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ESTIMULAÇÃO PRECOCE EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE


DOWN: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA
EARLY STIMULATION IN CHILDREN WITH DOWN’S SYNDROME: PHYSICAL
THERAPY APPROACH

Fernanda Andrade Ferreira¹; Laila Vasconcelos Coelho Silva²; Pedro Henrique de Souza Rabello ³;
4 5
Vinicius Silva Oliveira ; Patrícia Barreto Costa Nico .

1- Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE – Governador


Valadares- MG. E-mail: fernanda_af@hotmail.com
2- Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE – Governador
Valadares- MG. E-mail: ftlaila@hotmail.com
3- Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador
Valadares- MG. E-mail: pedrorabello_99@hotmail.com
4- Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador
Valadares- MG. E-mail: viniciusoliveira1981@yahoo.com.br
5- Orientadora Professora Mestre da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) – Governador
Valadares – MG. E-mail: fisioterapia@univale.br

RESUMO
Introdução: A Síndrome de Down (SD) é uma patologia causada pela trissomia do cromossomo
21. A criança com Síndrome de Down apresenta como características: retardo mental, hipotonia,
frouxidão ligamentar e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM). Objetivo: Caracterizar
a intervenção fisioterapêutica por meio da estimulação precoce no desenvolvimento neuropsicomotor
de crianças com Síndrome de Down. Método: Revisar a literatura ultilizando artigos científicos
publicados em bases de dados como BIREME, LILACS, SCIELO E MEDLINE e teses. Discussão: O
desenvolvimento motor é a mudança nas ações e padrões de movimentos que ocorrem no decorrer
da vida. A criança com SD possui esse desenvolvimento alterado devido a fatores genéticos. A
estimulação precoce é o conjunto de ações que proporcionarão à criança as experiências sensório-
motoras de que esta necessita desde o seu nascimento, para desenvolver ao máximo, seu potencial
neuropsicomotor. A fisioterapia utilizará diversos estímulos que vão intervir na maturação da criança
proporcionando, a ela, posturas que favorecerão o seu desenvolvimento motor. Conclusão: As
crianças com SD apresentam atraso no DNPM e a estimulação precoce é essencial. A
fisioterapia utiliza técnicas que irão proporcionar a aquisição de habilidades funcionais das
crianças minimizando atrasos. Novos estudos devem ser realizados para fortalecer as evidências
científicas.

Palavras-chave: Fisioterapia. Estimulação Precoce. Síndrome de Down. Desenvolvimento


Neuropsicomotor.

ABSTRACT
Introduction: Down Syndrome (DS) is a disease caused by trisomy 21. The child with Down
Syndrome presenting as features: mental retardation, hypotonia, ligament laxity and psychomotor
developmental. Objective: Describe the physical therapy intervention through early stimulation on
psychomotor development of children with Down Syndrome Method: The literature review using
scientific articles published in databases such as BIREME, LILACS, SCIELO and MEDLINE and
theses. Discussion: The motor development is the change in actions and movement patterns that
occur throughout life. The child with DS has this altered development due to genetic factors. This is
essentially stimulation a set of actions that will allow the child experiences sensor motor it needs from
birth to develop the maximum potential milestones. Physical therapy through early stimulation use of
several stimuli that will intervene in the maturation of the child giving her the postures favoring the
development engine. Conclusion: All children with DS have developmental delay and early
intervention is essential. Physical therapy uses techniques that will facilitate the acquisition of
functional skills of children by minimizing delays. Further studies should be undertaken to strengthen
the scientific evidence.

Keywords: Physical Therapy. Early Stimulation. Down's Syndrome. Psychomotor Development.


