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LITERATURA

PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —


Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
360 p.

ISBN: 978-85-387-0573-4

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico

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A literatura
brasileira e seus
recortes
A fala inicial da personagem G. H., do roman-
ce de Clarice Lispector, dá-nos uma ideia de quão
esquartejadora pode ser a literatura brasileira. Ao
observarmos a última frase do trecho citado, “na
confirmação de mim eu perderia o mundo como eu a
tinha”, deparamo-nos com um mistério que ronda a
obra, a narradora, o leitor, o mundo: que alma é essa
Digital Juice.

que está ali, sendo “transfigurada”, se nós sabemos,


por exemplo, que o texto literário é arte e, como tal,
transfigura a realidade.
A própria Clarice Lispector, na abertura da obra,
em texto endereçado “a possíveis leitores”, afirma:
“Este livro é como um livro qualquer. Mas eu ficaria
contente se fosse lido apenas por pessoas de alma
já formada. Aquelas que sabem que a aproximação,
do que quer que seja, se faz gradualmente e peno-
samente – atravessando inclusive o oposto daquilo
de que se vai aproximar”.
Nesse momento, devemos fazer, uma pergunta
sobre a natureza deste comentário. “Alma já forma-
“................................. estou procurando, es- da”. O desejo de Clarice, inusitado e desproposital,
tou procurando. Estou tentando entender. Ten- pode até refletir a preocupação da escritora com o
tando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, reflexo de sua obra nos tais “possíveis leitores”, mas
mas quero ficar com o que vivi. Não sei o que também deixa clara uma questão que vai nortear
fazer do que vivi, tenho medo dessa desorgani- o romance: A Paixão Segundo G. H. é um livro sem
zação profunda. Não confio no que aconteceu. tempo e espaço definidos. Na verdade, seu tempo é
Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato o agora (e sempre), e seu espaço é o interno (do eu
de não saber como viver, vivi uma outra? A isso de cada um).
queria chamar desorganização, e teria a segu- Pode parecer muito abstrato. Mas a verda-
rança de me aventurar, porque saberia depois de é que é justamente essa abstração que faz de
para onde voltar: para a organização anterior. G. H. uma personagem-símbolo do que chamamos
A isso prefiro chamar desorganização pois não de “Estética do Esquartejamento” da literatura bra-
quero me confirmar no que vivi – na confirmação sileira. Por mais de 500 anos, construímos perfis que
de mim eu perderia o mundo como eu a tinha, e transbordaram as páginas dos livros e invadiram as
sei que não tenho capacidade para outro.” ruas das cidades, de norte a sul do país.
G. H. esquartejou a barata que teimava em
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(LISPECTOR, Clarice. A Paixão Segundo G.H., p. 15.)


desafiá-la: “eu não havia empurrado a porta com
bastante força. Havia prendido, sim, a barata que
já não poderia mais avançar. Mas deixara-a viva”.
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Numa busca desenfreada pela concretização de um Esse ar de crítica, que soa tão natural na obra
eu kafkaniano, deixamo-nos irromper por frases cada de Gregório de Matos (e, logicamente, não vai ser
vez mais existencialistas, que traduzem a natureza visto pelos poderosos da época), traz à tona um traço
de nossa literatura: quem sou eu? onde estou? para marcante em nossa literatura: o poder de carnava-
onde vou? lizar os nossos mitos. Trezentos anos mais tarde,
Ao tentarmos responder essas perguntas, risca- outra personagem, também se apresentando por
mos as linhas que vão construir o retrato da própria li- intermédio da crítica, mantém vivo o perfil iniciado
teratura brasileira: personagens incomuns, originais, por Gregório:
sempre à cota dos caminhos que as levam ao ponto
mais oculto de todos: o interior do próprio ser. “Quando chegaram em São Paulo, ensacou
um pouco do tesouro para comerem e barganhando
Conversa com autores o resto na bolsa apurou perto de oitenta contos
de réis. Maanape era feiticeiro. Oitenta contos
Este módulo nos levará a uma reunião imagi- não valia muito, mas o herói refletiu bem e falou
nária. Suponhamos que, num belo dia, algumas das pros manos:
personagens mais intensas da literatura brasileira — Paciência. A gente se arruma com isso
se encontrassem para discutir a natureza de sua mesmo, quem quer cavalo sem tacha anda de a
existência. pé...
Para que os propósitos relativos a esse exercício Com esses cobres é que Macunaíma viveu.”
atinjam seu objetivo, basta que nós nos deixemos levar (ANDRADE, Mário de. Macunaíma - o herói sem nenhum
pelas asas da imaginação rumo a um mundo ficcional
caráter. 15. ed. São Paulo: Matins, 1968. p. 50.)
em que se encontrem os padres e políticos corruptos
de Gregório de Matos, a Marília de Dirceu, os índios
de Alencar, os casmurros de Machado, os mulatos de
Macunaíma. Como a própria obra diz, “nome
Aluísio de Azevedo, enfim, toda uma gama de seres
que começa com ma tem má sina”. Parece que, real­
que nos ajudarão a dar os primeiros passos rumo à
mente, o “herói de nossa gente”, tão preguiçoso que
crítica e à interpretação dessas obras.
“levou seis anos para começar a falar”, numa exten-
A maioria dos críticos concorda com a ideia são do próprio Brasil, deixa claro que nosso país,
de que a literatura brasileira teria sido iniciada, na naquela fase de rupturas, também precisava de uma
verdade, com o Barroco, pelos poemas de Gregório ajuda quase sobrenatural para buscar os rumos do
de Matos. O Quinhentismo, anterior a esse estilo, progresso. Como Macunaíma, o Brasil também saía
não representaria, realmente, um estilo brasileiro de seu ambiente rústico (a floresta) para buscar as
pelo fato de reproduzir textos apenas condizentes ruas da cidade grande.
com Portugal.
O século XVIII também apresenta seus momen-
De Gregório de Matos, como contribuição ao tos de crítica. Critilo, um dos pseudônimos de Tomás
espírito dilacerante de nossos escritos, podemos citar Antônio Gonzaga, endereçava a Doroteu, Cláudio
as suas sátiras. É de um desses poemas que vem a Manuel da Costa, uma série de poemas que, juntos,
primeira personagem de nossa mágica reunião: um formavam as chamadas Cartas Chilenas. Mais uma
padre que, devido ao seu comportamento escuso, vez, a natureza satírica do brasileiro irrompe em
recebe do poeta um tratamento nada convencional: textos que abordam a figura do Fanfarrão Minésio
(alegoria de Luís da Cunha Meneses, o despótico
“Do Confessor Jesuíta, governador de Minas Gerais até pouco antes da
que ao ladrão do confessado Inconfidência):
não só absorve o pecado,
mas os furtos lhe alcovita: “A desordem, amigo não consiste
do Percursor da visita. em formar esquadrões, mas sim no excesso.
que na vanguarda marchando Um reino bem regido não se forma
vai pedindo, e vai tirando, somente de soldados. tem de tudo:
o demo há de ser algoz: tem milícia, lavoura, e tem comércio
porém fique aqui entre nós”. Se quantos forem ricos se adornarem
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das golas e das bandas, não teremos


