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DEFINIÇÃO
NESTE CAPÍTULO
FEUDALISMO
OBRIGAÇÕES SERVIS
Com a queda de Roma e o fim do Além da nobreza e dos servos, A relação de obrigações mútuas
escravismo, a população deixou ainda tínhamos os chamados transformou a dependência na Albergagem: obrigação de aloja-
as cidades, buscando a sobrevi- vilões – antigos proprietários principal característica das rela- mento e fornecimento de produ-
vência no campo. Assim, a agri- livres, embora permanecessem ções sociais feudais, pois além tos ao senhor e sua comitiva
cultura marcou as relações entre ligados a um senhor. Eram das obrigações militaras, existiam quando viajavam.
os senhores feudais e os servos, servos com menos deveres e outros deveres como: o pagamen-
além de definir a estrutura econô- mais liberdades. Suas obrigações to de resgate caso o suserano
mica, social, política e cultural Banalidade: tributo cobrado pelo
eram quase sempre bem definidas fosse feito prisioneiro, assim como
que marcou a imagem do mundo uso de instrumentos ou bens do
e não podiam ser aumentadas a ajuda nas despesas das festivi-
medieval na Europa. conforme a vontade do senhor. dades para a sagração do filho do senhor.
Glossário missão para usar a terra e proteção militar. Eram Escolástica – filosofia medieval cristã surgida da
diferentes dos escravos por estarem ligados a terra necessidade de responder às exigências da fé, ensi-
Senhor feudal – proprietário das terras rurais. Eram privi- e por não poderem ser vendidos. nada pela igreja, considerada guardiã dos valores
legiados como: dignitários da igreja (clero) e descendentes espirituais e morais de toda a cristandade
Patrística – filosofia cristã dos sete primeiros sécu-
dos antigos chefes tribais germânicos (nobreza).
los. Consiste na elaboração doutrinal das verdades Politeísmo – tipos de religiões que acreditavam e/
Servos (ou camponeses) – prestavam serviços para o sobre a fé do cristianismo e na sua defesa contra ou cultuavam vários deuses. Diferente do cristia-
senhor, além de pagar tributos. Em troca recebiam per- aos ataques dos pagãos e contra as heresias. nismo que é monoteísta.
CAPÍTULO 1 Página 3
O TEOCENTRISMO CRISTÃO
INVASÕES BÁRBARAS
Bárbaros eram os povos não ção de diversos reinos, além do
romanos. Caracterizavam-se por: forte declínio do comércio impos-
Não ser subordinados ao Império to pelos árabes que obstruíram o
Amonetários e sobreviviam da caça mar Mediterrâneo, intensifica-
Eram divididos em tribos. ram o processo de ruralização –
Politeístas e cultuavam seus o sistema feudal.
ancestrais.
Tinham sua leis baseadas nos PRINCIPAIS POVOS BÁRBAROS
costumes (Consuetudinárias e
transmitidas oralmente). Tártaro-mongóis - Origem
asiática. Compreendiam tribos,
Não falavam latim. como: hunos, turcos, búlgaros,
O constante contato com os húngaros entre outros.
romanos fez com que ocorres- Eslavos- Origem da Europa
sem transformações na socie- oriental e da Ásia. Compreen-
dade bárbara: a terra tornou-se diam tribos, como: russos,
privada e assim se iniciou uma tchecos, sérvios, poloneses
desigualdade social com a entre outros.
formação de dois grupos: cam- Germanos - Origem indo-
poneses e guerreiros. européia. Compreendiam varias Invasões bárbaras do Império Romano.
REINO FRANCO
IMPÉRIO BIZANTINO
EXPANSÃO ÁRABE
A Arábia é uma península árida litoral do Mar Vermelho, até os em contato com povos e religiões
localizada no Oriente Médio. Banha- grandes portos do Mediterrâneo diferentes. Conheceu principal-
ISLAMISMO
da ao sul pelo Oceano Índico, a oeste Oriental, tais como: Alexandria, mente o cristianismo e o judaísmo
pelo Mar Vermelho, leste pelas Acre, Antioquia e Constantino- e ficou muito influenciado pelo
águas do Golfo Pérsico e ao norte a pla, também era o principal seu caráter monoteísta. Resolveu O islamismo, ou Islão (que
Arábia Pré-islâmica limitava-se com a centro religioso da Arábia. se dedicar à organização de seu significa “submissão a
Palestina. Seu território é formado sistema religioso após casar e Alá”), tem por base o Corão,
por desertos pedregosos, dunas, Nessas cidades do litoral viviam obter estabilidade material. Esse
as tribos urbanas, povos não ou Alcorão, livro sagrado
vales de rios secos e, pelos oásis que sistema era um verdadeiro sincre-
nômades que tinham melhores tismo pela fusão de elementos de dos muçulmanos, ou mao-
tornavam possível a vida no deserto.
