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Brasília
Setembro/2003
VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL - BIODIESEL
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 1
4. BIODIESEL NO MUNDO............................................................................................. 4
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 19
2. O que é o Biodiesel ?
1
Esquematicamente, a reação para a obtenção do biodiesel (transesterificação)
pode ser representada da seguinte forma:
ÓLEO VEGETAL
BIODIESEL
REAÇÃO
QUÍMICA
GLICERINA
METANOL
OU
ETANOL CATALISADOR
2
3. Vantagens e Desvantagens do Biodiesel
1
Dados disponíveis em http://www.dabdoub-labs.com.br/Sintese_projeto.htm#Reducao_de_Emissoes_Toxicas
2
Tanto o Fundo Protótipo de Carbono (FTC) quanto o Fundo Bio de Carbono (FBC) têm como objetivo a
comercialização de certificados de emissão de redução de carbono. O FTC financia projetos em
quaisquer áreas, enquanto o FBC apenas contempla projetos ligados à atividades agrícolas e
florestais.
3
Tabela 1. Produção, importação, exportação e consumo de óleo diesel no
Brasil.
Produção Importação Exportação Consumo Aparente Importação
3 3 3 3
Ano (mil m ) (mil m ) (mil m ) (mil m ) (US$ mil)
1992 24.513 2.256,6 158,65 26.611 337.535
1993 25.509 4.387,0 591,19 29.305 591.314
1994 27.952 3.257,3 627,25 30.582 393.335
1995 27.558 4.249,7 504,46 31.303 550.823
1996 27.605 4.906,0 256,03 32.255 767.803
1997 28.003 5.892,2 188,96 33.706 836.317
1998 30.132 6.207,1 0,52 36.339 630.647
1999 32.211 5.830,0 61,39 37.980 670.707
2000 32.432 5.801,0 60,63 38.172 1.254.162
2001 33.645 6.603,5 73,46 40.175 1.215.035
Fonte: Agência Nacional do Petróleo
4. Biodiesel no Mundo
4
mecanismos utilizados para garantir sua competitividade e apoiar sua produção são,
basicamente: tributação específica sobre o diesel de petróleo (Europa), incentivos
tributários para a cadeia produtiva (Europa), alterações na legislação de meio ambiente
(Europa) e subsídios concedidos aos produtores (Estados Unidos).
1200
1075
1000
800 720
600
375
400
200
0
1998 2000 2002
5
Tabela 2. Tributos específicos sobre o diesel, 2002
País Tributos sobre o Diesel
(US$ /l)
Alemanha 0,471
Itália 0,431
França 0,402
Áustria 0,310
Estados Unidos 0,116
Brasil 0,062
Fonte: Fundação Getúlio Vargas
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de ciclo diesel. Tal interesse confirma-se pelos diversos estudos que estão sendo
desenvolvidos no país, os quais referem-se aos usos do biodiesel em suas diversas
configurações, sendo que a proporção mais aceita para a mistura biodiesel/diesel
mineral tem sido 20%. Atualmente, o biodiesel está sendo utilizado em frotas de ônibus
urbanos, serviços postais e órgãos do governo.
Países como Japão, Espanha, Itália e países do norte e leste europeu têm
demonstrado interesse em produzir e importar biodiesel. Este interesse tem sido
motivado pela questão ambiental, especialmente no que se refere à qualidade das
emissões dos motores, das alterações climáticas e da necessidade de redução do
efeito estufa.
5. Biodiesel no Brasil
7
pesquisas nessa direção. Desde a década de 70, este instituto, em conjunto com o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e com a Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira (CEPLAC), vem desenvolvendo pesquisas relativas à utilização de
óleos vegetais como combustível, dentre as quais merece destaque o DENDIESEL,
baseado no óleo de dendê.
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de biodiesel B20, para uma frota de 20 ônibus urbanos que operaram normalmente
com o novo combustível. No estado, os testes têm sido realizados com biodiesel obtido
a partir de soja e álcool, em função da grande disponibilidade destes produtos. O
Paraná conta ainda com o Centro de Referência em Biocombustíveis (CERBIO), criado
por meio de um convênio entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
do Estado e o Ministério da Ciência e Tecnologia, sendo responsável pelas pesquisas
com biodiesel, tanto como aditivo ao diesel quanto em combinação com o etanol. Os
resultados mais recentes referem-se à mistura B20 num veículo Golf 1.9, que percorreu
mais de vinte mil quilômetros sem necessidade de qualquer modificação mecânica
prévia.