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1. INTRODUÇÃO Além das características mentais há


também as que impactam no sistema osteo-
A Síndrome de Down (SD) ou trissomia
musculoarticular, levando a hipotonia, frouxidão
do cromossomo 21 é uma anormalidade
ligamentar, diminuição da força muscular e
cromossômica causada por uma carga genética
controle motor, com conseqüente lentidão de
extra desde o desenvolvimento intra-uterino, que
movimentos, seleção de estratégias não usuais,
acarretará variáveis graus de retardo no
atraso na aquisição e na combinação de padrões
desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM).
básicos de movimentos (SILVA e KLEINHANS,
(MENEGHETTI et al., 2009; RIBEIRO et al.,
2006; RIBEIRO et al., 2007; FERREIRA et al.,
2007; ROMÃO e CAETANO, 2009; SILVA &
2009).
DENSSEN, 2002; SOARES et al., 2004 ).
De acordo com Felício et al., (2008)
Em 1866, John Langdon Down
ainda podem ocorrer instabilidade atlantoaxial,
descreveu a SD como um distúrbio denominado
pé pronado e evertido, arco plantar desabado,
mongolismo ou idiota mongolóide.
baixa estatura, aumento do peso corporal,
(MENEGHETTI et al., 2009).
comprimento reduzido do fêmur e do úmero,
Wandenburg sugeriu que essa patologia
fissuras palpebrais e distância aumentada entre
fosse causada por uma aberração
o primeiro e o segundo dedo dos pés.
cromossômica, em 1932. E sete anos depois,
A criança com SD pode apresentar
Adriàn Bleyer supôs que essa aberração poderia
patologias associadas como: cardiopatias
ser uma trissomia. Porém, somente em 1959 o
congênitas (40%), deficiências auditivas (50–
francês Jerome Lejeune confirmou a existência
70%) e visuais (15–50%), alterações posturais
de um cromossomo extra no par 21 (BARATA e
(1–10%), distúrbios da tireóide (15%), obesidade
BRANCO, 2010; MATTOS & BELLANI 2010;
e envelhecimento precoce (MOREIRA, EL –
MENEGHETTI et al., 2009; SOARES et al.,
HANI e GUSMÃO, 2000; GODZICKI, SILVA e
2004).
BLUME, 2009).
No Brasil, estima-se que ocorra 1:600
O potencial de desenvolvimento motor
nascimentos; o que revela que nascem 8 mil
das crianças com SD pode ser aumentado com
bebês com SD por ano. Os dados do DATASUS
um trabalho de estimulação precoce que,
(2007) revelaram que em 2005 nasceram 5.058
iniciado o mais cedo possível, torna o
indivíduos com SD (MICHELLETO et al., 2009).
competente para a vida profissional e
As alterações anatômicas encontradas
convivência em grupos sociais e familiares. Com
no indivíduo com SD são: aumento do giro
isso, nota – se a importância da estimulação
parahipocampal, baixa densidade cerebelar,
precoce para essas crianças (RIBEIRO et al.,
volume reduzido dos lobos frontais, além de
2007; FERREIRA et al., 2009).
modificações na estrutura das redes neuronais e
A estimulação precoce é descrita como
das sinapses. Essas condições estão
uma técnica terapêutica que deve abordar todos
relacionadas a déficits nos mecanismos de
os estímulos que interferem na maturação da
atenção, de memória, de correlação e análise e
criança, para facilitar posturas que vão favorecer
do pensamento abstrato (RIBEIRO et al., 2007;
o desenvolvimento motor e cognitivo (RIBEIRO
FERREIRA et al., 2009; MATTOS & BELLANI,
et al., 2007; DOMÉNECH et al., 2002). O
2010).
3

