Sei sulla pagina 1di 31

Diário da República, 1.ª série — N.

º 207 — 26 de Outubro de 2009 7999

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Assim:


E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA No uso da autorização legislativa concedida pela Lei
n.º 97/2009, de 3 de Setembro, e nos termos das alíneas a)
e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo
Decreto-Lei n.º 310/2009 decreta o seguinte:
de 26 de Outubro Artigo 1.º
O presente decreto-lei vem proceder à revisão do Esta- Objecto
tuto da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro, alterando, 1 — O presente decreto-lei altera o Decreto-Lei
desde logo, a denominação desta associação pública de n.º 452/99, de 5 de Novembro, que aprova o Estatuto
profissionais para Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas. da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, que passa
Procede-se, por meio da presente revisão, à adequação a denominar-se Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.
do Estatuto em causa às novas realidades subjacentes ao 2 — É aprovado, no anexo II do presente decreto-lei,
exercício da profissão, bem como à experiência recolhida do qual faz parte integrante, o Código Deontológico dos
desde a sua aprovação, em 1999. Técnicos Oficiais de Contas.
Neste contexto, procede-se à alteração da estrutura Artigo 2.º
orgânica da Ordem, adaptando-a às novas exigências,
regula-se a criação, a inscrição e o funcionamento das Alteração ao Estatuto da Câmara dos Técnicos Oficiais
sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas e de Contas, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro
das sociedades de contabilidade no sentido de potenciar
a intercomplementaridade profissional através daquelas Os artigos 1.º a 11.º, 13.º a 16.º, 18.º a 31.º, 33.º a 35.º,
e de harmonizar o poder disciplinar da Ordem no que 37.º, 41.º, 42.º, 45.º a 61.º, 63.º, 64.º, 65.º, 66.º, 69.º, 70.º,
respeita a estas. 72.º, 73.º, 76.º e 80.º do Estatuto da Câmara dos Técnicos
A universalidade da profissão, bem como as alterações Oficiais de Contas, aprovado em anexo ao Decreto-Lei
de enorme profundidade introduzidas no universo conta- n.º 452/99, de 5 de Novembro, passam a ter a seguinte
bilístico com a aprovação do Sistema de Normalização redacção:
Contabilística (SNC), a complexidade das matérias que lhe «Artigo 1.º
são inerentes e a sua importância na economia nacional,
atento o desenvolvimento quer das matérias contabilísticas [...]
quer das de natureza fiscal, aconselham à criação de me- A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, adiante
canismos que possibilitem uma congregação de energias designada por Ordem, é uma pessoa colectiva pública
destes profissionais no sentido de permitir a especialização de natureza associativa a quem compete representar,
nas diversas áreas de conhecimento exigíveis para um mediante inscrição obrigatória, os interesses profis-
pleno e cabal desempenho da função de técnico oficial sionais dos técnicos oficiais de contas e superintender
de contas. em todos os aspectos relacionados com o exercício das
Tendo em consideração os objectivos da profissão suas funções.
e as formas de que se reveste o seu exercício, essa es-
pecialização só será possível através da associação dos Artigo 2.º
profissionais, nos termos da qual cada um concorra com [...]
o seu saber e experiência para a formação do resultado
1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa.
final.
2 — O conselho directivo pode deliberar a criação
Por outro lado, quer a regulamentação das sociedades
de secções regionais, às quais incumbem as funções
de profissionais quer a nomeação de um responsável téc-
definidas no regulamento a elaborar para o efeito.
nico nas restantes sociedades comerciais dedicadas ao
exercício da contabilidade propiciarão uma maior garantia
de qualidade profissional, sujeitando aquelas entidades à Artigo 3.º
disciplina do exercício da profissão. [...]
Clarifica-se, também, o sentido e alcance de alguns
1 — São atribuições da Ordem:
preceitos relativos ao exercício da profissão de técnico
oficial de contas em regime de contrato individual de tra- a) Atribuir o título profissional de técnico oficial de
balho, nomeadamente no que respeita à acumulação de contas, bem como conceder a respectiva cédula pro-
pontuações. fissional;
Aproveita-se ainda este ensejo para proceder a uma b) Defender a dignidade e o prestígio da profissão,
redefinição da estrutura orgânica da Ordem de forma a zelar pelo respeito dos princípios éticos e deontológicos
torná-la mais ágil na resposta aos desafios com que se e defender os interesses, direitos e prerrogativas dos
defronta. seus membros;
No âmbito do processo disciplinar, tipificam-se novas c) Promover e contribuir para o aperfeiçoamento e
infracções sancionáveis através das penas de suspensão e formação profissional dos seus membros, designada-
de expulsão, com os objectivos de credibilizar o exercício mente através da organização de acções e programas
da profissão de técnico oficial de contas e de garantir uma de formação profissional, cursos e colóquios;
melhor e mais eficaz fiscalização por parte da Ordem. d) Definir normas e regulamentos técnicos de ac-
Aprova-se também o Código Deontológico dos Técnicos tuação profissional, tendo em consideração as normas
Oficiais de Contas, conferindo-lhe assim a credibilidade e emanadas da Comissão de Normalização Contabilística
a autoridade características da lei. e de outros organismos com competências na matéria;
Foi ouvida a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
8000 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 6.º
g) Certificar, sempre que lhe seja solicitado, que os [...]
técnicos oficiais de contas se encontram no pleno exer-
cício das suas funções, nos termos do presente Estatuto; 1— .....................................
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) Planificar, organizar e coordenar a execução da
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . contabilidade das entidades que possuam, ou que devam
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . possuir, contabilidade regularmente organizada segundo
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . os planos de contas oficialmente aplicáveis ou o sistema
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de normalização contabilística, conforme o caso, res-
n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . peitando as normas legais, os princípios contabilísticos
o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vigentes e as orientações das entidades com competên-
p) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cias em matéria de normalização contabilística;
q) Promover e apoiar a criação de sistemas comple- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
mentares de segurança social para os técnicos oficiais c) Assinar, conjuntamente com o representante legal
de contas; das entidades referidas na alínea a), as respectivas de-
r) Implementar, organizar e executar sistemas de monstrações financeiras e declarações fiscais, fazendo
verificação da qualidade dos serviços prestados por prova da sua qualidade, nos termos e condições defi-
técnicos oficiais de contas; nidos pela Ordem, sem prejuízo da competência e das
responsabilidades cometidas pela lei comercial e fiscal
s) Conceber, organizar e executar, para os seus mem-
aos respectivos órgãos;
bros, sistemas de formação obrigatória; d) Com base nos elementos disponibilizados pelos
t) Criar colégios de especialidade, organizar o seu contribuintes por cuja contabilidade sejam responsáveis,
funcionamento e regulamentar o acesso aos mesmos assumir a responsabilidade pela supervisão dos actos
pelos membros da Ordem; declarativos para a segurança social e para efeitos fiscais
u) Exercer as demais funções que resultem do pre- relacionados com o processamento de salários.
sente Estatuto ou de outras disposições legais.
2 — Compete ainda aos técnicos oficiais de contas:
2 — A Ordem pode intervir, como assistente, nos pro-
cessos judiciais em que seja parte um dos seus membros a) Exercer funções de consultoria nas áreas da con-
tabilidade, da fiscalidade e da segurança social;
e em que estejam em causa questões relacionadas com
b) Intervir, em representação dos sujeitos passivos
o exercício da profissão. por cujas contabilidades sejam responsáveis, na fase
3 — A Ordem tem direito a adoptar e a usar símbolo, graciosa do procedimento tributário, no âmbito de ques-
estandarte e selo próprios, conforme modelo aprovado tões relacionadas com as suas competências específicas;
pelo conselho directivo. c) Desempenhar quaisquer outras funções definidas
4 — A Ordem pode filiar-se em organismos da área por lei adequadas ao exercício das respectivas funções,
da sua especialidade e fazer-se representar ou partici- designadamente as de perito nomeado pelos tribunais
par em congressos, reuniões e outras manifestações de ou por outras entidades públicas ou privadas.
carácter técnico ou científico.
5 — A Ordem pode, no e para o exercício das suas 3 — Entende-se por regularidade técnica, nos termos
atribuições, solicitar a colaboração que se revelar ade- da alínea b) do n.º 1, a execução da contabilidade, nos
quada a entidades públicas, nomeadamente à Direcção- termos das disposições previstas nos normativos aplicá-
-Geral dos Impostos, bem como a entidades privadas. veis, tendo por suporte os documentos e as informações
fornecidos pelo órgão de gestão ou pelo empresário, e as
Artigo 4.º decisões do profissional no âmbito contabilístico, com
vista à obtenção de uma imagem fiel e verdadeira da
[...] realidade patrimonial da empresa, bem como o envio
Constituem receitas da Ordem: para as entidades públicas competentes, pelos meios
legalmente definidos, da informação contabilística e
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fiscal definida na legislação em vigor.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 — As funções de perito referidas na alínea c) do
c) As provenientes da tabela de taxas e emolumentos n.º 2 compreendem, para além do alcance definido pelo
a elaborar e aprovar pelo conselho directivo; tribunal no âmbito de peritagens judiciais, a avaliação
d) [Anterior alínea c).] da conformidade da execução contabilística com as
normas e directrizes legalmente aplicáveis, bem como
Artigo 5.º do nível de representação, pela informação contabilista,
da realidade patrimonial que lhe subjaz.
[...]

Designam-se por técnicos oficiais de contas os profis- Artigo 7.º


sionais, nacionais ou de qualquer outro Estado membro [...]
da União Europeia, inscritos na Ordem, nos termos
do presente Estatuto, sendo-lhes atribuído, em exclu- 1— .....................................
sividade, o uso desse título profissional, bem como o a) Por conta própria, como profissionais independen-
exercício das respectivas funções. tes ou como empresários em nome individual;
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8001

b) Como sócios, administradores ou gerentes de uma vontade contrária, ser utilizada por este em quaisquer
sociedade profissional de técnicos oficiais de contas ou outras situações.
de uma sociedade de contabilidade;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 9.º
d) No âmbito de um contrato individual de trabalho [...]
celebrado com outro técnico oficial de contas, com uma
sociedade de profissionais, com outra pessoa colectiva 1— .....................................
ou com um empresário em nome individual. 2— .....................................
3 — As empresas inactivas ou cuja actividade esteja
2 — Com excepção das situações referidas no n.º 6 temporariamente suspensa não são consideradas para
do artigo 8.º e da prestação de serviços no âmbito de efeitos de pontuação, devendo essa situação ser com-
sociedades de contabilidade, os técnicos oficiais de provada perante a Ordem.
contas celebram, obrigatoriamente, por escrito, com as 4 — Sempre que, por efeito do volume de negócios,
entidades referidas na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º, o sejam ultrapassados os limites referidos neste artigo,
contrato de prestação de serviços referido no n.º 5 do verifica-se uma incompatibilidade superveniente, que
artigo 52.º, devendo assumir, nesse documento, pessoal deve ser sanada no prazo de um ano, sem prejuízo do
e directamente, a responsabilidade pela contabilidade referido no n.º 6 do artigo anterior.
a seu cargo. 5— .....................................

Artigo 8.º Artigo 10.º


[...] [...]

1 — Os técnicos oficiais de contas que exerçam as 1 — Até ao final do mês de Setembro de cada ano,
respectivas funções no âmbito de um contrato individual ou nos 30 dias subsequentes ao início ou à cessação
de trabalho só podem prestar serviços a um número de de funções, os técnicos oficiais de contas comunicam
entidades cuja pontuação acumulada não seja superior à Ordem que são, ou que foram, responsáveis pelas
a 22 pontos. contabilidades das entidades referidas na alínea a) do
2 — Não obstante o disposto no número anterior, em n.º 1 do artigo 6.º, através de documento igualmente
relação aos técnicos oficiais de contas que comprovem assinado por estas, mencionando ainda a respectiva
exercer as respectivas funções, a título principal, no identificação, número de identificação fiscal e volume
regime liberal ou ao abrigo de um contrato individual de negócios relativo ao último exercício encerrado, nos
termos e para os efeitos do disposto no artigo anterior.
de trabalho com outro técnico oficial de contas, com
2 — Para efeitos do disposto no número anterior,
uma sociedade de contabilidade ou com uma sociedade
considera-se volume de negócios o total dos rendimen-
profissional de técnicos oficiais de contas, o limite re-
tos considerados na demonstração de resultados, ou,
ferido no número anterior é de 30 pontos.
no caso de início de actividade, o montante inscrito na
3 — Caso os técnicos oficiais de contas não exerçam respectiva declaração.
as respectivas funções a título principal, a sua pontuação 3 — Os membros dos órgãos da Ordem, e respectivo
é reduzida a 11 pontos. pessoal, não devem revelar nem utilizar, salvo nos casos
4 — Os limites previstos nos números anteriores expressamente previstos na lei, a informação de que
só podem ser ultrapassados e mantidos quando o ex- tenham tomado conhecimento por força do disposto
cesso de pontos resulte, exclusivamente, do aumento no n.º 1.
do volume de negócios das entidades a quem o técnico
oficial de contas, no exercício anterior, já prestava os Artigo 11.º
seus serviços.
5 — Os limites de pontuação estabelecidos no ar- [...]
tigo 9.º podem ser derrogados, mediante requerimento 1 — Podem inscrever-se na Ordem pessoas singu-
dirigido ao conselho directivo, se se comprovar, através lares e sociedades profissionais de técnicos oficiais de
do controlo de qualidade, que o requerente reúne as contas.
condições necessárias à derrogação requerida. 2 — A Ordem tem membros estagiários, efectivos
6 — Caso o técnico oficial de contas exerça a sua e honorários.
actividade ao abrigo de um contrato individual de tra- 3 — Tem a qualidade de membro efectivo o técnico
balho com outro técnico oficial de contas, com uma oficial de contas e a sociedade profissional que se en-
sociedade profissional de técnicos oficiais de contas contre inscrita na Ordem na respectiva qualidade.
ou com uma sociedade de contabilidade cuja gerência 4 — Tem a qualidade de membro honorário a pessoa
seja constituída, exclusivamente, por técnicos oficiais singular ou colectiva que seja como tal distinguida pela
de contas, a pontuação que lhe é atribuída, nos termos Ordem em virtude de elevado mérito e de relevantes
do presente artigo, aproveita, desde que o técnico oficial contributos prestados à instituição ou no exercício da
de contas manifeste expressamente essa vontade, exclu- profissão.
sivamente àquelas entidades, nos termos e condições a
definir pela Ordem. Artigo 13.º
7 — Nos casos referidos no número anterior, a pon-
[...]
tuação fica cativa daquelas entidades, não podendo,
enquanto se mantiver o contrato de trabalho ou enquanto A qualidade de membro honorário é atribuída por
o técnico oficial de contas não manifestar expressamente deliberação da assembleia geral, sob proposta do con-
8002 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

selho directivo, obedecendo a perda dessa qualidade ao 2 — No mesmo sítio, a Ordem publica, trimestral-
mesmo formalismo. mente, a relação dos membros que, no respectivo pe-
ríodo, vejam deferida a sua inscrição, suspensão ou
Artigo 14.º cancelamento.
[...]
Artigo 19.º
.........................................
[...]
a) Participar e beneficiar da actividade social, cultu-
1 — Os membros da Ordem podem requerer ao con-
ral, técnica e científica da Ordem;
selho directivo a suspensão ou o cancelamento volun-
b) Informar-se das actividades da Ordem;
tário da sua inscrição.
c) Assistir e intervir, sem direito de voto, nas assem-
bleias gerais. 2 — Os membros cuja inscrição tenha sido cancelada
nos termos do número anterior deixam de poder invocar
o título profissional e de exercer as correspondentes
Artigo 15.º
funções, devendo devolver à Ordem a respectiva cédula
Condições de inscrição das pessoas singulares e outros documentos identificativos.
1— ..................................... 3— .....................................
4 — A suspensão ou o cancelamento voluntário da
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . inscrição são comunicados pelo conselho directivo à
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Direcção-Geral dos Impostos e às entidades a quem os
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . técnicos oficiais de contas prestavam serviços.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 20.º
f) Efectuar estágio profissional ou curricular, nos
[...]
termos regulamentados pela Ordem;
g) Obter aprovação em exame profissional, em língua 1 — Sempre que os seus membros sejam impedidos
portuguesa ou noutra língua oficial da União Europeia a de exercer a sua profissão, por decisão transitada em
definir pela Ordem, a organizar e realizar no mínimo se- julgado, a Ordem, após o seu conhecimento, considera
mestralmente, nos termos regulamentados pela Ordem. oficiosamente suspensa a respectiva inscrição pelo pe-
ríodo do impedimento.
2 — (Revogado.) 2 — A Ordem cancela oficiosamente a inscrição dos
3 — É admitida a inscrição aos cidadãos não per- técnicos oficiais de contas quando tiver conhecimento
tencentes à União Europeia que estejam domiciliados do seu falecimento.
em Portugal e que satisfaçam as restantes condições 3— .....................................
exigidas no número anterior desde que haja tratamento
recíproco por parte do seu país de origem e que realizem Artigo 21.º
prova de conhecimentos de língua portuguesa.
[...]
4 — Aos candidatos mencionados no número ante-
rior pode ser exigida a realização de exame, em língua 1 — A Ordem suspende compulsivamente a inscrição
portuguesa, e, ou, estágio, nos termos regulamentados dos técnicos oficiais de contas a quem seja aplicada a
pela Ordem. pena de suspensão.
2 — A Ordem cancela compulsivamente a inscrição
Artigo 16.º dos técnicos oficiais de contas sempre que, relativa-
[...] mente a estes:
1 — Os candidatos a técnico oficial de contas devem a) Deixe de se verificar qualquer das condições re-
possuir a habilitação académica de licenciatura ou supe- feridas no n.º 1 do artigo 15.º;
rior, ministrada por estabelecimento de ensino superior b) Seja aplicada a pena de expulsão.
público, particular ou cooperativo, criado nos termos
da lei e reconhecido pela Ordem como adequado para 3— .....................................
o exercício da profissão. 4 — O disposto na alínea a) do n.º 2 não prejudica
2 — (Revogado.) os direitos adquiridos ao abrigo da legislação aplicável
3 — O reconhecimento referido no n.º 1 deve basear- na data da inscrição do membro em causa.
-se em critérios objectivos, fundamentados nos currí-
culos, nas unidades de crédito, nos meios de ensino e Artigo 22.º
nos métodos de avaliação. [...]