(MATOS, Gregório de. Obra Poética. 3. ed.
Rio de Janeiro: Record, 1992 . v 1.) um só depositário nem os órfãos
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A procura por novas linguagens continua. O
terão também tutores, quando nisto
século XIX chega ao fim com o “filho do carbono e
interessa igualmente o bem do Império”. do amoníaco” se deixando “roer pelos vermes do
(GONZAGA, Tomás Antônio. Cartas Chilenas. In: LAPA, M. pós-morte”. Augusto dos Anjos é mais um poeta que
Rodrigues. As Cartas Chilenas – um problema histórico e quebra todos os paradigmas já erguidos até então.
filosófico. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1958.) Abordando temas mórbidos, fatais, ele inaugura uma
nova concepção que surge juntamente com o século
XX: uma poesia necrológica, com características
Questionar os dominantes. Parece que na lite- próprias e estilo inconfundível.
ratura brasileira este sempre foi um ponto predomi- O século XX trouxe-nos as vanguardas, as rup-
nante. Os estilos se sobrepunham uns aos outros, turas e o amadurecimento. O Brasil atinge finalmente
mas sempre havia um artista que se manifestava uma identidade e o esquartejamento se torna mais
contrário a alguma ideologia. O século XIX trouxe-nos metalinguístico que nunca. Para entender essa via-
a Independência do Brasil, o Romantismo e, dentro gem, é preciso que abramos nossa mente às inúmeras
do estilo das idealizações, o Poeta dos Escravos. possibilidades que o Modernismo nos traz. A forma,
Castro Alves rebelou-se contra a escravidão e, ain- o tema e a linguagem dos textos procuram maneiras
da que tratasse o tema com a parcimônia típica dos de, cada vez mais, erigir uma literatura verdadeira-
românticos, pelo menos não deixou que o mesmo mente nacional. Muitos foram os artistas que contri-
passasse em branco: buíram com este objetivo. Um deles foi responsável
pelo “esquartejamento” do que se pensava como
“Auriverde pendão da minha terra, língua portuguesa linear e oficial: Guimarães Rosa
brincou com palavras como uma criança com cubos.
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Inventou, reinventou e deixou-nos um material rico
Estandarte que a luz do Sol encerra, para quem gosta de decifrar enigmas morfológicos:
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra, “Explico ao senhor: o diabo vige dentro do
Foste hasteado dos herois na lança, homem, os crespos do homem – ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Soltos, por si,
Antes te houvessem roto na batalha,
cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum!
Que servires a um povo de mortalha!... – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo,
(Castro Alves)
franco – é alta mercê que me vejam – é de minha
certa importância. Tomara não fosse... Mas, não
diga que o senhor, assisado e instruído, que acre-
Brás Cubas trouxe-nos uma gama de negativas.
dita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta
Machado de Assis se vestiu de pessimismo e ques-
opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
tionou toda uma sociedade por meio das palavras e
por ela – já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece
do comportamento de sua personagem mais impor-
de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem
tante. Há críticas ao Romantismo (estilo anterior ao
diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém
Realismo de Machado), há ironia, mas há acima de
devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
tudo, o descomprometimento do autor com a cidade
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula
que emprestava suas ruas para servir de pano de
seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos
fundo àquela história:
homens. Até: nas crianças – eu digo. Pois não é
ditado: “menino – Trem do diabo?” E nos usos, nas
“Somadas umas coisas e outras, qualquer plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrume...
pessoa imaginará que não houve míngua nem O diabo na rua, no meio do redemunho...”
sobra, e consequentemente que saí quite com a
(ROSA, Guimarães. Grande Sertão: veredas. 12. ed. Rio de
vida. E imaginará mal. porque ao chegar a este
Janeiro: José Olympio, 1978. p. 11.)
outro lado do mistério, achei-me com um pequeno
saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo
de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a O Modernismo brasileiro foi, de fato, importante.
nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. A Arte (Literatura) tupiniquim atingiu um patamar
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. elevado, foi reconhecida nacional e internacional-
mente, projetou o nome do país nos circuitos inter-
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Capítulo CLX.)
nacionais.

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Os escritores deixaram de se preocupar apenas
metrificando assim meu verso marginal de
com seus escritos. As linguagens multiplicaram-se,
perseguido
misturaram, se fundiram. A semana de Arte Moder-
na, de 1922, provou que é possível mesclar talentos, que vai cair baldio num terreno
procurar, nos saberes, os sabores, e, nos sabores, os abandonado”.
saberes.
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Rainer Maria Rilke e eu.
O século XX mostrou-nos que a Arte (e a literatu- In: 100 Anos de Poesia – um panorama da poesia brasileira
ra) não precisavam ficar distantes da realidade de seu
no século XX. RODRIGUES, Claufe. MAIA, Alexandra. Rio de
povo. Esquartejamento total. Os manifestos da déca-
Janeiro: O Verso Edições, 2001, v, 2, p. 102).
da de 20 provaram isso. E como foi bom esquartejar
tradições, sorver culturas antropofagicamente.
Para concluir (apenas este módulo, visto que o Pelas palavras do poeta, pode-se perceber o
assunto é interminável), fazemos nossas as palavras poder de alcance da literatura brasileira pós-semana
de um poeta do século XX que soube, maravilhosa- de Arte Moderna. O mesmo poeta afirmou então que
mente bem, retratar seu tempo: Affonso Romano de “toda vez que um bom poema foi escrito e maravilhou
Sant’anna. alguém, este foi um grande momento. A história da Li-
teratura é um diálogo entre os textos, uma reinvenção
permanente da escrita”. Resta a nós, então, pequenos
“Eu leitores, a magia de sentimentos e emoções.
moderno poeta, e brasileiro Suponhamos que estejamos em 1500, a bordo
com a pena e pele ressequidas ao sol dos das caravelas que trouxeram os portugueses ao
trópicos, Brasil, dentre eles Cabral e Pero Vaz de Caminha,
fundamentais no período inicial de nossa história. As
quando penso em escrever poemas
naus aportaram, os europeus desceram e pisaram o
- aterram-me sempre os terreais problemas. solo tupiniquim pela primeira vez, iniciando a grande
miscelânea que foi a nossa formação cultural.
Bem que eu gostaria De lá para cá, muita coisa aconteceu (e mudou).
de chamar a família e amigos e todo o povo Os nativos que aqui habitavam foram obrigados a
enfim conviver com aqueles brancos ávidos de descobrir
e sair com saltério bíblico tudo o que podiam sobre a nova terra, sobre as novas
pessoas e sobre as possíveis riquezas que aqui esta-
dançando na praça como um louco David. vam praticamente ao dispor dos colonizadores.
O início de nossa produção literária, no entanto,
Mas não posso, foi bem característico. Não se pode falar, realmente,
de uma literatura do Brasil, apenas de textos escritos
pois quando compelido ao gesto do poema e produzidos no Brasil. Os relatos dos navegantes e,
mais posteriormente, os textos dos jesuítas foram
eu vou é pegando qualquer caneta ou lápis
apenas uma continuação de tendências iniciadas
e papel desembrulhado
ainda em Portugal.
e escrevo
A periodização literária brasileira prosseguia no
escrevo entre britadeiras buzinas decorrer dos séculos. Os movimentos se sucederam
sequestros salários coquetéis televisão uns aos outros e novos parâmetros foram sendo atin-
torturas e censuras gidos. Mas uma coisa fundamental se tentava alcan-
çar, porém sem sucesso quase sempre: um conjunto
de obras que expressasse, de forma irrevogável, um
e os tiroteios
verdadeiro sentimento de brasilidade, ou seja, uma
identidade nacional construída sobre os alicerces de
que cinco vezes ao dia um ideal nacionalista crítico.
disparam na favela ao lado Após o chamado Quinhentismo, o Brasil inicia,
então, a caminhada rumo ao seu perfil real que tem
seus primeiros momentos com o Barroco de Gregó-
rio de Matos e prossegue pelos demais estilos até
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atingir a dissolução total, com o Modernismo, já no