principal objetivo da estimulação precoce é evitar bases de dados como Bireme, Lilacs, Scielo e
e/ou amenizar distúrbios do DNPM (RIBEIRO et Medline, e teses. As palavras-chave utilizadas
al., 2007; HALLAL, MARQUES, BRACHIALLI, foram Síndrome de Down, Estimulação Precoce,
2008). Fisioterapia e Desenvolvimento
Desta forma, a intervenção Neuropsicomotor. Foram selecionados os textos
fisioterapêutica precoce, tem por objetivos publicados no período de 2000 a 2010, nos
minimizar os atrasos da motricidade grossa e idiomas português e espanhol.
fina, prevenir instabilidades articulares e
deformidades ósseas e estimular a criança com 3. DESENVOLVIMENTO
SD por meio da utilização de técnicas do
conceito neuroevolutivo que favoreçam a aptidão 3.1 Desenvolvimento neuropsicomotor da
motora (RIBEIRO et al., 2007). criança com Síndrome de Down
O tratamento precoce é indicado como
uma forma de aumentar a interação do O desenvolvimento motor é a mudança
organismo com o ambiente, obtendo respostas nas ações e padrões de movimentos que
motoras próximas ao padrão de normalidade e ocorrem no decorrer da vida e está relacionado
prevenindo a aprendizagem de padrões atípicos com a idade de cada indivíduo. É um processo
de movimento e postura (HALLAL, MARQUES, ordenado, contínuo, seqüencial e progressivo,
BRACHIALLI, 2008; MATTOS & BELLANI, que se inicia com a própria vida, sendo
2010). É baseada em exercícios para o influenciado pela maturação (ARAÚJO,
desenvolvimento da criança conforme a fase em SCARTEZINI, KREBS, 2007).
que se encontra, proporcionando nos primeiros De acordo com Ferreira et al., (2009), o
anos de vida, o alcance do pleno estudo do desenvolvimento típico depende da
desenvolvimento (RIBEIRO et al., 2007; interação entre os processos perceptuais e
HALLAL, MARQUES, BRACHIALLI, 2008). motores durante a produção, correção e
Foi reunido nesse artigo o que a compreensão do movimento e qualquer
literatura abrange sobre o efeito da estimulação alteração neurológica pode levar a déficits nessa
precoce em crianças com SD para que a melhor interação, alterando as habilidades funcionais.A
abordagem possa ser feita com essas crianças. funcionalidade de crianças com SD é diminuída
O presente trabalho visa caracterizar a em relação à funcionalidade de crianças que não
intervenção fisioterapêutica por meio da as possuem (MANCINI et al., 2003).
estimulação precoce no desenvolvimento A criança com SD possui o
neuropsicomotor de crianças com Síndrome de desenvolvimento motor alterado por diversos
Down. fatores, tais como genéticos, dificuldades de
integração perceptiva, cognitiva e proprioceptiva
2. METODOLOGIA (ARAÚJO, SCARTEZINI, KREBS, 2007). De
acordo com Mancini et al., (2003) o desempenho
O artigo trata-se de uma revisão da funcional de crianças com SD é inferior ao de
literatura por meio de fonte indireta com crianças que não as possuem.
utilização de artigos científicos publicados em
4

No estudo de MATTOS & BELLANI, habilidades funcionais existe uma interação entre
(2010) foi observado que a hipotonia está a idade e patologia, ou seja, com o avançar da
presente em 100% dos casos de recém natos idade, o desempenho e a independência da
com SD. A hipotonia contribui para que o criança com SD se aproxima do apresentado por
desenvolvimento inicial seja precário e isso crianças normais.
ocorre devido à carência de impulsos
descendentes que comandam um conjunto dos 3.2 Estimulação Precoce
neurônios motores na medula espinhal. Desta
forma o DNPM torna-se comprometido e com A estimulação precoce proporcionará
isso a criança passa por todas as fases do experiências sensório-motoras que vão intervir
desenvolvimento de forma lentificada, na maturação da criança. São condições
necessitando de um tempo maior para controlar necessárias para conseguir uma reação
a cabeça, o tronco, rolar, sentar, arrastar, dinâmica com o meio em que vive, ensinando à
engatinhar, andar e correr. criança posturas e movimentos mais próximos do
O andar é comum nas crianças com SD, padrão de normalidade favorecendo assim, o
porém elas realizam a marcha com uma base desenvolvimento e a aquisição de habilidades
alargada, maior oscilação de tronco e cabeça, funcionais das crianças (URZEDA et al., 2009;
não conseguindo manter os membros inferiores WILLRICH, AZEVEDO, FERNANDES, 2009;
em extensão completa, apresentando um grau RIBEIRO et al., 2007; FORMIGA, 2003;
de flexão em nível de tronco, quadril e joelho. MATTOS e BELLANI, 2010; HALLAL,
Crianças com SD aprendem a andar com atraso MARQUES, BRACHIALLI, 2008).
de um ano comparando a crianças com A atuação conjunta dos profissionais,
desenvolvimento típico MATTOS & BELLANI, que compõe a equipe que realiza a estimulação
2010). Para Felício et al., (2008), as crianças precoce, está direcionada para o
com desenvolvimento típico iniciam essa função estabelecimento da independência e inserção
por volta dos 13 meses, enquanto a criança com social das crianças, e torna-se indispensável
SD adquire a marcha com aproximadamente 20 para minimizar o atraso no desenvolvimento
meses. neuropsicomotor. É muito importante que a
O estudo realizado por Ferreira et al., equipe seja uma equipe de estimulação precoce
(2009) mostrou que as funções motoras grossas, multidisciplinar (ROMÃO, CAETANO, 2009) a
em crianças com SD, são compatíveis com o qual geralmente é formada por Médicos,
desenvolvimento típico, mas a coordenação Enfermeiros, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos,
motora fina, a precisão, coordenação, tempo de Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais
realização de tarefas bimanuais, equilíbrio e a (MATTOS & BELLANI, 2010).
variabilidade motora não são compatíveis com o Os profissionais da área de saúde têm o
desenvolvimento típico além de apresentar papel importante de orientar todos os membros
diferentes graus de comprometimento. da família de criança com SD, assim como
Ao comparar crianças com SD à criança estimular vínculo com estas crianças. Quanto
com desempenho normal, Mancini et al., (2003), mais afeto e carinho essas crianças receberem
constataram que em relação a mobilidade e mais positivas serão as respostas ao tratamento
5

