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1.

FGV 2005 tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos


Foi um movimento literário do século XVII, nascido da crise confusa'. In: Obra poética (org. James Amado). 1990.)
de valores renascentistas. Caracteriza-se na literatura pelo
O poema. escrito por Gregório de Matos no século XVII,
culto dos contrastes, a preocupação com o pormenor e a
sobrecarga de figuras como a metáfora, as antíteses, a. representa, de maneira satírica, os governantes e a
hipérboles e alegorias. Essa linguagem conflituosa reflete a desonestidade na Bahia colonial.
consciência dos estados contraditórios da condição humana. b. critica a colonização portuguesa e defende, de forma
Trata-se do: nativista, a independência brasileira.
c. tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de
a. Romantismo.
moradia na capital baiana.
b. Trovadorismo.
d. revela a identidade brasileira, preocupação constante do
c. Humanismo.
modernismo literário.
d. Realismo.
e. valoriza os aspectos formais da construção poética
e. Barroco.
parnasiana e aproveita para criticar o governo.

2. IFSP 2013
5. UFSM 2007
O culto exagerado da forma, o rebuscamento, a riqueza de
Leia o trecho a seguir.
pormenores, o conflito entre o profano e o sagrado são
características Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos.
Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque
a. do Renascimento.
um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
b. da Ilustração.
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra
c. do Realismo.
vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza,
d. do Barroco.
antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas,
e. do Simbolismo.
tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos
livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as
3. CFTMG 2006 pedras.
O Barroco, estilo dominante no século XVII, relaciona-se à (Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.) (UFSM -
(ao) 2007)

a. ideal do liberalismo e da democracia no Ocidente. Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da
b. evolucionismo, com sua doutrina de seleção natural. Sexagésima trata da
c. Contra-Reforma, na tentativa de retomar a tradição cristã.
a. problemática da pregação religiosa, considerando as
d. reaproximação do autor com a natureza serena e
figuras dos pregadores e dos fiéis.
bucólica.
b. necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra
os holandeses.
4. UNESP 2010 c. perseguição sofrida pelo pregador em função de apoio
A cada canto um grande conselheiro, que emprestava a índios e negros.
Que nos quer governar cabana, e vinha, d. exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de
Não sabem governar sua cozinha, criar a Campanha das Índias Ocidentais.
E podem governar o mundo inteiro. e. condenação aos governantes locais que desobedeciam os
(...) princípios do mercantilismo seiscentista.
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
6. UFRGS 2004
E eis aqui a Cidade da Bahia.
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as
(Gregório de Matos. 'Descreve o que era realmente naquelle
lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.

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Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ........... O dia, em que por Deus foi redimido;
movimento em que o homem é conduzido peIa ........... e que Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
tem, entre suas características, o ........... com seus jogos de
Pois mandado pela alta Majestade
palavras, de imagens e de construção, e o ........... o uso de
Nos remiu de tão triste cativeiro,
siIogismo, processo racional de demonstrar uma asserção.
Nos livrou de tão vil calamidade.
a. Gongorismo - exaltação vital - Cultismo - preciosismo
Quem pode ser senão um verdadeiro Deus,
b. Conceptismo - fé - preciosismo - Gongorismo
que veio estirpar desta cidade
c. Barroco - depressão vital - Conceptismo - Cultismo
O Faraó do povo brasileiro.
d. Conceptismo - depressão vital - Gongorismo - preciosismo
e. Barroco - fé - Cultismo - Conceptismo DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São
Paulo: Globo, 2006.

7. ESPM 2014 Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo


Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório
estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão de Matos apresenta temática expressa por
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a
a. visão cética sobre as relações sociais.
natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser
b. preocupação com a identidade brasileira.
muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar
c. crítica velada à forma de governo vigente.
ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de
d. reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de
e. questionamento das práticas pagãs na Bahia.
estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar
negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. 9. UFSM 2006
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de Leia o seguinte fragmento, extraído do "Sermão de Santo
ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro. Antônio", de Pe. Vieira.

(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira) "(...) o pão é comer de todos os dias, que sempre e
continuamente se come: isto é o que padecem os pequenos.
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
São o pão cotidiano dos grandes; e assim como o pão se
A repetição da expressão “um estilo tão” e o uso da come com tudo, assim com tudo e em tudo são comidas os
expressão “xadrez de palavras” compõem respectivamente miseráveis pequenos, não tendo, nem fazendo ofício em que
as figuras de linguagem: os não carreguem, em que os não multem, em que os não
defraudem, em que os não comam, traguem e devorem (...)"
a. anáfora e metáfora
b. polissíndeto e metonímia No trecho, observa-se que Vieira
c. pleonasmo e anacoluto I. constrói a argumentação por meio da analogia, o que
d. metáfora e prosopopeia constitui um traço característico da prosa vieiriana.
e. antonomásia e catacrese II. finaliza com uma gradação crescente a fim de dar ênfase
à voracidade da exploração sofrida pelos pequenos.
III. afirma, ao estabelecer uma comparação entre os
8. ENEM 2014
humildes e o pão, alimento de consumo diário, que a
Quando Deus redimiu da tirania
exploração dos pequenos é aceitável porque cotidiana.
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido, Está(ão) correta(s)
Páscoa ficou da redenção o dia.
a. apenas I.
Páscoa de flores, dia de alegria b. apenas I e II.
Àquele Povo foi tão afligido c. apenas III.

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d. apenas II e III.
e. I, II e III.

10. UFPR 2012


Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento
literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes
afirmativas:

1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e


o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os
poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da
época e encontram paralelo na obra de um seu
contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da
versatilidade do poeta, mas não são representativos da Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes
melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte
sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas influência do rococó europeu e está representada aqui por
líricos ou religiosos apresentam. um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de
3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor Matosinho, em Congonhas, (MG), esculpido em pedra-sabão
incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela
sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de
figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos. a. liberdade, representando a vida de mineiros a procura da
4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata salvação.
para a literatura uma dimensão social problemática da b. credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres de
sociedade baiana da época: num país de escravos, o Minas Gerais.
mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma c. simplicidade, demonstrando compromisso com a
sociedade violentamente desigual. contemplação do divino.
d. personalidade, modelando uma imagem sacra com
Assinale a alternativa correta. feições populares.
a. Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. e. singularidade, esculpindo personalidade do reinado nas
b. Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. obras divinas.
c. Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
d. Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 12. UFRGS 2005
e. Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. Quanto ao período Barroco e seus representantes na
literatura colonial brasileira, é correto afirmar que
11. ENEM 2012 a. os sermões de Antônio Vieira apresentam uma retórica
complexa pela exuberância de Imagens e pelos postulados
morais e religiosos.
b. a obra de Gregório de Matos se distingue pela sua
unidade temática, expressa por um tom satírico.
c. a poesia Irreverente de Gregório de Matos satiriza
diferentes tipos sociais, exceção feita aos representantes da
Igreja.
d. o predomínio dos valores transcendentais. motivados pela
Reforma, marca o estilo barroco da obra de Vieira.

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e. Gregório de Matos se ateve ao uso da língua culta da português, mas combina-os com a paixão das imagens
Metrópole, ao contrário de Vieira, que utilizou termos pré-românticas.
indígenas, africanos e populares. c. Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o mais
liberal, o que mais claramente manifestou as ideias da
ilustração francesa.
13. CESGRANRIO 2011
d. Teve grande capacidade em fixar num lampejo os vícios,
Formas sinuosas, flores, folhagens, desenho delicado
os ridículos, os desmandos do poder local, valendo-se para
facilmente reconhecido em objetos, móveis, esculturas,
isso do engenho artificioso que caracterizava o estilo da
pinturas e edifícios. Esse estilo, que, se estendendo a todas
época.
as formas de arte, procurou promover a unidade de todo o
e. Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas do
fazer artístico do início do século XX é denominado estilo
chamado ciclo do ouro é prova de que seu talento não se
a. Art Nouveau restringia ao lirismo amoroso.
b. Gótico
c. Rococó
16. PUC-SP 1997
d. Barroco
AOS AFETOS, E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA
e. Neoclássico
AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM

14. UEL 1995


Assinale a alternativa cujos termos preenchem corretamente SONETO
as lacunas do texto inicial.
Ardor em firme coração nascido;

Pranto por belos olhos derramado;


Como bom barroco e oportunista que era, este poeta de um
Incêndio em mares de águas disfarçado;
lado lisonjeia a vaidade dos fidalgos e poderosos, de outro
investe contra os governadores, os "falsos fidalgos". O fato é Rio de neve em fogo convertido:
que seus poemas satíricos constituem um vasto painel
...................., que ................. compôs com rancor e engenho
ainda hoje admirados pela expressividade. Tu, que em um peito abrasas escondido;

a. do Brasil do século XIX - Gregório de Matos Tu, que em um rosto corres desatado;
b. da sociedade mineira do século XVIII - Cláudio Manuel da
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Costa
c. da Bahia do século XVII - Gregório de Matos Quando cristal em chamas derretido.
d. do ciclo da cana-de-açúcar - Antônio Vieira
e. da exploração do ouro em Minas - Cláudio Manuel da
Costa. Se és fogo como passas bradamente,

Se és neve, como queimas com porfia?


15. UEL 1996
Identifique a afirmação que se refere a GREGÓRIO DE Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
MATOS.

a. No seu esforço de criação da comédia brasileira, realiza Pois para temperar a tirania,
um trabalho de crítica que encontra seguidores no
Romantismo e mesmo no restante do século XIX. Como quis que aqui fosse a neve ardente,
b. Sua obra é uma síntese singular entre o passado e o Permitiu parecesse a chama fria.
presente: ainda tem os torneios verbais do quinhentismo

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b. cultismo, caracterizado pela exploração da sonoridade
das palavras.
c. cultismo, caracterizado pelo conflito entre fé e razão.
Considere atentamente as seguintes afirmações sobre o d. conceptismo, caracterizado pelo vocabulário preciosista e
poema de Gregório de Matos: pela exploração de aliterações.
e. conceptismo, caracterizado pela exploração das relações
I - O par fogo e água, que figura amor e contentação, passa
lógicas, da argumentação.
por variações contrastantes até evoluir para o oxímoro.

II - O poema evidencia a "fórmula da ordem barroca" ditada


18. FEI 1997
por Gérard Genette: diferença transforma-se em oposição,
"Não é o homem um mundo pequeno que está dentro do
oposição em simetria e simetria em identidade.
mundo grande, mas é um mundo grande que está dentro do
III - O poema inscreve, no âmbito da linguagem, o conflito pequeno. Baste por prova o coração humano, que sendo
vivido pelo homem do século XVII. uma pequena parte do homem, excede na capacidade a
toda a grandeza do mundo. (...) O mar, com ser um monstro
indômito, chegando às areias, para; as árvores, onde as
De acordo com o poema, pode-se concluir que: põem, não se mudam; os peixes contentam-se com o mar,
as aves com o ar, os outros animais com a terra. Pelo
a. são corretas todas as afirmações. contrário, o homem, monstro ou quimera de todos os
b. são corretas apenas as afirmações I e II. elementos, em nenhum lugar para, com nenhuma fortuna se
c. são corretas apenas as afirmações I e III. contenta, nenhuma ambição ou apetite o falta: tudo confunde
d. é correta apenas a afirmação II. e como é maior que o mundo, não cabe nele".
e. é correta apenas a afirmação III.
Podemos reconhecer neste trecho do Padre Antônio Vieira:

17. FATEC 1997 a. O caráter argumentativo típico do estilo barroco (século


Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas palavras, XVII).
especialmente nas que eram ditas com fé. No entanto, todas b. A pureza de linguagem e o estilo rebuscado do escritor
as palavras que ele dissera, nos púlpitos, nas salas de aula, árcade (século XVIII).
nas reuniões, nas catequeses, nos corredores, nos ouvidos c. Uma visão de mundo centrada no homem, própria da
dos reis, clérigos, inquisidores, duques, marqueses, época romântica (princípio do século XIX).
ouvidores, governadores, ministros, presidentes, rainhas, d. O racionalismo comum dos escritores da escola realista
príncipes, indígenas, desses milhões de palavras ditas com (final do século XIX).
esforço de pensamento, poucas - ou nenhuma delas - e. A consciência da destruição da natureza pelo homem,
haviam surtido efeito. O mundo continuava exatamente o de típica de um escritor moderno (século XX).
sempre. O homem, igual a si mesmo.

Ana Miranda, BOCA DO INFERNO 19. UFRGS 1997


Sobre a poesia de Gregório de Matos Guerra é correto
afirmar que
"...milhões de palavras ditas com esforço de pensamento." a. privilegia os cenários bucólicos percorridos por pastores e
ninfas examinados de uma perspectiva satírica e irônica.
b. expõe em sintaxe simples o caráter sereno e amoroso de
Essa passagem do texto faz referência a um traço da um pastor que corteja sua amada com promessas de vida
linguagem barroca presente na obra de Vieira; trata-se do: amena e burocrática.
a. gongorismo, caracterizado pelo jogo de ideias. c. expõe em sintaxe complexa e com metáforas antitéticas
os dilemas do amor e do espírito no quadro da
Contra-Reforma.

