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Civil 10-06-19

Professor: Ricardo Calado

Direitos reais sobre coisas alheias


Quando a gente fala de direitos reais sobre coisas alheias, a gente ta falando de
uma limitação do direito de propriedade de alguém, seja porque esse bem foi
dado em garantia: penhor, anticrese, hipoteca. Estou tendo a minha propriedade
limitada por um direito real.
Direitos reais de uso, gozo ou fruição
Quando eu falo de direitos reais de uso, gozo ou fruição, eu estou dizendo que
a propriedade de alguém está sendo limitada em razão daquela coisa que está
sendo limitada por um terceiro. E esse direito de uso, gozo ou fruição sofre uma
espécie de escala de limitação da propriedade, da mais ampla para a mais
restrita. Essa limitação da propriedade vai sofrendo um grau, um escalonamento
nessa limitação. Por exemplo: nós falamos aqui sobre superfície, que dentro dos
direitos reais sobre coisas alheias é o mais amplo depois da propriedade (porque
a propriedade é o mais amplo: pode usar, gozar, dispor e rever a coisa), mas
quando eu falo de superfície eu não posso dispor da coisa, mas eu posso alienar
meu direito, eu posso usar, posso fruir. Então depois da propriedade o direito de
superfície é o mais amplo. Depois do direito de superfície vem a servidão, que já
impõe uma limitação menor ao direito de propriedade (porque a servidão é
inalienável).
E, aí, nós vamos entrar agora em três direitos que muito se assemelham. Só
para vocês terem uma ideia, quando nós formos falar de extinção, a regra é
extinção de usufruto, porque o direito de USO e o DIREITO DE HABITAÇÃO se
incorporam dentro do direito de usufruto. As causas de extinção do direito de uso
e do direito de habitação são as mesmas causas de extinção do usufruto. O que
vai alterar aí? É o exercício do direito, porque o usufruto é um pouco mais amplo,
depois o direito de uso é mais restrito, e o menor é o direito de habitação. Então
essa é a noção geral que a gente tem que ter. Se eu tiver uma dúvida se é um
direito de usufruto, de uso ou de habitação, qual o raciocínio jurídico que eu
tenho que fazer? É aquele que é mais restrito, porque quando eu falo, por
exemplo, em direito de habitação, eu estou me referindo a uma única finalidade,
que é habitar ali.
Se eu concedo direito de habitação a uma pessoa, ela pode utilizar o imóvel para
estabelecer um comércio? Porque o direito é restrito ao direito de habitação. O
uso é o que tu vai poder ter um pouco mais de liberdade na utilização, nós vamos
ver. No usufruto é o que pode mais, porque ela pode alugar, ela só não vai poder
vender o imóvel. Veja como vai numa escala do mais amplo ao mais restrito.
Vamos tentar entender no que consiste o direito de usufruto.
(Atributos da propriedade: usar, gozar, dispor fruir e reaver). E quando nós
estudamos o direito de propriedade, eu expliquei cada um desses atributos.
- Gozar ou fruir é buscar os frutos da coisa, aquilo que a coisa pode conferir de
rendimento.
Usar é utilizar da coisa sem extrair sua substância. Dispor é poder alienar,
demolir, transferir a coisa.
PARTES
a) Nu-proprietário: reivindica e dispõe da coisa (posse indireta). O nu-
proprietário é o dono da coisa, aquele que vai conceder o usufruto.
b) Usufrutuário: usa e goza da coisa (domínio útil/posse direta). O usufrutuário
é o titular do direito de usufruto.
No que consiste o direito de usufruto? Consiste na divisão dos atributos da
propriedade entre as duas partes. Como se dá essa divisão? O usufrutuário vai
poder usar, gozar ou dispor da coisa. O que que eu digo quando ele pode usar
e dispor? Eu estou dizendo em outras palavras que ele vai ter o domínio útil,
domínio direto da coisa, que vai estar com ele. Ele vai estar usando ou gozando
daquela coisa. Por isso que ele vai ter a posse direta, ou domínio útil. Quando
ele tem o domínio útil, ele retira ou limita do proprietário essa possibilidade, por
isso é que eu chamo de "Nu-proprietário". Nu-proprietário vem de despido,
mesmo. É o proprietário que está despido do domínio direto. Ele tem a
propriedade, mas não tem o domínio direto, ele vai ter apenas a posse indireta.