condições de vida, pois as condi- religiões diferentes como dogmas metanos. O corão constitui
A busca pelos oásis para sobrevi- ções climáticas e fertilidade do solo do judaísmo e do cristianismo, uma espécie de código de
vência levava as tribos a viver em permitiam a prática da agricultura. além do paganismo árabe a fim de moral e justiça, definindo
guerras constantes no deserto. criar uma nova religião com carac- também normas de compor-
Esses povos do deserto eram A Arábia não era um Estado orga- terísticas próprias.
nizado até o século VII. Tanto as tamento social. Entre as
chamados de beduínos, nômades
em busca de um oásis para ali- tribos de beduínos como as tribos Aos 40 anos de idade, em 610, determinações está o Hajj,
mentar seus rebanhos (ovelhas, urbanas eram chefiadas pelos revelou ter a primeira visão do ou peregrinação à Caaba
cabras e camelos) e transforman- xeques (sheiks). Apesar de unidos anjo Gabriel que revelou que pelo menos uma vez na
do o saque em sua principal fonte pela tradição da Caaba, a língua “havia um só deus, Alá, e um só
vida, desde que a saúde e
de recursos para a sua sobrevivên- e a cultura, as tribos viviam em profeta, Maomé”. Ele teve outras
aparições do anjo e contou essas os meios permitam, orar
cia, tendo em vista que a produção constantes guerras que prejudi-
cavam a unificação necessária a coisas aos seus parentes que cinco vezes ao dia voltado
de alimentos (tâmaras e trigo) em
um oásis não era o sufici- Arábia. acreditaram e converteram-se na para Meca, jejuar no mês de
ente para toda a tribo. nova religião, o islamismo, Ramadã (mês da hégira),
Isso explica a fome contí- que condenava o politeís- dar esmolas e guardar as
nua das populações do mo. Sentindo-se confian-
sextas-feiras. Vale observar
deserto e o motivo que tes ele procurou os coraixi-
tas. No início, todos fica- que as palavras “árabe” e
elas eram obrigadas a “muçulmano” não são sinô-
jejuar no período de maior ram estupefatos com a
pregação, mas depois nimas. Os árabes são um
escassez de alimentos,
geralmente no mês de passaram a desprezar e, povo semita que ocupa,
ramadã. finalmente, a perseguir principalmente, a península
Maomé e seus seguidores. Arábica, e a palavra muçul-
Os beduínos eram poli-
Ao pregar a crença em mano designa aqueles que
teístas, idólatras
(adoravam ídolos que um só deus, Maomé seguem a religião muçulma-
representavam deuses), colocava por terra a na ou islâmica, sejam eles
animistas (adoravam as atração que Meca exer- árabes ou não. (História
forças da natureza) e cia sobre os árabes. Com
Geral. Cláudio Vicentino. Ed
fetichistas (acreditavam isso, prejudicava os
interesses econômicos Scipione.)
em talismãs e amule-
tos). Acreditavam que a dos coraixitas. Maomé
natureza estava povoa- esperou a chegada dos
da de espíritos maus beduínos, que não ti-
(os djinns) que prepara- nham riqueza a defender
vam armadilhas para os e começou a pregar
homens e para se livrar sobre o paraíso, lugar
desse mal todos os para onde iriam depois
anos faziam uma pere- da morte os que seguis-
sem o islamismo. Ele
Glossário
grinação à cidade de
Meca, no litoral. Na Maomé descrevia um paraíso
Caaba, santuário desta cidade, onde não faltavam ali- Oásis –Pequenos pedaços de terra
eram depositadas imagens de Maomé nasceu em 570 na cida- mentos saborosos, água gela-
da, confortáveis divãs, belas no meio de deserto que pela umi-
seus deuses e pediam prote- de de Meca e pertencia a uma
família pobre, os hashemita (ou mulheres e principalmente, a dade do subsolo provocava o surgi-
ção. Essas peregrinações au-
mentavam no período entre axemitas), da tribo coraixita. visão de Deus, que provocaria mento de poços de água na super-
setembro e dezembro. A Caaba, Perdeu o pai ainda menino e um êxtase sensual. Dessa for- fície. Quando á água aprecia nas-
assim como a cidade de Meca, ficou aos cuidados do avô, que o ma, os beduínos não demora-
cia uma vegetação exuberante.
era administrada pelos chama- levou para viver no meio de uma ram em seguir Maomé, o que
tribo no deserto. Lá, Maomé provocou irritação nos coraixi- Porém, os poços eram temporários
dos coraixitas – tribo de aristo-
cratas que tinham poder e pres- assimilou as necessidades mate- tas que o proibiram-no de pre- e desapareciam após um tempo
tígio pelo controle das peregri- riais e espirituais da população gar aos beduínos. para nascer em outro lugar.