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d. privilegia o cenário urbano para denunciar as II. Este é um soneto oitocentista, que cumpre os padrões da
arbitrariedades da Inquisição e o racismo dos portugueses forma fixa, quais sejam, rimas ricas, interpoladas nas
instalados na colônia. quadras ("A-B-A-B") e alternadas nos tercetos ("A-B-B-A").
e. privilegia os cenários palacianos em que ocorrem intrigas
III. O tema do eterno combate entre elementos mundanos e
e conspirações envolvendo nobres burocratas, monges e
forças sagradas é indicado ali, por "ignorância do mundo" e
prostitutas.
"qualquer dos bens", por um lado, e por "constância",
"alegria" e "firmeza", de outro.
20. FATEC 1999
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
A respeito de tais afirmações, deve-se dizer que:
Depois da Lua se segue a noite escura,
a. somente I está correta.
Em tristes sombras morre a formosura,
b. somente II está correta.
Em contínuas tristezas a alegria. c. somente III está correta.
d. somente I e III estão corretas.
e. odas estão corretas.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 21. UFV 1999
Leia o soneto a seguir, de autoria de Gregório de Mattos:
Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,

Da vossa piedade me despido,


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Na formosura não se dê constância,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
E na alegria sinta-se tristeza.

Se basta a vos irar tanto pecado,


Começa o mundo enfim pela ignorância,
A abrandar-vos sobeja um só gemido,
E tem qualquer dos bens por natureza
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
A firmeza somente na inconstância."
Vos tem para o perdão lisonjeado.

(Gregório de Matos)
Se uma ovelha perdida, e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino


Sobre as características barrocas desse soneto, considere
as afirmações a seguir: vos deu, como afirmais na Sacra História:

I. Há nele um jogo simétrico de contrastes, expresso por Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
pares antagônicos como Sol/Lua, dia/noite, luz/sombra,
Cobrai-a, e não queiras, Pastor divino,
tristeza/alegria, etc., que compõe a figura da antítese.

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Perder na vossa ovelha a vossa glória. eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que
calam que com o que disserem; porque a confiança com que
(Cf. DIMAS, Antônio. "Seleção de textos, notas, estudos
isto se diz é sinal que lhes não toca, e que se não podem
biográficos, histórico e crítico." 2a ed. São Paulo: Nova
ofender; e a cautela com que se cala é argumento de que se
Cultural, 1988. p. 141s)
ofenderão, porque lhes pode tocar. [...]

Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são


Assinale a alternativa INCORRETA: aqueles miseráveis, a quem a pobreza e vileza de sua
fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma
a. No jogo de antíteses, o poeta vê-se como culpado, mas
sua miséria ou escusa ou alivia o seu pecado [...]. O ladrão
também ovelha indispensável ao Pastor Divino.
que furta para comer não vai nem leva ao Inferno: os que
b. O argumento do poeta, arrependido, constrói-se pelo jogo
não só vão, mas levam, de que eu trato, são os ladrões de
de ideias, ou seja, o cultismo.
maior calibre e de mais alta esfera [...]. Não são só ladrões,
c. O poeta recorre ao texto bíblico para justificar, perante
diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou
Deus, a necessidade de ser perdoado.
espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa;
d. Segundo o poeta, o perdão de sua culpa favorecia a
os ladrões que mais própria e dignamente merecem este
ambos: tanto ao culpado, quanto ao Pastor Divino.
título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
e. O poeta busca, em sua linguagem dualista, conciliar,
e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração
poeticamente, fé e razão.
das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e
despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem,
22. UNESP 2018 estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do
Leia o excerto do “Sermão do bom ladrão”, de Antônio Vieira seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam,
(1608-1697), para responder à(s) questão(ões) a seguir. são enforcados: estes furtam e enforcam.

(Essencial, 2011.)

Navegava Alexandre [Magno] em uma poderosa armada


pelo Mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à
sua presença um pirata, que por ali andava roubando os
pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão Assinale a alternativa cuja citação se aproxima
mau ofício; porém ele, que não era medroso nem lerdo, tematicamente do “Sermão do bom ladrão” de Antônio
respondeu assim: “Basta, Senhor, que eu, porque roubo em Vieira.
uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma
a. “Rouba um prego, e serás enforcado como um malfeitor;
armada, sois imperador?”. Assim é. O roubar pouco é culpa,
rouba um reino, e tornar-te-ás duque.” (Chuang-Tzu, filósofo
o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os
chinês, 369-286 a.C.)
piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca,
b. “Para quem vive segundo os verdadeiros princípios, a
que sabia bem distinguir as qualidades, e interpretar as
grande riqueza seria viver serenamente com pouco: o que é
significações, a uns e outros, definiu com o mesmo nome:
pouco nunca é escasso.” (Lucrécio, poeta latino, 98-55 a.C.)
[...] Se o rei de Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz
c. “O dinheiro que se possui é o instrumento da liberdade;
o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o
aquele que se persegue é o instrumento da escravidão.”
mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
(Rousseau, filósofo francês, 1712-1778)
Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um d. “Que o ladrão e a ladra tenham a mão cortada; esta será
filósofo estoico se atrevesse a escrever uma tal sentença em a recompensa pelo que fizeram e a punição da parte de
Roma, reinando nela Nero; o que mais me admirou, e quase Deus; pois Deus é poderoso e sábio.” (Alcorão, livro sagrado
envergonhou, foi que os nossos oradores evangélicos em islâmico, século VII)
tempo de príncipes católicos, ou para a emenda, ou para a e. “Dizem que tudo o que é roubado tem mais valor.” (Tirso
cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam estes de Molina, dramaturgo espanhol, 1584-1648)

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natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de
estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
23. UPE 2015
palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar
Sobre a fundamentação do Barroco no Brasil, assinale a
negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas.
alternativa CORRETA.
As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de
ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.

a. Tem como marco introdutório a publicação da epopeia, (Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
referenciada como a maior obra do gênero épico da Língua
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
Portuguesa cuja autoria é atribuída a Luís Vaz de Camões,
publicada em 1640, ano em que Portugal e A expressão que traduz a ideia de rebuscamento no estilo é:
consequentemente o Brasil voltam a se tornar autônomos
a. “púlpitos”
em relação à dominação espanhola.
b. “semear”
b. A poesia barroca de Gregório de Matos e os sermões do
c. “céu”
Padre Antônio Vieira são, do ponto de vista estético,
d. “xadrez de palavras”
distintos, pois o poeta tece críticas ferrenhas à sociedade
e. “estrelas”
baiana de seu tempo, ao passo que os sermões do religioso
se eximem de qualquer relação com os problemas a ele
contemporâneos. 25. ESPM 2014
c. Tanto a poesia satírica de Gregório de Matos quanto os Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um
sermões do Padre Vieira revelam o envolvimento de ambos estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
os autores com acontecimentos da época. Daí o poeta ser afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a
apelidado de “o boca do inferno”, e o Padre jesuíta ter sido natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser
condenado ao silêncio por dez anos pela Igreja à qual muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar
pertencia. ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de
d. Um texto barroco bem caracterizado é aquele que reflete natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de
os anseios de um homem equilibrado, dominado pela razão, estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
além de ter como riqueza a metáfora e a metonímia, as palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar
quais tornam a linguagem concisa e clara. Tal ocorrência é negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas.
facilmente identificada tanto na poesia conceptista de As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de
Gregório como nos sermões cultistas do Padre Vieira. ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
e. O Barroco produzido no Brasil se restringiu a duas
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
personalidades importantes, Gregório de Matos e Padre
Vieira. Por essa razão, Bento Teixeira, autor de ¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
Prosopopeia, não é reconhecido como poeta lírico, apesar
de ter criado sonetos de reconhecido valor estético sobre o
amor erótico, o que lhe rendeu a prisão pela Santa Assinale a incorreta sobre o texto de Padre Vieira:
Inquisição em Olinda.
a. vale-se do estilo conceptista do Barroco, voltando-se para
a argumentação e raciocínio lógicos.
24. ESPM 2014 b. ataca duramente os pregadores cultistas, devido ao estilo
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um pomposo, de difícil acesso, e aos exageros da
estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão ornamentação.
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a c. critica o sermão que está preocupado com a suntuosidade
natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser linguística e estilística.
muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar d. defende a pregação que tenha naturalidade, clareza e
ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de distinção.

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e. mostra que, seguindo o exemplo de Cristo, pregar e
semear afetam o estilo, porque ambas são práticas da ( ) Expressionismo.
natureza. ( ) Escultura contemporânea.
( ) Academicismo.
( ) Modernismo.
26. PUC-CAMPINAS 2016
( ) Barroco.
Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro
surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como
Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
últimos anos do Império. Mas é só com a queda da
monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com a. 2, 4, 5, 1, 3.
efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. b. 5, 1, 4, 3, 2.
No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: c. 2, 5, 1, 3, 4.
zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira d. 5, 2, 3, 4, 1.
Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos e. 2, 3, 4, 1, 5.
termos.

(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um 28. UFV 2011
monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281) Leia a passagem abaixo, extraída do “Sermão do Bom
Ladrão ou da Audácia”, do Padre Antônio Vieira:

A crítica galhofeira a autoridades e a pessoas de prestígio foi


uma arma contundente de que se valeu Não são só ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou
espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa;
a. o poeta barroco Gregório de Matos, em sua poesia
os ladrões que mais própria e dignamente merecem este
satírica.
título, são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
b. Claúdio Manuel da Costa, nas cartas que escreveu ao
e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração
mandatário de Minas Gerais.
das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e
c. o poeta Carlos Drummond de Andrade, nos ácidos versos
despojam os povos.
de Claro enigma.
d. Clarice Lispector, na prosa provocadora de A hora da (VIEIRA, Antônio. Sermões escolhidos. São Paulo: Martin Claret, 2006. p.

estrela. 119.)

e. a geração de 45, reagindo contra os chamados “papas”


do modernismo.
É CORRETO afirmar que Padre Vieira, referindo-se às
palavras de S. Basílio Magno, condena principalmente o
27. UNESPAR 2010 ladrão que, estando a serviço do rei:
Relacione as colunas de acordo com os artistas brasileiros e
a. furta pequenos objetos.
os movimentos dos quais fizeram parte em determinado
b. cuida dos próprios negócios.
momento de suas carreiras.
c. rouba o bem público.
d. engana outro ladrão.

( 1 ) Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.


( 2 ) Frans Krajcberg. 29. UEPG 2012
( 3 ) Belmiro de Almeida. Sobre as estéticas literárias, Arcadismo e Barroco, assinale
( 4 ) Tarsila do Amaral. a alternativa correta.
( 5 ) Lasar Segall.
a. Nas poesias do Barroco há predominância da linguagem
simples, que tratam do distanciamento da mulher amada,

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enquanto que na poesia do Arcadismo há predominância de Vos tenho a perdoar mais empenhado.
figuras de linguagem, como antítese e paradoxo, e de versos (Gregório de Matos)
da ordem indireta.
b. A poesia lírico-amorosa do Padre Antônio Vieira é
GABARITO: 1) e, 2) d, 3) c, 4) a, 5) a, 6) e, 7) a, 8) c, 9) b,
fortemente marcada pelo dualismo amoroso, carne/espírito,
10) c, 11) d, 12) a, 13) a, 14) c, 15) d, 16) a, 17) e, 18) a, 19)
que leva a um sentimento de culpa no plano espiritual.
c, 20) a, 21) b, 22) a, 23) c, 24) d, 25) e, 26) a, 27) d, 28) c,
c. As poesias de Gregório de Matos possuem uma
29) e, 30) e,
linguagem simples, direta e extremamente lírica.
d. No Arcadismo brasileiro, há o abandono da linguagem
pastoril, com valorização da vida urbana e crítica direta aos
políticos do Brasil colônia.
e. Gregório de Matos, também conhecido como Boca do
Inferno por suas poesias satíricas, é autor do Barroco.

30. UEL 2001


O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII,
momento em que os ideais da Reforma entram em confronto
com a Contrarreforma católica, ocasionando no plano das
artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o
antropocentrismo.

A alternativa que contém os versos que melhor expressam


este conflito é:

a. Um paiá de Monal, bonzo bramá,


Primaz da Cafraria do Pegu,
Que sem ser do Pequim, por ser do Açu,
Quer ser filho do sol, nascendo cá.
(Gregório de Matos)
b. Temerária, soberba, confiada,
Por altiva, por densa, por lustrosa,
A exaltação, a névoa, a mariposa,
Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada.
(Botelho de Oliveira)
c. Fábio, que pouco entendes de finezas!
Quem faz só o que pode a pouco obriga:
Quem contra os impossíveis se afadiga,
A esse cede amor em mil ternezas.
(Gregório de Matos)
d. Luzes qual sol entre astros brilhadores,
Se bem rei mais propício, e mais amado;
Que ele estrelas desterra em régio estado,
Em régio estado não desterras flores.
(Botelho de Oliveira)
e. Pequei Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,

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31. ACAFE 2014 (5) Influenciados pelo pensamento evolucionista de Charles
Darwin no Brasil e pelo positivismo de Augusto Comte, o
Sobre o contexto histórico e social das escolas literárias
movimento ficou bastante conhecido por explorar temas
brasileiras, correlacione as colunas seguir.
como a homossexualidade, o incesto, o desequilíbrio e a
loucura. Os escritores passaram a retratar em seus
personagens traços de natureza animal, desde impulsos
sexuais a comportamentos desregrados e instintivos. A
(1) Proclamada a independência, em 1822, cresce no Brasil agressividade, a violência e o erotismo eram considerados
o sentimento de nacionalismo, buscase o passado histórico, parte da personalidade humana, já que o indivíduo era visto
exalta-se a natureza da pátria. De 1823 a 1831, o Brasil como fruto do meio em que vivia.
viveu um período difícil com o autoritarismo de D. Pedro I: a
dissolução da Assembleia Constituinte; a Constituição
outorgada; a luta pelo trono português contra seu irmão D.
Miguel; e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período
( ) Arcadismo
regencial e a maioridade prematura de Pedro II.