Artigo 18.º 1 — Os membros cuja inscrição tenha sido suspensa


ou cancelada a seu pedido podem, a todo o tempo, re-
[...]
querer ao conselho directivo a sua reinscrição.
1 — A Ordem disponibiliza, com carácter de per- 2 — A Ordem pode exigir que o interessado se sub-
manência, no seu sítio na Internet, a lista dos técnicos meta a exame sempre que a suspensão se prolongue por
oficiais de contas inscritos, actualizada trimestralmente, um período superior a dois anos.
contendo o nome ordenado alfabeticamente, o número 3 — O exame referido no número anterior pode não
de contribuinte e o número de identificação civil nacio- ser exigido sempre que o interessado demonstre, no
nal ou estrangeiro. requerimento apresentado nos termos do n.º 1, que, no
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8003

decurso da suspensão, exerceu funções em matérias b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


inerentes ao exercício da profissão. c) O pedido de demissão, por motivo de força maior
4 — O requerimento previsto no n.º 1 é instruído com e devidamente fundamentado, uma vez aceite e logo
o certificado do registo criminal. que tome posse o sucessor;
5 — O membro que tenha, a seu pedido, cancelado d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a inscrição pode reinscrever-se desde que respeite as
condições elencadas no artigo 15.º Artigo 27.º
Constituição e representação
Artigo 23.º
1 — A assembleia geral é constituída por todos os
[...] membros individuais que estejam no pleno gozo dos
1— ..................................... seus direitos.
2 — Os técnicos oficiais de contas cuja inscrição 2 — Os membros da Ordem podem fazer-se repre-
tenha sido cancelada compulsivamente devido à al- sentar, na assembleia geral, por outro membro.
teração de algumas das condições referidas no n.º 1 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, é
do artigo 15.º podem requerer ao conselho directivo suficiente, como instrumento de representação voluntá-
a sua reinscrição logo que se verifique a cessação do ria, uma carta dirigida ao presidente da mesa, assinada
impedimento. pelo representado, sendo a sua qualidade certificada
3 — Os técnicos oficiais de contas cuja inscrição através dos meios em uso na Ordem.
tenha sido cancelada compulsivamente na sequência 4 — As cartas a que se refere o número anterior de-
da aplicação da pena de expulsão podem requerer ao vem ficar arquivadas na Ordem durante cinco anos.
conselho directivo a sua reinscrição, decorridos cinco 5 — O membro da Ordem nomeado como represen-
anos após a aplicação da pena e, em caso de indeferi- tante só pode representar um outro membro.
mento, de três em três anos. 6 — (Anterior n.º 5.)
4 — (Revogado.)
Artigo 28.º
Artigo 24.º
[...]
Órgãos da Ordem
1 — O presidente da mesa da assembleia geral deve
1 — A Ordem realiza os seus fins e atribuições atra- mandar organizar a lista dos membros da Ordem que
vés dos seguintes órgãos: estejam presentes ou representados no início da reunião.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
b) Bastonário; 3— .....................................
c) Conselho superior;
d) Conselho directivo; Artigo 29.º
e) [Anterior alínea c).]
f) [Anterior alínea e).] [...]

1— .....................................
2 — As deliberações da Ordem são tomadas por 2— .....................................
maioria.
3 — As deliberações dos órgãos da Ordem podem a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ser objecto de impugnação contenciosa, nos termos da b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
lei, para os tribunais administrativos. c) Dar posse aos membros eleitos para os órgãos da
Ordem;
Artigo 25.º d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) Propor, à assembleia geral, alterações ao regula-
[...]
mento eleitoral.
1 — A duração do mandato dos titulares dos órgãos
da Ordem é de três anos. 3— .....................................
2 — Nenhum membro pode ser simultaneamente 4— .....................................
eleito para mais de um cargo nos órgãos da Ordem. 5 — Nas assembleias eleitorais, o presidente da mesa
3 — Os membros suplentes são chamados a exer- é coadjuvado pelos restantes elementos, competindo-lhe
cer funções na Ordem de acordo com a hierarquia que gerir todos os actos inerentes às eleições, nos termos do
ocupam na lista. regulamento eleitoral em vigor.
4 — O exercício de qualquer mandato é sempre re-
munerado, nos termos a definir pelo conselho directivo.
Artigo 30.º
Artigo 26.º [...]
[...] 1— .....................................
São causa de extinção do mandato dos titulares dos a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
órgãos da Ordem: b) Em Dezembro de cada ano, para discussão e apro-
a) A perda temporária ou definitiva da qualidade de vação do plano de actividades e do orçamento anual para
membro da Ordem; o ano seguinte, elaborado pelo conselho directivo;
8004 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

c) Trienalmente, no 2.º semestre, funcionando como h) Participar às entidades competentes as penas de


assembleia eleitoral, para a eleição dos membros da suspensão e de expulsão aplicadas aos membros da
assembleia geral, do bastonário, do conselho superior, Ordem;
do conselho directivo, do conselho fiscal e do conselho i) Deliberar sobre os regulamentos de exame e de
disciplinar. estágio profissional referidos no artigo 15.º;
j) Elaborar o regulamento de funcionamento das sec-
2 — A assembleia geral reúne extraordinariamente ções regionais;
por iniciativa do presidente da mesa ou sempre que tal l) Deliberar sobre a instituição e regulamentação
lhe seja solicitado pelo bastonário, pelo conselho direc- de mecanismos de controlo de qualidade dos serviços
tivo, pelo conselho fiscal ou por um mínimo de 3 % dos prestados pelos membros da Ordem;
membros da Ordem no pleno gozo dos seus direitos, m) Deliberar sobre os critérios de reconhecimentos
só podendo funcionar, neste último caso, se estiverem dos cursos que dão acesso à inscrição, previstos no n.º 1
presentes, pelo menos, três quartos dos requerentes. do artigo 16.º;
n) Proceder ao reconhecimento e à divulgação da
Artigo 31.º estrutura dos cursos, para os efeitos do previsto no ar-
[...]
tigo 16.º;
o) Dar o seu laudo indicativo acerca de honorários,
1 — A assembleia geral deve ser convocada pelo pre- quando solicitado por entidades públicas, ou, existindo
sidente da mesa, por comunicação directa aos membros diferendo, pelas partes intervenientes;
da Ordem e por anúncios publicados em dois jornais p) Elaborar e aprovar o regulamento de taxas e emo-
diários de circulação nacional, sendo sempre disponi- lumentos;
bilizado um aviso convocatório na sede da Ordem e no q) Propor à assembleia geral a alteração do valor
seu sítio na Internet. das quotas;
2— ..................................... r) Fixar, ouvidos os presidentes dos restantes órgãos,
3— ..................................... a remuneração dos órgãos da Ordem;
s) Deliberar sobre a instituição e regulamentação de
Artigo 33.º sistemas de formação profissional;
[...] t) Praticar todos os demais actos conducentes à reali-
zação dos fins da Ordem e tomar deliberações em todas
1— ..................................... as matérias que não sejam da competência exclusiva e
2 — A assembleia geral só pode deliberar sobre os específica de outros órgãos;
assuntos constantes da respectiva ordem de trabalhos, u) Representar a Ordem, através do vice-presidente,
sendo nulas as deliberações sobre outros que não cons- em juízo ou fora dele, no caso de impedimento do bas-
tem da respectiva convocatória e, bem assim, as que tonário.
contrariem a lei, o presente Estatuto e os regulamentos
internos da Ordem. Artigo 37.º
Artigo 34.º [...]

[...] .........................................
1 — O conselho directivo é constituído por um pre- a) Fiscalizar o cumprimento do plano de actividades
sidente, que é o bastonário, por um vice-presidente e e do orçamento da Ordem;
por cinco vogais, eleitos em assembleia geral. b) Examinar, sempre que o julgue conveniente, os
2 — À data da eleição dos membros efectivos, são documentos e os registos da contabilidade da Ordem;
igualmente eleitos quatro suplentes. c) Emitir parecer sobre o relatório e contas do con-
selho directivo e, de um modo geral, fiscalizar a sua
Artigo 35.º actividade administrativa;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...] e) Emitir os pareceres que o conselho directivo lhe
Compete ao conselho directivo: solicite.
a) Elaborar, até 30 de Novembro de cada ano, o Artigo 41.º
plano de actividades e o orçamento para o ano civil
seguinte; [...]
b) Arrecadar as receitas e autorizar as despesas da .........................................
Ordem, nos termos do orçamento aprovado em assem-
bleia geral; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Apresentar anualmente à assembleia geral o rela- b) Emitir parecer quanto à existência de situações
tório e contas respeitantes ao ano civil anterior; passíveis de procedimento disciplinar no exercício da
d) Aprovar a estrutura organizativa da Ordem; profissão sempre que tal lhe seja solicitado por qualquer
e) Deliberar sobre a criação de comissões permanen- membro;
tes ou eventuais; c) Propor ao conselho directivo as medidas regula-
f) Executar as decisões em matéria disciplinar; mentares ou administrativas com vista a suprir lacunas
g) Deliberar sobre a lista dos membros inscritos na ou a interpretar as matérias da sua competência;
Ordem e respectivas alterações, a publicar nos termos d) Elaborar e propor à aprovação do conselho direc-
do artigo 18.º; tivo o regulamento do conselho disciplinar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8005

Artigo 42.º 2 — O teor das questões a submeter a referendo in-


[...]
terno deve ser objecto de esclarecimento e debate junto
de todos os membros da Ordem.
No desempenho das suas funções, o conselho disci- 3 — Sem prejuízo no disposto no número seguinte,
plinar pode propor ao conselho directivo a nomeação as propostas de alteração das questões a submeter a
de assessores especialistas, nomeadamente das áreas referendo interno devem ser dirigidas, por escrito, ao
contabilística, fiscal, jurídica e da segurança social. conselho directivo, durante o período de esclarecimento
e debate, por membros singulares da Ordem devida-
Artigo 45.º mente identificados.
4 — As propostas de referendo interno subscritas por
[...]
um mínimo de 3 % dos membros singulares da Ordem
1 — Só podem ser eleitos para os órgãos da Ordem no pleno gozo dos seus direitos não podem ser objecto
os membros efectivos com inscrição em vigor e sem de alteração.
punição disciplinar mais grave que a advertência.
2 — O impedimento previsto no número anterior Artigo 50.º
cessa passados cinco anos da aplicação da pena. [...]
3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, o momento re-
levante é o da data da convocatória da assembleia geral. 1— .....................................
2 — Os resultados dos referendos internos são divul-
Artigo 46.º gados pelo conselho directivo após o apuramento.
[...]
Artigo 51.º
1 — A eleição, por lista única, para os órgãos da [...]
Ordem depende da apresentação de candidaturas ao
presidente da assembleia geral. 1— .....................................
2 — Só podem candidatar-se à eleição para os órgãos 2 — Os técnicos oficiais de contas têm, relativamente
da Ordem pessoas singulares. à Ordem, os seguintes direitos:
3 — (Anterior n.º 2.) a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — (Anterior n.º 3.) b) Recorrer à protecção da Ordem sempre que lhes
sejam cerceados os seus direitos ou que sejam criados
Artigo 47.º obstáculos ao regular exercício das suas funções;
[...] c) Beneficiar da assistência técnica e jurídica prestada
pelos gabinetes especializados da Ordem;
1 — As eleições devem ter lugar no último trimestre d) Eleger e serem eleitos para os órgãos da Ordem;
do ano em que termina o mandato dos órgãos eleitos, e) Requerer a convocação da assembleia geral da
sendo o voto presencial, por correspondência ou por Ordem nos termos previstos no n.º 2 do artigo 30.º;
meios electrónicos, nos termos a definir pelo regula- f) Examinar, nos prazos fixados, as demonstrações
mento eleitoral, realizando-se na data que for designada financeiras da Ordem e os documentos relacionados
pelo presidente da mesa da assembleia geral. com a sua contabilidade;
2 — No caso de falta de quórum ou de destituição g) Apresentar à Ordem propostas, sugestões ou re-
dos órgãos eleitos, procede-se à eleição intercalar para clamações sobre assuntos que julguem do interesse da
aquele órgão, nos termos de regulamento eleitoral, a classe ou do seu interesse profissional.
qual deve ter lugar nos três meses seguintes à ocorrência
de tais factos. 3— .....................................
3 — Apenas têm direito de voto os membros singu- 4 — No cumprimento das suas funções, os técnicos
lares da Ordem no pleno exercício dos seus direitos. oficiais de contas gozam de atendimento preferencial
em todos os serviços das Direcções-Gerais dos Impos-
Artigo 48.º tos e das Alfandegas e dos Impostos Especiais sobre o
[...] Consumo.
5 — A execução de contabilidades sob a responsa-
1 — A Ordem pode realizar aos seus membros, a bilidade de técnicos oficiais de contas apenas pode ser
nível nacional, referendos internos com carácter vincu- contratada por estes, por sociedades profissionais de
lativo destinados a submeter a votação as questões que o técnicos oficiais de contas e por sociedades de conta-
conselho directivo considere suficientemente relevantes. bilidade, nos termos do presente Estatuto.
2— ..................................... 6 — No exercício de serviços previamente contra-
3 — As questões referentes a matérias da competên- tados, os técnicos oficiais de contas ficam dispensados
cia exclusiva de qualquer órgão da Ordem só podem ser do cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 10.º do
submetidas a referendo mediante solicitação desse órgão. Decreto-Lei n.º 138/90, de 6 de Abril, alterado pelo
Decreto-Lei n.º 162/99, de 13 de Maio.
Artigo 49.º 7 — Quando o julguem necessário para a constru-
[...]
ção da imagem fiel e verdadeira da contabilidade, os
técnicos oficiais de contas podem solicitar a entidades
1 — Compete ao conselho directivo fixar a data do públicas ou privadas competentes as informações neces-
referendo interno e organizar o respectivo processo. sárias à verificação da sua conformidade com a realidade
8006 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

patrimonial expressa nas demonstrações financeiras das três meses para o fim do exercício a que as mesmas se
contabilidades pelas quais são responsáveis. reportem.
8 — Na execução de serviços que não sejam previa-
mente contratados ou que, pela sua natureza, revelem Artigo 55.º
carácter de eventualidade, os técnicos oficiais de contas [...]
dão indicações aos seus clientes ou potenciais clientes
dos honorários previsíveis, tendo em consideração os 1— .....................................
serviços a executar e identificando expressamente, além a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
do valor final previsível, o valor máximo e mínimo da b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
sua hora de trabalho, obedecendo às regras previstas no c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
n.º 6 do artigo seguinte. d) Assegurar, nos casos em que a lei o preveja, o
9 — No exercício das suas funções, pode o técnico envio por via electrónica das declarações fiscais dos
oficial de contas exigir, a título de provisão, quantias seus clientes ou entidades patronais.
por conta dos honorários, o que, não sendo satisfeito,
lhe confere o direito de não assumir a responsabilidade 2— .....................................
inerente ao exercício da profissão.
Artigo 56.º
Artigo 52.º
[...]
[...]
1— .....................................
1— ..................................... 2 — Os técnicos oficiais de contas, quando sejam
2— ..................................... contactados para assumir a responsabilidade por con-
3 — Os técnicos oficiais de contas apenas podem tabilidades que estivessem, anteriormente, a cargo de
subscrever as declarações fiscais, as demonstrações outro técnico oficial de contas, devem, previamente à
financeiras e os seus anexos que resultem do exercí- assunção da responsabilidade, contactar, por escrito,
cio directo das suas funções, devendo fazer prova da o técnico oficial de contas cessante e certificar-se de
sua qualidade, nos termos e condições definidos pela que os honorários, despesas e salários inerentes à sua
Ordem. execução se encontram pagos.
4 — Os técnicos oficiais de contas com inscrição em 3 — A inobservância dos deveres referidos no nú-
vigor, por si ou através da Ordem, devem subscrever mero anterior constitui o técnico oficial de contas, a
um contrato de seguro de responsabilidade civil e pro- sociedade profissional de técnicos oficiais de contas ou
fissional de valor nunca inferior a € 50 000. a sociedade de contabilidade na obrigação de pagamento
5 — Os técnicos oficiais de contas, sem prejuízo do dos valores em falta, desde que líquidos e exigíveis.
disposto na legislação laboral aplicável, devem celebrar, 4 — Sempre que um técnico oficial de contas tenha
por escrito, um contrato de prestação de serviços. conhecimento da existência de dívidas ao técnico oficial
6 — No exercício das suas funções, os técnicos ofi- de contas anterior, ou de situação de reiterado incum-
ciais de contas devem cobrar honorários adequados à primento, pela entidade que o contratou, das normas
complexidade, ao volume de trabalho, à amplitude da legais aplicáveis, não deve assumir a responsabilidade
informação a prestar e à responsabilidade assumida pelo pela contabilidade.
trabalho executado.
7 — A prática injustificada de honorários não ade- Artigo 57.º
quados aos serviços prestados é contrária ao princípio
da lealdade profissional. Deveres para com a Ordem
1 — Constituem deveres dos técnicos oficiais de
Artigo 53.º contas para com a Ordem:
[...]
a) Cumprir os regulamentos e deliberações da Or-
1— ..................................... dem;
2— ..................................... b) Colaborar na prossecução das atribuições e fins da
3 — O disposto no presente artigo aplica-se também Ordem, exercendo diligentemente os cargos para que
às sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas tenham sido eleitos ou nomeados e desempenhando os
e às sociedades de contabilidade sempre que a matéria mandatos que lhes sejam confiados;
da publicidade verse sobre assuntos relacionados com c) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos
as competências dos técnicos oficiais de contas. devidos à Ordem;
d) Comunicar à Ordem, no prazo de 30 dias, qualquer
Artigo 54.º mudança do seu domicílio profissional;
e) Colaborar nas iniciativas que concorram para a
[...]
dignificação e prestígio da Ordem;
1— ..................................... f) Abster-se da prática de quaisquer actos que ponham
2 — Os técnicos oficiais de contas não podem, sem em causa o bom nome e prestígio da Ordem.
motivo justificado e devidamente reconhecido pela
Ordem, recusar-se a assinar as declarações fiscais, as 2 — O dever de pagamento de quotas previsto na
demonstrações financeiras e seus anexos, das entida- alínea c) do número anterior é apenas aplicável aos
des a que prestem serviços, quando faltarem menos de membros da Ordem que sejam pessoas singulares.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8007