século XX.

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A estética modernista representou a perfeita de Pero Vaz de Caminha e os textos do padre José de
supremacia do que se chama de uma identidade nacio- Anchieta, que tinham uma função catequética.
nal. E o Brasil foi, então, “redescoberto”, dessa vez não
pelos portugueses, mas sim pelos próprios brasileiros,
que passaram a, finalmente, se reconhecer nas obras.
Barroco (1601-1768)
Um dos poetas que melhor representou esse momento
O marco inicial do Barroco brasileiro foi a publi-
foi, então, Mário de Andrade, como no poema ao qual
cação do poema “Prosopopeia”, de Bento Teixeira.
deu o sugestivo nome de “Descobrimento”:
Os grande destaques foram o poeta baiano Gregório
`` Exemplo: de Matos e o padre Antônio Vieira, autor de belos
sermões. Em termos históricos, sociais e políticos,
“Abancado à escrivaninha em São Paulo
o Barroco não pode ser considerado um movimento
Na minha casa da Rua Lopes Chaves completo porque, na verdade, o Brasil ainda era
De supetão senti um friúme por dentro. muito dependente de Portugal (que não permitia a
Fiquei trêmulo, muito comovido publicação de livros na colônia) e possuía núcleos
Com o livro palerma olhando pra mim. urbanos muito distantes uns do outros.
Não vê que eu me lembrei que lá no norte, meu Deus!
muito longe de mim Arcadismo / neoclassicismo
(1768-1836)
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos O marco inicial do Arcadismo foi a publicação do
olhos, livro Obras, de Cláudio Manuel da Costa. Juntamente
com Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama, eles
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
representam os principais autores do momento. De
Faz pouco se deitou, está dormindo. Gonzaga, eternizou-se a obra Marília de Dirceu e de
Gama, o poema épico “O Uraguai”, que representava
Esse homem é brasileiro que nem eu”. uma forma de valorizar o índio na cultura brasileira.
No contexto histórico, vale a pena lembrar que a
(ANDRADE, Mário de. Poesias Completas. 1955.) época era de valorização das Minas Gerais, do ouro
e das pedras preciosas, fator que condizia muito bem
“Fazer uma pele com a borracha do dia”. A ima- com a natureza “campestre” do Arcadismo.
gem retrata bem o que o eu lírico de Mário de Andra-
de quis expressar em seu poema: as primeiras luzes
do Modernismo iriam, na verdade, iluminar o trajeto
Romantismo (1836-1881)
rumo ao eu verde-amarelo propriamente dito. O livro Suspiros Poéticos e Saudade, de Gonçal-
A literatura brasileira começou de uma forma ves de Magalhães foi o marco inicial do Romantismo
que não representava sua verdadeira identidade: foi brasileiro. Apesar de o Romantismo ter ficado na
o chamado Quinhentismo ou o momento da literatura história como apenas uma tentativa de edificação
informativa e jesuítica. Outros estilos se seguiram a da identidade nacional brasileira, sua importância é
esse momento. Apenas a título de exemplo, podemos atroz, visto que foi esse o momento de consolidação
criar uma linha cronológica da literatura brasileira da literatura brasileira, com a abordagem de ele-
da seguinte forma. mentos nacionais ao perfil nacional. O indianismo
representa o desdobramento do sentimento nativista
– como atestam José de Alencar e Gonçalves Dias.
Periodização da literatura Além disso, é importante que a poesia, a prosa e o
brasileira teatro foram amplamente desenvolvidos na época.

Realismo / naturalismo (1881-


Literatura informativa e 1922)
jesuítica (1500-1601)
O Realismo teve por marco inicial a publicação
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É o conjunto de relatos produzidos pelos navegan- do romance Memórias Póstuma de Brás Cubas, de Ma-
tes, viajantes e religiosos que aqui estiveram nos pri- chado de Assis, enquanto o Naturalismo foi iniciado
meiros anos da colonização. Como destaques, a Carta pela publicação de O Mulato, de Aluísio Azevedo,
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ambos de 1881. Foi o momento da prosa, em especial
o romance e o conto. Os escritores da época analisa-
Estilos de retomada
ram uma série de problemas da sociedade brasileira clássica
do final do Império e do começo da República.

Parnasianismo (1882-1922) Características


Contemporâneo ao Realismo e ao Naturalismo, •• antropocentrismo.
o Parnasianismo foi o movimento poético da época. •• valorização do homem.
Teve por marco inicial a publicação do livro Fanfarras,
de Teófilo Dias e os principais autores foram Olavo •• valorização da Razão.
Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Vi- •• objetividade.
cente de Carvalho.
•• valorização do Pensamento.

Simbolismo (1893-1922) •• valorização das Descobertas e do Cientificis-


mo e Concretude (Abordagem da Vida).
A publicação dos livros Missal (poemas em pro-
sa) e Broquéis (poesia), ambos de 1893 e de autoria
de Cruz e Sousa, serviu de marco inicial do Simbo- Estilos comuns à abordagem
lismo. Foi o movimento que se opôs ao objetivismo clássica
parnasiano e representou a maneira dos estados
psicológicos mais introspectivos dos artistas da •• Quinhentismo. Arcadismo (Neoclassicismo).
época. Como expressão estática, rituais, religiosos,
misticismo e espiritualidade. •• Realismo. Naturalismo. Parnasianismo.