( ) Romantismo
(2) O crescimento de algumas cidades de Minas Gerais, cuja
base econômica era a exploração do ouro, favorecia tanto a
divulgação de ideias políticas quanto o florescimento de uma
( ) Naturalismo
literatura cujos modelos os jovens brasileiros foram buscar
em Coimbra, já que a colônia não lhes oferecia cursos
superiores. E, ao retornarem de Portugal, traziam consigo as
ideias iluministas. ( ) Modernismo

(3) O período era sem dúvida de muita opressão. A igreja ( ) Barroco


lutava contra os reformadores por meio da Inquisição e
instaurava um clima de medo constante em seus fiéis, que
se viam divididos entre o material e o espiritual, o prazer e o
dever. Ao mesmo tempo eram mostradas cenas bíblicas que A sequência correta, de cima para baixo, é:
remetem ao amor e à compaixão, como os momentos de dor
imensa do sacrifício de Jesus Cristo. a. 5 - 2 - 3 - 1 - 4

b. 4 - 5 - 1 - 3 - 2

c. 3 - 4 - 2 - 5 - 1
(4) A industrialização brasileira, que vinha crescendo desde
o começo do século, foi impulsionada com a Primeira Guerra d. 2 - 1 - 5 - 4 - 3
Mundial e estimulou a urbanização das cidades,
principalmente de São Paulo. A capital paulista, com a
32. UPF 2014
expansão da cafeicultura começou a experimentar um
enorme crescimento econômico. O período foi marcado A literatura _______________ representa frequentemente o
também pela chegada em massa de imigrantes, indivíduo que, impelido por forte emoção e pelo senso de
principalmente italianos, muitos dos quais haviam vivido a liberdade, entra em choque com o mundo real que o cerca.
experiência da luta de classes em seus países e divulgaram
A narrativa _______________ representa de modo objetivo
no país ideias anarquistas e socialistas.
e minucioso personagens, comportamentos e relações
sociais, com a finalidade moral de desvelar os vícios e a

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mediocridade que os caracterizam. c. perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio
que emprestava a índios e negros.
A poesia _______________ busca, pelas associações
imagísticas, pela sonoridade e pelo ritmo, sugerir um mundo d. exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de
superior, que transcenda o mundo apreendido pelos órgãos criar a Campanha das Índias Ocidentais.
dos sentidos. e. condenação aos governantes locais que desobedeciam os
A poesia _______________, por meio de um estilo princípios do mercantilismo seiscentista.
exuberante, feito frequentemente de antíteses e paradoxos,
exprime uma visão de mundo contraditória, dividida entre os 34. UPF 2014
valores espirituais cristãos, próprios da Idade Média, e os
valores racionais e sensoriais, próprios do Renascimento. Sobre autores da literatura brasileira e suas obras, é
incorreto afirmar que:

a. Padre Antônio Vieira é um autor gongórico, ou seja,


As palavras que preenchem corretamente as lacunas nas aquele que joga com a palavra meramente pela sedução do
frases são, respectivamente: jogo, sem preocupação com o desenvolvimento da ideia no
a. barroca – realista – romântica – simbolista. sentido da persuasão.

b. realista – barroca – simbolista – romântica. b. Castro Alves apresenta o amor como sinônimo de
sensualismo, fazendo poesia dedicada a uma mulher muito
c. realista – romântica – barroca – simbolista. próxima.
d. romântica – realista – simbolista – barroca. c. A obra de ficção de José de Alencar, em conjunto,
e. romântica – simbolista – realista – barroca. constitui o panorama histórico do Brasil: do mundo selvagem
à miscigenação, e daí ao aspecto social do país no campo e
na cidade.
33. UFMS 2007
d. Aluísio Azevedo, na obra O cortiço, ressalta, mais do que
Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. dramas individuais, a influência exercida pelo meio sobre o
Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque homem.
um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e
vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra e. A obra ficcional de Mário de Andrade revela um escritor
vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, preocupado com técnicas narrativas vanguardistas e com a
antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, incorporação de expressões brasileiras.
tanto mais facilmente se despontam na pedra. Oh! Deus nos
livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as 35. MACKENZIE 2012
pedras.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
(Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira)
Da vossa alta piedade me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Pelo trecho reproduzido, conclui-se que o “Sermão da
(Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”)
Sexagésima” trata da

a. problemática da pregação religiosa, considerando as


figuras dos pregadores e dos fiéis.

b. necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra Observação:


os holandeses. hei pecado = tenho pecado
delinquido = agido de modo errado

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É traço relevante na caracterização do estilo de época a que
pertence o texto:
É traço relevante na caracterização do estilo de época a que
pertence o texto: a. a progressão temática que constrói forças de tensão entre
pecado e salvação.
a. a progressão temática que constrói forças de tensão entre
pecado e salvação. b. a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo
onírico do poeta.
b. a linguagem musical que sugere os enigmas do mundo
onírico do poeta. c. os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema
rítmico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico.
c. os aspectos formais, como métrica, cadência e esquema
rímico, que refletem o desequilíbrio emocional do eu lírico. d. a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o
conhecimento verdadeiro e redentor.
d. a fé incondicional nos desígnios de Deus, única via para o
conhecimento verdadeiro e redentor. e. a força argumentativa de uma poesia com marcas
exclusivas de ideais antropocêntricos.
e. a força argumentativa de uma poesia com marcas
exclusivas de ideais antropocêntricos
38. UNAMA 2009

36. UFRGS 2016 Leia a estrofe a seguir, do soneto de Gregório de Matos


Guerra.
Assinale a alternativa correta sobre os três sermões do
Padre Antônio Vieira.

a. Estão repletos de exemplos do equilíbrio e da De que pode servir calar quem cala,
simplicidade, típicos do homem barroco
Nunca se há de falar o que se sente?
b. São peças exemplares de retórica, com a finalidade de
Sempre se há de sentir o que se fala!
despertar a consciência moral dos fiéis

c. São bastante abstratos, pois se dirigiam a uma plateia (Aos vícios- Gregório de Matos Guerra)

letrada, que dispensava exemplos.

d. São escritos em linguagem culta com palavras difíceis,


A respeito de aspectos linguísticos e literários, avalie as
dirigidos à plateia sofisticada que frequentava a igreja.
quatro afirmativas abaixo, com base no texto lido.
e. Apresentam perguntas retóricas, que geravam um
caloroso debate durante as pregações.
I. Há presença do amor cortês, marca da poesia medieval de
Gregório de Matos.
37. MACKENZIE 2012
II. Como barroco, o poeta utiliza a antítese para confrontar
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
os extremos.
Da vossa alta piedade me despido,
III. Nas suas duas ocorrências, o vocábulo o, antes do que,
Porque, quanto mais tenho delinquido, é pronome demonstrativo.

Vos tenho a perdoar mais empenhado. IV. O pronome se, em posição enclítica, nas quatro
ocorrências, caracteriza desvio da norma padrão, próprio da
(Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso
poesia satírica de Gregório de Matos.
Senhor”)

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Estão corretas as afirmativas: e. os Profetas, de Aleijadinho.

a. I, II, III e IV.


41. UEL 2011
b. I e IV, apenas.
“Triste Bahia”
c. II e III, apenas.

d. IV, apenas. Triste Bahia! Ó quão dessemelhante


Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
39. MACKENZIE 2011 Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
É a vaidade, Fábio, nesta vida,

Rosa, que da manhã lisonjeada, A ti trocou-te a máquina mercante,


Púrpuras mil, com ambição dourada, Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Airosa rompe, arrasta presumida. Tanto negócio e tanto negociante.

Gregório de Matos

Deste em dar tanto açúcar excelente


Observação: 1. lisonjeada: envaidecida Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
2. airosa: elegante

3. presumida: convencida
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Todas as alternativas trazem aspectos temático-expressivos
relevantes no texto, EXCETO: (MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São
Paulo: FTD, 1998. p. 141.)
a. discurso em estilo elevado, com foco no sentido da vida.

b. inversões sintáticas.

c. progressão textual apoiada em desdobramentos Considerando-se o soneto, conclui-se que


metafóricos.
a. na quarta estrofe, o eu-lírico conclui que a lamentável
d. identificação do poeta com um pastor. situação da Bahia está em conformidade com a vontade
divina.
e. linguagem culta, com marcas de preciosismo formal.
b. a antítese é verificada na oposição entre as expressões
“máquina mercante” e “drogas inúteis”, embora ambas se
40. UNICENTRO 2012
refiram à Bahia.
A alternativa que não é uma expressão artística brasileira é a
c. os versos 3 e 4 são exemplos do papel relevante da
indicada em
gradação no conjunto do poema, pois enumeram estados de
a. o quadro Abapuru, de Tarsila do Amaral. espírito do eu-lírico.

b. o Teatro do Oprimido, de Augusto Boal. d. o poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico,


em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual
c. a Semana de Arte Moderna de 1922.
privilegiava os comerciantes estrangeiros.
d. o quadro Guernica, de Picasso.

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e. as figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do ao prazer.
sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para
expressar a existência de um triângulo amoroso.

42. UEL 2011 Assinale a alternativa correta

Triste Bahia! Oh quão dessemelhante a. Somente as a■rmativas I e II são corretas.


Estás, e estou do nosso antigo estado!
b. Somente as a■rmativas I e III são corretas.
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. c. Somente as a■rmativas III e IV são corretas

d. Somente as a■rmativas I, II e IV são corretas

A ti trocou-te a máquina mercante, e. Somente as a■rmativas II, III e IV são corretas.


Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado 43. UFMG 2010
Tanto negócio, e tanto negociante.
Um dos recursos utilizados pelo padre Antônio Vieira em
seus sermões consiste na “agudeza” – maneira de conduzir
Deste em dar tanto açúcar excelente o pensamento que aproxima objetos e/ou idéias distantes,
Pelas drogas inúteis, que abelhuda diferentes, por meio de um discurso artificioso, que se
Simples aceitas do sagaz Brichote. costuma chamar de “discurso engenhoso”.

Assinale a alternativa em que, no trecho transcrito do


Oh se quisera Deus, que de repente “Sermão da Sexagésima”, o autor utiliza esse recurso.
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote! a. Lede as histórias eclesiásticas, e achá-las-eis todas
cheias de
MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998. p. admiráveis efeitos da pregação da palavra de Deus. Tantos
141. pecadores convertidos, tanta mudança de vida, tanta
reformação de costumes; os grandes desprezando as
riquezas e vaidades do Mundo; os reis renunciando os
A partir da leitura do texto, considere as a■rmativas a seguir.
cetros e as coroas; as mocidades e as gentilezas
metendo-se pelos desertos e pelas covas [...]

b. Miseráveis de nós, e miseráveis de nossos tempos, pois


I. O poema faz parte da produção de Gregório de Matos neles se veio a cumprir a profecia de S. Paulo: [...] “Virá
caracterizada pelo cunho satírico, visto que ridiculariza vícios tempo, diz S. Paulo, em que os homens não sofrerão a
e imperfeições e assume um tom de censura. doutrina sã.” [...] “Mas para seu apetite terão grande número
II. As ■guras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do de pregadores feitos a montão e sem escolha, os quais não
sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para façam mais que adular-lhes as orelhas.”
expressar a existência de um triângulo amoroso.
c. Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três
III. O poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico,
coisas: olhos, espelho e luz. [...] Que coisa é a conversão de
em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual
uma alma, senão entrar um homem dentro de si e ver-se a si
privilegiava os comerciantes estrangeiros.
mesmo? Para esta vista são necessários olhos, é necessária
IV. Os versos “Que em tua larga barra tem entrado” e “Deste
luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o
em dar tanto açúcar excelente” conferem ao poema um tom
espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a
erótico, pois, simbolicamente, sugerem a ideia de solicitação
graça; o homem concorre com os olhos, que é o

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conhecimento.

d. Quando Davi saiu a campo com o gigante, ofereceu-lhe 46. PUC-CAMPINAS 2015
Saul as suas armas, mas ele não as quis aceitar. Com as
(...) a insistência em descrever a natureza, arrolar os seus
armas alheias ninguém pode vencer, ainda que seja Davi. As
bens e historiar a vida ainda breve da Colônia indica um
armas de Saul só servem a Saul, e as de Davi a Davi, e mais
primeiro passo da consciência do colono, enquanto homem
aproveita um cajado e uma funda própria, que a espada e a
que já não vive na Metrópole e, por isso, deve enfrentar
lança alheia.
coordenadas naturais diferentes, que o obrigam a aceitar e,
nos casos melhores, repensar diferentes estilos de vida. Se
44. UNICANTO 2015 por um lado sua atitude em face do índio, por exemplo,
prende-se aos comuns padrões culturais de português e
Considerando a arte barroca, observa-se que:
católico-medieval, seu contato com os nativos leva-o a uma
a. Nas obras barrocas as cenas representadas envolvem-se observação curiosa, da qual pode nascer uma nova
num acentuado contraste de claro-escuro, o que intensifica a avaliação.
expressão de sentimento.
(Adaptado de: BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São
b. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o Paulo: Cultrix, 1982. 3. ed., 3a tiragem, p. 20)
sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência.

c. A iluminação diagonal tão marcante na pintura barroca


remete ao observador uma sensação estática.

d. Considerada por diversos críticos uma arte requintada, As iniciativas de descrever a natureza, arrolar os seus bens
aristocrática e convencional, o Barroco acabou tornando-se, e historiar a vida ainda breve da Colônia estão
com o passar do tempo, superficial. documentadas no gênero que se conhece como

e. O Barroco desenvolveu-se igualmente nos diversos a. apologia barroca.


países em que se manifestou, realização raramente
b. sátira maneirista.
conquistada pelos outros movimentos artísticos existentes,
fazendo com que o Barroco se diferencie dos demais em c. catequese jesuítica.
termos de importância. d. literatura de informação.

e. epistolografia romântica.
45. UNIFESP 2009

Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: 47. ACAFE 2015
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa: Assinale a alternativa correta sobre as diferentes fases e
O Velhaco maior sempre tem capa. escolas da literatura brasileira.

