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A questão do lixo

Se reciclagem fizesse sentido —


economicamente, e não como um sacramento
para a adoração de Gaia —, estaríamos sendo
pagos para tal.
Quando visto sob a devida perspectiva, os
problemas que enfrentamos hoje em relação ao
lixo não são piores do que foram no passado. O
lixo sempre foi um problema durante toda a
história humana. A única diferença é que, hoje,
temos métodos seguros para lidar com ele — caso
os ambientalistas nos permitam.
Dizem, por exemplo, que devemos separar
jornais para a reciclagem. E a ideia de fato parece
fazer sentido. Afinal, jornais velhos (isto é, com
mais de meia hora de impressão) podem ser
transformados em caixas, folhas de fibra,
revestimento de parede e material isolante. O
problema é que o mercado está inundado de
papel de jornal, graças também aos programas e
às propagandas governamentais. Um caso
clássico ocorreu em Nova Jersey, no início da
década de 1990. Por causa do excesso de oferta, o
preço dos jornais usados, que estava em US$ 40 a
tonelada, despencou para menos US$ 25 a
tonelada. Ou seja: antes, os empreendedores do
lixo estavam dispostos a pagar ($40) por jornal
velho. Depois, eles passaram a cobrar ($25) para
levar o entulho.
Se for economicamente eficiente reciclar —
e jamais poderemos saber ao certo enquanto o
governo estiver envolvido —, então o lixo
inevitavelmente terá um preço de mercado. É
apenas por meio de um livre sistema de preços,
como Ludwig von Mises demonstrou há 90 anos,
que podemos saber ao certo o valor de bens e
serviços.
O homem das cavernas tinha problemas
com o lixo, e o mesmo problema acometerá
nossos descendentes. E tal ciclo perpetuar-se-á
enquanto a civilização humana existir. E o
governo não possui a solução para o problema.
Um sistema estatizado de coleta de lixo é
inerentemente ineficiente, como podemos
comprovar diariamente. O lixo pode até ser
coletado, mas sua destinação certamente não será
a mais "ambientalmente saudável". Um sistema
socialista de coleta de lixo funciona exatamente
como a economia da Coréia do Norte.
Apenas o livre mercado pode solucionar o
problema do lixo, e isso significa abolir não
apenas o sistema socialista de gerência do lixo,
mas também aquele sistema corporativista
(fascista) relativamente mais eficiente que várias
prefeituras costumam adotar, no qual uma
empresa com boas conexões políticas vence a
licitação.
A solução é privatizar e desregulamentar
tudo, desde a coleta até os aterros sanitários.
Dessa forma, cada um pagará a fatia apropriada
dos custos. Alguns tipos de lixo serão levados
mediante uma taxa, outros serão levados de graça
e vários outros poderão inclusive ser vendidos
para os coletores. A reciclagem seria baseada no
cálculo econômico, e não no decreto
governamental.
Coleta e manuseio de lixo é um serviço
como qualquer outro. Se é verdade que todo
mundo quer ter seu lixo removido e tratado,
então há uma demanda de mercado para tal
serviço. Há dinheiro a ser feito nessa área. Caso
não houvesse tal interesse, não haveria tantos
"coletores ilegais" como vemos hoje. Com efeito,
a única coisa que impede a concorrência no
mercado do lixo é exatamente o fato de o estado
ter tornado tal atividade ilegal.
Se o mercado estivesse no comando, a
produção excessiva de lixo não seria vista como
um problema — como vê o governo —, mas
como uma oportunidade. Empreendedores
estariam se atropelando para satisfazer a
demanda por coleta, assim como acontece em
todos os outros setores que são controlados pelo
mercado. Será que os fabricantes de sapatos vêem
um aumento na demanda por calçados como um
problema? As redes de fast food vêem os glutões
como uma terrível ameaça? Pelo contrário, esses
são encarados como oportunidades de lucros. Da
mesmo forma, é muito provável até que o sistema
de coleta fosse feito da maneira mais confortável
possível para nós, os clientes.
A escolha é sempre a mesma: ou se coloca
os consumidores no comando, dando espaço para
a propriedade privada e para o livre sistema de
preços, ou cria-se um fiasco por meio da gerência
governamental. Sob esse sistema de livre
concorrência, até eu vou começar a separar meu
lixo.
