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NA INFRAESTRUTURA NACIONAL
Resumo
Este trabalho discute a finalidade dos investimentos chineses no Brasil e
analisa brevemente a relação econômica entre os dois países. Depois de
experimentar a abertura econômica, mas principalmente nas últimas duas
décadas, a China vem procurando “vácuos econômicos” a serem
preenchidos. Esses vácuos são lacunas deixadas pelos países
desenvolvidos pela falta de investimentos em alguns países
subdesenvolvidos. O Brasil aparece sendo um potencial receptor desses
investimentos, face a precariedade de sua infraestrutura.
1.INTRODUÇÃO
O Brasil tem expressado consideráveis problemas em sua infraestrutura,
sendo difícil destacar áreas que não os possuam e que não aproximem-se da
precariedade. Desde a incapacidade do saneamento básico de alcançar toda a
população demandada até a precariedade da estrutura de transportes ou rede
logística do país.
Relações como essas contribuem para que a economia brasileira continue
perdendo competitividade no cenário internacional e mantém a população insatisfeita.
Nas últimas décadas o investimento brasileiro em infraestrutura não é superior
a 2% PIB (Produto Interno Bruto). De acordo com Frischtak, Davies e Noronha (2015)
esse valor não é suficiente nem mesmo para cobrir a depreciação do investimento (o
aumento gradual para que os valores investidos continuem possuindo utilidade
prática). O país precisaria investir em torno de 4% a 6% para se equiparar aos países
semelhantes.
Toda essa situação somada ao período de recessão e crise a qual o país vem
enfrentado, contribuíram para que o Brasil amargurasse na colocação de número 56
no ranking do Banco Mundial que avalia o desempenho logístico dos países
associados, reflexo também da máquina burocrática e dos altos tributos. É sabido que
os gargalos enfrentados como a má qualidade da infraestrutura oferecida e os
empasses de um país burocrático culminam no fato de que apenas 40% das
empresas brasileiras não escolhem o modal rodoviário, e as que escolhem enfrentam
a precariedade das estradas. A densidade da malha rodoviária nacional também é
um impasse, com apenas 0,025km/km2 de área, sendo cerca de 20 vezes menor que
a malha chinesa e estadunidense.
Os portos brasileiros também não conseguem segurar o ritmo internacional e
no quesito infraestrutura portuária do relatório Global Competitiveness Report
referente ao ano de 2018, o Brasil alcança apenas a posição número 105, ficando
atrás de países como Zimbábue e Camboja. O relatório aponta que os principais
problemas portuários no Brasil estão relacionados à tecnologia ultrapassada e à
concentração da atividade em poucos portos.
Do grupo dos países emergentes, o chamado BRICS, o Brasil é o que detém
o menor crescimento de movimentação portuária no ciclo 2017-2018, obtendo
somente 2,7% de um ano para outro e assim chegando a marca de 1,117 bilhão de
toneladas movimentadas (Antaq, 2018).
Além dos problemas estruturais, os portos brasileiros também sofrem com
questões burocráticas. Tributos sobre um container no Brasil podem chegar a ser
duas vezes maiores do que a média dos tributos cobrados pelos outros países da
Organização para a Comércio e Desenvolvimento Econômico(OCDE). Quando
incluídos os subornos e as taxas de terceiros que não fazem parte desta estimativa,
o custo fica extremamente elevado (Abdenur, 2013).
A área com menores incidências de problemas, apesar de existentes, é o setor
energético que possui uma distribuição mais eficiente, funcionando melhor do que
qualquer outro ramo da infraestrutura nacional, sendo o maior receptor de
investimento privado e considerado um dos principais pontos da economia. O
processo de privatização experimentado nos anos 90, em decorrência dos problemas
fiscais das companhias energéticas estatais contribuíram para o fortalecimento do
setor. Hoje, o Brasil também é considerado um modelo na geração de energia por
meios sustentáveis e com baixa agressão ao meio ambiente.
A maior deficiência aqui está para o valor cobrado pela energia. Em
decorrência dá alta carga tributária do Brasil e do controle de preços pelas
fornecedoras no pós-privatização, o consumidor final acaba por receber o maior
impacto dessa cadeia.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em mente a situação do Brasil no mercado internacional, onde ele vem
perdendo espaço pela falta de renovação e investimento, e no mercado nacional,
onde a infraestrutura interna já não é mais suficiente, surgem questionamentos sobre
a melhor forma de lidar com essas adversidades.
Ainda que, segundo Abdenur, os governos latino-americanos, e por
consequência o brasileiro, não tendem a estarem aptos a captação e aplicação
eficiente de investimento estrangeiro, o caso com a China toma caminhos diferentes.
Na estagnação brasileira, a maior movimentação de capital no país tem sido
chinesa. Algo que se apresenta como uma alternativa a situação de crise que o país
enfrenta. Em um momento em que o investimento internacional dentro do país tem se
tornado escasso e cada vez menor, a China parece seguir na contramão dessa
tendência e indubitavelmente vem trazendo investimentos pra setores considerados
carentes.
REFERÊNCIAS
FORUM, World Economic (org.). The Global Competitiveness Report. [S. l.], 2019.
Disponível em: http://reports.weforum.org/global-competitiveness-report-
2018/competitiveness-rankings/#series=EOSQ487. Acesso em: 25 set. 2019.
ROMILDO, José. China pretende ampliar investimentos no Brasil. Agência Brasil , [s.
l.], 27 abr. 2019. Disponível em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2019-04/china-pretende-ampliar-
investimentos-no-brasil. Acesso em: 2 nov. 2019.
MDIC.
Exportações, Importações e Balança Comercial - Parceiro: China, anual. Disponível
em http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-
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SANTANA , Carlos Felipe Vieira. Políticas de Infraestrutura Energética e Capacidades
Estatais nos BRICS. IPEA, [S. l.], p. 1-63, 30 mar. 2015.