nações à Caaba e o controle do do deserto. Aos 15 anos de ida-
Passado alguns anos, em 622,
comércio das caravanas. de, de volta a Meca, entrou para Djihad – Guerra Santa ou
Maomé pregando e tentando
o comércio de caravanas, orienta- ―empenho à causa islâmica‖), que
Cidades do litoral como Iatreb provar ser o verdadeiro profeta
do pelo tio Abu Taleb. As expedi-
(posteriormente batizada como de Alá, despertou o sentimento se tratava da conversão dos
ções com caravanas eram muita
Medina) e Meca, se tornaram de que o mesmo representava ―infiéis‖ (não-islâmicos) mesmo
perigosas, pois podiam ser ataca-
grandes centros comerciais. um grande perigo para os corai-
das a qualquer momento. Por que pela luta e pela força. Foi com
Meca, além de se tornar ponto xitas que resolveram eliminá-lo.
isso, exigiam de seus condutores esse princípio que, nas décadas
de encontro dos comércios de Mandaram homens para matá-lo
habilidade militar. Maomé distin- seguintes, se baseou a expansão
caravana, que chegavam e em as casa, mas ele foi avisado
guiu-se como grande caravaneiro.
saiam com seus produtos pelo a tempo e conseguiu fugir para islâmica.
Em suas viagens, Maomé entrou Iatreb. Essa fuga foi chamada de
IDADE MÉDIA Página 7
A CULTURA MUÇULMANA
A cultura muçulmana trouxe
influências para o Mundo Oci-
dental com o desenvolvimento
da Matemática, da Astronomia,
das técnicas de construção, da
metalurgia, da Filosofia etc.,
sendo, ao longo da Idade Média,
o único contraponto dentro da
Europa para o Teocentrismo
imposto pela Igreja Católica.
O contato com as mais diversas
civilizações da época, como a
bizantina, a persa, a indiana e a
chinesa, permitiu aos árabes
conquistas intelectuais. Diferen-
temente de outros impérios
invasores, os árabes, também
chamados de sarracenos, res-
peitavam os costumes e cren-
ças dos povos conquistados.
Entre o legado deixado pelos
árabes podemos destacar:
Arquitetura – considerada a
mais importante das artes
sarracenas. Destaque para a
construção de palácios, mes-
Principais centros manufatureiros:
quitas e escolas.
Literatura – recebeu grande Mossul – fabricava tecidos de
contribuição dos persas. algodão.
Destaque para a obra “As mil Bagdá – produzia artefatos de
e uma noites” coletânea de
vidro, jóias, cerâmicas e sedas.
contos eróticos, fábulas e
aventuras de literatura de Damasco – produção de aço.
diversos povos orientais, e o Marrocos – manufaturava couro
Livro dos Reis do poeta Al-
Firdausi, e Rubayyat, de Omar
Toledo – confecção de espadas.
Khayyam. Tanto a civilização islâmica,
Alquimia – buscavam descobrir como a bizantina, deixou um
a “pedra filosofal” (a substância profundo legado no pensamento
que transformaria metais em e na vida do Ocidente europeu.
outro) e elixir da longa vida. Seu conhecimento econômico
estimulou o comércio e influen-
Medicina – descoberta da natu- ciou diretamente o mundo feu-
reza contagiosa da tuberculose e dal no final da Idade Média. Os
o diagnóstico de doenças como o árabes contribuíram não só com
sarampo. Destaque para o médi- mercadorias, mas com o resga-
co Avicena (980-1037) que foi o te do pensamento filosófico
mais famoso da época medieval. grego, de técnicas de agricultura
Foi o autor do Canon, obra de (cana-de-açúcar, laranjeiras,
ampla circulação na Europa até o limoeiro, arroz etc.), de inven-
século XVII. ções chinesas como a bússola,
História – no final da dinastia o papel e a pólvora, técnicas de
abássida havia mais de seis- produção de mosaico, cerâmica,
centos historiadores árabes, vidros etc., além de inúmeras
com destaque para Ibn- outras contribuições.
Kaldum, o primeiro a enfati-
zar a importância dos fatores
materiais na explicação do
suceder histórico.
Filosofia – preservaram os co-
nhecimentos de Aristóteles e de Alhambra (Granada—Espanha)
Platão, os quais serviram de
base para as realizações de
Avicena e de Averróis (1126-
1198), médico e filósofo de
Córdoba que traduziu as obras
de Aristóteles para a língua árabe
e introduziu-as no Ocidente.
