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61. UFAM 2015 a.

Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas

Leia o primeiro poema da série intitulada “O Ovo de galinha”, b. Somente as afirmativas, I, II e III estão corretas
cujo autor é João Cabral de Melo Neto:
c. Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas

d. Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas


Ao olho mostra a integridade e. Todas as afirmativas estão corretas
de uma coisa num bloco, um ovo.
Numa só matéria, unitária,
maciçamente ovo, num todo. 62. PUC-SP 2012

Bilhete a Baudelaire

Poeta, um pouco à tua maneira


Sem possuir um dentro e um fora,
E para distrair o spleen
tal como as pedras, sem miolo:
Que estou sentindo vir a mim
e só miolo: o dentro e o fora
Em sua ronda costumeira
integralmente no contorno.
Folheando-te, reencontro a rara
Delícia de me deparar
Com tua sordidez preclara
No entanto, se ao olho se mostra
Na velha foto de Carjat
unânime em si mesmo, um ovo,
Que não revia desde o tempo
a mão que o sopesa descobre
Em que te lia e te relia
que nele há algo suspeitoso:
A ti, a Verlaine, a Rimbaud...
Como passou depressa o tempo
Como mudou a poesia
que seu peso não é o das pedras,
Como teu rosto não mudou!
inanimado, frio, goro;
que o seu é um peso morno, túmido, O poema é de Vinicius de Moraes. Indique a alternativa que
um peso que é vivo e não morto. NÃO condiz com o que se verifica no texto.

a. Apresenta linguagem de função apelativa, porque, além


do emprego da forma vocativa, utiliza também o universo da
Sobre o poema, afirma-se:
segunda pessoa gramatical.

b. Faz referência a três poetas românticos franceses, cujas


I. Causa-nos estranhamento, em virtude de quebrar a
obras, marcadas pelo spleen, motivaram a elaboração do
identificação automática que temos de um ovo.
presente poema.
II. As duas últimas estrofes opõem-se às duas primeiras; c. Organiza-se a partir de um esquema de rima que, quanto
estas exploram o sentido da visão, aquelas o do tato. à posição, se mostra muito variado.
III. Os versos são octossílabos e, em todas as estrofes, o d. Estrutura-se num poema de forma fixa, como um soneto
segundo e o quarto verso apresentam rimas toantes. moderno, cujos versos, do ponto de vista da métrica,
IV. A primeira estrofe apresenta uma ideia (a tese), que se classificam-se como octossilábicos.
contradiz (a antítese); no final, aparece uma surpresa (a e. É um poema em que o eu lírico, sob a dimensão da
síntese). passagem do tempo, se admira da mudança da arte / obra e
da permanência da imagem.

Assinale a alternativa correta:


GABARITO: 61) e, 62) b,

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1. Stoodi Que a vida é traição,
E saudava a matéria que passava
Mãe (Sérgio Capparelli)
Liberta para sempre da alma extinta.
De patins, de bicicleta,
Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova
de carro, de avião,
Fronteira, 1993. p. 155.
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião; Em termos estruturais, verifica-se, no poema, a presença de
de barco, de velocípedes, versos
a cavalo num trovão,
a. livres.
nas cores do arco-íris,
no rugido de um leão; b. brancos.
na graça de um golfinho
c. regulares.
e no germinar do grão.
Teu nome eu trago, mãe, d. polimétricos.
na palma da minha mão.

Sobre o poema MÃE, marque (V) para verdadeiro e (F) para 3. Stoodi
falso e a seguir assinale a alternativa correta: "Aos que me dão lugar no bonde
( ) Ele é composto de 12 estrofes e 1 verso. e que conheço não sei de onde,
( ) Ele é composto de 1 estrofe e 12 versos. aos que me dizem terno adeus
( ) Fala sobre o amor da mãe para o filho. sem que lhes saiba os nomes seus"
( ) Fala sobre o amor do filho para a mãe. (Carlos Drummond de Andrade)
a. F-F-F-F Os versos acima possuem rimas:
b. F-V-F-V
a. Emparelhadas
c. V-F-V-F
b. Internas
d. V-V-V-V
c. Cruzadas
e. F-F-V-V
d. N.d.a

2. UEG 2012
4. Stoodi
Momento num café
Leia atentamente o poema abaixo:
Manuel Bandeira
Poetas Velhos [Paulo Leminski]
Quando o enterro passou
Bom dia, poetas velhos.
Os homens que se achavam no café
Me deixem na boca
Tiraram o chapéu maquinalmente
o gosto dos versos
Saudavam o morto distraídos
mais fortes que não farei.
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida Dia vai vir que os saiba
Confiantes na vida. tão bem que vos cite
como quem tê-Ios
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
um tanto feito também,
Olhando o esquife longamente.
acredite.
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem
finalidade, Assinale a alternativa correta:

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a. o poema tem dois versos e nove estrofes Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
b. este texto é um soneto
De repente, não mais que de repente.
c. o poema tem duas estrofes e nove versos
(Vinícius de Morais)
d. O poema está errado, pois ele usa pontuação e nesse tipo
de texto não há uso deste recurso. Releia com atenção a terceira estrofe:

"De repente, não mais que de repente


5. Stoodi Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente"
Qual das estrofes abaixo possui rimas cruzadas?
"De repente" (advérbio)
a. Eu, filho do carbono e do amoníaco,
"contente" (adjetivo)
Monstro de escuridão e rutilância
Sofro, desde a epigénese da infância. Esta rima que se processa entre palavras de classe
A influência má dos signos do zodíaco gramatical diferente recebe o nome de:
(Augusto dos Anjos)
a. interna
b. Minha desgraça, não, não e ser poeta,
b. rara
Nem na terra de amor não ter um eco,
É meu anjo de Deus, o meu planeta c. preciosa
Tratar-me como trata-se um boneco d. pobre
(Álvares de Azevedo)
e. rica

c. Aos que me dão lugar no bonde


e que conheço não sei de onde, 7. FAAP 1997
aos que me dizem terno adeus AS POMBAS
sem que lhes saiba os nomes seus
(Carlos Drummond de Andrade) Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
d. Todas as alternativas possuem rimas cruzadas De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada
6. FAAP 1996 E à tarde, quando a rígida nortada
SONETO DE SEPARAÇÃO Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
De repente do riso fez-se o pranto
Voltam todas em bando e em revoada...
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma Também dos corações onde abotoam,
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. Os sonhos, um por um, céleres voam
Como voam as pombas dos pombais;
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama No azul da adolescência as asas soltam,
E da paixão fez-se o pressentimento Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam
E do momento imóvel fez-se o drama. E eles aos corações não voltam mais...

De repente, não mais que de repente (Raimundo Correia)


Fez-se de triste o que se fez amante
O poema é um soneto; porque tem:
E de sozinho o que se fez contente
a. dois quartetos e dois tercetos

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b. rima 22 buzina a cigarra
23 ninguém vê a barra
c. medida
24 pois barra não tem
d. ritmo
25 Sem chuva na terra
e. sonoridade 26 descamba janeiro
27 até fevereiro
8. Stoodi 28 no mesmo verão
29 reclama o roceiro
Dos tipos textuais abaixo, qual NÃO pode ser classiflcado 30 dizendo consigo:
como prosa? 31 meu Deus é castigo
a. Crônica 32 não chove mais não

b. Conto 33 Apela pra março


34 o mês preferido
c. Romance
35 do santo querido
d. Verso 36 senhor São José
37 sem chuva na terra
e. Notícia
38 está tudo sem jeito
39 lhe foge do peito
9. UFC 2008 40 o resto da fé
A TRISTE PARTIDA 41 Assim diz o velho
01 Passou-se setembro 42 sigo noutra trilha
02 outubro e novembro 43 convida a família
03 estamos em dezembro 44 e começa a dizer:
04 meu Deus que é de 45 Eu vendo o burro
05 assim diz o pobre 46 o jumento e o cavalo
06 do seco Nordeste 47 nós vamos a São Paulo
07 com medo da peste 48 viver ou morrer
08 e da fome feroz 49 Nós vamos a São Paulo
09 A treze do mês 50 que a coisa está feia
10 fez a experiência 51 por terra alheia
11 perdeu sua crença 52 nós vamos vagar
12 nas pedras de sal 53 se o nosso destino
13 com outra experiência 54 não for tão mesquinho
14 de novo se agarra 55 pro mesmo cantinho
15 esperando a barra 56 nós torna a voltar
16 do alegre Natal 57 Venderam o burro
17 Passou-se o Natal 58 jumento e cavalo
18 e a barra não veio 59 até mesmo o galo
19 o sol tão vermeio 60 venderam também
20 nasceu muito além 61 e logo aparece
21 na copa da mata 62 um feliz fazendeiro

