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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
BRASÍLIA – UCB
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO – PRG
Curso de Ciencias
Conta beis
Disciplina: Gestão
Orçamentária e Financeira
Prof. Marcelo Barros Marques
marcelobarrosmarques@gmai
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Marcelo Barros Marques Gestão Orçamentária e Financeira Governamental
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1. Programação Financeira
1.1. Conceito
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o
disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução
mensal de desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de
sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Tem-se, ainda, no artigo 69 da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2010 do Governo Federal (Lei nº
12.017/2009):
Art. 69. Os Poderes e o Ministério Público da União deverão elaborar e publicar por ato próprio até 30 (trinta) dias após a publicação da
Lei Orçamentária de 2010, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do Art. 8o da Lei Complementar no 101,
de 2000, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabelecida nesta Lei.
[...]
§ 2o Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais, precatórios e sentenças judiciais, os cronogramas anuais de desembolso
mensal dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União terão como referencial o repasse previsto no Art. 168 da
Constituição, na forma de duodécimos.
No âmbito dos Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério Público, em obediência aos dispositivos
acima, será publicado Ato próprio do dirigente máximo de cada Poder fixando para o órgão o Cronograma Anual de
Desembolso Mensal.
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Macrofunção SIAFI 01.04.00, do Manual SIAFI.
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Mensal. Papel exercido, no Governo Federal, pela Coordenação-Geral de Programação Financeira da Secretaria do
Tesouro Nacional (COFIN/STN), vinculado ao Ministério da Fazenda.
OSPF – Órgão Setorial de Programação Financeira: - Unidade que responde pela consolidação das
propostas e elaboração do Cronograma de Desembolso Setorial, para apresentação ao Tesouro, de acordo com as
diretrizes fixadas no Cronograma Anual de Desembolso Mensal.
UG – Unidade Gestora: - Unidade Orçamentária ou Administrativa que realiza atos de gestão
orçamentaria, financeira e/ou patrimonial, cujo titular, em conseqüência, está sujeito a tomada de contas anual
na conformidade dos disposto nos artigos 81 e 82 do Decreto-lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967.
PPF – Proposta de Programação Financeira: Ato de registro da UG para o OSPF e deste para o
Tesouro, mediante lançamento contábil, para solicitação de recursos financeiros. É efetuada mensalmente,
observados os limites fixados no Cronograma Anual de Desembolso Mensal.
COTA – Tipo de liberação de recursos do Órgão Central de Programação Financeira (COF) para o Órgão
Setorial (OSPF).
REPASSE: - Tipo de liberação de recursos do OSPF para Entidade da Administração Indireta, e entre
estas e de Entidade da Administração Indireta para Órgão da Administração Direta, ou entre estes, se de outro Órgão
ou Ministério. (art. 19, inciso II, Decreto n. 825, de 28 de maio de 1993).
SUB-REPASSE: - Tipo de liberação de recursos dos OSPF para as UG de sua jurisdição e entre as
UG de um mesmo Ministério, Órgão ou Entidade. (art.19, inciso III, Decreto n. 825, de 28 de maio de 1993).
TRANSFERÊNCIA FINANCEIRA: Movimentação de recursos extra-orçamentários entre Unidades
Gestoras. Exemplo: distribuição de recursos para pagamento de Restos a Pagar.
No esquema abaixo, temos o Fluxograma do processo de distribuição de recursos financeiros aos órgãos
integrantes da administração pública.
Fluxo de Programação Financeira no Governo Federal
Secretaria do Tesouro Nacional/MF
COFIN/STN
(órgão central de programação financeira)
A STN consolida a C
3º passo
programação
financeira de todos
O P O OSPF consolida a
programação
os órgãos federais T P financeira do órgão e 2º passo
e libera as cotas a registra junto a
F
Ministérios e órgãos afins
(órgão setorial de programação financeira)
SUB-REPASSE
As UG’s registram P P As UG’s registram
suas programação suas programações
1º passo
financeira junto ao P P financeiras junto
1º passo
OSPF. ao OSPF.
F O OSPF sub-
F
repasse os recursos
Departamentos solicitados pelas Departamentos
(unidade gestora) UG’s (unidades gestoras)
4º passo
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ATIVO FINANCEIRO (AF): São O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis
independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.
DF = AF - PF
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2. Equilíbrio Fiscal
2.1. Contexto Geral
Estruturalmente o Brasil é um país com muitas demandas sociais a serem satisfeitas. Nesse contexto, é
papel do Estado o fomento de políticas e ações que visem atender aos anseios da comunidade, tais como: saúde,
segurança, justiça, defesa nacional, educação, só para citar. Para o desenvolvimento dessas ações é preciso obter os
recursos junto à sociedade (arrecadar tributos), a fim de distribuí-los na proporção de que aqueles que mais necessitam
de suas ações possam valer-se do braço estatal, contribuindo para a redução da desigualdade social, tão comum em
A forma como o Estado desempenha seu papel, é por excelência, por meio da realização de serviços
colocados à disposição da sociedade ou na realização de investimentos ligados áreas como infra-estruturas e sociais.
Exemplifique-se: o trabalho do professor na consecução do ensino fundamental (educação), o papel do juiz na prestação
Acontece que as necessidades sociais superam as disponibilidades financeiras do Estado. Assim, caso a
Administração tente maximizar as realizações sociais sem, no entanto, observar sua capacidade de desembolso de
Nesse universo surge a necessidade de a administração pública promover ajustes em suas contas, no
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Anseios Sociais
(necessidade)
Demanda Ações
insatisfeita Governamentais
(desigualdades) (realizações)
Equilíbrio Fiscal
(possibilidade)
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[...]
