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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

EBSERH
Assistente Administrativo

NB027-N9
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Assistente Administrativo

EDITAL Nº 04 – EBSERH – ÁREA ADMINISTRATIVA, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2019

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Raciocínio Lógico - Profo Bruno Chieregatti e João de Sá Brasil
Legislação Aplicada à EBSERH - Profª Marcela Almendros e Bruna Pinotti
Legislação Aplicada ao SUS - Profª Marcela Almendros
Noções de Informática - Profo Ovidio Lopes da Cruz Neto
Conhecimentos Específicos - Profª Silvana Guimarães

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
Renato Vilela

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos.................................................................................................................................................. 01
Tipologia textual e gêneros textuais.......................................................................................................................................................... 08
Ortografia oficial................................................................................................................................................................................................ 09
Acentuação gráfica........................................................................................................................................................................................... 14
Classes de palavras........................................................................................................................................................................................... 17
Uso do sinal indicativo de crase.................................................................................................................................................................. 54
Sintaxe da oração e do período................................................................................................................................................................... 58
Pontuação............................................................................................................................................................................................................ 68
Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................................... 71
Regência nominal e verbal............................................................................................................................................................................. 79
Significação das palavras................................................................................................................................................................................ 85

RACIOCÍNIO LÓGICO
Noções de Lógica.......................................................................................................................................................................................... 01
Diagramas Lógicos: conjuntos e elementos......................................................................................................................................... 01
Lógica da argumentação............................................................................................................................................................................. 01
Tipos de Raciocínio....................................................................................................................................................................................... 01
Conectivos Lógicos........................................................................................................................................................................................ 01
Proposições lógicas simples e compostas............................................................................................................................................ 01
Elementos de teoria dos conjuntos, análise combinatória e probabilidade............................................................................ 32
Resolução de problemas com frações, conjuntos, porcentagens e sequências com números, figuras, palavras.... 32

LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH


Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011........................................................................................................................... 01
Estatuto da EBSERH........................................................................................................................................................................................ 04
Código de Ética e Conduta da Ebserh - Princípios Éticos e Compromissos de Conduta - 1ª edição – 2017............. 09

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS


Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde
(SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal.................................................................................................................................... 01
Controle social no SUS................................................................................................................................................................................... 04
Resolução nº 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde................................................................................................................ 09
Constituição Federal de 1988, artigos de 194 a 200........................................................................................................................... 16
Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei nº 8.080/1990, Lei nº 8.142/1990 e Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011... 22
Determinantes sociais da saúde................................................................................................................................................................. 28
Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................ 30
SUMÁRIO

RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011 que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para
os Serviços de Saúde....................................................................................................................................................................................... 33
Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de 2017, que dispõe sobre a carta dos direitos e deveres da pessoa
usuária da saúde............................................................................................................................................................................................... 38
RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá
outras providências......................................................................................................................................................................................... 43

NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Internet e Aplicativos....................................................................................................................................................................................... 01
Ferramentas de busca...................................................................................................................................................................................... 01
Navegadores (Browser).................................................................................................................................................................................. 01
Redes de Computadores................................................................................................................................................................................ 01
Criptografia.......................................................................................................................................................................................................... 15
Sistema Operacional e Software.................................................................................................................................................................. 15
Hardware.............................................................................................................................................................................................................. 28
Correios Eletrônicos......................................................................................................................................................................................... 33
Programa Antivírus e Firewall....................................................................................................................................................................... 33
Editores de Apresentação.............................................................................................................................................................................. 37
Editores de Planilhas........................................................................................................................................................................................ 37
Editores de Texto............................................................................................................................................................................................... 37
Segurança da Informação.............................................................................................................................................................................. 37
Extensão de Arquivo........................................................................................................................................................................................ 39
Teclas de Atalho................................................................................................................................................................................................. 41
Pacote Microsoft Office.................................................................................................................................................................................. 42

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Noções de administração. Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. Evolução da
administração pública no Brasil após 1930; reformas administrativas; a nova gestão pública........................................... 01
Processo administrativo. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle........................... 16
Estrutura organizacional................................................................................................................................................................................ 18
Cultura organizacional.................................................................................................................................................................................... 36
Gestão de pessoas. Equilíbrio organizacional. Objetivos, desafios e características da gestão de pessoas..................... 37
Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho........................ 44
Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da
qualidade. Ciclo PDCA. Ferramentas de gestão da qualidade.......................................................................................................... 51
Noções de gestão de processos: técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos................................................. 75
Legislação administrativa. Administração direta, indireta e funcional. Atos administrativos. Requisição......................... 79
Noções de administração de recursos materiais.................................................................................................................................. 93
SUMÁRIO

Noções de arquivologia. Arquivística: princípios e conceitos. Legislação arquivística. Gestão de documentos.


Protocolos: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos. Classificação de
documentos de arquivo. Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo. Tabela de temporalidade
de documentos de arquivo. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivo. Preservação e
conservação de documentos de arquivo................................................................................................................................................ 105
Noções de licitação pública: fases, modalidades, dispensa e inexigibilidade........................................................................... 122
Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade
em serviço............................................................................................................................................................................................................ 133
Noções de direito do trabalho;................................................................................................................................................................... 136
Noções de contrato administrativo, gestão e fiscalização de contratos, incluindo a IN 5/2017;...................................... 153
Noções de informática;................................................................................................................................................................................... 156
Direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos....................................................................................................... 156
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de textos.................................................................................................................................................. 01


Tipologia textual e gêneros textuais.......................................................................................................................................................... 08
Ortografia oficial................................................................................................................................................................................................ 09
Acentuação gráfica............................................................................................................................................................................................ 14
Classes de palavras............................................................................................................................................................................................ 17
Uso do sinal indicativo de crase................................................................................................................................................................... 54
Sintaxe da oração e do período.................................................................................................................................................................... 58
Pontuação............................................................................................................................................................................................................. 68
Concordância nominal e verbal.................................................................................................................................................................... 71
Regência nominal e verbal............................................................................................................................................................................. 79
Significação das palavras................................................................................................................................................................................ 85
Compreender significa
COMPREENSÃO E Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
O narrador afirma...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
Erros de interpretação
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e
relacionadas entre si, formando um todo significativo • Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade contexto, acrescentando ideias que não estão no
de codificar e decodificar). texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
pela imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. • Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com atenção apenas a um aspecto (esquecendo que
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para um texto é um conjunto de ideias), o que pode
a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa ser insuficiente para o entendimento do tema
interligação dá-se o nome de contexto. O relacionamento desenvolvido.
entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada • Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
de seu contexto original e analisada separadamente, contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
poderá ter um significado diferente daquele inicial. conclusões equivocadas e, consequentemente,
errar a questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam
referências diretas ou indiretas a outros autores através Observação: Muitos pensam que existem a ótica do
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
em uma prova de concurso, o que deve ser levado em
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação consideração é o que o autor diz e nada mais.
de um texto é a identificação de sua ideia principal.
A partir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou Coesão e Coerência
fundamentações), as argumentações (ou explicações),
que levam ao esclarecimento das questões apresentadas Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
na prova. relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
• Identificar os elementos fundamentais de uma pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
argumentação, de um processo, de uma época que se vai dizer e o que já foi dito.
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
os quais definem o tempo). eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
• Comparar as relações de semelhança ou de oblíquo átono. Este depende da regência do verbo;
diferenças entre as situações do texto. aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
• Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com também de que os pronomes relativos têm, cada um,
uma realidade. valor semântico, por isso a necessidade de adequação
• Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. ao antecedente.
• Parafrasear = reescrever o texto com outras Os pronomes relativos são muito importantes na
palavras. interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros
de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração
Condições básicas para interpretar que existe um pronome relativo adequado a cada
circunstância, a saber:
Fazem-se necessários: conhecimento histórico- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), mas depende das condições da frase.
leitura e prática; conhecimento gramatical, estilístico qual (neutro) idem ao anterior.
(qualidades do texto) e semântico; capacidade de quem (pessoa)
observação e de síntese; capacidade de raciocínio. cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar/Compreender como (modo)


onde (lugar)
Interpretar significa: quando (tempo)
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. quanto (montante)
Através do texto, infere-se que... Exemplo:
É possível deduzir que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
O autor permite concluir que... Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... aparecer o demonstrativo O).

1
Dicas para melhorar a interpretação de textos

• Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral EXERCÍCIOS COMENTADOS
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há
muitos candidatos na disputa, portanto, quanto 1. (EBSERH – Analista Administrativo – Estatística –
mais informação você absorver com a leitura, mais AOCP-2015)
chances terá de resolver as questões.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não O verão em que aprendi a boiar
interrompa a leitura. Quando achamos que tudo já aconteceu, novas
• Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas capacidades fazem de nós pessoas diferentes do que
forem necessárias. éramos
• Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma IVAN MARTINS
conclusão).
• Volte ao texto quantas vezes precisar. Sei que a palavra da moda é precocidade, mas eu acredito
• Não permita que prevaleçam suas ideias sobre em conquistas tardias. Elas têm na minha vida um gosto
as do autor. especial.
• Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor Quando aprendi a guiar, aos 34 anos, tudo se transformou.
compreensão. De repente, ganhei mobilidade e autonomia. A cidade,
• Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de minha cidade, mudou de tamanho e de fisionomia.
cada questão. Descer a Avenida Rebouças num táxi, de madrugada, era
• O autor defende ideias e você deve percebê-las. diferente – e pior – do que descer a mesma avenida com
• Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo as mãos ao volante, ouvindo rock and roll no rádio. Pegar
geralmente mantém com outro uma relação a estrada com os filhos pequenos revelou-se uma delícia
de continuação, conclusão ou falsa oposição. insuspeitada.
Identifique muito bem essas relações. Talvez porque eu tenha começado tarde, guiar me
• Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, parece, ainda hoje, uma experiência incomum. É um ato
a ideia mais importante. que, mesmo repetido de forma diária, nunca se banalizou
• Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
inteiramente.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na
Na véspera do Ano Novo, em Ubatuba, eu fiz outra
hora da resposta – o que vale não somente para
descoberta temporã.
Interpretação de Texto, mas para todas as demais
Depois de décadas de tentativas inúteis e frustrantes,
questões!
num final de tarde ensolarado eu conquistei o dom
• Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia
da flutuação. Nas águas cálidas e translúcidas da praia
principal, leia com atenção a introdução e/ou a
Brava, sob o olhar risonho da minha mulher, finalmente
conclusão.
consegui boiar.
• Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, Não riam, por favor. Vocês que fazem isso desde os
etc., chamados vocábulos relatores, porque oito anos, vocês que já enjoaram da ausência de peso
remetem a outros vocábulos do texto. e esforço, vocês que não mais se surpreendem com a
sensação de balançar ao ritmo da água – sinto dizer, mas
SITES vocês se esqueceram de como tudo isso é bom.
Disponível em: <http://www.tudosobreconcursos. Nadar é uma forma de sobrepujar a água e impor-se a
com/materiais/portugues/como-interpretar-textos> ela. Boiar é fazer parte dela – assim como do sol e das
Disponível em: <http://portuguesemfoco.com/pf/09- montanhas ao redor, dos sons que chegam filtrados ao
dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em- ouvido submerso, do vento que ergue a onda e lança
provas> água em nosso rosto. Boiar é ser feliz sem fazer força, e
Disponível em: <http://www.portuguesnarede. isso, curiosamente, não é fácil.
com/2014/03/dicas-para-voce-interpretar-melhor-um. Essa experiência me sugeriu algumas considerações
html> sobre a vida em geral.
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ Uma delas, óbvia, é que a gente nunca para de aprender
cursinho/questoes/questao-117-portugues.htm> ou de avançar. Intelectualmente e emocionalmente,
de um jeito prático ou subjetivo, estamos sempre
incorporando novidades que nos transformam. Somos
geneticamente elaborados para lidar com o novo, mas
não só. Também somos profundamente modificados por
LÍNGUA PORTUGUESA

ele. A cada momento da vida, quando achamos que tudo


já aconteceu, novas capacidades irrompem e fazem de
nós uma pessoa diferente do que éramos. Uma pessoa
capaz de boiar é diferente daquelas que afundam como
pedras.
Suspeito que isso tenha importância também para os
relacionamentos.

2
Se a gente não congela ou enferruja – e tem gente que já e) ser necessário aprender nos relacionamentos, porém
está assim aos 30 anos – nosso repertório íntimo tende a sempre estando alerta para aquilo de ruim que pode
se ampliar, a cada ano que passa e a cada nova relação. acontecer.
Penso em aprender a escutar e a falar, em olhar o outro,
em tocar o corpo do outro com propriedade e deixar- Resposta: Letra A
se tocar sem susto. Penso em conter a nossa própria Ao texto: (...) tudo se aprende, mesmo as coisas simples
frustração e a nossa fúria, em permitir que o parceiro que pareciam impossíveis. / Enquanto se está vivo e
floresça, em dar atenção aos detalhes dele. Penso, relação existe, há chance de melhorar = sempre há
sobretudo, em conquistar, aos poucos, a ansiedade e tempo para boiar (aprender).
insegurança que nos bloqueiam o caminho do prazer, não Em “a”: haver sempre tempo para aprender, para tentar
apenas no sentido sexual. Penso em estar mais tranquilo relaxar e ser feliz nas águas do amor, agindo com
na companhia do outro e de si mesmo, no mundo. mais calma, com mais prazer, com mais intensidade e
Assim como boiar, essas coisas são simples, mas precisam menos medo = correta.
ser aprendidas. Em “b”: ser necessário agir com mais cautela nos
Estar no interior de uma relação verdadeira é como estar relacionamentos amorosos para que eles não
na água do mar. Às vezes você nada, outras vezes você se desfaçam = incorreta – o autor propõe viver
boia, de vez em quando, morto de medo, sente que pode intensamente.
afundar. É uma experiência que exige, ao mesmo tempo, Em “c”: haver sempre tempo para aprender a ser mais
relaxamento e atenção, e nem sempre essas coisas se criterioso com seus relacionamentos, a fim de que eles
combinam. Se a gente se põe muito tenso e cerebral, a sejam vividos intensamente = incorreta – ser menos
relação perde a espontaneidade. Afunda. Mas, largada objetivo nos relacionamentos.
apenas ao sabor das ondas, sem atenção ao equilíbrio, a Em “d”: haver sempre tempo para aprender coisas
relação também naufraga. Há uma ciência sem cálculos novas, inclusive agir com o raciocínio nas relações
que tem de ser assimilada a cada novo amor, por cada amorosas = incorreta – ser mais emoção.
um de nós. Ela fornece a combinação exata de atenção Em “e”: ser necessário aprender nos relacionamentos,
e relaxamento que permite boiar. Quer dizer, viver de porém sempre estando alerta para aquilo de ruim que
forma relaxada e consciente um grande amor. pode acontecer = incorreta – estar sempre cuidando,
Na minha experiência, esse aprendizado não se fez não pensando em algo ruim.
rapidamente. Demorou anos e ainda se faz. Talvez porque
eu seja homem, talvez porque seja obtuso para as coisas 2. (TJ-SC – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FGV-2018)
do afeto. Provavelmente, porque sofro das limitações Observe a charge a seguir:
emocionais que muitos sofrem e que tornam as relações
afetivas mais tensas e trabalhosas do que deveriam ser.
Sabemos nadar, mas nos custa relaxar e ser felizes nas
águas do amor e do sexo. Nos custa boiar.
A boa notícia, que eu redescobri na praia, é que tudo
se aprende, mesmo as coisas simples que pareciam
impossíveis.
Enquanto se está vivo e relação existe, há chance de
melhorar. Mesmo se ela acabou, é certo que haverá outra
no futuro, no qual faremos melhor: com mais calma, com
mais prazer, com mais intensidade e menos medo.
O verão, afinal, está apenas começando. Todos os dias se
pode tentar boiar.
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/
noticia/2014/01/overao-em-que-aprendi-boiar.html
A charge acima é uma homenagem a Stephen Hawking,
De acordo com o texto, quando o autor afirma que “Todos destacando o fato de o cientista:
os dias se pode tentar boiar.”, ele refere-se ao fato de
a) ter alcançado o céu após sua morte;
a) haver sempre tempo para aprender, para tentar relaxar b) mostrar determinação no combate à doença;
e ser feliz nas águas do amor, agindo com mais cal- c) ser comparado a cientistas famosos;
ma, com mais prazer, com mais intensidade e menos d) ser reconhecido como uma mente brilhante;
medo. e) localizar seus interesses nos estudos de Física.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) ser necessário agir com mais cautela nos relaciona-


mentos amorosos para que eles não se desfaçam.
c) haver sempre tempo para aprender a ser mais criterio- Resposta: Letra D
so com seus relacionamentos, a fim de que eles sejam Em “a”: ter alcançado o céu após sua morte; = incorreto
vividos intensamente. Em “b”: mostrar determinação no combate à doença;
d) haver sempre tempo para aprender coisas novas, in- = incorreto
clusive agir com o raciocínio nas relações amorosas. Em “c”: ser comparado a cientistas famosos; = incorreto
Em “d”: ser reconhecido como uma mente brilhante;

3
Em “e”: localizar seus interesses nos estudos de Física. a) tornar ilimitada a produção de dinheiro.
= incorreto b) proteger os bens dos clientes de bancos.
Usemos a fala de Einstein: “a mente brilhante que c) impedir que os bancos fossem à falência.
estávamos esperando”. d) permitir o empréstimo de mais dinheiro
e) preservar as economias das pessoas.
3. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
Resposta: Letra D
Lastro e o Sistema Bancário Ao texto: (...) Com o tempo, os banqueiros se deram
[...] conta de que ninguém estava interessado em trocar
Até os anos 60, o papel-moeda e o dinheiro depositado dinheiro por ouro e criaram manobras, como a reserva
nos bancos deviam estar ligados a uma quantidade de fracional, para emprestar muito mais dinheiro do que
ouro num sistema chamado lastro-ouro. Como esse realmente tinham em ouro nos cofres.
metal é limitado, isso garantia que a produção de dinheiro Em “a”, tornar ilimitada a produção de dinheiro =
fosse também limitada. Com o tempo, os banqueiros se incorreta
deram conta de que ninguém estava interessado em Em “b”, proteger os bens dos clientes de bancos =
trocar dinheiro por ouro e criaram manobras, como a incorreta
reserva fracional, para emprestar muito mais dinheiro do Em “c”, impedir que os bancos fossem à falência =
que realmente tinham em ouro nos cofres. Nas crises, incorreta
como em 1929, todos queriam sacar dinheiro para pagar Em “d”, permitir o empréstimo de mais dinheiro =
suas contas e os bancos quebravam por falta de fundos, correta
deixando sem nada as pessoas que acreditavam ter suas Em “e”, preservar as economias das pessoas = incorreta
economias seguramente guardadas.
Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- 4. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018)
ouro. Desde então, o dinheiro, na forma de cédulas e A leitura do texto permite a compreensão de que
principalmente de valores em contas bancárias, já não
tendo nenhuma riqueza material para representar, é a) as dívidas dos clientes são o que sustenta os bancos.
criado a partir de empréstimos. Quando alguém vai até b) todo o dinheiro que os bancos emprestam é imaginário.
o banco e recebe um empréstimo, o valor colocado em c) quem pede um empréstimo deve a outros clientes.
sua conta é gerado naquele instante, criado a partir de d) o pagamento de dívidas depende do “livre-mercado”.
uma decisão administrativa, e assim entra na economia. e) os bancos confiscam os bens dos clientes endividados.
Essa explicação permaneceu controversa e escondida
por muito tempo, mas hoje está clara em um relatório do Resposta: Letra A
Bank of England de 2014. Em “a”, as dívidas dos clientes são o que sustenta os
Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo bancos = correta
é criado assim, inventado em canetaços a partir da Em “b”, todo o dinheiro que os bancos emprestam é
concessão de empréstimos. O que torna tudo mais imaginário = nem todo
estranho e perverso é que, sobre esse empréstimo, Em “c”, quem pede um empréstimo deve a outros
é cobrada uma dívida. Então, se eu peço dinheiro ao clientes = deve ao banco, este paga/empresta a outros
banco, ele inventa números em uma tabela com meu clientes
nome e pede que eu devolva uma quantidade maior Em “d”, o pagamento de dívidas depende do “livre-
do que essa. Para pagar a dívida, preciso ir até o dito mercado” = não só: (...) preciso ir até o dito “livre-
“livre-mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear, para mercado” e trabalhar, lutar, talvez trapacear.
conseguir o dinheiro que o banco inventou na conta Em “e”, os bancos confiscam os bens dos clientes
de outras pessoas. Esse é o dinheiro que vai ser usado endividados = desde que não paguem a dívida
para pagar a dívida, já que a única fonte de moeda é
o empréstimo bancário. No fim, os bancos acabam com 5. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO
todo o dinheiro que foi inventado e ainda confiscam os GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) Observe a charge
bens da pessoa endividada cujo dinheiro tomei. abaixo, publicada no momento da intervenção nas
Assim, o sistema monetário atual funciona com uma atividades de segurança do Rio de Janeiro, em março de
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. 2018.
Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abundante
porque é gerada pela simples manipulação de bancos
de dados. O resultado é uma acumulação de riqueza e
poder sem precedentes: um mundo onde o patrimônio
de 80 pessoas é maior do que o de 3,6 bilhões, e onde
LÍNGUA PORTUGUESA

o 1% mais rico tem mais do que os outros 99% juntos.


[...]
Disponível em https://fagulha.org/artigos/inventando-dinheiro/
Acessado em 20/03/2018

De acordo com o autor do texto Lastro e o sistema


bancário, a reserva fracional foi criada com o objetivo de

4
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO
pode, no entanto, ser inferida da imagem e das frases a Resposta: Letra A
seguinte informação: Em “a”: a criação de uma dependência tecnológica
excessiva;
a) a classe social mais alta está envolvida nos crimes Em “b”: a falta de exercícios físicos nas crianças; =
cometidos no Rio; incorreto
b) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem- Em “c”: o risco de contatos perigosos; = incorreto
feita; Em “d”: o abandono dos estudos regulares; = incorreto
c) a linguagem do personagem mostra intimidade com Em “e”: a falta de contato entre membros da família. =
o interlocutor; incorreto
d) a presença do orelhão indica o atraso do local da Através da fala do garoto chegamos à resposta:
charge; dependência tecnológica - expressa em sua fala.
e) as imagens dos tanques de guerra denunciam a
presença do Exército. 7. (Câmara de Salvador-BA – Assistente Legislativo
Municipal – FGV-2018-adaptada) “Hoje, esse
Resposta: Letra D termo denota, além da agressão física, diversos tipos
de imposição sobre a vida civil, como a repressão
política, familiar ou de gênero, ou a censura da fala e
do pensamento de determinados indivíduos e, ainda,
o desgaste causado pelas condições de trabalho e
condições econômicas”. A manchete jornalística abaixo
que NÃO se enquadra em nenhum tipo de violência
citado nesse segmento é:

NÃO pode ser inferida da imagem e das frases a a) Presa por mensagem racista na internet;
seguinte informação: b) Vinte pessoas são vítimas da ditadura venezuelana;
Em “a”, a classe social mais alta está envolvida nos c) Apanhou de policiais por destruir caixa eletrônico;
crimes cometidos no Rio = inferência correta d) Homossexuais são perseguidos e presos na Rússia;
Em “b”, a tarefa da investigação criminal não está e) Quatro funcionários ficaram livres do trabalho escravo.
sendo bem-feita = inferência correta
Em “c”, a linguagem do personagem mostra intimidade Resposta: Letra C
com o interlocutor = inferência correta Em “a”: Presa por mensagem racista na internet =
Em “d”, a presença do orelhão indica o atraso do local como a repressão política, familiar ou de gênero
da charge = incorreta Em “b”: Vinte pessoas são vítimas da ditadura
Em “e”, as imagens dos tanques de guerra denunciam venezuelana = como a repressão política, familiar ou
a presença do Exército = inferência correta de gênero
Em “c”: Apanhou de policiais por destruir caixa
eletrônico = não consta na Manchete acima
6. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) Observe Em “d”: Homossexuais são perseguidos e presos na
a charge abaixo. Rússia = como a repressão política, familiar ou de
gênero
Em “e”: Quatro funcionários ficaram livres do trabalho
escravo = o desgaste causado pelas condições de
trabalho

8. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –


ÁREA JURÍDICA – FGV-2018)

Oportunismo à Direita e à Esquerda


Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos
o direito de reunião e de greve, entre outros, obedecidas
leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime
de liberdades, há sempre o risco de excessos, a serem
LÍNGUA PORTUGUESA

devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,


No caso da charge, a crítica feita à internet é: conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos
a) a criação de uma dependência tecnológica excessiva; caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo,
b) a falta de exercícios físicos nas crianças; da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados
c) o risco de contatos perigosos; em se beneficiar do barateamento do combustível.
d) o abandono dos estudos regulares; Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico
e) a falta de contato entre membros da família. para se aproveitar da crise. Inclusive, neste ano de

5
eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não contextos. A cultura da paz tem de procurar soluções que
faltam, também, os arautos do quanto pior, melhor, para advenham de dentro da(s) sociedade(s), que não sejam
desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder, impostas do exterior.
por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que Cabe ressaltar que o conceito de paz pode ser abordado
está delimitado pelo estado democrático de direito, em sentido negativo, quando se traduz em um estado
defendido pelos diversos instrumentos institucionais de de não guerra, em ausência de conflito, em passividade
que conta o Estado – Polícia, Justiça, Ministério Público, e permissividade, sem dinamismo próprio; em síntese,
Forças Armadas etc. condenada a um vazio, a uma não existência palpável,
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as difícil de se concretizar e de se precisar. Em sua concepção
vias de suprimento que mantêm o sistema produtivo positiva, a paz não é o contrário da guerra, mas a prática
funcionando, do qual depende a sobrevivência física da não violência para resolver conflitos, a prática do
da população. Isso não pode ser esquecido e serve de diálogo na relação entre pessoas, a postura democrática
alerta para que as autoridades desenvolvam planos de frente à vida, que pressupõe a dinâmica da cooperação
contingência. planejada e o movimento constante da instalação de
O Globo, 31/05/2018. justiça.
Uma cultura de paz exige esforço para modificar o
“É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos pensamento e a ação das pessoas para que se promova
caminhoneiros, concluídas as investigações, por exemplo, a paz. Falar de violência e de como ela nos assola deixa
da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em de ser, então, a temática principal. Não que ela vá ser
se beneficiar do barateamento do combustível.” Segundo esquecida ou abafada; ela pertence ao nosso dia a dia e
esse parágrafo do texto, o que “precisa acontecer” é temos consciência disso. Porém, o sentido do discurso,
a ideologia que o alimenta, precisa impregná-lo de
a) manter-se o direito de livre expressão do pensamento. palavras e conceitos que anunciem os valores humanos
b) garantir-se o direito de reunião e de greve. que decantam a paz, que lhe proclamam e promovem. A
c) lastrear leis e regras na Constituição. violência já é bastante denunciada, e quanto mais falamos
d) punirem-se os responsáveis por excessos. dela, mais lembramos de sua existência em nosso meio
e) concluírem-se as investigações sobre a greve. social. É hora de começarmos a convocar a presença da
paz em nós, entre nós, entre nações, entre povos.
Um dos primeiros passos nesse sentido refere-se à gestão
Resposta: Letra D de conflitos. Ou seja, prevenir os conflitos potencialmente
Em “a”: manter-se o direito de livre expressão do violentos e reconstruir a paz e a confiança entre pessoas
pensamento. = incorreto originárias de situação de guerra é um dos exemplos mais
Em “b”: garantir-se o direito de reunião e de greve. = comuns a serem considerados. Tal missão estende-se às
incorreto escolas, instituições públicas e outros locais de trabalho
Em “c”: lastrear leis e regras na Constituição. = incorreto por todo o mundo, bem como aos parlamentos e centros
Em “d”: punirem-se os responsáveis por excessos. de comunicação e associações.
Em “e”: concluírem-se as investigações sobre a greve. Outro passo é tentar erradicar a pobreza e reduzir as
= incorreto desigualdades, lutando para atingir um desenvolvimento
Ao texto: (...) há sempre o risco de excessos, a serem sustentado e o respeito pelos direitos humanos,
devidamente contidos e seus responsáveis, punidos, reforçando as instituições democráticas, promovendo
conforme estabelecido na legislação. / É o que precisa a liberdade de expressão, preservando a diversidade
acontecer... = precisa acontecer a punição dos cultural e o ambiente.
excessos. É, então, no entrelaçamento “paz — desenvolvimento
— direitos humanos — democracia” que podemos
9. (PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – vislumbrar a educação para a paz.
CESPE-2018) Leila Dupret. Cultura de paz e ações sócio-educativas: desafios
para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. (Impr.) v. 6, n.º
Texto CG1A1AAA 1. Campinas, jun./2002 (com adaptações).
A paz não pode ser garantida apenas pelos acordos
políticos, econômicos ou militares. Cada um de nós, De acordo com o texto CG1A1AAA, os elementos
independentemente de idade, sexo, estrato social, “gestão de conflitos” e “erradicar a pobreza” devem ser
crença religiosa etc. é chamado à criação de um mundo concebidos como
pacificado, um mundo sob a égide de uma cultura da a) obstáculos para a construção da cultura da paz.
paz. b) dispensáveis para a construção da cultura da paz.
LÍNGUA PORTUGUESA

Mas, o que significa “cultura da paz”? c) irrelevantes na construção da cultura da paz.


Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças d) etapas para a construção da cultura da paz.
e os adultos da compreensão de princípios como e) consequências da construção da cultura da paz.
liberdade, justiça, democracia, direitos humanos,
tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma Resposta: Letra D
rejeição, individual e coletiva, da violência que tem Em “a”: obstáculos para a construção da cultura da paz.
sido percebida na sociedade, em seus mais variados = incorreto

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Em “b”: dispensáveis para a construção da cultura da 11. (PM-SP - SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR –
paz. = incorreto VUNESP-2015) Leia a tira.
Em “c”: irrelevantes na construção da cultura da paz.
= incorreto
Em “d”: etapas para a construção da cultura da paz.
Em “e”: consequências da construção da cultura da paz.
= incorreto
Ao texto: Um dos primeiros passos nesse sentido
refere-se à gestão de conflitos. (...) Outro passo é tentar
erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades = etapas
para construção da paz.
(Folha de S.Paulo, 02.10.2015. Adaptado)
10. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) Com sua fala, a personagem revela que
a) a violência era comum no passado.
b) as pessoas lutam contra a violência.
c) a violência está banalizada.
d) o preço que pagou pela violência foi alto.

Resposta: Letra C
Em “a”: a violência era comum no passado. = incorreto
Em “b”: as pessoas lutam contra a violência. = incorreto
Em “c”: a violência está banalizada.
Em “d”: o preço que pagou pela violência foi alto. =
incorreto
Infelizmente, a personagem revela que a violência está
banalizada, nem há mais “punições” para os agressivos.

12. (PM-SP - ASPIRANTE DA POLÍCIA MILITAR


[INTERIOR] – VUNESP-2017) Leia a charge.

O humor da tira é conseguido através de uma quebra de


expectativa, que é:

a) o fato de um adulto colecionar figurinhas;


b) as figurinhas serem de temas sociais e não esportivos;
c) a falta de muitas figurinhas no álbum;
d) a reclamação ser apresentada pelo pai e não pelo filho; (Pancho. www.gazetadopovo.com.br)
e) uma criança ajudar a um adulto e não o contrário.
É correto associar o humor da charge ao fato de que
Resposta: Letra B
Em “a”: o fato de um adulto colecionar figurinhas; = a) os personagens têm uma autoestima elevada e são
incorreto otimistas, mesmo vivendo em uma situação de
Em “b”: as figurinhas serem de temas sociais e não completo confinamento.
esportivos; b) os dois personagens estão muito bem informados
Em “c”: a falta de muitas figurinhas no álbum; = sobre a economia, o que não condiz com a imagem
incorreto de criminosos.
Em “d”: a reclamação ser apresentada pelo pai e não c) o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida dos
LÍNGUA PORTUGUESA

pelo filho; = incorreto personagens, pois eles demonstram preocupação


Em “e”: uma criança ajudar a um adulto e não o com a aparência.
contrário. = incorreto d) o aumento dos preços de cosméticos não surpreende
O humor está no fato de o álbum ser sobre um tema os personagens, que estão acostumados a pagar caro
incomum: assuntos sociais. por eles nos presídios.
e) os preços de cosméticos não deveriam ser relevantes
para os personagens, dada a condição em que se
encontram.

7
Resposta: Letra E
Em “a”: os personagens têm uma autoestima elevada
e são otimistas, mesmo vivendo em uma situação de TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS
completo confinamento. = incorreto
Em “b”: os dois personagens estão muito bem
informados sobre a economia, o que não condiz com a
imagem de criminosos. = incorreto TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
Em “c”: o valor dos cosméticos afetará diretamente a vida
dos personagens, pois eles demonstram preocupação A todo o momento nos deparamos com vários textos,
com a aparência. = incorreto sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
Em “d”: o aumento dos preços de cosméticos não
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
surpreende os personagens, que estão acostumados
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
a pagar caro por eles nos presídios. = incorreto
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
Em “e”: os preços de cosméticos não deveriam ser
relevantes para os personagens, dada a condição em em um texto escrito.
que se encontram. É de fundamental importância sabermos classificar
Pela condição em que as personagens se encontram, o os textos com os quais travamos convivência no nosso
aumento no preço dos cosméticos não os afeta. dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos
textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
13. (TJ-AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa
JUSTIÇA AVALIADOR – FGV-2018) opinião sobre determinado assunto, descrevemos algum
lugar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre
Texto 1 – Além do celular e da carteira, cuidado com alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente
as figurinhas da Copa nessas situações corriqueiras que classificamos os
Gilberto Porcidônio – O Globo, 12/04/2018 nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
Descrição e Dissertação.
A febre do troca-troca de figurinhas pode estar atingindo
uma temperatura muito alta. Preocupados que os mais As tipologias textuais se caracterizam pelos
afoitos pelos cromos possam até roubá-los, muitos aspectos de ordem linguística
jornaleiros estão levando seus estoques para casa Os tipos textuais designam uma sequência definida
quando termina o expediente. Pode parecer piada, mas pela natureza linguística de sua composição. São
há até boatos sobre quadrilhas de roubo de figurinha observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
espalhados por mensagens de celular. relações logicas. Os tipos textuais são o narrativo,
descritivo, argumentativo/dissertativo, injuntivo e
Sobre a estrutura do título dado ao texto 1, a afirmativa expositivo.
adequada é: A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de
ação demarcados no tempo do universo narrado,
a) as figurinhas da Copa passaram a ocupar o lugar do
como também de advérbios, como é o caso de an-
celular e da carteira nos roubos urbanos;
tes, agora, depois, entre outros: Ela entrava em seu
b) as figurinhas da Copa se somaram ao celular e à cartei-
carro quando ele apareceu. Depois de muita conver-
ra como alvo de desejo dos assaltantes;
c) o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros que sa, resolveram...
vendem as figurinhas da Copa; B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
d) os ladrões passaram a roubar as figurinhas da Copa descrevem características tanto físicas quanto psi-
nas bancas de jornais; cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
e) as figurinhas da Copa se transformaram no alvo prin- objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados
cipal dos ladrões. no presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os
cabelos mais negros como a asa da graúna...”
Resposta: Letra B C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar
Em “a”: as figurinhas da Copa passaram a ocupar o um assunto ou uma determinada situação que se
lugar do celular e da carteira nos roubos urbanos; = almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das ra-
incorreto zões de ela acontecer, como em: O cadastramento
Em “b”: as figurinhas da Copa se somaram ao celular e irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro, portan-
à carteira como alvo de desejo dos assaltantes; to, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o
Em “c”: o alerta dado no título se dirige aos jornaleiros benefício.
que vendem as figurinhas da Copa; = incorreto
LÍNGUA PORTUGUESA

D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de


Em “d”: os ladrões passaram a roubar as figurinhas da uma modalidade na qual as ações são prescritas de
Copa nas bancas de jornais; = incorreto forma sequencial, utilizando-se de verbos expres-
Em “e”: as figurinhas da Copa se transformaram no sos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente:
alvo principal dos ladrões. = incorreto Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador
O título do texto já nos dá a resposta: além do celular até criar uma massa homogênea.
e da carteira, ou seja, as figurinhas da Copa também
passaram a ser alvo dos assaltantes.