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63 por pouco dinheiro 103 aquela família
64 lhe compra o que tem 104 não volta mais não

65 Em cima do carro 105 Se por acaso um dia


66 se junta a família 106 ele tem por sorte
67 chega o triste dia 107 notícia do Norte
68 já vão viajar 108 o gosto de ouvir
69 a seca é terrível 109 saudade no peito
70 que tudo devora 110 lhe bate de molhos
71 lhe bota pra fora 111 as águas dos olhos
72 do torrão natá 112 começam a cair
(...)
113 Distante da terra
73 O carro embalado 114 tão seca mas boa
74 no topo da serra 115 sujeito à garoa
75 olhando pra terra 116 à lama e ao paul
76 seu berço seu lar 117 é triste se ver
77 aquele nortista 118 um nortista tão bravo
78 partido de pena 119 viver sendo escravo
79 de longe acena 120 na terra do Sul
80 adeus, Ceará
ASSARÉ, Patativa. "A Triste Partida". In: Cordéis e Outros
81 Chegaram em São Paulo Poemas, Fortaleza: Edições UFC, 2006, p. 9-13.
82 sem cobre e quebrado
Releia a quarta estrofe do poema:
83 o pobre acanhado
84 procura um patrão "Sem chuva na terra
85 só vê cara feia descamba janeiro
86 de uma estranha gente até fevereiro
87 tudo é diferente no mesmo verão
88 do caro torrão reclama o roceiro
dizendo consigo:
89 Trabalha um ano
meu Deus é castigo
90 dois anos mais anos não chove mais não"

91 e sempre no plano Assinale a alternativa que apresenta todas as informações


corretas acerca da construção da estrofe, no tocante ao:
92 de um dia inda vim
NÚMERO DEVERSOS
93 o pai de família
NÚMERO DE SÍLABAS DE CADA VERSO
94 triste maldizendo
ESQUEMA DE RIMAS
95 assim vão sofrendo
a. oitava - cinco - ABBCBDDC
96 tormento sem fim
b. oitava - sete - ABBCBDDC
97 O pai de família
98 ali vive preso c. oitava - cinco - ABBCADDC
99 sofrendo desprezo d. décima - seis - ABBCADDC
100 e devendo ao patrão
e. décima - sete - ABBCBDDC
101 o tempo passando
102 vai dia e vem dia

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10. Stoodi Morrer agarrado com ele.
Talvez me salve. Como – espero –
Observe os versos abaixo, da autoria de Vinicius de Moraes:
Minha mãe, minha irmã, meu pai.
De repente do riso fez-se o pranto
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de
Silencioso e branco como a bruma
Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 270.
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto Em relação à sua estrutura, o poema apresenta

Qual a classificação das rimas contidas nesta estrofe? a. versos heptassílabos ou heptassilábicos.

a. Pobres b. versos octossílabos ou octossilábicos.

b. Ricas c. rimas esdrúxulas na primeira estrofe.

c. Preciosas d. rimas esdrúxulas na segunda estrofe.

d. N.d.a
13. FAAP 1996

11. Stoodi Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,


entra, e sob este teto encontrarás carinho:
Mas que na forma se disfarce o emprego
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho.
Do esforço: e trama viva se construa
Vives sozinha sempre e nunca foste amada.
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego. A neve anda a branquear lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Em relação ao trecho acima, de Olavo Bilac, podemos dizer
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
que é composto por rimas...
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
a. Pobres
E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
b. Ricas essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
c. Preciosas podes partir de novo, ó nômade formosa!

d. N.d.a Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:


Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
12. UEG 2013
(Alceu Wamosy)
CRUCIFIXO
RICA é a rima que se processa entre palavras de classe
É um crucifixo de marfim
gramatical diferente, como esta:
Ligeiramente amarelado,
Pátina do tempo escoado. a. cansada / amada
Sempre o vi patinado assim.
b. estrada / alvorada
Mãe, irmã, pai meus estreitado c. ninho / caminho
Tiveram-no ao chegar o fim.
Hoje, em meu quarto colocado, d. radiosa / formosa
Ei-lo velando sobre mim. e. sozinha / minha

E quando se cumprir aquele


Instante, que tardando vai, 14. FMU
De eu deixar esta vida, quero

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"De tudo, ao meu amor serei atento O nada que é
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Um canavial tem a extensão
Que mesmo em face do maior encanto
ante a qual todo metro é vão.
Dele se encanto mais meu pensamento".
(Soneto da Felicidade - Vinícius de Morais) Tem o escancarado do mar
que existe para desafiar
Na estrofe acima o:
que números e seus afins
a. primeiro verso é esdrúxulo
possam prendê-lo nos seus sins.
b. terceiro verso é agudo
Ante um canavial a medida
c. quarto verso é grave métrica é de todo esquecida,
d. n.d.a porque embora todo povoado
povoa-o o pleno anonimato
15. Stoodi que dá esse efeito singular:
Diz-se que um verso é eneassílabo quando contém: de um nada prenhe como o mar.

a. 5 sílabas poéticas (João Cabral de Melo Neto. Museu de tudo e depois, 1988.)

b. 11 sílabas poéticas O poema está organizado em versos de

c. 6 sílabas poéticas a. dez sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia
d. 12 sílabas poéticas descaracterizada pela falta de emoção.

e. 9 sílabas poéticas b. oito sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia
de expressão emocional contida.

c. doze sílabas poéticas que traduzem a visão de uma


16. Stoodi
poesia que prima pela razão, mas sem abrir mão da
Cantiga: emoção.

"Nas ondas da praia d. cinco sílabas poéticas que traduzem a visão de uma
Nas ondas do mar poesia de expressão sentimental exagerada.
Quero ser feliz
e. sete sílabas poéticas que traduzem a visão de uma poesia
Quero me afogar"
de equilíbrio entre razão e sentimentalismo.

(Manuel bandeira)
18. UNESP 2012
Podemos afirmar que os versos que compõem a estrofe
acima são: Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).

a. Hexassílabos 18

b. Heptassílabos Não vês aquele velho respeitável,


que à muleta encostado,
c. Decassílabos
apenas mal se move e mal se arrasta?
d. Eneassílabos Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
e. Pentassílabos o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!

17. UNIFESP 2014

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Enrugaram-se as faces e perderam (Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias.
seus olhos a viveza: Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
Assinale a alternativa que indica a ordem em que os versos
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
de dez e de seis sílabas se sucedem nas oito estrofes do
nem tem uma beleza
poema.
das belezas que teve.
a. 6, 10, 6, 6, 10, 10.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos, b. 10, 6, 10, 10, 6, 6.
que o ímpio tempo para todos corre.
c. 10, 10, 6, 10, 6, 6.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos, d. 10, 6, 10, 6, 10, 6.
que evita só quem morre. e. 6, 10, 6, 10, 6, 6.
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa. 19. UNESP 2014
Não trarei a muleta carregada,
A questão a seguir abordam um poema de Raul de Leoni
descansarei o já vergado corpo
(1895-1926).
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada. A alma das cousas somos nós...

As frias tardes, em que negra nuvem Dentro do eterno giro universal


os chuveiros não lance, Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,
irei contigo ao prado florescente: Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
aqui me buscarás um sítio ameno, Nada mais, na verdade,
onde os membros descanse, Nunca mais se repete exatamente...
e ao brando sol me aquente.
Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente
Apenas me sentar, então, movendo Que no-las leva e traz, num círculo fatal;
os olhos por aquela O que varia é o espírito que as sente
vistosa parte, que ficar fronteira, Que é imperceptivelmente desigual,
apontando direi: — Ali falamos, Que sempre as vive diferentemente,
ali, ó minha bela, E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...
te vi a vez primeira.
Estado de alma em fuga pelas horas,
Verterão os meus olhos duas fontes, Tons esquivos e trêmulos, nuanças
nascidas de alegria; Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris
farão teus olhos ternos outro tanto; Da sensibilidade furta-cor...
então darei, Marília, frios beijos E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas
na mão formosa e pia, E a vida somos nós, que sempre somos outros!...
que me limpar o pranto. Homem inquieto e vão que não repousas!
Para e escuta:
Assim irá, Marília, docemente
Se as cousas têm espírito, nós somos
meu corpo suportando
Esse espírito efêmero das cousas,
do tempo desumano a dura guerra.
Volúvel e diverso,
Contente morrerei, por ser Marília
Variando, instante a instante, intimamente,
quem, sentida, chorando
E eternamente,
meus baços olhos cerra.
Dentro da indiferença do Universo!...

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(Luz mediterrânea, 1965.) a. Heptassílabos – rima toante.