Nessa divisão permanece com ele os demais atributos: dispor e reaver. Então
há uma divisão daqueles atributos da propriedade, essa é a essência do
usufruto.
Exemplo: Em relação a uma casa, o usufrutuário vai poder morar na casa (pois
tem o atributo do uso). O usufrutuário vai poder emprestar ou alugar a casa (pois
tem o atributo gozar), ele não vai poder é alienar o bem.
OBS: A maioria da doutrina entende que o atributo de rever a propriedade de
quem quer que esteja é do proprietário e não do usufrutuário.
USUFRUTO: CONCEITO
É o direito real, conferido a alguma pessoa, durante certo tempo, que a autoriza
a retirar, da coisa alheia, furtos e utilidades, que ela produza (Clóvis Beviláqua).
CARACTERÍSTICAS:
a) É um direito real sobre coisa alheia
b) É temporário (art. 1.410, I e III)
c) É intransmissível e inalienável, mas admite a cessão do seu exercício. (art.
1.393)
d) É impenhorável (o direito, mas não o exercício do direito como a percepção
dos frutos e utilidades do bem)
OBS1: ele é temporário porque se extingue com a morte. Por exemplo, eu posso
conceder o usufruto por 10 anos. Ou ele pode ser estabelecido de forma vitalícia.
Quando ele for estabelecido de forma vitalícia ele se extingue com a morte do
usufrutuário. Quando for uma pessoa jurídica e for por prazo indeterminado, ela
se extingue com 30 anos.
OBS2: Dizer que é intransmissível e inalienável é porque trata-se de direito
personalíssimo. Por exemplo: eu constituo em teu favor um usufruto de um
imóvel, tu não pode transferir esse direito que é personalíssimo, para outra
pessoa, mas o exercício do usufruto (usar ou gozar), você pode transferir, ou tu
pode alugar para ele. Isso ta inserido dentro da concepção do usufruto. A lei
estabelece no ART. 1393cc, que ele é intransmíssil, se o usufrutuário morrer ele
se extingue, porque não se transmite por herança. E ele é inalienável, ao
contrário da SUPERFICIE.
OBS3: A mesma coisa é que o direito de usufruto é impenhorável, mas não o
exercício do direito.
Por exemplo: eu cedi para ela o direito de usufruto, pode haver a penhora do
direito de usufruto? Não. Mas se ela receber aluguel o juiz pode mandar penhorar
os aluguéis daquele usufruto até a extensão da dívida. Então o direito é
impenhorável, mas os frutos que aquele direito rende, não. Isto é assim porque
o usufruto não é só GOZAR, mas USAR, também. Ela não pode ser impedida
de usar a coisa, mas os frutos que aquela coisa rende pode ser penhorado.
Essas são as principais características do usufruto. Ele é direito real (erga omnes
e temporário).
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à origem
a) Legal: quando instituído por lei em benefícios de determinadas pessoas. Ex.:
o do pai ou da mãe sobre os bens dos filhos menores (art. 1.689, I), do cônjuge
sobre os bens do outro (art. 1.652, I).
b) Voluntário ou Convencional: decorre de um ato de vontade inter vivos ou
causa mortis, Ex.: contrato ou testamento. Pode ser:
b.1) por alienação: concede o usufruto e conserva a nua propriedade.
b.2) Por retenção ou deducto: conserva o usufruto e concede a nua
propriedade.