8
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- - Sempre desligue os aparelhos elétricos ao sair do
cam-se pelo predomínio de operadores argumen- ambiente.
tativos, revelados por uma carga ideológica cons- - Utilize o computador no modo espera.
tituída de argumentos e contra-argumentos que Fique ligado! Evite desperdícios.
justificam a posição assumida acerca de um deter- Energia elétrica.
minado assunto: A mulher do mundo contemporâ- A natureza cobra o preço do desperdício.
neo luta cada vez mais para conquistar seu espaço Internet: <www.tjdft.jus.br> (com adaptações)
no mercado de trabalho, o que significa que os gê-
neros estão em complementação, não em disputa. Há no texto elementos característicos das tipologias ex-
positiva e injuntiva.
Gêneros Textuais
( ) CERTO ( ) ERRADO
São os textos materializados que encontramos em
nosso cotidiano; tais textos apresentam características Resposta: Certo. Texto injuntivo – ou instrucional – é
sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, aquele que passa instruções ao leitor. O texto acima
composição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: apresenta tal característica.
receita culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema,
editorial, piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum,
blog, etc.
A escolha de um determinado gênero discursivo ORTOGRAFIA OFICIAL.
depende, em grande parte, da situação de produção,
ou seja, a finalidade do texto a ser produzido, quem são
os locutores e os interlocutores, o meio disponível para
veicular o texto, etc.
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a ORTOGRAFIA
esferas de circulação. Assim, na esfera jornalística, por
exemplo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, A ortografia é a parte da Fonologia que trata da
editoriais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som
científica são comuns gêneros como verbete de dicionário devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma
ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, língua são grafados segundo acordos ortográficos.
conferência. A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender
ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções
char. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de
– São Paulo: Saraiva, 2010. etimologia (origem da palavra).
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – Regras ortográficas
volume único – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
A) O fonema S
SITE
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ São escritas com S e não C/Ç
redacao/tipologia-textual.htm> • Palavras substantivadas derivadas de verbos com
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender
- pretensão / expandir - expansão / ascender - as-
censão / inverter - inversão / aspergir - aspersão /
EXERCÍCIO COMENTADO submergir - submersão / divertir - diversão / im-
pelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir
1. (TJ-DFT – CONHECIMENTOS BÁSICOS – TÉCNICO - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – CESPE – sentir - sensível / consentir – consensual.
2015)
São escritos com SS e não C e Ç
Ouro em Fios • Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi-
nem em gred, ced, prim ou com verbos termina-
dos por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir
LÍNGUA PORTUGUESA

A natureza é capaz de produzir materiais preciosos,


como o ouro e o cobre - condutor de ENERGIA ELÉTRICA. - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão /
O ouro já é escasso. A energia elétrica caminha para isso. exceder - excesso / percutir - percussão / regredir
Enquanto cientistas e governos buscam novas fontes de - regressão / oprimir - opressão / comprometer -
energia sustentáveis, faça sua parte aqui no TJDFT: compromisso / submeter – submissão.
- Desligue as luzes nos ambientes onde é possível • Quando o prefixo termina com vogal que se junta
usar a iluminação natural. com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simé-
- Feche as janelas ao ligar o ar-condicionado. trico - assimétrico / re + surgir – ressurgir.

9
• No pretérito imperfeito simples do subjuntivo. • Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
Exemplos: ficasse, falasse. mugir.
• Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
São escritos com C ou Ç e não S e SS surgir.
• Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. • Depois da letra “a”, desde que não seja radical ter-
• Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, minado com j: ágil, agente.
Juçara, caçula, cachaça, cacique.
• Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, São escritas com J e não G
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, • Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
caniço, esperança, carapuça, dentuço. • Palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
• Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / manjerona.
deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. • Palavras terminadas com aje: ultraje.
• Após ditongos: foice, coice, traição.
• Palavras derivadas de outras terminadas em -te, D) O fonema ch
to(r): marte - marciano / infrator - infração /
absorto – absorção. São escritas com X e não CH
• Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
B) O fonema z xucro.
• Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,
São escritos com S e não Z lagartixa.
• Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs- • Depois de ditongo: frouxo, feixe.
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: • Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, prin- Exceção: quando a palavra de origem não derive de
cesa. outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
• Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
tamorfose. São escritas com CH e não X
• Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis,
quiseste.  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
• Nomes derivados de verbos com radicais termina- chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / em-
preender - empresa / difundir – difusão. E) As letras “e” e “i”
• Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. • Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
• Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
• Verbos derivados de nomes cujo radical termina • Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue.
– pesquisar. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em
-air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui.
São escritos com Z e não S
• Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adje- Há palavras que mudam de sentido quando
tivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície),
• Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
origem não termine com s): final - finalizar / con- / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
creto – concretizar. estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
• Consoante de ligação se o radical não terminar com Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à
“s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar
Exceção: lápis + inho – lapisinho. o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP),
elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra
C) O fonema j de referência até mesmo para a criação de dicionários,
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o
São escritas com G e não J significado). Na Internet, o endereço é www.academia.
• Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, org.br.
gesso.
• Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, Informações importantes
gim.
LÍNGUA PORTUGUESA

• Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com Formas variantes são as que admitem grafias ou
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, pronúncias diferentes para palavras com a mesma
bege, foge. significação: aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/
Exceção: pajem. quatorze, dependurar/pendurar, flecha/frecha, germe/
gérmen, infarto/enfarte, louro/loiro, percentagem/
• Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, porcentagem, relampejar/relampear/relampar/
litígio, relógio, refúgio. relampadar.

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Os símbolos das unidades de medida são escritos ONDE / AONDE
sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar
plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, Onde = empregado com verbos que não expressam
20km, 120km/h. a ideia de movimento = Onde você está?
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
Na indicação de horas, minutos e segundos, não que expressam movimento = Aonde você vai?
deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h,
22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três MAU / MAL
minutos e trinta e quatro segundos).
O símbolo do real antecede o número sem espaço: Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma como qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um
barra vertical ($). mau elemento.

Alguns Usos Ortográficos Especiais Mal = pode ser usado como


1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”,
POR QUE / POR QUÊ / PORQUÊ / PORQUE “logo que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.
2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi
POR QUE (separado e sem acento) mal na prova?
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou
É usado em: pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal
1. interrogações diretas (longe do ponto de não compensa.
interrogação) = Por que você não veio ontem?
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
que faltara à aula ontem.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” =
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Ignoro o motivo por que ele se demitiu.
Cochar - Português linguagens: volume 1. – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
POR QUÊ (separado e com acento)
AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Usos:
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
1. como pronome interrogativo, quando colocado no
fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Você faltou. Por quê? Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo:
2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por Saraiva, 2002.
quê?
SITE
PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico) Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
aulas/portugues/ortografia>
Usos:
1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale Hífen
a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na
escrita (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado
ponto final) = Compre agora, porque há poucas para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-
peças. presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos
2. como conjunção subordinativa causal, substituível a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de
porque se antecipou. uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa;
compa-/nheiro).
PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma
Usos: Ortográfica:
1. como substantivo, com o sentido de “causa”, 1. Em palavras compostas por justaposição que for-
mam uma unidade semântica, ou seja, nos termos
LÍNGUA PORTUGUESA

“razão” ou “motivo”, admitindo pluralização


(porquês). Geralmente é precedido por artigo = que se unem para formam um novo significado:
Não sei o porquê da discussão. É uma pessoa cheia tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-
de porquês. -coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva,
arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer,
abóbora-menina, erva-doce, feijão-verde.

11
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-núme- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h”
ro, recém-casado. inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas al- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
gumas exceções continuam por já estarem con- o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
sagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, coobrigação, coordenar, coocupante, coautor,
mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-colônia, coedição, coexistir, etc.
queima-roupa, deus-dará. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte noção de composição: pontapé, girassol,
Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas paraquedas, paraquedista, etc.
combinações históricas ou ocasionais: Áustria- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”:
-Hungria, Angola-Brasil, etc. benfeito, benquerer, benquerido, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
per- quando associados com outro termo que é Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas
iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super- correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento
-racional, etc. seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-di- predeterminado, pressuposto, propor.
retor, ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, humano, super-realista, alto-mar.
etc. Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
abraça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
10. Nas formações em que o prefixo tem como se- autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-he-
pático, geo-história, neo-helênico, extra-humano, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
semi-hospitalar, super-homem. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
prefixo termina com a mesma vogal do segundo
elemento: micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, SITE
auto-observação, etc. Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
aulas/portugues/ortografia>
O hífen é suprimido quando para formar outros
termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.

#FicaDica
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ao separar palavras na translineação
(mudança de linha), caso a última palavra a 1. (EBSERH – TÉCNICO EM FARMÁCIA- AOCP-2015)
ser escrita seja formada por hífen, repita-o Assinale a alternativa em que as palavras estão grafadas
na próxima linha. Exemplo: escreverei anti- corretamente.
inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”.
Na próxima linha escreverei: “-inflamatório” a) Extrovertido – extroverção.
(hífen em ambas as linhas). Devido à b) Disponível – disponibilisar.
diagramação, pode ser que a repetição do c) Determinado – determinassão.
hífen na translineação não ocorra em meus d) Existir – existência.
conteúdos, mas saiba que a regra é esta! e) Característica – caracterizasão.

Resposta: Letra D
B) Não se emprega o hífen: Em “a”: Extrovertido / extroverção = extroversão
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo Em “b”: Disponível / disponibilisar = disponibilizar
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em Em “c”: Determinado / determinassão = determinação
“r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas Em “d”: Existir / existência = corretas
consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, Em “e”: Característica / caracterizasão = caracterização
LÍNGUA PORTUGUESA

microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.


2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo 2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL
termina em vogal e o segundo termo inicia-se com I – CESGRANRIO-2018) O termo destacado está grafado
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, de acordo com as exigências da norma-padrão da língua
autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, portuguesa em:
plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.

12
a) O estagiário foi mal treinado, por isso não desempe- a) Descoberta a conspiração, enquanto os outros não
nhava satisfatoriamente as tarefas solicitadas pelos procuravam outra coisa se não salvar-se, ele revelou
seus superiores. a mais heróica força de ânimo, chamando a si toda a
b) O time não jogou mau no último campeonato, apesar culpa.
de enfrentar alguns problemas com jogadores des- b) Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da profissão
controlados. que lhe valera o apelido.
c) O menino não era mal aluno, somente tinha dificul- c) Não obstante, foi ele talvez o único a demonstrar fé,
dade em assimilar conceitos mais complexos sobre os entusiasmo e coragem na aventura de 89.
temas expostos. d) A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da Cos-
d) Os funcionários perceberam que o chefe estava de ta, Alvarenga eram homens requintados, letrados, a
mal humor porque tinha sofrido um acidente de carro quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes sempre
na véspera. lutara pela subsistência.
e) Os participantes compreendiam mau o que estava e) Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim, enfren-
sendo discutido, por isso não conseguiam formular tou a pena última.
perguntas.
Resposta: Letra A
Resposta: Letra A Em “a”: Descoberta a conspiração, enquanto os outros
Mal = advérbio (antônimo de “bem”) / mau = adjetivo não procuravam outra coisa se não salvar-se (senão se
(antônimo de “bom”). Para saber quando utilizar um salvar) , ele revelou a mais heróica (heroica) força de
ou outro, a dica é substituir por seu antônimo. Se a ânimo, chamando a si toda a culpa.
frase ficar coerente, saberemos qual dos dois deve ser Em “b”: Antes de alistar-se na tropa paga, vivera da
utilizado. Por exemplo: Cigarro faz mal/mau à saúde profissão que lhe valera o apelido = correta
= Cigarro faz bem à saúde. A frase ficou coerente – Em “c”: Não obstante, foi ele talvez o único a
embora errada em termos de saúde! Então, a maneira demonstrar fé, entusiasmo e coragem na aventura de
correta é “Cigarro faz mal à saúde”. 89 = correta
Vamos aos itens: Em “d”: A verdade é que Gonzaga, Cláudio Manuel da
Em “a”: O estagiário foi mal (bem) treinado = correta Costa, Alvarenga eram homens requintados, letrados,
Em “b”: O time não jogou mau (bem)no último a quem a vida corria fácil, ao passo que o alferes
campeonato = mal sempre lutara pela subsistência = correta
Em “c”: O menino não era mal (bom) aluno = mau Em “e”: Com coragem, serenidade e lucidez, até o fim,
Em “d”: Os funcionários perceberam que o chefe enfrentou a pena última = correta
estava de mal (bom) humor = mau
Em “e”: Os participantes compreendiam mau (bem) o 5. (TJ-MG – OFICIAL JUDICIÁRIO – COMISSÁRIO DA
que estava sendo discutido = mal INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – CONSULPLAN-2017)
Estabeleça a associação correta entre a 1.ª coluna e a 2.ª
3. (TRANSPETRO – TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR – considerando o emprego do por que / porque.
CESGRANRIO-2018) Obedecem às regras ortográficas (1) “Muitas pessoas se perguntam por que há tão poucas
da língua portuguesa as palavras mulheres [...].”
(2) “Misoginia é o ódio contra as mulheres apenas porque
a) admissão, paralisação, impasse são mulheres.”
b) bambusal, autorização, inspiração ( ) Faltei _____________ você estava doente.
c) consessão, extresse, enxaqueca ( ) Todos sabem _____________ não poderei estar presente.
d) banalisação, reexame, desenlace ( ) Não se sabe ____________realizou tal procedimento.
e) desorganisação, abstração, cassação ( ) Este ponto de vista é _________não há manifestação de
outro pensamento.
Resposta: Letra A
Em “a”: admissão / paralisação / impasse = corretas A sequência está correta em:
Em “b”: bambusal = bambuzal / autorização / a) 1, 1, 1, 2
inspiração b) 1, 2, 1, 2
Em “c”: consessão = concessão / extresse = estresse / c) 2, 1, 1, 2
enxaqueca d) 2, 2, 2, 1
Em “d”: banalisação = banalização / reexame /
desenlace Resposta: Letra C
Em “e”: desorganisação = desorganização / abstração Faltei porque você estava doente. = conjunção causal
LÍNGUA PORTUGUESA

/ cassação Todos sabem por que não poderei estar presente. = dá


para substituir por “a causa pela qual”
4. (MPU – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – Não se sabe por que realizou tal procedimento. =
ESAF-2004-ADAPTADA) Na questão abaixo, baseada substituir por “a causa”
em Manuel Bandeira, escolha o segmento do texto que Este ponto de vista é porque não há manifestação de
não está isento de erros gramaticais e de ortografia, outro pensamento. = conjunção causal
considerando-se a ortodoxia gramatical. Teremos: 2, 1, 1, 2

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6. (TJ-SC – TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR – FGV- Os acentos
2018) “Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele
só usava meias vermelhas”. Nesse segmento do texto 1 A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”
há um erro gramatical, que é: e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas
letras representam as vogais tônicas de palavras
a) empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe cercaram”; como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o”
b) haver vírgula após a expressão “Um dia”; indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói –
c) usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o perguntaram”; céu (ditongos abertos).
d) grafar-se “porque” em vez de “por que”; B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras
e) escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs .
Resposta: Letra D C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
“Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
usava meias vermelhas” D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi
Em “a”: empregar-se “o cercaram” em lugar de “lhe totalmente abolido das palavras. Há uma exceção:
cercaram”; = está correto, pois o “o” funciona como é utilizado em palavras derivadas de nomes
objeto direto (sem preposição) próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller)
Em “b”: haver vírgula após a expressão “Um dia”; = está E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam
correto, pois separa o advérbio no início do período vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
Em “c”: usar-se “lhe perguntaram” em lugar de “o
perguntaram”; = está correto (o “lhe” é objeto indireto Regras fundamentais
– perguntaram o que a quem)
Em “d”: grafar-se “porque” em vez de “por que”; A) Palavras oxítonas:acentuam-se todas as oxítonas
Em “e”: escrever-se “só usava” em lugar de “usava só”. terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não
= correto, pois se invertermos haverá mudança de do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
sentido (ele usava só meias, nenhuma outra peça de Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
roupa). Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
A incorreção está no uso de “porque” no lugar de “por seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
que”, já que se trata de uma pergunta indireta. Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo

B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas


ACENTUAÇÃO GRÁFICA terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
ACENTUAÇÃO l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
fórceps
Quanto à acentuação, observamos que algumas ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
outra. Por isso, vamos às regras!
#FicaDica
Regras básicas
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que
A acentuação tônica está relacionada à intensidade esta palavra apresenta as terminações das
com que são pronunciadas as sílabas das palavras. paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U
Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas Assim ficará mais fácil a memorização!
com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são
classificadas como: C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre quando a sua antepenúltima sílaba é tônica
a última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – (mais forte). Quanto à regra de acentuação:
papel todas as proparoxítonas são acentuadas,
Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima independentemente de sua terminação: árvore,
paralelepípedo, cárcere.
LÍNGUA PORTUGUESA

sílaba: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível


Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima
sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus Regras especiais

Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré. de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

14
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos,
FIQUE ATENTO! formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas
Se os ditongos abertos estiverem em uma paroxítonas):
palavra oxítona (herói) ou monossílaba
(céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Antes Agora feiúra feiura
assembléia assembleia Sauípe Sauipe

idéia ideia O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi


geléia geleia abolido:
jibóia jiboia
Antes Agora
apóia (verbo apoiar) apoia
crêem creem
paranóico paranoico
lêem leem
Acento Diferencial vôo voo

Representam os acentos gráficos que, pelas regras enjôo enjoo


de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados
para diferenciar classes gramaticais entre determinadas
palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X
#FicaDica
por (preposição) / pôde (pretérito perfeito do Indicativo do Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os
verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbos que, no plural, dobram o “e”, mas
verbo). que não recebem mais acento como antes:
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: CRER, DAR, LER e VER.
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, Repare:
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, O menino crê em você. / Os meninos creem
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. em você.
Os demais casos de acento diferencial não são Elza lê bem! / Todas leem bem!
mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos
(substantivo), pelo (preposição). Seus significados e que os garotos deem o recado!
classes gramaticais são definidos pelo contexto. Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Polícia para o trânsito para que se realize a operação Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! /
planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, Eles vêm à tarde!
conjunção (com relação de finalidade).

As formas verbais que possuíam o acento tônico na


#FicaDica raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com
um verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, Antes Agora
“por” é preposição: Faço isso por você. / apazigúe (apaziguar) apazigue
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
Regra do Hiato
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles
segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, vêm (verbo vir). A regra prevalece também para os verbos
conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm,
haverá acento: saída – faísca – baú – país – Luís
ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato
LÍNGUA PORTUGUESA

– eles convêm.
quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
estiverem seguidas do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

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SITE Resposta: Errado
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ O emprego do acento gráfico nas palavras “metálica”,
gramatica/acentuacao.htm> “acúmulo” e “imóveis” justifica-se com base na mesma
regra de acentuação.
metálica = proparoxítona / acúmulo = proparoxítona /
imóveis = paroxítona terminada em ditongo
EXERCÍCIOS COMENTADOS
4. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
1. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – EXATUS-2015) CESGRANRIO-2018) A palavra que precisa ser acentuada
Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela graficamente para estar correta quanto às normas em
mesma razão que “Bíblia”: vigor está destacada na seguinte frase:

a) íris. a) Todo escritor de novela tem o desejo de criar um


b) estórias. personagem inesquecível.
c) queríamos. b) Os telespectadores veem as novelas como um espelho
d) aí. da realidade.
e) páginas. c) Alguns novelistas gostam de superpor temas sociais
com temas políticos.
Resposta: Letra B d) Para decorar o texto antes de gravar, cada ator rele
“Bíblia” = esta é acentuada por ser uma paroxítona sua fala várias vezes.
terminada em ditongo. e) Alguns atores de novela constroem seus personagens
Em “a”, íris = paroxítona terminada em i(s) fazendo pesquisa.
Em “b”, estórias = paroxítona terminada em ditongo
Em “c”, queríamos = proparoxítona Resposta: Letra D
Em “d”, aí = regra do hiato Em “a”: Todo escritor de novela tem = singular (não
Em “e”, páginas = proparoxítona acentuado)
Em “b”: Os telespectadores veem = correta - plural
2. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – FADESP-2018) dobra o “e” (perdeu o acento com o Acordo)
A sequência de palavras cujos acentos são empregados Em “c”: Alguns novelistas gostam de superpor =
pelo mesmo motivo é correta
Em “d”: Para decorar o texto antes de gravar, cada ator
a) público, função, dói. rele = relê (oxítona)
b) burocráticos, próximo, século. Em “e”: Alguns atores de novela constroem = correta
c) será, aí, é, está.
d) glória, exercício, publicação. 5. (TJ-SP - ANALISTA EM COMUNICAÇÃO E
e) hábito, bancário, poética. PROCESSAMENTO DE DADOS JUDICIÁRIO –
VUNESP/2012) Seguem a mesma regra de acentuação
Resposta: Letra B gráfica relativa às palavras paroxítonas:
Em “a”, público = proparoxítona / função = o til tem
função de nasalizar (indicar som fechado) / dói = a) probatório; condenatório; crédito.
monossílabo formado por ditongo aberto b) máquina; denúncia; ilícita.
Em “b”, burocráticos = proparoxítona / próximo = c) denúncia; funcionário; improcedência.
proparoxítona / século = proparoxítona d) máquina; improcedência; probatório.
Em “c”, será = oxítona terminada em ‘a” / aí = regra do e) condenatório; funcionário; frágil.
hiato / é = (verbo) monossílabo tônico terminado em
“e” / está = (verbo) oxítona terminada em “a” Resposta: Letra C
Em “d”, glória = paroxítona terminada em ditongo Vamos a elas:
/ exercício = paroxítona terminada em ditongo / Em “a”: probatório = paroxítona terminada em ditongo
publicação = o til indica nasalização (som fechado) / condenatório = paroxítona terminada em ditongo /
Em “e”, hábito = (substantivo) proparoxítona / crédito = proparoxítona.
bancário = paroxítona terminada em ditongo / poética Em “b”: máquina = proparoxítona / denúncia
= proparoxítona = paroxítona terminada em ditongo / ilícita =
proparoxítona.
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÍVEL SUPERIOR – Em “c”: Denúncia = paroxítona terminada em ditongo
CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE-2014) O emprego / funcionário = paroxítona terminada em ditongo /
LÍNGUA PORTUGUESA

do acento gráfico nas palavras “metálica”, “acúmulo” improcedência = paroxítona terminada em ditongo
e “imóveis” justifica-se com base na mesma regra de Em “d”: máquina = proparoxítona / improcedência
acentuação. = paroxítona terminada em ditongo / probatório =
paroxítona terminada em ditongo
( ) CERTO ( ) ERRADO Em “e”: condenatório = paroxítona terminada em
ditongo / funcionário = = paroxítona terminada em
ditongo / Frágil = paroxítona terminada em “l”

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Observe outros exemplos:
6. (TJ-AC – TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA
- CESPE/2012) As palavras “conteúdo”, “calúnia” e de águia aquilino
“injúria” são acentuadas de acordo com a mesma regra
de acentuação gráfica. de aluno discente
de anjo angelical
( ) CERTO ( ) ERRADO
de ano anual
Resposta: Errado de aranha aracnídeo
“Conteúdo” = regra do hiato / calúnia = paroxítona de boi bovino
terminada em ditongo / injúria = paroxítona terminada
de cabelo capilar
em ditongo.
de cabra caprino
7. (TRE-AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre de campo campestre ou rural
as frases que seguem, a única correta é:
de chuva pluvial
a) Ele se esqueceu de que? de criança pueril
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui- de dedo digital
lo entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas. de estômago estomacal ou gástrico
d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos de falcão falconídeo
funcionários. de farinha farináceo
e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
de fera ferino
Resposta: Letra E de ferro férreo
Em “a”: Ele se esqueceu de que? = quê? de fogo ígneo
Em “b”: Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu
para distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes. de garganta gutural
Em “c”: Embora devêssemos (devêssemos), não fomos de gelo glacial
excessivos nas críticas.
de guerra bélico
Em “d”: O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às
reivindicações dos funcionários. de homem viril ou humano
Em “e”: Não sei por que ele mereceria minha de ilha insular
consideração.
de inverno hibernal ou invernal
de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS. de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
CLASSES DE PALAVRAS
de madeira lígneo
1. ADJETIVO de mestre magistral
de ouro áureo
É a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, de paixão passional
concordando com este em gênero e número. de pâncreas pancreático
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de porco suíno ou porcino
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução adjetiva
de sonho onírico
Locução = reunião de palavras. Sempre que são de velho senil
necessárias duas ou mais palavras para falar sobre a de vento eólico
LÍNGUA PORTUGUESA

mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição


+ substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a de vidro vítreo ou hialino
Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). de virilha inguinal
Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem
de visão óptico ou ótico
freio (paixão desenfreada).

17
Observação: Flexão dos adjetivos
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo
correspondente, com o mesmo significado: Vi as alunas O adjetivo varia em gênero, número e grau.
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
Gênero dos Adjetivos
Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função referem (masculino e feminino). De forma semelhante
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, aos substantivos, classificam-se em:
atuando como adjunto adnominal ou como predicativo
(do sujeito ou do objeto). A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau
Adjetivo Pátrio (ou gentílico) e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. feminino somente o último elemento: o moço norte-
Observe alguns deles: americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Estados e cidades brasileiras:
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o
Alagoas alagoano masculino como para o feminino: homem feliz e
mulher feliz.
Amapá amapaense Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
Aracaju aracajuano ou aracajuense feminino: conflito político-social e desavença político-social.
Amazonas amazonense ou baré
Número dos Adjetivos
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
Cabo Frio cabo-friense
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
Campinas campineiro ou campinense substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e
ruins, boa e boas.
Adjetivo Pátrio Composto Caso o adjetivo seja uma palavra que também
exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja,
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro se a palavra que estiver qualificando um elemento for,
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma
erudita. Observe alguns exemplos: primitiva. Exemplo: a palavra cinza é, originalmente, um
substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento,
África afro- / Cultura afro-americana funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
camisas cinza, ternos cinza.
germano- ou teuto-/Competições Motos vinho (mas: motos verdes)
Alemanha
teuto-inglesas Paredes musgo (mas: paredes brancas).
américo- / Companhia américo- Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
América
africana
belgo- / Acampamentos belgo-
Bélgica B) Adjetivo Composto
franceses
É aquele formado por dois ou mais elementos.
China sino- / Acordos sino-japoneses Normalmente, esses elementos são ligados por hífen.
Espanha hispano- / Mercado hispano-português Apenas o último elemento concorda com o substantivo
Europa euro- / Negociações euro-americanas a que se refere; os demais ficam na forma masculina,
singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo
franco- ou galo- / Reuniões franco- composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo
França
italianas composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa”
Grécia greco- / Filmes greco-romanos é, originalmente, um substantivo, porém, se estiver
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo.
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um
LÍNGUA PORTUGUESA

Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o


Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja:
Camisas rosa-claro.
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.

18
Observação: • Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, • Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
vestidos cor-de-rosa. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois
elementos flexionados: crianças surdas-mudas. Observe alguns superlativos sintéticos:

Grau do Adjetivo
benéfico beneficentíssimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a bom boníssimo ou ótimo
intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do comum comuníssimo
adjetivo: o comparativo e o superlativo.
cruel crudelíssimo
A) Comparativo difícil dificílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica doce dulcíssimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais
características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo fácil facílimo
pode ser de igualdade, de superioridade ou de fiel fidelíssimo
inferioridade.
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
No comparativo de igualdade, o segundo termo da seres. Essa relação pode ser:
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto • De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
ou quão. todas.
• De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de todas.
Superioridade
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,
Inferioridade antepostos ao adjetivo.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. - de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo
São eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/ radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo
superior, grande/maior, baixo/inferior. ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é
constituída do radical do adjetivo português + o sufixo
Observe que: -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
• As formas menor e pior são comparativos de Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
superioridade, pois equivalem a mais pequeno e com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os
mais mau, respectivamente. terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo,
• Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas cheio – cheíssimo.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em
comparações feitas entre duas qualidades de um REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno.
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
Por exemplo:
– São Paulo: Saraiva, 2010.
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
elementos.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
Português: novas palavras: literatura, gramática,
duas qualidades de um mesmo elemento.
redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de
Inferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante. SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/morf/morf32.php>
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito
elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou 2. ADVÉRBIO
relativo e apresenta as seguintes modalidades:
Compare estes exemplos:
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a O ônibus chegou.
qualidade de um ser é intensificada, sem relação com O ônibus chegou ontem.
outros seres. Apresenta-se nas formas:

19
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o embaixo, externamente, a distância, à distância de,
sentido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
tempo, de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e ao lado, em volta.
do próprio advérbio. B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente,
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
(bem) agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um constantemente, entrementes, imediatamente,
adjetivo (claros) primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às
vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em
Quando modifica um verbo, o advérbio pode quando, de quando em quando, a qualquer momento,
acrescentar ideia de: de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior,
Tempo: Ela chegou tarde.
depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às
Lugar: Ele mora aqui.
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos
Modo: Eles agiram mal.
poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em
Negação: Ela não saiu de casa.
geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em
Dúvida: Talvez ele volte. vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”:
calmamente, tristemente, propositadamente,
Flexão do Advérbio pacientemente, amorosamente, docemente,
escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto,
apresentam variação em gênero e número. Alguns efetivamente, certo, decididamente, deveras,
advérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe: indubitavelmente.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum,
A) Grau Comparativo de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente,
modo que o comparativo do adjetivo: provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por
• de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- certo, quem sabe.
nato fala tão alto quanto João. G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em
• de inferioridade: menos + advérbio + que (do excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto,
que): Renato fala menos alto do que João. quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo,
• de superioridade: nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,
extremamente, intensamente, grandemente, bem
A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato (quando aplicado a propriedades graduáveis).
fala mais alto do que João. H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão,
A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato somente, simplesmente, só, unicamente. Por
fala melhor que João. exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das
árvores.
B) Grau Superlativo I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente,
também. Por exemplo: O indivíduo também
O superlativo pode ser analítico ou sintético:
amadurece durante a adolescência.
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio:
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
Renato fala muito alto.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer
muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
aos meus amigos por comparecerem à festa.
de modo
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala Saiba que:
altíssimo. Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
Observação: o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são tarde possível.
comuns na língua popular. Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
Maria mora pertinho daqui. (muito perto) em geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu
A criança levantou cedinho. (muito cedo) calma e respeitosamente.

Classificação dos Advérbios Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido


LÍNGUA PORTUGUESA

De acordo com a circunstância que exprime, o Há palavras como muito, bastante, que podem
advérbio pode ser de: aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.

20
Quanto a sua função sintática: o advérbio e a
#FicaDica locução adverbial desempenham na oração a função
de adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as
Como saber se a palavra bastante é circunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou
advérbio (não varia, não se flexiona) ou ao advérbio. Exemplo:
pronome indefinido (varia, sofre flexão)? Se Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto
der, na frase, para substituir o “bastante” por adverbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
“muito”, estamos diante de um advérbio; se Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de
der para substituir por “muitos” (ou muitas), intensidade e de tempo, respectivamente.
é um pronome. Veja:
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
(estudei muitos capítulos) = pronome – São Paulo: Saraiva, 2010.
indefinido AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Advérbios Interrogativos Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? SITE


por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: secoes/morf/morf75.php>

Interrogação Direta Interrogação Indireta 3. ARTIGO


Como aprendeu? Perguntei como aprendeu O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Onde mora? Indaguei onde morava se como o termo variável que serve para individualizar ou
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Por que choras? Não sei por que choras
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Aonde vai? Perguntei aonde ia Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as
Donde vens? Pergunto donde vens variações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]).
Quando voltas? Pergunto quando voltas
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
Locução Adverbial
determinados, expressos de forma individual: O
concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam
Quando há duas ou mais palavras que exercem
muito.
função de advérbio, temos a locução adverbial, que
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres
pode expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam
de modo vago, impreciso: Uma candidata foi
ordinariamente por uma preposição. Veja:
aprovada! Umas candidatas foram aprovadas!
A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto,
para dentro, por aqui, etc.
Circunstâncias em que os artigos se manifestam:
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão,
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois
em geral, frente a frente, etc.
do numeral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
conteúdo.
hoje em dia, nunca mais, etc.
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos)
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo,
Janeiro, Veneza, A Bahia...
o adjetivo e outro advérbio:
Quando indicado no singular, o artigo definido pode
Chegou muito cedo. (advérbio)
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Joana é muito bela. (adjetivo)
No caso de nomes próprios personativos, denotando
De repente correram para a rua. (verbo)
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
do artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O
Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
LÍNGUA PORTUGUESA

Pedro é o xodó da família.


mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
No caso de os nomes próprios personativos estarem
Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
os Incas, Os Astecas...
O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é
advérbio: Cheguei primeiro.
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.

21
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Classificação da Conjunção
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe) De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
facultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade
ideia de aproximação numérica: O máximo que ele deve de sentido que cada um dos elementos possui. Já no
ter é uns vinte anos. segundo caso, cada um dos elementos ligados pela
O artigo também é usado para substantivar palavras conjunção depende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
porquê de tudo isso. / O bem vence o mal. Podemos separá-las por ponto:
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
Há casos em que o artigo definido não pode ser
usado: Temos acima um exemplo de conjunção (e,
consequentemente, orações coordenadas) coordenativa
Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas – “mas”. Já em:
conhecidas: O professor visitará Roma. Espero que eu seja aprovada no concurso!
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a
presença do artigo será obrigatória: O professor visitará Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
a bela Roma. a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração
principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período
Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria temos uma oração subordinada substantiva objetiva
sairá agora? direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da
oração principal).
Exceção: O senhor vai à festa?
Conjunções Coordenativas
Após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o
São aquelas que ligam orações de sentido completo
candidato cuja nota foi a mais alta.
e independente ou termos da oração que têm a mesma
função gramatical. Subdividem-se em:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e
– São Paulo: Saraiva, 2010. não), não só... mas também, não só... como também,
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: bem como, não só... mas ainda.
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. A sua pesquisa é clara e objetiva.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Não só dança, mas também canta.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras,
Cochar - Português linguagens: volume 1– 7.ª ed. Reform. expressando ideia de contraste ou compensação.
– São Paulo: Saraiva, 2010. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
no entanto, não obstante.
SITE Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/artigo.htm> C) Alternativas: ligam orações ou palavras,
expressando ideia de alternância ou escolha,
4. CONJUNÇÃO indicando fatos que se realizam separadamente.
São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer,
Além da preposição, há outra palavra também seja... seja, talvez... talvez.
invariável que, na frase, é usada como elemento de Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou
duas palavras de mesma função em uma oração: D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São Paulo. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. conseguinte, por isso, assim.
LÍNGUA PORTUGUESA

Marta estava bem preparada para o teste, portanto


Morfossintaxe da Conjunção não ficou nervosa.
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
As conjunções, a exemplo das preposições, não
exercem propriamente uma função sintática: são E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
conectivos. que a explica, que justifica a ideia nela contida. São
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

22
Não demore, que o filme já vai começar.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! #FicaDica

Conjunções Subordinativas Você deve ter percebido que a conjunção


condicional “se” também é conjunção
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma integrante. A diferença é clara ao ler as
delas dependente da outra. A oração dependente, orações que são introduzidas por ela. Acima,
introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o ela nos dá a ideia da condição para que
nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já recebamos um telefonema (se for preciso
tinha começado quando ela chegou. ajuda). Já na oração: Não sei se farei o
O baile já tinha começado: oração principal concurso. = Não há ideia de condição
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração
ela chegou: oração subordinada principal (sei) pede complemento (objeto
direto, já que “quem não sabe, não sabe
As conjunções subordinativas subdividem-se em algo”). Portanto, a oração em destaque
integrantes e adverbiais: exerce a função de objeto direto da oração
principal, sendo classificada como oração
Integrantes - Indicam que a oração subordinada subordinada substantiva objetiva direta.
por elas introduzida completa ou integra o sentido
da principal. Introduzem orações que equivalem D) Conformativas: introduzem uma oração que
a substantivos, ou seja, as orações subordinadas exprime a conformidade de um fato com outro.
substantivas. São elas: que, se. São elas: conforme, como (= conforme), segundo,
Quero que você volte. (Quero sua volta) consoante, etc.
O passeio ocorreu como havíamos planejado.
Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
exerce a função de adjunto adverbial da principal. De E) Finais: introduzem uma oração que expressa
acordo com a circunstância que expressam, classificam- a finalidade ou o objetivo com que se realiza a
se em: oração principal. São elas: para que, a fim de que,
que, porque (= para que), que, etc.
A) Causais: introduzem uma oração que é causa da Toque o sinal para que todos entrem no salão.
ocorrência da oração principal. São elas: porque,
que, como (= porque, no início da frase), pois que, F) Proporcionais: introduzem uma oração que
visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde expressa um fato relacionado proporcionalmente
que, etc. à ocorrência do expresso na principal. São elas: à
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. medida que, à proporção que, ao passo que e as
combinações quanto mais... (mais), quanto menos...
B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa (menos), quanto menos... (mais), quanto menos...
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, (menos), etc.
impedir sua realização. São elas: embora, ainda O preço fica mais caro à medida que os produtos
que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por escasseiam.
mais que, posto que, conquanto, etc.
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica em que, na medida que e na medida em que.
a hipótese ou a condição para ocorrência da
principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, G) Temporais: introduzem uma oração que
a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. acrescenta uma circunstância de tempo ao fato
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. expresso na oração principal. São elas: quando,
enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as
vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora
que, mal (= assim que), etc.
A briga começou assim que saímos da festa.

