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1.0 Introdução
2.0 Metodologia
Essa ideia tem alcançado um espaço cada vez maior nas organizações e, com
isso, surge a ideia de Gestão Social, voltada para o gerenciamento e práticas de cunho
social nas empresas, de modo que empresa e sociedade se beneficiam mutuamente.
"Então é abrir os olhos, porque, [...] isso não pode ser uma moeda só
financeira, acho que tem que ter um olho aberto em uma perspectiva aberta
pro bem-estar social [...] há que se ter a sensibilidade com a dimensão
humana, com a dimensão cultural, com essas importâncias e transformar
isso de uma forma menos agressiva no valor econômico também." (Márcia
Ganem)
"[...] poder atuar em uma favela foi o maior presente que eu recebi da vida
porque eu aprendi ali que você não domina o conhecimento, você troca o
conhecimento, você faz as coisas juntos e tudo isso começou a mexer comigo
[...]" (Davi Hertz)
Para isso, portanto, é preciso que haja coerência entre a ação da organização e os
interesses da comunidade, de modo que possam trabalhar em conjunto em benefício de
ambas. Orchis (2002) afirma que a prática da responsabilidade social pode melhorar o
desempenho e a sustentabilidade da empresa e médio e longo prazo, proporcionando
valor agregado à imagem corporativa da empresa, motivação do público interno,
posição influente nas decisões de compras, vantagem competitiva e melhoria do clima
organizacional.
Diante disso, é possível perceber que cabe aí, segundo Porter e Kramer (2006,
apud OLIVEIRA, 2008) o papel integrador da liderança, conciliando os interesses da
empresa e da sociedade, o que envolve uma mudança de atitudes, conhecimentos e
habilidades para enfrentar questões sociais, ambientais e econômicas, gerando
benefícios para a empresa e sociedade.
"Quer dizer, tem que sentar com a comunidade pra conversar, entendeu? E
ver de que forma pode haver uma... um mútuo-benefício de alguma maneira,
aquela empresa dali, como que ela pode se beneficiar, entendeu, com esse
desenvolvimento local." (Márcia Ganem)
"[...] eu penso que, por exemplo, assim, a questão de você chamar pro
relacionamento é importante, você não sabe o que vai dar nessa sinergia,
mas essa mesa de encontro, como a gente tava fazendo ali, que eu mostrei
que eram pessoas da cultura local, junto com a prefeitura, junto com a
universidade conversando, isso é muito importante [...]" (Márcia Ganem)
"[...] ai eu olhei pra Cátia e disse: vamos fazer isso, ai ela disse: 'fechado!
Aqui em baixo tem uma Universidade, eu já ligo pra Universidade', ligou pro
reitor, a gente sentou no boteco e naquela noite nasceu a Gastromotiva no
Rio de Janeiro. Ai eu falei: 'cara, nasceu, e agora?' Nasceu, a gente não está
preparado pra isso, não tem dinheiro [...]. Daí tinha um evento em São
Paulo com os chefes do mundo todo, daí eu falei: 'vamos levar esses chefes
pra cozinhar na favela?'" (Davi Hertz)
Conclui ainda que:
3.3 Motivação
Resta analisar um último aspecto do tema, que é a motivação. Esta pesquisa tem
como base a motivação dos líderes em suas ações socialmente responsáveis, o que
envolve, além dos interesses da organização, os interesses do próprio líder em questão.
Márcia Ganem fala sobre a importância da motivação em seu trabalho, ao relatar o seu
processo de descoberta e decisão da sua preferência pelo trabalho com comunidades
tradicionais:
"Aí eu tava andando no Capão, e eu digo 'tá certo, mas o que é que você
gosta com essa coisa de moda? O que é que é aquilo que realmente você
gosta, que te motiva e que você, daqui a muitos anos, você vai olhar e vai
dizer: 'poxa, mas isso ainda alimenta a minha alma''. Aí eu pensei e me
respondi que o que realmente eu gostava na moda era o trabalho com as
comunidades tradicionais. Isso era o que eu gostava. Isso era a coisa que eu
mais gostava." (Márcia Ganem)
"acho que é isso, a gente vai abrindo campos de energia mesmo para a
Gastromotiva se prolifera e criar essas novas economias, muitas vezes a
moeda da troca é o valor humano, o olhar, o reconhecimento, o sentimento
de gratidão e pra nós, o ato de comer é pra trazer essa energia do planeta
pra fluir mais" (Davi Hertz)
Aqui é possível observar que, enquanto Márcia Ganem aponta como principal
fator motivacional seu interesse pelo trabalho com comunidades tradicionais, ou seja, o
trabalho em si; Davi Hertz revela ser motivado pelo crescimento da Gastromotiva, que
pode ser associado ao fator motivacional de realização pessoal e conquistas, e pelo que
se expressa através das suas relações com as pessoas: o sentimento de gratidão, o
reconhecimento, fator também apresentado por Herzberg.
"Eu... eu diria assim, que eu me sinto muito frustrada, porque assim, eu sinto
que as comunidades tradicionais, elas estão desfavorecidas [...] a gente sabe
como manter essas tradições, assim, a gente tem muito dessas tradições
artesanais [...] porque a gente precisa que isso se transforme em política
pública. Entendeu? E a gestão pública, ela não tem olhar sobre isso [...]"
(Márcia Ganem)
4.0 Conclusão
Nos entrevistados, foi possível observar uma posição crítica a respeito das
motivações organizacionais em busca de lucro, afirmando a necessidade de observar o
bem-estar social da comunidade, respeitando a cultura e estabelecendo um alinhamento
com esta, para que a ação social dê certo.