Aquecimento global
No dia 22 de abril de 1970, celebrou-se o
primeiro Dia da Terra, evento criado pelo
burocrata Gaylord Nelson, senador do estado de
Wisconsin. Na época, os ambientalistas estavam
alarmados com um iminente resfriamento
global. O mundo viveria uma nova era do gelo
caso os governos não tomassem providências
imediatas.
Recentemente, utilizando praticamente a
mesma mensuração, o alerta era sobre a
inevitabilidade do aquecimento global. Como as
tendências futuras revelaram-se muito incertas,
optou-se então por chamar o "fenômeno" de
'mudanças climáticas' (primavera para verão?), só
pra garantir. Com essa nomenclatura,
obviamente, a chance de qualquer previsão dar
errado é nula.
Esses são os mesmos climatologistas que
não sabem dizer se vai chover na próxima sexta-
feira, mas que, por algum motivo, estão certos de
que a temperatura da terra estará, em 2031, x
graus Celsius mais quente do que hoje. Níveis
crescentes de dióxido de carbono na atmosfera
irão derreter as calotas polares e as áreas costais
serão inundadas.
A solução proposta para conter a mudança
climática é, surpresa!, mais gastos e controles
governamentais, e um menor padrão de vida para
todos.
Entretanto, como já foi inúmeras vezes
relatado, não há qualquer evidência de que as
mudanças climáticas (outono para inverno?)
sejam causadas pelo homem. E há evidências
abundantes de que elas ocorrem ciclicamente,
sendo que a hipótese de que o mundo era mais
quente na idade média do que é hoje não foi
descartada nem por cientistas aquecimentistas.
O fato de não estar havendo aquecimento
global tem seu lado triste. Muitos cientistas
concordam que o efeito seria positivo:
prolongaria o período de cultivo, tornaria a terra
mais habitável e adiaria qualquer futura era
glacial.
Animais em extinção
Desde um simples caracol até as plantas
parasitas, absolutamente todas as espécies de
animais e plantas existentes devem ser mantidas
em existência pelo governo — alegam os
ambientalistas —, mesmo que direitos humanos
e de propriedade sejam violados. Mas por quê?
Se considerarmos todas as espécies que
existiram desde a "criação", a maioria delas,
dos trilobitasaos dinossauros, está hoje
completamente extinta. Um processo
absolutamente normal. Por que não permitir que
isso continue?
Se, para propósitos científicos ou de
entretenimento, algumas pessoas quiserem
preservar essa ou aquela espécie em sua própria
terra e às suas próprias expensas, ótimo.
Zoológicos e universidades já fazem isso. Mas o
resto da população não deveria ser tributada e
regulada, e ter seus direitos de propriedade
exterminados, apenas para que todas as ervas e
percevejos sejam salvos. O único impacto
ambiental que importa é aquele que ocorre sobre
humanos.
A economia do ambientalismo
Uma vez rejeitadas as utopias, e entendido
que, por exemplo, 10 milhões de pessoas que
vivem numa cidade grande não podem exigir que
o ar seja igual ao de uma aldeia de 50 pessoas,
podemos então finalmente nos dedicar a resolver
os verdadeiros problemas ambientais, utilizando
para tal o único mecanismo realmente possível:
propriedade privada e sistema de preços.
Quando o sistema de preços funciona
livremente, ele garante que oferta e demanda
estejam quase sempre em equilíbrio, garantindo
que os recursos sejam alocados para seus fins
mais produtivos. Já quando o governo intervém
no sistema de preços, ele garante desperdícios,
dificulta o empreendimento e empobrece as
pessoas.
Se o café — por quaisquer razões — se
tornar mais escasso, seu preço subirá, alertando
aos consumidores para que bebam menos. Se
mais café entrar no mercado, os preços cairão,
avisando aos consumidores que eles podem beber
mais. Preços, portanto, constituem um sistema
de preservação de recursos.
Mas os ambientalistas se imaginam capazes
— como os planejadores centrais soviéticos — de
saber o valor econômico de tudo, sem que para
isso tenham de recorrer ao sistema de preços.
Eles sempre alegam que tudo está "acabando", e
que, portanto, é necessário que o governo
intervenha com vigor e controle o consumo.