(MATTOS & BELLANI, 2010). tratamento de crianças portadoras de algum


As atividades propostas, oferecidas em atraso ou retardo mental. Hoje a instituição é
quantidade e oportunidades adequadas e em um referência de reabilitação para pessoas com

contexto de situações de variada complexidade Síndrome de Down no município do Rio de

despertarão o interesse da criança (URZÊDA et Janeiro (RIBEIRO et al., 2007).

al., 2009). A estimulação que o bebê recebe nos

Hallal e seus colaboradores, (2008) seus primeiros anos de vida, constitui a base do

orientam que o início da estimulação precoce seu desenvolvimento futuro. É importante

seja preferencialmente antes dos 3 anos de ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo

idade, pois é nessa fase que ocorre maior de desenvolvimento, que deve ser percebido e

plasticidade cerebral, ou seja, o sistema nervoso respeitado e cada criança apresentará o

central possui uma capacidade para modificar desenvolvimento neuropsicomotor de forma

sua organização estrutural e funcional, de acordo individual. O que importa é respeitar a

com os estímulos dados de forma repetida. individualidade da criança e determinar a linha

(SILVA e KLEINHANS, 2006). de tratamento a partir disso (MATTOS &

A estimulação precoce baseia – se nas BELLANI, 2010).

fases do desenvolvimento neuropsicomotor O objetivo da fisioterapia não é tentar

normal, de forma a reduzir os atrasos já igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da

existentes e os que poderão surgir, aproximando criança com síndrome de Down ao de uma

ao máximo do desenvolvimento normal, tornando criança comum, nem exigir da criança além do

essas crianças independentes e fornecendo que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as

melhor qualidade de vida (MATTOS & BELLANI, etapas desse desenvolvimento da forma mais

2010). adequada possível, buscando a funcionalidade

As crianças com SD adquirem o sentar na realização das atividades diárias e na

independente por volta dos 10 meses de idade, e resolução de problemas (MATTOS & BELLANI,

um trabalho de estimulação precoce onde utiliza 2010).

o balanço como forma de tratamento lúdico, A estimulação precoce não é puramente

permitiu que três crianças com idade entre 6 e 7 uma técnica fisioterapêutica, entretanto a

meses, que não possuíam o controle de tronco fisioterapia é indispensável nas patologias em

adquirisse o sentar de forma independente ao que o acometimento é motor, como na caso da

final do tratamento (GODZICKI, SILVA e BLUME, SD (RIBEIRO et al., 2007).

