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.

QUESTÃO 17 - 2007 – FCC - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

Considere as seguintes assertivas sobre a Lei de Introdução ao Código Civil

Brasileiro:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 60 dias depois

de oficialmente publicada.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

28
DIREITO CIVIL

III. Havendo incompatibilidade entre lei posterior e lei anterior haverá revogação

desta última.

IV. A correção a texto de lei em vigor não é considerada lei nova.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

c) I e III.

d) II e III.

e) II, III e IV.

QUESTÃO 18 - 2007 – FCC - PREFEITURA DE SÃO PAULO – SP - AUDITOR FISCAL DO

MUNICÍPIO

Na lacuna da lei, o juiz:

a) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de direito.

b) decidirá com base na equidade e na jurisprudência.

c) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos tribunais

superiores.

d) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada.

e) poderá escusar-se de proferir decisão.

QUESTÃO 19 - 2006 – FCC - SEFAZ-PB - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS

29
DIREITO CIVIL

Considere as seguintes afirmações:

I. A lei posterior somente revogará a lei anterior quando expressamente o declare.

II. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

não revoga nem modifica a lei anterior.

III. Para qualificar e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que devem ser

cumpridas.

IV. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o

começo e o fim da personalidade.

V. A capacidade e os direitos de família se regulam pela lei correspondente à

nacionalidade das pessoas.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) II e III.

c) II e IV.

d) III e V.

e) IV e V.

QUESTÃO 20 - 2012 – FCC - TRE-PR - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

NÃO se destinando a vigência temporária, a lei:

a) terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

b) vigorará enquanto não cair em desuso.

30
DIREITO CIVIL

c) só poderá ser revogada pela superveniência de nova ordem constitucional.

d) somente vigorará, até que outra lei expressamente a revogue.

e) não poderá ser revogada.

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DIREITO CIVIL

d. Revisão 3 (mapa mental)

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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL

e. Normas (apenas o que mais cai)

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país

quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando

admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei nº 2.145, de

1953) (Vide Lei nº 2.410, de 1955) (Vide Lei nº 2.770, de 1956) (Vide Lei nº 3.244,

de 1957) (Vide Lei nº 4.966, de 1966) (Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide

Lei nº 2.807, de 1956)

§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,

destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a

correr da nova publicação.

§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que

outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) (Vide Lei nº 5.144, de

1966)

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,

quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que

tratava a lei anterior.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já

existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a

lei revogadora perdido a vigência.

36
DIREITO CIVIL

Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a

analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige

e às exigências do bem comum.

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre

o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira

quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades

diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei

nº 3.238, de 1957)

§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que

tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante

expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de

naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de

bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente

registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)

§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem

brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença,

salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a

homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a

37
DIREITO CIVIL

eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de

seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já

proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de

brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela

Lei nº 12.036, de 2009).

§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se

ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes

sob sua guarda.

§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no

lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,

aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto

aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja

posse se encontre a coisa apenhada.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que

se constituirem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de

forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira

quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em

que residir o proponente.

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DIREITO CIVIL

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que

domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação

dos bens.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela

lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os

represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de

cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)

§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para

suceder.

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades

consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e

de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou

brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238,

de 1957)

§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a

separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos

menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos,

devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à

partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à

retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado

quando se deu o casamento. (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência

39
DIREITO CIVIL

f. Gabarito

1 2 3 4 5

C D C A A

6 7 8 9 10

C B C B B

11 12 13 14 15

E A B C D

16 17 18 19 20

B D A C A

40
DIREITO CIVIL

g. Breves comentários às questões

QUESTÃO 01 - 2008 – CONSULPLAN - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA -

Conforme se depreende da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro:

a) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

poderá revogar ou modificar a lei anterior.

Item errado, pois “a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já

existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”, conforme o art. 2º, § 2º, da LINDB.

b) A lei revogada jamais se restaurará por ter a lei revogadora perdido a vigência.