Porém, se de fato estivéssemos ficando sem
petróleo, por exemplo, seu preço iria disparar,
alertando os consumidores para que utilizem
menos o mineral, e avisando os empreendedores
para que encontrem substitutos. Quando a
oferta de petróleo ficou ameaçada após o início
da Guerra do Golfo, foi exatamente isso o que
aconteceu.
Tampouco as voluntárias restrições
ambientalistas funcionam como o planejado. Os
ambientalistas estão sempre nos dando ordens
para que sejamos mais pobres e utilizemos menos
água, menos gasolina, menos papel higiênico,
etc. Porém, se eles reduzirem o próprio
consumo, isso já diminuiria os preços para o resto
dos seres humanos, que consequentemente
passariam a poder utilizar mais desses bens. Os
ambientalistas realmente comprometidos com a
causa já fazem isso (P.S.: não conte esse segredo
econômico para eles; essa abstenção voluntária é
o único favor que eles fazem para toda a
humanidade).
É quando algo não tem dono, ou seja,
quando é de posse de todos, gerido
comunalmente — como ar e água —, que vemos
todos os efeitos maléficos do socialismo. As
pessoas abusam dos recursos "gratuitos"
exatamente porque elas não têm de arcar
diretamente com o preço desses recursos.
Para resolver esse problema, qualquer um
que for pessoalmente prejudicado, ou ter seus
negócios arruinados, pela poluição do ar, por
exemplo, deveria ter o direito e o poder de
processar o agressor para que ele pare com essa
poluição, de modo que o prejudicado seja
recompensado pelos estragos sofridos. Mas
desde o século XIX o governo intervém nesse
direito consuetudinário, sempre visando ao
favorecimento daqueles grupos de interesse mais
poderosos, impossibilitando, por exemplo, um
fazendeiro de processar uma ferrovia cuja
emissão de fagulhas queimou e destruiu seu
pomar.
O governo também nacionalizou as orlas e
todos os cursos d'água especificamente para
facilitar as coisas para os poderosos grupos de
interesse industriais.
Se, como ocorre em vários cursos d'água na
Inglaterra e em outros países, as pessoas tivessem
direitos de propriedade sobre rios que cortam sua
propriedade, elas poderiam impedir a poluição
destes cursos d'água assim como elas impedem
qualquer lixo de ser despejado em suas portas. E
se os pescadores e proprietários de terra tivessem
direitos de propriedade sobre a região costeira e
as águas adjacentes, eles poderiam impedir a
poluição destas e determinar adequadamente os
direitos de pesca. Da mesma forma, petrolíferas
que vazassem petróleo no litoral seriam
devidamente penalizadas.
A questão das águas, portanto, é fácil de
visualizar. Mas como ficaria a questão do ar? Há
várias maneiras.
Primeiro, qualquer um teria todo o direito
de modificar o ar sobre sua propriedade como
quisesse, desde que essa poluição não se
espalhasse para o ar alheio. Entretanto, isso seria
uma impossibilidade por causa do fluxo de ar.
Logo, teria de haver uma maneira de impedir
que essas emissões chegassem ao ar alheio. E isso
é problema para engenheiros. É lógico que o
mercado criaria o aparato específico: pode-se, por
exemplo, coletar as emissões em grandes
recipientes ou simplesmente criar maneiras de
converter as emissões em vapor d'água, o que
aliviaria o problema. Haveria sem dúvida alguma
maneira de impedir o agravamento da poluição.
E sabemos que, se houver demanda, propriedade
privada e busca pelo lucro, haverá solução. E o
fato é que as emissões seriam significativamente
reduzidas em um livre mercado, onde os
indivíduos que emitem poluentes estariam
sujeitos a uma ação judicial. A solução de livre
mercado é baseada no cálculo racional; a solução
estatal é baseada na permissão da poluição para
aqueles com boas conexões políticas.
A histeria constante na África em relação às
presas de elefante é outro exemplo de falta de
propriedade privada. Se as pessoas pudessem
criar elefantes e vender suas presas — como o
próprio governo do Zimbábue fez no final de
década de 1970, o que gerou um aumento
estrondoso do número de elefantes —, a quantia
de presas de elefante que haveria seria igual à
demanda por elas. Não haveria preocupações
quanto a uma possível escassez desse item, assim
como não há escassez de carne de boi, frango ou
porco.