(Gregório de Matos) a. Em alguns romances de José de Alencar, a exemplo de


Iracema e O Guarani, o índio é idealizado, tendo a natureza
como o pano de fundo, da qual o índio é o herói épico.
Nos versos, o eu lírico deixa evidente que
b. A poesia modernista, sobretudo a da primeira fase
a. uma pessoa se torna desprezível pela ação do nobre. (1922-1928), incentiva a pesquisa formal com base nas
conquistas parnasianas.
b. o honesto é quem mais aparenta ser desonesto.
c. A afirmação a seguir se refere ao autor da obra O grande
c. geralmente a riqueza decorre de ações ilícitas.
sertão: veredas: "Descendente de senhores de engenho, o
d. as injúrias, em geral, eliminam as injustiças. romancista soube fundir, numa linguagem de forte e poética
e. o vil e o rico são vítimas de severas injustiças. oralidade, as recordações da infância e da adolescência com

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o registro intenso da vida nordestina colhida por dentro, a. o eu lírico repudia a presença de colonizadores
através dos processos mentais de homens e mulheres que portugueses em nossa terra.
representam a gama étnica e social da região".
b. a fauna e a flora tropicais são descritas de maneira
d. O Realismo brasileiro caracteriza-se, na literatura e nas minuciosa e idealizada.
artes em geral, pela frequência das antíteses e paradoxos,
c. o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos
fugacidade do tempo e incerteza da vida, tendo como um
brasileiros para a metrópole.
dos seus representantes o escritor Gregório de Matos –
apelidado de “A Boca do Inferno”. Poeta lírico, satírico, d. a exuberância e a diversidade da natureza tropical são
reflexivo, filosófico, sacro, obsceno, oscilou entre o sagrado exaltadas pelo poeta.
e o profano. e. a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os
encontros amorosos do eu lírico.
48. UPF 2012

Olavo Bilac e Cruz e Sousa estão situados, respectivamente, 50. UPE 2011
nos seguintes períodos literários: Ao Braço do Mesmo Menino Jesus Quando Appareceo
a. Parnasianismo e Simbolismo

b. Simbolismo e Parnasianismo
O todo sem a parte não é todo,
c. Parnasianismo e Pré-Modernismo
A parte sem o todo não é parte,
d. Barroco e Simbolismo
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
e. Simbolismo e Pré-Modernismo
Não se diga, que é parte, sendo todo.

49. IFSP 2014

Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Em todo o Sacramento está Deus todo,
Manuel Botelho de Oliveira. E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E, tratando das próprias, os coqueiros, E feito em partes todo em toda a parte,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos; Em qualquer parte sempre fica o todo
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento, O braço de Jesus não seja parte,
o néctar doce, o cândido alimento.
Pois que feito Jesus em partes todo,
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos, Assiste cada parte em sua parte
e como vários são nas várias cores,
Não se sabendo parte deste todo,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha, Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha.
Nos disse as partes todas deste todo.
COHN, Sergio. Poesia.br. Rio de Janeiro: Azougue, 2012.
MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1990. p. 307.

Podemos relacionar os versos desse poema ao


Quinhentismo Nacional, pois

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Sobre o poema de Gregório de Matos, analise as afirmativas 3) Roy Lichtenstein
a seguir:
4) Monet

5) Diego Velásquez
I. Há figuras de linguagem que estão diretamente atreladas à
estética literária cuja principal característica é a presença do
sentimento bucólico, ou seja, sentimento relativo ao culto à ( ) Pós-impressionismo
natureza.
( ) Impressionista
II. No primeiro e no segundo verso, se analisarmos as
( ) Barroco espanhol
palavras “parte” e “todo”, podemos dizer que estamos diante
de um jogo de palavras cujo objetivo é propor situações ( ) Surrealismo
reflexivas.
( ) Arte Pop
III. Há demonstração, por meio da terceira e da quarta
estrofe, que a temática central discutida no texto tem relação
direta com a fase satírica presente na obra de Gregório de A sequência correta é:
Matos.
a. 5, 1, 4, 3, 2.
IV. O eu lírico, na segunda estrofe, reflete sobre a temática
b. 2, 5, 1, 3, 4.
religiosa, fazendo ver que Deus, ainda que fragmentado em
muitas partes, está em todas as partes, o tempo todo. c. 5, 2, 3, 4, 1.

V. Os versos, construídos sob a ótica da estética barroca, d. 1, 4, 5, 2, 3.


mostram o quanto tal estética, em razão de sua natureza e. 2, 3, 4, 1, 5.
social e histórica, refletiu temáticas de natureza contrastante
e paradoxal.
52. UFES 2009

Texto XIV
Estão CORRETAS Canto Primeiro
a. I, II e III. As armas e os barões assinalados
b. I, II e IV. Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
c. I, II e V.
Passaram ainda além da Taprobana,
d. II, IV e V. Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
e. III, IV e V.
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram; [...]
51. UNESPAR 2011 (CAMÕES, L. V de. Os Lusíadas . São Paulo: Cultrix, 1993, p. 22.)

Relacione as colunas de acordo com os artistas e os


movimentos dos quais fizeram parte em determinado
Texto XV
momento de suas carreiras.
Todos falam na Política, muitos compõem livros dela; e no
cabo nenhum a viu, nem sabe de que cor é. [...] é de saber
que, no ano em que Herodes matou os Inocentes, deu um
1) Paul Cézanne
catarro tão grande no diabo, que o fez vomitar peçonha; e
2) René Magritte desta se gerou um monstro [...] ao qual chamaram os críticos

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Razão de Estado: e esta Senhora saiu tão presumida, que
tratou de casar [...] com um mancebo robusto, e de más A seqüência CORRETA de respostas, de cima para baixo, é
manhas, que havia por nome Amor Próprio [...] de ambos
nasceu uma filha, a que chamaram Dona Política [...]
a. F F F F
Criou-se nas Cortes de grandes Príncipes, embrulhou-os a
todos: teve por aios o Maquiavel, Pelágio, Calvino, Lutero, e b. F V F F
outros Doutores dessa qualidade, com cuja doutrina se fez
c. V F F F
tão viciosa, que dela nasceram todas as seitas e heresias,
que hoje abrasam o mundo. E eis aqui, quem é a Senhora d. V F V V
Dona Política. e. V V V V
(Arte de Furtar . 2. ed. Introdução de Carlos Burlamáqui Kopke. São Paulo:
Melhoramentos, 1951. Cap LX, pp. 262-264. Autor anônimo).
53. UNICANTO 2015
Texto XVI
Considerando as características gerais da arte barroca,
DIABO – Oh, que caravela esta!
verifica-se que:
Põe bandeiras, que é festa.
Verga alta! Âncora a pique! a. Tudo na arte barroca invocava a teatralidade e o
– Ó precioso D. Henrique, movimento.
cá vindes vós? Que coisa é esta?
b. Composição em diagonal e contraste de claro e
Vem o Fidalgo e, chegando ao barco infernal, diz:
escuro não constituíram características da pintura barroca.
FIDALGO – Esta barca onde vai ora, assim tão abastecida?
DIABO – Vai para a ilha perdida e há de partir nesta hora. c. O barroco tinha um caráter extremamente racional.
FIDALGO – Para lá vai a senhora?
d. Na pintura, temas religiosos eram transmitidos através da
DIABO – Senhor, a vosso serviço
emoção.
(VICENTE, Gil. “Auto da barca do inferno”. In: Farsa de Inês Pereira / Auto da
e. Na escultura ocorre um equilíbrio entre a razão e a
barca d o in f e r n o / A u t o d a alm a . São Paulo: Martin Claret, 2001.)
emoção.
Os trechos acima são fragmentos de importantes textos da
Literatura Portuguesa. Com base neles e também nas obras
citadas, julgue as proposições abaixo, utilizando (V) para as 54. UNIPAM 2012
que forem verdadeiras e (F) para as que forem falsas. Numere a 2ª coluna, composta de fragmentos de textos
poéticos, com a 1ª, composta de diferentes modos como a
I – Em Os Lusíadas, obra do Classicismo português, o vida pode ser abordada por escritores de épocas distintas.
poeta Luís de Camões, tematizando a viagem de Vasco da (1) Vida como momento de consciência de efemeridades.
Gama, enredada com a mitologia greco-latina, canta os
feitos e glórias portugueses. (2) Vida como momento de distanciamentos amorosos.
II – A epopéia Os Lusíadas , como texto oriundo do século (3) Vida como momento de reflexões metafísicas.
das luzes, representa o pensamento acerca da liberdade do
europeu de conquistar os povos incultos e não cristãos. (4) Vida como momento de refúgios sem destinos.
III – No fragmento do texto Arte de furtar , de 1652, portanto
do período barroco, o autor define a política como uma
atividade ligada ao Estado, por meio da personificação de ( ) Que pode uma criatura senão,
idéias retiradas do mundo político. entre criaturas, amar?
IV – Na passagem do Auto da barca do inferno , texto amar e esquecer,
representativo do Humanismo português, os personagens amar e malamar,
Diabo e Fidalgo são exemplos de alegorias, recurso utilizado amar, desamar, amar?
por Gil Vicente em seu Auto. sempre, e até de olhos vidrados, amar? [....]

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c. 1 – 4 – 2 – 3
Este o nosso destino: amor sem conta,
d. 2 – 3 – 4 – 1
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa, 55. ENEM PPL 2009
paciente, de mais e mais amor. [...]
Lisongeia outra vez impaciente a retenção de sua
(Carlos Drummond de Andrade) mesma desgraça...

Gregório de Matos
( ) Nise? Nise? onde estás? Aonde espera
Achar te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Discreta e formosíssima Maria,
Tanto mais de encontrar te desespera! [...]
Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
Nem ao menos o eco me responde! E na rosada face a Aurora fria:
Ah como é certa a minha desventura!
Enquanto pois produz, enquanto cria
Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?
Essa esfera gentil, mina excelente
(Cláudio Manuel da Costa) No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria:
( ) Discreta e formosíssima Maria,
Gozai, gozai da flor da formosura,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Antes que o frio da madura idade
Em tuas faces a rosada Aurora,
Tronco deixe despido, o que é verdura.
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: [...]
Que passado o Zenith da mocidade,
Sem a noite encontrar da sepultura,
Oh não aguardes, que a madura idade
É cada dia ocaso de beldade.
Te converta em flor, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada. CUNHA, H. P. Convivência maneirista e barroca na obra de Gregório de

(Gregório de Matos) Matos. In: Origens da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro:Tempo Brasileiro,
1979.p. 90.

( ) Eu durmo e vivo ao sol como um cigano, O Barroco é um movimento complexo, considerado como a
Fumando meu cigarro vaporoso; arte dos contrastes. O poema de Gregório de Matos, que
Nas noites de verão namoro estrelas; revela características do Barroco brasileiro, é uma espécie
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! [...] de livre-tradução de um poema de Luís de Góngora,
importante poeta espanhol do século XVII.