Artigo 58.º dente a 10 vezes o salário mínimo nacional mais elevado


[...]
em vigor à data da prática da infracção.
3— .....................................
Os técnicos oficiais de contas devem participar ao 4— .....................................
Ministério Público, através da Ordem, os factos detec-
tados no exercício das suas funções de interesse público Artigo 65.º
que constituam crimes públicos.
[...]
Artigo 59.º À pena de suspensão pode ser atribuído o efeito de
[...] inibição, até cinco anos, para o exercício de funções
nos órgãos da Ordem.
1 — Os técnicos oficiais de contas, efectivos ou esta-
giários, estão sujeitos à jurisdição disciplinar dos órgãos Artigo 66.º
da Ordem, nos termos previstos no presente Estatuto.
2 — Considera-se infracção disciplinar a violação, [...]
pelo técnico oficial de contas, por acção ou omissão, de 1— .....................................
algum dos deveres gerais ou especiais consignados no 2 — A pena de multa é aplicada a casos de negli-
presente Estatuto, no Código Deontológico ou noutras gência, bem como ao não exercício efectivo do cargo
normas ou deliberações aprovadas pela Ordem, ainda
na Ordem para o qual o técnico oficial de contas tenha
que a título de negligência.
sido eleito.
3— .....................................
3 — O incumprimento dos pagamentos mencionados
Artigo 60.º na alínea c) do artigo 57.º por um período superior a
180 dias, desde que não satisfeito no prazo concedido
[...] pela Ordem e constante de notificação expressamente
O exercício do poder disciplinar compete ao con- efectuada por carta registada com aviso de recepção, dá
selho disciplinar e a execução das penas ao conselho lugar à aplicação de pena não superior a multa.
directivo. 4— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 61.º b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...] c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— ..................................... e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — Os tribunais e demais autoridades públicas de-
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vem dar conhecimento à Ordem da prática de actos, por
técnicos oficiais de contas, susceptíveis de ser qualifi- g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cados como infracção disciplinar. h) Retenham, sem motivo justificado, para além
3 — O Ministério Público e as demais entidades com do prazo estabelecido no Código Deontológico, do-
poderes de investigação criminal devem dar conheci- cumentação contabilística ou livros da sua escritu-
mento à Ordem das participações apresentadas contra ração;
técnicos oficiais de contas por actos relacionados com i) Retenham ou não utilizem para os fins a que se
o exercício da profissão. destinam importâncias que lhes sejam entregues pelos
4 — O processo disciplinar pode, ainda, ser ins- seus clientes ou entidades patronais;
taurado por denúncia efectuada perante a Ordem, por j) [Anterior alínea h).]
qualquer entidade pública ou privada, incluindo por um l) Não cumpram, de forma reiterada, com zelo e dili-
técnico oficial de contas. gência, as suas funções profissionais ou não observem,
na execução das contabilidades pelas quais sejam res-
Artigo 63.º ponsáveis, as normas técnicas, nos termos previstos no
artigo 6.º
[...]
1— ..................................... 5— .....................................
2 — As penas previstas nas alíneas c) e d) do número
anterior são comunicadas, pelo conselho directivo da Or- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dem, à Direcção-Geral dos Impostos e às entidades a quem b) Pratique dolosamente quaisquer actos que, directa
os técnicos oficiais de contas punidos prestem serviços. ou indirectamente, conduzam à ocultação, destruição,
3 — Cumulativamente com qualquer das penas, pode inutilização ou viciação dos documentos, das decla-
ser imposta a restituição de quantias, documentos e ou rações fiscais ou das demonstrações financeiras a seu
honorários. cargo;
c) Forneça documentos ou informações falsos, ine-
Artigo 64.º xactos ou incorrectos, que tenham induzido em erro a
deliberação que teve por base a sua inscrição na Or-
Caracterização das penas disciplinares
dem;
1— ..................................... d) Seja condenado judicialmente em pena de prisão
2 — A pena de multa consiste no pagamento de quan- superior a 5 anos por crime doloso relativo a matérias
tia certa e não pode exceder o quantitativo correspon- de índole profissional dos técnicos oficiais de contas.
8008 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 69.º Artigo 80.º


[...] Notificação do acórdão

......................................... 1 — Os acórdãos finais são imediatamente notifica-


dos ao arguido e à entidade que haja participado a infrac-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ção, por carta registada com aviso de recepção, sendo
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . dos mesmos enviada cópia ao conselho directivo.
c) A boa conduta profissional. 2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»

Artigo 70.º Artigo 3.º


Aditamento ao Estatuto da Câmara dos Técnicos Oficiais
[...] de Contas, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro
1— .....................................
São aditados ao Estatuto da Câmara dos Técnicos Ofi-
a) A vontade deliberada de, pela conduta seguida, ciais de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de
produzir resultados prejudiciais ao prestígio da Ordem 5 de Novembro, os artigos 14.º-A, 17.º-A, 17.º-B, 17.º-C,
ou aos interesses gerais específicos da profissão; 24.º-A, 33.º-A, 33.º-B, 33.º-C, 34.º-A e 85.º a 98.º, com a
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . seguinte redacção:
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . «Artigo 14.º-A
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pedido de inscrição de pessoas singulares
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — O pedido de inscrição como técnico oficial de
2— ..................................... contas é dirigido ao bastonário, em impresso próprio,
3— ..................................... sendo acompanhado dos seguintes documentos:
4— ..................................... a) Certificado do registo criminal;
b) Duas fotografias tipo passe;
Artigo 72.º c) Documentos comprovativos das habilitações aca-
démicas.
[...]

1 — O produto das multas reverte para a Ordem. 2 — No acto de apresentação do pedido referido no
número anterior, o requerente exibe o respectivo docu-
2— .....................................
mento de identificação civil nacional ou estrangeiro e
3— ..................................... o cartão de contribuinte.
3 — Ao técnico oficial de contas inscrito como efec-
Artigo 73.º tivo, nos termos do presente Estatuto, é emitida a res-
[...]
pectiva cédula profissional.

1 — Na instrução do processo disciplinar, o relator Artigo 17.º-A


deve procurar atingir a verdade material, remover os Sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas
obstáculos ao seu regular e rápido andamento e, sem
prejuízo do direito de defesa, recusar o que for inútil É admitida a inscrição de sociedades profissionais de
ou dilatório. técnicos oficiais de contas que preencham os requisitos
2 — Na instrução, são admissíveis todos os meios previstos no título II.
de prova admitidos em direito.
Artigo 17.º-B
3 — O relator notifica sempre o técnico oficial de
contas para este responder, querendo, sobre a matéria Sociedades de contabilidade
da participação. 1 — As sociedades cujo objecto social seja a presta-
4 — O interessado e o arguido podem oferecer ao ção de serviços de contabilidade e que não preencham
relator todas as diligências de prova que considerem as condições de inscrição como sociedades profissio-
necessárias ao apuramento da verdade. nais de técnicos oficiais de contas devem proceder ao
registo, junto da Ordem, do técnico oficial de contas que
Artigo 76.º constitua o respectivo responsável técnico.
2 — A violação do dever de registo previsto no nú-
[...] mero anterior impede a sociedade de prestar qualquer
serviço conexo com as funções de técnico oficial de
1— .....................................
contas.
2— .....................................
3— ..................................... Artigo 17.º-C
4 — A suspensão preventiva é comunicada, pelo
conselho directivo da Ordem, à Direcção-Geral dos Responsável técnico das sociedades de contabilidade
Impostos e à entidade a quem o técnico oficial de contas 1 — O técnico oficial de contas registado como
em causa preste serviços. responsável técnico das sociedades de contabilidade
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8009

garante o cumprimento dos deveres estatutários e de- Artigo 33.º-C


ontológicos previstos no presente Estatuto e no Código Competências e funcionamento
Deontológico, bem como nos regulamentos e orienta-
ções emitidos pela Ordem. 1 — O conselho superior tem funções consultivas
2 — O técnico oficial de contas registado como do bastonário e do conselho directivo, sendo obriga-
responsável técnico é tecnicamente independente no toriamente ouvido na definição da estratégia global da
exercício das suas funções. Ordem e, anualmente, quanto às grandes linhas orien-
3 — A violação, pelas sociedades de contabilidade, do tadoras do plano de actividades, emitindo ainda parecer
disposto no artigo anterior é imputada disciplinarmente quanto à verificação, no relatório de actividades, da
ao técnico oficial de contas registado como responsável estratégia inicialmente definida.
técnico, sem prejuízo, se for o caso, da responsabilidade 2 — O conselho superior reúne uma vez em cada
disciplinar individual que couber ao técnico oficial de trimestre, quando convocado pelo seu presidente, por
contas que elaborou e assinou as demonstrações finan- iniciativa deste ou a solicitação, por escrito, da maioria
dos seus membros, indicando a ordem de trabalhos.
ceiras e declarações fiscais do sujeito passivo.
3 — Por cada reunião é lavrada uma acta, que, de-
pois de aprovada, é assinada por todos os membros
Artigo 24.º-A presentes.
Publicação das deliberações da Ordem
Artigo 34.º-A
Independentemente dos meios de informação usa- Funcionamento
dos pela Ordem, as suas deliberações, regulamentos ou
outras disposições cujo incumprimento seja passível de 1 — O conselho directivo reúne quinzenalmente,
procedimento disciplinar são publicadas na 2.ª série do quando convocado pelo bastonário, ou a solicitação,
Diário da República. por escrito, da maioria dos seus membros, indicando a
ordem de trabalhos.
2 — Por cada reunião é lavrada uma acta, que, de-
Artigo 33.º-A pois de aprovada, é assinada por todos os membros
Competências presentes.
1 — Compete ao bastonário: Artigo 85.º
a) Executar as deliberações do conselho directivo; Objecto social
b) Representar a Ordem, em juízo ou fora dele, sem
prejuízo do disposto na alínea t) do artigo 35.º; Podem ser constituídas sociedades profissionais de
c) Dirigir os serviços da Ordem; técnicos oficiais de contas cujo objectivo exclusivo é o
exercício em comum daquela profissão.
d) Dirigir as revistas da Ordem;
e) Convocar as reuniões do conselho directivo e ela-
Artigo 86.º
borar a respectiva ordem de trabalhos;
f) Dar posse às comissões permanentes ou eventuais; Natureza e tipos jurídicos
g) Despachar e assinar o expediente da Ordem; As sociedades profissionais de técnicos oficiais de
h) Entregar mensalmente, ao conselho directivo e contas revestem a natureza de sociedades civis, dotadas
ao conselho fiscal, os balancetes de exploração e de de personalidade jurídica, e podem adoptar os tipos ju-
execução orçamental; rídicos previstos no Código das Sociedades Comerciais
i) Exercer as demais competências que a lei e os ou outros legalmente previstos.
regulamentos lhe confiram.
Artigo 87.º
2 — O bastonário pode delegar, total ou parcialmente,
Sócios
as suas competências noutros membros do conselho di-
rectivo ou em serviços deste dependentes. 1 — Os sócios das sociedades profissionais de téc-
nicos oficiais de contas são, exclusivamente, membros
efectivos da Ordem com a inscrição em vigor.
Artigo 33.º-B
2 — Uma sociedade de técnicos oficiais de contas
Conselho superior pode participar no capital social de outra sociedade com
a mesma natureza.
1 — O conselho superior é presidido pelo bastonário
e composto pelo vice-presidente do conselho directivo, Artigo 88.º
por quatro anteriores bastonários e por cinco membros
eleitos das regiões Norte, Centro e Sul do continente e Projecto de pacto social
de cada uma das Regiões Autónomas. O projecto de pacto social é submetido à aprovação
2 — No caso de não haver anteriores bastonários em do conselho directivo da Ordem, o qual deverá, no prazo
número superior a quatro, o conselho directivo indica de 30 dias, prorrogável por iguais períodos, pronunciar-
os respectivos nomes, sendo preferencialmente esco- -se sobre se o mesmo está de acordo com os princípios
lhidos de entre os anteriores presidentes dos órgãos da deontológicos e com as normas estatutárias previstas
Ordem. neste Estatuto.
8010 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 89.º benefício dos herdeiros ou, mediante consentimento


Menções obrigatórias
da assembleia geral, pode a quota ser transmitida a um
dos herdeiros ou a terceiro que seja técnico oficial de
O pacto social constitutivo contém, obrigatoriamente, contas.
as seguintes menções: 2 — Se um sócio perder a qualidade de técnico oficial
de contas, deve a sociedade amortizar a quota, adquiri-
a) Os nomes e números de inscrição na Ordem dos -la ou consentir na sua transmissão a outro sócio ou a
técnicos oficiais de contas associados; terceiro que seja técnico oficial de contas.
b) O objecto social; 3 — As alterações efectuadas nos termos dos núme-
c) A sede social; ros anteriores são comunicadas ao conselho directivo
d) O montante do capital social, a natureza e as par- da Ordem no prazo de 30 dias.
ticipações dos vários titulares;
e) O modo de repartição dos resultados; Artigo 95.º
f) A forma de designação dos órgãos sociais.
Impossibilidade temporária ou suspensão da inscrição
Artigo 90.º 1 — No caso de impossibilidade temporária de exer-
Firma cício ou de suspensão de inscrição não superiores a cinco
anos, o sócio mantém os direitos correspondentes à sua
1 — A firma das sociedades de técnicos oficiais de participação social.
contas é exclusivamente composta: 2 — Se a impossibilidade ou suspensão exceder
a) Pelo nome de todos os sócios ou pelo menos de os cinco anos, é aplicável o estabelecido no n.º 2 do
um dos sócios; e artigo anterior.
b) Pelo qualificativo ‘Sociedade de Técnicos Oficiais
de Contas’ ou, abreviadamente, ‘STOC’, seguido do tipo Artigo 96.º
jurídico, se aplicável. Responsabilidade disciplinar das sociedades
profissionais de técnicos oficiais de contas
2 — Caso não individualize todos os sócios, nos 1 — Cada sócio de uma sociedade profissional de téc-
termos previstos na alínea a) do número anterior, ime- nicos oficiais de contas e os técnicos oficiais de contas
diatamente a seguir ao nome ou nomes dos sócios iden- ao seu serviço respondem pelos actos profissionais que
tificados, a firma deve conter a expressão ‘& Associado’ pratiquem e pelos colaboradores que deles dependem
ou ‘& Associados’. profissionalmente.
2 — A sociedade é solidariamente responsável pelas
Artigo 91.º infracções cometidas.
Constituição e alteração
Artigo 97.º
1 — As sociedades de técnicos oficiais de contas
constituem-se nos termos da lei de acordo com o pro- Responsabilidade civil das sociedades profissionais
jecto de estatuto aprovado e certificado pela Ordem. de técnicos oficiais de contas
2 — As alterações ao pacto social obedecem às for- 1 — As sociedades de profissionais que adoptem um
malidades constantes do número anterior. tipo de sociedade de responsabilidade limitada devem,
obrigatoriamente, contratar um seguro de responsabi-
Artigo 92.º lidade civil para cobrir os riscos inerentes ao exercício
Inscrição na Ordem
da actividade profissional dos seus sócios, gerentes ou
administradores e demais colaboradores.
1 — As sociedades de técnicos oficiais de contas 2 — O capital mínimo obrigatoriamente seguro não
devem solicitar, no prazo de 60 dias após a sua consti- pode ser inferior a € 150 000.
tuição, a respectiva inscrição como membro da Ordem. 3 — O não cumprimento do disposto no presente
2 — O requerimento é instruído com certidão da artigo implica a responsabilidade ilimitada dos sócios
constituição e do registo comercial, quando aplicável. pelas dívidas sociais geradas durante o período de in-
3 — Considera-se dissolvida a sociedade cuja ins- cumprimento do dever de celebração do seguro.
crição não tenha sido devidamente requerida no prazo
fixado no n.º 1. Artigo 98.º
Direito supletivo aplicável
Artigo 93.º
Na falta de disposição especial, é aplicável o regime
Registo e publicidade
jurídico estabelecido na legislação civil ou comercial,
A Ordem procede ao registo e publicação da inscrição conforme o caso.»
nos termos do artigo 18.º
Artigo 4.º
Artigo 94.º Alterações sistemáticas
Morte de um sócio ou perda da qualidade 1 — É aditado ao Estatuto da Câmara dos Técnicos Ofi-
de técnico oficial de contas
ciais de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de
1 — Falecendo um sócio, se o contrato nada estipu- 5 de Novembro, o capítulo VIII com a epígrafe «Sociedades
lar em contrário, deve a sociedade liquidar a quota em profissionais de técnicos oficiais de contas».
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8011

2 — A secção III do capítulo IV do Estatuto da Câmara Artigo 10.º


dos Técnicos Oficiais de Contas, aprovado pelo Decreto- Republicação
-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro, passa a ter como epí-
grafe «Conselho directivo». É republicado, no anexo I do presente decreto-lei, do qual
faz parte integrante, o Estatuto da Câmara dos Técnicos
Artigo 5.º Oficiais de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 452/99,
Entidades com contabilidade organizada
de 5 de Novembro, com a redacção actual.