OBS1: Ele é legal porque decorre da lei. Aí não é o dono da coisa que está
estabelecendo em favor de alguém o usufruto, é a lei que ta dizendo que se
enquadrar nessa situação aqui é usufruto LEGAL. E aí eu tenho dois exemplos
que despencam nas provas. Pais em relação aos filhos. Quando você é menor,
aquele dinheiro que você recebe é administrado pelo pai, mas a lei estabelece o
usufruto legal, porque ele vai poder USAR e DISPOR, mas não vai poder ir além
do simples poder de administração. É o que diz o art. 1689 lá no direito de família.
OBS2: cônjuges sobre bens particulares. Bens particulares são aqueles que não
se comunicam a partilha, pertence a um dos cônjuges. Quando um bem
particular está sendo usado pelo outro cônjuge a lei diz que se trata de um regime
de usufruto. Eu venho para uma relação conjugal, mas já trago para essa relação
um imóvel, e o nosso regime estabelecido é o regime de separação de
comunhão parcial de bens. Se o meu cônjuge tiver utilizando aquele imóvel, que
é particularmente meu, a lei impõe que ela deve se comportar em relação àquele
imóvel como usufrutuário (ela vai poder USAR, GOZAR, ela não vai poder é
dispor do bem, e ela vai ter todos os deveres relacionados ao usufruto, que nós
vamos ver mais adiante.
Esses dois exemplos são de usufruto legal, mas tirando essas duas hipóteses,
90% é o usufruto voluntário, aquele que constitui o usufruto em favor de alguém
ele quer ajudar essa pessoa. Isso é, em muitas vezes, um ato de disposição de
vontade. Então decorre de um ato inter vivos (um contrato), ou causa mortis
(testamento), geralmente quando ele é regulamento em testamento, ele ta
regulando antecipadamente o direito sucessório. É muito comum isso, os pais
transferem o bem, mas mantêm para si o usufruto vitalício. Por exemplo: eu
tenho um apartamento que é meu, eu coloco no nome do meu filho (para prevenir
uma herança), mas guardo para mim o direito de usufruto. A voluntário existe
dois tipos, agora gravem essa palavra DEDUCTO.
O usufruto convecional pode ser estabelecido por alienação ou por retenção,
quando for por RETENÇÃO a gente chama de usufruto DEDUCTO. Eu to
pedindo que vocês gravem porque é muito comum a gente falar essa palavra.
Percebam quando é que eu vou ter o usufruto por ALIENAÇÃO: concede o
usufruto e conserva a sua propriedade. O DEDUCTO é o contrário, foi esse
exemplo que eu dei do pai que transfere a propriedade para o filho, mas constitui
para si o usufruto. Alienar significa transferir, então o usufruto convencional por
alienação significa que você transfere o usufruto e mantem a propriedade. O
deducto é o inverso, você retém o usufruto, mas você transfere a propriedade.
Não é difícil.
Quanto ao objeto
a) Próprio: tem por objeto coisa inconsumíveis e infungíveis, cujas substâncias
podem ser conservadas e restituídas ao nu-proprietário.
b) Impróprio (quase usufruto): tem por objeto coisa consumíveis e fungíveis.
É excepcional.
OBS: Diz a Maria Helena Diniz que quando ele for impróprio ele se assemelha a
um mútuo (mútuo vem de empréstimo de consumo, coisas fungíveis). Eu tenho
essa classificação, porque em regra o usufruto pode recair sobre qualquer tipo
de bens: móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, mas a doutrina diz
basicamente o usufruto tem que ser próprio quando ele se diz sobre coisas
infungíveis e inconsumíveis. Porque a essência do usufruto é você usar e gozar
da coisa sem consumir a substância dela. Você tem que restituir a mesma coisa
In Natura. Se eu estabeleço um usufruto de um imóvel, eu tenho que receber o
imóvel nas mesmas condições que eu recebi.
Por exemplo: Eu te constituo o usufruto de uma fazenda, e essa fazenda tem
frutos, tem animais. Aí se tiver gado e morrer algum tu vai ter que repor. Se
morrer uma fêmea tu vai ter que restituir, se for macho tem que restituir macho,
é um bem fungível. Você vai ter que me devolver exatamente a mesma coisa
que você ta recebendo. O usufruto você tira da coisa a utilidade. Pode repor o
bem ou pagar o dinheiro.