Economia – ofereceu suporte às
transações comerciais, regula-
mentando as cartas de crédito, as
companhias de ações etc.
IDADE MÉDIA Página 9
A IGREJA CRISTÃ
A ruralização da economia da A organização dos domínios da monges. O sistema idealizado
Idade Média obrigou a Igreja a Igreja atingiu um grau bastante por São Bento e exposto na sua
se voltar para o campo. Abadias aperfeiçoado. Era um modelo que Regra, publicada em 534, de-
e bispados se integraram na os membros da nobreza leiga não terminava que os monges devi-
estrutura rural da sociedade e conseguiam imitar. Além da autori- am levar uma vida em comum,
bispos e outros membros da dade moral, a Igreja começava a num mosteiro. Prescrevia ainda
igreja se transformaram em exercer influência na administra- os votos de pobreza, castidade
verdadeiros senhores feudais. ção financeira dos principados e obediência e trabalho, evitan-
medievais. Assim, o clero, que a do com isso um ascetismo
A Igreja, além da situação eco- princípio se dedicava a função exagerado. Tinham também a
nômica privilegiada também principal de conversão dos bárba- obrigação de hospedar peregri-
tinha o monopólio da cultura. ros e a sua integração com os nos e viajantes nos mosteiros.
Saber ler e escrever, na Idade romanos, passou a se envolver em Ocupavam-se com os pobres e
Média, era privilégio de bispos, questões seculares. com o ensino. Ao lado de cada
padres, abades, monges. Dessa mosteiro, existia sempre uma
forma, os membros do clero Com o clero secular em contato escola. Assim, devido a essas
começaram a participar da com a vida terrena, também funções, os mosteiros transfor-
administração pública, exercen- chamada de profana, e ligados maram-se nos centro cultural e
do as funções de notários, à materialidade, distanciando econômico da Idade Média.
secretários, chanceleres. da pregação e nos costumes da Papa Leão I
doutrina original, surgiu uma Gregório I, o Magno, papa entre
Porém, inicialmente o cristianis- reação a essa tendência. Assim, 590 e 604 foi a figura mais impor-
mo era reprimido, pelos Impera- baseado no forte espiritualismo tante do papado no início da Idade
dores Romanos (que queriam da época, nasceu o clero regu- Média. Primeiro papa monge, intitu-
ser cultuados). Apesar disso, a lar (do latim regula = regras). lava-se “Servidor dos Servidores de
religião cresceu até que o impe- Deus”. Aproveitou-se da falência do
rador Constantino concedeu O clero regular era formado por poder imperial na Itália, onde não
liberdade de culto aos cristãos todos aqueles que viviam de havia mais governante, para assu-
em 313 com o Edito de Milão. acordo com a regra religiosa mir o poder temporal por meio de
Anos depois, em 325, presidiu o determinada. Os primeiros ações como a defesa da Itália
Concílio de Nicéia, que tinha por elementos do clero regular contra os lombardos ou a conver-
finalidade proteger a unidade eram os monges que viviam são de extensas regiões bárbaras.
da Igreja, ameaçada pelo aria- isolados em mosteiros ou con- Unificou os bens pertencentes à
nismo. Os bispos apoiados pela ventos. Os monges que se- Igreja, tornando-se pouco a pouco o
autoridade do Estado, criaram a guiam uma mesma regra forma- soberano da antiga Roma. Desligou
doutrina oficial da Igreja, inici- vam uma ordem religiosa. -se da influência do Império Bizanti-
ando o combate a concepções no, cada vez mais orientalizado, e
consideradas heréticas e às Foi São Pacômio, do Egito (292-
346) que fundou o primeiro aproximou-se dos povos germâni-
antigas religiões pagãs. Só em cos da Europa Ocidental, que pro-
391, com o Edito de Tessalôni- mosteiro no século IV. Porém,
foi São Bento (480-547) que curou atrair para o catolicismo.
ca, o imperador Teodósio decla-
rou o cristianismo como religião em 529, fundou um mosteiro Com a crise do Império Romano e
oficial do Império Romano. no Monte Cassino na Itália, e a formação dos reinos bárbaros,
que ali organizou sua ordem, a a Igreja ficara sem a proteção de
Em 455, apoiado pelo impera- dos Beneditinos, que acabou que gozava com os imperadores
dor Valentiniano, o bispo de como responsável pela consoli- romanos. Procurou, então, um
Roma assumiu a chefia de toda dação da estrutura monástica outro reino forte e capaz de prote-
a Igreja, tornando-se o primeiro que criava regras e pregava que gê-la. Isso explicou sua aliança
papa da cristandade e adotan- o abade passava a exercer com o Reino Franco. Os reis
do o nome de Leão I. comando absoluto sobre seus Clóvis e Pepino, o Breve, e o
Imperador Carlos Magno, sobera-
nos desse reino, mantiveram um
estreito relacionamento com a
Igreja. E sob o pretexto de prote-
gê-la, eles conseguiam benefícios
para si mesmo.