Embora pareça constituído de versos livres modernistas, o b. Octossílabos – rima toante.


poema em questão ainda segue a versificação medida, c. Hexassílabos – rima consoante.
combinando versos de diferentes extensões, com
predomínio dos de doze e dez sílabas métricas. Assinale a d. Octossílabos – rima consoante.
alternativa que indica, na primeira estrofe, pela ordem em e. Heptassílabos – rima consoante.
que surgem, os versos de dez sílabas métricas,
denominados decassílabos.
21. UNESP 2015
a. 1 e 5.
O Azulão e os tico-ticos
b. 3 e 4.
Do começo ao fim do dia,
c. 1, 2 e 3. um belo Azulão cantava,
d. 2 e 3. e o pomar que atento ouvia
o seus trilos de harmonia,
e. 1, 3 e 5.
cada vez mais se enflorava.

Se um tico-tico e outras aves


20. UNIFESP 2011
vaiavam sua canção...
De tudo que é nego torto mais doce ainda se ouvia
Do mangue e do cais do porto a flauta desse Azulão.
Ela já foi namorada
Um papagaio, surpreso
O seu corpo é dos errantes
de ver o grande desprezo,
Dos cegos, dos retirantes
do Azulão, que os desprezava,
É de quem não tem mais nada
um dia em que ele cantava
Dá-se assim desde menina
e um bando de tico-ticos
Na garagem, na cantina
numa algazarra o vaiava,
Atrás do tanque, no mato
lhe perguntou: 1“Azulão,
É a rainha dos detentos
olha, dize-me a razão
Das loucas, dos lazarentos
por que, quando estás cantando
Dos moleques do internato
e recebes uma vaia
E também vai amiúde
desses garotos joviais,
Co’os velhinhos sem saúde
tu continuas gorgeando
E as viúvas sem porvir
e cada vez canta mais?!”
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade Numas volatas sonoras,
Vive sempre a repetir o Azulão lhe respondeu:
Joga pedra na Geni “Caro Amigo! Eu prezo muito
Joga pedra na Geni esta garganta sublime
Ela é feita pra apanhar e esta voz maravilhosa...
Ela é boa de cuspir este dom que Deus me deu!
Ela dá pra qualquer um
Quando, há pouco, eu descantava,
Maldita Geni
pensando não ser ouvido
(Chico Buarque. Geni e o zepelim.) nestes matos por ninguém,
2
um Sabiá*, que me escutava,
Indique a alternativa que identifica corretamente, de modo
num capoeirão, escondido,
respectivo, a métrica e a natureza predominante das rimas.

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gritou de lá: — meu colega, a. variação de ritmo e quebra de rimas.
bravos! Bravos... muito bem!
b. ausência de ritmo e igualdade de rimas.
Pergunto agora a você: c. alternância de redondilha maior e menor e simetria de
quem foi um dia aplaudido rimas.
pelo príncipe dos cantos
de celestes harmonias, d. redondilha menor e rimas opostas e emparelhadas.
(irmão de Gonçalves Dias, e. igualdade de métrica e de esquemas das palavras que
um dos cantores mais ricos...) rimam.
— que caso pode fazer
das vaias dos tico-ticos?”
23. Stoodi
* Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa está
Gestos amorosos
representado neste Sabiá, pois foi a “Águia de Haia” um dos
maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Rubem Alves
Poemas bravios.

Poemas escolhidos, s/d.


Dei-me conta de que estava velho cerca de 25 anos atrás.
Se, nos versos da referência 2, as palavras “Sabiá” e Já contei o ocorrido várias vezes, mas vou contá-lo
“capoeirão” fossem pronunciadas “sa-bi-á” e “ca-po-ei-rão”, novamente. Era uma tarde em São Paulo. Tomei um metrô.
tais versos quebrariam o padrão e o ritmo dos demais, pois Estava cheio. Segurei-me num balaústre sem problemas. Eu
passariam a ser não tinha dificuldades de locomoção. Comecei a fazer algo
que me dá prazer: ler o rosto das pessoas.
a. heptassílabos.

b. octossílabos. Os rostos são objetos oníricos: fazem sonhar. Muitas


crônicas já foram escritas provocadas por um rosto – até
c. eneassílabos. mesmo o nosso – refletido no espelho. Estava eu entregue a
d. hexassílabos. esse exercício literário quando, ao passar de um livro para
outro, isto é, de um rosto para outro, defrontei-me com uma
e. decassílabos.
jovem assentada que estava fazendo comigo aquilo que eu
estava fazendo com os outros. 1Ela me olhava com um rosto
22. PUC-SP 2007 calmo e não desviou o olhar quando os seus olhos se
encontraram com os meus. Prova de que ela me achava
O teatro de Gil Vicente caracteriza-se por ser
bonito. Sorri para ela, ela sorriu para mim... Logo o sonho
fundamentalmente popular. E essa característica
sugeriu uma crônica: "Professor da Unicamp se encontra,
manifesta-se, particularmente, em sua linguagem poética,
num vagão de metrô, com uma jovem que seria o amor de
como ocorre no trecho a seguir, de "O Auto da Barca do
sua vida..."
Inferno".
Foi então que ela me fez um gesto amoroso: ela se levantou
Ó Cavaleiros de Deus,
e me ofereceu o seu lugar... Maldita delicadeza! O seu gesto
A vós estou esperando,
amoroso me humilhou e perfurou o meu coração... E eu não
Que morrestes pelejando
tive alternativas. Como rejeitar gesto tão delicado!
Por Cristo, Senhor dos Céus!
Remoendo-me de raiva e sorrindo, assentei-me no lugar que
Sois livres de todo o mal,
ela deixara para mim. Sim, sim, ela me achara bonito. Tão
Mártires da Madre Igreja,
bonito quanto o seu avô... Aconteceu faz mais ou menos um
Que quem morre em tal peleja
mês. Era a festa de aniversário de minha nora. Muitos
Merece paz eternal.
amigos, casais jovens, segundo minha maneira de avaliar a
No texto, fala final do Anjo, temos no conjunto dos versos idade. Eu estava assentado numa cadeira num jardim

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observando de longe. Nesse momento chegou um jovem a. “Foi justamente essa palavra que me obrigou a levantar
casal amigo. Quando a mulher jovem e bonita me viu, veio para provar que eu era ainda capaz de levantar-me e
em minha direção para me cumprimentar. Fiz um gesto de assentar-me.” (referência 3)
levantar-me. Mas ela, delicadíssima, me disse: "Não, fique
b. “Ela me olhava com um rosto calmo e não desviou o olhar
2assentadinho aí..." Se ela me tivesse dito simplesmente
quando os seus olhos se encontraram com os meus.”
"Não é preciso levantar", eu não teria me perturbado. Mas o
(referência 1)
fio da navalha estava precisamente na palavra
"assentadinho". Se eu fosse moço, ela não teria dito c. “Pra começar, não entendo por que "velho" é
"assentadinho". 3Foi justamente essa palavra que me politicamente incorreto. "Idoso" é palavra de fila de banco e
obrigou a levantar para provar que eu era ainda capaz de de fila de supermercado; "velho", ao contrário, pertence ao
levantar-me e assentar-me. Fiquei com dó dela porque eu, universo da poesia.” (referência 5)
no meio de uma risada, disse-lhe que ela acabava de dar-me d. “Então essa expressão "melhor idade" só pode ser
uma punhalada... gozação.” (referência 6)
Contei esse acontecido para uma amiga, mais ou menos da
minha idade. E ela me disse: "Estou só esperando que 24. ENEM 2014
alguém venha até mim e, com a mão em concha, bata na
minha bochecha, dizendo: "Mas que 4bonitinha..." Acho que Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e
vou lhe dar um murro no nariz..." ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o
significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a
Vem depois as grosserias a que nós, os velhos, somos prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático,
submetidos nas salas de espera dos aeroportos. 5Pra sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante,
começar, não entendo por que "velho" é politicamente importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia.
incorreto. "Idoso" é palavra de fila de banco e de fila de Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como
supermercado; "velho", ao contrário, pertence ao universo da adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar
poesia. Já imaginaram se o Hemingway tivesse dado ao seu neologismos, começa ele por se negar nominalmente a
livro clássico o nome de "O idoso e o mar"? Já imaginaram própria existência.
um casal de cabelos brancos, o marido chamando a mulher
de "minha idosa querida"? ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001 (fragmento).
Os alto-falantes nos aeroportos convocam as crianças, as
gestantes, as pessoas com dificuldades de locomoção e a
"melhor idade"... Alguém acredita nisso? Os velhos não Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa,
acreditam. 6Então essa expressão "melhor idade" só pode depreende-se a predominância de uma das funções da
ser gozação. linguagem, identificada como:
Disponível em: a. referencial, pois o trecho tem como principal objetivo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2705200804.htm. discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou
Acesso em: 22/9/17. ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.

b. metalinguística, pois o trecho tem como propósito


(Uece 2018) Os textos costumam manifestar
essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria
simultaneamente diversas funções da linguagem, com o
língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
predomínio, entretanto, de uma sobre as outras.
Encontramos, na crônica de Rubem Alves, a presença c. fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de
marcante da função metalinguística. Atente aos excertos estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o
apresentados a seguir e assinale a opção em que essa emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
função NÃO se revela.
d. poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas,
necessária para textos em prosa, por isso o emprego de

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“hipotrélico”. minha língua
ora os afugenta
e. expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a
ora os arrebata
subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida
os pássaros que passam
“talvez”.
não são de pena barro ou prata
são pássaros de palavras
25. ENEM 2012
(Herbert Emanuel. Nada ou quase uma arte. 2 ed. Editora Spia Vídeos e
Desabafo Produções, p.19.)

a. Apresenta versos livres.