Tenho por palácio as longas ruas; Fruto de sua época, o poema de Gregório de Matos destaca
Passeio a gosto e durmo sem temores;
a. a regular alternância temática entre versos pares e
Quando bebo, sou rei como um poeta,
ímpares.
E o vinho faz sonhar com os amores.
b. o contraste entre a beleza física da mulher e a
(Álvares de Azevedo)
religiosidade do poeta.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA c. o pesar pela transitoriedade da juventude e a certeza da
morte ou da velhice.
a. 4 – 1 – 3 – 2

b. 3 – 2 – 1 – 4

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d. o uso de antíteses para distinguir o que é terreno e o que de igrejas, em prédios públicos e civis.
é espiritual na mulher.
Analise as proposições e marque a alternativa correta.
e. a concepção de amor que se transforma em tormento da
a. Nas cidades brasileiras fundadas em meados do século
alma e do corpo do eu lírico.
XVI, o desenvolvimento não foi diretamente impulsionado
pelos ciclos econômicos. No entanto, o Barroco foi um estilo
56. UNICENTRO 2016 predominante na arquitetura e, entre as características
Desenganos da vida humana, metaforicamente aplicadas às edificações religiosas, incluía-se o uso de
vitrais.
É a vaidade, Fábio, nesta vida,
b. Nas regiões fortalecidas, pelo ouro ou pela agricultura de
Rosa, que da manhã lisonjeada,
cana-de-açúcar, as igrejas foram ornadas por pinturas,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
esculturas e relevos de madeira, com detalhes em ouro. A
Airosa rompe, arrasta presumida.
arquitetura compunha-se por peças ricamente decoradas.
É planta, que de abril favorecida
c. A arquitetura das igrejas era proposta a partir do uso do
Por mares de soberba desatada,
concreto armado. As formas sinuosas, espaços amplos e
Florida galeota empavesada,
inovações contribuíram para romper a prática da construção
Sulca ufana, navega destemida.
tradicional no Brasil.
É nau enfim, que em breve ligeireza,
d. Destaca-se a construção da Igreja de São Francisco. O
Com presunção de Fênix generosa,
projeto previu uma planta simétrica e, entre outros fatores,
Galhardias apresta, alentos preza:
optou pela manutenção da tradicional e conservadora
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa arquitetura sacra.
De que importa, se aguarda sem defesa e. A arquitetura pública foi objeto de planejamento
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? detalhado. As edificações com grandes vãos obtidos pelo
uso de estruturas em concreto armado eram integradas aos
MATOS, Gregório. Disponível em:
jardins e contavam com painéis e esculturas, além de outros
http://poesiascolecionadas.blogspot.com.br/. Acesso em: 21 set. 2016.
elementos decorativos.

A primeira estrofe constrói-se a partir da comparação entre 58. UPE 2016


os elementos
Gregório de Matos, poeta baiano, que viveu no século XVI,
a. vaidade / rosa. produziu uma poesia em que satiriza a sociedade de seu
b. vaidade / vida. tempo. Execrado no passado por seus conterrâneos, hoje é
reconhecido como grande poeta, sendo, inclusive, sua
c. vida / rosa. poesia satírica fonte de pesquisa histórica.
d. vaidade / Fábio

Leia os poemas e analise as proposições a seguir:


57. UNESPAR 2010

O Barroco foi um estilo artístico que atingiu pleno


desenvolvimento no Brasil, durante o século XVIII e durante Poema I
as primeiras décadas do século XIX. Embora, na Europa, o
Triste Bahia! Oh quão dessemelhante
movimento já estivesse ultrapassado pelo estilo clássico, foi
Estás, e estou do nosso antigo estado!
localmente fortalecido pelos ciclos de ouro e cana-de-açúcar
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
associado à religião católica principalmente em estados
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante.
como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, na arquitetura

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segundo comprovam os versos do poema I, em que realiza a
A ti tocou-te a máquina mercante, crítica à situação econômica da Bahia, dirigida, na época,
Que em tua larga barra tem entrado, por Antônio Luís da Câmara Coutinho.
A mim foi-me trocando, e tem trocado
III. Em Triste Bahia, poema I, musicado por Caetano Veloso,
Tanto negócio, e tanto negociante.
Gregório de Matos identifica-se com a cidade, ao relacionar
a situação de decadência em que se encontram tanto ele
Deste em dar tanto açúcar excelente quanto a cidade onde vive. O poema abandona o tom de
Pelas drogas inúteis, que abelhuda zombaria, atenuando a sátira contundente para tornar-se um
Simples aceitas do sagaz Brichote. quase lamento.

IV. Os dois poemas são sonetos, forma fixa herdada do


Oh se quisera Deus, que de repente Classicismo, muito pouco utilizada pelo poeta baiano, que
Um dia amanheceras tão sisuda desprezou a métrica rígida e criou poesia em versos brancos
Que fora de algodão o teu capote e livres.
(Gregório de Matos) V. Como poeta barroco, fez uso consciente dos recursos
estéticos reveladores do conflito do homem da época, como
se faz presente na antítese que encerra o II poema: “Horas
Poema II
de inferno, instantes de alegria”.
Horas contando, numerando instantes,
Os sentidos à dor, e à glória atentos,
Cuidados cobro, acuso pensamentos, Estão CORRETAS apenas
Ligeiros à esperança, ao mal constantes.
a. I, II, III e V.

b. I, II e IV.
Quem partes concordou tão dissonantes?
Quem sustentou tão vários sentimentos? c. IV e V.
Pois para a glória excedem de tormentos, d. I, III e IV.
Para martírio ao bem são semelhantes.
e. I, IV e V.

O prazer com a pena se embaraça;


Porém quando um com outro mais porfia, 59. UFV 2010
O gosto corre, a dor apenas passa. Leia a passagem abaixo, extraída do “Sermão da Primeira
Dominga da Quaresma ou das Tentações”, do Padre Antônio
Vieira:
Vai ao tempo alterando a fantesia,
Mas sempre com vantagem na desgraça, Sabeis, cristãos, sabeis nobreza e povo do Maranhão, qual é
Horas de inferno, instantes de alegria. o jejum que quer Deus de vós; nesta Quaresma que solteis
(Gregório de Matos) as ataduras da injustiça, e que deixeis ir livres os que tendes
cativos e oprimidos. Estes são os pecados do Maranhão:
estes são os que Deus me manda que vos anuncie:
I. Além de poeta satírico, o Boca do Inferno também cultivou Annuntia populo meo scelera eorum.
a poesia lírica, composta por temas diversificados, pois nos
(VIEIRA, Antônio. Sermões escolhidos. São Paulo: Martin Claret, 2006, p.
legou uma lírica amorosa, erótica e religiosa e até de
33.)
reflexão sobre o sofrimento, a exemplo do poema II.

II. Considerado tanto poeta cultista quanto conceptista, o


autor baiano revela criatividade e capacidade de improvisar,

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É CORRETO afirmar que, nessa passagem, o Padre Vieira e. da utilização de materiais disponíveis no Brasil e da
está: interpretação idealizada e linear dos objetos representados.

a. pregando sobre a conversão do cativo.


GABARITO: 31) d, 32) d, 33) a, 34) a, 35) a, 36) b, 37) a,
b. expondo a diferença entre o bom e o mau cativeiro.
38) c, 39) d, 40) d, 41) d, 42) b, 43) c, 44) a, 45) c, 46) d, 47)
c. denunciando o cativeiro como pecado. a, 48) a, 49) d, 50) d, 51) d, 52) d, 53) d, 54) b, 55) c, 56) a,
d. defendendo o jejum para todos os cativos do Maranhão. 57) b, 58) a, 59) c, 60) b,

60. ENEM PPL 2015

Síntese entre erudito e popular

Na região mineira, a separação entre cultura popular (as


artes mecânicas) e erudita (as artes liberais) é marcada pela
elite colonial, que tem como exemplo os valores europeus, e
o grupo popular, formado pela fusão de várias culturas:
portugueses aventureiros ou degredados, negros e índios.
Aleijadinho, unindo as sofisticações da arte erudita ao
entendimento do artífice popular, consegue fazer essa
síntese característica deste momento punico na história da
arte brasileira: o barroco colonial.

MAJORA, C. BrHistória, n. 3, mar. 2007 (adaptado).

No século XVII, a arte brasileira, mais especificamente a de


Minas Gerais, apresentava a valorização da técnica e um
estilo próprio, incluindo a escolha dos materiais. Artistas
como Aleijadinho e Mestre Ataíde têm suas obras
caracterizadas por peculiariedades que são identificadas por
meio

a. do emprego de materiais oriundos da Europa e da


interpretação realista dos objetos representados.

b. do uso de recursos materiais disponíveis no local e da


interpretação formal com características próprias.

c. da utilização de recursos materiais vindos da Europa e da


homogeneização e linearidade representacional.

d. da observação e da cópia detalhada do objeto


representado e do emprego de materiais disponíveis na
região.

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61. FGV-SP 2009 Todas as afirmativas abaixo, feitas a respeito do poema,
estão corretas, EXCETO:
Comparando o Simbolismo com outros estilos de época, um
crítico afirmou:
a. A presença de elementos da Natureza indica a existência
do bucolismo e do locus amoenus, graças à repugnância do
I – Ambos os movimentos exprimem o desgosto pelas
poeta pelo ambiente urbano.
soluções racionalistas.
II – É comum a ambas as correntes a tentação do b. A antítese, característica fundamental do estilo barroco,
esteticismo e do formalismo. pode ser observada no texto através do par neve x fogo.

c. De acordo com a tríplice divisão que normalmente se


costuma fazer em relação à obra do autor, pode-se afirmar
Por meio das palavras “ambos” (I) e “ambas” (II), o crítico faz
que o texto é lírico-amoroso.
uma aproximação entre o Simbolismo e, respectivamente, o:
d. Termos como “tu”, “quando” e “se” caracterizam outra das
características do barroco: a anáfora.
a. Barroco e o Neoclassicismo. e. Observa-se, através das idéias contrárias ou paradoxais,
b. Naturalismo e o Expressionismo. um direcionamento para a inteligência, o que caracteriza o
conceptismo.
c. Classicismo e o Impressionismo.

d. Realismo e o Modernismo.
63. UNICANTO 2015
e. Romantismo e o Parnasianismo.
A respeito da pintura barroca, verifica-se que:

a. As cores de tons azul e rosa são banidos da pintura.


62. UFAM 2009
b. O artista Barroco esta fortemente ligado ao misterioso e
Leia o texto abaixo, intitulado “Aos afetos e lágrimas
ao sobrenatural.
derramadas na ausência da dama a quem queria bem”, de
Gregório de Matos; em seguida, responda ao que sobre ele c. Há uma tendência para a utilização da cor preta.
se indaga: d. Freqüentemente uma luz incide diretamente sobre aquilo
Ardor em firme Coração nascido, que o pintor quer valorizar na tela.
Pranto por belos olhos derramado, e. O Barroco foi um movimento quase sem cor e formas.
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido:
64. UEL 2012
Tu, que em um peito abrasas escondido,
QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO,
Tu, que em um rosto corres desatado,
E QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA
Quando fogo, em cristais aprisionado,
DIFICULTOSA.
Quando cristal, em chamas derretido:

Se és fogo, como passas brandamente,


Se és neve, como queimas com porfia? Carregado de mim ando no mundo,
Mas ai, que andou Amor em ti prudente! E o grande peso embarga-me as
passadas,
Pois para temperar a tirania,
Que como ando por vias desusadas,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
Permitiu parecesse a chama fria.

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O remédio será seguir o imundo Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Que as bestas andam juntas mais Com sua língua ao nobre o vil decepa:
ornadas, O Velhaco maior sempre tem capa.
Do que anda só o engenho mais (Gregório de Matos)
profundo.

Levando em consideração que, em sua produção literária,


Não é fácil viver entre os insanos,
Gregório de Matos dedicou-se também à sátira irreverente,
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
pode-se afirmar que os versos se marcam
Se o atalho não soube dos seus danos.
a. pelo sentimentalismo, fruto da sintonia do eu lírico com a
O prudente varão há de ser mudo, sociedade.
Que é melhor neste mundo o mar de
b. pela indiferença, decorrente da omissão do eu lírico com a
enganos
sociedade.
Ser louco cos demais, que ser sisudo.
c. pelo negativismo, pois o eu lírico condena a
(MATOS, Gregório de. Poesias
sociedade pelo viés da religião
selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD,
1998. p.70.) d. pela indignação, advinda de um ideal moralizante
expresso pelo eu lírico.

e. pela ironia, já que o eu lírico supõe que todas as


Com base nessa leitura, constata-se que a poesia pessoas são desonestas.

a. de temática satírica, aborda o tema da insanidade,


buscando criticar a sociedade da época que não sabia lidar 66. UPE 2012
com a loucura, o que antecipa um tema que será abordado
Sobre a literatura barroca no Brasil, analise as seguintes
pelos poetas românticos.
afirmativas.
b. expõe um eu lírico com um sentimento de culpa diante da
sua impossibilidade de compreender o mundo, o que está I. O Barroco é uma escola literária cuja base de formação
em total consonância com o veio religioso da obra de histórica e social se relaciona a reflexões que remetem o
Gregório de Matos. leitor a uma literatura caracterizada por ideias que são
opositivas ao tempo que são também profundamente
c. de inspiração filosófica, trata dos desenganos do eu lírico críticas.
frente a um mundo que não o entende e que o torna um
indivíduo solitário, muitas vezes obrigado a acompanhar a II. Gregório de Matos, um dos expoentes do barroco
loucura “dos demais”. brasileiro, construiu sua obra literária fundamentado em três
princípios, a saber: o amor é uma ilusão; a crença religiosa é
d. aborda a temática religiosa por meio da referência a Jesus
irrelevante para o ser humano; os políticos não têm
Cristo, dada já na primeira estrofe, em que a metáfora da
ideologia.
via-crúcis é apresentada pelo eu lírico como retrato de seu
próprio sofrimento. III. A estética barroca, embora seja aqui relacionada à
produção literária, não é necessariamente uma arte posta
e. de temática amorosa, traz os lamentos do eu lírico, que,
exclusivamente a serviço da literatura. De verdade, nenhuma
incapaz de conquistar o amor da mulher amada, usa a
estética está restrita a uma estética do texto literário.
escrita como fuga da realidade, procurando na loucura,
assim, uma redenção para a sua dor. IV. Nos textos narrados em seus Sermões, Padre Vieira
lança mão de alguns recursos que se podem dizer barrocos.
Entre eles, identificamos o paradoxo, ou seja, a possibilidade
65. UNIFESP 2009
de construir sempre ideias convergentes e biunívocas.