Assim finalizamos o estudo da
Alta Idade Média, que consoli-
Glossário
dou o feudalismo e o poder dos Arianismo – A heresia de origem
senhores feudais em plena oriental criada pelo bispo Ário, da
sintonia com fortalecimento do Alexandria, Egito. Ário pregava que
cristianismo como religião pode-
rosa e universal. Cristo não era Deus, mas seu filho,
e não era provido da mesma subs-
tância e eternidade do pai.
EXERCÍCIOS
1. (FGV) "O sacerdote, tendo-se Ibérica aos domínios do papado, Devia ser leal aos componentes Eu me queixo, pois, a São Miguel,
posto em contato com Clóvis, com a finalidade de impedir o de todos esses círculos. Porém, que é o mensageiro do senhor do
levou-o pouco a pouco e secre- avanço árabe. havendo exigências contraditó- céu, de todos os vilões de Verson...
tamente a acreditar no verda- c) desejo de subordinar os rias, devia prevalecer a fidelida- Os vilões devem carregar pedras
deiro Deus, criador do Céu e da domínios bizantinos à dinas- de aos mais próximos.” (DUBY todos os dias que for necessário...
Terra, e a renunciar aos ídolos, tia carolíngia, no intuito de Georges. Guilherme, o marechal). Eles devem serviço todos os dias que
que não lhe podiam ser de implantar uma teocracia se fizer construção no forno e no
Assinale a alternativa que apresen-
qualquer ajuda, nem a ele nem centralizada no Imperador. moinho; devem servir de pedreiro,
ta alguns deveres e valores que
a ninguém (...) O rei, rendo pois d) tentativa de restaurar o Império Roma- quer para trabalhar a pedra quer
faziam parte da ética de um cava-
confessado um Deus todo- no, com vistas a promover a união da para fazer a argamassa. Tudo isto os
leiro medieval.
poderoso na Trindade, foi bati- cristandade da Europa Ocidental. vilões fazem com freqüência. O pri-
zado em nome do Pai, do Filho a) Ser leal a todos os compo- meiro dia de serviço do ano eles
3. (UECE) Analise as frases
e do Espírito Santo e ungido do nentes de seu exército; agir devem no dia de São João: eles de-
abaixo, a respeito da sociedade
santo Crisma com o sinal-da- com valor e coragem, comba- vem ceifar o campo, depoisajuntar,
e da Cultura Medievais:
cruz. Mais de três mil homens tendo com o objetivo de ven- emparelhar e empilhar o fe-
do seu exército foram igualmen- I. A reação aos dogmas da Igreja cer e obedecendo a determi- no.” (ARRUDA. 1986, p. 368).
te batizados (...]." (São Gregório Católica se manifestou através nadas leis, como a de enfren- Disto podemos concluir que:
de Tours. A conversão de Clóvis. do surgimento das heresias. tar o inimigo à vista dele e
Historiae Eclesiasticae Francorum. II. A existência de relações em campo aberto. 01. o texto trata das punições aplica-
Apud Pedrero-Sánches, M.G., Histó- servis restringia-se às pe- das a pessoas malvadas durante
ria da Idade Média. Textos e teste-
b) Em troca de proteção, os cava-
quenas propriedades. leiros deviam aos senhores a Idade Média;
munhas. SP: Ed. Unesp, 20OO).
III. Os direitos feudais, defendi- feudais algumas obrigações e 02. se trata de uma prece dirigida a São
A respeito dos episódios descritos dos pela cavalaria, garantiam taxas. Obrigações, como o João, protetor dos vilões;
no texto, é correto afirmar: a conservação da ordem onde juramento de fidelidade que os 04. é um texto que se refere ao tra-
uns “rezam, outros combatem obrigava a combater os inimi- balho dos moradores das vilas na
a) A conversão de Clóvis ao
e outros trabalham”. gos dos vassalos e taxas, como Idade Média;
arianismo permitiu aos fran-
a talha e a corvéia. 08. é uma queixa sobre as condições
cos uma aproximação com De acordo com as frases apresen-
c) Os ideais de honra eram base- de vida dos vilões;
os lombardos e a expansão tadas, é correto afirmar:
ados em um rígido sistema de 16. o texto pode servir para a escrita
do seu reino em direção ao
a) as frases I e II estão corretas; castas, e as normas de fideli- da história do trabalho no perío-
Norte da Itália.