Na região Nordeste do País, nos estados do Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará
existem projetos piloto para a implantação de unidades processadoras de biodiesel,
baseadas no óleo de mamona. A unidade do Rio Grande do Norte, que utilizará a rota
etílica, deverá entrar em operação em janeiro de 2005 e terá capacidade produtiva
equivalente a 5600 litros diários. A planta será instalada em Estreito e contará com a
participação da Petrobrás.
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matéria-prima (óleos vegetais, novos e usados, e gordura animal), realiza a coleta dos
25 mil litros mensais de óleo de fritura usados e doados pela Rede McDonalds, pré-
purifica este insumo e fornece à UFRJ/COPPE para produção durante a etapa de
testes, enquanto investe na adaptação de sua planta de beneficiamento, que produzirá
200 mil litros de biodiesel por dia e utilizará a rota metílica.
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Quadro 1. Características de algumas culturas oleaginosas com potencial de uso
energético.
Espécie Origem Conteúdo Ciclo de Máxima Meses de Rendimento
do Óleo de Óleo (%) Eficiência (anos) Colheita (tonelada óleo/ha)
Dendê (Palma) Amêndoa 20,0 8 12 3,0 – 6,0
Abacate Fruto 7,0 – 35,0 7 12 1,3 – 1,5
Coco Fruto 55,0 – 60,0 7 12 1,3 – 1,9
Babaçu Amêndoa 66,0 7 12 0,1 – 0,3
Girassol Grão 38,0 – 48,0 Anual 3 0,5 – 1,9
Colza/Canola Grão 40,0 – 48,0 Anual 3 0,5 – 0,9
Mamona Grão 43,0 – 45,0 Anual 3 0,5 – 0,9
Amendoim Grão 40,0 – 43,0 Anual 3 0,6 – 0,8
Soja Grão 17,0 Anual 3 0,2 – 0,4
Algodão Grão 15,0 Anual 3 0,1 – 0,2
Fonte: Nogueira, L. A. H. Et al. Agência Nacional de Energia Elétrica.
Adaptado pelo Departamento Econômico da FAESP.
Embora o óleo de soja seja a matéria-prima com maior potencial para atender a
demanda por biodiesel, a matriz de produção desse combustível renovável deve
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considerar a aptidão física e as necessidades de desenvolvimento de cada região
brasileira. A Figura 3 ilustra as principais culturas que podem ser utilizadas na
produção de biodiesel, por região do Brasil.
Região N Região NE
Palma/Soja Babaçu/Soja
Mamona/Palma/Algodão
Região CO
Soja/Mamona/ Região SE
Algodão/Girassol Soja/Mamona/
Algodão/Girassol
Região S
Soja/Colza/
Algodão/Girassol
Figura 3. Produção de Oleaginosas no Brasil.
Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais/
Adaptado pelo Departamento Econômico da FAESP.
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É evidente que a utilização do biodiesel representa uma oportunidade
tecnológica extremamente importante, tendo em vista a abundância de recursos
naturais e a diversidade de oferta de matéria-prima nas regiões do País.
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Quadro 4. Custo estimado de biodiesel em uma fábrica com produção de 400 t/dia
Metil-Ester Etil-Ester Metil-Ester Etil-Ester
Hipóteses Fàbricas Sul e Sudeste Fábricas Centro-Oeste
Custo em Reais (R$) por Litro
1) Óleo de Soja (Preço atual: U$ 480/t)*
Custo na fábrica (sem impostos) 1,27 1,24 1,19 1,17
Custo na fábrica (com impostos)** 1,47 1,45 1,39 1,36
2) Óleo de Soja (Preço histórico: U$ 350/t)*
O quadro acima mostra que o preço do biodiesel etil-ester (com álcool de cana-
de-açúcar), com as cotações atuais do óleo de soja (hipótese 1), apresenta um custo
27% mais elevado que o diesel derivado de petróleo nas regiões Sul e Sudeste, e 17%
mais elevado na região Centro-Oeste. No entanto, com cotações mais baixas de óleo
de soja (preço médio histórico), o biodiesel pode ser competitivo frente ao diesel de
petróleo.
Preço na bomba = preço do biodiesel puro X 0,05 + preço do diesel mineral x 0,95
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Quadro 5. Estimativas de preço final de biodiesel em uma fábrica com produção de 400
ton/dia.
Metil-Ester Etil-Ester Metil-Ester Etil-Ester
Fàbricas em SP e PR Fábricas Centro-Oeste
Descrição
Reais (R$) por Litro
1) Óleo de Soja (Preço atual: U$ 480/t)*
Custo por litro na fábrica** 1,20 1,17 1,16 1,15
Peço ao consumidor (na bomba)*** 1,80 1,76 1,73 1,72
2) Óleo de Soja (Preço histórico: U$ 350/t)*
Custo por litro na fábrica** 0,87 0,86 0,82 0,83
Preço ao consumidor (na bomba)*** 1,30 1,29 1,23 1,25
Fonte: ABIOVE.