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha b. O primeiro verso apresenta nove sílabas métricas.
divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como
c. As rimas que ocorrem são rimas perfeitas.
disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A
começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. d. Apresenta a estrutura de um soneto.
Seis recados para serem respondidos na secretária e. O tema principal do poema é a preservação da natureza.
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que
venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
27. FCMMG 2007
CARNEIRO, J.E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)
O sofrimento é um aspecto recorrente nos versos de
Cecília Meireles, extraídos de Viagem, como as alternativas
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de exemplificam, EXCETO:
várias funções da linguagem, com predomínio, entretanto, de a. Permite que volte o meu rosto/ para um céu maior que
uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a este mundo,/ e aprenda a ser dócil no sonho/ como as
função de linguagem predominante é a emotiva ou estrelas no seu rumo.
expressiva, pois
b. Só, com a morte do tempo, os pensamentos que a
a. o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. choraram/ verão, junto ao universo, como foram infelizes,/
b. a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está que, uma lágrima foi, naquela noite a vida inteira,/ - tudo
sendo dito. quanto era dar, - a tudo que era opor.

c. o interlocutor é o foco do enunciador na construção da c. Quem viu aquele que se inclinou sobre palavras trêmulas,/
mensagem. de relevo partido e de contorno perturbado,/ querendo achar
lá dentro o rosto que dirige os sonhos,/ para ver se era o seu
d. o referente é o elemento que se sobressai em detrimento que lhe tivessem arrancado?
dos demais.
d. Pela janela baixinha,/ viam-se os círios acesos,/ e as
e. o enunciador tem como objetivo principal a manutenção flores se desfolhavam/ perto dos soluços presos.
da comunicação.

28. UFV 2011


26. UEAP 2010
Leia os poemas abaixo:
Leia o texto abaixo e, sobre ele, assinale a alternativa
correta.
Mulher, irmã, escuta-me: não ames.
os pássaros que passam Quando a teus pés um homem terno e curvo
não poucos Jurar amor, chorar pranto de sangue,
pousam em minha boca Não creias, não, mulher: ele te engana!

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As lágrimas são galas da mentira d. terceiro verso é agudo.
E o juramento manto da perfídia.
e. quarto verso é grave.
(MACEDO, Joaquim Manuel de. Apud BANDEIRA, Manuel. Poesia completa
e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993. p. 78.)
30. UPE 2012

Língua portuguesa
Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de
você Última flor do Lácio, inculta e bela,
E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Se ele chorar Ouro nativo, que na ganga impura
Se ele se ajoelhar A bruta mina entre os cascalhos vela...
Se ele se rasgar todo
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Não acredita não Teresa
Tuba de alto clangor, lira singela,
É lágrima de cinema
Que tens o trom e o silvo da procela
É tapeação
E o arrolo da saudade e da ternura!
Mentira
CAI FORA Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Aguilar, 1993. p. 78.)

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"


E em que Camões chorou, no exílio amargo,
É CORRETO afirmar que os poemas acima assemelham-se
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
com relação:
(Olavo Bilac, http://www.releituras.com)
a. à linguagem.
Considerando o Texto “Língua Portuguesa”, bem como os
b. ao tema.
conteúdos a ele relacionados, assinale a alternativa
c. ao verso livre. CORRETA.

d. à metrificação. a. O poema de Olavo Bilac tem uma estrutura condizente


com a chamada “estética parnasiana”, que, embasada em
textos em versos, adota os mesmos princípios nos quais
29. FMU
estão fundamentadas as poesias românticas de Castro
“De tudo, ao meu amor serei atento Alves.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto b. A declaração de amor que Bilac faz à língua portuguesa
na terceira estrofe do poema em análise aponta que, embora
Que mesmo em face do maior encanto
o eu-lírico expresse seu amor, ao mesmo tempo demonstra
Dele se encante mais meu pensamento”. reconhecer e entender a fragilidade da língua.

(Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes) c. Há, como se percebe, na última estrofe do poema em
análise, traços de intertextualidade, o que, talvez - ou de
maneira categórica - ponha Bilac para fora do seleto grupo
No trecho acima, o dos parnasianos brasileiros.

a. primeiro verso é esdrúxulo. d. A expressão “Última flor do Lácio, inculta e bela” escrita
por Bilac traz à tona uma das características do
b. segundo verso é branco.
parnasianismo: o uso de vocabulário comum e prosaico,
c. terceiro verso é livre. simples e ordinário.

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e. O poema de Bilac possui, de um ponto de vista formal,
quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos. Essa
estrutura aponta características bem delineadas da chamada
estética parnasiana.

GABARITO: 1) b, 2) a, 3) a, 4) c, 5) b, 6) e, 7) a, 8) d, 9) a,
10) a, 11) b, 12) b, 13) e, 14) c, 15) e, 16) e, 17) b, 18) b, 19)
a, 20) e, 21) b, 22) e, 23) b, 24) b, 25) b, 26) a, 27) a, 28) b,
29) e, 30) e,

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31. UNICENTRO 2009 ( ) Em “As estrelinhas cantam (...)” e “O vento está dormindo
(...)” – Existe a figura denominada prosopopéia.
Leia, atentamente, este soneto e, em seguida, marque (V)
para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

Assinale a opção CORRETA.

II a. V, F, V, V, V, F
Mário Quintana
b. V, F, F, V, V, V

Dorme ruazinha... É tudo escuro... c. F, F, V, V, F, V

E os meus passos, quem é que pode ouvi-los? d. F, F, F, F, V, V

Dorme o teu sono sossegado e puro, e. V, F, V, V, F, F

Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos...


32. UNICENTRO 2014

Leia o trecho do poema, do livro Muitas Vozes, de Ferreira


Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro... Gullar, a seguir.

Nem guardas para acaso persegui-los...


No princípio
Na noite alta, como sobre um muro.
era o verso
As estrelinhas cantam como grilos... alheio
Disperso
em meio
O vento está dormindo na calçada. às vozes
e às coisas
O vento enovelou-se como um cão...
o poeta dorme
Dorme, ruazinha... Não há nada... sem se saber
Ignora o poema
não tem nada a dizer
Só os meus passos... Mas tão leves são (GULLAR, F. Obras Completas. 13.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004,
p.422.)
Que até parecem, pela madrugada,

Os da minha futura assombração...


A partir da leitura do poema e dos conhecimentos prévios
sobre esse livro, considere as afirmativas a
( ) As rimas estão alternadas ou cruzadas. seguir.

( ) Quanto à métrica, trata-se de um alexandrino.


I. O poema traz uma das características da obra do autor
( ) Em todos os versos, o ritmo está marcado nas sextas presente em Muitas Vozes: a metalinguagem,
sílabas. que, na poesia, ocorre quando o poema volta-se para si
( ) Em “Nem guardas para acaso persegui-los...” – Nota-se próprio.
uma aliteração. II. O sentido polissêmico do termo “alheio”, no terceiro verso,
é ampliado pela ausência de pontuação.
( ) As reticências denotam sugestão pelo prolongamento Desse modo, pode significar tanto “de outro” quanto
imaginativo do conteúdo. “distraído” ou “desinteressado”.