Item errado, pois “a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a

vigência, salvo disposição em contrário”, conforme o art. 2º, § 3º, da LINDB.

c) Consideram-se adquiridos os direitos que o seu titular ou alguém por ele, possa

exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo ou condição pré-

estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

Item correto, conforme o art. 6º, § 2º, da LINDB.

d) A lei começa a vigorar em todo o país sempre quarenta e cinco dias depois de

oficialmente publicada.

Item errado, pois, “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país

quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”, conforme o art. 1º, da LINDB.

e) As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova.

Item errado, pois “as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”, conforme

o art. 1º, § 4º, da LINDB.

41
DIREITO CIVIL

Resposta: C

QUESTÃO 02 - 2016 – FCC - PREFEITURA DE TERESINA – PI - TÉCNICO DE NÍVEL

SUPERIOR - ADVOGADO

A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro estabelece que a lei do país em

que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da

personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Outrossim,

estabelece que:

I. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do último domicílio conjugal.

Item errado, pois, “tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal”, conforme o art.7º, § 3º, da LINDB.

II. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem

os nubentes domicílio, e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal.

Item errado, pois, “o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que

tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal”,

conforme o art.7º, § 4º, da LINDB.

III. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades

diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

Item correto, conforme o art.7º, § 4º, da LINDB.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I.

b) I e II.

42
DIREITO CIVIL

c) II e III.

d) III.

e) I e III.

Resposta: D

QUESTÃO 03 - 2015 – FCC - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Considere:

I. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Item correto, conforme o art. 1º, § 4º, da LINDB.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se

inicia seis meses depois de oficialmente publicada.

Item errado, pois, “nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando

admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada”, conforme o art. 1º, § 1º, da

LINDB.

III. Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

Item errado, pois “a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a

vigência, salvo disposição em contrário”, conforme o art. 2º, § 3º, da LINDB.

De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma APENAS em:

a) II e III.

b) I e II.

43
DIREITO CIVIL

c) I.

d) I e III.

e) III.

Resposta: C

QUESTÃO 04 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA

Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco

dias depois de oficialmente publicada. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer

nova publicação de seu texto, destinada a correção, este prazo:

a) começará a correr da nova publicação.

b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que a

nova publicação ocorreu apenas para correção.

c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.

d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primeiros

dias da primeira publicação.

e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos dias

da primeira publicação.

Item ‘A’ correto, conforme o art. 1º, § 3o da LINDB. “Salvo disposição contrária, a lei começa

a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Se, antes

de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o

prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”.

Resposta: A

44
DIREITO CIVIL

QUESTÃO 05 - 2015 – FCC - TRE-SE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A Lei nova “A” estabeleceu disposições gerais a par das já existentes. A Lei nova “B”

estabeleceu disposições especiais a par das já existentes. Nestes casos, de acordo

com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

a) as Leis “A” e “B” não revogam e nem modificam a lei anterior.

b) as Leis “A” e “B” revogam e modificam a lei anterior.

c) apenas a Lei “B” revoga e modifica a lei anterior.

d) apenas a Lei “A” revoga e modifica a lei anterior.

e) as Leis “A” e “B” não revogam a lei anterior, mas a modificam.

Item ‘A’ correto, conforme o art. 2º, § 2o da LINDB. “A lei nova, que estabeleça disposições

gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”.

Resposta: A

QUESTÃO 06 - 2008 – FCC - TJ-RR - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

Com a nova publicação da lei, destinada a correção,

a) em nenhuma hipótese haverá novo prazo para entrar em vigor.

b) se depois de entrar a lei em vigor, a correção não se considerará lei nova.

c) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis começará a correr da nova publicação.

d) se depois de entrar em vigor, será retroativa à data da primeira publicação.

45
DIREITO CIVIL

e) se antes de ela entrar em vigor, a vacatio legis consistirá do prazo restante contado

desde a primeira publicação.

Item ‘C’ correto, conforme o art. 1º, § 3o da LINDB. “Se, antes de entrar a lei em vigor,

ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos

parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação”.