b) as frases I e III estão corretas; dade e conduta dos cavaleiros do da Idade Média;
b) A conversão de Clóvis, se-
c) as frases II e III estão corretas; baseavam-se em relações 32. conforme o texto, São Miguel é o
gundo o rito da Igreja Orto-
d) apenas a frase II está correta. dinâmicas de produção que mensageiro dos vilões;
doxa de Constantinopla,
determinavam a posição eco- 64. o texto se refere a um período e a
significou um reforço político 4. (Uniderp-MS) “O enfraqueci-
nômica dos suseranos e dos um lugar nos quais o forno, o moi-
-militar para o Império Ro- mento gradual do poder central
senhores feudais. nho e a alimentação do gado não
mano do Oriente. (...) leva insensivelmente, e sem
d) Seus deveres compunham-se de tem papel de destaque.
c) Com a conversão de Clóvis, que se dê por isso, ao desloca-
de acordo com a orientação mento dos diretos do Estado. Os compromissos de reciprocidade Dê, como resposta, a soma das alter-
da Igreja de Roma, o reino Condes, Duques etc. alcançam vertical entre senhores e cavalei- nativas corretas.
franco tomou-se o primeiro tão grande poderio, no decorrer ros. Os seus valores definiam a
sua condição de submissão e a 8. (UFMT) A Europa ocidental, entre os
Estado germânico sob in- do século X, que as suas fun- séculos V e XV, estava organizada sob
fluência papal. ções se tornam, de fato, heredi- sua exploração pelos membros da
nobreza e do clero. a estrutura denominada, por estudio-
d) A conversão de Clóvis ao cristianis- tárias (...). Nesta altura, reduzi- sos, modo de produção feudal. São
mo levou o reino franco a um prolon- do o soberano à simples função e) Através da cerimônia da home-
nagem, era oficializada uma características desse momento:
gado conflito religioso, uma vez que de senhor feudal, como susera-
a maioria dos seus integrantes no dos suseranos, a organiza- relação de dependência recí- ( ) Os camponeses possuíam peque-
manteve-se fiel ao paganismo. ção dos feudos transforma-se proca entre os cavaleiros que nas propriedades onde eram produzi-
e) A conversão de Clóvis ao em regime político e aparece passavam a obedecer a seus dos os gêneros com os quais pagavam
cristianismo permitiu à dinas- verdadeiramente constituído o suseranos. Essa cerimônia era os impostos devidos ao Estado.
tia franca merovíngia a anexa- Feudalismo.” (Mattoso. In: Aquino). o alicerce da relação entre os ( ) A produção acontecia basicamente
ção da Itália a seus domínios servos e os senhores feudais. nos feudos que eram de propriedade
e a submissão do poder ponti- O texto aborda um dos principais da nobreza e do alto clero e a mão-de-
elementos constitutivos do siste- 6. (UFPE) Sobre o sistema feudal
fício à autoridade monárquica. europeu, é incorreto afirmar que: obra era servil.
ma feudal vigente, nas socieda- ( ) Ideologicamente, a exploração dos
2. No ano de 786, Carlos Magno des da Europa ocidental, durante a) o feudo constituía sua unida- camponeses era garantida pela Igreja
afirmou: “A nossa função é, segun- a Idade Média, ou seja, de básica de produção. por meio da divulgação de um conjunto
do o auxílio da divina piedade, (...) b) a economia era baseada no
a) a descentralização política de valores que justificava tal situação.
defender com as armas e em comércio, devido à alta produ-
e administrativa. ( ) A produção era basicamente agríco-
todas as partes a Santa Igreja de ção de excedentes agrícolas.
b) o absolutismo monárquico dos la mas a atividade comercial não foi
Cristo dos ataques dos pagãos e c) neste regime, os servos eram
soberanos franceses e ingleses. totalmente interrompida, ocorrendo a
da devastação' dos infiéis”. (Pinsky, obrigados a prestar serviços
Jaime (Org.). "O modo de produção c) a pequena interferência da comercialização de matérias primas,
feudal". 2. ed. SP: Global, 1982.. Igreja Católica nos assuntos gratuitos e ceder a maior parte de produtos artesanais e também de
de natureza política. da produção ao senhor feudal produtos do oriente.
O fragmento acima expressa a d) o crescente predomínio do e, em troca, recebiam do se-
orientação política do Império Caro- nhor feudal proteção militar. 9. (UnB-DF) “Para os homens da Idade
Império Romano sobre os
língio no governo de Carlos Magno. d) as duas principais camadas Média, com efeito, as realidades econômi-
poderes locais.
sociais eram a dos senhores cas assumem um aspecto secundário.