O que eu quero chamar a atenção de vocês é que existe o usufruto próprio (bens
infungíveis porque se devolve in natura), e impróprio (porque são bens
fungíveis). Por isso que o impróprio é chamado de quase usufruto.
Quanto à Extensão
a) Universal ou geral: recai sobre a universalidade ou quota-parte de bens. Ex.:
herança; estabelecimento empresarial.
b) Particular: recai sobre bens individualizados ou determinados. Exemplo: uma
casa, um sítio.
c) Total ou Pleno: abrange todos os acessórios e acrescidos. Exemplo: Usufruto
do apartamento abrange a garagem. Os acessórios são os frutos e as
benfeitorias. Os acrescidos são as acessões que nós já estudamos (avulsão,
aluvião, as plantações, construções). Acrescidos vem da palavra acessão, aquilo
que acresce à propriedade. Exemplo: o usufruto do apartamento abrange a
garagem, em regra.
d) Parcial ou restrito: tua abrangência é limitada no ato da instituição.
Vocês lembram que quando falamos sobre propriedade eu falei sobre
Universalidade ou cota parte, que eu falei da acessão da propriedade? É aquela
velha regra, o acessório acompanha o principal, para que isso não aconteça tem
que haver a ressalva do direito, que é sua abrangência limitada no ato da
instituição.
Aqui é simples, quando é que o usufruto é Universal ou geral? É quando ele recai
sobre a universalidade ou cota parte de bens. Exemplo: a herança. Eu posso
fazer um testamento deixando como herança determinada empresa para uma
pessoa, mas constituindo em favor dela um usufruto. Aqui eu to tratando de uma
universalidade. Herança é universal e só vai se individualizar na partilha.
Quanto à Duração:
a) Temporário ou a termo: quando da instituição já se estabelece o prazo de
duração. A termo é evento futuro e certo, então eu estabeleço a data que aquilo
vai se extinguir. Mas tem situações que eu não faço isso, é a lei que estabelece.
E a lei estabelece, em especial, causa ou extinção do usufruto. Exemplo: pessoa
jurídica cujo prazo máximo é de 30 anos (art. 1.410, III). A pessoa jurídica eu
posso estabelecer um usufruto por um prazo certo, mas se eu não estabelecer,
vai até a extinção da empresa, se ela extinguir antes de 30 anos encerra.
b) Vitalício: É o que perdura até a morte do usufrutuário. (art. 1.410). O usufruto
é personalíssimo e por isso se extingue com a morte, não se transfere para os
herdeiros. Se o nu-proprietário morrer a obrigação passa para os herdeiros. O
que vai extinguir o usufruto é a morte do usufrutuário.
c) Simultâneo: instituído para beneficiar várias pessoas, extinguindo-se
gradativamente, em ralação a cada uma das que faleceram.
OBS: Não podemos confundir o usufruto simultâneo legal, previsto no direito
brasileiro, com uma outra figura chamada de usufruto sucessivo. O usufruto
sucessivo não existe no direito brasileiro (o usufruto sucessivo é uma coisa
chamada de fideicomisso - vão estudar em outra disciplina). O simultâneo é
instituído em favor de várias pessoas ao mesmo tempo, e com a morte de um
deles a propriedade vai se consolidando. Pode simultaneidade, e a
sucessividade que é vedado no direito brasileiro. Isso é a regra, mas existe uma
EXCEÇÃO, que é la no direito sucessório, o chamado DIREITO DE ACRESCER,
que é o direito que permite que um dos beneficiários assuma a parte do que
falecer. É lá das sucessões, mas se aplica aqui. Isso é possível no usufruto, mas
tem que estar expresso no título, se não tiver é vedado, aplica-se a regra. Esse
é o chamado usufruto simultâneo.
DIREITOS E DEVERES DO USUFRUTUÁRIO
Direitos
a) Direito à posse, administração e percepção dos frutos (art. 1.394 e 1.395)
b) Salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário tem direitos as frutos naturais
(aqueles que advém da própria natureza), pendentes ao começar o usufruto,
sem encargo de pagas as despesas de produção desses frutos (art. 1.396 e
1.397).