1 — As entidades que possuam ou que devam possuir Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de
contabilidade regularmente organizada, segundo os planos Setembro de 2009. — José Sócrates Carvalho Pinto de
de contas oficialmente aplicáveis ou o sistema de norma- Sousa — Fernando Teixeira dos Santos — Alberto Ber-
lização contabilística, conforme o caso, são obrigadas a nardes Costa.
dispor de técnico oficial de contas. Promulgado em 15 de Outubro de 2009.
2 — O membro do Governo responsável pela área das
finanças, ouvida a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, Publique-se.
pode, através de portaria, dispensar determinadas entidades O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
da obrigação referida no número anterior.
Referendado em 16 de Outubro de 2009.
Artigo 6.º O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
Trabalhadores que exercem funções públicas de Sousa.
Os trabalhadores que exercem funções públicas podem
exercer funções na Ordem em regime de cedência de in- ANEXO I
teresse público.
ESTATUTO DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Artigo 7.º
Eleições
CAPÍTULO I
Por efeito da alteração orgânica da Ordem dos Técnicos
Oficiais de Contas, no prazo máximo de 180 dias após a Disposições gerais
publicação do presente decreto-lei, realizam-se eleições
para os órgãos da Ordem, iniciando-se a contagem do Artigo 1.º
mandato no ano seguinte à sua realização.
Denominação e natureza
Artigo 8.º A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, adiante de-
Disposições transitórias signada por Ordem, é uma pessoa colectiva pública de
natureza associativa a quem compete representar, mediante
1 — As sociedades de contabilidade existentes à data da inscrição obrigatória, os interesses profissionais dos técni-
publicação do presente decreto-lei devem, no prazo de 120 cos oficiais de contas e superintender em todos os aspectos
dias após a respectiva data de entrada em vigor, comunicar relacionados com o exercício das suas funções.
à Ordem a identificação do seu responsável técnico.
2 — As sociedades profissionais de técnicos oficiais Artigo 2.º
de contas já existentes à data da publicação do presente
decreto-lei devem, no prazo de 180 dias após a respectiva Sede e secções regionais
data de entrada em vigor, adaptar o seu estatuto às presentes 1 — A Ordem tem a sua sede em Lisboa.
disposições. 2 — O conselho directivo pode deliberar a criação de
3 — Os técnicos oficiais de contas cuja pontuação, à secções regionais, às quais incumbem as funções definidas
data da publicação do presente decreto-lei, seja superior no regulamento a elaborar para o efeito.
ao limite estabelecido no artigo 9.º do Estatuto devem
proceder à regularização dessa situação no prazo máximo Artigo 3.º
de um ano a contar da respectiva entrada em vigor.
4 — As alterações ao Estatuto constantes do presente Atribuições
decreto-lei não prejudicam a manutenção da inscrição 1 — São atribuições da Ordem:
dos membros da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas,
como tal reconhecidos à data da sua entrada em vigor, a) Atribuir o título profissional de técnico oficial de
independentemente do normativo ou disposição legal ao contas, bem como conceder a respectiva cédula profis-
abrigo do qual se inscreveram. sional;
b) Defender a dignidade e o prestígio da profissão, ze-
Artigo 9.º lar pelo respeito dos princípios éticos e deontológicos e
defender os interesses, direitos e prerrogativas dos seus
Norma revogatória
membros;
São revogados os n.os 2 do artigo 15.º, 2 do artigo 16.º c) Promover e contribuir para o aperfeiçoamento e for-
e 4 do artigo 23.º e os artigos 38.º, 39.º, 43.º e 44.º do Esta- mação profissional dos seus membros, designadamente
tuto da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, aprovado através da organização de acções e programas de formação
pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro. profissional, cursos e colóquios;
8012 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

d) Definir normas e regulamentos técnicos de actuação Artigo 4.º


profissional, tendo em consideração as normas emanadas Receitas
da Comissão de Normalização Contabilística e de outros
organismos com competências na matéria; Constituem receitas da Ordem:
e) Representar os técnicos oficiais de contas perante a) O produto das jóias, quotas e multas;
quaisquer entidades públicas ou privadas; b) Os donativos, doações e legados;
f) Organizar e manter actualizado o cadastro dos técnicos c) As provenientes da tabela de taxas e emolumentos a
oficiais de contas; elaborar e aprovar pelo conselho directivo;
g) Certificar, sempre que lhe seja solicitado, que os d) Quaisquer outras receitas eventuais.
técnicos oficiais de contas se encontram no pleno exercício
das suas funções, nos termos do presente Estatuto;
h) Organizar e regulamentar os estágios profissionais; CAPÍTULO II
i) Promover e regulamentar os exames dos candidatos Exercício das funções
a técnicos oficiais de contas;
j) Promover a publicação de um boletim ou revista, com Artigo 5.º
objectivos de prestar informação actualizada nas áreas
técnica, científica e cultural; Título profissional e exercício da profissão
l) Colaborar com quaisquer entidades, nacionais ou Designam-se por técnicos oficiais de contas os profis-
estrangeiras, no fomento e realização de estudos, investi- sionais, nacionais ou de qualquer outro Estado membro
gação e trabalhos que visem o aperfeiçoamento de assuntos da União Europeia, inscritos na Ordem, nos termos do
de natureza contabilística e fiscal; presente Estatuto, sendo-lhes atribuído, em exclusividade,
m) Propor às entidades legalmente competentes medidas o uso desse título profissional, bem como o exercício das
relativas à defesa da função dos técnicos oficiais de contas respectivas funções.
e dos seus interesses profissionais e morais e pronunciar-se
sobre legislação relativa aos mesmos; Artigo 6.º
n) Exercer jurisdição disciplinar sobre os técnicos ofi- Funções
ciais de contas;
o) Estabelecer princípios e normas de ética e deontologia 1 — São atribuídas aos técnicos oficiais de contas as
profissional; seguintes funções:
p) Definir, para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 6.º, a) Planificar, organizar e coordenar a execução da con-
após prévia consulta à Direcção-Geral dos Impostos, os tabilidade das entidades que possuam, ou que devam pos-
meios de prova da qualidade de técnico oficial de con- suir, contabilidade regularmente organizada segundo os
tas; planos de contas oficialmente aplicáveis ou o sistema de
q) Promover e apoiar a criação de sistemas comple- normalização contabilística, conforme o caso, respeitando
mentares de segurança social para os técnicos oficiais de as normas legais, os princípios contabilísticos vigentes e as
contas; orientações das entidades com competências em matéria
r) Implementar, organizar e executar sistemas de veri- de normalização contabilística;
ficação da qualidade dos serviços prestados por técnicos b) Assumir a responsabilidade pela regularidade técnica,
oficiais de contas; nas áreas contabilística e fiscal, das entidades referidas na
s) Conceber, organizar e executar, para os seus membros, alínea anterior;
sistemas de formação obrigatória; c) Assinar, conjuntamente com o representante legal das
t) Criar colégios de especialidade, organizar o seu fun- entidades referidas na alínea a), as respectivas demons-
cionamento e regulamentar o acesso aos mesmos pelos trações financeiras e declarações fiscais, fazendo prova
membros da Ordem; da sua qualidade, nos termos e condições definidos pela
u) Exercer as demais funções que resultem do presente Ordem, sem prejuízo da competência e das responsabili-
Estatuto ou de outras disposições legais. dades cometidas pela lei comercial e fiscal aos respectivos
órgãos;
2 — A Ordem pode intervir, como assistente, nos pro- d) Com base nos elementos disponibilizados pelos
cessos judiciais em que seja parte um dos seus membros contribuintes por cuja contabilidade sejam responsáveis,
e em que estejam em causa questões relacionadas com o assumir a responsabilidade pela supervisão dos actos de-
exercício da profissão. clarativos para a segurança social e para efeitos fiscais
3 — A Ordem tem direito a adoptar e a usar símbolo, relacionados com o processamento de salários.
estandarte e selo próprios, conforme modelo aprovado
pelo conselho directivo. 2 — Compete ainda aos técnicos oficiais de contas:
4 — A Ordem pode filiar-se em organismos da área da a) Exercer funções de consultoria nas áreas da contabi-
sua especialidade e fazer-se representar ou participar em lidade, da fiscalidade e da segurança social;
congressos, reuniões e outras manifestações de carácter b) Intervir, em representação dos sujeitos passivos por
técnico ou científico. cujas contabilidades sejam responsáveis, na fase graciosa
5 — A Ordem pode, no e para o exercício das suas atri- do procedimento tributário, no âmbito de questões rela-
buições, solicitar a colaboração que se revelar adequada a cionadas com as suas competências específicas;
entidades públicas, nomeadamente à Direcção-Geral dos c) Desempenhar quaisquer outras funções definidas
Impostos, bem como a entidades privadas. por lei, adequadas ao exercício das respectivas funções,
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8013

designadamente as de perito nomeado pelos tribunais ou técnicos oficiais de contas, o limite referido no número
por outras entidades públicas ou privadas. anterior é de 30 pontos.
3 — Caso os técnicos oficiais de contas não exerçam
3 — Entende-se por regularidade técnica, nos termos as respectivas funções a título principal, a sua pontuação
da alínea b) do n.º 1, a execução da contabilidade, nos é reduzida a 11 pontos.
termos das disposições previstas nos normativos aplicá- 4 — Os limites previstos nos números anteriores só
veis, tendo por suporte os documentos e as informações podem ser ultrapassados e mantidos quando o excesso de
fornecidos pelo órgão de gestão ou pelo empresário, e as pontos resulte, exclusivamente, do aumento do volume de
decisões do profissional no âmbito contabilístico, com negócios das entidades a quem o técnico oficial de contas,
vista à obtenção de uma imagem fiel e verdadeira da rea- no exercício anterior, já prestava os seus serviços.
lidade patrimonial da empresa, bem como o envio para as 5 — Os limites de pontuação estabelecidos no artigo 9.º
entidades públicas competentes, pelos meios legalmente podem ser derrogados, mediante requerimento dirigido ao
definidos, da informação contabilística e fiscal definida conselho directivo, se se comprovar, através do controlo de
na legislação em vigor. qualidade, que o requerente reúne as condições necessárias
4 — As funções de perito referidas na alínea c) do n.º 2 à derrogação requerida.
compreendem, para além do alcance definido pelo tri- 6 — Caso o técnico oficial de contas exerça a sua ac-
bunal no âmbito de peritagens judiciais, a avaliação da tividade ao abrigo de um contrato individual de trabalho
conformidade da execução contabilística com as normas com outro técnico oficial de contas, com uma sociedade
e directrizes legalmente aplicáveis, bem como do nível de profissional de técnicos oficiais de contas ou com uma
representação, pela informação contabilista, da realidade sociedade de contabilidade cuja gerência seja constituída,
patrimonial que lhe subjaz. exclusivamente, por técnicos oficiais de contas, a pontu-
ação que lhe é atribuída, nos termos do presente artigo,
aproveita, desde que o técnico oficial de contas manifeste
Artigo 7.º
expressamente essa vontade, exclusivamente àquelas en-
Modos de exercício da actividade tidades, nos termos e condições a definir pela Ordem.
7 — Nos casos referidos no número anterior, a pontua-
1 — Os técnicos oficiais de contas podem exercer a
ção fica cativa daquelas entidades, não podendo, enquanto
sua actividade: se mantiver o contrato de trabalho ou enquanto o técnico
a) Por conta própria, como profissionais independentes oficial de contas não manifestar expressamente vontade
ou como empresários em nome individual; contrária, ser utilizada por este em quaisquer outras situ-
b) Como sócios, administradores ou gerentes de uma ações.
sociedade profissional de técnicos oficiais de contas ou de
uma sociedade de contabilidade; Artigo 9.º
c) Como funcionários públicos, desde que exerçam a Pontuação
profissão de técnico oficial de contas na Administração
Pública ou contratados pela administração central, regional 1 — Para efeitos do limite fixado no artigo anterior,
ou local; as entidades referidas na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º
d) No âmbito de um contrato individual de trabalho são pontuadas com referência ao total do seu volume de
celebrado com outro técnico oficial de contas, com uma negócios (PL = milhares de euros), de acordo com a tabela
sociedade de profissionais, com outra pessoa colectiva ou seguinte:
com um empresário em nome individual.
Volume de negócios
Pontos
(V — milhares de euros)
2 — Com excepção das situações referidas no n.º 6
do artigo 8.º e da prestação de serviços no âmbito de so-
ciedades de contabilidade, os técnicos oficiais de contas V ≤ 450. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,5
450 < V ≤ 950. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
celebram, obrigatoriamente, por escrito, com as entidades 950 < V ≤ 3000. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
referidas na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º, o contrato de 3000 < V ≤ 9250. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
prestação de serviços referido no n.º 5 do artigo 52.º, de- 9250 < V ≤ 18 500 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
vendo assumir, nesse documento, pessoal e directamente, 18 500 < V . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
a responsabilidade pela contabilidade a seu cargo.
2 — O volume de negócios referido no número ante-
Artigo 8.º
rior é sempre o correspondente ao do último exercício
Limites da actividade encerrado.
1 — Os técnicos oficiais de contas que exerçam as res- 3 — As empresas inactivas ou cuja actividade esteja
pectivas funções no âmbito de um contrato individual temporariamente suspensa não são consideradas para efei-
de trabalho só podem prestar serviços a um número de tos de pontuação, devendo essa situação ser comprovada
entidades cuja pontuação acumulada não seja superior a perante a Ordem.
22 pontos. 4 — Sempre que, por efeito do volume de negócios, se-
2 — Não obstante o disposto no número anterior, em jam ultrapassados os limites referidos neste artigo, verifica-
relação aos técnicos oficiais de contas que comprovem -se uma incompatibilidade superveniente, que deve ser
exercer as respectivas funções, a título principal, no regime sanada no prazo de um ano, sem prejuízo do referido no
liberal ou ao abrigo de um contrato individual de trabalho n.º 6 do artigo anterior.
com outro técnico oficial de contas, com uma sociedade 5 — Sempre que sejam ultrapassados, por alteração da
de contabilidade ou com uma sociedade profissional de pontuação ou qualquer outra causa, os limites referidos
8014 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

neste artigo, verifica-se uma incompatibilidade superve- b) Informar-se das actividades da Ordem;
niente, que deve ser sanada no prazo de um ano. c) Assistir e intervir, sem direito de voto, nas assem-
bleias gerais.
Artigo 10.º
Identificação dos técnicos oficiais de contas
Artigo 14.º-A
Pedido de inscrição de pessoas singulares
1 — Até ao final do mês de Setembro de cada ano,
ou nos 30 dias subsequentes ao início ou à cessação de 1 — O pedido de inscrição como técnico oficial de con-
funções, os técnicos oficiais de contas comunicam à Or- tas é dirigido ao bastonário, em impresso próprio, sendo
dem que são, ou que foram, responsáveis pelas contabi- acompanhado dos seguintes documentos:
lidades das entidades referidas na alínea a) do n.º 1 do
artigo 6.º, através de documento igualmente assinado por a) Certificado do registo criminal;
estas, mencionando ainda a respectiva identificação, nú- b) Duas fotografias tipo passe;
mero de identificação fiscal e volume de negócios relativo c) Documentos comprovativos das habilitações aca-
ao último exercício encerrado, nos termos e para os efeitos démicas.
do disposto no artigo anterior.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, 2 — No acto de apresentação do pedido referido no nú-
considera-se volume de negócios o total dos rendimentos mero anterior, o requerente exibe o respectivo documento
considerados na demonstração de resultados, ou, no caso de identificação civil nacional ou estrangeiro e o cartão
de início de actividade, o montante inscrito na respectiva de contribuinte.
declaração. 3 — Ao técnico oficial de contas inscrito como efectivo,
3 — Os membros dos órgãos da Ordem, e respectivo nos termos do presente Estatuto, é emitida a respectiva
pessoal, não devem revelar nem utilizar, salvo nos casos ex- cédula profissional.
pressamente previstos na lei, a informação de que tenham
tomado conhecimento por força do disposto no n.º 1. Artigo 15.º
Condições de inscrição
CAPÍTULO III 1 — São condições gerais de inscrição como técnico
Membros oficial de contas:
a) Ter nacionalidade portuguesa ou de qualquer dos
Artigo 11.º Estados membros da União Europeia;
Categorias
b) Ter idoneidade para o exercício da profissão;
c) Não estar inibido ou interdito para o exercício da
1 — Podem inscrever-se na Ordem pessoas singulares profissão;
e sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas. d) Não ter sido condenado pela prática de crime do-
2 — A Ordem tem membros estagiários, efectivos e loso, designadamente de natureza fiscal, económica ou
honorários. financeira, salvo se concedida a reabilitação, nem ter sido
3 — Tem a qualidade de membro efectivo o técnico declarado interdito ou inabilitado;
oficial de contas e a sociedade profissional que se encontre e) Possuir as habilitações exigidas no presente Estatuto;
inscrita na Ordem na respectiva qualidade. f) Efectuar estágio profissional ou curricular, nos termos
4 — Tem a qualidade de membro honorário a pessoa regulamentados pela Ordem;
singular ou colectiva que seja como tal distinguida pela g) Obter aprovação em exame profissional, em língua
Ordem, em virtude de elevado mérito e de relevantes con- portuguesa ou noutra língua oficial da União Europeia
tributos prestados à instituição ou no exercício da profissão. a definir pela Ordem, a organizar e realizar no mínimo
semestralmente, nos termos regulamentados pela Ordem.
Artigo 12.º
Membros estagiários 2 — (Revogado.)
3 — É admitida a inscrição aos cidadãos não perten-
O estatuto de membro estagiário rege-se pelo disposto centes à União Europeia que estejam domiciliados em
no regulamento de estágio. Portugal e que satisfaçam as restantes condições exigidas
no número anterior, desde que haja tratamento recíproco
Artigo 13.º por parte do seu país de origem e que realizem prova de
Aquisição e perda da qualidade de membro honorário conhecimentos de língua portuguesa.
4 — Aos candidatos mencionados no número anterior
A qualidade de membro honorário é atribuída por de- pode ser exigida a realização de exame, em língua por-
liberação da assembleia geral, sob proposta do conselho tuguesa, e, ou, estágio, nos termos regulamentados pela
directivo, obedecendo a perda dessa qualidade ao mesmo Ordem.
formalismo.
Artigo 16.º
Artigo 14.º
Habilitações académicas
Direitos dos membros honorários
1 — Os candidatos a técnico oficial de contas devem
São direitos dos membros honorários:
possuir a habilitação académica de licenciatura ou superior,
a) Participar e beneficiar da actividade social, cultural, ministrada por estabelecimento de ensino superior público,
técnica e científica da Ordem; particular ou cooperativo, criado nos termos da lei e re-
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8015

conhecido pela Ordem como adequado para o exercício Artigo 18.º


da profissão. Lista dos técnicos oficiais de contas
2 — (Revogado.)
3 — O reconhecimento referido no n.º 1 deve basear-se 1 — A Ordem disponibiliza, com carácter de permanên-
em critérios objectivos, fundamentados nos currículos, nas cia, no seu sítio na Internet, a lista dos técnicos oficiais
unidades de crédito, nos meios de ensino e nos métodos de contas inscritos, actualizada trimestralmente, contendo
de avaliação. o nome ordenado alfabeticamente, o número de contri-
buinte e o número de identificação civil nacional ou es-
Artigo 17.º trangeiro.
2 — No mesmo sítio, a Ordem publica, trimestralmente,
Pedido de inscrição a relação dos membros que, no respectivo período, vejam
1 — O pedido de inscrição como técnico oficial de deferida a sua inscrição, suspensão ou cancelamento.
contas é dirigido ao presidente da comissão de inscrição
e deve ser acompanhado dos seguintes documentos: Artigo 19.º
a) Fotocópia autenticada do bilhete de identidade; Suspensão ou cancelamento voluntário da inscrição
b) Fotocópia do cartão de contribuinte; 1 — Os membros da Ordem podem requerer ao conse-
c) Certificado do registo criminal; lho directivo a suspensão ou o cancelamento voluntário
d) Documentos comprovativos das habilitações aca- da sua inscrição.
démicas. 2 — Os membros cuja inscrição tenha sido cancelada
nos termos do número anterior deixam de poder invocar o
2 — Ao técnico oficial de contas inscrito nos termos título profissional e de exercer as correspondentes funções,
do presente Estatuto é emitida a respectiva cédula pro- devendo devolver à Ordem a respectiva cédula e outros
fissional. documentos identificativos.
3 — À suspensão referida no n.º 1 é igualmente aplicado
Artigo 17.º-A o disposto no número anterior, sendo devido o pagamento
Sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas
da quota estabelecida, que é reduzida a metade.
4 — A suspensão ou o cancelamento voluntário da ins-
É admitida a inscrição de sociedades profissionais de crição são comunicados pelo conselho directivo à Direcção-
técnicos oficiais de contas que preencham os requisitos -Geral dos Impostos e às entidades a quem os técnicos
previstos no título II. oficiais de contas prestavam serviços.

