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01 A Linguagem Virtual – Do Internetês ao Português

“Os idiomas são palco de mestiçagem e de interculturalidade (...)” - John Robert


Schmitz

O uso da comunicação através da Internet acabou por desenvolver a necessidade de uma


linguagem própria, que satisfizesse o universo cibernético. A rapidez do que se quer
dizer, assim como, o fato de se comunicar com várias pessoas ao mesmo tempo,
possibilitou a criação de uma linguagem especifica que favorecesse as relações. Muitos
veem essa linguagem ampla utilizada pelos usuários na Internet, como uma das formas
de comunicação existentes e que deve ser reconhecida como tal. Outros consideram tal
linguagem um fator de empobrecimento da gramática e da forma de comunicação. Não
podemos deixar de enfatizar que a comunicação virtual é singular sendo utilizada por
um grupo que instituiu uma linguagem própria. O interlocutor lança mão de vários
recursos linguísticos para convencer o outro do que se quer dizer. Na verdade esse tipo
de linguagem é uma forma encontrada por um grupo, de interagir uns com os outros de
um modo próprio. Afinal, o real motivo da existência dessa linguagem foi o de criar
abreviações que acompanhassem a velocidade do pensamento tal qual a oralidade.
Porém devemos entender o “internetês” como uma forma de discurso, mas não somente
a única. A linguagem virtual toma emprestados vocábulos do inglês para dar vida a uma
forma específica de comunicação. Como afirma GALLI:

O aparecimento de uma linguagem universal, no seu sentido amplo, é um dos aspectos


mais importantes da globalização. Assim, o inglês acabou fixando-se nessa linguagem,
envolvendo, também, a padronização das palavras e dos conceitos sociais.

Entretanto, não podemos esquecer que o uso permanente desse tipo de linguagem acaba
por comprometer a escrita significativamente. Observamos que até mesmo na graduação
o aluno se habituou ao uso do “internetês”. A coisa ocorre tão naturalmente que muitos
estudantes não conseguem estabelecer o momento apropriado para o uso dessa forma de
comunicação. Eles a empregam em suas construções como uso de abreviações e
expressões informais que são utilizadas como ferramentas a todo o tempo no lugar de
uma escrita cuidada. Todo esse hábito gera um vício que passa a fazer parte do universo
do internauta que acaba por importar para seu cotidiano. Quando percebem, já estão
usando esse tipo de linguagem nos textos acadêmicos, nas mensagens de celular, nas
redes sociais, nos bilhetes diários...

Como todo vício, que por tanto tempo praticado se torna a cada dia mais difícil de ser
dissipado, essa forma de grafar as palavras e se comunicar acaba por comprometer
efetivamente a comunicação, até porque em alguns momentos há uma certa dificuldade
no entendimento do sentido real do que se quis dizer, principalmente para aqueles que
não estão familiarizados com o ambiente virtual. Sabemos que a pressa peculiar dos
jovens contribuiu para a criação desse tipo de linguagem que é usada como facilitador
entre os grupos de internautas. Com isso percebemos que nem todo tipo de linguagem
pode ser explicado pelas normas gramaticais.
Analisando a história da língua portuguesa e seu processo evolutivo desde o latim até o
português atual, acompanhamos todas as mudanças ocorridas que tornaram a nossa
língua viva. As gírias que de tempos em tempos dão à linguagem um frescor, os
neologismos que dão a língua um toque poético. Há quem acredite que o “internetês”
deva ser visto como uma ameaça, um desvio às normas gramaticais assim como a
linguagem coloquial, especificamente aquela usada nas regiões interioranas, e que não
deveria ser reconhecido como uma forma de linguagem.

Em meio a tantas divergências ideológicas, precisamos nos convencer de que o


“internetês” está aí, e veio para ficar, fica, portanto a cargo do professor direcionar os
caminhos, orientar o momento apropriado para o uso da linguagem e utilizá-la a seu
favor, até porque se trata de uma manifestação discursiva, uma nova articulação da
linguagem. Portanto, como orientador, cabe ao educador conduzir assim todo esse
processo que culminará efetivamente na liberdade de expressão.

Então, um bj ao leitor e até a próxima! Rs

Referências Bibliográficas
GALLI, Fernanda Correa Silveira - LINGUAGEM DA INTERNET: um meio de comunicação global
(Artigo)
LÉVY, Pierre. O que é o virtual ? Trad. Paulo Neves. 3ª ed. São Paulo: Ed. 34, 1996.______, P. As
tecnologias da inteligência – O futuro do pensamento na era da informática. Trad. Carlos Irineu da Costa.
Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
SOUZA, Carlos Henrique Medeiros de; GOMES, Maria Lúcia Moreira – Educação e Ciberespaço.
Brasília: Usina das Letras – 2008

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