OBSA: A pessoa pode alugar um usufruto e aí ele vai ter a posse indireta da
coisa. Exemplo: recebe uma casa em usufruto e aluga, passando a se beneficiar
de seus frutos, seus rendimentos. Aí vocês tem que criar as hipóteses.
OBSB: Imaginem alguém que vai usufruir de uma fazenda, mas tem ali uma
colheita para ser feita, mas aquela colheita já foi vendida antes do usufruto, se
resguardo o direito do terceiro.
c) Os frutos vencidos na data inicial do usufruto pertencem ao proprietário, e ao
usufrutuário os vencidos na data que cessa o usufruto (art. 1.398). Aqui eu to
falando do fruto civil.
d) O usufrutuário tem o direito de usufruir em pessoa, ou mediante
arrendamento, do prédio do contrato (art.1.399). (O direito é personalíssimo, mas
o seu exercício, não).
OBSC: Eu vou te constituir usufruto, mas se já venceu é meu.
Deveres:
a) Dever de zelar pela coisa como se fosse sua;
b) O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, tem o dever de inventariar, à sua
custa, os bem que receber, determinando o estado em que se acham, e de dar
caução usufrutuária, pessoal ou real, se essa for exigida pelo dono da coisa (art.
1.400).
É muito perguntar em provas: no usufruto é obrigatória a prestação de caução?
Não, não é obrigatória, porque o usufruto pode ser constituída de forma gratuita,
unilateral, sem qualquer ônus para o usufrutuário, mas é possível que que na
hora da constituição o Nu-proprietário exija uma caução que pode ser pessoal
(fiador), ou pode ser real (que incide sobre um bem do usufrutuário, mas ela não
é obrigatória).
c) O usufrutuário tem o dever de pagar as despesas ORDINÁRIAS de
conservação dos bens, levando-se em contar o estado em que os recebeu (art.
1.403, I) OBS. (cfr. Art. 1.404 referente às despesas EXTRAORDINÁRIAS). Por
isso que tem que ser feito sempre o inventário. Aqui a lei ta dizendo o seguinte:
As extraordinárias é pelo Nu-proprietário, pelo dono da coisa, mas se isso se
reverter em proveito do usufrutuário, por exemplo, eu sou dono de um imóvel e
para fazer determinada melhoria na coisa eu preciso buscar um empréstimo no
banco, quem vai pagar isso aí? O usufrutuário vai ter que restituir esse dinheiro
(art. 1404cc). Quem cumpre as obrigações ordinárias é o usufrutuário.
Vamos entender o que é um custo módico: aí a lei ta falando de rendimento.
Exemplo: o usufruto de um imóvel, quem é que banca as despesas ordinárias?
É o usufrutuário, e as que não forem de custos módicos é o nu-proprietário,
nessa hipótese o usufrutuário deverá restituir os juros despendidos para essas
obras. Vamos imaginar que foi feito uma reforma nesse imóvel, o que a lei
estabelece como custo módico? Vamos imaginar que esse imóvel esteja alugado
por mil reais aí mês, aí eu pergunto para vocês, qual o valor módico que a lei ta
considerando aí? O valor do rendimento mensal é o usufruto da casa alugada,
que é mil reais por mês, a base de cálculo aí nesse caso é um ano, que dá 12
mil, a lei considera módico é 2/3 de 12 mil, que é igual a 8. Até 8 mil a lei
considera despesas módicas, acima disso aí já é enriquecimento sem causa. Por
isso é que a lei estabelece que incumbe ao proprietário as reparações que não
forem de custo módico. A lei não diz, tem que fazer a continha com base no
rendimento anual que o usufrutuário estar auferindo ali naquele usufruto.
d) O usufrutuário deve pagar as prestações e os tributos devido pela posse ou
rendimento da coisa usufruída (art. 1.403, I). Exemplo: despesa com a taxa
ordinária de condomínio e IPTU.
e) Se o usufrutuário recair em patrimônio (patrimônio é o ativo e o passivo, uma
herança pode ter créditos, mas é possível que ela também tenha débitos), ou
parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o
patrimônio ou parte dele (art. 1.405).