Modernismo (1922-?) Estilos de retomada


Em 1922, a Semana de Arte Moderna deu início medieval
ao mais nacional de nossos movimentos literários.
Seu contexto antropofágico permitiu que as vanguar-
das europeias, muito comuns no final do século XIX e Características
início do século XX, pudessem ser aplicadas na cultu-
ra brasileira de forma mais característica e nativista. •• teocentrismo.
Esta possibilidade consolidou o Modernismo como a
•• valorização de Deus.
maior expressão de nossa cultura, introduzindo nos
vários campos da arte aspectos inovadores na Lite- •• valorização da Emoção.
ratura, mais especificamente, a forma, a linguagem
•• subjetividade.
e os temas abordados.
•• valorização do Sentimento.

Características comuns aos •• valorização da expressão da individualidade


e abstração (abordagem de temas ligados à
estilos literários morte).

A cronologia dos estilos de época à literatura


brasileira apresentou um movimento cíclico de cul- Estilos comuns à abordagem
minância no Modernismo. A origem de tudo foi a
Antiguidade Clássica. Em oposição àquele momento,
medieval
a Idade Média. No Brasil só foi descoberto à época •• Barroco. Romantismo. Simbolismo.
do Renascimento e, a sucessão de movimentos foi se
manifestando, ora retomando os ideais clássicos, ora
os ideais medievais, como se vê a seguir.
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Conclusões composição, não há desde logo vê-la surgir perfeita,
como na trilhada citação mitológica, a deusa da
Antes de concluirmos nosso módulo, gostaría- sabedoria da cabeça do deus pai dos deuses”.
mos de apresentar as palavras de Tarsila do Amaral (Oliveira, Alberto de. O culto da forma na poesia
sobre uma de suas obras: brasileira. In: COUTINHO, Afrânio (Org). Caminhos
do pensamento crítico. Rio de Janeiro: Pallas, 1980.

Domínio público.
v. 1, p. 583.)

Texto II

“A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e


de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são
estéticos.
Tarsila do Amaral. O carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça.
Pau-brasil. Wagner submerge antes os cordões de
“Eu quis fazer um quadro que assustasse o Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica.
Oswald (de Andrade), uma coisa que ele não espera- Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro
va. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O “Abaporu” e a dança”.
era figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino,
aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um (ANDRADE, Oswald de. Manifesto da poesia pau-Brasil.
cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse In: COUTINHO, 1980, v. 1, p. 369).
também uma flor. (...) Oswald disse: Isso é como se
fosse selvagem, uma coisa do mato”. Eu quis dar um Após a leitura dos dois textos, responda: podemos
nome selvagem também ao quadro e dei “Abaporu”, perceber diferenças entre a teoria de Alberto de Oliveira
palavra que encontrei no dicionário de Montoya, da (parnasiano, séc. XIX) e a de Oswald de Andrade
língua dos índios. Quer dizer “antropófago”. (modernista, séc. XX)? Quais? Qual a importância de
serem observadas tais diferenças no decorrer dos
(Tarsila do Amaral)
tempos da literatura brasileira?

Tarsila deixou-nos o retrato fiel da época, não só `` Solução:


pelas tintas, mas também pelas palavras. Seu texto, Segundo Oswald de Andrade, a poesia está nas coisas
numa verdadeira essência metalinguística, represen- mais simples e cotidianas, acontecendo de forma natural
ta perfeitamente a culminância modernista. (como natural é a própria vida). Ao contrário, Alberto
A Semana de Arte Moderna permitiu que as de Oliveira se apresenta como alguém que programa o
obras pós-1922 apresentassem tantas influências, fazer poético, edificando versos da mesma forma que um
que nelas se vêem aspectos medievais. Acima de prédio ou uma construção. A importância de observarmos
tudo, o Modernismo foi um estilo próprio, único e tais diferenças diz respeito ao fato de provarmos o caráter
incomparável. Após esse início, tudo mudou e a evolutivo da Arte (e da literatura) ao acompanharem as
identidade nacional foi, finalmente, atingida. transformações do mundo e da sociedade.
2. (Elite) Às vezes, um texto reflete muito mais imagens
visuais do que sentimentais. Isso ocorre, principalmente,
com poemas concretos, por exemplo.
1. (Elite) a) Leia o texto abaixo e responda à questão que segue:
Texto I Nordeste
ser tão sem
“O escultor, desbastada a pedra, moldada a estátua, sem ser tão
então trata de escodear e brunir. o pintor, dispostas as
figuras, distribuídas as cores, feito o seu quadro, então tão sem ser
lhe dá a última demão, o retoca e aprimora.
(Félix de Athayde)
Não pode ser outro o processo do escritor: poesia
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ou prosa, o poema ou o romance, a ode, a elegia ou