H) Comparativas: introduzem uma oração que


LÍNGUA PORTUGUESA

expressa ideia de comparação com referência à


oração principal. São elas: como, assim como, tal
como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem,
que (combinado com menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

23
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, puxa: interjeição; tom da fala: decepção
de modo que, sem que (= que não), de forma que, de
jeito que, que (tendo como antecedente na oração As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo
tamanho), etc. alegria, tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do interessante!
exame. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da
minha frente.
FIQUE ATENTO!
As interjeições podem ser formadas por:
Muitas conjunções não têm classificação • simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
única, imutável, devendo, portanto, ser • palavras: Oba! Olá! Claro!
classificadas de acordo com o sentido que • grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
apresentam no contexto (destaque da Zê!). Deus! Ora bolas!

Classificação das Interjeições


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Comumente, as interjeições expressam sentido de:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Atenção! Olha! Alerta!
Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
– São Paulo: Saraiva, 2010. C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
SITE
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
secoes/morf/morf84.php>
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
te! Essa não! Chega! Basta!
5. INTERJEIÇÃO
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Quei-
ra Deus!
Interjeição é a palavra invariável que exprime
emoções, sensações, estados de espírito. É um recurso da J) Desculpa: Perdão!
linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê!
sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus!
decorrente de uma situação particular, um momento ou Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
um contexto específico. Exemplos: N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! Puxa! Pô! Ora!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!
hum: expressão de um pensamento súbito = Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me,
interjeição Deus!
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio!
O significado das interjeições está vinculado à maneira R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto Saiba que:
em que for utilizada. Exemplos: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
sofrem variação em gênero, número e grau como os
Psiu! nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto
contexto: alguém pronunciando esta expressão e voz como os verbos. No entanto, em uso específico,
na rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te algumas interjeições sofrem variação em grau. Não se
chamando! Ei, espere!” trata de um processo natural desta classe de palavra, mas
tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
LÍNGUA PORTUGUESA

Psiu! Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.


contexto: alguém pronunciando em um hospital;
significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça Locução Interjetiva
silêncio!”
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: euforia Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!

24
Toda frase mais ou menos breve dita em tom As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
exclamativo torna-se uma locução interjetiva, final e penúltimo também indicam posição dos seres,
dispensando análise dos termos que a compõem: mas são classificadas como adjetivos, não ordinais.
Macacos me mordam!, Valha-me Deus!, Quem me dera!
1. As interjeições são como frases resumidas, sinté- C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade,
ticas. Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por ou seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois
essa!) / Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) quintos, etc.
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras dos seres, indicando quantas vezes a quantidade
classes gramaticais podem aparecer como inter- foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora!
Francamente! (Advérbios) Flexão dos numerais
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
-frase” porque sozinha pode constituir uma men- Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
sagem. Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/
Fique quieto! duzentas em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi- quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique- cardinais são invariáveis.
-taque! Quá-quá-quá!, etc.
5. Não se deve confundir a interjeição de apelo «ó» Os numerais ordinais variam em gênero e número:
com a sua homônima «oh!», que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois
do «oh!» exclamativo e não a fazemos depois do primeiro segundo milésimo
«ó» vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe pie- primeira segunda milésima
dosa e pura!” (Olavo Bilac)
primeiros segundos milésimos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS primeiras segundas milésimas
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do
- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática esforço e conseguiram o triplo de produção.
– volume único – 3.ª Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
SITE triplas do medicamento.
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
secoes/morf/morf89.php> número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
duas terças partes.
6. NUMERAL Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
Numeral é a palavra variável que indica quantidade É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa de sentido. É o que ocorre em frases como:
determinada sequência. “Me empresta duzentinho...”
Os numerais traduzem, em palavras, o que os números É artigo de primeiríssima qualidade!
indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de segunda divisão de futebol)
numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem Emprego e Leitura dos Numerais
a ideia expressa pelos números, existem mais algumas
palavras consideradas numerais porque denotam Os numerais são escritos em conjunto de três
quantidade, proporção ou ordenação. São alguns algarismos, contados da direita para a esquerda, em
exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. forma de centenas, dezenas e unidades, tendo cada
conjunto uma separação através de ponto ou espaço
Classificação dos Numerais
correspondente a um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar


A) Cardinais: indicam quantidade exata ou
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
determinada de seres: um, dois, cem mil, etc.
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
Alguns cardinais têm sentido coletivo, como por
No português contemporâneo, não se usa a
exemplo: século, par, dúzia, década, bimestre.
conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em
B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa numa determinada mil novecentos e noventa e dois.
sequência: primeiro, segundo, centésimo, etc. Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

25
Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos
reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
associação. Ficará mais fácil!

Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma
e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua
utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é
dispensado caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
LÍNGUA PORTUGUESA

26
Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


Um Primeiro -
Dois Segundo Dobro, Duplo Meio
Três Terceiro Triplo, Tríplice Terço
Quatro Quarto Quádruplo Quarto
Cinco Quinto Quíntuplo Quinto
Seis Sexto Sêxtuplo Sexto
Sete Sétimo Sétuplo Sétimo
Oito Oitavo Óctuplo Oitavo
Nove Nono Nônuplo Nono
Dez Décimo Décuplo Décimo
Onze Décimo Primeiro - Onze Avos
Doze Décimo Segundo - Doze Avos
Treze Décimo Terceiro - Treze Avos
Catorze Décimo Quarto - Catorze Avos
Quinze Décimo Quinto - Quinze Avos
Dezesseis Décimo Sexto - Dezesseis Avos
Dezessete Décimo Sétimo - Dezessete Avos
Dezoito Décimo Oitavo - Dezoito Avos
Dezenove Décimo Nono - Dezenove Avos
Vinte Vigésimo - Vinte Avos
Trinta Trigésimo - Trinta Avos
Quarenta Quadragésimo - Quarenta Avos
Cinqüenta Quinquagésimo - Cinquenta Avos
Sessenta Sexagésimo - Sessenta Avos
Setenta Septuagésimo - Setenta Avos
Oitenta Octogésimo - Oitenta Avos
Noventa Nonagésimo - Noventa Avos
Cem Centésimo Cêntuplo Centésimo
Duzentos Ducentésimo - Ducentésimo
Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo
Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo
Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo
Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo
Setecentos Septingentésimo Septingentésimo
Oitocentos Octingentésimo Octingentésimo
Nongentésimo ou
Novecentos Nongentésimo
Noningentésimo
Mil Milésimo Milésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

Milhão Milionésimo Milionésimo


Milhão Bilionésimo Bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

27
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
SITE Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ artigo; o segundo, preposição.
secoes/morf/morf40.php>
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
7. PREPOSIÇÃO lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a
apostila. = Nós a trouxemos.
Preposição é uma palavra invariável que serve para
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas
normalmente há uma subordinação do segundo termo por meio das preposições:
em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem Destino = Irei a Salvador.
a coesão textual e possuem valores semânticos Modo = Saiu aos prantos.
indispensáveis para a compreensão do texto. Lugar = Sempre a seu lado.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tipos de Preposição Tempo = Chegarei em instantes.
Causa = Chorei de saudade.
A) Preposições essenciais: palavras que atuam ex- Fim ou finalidade = Vim para ficar.
clusivamente como preposições: a, ante, perante, Instrumento = Escreveu a lápis.
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, Posse = Vi as roupas da mamãe.
por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para Autoria = livro de Machado de Assis
com. Companhia = Estarei com ele amanhã.
Matéria = copo de cristal.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes
Meio = passeio de barco.
gramaticais que podem atuar como preposições,
Origem = Nós somos do Nordeste.
ou seja, formadas por uma derivação imprópria:
Conteúdo = frascos de perfume.
como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segun-
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
do, senão, visto.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
lendo como uma preposição, sendo que a última
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas
palavra é uma (preposição): abaixo de, acerca de, locuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução
acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, prepositiva por trás de.
em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
cima de, por trás de. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
gênero ou em número. Exemplo: por + o = pelo / por + – São Paulo: Saraiva, 2010.
a = pela. AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
Essa concordância não é característica da preposição, literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com SITE
outra palavra pode se dar a partir dos processos de: Disponível em: <http://www.infoescola.com/
• Combinação: união da preposição “a” com o artigo portugues/preposicao/>
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos.
Os vocábulos não sofrem alteração. 8. PRONOME
• Contração: união de uma preposição com outra pa-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fone- Pronome é a palavra variável que substitui ou
ma: de + o = do, em + a = na, per + os = pelos, de acompanha um substantivo (nome), qualificando-o de
+ aquele = daquele, em + isso = nisso. alguma forma.
• Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi- O homem julga que é superior à natureza, por isso o
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal homem destrói a natureza...
do pronome “aquilo”). Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é
LÍNGUA PORTUGUESA

superior à natureza, por isso ele a destrói...


O “a” pode funcionar como preposição, pronome Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” termos (homem e natureza).
seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
para determiná-lo como um substantivo singular e Grande parte dos pronomes não possuem significados
feminino: A matéria que estudei é fácil! fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar

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a referência exata daquilo que está sendo colocado até aqui”- comuns na língua oral cotidiana - devem
por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na
exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos
demais pronomes têm por função principal apontar para correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”,
as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando- “Trouxeram-me até aqui”.
lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma Frequentemente observamos a omissão do pronome
específica para cada pessoa do discurso. reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. formas verbais marcam, através de suas desinências, as
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? boa viagem. (Nós)
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
fala]
B) Pronome Oblíquo
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
sentença, exerce a função de complemento verbal
se fala]
(objeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras (objeto indireto)
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número
(singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Observação:
através do pronome seja coerente em termos de gênero O pronome oblíquo é uma forma variante do
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. a função diversa que eles desempenham na oração:
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
nossa escola neste ano. oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação
adequada] tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
adequada] B.1 Pronome Oblíquo Átono
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = São chamados átonos os pronomes oblíquos que
concordância inadequada] não são precedidos de preposição. Possuem acentuação
tônica fraca: Ele me deu um presente.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, Lista dos pronomes oblíquos átonos
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. 1.ª pessoa do singular (eu): me
2.ª pessoa do singular (tu): te
Pronomes Pessoais 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
1.ª pessoa do plural (nós): nos
São aqueles que substituem os substantivos, 2.ª pessoa do plural (vós): vos
indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer FIQUE ATENTO!
referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
Os pronomes o, os, a, as assumem formas
Os pronomes pessoais variam de acordo com as
especiais depois de certas terminações
funções que exercem nas orações, podendo ser do caso
reto ou do caso oblíquo. verbais:

A) Pronome Reto 1. Quando o verbo termina em -z, -s ou


Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, -r, o pronome assume a forma lo, los, la
exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores. ou las, ao mesmo tempo que a terminação
Os pronomes retos apresentam flexão de número, verbal é suprimida. Por exemplo:
gênero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa fiz + o = fi-lo
última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do fazeis + o = fazei-lo
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é dizer + a = dizê-la
assim configurado:
1.ª pessoa do singular: eu 2. Quando o verbo termina em som nasal,
o pronome assume as formas no, nos, na,
LÍNGUA PORTUGUESA

2.ª pessoa do singular: tu


3.ª pessoa do singular: ele, ela nas. Por exemplo:
1.ª pessoa do plural: nós viram + o: viram-no
2.ª pessoa do plural: vós repõe + os = repõe-nos
3.ª pessoa do plural: eles, elas retém + a: retém-na
Esses pronomes não costumam ser usados como tem + as = tem-nas
complementos verbais na língua-padrão. Frases como
“Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu

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B.2 Pronome Oblíquo Tônico B.3 Pronome Reflexivo
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre São pronomes pessoais oblíquos que, embora
precedidos por preposições, em geral as preposições a, funcionem como objetos direto ou indireto, referem-
para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e
exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem recebe a ação expressa pelo verbo.
acentuação tônica forte.
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: Lista dos pronomes reflexivos:
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo lembro disso.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo =
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Guilherme já se preparou.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.
Observe que as únicas formas próprias do pronome
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa 1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio.
(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do 2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes
caso reto. com esta conquista.
As preposições essenciais introduzem sempre 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se
pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome conheceram. / Elas deram a si um dia de folga.
do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o
uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados
desta forma: #FicaDica
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. O pronome é reflexivo quando se refere
Não há nenhuma acusação contra mim. à mesma pessoa do pronome subjetivo
Não vá sem mim. (sujeito): Eu me arrumei e saí.
É pronome recíproco quando indica
Há construções em que a preposição, apesar de reciprocidade de ação: Nós nos amamos. /
surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir Olhamo-nos calados.
uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, O “se” pode ser usado como palavra
o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um expletiva ou partícula de realce, sem ser
pronome, deverá ser do caso reto. rigorosamente necessária e sem função
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. sintática: Os exploradores riam-se de suas
Não vá sem eu mandar. tentativas. / Será que eles se foram?

A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”


está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. C) Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil São pronomes utilizados no tratamento formal,
para mim! cerimonioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
A combinação da preposição “com” e alguns terceira pessoa. Alguns exemplos:
pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
tônicos frequentemente exercem a função de adjunto Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e
adverbial de companhia: Ele carregava o documento religiosos em geral
consigo. Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores,
A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: professores de curso superior, ministros de Estado
Ela veio até mim, mas nada falou. e de Tribunais, governadores, secretários de Estado,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de presidente da República (sempre por extenso)
inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de
prova, até eu! (= inclusive eu) universidades
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
LÍNGUA PORTUGUESA

por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários
são reforçados por palavras como outros, mesmos, de igual categoria
próprios, todos, ambos ou algum numeral. Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes
Você terá de viajar com nós todos. de direito
Estávamos com vós outros quando chegaram as más Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
notícias. cerimonioso
Ele disse que iria com nós três. Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus

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Também são pronomes de tratamento o senhor, Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” singular)
são empregados no tratamento cerimonioso; “você”
e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são Número Pessoa Pronome
largamente empregados no português do Brasil; em
algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em Singular Primeira Meu(s), minha(s)
outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito Singular Segunda Teu(s), tua(s)
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Singular Terceira Seu(s), sua(s)
Observações: Plural Primeira Nosso(s), nossa(s)
Plural Segunda Vosso(s), vossa(s)
1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Plural Terceira Seu(s), sua(s)
tratamento que possuem “Vossa(s)” são emprega-
dos em relação à pessoa com quem falamos: Es-
pero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este Note que:
encontro. A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
a que se refere; o gênero e o número concordam com o
2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram naquele momento difícil.
que Sua Excelência, o Senhor Presidente da Repúbli-
ca, agiu com propriedade. Observações:

3. Os pronomes de tratamento representam uma for- 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resul-
ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlo- tar da alteração fonética da palavra senhor: Muito
cutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Ex- obrigado, seu José.
celência, por exemplo, estamos nos endereçando à
excelência que esse deputado supostamente tem 2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam
para poder ocupar o cargo que ocupa. posse. Podem ter outros empregos, como:
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita anos.
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
possessivos e os pronomes oblíquos empregados lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
em relação a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das 3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Ex-
reconhecidos. celência trouxe sua mensagem?

5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos 4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida livros e anotações.
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos
a chamar alguém de “você”, não poderemos usar 5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
terceira pessoa. seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)

Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos 6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
teus cabelos. (errado) prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo,
para que não ocorra redundância: Coloque tudo
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos nos respectivos lugares.
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
Pronomes Demonstrativos
ou
São utilizados para explicitar a posição de certa
palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos


teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular pode ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.

Pronomes Possessivos A) Em relação ao espaço:


Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical pessoa que fala:
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo Este material é meu.
(coisa possuída).

31
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
pessoa com quem se fala: Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse material em sua carteira é seu? indiquei.)

Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está • mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s):
distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com variam em gênero quando têm caráter reforçativo:
quem se fala: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Aquele material não é nosso. Eu mesma refiz os exercícios.
Vejam aquele prédio! Elas mesmas fizeram isso.
Eles próprios cozinharam.
B) Em relação ao tempo: Os próprios alunos resolveram o problema.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
relação à pessoa que fala: • semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Esta manhã farei a prova do concurso!
• tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado,
porém relativamente próximo à época em que se situa 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
a pessoa que fala: eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este.
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! (ou então: este solteiro, aquele casado) - este se re-
fere à pessoa mencionada em último lugar; aquele,
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um à mencionada em primeiro lugar.
afastamento no tempo, referido de modo vago ou como 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
tempo remoto: irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Naquele tempo, os professores eram valorizados. 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de,
em com pronome demonstrativo: àquele, àquela,
C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se falará
deste, desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no
ou escreverá):
que estava vendo. (no = naquilo)
Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se
Pronomes Indefinidos
falará:
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática,
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso,
ortografia, concordância.
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende quantidade indeterminada.
fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais plantadas.
desejamos!
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Este e aquele são empregados quando se quer fazer de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
termo referido em primeiro lugar e este para o referido humano que seguramente existe, mas cuja identidade é
por último: desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:

Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o


Paulo; este está mais bem colocado que aquele. (= este lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano,
ou beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Algo o incomoda?
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Quem avisa amigo é.
Paulo; aquele está mais bem colocado que este. (= este
[São Paulo], aquele [Palmeiras]) B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s),
invariáveis, observe: certa(s).
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
LÍNGUA PORTUGUESA

aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que:
Também aparecem como pronomes demonstrativos: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
• o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito,
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum,
aquilo. nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),

32
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, Note que:
tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
vários, várias. sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
Menos palavras e mais ações. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Alguns se contentam pouco. seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
variáveis e invariáveis. Observe: a qual)
• Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, quais)
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos, as quais)
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas,
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
• Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
algo, cada.
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo (que podem ter várias classificações) são pronomes
querer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra relativos. Todos eles são usados com referência à
cujo plural é feito em seu interior). pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
determinadas preposições: Regressando de São Paulo,
Todo e toda no singular e junto de artigo significa visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado.
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade. Veja:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, que
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) me deixou encantado (quem me deixou encantado: o
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) sítio ou minha tia?).
Trabalho todo dia. (= todos os dias) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, utiliza-se o qual / a qual)
cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
(que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
ou outra, etc. O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda
Cada um escolheu o vinho desejado. com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o
consequente (o ser possuído, com o qual concorda
Pronomes Relativos em gênero e número); não se usa artigo depois deste
São aqueles que representam nomes já mencionados pronome; “cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais,
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem das quais.
as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre
outros = oração subordinada adjetiva).
Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do
pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui!
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
(referiu-se a)
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o “Quanto” é pronome relativo quando tem por
pronome demonstrativo o, a, os, as. antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações)
Não sei o que você está querendo dizer. e tudo:
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
expresso. Emprestei tantos quantos foram necessários.
Quem casa, quer casa. (antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.


LÍNGUA PORTUGUESA

Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os (antecedente)
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
quantas. O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. precedido de preposição.
É um professor a quem muito devemos.
(preposição)

33
“Onde”, como pronome relativo, sempre possui que eu estava fazendo.
antecedente e só pode ser utilizado na indicação de B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
lugar: A casa onde morava foi assaltada. mim o que eu estava fazendo.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
morávamos no exterior. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as Cochar - Português linguagens: volume 2 – 7.ª ed. Reform.
palavras: – São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
• como (= pelo qual) – desde que precedida das literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
palavras modo, maneira ou forma: CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Não me parece correto o modo como você agiu semana Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
passada. Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002.
• quando (= em que) – desde que tenha como
antecedente um nome que dê ideia de tempo: SITE
Bons eram os tempos quando podíamos jogar Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
videogame. secoes/morf/morf42.php>

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações Colocação Pronominal


numa só frase.
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
esporte. pronomes oblíquos átonos na frase.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode #FicaDica


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
gente que conversava, (que) ria, observava. Pronome Oblíquo é aquele que exerce a
função de complemento verbal (objeto). Por
Pronomes Interrogativos isso, memorize:
São usados na formulação de perguntas, sejam OBlíquo = OBjeto!
elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes
indefinidos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo
impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual Embora na linguagem falada a colocação dos
(e variações), quanto (e variações). pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas
Com quem andas? normas devem ser observadas na linguagem escrita.
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és. Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
A próclise é usada:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem
função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso • Quando o verbo estiver precedido de palavras que
oblíquo quando desempenha função de complemento. atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia jamais, etc.: Não se desespere!
lhe ajudar. B) Advérbios: Agora se negam a depor.
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” quem tudo!
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se
caso reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce esforçou.
função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. nidade.
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
LÍNGUA PORTUGUESA

para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não


sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe). • Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
lhe disse isso?
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou • Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, se ofendem!
diferentemente dos segundos, que são sempre • Orações que exprimem desejo (orações optativas):
precedidos de preposição. Que Deus o ajude.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o

34
• A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono- Chame-o agora.
me reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o Deixei-a mais tranquila.
material amanhã. / Tu sabes cantar?
• Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
verbo. A mesóclise é usada: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou • Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em,
futuro do pretérito, contanto que esses verbos não ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para
estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. no, na, nos, nas.
Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande Chamem-no agora.
evento em prol da paz no mundo. Põe-na sobre a mesa.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo
“realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração
alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta #FicaDica
prevaleceria. Veja: Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que
nessa viagem. significa “antes”! Pronome antes do verbo!
(com presença de palavra que justifique o uso de Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/
próclise: Não fossem os meus compromissos, EU te (end, em Inglês – que significa “fim, final!).
acompanharia nessa viagem). Pronome depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. verbo
A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis:
• Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Quando eu avisar, silenciem-se todos. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
• Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
era minha intenção machucá-la. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
• Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se Cochar - Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
inicia período com pronome oblíquo). – São Paulo: Saraiva, 2010.
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h. SITE
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/
• Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo gramatica/colocacao-pronominal-.html>
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
• Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro- 9. SUBSTANTIVO
posta fazendo-se de desentendida.
Substantivo é a classe gramatical de palavras
Colocação pronominal nas locuções verbais variáveis, as quais denominam todos os seres que existem,
sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
• Após verbo no particípio = pronome depois do fenômenos, os substantivos também nomeiam:
verbo auxiliar (e não depois do particípio): • lugares: Alemanha, Portugal
Tenho me deliciado com a leitura! • sentimentos: amor, saudade
Eu tenho me deliciado com a leitura! • estados: alegria, tristeza
Eu me tenho deliciado com a leitura! • qualidades: honestidade, sinceridade
• ações: corrida, pescaria
• Não convém usar hífen nos tempos compostos e
nas locuções verbais: Morfossintaxe do substantivo
Vamos nos unir!
Iremos nos manifestar. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
• Quando há um fator para próclise nos tempos do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto
compostos ou locuções verbais: opção pelo uso ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda,
LÍNGUA PORTUGUESA

do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto
preocupar”). ou como núcleo do vocativo. Também encontramos
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais
Emprego de o, a, os, as e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são
desempenhadas por grupos de palavras.
• Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os
pronomes: o, a, os, as não se alteram.

35
Classificação dos Substantivos se duas palavras no plural. No terceiro, empregou-se
um substantivo no singular (enxame) para designar um
A) Substantivos Comuns e Próprios conjunto de seres da mesma espécie (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Observe a definição: Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
mesmo estando no singular, designa um conjunto de
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas seres da mesma espécie.
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade (em oposição aos bairros).
assembleia pessoas reunidas
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas alcateia lobos
casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será
acervo livros
chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um
substantivo comum. trechos literários
antologia
selecionados
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de arquipélago ilhas
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
banda músicos
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. desordeiros ou
bando
malfeitores
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da banca examinadores
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de batalhão soldados
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
B) Substantivos Concretos e Abstratos
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa cacho frutas
o ser que existe, independentemente de outros cancioneiro canções, poesias líricas
seres. colmeia abelhas
Observação: concílio bispos
Os substantivos concretos designam seres do mundo congresso parlamentares, cientistas
real e do mundo imaginário. atores de uma peça ou
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, elenco
filme
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, esquadra navios de guerra
fantasma. enxoval roupas
falange soldados, anjos
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
que dependem de outros para se manifestarem ou fauna animais de uma região
existirem. Por exemplo: a beleza não existe por si feixe lenha, capim
só, não pode ser observada. Só podemos observar
flora vegetais de uma região
a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A
beleza depende de outro ser para se manifestar. frota navios mercantes, ônibus
Portanto, a palavra beleza é um substantivo girândola fogos de artifício
abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, horda bandidos, invasores
qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais médicos, bois, credores,
junta
podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir: examinadores
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade júri jurados
(sentimento).
legião soldados, anjos, demônios
• Substantivos Coletivos leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
LÍNGUA PORTUGUESA

malfeitores ou
outra abelha, mais outra abelha. malta
desordeiros
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi
molho chaves, verduras
necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra
abelha, mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram- multidão pessoas em geral

36
insetos (gafanhotos, Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
nuvem feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
mosquitos, etc.)
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
penca bananas, chaves estes títulos de filmes:
pinacoteca pinturas, quadros O velho e o mar
Um Natal inesquecível
quadrilha ladrões, bandidos
Os reis da praia
ramalhete flores
rebanho ovelhas Pertencem ao gênero feminino os substantivos que
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
peças teatrais, obras A história sem fim
repertório
musicais Uma cidade sem passado
réstia alhos ou cebolas As tartarugas ninjas
romanceiro poesias narrativas
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
revoada pássaros
sínodo párocos 1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresen-
tam uma forma para cada gênero: gato – gata, ho-
talha lenha mem – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
tropa muares, soldados 2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única
turma estudantes, trabalhadores forma, que serve tanto para o masculino quanto
para o feminino. Classificam-se em:
vara porcos
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
Formação dos Substantivos se faz mediante a utilização das palavras “macho”
e “fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré
A) Substantivos Simples e Compostos macho e o jacaré fêmea.
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes
terra. a pessoas de ambos os sexos: a criança, a teste-
O substantivo chuva é formado por um único munha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o in-
elemento ou radical. É um substantivo simples. divíduo.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros:
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um indicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o
único elemento. colega e a colega, o doente e a doente, o artista e
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja a artista.
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois
elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
sintoma, o teorema.
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-
flor, passatempo.
• Existem certos substantivos que, variando de gênero,
B) Substantivos Primitivos e Derivados variam em seu significado:
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça
de nenhuma outra palavra da própria língua (líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro)
portuguesa. O substantivo limoeiro, por exemplo, é e a capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma
derivado, pois se originou a partir da palavra limão. (cabeleira, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina aumento); o moral (estado de espírito) e a moral (ética;
de outra palavra. conclusão); o praça (soldado raso) e a praça (área pública);
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora).
Flexão dos substantivos
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
O substantivo é uma classe variável. A palavra é
variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
por exemplo, pode sofrer variações para indicar: - aluna.
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: • Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
LÍNGUA PORTUGUESA

meninão / Diminutivo: menininho ao masculino: freguês - freguesa


• Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
A) Flexão de Gênero de três formas:
Gênero é um princípio puramente linguístico, não 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
respeito a todos os substantivos de nossa língua, quer se 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
refiram a seres animais providos de sexo, quer designem Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão -
apenas “coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa. sultana

37
• Substantivos terminados em -or: A palavra personagem é usada indistintamente
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora nos dois gêneros. Entre os escritores modernos nota-
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz se acentuada preferência pelo masculino: O menino
descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
• Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: carochinha.
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
- poetisa / duque - duquesa / conde - condessa / O problema está nas mulheres de mais idade, que não
profeta - profetisa aceitam a personagem.
• Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
• Substantivos que têm radicais diferentes no fotográfico Ana Belmonte.
masculino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
• Substantivos que formam o feminino de maneira Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras (pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
anteriores: czar – czarina, réu - ré maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
proclama, o pernoite, o púbis.
Formação do Feminino dos Substantivos
Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a
Epicenos: libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
São geralmente masculinos os substantivos de origem
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma,
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema,
forma para indicar o masculino e o feminino.
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
tracoma, o hematoma.
para designar os dois sexos. Esses substantivos são
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções,
palavras macho e fêmea.
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. /
A cobra macho picou o marinheiro.
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Londres imensa e triste.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza. Gênero e Significação
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo Muitos substantivos têm uma significação no
masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse masculino e outra no feminino. Observe:
caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
A criança chorona chamava-se João. frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão),
A criança chorona chamava-se Maria. a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do
Outros substantivos sobrecomuns: corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta),
boa criatura. a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro),
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de a capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma
Marcela faleceu (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro),
a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado
Comuns de Dois Gêneros: na administração da crisma e de outros sacramentos),
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. a crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco),
a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente), a
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma guia outras), a guia (documento, pena grande das asas
LÍNGUA PORTUGUESA

vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. das aves), o grama (unidade de peso), a grama (relva),
A distinção de gênero pode ser feita através da o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente, setor
análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de
substantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa; costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
repórter francês - repórter francesa nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o

38
pala (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, Plural dos Substantivos Compostos
anteparo), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora),
o voga (remador), a voga (moda). A formação do plural dos substantivos compostos
depende da forma como são grafados, do tipo de
B) Flexão de Número do Substantivo palavras que formam o composto e da relação que
Em português, há dois números gramaticais: o estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem
singular, que indica um ser ou um grupo de seres, e o hífen comportam-se como os substantivos simples:
plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/
característica do plural é o “s” final. pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
Plural dos Substantivos Simples são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas
e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – A) Flexionam-se os dois elementos, quando
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). formados de:
Exceção: cânon - cânones. substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural perfeitos
em “ns”: homem - homens. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural homens
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

Atenção: B) Flexiona-se somente o segundo elemento,


O plural de caráter é caracteres. quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; alto-falantes
caracol – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-
cônsul e cônsules. recos
Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras: C) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis quando formados de:
2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
Observação: substantivo + preposição oculta + substantivo =
A palavra réptil pode formar seu plural de duas cavalo-vapor e cavalos-vapor
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). substantivo + substantivo que funciona como
determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou
Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de o tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
duas maneiras: bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã,
1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o peixe-espada - peixes-espada.
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
invariáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural saca-rolhas
de três maneiras.
1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações Casos Especiais
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o louva-a-deus e os louva-a-deus
Observação: o bem-te-vi e os bem-te-vis
Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam o bem-me-quer e os bem-me-queres
dois – e até três – plurais:
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião –
LÍNGUA PORTUGUESA

anciões/anciães/anciãos
charlatão – charlatões/charlatães corrimão – Plural das Palavras Substantivadas
corrimãos/corrimões
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/ As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
vilões/vilães classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
O aluno errou na prova dos noves.
o látex - os látex.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.

39
Observação: Singular Plural
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z”
não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos Corpo (ô) Corpos (ó)
seis e alguns dez. Esforço Esforços
Fogo Fogos
Plural dos Diminutivos
Forno Fornos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” Fosso Fossos
final e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
Imposto Impostos
Olho Olhos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Osso (ô) Ossos (ó)
animai(s) + zinhos = animaizinhos
Ovo Ovos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
Poço Poços
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
Porto Portos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
Posto Postos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
Tijolo Tijolos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
mão(s) + zinhas = mãozinhas esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Observação:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
funi(s) + zinhos = funizinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
pai(s) + zinhos = paizinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
pé(s) + zinhos = pezinhos Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
pé(s) + zitos = pezitos Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
Plural dos Nomes Próprios Personativos bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas com sentido de plural: Aqui morreu muito negro.
sempre que a terminação preste-se à flexão. Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Os Napoleões também são derrotados. improvisadas.
As Raquéis e Esteres.
C) Flexão de Grau do Substantivo
Plural dos Substantivos Estrangeiros Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres.
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser
escritos como na língua original, acrescentando-se “s” Classifica-se em:
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os 1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside-
shorts, os jazz. rado normal. Por exemplo: casa
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de 2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tama-
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os nho do ser. Classifica-se em:
chopes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os Analítico = o substantivo é acompanhado de um
garçons, os réquiens. adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Observe o exemplo: Este jogador faz gols toda vez que Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
joga. indicador de aumento. Por exemplo: casarão.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
LÍNGUA PORTUGUESA

do ser. Pode ser:


Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
Certos substantivos formam o plural com mudança que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
de timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo
fato fonético chamado metafonia (plural metafônico). indicador de diminuição. Por exemplo: casinha.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza dos verbos com o conceito de acentuação tônica,
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas o
– São Paulo: Saraiva, 2010. acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam,
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, amo, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – (fora do radical): opinei, aprenderão, amaríamos.
São Paulo: Saraiva, 2002.
Classificação dos Verbos
SITE
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ Classificam-se em:
secoes/morf/morf12.php>
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical
10. VERBO inalterado durante a conjugação e desinências
idênticas às de todos os verbos regulares da
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, número, mesma conjugação. Por exemplo: comparemos os
tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o verbos “cantar” e “falar”, conjugados no presente
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo do Modo Indicativo:
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno Canto Falo
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
Cantas Falas
Estrutura das Formas Verbais Canta Falas
Cantamos Falamos
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos: Cantais Falais

A) Radical: é a parte invariável, que expressa o


significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; #FicaDica
fal-ava; fal-am. (radical fal-)
Observe que, retirando os radicais, as
desinências modo-temporal e número-
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
pessoal mantiveram-se idênticas. Tente fazer
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por
com outro verbo e perceberá que se repetirá
exemplo: fala-r. São três as conjugações:
o fato (desde que o verbo seja da primeira
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática
conjugação e regular!). Faça com o verbo
- E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
“andar”, por exemplo. Substitua o radical
“cant” e coloque o “and” (radical do verbo
C) Desinência modo-temporal: é o elemento que
andar). Viu? Fácil!
designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca
D) Desinência número-pessoal: é o elemento que alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz,
designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o farei, fizesse.
número (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam Observação:
(indica a 3.ª pessoa do plural.) Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas
para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/
corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais
FIQUE ATENTO! alterações não caracterizam irregularidade, porque o
O verbo pôr, assim como seus derivados fonema permanece inalterado.
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª
conjugação, pois a forma arcaica do verbo C) Defectivos: são aqueles que não apresentam con-
LÍNGUA PORTUGUESA

pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver jugação completa. Os principais são adequar, pre-
desaparecido do infinitivo, revela-se em caver, computar, reaver, abolir, falir.
algumas formas do verbo: põe, pões, D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito
põem, etc. e, normalmente, são usados na terceira pessoa do
singular. Os principais verbos impessoais são:

41
1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
realizar-se ou fazer (em orações temporais). É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam) • Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo,
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) seguidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci. F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou
Estava frio naquele dia. mais formas equivalentes, geralmente no particípio,
em que, além das formas regulares terminadas em
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas
natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, (particípio irregular).
trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado
se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular
“amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo é empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser,
impessoal, empregado em sentido figurado, deixa ficar e estar. Observe:
de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Particípio Particípio
Infinitivo
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Regular Irregular
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando
tempo: Já passa das seis. Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição
“de”, indicando suficiência: Corrigir Corrigido Correto
Basta de tolices. Dispersar Dispersado Disperso
Chega de promessas.
Eleger Elegido Eleito
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Envolver Envolvido Envolto
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem Imprimir Imprimido Impresso
referência a sujeito expresso anteriormente (por
exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, Inserir Inserido Inserto
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, Limpar Limpado Limpo
tais verbos, pessoais. Matar Matado Morto
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente Misturar Misturado Misto
de “ser possível”. Por exemplo: Morrer Morrido Morto
Não deu para chegar mais cedo.
Murchar Murchado Murcho
Dá para me arrumar uma apostila?
Pegar Pegado Pego
E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, Romper Rompido Roto
conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do
singular e do plural. São unipessoais os verbos Soltar Soltado Solto
constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os Suspender Suspendido Suspenso
que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar, Tingir Tingido Tinto
miar, latir, piar).
Vagar Vagado Vago
Os verbos unipessoais podem ser usados como
verbos pessoais na linguagem figurada: Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o
Teu irmão amadureceu bastante. particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
O que é que aquela garota está cacarejando? dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Principais verbos unipessoais: G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um


radical em sua conjugação. Existem apenas dois:
• Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (sou, sois, fui) e ir (fui, ia, vades).
ser (preciso, necessário):
Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação
bastante) dos tempos compostos e das locuções verbais. O

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verbo principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo
auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Pret. mais-que- Fut. do


Presente Pret. Perfeito Pret. Imp. Fut.do Pres.
perf. Pretérito
Sou Fui Era Fora Serei Seria
És Foste Eras Foras Serás Serias
É Foi Era Fora Será Seria
Somos Fomos Éramos Fôramos Seremos Seríamos
Sois Fostes Éreis Fôreis Sereis Seríeis
São Foram Eram Foram Serão Seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


LÍNGUA PORTUGUESA

ser ser eu sendo sido


seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

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ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres Fut.do Preté
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR Modo Subjuntivo – Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
LÍNGUA PORTUGUESA

hajas houvesses houveres há hajas


haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

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HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já
implícita no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

• Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a
reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula
integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem

• Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
LÍNGUA PORTUGUESA

os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-
me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.