Exemplo: herança, imaginem que nessa herança eu tenha dois imóveis, um
quitado e um financiado, a lei ta dizendo que o usufrutuário vai se beneficiar dos
rendimentos do que tiver alugado, mas ele também vai ter que pagar os juros
desse financiamento. Se eu to usufruindo de uma empresa, pode ser que ela
também tenha dívida então eu tenho que pagar essas dívidas.
f) O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida
contra a posse de coisa, ou direitos deste (art. 1.406). Eu como usufrutuário
posso, mas valer dos interditos possessórios, mas a lei obriga dar ciência ao nu-
proprietário.
g) Se a coisa usufrutuária estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar,
durante o usufruto, as contribuições do seguro (art. 1.407). Se liguem nessa
informação porque tem importância lá na frente. Essa despesa é considerada
despesa ordinária.
h) Se um imóvel sujeito a usufruto for destruído sem culpa do proprietário, não
será este obrigado a reconstruí-lo. Além disso, o usufruto não será restabelecido
se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio, Porém, se a indenização do
seguro for aplicada à reconstrução do prédio, haverá restabelecimento do
usufruto (art. 1.408). Aqui significa que se a coisa pereceu e o nu-proprietário
não deu causa (se não tem mais coisa, extingue o usufruto). O objetivo do seguro
é manter o usufruto, é por isso que se a indenização do seguro for aplicada à
reconstrução do prédio, haverá restabelecimento do usufruto. (Observem essa
hipótese, porque se cair numa prova vocês já sabem porque é obrigatório a
reconstrução do usufruto).
Resumindo, se a coisa pereceu acaba-se o usufruto, todavia, se o nu-proprietário
se valer do seguro para reconstruir a coisa, aí o usufruto tem que ser
restabelecido.
i) Se a coisa objeto do usufruto for desapropriada, a indenização ou capital
segurado ficará sub-rogado (substituir) no ônus do usufruto, em lugar do prédio,
ou seja, tais valores serão do usufrutuário enquanto supostamente vigente o
instituto. Do mesmo modo, em havendo perda ou deterioração da coisa por ato
de terceiro, terá direito o usufrutuário indenização ou capital segurado de acordo
com o seu direito e dano sofrido (art. 1.409).
EXTINÇÃO
Conferir as hipóteses previstas nos art. 1.410 e 1.411 do CC/2002.
Nós falamos ainda pouco do usufruto legal (aquele previsto em lei). Mas pode
ser convencional, também.
O art. 1395 trata do usufruto sobre os títulos de créditos (um cheque, uma
duplicata), eu posso constituir um usufruto de uma nota promissória, aí a pessoa
vai colher os juros dessa nota promissória.
Vejamos uma diferença que existe entre o USUFRUTO e a SERVIDÃO. Vocês
lembram que na servidão nós pontuamos a questão da predialidade? Que tem
que ter um prédio servindo a outro? O usufruto é constituído em favor de uma
pessoalidade, porque ele é constituído em favor de uma pessoa, tanto é assim
que eu posso estabelecer usufruto sobre títulos de créditos, cujo objetivo é
beneficiar alguém, por isso que o usufruto se extingue com a morte do
usufrutuário.
Essa hipótese de usufruto do 1411cc trata-se da modalidade de usufruto
simultâneo (usufruto sucessivo não pode no direito brasileiro).
Direito de USO
USO (usufruto limitado, anão, nanico ou em miniatura)
CONCEITO
Direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar,
temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às suas
próprias necessidades e às de sua família, aí restringe. Ex.: jazigos. Aqui não
está incluso o uso para fins industriais e comerciais. Essa necessidade não é
algo estanque, ela pode aumentar e pode diminuir, e aí nós vamos ver os
critérios que a lei estabelece para ver que necessidades são essas (tem que
levar em consideração a localização, a condição social dessa pessoa que ta
usando a coisa).