Artigo 17.º-B Artigo 20.º


Sociedades de contabilidade Suspensão ou cancelamento oficioso da inscrição

1 — As sociedades cujo objecto social seja a presta- 1 — Sempre que os seus membros sejam impedidos de
ção de serviços de contabilidade e que não preencham exercer a sua profissão, por decisão transitada em julgado,
as condições de inscrição como sociedades profissionais a Ordem, após o seu conhecimento, considera oficiosa-
de técnicos oficiais de contas devem proceder ao registo, mente suspensa a respectiva inscrição pelo período do
junto da Ordem, do técnico oficial de contas que constitua impedimento.
o respectivo responsável técnico. 2 — A Ordem cancela oficiosamente a inscrição dos
2 — A violação do dever de registo previsto no número técnicos oficiais de contas quando tiver conhecimento do
anterior impede a sociedade de prestar qualquer serviço seu falecimento.
conexo com as funções de técnico oficial de contas. 3 — À suspensão referida no n.º 1 é aplicável o disposto
no n.º 2 do artigo anterior.
Artigo 17.º-C
Artigo 21.º
Responsável técnico das sociedades de contabilidade
Suspensão ou cancelamento compulsivo da inscrição
1 — O técnico oficial de contas registado como res-
ponsável técnico das sociedades de contabilidade garante 1 — A Ordem suspende compulsivamente a inscrição
o cumprimento dos deveres estatutários e deontológicos dos técnicos oficiais de contas a quem seja aplicada a pena
previstos no presente Estatuto e no Código Deontológico, de suspensão.
bem como nos regulamentos e orientações emitidos pela 2 — A Ordem cancela compulsivamente a inscrição
Ordem. dos técnicos oficiais de contas sempre que, relativamente
2 — O técnico oficial de contas registado como respon- a estes:
sável técnico é tecnicamente independente no exercício a) Deixe de se verificar qualquer das condições referidas
das suas funções. no n.º 1 do artigo 15.º;
3 — A violação, pelas sociedades de contabilidade, do b) Seja aplicada a pena de expulsão.
disposto no artigo anterior é imputada disciplinarmente
ao técnico oficial de contas registado como responsável 3 — À suspensão e cancelamento referidos nos n.os 1
técnico, sem prejuízo, se for o caso, da responsabilidade e 2 é aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 19.º
disciplinar individual que couber ao técnico oficial contas 4 — O disposto na alínea a) do n.º 2 não prejudica os
que elaborou e assinou as demonstrações financeiras e direitos adquiridos ao abrigo da legislação aplicável na
declarações fiscais do sujeito passivo. data da inscrição do membro em causa.
8016 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 22.º Artigo 24.º-A


Reinscrição após suspensão ou cancelamento voluntário Publicação das deliberações da Ordem
1 — Os membros cuja inscrição tenha sido suspensa ou Independentemente dos meios de informação usados
cancelada a seu pedido, podem, a todo o tempo, requerer pela Ordem, as suas deliberações, regulamentos ou outras
ao conselho directivo a sua reinscrição. disposições, cujo incumprimento seja passível de proce-
2 — A Ordem pode exigir que o interessado se submeta dimento disciplinar, são publicadas na 2.ª série do Diário
a exame, sempre que a suspensão se prolongue por um da República.
período superior a dois anos.
3 — O exame referido no número anterior pode não ser Artigo 25.º
exigido, sempre que o interessado demonstre, no reque-
Duração e remuneração dos mandatos
rimento apresentado nos termos do n.º 1, que, no decurso
da suspensão, exerceu funções em matérias inerentes ao 1 — A duração do mandato dos titulares dos órgãos da
exercício da profissão. Ordem é de três anos.
4 — O requerimento previsto no n.º 1 é instruído com 2 — Nenhum membro pode ser simultaneamente eleito
o certificado do registo criminal. para mais de um cargo nos órgãos da Ordem.
5 — O membro que tenha, a seu pedido, cancelado a 3 — Os membros suplentes são chamados a exercer
inscrição pode reinscrever-se desde que respeite as con- funções na Ordem de acordo com a hierarquia que ocupam
dições elencadas no artigo 15.º na lista.
4 — O exercício de qualquer mandato é sempre remu-
Artigo 23.º nerado, nos termos a definir pelo conselho directivo.
Reinscrição após suspensão ou cancelamento
oficioso ou compulsivo Artigo 26.º
1 — Os técnicos oficiais de contas retomam automa- Extinção do mandato
ticamente a plenitude dos seus direitos e deveres após
terminado o período da suspensão oficiosa ou compulsiva. São causa de extinção do mandato dos titulares dos
2 — Os técnicos oficiais de contas cuja inscrição tenha órgãos da Ordem:
sido cancelada compulsivamente devido à alteração de a) A perda temporária ou definitiva da qualidade de
algumas das condições referidas no n.º 1 do artigo 15.º membro da Ordem;
podem requerer ao conselho directivo a sua reinscrição b) A falta, sem motivo justificado, a três reuniões se-
logo que se verifique a cessação do impedimento. guidas ou seis interpoladas;
3 — Os técnicos oficiais de contas cuja inscrição tenha c) O pedido de demissão, por motivo de força maior
sido cancelada compulsivamente na sequência da aplicação e devidamente fundamentado, uma vez aceite e logo que
da pena de expulsão podem requerer ao conselho directivo tome posse o sucessor;
a sua reinscrição, decorridos cinco anos após a aplicação
d) A decisão proferida em processo disciplinar que de-
da pena e, em caso de indeferimento, de três em três anos.
termina a aplicação de pena de suspensão ou de expulsão,
4 — (Revogado.)
uma vez tornada definitiva.

CAPÍTULO IV
SECÇÃO II
Organização
Assembleia geral
SECÇÃO I
Artigo 27.º
Disposições gerais
Constituição
Artigo 24.º 1 — A assembleia geral é constituída por todos os
Órgãos da Ordem membros individuais que estejam no pleno gozo dos seus
direitos.
1 — A Ordem realiza os seus fins e atribuições através 2 — Os membros da Ordem podem fazer-se representar,
dos seguintes órgãos: na assembleia geral, por outro membro.
a) Assembleia geral; 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, é su-
b) Bastonário; ficiente, como instrumento de representação voluntária,
c) Conselho superior; uma carta dirigida ao presidente da mesa, assinada pelo
d) Conselho directivo; representado, sendo a sua qualidade certificada através dos
e) Conselho fiscal; meios em uso na Ordem.
f) Conselho disciplinar. 4 — As cartas a que se refere o número anterior devem
ficar arquivadas na Ordem durante cinco anos.
2 — As deliberações da Ordem são tomadas por maioria. 5 — O membro da Ordem nomeado como representante
3 — As deliberações dos órgãos da Ordem podem ser só pode representar um outro membro.
objecto de impugnação contenciosa, nos termos da lei, 6 — Nas assembleias eleitorais não é permitida a re-
para os tribunais administrativos. presentação voluntária.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8017

Artigo 28.º Artigo 31.º


Lista de presenças Convocação

1 — O presidente da mesa da assembleia geral deve 1 — A assembleia geral deve ser convocada pelo presi-
mandar organizar a lista dos membros da Ordem que es- dente da mesa, por comunicação directa aos membros da
tejam presentes ou representados no início da reunião. Ordem e por anúncios publicados em dois jornais diários de
2 — A lista de presenças deve indicar o nome e o do- circulação nacional, sendo sempre disponibilizado um aviso
micílio de cada um dos membros presentes e o nome e o convocatório na sede da Ordem e no seu sítio na Internet.
domicílio de cada um dos membros representados, bem 2 — A convocação da assembleia geral será feita com
como dos seus representantes. um mínimo de 15 dias de antecedência e nela constará a
3 — A lista de presenças deve ser rubricada, no lugar indicação do local, dia e hora da assembleia, assim como
respectivo, pelos membros presentes e pelos representantes a ordem dos trabalhos.
dos membros ausentes. 3 — Em caso excepcionais, devidamente justificados, a
convocação da assembleia geral poderá ser feita com um
Artigo 29.º mínimo de oito dias de antecedência.
Mesa da assembleia geral Artigo 32.º
1 — A mesa da assembleia geral é composta por um Quórum
presidente, um vice-presidente, dois secretários efectivos
e dois secretários suplentes, eleitos em assembleia geral. 1 — A assembleia geral pode deliberar, em primeira
2 — Incumbe ao presidente da mesa: convocação, quando esteja presente ou representada a
maioria dos membros.
a) Convocar as reuniões e dirigir os trabalhos; 2 — Em segunda convocação, a assembleia geral pode
b) Assinar as actas; deliberar seja qual for o número de membros presentes ou
c) Dar posse aos membros eleitos para os órgãos da representados.
Ordem; 3 — Na convocatória de uma assembleia geral pode ser
d) Despachar e assinar o expediente que diga respeito logo fixada uma segunda convocação, para uma hora de-
à mesa; pois, caso a assembleia geral não possa reunir na primeira
e) Propor, à assembleia geral, alterações ao regulamento hora marcada por falta do número de membros exigido.
eleitoral.
Artigo 33.º
3 — No impedimento do presidente da mesa, desempe-
Deliberações
nhará as respectivas funções o vice-presidente.
4 — Compete aos secretários desempenhar as funções 1 — As deliberações da assembleia geral serão tomadas
que lhes forem atribuídas pelo presidente da mesa. por maioria de votos dos membros presentes e represen-
5 — Nas assembleias eleitorais, o presidente da mesa tados nos termos do presente Estatuto.
é coadjuvado pelos restantes elementos, competindo-lhe 2 — A assembleia geral só pode deliberar sobre os as-
gerir todos os actos inerentes às eleições, nos termos do suntos constantes da respectiva ordem de trabalhos, sendo
regulamento eleitoral em vigor. nulas as deliberações sobre outros que não constem da
respectiva convocatória e, bem assim, as que contrariem
Artigo 30.º a lei, o presente Estatuto e os regulamentos internos da
Ordem.
Assembleias ordinárias e extraordinárias
Artigo 33.º-A
1 — A assembleia geral reúne em sessão ordinária:
Competências
a) No decurso do 1.º trimestre de cada ano, para dis-
cussão e votação do relatório e contas da direcção e do 1 — Compete ao bastonário:
relatório e parecer do conselho fiscal relativos ao ano a) Executar as deliberações do conselho directivo;
civil anterior; b) Representar a Ordem, em juízo ou fora dele, sem
b) Em Dezembro de cada ano, para discussão e aprova- prejuízo do disposto na alínea t) do artigo 35.º;
ção do plano de actividades e do orçamento anual para o c) Dirigir os serviços da Ordem;
ano seguinte, elaborado pelo conselho directivo; d) Dirigir as revistas da Ordem;
c) Trienalmente, no 2.º semestre, funcionando como e) Convocar as reuniões do conselho directivo e elaborar
assembleia eleitoral, para a eleição dos membros da as- a respectiva ordem de trabalhos;
sembleia geral, do bastonário, do conselho superior, do f) Dar posse às comissões permanentes ou eventuais;
conselho directivo, do conselho fiscal e do conselho dis- g) Despachar e assinar o expediente da Ordem;
ciplinar. h) Entregar mensalmente, ao conselho directivo e ao
conselho fiscal, os balancetes de exploração e de execução
2 — A assembleia geral reúne extraordinariamente, por orçamental;
iniciativa do presidente da mesa ou sempre que tal lhe seja i) Exercer as demais competências que a lei e os regu-
solicitado pelo bastonário, pelo conselho directivo, pelo lamentos lhe confiram.
conselho fiscal ou por um mínimo de 3 % dos membros
da Ordem no pleno gozo dos seus direitos, só podendo 2 — O bastonário pode delegar, total ou parcialmente, as
funcionar, neste último caso, se estiverem presentes, pelo suas competências noutros membros do conselho directivo
menos, três quartos dos requerentes. ou em serviços deste dependentes.
8018 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 33.º-B e) Deliberar sobre a criação de comissões permanentes


Conselho superior
ou eventuais;
f) Executar as decisões em matéria disciplinar;
1 — O conselho superior é presidido pelo bastonário e g) Deliberar sobre a lista dos membros inscritos na
composto pelo vice-presidente do conselho directivo, por Ordem e respectivas alterações, a publicar nos termos do
quatro anteriores bastonários e por cinco membros eleitos artigo 18.º;
das regiões Norte, Centro e Sul do continente e de cada h) Participar às entidades competentes as penas de sus-
uma das Regiões Autónomas. pensão e de expulsão aplicadas aos membros da Ordem;
2 — No caso de não haver anteriores bastonários em i) Deliberar sobre os regulamentos de exame e de estágio
número superior a quatro, o conselho directivo indica os profissional referidos no artigo 15.º;
respectivos nomes, sendo preferencialmente escolhidos de j) Elaborar o regulamento de funcionamento das secções
entre os anteriores presidentes dos órgãos da Ordem. regionais;
l) Deliberar sobre a instituição e regulamentação de me-
Artigo 33.º-C canismos de controlo de qualidade dos serviços prestados
Competências e funcionamento pelos membros da Ordem;
m) Deliberar sobre os critérios de reconhecimentos dos
1 — O conselho superior tem funções consultivas do cursos que dão acesso à inscrição, previstos no n.º 1 do
bastonário e do conselho directivo, sendo obrigatoria- artigo 16.º;
mente ouvido na definição da estratégia global da Ordem n) Proceder ao reconhecimento e à divulgação da estru-
e, anualmente, quanto às grandes linhas orientadoras do tura dos cursos, para os efeitos do previsto no artigo 16.º;
plano de actividades, emitindo ainda parecer quanto à o) Dar o seu laudo indicativo acerca de honorários,
verificação, no relatório de actividades, da estratégia ini- quando solicitado por entidades públicas, ou, existindo
cialmente definida. diferendo, pelas partes intervenientes;
2 — O conselho superior reúne uma vez em cada trimes- p) Elaborar e aprovar o regulamento de taxas e emo-
tre, quando convocado pelo seu presidente, por iniciativa lumentos;
deste ou a solicitação, por escrito, da maioria dos seus q) Propor à assembleia geral a alteração do valor das
membros, indicando a ordem de trabalhos. quotas;
3 — Por cada reunião é lavrada uma acta, que, depois
r) Fixar, ouvidos os presidentes dos restantes órgãos, a
de aprovada, é assinada por todos os membros presentes.
remuneração dos órgãos da Ordem;
s) Deliberar sobre a instituição e regulamentação de
SECÇÃO III sistemas de formação profissional;
Conselho directivo t) Praticar todos os demais actos conducentes à reali-
zação dos fins da Ordem e tomar deliberações em todas
Artigo 34.º as matérias que não sejam da competência exclusiva e
específica de outros órgãos;
Composição u) Representar a Ordem, através do vice-presidente,
1 — O conselho directivo é constituído por um presi- em juízo ou fora dele, no caso de impedimento do bas-
dente, que é o bastonário, por um vice-presidente e por tonário.
cinco vogais, eleitos em assembleia geral.
2 — À data da eleição dos membros efectivos, são igual- SECÇÃO IV
mente eleitos quatro suplentes.
Conselho fiscal
Artigo 34.º-A
Artigo 36.º
Funcionamento
Composição
1 — O conselho directivo reúne quinzenalmente,
quando convocado pelo bastonário, ou a solicitação, por 1 — O conselho fiscal é constituído por um presidente
escrito, da maioria dos seus membros, indicando a ordem e dois vogais, eleitos em assembleia geral.
de trabalhos. 2 — À data da eleição dos membros efectivos são igual-
2 — Por cada reunião é lavrada uma acta, que, depois mente eleitos dois suplentes.
de aprovada, é assinada por todos os membros presentes.
Artigo 37.º
Artigo 35.º Competência
Competência Compete ao conselho fiscal:
Compete ao conselho directivo: a) Fiscalizar o cumprimento do plano de actividades e
a) Elaborar, até 30 de Novembro de cada ano, o plano do orçamento da Ordem;
de actividades e o orçamento para o ano civil seguinte; b) Examinar, sempre que o julgue conveniente, os do-
b) Arrecadar as receitas e autorizar as despesas da Or- cumentos e os registos da contabilidade da Ordem;
dem, nos termos do orçamento aprovado em assembleia c) Emitir parecer sobre o relatório e contas do conselho
geral; directivo e, de um modo geral, fiscalizar a sua actividade
c) Apresentar anualmente à assembleia geral o relatório administrativa;
e contas respeitantes ao ano civil anterior; d) Elaborar, sempre que o julgue conveniente, relatórios
d) Aprovar a estrutura organizativa da Ordem; da sua actividade fiscalizadora, sendo obrigatoriamente
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8019

elaborado um anualmente, que será apresentado à assem- CAPÍTULO V


bleia geral de aprovação de contas;
e) Emitir os pareceres que o conselho directivo lhe Eleições e referendos
solicite.
SECÇÃO I
SECÇÃO V
Eleições
Comissão de inscrição