O objetivo dessa política pode e) a estrutura política radical-
feudais e a dos servos da gleba. São epifenômenos. As verdadeiras estru-
ser definido como um(a): mente democrática predo-
e) cada feudo representava uma turas são de caráter espiritual e perten-
minante nos feudos.
a) esforço para estabelecer uma unidade politicamente autônoma. cem à ordem da sobrenatureza.” (DUBY,
aliança entre os carolíngios e a 5. (Mackenzie-SP) “O cavaleiro George. Economia rural e vida no campo no
se situava no centro de vários 7. (Unioeste-PR) “Das duras ocidente medieval. Lisboa. Edições 70,
Igreja Bizantina para fazer frente
círculos concêntricos, cuja coe- condições em que viviam, os volume II, p. 147 (com adaptações)).
ao crescente poderio papal.
são se devia à lealdade dele. vilões na Idade Média
b) intenção de anexar a península
IDADE MÉDIA Página 11
A partir do fragmento acima, al, as terras públicas particula- equivalente ao da Idade Média, b) II, III, IV; V e VI.
julgue os seguintes itens, refe- res (nas quais trabalhavam os apesar da instabilidade social, c) I, IV; V e VI.
rentes às relações entre a vida servos e os escravos) e o decorrente, entre outros fatores, d) apenas I, II e V.
material e espiritual no período manso episcopal. a) Dos frequentes conflitos inter- e) apenas II, V e VI.
medieval europeu. nos originados por controvér- 15. A(s) questão(ões) seguinte(s) é
( ) Os impostos, segundo a obser- 11. Segundo a crença dos cris- sias políticas e religiosas. (são) composta(s) por três preposi-
vância dos preceitos religiosos tãos de Bizâncio, os ícones b) Da excessiva descentralização política ções I, II e III, que podem ser falsas
católicos, eram considerados (imagens pintadas ou esculpi- que enfraquecia os imperadores. ou verdadeiras. Examine-as identifi-
dádivas divinas que, oferecidas das de Cristo, da Virgem e dos c) Da posição geográfica de sua cando as verdadeiras e as falsas e,
ao soberano, traziam a prosperi- Santos) constituíam a capital, Constantinopla, vulnerável em seguida, marque a alternativa
dade coletiva. “revelação da eternidade no aos bárbaros que, com facilidade, correta dentre as que se seguem:
( ) Os testamentos tornam-se tempo, a comprovação da pró- a invadiam frequentemente.
instrumentos de transferên- pria encarnação, a lembrança d) Da constante intromissão dos impera- I. A partir do século VII, os povos mu-
cia de fortunas, uma fez que de que Deus tinha se revelado dores de Roma em sua política. çulmanos conquistaram quase toda
os senhores feudais, para ao homem e por isso era possí- e) Da falta de um ordenamento a região do Mediterrâneo, ameaçan-
redimirem-se dos pecados e vel ”. (Franco Jr., Hilário e Andrade jurídico para controle da vida social. do com seus ataques a Europa cristã
obterem a passagem para o Filho, Ruy de O. O Império Bizantino. durante cerca de mil anos.
13. (UFRN) A expansão do Império II. Situadas no cruzamento de rotas
céu, doavam parte considerá- São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 27).
Muçulmano, durante a época de trânsito, as feiras medievais se
vel de suas riquezas. Apesar da extrema difusão da
( ) As festas não eram ignoradas medieval, está ligada ao cresci- internacionalizaram a partir do
adoração dos ícones no Império mento do Islamismo. século XI, facilitando as trocas
pelos mais humildes, pois, Bizantino, o imperador Leão III, em
por meio delas, sublinhavam Pode-se afirmar, também, que a comerciais e monetárias.
726, condenou tal prática por III. A centralização monárquica - com
a fraternidade e buscavam a idolatria, desencadeando assim a expansão muçulmana:
benevolência das forças a criação do exército real, da
chamada “crise iconoclasta”. a) criou um intercâmbio comer- justiça real e da moeda real - foi o
sobrenaturais.
cial entre Oriente e Ocidente, principal fator de estruturação da
( ) As fortunas, obtidas por Dentre os fatores que motiva-
meio das armas ou explora- o qual estimulou o aumento sociedade na Alta Idade Média.
ram a ação de Leão III, pode-
ção do trabalho, não se da produção, a difusão de
mos citar o (a): a) Se todas as proposições forem
técnicas e a propagação de
apresentavam como instru- verdadeiras.
mentos de acumulação de a) intolerância da corte imperial mercadorias
para com os habitantes da Ásia b) exerceu uma grande influência b) Se apenas forem verdadeiras as
riqueza, porquanto o ideal proposições I e II.
de salvação espiritual so- Menor, região onde o culto aos sobre as crenças do Oriente,
ícones servia de pretexto para a sendo a principal fonte de c) Se apenas forem verdadeiras as
brepunha-se às demais proposições I e III.