45
Há verbos que também são acompanhados Quando o gerúndio é vício de linguagem
de pronomes oblíquos átonos, mas que não são (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do
essencialmente pronominais - são os verbos reflexivos. gerúndio:
Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se 1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem futebol.
funções sintáticas. Por exemplo: 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no
Modos Verbais momento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que
a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas futuro em andamento, exigindo, no caso, a construção
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. “verificarei” ou “vou verificar”.
Existem três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu C) Particípio: quando não é empregado na formação
estudo para o concurso. dos tempos compostos, o particípio indica,
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: geralmente, o resultado de uma ação terminada,
Talvez eu estude amanhã. flexionando-se em gênero, número e grau. Por
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: exemplo: Terminados os exames, os candidatos
Estude, colega! saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem
Formas Nominais nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a
função de adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda pela turma.
formas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
nominais. Observe:

A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta) (Ziraldo)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Tempos Verbais
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por Tomando-se como referência o momento em que
exemplo: se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
É preciso ler este livro. diversos tempos.
Era preciso ter lido este livro.
A) Tempos do Modo Indicativo
A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do colégio.
singular, não apresenta desinências, assumindo a Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido
mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona- num momento anterior ao atual, mas que não foi
se da seguinte maneira: completamente terminado: Ele estudava as lições quando
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu) foi interrompido.
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós) Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós) num momento anterior ao atual e que foi totalmente
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles) terminado: Ele estudou as lições ontem à noite.
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato
ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara
B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como as lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento
LÍNGUA PORTUGUESA

advérbio) atual: Ele estudará as lições amanhã.


Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo) Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado:
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação Se ele pudesse, estudaria um pouco mais.
em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

46
B) Tempos do Modo Subjuntivo
Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
No próximo final de semana, faço a prova!
faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Tabelas das Conjugações Verbais

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

3.ª conjugação
1.ª conjugação 2.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
LÍNGUA PORTUGUESA

cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

47
Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

Desinên. Pessoal Des. tem


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.poral
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
LÍNGUA PORTUGUESA

cantE vendA partA E A Ø


cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

48
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

Des.temporal
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Imperativo Presente do


Indicativo Afirmativo Subjuntivo
Eu canto - Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
LÍNGUA PORTUGUESA

Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

49
Imperativo Negativo Vozes do Verbo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
a negação às formas do presente do subjuntivo. ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
as vozes verbais:
Que eu cante -
Que tu cantes Não cantes tu A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
ação expressa pelo verbo:
Que ele cante Não cante você
Ele fez o trabalho.
Que nós cantemos Não cantemos nós sujeito agente ação objeto (paciente)
Que vós canteis Não canteis vós
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo
Que eles cantem Não cantem eles a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
• No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª sujeito paciente ação agente da passiva
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois
uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
razão, utiliza-se você/vocês. O menino feriu-se.
• O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente:
sê (tu), sede (vós).
#FicaDica
Infinitivo Pessoal
Não confundir o emprego reflexivo do verbo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
CANTAR VENDER PARTIR
Nós nos amamos. (um ama o outro)
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
Formação da Voz Passiva
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS A voz passiva pode ser formada por dois processos:
cantarDES venderDES partirDES analítico e sintético.
cantarEM venderEM partirEM A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
maneira:
• O verbo parecer admite duas construções: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução exemplo:
verbal) A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito os alunos pintarão a escola)
oracional, correspondendo à construção: parece gostarem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
de você).
Observações:
• O verbo pegar possui dois particípios (regular e
irregular): • O agente da passiva geralmente é acompanhado
Elvis tinha pegado minhas apostilas. da preposição por, mas pode ocorrer a construção
Minhas apostilas foram pegas. com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cer-
cada de soldados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa • Pode acontecer de o agente da passiva não estar
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
Cochar - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform.
LÍNGUA PORTUGUESA

• A variação temporal é indicada pelo verbo auxi-


– São Paulo: Saraiva, 2010. liar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a
AMARAL, Emília... [et al.] - Português: novas palavras: transformação das frases seguintes:
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000.
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
SITE O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/ perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da
secoes/morf/morf54.php voz ativa)

50
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
indicativo)
SITE
Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) secoes/morf/morf54.php>

• Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-


sume o mesmo tempo e modo do verbo principal
da voz ativa. Observe a transformação da frase se- EXERCÍCIOS COMENTADOS
guinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) 1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
CESGRANRIO-2018)
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética -
O ano da esperança
ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª
pessoa, seguido do pronome apassivador “se”. Por
exemplo: O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos
Abriram-se as inscrições para o concurso. desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás
Destruiu-se o velho prédio da escola. do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações
de amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o
Observação: dinheiro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava,
O agente não costuma vir expresso na voz passiva com a consciência de que era uma doação. A situação
sintética. foi piorando. Os argumentos também. No início era para
pagar a escola do filho. Depois vieram as mães e avós
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva doentes. Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso.
Ajudava um rapaz, que não conheço pessoalmente.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar Mas que sofreu um acidente e não tinha como pagar a
substancialmente o sentido da frase. fisioterapia. Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas
internações, remédios. A situação piorando, eu já estava
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) encomendando missa de sétimo dia. Falei com um amigo
Sujeito da Ativa objeto Direto médico, no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso
gratuitamente. Surpresa! O doente não aparecia para
A apostila foi comprada pelo concurseiro. a consulta. Até que o coloquei contra a parede. Ou se
(Voz Passiva) consultava ou eu não ajudava mais.
Sujeito da Passiva Agente da Passiva Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo emprego após o suposto acidente. Foi por isso que me
tempo. deixei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
Os mestres têm constantemente aconselhado os
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As
alunos.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a
Os alunos têm sido constantemente aconselhados
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar.
pelos mestres.
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim. aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão surgir.
Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: consciência para votar. Como? Num mundo em que as
Prejudicaram-me. / Fui prejudicado. notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, cada história a meu respeito que nem sei o que dizer.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, Já inventaram casos de amor, tramas nas novelas que
escrevo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por
LÍNGUA PORTUGUESA

paciente ou agente paciente.


que isso ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS a trama. Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mentira da internet.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Duvidam. Acham que estou mentindo.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Co- CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97.
char - Português linguagens: volume 2. – 7.ª ed. Reform. Adaptado.
– São Paulo: Saraiva, 2010.

51
No trecho “perde-se o dinheiro e o amigo”, a colocação a) impregna a vida cotidiana / impregna-a;
do pronome átono em destaque está de acordo com a b) entender os debates / entendê-los;
norma-padrão da língua portuguesa. O mesmo ocorre c) ganha destaque / ganha-o;
em: d) supõe um conhecimento / supõe-lo;
e) marcaram sua história / marcaram-na.
a) Não se perde nem o dinheiro nem o amigo.
b) Perderia-se o dinheiro e o amigo. Resposta: Letra D
c) O dinheiro e o amigo tinham perdido-se. Em “a”: impregna a vida cotidiana / impregna-a =
d) Se perdeu o dinheiro, mas não o amigo. correta
e) Se o amigo que perdeu-se voltasse, ficaria feliz. Em “b”: entender os debates / entendê-los = correta
Em “c”: ganha destaque / ganha-o = correta
Resposta: Letra A Em “d”: supõe um conhecimento / supõe-lo = supõe-
Em “a”: Não se perde = correta (advérbio atrai o no
pronome = próclise) Em “e”: marcaram sua história / marcaram-na = correta
Em “b”: Perderia-se = verbo no futuro do pretérito:
perder-se-ia (mesóclise) 4. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
Em “c”: O dinheiro e o amigo tinham perdido-se = VUNESP-2014) Considerando-se o uso do pronome e
tinham se perdido a colocação pronominal, a expressão em destaque no
Em “d”: Se perdeu = não se inicia período com trecho – ... que cercam o sentido da existência humana...
pronome oblíquo/partícula apassivadora (Perdeu-se) – está corretamente substituída pelo pronome, de
Em “e”: Se o amigo que perdeu-se = o “que” atrai o acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, na
pronome (próclise): que se perdeu alternativa:

a) ... que cercam-lo...


2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR –
b) ... que cercam-no...
CESGRANRIO-2018) Segundo as exigências da norma-
c)... que o cercam...
padrão da língua portuguesa, o pronome destacado foi
d) ... que lhe cercam...
utilizado na posição correta em:
e) ... que cercam-lhe...
a) Os jornais noticiaram que alguns países mobilizam-se
Resposta: Letra C
para combater a disseminação de notícias falsas nas Correções à frente:
redes sociais. Em “a”: que cercam-lo = o “que” atrai o pronome (que
b) Para criar leis eficientes no combate aos boatos, o cercam)
sempre deve-se ter em mente que o problema de Em “b”: que cercam-no = que o cercam (“no” está
divulgação de notícias falsas é grave e muito atual. correta – caso não tivéssemos o “que”, pois, devido a
c) Entre os numerosos usuários da internet, constata-se sua presença, teremos próclise, não ênclise)
um sentimento generalizado de reprovação à prática Em “c”: que o cercam = correta
de divulgação de inverdades. Em “d”: que lhe cercam = a posição está correta, mas
d) Uma nova lei contra as fake news promulgada na o pronome está errado (“lhe” é para objeto indireto =
Alemanha não aplica-se aos sites e redes sociais com a ele/ela)
menos de 2 milhões de membros. Em “e”: que cercam-lhe = que o cercam
e) Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo mais
eficaz para que adote-se a conduta correta em relação 5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014)
à reputação das celebridades. Considerando apenas as regras de regência e de colocação
pronominal da norma-padrão da língua portuguesa, a
Resposta: Letra C expressão destacada em – Ainda assim, 60% afirmam que
Em “a”: Os jornais noticiaram que alguns países raramente ou nunca têm informações sobre o impacto
mobilizam-se = se mobilizam ambiental do produto ou do comportamento da empresa.
Em “b”: Para criar leis eficientes no combate aos – pode ser corretamente substituída por
boatos, sempre deve-se = sempre se deve
Em “c”: Entre os numerosos usuários da internet, a) ... nunca informam-se sob o impacto...
constata-se um sentimento = correta b)... nunca se informam o impacto...
Em “d”: Uma nova lei contra as fake news promulgada c) ... nunca informam-se ao impacto...
na Alemanha não aplica-se = não se aplica d) ... nunca se informam do impacto...
Em “e”: Uma vultosa multa é, muitas vezes, o estímulo e)... nunca informam-se no impacto...
LÍNGUA PORTUGUESA

mais eficaz para que adote-se = que se adote


Resposta: Letra D
3. (ALERJ-RJ – ESPECIALISTA LEGISLATIVO – Por eliminação: o advérbio “nunca” atrai o pronome,
ARQUITETURA – FGV-2017-ADAPTADA) Se teremos próclise (nunca se). Ficamos com B e D. Agora
substituíssemos os complementos dos verbos abaixo por vamos ao verbo: quem se informa, informa-se sobre
pronomes pessoais oblíquos enclíticos, a única forma algo = precisa de preposição. A alternativa que tem
INADEQUADA seria: preposição presente é a D (do = de+o). Teremos:
nunca se informam do impacto.

52
6. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL Indicativo
– VUNESP-2013) Considerando a substituição da Em “c”, Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
expressão em destaque por um pronome e as normas da do Indicativo
colocação pronominal, a oração – … que abrem a cabeça Em “d”, Quase meio século separa = presente do
… – equivale, na norma-padrão da língua, a: Indicativo
a) que abrem-a. Em “e”, para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
b) que abrem-na. elas)
c) que a abrem.
d) que lhe abrem. 9. (TRT 20.ª REGIÃO-SE - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC-
e) que abrem-lhe. 2016)
Precisamos de um treinador que nos ajude a comer...
Resposta: Letra C O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o
sublinhado acima está também sublinhado em:
Primeiramente: o “que” atrai o pronome oblíquo,
então teremos que + pronome. Resta-nos identificar
a) ... assim que conseguissem se virar sem as mães ou as
se o pronome é objeto direto (a) ou indireto (lhe).
amas...
Voltemos ao verbo: abrir. Quem abre, abre algo... abre b) Não é por acaso que proliferaram os coaches.
o quê? Sem preposição! Portanto: objeto direto = que c) ... país que transformou a infância numa bilionária in-
a abrem. dústria de consumo...
d) E, mesmo que se esforcem muito...
7. (TST - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA APOIO e) Hoje há algo novo nesse cenário.
ESPECIALIZADO - ESPECIALIDADE MEDICINA DO
TRABALHO – FCC/2012) Aos poucos, contudo, fui Resposta: Letra D
chegando à constatação de que todo perfil de rede que nos ajude = presente do Subjuntivo
social é um retrato ideal de nós mesmos. Em “a”, que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra Em “b”, que proliferaram = pretérito perfeito (e
alteração seja feita na frase, o elemento grifado pode ser também mais-que-perfeito) do Indicativo
substituído por: Em “c”, que transformou = pretérito perfeito do
Indicativo
a) ademais. Em “d”, que se esforcem = presente do Subjuntivo
b) conquanto. Em “e”, há algo novo nesse cenário = presente do
c) porquanto. Indicativo
d) entretanto.
e) apesar. 10. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - Técnico Judiciário – FCC-
2016) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
Resposta: Letra D com a norma culta na seguinte frase:
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa
oposição). A substituição deve utilizar outra de mesma a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
classificação, para que se mantenha a ideia do período. não poderia receber qualquer tipo de retificação.
A correta é entretanto. b) Os documentos com assinatura digital disporam de
algoritmos de criptografia que os protegeram.
c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
8. (TRT 23.ª REGIÃO-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO -
contar com a proteção de uma assinatura digital.
ÁREA ADMINISTRATIVA- FCC-2016)
d) Quem se propor a alterar um documento criptogra-
... para quem Manoel de Barros era comparável a São fado deve saber que comprometerá sua integridade.
Francisco de Assis... e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
comprometer a integridade dos documentos.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
frase acima está em: Resposta: Letra E
Em “a”, Para que se mantesse (mantivesse) sua
a) Dizia-se um “vedor de cinema”... autenticidade, o documento não poderia receber
b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no qualquer tipo de retificação.
espaço... Em “b”, Os documentos com assinatura digital
c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e disporam (dispuseram) de algoritmos de criptografia
Charles Baudelaire. que os protegeram.
d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Em “c”, Arquivados eletronicamente, os documentos
poderam (puderam) contar com a proteção de uma
LÍNGUA PORTUGUESA

Barros na literatura...
e) ... para depois casá-las... assinatura digital.
Em “d”, Quem se propor (propuser) a alterar
Resposta: Letra A um documento criptografado deve saber que
“Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do comprometerá sua integridade.
Indicativo. Procuremos nos itens: Em “e”, Não é possível fazer as alterações que
Em “a”, Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo convierem sem comprometer a integridade dos
Em “b”, Porque não seria = futuro do pretérito do documentos = correta

53
11. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - 13. (PROCESSO SELETIVO INTERNO DA SECRETARIA
SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) Considere DE DEFESA SOCIAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO-PE
as seguintes frases: – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR - FM-2010)
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição.
Terceiro, rabisque!

Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos


empregados nessas frases está em destaque em:

a) ... o acesso rápido e a quantidade de textos fazem


com que o cérebro humano não considere útil gravar
esses dados...
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-
número de informações.
c) ... após discar e fazer a ligação, não precisamos mais
dele...
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em
que morou quando era criança?
e) É o que mostra também uma pesquisa recente
conduzida pela empresa de segurança digital Disponível em: http://www.acharge.com.br/index.htm (acesso:
Kaspersky... 03/03/2010)

Resposta: Letra D A palavra “oposição”, da charge, é classificada


Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo
morfologicamente como:
(expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “a”, ... o acesso rápido e a quantidade de textos
a) Substantivo concreto.
fazem = presente do Indicativo
b) Substantivo abstrato.
Em “b”, Na internet, basta um clique = presente do
c) Substantivo coletivo.
Indicativo
d) Substantivo próprio.
Em “c”, ... após discar e fazer a ligação, não precisamos
e) Adjetivo.
= presente do Indicativo
Em “d”, Pense rápido: = Imperativo
Em “e”, É o que mostra também uma pesquisa = Resposta: Letra B
presente do Indicativo O termo “oposição” é classificado – morfologicamente
– como substantivo abstrato, pois não existe por si só
– depende de outro ser para “se concretizar”.
12. (PC-SP - ATENDENTE DE NECROTÉRIO POLICIAL –
VUNESP-2014) Assinale a alternativa em que a palavra
em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.
(palavra que qualifica um substantivo).

a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-


tanásia... CRASE
b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
a morte. idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a”
d) Ela é proibida por lei no Brasil,... com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente
e) E como seria a verdadeira boa morte? aos pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s),
aquilo e com o “a” pertencente ao pronome relativo a
Resposta: Letra E qual (as quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se
Em “a”, Existe grande confusão = substantivo demarcada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele,
Em “b”, o médico ou alguém causa ativamente a àquilo, à qual, às quais.
morte = pronome O uso do acento indicativo de crase está condicionado
Em “c”, prolonga o processo de morrer procurando aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e
LÍNGUA PORTUGUESA

distanciar a morte = substantivo nominal, mais precisamente ao termo regente e termo


Em “d”, Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome -
Em “e”, E como seria a verdadeira boa morte? = que exige complemento regido pela preposição “a”, e o
adjetivo termo regido é aquele que completa o sentido do termo
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela
contratada recentemente.

54
Após a junção da preposição com o artigo (destacados A letra “a” que acompanha locuções femininas
entre parênteses), temos: (adverbiais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela grave:
contratada recentemente. • locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
pressas, à vontade...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, • locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre cura de...
nos referimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da • locuções conjuntivas: à proporção que, à medida
preposição a + o artigo feminino (à) e com o artigo que.
feminino a + o pronome demonstrativo aquela (àquela).
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem
Observações importantes: a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos Eu adoro a noite!
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
• Substitui-se a palavra feminina por uma masculina preposição.
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a
crase está confirmada. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. • A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
• No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se • Também é facultativa diante de pronomes posses-
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase. empresa.
Faremos uma visita à Bahia.
• Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
cará aberta até as (às) dezoito horas.
• Constata-se o uso da crase se as locuções prepo-
Não me esqueço da viagem a Roma.
sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos
implícitas, mesmo diante de nomes masculinos:
jamais vividos.
Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à
moda de Luís XV)
FIQUE ATENTO! • Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Nas situações em que o nome geográfico verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, ob-
se apresentar modificado por um adjunto servamos a queima de fogos a distância.
adnominal, a crase está confirmada. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O
de suas praias. pedestre foi arremessado à distância de cem metros.
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ;
vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: • De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
Vou a Campinas. = Volto de Campinas. -, faz-se necessário o emprego da crase.
(crase pra quê?) Ensino à distância.
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) Ensino a distância.

• Em locuções adverbiais formadas por palavras


Quando o nome de lugar estiver especificado, repetidas, não há ocorrência da crase.
ocorrerá crase. Veja: Ela ficou frente a frente com o agressor.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo Eu o seguirei passo a passo.
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado. Casos em que não se admite o emprego da crase:

A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Antes de vocábulos masculinos.


aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
regente exigir complemento regido da preposição “a”. Esta caneta pertence a Pedro.
Entregamos a encomenda àquela menina.
LÍNGUA PORTUGUESA

(preposição + pronome demonstrativo) Antes de verbos no infinitivo.


Ele estava a cantar.
Iremos àquela reunião. Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
Antes de numeral.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando O número de aprovados chegou a cem.
criança. (àquelas que eu ouvia quando criança) Faremos uma visita a dez países.
(preposição + pronome demonstrativo)

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Observações:
• Nos casos em que o numeral indicar horas –
funcionando como uma locução adverbial EXERCÍCIOS COMENTADOS
feminina – ocorrerá crase: Os passageiros partirão
às dezenove horas. 1. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
• Diante de numerais ordinais femininos a crase SOLDADO PM 2.ª CLASSE – VUNESP/2017) O acento
está confirmada, visto que estes não podem ser indicativo de crase está empregado corretamente em:
empregados sem o artigo: As saudações foram
direcionadas à primeira aluna da classe. a) O personagem evita considerar à internet responsável
• Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando por suas atitudes.
essa não se apresentar determinada: Chegamos b) O personagem reconheceu que já tinha uma propen-
todos exaustos a casa. são à jogar o tempo fora.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto c) O personagem tinha um comportamento indiferente à
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos qualquer influência da internet.
exaustos à casa de Marcela. d) O personagem refere-se à uma maneira de se portar
com relação ao tempo.
• Não há crase antes da palavra “terra”, quando e) O personagem revelou à pessoa com quem conversa-
essa indicar chão firme: Quando os navegantes va que jogava o tempo fora.
regressaram a terra, já era noite.
Contudo, se o termo estiver precedido por um Resposta: Letra E
determinante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá Aos itens:
crase. Em “a”, evita considerar à internet = a internet (objeto
Paulo viajou rumo à sua terra natal. direto)
O astronauta voltou à Terra. Em “b”, tinha uma propensão à jogar = a jogar (sem
acento grave indicativo de crase antes de verbo no
• Não ocorre crase antes de pronomes que requerem infinitivo)
o uso do artigo. Em “c”, tinha um comportamento indiferente à
Os livros foram entregues a mim. qualquer influência = a qualquer (antes de pronome
Dei a ela a merecida recompensa. indefinido)
Em “d”, refere-se à uma maneira = a uma (antes de
• Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos artigo indefinido)
à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, Em “e”, O personagem revelou à pessoa com quem
o uso da crase está confirmado no “a” que os conversava que jogava o tempo fora = revelou o quê?
antecede, no caso de o termo regente exigir a que jogava o tempo fora; revelou a quem? à pessoa
preposição. (objeto indireto, com preposição) = correta.
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
2. (PM-SP - SOLDADO DE 2.ª CLASSE – VUNESP-2017)
• Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado Assinale a alternativa que preenche, correta e
em sentido genérico ou indeterminado: respectivamente, as lacunas do texto a seguir.
Estamos sujeitos a críticas. Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de
Refiro-me a conversas paralelas. atendimento _____ presos da Casa de Detenção, em São
Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella chega ao
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. Depois de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa “Estação Carandiru” (1999), que mostra ________ entranhas
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. daquela que foi ________maior prisão da América Latina,
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários que
Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform. trabalham no sistema prisional, Varella agora faz um
– São Paulo: Saraiva, 2010. retrato das detentas da Penitenciária Feminina da Capital,
também na capital paulista, onde cumprem pena mais de
SITE duas mil mulheres.
Disponível em: <http://www.portugues.com.br/ (https://oglobo.globo.com. Adaptado)
gramatica/o-uso-crase-.html>
a) à … às … a
b) a … as … a
LÍNGUA PORTUGUESA

c) a … às … a
d) à … às … à
e) a … as … à

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Resposta: Letra B Resposta: Letra A
Quase 30 anos depois de iniciar um trabalho de Em “a”, O leitor aludiu à escrita = correta (regência do
atendimento a (preposição – regência nominal de verbo “aludir” pede preposição)
“atendimento”, mas sem acento grave por estar diante Em “b”, A escrita deve levar o texto à uma riqueza = a
de palavra masculina) presos da Casa de Detenção, uma (antes de artigo indefinido)
em São Paulo, o médico oncologista Drauzio Varella Em “c”, De parte à parte = parte a parte (entre palavras
chega ao fim de uma trilogia com o livro “Prisioneiras”. repetidas)
Depois de “Estação Carandiru” (1999), que mostra as Em “d”, Existem aquelas pessoas que chegam à
(objeto direto do verbo “mostrar”) entranhas daquela conclusões = a conclusões (antes de palavra no plural
que foi a (artigo definido) maior prisão da América e o “a” está “sozinho” = somente preposição)
Latina, e de “Carcereiros” (2012), sobre os funcionários Em “e”, Estamos nos referindo à pensamento = a
que trabalham no sistema prisional, Varella agora faz pensamento (palavra masculina)
um retrato das detentas da Penitenciária Feminina da
Capital, também na capital paulista, onde cumprem 5. (PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES-
pena mais de duas mil mulheres. SP - AUXILIAR DE APOIO ADMINISTRATIVO -
Teremos: a / as / a. VUNESP-2018)
No começo do século 20, a rápida industrialização nos
3. (CÂMARA MUNICIPAL DE DOIS CÓRREGOS-SP Estados Unidos deu origem _______ algumas das maiores
- OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO – fortunas que o mundo já viu. Famílias como os Vanderbilt
VUNESP-2018) Assinale a alternativa em que o acento e os Rockefeller investiram em ferrovias, petróleo e
indicativo de crase está empregado corretamente. aço, obtendo um grande retorno, e passaram _________
ostentar sua riqueza. O período ficou conhecido como
a) Algumas pessoas com supermemória chegam à sofrer Era Dourada. A desigualdade nunca foi tão grande – até
com dores de cabeça. agora. É o que mostra um relatório da UBS, companhia de
b) Há lembranças tão vivas que nos fazem voltar à episó-
serviços financeiros, feito em parceria com a consultora
dios de nosso passado.
PwC.
c) Lembrar-se do passado pode ser uma tarefa muito di-
Para os autores do documento, a primeira Era Dourada
fícil à determinadas pessoas.
aconteceu entre 1870 e 1910. Segundo eles, a atual
d) Ela referiu-se à vontade de esquecer completamente
começou em 1980 e deve se estender pelos próximos 10
os momentos dolorosos.
a 20 anos, prolongada pelo desempenho econômico da
e) Ao nos atermos à uma experiência ruim, desconsidera-
Ásia e de negócios ligados ________ tecnologia.
mos o que ela traz de bom.
(IstoÉ, 15.11.2017. Adaptado)
Resposta: Letra D
Aos itens: Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do
Em “a”, chegam à sofrer = a sofrer (antes de verbo no texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:
infinitivo não se usa acento grave)
Em “b”, que nos fazem voltar à episódios = a episódios a) a … a … a
(palavra masculina e no plural) b) à … à … à
Em “c”, pode ser uma tarefa muito difícil à determinadas c) a … à … à
= a determinadas (palavra no plural e presença só da d) à … à … a
preposição) e) a … a … à
Em “d”, Ela referiu-se à vontade = correta (quem se
refere, refere-se a algo ou a alguém) Resposta: Letra E
Em “e”, Ao nos atermos à uma experiência = a uma Vamos aos trechos:
(antes de artigo indefinido) a rápida industrialização nos Estados Unidos deu
origem a algumas das maiores fortunas = antes de
4. (IPSM-SP - ASSISTENTE DE GESTÃO MUNICIPAL - pronome indefinido
VUNESP-2018) De acordo com a norma- -padrão, o e passaram a ostentar sua riqueza = antes de verbo
acento indicativo da crase está corretamente empregado no infinitivo
em: e de negócios ligados à tecnologia = regência nominal
de “ligados” pede preposição
a) O leitor aludiu à escrita como se ela fosse questão de
talento: quem não tem, não vai nunca aprender. 6. (CÂMARA MUNICIPAL DE COTIA-SP – CONTADOR -
b) A escrita deve levar o texto à uma riqueza, marcada VUNESP-2017) Assinale a alternativa correta quanto ao
LÍNGUA PORTUGUESA

pela clareza e precisão, afastando o leitor da confusão emprego do acento indicativo da crase.
ou tédio.
c) De parte à parte, o texto precisa organizar-se como um a) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais
tecido coeso e claro, instigando, assim, o leitor. chegam à um grande público devido à rapidez da in-
d) Existem aquelas pessoas que chegam à conclusões se- ternet, é favorável à formação de ondas de credulidade.
melhantes, no entanto elas seguem pelo lado oposto. b) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais
e) Também não estamos falando só de correção gramati- chegam à muitas pessoas devido a rapidez da internet,
cal e ortográfica. Estamos nos referindo à pensamento. favorece que se formem ondas de credulidade.

57
c) A circulação instantânea das notícias falsas, as quais Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
chegam a muitas pessoas devido à rapidez da internet, (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
é favorável à formação de ondas de credulidade. sujeito e predicado.
d) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais O sujeito é o termo da frase que concorda com o
chegam a um grande número de pessoas devido à ra- verbo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara
pidez da internet, é favorável as ondas de credulidade algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é
que se formam. a parte da frase que contém “a informação nova para o
e) A circulação instantânea das notícias falsas, às quais ouvinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema,
chegam a muitas pessoas devido a rapidez da internet, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
favorece à formação de ondas de credulidade. Quando o núcleo da declaração está no verbo (que
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo
Resposta: Letra C significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o
Acertos entre parênteses: núcleo estiver em um nome (geralmente um adjetivo),
Em “a”, as quais chegam à um (a um) grande público teremos um predicado nominal (os verbos deste tipo de
devido à rapidez (ok) da internet, é favorável à predicado são os que indicam estado, conhecidos como
formação (ok) verbos de ligação):
Em “b”, às quais (as quais) chegam à muitas (a muitas) O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet (predicado verbal)
Em “c”, as quais chegam a muitas pessoas devido à A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o
rapidez da internet, é favorável à formação = correta núcleo é “fácil” (predicado nominal)
Em “d”, às quais (as quais) chegam a um (ok) grande
número de pessoas devido à rapidez (ok) da internet, Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
é favorável as ondas (às ondas) por uma ou mais orações, formando um todo, com
Em “e”, às quais (as quais) chegam a muitas (ok) sentido completo. O período pode ser simples ou
pessoas devido a rapidez (à rapidez) da internet, composto.
favorece à formação (a formação)
Observação: quanto à regência verbal de “favorecer” Período simples é aquele constituído por apenas
= pede complemento verbal direto (favorece o quê? uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
favorece quem?); já a regência nominal de “favorável” Chove.
pede preposição (favorável a quem? a quê?). A existência é frágil.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.

Período composto é aquele constituído por duas ou


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO. mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Termos da Oração


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
TERMOS DA ORAÇÃO Termos essenciais
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
O sujeito e o predicado são considerados termos
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
estabelecer comunicação. Normalmente é composta para a formação das orações. No entanto, existem
por dois termos – o sujeito e o predicado – mas não orações formadas exclusivamente pelo predicado. O
obrigatoriamente, pois há orações ou frases sem sujeito: que define a oração é a presença do verbo. O sujeito é o
Trovejou muito ontem à noite. termo que estabelece concordância com o verbo.
O candidato está preparado.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação Os candidatos estão preparados.
em verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e
nominais (sem a presença de verbos), feita a partir de seus Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”.
elementos constituintes, elas podem ser classificadas a “Candidato” é a principal palavra do sujeito, sendo, por
partir de seu sentido global: isso, denominada núcleo do sujeito. Este se relaciona
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem com o verbo, estabelecendo a concordância (núcleo no
formula uma pergunta: Que dia é hoje? singular, verbo no singular: candidato = está).
LÍNGUA PORTUGUESA

B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou A função do sujeito é basicamente desempenhada


faz um pedido: Dê-me uma luz! por substantivos, o que a torna uma função substantiva
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um es- da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer
tado afetivo: Que dia abençoado! outras palavras substantivadas (derivação imprópria)
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A também podem exercer a função de sujeito.
prova será amanhã. Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo,
substantivo)

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Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
exemplo: substantivo) o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
Bateram à porta;
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: Andam espalhando boatos a respeito da queda do
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do ministro.
sujeito.
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
Um sujeito é determinado quando é facilmente ou composto:
identificado pela concordância verbal. O sujeito Os meninos bateram à porta. (simples)
determinado pode ser simples ou composto. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
A indeterminação do sujeito ocorre quando não
é possível identificar claramente a que se refere a B) com o verbo na terceira pessoa do singular,
concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode acrescido do pronome “se”. Esta é uma
ou não interessa indicar precisamente o sujeito de uma construção típica dos verbos que não apresentam
oração. complemento direto:
Estão gritando seu nome lá fora. Precisa-se de mentes criativas.
Trabalha-se demais neste lugar. Vivia-se bem naqueles tempos.
Trata-se de casos delicados.
O sujeito simples é o sujeito determinado que Sempre se está sujeito a erros.
apresenta um único núcleo, que pode estar no singular
ou no plural; pode também ser um pronome indefinido. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice
Abaixo, sublinhei os núcleos dos sujeitos: de indeterminação do sujeito.
Nós estudaremso juntos.
A humanidade é frágil. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo
Ninguém se move. predicado, articulam-se a partir de um verbo impessoal.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma A mensagem está centrada no processo verbal. Os
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo) principais casos de orações sem sujeito com:
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
• os verbos que indicam fenômenos da natureza:
O sujeito composto é o sujeito determinado que Amanheceu.
apresenta mais de um núcleo. Está trovejando.
Alimentos e roupas custam caro.
Ela e eu sabemos o conteúdo. • os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao
tempo em geral:
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a Está tarde.
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Já são dez horas.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo Faz frio nesta época do ano.
do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido Há muitos concursos com inscrições abertas.
pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós) Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
Falaste o recado à sala? = (tu) informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado
primeira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na é aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com
segunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os exceção do vocativo - que é um termo à parte - tudo
pronomes não estejam explícitos. o que difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito Chove muito nesta época do ano.
na desinência verbal “-mos” Houve problemas na reunião.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na
desinência verbal “-ais” Em ambas as orações não há sujeito, apenas
predicado. Na segunda oração, “problemas” funciona
Mas: como objeto direto.
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
LÍNGUA PORTUGUESA

Vós cantais bem! = sujeito simples: vós As questões estavam fáceis!


Sujeito simples = as questões
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Predicado = estavam fáceis
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Sujeito = uma ideia estranha
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser Predicado = passou-me pelo pensamento
indeterminado de duas maneiras:

59
Para o estudo do predicado, é necessário verificar No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
se seu núcleo é um nome (então teremos um predicado duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
nominal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
considerar também se as palavras que formam o um verbal e outro nominal.
predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
sujeito da oração.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
de opinião.
Predicado Termos integrantes da oração

O predicado acima apresenta apenas uma palavra Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se complemento nominal são chamados termos integrantes
ligam direta ou indiretamente ao verbo. da oração.
A cidade está deserta. Os complementos verbais integram o sentido
dos verbos transitivos, com eles formando unidades
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere- significativas. Estes verbos podem se relacionar com
se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como seus complementos diretamente, sem a presença
elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o de preposição, ou indiretamente, por intermédio de
sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta = preposição.
predicativo do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo diretamente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Queremos sua ajuda.
Chove muito nesta época do ano.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre
Compraste a apostila?
principalmente:
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
referentes a pessoas:
processos.
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
(o objeto é direto, mas como há preposição,
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo denomina-se: objeto direto preposicionado)
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero
nome da oração por meio de um verbo (o verbo de cansar a Vossa Senhoria.
ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao (sem preposição, o sentido seria outro: O povo
predicativo, indicando circunstâncias referentes ao prejudica a crise)
estado do sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, O objeto indireto é o complemento que se liga
andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma
elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele preposição.
relacionadas. Gosto de música popular brasileira.
Necessito de ajuda.
A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. Objeto Pleonástico

O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No Normalmente, as frases em que ocorrem objetos
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir pleonásticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto). objeto, antecipado para o início da oração; em seguida,
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre ele é repetido através de um pronome oblíquo. É à
LÍNGUA PORTUGUESA

significativo, indicando processos. É também sempre por repetição que se dá o nome de objeto pleonástico.
intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com
o termo a que se refere. “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves
O dia amanheceu ensolarado; Dias)
As mulheres julgam os homens inconstantes.
objeto pleonástico

60
Ao traidor, nada lhe devemos. A) explicativo: A linguística, ciência das línguas
humanas, permite-nos interpretar melhor nossa
O termo que integra o sentido de um nome chama- relação com o mundo.
se complemento nominal, que se liga ao nome que B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
completa por intermédio de preposição: coisas: amor, arte, ação.
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e
palavra “necessária” sonho, tudo forma o carnaval.
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo” D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes,
fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
Termos acessórios da oração e vocativo
O vocativo é um termo que serve para chamar,
Os termos acessórios recebem este nome por serem invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético,
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o não mantendo relação sintática com outro termo da
adjunto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o oração. A função de vocativo é substantiva, cabendo
vocativo – este, sem relação sintática com outros temos a substantivos, pronomes substantivos, numerais e
da oração. palavras substantivadas esse papel na linguagem.
João, venha comigo!
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica Traga-me doces, minha menina!
uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função Períodos Compostos
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei Período Composto por Coordenação
a pé àquela velha praça.
O período composto se caracteriza por possuir mais
O adjunto adnominal é o termo acessório que
de uma oração em sua composição. Sendo assim:
determina, especifica ou explica um substantivo. É uma
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções
oração)
adjetivas que exercem o papel de adjunto adnominal na
Estou comprando um protetor solar, depois irei à
oração. Também atuam como adjuntos adnominais os
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas
artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
orações)
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
amigo de infância.
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três
orações).
O adjunto adnominal se liga diretamente ao
substantivo a que se refere, sem participação do verbo.
Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de Há dois tipos de relações que podem se estabelecer
um verbo. entre as orações de um período composto: uma relação
O poeta português deixou uma obra originalíssima. de coordenação ou uma relação de subordinação.
O poeta deixou-a. Duas orações são coordenadas quando estão juntas
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
adjunto adnominal) de informações, marcado pela pontuação final), mas têm,
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
O poeta português deixou uma obra inacabada. Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
O poeta deixou-a inacabada. (Período Composto)
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo Podemos dizer:
do objeto) 1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se Separando as duas, vemos que elas são independentes.
relaciona apenas ao substantivo. Tal período é classificado como Período Composto por
Coordenação.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, Quanto à classificação das orações coordenadas,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, Sindéticas.
LÍNGUA PORTUGUESA

segunda-feira, passei o dia mal-humorado.


Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de A) Coordenadas Assindéticas
tempo “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente São orações coordenadas entre si e que não são
ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas
Segunda-feira passei o dia mal-humorado. justapostas.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
valor na oração, em:

61
B) Coordenadas Sindéticas A análise das orações continua sendo a mesma:
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a
entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção oração subordinada “ser aprovado”. Observe que a
coordenativa, que dará à oração uma classificação. As oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo
orações coordenadas sindéticas são classificadas em (ser). Além disso, a conjunção “que”, conectivo que unia
cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas
e explicativas. cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo,
gerúndio ou particípio) são chamadas de orações
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! reduzidas ou implícitas (como no exemplo acima).

• Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas Observação:


principais conjunções são: e, nem, não só... mas As orações reduzidas não são introduzidas por
também, não só... como, assim... como. conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. eventualmente, introduzidas por preposição.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
A) Orações Subordinadas Substantivas
• Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: A oração subordinada substantiva tem valor de
suas principais conjunções são: mas, contudo, substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção
todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, integrante (que, se).
assim, senão.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Não sei se sairemos hoje.
Li tudo, porém não entendi! Oração Subordinada Substantiva

Temos medo de que não sejamos aprovados.


• Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
Oração Subordinada Substantiva
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
quer...quer; seja...seja.
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
• Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
como).
suas principais conjunções são: logo, portanto,
por fim, por conseguinte, consequentemente, pois O garoto perguntou qual seu nome.
(posposto ao verbo). Oração Subordinada Substantiva
Passei no concurso, portanto comemorarei!
A situação é delicada; devemos, pois, agir. Não sabemos quando ele virá.
Oração Subordinada Substantiva
• Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a Classificação das Orações Subordinadas
saber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Substantivas
Não fui à praia, pois queria descansar durante o
Domingo. Conforme a função que exerce no período, a oração
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. subordinada substantiva pode ser:

Período Composto Por Subordinação 1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do


verbo da oração principal:
Quero que você seja aprovado!
Oração principal oração subordinada É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito
Observe que na oração subordinada temos o verbo
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular É fundamental que você compareça à reunião.
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por Oração Principal Oração Subordinada
conjunção. As orações subordinadas que apresentam Substantiva Subjetiva
verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo
do indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas FIQUE ATENTO!
por conjunção, chamam-se orações desenvolvidas ou
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que a oração subordinada


explícitas. substantiva pode ser substituída pelo
pronome “isso”. Assim, temos um período
Podemos modificar o período acima. Veja: simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada Desta forma, a oração correspondente
a “isso” exercerá a função de sujeito.

62
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
oração principal: Oração Subordinada
Substantiva Objetiva Indireta
• Verbos de ligação + predicativo, em construções
do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece 4. Completiva Nominal = completa um nome
certo - É claro - Está evidente - Está comprovado que pertence à oração principal e também vem
É bom que você compareça à minha festa. marcada por preposição.

• Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube- Sentimos orgulho de seu comportamento.
se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi Complemento Nominal
anunciado, Ficou provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Sentimos orgulho de que você se comportou. (=
Sentimos orgulho disso.)
• Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - Oração Subordinada
importar - ocorrer - acontecer Substantiva Completiva Nominal
Convém que não se atrase na entrevista.
As orações subordinadas substantivas objetivas
Observação: indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, que orações subordinadas substantivas completivas
o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir
singular. uma da outra, é necessário levar em conta o termo
complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto e o complemento nominal: o primeiro complementa um
do verbo da oração principal: verbo; o segundo, um nome.

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do


Todos querem sua aprovação no concurso.
sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
Objeto Direto
depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
Predicativo do Sujeito
querem isso)
Oração Principal Oração Subordinada
Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso
Substantiva Objetiva Direta
desejo era isso)
Oração Subordinada
As orações subordinadas substantivas objetivas Substantiva Predicativa
diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:
• Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum
“se”: A professora verificou se os alunos estavam termo da oração principal.
presentes. Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
• Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às Aposto
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: O pessoal queria saber quem era o dono Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
do carro importado. Oração subordinada
• Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às substantiva apositiva reduzida de infinitivo
vezes regidos de preposição), nas interrogações
indiretas: Eu não sei por que ela fez isso. (Fernanda tinha um grande sonho: isso)

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )
do verbo da oração principal. Vem precedida de
preposição. B) Orações Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Meu pai insiste em meu estudo. valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale.
Objeto Indireto As orações vêm introduzidas por pronome relativo e
exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste
LÍNGUA PORTUGUESA

nisso) Esta foi uma redação bem-sucedida.


Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Objetiva Indireta
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
Observação: “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
oração.

63
Esta foi uma redação que fez sucesso. No período acima, observe que a oração em destaque
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”:
trata-se de um homem específico, único. A oração limita
Perceba que a conexão entre a oração subordinada o universo de homens, isto é, não se refere a todos os
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é homens, mas sim àquele que estava passando naquele
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou momento.
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o Exemplo 2:
papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no
caso, “redação” é sujeito, então o “que” também funciona O homem, que se considera racional, muitas vezes
como sujeito). age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
FIQUE ATENTO! Agora, a oração em destaque não tem sentido
Vale lembrar um recurso didático para restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade,
reconhecer o pronome relativo “que”: ele apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida
sempre pode ser substituído por: o qual - no conceito de “homem”.
a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta Saiba que:
oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
o qual estuda. da oração principal por uma pausa que, na escrita,
é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a
pontuação seja indicada como forma de diferenciar as
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas orações explicativas das restritivas; de fato, as explicativas
vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
Quando são introduzidas por um pronome
relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou C) Orações Subordinadas Adverbiais
subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são Uma oração subordinada adverbial é aquela que
chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração
orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não principal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo,
são introduzidas por pronome relativo (podem ser modo, fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio). subordinativas (com exclusão das integrantes, que
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. introduzem orações subordinadas substantivas).
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução
conjuntiva que a introduz (assim como acontece com as
No primeiro período, há uma oração subordinada coordenadas sindéticas).
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração Oração Subordinada Adverbial
subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há
pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. A oração em destaque agrega uma circunstância de
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos
acessórios que indicam uma circunstância referente, via
Na relação que estabelecem com o termo que de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial
caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem depende da exata compreensão da circunstância que
atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que exprime.
restringem ou especificam o sentido do termo a que Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
se referem, individualizando-o. Nestas orações não minha vida.
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
adjetivas restritivas. Existem também orações que realçam minha vida.
um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente,
que já se encontra suficientemente definido. Estas orações No primeiro período, “naquele momento” é um
denominam-se subordinadas adjetivas explicativas. adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal
LÍNGUA PORTUGUESA

“senti”. No segundo período, este papel é exercido


Exemplo 1: pela oração “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma
oração subordinada adverbial temporal. Esta oração é
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção
passava naquele momento. subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo).
Seria possível reduzi-la, obtendo-se:

64
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de Principal conjunção subordinativa condicional: se.
minha vida. Outras conjunções condicionais: caso, contanto que,
desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que,
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por certamente o melhor time será campeão.
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). Caso você saia, convide-me.

Observação: D) Concessiva = indica concessão às ações do


A classificação das orações subordinadas adverbiais verbo da oração principal, isto é, admitem uma
é feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos contradição ou um fato inesperado. A ideia de
adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela concessão está diretamente ligada ao contraste,
oração. à quebra de expectativa. Principal conjunção su-
bordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam-
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda
Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto
que, apesar de que.
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
Só irei se ele for.
àquilo que provoca um determinado fato, ao moti-
A oração acima expressa uma condição: o fato de
vo do que se declara na oração principal. Principal “eu” ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
conjunção subordinativa causal: porque. Outras Compare agora com:
conjunções e locuções causais: como (sempre in- Irei mesmo que ele não vá.
troduzido na oração anteposta à oração principal),
pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.
forte. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial
Já que você não vai, eu também não vou. concessiva.
Observe outros exemplos:
A diferença entre a subordinada adverbial causal e Embora fizesse calor, levei agasalho.
a sindética explicativa é que esta “explica” o fato que Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse /
aconteceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
apresenta a “causa” do acontecimento expresso na
oração à qual ela se subordina. Repare: E) Comparativa= As orações subordinadas adver-
1. Faltei à aula porque estava doente. biais comparativas estabelecem uma comparação
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. com a ação indicada pelo verbo da oração princi-
pal. Principal conjunção subordinativa comparati-
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa) va: como.
que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a Você age como criança. (age como uma criança age)
oração sublinhada relata um fato que aconteceu depois,
já que primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram • geralmente há omissão do verbo.
vermelhos.
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequência,
para a execução do que se declara na oração
é efeito do que se declara na oração principal. São
principal. Principal conjunção subordinativa
introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
conformativa: conforme. Outras conjunções
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas
conformativas: como, consoante e segundo (todas
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que. com o mesmo valor de conforme).
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que Fiz o bolo conforme ensina a receita.
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho) Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou direitos iguais.
concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
Reduzida de Infinitivo)
LÍNGUA PORTUGUESA

se declara na oração principal. Principal conjunção


subordinativa final: a fim de. Outras conjunções
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe finais: que, porque (= para que) e a locução
como necessário para a realização ou não de conjuntiva para que.
um fato. As orações subordinadas adverbiais Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
para que se realize - ou deixe de se realizar - o fato
expresso na oração principal.

65
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, SITE
ou seja, um fato simultâneo ao expresso na Disponível em: <http://www.pciconcursos.com.br/
oração principal. Principal locução conjuntiva aulas/portugues/frase-periodo-e-oracao>
subordinativa proporcional: à proporção que.
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à
medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), EXERCÍCIOS COMENTADOS
quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto 1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018)
menos...(mais), quanto menos...(menos). “Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio) A
À proporção que estudávamos mais questões forma de oração desenvolvida adequada correspondente
acertávamos. à oração sublinhada acima é:
À medida que lia mais culto ficava.
a) relembrarmos este dia;
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato b) a relembrança deste dia;
expresso na oração principal, podendo exprimir c) que relembremos este dia;
noções de simultaneidade, anterioridade ou d) que relembrássemos este dia;
posterioridade. Principal conjunção subordinativa e) uma nova lembrança deste dia.
temporal: quando. Outras conjunções
subordinativas temporais: enquanto, mal e Resposta: Letra C
locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as Em “c”: que relembremos este dia;
vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde Em “d”: que relembrássemos este dia;
que, etc. Em uma oração desenvolvida há a presença de
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. conjunção. Ambos os itens têm, mas temos que fazer
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando a correlação verbal com o período da oração reduzida
terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) (o verbo nos dá uma hipótese – talvez seja bom
relembrar). Portanto, a forma correta é: Talvez um dia
Orações Reduzidas seja bom que relembremos este dia.

As orações subordinadas podem vir expressas como 2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE


reduzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Ou seja,
nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem foi usada para criar uma desigualdade social...”; se
conectivo subordinativo que as introduza. modificarmos a oração reduzida de infinitivo por uma
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo oração desenvolvida, a forma adequada seria:
É preciso que se estude = oração desenvolvida
(presença do conectivo) a) para a criação de uma desigualdade social;
b) para que se criasse uma desigualdade social;
Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam c) para que se crie uma desigualdade social;
“desenvolvidas” – como no exemplo acima. d) para a criatividade de uma desigualdade social;
É preciso estudar = oração subordinada substantiva e) para criarem uma desigualdade social.
subjetiva reduzida de infinitivo
É preciso que se estude = oração subordinada Resposta: Letra B
substantiva subjetiva Em “b”: para que se criasse uma desigualdade social;
Em “c”: para que se crie uma desigualdade social;
Orações Intercaladas Desenvolvida = tem conjunção. Ambas têm. A
diferença é o tempo verbal. A ação aconteceu (foi
São orações independentes encaixadas na sequência usada para criar): Ou seja, foi usada para que se criasse
do período, utilizadas para um esclarecimento, um uma desigualdade social.
aparte, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou
travessões. 3. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO
Nós – continuava o relator – já abordamos este – FGV-2017) Uma manchete do Estado de São Paulo,
assunto. 10/04/2017, dizia o seguinte: “Atentados contra cristãos
matam 44 no Egito e país decreta emergência”. As duas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA orações desse período mantêm entre si a seguinte
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa relação lógica:
LÍNGUA PORTUGUESA

Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.


CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, a) causa e consequência;
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira b) informação e comprovação;
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – c) fato e exemplificação;
São Paulo: Saraiva, 2002. d) afirmação e explicação;
e) tese e argumentação.

66
Resposta: Letra A Resposta: Letra D
Atentados contra cristãos matam 44 no Egito e país O verbo “dar” é bitransitivo (transitivo direto e indireto):
decreta emergência = devido aos atentados (causa), Quem dá, dá algo (direto) a alguém (indireto). No
o país decretou emergência (consequência). caso: resposta (objeto direto) / lhe (objeto indireto =
a ele[a])
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO GABARITO OFICIAL: D
– FGV-2017) “Com as novas medidas para evitar a
abstenção, o governo espera uma economia vultosa no 7. (TRE-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA
Enem”. A oração reduzida “para evitar a abstenção” pode ADMINISTRATIVA – AOCP-2015) Em “Ele diz que vota
ser adequadamente substituída pela seguinte oração desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas
desenvolvida: Gerais, sua terra natal...”, a expressão em destaque

a) para que se evitasse a abstenção; a) exerce função de vocativo e não pode ser excluída da
b) a fim de que a abstenção fosse evitada; oração por tratar-se de um termo essencial.
c) para que se evite a abstenção; b) exerce função de aposto e pode ser excluída da oração
d) a fim de evitar-se a abstenção; por tratar-se de um termo acessório.
e) evitando-se a abstenção. c) exerce função de aposto e não pode ser excluída da
oração por tratar-se de um termo essencial.
Resposta: Letra C d) exerce função de adjunto adnominal, portanto é um
Em “a”: para que se evitasse a abstenção; termo acessório.
Em “b”: a fim de que a abstenção fosse evitada; e) exerce função de adjunto adverbial, portanto é um ter-
Em “c”: para que se evite a abstenção; mo acessório.
Desenvolvida tem conjunção. O período traz “para
evitar a abstenção” = hipótese. A forma correta é: “com Resposta: Letra B
as novas medidas para que se evite a abstenção”.
A expressão destacada exerce a função de aposto
– uma informação a mais sobre o termo citado
5. (MPE-AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
anteriormente (no caso, Minas Gerais). É um termo
ÁREA JURÍDICA – FGV-2018) Assinale a opção em que
acessório, podendo ser retirado do período sem
o termo sublinhado funciona como sujeito.
prejudicar a coerência.
a) “Em um regime de liberdades, há sempre o risco de
8. (TRF-1.ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
excessos”.
b) “Sempre há, também, o oportunismo político-ideoló- INFORMÁTICA – FCC-2014)
gico para se aproveitar da crise”. Em 1980, um gigabyte de dados armazenados ocupava
c) “Não faltam, também, os arautos do quanto pior, me- uma sala...
lhor, ...”. O verbo que exige complemento tal como o sublinhado
d) “A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias acima está em:
de suprimento que mantêm o sistema produtivo fun-
cionando”. a) A capacidade de computação duplicou a cada 18
e) “Numa democracia, é livre a expressão”. meses nos últimos 20 anos ...
b) ... que deriva da informação.
Resposta: Letra C c) ... que reduz as barreiras ao acesso.
Em “a”: há sempre o risco de excessos = objeto direto d) ... do que era nos anos 70.
Em “b”: “Sempre há, também, o oportunismo político- e) ... atualmente, 200 gigabytes cabem no bolso de uma
ideológico = objeto direto camisa.
Em “c”: “Não faltam, também, os arautos do quanto
pior, melhor = sujeito Resposta: Letra C
Em “d”: que mantêm o sistema produtivo funcionando “Ocupava uma sala” = transitivo direto
= objeto direto Em “a”: A capacidade de computação duplicou =
Em “e”: é livre a expressão = predicativo do sujeito verbo intransitivo
Em “b”: que deriva da informação = transitivo indireto
6. (TJ-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FUNÇÃO Em “c”: que reduz as barreiras = transitivo direto
JUDICIÁRIA – IBFC-2017 - ADAPTADA) “A resposta que Em “d”: do que era nos anos 70 = verbo de ligação
lhe daria seria: ‘Essa estória não aconteceu nunca para Em “e”: atualmente, 200 gigabytes cabem = verbo
que aconteça sempre... ’” O pronome destacado cumpre intransitivo
LÍNGUA PORTUGUESA

papel coesivo, mas também sintático na oração. Assim,


sintaticamente, ele deve ser classificado como: 9. (TJ-AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FGV-2018) “Tenho
comentado aqui na Folha em diversas crônicas, os usos da
a) adjunto adnominal. internet, que se ressente ainda da falta de uma legislação
b) objeto direto. específica que coíba não somente os usos mas os abusos
c) complemento nominal. deste importante e eficaz veículo de comunicação”. Sobre
d) objeto indireto. as ocorrências do vocábulo que, nesse segmento do
e) predicativo. texto, é correto afirmar que:

67
a) são pronomes relativos com o mesmo antecedente;
b) exemplificam classes gramaticais diferentes;
c) mostram diferentes funções sintáticas; PONTUAÇÃO
d) são da mesma classe gramatical e da mesma função
sintática;
e) iniciam o mesmo tipo de oração subordinada. PONTUAÇÃO

Resposta: Letra D Os sinais de pontuação são marcações gráficas que


“Tenho comentado aqui na Folha em diversas crônicas, servem para compor a coesão e a coerência textual, além
os usos da internet, que (= a qual) se ressente ainda da de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
falta de uma legislação específica que (= a qual) coíba Um texto escrito adquire diferentes significados quando
não somente os usos mas os abusos deste importante pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
e eficaz veículo de comunicação” = ambos podem depende, em certos momentos, da intenção do autor do
ser substituídos por “a qual”, portanto são pronomes discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
relativos (pertencem à mesma classe gramatical); o 1.º relacionados ao contexto e ao interlocutor.
inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa; o
2.º, adjetiva restritiva. Principais funções dos sinais de pontuação

10. (TRE-RJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA A) Ponto (.)


ADMINISTRATIVA – CONSULPLAN-2017) Analise as
afirmações apresentadas a seguir. • Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a cerrando o período.
oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva
explicativa. • Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua de período, este não receberá outro ponto; neste
como sujeito da locução verbal “ter surgido”. caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim
III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada de período. Exemplo: Estudei português, matemári-
é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. ca, constitucional, etc. (e não “etc..”)
IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é
que você exploda.”, a oração destacada é uma oração • Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
subordinada adverbial causal. ponto, assim como após o nome do autor de uma
citação:
Estão corretas apenas as afirmativas Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
a) I e II. Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
b) II e III.
c) III e IV. • Os números que identificam o ano não utilizam pon-
d) I, II e IV. to nem devem ter espaço a separá-los, bem como
os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
Resposta: Letra B
Em “I” - “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, B) Ponto e Vírgula (;)
a oração sublinhada é uma oração subordinada
adjetiva explicativa = substituindo “que” por “a qual”, • Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
continua com sentido, então é pronome relativo – importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os
presente nas adjetivas, mas no período em questão ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos genero-
temos uma restritiva = incorreta sos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão
Em “II” - tem surgido, cada vez mais frequente, o pelo pão a alma...” (VIEIRA)
diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada
atua como sujeito da locução verbal “ter surgido” = • Separa partes de frases que já estão separadas por
correta vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; ou-
Em “III” - “Não pense que para por aí [...]”, a oração tros, montanhas, frio e cobertor.
sublinhada é uma oração subordinada substantiva
objetiva direta = correta • Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
Em “IV” - se te chamarem de ‘queridinho’, a oração tivos, decreto de lei, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

destacada é uma oração subordinada adverbial causal Ir ao supermercado;


= adverbial condicional (“se”) = incorreta Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
Reunião com amigos.

68
C) Dois pontos (:) C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto
• Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou- é, não querem abrir mão dos lucros altos.
tinho trata este assunto:
• Antes de um aposto = Três coisas não me agradam: 2. Para marcar inversão:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. A) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
• Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es- ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo portas fechadas.
a rotina de sempre. B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
• Em frases de estilo direto C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
Maria perguntou: maio de 1982.
- Por que você não toma uma decisão?
3. Para separar entre si elementos coordenados
D) Ponto de Exclamação (!) (dispostos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
• Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me ca- animais.
sar com você!
4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós
• Depois de interjeições ou vocativos queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! 5. Para isolar:
A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole bra-
E) Ponto de Interrogação (?)
sileira, possui um trânsito caótico.
B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.
• Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur
Observações:
Azevedo)
Considerando-se que “etc.” é abreviatura da
expressão latina et coetera, que significa “e outras coisas”,
F) Reticências (...)
seria dispensável o emprego da vírgula antes dele.
• Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige
canetas, cadernos... que empreguemos etc. predecido de vírgula: Falamos de
• Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero política, futebol, lazer, etc.
dizer... é verdad... Ah!” As perguntas que denotam surpresa podem ter
• Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
mal... pega doutor? Você falou isso para ela?!
• Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
depois, o coração falar... Temos, ainda, sinais distintivos:
• a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separa-
G) Vírgula (,) ção de siglas (IOF/UPC);
• os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
Não se usa vírgula pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
Separando termos que, do ponto de vista sintático, opção aos parênteses, principalmente na matemá-
ligam-se diretamente entre si: tica;
• o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
1. Entre sujeito e predicado: nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir
Todos os alunos da sala foram advertidos. um nome que não se quer mencionar.
Sujeito predicado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Entre o verbo e seus objetos: CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform.
V.T.D.I. O.D. O.I. – São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
LÍNGUA PORTUGUESA

Usa-se a vírgula: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

1. Para marcar intercalação: SITE


A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua Disponível em: <http://www.infoescola.com/
abundância, vem caindo de preço. portugues/pontuacao/>
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
produzindo, todavia, altas quantidades de alimen- gramatica/uso-da-virgula.htm>
tos.

69
No texto 1, os termos inseridos nos parênteses – na
Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista de
EXERCÍCIOS COMENTADOS Mussolini – têm a finalidade textual de:

1. (BANPARÁ – ASSISTENTE SOCIAL – FADESP-2018) a) enumerar os sistemas políticos fechados do passado;


O enunciado em que a vírgula foi empregada em b) destacar os sistemas onde se originaram os regimes
desacordo com as regras de pontuação é trabalhista e previdenciário;
c) criticar o atraso político de alguns sistemas da História;
a) Como esse metal é limitado, isso garantia que a pro- d) condenar nossos regimes trabalhista e previdenciário
dução de dinheiro fosse também limitada. por serem muito antigos;
b) Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o padrão- e) exemplificar alguns dos nossos erros do passado.
-ouro.
c) Praticamente todo o dinheiro que existe no mundo é Resposta: Letra B
criado assim, inventado em canetaços a partir da con- Arquitetados de início em sistemas políticos fechados
cessão de empréstimos. (na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália
d) Assim, o sistema monetário atual funciona com uma fascista de Mussolini) = os termos entre parênteses
moeda que é ao mesmo tempo escassa e abundante. servem para se referir aos sistemas políticos fechados,
e) Escassa porque só banqueiros podem criá-la, e abun- exemplificando-os.
dante porque é gerada pela simples manipulação de Em “a”, enumerar os sistemas políticos fechados do
bancos de dados. passado = incorreta
Em “b”, destacar os sistemas onde se originaram os
Resposta: Letra E regimes trabalhista e previdenciário = correta
O enunciado pede a alternativa em desacordo: Em “c”, criticar o atraso político de alguns sistemas da
Em “a”, Como esse metal é limitado, isso garantia História = incorreta
que a produção de dinheiro fosse também limitada Em “d”, condenar nossos regimes trabalhista e
= correta previdenciário por serem muito antigos = incorreta
Em “b”, Em 1971, o presidente dos EUA acabou com o Em “e”, exemplificar alguns dos nossos erros do
padrão-ouro = correta passado = incorreta
Em “c”, Praticamente todo o dinheiro que existe no
mundo é criado assim, inventado em canetaços a 3. (BADESC – ANALISTA DE SISTEMA – BANCO DE
partir da concessão de empréstimos = correta DADOS – FGV-2010) Assinale a alternativa em que a
Em “d”, Assim, o sistema monetário atual funciona vírgula está corretamente empregada.
com uma moeda que é ao mesmo tempo escassa e
abundante = correta a) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode
Em “e”, Escassa porque só banqueiros podem criá- ser considerado, sem dúvida, um desvio de caráter.
la, (X) e abundante porque é gerada pela simples b) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora
manipulação de bancos de dados = incorreta - a competente, nem sempre conseguia resolvê-los.
vírgula pode ser utilizada antes da conjunção “e”, c) Ainda que os níveis de educação estivessem avançan-
desde que haja mudança de sujeito, por exemplo (o do, o sentimento geral, às vezes, era de frustração.
que não acontece na questão) d) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, mui-
GABARITO OFICIAL: E tos sofreriam sanções diariamente.
e) O tempo não para as transformações sociais são ur-
2. (BANESTES – ANALISTA ECONÔMICO FINANCEIRO gentes mas há quem não perceba esse fato, que é
GESTÃO CONTÁBIL – FGV-2018) evidente.

Texto 1 Resposta: Letra C


Indiquei com (X) os lugares inadequados e acrescentei
Em artigo publicado no jornal carioca O Globo, 19/3/2018, a pontuação que faltou:
com o nome Erros do passado, o articulista Paulo Em “a”, O jeitinho, essa instituição tipicamente
Guedes escreve o seguinte: “Os regimes trabalhista e brasileira , pode ser considerado, sem dúvida, um
previdenciário brasileiros são politicamente anacrônicos, desvio de caráter.
economicamente desastrosos e socialmente perversos. Em “b”, Apareciam novos problemas , (X) e o funcionário
Arquitetados de início em sistemas políticos fechados , embora competente, nem sempre conseguia resolvê-
(na Alemanha imperial de Bismarck e na Itália fascista los.
de Mussolini), e desde então cultivados por obsoletos Em “c”, Ainda que os níveis de educação estivessem
LÍNGUA PORTUGUESA

programas socialdemocratas, são hoje armas de avançando, o sentimento geral, às vezes, era de
destruição em massa de empregos locais em meio à frustração.= correta
competição global. Reduzem a competitividade das Em “d”, É claro , (X) que se fôssemos levar a lei ao pé da
empresas, fabricam desigualdades sociais, dissipam em letra, muitos sofreriam sanções diariamente.
consumo corrente a poupança compulsória dos encargos Em “e”, O tempo não para , as transformações sociais
recolhidos, derrubam o crescimento da economia e são urgentes , mas há quem não perceba esse fato,
solapam o valor futuro das aposentadorias”. (adaptado) que é evidente.

70
4. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – De acordo com a norma-padrão, no primeiro quadrinho,
CESGRANRIO-2018) De acordo com a norma-padrão na fala de Hagar, deve ser utilizada uma vírgula,
da língua portuguesa, a pontuação está corretamente obrigatoriamente,
empregada em:
a) antes da palavra “olho”.
a) O conjunto de preocupações e ações efetivas, quando b) antes da palavra “e”.
atendem, de forma voluntária, aos funcionários e c) depois da palavra “evitar”.
à comunidade em geral, pode ser definido como d) antes da palavra “evitar”.
responsabilidade social. e) depois da palavra “e”.
b) As empresas que optam por encampar a prática da
responsabilidade social, beneficiam-se de conseguir Resposta: Letra C
uma melhor imagem no mercado. “Não posso evitar doutor” = no diálogo, Hagar fala com
c) A noção de responsabilidade social foi muito utilizada o doutor (vocativo); portanto, presença obrigatória de
em campanhas publicitárias: por isso, as empresas vírgula após o verbo “evitar”.
precisam relacionar-se melhor, com a sociedade.
d) A responsabilidade social explora um leque abrangente 6. (TJ-RS – JUIZ DE DIREITO – SUBSTITUTO –
de beneficiários, envolvendo assim: a qualidade de VUNESP-2018) No trecho do primeiro parágrafo
vida o bem-estar dos trabalhadores, a redução de do texto – Nas escolas da Catalunha, a separação da
impactos negativos, no meio ambiente. Espanha tem apoio maciço. É uma situação que contrasta
e) Alguns críticos da responsabilidade social defendem com outros lugares de Barcelona, uma cidade que vive
a ideia de que: o objetivo das empresas é o lucro e hoje em duas dimensões. De um lado, há a Barcelona
a geração de empregos não a preocupação com a dos turistas, que se cotovelam nos pontos turísticos da
sociedade como um todo. cidade, … –, empregam-se as vírgulas para separar as
expressões destacadas porque elas
Resposta: Letra A
a) acrescem às informações precedentes comentários
Assinalei com (X) as inadequações e destaquei as
que lhes ampliam o sentido.
inclusões:
b) sintetizam as ideias centrais das informações prece-
Em “a”: O conjunto de preocupações e ações efetivas,
dentes.
quando atendem, de forma voluntária, aos funcionários
c) apresentam informações que se opõem às informa-
e à comunidade em geral, pode ser definido como
ções precedentes.
responsabilidade social = correta
d) retificam as informações precedentes, dando-lhes o
Em “b”: As empresas que optam por encampar a correto matiz semântico.
prática da responsabilidade social, (X) beneficiam-se e) estabelecem certas restrições de sentido às informa-
de conseguir uma melhor imagem no mercado. ções precedentes.
Em “c”: A noção de responsabilidade social foi muito
utilizada em campanhas publicitárias: (X) ; por isso, as Resposta: Letra A
empresas precisam relacionar-se melhor, (X) com a É uma situação que contrasta com outros lugares
sociedade. de Barcelona, uma cidade que vive hoje em duas
Em “d”: A responsabilidade social explora um leque dimensões. De um lado, há a Barcelona dos turistas,
abrangente de beneficiários, envolvendo , assim: (X) , que se cotovelam nos pontos turísticos da cidade
a qualidade de vida , o bem-estar dos trabalhadores, Os períodos destacados acrescentam informações aos
(X) e a redução de impactos negativos, (X) no meio termos citados anteriormente.
ambiente.
Em “e”: Alguns críticos da responsabilidade social
defendem a ideia de que: (X) o objetivo das empresas é CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
o lucro e a geração de empregos , não a preocupação
com a sociedade como um todo.
GABARITO OFICIAL: A CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
5. (PC-SP - Investigador de Polícia – Vunesp-2014) Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos.

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra


na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
LÍNGUA PORTUGUESA

sujeito, os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo


“apreensivos” está concordando em gênero (masculino)
e número (plural) com o substantivo a que se refere:
concurseiros. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
(Folha de S.Paulo, 03.01.2014. Adaptado) número e gênero se correspondem. A correspondência
de flexão entre dois termos é a concordância, que pode
ser verbal ou nominal.

71
Concordância Verbal D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos,
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou
seu sujeito. “de vós”, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o
Sujeito Simples - Regra Geral pronome pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
em número e pessoa. Veja os exemplos: Vários de nós propuseram / propusemos sugestões
inovadoras.
A prova para ambos os cargos será aplicada às 13h.
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular Observação:
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada
fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
Casos Particulares não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de
tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia.
A) Quando o sujeito é formado por uma expressão Nos casos em que o interrogativo ou indefinido
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade estiver no singular, o verbo ficará no singular.
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) Qual de nós é capaz?
seguida de um substantivo ou pronome no plural, o Algum de vós fez isso.
verbo pode ficar no singular ou no plural.
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. E) Quando o sujeito é formado por uma expressão
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram que indica porcentagem seguida de substantivo, o
proposta. verbo deve concordar com o substantivo.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos 85% dos entrevistados não aprovam a administração
dos coletivos, quando especificados: Um bando de do prefeito.
vândalos destruiu / destruíram o monumento. 1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Observação:
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a • Quando a expressão que indica porcentagem não
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque é seguida de substantivo, o verbo deve concordar
aos elementos que formam esse conjunto. com o número.
25% querem a mudança.
B) Quando o sujeito é formado por expressão que 1% conhece o assunto.
indica quantidade aproximada (cerca de, mais
de, menos de, perto de...) seguida de numeral e • Se o número percentual estiver determinado por
substantivo, o verbo concorda com o substantivo. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-
Cerca de mil pessoas participaram do concurso. se-á com eles:
Perto de quinhentos alunos compareceram à Os 30% da produção de soja serão exportados.
solenidade. Esses 2% da prova serão questionados.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas
últimas Olimpíadas. F) O pronome “que” não interfere na concordância;
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa
Observação: do singular.
Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos Fui eu que paguei a conta.
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais Fomos nós que pintamos o muro.
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um És tu que me fazes ver o sentido da vida.
ao outro) Sou eu quem faz a prova.
Não serão eles quem será aprovado.
C) Quando se trata de nomes que só existem no
plural, a concordância deve ser feita levando-se G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve
em conta a ausência ou presença de artigo. Sem assumir a forma plural.
LÍNGUA PORTUGUESA

artigo, o verbo deve ficar no singular; com artigo Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais
no plural, o verbo deve ficar o plural. encantaram os poetas.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Este candidato é um dos que mais estudaram!
Estados Unidos possui grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. • Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
As Minas Gerais são inesquecíveis. dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira. singular:

72
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Observação:
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Quando o sujeito é composto, formado por um
elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele),
• Quando “um dos que” vem entremeada de é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural
substantivo, o verbo pode: (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa de “tomaríeis”.
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que
faça o mesmo). C) No caso do sujeito composto posposto ao
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão verbo, passa a existir uma nova possibilidade de
poluídos (noção de que existem outros rios na concordância: em vez de concordar no plural com
mesma condição). a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer
concordância com o núcleo do sujeito mais
H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o próximo.
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural. Faltaram coragem e competência.
Vossa Excelência está cansado? Faltou coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se
de acordo com o numeral. D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a
Deu uma hora no relógio da sala. concordância é feita no plural. Observe:
Deram cinco horas no relógio da sala. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Soam dezenove horas no relógio da praça. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Baterão doze horas daqui a pouco.
Casos Particulares
Observação:
Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
• Quando o sujeito composto é formado por núcleos
torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
singular.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
Descaso e desprezo marca seu comportamento.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do
singular. São verbos impessoais: Haver no sentido • Quando o sujeito composto é formado por núcleos
de existir; Fazer indicando tempo; Aqueles que dispostos em gradação, verbo no singular:
indicam fenômenos da natureza. Exemplos: Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um
Havia muitas garotas na festa. segundo me satisfaz.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde. • Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural,
Sujeito Composto de acordo com o valor semântico das conjunções:
Drummond ou Bandeira representam a essência da
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao poesia brasileira.
verbo, a concordância se faz no plural: Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

Pai e filho conversavam longamente. Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de


Sujeito “adição”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado.
Pais e filhos devem conversar com frequência. Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima
Sujeito Olimpíada.

B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da no singular.
seguinte maneira: a primeira pessoa do plural (nós)
prevalece sobre a segunda pessoa (vós) que, por • Com as expressões “um ou outro” e “nem um
sua vez, prevalece sobre a terceira (eles). Veja: nem outro”, a concordância costuma ser feita no
LÍNGUA PORTUGUESA

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão. singular.