Resposta: C

QUESTÃO 07 - 2007 – FCC - TJ-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO

Considere as assertivas abaixo sobre vigência e aplicação das leis.

I. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Item correto, conforme o art. 1º, § 1o da LINDB. “Nos Estados, estrangeiros, a

obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de

oficialmente publicada”.

II. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei

revogadora perdido a vigência.

Item correto, conforme o art. 2º, § 3o da LINDB. “Salvo disposição em contrário, a lei

revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”.

III. Só haverá revogação da lei anterior pela posterior quando esta expressamente

o declare.

Item errado, conforme o art. 2º, § 1o da LINDB. “A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente

a matéria de que tratava a lei anterior”.

46
DIREITO CIVIL

IV. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às

exigências do bem comum.

Item correto, conforme o art. 5º, da LINDB. “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins

sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) I, II e IV.

c) II e III.

d) II, III e IV.

e) III e IV.

Resposta: B

QUESTÃO 08 - 2011 – FCC - TRE-RN - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

a) modifica a lei anterior, apenas.

b) revoga a lei anterior, apenas.

c) não revoga nem modifica a lei anterior.

d) derroga a lei anterior.

e) revoga ou modifica a lei anterior.

Item ‘C’ correto, conforme o art. 2º, § 2o da LINDB. “a lei nova, que estabeleça disposições

gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”.

47
DIREITO CIVIL

Resposta: C

QUESTÃO 09 - 2008 – FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA

JUDICIÁRIA

Considere:

I. A lei do país onde for domiciliada a pessoa determina a regra sobre o começo e o

fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

Item correto, conforme o art. 7º da LINDB. “A lei do país em que domiciliada a pessoa

determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os

direitos de família”.

II. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos

impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

Item correto, conforme o art. 7º, § 1º da LINDB. “Realizando-se o casamento no Brasil,

será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da

celebração”.

III. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do local da celebração.

Item errado, pois, “tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal” e não a lei do local da celebração,

conforme o art. 7º, § 3º da LINDB

IV. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades

diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

Item correto, conforme o art. 7º, § 2º da LINDB. “O casamento de estrangeiros poderá

celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os

48
DIREITO CIVIL

nubentes”.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e III.

b) I, II e IV.

c) II e IV.

d) II, III e IV.

e) III e IV.

Resposta: B

QUESTÃO 10 - 2008 – FCC - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA

JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS

A respeito da Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, considere:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país na data da sua

publicação.

Item errado, pois “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país

quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”, conforme o art. 1o da LINDB.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia 45 dias depois de oficialmente publicada.

Item errado, pois “nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando

admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada”, conforme o art. 1 o, § 1o, da

LINDB.

III. As correções de texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

49
DIREITO CIVIL

Item correto, conforme o art. 1o,§ 4o, da LINDB. “As correções a texto de lei já em vigor

consideram-se lei nova”.

IV. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja

com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei

anterior.

Item correto, conforme o art. 2o,§ 1o, da LINDB. “A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente

a matéria de que tratava a lei anterior”.

É correto o que consta APENAS em:

a) I e II.

b) III e IV.

c) I e IV.

d) II e III.

e) I, III e IV.

Resposta: B

QUESTÃO 11 - 2015 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA

Considere:

I. A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei X

perder a sua vigência, a Lei Y será restaurada.

Item errado, pois, salvo disposição em contrário, se a lei X perder a sua vigência, a Lei Y

não será restaurada, conforme o art. 2º, § 3º, da LINDB: ”Salvo disposição em contrário, a

lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”.

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DIREITO CIVIL

II. A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso,

ocorreu a revogação da Lei W.

Item correto, conforme o art. 2 § 1º, da LINDB. “A lei posterior revoga a anterior quando

expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente

a matéria de que tratava a lei anterior.”

III. A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste

caso, a Lei H não revogou a lei anterior F.

Item correto, conforme o art. 2 § 2º, da LINDB. “A lei nova, que estabeleça disposições

gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.”