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III. No verso “sem se saber”, há a presença do recurso da
aliteração, que consiste na repetição de consoantes Texto VI
para produzir efeitos sonoros.
Profissão de fé
IV. O poema segue uma métrica rígida, com versos variando
[...]
de seis a sete sílabas poéticas. Também
Invejo o ourives
rígido é o sistema de rimas ABBA.
Quando escrevo:
Imito o amor
Assinale a alternativa correta. Com que ele, em ouro, o alto-relevo
Faz de uma flor.
a. Somente as afirmativas I e II são corretas.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
b. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
A pedra firo:
c. Somente as afirmativas III e IV são corretas. O alvo cristal, a pedra rara,
d. Somente as afirmativas I, II e III são corretas. O ônix prefiro.

e. Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
33. UEMA 2016 Corre o cinzel.
Texto V
[...]
Procura da Poesia
Torce , aprimora, alteia, lima
[...] Penetra surdamente no reino das palavras.
A frase; e, enfim,
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
no verso de ouro engasta a rima
Estão paralisados, mas não há desespero,
como um rubim.
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Quero que a estrofe cristalina,
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Dobrada ao jeito
[...] Do ourives, saia da oficina
Não forces o poema a desprender-se do limbo. Sem um defeito.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
[...]
Não adules o poema. Aceita-o
omo ele aceitará sua forma definitiva e concentrada Porque o escrever – tanta perícia,
no espaço. Tanta requer,
Que oficio tal... nem há notícia
Chega mais perto e contempla as palavras.
De outro qualquer.
Cada uma
em mil faces secretas sob a face neutra BILAC, Olavo. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 2005.

e te pergunta, sem interesse pela resposta, Comparando os Textos V e VI sobre aspectos temáticos e
pobre ou terrível, que lhe deres: organização enunciativa, observa-se que
Trouxeste a chave?
a. discutem a ideia de que o ato de escrever poemas
Repara: ermas de melodia e conceito, dispensa as tensões instauradas entre a busca da palavra e
elas se refugiaram na noite, as palavras. a relação do sujeito com o mundo.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
b. inter-relacionam-se pelo diálogo sobre o cultivo de um
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
pensamento temático que minimize o trabalho da palavra em
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. 1 ed. São Paulo: si.
Companhia das Letras, 2012.

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c. convergem para a temática do dilema da inquietação Latomia: 1. Cântico monótono de ladainha; litania. 2.
metafísica do eu lírico para interpretar a si e à sua época. reclamações reiteradas; choradeira; lamentações;
queixume agourento; choramingação de criança.
d. coincidem quanto ao emprego da metalinguagem para
sugerir anseios e labutas inerentes ao fazer poético. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva,

e. assemelham-se pelo desejo de expressão livre a 2004, p. 1730.)

valorização temática do cotidiano.

Tendo em vista as informações acima, é INCORRETO


34. UFV 2012 afirmar que no poema:
LATOMIA a. o eu-lírico mobiliza alguns elementos de suas memórias
para construir a temática.
Esta casa rudimentar, b. a construção formal segue os preceitos do Classicismo,
armada de cipó e ripas, com ênfase na rigidez formal.
bambu e barro, foi.
c. as formas verbais “foi” e “é” marcam a passagem de
Reboco de nós em varas,
tempo entre o passado e o presente.
frespas e farpas,
amassar de lama d. o vocabulário é caracterizado por palavras simples,
amarela mole, remetendo a um cenário rural e pobre.
nenhum ouro mineiro,
nada mais que malacachetas, foi.
35. UPE 2016
Enfumaçada pela chama que cozia antes,
memória de um fogo apagado na parede Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI,
hoje, seca, quebradiça é. produziu uma poesia em que satiriza a sociedade de seu
A argamassa casinha maribondo, tempo. Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é
dormida de barbeiro, reconhecido como grande poeta, sendo, inclusive, sua
companheiro de tocaia. poesia satírica fonte de pesquisa histórica.
Resta o caibro,
o esteio da cumeeira,
hoje o pau brocado, Leia os poemas e analise as proposições a seguir:
a vara carcomida
o enfeite do picumã,
das teias de aranha. Poema I
O sapé verde de antes
Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
hoje isca o incendeio.
Estás, e estou do nosso antigo estado!
O de outrora exposto à intempérie
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
hoje dá vazão à pinga no chão batido,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
ao silêncio de rudimentos,
a essa língua molambenta,
a essa latomia A ti tocou-te a máquina mercante,
que sequer poesia. Que em tua larga barra tem entrado,
(SANTOS, Vivaldo Andrade. Latomia. In: Coletânea Prêmio OFF FLIP de A mim foi-me trocando, e tem trocado
Literatura. Paraty: Selo Off Flip Editora LTDA, 2012. p. 107.) Tanto negócio, e tanto negociante.

Glossário: Deste em dar tanto açúcar excelente

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Pelas drogas inúteis, que abelhuda zombaria, atenuando a sátira contundente para tornar-se um
Simples aceitas do sagaz Brichote. quase lamento.

IV. Os dois poemas são sonetos, forma fixa herdada do


Oh se quisera Deus, que de repente Classicismo, muito pouco utilizada pelo poeta baiano, que
Um dia amanheceras tão sisuda desprezou a métrica rígida e criou poesia em versos brancos
Que fora de algodão o teu capote e livres.
(Gregório de Matos) V. Como poeta barroco, fez uso consciente dos recursos
estéticos reveladores do conflito do homem da época, como
se faz presente na antítese que encerra o II poema: “Horas
Poema II
de inferno, instantes de alegria”.
Horas contando, numerando instantes,
Os sentidos à dor, e à glória atentos,
Cuidados cobro, acuso pensamentos, Estão CORRETAS apenas
Ligeiros à esperança, ao mal constantes.
a. I, II, III e V.

b. I, II e IV.
Quem partes concordou tão dissonantes?
Quem sustentou tão vários sentimentos? c. IV e V.
Pois para a glória excedem de tormentos, d. I, III e IV.
Para martírio ao bem são semelhantes.
e. I, IV e V.

O prazer com a pena se embaraça;


Porém quando um com outro mais porfia, 36. UNCISAL 2016
O gosto corre, a dor apenas passa. SONETO 204 AO RAPPER

Vai ao tempo alterando a fantesia,


De cor, mulato, pardo, negro, preto.
Mas sempre com vantagem na desgraça,
Horas de inferno, instantes de alegria. O branco é simplesmente branco, e só.
(Gregório de Matos)
Você quer mais respeito, não quer dó.

Quer ser um cidadão, não quer o gueto.


I. Além de poeta satírico, o Boca do Inferno também cultivou
a poesia lírica, composta por temas diversificados, pois nos
legou uma lírica amorosa, erótica e religiosa e até de No Sul, no Pelourinho, no Soweto,
reflexão sobre o sofrimento, a exemplo do poema II.
lutando contra o falso status quo
II. Considerado tanto poeta cultista quanto conceptista, o
autor baiano revela criatividade e capacidade de improvisar, da máscara, a gravata e o paletó:
segundo comprovam os versos do poema I, em que realiza a A letra é mais comprida que um soneto.
crítica à situação econômica da Bahia, dirigida, na época,
por Antônio Luís da Câmara Coutinho.

III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso, Seu canto já foi blues, quase balada;
Gregório de Matos identifica-se com a cidade, ao relacionar Foi soul, foi funk e reggae; agora é bala
a situação de decadência em que se encontram tanto ele
quanto a cidade onde vive. O poema abandona o tom de perdida em tiroteio de emboscada.

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a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Xerife do xadrez, você não cala:

leva a periferia pra parada, Não deixarei de mim nenhum canto radioso,

de sola entra no som da minha sala. uma voz matinal palpitando na bruma

Disponível em: <http://www.roteirosonline.com.br>. Acesso em: 5 nov. e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.
2015.

Acerca da estrutura métrica e rimática do poema acima,


De tudo quanto foi meu passo caprichoso
um soneto de autoria de Glauco Mattoso, pode-se afirmar
a presença de na vida, restará, pois o resto se esfuma,

uma pedra que havia em meio do caminho.

a. versos decassílabos, com esquema de rimas em


ABBA BAAB CDE CDE.

b. versos decassílabos, com esquema de rimas em


ABBA BAAB CDC DCD. Considere as seguintes afirmações sobre o poema.

c. versos alexandrinos, com esquema de rimas em


ABAB CDCD EFG EFG. I - No primeiro quarteto, o poeta pergunta pelo legado que
d. versos em redondilhas maiores, com esquema de rimas deixará para o país a que deve tudo o que lhe é caro; no
em ABBA BAAB CDE CDE. segundo quarteto, há uma invocação um tanto irônica do
mundo, não se trata mais apenas do país: há uma ampliação
e. versos em redondilhas menores, com esquema de rimas
da referência que atravessaria os limites geográficos para
em ABBA CDDC EFG EFG.
lidar com o mundo/realidade.