aspirações humanas. aglutinação de povos que desenvolvimento do monoteís-
pretendiam se emancipar. mo no Império Bizantino d) Se apenas forem verdadeiras as
10.(FATEC-SP) Com relação às b) necessidade de conter a c) decorreu da crescente neces- proposições II e III.
atividades econômicas caracterís- proliferação de culto às sidade de mercados fornece- e) Se todas as proposições forem
ticas do período medieval, é cor- imagens, num contexto de dores de escravos para a falsas.
reto afirmar que: reaproximação da Sé de produção de seda, comercia- 16. (UFRN) A expansão do Império
Roma com o imperador lizada pelas tribos da Penín- Muçulmano, durante a época medie-
a) o feudo, apesar de ser uma bizantino, uma vez que o sula Arábica val, está ligada ao crescimento do
unidade de produção auto- papado se posicionava con- d) resultou de um processo de Islamismo.
suficiente, nunca deixou de tra a instituição dos ícones e unificação político-administrativa
comercializar seus exceden- das diversas tribos arábicas que Pode-se afirmar, também, que a
exigia a sua erradicação.
tes nos grandes centros lutavam contra a dominação da expansão muçulmana:
c) tentativa de mirar as bases
urbanos medievais. políticas de apoio à sua Igreja Católica. a) criou um intercâmbio comercial
b) durante todo o período me- irmã, Teodora, a qual, valen- entre Oriente e Ocidente, o qual
dieval o poder político este- 14. Justiniano, célebre imperador
do-se do prestígio de que estimulou o aumento da produção,
ve nas mãos da camada bizantino, ordenou que uma comis-
gozava junto aos altos digni- a difusão de técnicas e a propaga-
aristocrática, e o poder eco- são de juristas fizesse uma revisão
tários da Igreja Bizantina, ção de mercadorias;
nômico ficou restrito à ca- e uma codificação do Direito. Assim,
aspirava secretamente a b) exerceu uma grande influência
mada burguesa, que vivia do no século VI, surgiu o Corpus no
sagrar-se imperatriz. sobre as crenças do Oriente, sen-
comércio, e às corporações qual podemos destacar:
d) aproximação do imperador, do a principal fonte de desenvolvi-
de ofício, que baseavam sua por meio do califado de Da- I. As Institutas, que constituíam mento do monoteísmo no Império
produção nas exportações masco, com o credo islâmico um compêndio dos princípios Bizantino;
para a Ásia. que, recuperando os princí- legais para ser utilizado pelos c) decorreu da crescente necessida-
c) na economia feudal, apesar pios originais do monoteísmo estudiosos de Direito. de de mercados fornecedores de
de baseada na troca de judaico cristão, condenava a II. As Capitulares, que reuniam escravos para a produção de seda,
produtos, registrou-se um materialização da essência obras de antigos jurisconsul- comercializada pelas tribos da
aumento da circulação de sagrada da divindade em tos romanos. Península Arábica;
moeda devido ao empenho pedaços de pano ou madeira. III. A Lei Frumentária, que orga- d) resultou de um processo de unificação
dos senhores feudais em e) descontentamento imperial nizava a exploração agrícola. político-administrativa das diversas
dinamizar o setor financeiro com o crescente prestígio e IV. O Digesto ou Pandectas – tribos arábicas que lutavam contra a
de seus domínios. riqueza dos mosteiros um sumário de escritos de dominação da Igreja Católica.
d) o senhorio (ou domínio) era o (principais possuidores e grandes juristas.
tipo predominante de organiza- 17. (UEM-PR) “Justiniano queria uma
fabricantes de ícones), que IV. As Novelas, que reuniam as
ção econômica durante a Idade Igreja unificada, para poder usá-la
atraíam para o serviço mo- leis de Justiniano.
Média. Dividia-se em três par- como apoio para seu governo. A boa
nástico numerosos jovens, V. O Código, com a legislação roma-
tes: a reserva senhorial, o man- estrutura administrativa da Igreja podia
impedindo-os, com isso, de na desde o imperador Adriano
so servil e as terras comunais. contribuir muito neste sentido. Isto
contribuírem para o Estado até a época de Justiniano.
e) o senhorio (ou domínio) era o explica o seu cesaropapismo, isto é, a
na qualidade de soldados, São afirmações corretas, relati- constante intervenção no domínio da
tipo predominante de organi- marinheiros e camponeses.
zação econômica durante a vas ao Corpus Igreja. Para não desagradar ao papa,
Idade Média. Dividia-se em 12. (PUC-05) A História do Impé- procurou conciliar a heresia do monofi-
a) I, II, III, V e VI. sismo com a ortodoxia defendida pela
três partes: a reserva senhori- rio Bizantino abrangeu um período
IDADE MÉDIA Página 12