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Entretanto, não podemos esquecer que o uso permanente desse tipo de linguagem acaba
por comprometer a escrita significativamente. Observamos que até mesmo na graduação
o aluno se habituou ao uso do “internetês”. A coisa ocorre tão naturalmente que muitos
estudantes não conseguem estabelecer o momento apropriado para o uso dessa forma de
comunicação. Eles a empregam em suas construções como uso de abreviações e
expressões informais que são utilizadas como ferramentas a todo o tempo no lugar de
uma escrita cuidada. Todo esse hábito gera um vício que passa a fazer parte do universo
do internauta que acaba por importar para seu cotidiano. Quando percebem, já estão
usando esse tipo de linguagem nos textos acadêmicos, nas mensagens de celular, nas
redes sociais, nos bilhetes diários...
Como todo vício, que por tanto tempo praticado se torna a cada dia mais difícil de ser
dissipado, essa forma de grafar as palavras e se comunicar acaba por comprometer
efetivamente a comunicação, até porque em alguns momentos há uma certa dificuldade
no entendimento do sentido real do que se quis dizer, principalmente para aqueles que
não estão familiarizados com o ambiente virtual. Sabemos que a pressa peculiar dos
jovens contribuiu para a criação desse tipo de linguagem que é usada como facilitador
entre os grupos de internautas. Com isso percebemos que nem todo tipo de linguagem
pode ser explicado pelas normas gramaticais.
Analisando a história da língua portuguesa e seu processo evolutivo desde o latim até o
português atual, acompanhamos todas as mudanças ocorridas que tornaram a nossa
língua viva. As gírias que de tempos em tempos dão à linguagem um frescor, os
neologismos que dão a língua um toque poético. Há quem acredite que o “internetês”
deva ser visto como uma ameaça, um desvio às normas gramaticais assim como a
linguagem coloquial, especificamente aquela usada nas regiões interioranas, e que não
deveria ser reconhecido como uma forma de linguagem.
Referências Bibliográficas
GALLI, Fernanda Correa Silveira - LINGUAGEM DA INTERNET: um meio de comunicação global
(Artigo)
LÉVY, Pierre. O que é o virtual ? Trad. Paulo Neves. 3ª ed. São Paulo: Ed. 34, 1996.______, P. As
tecnologias da inteligência – O futuro do pensamento na era da informática. Trad. Carlos Irineu da Costa.
Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
SOUZA, Carlos Henrique Medeiros de; GOMES, Maria Lúcia Moreira – Educação e Ciberespaço.
Brasília: Usina das Letras – 2008