2010). A fisioterapia motora visa diminuir os


atrasos da motricidade grossa e fina,
estimulando e facilitando assim as reações
3.3 A Fisioterapia na Estimulação Precoce
posturais necessárias para o desempenho das
etapas de desenvolvimento normal, e a
Os programas de reabilitação infantil no
prevenção das instabilidades articulares e
Brasil iniciaram nas décadas de 50 e 60, com a
deformidades ósseas (RIBEIRO et al., 2007).
fundação da Associação de Pais e Amigos
Bebês com SD novatos na habilidade de sentar
Excepcionais (APAE), mas só em 1975 foi criado
apresentam comportamento diferente das
o setor de estimulação precoce, para o início do
6

crianças com desenvolvimento típico, já aqueles dificuldade de adaptação sensorial e atraso no


bebês que possuem essa habilidade há mais desenvolvimento motor (MATTOS & BELLANI,
tempo, são comparados com crianças que têm o 2010).
desenvolvimento típico (CARVALHO e É importante que a criança com SD
ALMEIDA, 2008). realize a fisioterapia com uma equipe
As atividades motoras são de extrema multidisciplinar desde o nascimento até a vida
importância para o desenvolvimento global da adulta, onde os profissionais irão proporcionar
criança com essa patologia, pois é descobrindo o estímulos voltados à produção e ao trabalho
mundo através de seu corpo que ela desenvolve (SANTOS, WEISS, ALMEIDA, 2010).
seus potenciais motores e cognitivos (RIBEIRO Segundo Ribeiro et al., (2007) outro fator
et al., 2007). É necessário respeitar o tempo, as de grande importância é a participação dos pais
experiências pregressas, aptidões físicas e durante o tratamento fisioterapêutico, além do
intelectuais, e as limitações de cada criança, acompanhamento individualizado da criança.
para que esta aperfeiçoe as suas virtudes, e Estes são apontados como fatores primordiais
assim se torne cada vez mais segura e disposta para o sucesso da terapêutica.
para novas aprendizagens (MATTOS & A intervenção fisioterapêutica incluída
BELLANI, 2010). com o apoio dos pais gera resultados mais
A fisioterapia, como integrante da equipe favoráveis no desenvolvimento motor. A família
de estimulação precoce, é de grande relevância. deverá ajudar na decisão do contexto em que as
A utilização de técnicas do conceito experiências de aprendizagem irão ocorrer, para
neuroevolutivo é importante para promover a que promovam, ao máximo, o desenvolvimento
aptidão motora em crianças com Síndrome de da criança com necessidades educativas
Down (RIBEIRO et al., 2007). especiais (PIMENTEL, 2004). Assim deve haver
O conceito Bobath parte do princípio de um trabalho em conjunto com os pais, famílias e
manuseios nos quais são utilizados padrões que profissionais (WILLRICH, AZEVEDO,
irão influenciar o tônus muscular, que, através de FERNANDES, 2009).
pontos chaves de controle, o mesmo pode ser A estimulação precoce, por meio da
alterado. E isto, irá influenciar o controle postural fisioterapia, é essencial para o desenvolvimento
e o desempenho das atividades funcionais. Esse no âmbito social, familiar, e profissional da
trabalho pode ser realizado promovendo o criança com Síndrome de Down (FERREIRA et
dinamismo dentro da mesma posição, auxiliando al., 2009).
no controle postural e demonstrando para as Um estudo realizado por Pereira (2008),
crianças diferentes possibilidades funcionais visa a caracterização e identificação do ritmo das
(PERES, RUEDELL e DIAMANTE, 2009). habilidades motoras grossas de lactantes com
A intervenção fisioterapêutica deve ser Síndrome de Down dos 3 aos 12 meses de vida
potencializada nos primeiros quatro meses de sendo 16 nascidos a termo e 3 pré-termo e 25
idade do bebê, como forma de obter respostas lactantes típicos. Os bebês foram avaliados nas
motoras próximas do padrão de normalidade, e posturas pronas e supinas, sentado e de pé na
aumentar a interação da criança com ambiente. escala AIMS (Alberta Infant Motor Scale) onde
A falta de estímulos poderá resultar em avalia as habilidades motoras grossas de
7