Adaptado pelo Departamento Econômico da FAESP.
*Preço estimado para 2003 – câmbio de R$ 2,90 por US$ 1,00.
**Não estão inclusos os impostos, fretes para o polo de distribuição e margem do produtor.
***Mark-up de 50%: fretes + margem + impostos.
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350,00/t, implicando que, neste cenário, o custo do biodiesel é superior ao do óleo
diesel.
800
700
600
500
US$/ton
400
300
200
100
0
01/99
02/99
04/99
06/99
08/99
10/99
11/99
01/00
03/00
05/00
07/00
08/00
10/00
12/00
02/01
04/01
05/01
07/01
09/01
11/01
01/02
03/02
04/02
06/02
08/02
10/02
12/02
01/03
03/03
05/03
07/03
Figura 4. Evolução das cotações do óleo de soja, em Ponta Grossa (PR) – julho/99 a 07/03.
Fonte: FNP
Elaboração: Departamento Econômico da FAESP
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b) Todo álcool utilizado na reação de transesterificação foi proveniente da cana-de-
açúcar (etílico);
c) Utilizou-se as produtividades médias (Kg/ha) dos últimos 3 anos nos cálculos para
determinação das áreas de plantio. As fontes dos dados foram CONAB, EMBRAPA e
IBGE;
d) As estimativas de aumento de demanda por postos de trabalho foram baseadas nos
coeficientes Equivalente-Homem-Ano (EHA)3 da Fundação SEADE;
e) Avaliou-se apenas a primeira fase do PL Nº 6983/2002, ou seja, da adição de 5% de
éster etílico ao óleo diesel consumido no Brasil;
f) As estimativas consideraram o efeito isolado sobre cada cultura, ou seja, partiu-se da
pressuposição de que a demanda por biodiesel será suprida a partir da utilização de
álcool etílico adicionado a uma única fonte de óleo vegetal (soja, mamona etc.)
3
1 EHA equivale ao trabalho de um adulto que trabalha 8 horas diárias, 200 dias/ano durante todo o
processo produtivo anual. Pode ser utilizado para medir a demanda por força de trabalho.
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Quadro 6. Estimativas de área de plantio e demanda de Equivalente-Homem-Ano para
adicionar 5% de biodiesel no óleo diesel produzido no Brasil.
Produtos Unidade Quantidade
Consumo de Óleo diesel no Brasil L 40.000.000.000
Demanda de Biodiesel (5% de éster etílico) L 2.000.000.000
Demanda de Biodiesel (5% de éster etílico) Kg 1.775.000.000
Álcool Etílico Matéria prima (Ton) 3.227.273
Área total (ha) 47.166
Demanda EHA 3.853
Óleo de Soja Matéria prima (Ton) 8.501.316
Área total (ha) 3.408.885
Demanda EHA 56.197
Óleo de Palma (dendê) Matéria prima (Ton) 6.461.000
Área total (ha) 307.667
Demanda EHA
Óleo de Girassol Matéria prima (Ton) 4.486.806
Área total (ha) 3.097.981
Demanda EHA
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Quadro 7. Estimativas do impacto da adição de 5% de biodiesel no óleo diesel
consumido no Brasil sobre a área de cultivo de culturas selecionadas.
Cultura Área (ha) Incremento (ha) Percentual (%)
Soja 18.534.300 3.408.885 18,39%
Girassol 43.200 3.097.981 7171,25%
Algodão 739.200 4.437.500 600,31%
Mamona 128.000 2.454.787 1917,80%
Cana-de-açucar 5.149.227 47.166 0,92%
Fonte: CONAB, IBGE. Cálculos do Departamento Econômico da FAESP
9. Considerações Finais
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Por fim, deve-se destacar a importância das políticas públicas para estimular a
produção e consumo brasileiro de biodiesel. Programas de desgravamento tributário,
conscientização ambiental do consumidor e o estabelecimento de metas de consumo
seriam importantes medidas para alavancar um projeto nacional de biodiesel. Também
deve-se atentar para a regulamentação da produção do biodiesel, visando a
padronização e garantia de qualidade do produto ao consumidor.
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10. Referências Bibliográficas
PARENTE, E.J.de S.; SANTOS JUNIOR, J.N., PEREIRA, J.A.B.; PARENTE JUNIOR,
E.J.de S. Biodiesel: uma aventura tecnológica num pais engraçado. Fortaleza:
Tecbio, 2003.68p.
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SILVA, O. C. Biodiesel: uma alternativa para a redução do consumo de óleo
diesel. CENBIO Notícias, ano 4, n.12. 2003. 3P.
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