No direito de uso eu vou ter o CONCEDENTE (aquele que concede o uso), e eu
vou ter o chamado USUÁRIO. O uso é um usufruto limitado, usufruto anão ou
usufruto em miniatura. Porque ele é muito semelhante ao usufruto, mas ele é
mais limitado.
CARACTERÍSTICAS
• É direito real sobre coisa alheia gratuito ou oneroso igual o usufruto.
• É temporário (igual o usufruto)
• É intransmissível ou incessível (igual o usufruto)
• É personalíssimo (igual o usufruto). Então até agora não vimos diferença
nenhuma do usufruto.
OBJETO
• Bens móveis (infungíveis e inconsumíveis) e imóveis
• Bens Corpóreos (e incorpóreos). Há quem defenda a possibilidade que se
estabeleça sobre bens incorpóreos, mas em regra é sobre bens corpóreos.
MODOS DE CONSTITUIÇÃO
• Ato jurídico inter vivos e causa mortis, mesma coisa do usufruto.
• Sentença Judicial
• Usucapião
OBS: Não pode ser constituído por Lei, ou seja, depende da vontade, então
nesta parte não é igual o usufruto, porque o usufruto tem uma previsão do
usufruto legal.
DIREITOS E DEVERES
Direitos
• Usar a coisa
• Extrair do bem todas os frutos para atender às suas próprias necessidades e
de sua famílias
• Melhorar o bem introduzindo benfeitorias que o tornem mais cômodo ou
agradável. (art. 1412cc). Família aqui não envolve apenas os consaguineos,
envolve também os empregados do usuário, aí a jurisprudência já entendeu que
eu posso incluir outras pessoas que não estão nesse rol se eu demonstrar
necessidade. Se provar a necessidade pode enquadrar até um sobrinho no
direito de família, aqui neste caso.
• Administrar a coisa.
Deveres do usuário:
• Conservar a coisa como se fosse sua
• Não retirar rendimentos ou utilidades que excedem à prevista em lei
• Proteger o bem com as ações possessórias
• Não dificultar ou impedir o exercício dos direitos do proprietário (porque o
proprietário é possuidor indireto, lembrem da composse que nós estudamos lá
atrás - eles inclusive podem entrar com ação possessória um contra o outro).
• Restituir a coisa, pois só detém a sua posse direta, a titulo precário, uma vez
que o uso é temporário.
EXTINÇÃO (art. 1413cc)
Aplica-se às causas de extinção as mesmas do usufruto.
• Morte do usuário
• Advento do prazo final
• Perecimento do objeto
• Consolidação (consolidação é quando se junta na mesma pessoa a condição
de concedente e de usuário, aí extingue o uso). Pode ser por herança ou o
usuário comprou o imóvel.
• Renúncia.
DIREITO DE HABITAÇÃO (Este é o menor deles).
CONCEITO: Direito real temporário de ocupar gratuitamente casa alheia, para
moradia do titular e de sua família (art. 1.414).
CARACTERÍSTICAS
• Direito real limitado
• Personalíssimo (é igual ao de usufruto quanto o de uso).
• Temporário
• Gratuito
• Intransmissível
Igual ao usufruto.
DIREITOS E DEVERES
Direitos
• Morar na casa com a família
• Exigir que o dono respeite o seu direito de moradia
• Defender sua posse pelos meios legais
- Receber indenização pelas benfeitorias necessárias.
Deveres
• Guardar e conservar o prédio
• Não alugar e nem emprestar o imóvel
• Pagar os tributos que recaírem sobre o imóvel
• Restituir o prédio ao proprietário no estado em que recebeu, sob pena de pagar
perdas e danos pelos danos que por sua negligência ocasionar.
Constituição da habitação:
• Por Lei (art. 1.831)
• Por ato inter vivo ou causa mortis
Extinção da habitação:
• Desaparece do mesmo modo que o usufruto e o uso.

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