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A RELAÇÃO SINO-BRASILEIRA E SUA INFLUÊNCIA

NA INFRAESTRUTURA NACIONAL

Logística – 3° Ciclo – Projeto Interdisciplinar III


Guilherme Dias Pereira – dias.guilherme9@gmail.com
Leandro Silva Cavalcanti – Leandro.cavalcanti@fatec.sp.gov.br

Resumo
Este trabalho discute a finalidade dos investimentos chineses no Brasil e
analisa brevemente a relação econômica entre os dois países. Depois de
experimentar a abertura econômica, mas principalmente nas últimas duas
décadas, a China vem procurando “vácuos econômicos” a serem
preenchidos. Esses vácuos são lacunas deixadas pelos países
desenvolvidos pela falta de investimentos em alguns países
subdesenvolvidos. O Brasil aparece sendo um potencial receptor desses
investimentos, face a precariedade de sua infraestrutura.

1.INTRODUÇÃO
O Brasil tem expressado consideráveis problemas em sua infraestrutura,
sendo difícil destacar áreas que não os possuam e que não aproximem-se da
precariedade. Desde a incapacidade do saneamento básico de alcançar toda a
população demandada até a precariedade da estrutura de transportes ou rede
logística do país.
Relações como essas contribuem para que a economia brasileira continue
perdendo competitividade no cenário internacional e mantém a população insatisfeita.
Nas últimas décadas o investimento brasileiro em infraestrutura não é superior
a 2% PIB (Produto Interno Bruto). De acordo com Frischtak, Davies e Noronha (2015)
esse valor não é suficiente nem mesmo para cobrir a depreciação do investimento (o
aumento gradual para que os valores investidos continuem possuindo utilidade
prática). O país precisaria investir em torno de 4% a 6% para se equiparar aos países
semelhantes.
Toda essa situação somada ao período de recessão e crise a qual o país vem
enfrentado, contribuíram para que o Brasil amargurasse na colocação de número 56
no ranking do Banco Mundial que avalia o desempenho logístico dos países
associados, reflexo também da máquina burocrática e dos altos tributos. É sabido que
os gargalos enfrentados como a má qualidade da infraestrutura oferecida e os
empasses de um país burocrático culminam no fato de que apenas 40% das
empresas brasileiras não escolhem o modal rodoviário, e as que escolhem enfrentam
a precariedade das estradas. A densidade da malha rodoviária nacional também é
um impasse, com apenas 0,025km/km2 de área, sendo cerca de 20 vezes menor que
a malha chinesa e estadunidense.
Os portos brasileiros também não conseguem segurar o ritmo internacional e
no quesito infraestrutura portuária do relatório Global Competitiveness Report
referente ao ano de 2018, o Brasil alcança apenas a posição número 105, ficando
atrás de países como Zimbábue e Camboja. O relatório aponta que os principais
problemas portuários no Brasil estão relacionados à tecnologia ultrapassada e à
concentração da atividade em poucos portos.
Do grupo dos países emergentes, o chamado BRICS, o Brasil é o que detém
o menor crescimento de movimentação portuária no ciclo 2017-2018, obtendo
somente 2,7% de um ano para outro e assim chegando a marca de 1,117 bilhão de
toneladas movimentadas (Antaq, 2018).
Além dos problemas estruturais, os portos brasileiros também sofrem com
questões burocráticas. Tributos sobre um container no Brasil podem chegar a ser
duas vezes maiores do que a média dos tributos cobrados pelos outros países da
Organização para a Comércio e Desenvolvimento Econômico(OCDE). Quando
incluídos os subornos e as taxas de terceiros que não fazem parte desta estimativa,
o custo fica extremamente elevado (Abdenur, 2013).
A área com menores incidências de problemas, apesar de existentes, é o setor
energético que possui uma distribuição mais eficiente, funcionando melhor do que
qualquer outro ramo da infraestrutura nacional, sendo o maior receptor de
investimento privado e considerado um dos principais pontos da economia. O
processo de privatização experimentado nos anos 90, em decorrência dos problemas
fiscais das companhias energéticas estatais contribuíram para o fortalecimento do
setor. Hoje, o Brasil também é considerado um modelo na geração de energia por
meios sustentáveis e com baixa agressão ao meio ambiente.
A maior deficiência aqui está para o valor cobrado pela energia. Em
decorrência dá alta carga tributária do Brasil e do controle de preços pelas
fornecedoras no pós-privatização, o consumidor final acaba por receber o maior
impacto dessa cadeia.

