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Diretor e coordenador pedagógico assumem novos papéis em uma gestão

participativa

ituação 1: no ano passado, o Colégio


Estadual Niterói, em Volta Redonda (RJ),
tinha uma verba sobrando. Os
professores viram a possibilidade de
começar as obras do tão sonhado
laboratório de Ciências. Mas as
merendeiras lembraram que a
cozinha, sem janelas, precisava de mais
espaço e ventilação. Os funcionários
convenceram o corpo docente da urgência de sua reivindicação e o recurso foi aplicado
na reforma da cozinha.

Situação 2: desde o ano passado, os professores do Colégio Estadual Carolina Lupion, de


Carlópolis (PR), sentiram-se incomodados com a composição das notas dos alunos. Eles
queriam somar às provas e aos trabalhos a participação em sala e as atitudes dos jovens
em relação aos colegas. Direção e coordenação pedagógica propuseram que 60% da
avaliação viesse do conteúdo ensinado, 20% da participação e 20% da postura pessoal.
Sem consenso, a implantação da idéia foi adiada, pois as discussões continuam.

O que tem a ver a cozinha do Colégio Niterói com as notas dos alunos do Carolina
Lupion? No centro das duas instituições está um modelo de administração baseado na
participação de todos nas decisões dos rumos da escola. Afinal, se as diretoras tivessem
mão-de-ferro e fossem autoritárias, teriam resolvido as questões sem ouvir seus pares.

Gestão da participação
Construir um ambiente democrático não é tarefa fácil e, por isso, não é empreitada para
um só. "Uma gestão participativa também é a gestão da participação", afirma José Carlos
Libâneo, professor da Universidade Católica de Goiás, em seu livro Organização e Gestão
da Escola. Quem ocupa cargos de liderança — como diretor e coordenador pedagógico —
precisa despir-se da postura de chefe para criar um clima em que todos dêem idéias,
façam e recebam críticas e aceitem consensos.

"Administrar democraticamente pressupõe uma educação democrática, ou seja, saber


ouvir, saber contestar com argumentos e ceder", explica Rubens Barbosa Camargo,
professor do Departamento de Administração Escolar da Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo.

De todas essas habilidades, ouvir talvez seja uma das mais difíceis. Afinal, as discussões,
dependendo do tom dos interlocutores, podem virar bate-bocas. "Não se tem tradição em
administrar confrontos", analisa Vera Maria Nigro de Souza Placco, professora do
Programa de Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Ela
acredita que as divergências podem ser valorizadas quando há respeito e consciência de
que a formação também se dá com a contribuição do outro.

Também é preciso garantir espaços e tempos para o debate. No cotidiano existem muitas
oportunidades para isso, como nas reuniões pedagógicas, nos conselhos de classe, na
Associação de Pais e Mestres e no conselho escolar (leia reportagem).

Diretores, seus adjuntos e os coordenadores pedagógicos, nesse contexto, participam no


papel de articuladores e defensores da democracia interna. "Um diretor centralizador
acaba tendo coordenadores idem, que não permitem a reflexão e a busca de soluções
coletivas", alerta Luiza Christov, professora do Departamento de Educação do Instituto
de Arte da Universidade Estadual Paulista. Essas figuras têm, portanto, de desempenhar
papéis diferentes dos que costumavam ter em uma administração baseada na hierarquia
(leia quadro abaixo).

Eleições e democracia
Algumas redes públicas prevêem a eleição para diretor e coordenador, ocasiões em que
as chapas apresentam um projeto e assumem compromissos. Para Vitor Henrique Paro,
professor da Faculdade de Educação da USP, seria um avanço para a gestão
democrático-participativa se a lei acabasse com a hierarquia e previsse um núcleo
diretivo para as escolas. Ele sugere que coordenadores de diversas áreas (pedagógica,
administrativa, comunitária e financeira) assumam em conjunto as responsabilidades.

Mas, na prática, mesmo a lei não prevendo esse modelo, é possível garantir, no dia-a-
dia, que os problemas sejam discutidos e decididos pela comunidade, se diretores e
coordenadores pedagógicos investirem nas relações interpessoais e na garantia de
espaços de discussão e de busca de soluções.

Os papéis de cada um
Diretores e coordenadores pedagógicos precisam propiciar um clima de abertura e
respeito, para que todos possam criticar e sugerir sem medo de represálias. Veja o que
cada um deve fazer, além de ouvir com atenção seus pares e administrar confrontos
como momentos de crescimento, para que uma gestão seja democrática e participativa:
DIRETOR COORDENADOR PEDAGÓGICO

Ser o articulador da proposta pedagógica Participar ativamente da elaboração e


Decifrar e compartilhar as informações discussão da proposta pedagógica
contidas em leis que afetam o cotidiano Estar atualizado com pesquisas e
escolar bibliografia para orientar os professores na
Propiciar momentos de discussão busca de soluções
organizados, com pauta definida, com Garantir tempo e espaço — 2 ou 3 horas
tempo e espaço para que todos participem por semana — para discussão sobre a
Definir problemas e identificar soluções, prática docente e relações com os alunos
levando em consideração a opinião de todos Ser o organizador do processo de educação
continuada da equipe
Coordenar a parte administrativa sem Ouvir as queixas dos docentes e criar uma
prejuízo do acompanhamento das questões rotina de reflexão coletiva sobre as
pedagógicas possíveis soluções
Ressaltar as funções educativas de todos Planejar e avaliar em conjunto as ações
os funcionários didáticas
Providenciar condições materiais e Organizar estudos e leituras que possam
estruturais para que todos possam realizar levar o professor a ter autonomia sobre a
seu trabalho sua docência

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