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V. A poesia de Gregório de Matos não se confunde com a 68. UEG 2005
prosa de Padre Vieira no âmbito da linguagem apresentada
Analise o poema a seguir e assinale, abaixo, a alternativa
na maneira como ambos se dispõem a trazer para o leitor as
CORRETA.
problemáticas da época dos quais tais autores fazem parte.
XLV
Está CORRETO o que se afirma em

a. I, II e III.
Que no poema ao menos
b. I, III e V. Viscosidade e luz
De nós dois, criaturas,
c. II, III e IV.
Recriem seu momento.
d. II, IV e V.

e. III, IV e V.
Que da desordem
De dois encantamentos
67. MACKENZIE 2012 do visgo, do vidro
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, De palavras duras

Da vossa alta piedade me despido,

Porque, quanto mais tenho delinquido, Coabitem


O tosco e o transparente.
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

(Gregório de Matos, “A Jesus Cristo Nosso Senhor”)


E desconforto e gosto
Disciplina e paixão
Observação: Discursivo e ciência

hei pecado = tenho pecado

delinquido = agido de modo errado Construam pelo menos no poema


A vizinhança dessas aparências.
HILST, Hilda. Cantares. São Paulo: Globo, 2002. p. 81

Na estrofe, o poeta:

a. dirige-se ao Senhor para confessar os pecados e


submete-se à penitência para obter a redenção espiritual A leitura do texto permite afirmar que

b. invoca Deus para manifestar, com muito respeito e a. o poema é um espaço propício para dirimir os conflitos
humildade, a intenção de não mais pecar. de convivência entre as pessoas.

c. estabelece um diálogo de igual para igual com a b. a poesia é um instrumento de fuga dos conflitos
divindade, sugerindo sua pretensão de livrar-se do castigo e amorosos.
da piedade de Deus. c. como em outros poemas, há a recorrência à temática da
d. confessa-se pecador e expressa a convicção de que será perda e da partida em linguagem barroca e surrealista.
abençoado com a graça divina. d. no espaço do poema, é possível coabitarem diferenças e
e. arrepende-se dos pecados cometidos, acreditando que, divergências de “dois encantamentos”.
assim, terá assegurada a salvação da alma. e. a metáfora constitui a figura predominante no poema.

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69. UFRGS 2014 Vos deu, como afirmais na sacra história,

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra


as de Holanda
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada:

Cobrai-a, e não queirais, pastor divino,


Pede razão Jó a Deus, e tem muita razão de a pedir –
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
responde por ele o mesmo santo que o arguiu – porque se é
condição de Deus usar de misericórdia, e é grande e não
vulgar a glória que adquire em perdoar pecados, que razão
tem, ou pode dar bastante, de os não perdoar? O mesmo Jó
tinha já declarado a força deste seu argumento nas palavras Assinale a alternativa correta a respeito dos textos.
antecedentes, com energia para Deus muito forte: Peccavi,
quid faciam tibi? Como se dissera: Se eu fiz, Senhor, como a. Os autores, ao remeterem aos exemplos bíblicos de Jó e
homem em pecar, que razão tendes vós para não fazer da ovelha perdida, elogiam a autoridade divina capaz de
como Deus em me perdoar? Ainda disse e quis dizer mais: perdoar os pecados, mesmo que à custa de sua glória e de
Peccavi, quid faciam tibi? Pequei, que mais vos posso fazer? seu discernimento.
E que fizestes vós, Jó, a Deus em pecar? Não lhe fiz pouco, b. Jó, de acordo com Vieira, argumenta que há tanta glória
porque lhe dei ocasião a me perdoar, e, perdoando-me, em perdoar como em não perdoar, enquanto, para Gregório,
ganhar muita glória. Eu dever-lhe-ei a ele, como a causa, a o perdão concedido ao pecador renitente é a prova da glória
graça que me fizer, e ele dever-me-á a mim, como a de Deus.
ocasião, a glória que alcançar.
c. Os autores, ao remeterem aos exemplos bíblicos de Jó e
da ovelha perdida, inibem a autoridade divina que se vê
constrangida a aceitar os argumentos de dois pecadores.

d. Jó, de acordo com Vieira, considera que a ocasião e a


A Jesus Cristo Nosso Senhor
sorte impediram que a graça divina se manifestasse,
enquanto para Gregório a graça divina não sofre restrições.

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, e. Os autores, ao remeterem aos exemplos bíblicos de Jó e
da ovelha perdida, reforçam seus argumentos a favor do
Da vossa piedade me despido; perdão como garantia da glória divina.
Porque, quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado. 70. UEL 2012

QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO,


E QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA
Se basta a vos irar tanto um pecado, DIFFICULTOSA.

A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Carregado de mim ando no mundo,
E o grande peso embarga-me as passadas,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.

Se uma ovelha perdida e já cobrada

Glória tal e prazer tão repentino

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O remédio será seguir o imundo A arte barroca desenvolveu-se no século XVII, originando-se
Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, na Itália e expandindo-se rapidamente para outros países na
Que as bestas andam juntas mais ornadas, Europa. Segundo Santos (2002), chegou ao continente
Do que anda só o engenho mais profundo. americano sob influência dos espanhóis e portugueses.
Quais foram os artistas precursores deste movimento? Quais
eram seus temas? Selecione a alternativa correta.
Não é fácil viver entre os insanos,
a. Candido Portinari, Di Cavalcanti e Francisco Rebolo
Erra, quem presumir, que sabe tudo,
criaram um movimento artístico que defendia a realização de
Se o atalho não soube dos seus danos.
murais em espaços públicos com a função de comunicar os
valores religiosos e políticos para o povo.

O prudente varão há-de ser mudo, b. Tintoretto, Caravaggio e Andrea Pozzo foram
Que é melhor neste mundo, mar de enganos, considerados artistas expressivos e se destacaram por suas
Ser louco cos demais que ser sisudo. pinturas de temas religiosos e cotidianos.

c. Giotto e Cimabue cujas pinturas tratavam de temas


MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998.
religiosos executados em afrescos integrados à arquitetura
p.70.
de igrejas e palácios.

d. Os artistas italianos Michelangelo e Andrea Del Verrochio,


A partir da leitura do poema, verifica-se que:
por suas esculturas expressivas em mármore, cujos temas
eram valores morais do ser humano.

a. De temática satírica, o soneto aborda o tema da e. Os artistas Miró, Michelangelo e Leonardo Da Vinci por
insanidade, buscando criticar a sociedade da época que não suas pinturas de temas sacros e abstratos.
sabia lidar com a loucura, o que antecipa um tema que será
abordado pelos poetas românticos.
72. FATEC 2012
b. O eu-lírico expressa um sentimento de culpa diante da
Em 2009, a Escola Estadual D. Pedro I, na aldeia Betânia,
sua impossibilidade de compreender o mundo, o que está
onde vivem cinco mil ticunas (estima-se que haja 32 mil
em total consonância com o veio religioso da obra de
ticunas vivendo no Alto Solimões, entre a Amazônia
Gregório de Matos.
brasileira, a colombiana e a peruana), ficou na rabeira do
c. De inspiração ■losó■ca, o poema trata dos desenganos Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. O colégio,
do eu-lírico frente a um mundo que não o entende e que o frequentado por 600 jovens representantes da etnia,
torna um indivíduo solitário, muitas vezes obrigado a ostentou o último lugar.
acompanhar a loucura “dos demais”.

d. A temática religiosa aparece neste poema por meio da “Há dois ou três anos, todos os professores eram de fora da
referência a Jesus Cristo, dada já na primeira estrofe, em aldeia, A Organização Geral dos Professores Ticuna
que a metáfora da via-crucis é apresentada pelo eu-lírico Bilíngues foi formando professores indígenas, e o quadro
como retrato de seu próprio sofrimento. mudou. Nossa escola é muito boa. Tem um ponto de
e. De temática amorosa, o poema traz os lamentos do internet. Há dois anos, temos eletricidade. Nosso problema é
eu-lírico, que, incapaz de conquistar o amor da mulher a língua. Das regiões de Tefé a Tabatinga, predomina a
amada, usa o poema como fuga da realidade, procurando na etnia ticuna. Eu acho que justifica lutar por uma universidade
loucura, assim, uma redenção para a sua dor. ticuna”, diz Saturnino, um dos poucos fluentes em português
na aldeia Betânia.

71. UNESPAR 2010

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São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua, as estrelas, os Gregório de Matos
animais, as árvores. Praticam, sim, com afinco, a religião
Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado,
batista, imposta por um missionário americano, o pastor
Da vossa alta clemência me despido;
Eduardo – provavelmente, Edward – que passou por ali, pelo
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Alto Solimões, a região mais isolada da Amazônia, no
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
amanhecer dos anos 60. São brasileiros, amazonenses,
porém não assistem à novela das oito nem ouvem sertanejo Se basta a vos irar tanto pecado,
universitário. Eles se ligam na TV colombiana e escutam A abrandar-vos sobeja um só gemido:
música importada do país vizinho, que ecoa estrondosa dos Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
casebres de madeira. O único sinal de que devem passear Vos tem para o perdão lisonjeado
de vez em quando pela Globo é o penteado do Neymar
Se uma ovelha perdida e já cobrada
enfeitando as cabeleiras escorridas e negras. Não falam
Glória tal e prazer tão repentino
português fluentemente. As crianças nem sequer entendem.
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
A língua dos bate-papos animados é o ticuna. No entanto,
são obrigados a aprender matemática, química, física, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada;
história, geografia etc. na língua-pátria. Uma situação Cobrai-a ; e não queirais, Pastor divino,
insólita: na língua que não dominam, o português, os jovens Perder na vossa ovelha a vossa glória.
precisam ler e escrever – e prestar exames. E, na língua que
dominam, o ticuna, também encontram limitações na leitura
e na escrita, por tratar-se de uma língua de tradição oral. Sobre o texto de Gregório de Matos, analise as seguintes
Assim caminha a juventude ticuna: soterrada numa salada afirmativas.
de identidades.
I. Com um vocabulário rico e irreverente, o poema,
pertencente à lírica religiosa, apresenta regularidade formal,
em versos decassílabos - versos com dez sílabas poéticas -,
com rimas regulares, ou seja, rimas opostas ou interpoladas
A informação – “São índios. Mas não adoram o Sol, a Lua,
nos dois quartetos (ABBA/ABBA) e rimas mistas nos dois
as estrelas, os animais, as árvores.” – é uma negativa ao
tercetos (CDE/CDE).
estereótipo indígena presente nas obras do Indianismo,
primeira fase do período literário cuja preocupação era a II. No texto, percebe-se que o eu lírico sente medo da
valorização das raízes históricas brasileiras e, por punição divina e busca desesperadamente o perdão de
consequência, da soberania nacional. Deus, além de parecer arrependido na hora da morte.
Pode-se inferir que, com esse comportamento, há uma
alusão aos (des)mandos do clero, tema recorrente no
Assinale a alternativa que nomeia esse período. Classicismo da lírica de Camões.

III. No poema, há referência à época em que o homem


vivenciava a dualidade entre o pecado e o perdão. Isso
a. Barroco.
denota, desse modo, a angústia que ele sentia como
b. Classicismo. pecador arrependido e seguidor da doutrina cristã medieval,
c. Romantismo. cujo princípio básico residia no Antropocentrismo. Este é
uma visão de mundo discutida no filme “O nome da Rosa”,
d. Realismo. que também discutiu o poder absoluto da Igreja sobre o
e. Naturalismo. direito à liberdade.

