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1. INTRODUÇÃO
A aceitação pelos pares envolve a medida em que uma criança é aceita pelo seu grupo
de colegas (Slaughter, Dennis, & Pritchard, 2002), que é um preditor muito importante do
desenvolvimento social e emocional das crianças (Rose, Glick, & Smith, 2011). Fatores
cognitivos infantis, como empatia infantil (Chow, Ruhl, & Buhrmester, 2013; Gleason, Jensen-
Campbell, & Ickes, 2009), e fatores comportamentais, como comportamento pró-social
(Caputi, Lecce, Pagnin, & Banerjee, 2012) e agressão (Wang, 2017) estão intimamente ligados
à aceitação dos pares. A pesquisa mostrou que tanto comportamentos agressivos (Deković &
Gerris, 1994) quanto comportamentos pró-sociais (Caputi et al., 2012) poderiam apenas
mediar parcialmente a associação entre a empatia infantil e a aceitação pelos pares. As
crianças podem se comportar de maneira agressiva ou pró-social devido à influência
ambiental, ou seja, podem decretar comportamentos agressivos e pró-sociais a longo prazo.
Portanto, a empatia infantil pode funcionar como uma faca de dois gumes, promovendo a
prosocialidade e inibindo a agressão e influenciando ainda mais a aceitação pelos pares. Se
esta é a verdade, então, fomentar a empatia infantil produziria resultados desejáveis duplos.
Portanto, o presente estudo pretendeu testar simultaneamente os papéis mediadores de
comportamentos pró-sociais e agressivos na associação entre a empatia infantil e a aceitação
pelos pares.
Fig. 1. O modelo dos dois mediadores sobre a relação da empatia infantil com a
aceitação dos pares.
Hipótese 1. As crianças com maior empatia são mais aceitas pelos colegas, mais pró-
sociais e menos agressivas.
Hipótese 2. As crianças mais pró-sociais e / ou menos agressivas são mais aceitas pelos
pares.
Hipótese 3. Ambos os comportamentos pró-sociais e agressivos da criança podem
mediar a associação entre a empatia infantil e a aceitação pelos pares, na medida em
que a empatia adequada desencadearia mais comportamentos pró-sociais e inibiria
comportamentos agressivos, aumentando ainda mais a aceitação pelos pares.
2.1. Participantes
Usando quatro itens de pesquisas anteriores (Crick, 1997; Haselager, Cillessen, Van
Lieshout e Riksen-Walraven, & Hartup, 2002), um questionário de nomeação de pares foi
usado para avaliar comportamentos pró-sociais das crianças (por exemplo, “Disposto a
cooperar com os outros”). Durante o processo de indicação por pares, os alunos receberam
uma lista de classe para nomear pelo menos três colegas que melhor se encaixam em cada
descritor comportamental. O índice para comportamentos pró-sociais foi calculado somando o
número de nomeações em cada item, e depois dividido pelo tamanho da classe, finalmente
transformando-o em um escore z dentro de cada classe (Coie, Dodge, & Coppotelli, 1982).
2.3. Procedimento
Fomos aprovados para conduzir esta investigação pelo Comitê de Ética para Pesquisa
Científica em nossa instituição. Os alunos foram informados pelos professores em reuniões
semanais que foram convidados para preencher um questionário. Todos os alunos foram
informados de que a participação era voluntária. Com a ajuda dos professores da turma,
alunos de pós-graduação treinados orientaram os participantes sobre como preencher os
questionários e esclarecer questões éticas para eles. Procedimentos de nomeação de pares
foram usados para coletar dados sobre comportamentos pró-sociais e agressivos de crianças
e aceitação de pares; essas medidas foram validadas em pesquisas com crianças chinesas
(Schwartz, Chang, & Farver, 2001). O modelo apresentado na figura 1 foi utilizado para
esclarecer nossas análises teóricas e estatísticas sem tentar deduzir relações causais entre elas.
Idade, sexo e status socioeconômico foram controlados nas análises estatísticas devido às suas
associações com a agressão infantil (Murray, Dwyer, Rubin, Knighton-Wisor e Booth-LaForce,
2014).
3. Resultados
Como princípio para testar a significância, se zero não for incluído no intervalo de
confiança de bootstrap com bias corrigido de 95% (ou seja, inteiramente acima ou abaixo de
zero; Hayes, 2012), um efeito indireto é julgado como significativo.
Com base neste princípio, o efeito total da empatia infantil na aceitação pelos pares
(efeito = 0,31, t = 4,56⁎⁎⁎) pode ser decomposto no efeito direto (efeito = 0,08, t = 1,48), e os
dois efeitos indiretos através do pró-social comportamento (efeito indireto = 0,15; IC95%: 0,10
a 0,21) e comportamento agressivo (efeito indireto = 0,08; IC95%: 0,01 a 0,16),
respectivamente. Portanto, os comportamentos pró-sociais e agressivos da criança mediavam
completamente a relação entre a empatia infantil e a aceitação dos filhos.
Além disso, não houve diferença significativa entre os dois efeitos indiretos (diferença
de efeito = -0,07, IC 95%: - 0,15 a 0,02). E a relação entre o total de efeitos indiretos e o efeito
total chegou a 74,19%, destacando a importância de comportamentos pró-sociais e agressivos
como mediadores na transmissão do impacto da empatia para a aceitação de crianças. No
geral, esses resultados suportaram a terceira hipótese.
4. Discussão
O caminho da empatia para a agressão infantil pode ser explicado pelo modelo de
processamento cognitivo-emocional (Roberts, 1999) que sustenta que na situação frustrada ou
provocada, crianças empáticas podem ter menos probabilidade de se comportar com raiva
porque elas têm menos memórias carregadas de raiva para reativar. Em contraste, crianças
com baixa empatia tendem a ter déficits cognitivos (Marshall, Hamilton & Fernandez, 2001), o
que as torna mais propensas à agressão (Wilkowski & Robinson, 2010). Além disso, a empatia
é um elemento central do traço da Amabilidade (uma dimensão da Big Five Personality;
Mooradian, Davis, & Matzler, 2011), que predispõe as crianças a se comportarem mais pró-
socialmente (Graziano, Habashi, Sheese & Tobin, 2007) e menos agressivamente (Samuel &
Widiger, 2008).