O poema de Felix de Athayde se expressa por meio de
o soneto, ou a novela e o conto, qualquer que seja a
uma “economia vocabular” que beira a pobreza. Explique
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com suas próprias palavras uma possível razão para a 4. (Elite) Leia o texto abaixo e responda à questão que
escolha de tal processo poético, visto que já sabemos segue:
que, num texto literário, nada é gratuito (tudo tem um
Pronominais
propósito de ser).
Dê-me um cigarro
`` Solução: Diz a gramática
A pobreza vocabular está associada à própria pobreza do Do professor e do aluno
sertão. Assim, o texto passa a remeter metaforicamente E do mulato sabido
ao próprio espaço físico do sertão. Se, na realidade,
Mas o bom negro e o bom branco
tem-se o homem nordestino como aquele que está no
centro de um espaço que se perde em todas as direções, Da Nação Brasileira
no poema, o nordestino pode ser representado pelo Dizem todos os dias
leitor que tem, a sua frente, um texto que pode ser lido Deixa disso camarada
em várias direções. O ícone mais marcante do texto é Me dá um cigarro
realmente, o vocábulo “ser” que, inclusive, aparece nos
três versos e nos leva a pensar no objeto final de análise (Oswald de Andrade)
de qualquer obra de arte: o Homem.
3. (Elite) Observe a obra a seguir. Seu autor, o artista O que se pode dizer da nova visão linguística expressa
americano Tom Wesselmann quis retratar a sensualidade pelo Modernismo, tomando-se por base o poema
da mulher. Como você explicaria o quadro se pedissem “Pronominais”, de Oswald de Andrade?
para que você tecesse comentários que dialogassem `` Solução:
com aspectos literários ou com a Literatura? Em outras
palavras, como você interpretaria o quadro se ele fosse O poema de Oswald de Andrade, “Pronominais”, reflete
um texto poético? bem as novas concepções linguísticas do Modernismo
brasileiro. Nele, a crítica a uma gramática purista e pre-
conceituosa, que não reflete a realidade do povo brasi-
leiro, pode ser verificada pela oposição marcada entre
primeiro e último versos. O poema é, então, um dos texto
que abordou a brasilidade da língua falada no país.
5. (Elite) Relacione as duas estrofes abaixo, a primeira
de Gonçalves Dias, do poema “Canção do exílio”, e a
segunda de Oswald de Andrade, poeta modernista, do
poema “Canto de regresso à pátria”:
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá”.
e
“Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá”.
Obra de Tom Wesselmann.
`` Solução:
`` Solução:
Enquanto o texto de Gonçalves Dias é ufanista e idealiza
Se a obra de Tom Wesselmann fosse um texto poético, o Brasil como espaço de perfeição e saudade, Oswald
ele seria analisado como um texto em que houvesse de Andrade ironiza certos aspectos da cultura brasileira e
metonímia. No caso, a representação da sensualidade desnuda sua realidade, nem tão perfeita assim, marcada
da mulher é apresentada por apenas um parte de seu principalmente pelo vocábulo “palmares”.
corpo (os seios).
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6. (FCC) Considerados os acontecimentos da semana de O dia em que nevou no Rio de Janeiro
Arte Moderna e a atitude de seus principais integrantes, A história de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes chegou
é correto dizer que o primeiro momento do Modernismo aos cinemas de todo o país no dia 20 de agosto, numa
brasileiro visava: bem cuidada produção que mistura ficção e história. O
a) atualizar nossa produção literária, fazendo com que filme Olga, baseado no best-seller de Fernando Morais
reproduzisse a estética e a temática euramericanas, e dirigido por Jayme Monjardim, mobilizou durante
em vigência desde o início do século. três meses uma numerosa equipe de artistas e técnico,
unidos em torno de um projeto ambicioso: recriar
b) instaurar uma literatura politicamente empenhada e acontecimentos passados há quase setenta anos – e
combativa, inspirada no Neo-Realismo e no Neo- não apenas no Brasil. Como isso foi possível?
-naturalismo.
“Reconstruir momentos históricos é sempre uma tarefa
c) propor um conjunto de normas e de regras lite- difícil para uma produção, tanto no Brasil como no
rárias, pautadas nos ensinamentos clássicos, que exterior”, responde Rita Buzzar, responsável pelo roteiro
orientassem nossa produção literária. e produção de Olga. “No filme, existiram duas dificuldade
centrais. A primeira era recriar cenários da Alemanha
d) reavivar nossa produção literária, que desde fins
e da Rússia no Brasil. A outra, a grande quantidade de
do século XIX, com a decadência do Simbolismo,
locações externas – que eram quase cinquenta!”
escasseava.
O ponto de partida foi uma criteriosa pesquisa, iniciada
e) combater remanescentes literários retrógrados, re- três meses antes de começarem as filmagens. Graças
presentados sobretudo pelo Parnasianismo, a fim a uma bolsa de três semanas do Instituto Goethe,
de renovar o curso da literatura que se fazia entre da Alemanha, ela pôde visitar locais por onde Olga
nós. Benário pas­sou, incluindo o campo de concentração
de Ravensbruck. Teve acesso aos arquivos da Gestapo,
`` Solução: E a polícia de Hitler, e do Partido Comunista Alemão,
A Semana de Arte Moderna pode ser representada por e conversou com antigos militantes comunistas,
dois temas: ruptura e valorização do nacionalismo. É com contemporâneos de Olga.
essa imagem que devemos nos remeter ao Modernismo Enquanto isso, no Brasil, Tiza de Oliveira, diretora de
brasileiro. arte, e Myriam Mendes, pesquisadora, levantavam infor­
mações no Arquivo Público do Estado do Rio de janeiro,
na Biblioteca Nacional e no arquivo da Polícia Militar do
Rio. Conversas com a filha e a irmã de Prestes, Anita
Leocádia e Lygia Prestes, também ajudaram muito na
recom­posição da época.
Pela Internet, o Museu do Holocausto, de Washington,
deu às pesquisadoras uma ideia precisa de como os ale­
mães se vestiam na época retratada. Colaboradores, na
Alemanha e na Rússia, pesquisaram os tipos de placas de
rua e de carros, a arquitetura, os cartazes e os jornais que
circulavam naqueles países. Tudo isso foi reproduzido
no filme, na busca de maior verossimilhança.
Imagem do filme Olga. O grande desafio foi, sem dúvida, trazer ambientes de
Moscou e Berlim para o Brasil. Tiza de Oliveira passou
7. (Elite) Leia o texto abaixo, extraído do artigo da profes-
três finais de semana escolhendo locações. Foi assim
sora Anita Leocádia Prestes, publicado na revista Nossa
que o prédio do Ministério da Fazenda, no centro do Rio
História, ano I, nº 9, julho 2004, p. 20, sobre o lançamento
de janeiro, se transformou na sede da III Internacional
do filme Olga, baseado no livro de Fernando Morais, a
Comunista, o Komintern, e a antiga Fábrica Bangu,
respeito dos últimos momentos de vida de Olga Benário
na Zona Oeste do Rio, foi convertida num campo de
Preste, e comente como podemos tecer relações entre o
concentração. Aí, mais uma dificuldade, segundo Tiza de
filme e a miscigenação cultural tão característica do Brasil
Oliveira: con­vencer trinta magras figurantes a abdicarem
desde o início de sua colonização, a partir do momento
de sua vaidade e raspar as cabeças, como os nazistas
de que a obra de Jayme Monjardim valoriza o Brasil em
faziam com as prisioneiras judias. Num calor de quarenta
todos os seus aspectos, principalmente pela presença de
graus, os atores tiveram de fingir que tremiam de frio.
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cenários montados no Brasil para personificar a Europa,