lactantes nos primeiros 18 meses de vida até a ALMEIDA, K. M., DUTRA, M. V. P., MELLO,
R. R. et al. Validade concorrente e
marcha independente, constituída por 58 itens
confiabilidade da Alberta Infant Motor Scale
divididos quatro subescalas: em habilidades em lactentes nascidos prematuros. Rev.
Jornal de pediatria, v. 84, n. 5, p. 442 –
prono (21 itens), supino (9 itens), sentado (12
448, 2008.
itens) e de pé (16 itens). O escore total é dado
ARAÚJO, A. G. S; SCARTEZINI, C. M;
pela somatória dos pontos. (ALMEIDA et al.,
KREBS, R. J. Análise da marcha em
2008). crianças portadoras de Síndrome de Down e
crianças normais com idade de 2 a 5 anos.
O escore das escalas foi conferido mês
Fisioterapia em Movimento, v. 20, n. 3, p.
a mês. O grupo controle apresentou 79-85, jul./set. 2007.
desempenho superior ao experimental em todas
BARATA, L. F.; BRANCO, A. Os distúrbios
as posturas, o ritmo das habilidades das fonoarticulatórios na Síndrome de Down e a
intervenção precoce. Rev. CEFAC. v. 12, n.
crianças com SD foi considerado lento e
1, p. 134 – 139, jan – fev. 2010.
crescente, nas mesmas posturas todos lactentes
CARVALHO, R. L.; ALMEIDA, G. L. Controle
realizavam intervenção fisioterapêutica
postural em indivíduos portadores da
convencional ou baseada no método síndrome de Down: revisão de literatura.
Rev. Fisioter Pesq. v. 15, n. 3, p. 304 – 308,
neuroevolutivo Bobath e terapia de Integração
2008.
Sensorial. Seis lactantes faziam terapia
DOMÉNECH, J.; GARCÍA-AYMERICH, V.;
ocupacional e três faziam fonoaudiologia.
JUSTE, J. et al. Rehabilitación Motora. Rev.
(PEREIRA, 2008). Neurol. v. 34, n.1, p. 148 – 150, 2002.

FELÍCIO, S. R.; GAVA, N. M.; ZANELLA, R.


4 . CONCLUSÃO
C. et al. Marcha de crianças e jovens com
Síndrome de Down. Revista ConScientiae
Conclui-se, com o presente trabalho que
Saúde, v. 7, n. 3, p. 349 – 356, 2008.
todas as crianças com Síndrome de Down
FERREIRA, D.M.; SALLES, B. F.;
apresentam atraso no desenvolvimento
MIRANDA, D. V. et al. Funcionalidade de
neuropsicomotor que ocasionam limitações crianças com e sem Síndrome de Down.
Rev. Neurociencia. v. 17, n. 3, p.231 – 238,
globais e funcionais e a estimulação precoce
2009.
proporcionará à criança com SD, experiências
FORMIGA, C. K. M. R. Programa de
sensório-motoras para desenvolver ao máximo
intervenção com bebês pré – termo e
seu potencial neuropsicomotor. A fisioterapia suas famílias: avaliação e subsídios para
prevenção de deficiências. São Carlos.
como integrante da equipe de estimulação
2003. 238 F. Dissertação (Mestrado em
precoce é de grande relevância. Por meio da Educação Especial) – Universidade Federal
São Carlos. 2003.
utilização de técnicas estimulam a aquisição de
habilidades funcionais das crianças minimizando GODZICKI, B.; SILVA, P. A.; BLUME, L. B.
Aquisição do sentar independente na
atrasos.
Síndrome de Down utilizando o balanço.
Contudo, poucos estudos abordam a Rev. Fisioter Mov. v. 23, n. 1, p. 73 – 81,
2010.
fisioterapia nesse contexto. Novos estudos
devem ser realizados para fortalecer as HALLAL, C. Z.; MARQUES, N. R.;
BRACHIALLI, L. M. P. Aquisição de
evidências científicas.
habilidades funcionais na área de mobilidade
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8

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