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma em:

a) II, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I, II e III.

d) I e III, apenas.

e) II e III, apenas.

Resposta: E

QUESTÃO 12 - 2015 – FCC - MPE-PB - TÉCNICO MINISTERIAL – SEM ESPECIALIDADE

A Lei n o 999 revogou integralmente a Lei n o 888, que, por sua vez, tinha revogado a

Lei no 777. Nesse caso, a Lei n o 777:

a) só volta a valer se houver disposição expressa nesse sentido na Lei no 999.

51
DIREITO CIVIL

b) volta sempre a valer a partir da data da sua publicação, pois admite-se o efeito

repristinatório automático.

c) não voltará a valer em nenhuma hipótese, sendo necessária a edição de outra lei

que.

d) pode voltar a valer se o Presidente da República estabelecer essa previsão por

Decreto.

e) volta sempre a valer 45 dias depois da sua publicação, pois admite-se o efeito

repristinatório automático.

Item ‘A’ correto, pois, regra geral, não existe repristinação. Mas se houver disposição

expressa nesse sentido na Lei no 999, a Lei no 777 será restaurada, conforme o art. 2º, §

3º, da LINDB: ”Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei

revogadora perdido a vigência”.

Resposta: A

QUESTÃO 13 - 2014 – FCC - TJ-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E

ADMINISTRATIVA

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o juiz decidirá

o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito

quando a lei:

a) for injusta.

b) for omissa.

c) tiver caído em desuso.

d) tiver sido revogada por outra que haja regulado inteiramente a matéria.

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DIREITO CIVIL

e) ofender direito adquirido.

Item ‘B’ correto, conforme o art. 4º da LINDB. Assim, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá

o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

Resposta: B

QUESTÃO 14 - 2014 – FCC - TJ-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -

EXECUÇÃO DE MANDADOS

A lei começa a vigorar, salvo disposição em contrário,

a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio

legis.

e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante

a vacatio legis.

Item ‘C’ correto, conforme o art. 1º da LINDB. “Salvo disposição contrária, a lei começa a

vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”.

Resposta: C

QUESTÃO 15 - 2014 – FCC - TCE-GO - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - JURÍDICA

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DIREITO CIVIL

Quanto à aplicação da norma jurídica no espaço, é INCORRETO afirmar que

a) a sucessão por morte ou ausência obedece a norma do país do último domicílio do

falecido.

Item correto, conforme o art. 10 da LINDB. Assim, “a sucessão por morte ou por ausência

obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a

natureza e a situação dos bens”.

b) o domicílio da pessoa que não tiver residência fixa será o local em que a mesma for

encontrada.

Item correto, conforme o art. 7º, § 8o da LINDB. Assim, “quando a pessoa não tiver domicílio,

considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre”.

c) se aplica, quanto às obrigações, a norma do local em que foram constituídas.

Item correto, conforme o art. 9o da LINDB. Dessa forma, “para qualificar e reger as

obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”.

d) deve ser aplicada a norma do domicílio do interessado no que se refere aos bens

imóveis.

Item errado, pois, no que se refere aos bens imóveis, deve ser aplicada a lei do país em que

estiverem situados e não a lei do domicílio do interessado, conforme o art. 8o da LINDB.

e) são competentes as autoridades consulares brasileiras para registrar o nascimento

de filhos de brasileiro nascido no país da sede do consulado.

Item correto, conforme o art.18 da LINDB. Assim, “tratando-se de brasileiros, são

competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os

mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito

dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado”.

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DIREITO CIVIL

Resposta: D

QUESTÃO 16 - 2007 – FCC - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução

ao Código Civil, é correto afirmar que:

a) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora

perdido a vigência.

Item errado, pois “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei

revogadora perdido a vigência”, conforme o art. 2º, § 3º, da LINDB.

b) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique

ou revogue.

Item correto, conforme o art. 2º da LINDB. Assim, “não se destinando à vigência temporária,

a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”.

c) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes

modifica a lei anterior.