“Nessa cena”. diz a diretora de arte, “usamos quarenta
fugindo a recursos mais universalizados de retratação
toneladas de neve artificial. O chão foi coberto de sal
de pessoas, línguas e lugares.
grosso. No alto, uma máquina jogava raspas de isopor
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e xampu sobre os atores, enquanto uma cobertura 2. (Fuvest) De acordo com o texto:
escondia o sol escaldante.”
a) a Rosa pelejou para ensinar o papagaio a falar o
Foi a primeira vez que nevou em Bangu, um dos Bairros nome dela.
mais quentes do Rio de Janeiro.­
b) o papagaio não conseguia falar nome algum por-
`` Solução: que estava doente.
O filme de Jayme Monjardim é um exemplo típico do c) o Dito tinha um jeito para ensinar o papagaio a falar.
que o Modernismo representou em nossa cultura. Aliada
d) a Rosa tinha inveja do Miguilim porque o papagaio
a uma cultura antropofágica, as obras pós-22 puderam
falava o nome dele.
demonstrar aspectos mais nativistas, de valorização dos
elementos que poderiam representar o que havia de mais e) o Dito e o Miguilim pediram à Rosa que ensinasse
brasileiro, isso no que tivesse a ver com relação à forma, o papagaio a falar o nome do Dito.
à linguagem e aos temas.
3. (Fuvest) O texto reproduz uma cena de convívio familiar,
Quando uma obra-de-arte é criada, buscam-se, em sua onde se evidencia:
realização, as influências que vêm de fora de seu país, de
a) indiferença do Miguilim.
sua cultura. O filme “Olga” é um bom exemplo disso. Ele
alia a uma história “multinacional” o poder de concretizá- b) remorso do Dito.
la totalmente dentro dos parâmetros de ruptura com a c) docilidade do Papaco-o-Paco.
influência europeia na cultura brasileira. Acima de tudo,
Olga é uma mostra real do talento de um povo, do talento d) preguiça da Rosa.
dos brasileiros. e) insensibilidade do Autor.

O ovo de galinha
(fragmento)
Texto para as questões de 01 a 03. João Cabral de Melo Neto
(...) “– Escuta, Miguilim, uma coisa você me perdoa?
Eu tive inveja de você, porque o Papaco-o-Paco fala O ovo revela o acabamento
Miguilim me dá um beijim... e não aprendeu a falar a toda mão que o acaricia,
meu nome... “O Dito estava com jeito: as pernas duras,
daquelas coisas torneadas
dobradas nos joelhos, a cabeça dura na nuca, só para
cima ele olhava. O pior era que o corte do pé ainda num trabalho de toda a vida.
estava doente, mesmo pondo cataplasma doía muito E que se encontra também noutras
demorado, mas o papagaio tinha de aprender a falar o que entretanto mão não fabrica:
nome do Dito!” – Rosa, Rosa, você ensina o Papaco-o-
nos corais, nos seixos rolados
Paco a chamar alto o nome do Dito? “ “– Eu já pelejei,
Miguilim, porque o dito mesmo me pediu. Mas ele não e em tantas coisas esculpidas
quer falar, não fala nenhum, tem certos nomes assim eles cujas formas simples são obra
teimam em não entender...” (Guimarães Rosa) de mil inacabáveis lixas
1. (Fuvest) Os diminutivos e a pontuação, no texto de Gui- usadas por mãos escultoras
marães Rosa, contribuem para criar uma linguagem:
escondidas na água, na brisa.
a) descuidada. No entretanto, o ovo, e apesar
b) lógica. de pura forma concluída,
c) erudita. não se situa no final:
está no ponto de partida.
d) afetiva.
A presença de qualquer ovo,
e) enxuta.
até se a mão não lhe faz nada,
possui o dom de provocar
certa reserva em qualquer sala.
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4. O Poeta considera o ovo: 9. A palavra lixas, do poema, serve para realçar:
a) ridículo, grotesco. a) a coloração da obra.
b) uma escultura da natureza. b) a porosidade da obra.
c) um saboroso alimento. c) o burilamento da obra.
d) complexo na sua estrutura. d) a obra inacabada.
e) áspero na sua superfície. e) a obra grosseira.
5. Para o Poeta, o ovo impressiona, sobremaneira, dois dos 10. “O ovo (...) não se situa no final...”
nossos sentidos. Quais?
Para o Poeta, alguém poderia pensar que o ovo estivesse
a) Tato e Paladar. no final, levando em conta o ponto de vista:
b) Olfato e Paladar. a) médico.

c) Visão e Audição. b) do abastecimento.

d) Tato e Visão. c) estético.

e) Olfato e Tato. d) bíblico.

6. O verbo usado no 2.° verso da 1.ª estrofe. e) didático.

a) Ironiza os pueris sentimentos do agente. 11. A palavra que justifica a correta resposta ao item an-
terior é:
b) Realça o aspecto disforme e ridículo do ovo.
a) nascimento.
c) Enfatiza a delicadeza, o respeito e o cuidado do
agente. b) morte.

d) Demonstra a repugnância do agente. c) alimento.

e) Ridiculariza o desnecessário cuidado do agente. d) perfeição.

7. “...coisas torneadas num trabalho de toda a vida.” e) reserva.

Assinale a coisa que não estaria classificada entre as 12. Quando afirma que “O ovo (...) está no ponto de partida”
sugeridas pelo Poeta nos versos. o Poeta está lançando mão de um argumento:
a) Sala. a) estético.
b) Rosa. b) biológico.
c) Folha. c) bíblico.
d) Coral. d) poético.
e) Concha. e) matemático.
8. Os leitores do poema de João Cabral de Melo Neto 13. Justifica-se a correta resposta à pergunta anterior.
podem ser levados a admitir a existência de um agente
a) Porque o ovo simboliza o pecado original.
divino, em razão da seguinte passagem:
b) Pela simplicidade estrutural do ovo.
a) “O ovo revela o acabamento, / a toda mão que o
acaricia...” c) Porque o ovo sugere beleza e simplicidade.
b) “...possui o dom de provocar / certa reserva em d) Porque o ovo é a célula-mater.
qualquer sala.”
e) Pela forma geométrica do ovo.
c) “...não se situa no final: / está no ponto de partida.”
14. Lendo o poema, conclui-se que:
d) “...usadas por mãos escultoras / escondidas na
a) só o que é simples pode ser artístico.
água, na brisa.”
b) o homem nunca poderá competir com a natureza.
e) “...coisas torneadas / num trabalho de toda a vida.”
c) a perfeição é inatingível.
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d) o homem jamais será artisticamente simples.