IV. No soneto, o eu lírico invoca Deus pedindo-lhe o perdão


73. UPE 2012 e, embora não admita que pecou, ele deixa transparecer
que, quanto mais se cometem delitos, maiores são as
A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

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chances de se ser perdoado, ou seja, a impressão é que o b. Expressionismo, Cubismo, Surrealismo.
pecador entende que deve garantir a Deus o exercício de
c. Neoclassicismo, Impressionismo, Romantismo.
seu maior atributo divino – o perdão.
d. Pop-art, Dadaísmo, Futurismo.
V. Nas duas primeiras estrofes, é perceptível a presença do
Cultismo - jogo de palavras. Já nas duas últimas, é possível e. Construtivismo, Concretismo, Happening.
analisar que o poeta aborda a Parábola da ovelha perdida
com quem se identifica e, a exemplo dessa ovelha, acredita 75. UNAMA 2006
ser merecedor da salvação, o que confirma a presença do
Conceptismo - jogo de ideias. “Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um
homem feliz”. A frase do poeta russo Vladimir Maiakovski
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em ecoa uma milenar tradição de profecias e presságios que
têm como objeto um paraíso chamado Brasil, seja ele o país
a. I.
descoberto há cinco séculos, seja um lugar imaginário.
b. II e III. Resumo da ópera: Jorge Mautner (Geléia Geral/Warner)
c. I e III. achou que a coisa dava samba, encomendou a canção. A
encomenda dá a emergência que leva à catarse. É ato de fé.
d. I, IV e V.
Gilberto Gil concordou e assim nasceu, no fim do ano
e. III, IV e V. passado, o samba de exaltação “Outros viram”, primeira
canção composta pelo baiano desde que virou ministro da
Cultura. A canção vai integrar o próximo disco que, em fase
74. UEL 2003
de mixagem, terá, além da voz de Gil, participações do Afro
No início do século XX muitos artistas percebiam a Reggae, de Caetano Veloso e de Preta Gil. Conheça alguns
necessidade de uma modernização estética no país. Sobre o trechos da canção “Outros viram”:
assunto, leia o texto a seguir.
(Fragmento do uma reportagem de Arnaldo Bloch para O Globo,
“Tal necessidade (...) seria manifestada por duas correntes publicada em 12/05/2006)
distintas, mas com pontos em comum. A primeira delas era
liderada por segmentos que viam na estética naturalista e na
temática local uma forma de se desvencilhar dos valores (...)
acadêmicos propugnados – e raramente alcançados – pela
“O que Walt Whitman viu
Academia Imperial. A segunda, dentro dessa mesma
necessidade, agruparia os artistas e intelectuais ligados ao Maiakovski viu
Modernismo que, não acreditando mais na possibilidade de
Outros viram também
construção de uma arte nacional baseada apenas na
estética naturalista, propunham na prática que a essa base Que a Humanidade vem
já existente fossem incluídos certos postulados retirados das
vanguardas históricas européias e do retorno à ordem.” Renascer no Brasil

CHIARELLI, Tadeu. Arte Internacional Brasileira. São Paulo: Lemos, 1999.


p.18. (...) Todos disseram amém

A essa luz que surgiu.


Assinale a alternativa que menciona somente movimentos Roosevelt que celebrou nossa miscigenação
artísticos das vanguardas históricas européias que
influenciaram as obras dos modernistas brasileiros. Até a considerou como sendo a solução

a. Barroco, Rococó, Art-nouveau. Pro seu próprio país

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d. Na seguinte passagem do texto de Bloch: “e assim
nasceu, no fim do ano passado, o samba de exaltação”, a
(...)
expressão grifada sintetiza, na visão do jornalista, a
Rabindranath Tagore também profetizou presença do nacionalismo e do ufanismo românticos que se
manifestam, na canção de Gil, pela exaltação da natureza
Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor
pátria, pelo retorno à parte de um passado histórico e pela
Ser superior, da paixão, da emoção, da canção valorização da gente brasileira.

Terra do samba, sim, e do eterno perdão


76. UNICANTO 2015
Maiakovski ouviu
A Arte Barroca desenvolveu-se no século XVII, num período
A sereia do mar muito importante da história da civilização ocidental, pois
Lhe falar de um gentil nele ocorreram mudanças econômicas, religiosas e sociais
que deram nova feição à Europa da Idade Moderna. Essas
De um povo mais feliz mudanças tiveram conseqüências bastante significativas,
Que habita esse lugar pois favoreceram o surgimento dos Estados Nacionais e dos
governos absolutos, pois propunham que cada nação se
Esta terra do sol libertasse da submissão ao papa.

Esta serra do mar esta terra Brasil

Sob este céu de anil A respeito da arte barroca, é possível inferir que:

Sob a luz do luar.” a. O estilo barroco retomou os próprios princípios da arte da


antigüidade grecoromana; e de acordo com essa nova
tendência, uma obra só seria perfeitamente bela na medida
A respeito do texto lido, a alternativa correta é em que imitasse os artistas clássicos gregos.

a. O comentário de Bloch aponta para o fato de que a nova b. O ideal humanista, a preocupação com o rigor científico e
canção do compositor e ministro Gilberto Gil manifesta um a composição equilibrada, são as principais características
certo idealismo renascentista, ao lado do conflito gerado pela da Arte Barroca.
necessidade de viver a vida mundana ao mesmo tempo em
c. Os tons suaves e pastéis, o equilíbrio simétrico, a luz
que busca a pureza da fé, seguindo o modelo barroco do
diagonal e a composição bidimensional fazem parte do estilo
também baiano Gregório de Matos Guerra.
barroco.
b. Os versos de Gil : “Rabindranath Tagore também
d. Na representação barroca a figura humana, diversas
profetizou /Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor/Ser
vezes, aparece levemente geometrizada, revelando uma
superior, da paixão, da emoção, da canção.” expressam um
preocupação naturalista.
relacionamento muito semelhante à vassalagem amorosa,
uma das características temáticas das cantigas medievais e. Do ponto de vista pictórico, as obras barrocas apresentam
que fazem parte da poesia trovadoresca. uma iluminação basicamente simétrica em relação a
perspectiva linear utilizada.
c. A leitura do texto de Bloch, complementada pelos versos
da nova canção de Gil, nos leva a concluir que, nessa, a
linguagem usada, para exprimir problemas humanos, é 77. Espcex (Aman) 2013
produto de um intenso trabalho de elaboração formal, a partir
Leia a estrofe que se segue:
de elementos das mais diversas origens: regionalismos,
termos científicos, em estilo único – características Visões, salmos e cânticos serenos
modernistas semelhantes às presentes na obra de Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Guimarães Rosa. Dormências de volúpicos venenos

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Sutis e suaves, mórbidos, radiantes... detalhada e suave, criaram preciosos registros da natureza.

Quanto às suas características, pode-se afirmar que, nesses


versos, destaca-se 79. UEL 2012

a. a valorização da forma como expressão do belo e a busca QUEIXA-SE O POETA EM QUE O MUNDO VAY ERRADO,
pela palavra mais rara – Parnasianismo. E QUERENDO EMENDÂLO O TEM POR EMPREZA
DIFFICULTOSA.
b. a linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de
imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco.

c. a incidência de sons consonantais (aliterações) Carregado de mim ando no mundo,


explorando o caráter melódico da linguagem – Simbolismo. E o grande peso embarga-me as passadas,
d. o pessimismo da segunda geração romântica, marcada Que como ando por vias desusadas,
por vocábulos que aludem a uma existência mais depressiva Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.
– Romantismo.

e. a lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que O remédio será seguir o imundo
substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
e sedutoras – Naturalismo. Que as bestas andam juntas mais ornadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.
78. UNESPAR 2011

A arte barroca desenvolveu-se no século XVII, originando-se


na Itália e se expandindo rapidamente para outros países na
Europa e, segundo Strickland (2004), ainda que o termo Não é fácil viver entre os insanos,
‘barroco’ possa ser usado, às vezes, em sentido pejorativo, Erra, quem presumir, que sabe tudo,
de excesso e ostentação, foi responsável em expandir o Se o atalho não soube dos seus danos.
papel da arte para a vida cotidiana. Quais foram os artistas
precursores deste movimento na Itália? Quais eram as
principais características das obras? Assinale a alternativa O prudente varão há-de ser mudo,
correta. Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco cos demais que ser sisudo.
a. Tintoretto, Caravaggio e Botticelli foram considerados
artistas expressivos e se destacaram por suas pinturas de MATOS, Gregório de. Poesias selecionadas. 3. ed. São Paulo: FTD, 1998.
temas religiosos e retratos. p.70.

b. Giotto e Cimabue, cujas pinturas tratavam de temas


religiosos executados em afrescos integrados à arquitetura
de igrejas e palácios.

c. O pintor Caravaggio, o escultor Bernini e o arquiteto A respeito do poema, considere as a■rmativas a seguir.
Borromini. A ênfase era na emoção e não na racionalidade,
no dinâmico e não no estático. I. O eu-lírico se identi■ca com os intelectuais parnasianos,
d. Os artistas italianos Michelangelo e Andrea Del Verrochio, cujo engenho lhe inspira admiração, em oposição aos
por suas esculturas expressivas em mármore, cujos temas insanos de quem se distancia, associados a “bestas”, numa
eram valores morais do ser humano. referência indireta à liberdade artística do movimento
romântico.
e. Os artistas Turner e Constable foram destaques pelo uso
II. O caminho a que se refere o eu-lírico ao longo do poema
das cores na pintura de paisagem, com uma técnica
é uma metáfora da vida do próprio poeta, que se vale de

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dados concretos e fatos autobiográ■cos a ■m de conferir delas podemos dizer que os movimentos literários a que
maior verossimilhança à comparação entre vida e caminho. pertencem I, II e III são respectivamente:
III. O soneto de Gregório de Matos demonstra nítida
a. barroco - arcadismo - romantismo.
inspiração petrarquiana, de modo que o equilíbrio formal do
poema é alcançado pelo uso de versos decassílabos e de b. barroco - romantismo - parnasianismo.
rimas interpoladas nos quartetos e intercaladas nos tercetos.
c. romantismo - parnasianismo - simbolismo.
IV. Característica da lírica de Camões, o desconcerto do
mundo aparece no soneto de Gregório de Matos na voz do d. romantismo - simbolismo - modernismo.
eu-lírico que reconhece a insu■ciência do intelecto diante da e. parnasianismo - simbolismo - modernismo.
complexidade do universo.

81. UPE 2017

As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão


Assinale a alternativa correta. ligadas ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo
peninsular. Assim, entre os anos de 1500 a 1600,
a. Somente as a■rmativas I e II são corretas.
encontram-se importantes produções, como as de José de
b. Somente as a■rmativas I e IV são corretas. Anchieta e a de Bento Teixeira, as quais marcam presença
c. Somente as a■rmativas III e IV são corretas. nas origens da literatura brasileira.

d. Somente as a■rmativas I, II e III são corretas. Texto 1


e. Somente as a■rmativas II, III e IV são corretas.
Primeiro Ato

80. FUVEST 1993


(Cena do martírio de São Lourenço)
I. "Porque não merecia o que lograva,
Deixei, como ignorante, o bem que tinha, Cantam:
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava." Por Jesus, meu salvador,
Que morre por meus pecados,
Nestas brasas morro assado
II."Se a flauta mal cadente
Com fogo do meu amor.
Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Bom Jesus, quando te vejo
Influxo a dor veemente;
Na cruz, por mim flagelado,
Não o gênio suave,
Eu por ti vivo e queimado
Que ouviste já no acento agudo e grave."
Mil vezes morrer desejo.

III."Da delirante embriaguez de bardo Pois teu sangue redentor


Sonhos em que afoguei o ardor da vida, Lavou minha culpa humana,
Ardente orvalho de febris pranteios, Arda eu pois nesta chama
Que lucro à alma descrida?" Com fogo do teu amor.

O fogo do forte amor,


Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem, de Ah, meu Deus!, com que me amas
um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando Mais me consome que as chamas
atentamente os recursos poéticos utilizados em cada uma E brasas, com seu calor.

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E seu raro valor executado
Pois teu amor, pelo meu Em corpos Luteranos vigurosos.
Tais prodígios consumou, Vereis seu Estandarte derribado
Que eu, nas brasas onde estou, Aos Católicos pés victoriosos,
Morro de amor pelo teu. Vereis em fim o garbo e alto brio
Do famoso Albuquerque vosso Tio.
(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)
V
Mas em quanto Talia no se atreve,
Texto 2 No Mar do valor vosso, abrir entrada,
Aspirai com favor a Barca leve
PROSOPOPEIA De minha Musa inculta e mal limada.
Invocar vossa graça mais se deve
I Que toda a dos antigos celebrada,
Cantem Poetas o Poder Romano, Porque ela me fará que participe
Sobmetendo Nações ao jugo duro; Doutro licor milhor que o de Aganipe.
O Mantuano pinte o Rei Troiano,
Descendo à confusão do Reino escuro; (Bento Teixeira)
Que eu canto um Albuquerque soberano,
Da Fé, da cara Pátria firme muro,
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, Sobre tais produções e seus autores, analise as proposições
Pode estancar a Lácia e Grega lira. a seguir.

II I. Em geral, a produção de José de Anchieta tem como


As Délficas irmãs chamar não quero, finalidade prestar serviço à Companhia de Jesus; assim, é
que tal invocação é vão estudo; intencional o caráter estético-doutrinário e pedagógico de
Aquele chamo só, de quem espero suas obras.
A vida que se espera em fim de tudo. II. O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de
Ele fará meu Verso tão sincero, empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência barroca,
Quanto fora sem ele tosco e rudo, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos
Que per rezão negar não deve o menos sentidos.
Quem deu o mais a míseros terrenos. III. Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de
louvar o Governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque
III Coelho.
E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta IV. Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na forma
A Estirpe d'Albuquerques excelente, como no estilo de Os Lusíadas, de Camões.
E cujo eco da fama corre e salta V. Bento Teixeira compromete o valor estético de sua
Do Cauro Glacial à Zona ardente, Prosopopeia, quando emprega um tom bajulatório no
Suspendei por agora a mente alta poemeto, apresentando pobre motivo histórico e
Dos casos vários da Olindesa gente, inconsistência nos recursos nele utilizados.
E vereis vosso irmão e vós supremo
No valor abater Querino e Remo. Estão CORRETAS apenas:

a. I, II e IV.
IV
Vereis um sinil ânimo arriscado b. II, III e V.
A trances e conflictos temerosos,
c. I, III e IV.