37. UFRGS 2014


II - A forma soneto e a referência a Orfeu, o mitológico poeta
Leia o poema Legado, de Carlos Drummond de
grego capaz de encantar a todos com o som da sua lira,
Andrade. abaixo.
revelam que o modernismo de Drummond agora se associa
com o parnasianismo, o que permite ao poeta reivindicar
uma posição fixa na tradição, em contraste com Orfeu,
perplexo entre o talvez e o se.
Que lembrança darei ao país que me deu

tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?


III- No último terceto, o poeta alega que, da sua trajetória um
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu tanto instável, restará uma pedra que havia em meio do
caminho, o que equivale a uma paráfrase, agora em registro
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.
formal e sério, dos versos do célebre poema do início de sua
carreira modernista: No meio do caminho tinha uma pedra/
tinha uma pedra no meio do caminho (...).
E mereço esperar mais do que os outros, eu?

Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.

Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,


Quais estão corretas?

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a. No primeiro quarteto, o poeta alimenta fortes dúvidas
sobre a permanência de sua incerta fama e/ou glória.
a. Apenas II.
b. No segundo quarteto, a pergunta do primeiro verso é
b. Apenas III.
apresentada ao público e ao mundo, que esqueceram a obra
c. Apenas I e II. do poeta.

d. Apenas I e III. c. No segundo quarteto, a declaração de que o mundo não


pode enganar o poeta revela o quanto os leitores estão
e. I, II e III.
atentos.

d. No primeiro terceto, a ausência de canto radioso e da voz


38. UFRGS 2014
revelam que a inspiração poética esgotou-se faz tempo.
Leia o poema Legado, de Carlos Drummond de
e. No encerramento, o passo caprichoso do poeta pode
Andrade. abaixo.
revelar, apesar dos transtornos e da pedra, uma paisagem
que se esfuma.

39. FAAP 1997


Que lembrança darei ao país que me deu
AS POMBAS
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Vai-se a primeira pomba despertada...
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
minha incerta medalha, e a meu nome se ri. De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada

E mereço esperar mais do que os outros, eu? E à tarde, quando a rígida nortada
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti. Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu, Voltam todas em bando e em revoada...
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam
Não deixarei de mim nenhum canto radioso, Como voam as pombas dos pombais;
uma voz matinal palpitando na bruma

e que arranque de alguém seu mais secreto espinho. No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam
E eles aos corações não voltam mais...
(Raimundo Correia)
De tudo quanto foi meu passo caprichoso

na vida, restará, pois o resto se esfuma,


Para estudar Versificação, um aluno fez a escansão dos
uma pedra que havia em meio do caminho.
versos apresentados. Ao separar e contabilizar as sílabas
poéticas do segundo verso, ele encontrou corretamente a
escansão:

Assinale a alternativa correta sobre o poema.

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a. Vai-(1)/ se ou(2)/ tra(3)/ mais...(4)/ .mais(5)/ ou(6)/ c. c) a adjetivação intensa no poema é um traço recorrente
tra..en(7)/ fim(8)/ de(9)/ ze(10)/ nas em sua obra.

b. Vai(1)/ -se(2)/ ou(3)/ tra(4)/ mais...(5)/ .mais(6)/ ou(7)/ d. o heptassílabo é o verso mais cultivado na produção
tra..(8)/ .en(9)/ fim(10)/ de(11)/ ze(12)/ nas leminskiana.

c. Va(1)/ i-se(2)/ ou(3)/ tra(4)/ mais...(5)/ .mais(6)/ ou(7)/ e. o esquema de rimas encontraipos de equivalência na obra
tra..(8)/ .en(9)/ fim(10)/ de(11)/ ze(12)/ nas Ideolágrimas.

d. Va(1)/ i(2)/ -se(3)/ ou(4)/ tra(5)/ mais...(6)/ .mais(7)/ ou(8)/


tra(9)/ en(10)/ fim(11)/ de(12)/ ze(13)/ nas 41. MACKENZIE 2005
e. Va(1)/ i(2)/ -se(3)/ ou(4)/ tra(5)/ ma(6)/ is...(7)/ ma(8)/ is(9)/ Ondas do mar de Vigo,
ou(10)/ tra(11)/ en(12)/ fim(13)/ de(14)/ ze(15)/ nas
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
40. UEL 2016 Ondas do mar levado,
estupor se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Martim Codax

esse súbito não ter

esse estúpido querer Obs.: verrá = virá


levado = agitado
que me leva a duvidar

quando eu devia crer


Considerando o texto, é possível inferir que:

a. A estrutura paralelística é, neste poema, particularmente


esse sentir-se cair
expressiva, pois reflete, no plano formal, o movimento de
quando não existe lugar vai-e-vem das ondas.

aonde se possa ir b. Nesse texto, os versos livres e brancos são


indispensáveis para assegurar o efeito musical da canção.

c. As repetições que marcam o desenvolvimento do texto


esse pegar ou largar
opõem-se ao tom emotivo do poema.
essa poesia vulgar d. No refrão, a voz das ondas do mar faz-se presente como
que não me deixa mentir contraponto irônico ao desejo do eu lírico.

e. É um típico vilancete de tradição popular, com versos em


(LEMINSKI, P. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p.249.)
redondilha maior e estrofação irregular.

42. UFU 2014

Considerando o poema no conjunto da obra Toda Poesia, de Cantiga de Amor


Paulo Leminski, é correto afirmar que

a. exemplifica a metalinguagem praticada pelo autor.


Mulheres neste mundo de meu Deus
b. a poesia de Leminski é vulgar porque utiliza formas Tenho visto muitas — grandes, pequenas,
poéticas livres. Ruivas, castanhas, brancas e morenas.

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E amei-as, por mal dos pecados meus! 43. MACKENZIE 2003
Mas em parte alguma vi, ai de mim,
Texto I
Nenhuma que fosse bonita assim!

Amor é fogo que arde sem se ver;


Andei por São Paulo e pelo Ceará
(Não falo em Pernambuco, onde nasci) É ferida que dói e não se sente;
Bahia, Minas, Belém do Pará...
É um contentamento descontente;
De muito olhar de mulher já sofri!
Mas em parte alguma vi, ai de mim, É dor que desatina sem doer.
Nenhuma que fosse bonita assim!

É um não querer mais que bem querer;


Atravessei o mar e, no estrangeiro,
É solitário andar por entre a gente;
Em Paris, Basiléia e nos Grisões,
Lugano, Gênova por derradeiro, É nunca contentar-se de contente;
Vi mulheres de todas as nações.
É cuidar que se ganha em se perder;
Mas em parte alguma vi, ai de mim,
Nenhuma que fosse bonita assim! Camões

Mulher bonita não falta, ai de mim! Texto II


Nenhuma, porém, tão bonita assim!
BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguiar,
1996.p.418-419. Amor é fogo? Ou é cadente lágrima?

Pois eu naufrago em mar de labaredas

Que lambem o sangue e a flor da pele acendem

Em relação aos elementos constitutivos do poema, é correto Quando o rubor me vem à tona d'água.
afirmar que Manuel Bandeira

a. aproxima-se, nessa redondilha menor, dos trovadores


medievais, os quais cantavam os fenômenos da natureza, E como arde, ai, como arde, Amor,
fazendo uso do refrão para evocar as suas amadas. Quando a ferida dói porque se sente,
b. aproxima-se, nessa redondilha maior, permeada de refrão E o mover dos meus olhos sob a casca
ou estribilho, dos trovadores medievais, os quais elogiavam
a mulher amada nas cantigas de amor e de amigo. Vê muito bem o que devia não ver.

c. emprega, tal qual os trovadores medievais, o recurso Ilka Brunhilde Laurito


sonoro do refrão, promovendo tanto o efeito melódico como
a memorização
Comparando-se os dois textos, é possível observar sobre
d. faz uso, tal qual os trovadores medievais, do estribilho e
o texto II que:
do refrão para evocar de forma sigilosa o nome da amada, já
que geralmente ela era uma mulher casada. a. A liberdade formal dos quartetos, associada à contenção
emotiva, é índice da influência parnasiana.

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b. Por seguir os princípios estéticos clássicos, sua pois toma tempo todo esse trabalho.
expressão é de teor mais universalista que individualista.

c. O caráter reflexivo das interrogativas iniciais impede que a


linguagem seja marcada por índices de emotividade.

d. Recupera, do estilo camoniano, a preferência por imagens Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes
paradoxais, como, por exemplo, mar de labaredas. afirmações sobre o poema.

e. Vale-se de recursos estilísticos conquistados pelos


modernistas, como, por exemplo, versos decassílabos e
expressão coloquial.
( ) O eu-lírico do poema é o próprio sertanejo que reflete
sobre sua forma de falar.
44. UFRGS 2014

Leia o poema abaixo, de João Cabral de Melo Neto.