Artigo 38.º Artigo 45.º


Composição Condições de elegibilidade

(Revogado.) 1 — Só podem ser eleitos para os órgãos da Ordem os


membros efectivos com inscrição em vigor e sem punição
Artigo 39.º disciplinar mais grave que a advertência.
2 — O impedimento previsto no número anterior cessa
Competência
passados cinco anos da aplicação da pena.
(Revogado.) 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1, o momento re-
levante é o da data da convocatória da assembleia geral.
SECÇÃO VI
Conselho disciplinar Artigo 46.º
Candidaturas
Artigo 40.º
1 — A eleição, por lista única, para os órgãos da Ordem
Composição depende da apresentação de candidaturas ao presidente da
1 — O conselho disciplinar é composto por um presi- assembleia geral.
dente e dois vogais, eleitos em assembleia geral. 2 — Só podem candidatar-se à eleição para os órgãos
2 — À data da eleição dos membros efectivos são igual- da Ordem pessoas singulares.
mente eleitos dois suplentes. 3 — O prazo para apresentação das listas candidatas
termina 60 dias antes da data marcada para o acto eleitoral.
Artigo 41.º 4 — As propostas de candidatura são subscritas por um
número de 500 técnicos oficiais de contas, com inscri-
Competência ção em vigor, devendo incluir a lista individualizada dos
Ao conselho disciplinar compete: candidatos a todos os órgãos com a respectiva declaração
de aceitação, o programa de acção e a identificação dos
a) Instaurar e decidir os processos disciplinares, bem subscritores.
como nomear o instrutor, que deverá, preferencialmente,
ser licenciado em Direito e não ser técnico oficial de contas; Artigo 47.º
b) Emitir parecer quanto à existência de situações passí-
veis de procedimento disciplinar no exercício da profissão, Data de realização
sempre que tal lhe seja solicitado por qualquer membro; 1 — As eleições devem ter lugar no último trimestre do
c) Propor ao conselho directivo as medidas regulamen- ano em que termina o mandato dos órgãos eleitos, sendo
tares ou administrativas, com vista a suprir lacunas ou a o voto presencial, por correspondência ou por meios elec-
interpretar as matérias da sua competência; trónicos, nos termos a definir pelo regulamento eleitoral,
d) Elaborar e propor à aprovação do conselho directivo realizando-se na data que for designada pelo presidente da
o regulamento do conselho disciplinar. mesa da assembleia geral.
2 — No caso de falta de quórum ou de destituição dos
Artigo 42.º órgãos eleitos, procede-se à eleição intercalar para aquele
Assessoria técnica órgão, nos termos de regulamento eleitoral, a qual deve
ter lugar nos três meses seguintes à ocorrência de tais
No desempenho das suas funções, o conselho disciplinar factos.
pode propor ao conselho directivo a nomeação de assesso- 3 — Apenas têm direito de voto os membros singulares
res especialistas, nomeadamente das áreas contabilística, da Ordem no pleno exercício dos seus direitos.
fiscal, jurídica e da segurança social.
SECÇÃO II
SECÇÃO VII
Referendos
Conselho técnico
Artigo 48.º
Artigo 43.º
Objecto
Composição
1 — A Ordem pode realizar aos seus membros, a nível
(Revogado.)
nacional, referendos internos com carácter vinculativo,
Artigo 44.º destinados a submeter a votação as questões que o conselho
directivo considere suficientemente relevantes.
Competência
2 — As questões devem ser formuladas com clareza e
(Revogado.) para respostas de sim ou não.
8020 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

3 — As questões referentes a matérias da competência d) Eleger e serem eleitos para os órgãos da Ordem;
exclusiva de qualquer órgão da Ordem só podem ser sub- e) Requerer a convocação da assembleia geral da Ordem
metidas a referendo mediante solicitação desse órgão. nos termos previstos no n.º 2 do artigo 30.º;
f) Examinar, nos prazos fixados, as demonstrações fi-
Artigo 49.º nanceiras da Ordem e os documentos relacionados com a
Organização sua contabilidade;
g) Apresentar à Ordem propostas, sugestões ou recla-
1 — Compete ao conselho directivo fixar a data do mações sobre assuntos que julguem do interesse da classe
referendo interno e organizar o respectivo processo. ou do seu interesse profissional.
2 — O teor das questões a submeter a referendo interno
deve ser objecto de esclarecimento e debate junto de todos 3 — No âmbito das suas funções e sem prejuízo do
os membros da Ordem. exclusivo da representação forense, os técnicos oficiais de
3 — Sem prejuízo no disposto no número seguinte, contas têm o direito de proceder à entrega, nos serviços
as propostas de alteração das questões a submeter a refe- da administração fiscal, das declarações fiscais e outros
rendo interno devem ser dirigidas, por escrito, ao conselho documentos complementares ou conexos respeitantes às
directivo, durante o período de esclarecimento e debate, entidades a que prestem serviços, podendo consultar os
por membros singulares da Ordem devidamente identi- processos fiscais em que tenham tido intervenção e reque-
ficados. rer certidões dos mesmos.
4 — As propostas de referendo interno subscritas por 4 — No cumprimento das suas funções, os técnicos
um mínimo de 3 % dos membros singulares da Ordem no oficiais de contas gozam de atendimento preferencial em
pleno gozo dos seus direitos não podem ser objecto de todos os serviços da Direcção-Geral dos Impostos e da
alteração. Direcção-Geral das Alfandegas e Impostos Especiais sobre
o Consumo.
Artigo 50.º
5 — A execução de contabilidades sob a responsabili-
Efeitos dade de técnicos oficiais de contas apenas pode ser con-
1 — O efeito vinculativo do referendo interno depende tratada por estes, por sociedades profissionais de técnicos
de o número de votantes ser superior a metade dos mem- oficiais de contas e por sociedades de contabilidade, nos
bros efectivos inscritos nos cadernos eleitorais. termos do presente Estatuto.
2 — Os resultados dos referendos internos são divulga- 6 — No exercício de serviços previamente contratados,
dos pelo conselho directivo após o apuramento. os técnicos oficiais de contas ficam dispensados do cum-
primento do disposto no n.º 1 do artigo 10.º do Decreto-
-Lei n.º 138/90, de 6 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei
CAPÍTULO VI n.º 162/99, de 13 de Maio.
7 — Quando o julguem necessário para a construção
Direitos e deveres da imagem fiel e verdadeira da contabilidade, os técnicos
oficiais de contas podem solicitar a entidades públicas ou
Artigo 51.º
privadas competentes as informações necessárias à veri-
Direitos ficação da sua conformidade com a realidade patrimonial
1 — Os técnicos oficiais de contas têm, relativamente expressa nas demonstrações financeiras das contabilidades
a quem prestam serviços, os seguintes direitos: pelas quais são responsáveis.
8 — Na execução de serviços que não sejam previa-
a) Obter todos os documentos, informações e demais mente contratados ou que, pela sua natureza, revelem
elementos de que necessitem para o exercício das suas carácter de eventualidade, os técnicos oficiais de contas
funções; dão indicações aos seus clientes ou potenciais clientes dos
b) Exigir a confirmação, por escrito, de qualquer ins- honorários previsíveis, tendo em consideração os serviços
trução, quando o considerem necessário; a executar e identificando expressamente, além do valor
c) Assegurar que todas as operações ocorridas estão final previsível, o valor máximo e mínimo da sua hora
devidamente suportadas e que foram integralmente trans- de trabalho, obedecendo às regras previstas no n.º 6 do
mitidas; artigo seguinte.
d) Receber pontualmente os salários ou honorários a 9 — No exercício das suas funções, pode o técnico
que, nos termos da legislação laboral ou contratual, te- oficial de contas exigir, a título de provisão, quantias por
nham direito. conta dos honorários, o que, não sendo satisfeito, lhe con-
fere o direito de não assumir a responsabilidade inerente
2 — Os técnicos oficiais de contas têm, relativamente ao exercício da profissão.
à Ordem, os seguintes direitos:
a) Solicitar a emissão da respectiva cédula profissional, Artigo 52.º
quando habilitados para tal, podendo esta, a pedido do Deveres gerais
técnico oficial de contas, conter suplementarmente uma
designação profissional; 1 — Os técnicos oficiais de contas têm o dever de con-
b) Recorrer à protecção da Ordem sempre que lhes sejam tribuir para o prestígio da profissão, desempenhando cons-
cerceados os seus direitos ou que sejam criados obstáculos ciente e diligentemente as suas funções e evitando qualquer
ao regular exercício das suas funções; actuação contrária à dignidade da mesma.
c) Beneficiar da assistência técnica e jurídica prestada 2 — Os técnicos oficiais de contas apenas podem aceitar
pelos gabinetes especializados da Ordem; a prestação de serviços para os quais tenham capacidade
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8021

profissional bastante, de modo a poderem executá-los de Inspecção-Geral de Finanças e outros organismos legal-
acordo com as normas legais e técnicas vigentes. mente competentes na matéria;
3 — Os técnicos oficiais de contas apenas podem subs- d) Não se servir, em proveito próprio ou de terceiros,
crever as declarações fiscais, as demonstrações financeiras de factos de que tomem conhecimento enquanto prestem
e os seus anexos que resultem do exercício directo das suas serviços a uma entidade;
funções, devendo fazer prova da sua qualidade, nos termos e) Não abandonar, sem justificação ponderosa, os tra-
e condições definidos pela Ordem. balhos que lhes estejam confiados.
4 — Os técnicos oficiais de contas com inscrição em
vigor, por si ou através da Ordem, devem subscrever um 2 — Os técnicos oficiais de contas não podem, sem
contrato de seguro de responsabilidade civil e profissional motivo justificado e devidamente reconhecido pela Ordem,
de valor nunca inferior a € 50 000. recusar-se a assinar as declarações fiscais, as demonstra-
5 — Os técnicos oficiais de contas, sem prejuízo do ções financeiras e seus anexos, das entidades a que prestem
disposto na legislação laboral aplicável, devem celebrar, serviços, quando faltarem menos de três meses para o fim
por escrito, um contrato de prestação de serviços. do exercício a que as mesmas se reportem.
6 — No exercício das suas funções, os técnicos oficiais
de contas devem cobrar honorários adequados à comple- Artigo 55.º
xidade, ao volume de trabalho, à amplitude da informa- Deveres para com a administração fiscal
ção a prestar e à responsabilidade assumida pelo trabalho
executado. 1 — Nas suas relações com a administração fiscal, cons-
7 — A prática injustificada de honorários não adequados tituem deveres dos técnicos oficiais de contas:
aos serviços prestados é contrária ao princípio da lealdade a) Assegurar que as declarações fiscais que assinam
profissional. estão de acordo com a lei e as normas técnicas em vigor;
b) Acompanhar, quando para tal forem solicitados, o
Artigo 53.º exame aos registos e documentação das entidades a que
Angariação de clientela prestem serviços, bem como os documentos e declarações
fiscais com elas relacionados;
1 — Na angariação de clientela através da publicidade, c) Abster-se da prática de quaisquer actos que, directa
os técnicos oficiais de contas devem limitar-se a utilizar ou indirectamente, conduzam a ocultação, destruição, inu-
o seu nome ou denominação social e a sua qualificação. tilização, falsificação ou viciação dos documentos e das
2 — Não constituem formas de publicidade, para efeitos declarações fiscais a seu cargo;
do disposto no número anterior: d) Assegurar, nos casos em que a lei o preveja, o envio
a) O uso de tabuletas afixadas no exterior dos escritórios por via electrónica das declarações fiscais dos seus clientes
e a utilização de cartões-de-visita, de cartas, relatórios ou entidades patronais.
ou outros documentos emitidos, desde que com simples
menção do nome do técnico ou da empresa, endereço do 2 — A violação dos deveres referidos no número ante-
escritório, horário de expediente e números de telefone ou rior é, além da responsabilidade disciplinar a que haja lugar,
qualquer outro meio de telecomunicação; punível de acordo com as normas do Regime Jurídico das
b) As descrições a enviar a clientes, em caso de consulta Infracções Fiscais não Aduaneiras, aprovado pelo Decreto-
destes, que incluam o currículo académico e profissional -Lei n.º 20-A/90, de 15 de Janeiro, ou de um regime que
dos técnicos oficiais de contas e dos seus colaboradores, o venha a substituir.
tipos de serviços que poderão prestar, lista dos clientes e
locais onde estão representados. Artigo 56.º
Deveres recíprocos dos técnicos oficiais de contas
3 — O disposto no presente artigo aplica-se também
às sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas 1 — Nas suas relações recíprocas, constituem deveres
e às sociedades de contabilidade, sempre que a matéria dos técnicos oficiais de contas colaborar com o técnico
da publicidade verse sobre assuntos relacionados com as oficial de contas a quem sejam cometidas as funções an-
competências dos técnicos oficiais de contas. teriormente a seu cargo, facultando-lhe todos os elementos
inerentes e prestando-lhe todos os esclarecimentos por ele
Artigo 54.º solicitados.
2 — Os técnicos oficiais de contas, quando sejam con-
Deveres para com as entidades a que prestem serviços tactados para assumir a responsabilidade por contabilidades
1 — Nas suas relações com as entidades a que pres- que estivessem, anteriormente, a cargo de outro técnico
tem serviços, constituem deveres dos técnicos oficiais oficial de contas, devem, previamente à assunção da res-
de contas: ponsabilidade, contactar, por escrito, o técnico oficial de
contas cessante e certificar-se de que os honorários, des-
a) Desempenhar conscienciosa e diligentemente as suas pesas e salários inerentes à sua execução se encontram
funções; pagos.
b) Abster-se de qualquer procedimento que ponha em 3 — A inobservância dos deveres referidos no número
causa tais entidades; anterior constitui o técnico oficial de contas, a sociedade
c) Guardar segredo profissional sobre os factos e docu- profissional de técnicos oficiais de contas ou a sociedade
mentos de que tomem conhecimento no exercício das suas de contabilidade na obrigação de pagamento dos valores
funções, dele só podendo ser dispensados por tais entidades em falta, desde que líquidos e exigíveis.
ou por decisão judicial, sem prejuízo dos deveres legais 4 — Sempre que um técnico oficial de contas tenha
de informação perante a Direcção-Geral dos Impostos, a conhecimento da existência de dívidas ao técnico oficial de
8022 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

contas anterior, ou de situação de reiterado incumprimento, 2 — Os tribunais e demais autoridades públicas devem
pela entidade que o contratou, das normas legais aplicáveis, dar conhecimento à Ordem da prática de actos, por técnicos
não deve assumir a responsabilidade pela contabilidade. oficiais de contas, susceptíveis de ser qualificados como
infracção disciplinar.
Artigo 57.º 3 — O Ministério Público e as demais entidades com
Deveres para com a Ordem poderes de investigação criminal devem dar conhecimento
à Ordem das participações apresentadas contra técnicos
1 — Constituem deveres dos técnicos oficiais de contas oficiais de contas por actos relacionados com o exercício
para com a Ordem: da profissão.
a) Cumprir os regulamentos e deliberações da Ordem; 4 — O processo disciplinar pode, ainda, ser instaurado
b) Colaborar na prossecução das atribuições e fins da Or- por denúncia efectuada perante a Ordem, por qualquer
dem, exercendo diligentemente os cargos para que tenham entidade pública ou privada, incluindo por um técnico
sido eleitos ou nomeados e desempenhando os mandatos oficial de contas.
que lhes sejam confiados;
c) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos de- Artigo 62.º
vidos à Ordem;
Prescrição do procedimento disciplinar
d) Comunicar à Ordem, no prazo de 30 dias, qualquer
mudança do seu domicílio profissional; 1 — O direito de instaurar procedimento disciplinar
e) Colaborar nas iniciativas que concorram para a dig- prescreve passados três anos sobre a data em que o facto
nificação e prestígio da Ordem; tiver sido cometido ou se, conhecido o facto, a entidade
f) Abster-se da prática de quaisquer actos que ponham competente, nos três meses seguintes à data do conheci-
em causa o bom nome e prestígio da Ordem. mento, não instaurar o procedimento disciplinar.
2 — Se o facto qualificado de infracção disciplinar for
2 — O dever de pagamento de quotas previsto na alí- também considerado infracção criminal e os prazos de
nea c) do número anterior é apenas aplicável aos membros prescrição do procedimento criminal forem superiores a
da Ordem que sejam pessoas singulares. três anos, aplica-se ao procedimento disciplinar o prazo
estabelecido na lei penal.
Artigo 58.º
Participação de crimes públicos Artigo 63.º
Os técnicos oficiais de contas devem participar ao Mi- Penas disciplinares
nistério Público, através da Ordem, os factos detectados
no exercício das suas funções de interesse público que 1 — As penas disciplinares aplicáveis aos técnicos ofi-
constituam crimes públicos. ciais de contas pelas infracções que cometerem são as
seguintes:

CAPÍTULO VII a) Advertência;


b) Multa;
Disciplina c) Suspensão até três anos;
d) Expulsão.
Artigo 59.º
Responsabilidade disciplinar 2 — As penas previstas nas alíneas c) e d) do número
anterior são comunicadas, pelo conselho directivo da Or-
1 — Os técnicos oficiais de contas, efectivos ou estagi- dem, à Direcção-Geral dos Impostos e às entidades a quem
ários, estão sujeitos à jurisdição disciplinar dos órgãos da os técnicos oficiais de contas punidos prestem serviços.
Ordem, nos termos previstos no presente Estatuto. 3 — Cumulativamente com qualquer das penas, pode
2 — Considera-se infracção disciplinar a violação, pelo ser imposta a restituição de quantias, documentos e ou
técnico oficial de contas, por acção ou omissão, de algum honorários.
dos deveres gerais ou especiais consignados no presente
Estatuto, no Código Deontológico, ou noutras normas ou
Artigo 64.º
deliberações aprovadas pela Ordem, ainda que a título de
negligência. Caracterização das penas disciplinares
3 — A acção disciplinar é independente de eventual
responsabilidade civil ou criminal. 1 — A pena de advertência consiste no mero reparo
pela irregularidade praticada, sendo registada em livro
Artigo 60.º próprio.
2 — A pena de multa consiste no pagamento de quantia
Competência disciplinar certa e não pode exceder o quantitativo correspondente a
O exercício do poder disciplinar compete ao conselho 10 vezes o salário mínimo nacional mais elevado em vigor
disciplinar e a execução das penas ao conselho directivo. à data da prática da infracção.
3 — A pena de suspensão consiste no impedimento
Artigo 61.º temporário de o técnico oficial de contas exercer a sua
função.
Instauração do processo disciplinar
4 — A pena de expulsão consiste no impedimento de-
1 — O processo disciplinar é instaurado mediante de- finitivo de o técnico oficial de contas exercer a sua fun-
cisão do conselho disciplinar. ção.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8023

Artigo 65.º c) Forneça documentos ou informações falsos, inexactos


Pena acessória
ou incorrectos, que tenham induzido em erro a deliberação
que teve por base a sua inscrição na Ordem;
À pena de suspensão pode ser atribuído o efeito de d) Seja condenado judicialmente em pena de prisão
inibição, até cinco anos, para o exercício de funções nos superior a 5 anos, por crime doloso relativo a matérias de
órgãos da Ordem. índole profissional dos técnicos oficiais de contas.
Artigo 66.º
Artigo 67.º
Aplicação das penas
Medida e graduação das penas
1 — A pena de advertência é aplicada a faltas leves
cometidas no exercício da profissão. Na aplicação das penas atender-se-á aos critérios enun-
2 — A pena de multa é aplicada a casos de negligência, ciados no artigo anterior, ao grau de culpa e à personalidade
bem como ao não exercício efectivo do cargo na Ordem do arguido, bem como a todas as circunstâncias em que a
para o qual o técnico oficial de contas tenha sido eleito. infracção tiver sido cometida.
3 — O incumprimento dos pagamentos mencionados na
alínea c) do artigo 57.º por um período superior a 180 dias, Artigo 68.º
desde que não satisfeito no prazo concedido pela Ordem e
constante de notificação expressamente efectuada por carta Unidade e acumulação de infracções
registada com aviso de recepção, dá lugar à aplicação de 1 — Não pode aplicar-se ao mesmo técnico oficial de
pena não superior a multa. contas mais de uma pena disciplinar por cada infracção
4 — A pena de suspensão é aplicada aos técnicos oficiais
cometida ou pelas infracções acumuladas que sejam apre-
de contas que, em casos de negligência ou desinteresse dos
seus deveres profissionais: ciadas num só processo.
2 — O disposto no número anterior aplica-se no caso
a) Subscrevam declarações fiscais, demonstrações fi- de infracções apreciadas em mais de um processo desde
nanceiras e seus anexos sem a intervenção exigida no n.º 3 que apensadas.
do artigo 52.º;
b) Quebrem o segredo profissional, fora dos casos ad- Artigo 69.º
mitidos pela alínea c) do n.º 1 do artigo 54.º;
Atenuantes especiais
c) Abandonem, sem justificação, os trabalhos aceites;
d) Divulguem ou dêem a conhecer, por qualquer modo, São circunstâncias atenuantes especiais da infracção
segredos industriais ou comerciais das entidades a que disciplinar:
prestem serviços de que tomem conhecimento no exercício
das suas funções; a) A confissão espontânea da infracção;
e) Se sirvam em proveito próprio ou de terceiros de b) A colaboração com as entidades competentes;
factos de que tomem conhecimento no exercício das suas c) A boa conduta profissional.
funções;
f) Recusem, sem justificação, a assinatura das decla- Artigo 70.º
rações fiscais, demonstrações financeiras e seus anexos,
Agravantes especiais
referidas no n.º 2 do artigo 54.º;
g) Deixem de cumprir as limitações impostas pelo ar- 1 — São circunstâncias agravantes especiais da infrac-
tigo 53.º relativamente à angariação de clientela; ção disciplinar:
h) Retenham, sem motivo justificado, para além do
prazo estabelecido no Código Deontológico, documentação a) A vontade deliberada de, pela conduta seguida, pro-
contabilística ou livros da sua escrituração; duzir resultados prejudiciais ao prestígio da Ordem ou aos
i) Retenham ou não utilizem para os fins a que se des- interesses gerais específicos da profissão;
tinam, importâncias que lhes sejam entregues pelos seus b) A premeditação;
clientes ou entidades patronais; c) O conluio para a prática da infracção com as entidades
j) Não dêem cumprimento ao estabelecido no artigo 56.º; a que prestem serviços;
l) Não cumpram, de forma reiterada, com zelo e diligên- d) O facto de a infracção ser cometida durante o cum-
cia, as suas funções profissionais, ou não observem, na exe- primento de uma pena disciplinar;
cução das contabilidades pelas quais sejam responsáveis, e) A reincidência;
as normas técnicas, nos termos previstos no artigo 6.º f) A acumulação de infracções.

5 — A pena de expulsão é aplicável aos casos em que 2 — A premeditação consiste no desígnio previamente
o técnico oficial de contas: formado da prática da infracção.
a) Incorra nas situações descritas nas alíneas d) e e) 3 — A reincidência dá-se quando a infracção é come-
do número anterior, se da sua conduta resultarem graves tida antes de decorrido um ano sobre o dia em que tiver
prejuízos para as entidades a que preste serviços; findado o cumprimento da pena imposta por virtude de
b) Pratique dolosamente quaisquer actos que, directa ou infracção anterior.
indirectamente, conduzam à ocultação, destruição, inutili- 4 — A acumulação dá-se quando duas ou mais infrac-
zação ou viciação dos documentos, das declarações fiscais ções são cometidas na mesma ocasião ou quando uma é
ou das demonstrações financeiras a seu cargo; cometida antes de ter sido punida a anterior.
8024 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 71.º Artigo 76.º


Prescrição das penas Suspensão preventiva

As penas disciplinares prescrevem nos prazos seguintes, 1 — Depois de deduzida a acusação, pode ser ordenada
a contar da data em que a decisão se tornar definitiva: a suspensão preventiva do arguido caso:
a) Seis meses, para as penas de advertência e de multa; a) Se verifique a possibilidade da prática de novas in-
b) Três anos, para a pena de suspensão; fracções disciplinares ou a tentativa de perturbar o anda-
c) Cinco anos, para a pena de expulsão. mento da instrução do processo;
b) O arguido tenha sido pronunciado por crime come-
tido no exercício da profissão ou por crime a que corres-
Artigo 72.º ponda pena de prisão superior a 3 anos ou multa superior
Destino e pagamento das multas a 700 dias.
1 — O produto das multas reverte para a Ordem. 2 — A suspensão preventiva não pode exceder 90 dias
2 — As multas devem ser pagas no prazo de 30 dias a e deve ser descontada na pena de suspensão.
contar da notificação da decisão condenatória. 3 — O julgamento dos processos disciplinares em que
3 — Na falta de pagamento voluntário, proceder-se-á o arguido se encontra suspenso preventivamente prefere
à cobrança coerciva nos tribunais comuns, constituindo a todos os demais.
título executivo bastante a decisão condenatória. 4 — A suspensão preventiva é comunicada, pelo con-
selho directivo da Ordem, à Direcção-Geral dos Impostos
Artigo 73.º e à entidade a quem o técnico oficial de contas em causa
preste serviços.
Instrução

1 — Na instrução do processo disciplinar, o relator deve Artigo 77.º


procurar atingir a verdade material, remover os obstáculos Defesa
ao seu regular e rápido andamento e, sem prejuízo do di- 1 — O prazo para a apresentação de defesa é de
reito de defesa, recusar o que for inútil ou dilatório. 20 dias.
2 — Na instrução, são admissíveis todos os meios de 2 — O arguido pode nomear para a sua defesa um re-
prova admitidos em direito. presentante especialmente mandatado para esse efeito.
3 — O relator notifica sempre o técnico oficial de contas 3 — A defesa deve expor clara e concisamente os factos
para este responder, querendo, sobre a matéria da parti- e as razões que a fundamentam.
cipação. 4 — Com a defesa deve o arguido apresentar o rol de
4 — O interessado e o arguido podem oferecer ao relator testemunhas, juntar documentos e requerer as diligências
todas as diligências de prova que considerem necessárias necessárias para o apuramento dos factos relevantes.
ao apuramento da verdade. 5 — Não podem ser apresentadas mais de 5 testemunhas
por cada facto, não podendo exceder 20 no seu total.
Artigo 74.º
Artigo 78.º
Termo da instrução
Alegações
1 — Finda a instrução, o relator profere despacho de Realizadas as diligências a que se refere o artigo anterior
acusação ou emite parecer fundamentado em que conclua e outras que sejam determinadas pelo relator, o interessado
no sentido do arquivamento do processo ou por que este e o arguido são notificados para alegarem por escrito no
fique a aguardar a produção de melhor prova. prazo de 20 dias.
2 — Não sendo proferido despacho de acusação, o
relator apresenta o parecer na primeira reunião do con- Artigo 79.º
selho disciplinar a fim de ser deliberado o arquivamento
Julgamento
do processo, que este fique a aguardar melhor prova ou
determinado que o mesmo prossiga com a realização de 1 — Finda a instrução, o processo é presente ao conse-
diligências suplementares ou com o despacho de acusação, lho disciplinar para julgamento, sendo lavrado e assinado
podendo neste último caso ser designado novo relator. o respectivo acórdão.
2 — As penas de suspensão superiores a dois anos só
podem ser aplicadas mediante decisão que obtenha dois
Artigo 75.º
terços dos votos de todos os membros do conselho dis-
Despacho de acusação ciplinar.
3 — Para além do arguido, podem recorrer das delibera-
1 — O despacho de acusação deve indicar a identi- ções tomadas a Direcção-Geral dos Impostos e a entidade
dade do arguido, os factos imputados e as circunstâncias que haja participado a infracção.
em que foram praticados, as normas legais e regula-
mentares infringidas e o prazo para a apresentação de Artigo 80.º
defesa.
Notificação do acórdão
2 — O arguido é notificado da acusação pessoalmente
ou por carta registada, com aviso de recepção, com a en- 1 — Os acórdãos finais são imediatamente notificados
trega da respectiva cópia. ao arguido e à entidade que haja participado a infracção,
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8025

por carta registada com aviso de recepção, sendo dos mes- CAPÍTULO VIII
mos enviada cópia ao conselho directivo.
Sociedades profissionais de técnicos
2 — O acórdão que aplica a pena de suspensão ou ex-
oficiais de contas
pulsão é também notificado à entidade empregadora do
infractor ou a quem este prestar serviços. Artigo 85.º
Artigo 81.º Objecto social

Processo de inquérito Podem ser constituídas sociedades profissionais de


técnicos oficiais de contas, cujo objectivo exclusivo é o
1 — Pode ser ordenada a abertura de processo de in- exercício em comum daquela profissão.
quérito sempre que não esteja concretizada a infracção ou
não seja conhecido o seu autor e quando seja necessário Artigo 86.º
proceder a averiguações destinadas ao esclarecimento dos
Natureza e tipos jurídicos
factos.
2 — O processo de inquérito regula-se pelas normas As sociedades profissionais de técnicos oficiais de con-
aplicáveis ao processo disciplinar em tudo o que não esteja tas revestem a natureza de sociedades civis, dotadas de
especialmente previsto. personalidade jurídica, e podem adoptar os tipos jurídicos
previstos no Código das Sociedades Comerciais ou outros
legalmente previstos.
Artigo 82.º
Termo de instrução em processo de inquérito Artigo 87.º
1 — Finda a instrução, o relator emite um parecer fun- Sócios
damentado em que propõe o prosseguimento do processo 1 — Os sócios das sociedades profissionais de técnicos
como disciplinar ou o seu arquivamento, consoante con- oficiais de contas são, exclusivamente, membros efectivos
sidere existirem ou não indícios suficientes da prática de da Ordem com a inscrição em vigor.
infracção disciplinar. 2 — Uma sociedade de técnicos oficiais de contas pode
2 — O relator apresenta o seu parecer em reunião do participar no capital social de outra sociedade com a mesma
conselho disciplinar que delibera no sentido de o processo natureza.
prosseguir como disciplinar, ser arquivado ou de serem
realizadas diligências complementares. Artigo 88.º
3 — Caso o parecer não seja aprovado, pode ser de- Projecto de pacto social
signado novo relator de entre os membros do conselho
disciplinar que façam vencimento. O projecto de pacto social é submetido à aprovação do
conselho directivo da Ordem, o qual, deverá, no prazo de
30 dias, prorrogável por iguais períodos, pronunciar-se
Artigo 83.º sobre se o mesmo está de acordo com os princípios de-
Execução das decisões ontológicos e com as normas estatutárias previstas neste
Estatuto.
1 — O cumprimento da pena de suspensão ou can-
celamento tem início a partir do dia da respectiva no- Artigo 89.º
tificação.
Menções obrigatórias
2 — Se à data do início da suspensão estiver suspensa
ou cancelada a inscrição do arguido, o cumprimento da O pacto social constitutivo contém, obrigatoriamente,
pena de suspensão tem início a partir do dia imediato as seguintes menções:
àquele em que tiver lugar o levantamento da suspensão a) Os nomes e números de inscrição na Ordem dos
da inscrição, ou a reinscrição, ou a partir da data em que técnicos oficiais de contas associados;
termina a execução da anterior pena de suspensão. b) O objecto social;
c) A sede social;
Artigo 84.º d) O montante do capital social, a natureza e as parti-
Revisão cipações dos vários titulares;
e) O modo de repartição dos resultados;
1 — As decisões disciplinares definitivas podem ser f) A forma de designação dos órgãos sociais.
revistas a pedido do interessado, com fundamento em
novos factos ou novas provas, susceptíveis de alterar o Artigo 90.º
sentido daquelas, que não pudessem ter sido utilizados Firma
pelo arguido no processo disciplinar, ou quando outra
decisão definitiva considerar falsos elementos de prova 1 — A firma das sociedades de técnicos oficiais de con-
determinantes da decisão a rever. tas é exclusivamente composta:
2 — A concessão de revisão depende de deliberação a) Pelo nome de todos os sócios, ou pelo menos de um
pela maioria absoluta dos membros do órgão que proferiu dos sócios; e
a decisão disciplinar. b) Pelo qualificativo «Sociedade de Técnicos Oficiais
3 — A pendência de recurso não prejudica o requeri- de Contas» ou, abreviadamente, «STOC», seguido do tipo
mento da revisão do processo disciplinar. jurídico, se aplicável.
8026 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

2 — Caso não individualize todos os sócios, nos termos ao seu serviço respondem pelos actos profissionais que
previstos na alínea a) do número anterior, imediatamente pratiquem e pelos colaboradores que deles dependem pro-
a seguir ao nome ou nomes dos sócios identificados, a fissionalmente.
firma deve conter a expressão «& Associado» ou «& As- 2 — A sociedade é solidariamente responsável pelas
sociados». infracções cometidas.