O mesmo princípio é válido para todos os
outros recursos. Se não houver propriedade
sobre um bem, certamente haverá abusos e
malversações. Porém, se colocado sob
propriedade privada, haverá exatamente a
quantia necessária: a oferta suprirá a demanda.
Um exemplo de conservação via mercado
foi o da empresa Cayman Turtle Farm (um
viveiro comercial de tartarugas) nas Ilhas
Britânicas do Caribe. A tartaruga-verde foi
considerada em risco de extinção graças à
propriedade comunal, que estimulou um excesso
de capturas que não levava em conta suas
capacidades reprodutoras. O viveiro privado foi
capaz de incubar os ovos e fazer com que os
filhotes crescessem e virassem adultos a uma taxa
bem maior do que a que ocorria na natureza. O
estoque de tartarugas-verdes, até então em risco
de extinção, cresceu para 80.000.
Porém, os ambientalistas odiavam a
Cayman Turtle Farm, já que, na visão deles, é
algo moralmente condenável obter lucros com
animais selvagens. A empresa foi forçada a fechar
as portas, e a tartaruga-verde voltou a ser uma
espécie ameaçada — mas sendo muito amada
pelos ambientalistas.
Os verdes — como todos progressistas —
justificam a intervenção governamental com base
naquilo que os economistas chamam de "bens
públicos" e "externalidades".
Um "bem público" supostamente é aquilo
que todos nós queremos, mas nunca teremos, a
menos que o governo nos forneça. Os
ambientalistas alegam que todos querem parques
e reservas ecológicas nacionais, mas o mercado
não tem interesse em fornecê-los. Portanto, o
governo tem de entrar em cena e suprir e
demanda. Mas como podemos saber,
independentemente do mercado, se todos
querem parques caros? Como é possível saber
quantos parques todos querem? E de quais tipos?
(O Instituto Inhotim, em Minas Gerais, é um
ótimo exemplo de reserva ambiental privada que
atende a demanda dos consumidores por esse
"bem público")
Poderíamos até fazer inúmeras pesquisas,
mas isso não nos diria nada sobre a intensidade
da demanda econômica. Mais importante: não
basta saber que as pessoas querem diamantes,
por exemplo. Tal demanda somente terá algum
significado econômico se essas pessoas estiverem
dispostas a dar algo em troca para obter esses
diamantes.
Incrivelmente, os economistas progressistas
e social-democratas nunca desenvolveram um
modo de identificar o que realmente são bens
públicos. Consequentemente — e como eles são
cientistas objetivos — eles sempre recorrem à
intuição. O exemplo favorito de Paul Samuelson
para um bem público era o das torres de farol, até
que Ronald Coase demonstrou que
empreendedores privados proveram torres de
farol durante séculos.
Se compreendermos que somente o
mercado pode nos dar informações econômicas,
o suposto problema dos bens públicos
desaparece. Na ausência de subsídios e
proibições governamentais, ou na falta de
concorrência de parques "gratuitos", o mercado
irá garantir que tenhamos exatamente o número
de parques que as pessoas querem, e pelos quais
estão dispostas a pagar. (Ademais, se os parques
nacionais forem vendidos, a dívida pública
poderá ser abatida.)
Já uma "externalidade" é um efeito
colateral. O belo jardim do seu vizinho é uma
externalidade positiva; o cachorro dele latindo é
uma externalidade negativa; o primeiro é uma
benção, o último é irritante. Mas você não
comprou voluntariamente nenhuma das duas.
Voltando ao início, os ambientalistas dizem
que o lixo é uma externalidade negativa do
consumismo. Logo, eles advogam mais
regulamentação e burocracia para resolver o
problema. Entretanto, o livre mercado soluciona
tal problema de modo muito mais justo e
eficiente por meio dos direitos de propriedade.
Desestatize tudo e as externalidades serão
"internalizadas". Ou seja, os custos ficarão
exatamente com aqueles que têm de pagar por
eles.
Porém, para os ambientalistas, a
prosperidade humana é, em si, uma externalidade
negativa.

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