( ) A ideia dos quatro primeiros versos da primeira estrofe é
retomada nos quatro últimos da segunda; neles é descrita a
melodia aparentemente doce da fala do sertanejo.

O sertanejo falando

( ) Os quatro últimos versos da primeira estrofe estão


relacionados aos quatro primeiros da segunda; neles é
A fala a nível do sertanejo engana:
descrita a essência rude do falar sertanejo.
as palavras dele vêm, como rebuçadas

(palavras confeito, pílula), na glace


( ) O sertanejo falando opõe-se aos demais poemas de A
de uma entonação lisa, de adocicada. educação pela pedra; nele João Cabral de Melo Neto
apresenta um rigor formal, uma preocupação com a
Enquanto que sob ela, dura e endurece o caroço de pedra, a
estrutura do poema, ausente no restante do livro.
amêndoa pétrea,

dessa árvore pedrenta (o sertanejo)

incapaz de não se expressar em pedra.


A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de
cima para baixo, é
2
a. V – V – V – F.
Daí por que o sertanejo fala pouco: b. F – V – F – V.
as palavras de pedra ulceram a boca c. V – F – V – V.

e no idioma pedra se fala doloroso; d. F – F – F – V.

o natural desse idioma fala à força. e. F – V – V – F.

Daí também por que ele fala devagar:


45. UNICAMP 2010
tem de pegar as palavras com cuidado,
Soneto da intimidade
confeitá-las na língua, rebuçá-las; Nas tardes de fazenda há muito azul demais.

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Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora a. é obrigatoriamente de quatro versos.
Mastigando um capim, o peito nu de fora
b. pode ser de três ou quatro versos.
No pijama irreal de há três anos atrás.
c. poderia ter sido escrito em intuir liberdade quanto ao
número de versos.
Desço o rio no vau dos pequenos canais d. necessita de outra estrofe de quatro versos para terminar
Para ir beber na fonte a água fria e sonora a poesia.
E se encontro no mato o rubro de uma amora
e. necessita de outras 3 estrofes de três versos para
Vou cuspindo-lhe o sangue em torno dos currais.
terminar a poesia.

Fico ali respirando o cheiro bom do estrume 47. FMU


Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
“De tudo, ao meu amor serei atento
E quando por acaso uma mijada ferve
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto


Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma Dele se encante mais meu pensamento”.
Mijamos em comum numa festa de espuma.
(Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes)
(Vinicius de Moraes, Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras,
2001, p. 86.)
Na estrofe acima, há

a. quatro versos alexandrinos graves.


O poeta Vinicius de Moraes, apesar de modernista, explorou
formas clássicas como no soneto acima, representadas b. quatro versos alexandrinos agudos.
pelos versos
c. quatro versos alexandrinos trimétricos.
a. decassílabos. d. quatro versos de onze ou treze sílabas.
b. hendecassílabos. e. quatro versos decassílabos.
c. alexandrinos.

d. bárbaros. 48. UPE 2012

e. livres. A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Gregório de Matos
46. FMU
Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado,
“De tudo, ao meu amor serei atento Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Que mesmo em face do maior encanto
Se basta a vos irar tanto pecado,
Dele se encante mais meu pensamento”. A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
(Soneto de Fidelidade – Vinícius de Moraes)
Vos tem para o perdão lisonjeado

Se uma ovelha perdida e já cobrada


Sendo a primeira estrofe de um soneto, o texto acima
Glória tal e prazer tão repentino

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Vos deu, como afirmais na Sacra História: b. II e III.

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada; c. I e III.


Cobrai-a ; e não queirais, Pastor divino, d. I, IV e V.
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
e. III, IV e V.

Sobre o texto de Gregório de Matos, analise as seguintes 49. FGV-SP 2009


afirmativas.
..............................................
I. Com um vocabulário rico e irreverente, o poema, Ó almas presas, mudas e fechadas
pertencente à lírica religiosa, apresenta regularidade formal, Nas prisões colossais e abandonadas,
em versos decassílabos - versos com dez sílabas poéticas -, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
com rimas regulares, ou seja, rimas opostas ou interpoladas
nos dois quartetos (ABBA/ABBA) e rimas mistas nos dois
tercetos (CDE/CDE).
Nesses silêncios solitários, graves,
II. No texto, percebe-se que o eu lírico sente medo da
que chaveiro do Céu possui as chaves
punição divina e busca desesperadamente o perdão de
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Deus, além de parecer arrependido na hora da morte.
Pode-se inferir que, com esse comportamento, há uma Cruz e Souza, Últimos sonetos.

alusão aos (des)mandos do clero, tema recorrente no


Classicismo da lírica de Camões.
Tendo em vista que os versos acima fazem parte de um
III. No poema, há referência à época em que o homem soneto, é correto afirmar que a linha pontilhada indica a
vivenciava a dualidade entre o pecado e o perdão. Isso omissão de:
denota, desse modo, a angústia que ele sentia como
pecador arrependido e seguidor da doutrina cristã medieval, a. três tercetos.
cujo princípio básico residia no Antropocentrismo. Este é b. dois quartetos.
uma visão de mundo discutida no filme “O nome da Rosa”,
c. um terceto.
que também discutiu o poder absoluto da Igreja sobre o
direito à liberdade. d. um quarteto.

IV. No soneto, o eu lírico invoca Deus pedindo-lhe o perdão e. dois tercetos.


e, embora não admita que pecou, ele deixa transparecer
que, quanto mais se cometem delitos, maiores são as
50. UNIFESP 2013
chances de se ser perdoado, ou seja, a impressão é que o
pecador entende que deve garantir a Deus o exercício de Apóstrofe à carne
seu maior atributo divino – o perdão.

V. Nas duas primeiras estrofes, é perceptível a presença do Quando eu pego nas carnes do meu rosto,
Cultismo - jogo de palavras. Já nas duas últimas, é possível
analisar que o poeta aborda a Parábola da ovelha perdida Pressinto o fim da orgânica batalha:
com quem se identifica e, a exemplo dessa ovelha, acredita
– Olhos que o húmus necrófago estraçalha,
ser merecedor da salvação, o que confirma a presença do
Conceptismo - jogo de ideias. Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.

Está CORRETO, apenas, o que se afirma em

a. I. E o Homem – negro e heteróclito composto,

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Onde a alva flama psíquica trabalha, demanhazinha bem cedo
sodade dos meu brinquedo
Desagrega-se e deixa na mortalha
meu bodoque e meu bornó
O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto! o meu cavalo de pau
meu pinhão, meu berimbau
e a minha carça cotó.
Carne, feixe de mônadas bastardas,
(Digo e não peço perdão. São Paulo: Escrituras Ed., 2002.)
Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas,

A dardejar relampejantes brilhos,


Além da sonoridade (ritmo, rimas), a métrica desse poema (o
número de sílabas poéticas dos versos) é traço da poesia
popular oral. A métrica desses versos classifica-os como
Dói-me ver, muito embora a alma te acenda,
a. redondilhas menores.
Em tua podridão a herança horrenda,
b. octossílabos.
Que eu tenho de deixar para os meus filhos!
c. decassílabos.
(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)
d. redondilhas maiores

e. alexandrinos.

No plano formal, o poema é marcado por 52. FGV-RJ 2012

a. versos brancos, linguagem obscena, rupturas sintáticas. Os cavalinhos correndo,


E nós, cavalões, comendo...
b. vocabulário seleto, rimas raras, aliterações.
O Brasil politicando,
c. vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
d. assonâncias, versos decassílabos, versos sem rimas.
O sol tão claro, Esmeralda,
e. versos livres, rimas intercaladas, inversões sintáticas. E em minhalma — anoitecendo!

51. UNIR 2011


Das diversas vertentes da produção poética de Manuel
No verdô da minha idade Bandeira, indicadas nos comentários abaixo, a que pode ser
mode acalentá meu choro exemplificada por esse poema é:
minha vovó de bondade
falava em grandes tesôro
era história de reinado a. Cultivou, nos sonetos, o metro clássico por meio dos
prencesa, prinspe incantado versos decassílabos.
com feiticêra e condão b. Foi um dos melhores poetas do verso livre na literatura
essas história ingraçada brasileira.
tá selada e carimbada
c. Produziu textos da mais autêntica prosa poética.
dentro do meu coração
Mas porém eu sinto e vejo d. Incluiu, em seus livros maduros, versos com métrica de
que a grande sodade minha origem popular, como os redondilhos.
não é só de história e bejo
da querida vovozinha

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e. Chegou mesmo a compor engenhosos objetos de poesia a. construção do hendecassílabo fora dos rígidos modelos
concreta. clássicos.

b. variedade do verso decassílabo e do verso alexandrino.