e) o estilo é o homem. 11
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Declaração de amor Eu vim do mar! Sou filho da procela.
Eu vim do mar! Sou filho de outra raça. Trago uma cruz de sangue em cada vela.
Para servir meu rei andei à caça Para sentir a glória de te amar,
de mundos nunca vistos nem sonhados, lobo do oceano acostumado a tudo,
por mares nunca de outrem navegados. épico só no mar, lírico em terra,
Ora de braço dado coma procela, estenderei o couro de um jaguar
ora a brigar com ventos malcriados. sobre este chão que ficará um veludo
Trago uma cruz de sangue em cada vela! mais verde, mais macio do que o mar...
Na crista da onda, em meio do escarcéu, No mar, o bravo peito lusitano.
na solidão encrespada e redonda, Em terra o amor em primeiro lugar.
quanta vez me afundei no inferno d´água E tão grande há de ser a nossa luta
ou com a cabeça fui bater no céu! sobre o leito trançado de cipós,
Simples brinquedo em mãos da tempestade que a Noite cairá, pesada e bruta,
fabulosa ambição me trouxe aqui. suando pingos de estrelas sobre nós!
A ambição pode mais do que a saudade...
(RICARDO, Cassiano. Martim Cererê. 12. ed. Rio de Janeiro:
Ambas me foram ver, quando eu parti. José Olímpio; Instituto Nacional do Livro, 1972. p. 30-31.)
A saudade abraçou-me, tão sincera,
soluçando, no adeus do nunca-mais. 15. (UFRJ) O eu do poema é:
A ambição de olhar verde, junto ao cais, a) o poeta.
me disse: vai que eu fico à tua espera! b) a terra brasileira.
E agora, ó Uiara, eu sou um rouxinol.
c) o nauta.
Épico só no mar, lírico em terra,
quero gorjear à beira do regato d) o indígena.
e o teu beijo colher, fruta do mato, e) a Uiara.
no teu corpo pagão, quente de sol. 16. (UFRJ) Esse eu se situa numa posição de:
E agarra-me aos teus seios matutinos, a) homem.
nauta que amou centenas e centenas
b) Deus.
de ondas em fúria e veio naufragar,
c) herói.
depois de tudo, em duas ondas morenas,
que valem mais, em sendo duas apenas, d) anti-herói.
do que todas as ondas que há no mar. e) covarde.
Que importa a nós as brejaúvas más, 17. (UFRJ) Um dos versos abaixo estaria mais compatível
na virgindade insólita onde fechas com a resposta anterior.
o teu supremo bem – ínvio tesouro, a) A ambição pode mais do que a saudade...”
vigiado pelas onças de olhos de ouro –
b) “Trago uma cruz de sangue em cada vela!”
guardem seus cachos roxos entre flechas
c) “Épico só no mar, lírico em terra”
e eu beba a água que o sertão me traz
nas folhas grossas dos caraguatás? d) “E agora, ó Uiara, eu sou um rouxinol”
Que importa, no ar, papagaios em bando, e) “quanta vez me afundei no inferno d´água”
ou araras pintadas, deem risadas, 18. (UFRJ) Em “A saudade abraçou-me, tão sincera,/ solu-
por nos verem assim, falando a sós, çando, no adeus do nunca-mais./ A ambição de olhar
tu da cor da manhã, eu cor do dia, verde, junto ao cais,/ me disse: vai que eu fico à tua
espera!” – temos um exemplo de:
se os pássaros do amor e da alegria
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a todo instante pousarão cantando a) sinestesia.


nas coisas que te digo, em minha voz? b) hipálage.

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c) personificação. 24. (UFRJ) Comparando: “E agora, ó Uiara, eu sou um rou-
xinol. / Épico só no mar, lírico em terra,/ quero gorjear
d) hipérbole.
à beira do regato” e “Minha terra tem palmeiras/ Onde
e) metonímia. canta o Sabiá./ As aves, que aqui gorjeiam,/Não gorjeiam
como lá.” (G. Dias) – chegamos à conclusão de que:
19. (UFRJ) O quarto verso da primeira estrofe:
a) não há diferença no emprego da palavra “gorjear”
a) nos lembra um famoso romance brasileiro.
num e noutro poema.
b) nos lembra um famoso poema lírico.
b) “Gorjear”, no primeiro caso, se encadeia na totali-
c) nos lembra um famoso poema dramático. dade de uma imagem poética, tendo, portanto, um
d) nos lembra um famoso poema épico. sentido mais figurado.

e) é uma criação original do poeta. c) em ambos se destaca, através do verbo “gorjear”, a


fauna brasileira.
20. (UFRJ) Na segunda estrofe, o eu se coloca numa
situação de: d) em ambos, o verbo “gorjear” destaca a atividade do
poeta lírico.
a) segurança.
e) o verbo “gorjear”, no primeiro caso, tem um valor
b) domínio. mais denotativo que no segundo.
c) apreensão. 25. (UFRJ) Nos dois últimos versos da penúltima estrofe (v.
d) onipotência. 53 e 54), encontramos uma figura de construção:

e) insegurança. a) anástrofe.

21. (UFRJ) Na mesma estrofe, o verso que melhor justificaria b) pleonasmo.


a resposta anterior seria: c) assíndeto.
a) primeiro verso. d) silepse.
b) segundo verso. e) elipse.
c) quarto verso.
d) quinto verso.
e) sexto verso.
22. (UFRJ) Imagisticamente, o termo da 5.ª estrofe que 1. (FUCMT)
corresponderia ao verso “E agarrar-me aos teus seios “E horas sem conta passo, mudo,
matutinos”, seria:
A olhar atento,
a) virgindade insólita. A trabalhar, longe de tudo
b) ínvio tesouro. O pensamento.”
c) ondas em fúria. Conforme lembra o excerto, a preocupação com
exprimir ideias e pensamentos, o cuidado com o rigor
d) os pássaros do amor e da alegria. da expressão e o abandono da visão sentimentalista
e) duas ondas morenas. do mundo são características mais tipicamente visíveis
na poesia:
23. (UFRJ) No verso “Trago uma cruz de sangue em cada
vela”, destacam-se duas ideias fundamentais: a) dos ultrarromânticos.

a) cristianismo – expansionismo. b) simbolista.

b) cristianismo – tragédia. c) religiosa do barroco.

c) cristianismo – vitória. d) parnasiana.

d) cristianismo – derrota. e) experimental dos primeiros modernistas.

e) dor – derrota.
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2. (FUCMT) a) simbolista.
“Foi no mar de um cuidado b) romântica.
meu coração pescado. c) arcádica.
anzóis os olhos belos.
d) parnasiana.
são linhas teus cabelos
e) barroca.
com solta gentileza,
cupido pescador, isca a beleza.” 5. (FCC–BA)
A forma fixa do madrigal, o virtuosismo técnico, o Que o pólen de ouro dos mais finos astros
sentimento amoroso expresso numa linguagem Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
metafórica, com jogos de analogia que obscurecem
Que brilhe a correção dos alabastros
o pensamento, caracterizam os versos acima como
exemplo da poesia: Sonoramente, luminosamente.
a) condoreira. A musicalidade da linguagem, a profusão de imagens,
a específica concepção do trabalho poético, permitem
b) parnasiana. classificar o texto anterior como:
c) barroca. a) romântico.
d) byroniana. b) simbolista.
e) simbolista. c) arcádico.
3. (FUCMT) “Porém tinha uma hora em que a voz de Zé d) barroco.
Camarão era mais cheia e os seus olhos mais doces. Era
e) parnasiano.
quanto cantava a letra U:
6. (UFPR) numere a segunda coluna de acordo com a
U é letra vogal
caracterização presente nas estrofes.
Como a, e, i, o, também
Assinale a alternativa que corresponde à sequência
Adeus caldeirão da Feira,
obtida:
adeus também mais alguém...”
1) “Ai! Se eu visse no calor da sesta,
Esse trecho de Jubiabá, de Jorge Amado, revela um dos
traços do regionalismo da década de 1930: A mão tremente no calor das tuas,
a) o uso do folclore musical brasileiro como forma de Amarrotado o teu vestido branco,
divulgar as manifestações artísticas das diversas Soltos cabelos nas espáduas nuas!...”
regiões do país.
2) “Sonho Profundo, ó Sonho doloroso,
b) o emprego dos á-bê-cês populares, em lugar do
discurso narrativo tradicional, para narrar a ação doloroso e profundo sentimento!
principal. Vai, vai nas harpas trêmulas do vento
c) a ênfase dada à linguagem das camadas cultas, em chorar o teu mistério tenebroso.”
contraposição ao descuido da linguagem popular.
3) “Longe do estéril turbilhão da rua,
d) o aproveitamento da cultura popular como fonte
inspiradora da literatura culta. Beneditino, escreve! No aconchego