Item errado, pois “a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já

existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”, conforme o art. 2º, § 2º, da LINDB.

d) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se

inicia dois meses depois de oficialmente publicada.

Item errado, pois “nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando

admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada”, conforme o art. 1º, § 1º, da

LINDB.

e) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.

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DIREITO CIVIL

Item errado, pois “as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”, conforme

o art. 1º, § 4º, da LINDB.

Resposta: B

QUESTÃO 17 - 2007 – FCC - TRE-MS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

Considere as seguintes assertivas sobre a Lei de Introdução ao Código Civil

Brasileiro:

I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 60 dias depois

de oficialmente publicada.

Item errado, pois salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em tod o o país 45

(quarenta e cinco) e não 60 dias depois de oficialmente publicada, conforme o art. 1º

da LINDB.

II. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Item correto, conforme o art. 1º, § 1º da LINDB. Assim, “nos Estados, estrangeiros, a

obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de

oficialmente publicada”.

III. Havendo incompatibilidade entre lei posterior e lei anterior haverá revogação

desta última.

Item correto, conforme o art. 2º, § 1º da LINDB. Dessa forma, “a lei posterior revoga a

anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando

regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior”.

IV. A correção a texto de lei em vigor não é considerada lei nova.

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DIREITO CIVIL

Item errado, pois “as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova”,

conforme o art. 1º, § 4º da LINDB.

É correto o que se afirma APENAS em:

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

c) I e III.

d) II e III.

e) II, III e IV.

Resposta: D

QUESTÃO 18 - 2007 – FCC - PREFEITURA DE SÃO PAULO – SP - AUDITOR FISCAL DO

MUNICÍPIO

Na lacuna da lei, o juiz:

a) decidirá com base na analogia, nos costumes e nos princípios gerais de direito.

b) decidirá com base na equidade e na jurisprudência.

c) decidirá o caso apenas se houver precedentes judiciais vinculantes dos tribunais

superiores.

d) arbitrará a solução que lhe parecer mais justa, de forma motivada.

e) poderá escusar-se de proferir decisão.

Item ‘A’ correto, conforme o art. 4º da LINDB. Assim, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá

o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

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DIREITO CIVIL

Resposta: A

QUESTÃO 19 - 2006 – FCC - SEFAZ-PB - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS

Considere as seguintes afirmações:

I. A lei posterior somente revogará a lei anterior quando expressamente o declare.

Item errado, pois “a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,

quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava

a lei anterior”, conforme o art. 2º, §1º, da LINDB.

II. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

não revoga nem modifica a lei anterior.

Item correto, conforme o art. 2º, §2º, da LINDB. Assim, “alei nova, que estabeleça

disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei

anterior”.

III. Para qualificar e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que devem ser

cumpridas.

Item errado, pois “a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em

que residir o proponente”, conforme o art. 9º, §2º, da LINDB.

IV. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o

começo e o fim da personalidade.

Item certo, conforme oart. 7º da LINDB. Assim, “a lei do país em que domiciliada a pessoa

determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os

direitos de família”.

V. A capacidade e os direitos de família se regulam pela lei correspondente à

nacionalidade das pessoas.

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DIREITO CIVIL

Item errado, pois a capacidade e os direitos de família se regulam pela lei do país em

que está domiciliada a pessoa e não pela lei correspondente à nacionalidade da pessoa,

conforme o art. 7º, da LINDB.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I e II.

b) II e III.

c) II e IV.

d) III e V.

e) IV e V.

Resposta: C

QUESTÃO 20 - 2012 – FCC - TRE-PR - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA

NÃO se destinando a vigência temporária, a lei:

a) terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

b) vigorará enquanto não cair em desuso.

c) só poderá ser revogada pela superveniência de nova ordem constitucional.

d) somente vigorará, até que outra lei expressamente a revogue.

e) não poderá ser revogada.

Item ‘A’ correto, conforme o art. 2º, da LINDB. Assim, “não se destinando à vigência

temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”.

Resposta: A

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