53. UNESP 2016 c. presença de um verso com número menor de sílabas que
A questão aborda um poema do português Eugênio de os alexandrinos.
Castro (1869-1944). d. desobediência aos padrões de pontuação tradicionais do
decassílabo.

MÃOS e. presença de dois versos com número maior de sílabas


que os alexandrinos.

Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,


o vosso gesto é como um balouçar de palma; 54. UNIFESP 2011
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso Crescia naturalmente
[gesto canta! Fazendo estripulia,
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa, Malino e muito arguto,
rolas à volta da negra torre da minh’alma. Gostava de zombaria.
A cabeça duma escrava
Quase arrebentei um dia.
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,
Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,
O vosso gesto é como um balouçar de palma, E tudo isso porque
Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Um doce me havia negado,
De cinza no tacho cheio
Inda joguei um punhado,
Mãos afiladas, mãos de insigne formosura,
Daí porque a alcunha
Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,
De “Menino Endiabrado”.
Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,
Duas velas à flor duma baía escura.

Prudêncio era um menino


Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas, Da casa, que agora falo.
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos, Botava suas mãos no chão
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos, Pra poder depois montá-lo:
Mas que depois me haveis coroado de rosas! Com um chicote na mão
Fazia dele um cavalo.

Afilhadas do luar, mãos de rainha, (Varneci Nascimento. Memórias póstumas de Brás Cubas em cordel.)

Mãos que sois um perpétuo amanhecer,


Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.
Considere as seguintes afirmações:
(Obras poéticas, 1968.)

I. Os versos do poema possuem sete sílabas poéticas.


Verifica-se certa liberdade métrica na construção do poema.
II. O poema é composto por três sextilhas.
Na primeira estrofe, tal liberdade comprova-se pela
III. As três estrofes obedecem ao esquema de rimas
ABCBDB.

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III. O termo “antieuclidiana”, pelo contexto em que está
situado, se refere a Euclides de Alexandria, considerado o
Pai da Geometria.
Está correto o que se afirma em
IV. Considerando-se o contexto brasileiro da época em que
a. I, apenas.
foi escrito, que era a ditadura de Vargas, o conteúdo do
b. II, apenas. poema expressa a luta de um militante político pela
liberdade.
c. III, apenas.

d. I e II, apenas. V. A palavra “Áporo” tem pelo menos três significados:


inseto, problema de difícil solução e orquídea.
e. I, II e III.

55. UFAM 2015 Assinale a alternativa correta:

Leia o poema “Áporo”, de Carlos Drummond de Andrade: a. Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.

b. Somente as afirmativas I, IV e V estão corretas.


Um inseto cava c. Somente as afirmativas II e III estão corretas.
cava sem alarme
perfurando a terra d. Somente as afirmativas II e V estão corretas.
sem achar escape. e. Todas as afirmativas estão corretas.

Que fazer, exausto, 56. UFSM 2007


em país bloqueado,
É uma índia com um colar
enlace de noite
raiz e minério? A tarde linda que não quer se pôr

Dançam as ilhas sobre o mar


Eis que o labirinto
Sua cartilha tem o a de que cor?
(oh razão, mistério)
presto se desata: O que está acontecendo?

O mundo está ao contrário e ninguém reparou


em verde, sozinha,
O que está acontecendo?
anteuclidiana,
uma orquídea forma-se. Eu estava em paz quando você chegou.

Sobre o poema, afirma-se:


Gonçalves Dias? Casimiro de Abreu? Castro Alves? Não!
Estes versos são de Nando Reis, ex-Titãs. É possível
I. Por apresentar quatorze versos do mesmo tamanho identificar nesse fragmento:
(redondilhas menores), em dois quartetos e dois tercetos,
pode ser considerado um soneto.

II. Apresenta, na primeira estrofe, uma ideia (a tese), à qual I. Uma metáfora nos versos 1 e 2, entre índia / tarde.
se opõe um obstáculo na segunda (a antítese); esse dilema II. As assonâncias, que estão marcadas em /a/, /o/ e /e/.
se soluciona no final (a síntese).
III. Comparação no verso 6.

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IV. Rimas cruzadas e versos isométricos. Tem cara de vício

Anda pela estrada

Está(ão) correta(s) Não tem compromisso

a. apenas I e II. [...]

b. apenas I e III. O amor é lindo


c. apenas III. Faz o impossível
d. apenas II e IV. O amor é graça
e. apenas IV.
Ele dá e passa

A. Antunes, C. Brown, M. Monte, “O amor é feio”.


57. UFSM 2001
TEXTO 2
Leia os versos de Raimundo Correia e considere as
afirmativas que se seguem. Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

Vai-se a primeira pomba despertada ... É um contentamento descontente;

Vai-se outra mais ... mais outra ... enfim dezenas É dor que desatina sem doer;

De pombas vão-se dos pombais, apenas CAMÕES, Luís de. “Amor é fogo que arde sem se ver”.

Raia a sanguínea e fresca madrugada ...

Comparando a letra da canção (Texto 1) com os versos


camonianos (Texto 2), conclui-se que
I. As rimas finais são intercaladas.
a. assim como Camões, os compositores tematizam o amor,
II. A estrofe é marcada por aliterações e assonâncias.
valendo-se de uma linguagem espontânea, coloquial, como
III. Os versos são decassílabos, à exceção do segundo que prova o uso da expressão “cara de vício”.
é alexandrino.
b. o caráter popular da canção é acentuado pelo uso de
redondilhas, traço estilístico ausente nos versos camonianos
citados, todos decassílabos.
Está(ão) correta(s)
c. a concepção do amor como sentimento contraditório,
a. apenas I. típica de Camões, está ausente na letra da canção, uma vez
b. apenas II. que seus versos não se compõem de paradoxos.

c. apenas I e II. d. a ideia de que a dor do amor não é sentida pelos


amantes, presente nos versos de Camões, é parafraseada
d. apenas II e III.
nos versos “Anda pela estrada / Não tem compromisso”.
e. I, II e III.
e. a canção recupera o tom solene e altissonante presente
nos versos camonianos.
58. MACKENZIE

TEXTO 1 59. UNIFESP 2011

O amor é feio

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Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade A vida é noite! o sol tem véu de sangue...
Vive sempre a repetir Tateia a sombra a geração descrida!...
Joga pedra na Geni Acorda-te, mortal! é no sepulcro
Joga pedra na Geni Que a larva humana se desperta à vida!
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Quando as harpas do peito a morte estala,
Ela dá pra qualquer um
Um treno* de pavor soluça e voa...
Maldita Geni
E a nota divinal que rompe as fibras
(Chico Buarque. Geni e o zepelim.) Nas dulias* angélicas ecoa!

A métrica e a natureza predominantes das rimas são,


* Treno - canto lacrimoso, lamento fúnebre.
respectivamente:
* Dulia - veneração aos santos e anjos.
a. Heptassílabos – rima toante.

b. Octossílabos – rima toante.


Sobre o poema de Álvares de Azevedo é incorreto afirmar
c. Hexassílabos – rima soante. que:
d. Octossílabos – rima soante. a. traz uma metáfora no 4º verso da 1ª estrofe.
e. Heptassílabos – rima soante. b. apresenta versos decassílabos.

c. joga com ideias antitéticas.


60. UFAM 2010
d. há uma silepse na 4ª estrofe.
EPITÁFIO
e. “c’roa” teve o “o” suprimido para não quebrar o metro.
Perdão, meu Deus, se a túnica da vida,
Insano, profanei-a nos amores!
Se da c’roa dos sonhos perfumados GABARITO: 31) b, 32) d, 33) d, 34) b, 35) a, 36) b, 37) d,
Eu próprio desfolhei as róseas flores! 38) a, 39) a, 40) a, 41) a, 42) c, 43) d, 44) e, 45) c, 46) a, 47)
e, 48) d, 49) b, 50) b, 51) d, 52) d, 53) e, 54) d, 55) e, 56) a,
57) c, 58) b, 59) e, 60) d,
No vaso impuro corrompeu-se o néctar,
A argila da existência desbotou-me...
O sol de tua glória abriu-me as pálpebras,
Da nódoa das paixões purificou-me!

E quantos sonhos na ilusão da vida!


Quanta esperança no futuro ainda!
Tudo calou-se pela noite eterna...
E eu vago errante e só na treva infinda...

Alma em fogo, sedenta de infinito,


Num mundo de visões o voo abrindo,
Como o vento do mar no céu noturno
Entre as nuvens de Deus, passei dormindo!

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