e) a utilização da literatura de cordel como recurso Do claustro, na paciência e no sossego,


das falas das personagens do povo. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
4. (UFPR) (( ) poesia romântica.
“Não achei na terra amores (( ) poesia parnasiana.
Que merecessem os meus.
(( ) poesia simbolista.
Não tenho um ente no mundo
a) 1 – 2 – 3
A quem diga o meu – adeus.”
b) 2 – 3 – 1
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A consciência da solidão, o sentimento da proximidade da


morte, o culto do eu, características presentes nos versos c) 3 – 2 – 1
acima, indicam-nos como pertencente à poesia:
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d) 1 – 3 – 2 A brevidade dos gostos da vida em contemplação
dos mais objetos
e) 2 –1 – 3
Os textos abaixo constituem o conjunto de alternativas Gregório de Matos
para as questões 07 a 11.
Nasce o Sol. e não dura mais que um dia.
a) “Brando e meigo sorriso se deslizava em seus lá-
bios. os negros caracóis de suas belas madeixas Depois da Luz, se segue a noite escura.
brincavam, mercê do zéfiro, sobre suas faces...e ela Em tristes sombras morre a Formosura.
também suspirava.” Em contínuas tristezas a alegria.
b) “Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos Se formosa a Luz é, por que não dura?
squares. Mas a abóbada de garoa desabava os
Como a beleza assim se transfigura?
quarteirões.”
Como o gosto, da pena assim se fala?
c) “Os sinos repicavam numa impaciência alegre.
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza.
Padre Antônio continuou a caminhar lentamente,
pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à Na Formosura, não se dê constância.
fatalidade de herança e à influência do meio que o E na alegria, sinta-se a tristeza.
arrastava para o pecado.” Comece o Mundo, enfim, pela ignorância.
d) “De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as bru- Pois tem qualquer dos bens, por natureza,
mosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto pa- A firmeza somente na inconstância.
vor de morte, desfaziam-se, desapareciam comple-
12. O soneto aborda, basicamente:
tamente como os tênues vapores de um letargo...”
a) a importância da presença do Sol, na natureza.
e) “Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa na-
tural irregularidade! ...A vossa bruteza é melhor b) o tempo de duração da luz solar.
quer o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis c) a efemeridade das coisas do mundo.
a Deus com as palavras: eu lembro-me, mas vós
não ofendeis a Deus com a memória: eu discorro, d) a continuidade das coisas da natureza.
mas vós não ofendeis a Deus com o entendimen- e) o respeito pela grandisiodade do Sol.
to. eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a
vontade.” 13. A mesma ideia que aparece em: “Nasce o Sol. e não
dura mais que um dia!”, repete-se claramente em outros
7. (FCC–BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas versos. Cite dois outros em que isto acontece.
ideias, pode ser considerado representante da corrente
naturalista. 14. “Em tristes sombras morre a Formosura”. Neste verso, a
expressão tristes sombras significa:
8. (FCC–BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas
ideias, pode ser considerado representante da corrente a) a tristeza do dia que passa.
barroca. b) a reflexão diante da beleza.
9. (FCC–BA) Assinale o texto que, pela linguagem e pelas c) as causas do desaparecimento da Formosura.
ideias, pode ser considerado representante da corrente
modernista. d) a essência de qualquer coisa bela.

10. (FCC–BA) Assinale o texto que, pela linguagem pe pelas e) o destino de todas as coisas vivas.
ideias, pode ser considerado como representante da 15. “Em contínuas tritezas a alegria”. O adjetivo contínuas,
corrente simbolista. neste verso, sugere que:
11. (FCC–BA) Um poeta francês afirmou, em verso famoso, a) a vida só é feita de tristezas.
que os poemas mais belos eram desesperados, os que
chegavam ao extremo de se despojar da consciência es- b) a tristeza é uma alternativa constante na vida do
tética para surgirem como pura expressão psicológica. homem.
c) só a tristeza marca a existência humana.
d) só a alegria existe.
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e) existem poucas alegrias na vida do homem.

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16. Na segunda estrofe, há uma sequência de perguntas.
Esta sequência pode levar-nos a deduzir que o autor
retrata:
a) angústia diante das coisas do mundo.
b) curiosidade pela evolução do mundo.
c) aguçado espírito de pesquisa.
d) piedade pela transformação das coisas.
e) comprovação de que tudo se transfigura.
17. “Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza”. Nesta passagem,
podemos considerar Sol e Luz como equivalentes.
Destaque outra passagem do soneto que comprova
tal afirmação.
18. O texto de Gregório de Matos apresenta nítidas caracte-
rísticas barrocas. Assinale o único item que não se possa
considerar como pertencendo ao Barroco.
a) Uso acentuado de antíteses.
b) Espírito de dúvida / interrogação diante das instabi-
lidades das coisas do mundo.
c) Desejo de isolamento.
d) Estado de conflito e tensão.
e) Tendência para o pessimismo / descontentamento.

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16. C
17. C
18. C
1. D
19. D
2. E
20. E
3. B
21. D
4. B
22. E
5. D
23. B
6. C
24. B
7. A
25. E
8. D
26. E
9. C
27. A
10. C
28. B
11. D
29. D
12. B
30. A
13. D
14. B
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15. C

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1. D
2. C
3. D
4. B
5. B
6. D
7. C
8. E
9. B
10. D
11. C
12. C
13. 1. Depois da Luz se segue a noite escura.
2. Em tristes sombras morre a Formosura.
14. E
15. B
16. A
17. Na 2.ª estrofe: 1.° e 2.° versos.
18. C

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