Seção IV
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
Comentários: Este artigo estabelece a obrigatoriedade de publicação do Cronograma Anual de
Desembolso Mensal com o estabelecimento da programação financeira de execução da despesa. Visa,
ainda, regrar a forma de execução da despesa fazendo com que o gestor público faça um planejamento de
como será executado o crédito disponibilizado evitando que se realize, em demasia, as despesas sem que
se tenha confirmada a arrecadação das receitas o que provocaria constantes déficits de caixa.
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Embora a LRF obrigue somente o Poder Executivo a publicar tal relatório, as Lei de Diretrizes
Orçamentárias ampliam tal obrigatoriedade aos demais Poderes e ao Ministério Público, tendo em vista o
disposto no artigo 168 da Constituição Federal.
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação
no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará
o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o
do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil
apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação
do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto
e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
Comentários: O dispositivo acima trata da obrigatoriedade da limitação de despesas (contenção dos
gastos) em caso de ocorrência de frustração de receitas em relação à previsão inicial. De avaliação
bimestral, é obrigatório aos três Poderes os quais deverão publicar ato próprio com o corte no prazo de 30
dias após findado o bimestre avaliado.
Embora o § 3º autorize o Poder Executivo a limitar os gastos dos demais, caso estes não o façam por sua
própria iniciativa, por decisão do Supremo Tribunal Federal, em apreciação de Ação de
Inconstitucionalidade (ADIn 2.238) suspendeu a eficácia deste parágrafo, não sustentando, portanto, a
possibilidade de o Poder Executivo limitar os gastos dos demais Poderes, em caso de frustração de receitas
arrecadada.
Exemplo de Ato de Contingenciamento
PODER JUDICIÁRIO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PORTARIA CONJUNTA No- 2, DE 29 MARÇO DE 2007
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Art. 1o- Ante a frustração da receita mencionada na Mensagem nº 157, correspondente a R$ 4,7 bilhões, ficam indisponíveis para empenho e
movimentação financeira os valores constantes do Anexo a esta Portaria, consignados aos Órgãos do Poder Judiciário na Lei nº 11.451, de 7 de
fevereiro de 2007.
Art. 2o- Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Min.GILMAR MENDES
Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal e do
Conselho Nacional de Justiça
No exercício da Presidência
Min.MARCO AURÉLIO
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
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“outras despesas de pessoal” evitando, assim, que o gestor utilize o artifício de contratar mão-de-obra não
pertencente ao quadro, fugindo do conceito de despesa com pessoal, dado pelo caput da lei.
Balizado no § 2º o período de apuração do atendimento do limite de gasto com pessoal, previsto na LRF,
será sempre os últimos doze meses em relação ao mês de apuração do gasto, observado o regime de
competência (ver art. 35 da Lei nº 4.320/94).
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal,
em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita
corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as
despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se
refere o § 2o do art. 18;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o
produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças
judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais:
I - na esfera federal:
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da
União;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas
nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;
II - na esfera estadual:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
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Subseção II
Do Controle da Despesa Total com Pessoal
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no
§ 1o do art. 169 da Constituição;
II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão
referido no art. 20.
Comentários: O artigo 21, assim como o 15, impõe condições de validade das despesas com pessoal.
Portanto, para que essas sejam consideradas válidas devem ser observadas as exigências dos artigos 16
e 17, bem como as exigências constitucionais aplicáveis.
Há também a restrição ao administrador em conceder, nos últimos 180 dias de seu mandato, qualquer tipo
de vantagem que acarrete aumento da folha de pagamento. Esse medida é polêmica, pois abarca qualquer
espécie de mandato: Presidente da República, Presidentes do Senado e da Câmara, Procurador-Geral e
Presidentes dos Tribunais de Contas e Tribunais do Poder Judiciário. No caso destes últimos agentes
públicos é sabido que seu mandato é de 2 anos, ficando assim, essa autoridade com ¼ de seu período
frente à administração no império de tal restrição.
Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao
final de cada quadrimestre.
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite,
são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo
os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no
inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e
segurança;
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Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites
definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de
ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se,
entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.
§ 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela
extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. (VIDE ADI-MC 2238/DF,
STF, relator Ministro Ilmar Galvão).
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova
carga horária. (VIDE ADI-MC 2238/DF, STF, relator Ministro Ilmar Galvão).
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não
poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária
e as que visem à redução das despesas com pessoal.
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite
no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
Comentários: O artigo 23 determina a adoção de medidas corretivas, em caso de extrapolação do limite
de gasto referido no artigo 20 (limite legal). Por conta da Emenda Constitucional nº 19/98 (Reforma
Administrativa) criou-se a possibilidade da demissão do servidor estável devido ao excesso de gasto com
folha de pagamento.
As medidas corretivas a adotar em caso de extrapolação do limite são as seguintes:
1ª) tentativa de redução de gasto com pessoal com adoção de medidas de expediente (redução de
vantagens provisórias e desocupação de funções comissionadas de livre exoneração, a exemplo).
2ª)redução em pelo menos 20% das despesas com cargo comissão e funções de confiança;
3ª) exoneração dos servidores não estáveis (ver art. 33 da EC nº 19/98);
4ª) exoneração dos servidores estáveis, nos termos de Lei Federal (ainda não aprovada).
Vide a decisão do Supremo Tribunal Federal proferida no processo ADI-MC 2238/DF que suspendeu a
eficácia parcial do § 1º deste artigo e integral do §2º.
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