Artigo 91.º Artigo 97.º


Constituição e alteração Responsabilidade civil das sociedades profissionais
de técnicos oficiais de contas
1 — As sociedades de técnicos oficiais de contas
constituem-se nos termos da lei de acordo com o projecto 1 — As sociedades de profissionais que adoptem um
de estatuto aprovado e certificado pela Ordem. tipo de sociedade de responsabilidade limitada devem,
2 — As alterações ao pacto social obedecem às forma- obrigatoriamente, contratar um seguro de responsabili-
lidades constantes do número anterior. dade civil para cobrir os riscos inerentes ao exercício da
actividade profissional dos seus sócios, gerentes ou admi-
Artigo 92.º nistradores e demais colaboradores.
Inscrição na Ordem 2 — O capital mínimo obrigatoriamente seguro não
pode ser inferior a € 150 000.
1 — As sociedades de técnicos oficiais de contas devem 3 — O não cumprimento do disposto no presente arti-
solicitar, no prazo de 60 dias após a sua constituição, a go implica a responsabilidade ilimitada dos sócios pelas
respectiva inscrição como membro da Ordem. dívidas sociais geradas durante o período de incumpri-
2 — O requerimento é instruído com certidão da cons- mento do dever de celebração do seguro.
tituição e do registo comercial, quando aplicável.
3 — Considera-se dissolvida a sociedade cuja inscrição Artigo 98.º
não tenha sido devidamente requerida no prazo fixado no
n.º 1. Direito supletivo aplicável
Na falta de disposição especial, é aplicável o regime
Artigo 93.º jurídico estabelecido na legislação civil ou comercial,
Registo e publicidade conforme o caso.
A Ordem procede ao registo e publicação da inscrição ANEXO II
nos termos do artigo 18.º
CÓDIGO DEONTOLÓGICO DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS
Artigo 94.º
Morte de um sócio ou perda da qualidade Artigo 1.º
de técnico oficial de contas Âmbito de aplicação
1 — Falecendo um sócio, se o contrato nada estipular em O Código Deontológico aplica-se a todos os técnicos
contrário, deve a sociedade liquidar a quota em benefício oficiais de contas com inscrição em vigor que exerçam a
dos herdeiros ou, mediante consentimento da assembleia sua actividade em regime de trabalho dependente ou inde-
geral, pode a quota ser transmitida a um dos herdeiros ou pendente, integrados ou não em sociedades profissionais
a terceiro que seja técnico oficial de contas. ou em sociedades de contabilidade.
2 — Se um sócio perder a qualidade de técnico oficial
de contas deve a sociedade amortizar a quota, adquiri-la Artigo 2.º
ou consentir na sua transmissão a outro sócio ou a terceiro
que seja técnico oficial de contas. Deveres gerais
3 — As alterações efectuadas nos termos dos números No exercício das suas funções, os técnicos oficiais de
anteriores são comunicadas ao conselho directivo da Or- contas devem respeitar as normas legais e os princípios
dem no prazo de 30 dias. contabilísticos geralmente aceites, adaptando a sua aplica-
ção à situação concreta das entidades a quem prestam ser-
Artigo 95.º viços, evitando qualquer diminuição da sua independência
Impossibilidade temporária ou suspensão da inscrição em razão de interesses pessoais ou de pressões exteriores,
pugnando pela verdade contabilística e fiscal.
1 — No caso de impossibilidade temporária de exercí-
cio ou de suspensão de inscrição não superiores a cinco Artigo 3.º
anos, o sócio mantém os direitos correspondentes à sua
participação social. Princípios deontológicos gerais
2 — Se a impossibilidade ou suspensão exceder os cinco 1 — No exercício das suas funções, os técnicos oficiais
anos é aplicável o estabelecido no n.º 2 do artigo anterior. de contas devem orientar a sua actuação pelos princípios
da integridade, idoneidade, independência, responsabili-
Artigo 96.º dade, competência, confidencialidade, equidade e lealdade
Responsabilidade disciplinar das sociedades profissional.
profissionais de técnicos oficiais de contas
a) O princípio da integridade implica que o exercício
1 — Cada sócio de uma sociedade profissional de téc- da profissão se paute por padrões de honestidade e de
nicos oficiais de contas e os técnicos oficiais de contas boa fé;
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8027

b) O princípio da idoneidade implica que o técnico dade, não afasta a responsabilidade individual do técnico
oficial de contas aceite apenas os trabalhos que se sinta oficial de contas.
apto a desempenhar;
c) O princípio da independência implica que os técnicos Artigo 6.º
oficiais de contas se mantenham equidistantes de qualquer
pressão resultante dos seus próprios interesses ou de in- Competência profissional
fluências exteriores, por forma a não comprometer a sua Para garantir a sua competência profissional e o exer-
independência técnica; cício adequado das suas funções, os técnicos oficiais de
d) O princípio da responsabilidade implica que os téc- contas devem, nomeadamente:
nicos oficiais de contas assumam a responsabilidade pelos
actos praticados no exercício das suas funções; a) Por forma continuada e actualizada desenvolver e
e) O princípio da competência implica que os técni- incrementar os seus conhecimentos e qualificações técnicas
cos oficiais de contas exerçam as suas funções de forma e as dos seus colaboradores;
diligente e responsável, utilizando os conhecimentos e b) Planear e supervisionar a execução de qualquer
as técnicas divulgados, respeitando a lei, os princípios serviço por que sejam responsáveis, bem como avaliar a
contabilísticos e os critérios éticos; qualidade do trabalho realizado;
f) O princípio da confidencialidade implica que os téc- c) Utilizar os meios técnicos adequados ao desempenho
nicos oficiais de contas e seus colaboradores guardem cabal das suas funções;
sigilo profissional sobre os factos e os documentos de d) Recorrer ou sugerir o recurso a assessoria técnica
que tomem conhecimento, directa ou indirectamente, no
adequada, sempre que tal se revele necessário.
exercício das suas funções;
g) O princípio da equidade implica que os técnicos
oficiais de contas garantam igualdade de tratamento e de Artigo 7.º
atenção a todas as entidades a quem prestam serviços, salvo Princípios e normas contabilísticas
o disposto em normas contratuais acordadas;
h) O princípio da lealdade implica que os técnicos ofi- 1 — Os técnicos oficiais de contas, no respeito pela lei,
ciais de contas, nas suas relações recíprocas, procedam devem aplicar os princípios e as normas contabilísticas de
com correcção e civilidade, abstendo-se de qualquer ataque modo a obter a verdade da situação financeira e patrimonial
pessoal ou alusão depreciativa, pautando a sua conduta pelo das entidades a quem prestam serviços.
respeito das regras da concorrência leal e pelas normas 2 — No âmbito das demonstrações financeiras, podem
legais vigentes, por forma a dignificar a profissão. ser adoptados procedimentos que não estejam expressa-
mente previstos na legislação portuguesa, desde que apoia-
2 — Os técnicos oficiais de contas devem eximir-se da dos em normas ou directrizes contabilísticas estabelecidas
prática de actos que, nos termos da lei, não sejam da sua por entidade competente e reconhecida na matéria.
competência profissional.

Artigo 4.º Artigo 8.º


Independência e conflito de deveres Relações com a Ordem e outras entidades

1 — O contrato de trabalho celebrado pelo técnico ofi- 1 — Os técnicos oficiais de contas devem colaborar
cial de contas não pode afectar a sua isenção nem a sua com a Ordem na promoção das normas estatutárias e deon-
independência técnica perante a entidade patronal, nem tológicas.
violar o Estatuto ou o presente Código Deontológico. 2 — Os técnicos oficiais de contas, nas suas relações
2 — Se a prevalência das regras deontológicas provocar com entidades públicas ou privadas e com a comunidade
um conflito que possa pôr em causa a subsistência da rela- em geral, devem proceder com a máxima correcção e
ção laboral, deve o técnico oficial de contas procurar uma diligência, contribuindo desse modo para a dignificação
solução concertada conforme às regras deontológicas e, se da profissão.
não for possível, solicitar um parecer ao conselho directivo
da Ordem sobre o procedimento a adoptar. Artigo 9.º
3 — No exercício das suas funções, os técnicos oficiais
de contas não devem subordinar a sua actuação a indica- Contrato escrito
ções de terceiros que possam comprometer a sua indepen- 1 — O contrato entre os técnicos oficiais de contas e
dência de apreciação, sem prejuízo de auscultarem outras as entidades a quem prestam serviços deve ser sempre
opiniões técnicas que possam contribuir para uma correcta reduzido a escrito.
interpretação e aplicação das normas legais aplicáveis.
2 — Quando os técnicos oficiais de contas exerçam
Artigo 5.º as suas funções em regime de trabalho independente, o
contrato referido no número anterior deve ter a duração
Responsabilidade mínima de um exercício económico, salvo rescisão por
1 — O técnico oficial de contas é responsável por to- justa causa ou mútuo acordo.
dos os actos que pratique no exercício das suas funções, 3 — Entre outras cláusulas, o contrato deve referir ex-
incluindo os dos seus colaboradores. plicitamente a sua duração, a data de entrada em vigor, a
2 — O recurso à colaboração de empregados ou de forma de prestação de serviços a desempenhar, o modo, o
terceiros, mesmo no âmbito de sociedades profissionais de local e o prazo de entrega da documentação, os honorários
técnicos oficiais de contas ou de sociedades de contabili- a cobrar e a sua forma de pagamento.
8028 Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009

Artigo 10.º 6 — Os técnicos oficiais de contas, antes de encerrarem


Confidencialidade
o exercício fiscal, têm direito a exigir das entidades a quem
prestam serviços uma declaração de responsabilidade, por
1 — Os técnicos oficiais de contas e os seus colabora- escrito, da qual conste que não foram omitidos quaisquer
dores estão obrigados ao sigilo profissional sobre os factos documentos ou informações relevantes com efeitos na
e documentos de que tomem conhecimento no exercício contabilidade e na verdade fiscal, sob pena de poderem
das suas funções, devendo adoptar as medidas adequadas socorrer-se do disposto no n.º 2.
para a sua salvaguarda.
2 — O sigilo profissional abrange ainda documentos ou Artigo 13.º
outras coisas que se relacionem, directa ou indirectamente,
Conflitos de interesses entre as entidades
com os factos sujeitos a sigilo. a quem prestam serviços
3 — A obrigação de sigilo profissional não está limi-
tada no tempo, mantendo-se mesmo após a cessação de 1 — Os técnicos oficiais de contas devem evitar si-
funções. tuações passíveis de gerar conflitos de interesses entre
4 — Os membros dos órgãos da Ordem não devem re- entidades a quem prestam serviços.
velar nem utilizar informação confidencial de que tenham 2 — Em caso de verificação de conflito de interesses,
tomado conhecimento no exercício das suas responsabi- os técnicos oficiais de contas, no respeito dos princípios
lidades associativas, excepto nos casos previstos na lei. da confidencialidade e da equidade de tratamento, de-
vem adoptar, entre outras, as seguintes medidas de sal-
Artigo 11.º vaguarda:
Deveres de informação a) Sempre que possível, disponibilizar colaboradores
diferentes para o tratamento contabilístico das entidades
Os técnicos oficiais de contas devem prestar a informa- potencialmente conflituantes;
ção necessária às entidades onde exercem funções, sempre
b) Reforçar as precauções para evitar fugas de infor-
que para tal sejam solicitados ou por iniciativa própria,
mação confidencial entre os colaboradores das entidades
nomeadamente:
potencialmente conflituantes.
a) Informá-las das suas obrigações contabilísticas, fis- 3 — Se, apesar das medidas de salvaguarda adoptadas,
cais e legais relacionadas exclusivamente com o exercício subsistir a possibilidade de haver prejuízo para uma das
das suas funções; entidades, os técnicos oficiais de contas devem recusar ou
b) Fornecer todos os esclarecimentos necessários à cessar a prestação de serviços.
compreensão dos relatórios e documentos de análise con-
tabilística; Artigo 14.º
Incompatibilidades e conflitos de interesses no exercício
Artigo 12.º das funções de técnico oficial de contas
Direitos perante as entidades a quem prestam serviços 1 — Existe incompatibilidade no exercício de funções
1 — Para além dos direitos previstos no Estatuto, os dos técnicos oficiais de contas sempre que a sua indepen-
técnicos oficiais de contas, no exercício das suas funções, dência possa ser, directa ou indirectamente, afectada por
têm direito a obter das entidades a quem prestam serviços interesses conflituantes.
toda a informação e colaboração necessárias à prossecução 2 — Há conflito de interesses quando o técnico oficial
das suas funções com elevado rigor técnico e profissional. de contas exerça qualquer função de fiscalização de con-
2 — A negação das referidas informações ou de colabo- tas em organismos da administração central, regional ou
ração, pontual ou reiterada, desresponsabiliza os técnicos local e quando integre o órgão de fiscalização de qualquer
oficiais de contas pelas consequências que daí possam entidade pública ou privada.
advir e confere-lhes o direito à recusa de assinatura das 3 — Sempre que existam dúvidas sobre a existência
declarações fiscais, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do de um conflito de interesses, os técnicos oficiais de con-
artigo 55.º do Estatuto. tas devem solicitar um parecer ao conselho directivo da
3 — Para efeitos do número anterior, considera-se falta Ordem.
de colaboração a ocultação, omissão, viciação ou destrui-
ção de documentos de suporte contabilístico ou a sonega- Artigo 15.º
ção de informação que tenha influência directa na situação Honorários
contabilística e fiscal da entidade a quem o técnico oficial
de contas presta serviços. 1 — A falta de pagamento dos honorários ou remunera-
4 — A não entrega atempada, nos termos contratuais, ções acordadas com as entidades a quem prestam serviços
dos documentos de suporte contabilístico da prestação de constitui justa causa para a rescisão do contrato.
contas desonera os técnicos oficiais de contas de qualquer 2 — No caso referido no número anterior, o técnico
responsabilidade pelo incumprimento dos prazos legal- oficial de contas deve, por carta registada com aviso de
mente estabelecidos. recepção, rescindir o contrato e indicar a data a partir da
5 — A violação, por parte das entidades a quem prestam qual a rescisão se torna eficaz.
serviços, de qualquer dos deveres referidos nos números 3 — Os técnicos oficiais de contas em regime de traba-
anteriores constitui justa causa para a rescisão do contrato, lho independente, além dos honorários acordados, não po-
sendo que, nesse caso, o técnico oficial de contas deve, dem aceitar ou cobrar outras importâncias que não estejam,
por carta registada com aviso de recepção, indicar o fun- directa ou indirectamente, relacionadas com os serviços
damento da rescisão e a data a partir da qual a mesma se prestados, devendo, nos termos da lei, emitir uma nota de
torna eficaz. honorários e o correspondente recibo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 207 — 26 de Outubro de 2009 8029

4 — Os técnicos oficiais de contas em regime de traba- conciliação e só em última instância recorrer à arbitragem
lho independente não podem cobrar ou aceitar honorários do conselho directivo da Ordem.
cujo montante dependa directamente, no todo ou em parte,
dos lucros conexos com o serviço prestado. Artigo 18.º
5 — Não se consideram honorários as importâncias Infracção deontológica
recebidas pelos técnicos oficiais de contas a título de re-
posição de despesas. Qualquer conduta dos técnicos oficiais de contas contrá-
6 — Os salários a pagar aos técnicos oficiais de contas ria às regras deontológicas constitui infracção disciplinar,
que exerçam as suas funções em regime de trabalho depen- nos termos e para os efeitos do disposto no Estatuto dos
dente regem-se pelo disposto nas convenções colectivas técnicos oficiais de contas.
aplicáveis ao sector.
Artigo 19.º
Artigo 16.º Sociedades profissionais de técnicos oficiais
de contas e sociedades de contabilidade
Devolução de documentos
1 — No caso de rescisão do contrato, o técnico oficial O disposto no presente Código Deontológico relativa-
de contas entrega à entidade a quem prestou serviços, ou a mente aos técnicos oficiais de contas é aplicável, com as
quem aquela indicar por escrito, os livros e os documentos necessárias adaptações, aos profissionais integrados em
que tenha em seu poder, no prazo máximo de 60 dias, sociedades profissionais de técnicos oficiais de contas ou
em sociedades de contabilidade.
devendo ser emitido e assinado documento ou auto de
recepção, no qual se descriminem os livros e documentos
Artigo 20.º
entregues.
2 — Após o cumprimento do disposto no número ante- Interpretação e integração de lacunas
rior, o técnico oficial de contas fica desobrigado de prestar A interpretação das normas e a integração de lacunas
qualquer informação respeitante aos livros e documentos do presente Código Deontológico são da competência do
devolvidos, salvo se lhe for novamente facultada a sua conselho directivo da Ordem.
consulta.

Artigo 17.º Decreto-Lei n.º 311/2009


Lealdade entre técnicos oficiais de contas de 26 de Outubro

1 — Nas suas relações recíprocas, os técnicos oficiais de De acordo com o n.º 1 do artigo 51.º do Regulamento
contas devem actuar com lealdade e integridade, abstendo- (CEE) n.º 2913/92, do Conselho, de 12 de Outubro, que
-se de actuações que prejudiquem os colegas e a classe. estabelece o Código Aduaneiro Comunitário, compete às
2 — Sempre que um técnico oficial de contas seja so- autoridades aduaneiras definir as condições e os requisi-
licitado a substituir outro técnico oficial de contas deve, tos a que deverão obedecer os locais por si autorizados
previamente à aceitação do serviço, solicitar-lhe esclare- para a armazenagem de mercadorias enquanto aguardam
cimentos sobre a existência de quantias em dívida, não que lhes seja atribuído um destino aduaneiro, designados
devendo aceitar as funções enquanto não estiverem pagos por armazéns de depósito temporário. Tais armazéns são,
os créditos a que aquele tenha direito, desde que líquidos ainda, objecto de regulamentação nos artigos 185.º a 187.º
e exigíveis. do Regulamento (CE) n.º 2454/93, da Comissão, de 2 de
3 — Sempre que o contacto a que alude o número an- Julho, que aprova as disposições de aplicação do Código
terior se revele impossível, o técnico oficial de contas Aduaneiro Comunitário, que, igualmente, carecem de re-
dá conhecimento desse facto ao conselho directivo da gulamentação administrativa interna.
Ordem. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re-
4 — São deveres do técnico oficial de contas antecessor: giões Autónomas.
Assim:
a) Informar o novo técnico oficial de contas, no prazo Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
máximo de 30 dias após a comunicação referenciada no tituição, o Governo decreta o seguinte:
n.º 2, se foi ou não ressarcido dos seus créditos;
b) Comunicar-lhe todas as circunstâncias que possam Artigo 1.º
influenciar a sua decisão de aceitar ou não a proposta
Objecto
contratual.
1 — O presente decreto-lei fixa as normas a que devem
5 — Os técnicos oficiais de contas não devem pronunciar- obedecer a autorização e o funcionamento dos armazéns
-se publicamente sobre os serviços prestados por colegas de depósito temporário (ADT), previstos no n.º 1 do ar-
de profissão, excepto quando disponham do seu consen- tigo 185.º do Regulamento (CE) n.º 2454/93, da Comissão,
timento prévio. de 2 de Julho, que aprovou as disposições de aplicação do
6 — Sempre que um técnico oficial de contas seja so- Código Aduaneiro Comunitário (DACAC), sem prejuízo
licitado a apreciar o trabalho de outro técnico oficial de do disposto no Decreto-Lei n.º 152/2008, de 5 de Agosto,
contas deve comunicar-lhe os seus pontos de divergência, em tudo o que não colida com a regulamentação comu-
sem prejuízo do respeito pela obrigação de sigilo profis- nitária aplicável.
sional. 2 — Em tudo o que não esteja previsto no presente
7 — Em caso de conflito entre técnicos oficiais de con- decreto-lei são subsidiariamente aplicáveis as disposições
tas, estes devem, antes de mais, procurar entre si formas de previstas na legislação aduaneira em vigor, nomeadamente

Potrebbero piacerti anche