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TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis complex,
que pode atingir qualquer órgão, sendo mais frequente a forma pulmonar. Esta apresentação
da doença é também a que mais implicações tem em termos de saúde pública, pois um
individuo com tuberculose da via aérea liberta bacilos através, por exemplo, da tosse ou fala,
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que poderão ser posteriormente inalados pelos seus contactos.
As pessoas expostas à tuberculose estão em risco de ficar infectadas mas apenas 10% destas
desenvolvem doença, sendo este risco superior nas populações imunocomprometidas,
nomeadamente crianças pequenas, pessoas infectadas com VIH ou sob terapêutica
imunossupressora. O rastreio de tuberculose consiste numa avaliação clínica, radiografia
pulmonar, teste tuberculínico e/ou teste IGRA. O tratamento preventivo consiste, por exemplo,
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num esquema com isoniazida que pode durar 6/9 meses.
O diagnóstico de tuberculose doença assenta na identificação laboratorial de Mycobacterium
tuberculosis em produtos orgânicos (na maior parte dos casos – expectoração). A confirmação
da doença e do perfil de susceptibilidade aos antibacilares permite a correcta escolha
terapêutica. Hoje em dia são utilizados testes microbiológicos e de biologia molecular, que
permitem um diagnóstico célere da doença e das mutações que conferem resistência aos
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antibacilares de primeira linha.
O tratamento da tuberculose susceptível aos fármacos de primeira linha dura cerca de 6 meses
e inclui 4 fármacos (isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol – esquema HRZE) na
fase inicial (2 meses), e 2 fármacos (isoniazida e rifampicina - HR) na fase de manutenção (4
meses). Este esquema terapêutico standard tem taxas de sucesso acima de 85%. O
tratamento das formas multirresistentes obriga à utilização de mais fármacos, durante mais
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tempo, com piores resultados.
Em Junho de 2016, alterou-se a estratégia de vacinação da BCG em Portugal, passando a
vacinar-se apenas as crianças com factores de risco individuais ou comunitários para a
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tuberculose. São considerados grupos de risco os seguintes:
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• crianças provenientes de países com elevada incidência de tuberculose;
• crianças que terminaram o processo de rastreio de contactos e/ou esquema de
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profilaxia;
• crianças cujos pais, coabitantes ou conviventes apresentem história de infecção por
VIH/SIDA, dependência de drogas ou álcool, naturalidade de país com elevada
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incidência de tuberculose ou antecedentes de tuberculose;
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• crianças pertencentes a comunidades com risco elevado de tuberculose;
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• crianças que viajam para países com elevada incidência de tuberculose.
A tuberculose (doença de notificação obrigatória, via SINAVE) é notificada sempre que um
caso é identificado (casos possíveis, prováveis ou confirmados) e inicia tratamento. O sistema
de vigilância da tuberculose (SVIG-TB) permite caracterizar o doente e o seu seguimento até
ao fim do tratamento, com várias actualizações da informação ao longo do processo de
tratamento.
OU
b) Resultados anatomopatológicos necrópsicos compatíveis com tuberculose activa, que
tivessem exigido tratamento antibiótico antituberculoso, caso o diagnóstico tivesse sido
feito em vida.
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2. Critérios laboratoriais
2.1 Confirmação do caso:
Pelo menos um de dois critérios seguintes:
a) Isolamento do complexo Mycobacterium tuberculosis (com exclusão de Mycobacterium
bovis-BCG) numa amostra biológica;
OU
b) Detecção de ácido nucleico do complexo Mycobacterium tuberculosis numa amostra
biológica E Baciloscopia positiva por microscopia óptica convencional ou fluorescente.
2.2 Caso provável:
Pelo menos um de três critérios seguintes:
a) Baciloscopia positiva por microscopia óptica convencional ou fluorescente;
b) Detecção de ácido nucleico do complexo Mycobacterium tuberculosis numa amostra
biológica;
c) Exame histológico revela lesões granulomatosas.
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3. Critérios epidemiológicos
3.1 Não aplicável: Não preenche critérios de tuberculose
3.2. Definição de caso
3.2.1 Caso possível: Preenche os critérios clínicos.
3.2.2 Caso provável: Preenche os critérios clínicos e laboratoriais de caso
provável.
3.2.3 Caso confirmado: Preenche os critérios clínicos e laboratoriais de
confirmação de caso.
tuberculose. O rastreio de infecção VIH foi efetuado em 87,9% dos doentes com tuberculose e
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verificou-se que 8,8% dos doentes com tuberculose eram também VIH positivo.
Em 2018, a demora mediana entre o início de sintomas e o diagnóstico foi de 80 dias. Este
valor tem vindo a aumentar na última década e poderá relacionar-se com o baixo índice de
suspeição de tuberculose por partes dos profissionais de saúde e da própria população, à
medida que diminuímos os casos de tuberculose na comunidade. Apesar de se assistir a uma
redução progressiva da percentagem de casos bacilíferos, com consequente menor grau de
infecciosidade, o atraso no diagnóstico condiciona maior tempo de exposição e assim de
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infecção pelos familiares e conviventes de cada novo caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Direção-Geral da Saúde. Tuberculose em Portugal | Desafios e Estratégias 2018. Disponível em:
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/tuberculose-em-portugal-desafios-e-estrategias-2018-
.aspx
2. Direção-Geral da Saúde. Tuberculose em Portugal 2018 (dados provisórios); Programa Nacional para a
Tuberculose. Disponível em: https://www.dgs.pt/portal-da-estatistica-da-saude/diretorio-de-
informacao/diretorio-de-informacao/por-serie-1104304-pdf.aspx?v=11736b14-73e6-4b34-a8e8-
d22502108547
3. Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional para a Infeção VIH, Sida e Tuberculose 2017. Disponível
em: https://www.dgs.pt/portal-da-estatistica-da-saude/diretorio-de-informacao/diretorio-de-
informacao/por-serie-845551-pdf.aspx?v=11736b14-73e6-4b34-a8e8-d22502108547
4. Direção-Geral da Saúde. Norma nº. 006/2016: Estratégia de vacinação contra a tuberculose com a
vacina BCG. Disponível em: https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-
normativas/norma-n-0062016-de-29062016.aspx
5. Despacho n.º 15385-A/2016 de 21 de Dezembro. Direção-Geral da Saúde. Disponível em:
https://dre.pt/application/file/a/105580101
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Exemplos: África do Sul; Angola; Bangladesh; Cabo Verde; China; Guiné-Bissau; Índia; Macau; Moçambique; Nepal; Roménia; Rússia;
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