Primeira Pessoa do Plural (Nós) Um ou outro compareceu à festa.
Nem um nem outro saiu do colégio.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós) • Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
no singular: Um e outro farão/fará a prova.
Pais e filhos precisam respeitar-se.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)

73
• Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, o Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
um mesmo grau de importância e a palavra “com” indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética.
tem sentido muito próximo ao de “e”. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
O pai com o filho montaram o brinquedo. oração. Exemplos:
O governador com o secretariado traçaram os planos Construiu-se um posto de saúde.
para o próximo semestre. Construíram-se novos postos de saúde.
O professor com o aluno questionaram as regras. Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
#FicaDica
O governador com o secretariado traçou os planos
para o próximo semestre. Para saber se o “se” é partícula apassivadora
O professor com o aluno questionou as regras. ou índice de indeterminação do sujeito, ten-
te transformar a frase para a voz passiva. Se
Com o verbo no singular, não se pode falar em a frase construída for “compreensível”, esta-
sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as remos diante de uma partícula apassivadora;
expressões “com o filho” e “com o secretariado” são se não, o “se” será índice de indeterminação.
adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como Veja:
se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Precisa-se de funcionários qualificados.
“O pai montou o brinquedo com o filho.” Tentemos a voz passiva:
“O governador traçou os planos para o próximo Funcionários qualificados são precisados (ou
semestre com o secretariado.” precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
destacado é índice de indeterminação do
sujeito.
Casos em que se usa o verbo no singular:
Agora:
Vendem-se casas.
Café com leite é uma delícia!
Voz passiva: Casas são vendidas. Constru-
O frango com quiabo foi receita da vovó.
ção correta! Então, aqui, o “se” é partícula
apassivadora. (Dá para eu passar para a voz
Quando os núcleos do sujeito são unidos por
expressões correlativas como: “não só... mas ainda”, “não passiva. Repare em meu destaque. Percebeu
somente”..., “não apenas... mas também”, “tanto...quanto”, semelhança? Agora é só memorizar!).
o verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
Nordeste. O Verbo “Ser”
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
notícia. A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo
e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
Quando os elementos de um sujeito composto são concordância pode ocorrer também entre o verbo e o
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância predicativo do sujeito.
é feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da Quando o sujeito ou o predicativo for:
apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo
na vida das pessoas. SER concorda com a pessoa gramatical:
Ele é forte, mas não é dois.
Outros Casos Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos.
O Verbo e a Palavra “SE”
B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
duas de particular interesse para a concordância verbal: com o que estiver no plural:
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; Os livros são minha paixão!
B) quando é partícula apassivadora. Minha paixão são os livros!
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” Quando o verbo SER indicar


acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na • horas e distâncias, concordará com a expressão
terceira pessoa do singular: numérica:
Precisa-se de funcionários. É uma hora.
Confia-se em teses absurdas. São quatro horas.

74
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
quilômetros. seguintes regras gerais:
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
• datas, concordará com a palavra dia(s), que pode se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas
estar expressa ou subentendida: denunciavam o que sentia.
Hoje é dia 26 de agosto. B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos,
Hoje são 26 de agosto. a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:
• Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
e for seguido de palavras ou expressões como • Adjetivo anteposto aos substantivos:
pouco, muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER O adjetivo concorda em gênero e número com o
fica no singular: substantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

• Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
for pronome pessoal do caso reto, com este parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
concordará o verbo. As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
No meu setor, eu sou a única mulher. Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Aqui os adultos somos nós.
• Adjetivo posposto aos substantivos:
Observação: O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural
representados por pronomes pessoais, o verbo concorda se houver substantivo feminino e masculino).
com o pronome sujeito. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Eu não sou ela. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
• Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no Observação:
plural, o verbo SER concordará com o predicativo. Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza,
A grande maioria no protesto eram jovens. pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos
O resto foram atitudes imaturas. dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado
no plural masculino, que é o gênero predominante
O Verbo “Parecer” quando há substantivos de gêneros diferentes.
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o
locução verbal (é seguido de infinitivo), admite duas adjetivo fica no singular ou plural.
concordâncias: A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
• Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho. C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
• A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
sofre flexão: bom para saúde.
As crianças parece gostarem do desenho. O adjetivo concorda com o substantivo, se este
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho for modificado por um artigo ou qualquer outro
aas crianças) determinativo: Esta água é boa para saúde.

Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no D) O adjetivo concorda em gênero e número com
singular. Por exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. os pronomes pessoais a que se refere: Juliana
(Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada encontrou-as muito felizes.
substantiva subjetiva).
E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância Nominal neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição


DE + adjetivo, este último geralmente é usado
A concordância nominal se baseia na relação entre no masculino singular: Os jovens tinham algo de
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um função adjetiva e concorda normalmente com o
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. nome a que se refere:

75
Cristina saiu só. Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
Cristina e Débora saíram sós. Quite
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e
Observação: número com o substantivo ou pronome a que se referem.
Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou Seguem anexas as documentações requeridas.
“apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto, A menina agradeceu: - Muito obrigada.
invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Estamos quites com nossos credores.
#FicaDica
Bastante - Caro - Barato - Longe
Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Se a frase ficar coerente com o primeiro, como advérbios. Concordam com o nome a que se
trata-se de advérbio, portanto, invariável; se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes
houver coerência com o segundo, função de adjetivos, ou numerais.
adjetivo, então varia: As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
Ele está só descansando. (apenas (pronome adjetivo)
descansando) - advérbio Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio)
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
“só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e Meio - Meia
descansando) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo,
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi
G) Quando um único substantivo é modificado por meia porção de polentas.
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser Quando empregada como advérbio permanece
usadas as construções: invariável: A candidata está meio nervosa.
• O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
espanhola e a portuguesa. #FicaDica
• O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
portuguesa. saberei que se trata de um advérbio, não
de adjetivo: “A candidata está um pouco
Casos Particulares nervosa”.

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É


permitido Alerta - Menos
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
• Estas expressões, formadas por um verbo mais sempre invariáveis.
um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a Os concurseiros estão sempre alerta.
que se referem possuir sentido genérico (não vier Não queira menos matéria!
precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em certos momentos, é necessário atenção. CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
No verão, melancia é bom. Cochar. Português linguagens: volume 3 – 7.ª ed. Reform.
É preciso cidadania. – São Paulo: Saraiva, 2010.
Não é permitido saída pelas portas laterais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
• Quando o sujeito destas expressões estiver AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças. SITE
LÍNGUA PORTUGUESA

Esta salada é ótima. Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/


A educação é necessária. secoes/sint/sint49.php>
São precisas várias medidas na educação.

76
Resposta: Letra D
Em “a”: Alimentos saudáveis e prática constante de
EXERCÍCIOS COMENTADOS exercícios são necessárias (necessários) para uma vida
longa e mais equilibrada.
1. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO BANCÁRIO – Em “b”: Inexistência de esgoto em muitas regiões e
CESGRANRIO-2018) A forma verbal em destaque está falta de tratamento adequado da água são causadores
empregada de acordo com a norma-padrão em: (causadoras) de doenças.
Em “c”: Notícias falsas e boatos perigosos não
a) Atualmente, comercializa-se diferentes criptomoedas deveriam ser reproduzidas (reproduzidos) nas redes
mas a bitcoin é a mais conhecida de todas as moedas sociais da forma como acontece hoje.
virtuais. Em “d”: Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos
b) A especulação e o comércio ilegal, de acordo com al- da Região Nordeste foram elogiados por suas
guns analistas, pode tornar as bitcoins inviáveis. propriedades alimentares = correta
c) As notícias informam que até hoje, em nenhuma par- Em “e”: Profissionais dedicados e pesquisas constantes
te do mundo, se substituíram totalmente as moedas precisam ser estimuladas (estimulados) para que se
reais pelas virtuais. avance na cura de algumas doenças.
d) De acordo com as regras do mercado financeiro, criou-
-se apenas 21 milhões de bitcoins nos últimos anos. 3. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR
e) O valor dos produtos comercializados seriam determi- – CESGRANRIO-2018) A concordância do verbo
nados por uma moeda virtual se a real fosse abolida. destacado foi realizada de acordo com as exigências da
norma-padrão da língua portuguesa em:
Resposta: Letra C
Em “a”: Atualmente, comercializam-se diferentes a) Com a corrida desenfreada pelas versões mais atuais
criptomoedas mas a bitcoin é a mais conhecida de dos smartphones, evidenciou-se atitudes agressivas e
todas as moedas virtuais. violentas por parte dos usuários.
Em “b”: A especulação e o comércio ilegal, de b) Devido à utilização de estratégias de marketing, de-
acordo com alguns analistas, podem tornar as bitcoins senvolveu-se, entre os jovens, a ideia de que a posse
inviáveis. de novos aparelhos eletrônicos é garantia de sucesso.
Em “c”: As notícias informam que até hoje, em nenhuma c) É necessário que se envie a todas as escolas do país ví-
parte do mundo, se substituíram totalmente as deos educacionais que permitam esclarecer os jovens
moedas reais pelas virtuais. = correta sobre o vício da tecnologia.
Em “d”: De acordo com as regras do mercado d) É preciso educar as novas gerações para que se redu-
financeiro, criaram-se apenas 21 milhões de bitcoins za os comportamentos compulsivos relacionados ao
nos últimos anos. uso das novas tecnologias.
Em “e”: O valor dos produtos comercializados seria e) Nos países mais industrializados, comprovou-se os
determinado por uma moeda virtual se a real fosse danos psicológicos e o consumismo exagerado causa-
abolida. dos pelo vício da tecnologia.

2. (LIQUIGÁS – MOTORISTA DE CAMINHÃO GRANEL Resposta: Letra B


I – CESGRANRIO-2018) A concordância da palavra Em “a”: Com a corrida desenfreada pelas versões mais
destacada atende às exigências da norma-padrão da atuais dos smartphones, evidenciou-se (evidenciaram-
língua portuguesa em: se) atitudes agressivas e violentas por parte dos
usuários.
a) Alimentos saudáveis e prática constante de exercícios Em “b”: Devido à utilização de estratégias de
são necessárias para uma vida longa e mais equili- marketing, desenvolveu-se, entre os jovens, a ideia de
brada. que a posse de novos aparelhos eletrônicos é garantia
b) Inexistência de esgoto em muitas regiões e falta de de sucesso = correta
tratamento adequado da água são causadores de do- Em “c”: É necessário que se envie (enviem) a todas as
enças. escolas do país vídeos educacionais que permitam
c) Notícias falsas e boatos perigosos não deveriam ser esclarecer os jovens sobre o vício da tecnologia.
reproduzidas nas redes sociais da forma como acon- Em “d”: É preciso educar as novas gerações para que
tece hoje. se reduza (reduzam) os comportamentos compulsivos
d) Plantas da caatinga e frutos pouco conhecidos da Re- relacionados ao uso das novas tecnologias.
gião Nordeste foram elogiados por suas proprieda- Em “e”: Nos países mais industrializados, comprovou-
des alimentares.
LÍNGUA PORTUGUESA

se (comprovaram-se) os danos psicológicos e o


e) Profissionais dedicados e pesquisas constantes preci- consumismo exagerado causados pelo vício da
sam ser estimuladas para que se avance na cura de tecnologia.
algumas doenças.

77
4. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO – ADMINISTRATIVO – que assegurem o controle recíproco entre eles para o
FGV-2017) Observe os seguintes casos de concordância advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
nominal retirados do texto 1: sociedades estatais. A concentração do poder em um só
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e in- órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do exercício
dependente. da liberdade. É que, como observou Montesquieu, “todo
2. A agenda pública é determinada pela imprensa tra- homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até
dicional. onde encontra limites. Para que não se possa abusar do
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
conteúdo independentes. limite o poder”.
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza
A afirmação correta sobre essas concordâncias é: as esferas de abrangência dos poderes políticos: “só se
concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua
a) os dois adjetivos da frase (1) referem-se, respectiva- separação; ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma
mente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’; de sistema coerente, as consequências de conceitos
b) os adjetivos da frase (1) deveriam estar no plural por diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu
referirem-se a dois substantivos; situa-se entre o racionalismo cartesiano e o empirismo
c) na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ se re- de origem baconiana, não abandonando o rigor das
fere a ‘imprensa’; certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém,
d) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está correta- refugindo às especulações metafísicas que, no plano da
mente no plural por referir-se a ‘empresas’; idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
e) na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ deveria estar explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade
no singular por referir-se ao substantivo ‘conteúdo’. civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
Fernanda Leão de Almeida. A garantia institucional do
Resposta: Letra D Ministério Público em função da proteção dos direitos
1. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e humanos. Tese de doutorado. São Paulo: USP, 2010, p.
18-9. Internet: <www.teses.usp.br> (com adaptações).
independente.
2. A agenda pública é determinada pela imprensa
A flexão plural em “eram identificadas” decorre da
tradicional.
concordância com o sujeito dessa forma verbal: “as
3. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de
esferas de abrangência dos poderes políticos”.
conteúdo independentes.
Em “a”: os dois adjetivos da frase (1) referem-se,
( ) CERTO ( ) ERRADO
respectivamente a ‘democracia’ e ‘jornalismo’;
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e Resposta: Certo
independente = apenas a “jornalismo” (...) Até Montesquieu, não eram identificadas com
Em “b”: os adjetivos da frase (1) deveriam estar no clareza as esferas de abrangência dos poderes
plural por referirem-se a dois substantivos; políticos = passando o período para a ordem direta
A democracia reclama um jornalismo vigoroso e (sujeito + verbo), temos: Até Montesquieu, as esferas
independente = a um substantivo (jornalismo) de abrangência dos poderes políticos não eram
Em “c”: na frase (2), a forma de particípio ‘determinada’ identificadas com clareza.
se refere a ‘imprensa’;
A agenda pública é determinada pela imprensa 6. (PC-RS – ESCRIVÃO e Inspetor de Polícia –
tradicional = refere-se ao termo “agenda pública” Fundatec-2018 - adaptada) Sobre a frase “Esses alunos
Em “d”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ está que são usuários constantes de redes sociais têm um risco
corretamente no plural por referir-se a ‘empresas’; 27% maior de desenvolver depressão”, avalie as assertivas
Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de que seguem, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
conteúdo independentes = correta ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado para
Em “e”: na frase (3), o adjetivo ‘independentes’ o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer
deveria estar no singular por referir-se ao substantivo ajustes para fins de concordância.
‘conteúdo’ = incorreta (refere-se a “empresas”) ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes sociais
podem ficar deprimidos.
5. (MPU – ANALISTA DO MPU – CESPE-2015) ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais desen-
volverem depressão constante extrapola o índice
Texto I dos 27%.

Na organização do poder político no Estado moderno,


LÍNGUA PORTUGUESA

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de


à luz da tradição iluminista, o direito tem por função a cima para baixo, é:
preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a
desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco a) V – V – V.
da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige b) F – V – F.
a existência de um poder institucional. Mas a conquista c) V – F – F.
da liberdade humana também reclama a distribuição do d) F – F – V.
poder em ramos diversos, com a disposição de meios e) F – F – F.

78
Resposta: Letra C A voluntária distribuía leite às crianças.
Esses alunos que são usuários constantes de redes sociais A voluntária distribuía leite com as crianças.
têm um risco 27% maior de desenvolver depressão
Em: ( ) Caso os termos ‘Esses alunos’ fosse passado Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
para o singular, outras quatro palavras deveriam sofrer como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto
ajustes para fins de concordância. (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo
Esse aluno que é usuário constante de redes sociais direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto
tem um risco 27% maior de desenvolver depressão adverbial).
= (verdadeira = haveria quatro alterações) Para estudar a regência verbal, agruparemos os
Em: ( ) Mais da metade dos alunos que usam redes verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém,
sociais podem ficar deprimidos. não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de
= falsa (o período em análise não nos transmite tal diferentes formas em frases distintas.
informação, apenas afirma que usuários constantes
têm um risco 27% maior que os demais) A) Verbos Intransitivos
Em: ( ) O risco de alunos usuários de redes sociais Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
desenvolverem depressão constante extrapola o importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
índice dos 27%. aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
= Falsa (“depressão constante” altera o sentido do
período) Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos
adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Ricardo foi para a Espanha.


que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome Adjunto Adverbial de Lugar
(regência nominal) e seus complementos.
Comparecer
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido
por em ou a.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
entre os verbos e os termos que os complementam último jogo.
(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam
(adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais B) Verbos Transitivos Diretos
de uma regência, o que corresponde à diversidade Os verbos transitivos diretos são complementados por
de significados que estes verbos podem adquirir objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
dependendo do contexto em que forem empregados. para o estabelecimento da relação de regência. Ao
empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses
contentar. pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos,
agrado ou prazer”, satisfazer. nas (após formas verbais terminadas em sons nasais),
enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de objetos indiretos.
“agradar a alguém”. São verbos transitivos diretos, dentre outros:
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar,
O conhecimento do uso adequado das preposições acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar,
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar,
verbal (e também nominal). As preposições são capazes defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir,
de modificar completamente o sentido daquilo que está prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar,
sendo dito. ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
Cheguei ao metrô.
LÍNGUA PORTUGUESA

como o verbo amar:


Cheguei no metrô. Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no Amam aquele rapaz. / Amam-no.
segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

79
Observação: Agradeço aos ouvintes a audiência.
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos Objeto Indireto Objeto Direto
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos
adnominais): Paguei o débito ao cobrador.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Objeto Direto Objeto Indireto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua
carreira) O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau com particular cuidado:
humor) Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
C) Verbos Transitivos Indiretos Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Os verbos transitivos indiretos são complementados Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos Paguei minhas contas. / Paguei-as.
exigem uma preposição para o estabelecimento da Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
relação de regência. Os pronomes pessoais do caso
oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como Informar
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
complementos de verbos transitivos indiretos. Com os Informe os novos preços aos clientes.
objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os
pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) novos preços)
em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
Consistir - Tem complemento introduzido pela Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos
preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em preços.
direitos iguais para todos. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou
sobre eles)
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus
complementos introduzidos pela preposição “a”: Observação:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. A mesma regência do verbo informar é usada para os
Eles desobedeceram às leis do trânsito. seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.

Responder - Tem complemento introduzido pela Comparar


preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
indicar “a quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente
O verbo responder, apesar de transitivo indireto na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
quando exprime aquilo a que se responde, admite voz de pessoa.
passiva analítica:
O questionário foi respondido corretamente. Pedi-lhe favores.
Todas as perguntas foram respondidas Objeto Indireto Objeto Direto
satisfatoriamente.
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus Objeto Indireto Oração Subordinada
complementos introduzidos pela preposição “com”. Substantiva Objetiva Direta
Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que A construção “pedir para”, muito comum na
governam para uma minoria privilegiada. linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta
D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos quando a palavra licença estiver subentendida.
LÍNGUA PORTUGUESA

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em


Os verbos transitivos diretos e indiretos são casa.
acompanhados de um objeto direto e um indireto.
Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
e pagar. São verbos que apresentam objeto direto uma oração subordinada adverbial final reduzida de
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
pessoas.

80
Preferir No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial
indireto introduzido pela preposição “a”: de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. numa conturbada cidade.
Prefiro trem a ônibus.
Chamar
Observação: Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado solicitar a atenção ou a presença de.
sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá
vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo chamá-la.
prefixo existente no próprio verbo (pre). Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Mudança de Transitividade - Mudança de Chamar no sentido de denominar, apelidar pode


Significado apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
Há verbos que, de acordo com a mudança de predicativo preposicionado ou não.
transitividade, apresentam mudança de significado. O A torcida chamou o jogador mercenário.
conhecimento das diferentes regências desses verbos é A torcida chamou ao jogador mercenário.
um recurso linguístico muito importante, pois além de A torcida chamou o jogador de mercenário.
permitir a correta interpretação de passagens escritas, A torcida chamou ao jogador de mercenário.
oferece possibilidades expressivas a quem fala ou
escreve. Dentre os principais, estão: Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Agradar
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer Custar
carinhos, acariciar, fazer as vontades de. Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
Sempre agrada o filho quando. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
Aquele comerciante agrada os clientes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.

Agradar é transitivo indireto no sentido de causar No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração
introduzido pela preposição “a”. reduzida de infinitivo.
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
O cantor desagradou à plateia.
Custou-me (a mim) crer nisso.
Aspirar Objeto Indireto Oração Subordinada
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
A Gramática Normativa condena as construções que
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. pessoa: Custei para entender o problema.
(Aspirávamos a ele) = Forma correta: Custou-me entender o problema.

Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, Implicar


as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= implicavam um firme propósito.
Aspiravam a ela) B) ter como consequência, trazer como consequência,
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
Assistir
Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar Como transitivo direto e indireto, significa
assistência a, auxiliar. comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em
LÍNGUA PORTUGUESA

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. questões econômicas.


As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
presenciar, estar presente, caber, pertencer. quem não trabalhasse arduamente.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.

81
Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos.

Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
LÍNGUA PORTUGUESA

Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

82
Importante:
A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
completiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
LÍNGUA PORTUGUESA

Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a;
paralelamente a; relativa a; relativamente a.

83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Duvidam. Acham que estou mentindo.
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza CARRASCO, W. O ano da esperança. Época, 25 dez. 2017, p.97.
Cochar - Português linguagens: volume 3. – 7.ª ed. Reform. Adaptado.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Considere o trecho “Podemos esperar por um futuro me-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. lhor”. Respeitando-se as regras da norma-padrão e con-
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras: servando-se o conteúdo informacional, o trecho acima
literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000. está corretamente reescrito em:

SITE a) Podemos esperar para um futuro melhor


Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ b) Podemos esperar com um futuro melhor
secoes/sint/sint61.php> c) Podemos esperar um futuro melhor
d) Podemos esperar porquanto um futuro melhor
e) Podemos esperar todavia um futuro melhor
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: Letra C
1. (LIQUIGÁS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES- Em “a”: Podemos esperar para um futuro melhor = po-
GRANRIO-2018) demos esperar o quê?
Em “b”: Podemos esperar com um futuro melhor = po-
O ano da esperança demos esperar o quê?
Em “c”: Podemos esperar um futuro melhor = correta
O ano de 2017 foi difícil. Avalio pelo número de amigos Em “d”: Podemos esperar porquanto um futuro me-
desempregados. E pedidos de empréstimos. Um atrás lhor = sentido de “porque”
do outro. Nunca fui de botar dinheiro nas relações de Em “e”: Podemos esperar todavia um futuro melhor =
amizade. Como afirmou Shakespeare, perde-se o dinhei- conjunção adversativa (ideia contrária à apresentada
ro e o amigo. Nos primeiros pedidos, eu ajudava, com a anteriormente)
consciência de que era uma doação. A situação foi pio- A única frase correta – e coerente - é podemos esperar
rando. Os argumentos também. No início era para pagar um futuro melhor.
a escola do filho. Depois vieram as mães e avós doentes.
Lamentavelmente, aprendi a não ser generoso. Ajudava 2. (PETROBRAS – ADMINISTRADOR JÚNIOR – CES-
um rapaz, que não conheço pessoalmente. Mas que so- GRANRIO-2018) Considere a seguinte frase: “Os lança-
freu um acidente e não tinha como pagar a fisioterapia. mentos tecnológicos a que o autor se refere podem re-
Comecei pagando a físio. Vieram sucessivas internações, sultar em comportamentos impulsivos nos consumidores
remédios. A situação piorando, eu já estava encomen- desses produtos”. A utilização da preposição destacada
dando missa de sétimo dia. Falei com um amigo médico, a é obrigatória para atender às exigências da regência
no Rio de Janeiro. Ele aceitou tratar o caso gratuitamen- do verbo “referir-se”, de acordo com a norma-padrão da
te. Surpresa! O doente não aparecia para a consulta. Até língua portuguesa. É também obrigatório o uso de uma
que o coloquei contra a parede. Ou se consultava ou eu preposição antecedendo o pronome que destacado em:
não ajudava mais.
Cheio de saúde, ele foi ao consultório. Pediu uma receita a) Os consumidores, ao adquirirem um produto que qua-
de suplementos para ficar com o corpo atlético. Nunca
se ninguém possui, recém-lançado no mercado, pas-
conheci o sujeito, repito. Eu me senti um idiota por ter
sam a ter uma sensação de superioridade.
caído na história. Só que esse rapaz havia perdido o em-
b) Muitos aparelhos difundidos no mercado nem sempre
prego após o suposto acidente. Foi por isso que me dei-
trazem novidades que justifiquem seu preço elevado
xei enganar. Mas, ao perder salário, muita gente perde
também a vergonha. Pior ainda. A violência aumenta. As em relação ao modelo anterior.
pessoas buscam vagas nos mercados em expansão. Se a c) O estudo de mapeamento cerebral que o pesquisador
indústria automobilística vai bem, é lá que vão trabalhar. realizou foi importante para mostrar que o vício em
Podemos esperar por um futuro melhor ou o que nos novidades tecnológicas cresce cada vez mais.
aguarda é mais descrédito? Novos candidatos vão sur- d) O hormônio chamado dopamina é responsável por
gir. Serão novos? Ou os antigos? Ou novos com cabeça causar sensações de prazer que levam as pessoas a se
de velhos? Todos pedem que a gente tenha uma nova sentirem recompensadas.
consciência para votar. Como? Num mundo em que as e) As pessoas, na maioria das vezes, gastam muito mais
notícias são plantadas pela internet, em que muitos sites do que o seu orçamento permite em aparelhos que
LÍNGUA PORTUGUESA

servem a qualquer mentira. Digo por mim. Já contaram elas não necessitam.
cada história a meu respeito que nem sei o que dizer. Já
inventaram casos de amor, tramas nas novelas que escre- Resposta: Letra E
vo. Pior. Depois todo mundo me pergunta por que isso Em “a”: Os consumidores, ao adquirirem um produto
ou aquilo não aconteceu na novela. Se mudei a trama. que (= o qual) quase ninguém possui, recém-lançado
Respondo: — Nunca foi para acontecer. Era mentira da no mercado, passam a ter uma sensação de superio-
internet. ridade.

84
Em “b”: Muitos aparelhos difundidos no mercado nem Resposta: Letra C
sempre trazem novidades que (= as quais) justifiquem Em “a”: Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o
seu preço elevado em relação ao modelo anterior. amigo comentou de (X) que = comentou que
Em “c”: O estudo de mapeamento cerebral que (= o Em “b”: Enquanto seu amigo continua encomendando
qual) o pesquisador realizou foi importante para mos- livros de papel, o autor aderiu o = aderiu ao
trar que o vício em novidades tecnológicas cresce Em “c”: Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer
cada vez mais. seria sair para jantar = correta
Em “d”: O hormônio chamado dopamina é responsá- Em “d”: As estantes que o autor aludiu = às quais/a
vel por causar sensações de prazer que (= as quais) que
levam as pessoas a se sentirem recompensadas. Em “e”: O único detalhe do apartamento que o amigo
Em “e”: As pessoas, na maioria das vezes, gastam mui- se ateve = ao qual/ a que
to mais do que o seu orçamento permite em apare-
lhos de que (= das quais) elas não necessitam. 5. (TJ-SP – ADVOGADO - VUNESP/2013 - ADAPTADA)
GABARITO OFICIAL: E Na passagem – ... e ausência de candidatos para preen-
chê-las. –, substituindo-se o verbo preencher por concor-
rer e atendendo-se à norma-padrão, obtém-se:
3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
A pobreza é um dos fatores mais comumente respon- a) … e ausência de candidatos para concorrer a elas.
sáveis pelo baixo nível de desenvolvimento humano b) … e ausência de candidatos para concorrer à elas.
e pela origem de uma série de mazelas, algumas das c) … e ausência de candidatos para concorrer-lhes.
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso d) … e ausência de candidatos para concorrê-las.
do trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas e) … e ausência de candidatos para lhes concorrer.
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga Resposta: Letra A
crianças e adolescentes a participarem do processo de Vamos por exclusão: “à elas” está errada, já que não
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem temos acento indicativo de crase antes de pronome
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de pessoal; quando temos um verbo no infinitivo, pode-
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do mos usar a construção: verbo + preposição + prono-
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil me pessoal. Por exemplo: Dar a eles (ao invés de “dar-
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado, -lhes”).
ele continua sendo grave problema nos países mais po-
bres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações). SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS.

O emprego de preposição em “a participarem” é exigido


pela regência da forma verbal “obriga”.
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
( ) CERTO ( ) ERRADO
Semântica é o estudo da significação das palavras
e das suas mudanças de significação através do tempo
Resposta: Certo ou em determinada época. A maior importância está em
(...) o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, distinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia)
obriga crianças e adolescentes a participarem = e homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
quem obriga, obriga alguém (crianças e adolescentes –
objeto direto) a algo (a participarem – objeto indireto: Sinônimos
com preposição – no caso, uma oração com a função São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto
de objeto indireto). - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar -
abolir.
4. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2013) Duas palavras são totalmente sinônimas quando
Considerando as regras de regência verbal, assinale a al- são substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto
ternativa correta. (cara e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas
quando, ocasionalmente, podem ser substituídas,
a) Ao ver a quantidade excessiva de prateleiras, o amigo uma pela outra, em deteminado enunciado (aguadar e
comentou de que o livro estava acabando. esperar).
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Enquanto seu amigo continua encomendando livros


de papel, o autor aderiu o livro digital. Observação:
c) Álvaro convenceu-se de que o melhor a fazer seria sair A contribuição greco-latina é responsável pela
para jantar. existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
d) As estantes que o autor aludiu foram projetadas para antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
armazenar livros e CDs. contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
e) O único detalhe do apartamento que o amigo se ateve transformação e metamorfose; oposição e antítese.
foi o número de estantes.

85
Antônimos O hiperônimo impõe as suas propriedades ao
São palavras que se opõem através de seu significado: hipônimo, criando, assim, uma relação de dependência
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; semântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de
mal - bem. hiperonímia com carros, já que veículos é uma palavra de
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões.
Observação: Veículos é um hiperônimo de carros.
A antonímia pode se originar de um prefixo de Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e utilização correta dos hiperônimos, ao redigir um texto,
discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista evita a repetição desnecessária de termos.
e anticomunista; simétrico e assimétrico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Homônimos e Parônimos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
• Homônimos = palavras que possuem a mesma gra- CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza
fia ou a mesma pronúncia, mas significados dife- Cochar - Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
rentes. Podem ser – São Paulo: Saraiva, 2010.
AMARAL, Emília... [et al.]. Português: novas palavras:
A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- literatura, gramática, redação – São Paulo: FTD, 2000.
rentes na pronúncia: XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua
rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher Portuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.)
e denuncia (verbo); providência (subst.) e providen- SITE
cia (verbo). Disponível em: <http://www.coladaweb.com/
portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e paronimos>
diferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmo- Polissemia
nizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
sela (arreio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
paço (palácio) e passo (andar). um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados
C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou dentro de seu próprio campo semântico.
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pro- Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo
núncia: percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-
cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). se em consideração as situações de aplicabilidade. Há
uma infinidade de exemplos em que podemos verificar a
• Parônimos = palavras com sentidos diferentes, ocorrência da polissemia:
porém de formas relativamente próximas. São O rapaz é um tremendo gato.
palavras parecidas na escrita e na pronúncia: cesta O gato do vizinho é peralta.
(receptáculo de vime; cesta de basquete/esporte) Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
e sesta (descanso após o almoço), eminente Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
(ilustre) e iminente (que está para ocorrer), osso sobrevivência
(substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo O passarinho foi atingido no bico.
e/ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo),
comprimento (medida) e cumprimento (saudação), Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
autuar (processar) e atuar (agir), infligir (aplicar computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
pena) e infringir (violar), deferir (atender a) e comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emitir de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão”
apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal) e ou “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões
tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato é o formato quadriculado que têm.
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à
LÍNGUA PORTUGUESA

superfície) e imergir (mergulhar, afundar). Polissemia e homonímia


A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
Hiperonímia e Hiponímia comum. Quando a mesma palavra apresenta vários
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem significados, estamos na presença da polissemia. Por
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo outro lado, quando duas ou mais palavras com origens
o hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o e significados distintos têm a mesma grafia e fonologia,
hiperônimo, mais abrangente. temos uma homonímia.

86
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode SITE
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
é polissemia porque os diferentes significados para a gramatica/polissemia.htm>
palavra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma
palavra polissêmica: pode significar o elemento básico Denotação e Conotação
do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de
um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes Exemplos de variação no significado das palavras:
significados estão interligados porque remetem para o Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido
mesmo conceito, o da escrita. literal)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
Polissemia e ambiguidade figurado)
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado
pode ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma As variações nos significados das palavras ocasionam
interpretação. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
colocação específica de uma palavra (por exemplo, um (conotação) das palavras.
advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada A) Denotação
frequentemente são felizes. Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
Neste caso podem existir duas interpretações apresenta seu significado original, independentemente
diferentes: do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado
As pessoas têm alimentação equilibrada porque mais objetivo e comum, aquele imediatamente
são felizes ou são felizes porque têm uma alimentação reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro
equilibrada. significado que aparece nos dicionários, sendo o
significado mais literal da palavra.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, A denotação tem como finalidade informar o receptor
ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um
interpretação. Para fazer a interpretação correta é muito caráter prático. É utilizada em textos informativos, como
importante saber qual o contexto em que a frase é jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de
proferida. medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção “pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, um pedaço de madeira. Outros exemplos:
comicidade. Repare na figura abaixo: O elefante é um mamífero.
As estrelas deixam o céu mais bonito!

B) Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes
interpretações, dependendo do contexto em que esteja
inserida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que
vão além do sentido original da palavra, ampliando sua
significação mediante a circunstância em que a mesma
é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
Como no exemplo da palavra “pau”: em seu sentido
(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-cabelo-e- conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe um pau),
pinto. Acesso em 15/9/2014). reprovação (tomei pau no concurso).
A conotação tem como finalidade provocar
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, sentimentos no receptor da mensagem, através da
mas duas seriam: expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
principalmente numa linguagem poética e na literatura,
Corte e coloração capilar mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras
ou de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Faço corte e pintura capilar Exemplos:
Você é o meu sol!
LÍNGUA PORTUGUESA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Minha vida é um mar de tristezas.


CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Você tem um coração de pedra!
Cochar. Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform.
– São Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

87
a) tinta indelével / que não se apaga;
#FicaDica b) ação impossível / que não se possui;
c) trabalho inexequível / que não se exemplifica;
Procure associar Denotação com Dicionário: d) carro invisível / que não tem vistoria;
trata-se de definição literal, quando o termo e) voz inaudível / que não possui audiência.
é utilizado com o sentido que consta no
dicionário.
Resposta: Letra A
Em “a”: tinta indelével / que não se apaga = correta
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Em “b”: ação impossível = que não é possível
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Em “c”: trabalho inexequível = que não se executa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “d”: carro invisível = que não se vê
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Em “e”: voz inaudível = que não se ouve
Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. –
São Paulo: Saraiva, 2010. 3. (MPU – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE-2010)
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis
SITE pelo baixo nível de desenvolvimento humano e pela
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e- origem de uma série de mazelas, algumas das quais
denotacao/ proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do
trabalho infantil. A chaga encontra terreno fértil nas
sociedades subdesenvolvidas, mas também viceja onde
o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga
EXERCÍCIOS COMENTADOS crianças e adolescentes a participarem do processo de
produção. Foi assim na Revolução Industrial de ontem
e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
1. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – FGV-2018) Um
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do
ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte:
Brasil. Enquanto, entre as nações ricas, o trabalho infantil
“Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto
foi minimizado, já que nunca se pode dizer erradicado,
Mestrinho) O vocábulo sublinhado, composto do radical-
ele continua sendo grave problema nos países mais
logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
pobres.
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical,
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
que tem seu significado corretamente indicado é:

a) Antropologia: estudo do homem como representante A palavra “chaga”, empregada com o sentido de ferida
do sexo masculino; social, refere-se, na estrutura sintática do parágrafo, a
b) Etimologia: estudo das raças humanas; “pobreza”.
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre
a Terra; ( ) CERTO ( ) ERRADO
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mu-
lheres; Resposta: Errado
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza. (...) É o caso do trabalho infantil. A chaga encontra
terreno = refere-se a “trabalho infantil”.
Resposta: Letra D
Em “a”: Antropologia: Ciência que se dedica ao estudo 4. (MPU – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O CARGO
do homem (espécie humana) em sua totalidade 33 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO - Nível Médio –
Em “b”: Etimologia: Ciência que investiga a origem CESPE-2013)
das palavras procurando determinar as causas e Há um dispositivo no Código Civil que condiciona a
circunstâncias de seu processo evolutivo edição de biografias à autorização do biografado ou
Em “c”: Meteorologia: Estudo dos fenômenos descendentes. As consequências da norma são negativas.
atmosféricos e das suas leis, principalmente com a Uma delas é a impossibilidade de se registrar e deixar
intenção de prever as variações do tempo. para a posteridade a vida de personagens importantes
Em “d”: Ginecologia: estudo das doenças privativas das na formação do país, em qualquer ramo de atividade.
mulheres = correta Permite-se a interdição de registros de época, em
Em “e”: Fisiologia: Ciência que trata das funções prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro.
orgânicas pelas quais a vida se manifesta Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o relato da
LÍNGUA PORTUGUESA

vida do poeta Manoel Bandeira e dos escritores Mário de


2. (CÂMARA DE SALVADOR-BA – ASSISTENTE Andrade e Guimarães Rosa. Tanto no jornalismo quanto
LEGISLATIVO MUNICIPAL – FGV-2018) “Na verdade, na literatura não pode haver censura prévia. Publicada a
todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis reportagem (ou biografia), os que se sentirem atingidos
números da violência no país”. O vocábulo “inaceitáveis” que recorram à justiça. É preciso seguir o padrão existente
equivale ao “que não se aceita”. A equivalência correta em muitos países, em que há biografias “autorizadas” e
abaixo indicada é: “não autorizadas”.