2. INTERESSE CHINÊS NO BRASIL


A China é o maior parceiro comercial do Brasil, segundo estatísticas do Mdic,
sendo o país que mais importa produtos brasileiros e que mais exporta para o Brasil.
Devido a essa frutífera relação comercial, empresas chinesas e, consequentemente,
o governo chinês, veem com grande interesse o desenvolvimento da infraestrutura
brasileira, visando tanto a facilitação da produção que atende ao mercado chinês
quanto o inverso.
Entre 2007 e 2017, foram investidos cerca de US$ 55 bilhões, segundo o
Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), em 145 empreendimentos e para os
chineses a tendência de seus investimentos tem origem tanto no interesse das
empresas chinesas em ampliar a relação entre os países quanto na demanda pela
privatização de estatais no Brasil que vem sendo uma crescente.
Em 2017, ocorreu, ainda segundo o Conselho Empresarial Brasil-China
(CEBC), a maior concentração de investimentos, cerca de US$ 8,8 bilhões cuja maior
parte, por volta de US$ 6 bilhões, dedicados exclusivamente ao setor energético e
elétrico que teve como principal marco o início das operações hidrelétricas de
empresas como Shanghai Eletric e Spic Pacific Energy no Brasil.
Em 2018, apesar de uma queda de 66% do valor em investimentos
confirmados em relação ao ano anterior, totalizando cerca de US$ 3 bilhões, a
quantidade de investimento continua se mostrando significativa.
Em meio às incertezas sobre o ambiente de negócios que se instalou em 2018
devido ao início de um novo momento político no Brasil, as empresas chinesas ainda
se mostraram relativamente confiantes em investir em projetos no país. A modalidade
de investimento que mais atraiu capital chinês em 2018 foi a do tipo greenfield, que é
realizada em empresas ainda em estágio inicial, chegando a 47% dos investimentos
realizados nesse ano, seguida por fusões e aquisições com 43% e por fim com 10%
as joint ventures.
A chinesa Alibaba, em 2018, fez uma proposta para adquirir a concessão do
aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, para a criação de um centro de
distribuição, segundo o Boletim sobre Investimentos Chineses no Brasil - nº 7 do
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. A CCCC (China
Communications Construction Company), também segundo o Boletim sobre
Investimentos Chineses no Brasil - nº 7 do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, retomou negociações para investir na Ferrovia
Transnordestina e no Terminal de Minérios do Porto de Suape. E ainda segundo o
boletim, investimentos chineses foram iniciados também em obras realizadas no
Porto de São Luís, no Maranhão
Essa confiança ainda apresentada pelos chineses mesmo em um momento
tão conturbado e estagnado da economia brasileira se deve à relação de troca
comercial entre os dois países, que, durante o período se manteve de forma estável
e que manteve o Brasil em primeiro lugar do ranking de países que recebem
investimentos chineses na América Latina e Caribe, recebendo mais do que o dobro
de investimentos que o segundo colocado Peru.