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d. IV e V. b. I e III.

e. I, II, III e V. c. III e IV.

d. II e V.
82. UNB 2013 e. III, IV e V.
Portugal, no século XVI, dispunha de uma produção literária
de primeira grandeza, tendo como destaque o clássico Luís
83. UFAM 2009
Vaz de Camões, o qual viria a influenciar a poesia épica
brasileira tanto do início do Barroco como do Arcadismo. Leia as afirmativas abaixo, feitas a respeito do poema épico
Prosopopeia, de Bento Teixeira:

I. O poema transgride a rígida estrutura camoniana, já que,


Sobre isso, analise as afirmativas a seguir: por exemplo, não começa com a proposição, mas no meio
da narrativa.

I. Não há relação formal entre a estrutura de Os Lusíadas, II. Um dos propósitos do poema é fazer a louvação de Jorge
de Camões, e a Prosopopeia, de Bento Teixeira. Daí se de Albuquerque Coelho, donatário da capitania de
deduzir que o poema brasileiro supera as qualidades Pernambuco.
estéticas do poema português. III. Publicado em 1601, é por muitos historiadores
considerado o início do estilo barroco no Brasil.

II. O Uraguai, de Basílio da Gama, apresenta uma sequência IV. A parte em que fala das frutas da terra, intitulada “Ilha de
própria da epopeia clássica, o que confirma a dependência Maré”, é considerada como o primeiro documento nativista
temática que mantém com Os Lusíadas. de nossa literatura.

Estão corretas:

III. Caramuru, escrito por Santa Rita Durão, reflete nítida


influência de Os Lusíadas; além disso, a história de amor de a. apenas II e III
Moema com Diogo Álvares Correia culmina com a morte da
personagem feminina. b. I, II e IV

c. I, III e IV

d. apenas I e III
IV. Lindoia e Moema são, respectivamente, personagens
femininas dos poemas narrativos O Uraguai e Caramuru, e. apenas II e IV
poemas épicos árcades, que retomam acontecimentos da
época da colonização portuguesa no Brasil.
84. UFPR 2016

O soneto “No fluxo e refluxo da maré encontra o poeta


V. Prosopopeia, de Bento Teixeira, é o marco do início do incentivo pra recordar seus males”, de Gregório de Matos,
Barroco no Brasil. Nele o autor peca ao imitar Camões, dado apresenta características marcantes do poeta e do período
que essa imitação não é característica de tal movimento em que ele o escreveu:
literário.

Estão CORRETAS, apenas,


Seis horas enche e outras tantas vaza
a. I, II e III.
A maré pelas margens do Oceano,

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E não larga a tarefa um ponto no ano, Você que leu (in totum) o Sermão de Santo Antônio, agora,
observe o trecho que se segue e opine:
Depois que o mar rodeia, o sol abrasa.

Antes, porém, que vos vades, assim como ouvistes os


Desde a esfera primeira opaca, ou rasa
vossos louvores, ouvi também agora as vossas repreensões.
A Lua com impulso soberano Servir-vos-ão de confusão, já que não seja de emenda.

Engole o mar por um secreto cano,

E quando o mar vomita, o mundo arrasa. A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que
vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas
circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos
Muda-se o tempo, e suas temperanças. outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora
pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os
Até o céu se muda, a terra, os mares,
grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas
E tudo está sujeito a mil mudanças. como os grandes comem os pequenos, não bastam cem
pequenos, nem mil, para um só grande

a. peixe é sinônimo de inteligência e religiosidade.


Só eu, que todo o fim de meus pesares
b. a preocupação é com a preservação dos peixes.
Eram de algum minguante as esperanças,
c. os homens-peixes deveriam ser modelos para todas as
Nunca o minguante vi de meus azares. espécies.

d. a referência aos peixes é apenas mesura.

e. a referência é ao elemento reinol no Maranhão.

De acordo com o poema, é correto afirmar:


86. UPE 2015
a. A temática barroca do desconcerto do mundo está
representada no poema, uma vez que as coisas do mundo No Arcadismo brasileiro, encontram-se textos épicos, líricos
estão em desarmonia entre si. e satíricos. Com base nessa afirmação, leia os textos a
seguir:
b. A transitoriedade das coisas terrenas está em oposição ao
caráter imutável do sujeito, submetido a uma concepção TEXTO 6
fatalista do destino humano.
Pastores, que levais ao monte o gado,
c. A concepção de um mundo às avessas está figurada no Vede lá como andais por essa serra;
soneto através da clara oposição entre o mar que tudo move Que para dar contágio a toda a terra,
e a lua imutável. Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
d. A clareza empregada para exposição do tema reforça o
E a pastora infiel, que me faz guerra,
ideal de simplicidade e bucolismo da poesia barroca, cujo
É a mesma, que em seu semblante encerra
lema fundamental era a aurea mediocritas.
A causa de um martírio tão cansado.
e. A sintonia entre a natureza e o eu-poético embasa as Se a quereis conhecer, vinde comigo,
personificações de objetos inanimados aliadas às hipérboles Vereis a formosura, que eu adoro;
que descrevem o sujeito. Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
85. UFMA 2009

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Chorareis, ó pastores, o que eu choro. II. Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa são
poetas árcades, embora o primeiro tenha se iniciado como
Cláudio Manuel da Costa
barroco, daí os trechos dos dois poemas de sua autoria
TEXTO 7 revelarem traços desse momento da Literatura. De outro
modo, Cláudio Manuel da Costa, no poema de número seis,
[...]
se apresenta pré-romântico, razão pela qual sua produção
Enquanto pasta alegre o manso gado,
se encontra dividida em dois momentos literários.
minha bela Marília, nos sentemos
à sombra deste cedro levantado. III. A referência a Critilo, autor textual do oitavo poema,
Um pouco meditemos sendo espanhol, é um dado falso que tem por finalidade
na regular beleza, ocultar a nacionalidade do autor mineiro e, ao mesmo tempo,
que em tudo quanto vive nos descobre corroborar a camuflagem da autoria, em decorrência do tom
a sábia Natureza. satírico e agressivo da epístola em versos. Contudo, o
[...] desejo de ocultação não foi alcançado, porque Tomás
Antônio Gonzaga foi preso e deportado, por ter sido atribuída
Tomás Antônio Gonzaga
a ele a autoria das referidas Cartas.

IV. O tema do amor se faz presente nos poemas 6 e 7.


TEXTO 8 Ambos apresentam bucolismo, característica do Arcadismo,
contudo existe algo que os diferencia: o pessimismo do eu
[...]
poético no texto 6 e a reciprocidade do sentimento amoroso
Amigo Doroteu, não sou tão néscio,
no 7.
Que os avisos de Jove não conheça.
Pois não me deu a veia de poeta, V. O texto oito, apesar de satírico, nega, pelos aspectos
Nem me trouxe, por mares empolados, temáticos e formais, qualquer característica do Arcadismo,
A Chile, para que, gostoso e mole, pois o poeta se preocupa, de modo especial, com os
Descanse o corpo na franjada rede. acontecimentos históricos e se exime de preocupação
Nasceu o sábio Homero entre os antigos, estética, revelando desconhecimento da produção épica de
Para o nome cantar, do grego Aquiles; poetas gregos e latinos.
Para cantar, também, ao pio Enéias,
Está(ão) CORRETO(S), apenas, o(s) item(ns)
Teve o povo romano o seu Vergílio:
Assim, para escrever os grandes feitos a. I, II e III.
Que o nosso Fanfarrão obrou em Chile,
b. I e IV.
Entendo, Doroteu, que a Providência
Lançou, na culta Espanha, o teu Critilo. c. II, IV e V.
[...] d. IV.
Tomás Antônio Gonzaga - Cartas Chilenas e. I.

Sobre eles, analise os itens seguintes:


87. UFAL 2010
I. Os três poemas são árcades e nada têm que possamos
considerá-los pertencentes a outro estilo de época, uma vez Leia a estrofe abaixo:
que seus autores só produziram poemas líricos e com
características totalmente arcádicas. Além disso, todos eles
trazem referências à mitologia clássica mediante o uso de “Estou, Senhor, da vossa mão tocado,
termos tais como “monte”, “Natureza” e “Jove”,
e este toque em flagelo desmentido
respectivamente, nos textos 6, 7 e 8.
era à vossa justiça tão devido,

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quão merecido foi o meu pecado.” velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a
substância. O jovem se chama Muidinga. Caminha à frente
(Gregório de Matos)
desde que saíra do campo de refugiados. Se nota nele um
leve coxear, uma perna demorando mais que o passo.
Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase
Através dessa manifestação lírica do barroco, o autor
até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando
a. constrói imagens paradoxais que expressam o todos outros o haviam abandonado. O menino estava já sem
desequilíbrio provocado pelas relações conflituosas entre estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda a
Deus e os homens. cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios: andar,
falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta segunda
b. registra a incapacidade humana de acreditar no perdão
infância, porém, fora apressada pelos ditados da
divino.
sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se
c. revela o estado de nulidade das criaturas humanas diante acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações.
do poder divino. No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por
migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada,
d. expressa a capacidade humana de subverter os desígnios
murchos e desesperançados”
de Deus.
(COUTO, M. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.
e. remete-se aos motivos religiosos medievais para compor
09).
a ideia de pecado e de divindade.
A linguagem, a estrutura e o conteúdo sugerem que se trata
de um fragmento de um romance
88. FEI 2016
a. romântico.
Leia os primeiros parágrafos do livro Terra sonâmbula, do
escritor moçambicano Mia Couto: b. contemporâneo.

c. barroco.
“Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos
caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre d. clássico.
cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas
e. naturalista.
nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram
cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza,
esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o 89. UFJF 2013
céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao
Ao conde de Ericeyra D. Luiz de Menezes pedindo louvores
chão, em resignada aprendizagem da morte.
ao poeta não lhe achando elle prestimo algum.
A estrada que agora se abre a nossos olhos não se
entrecruza com outra nenhuma. Está mais deitada que os
séculos, suportando sozinha toda a distância. Pelas bermas Um soneto começo em vosso gabo;
apodrecem carros incendiados, restos de pilhagens. Na
Contemos esta regra por primeira,
savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o
mundo a desflorir. Já lá vão duas, e esta é a terceira,

Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. Andam Já este quartetinho está no cabo.
bambolentos como se caminhar fosse seu único serviço
desde que nasceram. Vão para lá de nenhuma parte, dando
o vindo por não ido, à espera do adiante. Fogem da guerra, Na quinta torce agora a porca o rabo:
dessa guerra que contaminara toda a sua terra. Vão na
A sexta vá também desta maneira,
ilusão de, mais além, haver um refúgio tranquilo. Avançam
descalços, suas vestes têm a mesma cor do caminho. O na sétima entro já com grã canseira,

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E saio dos quartetos muito brabo. II - De maneira geral, o termo “Barroco” significa absurdo ou
grostesco, tendo, assim, inicialmente, uma conotação
pejorativa.
Agora nos tercetos que direi?
III - O pintor francês Nicolas Poussin foi um dos
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, representantes significativos da arte desse período.

Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. IV - Nos Países Baixos, muitos artistas abandonaram a
prática da pintura por encomenda. Esses artistas, somente
após o término de suas obras, saíam em busca de
Nesta vida um soneto já ditei, compradores para as mesmas.

Se desta agora escapo, nunca mais; V - Os arquitetos italianos, nesse período, combatiam o uso
de ornamentos e formas renascentistas, pois as
Louvado seja Deus, que o acabei
consideravam ultrapassadas.
MATOS, Gregório de. Obra poética / Edição James Amado. Rio de Janeiro:
Record, 1999. p. 129-130.
Sobre a arte do século XVII na Europa Ocidental, são
corretas as afirmações:
Em algumas edições, a didascália (longo título em que se
a. I, II e III.
apresenta o contexto de produção do poema) deste soneto
gregoriano apresenta a seguinte variação: “A certa b. II, III e IV.
personagem desvanecida”. A modificação deste elemento c. III, IV e V.
paratextual afeta qual aspecto da leitura poética satírica, em
d. I, II e V.
relação à primeira versão?
e. I, IV e V.

a. a anunciada intenção de uma homenagem, que aos


GABARITO: 61) e, 62) a, 63) d, 64) c, 65) d, 66) b, 67) d, 68)
poucos se transforma em insulto.
d, 69) e, 70) c, 71) b, 72) c, 73) d, 74) b, 75) d, 76) e, 77) c,
b. a ironia em relação às práticas e crenças religiosas na 78) c, 79) c, 80) a, 81) e, 82) e, 83) a, 84) b, 85) e, 86) d, 87)
última estrofe. c, 88) b, 89) c, 90) b,
c. o escárnio em relação à nobreza e ao poder,
personificados pelo conde Luiz de Menezes.

d. a relutância do autor em tecer um elogio, marcada pelos


termos “canseira” e “brabo”.

e. a confessa e reiterada dificuldade do poeta em compor um


soneto padrão.

90. UEM 2014

Observe as afirmações abaixo.

I - A Villa Rotonda, obra do arquiteto italiano Andrea


Palladio, é um dos marcos iniciais da arte desse período.

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