88
Reclamações posteriores, quando existem, são
encaminhadas ao foro devido, os tribunais.
O alegado “direito à privacidade” é argumento frágil HORA DE PRATICAR!
para justificar o veto a que a historiografia do país seja
enriquecida, como se não bastasse o fato de o poder 1. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional
de censura concedido a biografados e herdeiros ser um Nível Médio - Oficial Administrativo
atentado à Constituição. Considere os enunciados a seguir:
O Globo, 23/9/2013 (com adaptações).
I. Angélica conquistou amigos, sinceros companheiros e
A palavra “sonegado” está sendo empregada com o uma nova família em seu novo local de trabalho.
sentido de reduzido, diminuído. II. Angélica conquistou amigos sinceros, companheiros e
uma nova família em seu novo local de trabalho.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Analise as afirmativas e dê valores Verdadeiro (V) ou Fal-
Resposta: Errado so (F). 
(...) Permite-se a interdição de registros de época, em
prejuízo dos historiadores e pesquisadores do futuro. ( ) No 1° enunciado, o vocábulo “sinceros” exerce a função
Dessa forma, tem sido sonegado, por exemplo, o de adjunto adnominal do substantivo “companheiros”.
relato da vida do poeta Manoel Bandeira e dos ( ) No 2° enunciado, o vocábulo “sinceros” exerce a função
escritores Mário de Andrade e Guimarães Rosa = o de complemento nominal do substantivo “amigos”.
sentido é o de “impedido”. ( ) A diferença de sentido entre os dois enunciados deve-
se à posição da vírgula em cada uma dessas frases.
5. (PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA – VUNESP-2014) O ( ) A alteração na posição da vírgula alterou o tipo de
termo destacado na passagem do primeiro parágrafo – predicado.
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na hora
da compra. – tem sentido equivalente a Em I, tem-se predicado verbal e em II, verbo-nominal. 

a) impetuosidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta


b) empatia. de cima para baixo.
c) relutância.
d) consentimento. a) F, F, V, V
e) segurança. b) V, F, F, V
c) F, V, F, V
Resposta: Letra C d) V, F, V, F
Mesmo com tantas opções, ainda há resistência na
hora da compra. 2. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional
Em “a”: impetuosidade (força) = incorreto Nível Médio - Oficial Administrativo 
Em “b”: empatia = incorreto Assinale a alternativa em que o uso de letra maiúscula
Em “c”: relutância (resistência). está incorreto.
Em “d”: consentimento (aceitação) = incorreto
Em “e”: segurança = incorreto a) Para aqueles que estudam, Julho e Dezembro são me-
A substituição que manteria o sentido do período é ses de lazer e descanso.
“ainda há relutância”. b) No sábado, a jovem recebeu um belo buquê de flores
porque era o Dia dos Namorados.
c) Avenida 15 de Novembro, 1025. Este é o endereço do
curso de Administração gratuito.
d) O Sistema Único de Saúde passa por vários problemas.
Faltam médicos e equipamentos.
LÍNGUA PORTUGUESA

89
3. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional 6. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional
Nível Médio - Oficial Administrativo  Nível Médio - Oficial Administrativo
Leia a charge a seguir e assinale a alternativa incorreta. Leia o texto para responder a questão.

Coisas Antigas

[...] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para


casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a
contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele;
meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a
um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
qual a origem desse carinho.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já
notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o
objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou
apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de
a) O texto faz uso da prosopopeia, ou seja, da perso- minha infância existe mais em sua forma primitiva. De
nificação de objetos inanimados para representar as máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom
mudanças tecnológicas. falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma,
b) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direi- de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para
ta, é o sujeito da oração. melhor; mas mudaram. [...]
c) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direi- O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas,
ta, é o vocativo da oração. já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e
d) O vocábulo “moleque”, que aparece no balão da direi- tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu
ta, alude à novidade tecnológica. austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas.
De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda
4. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional
animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. [...]”
Nível Médio - Oficial Administrativo
Rubem Braga
Assinale a alternativa em que as palavras estão acentua-
das corretamente.
Analise o trecho: “Suas irmãs,  as sombrinhas, já se en-
tregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto
a) Há pesquisas sobre robôs inocuos que instalarão teles-
abusaram que até caíram de moda”. Assinale a alterna-
cópios na Lua para observar a galáxia.
tiva que apresenta a classificação sintática da expressão
b) Naquela manhã, Pedro saiu taciturno para a sala re-
em destaque.
côndita após a conversa com o pérfido homem de
chapéu.
a) aposto.
c) Aproximo-me suavemente do momento em que os fi-
b) sujeito.
lósofos e os imbecis tem o mesmo destino.
c) predicativo.
d) A Secretaria de Segurança Pública intervem, sempre
d) vocativo.
que necessário, em favor da população.

5. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional 7. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -


Nível Médio - Oficial Administrativo  Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo
Analise o enunciado: “Todo esforço tem a sua recom- Leia o texto para responder a questão.
pensa”. Assinale a alternativa que preencha correta e
respectivamente as lacunas abaixo. Coisas Antigas
A expressão “todo esforço” funciona como _____ da ora-
ção; o termo  “tem” é um _____ que é complementado [...] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para
com um  _____  representado pela expressão  “a sua re- casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a
compensa”. contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele;
meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a
a) predicado / verbo intransitivo / complemento nominal. um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
b) substantivo / verbo de ligação / complemento verbal. qual a origem desse carinho.
c) predicativo / verbo transitivo indireto / objeto indireto. Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já
d) sujeito / verbo transitivo direto / objeto direto. notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o
LÍNGUA PORTUGUESA

objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou


apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de
minha infância existe mais em sua forma primitiva. De
máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom
falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma,
de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para
melhor; mas mudaram. [...]

90
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, De acordo com o texto e a Gramática Normativa da Lín-
já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e gua Portuguesa, assinale a alternativa correta.
tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu
austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. a) Segundo o texto, graças ao desenvolvimento tecnoló-
De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda gico, o uso do computador está amplamente difundi-
animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. [...]” do na sociedade e atende a atividades de diferentes
Rubem Braga graus de complexidade, o que torna plausível a vida
sem esse recurso tecnológico.
Leia o trecho: “pendurei o guarda-chuva a um canto e me b) A expressão “nada mais”, no trecho “algoritmo nada
pus a contemplá-lo”. Assinale a alternativa que apresenta mais é do que uma receita”, é uma forma pejorativa de
a regra correta que justifica o uso da expressão pronomi- caracterizar os algoritmos dada sua vasta utilização na
nal em destaque. sociedade contemporânea.
c) Para explicar o conceito de “algoritmo”, a autora utiliza
a) Próclise – uso do pronome após o verbo em enuncia- como estratégia didática uma linguagem figurada an-
dos afirmativos no pretérito imperfeito. tes de fazer uma definição mais técnica.
b) Ênclise – uso do pronome após o verbo no infinitivo d) De acordo com o texto, algumas atividades cotidianas,
impessoal regido por preposição. por serem tão fáceis e automatizadas, dispensam o
c) Mesóclise – uso do pronome após o verbo em enun- uso, mesmo inconsciente, dos algoritmos para serem
ciados afirmativos no presente do indicativo. realizadas.
d) Próclise – uso do pronome após o verbo em enuncia-
dos afirmativos no pretérito perfeito. 9. IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
Educacional
8. IBFC - 2019 - SESACRE - Contador  Quando era novo, em Pringles, havia donos de
Leia com atenção trecho do texto “O que é algoritmo?” automóveis que se gabavam, sem mentir, de tê-los
de Ana Paula Pereira (TecMundo) para responder à ques- desmontado “até o último parafuso” e depois montá-
tão a seguir. los novamente. Era uma proeza bem comum, e tal como
(adaptado)  eram os carros, então, bastante necessária para manter
uma relação boa e confiável com o veículo. Numa viagem
Nos dias atuais e com a evolução galopante da tecnologia, longa era preciso levantar o capô várias vezes, sempre
dificilmente encontramos pessoas que nunca tenham que o carro falhava, para ver o que estava errado. Antes,
utilizado um computador. Os propósitos podem variar na era heroica do automobilismo, ao lado do piloto ia
bastante, seja para edição de textos, jogos ou atividades mecânico, depois rebaixado a copiloto. [...]
mais complexas. Já é difícil de imaginar nossas vidas sem Na realidade, os bricoleurs* de vila ou de bairro não se
o uso dessa ferramenta. limitavam aos carros, trabalhavam com qualquer tipo
Nessa atividade tão comum ao nosso cotidiano, de máquinas: relógios, rádios, bombas d´água, cofres.
você algum dia deve ter parado para pensar como os [...] Desnecessário dizer, assim, que desde que os carros
programas funcionam. Você deve ter feito a si mesmo vêm com circuitos eletrônicos, o famoso “até o último
esta pergunta: como é que o computador faz todas as parafuso” perdeu vigência.
tarefas exatamente da forma que você pede? A resposta Houve um momento, neste último meio século, em que
é mais simples do que parece: ele segue as instruções a humanidade deixou de saber como funcionavam as
que você passa. máquinas que utiliza. De forma parcial e fragmentária,
Mas, para que ele consiga entender o que você fala, ele sabem apenas alguns engenheiros dos laboratórios
precisa de uma linguagem mais específica. Para fazer de Pesquisa e Desenvolvimento de algumas grandes
essa interpretação entre homem e máquina, foram empresas, mas o cidadão comum, por mais hábil e
desenvolvidas as linguagens de programação. Para que entendido que seja, perdeu a pista há muito. Hoje em dia
essa interação seja possível, eles são fundamentais: os usamos os artefatos tal como as damas de antigamente
algoritmos. usavam os automóveis: como “caixas-pretas”, com um
Um algoritmo nada mais é do que uma receita que Input (apertar um botão) e um Output (desliga-se o
mostra passo a passo os procedimentos necessários para motor), na mais completa ignorância do que acontece
a resolução de uma tarefa, como a receita de um bolo. entre esses dois polos.
Ele não responde à pergunta “o que fazer?”, mas sim O exemplo do carro não é por acaso, acredito ter sido
“como fazer”. Em termos mais técnicos, um algoritmo a máquina de maior complexidade até onde chegou o
é uma sequência lógica, finita e definida de instruções saber do cidadão comum. Até a década de 1950, antes
que devem ser seguidas para resolver um problema ou do grande salto, quando ainda se desmontavam carros
LÍNGUA PORTUGUESA

executar uma tarefa. e geladeiras no pátio, circulava uma profusa bibliografia


Embora você não perceba, utiliza algoritmos de forma com tentativas patéticas de seguir o rastro do progresso.
intuitiva e automática diariamente quando executa [...]
tarefas comuns. Como estas atividades são simples e Hoje vivemos num mundo de caixas-pretas. Ninguém se
dispensam ficar pensando nas instruções necessárias assusta por não saber o que acontece dentro do mais
para fazê-las, o algoritmo presente nelas acaba passando simples dos aparelhos de que nos servimos para viver.
despercebido. [...]

91
O que aconteceu com as máquinas é apenas um indício [...]
concreto do que aconteceu com tudo. A sociedade inteira Hoje vivemos num mundo de caixas-pretas. Ninguém se
virou uma caixa-preta. A complicação da economia, os assusta por não saber o que acontece dentro do mais
deslocamentos populacionais, os fluxos de informação simples dos aparelhos de que nos servimos para viver.
traçando caprichosas espirais num mundo de estatísticas [...]
contraditórias, acabaram por produzir uma cegueira O que aconteceu com as máquinas é apenas um indício
resignada cuja única moral é a de que ninguém sabe “o concreto do que aconteceu com tudo. A sociedade inteira
que pode acontecer”; ninguém acerta os prognósticos, virou uma caixa-preta. A complicação da economia, os
ou acerta só por casualidade. Antes isso acontecia apenas deslocamentos populacionais, os fluxos de informação
com o clima, mas à imprevisibilidade do clima o homem traçando caprichosas espirais num mundo de estatísticas
respondeu com civilização. Agora a própria civilização, contraditórias, acabaram por produzir uma cegueira
dando toda a volta, se tornou imprevisível. resignada cuja única moral é a de que ninguém sabe “o
(César Aira. In: Marco M. Chaga, org. Pequeno que pode acontecer”; ninguém acerta os prognósticos,
manual de procedimentos. Tradução: Eduardo ou acerta só por casualidade. Antes isso acontecia apenas
Marquardt. Cuuritiba: Arte & Letra, 2007, p.49-51) com o clima, mas à imprevisibilidade do clima o homem
* bricoleur: aquele que faz qualquer espécie de trabalho respondeu com civilização. Agora a própria civilização,
dando toda a volta, se tornou imprevisível.
Em “havia donos de automóveis que se gabavam” (1º§), (César Aira. In: Marco M. Chaga, org. Pequeno
considerando o contexto, a palavra em destaque pode manual de procedimentos. Tradução: Eduardo
ser entendida como sinônimo de: Marquardt. Cuuritiba: Arte & Letra, 2007, p.49-51)
* bricoleur: aquele que faz qualquer espécie de trabalho
a) vangloriavam.
b) sustentavam.
Dentre as ocorrências do emprego do pronome
c) provocavam.
oblíquo átono abaixo, destacadas do texto, assinale a
d) prejudicavam.
e) organizavam. alternativa incorreta de colocação considerando a Norma
Culta.
10. IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
Educacional a) “havia donos de automóveis que se gabavam” (1º§).
Quando era novo, em Pringles, havia donos de b) “´até o último parafuso’ e depois montá-los” (1º§).
automóveis que se gabavam, sem mentir, de tê-los c) “os bricoleurs* de vila ou de bairro não se limitavam”
desmontado “até o último parafuso” e depois montá- (2º§).
los novamente. Era uma proeza bem comum, e tal como d) “Ninguém se assusta por não saber o que acontece”
eram os carros, então, bastante necessária para manter (5º§).
uma relação boa e confiável com o veículo. Numa viagem e) “dando toda a volta, se tornou imprevisível.” (6º§).
longa era preciso levantar o capô várias vezes, sempre
que o carro falhava, para ver o que estava errado. Antes, 11. IBFC - 2019 - MGS - Auxiliar Administrativo
na era heroica do automobilismo, ao lado do piloto ia Leia: “Campanha da Polícia Rodoviária Federal visa fazer
mecânico, depois rebaixado a copiloto. [...] com que o motorista reflita, porque o próximo carro a ser
Na realidade, os bricoleurs* de vila ou de bairro não se exibido pode ser o dele  [...]”. Assinale a alternativa que
limitavam aos carros, trabalhavam com qualquer tipo tenha a reescrita incorreta do trecho em destaque:
de máquinas: relógios, rádios, bombas d´água, cofres.
[...] Desnecessário dizer, assim, que desde que os carros a) “[...] objetiva fazer com que o motorista reflita, porque
vêm com circuitos eletrônicos, o famoso “até o último o próximo carro a ser exibido pode ser o dele”.
parafuso” perdeu vigência. b) “[...] tem o intuito fazer com que o motorista reflita,
Houve um momento, neste último meio século, em que porque o próximo carro a ser exibido pode ser o dele”.
a humanidade deixou de saber como funcionavam as c) “[...] destina-se fazer com que o motorista reflita, por-
máquinas que utiliza. De forma parcial e fragmentária, que o próximo carro a ser exibido pode ser o dele”.
sabem apenas alguns engenheiros dos laboratórios de d) “[...] impõe fazer com que o motorista reflita, porque o
Pesquisa e Desenvolvimento de algumas grandes empresas, próximo carro a ser exibido pode ser o dele”.
mas o cidadão comum, por mais hábil e entendido que seja,
perdeu a pista há muito. Hoje em dia usamos os artefatos 12. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
tal como as damas de antigamente usavam os automóveis: Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo 
como “caixas-pretas”, com um Input (apertar um botão) Leia o texto para responder a questão.
e um Output (desliga-se o motor), na mais completa
LÍNGUA PORTUGUESA

ignorância do que acontece entre esses dois polos. Coisas Antigas


O exemplo do carro não é por acaso, acredito ter sido [...] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para
a máquina de maior complexidade até onde chegou o casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a
saber do cidadão comum. Até a década de 1950, antes contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele;
do grande salto, quando ainda se desmontavam carros meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a
e geladeiras no pátio, circulava uma profusa bibliografia um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
com tentativas patéticas de seguir o rastro do progresso. qual a origem desse carinho.

92
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já d) De acordo com o infográfico, a troca de afetos produz
notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o melatonina que é o neurotransmissor que melhora a
objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou qualidade de nosso sono.
apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de
minha infância existe mais em sua forma primitiva. De 14. IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo 
falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, Leia o texto para responder a questão.
de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para
melhor; mas mudaram. [...] Coisas Antigas
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, [...] “Depois de cumprir meus afazeres voltei para
já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a
tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele;
austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a
De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber
animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. [...]” qual a origem desse carinho.
Rubem Braga Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já
notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o
Assinale a alternativa em que apenas uma palavra segue
objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou
a mesma regra de acentuação do vocábulo: automóvel.
apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de
minha infância existe mais em sua forma primitiva. De
a) cascavel, lápis, matemática, Rússia.
b) açúcar, hipótese, metrópole, denúncia. máquinas como telefone, automóvel etc., nem é bom
c) fundamental, língua, período, enciclopédia. falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma,
d) níquel, camafeu, incólume, pernóstico. de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para
melhor; mas mudaram. [...]
13. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas,
Leia o infográfico (Pinimg) para responder à questão. já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e
tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu
austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas.
De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda
animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno. [...]”
Rubem Braga

De acordo com o texto, analise as afirmativas e assinale


a alternativa correta.

I. O texto discorre sobre um objeto de uso comum que


tem resistido às mudanças que ocorrem naturalmente
com o tempo.
II. O narrador se mostra introspectivo e expressa apatia
ao observar que o guarda-chuva se mantém obsoleto
nos dias atuais.
III. As expressões junco e pinho, que aparecem no último
parágrafo, referem-se aos tipos de metais utilizados na
fabricação das varetas do guarda-chuva.

a) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.


b) Apenas a afirmativa a II está correta.
c) Apenas a afirmativa I está correta.
d) Apenas a afirmativa III está correta.
Sobre as informações contidas no infográfico, assinale a
alternativa correta. 15. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
Leia com atenção um trecho de uma reportagem
a) O infográfico informa sobre como hábitos cotidianos sobre “Mães solo” para responder à questão a seguir.
produzem certos tipos de neurotransmissores e quais (Adaptado)
LÍNGUA PORTUGUESA

são as consequências da liberação destas substâncias


em nosso corpo e nossa vida. É muito comum escutarmos por aí as pessoas utilizando
b) De acordo com o infográfico, a endorfina, produzida a expressão “mãe solteira” para se referir àquelas
pelo consumo de chocolate, é nociva ao nosso orga- mulheres que criam sozinhas os seus filhos. E por que
nismo e precisa ser evitada. não é adequado utilizarmos essa expressão?
c) A coluna central do infográfico aponta todas as vita- O termo “mãe solo” surgiu como uma forma de dar
minas que precisamos consumir cotidianamente para enfoque ao compromisso assumido pela mãe em
cultivar uma vida saudável. se responsabilizar pelos cuidados da criança por ela

93
gerada ou adotada. Mas é importante entendermos a existe uma cultura que viabiliza esse comportamento
maternidade como algo muito complexo, que se dá para masculino de isenção perante a paternidade, mas o
além do estado civil da mulher. contrário parece impensável para as mulheres,que ainda
Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente, são alvo de críticas, caso não cumpram suas funções
50 a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe maternas de maneira esperada.
solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro
do filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança de Geografia e Estatística), em 2005, 10,5 milhões de
algumas vezes durante a semana. (...) Infelizmente ainda famílias já eram compostas por mulheres sem cônjuge
existe uma cultura que viabiliza esse comportamento e com filhos,sendo elas as principais responsáveis pela
masculino de isenção perante a paternidade, mas o criação dos mesmos. Nos últimos 10 anos, o número de
contrário parece impensável para as mulheres,que ainda “mães solo” no Brasil aumentou em mais de um milhão.
são alvo de críticas, caso não cumpram suas funções Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade caiu de 2,38
maternas de maneira esperada. filhos por mulher para 1,9, em 2010. Esse decréscimo está
Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro ligado ao aumento da escolaridade feminina, que teve
de Geografia e Estatística), em 2005, 10,5 milhões de sua presença intensificada tanto no ensino médio como
famílias já eram compostas por mulheres sem cônjuge nas universidades, superando os números masculinos
e com filhos,sendo elas as principais responsáveis pela neste mesmo processo. 
criação dos mesmos. Nos últimos 10 anos, o número de
“mães solo” no Brasil aumentou em mais de um milhão. De acordo com o texto e com a Gramática Normativa
Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade caiu de 2,38 da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.
filhos por mulher para 1,9, em 2010. Esse decréscimo está
ligado ao aumento da escolaridade feminina, que teve a) O texto é um gênero em que predomina a sequência
sua presença intensificada tanto no ensino médio como tipológica injuntiva já que incentiva a compra de con-
nas universidades, superando os números masculinos traceptivos que evitariam o aumento do número de
neste mesmo processo.  mães solo no Brasil.
b) A sequência textual predominante no texto acima é a
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da narrativa, pois explora detalhes e informações caracte-
Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta. rizando singularmente os raros casos de maternidade
solo no Brasil.
a) No trecho “para se referir àquelas mulheres”, verifica- c) A reportagem pode ser lida como um texto informati-
-se que o verbo “referir” exige, de acordo com as re- vo que além de atualizar a nomenclatura sobre mater-
gras de regência verbal, a presença da preposição “a”. nidade solo, faz uso de dados numéricos que contex-
b) No trecho “isenção perante  a  paternidade”, o termo tualizam a realidade das mães no Brasil.
destacado “a” é uma preposição. d) O trecho é prioritariamente argumentativo ao defen-
c) No trecho “o contrário parece impensável para as mu- der de modo enfático pontos de vista sobre a neces-
lheres”, a expressão em destaque “para as mulheres” sidade de planejamento familiar para evitar assim que
é um objeto indireto. crianças cresçam sem a presença do pai.
d) No trecho “está ligado ao aumento da escolaridade
feminina”, a expressão em destaque “ao aumento da 17. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
escolaridade feminina” é um objeto direto preposicio- Leia com atenção um trecho de uma reportagem
nado. sobre “Mães solo” para responder à questão a seguir.
(Adaptado)
16. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo É muito comum escutarmos por aí as pessoas utilizando
Leia com atenção um trecho de uma reportagem a expressão “mãe solteira” para se referir àquelas
sobre “Mães solo” para responder à questão a seguir. mulheres que criam sozinhas os seus filhos. E por que
(Adaptado) não é adequado utilizarmos essa expressão?
O termo “mãe solo” surgiu como uma forma de dar
É muito comum escutarmos por aí as pessoas utilizando enfoque ao compromisso assumido pela mãe em
a expressão “mãe solteira” para se referir àquelas se responsabilizar pelos cuidados da criança por ela
mulheres que criam sozinhas os seus filhos. E por que gerada ou adotada. Mas é importante entendermos a
não é adequado utilizarmos essa expressão? maternidade como algo muito complexo, que se dá para
O termo “mãe solo” surgiu como uma forma de dar além do estado civil da mulher.
enfoque ao compromisso assumido pela mãe em Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente,
se responsabilizar pelos cuidados da criança por ela 50 a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe
gerada ou adotada. Mas é importante entendermos a solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão
LÍNGUA PORTUGUESA

maternidade como algo muito complexo, que se dá para do filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança
além do estado civil da mulher. algumas vezes durante a semana. (...) Infelizmente ainda
Se o pai não divide a criação com a mãe igualitariamente, existe uma cultura que viabiliza esse comportamento
50 a 50% do tempo, ela ainda será considerada uma mãe masculino de isenção perante a paternidade, mas o
solo – mesmo que ele coloque seu nome na certidão contrário parece impensável para as mulheres,que ainda
do filho(a), pague a pensão que deve e veja a criança são alvo de críticas, caso não cumpram suas funções
algumas vezes durante a semana. (...) Infelizmente ainda maternas de maneira esperada.

94
Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira conta,
de Geografia e Estatística), em 2005, 10,5 milhões de de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil
famílias já eram compostas por mulheres sem cônjuge para ser usada nesses sites de Internet que pedem seu
e com filhos,sendo elas as principais responsáveis pela e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você
criação dos mesmos. Nos últimos 10 anos, o número de não deve usar essa conta para contatos importantes. 
“mães solo” no Brasil aumentou em mais de um milhão.
Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade caiu de 2,38 De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da
filhos por mulher para 1,9, em 2010. Esse decréscimo está Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assina-
ligado ao aumento da escolaridade feminina, que teve le a alternativa correta.
sua presença intensificada tanto no ensino médio como
nas universidades, superando os números masculinos I. As expressões em destaque no trecho a seguir “estar
neste mesmo processo.  familiarizado com a tecnologia da informação é tão ne-
cessário quanto foi no passado” são classificadas como
A partir da leitura e interpretação do texto, assinale a al- locução conjuntiva e tem sentido comparativo.
ternativa incorreta. II. A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e
saída de dados que recebemos do ambiente” é classifi-
a) De acordo com o texto, o termo “mãe solo” faz refe- cada como conjunção integrante.
rência a mulheres que assumiram completamente ou III. A expressão destacada no trecho a seguir “Aconse-
majoritariamente os cuidados e a responsabilidade lho  que  toda pessoa tenha pelo menos três contas” é
por seus filhos. classificada como pronome relativo.
b) O termo “mãe solo” não discrimina a maternidade
adotiva podendo ser empregado para referir-se tanto a) Apenas a afirmativa III está correta.
a mães de filhos biológicos como de filhos adotivos. b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) A diferença de uso das expressões “mãe solteira” e c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.
“mãe solo” reside no fato de deslocar a compreensão
da maternidade para além do estado civil da mulher.
19. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
d) O decréscimo do número de “mães solo” no Brasil se
Leia atentamente um trecho da entrevista realizada
deve, entre outros fatores, ao aumento da escolarida-
pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing
de feminina.
Mario Persona para responder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “so-
18. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
frem” uma espécie de ansiedade tecnológica, aquele tipo
Leia atentamente um trecho da entrevista realizada pelo de situação que envolve a falta de capacidade de contro-
jornal “A tarde” com o consultor de marketing Mario Per- le quando o assunto é dominar programas e utilização
sona para responder à questão. (Adaptado) do micro?
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “so- Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela
frem” uma espécie de ansiedade tecnológica, aquele tipo necessidade. Hoje saber estar familiarizado com a
de situação que envolve a falta de capacidade de contro- tecnologia da informação é tão necessário quanto foi
le quando o assunto é dominar programas e utilização no passado estar familiarizado com a pena — saber
do micro? escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela e saída de dados que recebemos do ambiente depende
necessidade. Hoje saber estar familiarizado com a agora desses acessórios tecnológicos.
tecnologia da informação é tão necessário quanto foi A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras
no passado estar familiarizado com a pena — saber e parte para a solução mais “irracional” possível: pode
escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada até mesmo dar umas pancadas no micro...
e saída de dados que recebemos do ambiente depende Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada.
agora desses acessórios tecnológicos. Até hoje o micro resolve inventar uma novidade nas
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora
e parte para a solução mais “irracional” possível: pode de imprimir aquela proposta urgente. É a Internet que
até mesmo dar umas pancadas no micro... decide ficar muda quando mais preciso enviar ou receber
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. meus e-mails, ou pesquisar algo.
Até hoje o micro resolve inventar uma novidade nas A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas
horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de e-mail, a seu ver, isso seria uma forma de ansiedade
de imprimir aquela proposta urgente. É a Internet que ou dispersão? O que acha disso?
decide ficar muda quando mais preciso enviar ou receber Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta
LÍNGUA PORTUGUESA

meus e-mails, ou pesquisar algo. de e-mail, às vezes até por segurança ou prevenção.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas.
de e-mail, a seu ver, isso seria uma forma de ansiedade Uma da empresa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado
ou dispersão? O que acha disso? a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira conta,
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil
de e-mail, às vezes até por segurança ou prevenção. para ser usada nesses sites de Internet que pedem seu
Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você
Uma da empresa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado não deve usar essa conta para contatos importantes. 

95
De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da a) tem mania de causar dificuldades operacionais nos
Língua Portuguesa, assinale a alternativa incorreta. momentos mais impróprios./ que resolve interromper
a impressão daquela
a) O sujeito do trecho “Nossos sentidos foram expan- b) resolve gerar problemas sem solução, devido à hora
didos” é classificado como sujeito paciente, já que a em que acontecem./ cuja a impressão dá algum pro-
frase está na voz passiva. blema justamente no momento de imprimir
b) No trecho “Já fiz isso”, a palavra destacada é um pro- c) , nas piores horas, costuma dar problemas./ em que
nome demonstrativo com função anafórica no texto, apresenta, no pior momento, problemas na impressão
por retomar uma ideia já enunciada. daquela
c) No trecho “Uma da empresa onde trabalha”, a palavra d) decide criar um problema novo nos momentos me-
destacada é um pronome relativo, que retoma corre- nos inconvenientes./ que decide dar problema no mo-
tamente a palavra “empresa”. mento de imprimir
d) O trecho “que é útil para ser usada nesses sites de In-
ternet” apresenta um problema de concordância ver- 21. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
bal, pois a palavra “que” retoma um termo no plural Leia atentamente um trecho da entrevista realizada
“provedores gratuitos”, obrigando que a forma verbal pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing
destacada também estivesse no plural. Mario Persona para responder à questão. (Adaptado)
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que
20. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo “sofrem” uma espécie de ansiedade tecnológica,
Leia atentamente um trecho da entrevista realizada aquele tipo de situação que envolve a falta de
pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing capacidade de controle quando o assunto é dominar
Mario Persona para responder à questão. (Adaptado) programas e utilização do micro?
A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela
“sofrem” uma espécie de ansiedade tecnológica, necessidade. Hoje saber estar familiarizado com a
tecnologia da informação é tão necessário quanto foi
aquele tipo de situação que envolve a falta de
no passado estar familiarizado com a pena — saber
capacidade de controle quando o assunto é dominar
escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada
programas e utilização do micro?
e saída de dados que recebemos do ambiente depende
Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela
agora desses acessórios tecnológicos.
necessidade. Hoje saber estar familiarizado com a
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras
tecnologia da informação é tão necessário quanto foi
e parte para a solução mais “irracional” possível: pode
no passado estar familiarizado com a pena — saber
até mesmo dar umas pancadas no micro...
escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada.
e saída de dados que recebemos do ambiente depende Até hoje o micro resolve inventar uma novidade nas
agora desses acessórios tecnológicos. horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora
A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras de imprimir aquela proposta urgente. É a Internet que
e parte para a solução mais “irracional” possível: pode decide ficar muda quando mais preciso enviar ou receber
até mesmo dar umas pancadas no micro... meus e-mails, ou pesquisar algo.
Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas
Até hoje o micro resolve inventar uma novidade nas de e-mail, a seu ver, isso seria uma forma de ansiedade
horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora ou dispersão? O que acha disso?
de imprimir aquela proposta urgente. É a Internet que Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta
decide ficar muda quando mais preciso enviar ou receber de e-mail, às vezes até por segurança ou prevenção.
meus e-mails, ou pesquisar algo. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas.
A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas Uma da empresa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado
de e-mail, a seu ver, isso seria uma forma de ansiedade a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira conta,
ou dispersão? O que acha disso? de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil
Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta para ser usada nesses sites de Internet que pedem seu
de e-mail, às vezes até por segurança ou prevenção. e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você
Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. não deve usar essa conta para contatos importantes. 
Uma da empresa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado
a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira conta, De acordo com a leitura atenta do texto acima e
de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa,
para ser usada nesses sites de Internet que pedem seu assinale a alternativa correta.
e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você
não deve usar essa conta para contatos importantes.  a) A palavra “pena” no trecho “estar familiarizado com a
LÍNGUA PORTUGUESA

pena” é sinônima de “dó” e refere-se ao sentimento de


Leia o trecho extraído do texto e assinale a alternativa quem se solidariza com as pessoas não familiarizadas
que preencha correta e respectivamente as lacunas, com as novas tecnologias de informação.
preservando o seu sentido original e respeitando a b) As aspas utilizadas para destacar a palavra “irracional”
Gramática Normativa da Língua Portuguesa. no trecho “parte para a solução mais ‘irracional’ possí-
“Até hoje o micro _____. É a impressora _____ proposta vel” têm função de alertar o leitor para que o sentido
urgente.” dessa palavra é carregado de ironia.

96
c) As reticências utilizadas no trecho a seguir “até mesmo dar umas pancadas no micro...” têm função de ocultar uma
ou mais palavras de baixo calão, inadequadas ao gênero textual em questão.
d) Apesar de não responder explicitamente à última pergunta, é incorreto dizer que o entrevistado não se posiciona,
já que ele a responde indiretamente.

22. IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo


Leia com atenção a tira de “Calvin e Haroldo”, criada pelo cartunista Bill Watterson, para responder à questão.

De acordo com a tira e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa correta.

I. No primeiro quadrinho, é possível classificar a pergunta que Calvin faz para a mãe como uma pergunta retórica.
II. A expressão “batendo as botas”, no terceiro quadrinho, é uma figura de linguagem conhecida como hipérbole.
III. O adjetivo “belo”, no terceiro quadrinho, é utilizado com uma conotação irônica.

a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.


b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas a afirmativa II está correta.
d) Apenas a afirmativa III está correta.

23. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico


Leia a tira de “Níquel Náusea”, criada pelo cartunista brasileiro Fernando Gonsales, para responder à questão.

De acordo com a tira e a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta:

a) A palavra “quem” no primeiro quadrinho é um pronome interrogativo.


b) A palavra “um” no primeiro quadrinho é um artigo indefinido.
c) A palavra “rolando” no segundo quadrinho é um verbo no infinitivo.
d) A palavra “suporto” no último quadrinho é um verbo conjugado na primeira pessoa do singular no presente do
modo indicativo.

24. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico


LÍNGUA PORTUGUESA

Leia com atenção o poema “Guardar” do poeta brasileiro Antonio Cícero e responda à questão.
Guardar
Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto

97
é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção,
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, professor de português, roqueiro, colecionador de discos
isto de vinil e livros usados, e responsável pelo atendimento
é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe
estar por ela ou ser por ela. também driblar as angústias dos nossos jovens amigos
Por isso, melhor se guarda o voo de um pássaro em apuros.
Do que de um pássaro sem voos. Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, professores uma tarefa complicada e não sabem a quem
por recorrer. Kiko responde delicada mas firmemente: não dá
isso se declara e declama um poema: para fazer o trabalho escolar no lugar do aluno (é festa
Para guardá-lo: agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: este cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês não
Guarde o que quer que guarda um poema: poderiam dar uma dica de como ir bem numa prova de
Por isso o lance do poema: física porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo
Por guardar-se o que se quer guardar. ao apelo levado aos repórteres por Kiko, Galileu oferece
(Fonte: Pensador) a seus leitores a matéria “Os cientistas alertam: não
deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra
Considerando o poema acima e a Gramática Normativa que a física pode ser criativa em vez de uma aula chata.
da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e dê Quer ver?
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). Martha San Juan França, Diretora de Redação 
( ) No trecho “Guardar uma coisa não é escondê-la”, o De acordo com o texto acima e com a Gramática Norma-
termo destacado corresponde ao Pronome Pessoal do tiva da Língua Portuguesa, assinale a alternativa incorre-
caso oblíquo “a” corretamente grafado quando colocado ta:
após um verbo no infinitivo.
( ) No trecho “Em cofre não se guarda coisa alguma.”, o a) No trecho “Kiko, como é muito mais conhecido, sabe
termo destacado é uma Locução Adverbial. também driblar as angústias dos nossos jovens ami-
( ) No trecho “mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la” a gos em apuros.”, o termo destacado é classificado
expressão destacada pode ser substituída, sem alteração
como Verbo Transitivo Direto e Indireto.
de sentido, pelo termo “ou seja”.
b) No trecho “Muitos pedem ajuda a Galileu quando re-
( ) No trecho “Por isso, melhor se guarda o voo de
cebem dos professores uma tarefa complicada”, a
um pássaro”, o termo destacado é uma Conjunção
oração destacada é classificada como Oração Subor-
Coordenativa Adversativa.
dinada Adverbial Temporal.
( ) No trecho “Guarde o que quer que guarda um poema”,
c) No trecho “Ainda mais para nós, jornalistas de Gali-
o termo destacado é um artigo definido.
leu, que adoramos um bom desafio.” a expressão des-
tacada é classificada como Aposto.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
de cima para baixo. d) No trecho “Ela mostra que a física pode ser criativa em
vez de uma aula chata.”, o termo destacado é classifi-
a) V, V, V, F, V. cado como conjunção integrante.
b) V, V, V, F, F.
c) F, F, V, V, F. 26. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico
d) F, V, F, F, F.
Leia a tira de “Níquel Náusea”, criada pelo cartunista
25. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico brasileiro Fernando Gonsales, para responder à ques-
Carta ao Leitor tão.
Nunca te vi, sempre te amei
(...)
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação
de Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas
dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais
e suas cartas traduzem isso. São criativos, curiosos,
observadores e não deixam passar nada. Fazem perguntas
tão difíceis quanto imprevisíveis. Querem saber de tudo:
do monstro do Lago Ness ao Projeto Genoma Humano.
LÍNGUA PORTUGUESA

E não se contentam com respostas pela metade. Ler as


dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre A partir da interpretação da tira anterior, assinale a alter-
as reportagens passadas e as sugestões de futuras é nativa correta.
gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós,
jornalistas de Galileu, que adoramos um bom desafio. a) No primeiro quadrinho, a palavra “chinelo” representa
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para um símbolo de controle, que garante ao seu dono um
satisfazer tantas pessoas exigentes. Vou apresentá-la poder absoluto.