3. CONSEQUENCIAS DA RELAÇÃO SINO-BRASILEIRA


Com o interesse de Pequim por internacionalizar sua máquina empresarial no
início do século, principalmente aquelas ligadas em departamentos de vital
importância pra o desenvolvimento, como infraestrutura e tecnologia, o Brasil passou
a receber uma infindável onda de investimentos desse país. Hoje é fato afirmar que
as mais diversas empresas chinesas operam no mundo todo investindo em projetos
de todos os tipos, mas não se limitando a essa maneira.
Nos últimos anos, com a lacuna de influência causada pelo fim da guerra fria
na América Latina, a própria China passou a tratar a região como um ponto vital para
o seus investimentos, sendo o brasil onde essa participação mostra-se mais
relevante. Isso quando busca-se uma justificativa geopolítica.
Fica claro que os investimentos chineses mais significativos feitos no Brasil
são de empresas estatais. Segundo dados da CEBC, mais de 60% dos investimentos
que foram adiante tem origem em estatais chinesas. Essas empresas buscam
alinhamento com a política de longo prazo do estado chinês que espera aumentar
cada vez mais sua zona de influência.
Com a China praticando uma economia baseada em exportação desde a sua
abertura econômica, a modernização da sua infraestrutura logística e por
consequência da sua infraestrutura portuária, foram de suma importância para que
ela fosse capaz lidar com uma movimentação tão expressiva em seus portos.
Os investimentos na malha rodoviária que hoje é ainda maior que a dos
Estados Unidos da América (Xiong, 2010) e a conexão dos seus portos com sistemas
de navegação em rios que cortam o país para a distribuição interna e que também
são utilizados para o escoamento da produção para a exportação são duas das
principais diferenças entre a atual infraestrutura logística da China para a do Brasil.
Com planos e interesses concretos em Ferrovia de Integração Oeste-Leste,
que ligará o Tocantins à Bahia, e a Ferrogrão, conectando os estados de Mato Grosso
e Pará, os chineses tendem a suprir uma demanda crescente por meios de transporte
que podem substituir ou desafogar o modal rodoviário cuja precariedade causa efeitos
muito perceptíveis como a greve dos caminhoneiros em 2018.
A gigante chinesa CCCC, que concretizou o investimento de R$800 milhões
no porto de São Luís em 2018, tem a previsão de gerar por volta de 4 mil empregos,
somente com este empreendimento. Em um país como o Brasil, cujo desemprego,
segundo o IBGE, atinge 11,8% da população, este tipo de empreendimento se mostra
muito importante, especialmente por se situar em uma das regiões menos exploradas
comercialmente. A mesma CCCC, em 2019, anunciou uma parceria com a brasileira
Vale para a construção de uma usina e aço em Marabá, no Pará, cujo investimento
será de R$1,5 bilhão.
Visto o interesse do gigante asiático no país, pode-se dizer que a relação entre
ambos tende a ser proveitosa. Mesmo que parte de um grupo que ainda não alcançou
a posição protagonista na política internacional, a China detém de uma infraestrutura
que rivaliza com os países em tal posição. A aplicação desse modelo por meio dos
seus investimentos em solo brasileiro, ajudam a acelerar o processo também para o
Brasil.
A China destina para o Brasil várias empresas que procuram um lugar para
investir o seu dinheiro, mas o Brasil também tem a oferecer para a China, além de ser
um dos principais fornecedores de alimentos para a população chinesa, também
exportou cerca de 63 milhões de dólares para a China no ciclo 2017-2018 e importou
dos chineses pouco mais de 34 milhões de dólares (Mdic, 2019). Essa relação
comercial torna a China o principal destino de exportações brasileiras e a principal
origem das importações que o Brasil recebe.
O interesse chinês acaba por modernizar a infraestrutura brasileira, reduz
custos logísticos no Brasil e consequentemente diminuem custos das suas
importações do Brasil e ainda aumentam o potencial de exportação para o mesmo,
sendo isso, a China busca aprofundar seus investimentos em solo brasileiro cada vez
mais (Abdenur, 2013).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em mente a situação do Brasil no mercado internacional, onde ele vem
perdendo espaço pela falta de renovação e investimento, e no mercado nacional,
onde a infraestrutura interna já não é mais suficiente, surgem questionamentos sobre
a melhor forma de lidar com essas adversidades.
Ainda que, segundo Abdenur, os governos latino-americanos, e por
consequência o brasileiro, não tendem a estarem aptos a captação e aplicação
eficiente de investimento estrangeiro, o caso com a China toma caminhos diferentes.
Na estagnação brasileira, a maior movimentação de capital no país tem sido
chinesa. Algo que se apresenta como uma alternativa a situação de crise que o país
enfrenta. Em um momento em que o investimento internacional dentro do país tem se
tornado escasso e cada vez menor, a China parece seguir na contramão dessa
tendência e indubitavelmente vem trazendo investimentos pra setores considerados
carentes.
REFERÊNCIAS

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