98
b) No terceiro quadrinho a oração “Não suporto filosofia 28. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico
barata”, a palavra “barata” é um vocativo, pois faz um Carta ao Leitor
chamamento direto à personagem. Nunca te vi, sempre te amei
c) A tirinha é construída por um monólogo da barata que (...)
está incomodando o rato, o que pode ser explicado De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação
pela sua expressão facial. de Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas
d) Os termos “chinelo” e “naftalina”, usados no primeiro dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais
e segundo quadrinhos, são adjetivos relacionados ao e suas cartas traduzem isso. São criativos, curiosos,
sujeito “barata”. observadores e não deixam passar nada. Fazem perguntas
tão difíceis quanto imprevisíveis. Querem saber de tudo:
27. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico do monstro do Lago Ness ao Projeto Genoma Humano.
Leia com atenção o trecho do livro A contadora de E não se contentam com respostas pela metade. Ler as
filmes do escritor chileno Hernán Rivera Letelier, dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre
traduzido para o português por Eric Nepomuceno e as reportagens passadas e as sugestões de futuras é
responda à questão. gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós,
jornalistas de Galileu, que adoramos um bom desafio.
Naquele tempo descobri que todo mundo gosta que Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para
alguém conte histórias. Todos querem sair da realidade satisfazer tantas pessoas exigentes. Vou apresentá-la
um momento e viver esses mundos de ficção dos filmes, agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção,
das radionovelas, dos romances. Gostam até que alguém professor de português, roqueiro, colecionador de discos
lhes conte mentiras, se essas mentiras forem bem de vinil e livros usados, e responsável pelo atendimento
contadas. Essa é a razão do êxito dos embusteiros de fala aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe
hábil. também driblar as angústias dos nossos jovens amigos
Sem nem ter pensado nisso, para eles eu tinha me em apuros.
transformado numa fazedora de ilusões. Numa espécie Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos
de fada, como dizia a vizinha. Minhas narrações de filme professores uma tarefa complicada e não sabem a quem
os tiravam daquele amargo nada que era o deserto, e recorrer. Kiko responde delicada mas firmemente: não dá
mesmo que fosse por um instante os transportava a para fazer o trabalho escolar no lugar do aluno (é festa
mundos maravilhosos, cheios de amores, sonhos e agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como
aventuras. Em vez de vê-los projetados numa tela, em este cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês não
minhas narrações cada um podia imaginar esses mundos poderiam dar uma dica de como ir bem numa prova de
ao seu bel prazer. física porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo
Certa vez li por aí, ou vi num filme, que quando os judeus ao apelo levado aos repórteres por Kiko, Galileu oferece
eram levados pelos alemães naqueles vagões fechados, a seus leitores a matéria “Os cientistas alertam: não
de transportar gado – com apenas uma ranhura na parte deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra
alta para que entrasse um pouco de ar –, enquanto que a física pode ser criativa em vez de uma aula chata.
iam atravessando campos com cheiro de capim úmido, Quer ver?
escolhiam o melhor narrador entre eles e, subindo-o em Martha San Juan França, Diretora de Redação 
seus ombros, o elevavam até a ranhura para que fosse
descrevendo a paisagem e contando o que via conforme Leia atentamente ao texto “Nunca te vi, mas sempre
o trem avançava. te amei” publicado na seção “Carta ao leitor” da
Eu agora estou convencida de que entre eles deve ter revista Galileu e assinale a alternativa correta.
havido muitos que preferiam imaginar as maravilhas
contadas pelos companheiro a ter o privilégio de olhar a) Simpático aos dramas dos leitores, Kiko se recusa a
pela ranhura. fazer as tarefas dos alunos, principalmente quando se
trata de tarefas com questões delicadas e complexas.
Partindo da compreensão do trecho acima e da b) No título “nunca te vi, mas sempre te amei”, a palavra
Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale “te” faz referência a Martha San Juan França, Diretora
a alternativa incorreta: de Redação da revista Galileu.
c) Luiz Francisco Senne é apontado como “professor de
a) No trecho “o elevavam até a ranhura  para que fos- português, roqueiro, colecionador de discos de vinil e
se descrevendo a paisagem  e contando o que via” livros usados”, o que o ajuda a efetivamente ser um
é uma Oração Subordinada Substantiva Objetiva In- excelente responsável pelo atendimento dos leitores.
direta. d) O trecho “Querem saber de tudo: do monstro do Lago
LÍNGUA PORTUGUESA

b) No trecho “Gostam até que alguém lhes conte menti- Ness ao Projeto Genoma Humano.” exemplifica a im-
ras”, a palavra destacada é um objeto indireto. previsibilidade temática das perguntas feitas pelos
c) No trecho “Em vez de vê-los projetados numa tela”, o leitores, que abordam assuntos de natureza mítica-
termo destacado é um objeto direto. -fantástica a temas de concreta relevância científica.
d) No período “Naquele tempo descobri que todo mun-
do gosta que alguém conte histórias.”, o trecho des-
tacado é uma Oração Subordinada Substantiva Obje-
tiva Direta.

99
29. IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico
Leia com atenção o trecho do livro A contadora de filmes
do escritor chileno Hernán Rivera Letelier, traduzido para GABARITO
o português por Eric Nepomuceno e responda à questão.
1 D
Naquele tempo descobri que todo mundo gosta que
alguém conte histórias. Todos querem sair da realidade 2 A
um momento e viver esses mundos de ficção dos filmes, 3 B
das radionovelas, dos romances. Gostam até que alguém
lhes conte mentiras, se essas mentiras forem bem 4 B
contadas. Essa é a razão do êxito dos embusteiros de fala 5 D
hábil. 6 A
Sem nem ter pensado nisso, para eles eu tinha me
transformado numa fazedora de ilusões. Numa espécie 7 B
de fada, como dizia a vizinha. Minhas narrações de filme 8 C
os tiravam daquele amargo nada que era o deserto, e
9 A
mesmo que fosse por um instante os transportava a
mundos maravilhosos, cheios de amores, sonhos e 10 E
aventuras. Em vez de vê-los projetados numa tela, em 11 D
minhas narrações cada um podia imaginar esses mundos
ao seu bel prazer. 12 D
Certa vez li por aí, ou vi num filme, que quando os judeus 13 A
eram levados pelos alemães naqueles vagões fechados, 14 C
de transportar gado – com apenas uma ranhura na parte
alta para que entrasse um pouco de ar –, enquanto 15 A
iam atravessando campos com cheiro de capim úmido, 16 C
escolhiam o melhor narrador entre eles e, subindo-o em
seus ombros, o elevavam até a ranhura para que fosse 17 D
descrevendo a paisagem e contando o que via conforme 18 D
o trem avançava. 19 D
Eu agora estou convencida de que entre eles deve ter
havido muitos que preferiam imaginar as maravilhas 20 A
contadas pelos companheiro a ter o privilégio de olhar 21 D
pela ranhura.
22 B
Sobre a interpretação do trecho acima, assinale a 23 D
alternativa correta. 24 B

a) A narradora relaciona o ato de narrar histórias a uma 25 A


necessidade ficcional falaciosa, visto que as pessoas 26 A
sentem necessidade de narrativas mentirosas e de 27 A
embusteiros de fala hábil.
b) Ao comparar-se com os judeus que eram transporta- 28 D
dos em vagões de gado, a narradora busca evidenciar 29 C
como ela se sente amarrada a uma profissão opresso-
30 D
ra, quase como uma sentença de morte.
c) O trecho destacado marca um momento de desco- 31 D
berta da narradora sobre a necessidade que as pes- 32 C
soas têm de ouvirem histórias, e de como sua atuação
como narradora de filmes proporcionava a quem a
ouvia momentos de prazer e liberdade imaginativa.
d) Segundo a narradora, os narradores judeus preferiam
negar completamente a realidade e criar, sem acesso
à paisagem de fora do vagão, mundos ficcionais ma-
ravilhosos.
LÍNGUA PORTUGUESA

100
ÍNDICE

RACIOCÍNIO LÓGICO

Noções de Lógica.......................................................................................................................................................................................... 01
Diagramas Lógicos: conjuntos e elementos......................................................................................................................................... 01
Lógica da argumentação............................................................................................................................................................................. 01
Tipos de Raciocínio....................................................................................................................................................................................... 01
Conectivos Lógicos........................................................................................................................................................................................ 01
Proposições lógicas simples e compostas............................................................................................................................................ 01
Elementos de teoria dos conjuntos, análise combinatória e probabilidade............................................................................ 32
Resolução de problemas com frações, conjuntos, porcentagens e sequências com números, figuras, palavras.... 32
É importante ressaltar que objetivo fundamental de uma
NOÇÕES DE LÓGICA. proposição é transmitir uma tese, que afirmam fatos ou
DIAGRAMAS LÓGICOS: CONJUNTOS E juízos que formamos a respeito das coisas.
ELEMENTOS. Sabendo disso, uma questão importante tem que ser
LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO. respondida: como realmente podemos identificar uma
TIPOS DE RACIOCÍNIO proposição? A única técnica direta que temos é verifi-
CONECTIVOS LÓGICOS car se podemos atribuir o valor de verdadeiro ou falso a
PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES E elas. Entretanto, existe uma técnica indireta que facilita
COMPOSTAS. muito o trabalho de identificação de uma proposição e é
frequentemente cobrada em concursos públicos.
A técnica consiste em sabermos o que não é pro-
CONCEITO FUNDAMENTAL posição e por eliminação, achar a proposição. A seguir,
seguem exemplos do que não é proposição e a reco-
A Preposição mendação é que se memorizem esses tipos para facilitar
na hora da prova:
No ensino fundamental, nos ensinam que os seres i.) Sentenças Imperativas: Todas as declarações que
humanos são diferentes dos outros animais e a justifica- remeterem a uma ordem não são proposições.
tiva é que os humanos pensam e os animais não pensam. Ex: “Apague a luz.”, “Observe aquele painel”, “Não
Porém, temos animais com inteligência suficiente para faça isso”.
serem treinados a executar tarefas, como os chimpanzés
e os golfinhos. Assim, qual é o real motivo que nos dife- ii.) Sentenças Interrogativas: Perguntas não são defi-
renciam de todos os outros seres vivos? nidas como proposições:
A resposta envolve não somente o ato se pensar Ex: “Olá, tudo bem?”, “Qual a raiz quadrada de 5?”,
como também o de se comunicar. Primeiro, aprendemos “Onde está minha carteira?”
a falar, depois, a escrita dividiu nossa existência em Pré-
-História e História. Os registros por escrito guardaram iii.) Sentenças Exclamativas:
os pensamentos de nossos antepassados, proporcionan- Ex: “Como o dia está lindo!”, “Isto é um absurdo!”,
do as gerações futuras, dados importantíssimos para se “Não concordo com isto!”
ir além daquilo que já foi feito.
Porém, acabou surgindo o grande desafio que nor-
iv.) Sentenças que não tem verbo: 
teou a disciplina de lógica: Como interpretar esses re-
Ex: “A bicicleta de Bruno”, “O cartão de João”.
gistros?
A grande diferença do ser humano em relação aos
v.) Sentenças abertas: Este tipo de sentença possui
outros seres vivos está nesse ponto, pois tão importante
é o ato se interpretar uma informação quanto é elaborar uma grande quantidade de exemplos e os exem-
a mesma. Assim, nossa mente é capaz de receber dados plos são importantes para sabermos identifica-las:
e deles extrair uma conclusão. Essa habilidade está dire- Ex: “x é menor que 7 ou x < 7” – Essa expressão por
tamente ligada ao raciocínio lógico. si só é genérica pois não temos informações de x
Muitos pensam que essa disciplina está voltada ape- para saber se ele é ou não menor que 7.Entretan-
nas para as pessoas de “exatas”, mas ela é voltada para to, caso seja atribuído um valor a x, essa sentença
o público em geral e aqui seguem alguns exemplos que se tornará uma proposição, pois será possível atri-
provam nosso conceito: buir VERDADEIRO ou FALSO a sentença original.
- Um advogado reúne todas as informações dos au- Assim, a expressão “Para x=5, tem-se que: 5 é me-
tos do processo e através do Raciocínio Lógico, nor que 7” é uma proposição e é VERDADEIRA. Por
elabora sua tese de acusação ou defesa; outro lado, “Para x=9, tem-se que: 9 é menor que
- Um médico ao estudar todos os exames consegue a 7” é uma proposição mas é FALSA.
partir de raciocínio lógico, elaborar um diagnostico Ex: “z é a capital da França” – As sentenças abertas
e propor um tratamento; não necessariamente são números, como mostra
- Um CEO de uma empresa, através dos relatórios o exemplo. Se substituirmos “z” por “Toulouse”, a
mensais consegue definir o plano de ação para es- sentença virará proposição e será FALSA. Se z =
timular o crescimento da companhia. Paris, a proposição será VERDADEIRA.

Todos os exemplos acima mostram como será o estu- Valores Lógicos das proposições – Leis de Pensa-
do da disciplina, onde receberemos informações e delas mento
extrairemos respostas ou em outras palavras, conclusões. Definido o que é preposição, podemos aprofundar
RACIOCÍNIO LÓGICO

No Raciocínio Lógico, essas informações terão uma o conceito apresentando as leis fundamentais (axiomas)
particularidade: Elas sempre serão declarações onde po- que norteiam a lógica:
deremos classificá-las de duas maneiras, VERDADEIRA
ou FALSA. Essas declarações serão chamadas de PRO- 1) Princípio do Terceiro Excluído: “Toda proposição
POSIÇÕES. ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sem-
As proposições são a base do pensamento lógico. pre um destes casos e nunca um terceiro”.
Este pensamento pode ser composto por uma ou mais
sentenças lógicas, formando uma idéia mais complexa.

1
Pode parecer óbvio, mas às vezes as pessoas se con- As sentenças compostas dos exemplos acima não são
fundem em questões de concursos públicos quan- ligadas apenas pela conjunção “e”, podem ser ligadas
do aparecem as alternativas “VERDADEIRO”, “FAL- por outros CONECTORES LÓGICOS (Capítulo 2). Seguem
SO” ou “NENHUMA DAS ANTERIORES”. Qualquer alguns exemplos para iniciar sua curiosidade pelo próxi-
proposição lógica será verdadeira ou falsa, não mo capítulo:
existe uma terceira opção. T – Osmar tem uma moto OU Tainá tem um carro.
U – SE Kléber é asiático ENTÃO eu sou brasileiro.
2) Principio da identidade: “Se uma proposição é
verdadeira, então todo objeto idêntico a ela tam-
bém será verdadeiro”. FIQUE ATENTO!
Esse principio coloca que se duas proposições que As proposições compostas irão nortear seus
apresentam a mesma informação mas são escritas estudos nos próximos capítulos, então aten-
de maneiras distintas, devem possuir o mesmo va- te-se a saber como dividir as proposições
lor lógico. Por exemplo, “Bruno é 5 anos mais velho compostas em duas ou mais proposições
que João” e “João é 5 anos mais novo que Bruno”. simples!
As duas proposições dizem a mesma coisa mas de
maneira diferente. Portanto se uma delas é verda-
deira, a outra deve ser.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
3) Princípio da não contradição: “Uma proposição
não pode ser verdadeira ou falsa ao mesmo tempo”
Esse axioma é importante, pois a partir do momen- 1. (SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTA-
to em uma proposição recebe um valor lógico, ele DUAIS – FCC – 2006) Das cinco frases abaixo, quatro
deve ser carregado em toda a análise para evitar delas têm uma mesma característica lógica em comum,
contradições. enquanto uma delas não tem essa característica. 

Tipos de proposições I. Que belo dia! 


II. Um excelente livro de raciocínio lógico. 
Existem dois tipos de proposições: Simples e Com- III. O jogo terminou empatado? 
postas IV. Existe vida em outros planetas do universo. 
As proposições simples são aquelas que não con- V. Escreva uma poesia. 
têm nenhuma outra proposição como parte de si mes-
ma. São, geralmente, designadas por letras minúsculas A frase que não possui essa característica comum é a
do alfabeto (p,q,r,s,...). Uma definição equivalente é de
uma proposição que não se consegue dividi-la em partes a) I
menores, de tal maneira que as partes divididas gerem b) II
novas proposições. Exemplos: c) III
p – O rato comeu o queijo; d) IV
q – Astolfo é advogado; e) V
r – Hermenegildo gosta de pizza;
s – Raimunda adora samba. Resposta: Letra D. Podemos interpretar do exercício
que o mesmo quer a identificação da proposição. As
Já as proposições compostas são formadas por uma alternativas A,B,C e E são respectivamente sentenças
ou mais proposições que podem ser divididas, formando exclamativas, sem verbo, interrogativa e imperativa, o
proposições simples. São, geralmente, designadas por que não as caracterizam como proposições. Já a al-
letras maiúsculas do alfabeto (P,Q,R,S,...).Exemplos: ternativa D é uma sentença que pode ser classificada
P – O rato é branco e comeu o queijo; como verdadeira ou falsa, caracterizando uma propo-
Q – Astolfo é advogado e gosta de jogar futebol; sição.
R – Hermenegildo gosta de pizza e de suco de uva;
S – Raimunda adora samba e seu tênis é vermelho. 2. (NOVA CONCURSOS – 2018) Assinale a alternativa
que representa um não cumprimento das 3 leis de pen-
Veja que as proposições acima podem ser divididas samento da lógica 
em duas partes. Observe:
a) Se Abelardo é mais alto que Hormindo, pelo princípio
da identidade posso dizer que Hormindo é mais baixo
que Abelardo.
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) A proposição “Choveu está manhã na cidade” pode


ser considerada “meia verdade” se apenas uma leve
garoa atingir a cidade.
c) O réu no processo afirmou que não estava dirigindo
embriagado, porém o mesmo foi encontrado sentado
no banco do motorista durante a abordagem policial,
caracterizando uma contradição.

2
d) Eu sou milionário pois tenho patrimônio acima de 1 O exemplo acima já usa os conceitos vistos no capí-
milhão de reais. Josevaldo possui menos que 1 milhão tulo 1, onde temos uma proposição simples e chamare-
e não pode ser considerado um milionário. mos essa proposição com uma letra minúscula “p” (Lê-
e) Não estava presente para afirmar que foi o gato que -se “proposição p”). Vamos agora negar essa proposição
derrubou o vaso. usando os dois símbolos possíveis:
~ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
Resposta: Letra B. Não existe “meia verdade” dentro ¬ p : A secretária não foi ao banco esta tarde.
da lógica. As proposições receberão apenas dois valo-
res lógicos: Verdadeiro ou Falso. Os símbolos “~” e “¬” são os símbolos que indicam
negação. É Importante frisar que os símbolos de negação
não indicam a presença da palavra “não” na frase. Obser-
CONECTIVOS LÓGICOS ve este outro exemplo:
q : Bráulio não comprou detergente
Como visto rapidamente no capítulo anterior, os co-
nectivos lógicos são estruturas usadas para formar pro- Observe que a proposição q possui a palavra “não” e
posições compostas a partir da junção de proposições quando negarmos a mesma, ficaremos com a frase afir-
simples. As proposições compostas são linhas de raciocí- mativa:
nio mais complexas e permitem se formular teses lógicas ~ q : Bráulio comprou detergente.
com vários níveis de pensamento. Observe o exemplo a ¬ q : Bráulio comprou detergente.
seguir:
“Otávio gosta de jogar futebol e seu irmão não gosta
FIQUE ATENTO!
de jogar futebol”
Facilmente conseguimos separar essa sentença em No Raciocínio Lógico, pode-se existir a “ne-
duas: “Otávio gosta de jogar futebol” e “O irmão de Otá- gação da negação” que chamaremos de
vio não gosta de jogar futebol”. Entretanto, ao invés de Dupla Negação e veremos isso mais adiante
tratarmos as duas proposições simples separadamente, no capítulo 4. O que você precisa saber nes-
ligamos as mesmas com a palavrinha “e”, que é um dos te momento é que negando uma negação,
conectores lógicos que iremos estudar a seguir. voltaremos a uma frase afirmativa, ou na lin-
Logo, com esse vínculo, poderemos estudar se a pro- guagem coloquial: “O não do não é o sim”.
posição composta é inteiramente verdadeira ou inteira-
mente falsa, dependendo do valor lógico de cada propo-
A CONJUNÇÃO – Conectivo “e”
sição simples, ou seja, cada proposição simples interfere
O próximo conectivo lógico certamente é um dos
no valor a ser atribuído na proposição composta.
mais usados dentro do raciocínio lógico e é também um
As seções a seguir irão estudar os cinco conectivos
dos mais conhecidos. O “e” também é chamado de con-
lógicos, apresentando suas características principais e as
junção e segue a mesma classificação da própria língua
combinações possíveis entre duas proposições simples.
portuguesa.
Diferentemente do conectivo “não”, a conjunção irá
A Negação – Conectivo “Não” relacionar duas proposições simples, formando uma pro-
O primeiro conectivo a ser estudado é o mais sim- posição composta. Vamos ao exemplo:
ples de todos e remete a negação de uma proposição. p : Carlos gosta de jogar badminton.
A importância deste conectivo se dá na ligação entre o q : Pablo tomou suco de maçã
valor lógico VERDADEIRO e o valor lógico FALSO pois a
negação de um valor lógico será exatamente o outro va- Temos acima duas proposições simples e podemos
lor lógico, ou seja: formar uma proposição composta usando o conectivo
i) Se uma proposição for VERDADEIRA, sua negação “e”:
será FALSA. 𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo
ii) Se uma proposição for FALSA, sua negação será tomou suco de maçã.
VERDADEIRA.
Seguindo as definições do capítulo 1, a proposição
Aqui conseguimos observar a importância do “Prin- composta será indicada com uma letra maiúscula, neste
cípio do terceiro excluído”, explicado no capítulo 1. Se caso, R. O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒indica a conjunção, ou seja, quando
tivéssemos mais do que dois valores lógicos, a negação ele aparecer, estaremos usando o conectivo “e”.
se tornaria impossível pois não conseguiríamos criar um Se invertermos a ordem das proposições simples, for-
vínculo de “ida e volta” entre os valores lógicos. maremos outra proposição composta:
O conectivo NÃO possui dois símbolos e recomenda- 𝑺 = 𝒒 ∧ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã e Carlos gosta
RACIOCÍNIO LÓGICO

-se que o leitor conheça ambos pois as bancas de con- de jogar badminton.
cursos não possuem um padrão em qual símbolo usar.
Observe o exemplo a seguir: No caso da conjunção, o valor lógico da proposição
p : A secretária foi ao banco esta tarde. composta não se altera com a inversão das proposições
simples, mas outros conectivos que veremos a seguir po-
dem ter alterações dependendo da ordem das proposi-
ções simples.

3
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- Comparando com a conjunção, observa-se que hou-
veis para uma proposição composta formada pelo co- ve uma certa “inversão” em relação as combinações das
nectivo “e”. No capítulo 3 aprenderemos sobre as tabe- proposições simples. Enquanto na conjunção precisáva-
las-verdade e elas ajudarão (e muito!) na memorização mos de todas as proposições simples VERDADEIRAS para
das combinações possíveis dos conectivos lógicos. Por que a proposição composta ser VERDADEIRA, no ope-
enquanto, vamos enumerar todos os casos para familia- rador “ou” precisamos de apenas 1 delas para tornar a
rização: proposição composta VERDADEIRA.
i) Uma proposição composta formada por uma con- No caso do valor lógico FALSO também há inversão,
junção será VERDADEIRA se todas as proposições onde no conectivo “e” basta 1 proposição simples ser
simples forem VERDADEIRAS. FALSA e na disjunção, precisamos de todas FALSAS.
ii) Uma proposição composta formada por uma con- Assim:
junção será FALSA se uma ou mais proposições 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
simples forem FALSAS. tomou suco de maçã.

Recuperando o exemplo anterior: Termos que R será VERDADEIRO se uma (ou as duas)
𝑹 = 𝒑 ∧ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton e Pablo proposição (ões) sejam VERDADEIRAS e R será FALSO se
tomou suco de maçã. p e q forem FALSOS.

Termos que R será VERDADEIRO somente se p e q A DISJUNÇÃO exclusiva – Conectivo “OU exclusi-
forem VERDADEIROS. Se uma (ou as duas) proposições vo”
simples for (forem) falsa(s), R será FALSO. O conectivo “ou” possui um caso particular que nor-
malmente é cobrado em concursos públicos de maior
A DISJUNÇÃO – Conectivo “OU” complexidade, porém é importante que o leitor tenha
O conectivo “ou”, também conhecido como disjun- conhecimento do mesmo pois pode se tornar um dife-
ção, segue a mesma linha de pensamento que o conec- rencial importante em concursos públicos de maior dis-
tivo “e”, relacionando duas proposições simples, forman- puta.
Este caso particular é chamado de “ou exclusivo” pois
do uma proposição composta. Vamos manter o exemplo
implica que as proposições simples são eliminatórias, ou
da seção anterior:
seja, quando uma delas for VERDADEIRA, a outra será
p : Carlos gosta de jogar badminton.
necessariamente FALSA. Veja o exemplo:
q : Pablo tomou suco de maçã
p: Diego nasceu no Brasil
q: Diego nasceu na Argentina
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti-
Temos duas proposições referentes a nacionalidade
vo “ou”: de Diego. Fica claro que ele não pode ter nascido em
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton ou Pablo
dois locais diferentes, ou seja, se p for VERDADEIRO, q
tomou suco de maçã. é necessariamente FALSO e vice-versa. Assim, quando
montarmos a disjunção, temos que indicar essa questão
O símbolo
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒indica a disjunção, ou seja, quando ele
e será feito da seguinte forma:
aparecer, estaremos usando o conectivo “ou”. Observe 𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
que ele é o símbolo do conectivo “e” invertido, então, tina
muita atenção na hora de identificar um ou o outro.
Se invertermos a ordem das proposições simples, for- A leitura da proposição lógica acrescente mais um
maremos outra proposição composta: “ou” no início e o restante é como se fosse um operador
𝑺 = 𝒒 ∨ 𝒑 : Pablo tomou suco de maçã ou Carlos gos- “ou” convencional (que para diferenciar, é chamado de
ta de jogar badminton. inclusivo), porém, o símbolo é sublinhado para indicar
exclusividade:
𝑹=𝒑∨𝒒 . Os casos possíveis para o “ou exclusi-
No caso da disjunção, o valor lógico da proposição vo” são:
composta também não se altera com a inversão das pro- i) Uma proposição composta formada por uma dis-
posições simples (igual a conjunção). junção exclusiva será VERDADEIRA se apenas uma
Vamos agora analisar quais os valores lógicos possí- das proposições for VERDADEIRA.
veis para uma proposição composta formada pelo co- ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
nectivo “ou”. Novamente vale lembrar que no capítulo 3 junção exclusiva será FALSA se todas as proposi-
aprenderemos sobre as tabelas-verdade e elas ajudarão ções simples forem FALSAS ou se as duas proposi-
(e muito!) na memorização das combinações possíveis ções forem VERDADEIRAS.
dos conectivos lógicos. Por enquanto, vamos enumerar
RACIOCÍNIO LÓGICO

todos os casos para familiarização: Perceba que a diferença é sutil entre os casos inclusi-
i) Uma proposição composta formada por uma dis- vo e exclusivo e ela se dá no caso das duas proposições
junção será VERDADEIRA se uma ou mais proposi- simples serem VERDADEIRAS. No caso exclusivo, isso é
ções forem VERDADEIRAS. uma contradição e assim a proposição composta deve
ii) Uma proposição composta formada por uma dis-
ser FALSA. Usando o exemplo:
junção será FALSA se todas as proposições simples
𝑹 = 𝒑 ∨ 𝒒 : Ou Diego nasceu no Brasil ou na Argen-
forem FALSAS.
tina

4
Temos que R é VERDADEIRO se p for VERDADEIRO e Pegadinhas da condicional
q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. R é FALSO se p e
q forem ambas VERDADEIRAS ou ambas FALSAS. Este tópico é uma análise complementar da condi-
cional. Em concursos mais apurados, sobretudo de en-
A CONDICIONAL – Conectivo “SE...ENTÃO” sino superior, existem certas “pegadinhas” que testam a
O conectivo “Se...então”, conhecido como condicio- atenção do candidato em relação ao seu conhecimento.
nal não é tão conhecido quanto o “e” e o “ou”, porém é Existem quatro formas de raciocínio que envolvem a con-
o que normalmente gera mais dúvidas e o que contém dicional que merecem destaque.
as famosas “pegadinhas” que confundem o candidato i) Modus Ponens: Essa linha de raciocínio é o básico
durante a prova. A principal característica dele é que se da condicional onde considera a mesma VERDADEIRA e
você inverter a ordem das proposições simples, o valor no caso da ocorrência de p, podemos afirmar com certe-
lógico da proposição composta muda, o que não acon- za que q ocorreu:
tecia na conjunção e na disjunção. Vamos recuperar o
mesmo exemplo das seções 2.2.3 e 2.2.4:
p : Carlos gosta de jogar badminton.
q : Pablo tomou suco de maçã
Temos acima duas proposições simples e vamos for-
mar agora uma proposição composta usando o conecti- Exemplo:
vo “Se...então”:
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en-
tão Pablo tomou suco de maçã.

Observe que agora temos uma condição para que


Pablo tome o suco de maçã. A frase em si pode parecer ii) Falácia de afirmar o consequente: Pode-se dizer que
sem nexo, mas no Raciocínio Lógico nem sempre fará é a pegadinha mais clássica da condicional pois induz a
sentido a conexão de duas proposições e até por isso pessoa a considerar que se o consequente ocorreu (q),
nós montamos esses exemplos para o leitor ficar mais pode-se afirmar que o antecedente (p) também ocorreu:
familiarizado com essa situação!
O símbolo
𝑹 = 𝒑“ → ”𝒒 indica a condicional, mostrando que Esse raciocínio está INCORRETO. Para justificar, lem-
a proposição da esquerda condiciona o acontecimento bre-se dos casos em que a condicional é VERDADEIRA.
da proposição da direita. As combinações possíveis para Em um desses casos, se o antecedente (p) for FALSO, não
esse conector são: importa o valor lógico de q, a proposição com condicio-
i) Uma proposição composta formada por uma condi- nal será VERDADEIRA. Assim, se q ocorrer não é garantia
cional será VERDADEIRA se ambas as proposições que p também ocorreu:
forem VERDADEIRAS ou a proposição a esquerda
do conector for FALSA.
ii) Uma proposição composta formada por uma con-
dicional será FALSA se a proposição a esquerda
(antecedente) do conector for VERDADEIRA e a
proposição a direita (consequente) do conector for iii) Modus Tollens: Nessa linha de raciocínio, estamos
FALSA. negando que o consequente (q) ocorreu e se olharmos
os casos possíveis da condicional, isso só será possível se
Observe agora que a posição da proposição em rela- o antecedente (p) também não ocorrer:
ção ao conector lógico importa no resultado da proposi-
ção composta. Considerando os casos observados, certa-
mente deve haver dúvidas do leitor em relação a situação
onde a proposição a esquerda do conector ser falsa e
isso implicar que a proposição composta seja verdadeira.
A explicação é a seguinte: Na condicional, limitamos Exemplo:
apenas ao caso da proposição da esquerda do conector
em si e não em relação a sua negação, ou seja, quan-
do montamos 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 , estamos condicionando apenas ao
caso de p ocorrer, ou em outras palavras, p ser VERDA-
DEIRO. Se p for FALSO, não há nenhuma condição para
q, ou seja, não importa o que acontecer com q, já que iv) Falácia de negar o antecedente: Novamente um
RACIOCÍNIO LÓGICO

p não é VERDADEIRO. Assim, define-se 𝑹 = 𝒑 → 𝒒 sempre erro de pensamento referente aos casos possíveis da
VERDADEIRO quando p for FALSO. Logo: condicional. Se você nega o antecedente (p) não é ga-
𝑹 = 𝒑 → 𝒒 : Se Carlos gosta de jogar badminton en- rantia que o consequente (q) não irá ocorrer pois a partir
tão Pablo tomou suco de maçã. do momento que temos ~p, o valor lógico de q pode ser
Temos R VERDADEIRO se p for FALSO ou se p for qualquer um e a condicional se manterá VERDADEIRA:
VERDADEIRO e q VERDADEIRO e R é FALSO apenas se p
for VERDADEIRO e q FALSO.

5
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PREFEITURA DE SARZEDO, MG – TÉCNICO ADMI-


Exemplo: NISTRATIVO – IBGP, 2018) “Cecília comprará ou o vesti-
do azul ou o vestido preto.” 
Com base na estrutura lógica, assinale a alternativa COR-
RETA.

a) 𝑝∨𝑞
b) 𝑝∧𝑞
FIQUE ATENTO! c) 𝑝∨𝑞
As pegadinhas da condicional nem sempre d) 𝑝→𝑞
são cobradas em concursos mas se você ob-
servar os exercícios resolvidos deste capítu- Resposta: Letra C. Provavelmente muitos devem ter
lo, verá o quanto é importante este conector pensado que este era um caso de “ou exclusivo”, mas
lógico e o conhecimento de todos os casos observe que o verbo em questão é “comprar” e não
possíveis. “vestir”. Cecília pode muito bem comprar os dois ves-
tidos, não há nada lógico que impeça isso, porém se a
proposição fosse “Cecília vestirá ou o vestido azul ou
A BI-CONDICIONAL – Conectivo “SE E SOMENTE o vestido preto”, aí teríamos o caso de “ou exclusivo”
SE” pois ela não poderia vestir os dois vestidos ao mesmo
tempo.
O conectivo “Se e somente se”, conhecido como bi
condicional elimina justamente o limitante da condicio- 2. (EMATER-MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO
nal de não ser possível inverter a ordem das proposições CONCURSO – 2018) Considere as proposições compos-
sem perder o valor lógico da proposição composta. Ago- tas abaixo, identificadas como P e Q.
ra, os dois valores lógicos serão limitantes, tanto se a
proposição a esquerda do conector for VERDADEIRA ou P: Se faz frio, então bebo muita água.
FALSA. Novamente vamos ao mesmo exemplo: Q: Se estudo e trabalho no mesmo dia, fico muito can-
p : Carlos gosta de jogar badminton. sado.
q : Pablo tomou suco de maçã
Sabendo-se que as duas proposições citadas no enuncia-
Temos acima duas proposições simples e vamos for- do são falsas, é verdade afirmar que
mar agora uma proposição composta usando o conecti- a) Fico muito cansado ou bebo muita água
vo “Se e somente se”: b) Não estudo e trabalho no mesmo dia e faz frio
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e c) Não fico muito cansado e não bebo muita água
somente se Pablo tomou suco de maçã. d) Se faz frio, então não estudo e trabalho no mesmo dia

Resposta: Letra C. O enunciado nos diz que as duas


O símbolo
𝑹=𝒑↔𝒒 indica a bi condicional, ou seja, os dois condicionais são falsas, ou seja, podemos afirmar que
sentidos devem ser satisfeitos. Em outras palavras, a bi “Faz frio” e “Estudo e trabalho no mesmo dia” são
condicional será VERDADEIRA apenas se os valores lógi- VERDADEIRAS e “Bebo muita água” e “Fico muito can-
cos das duas proposições forem iguais: sado” são FALSAS, pois é a única combinação possível
i) Uma proposição composta formada por uma bi para as condicionais serem FALSAS. Logo, a letra A é
condicional será VERDADEIRA se ambas as propo- FALSA pois ambas são FALSAS e a disjunção será FAL-
sições forem VERDADEIRAS ou se ambas as propo- SA, a letra B é FALSA pois ‘Não estudo e trabalho” é
sições forem FALSAS. FALSO o que faz a conjunção ser FALSA. A letra C é
ii) Uma proposição composta formada por uma bi VERDADEIRA pois as duas negações geram proposi-
condicional será FALSA se uma proposição for ções VERDADEIRAS que combinada em uma conjun-
VERDADEIRA e outra for FALSA e vice-versa. ção, formam uma proposição VERDADEIRA. E por fim
a letra D é FALSA pois “Faz frio” é VERDADEIRO e “Não
Assim: estudo e trabalho no mesmo dia” é FALSO e combina-
𝑹 = 𝒑 ↔ 𝒒 : Carlos gosta de jogar badminton se e dos em uma condicional, gera uma proposição FALSA.
RACIOCÍNIO LÓGICO

somente se Pablo tomou suco de maçã.


A proposição R será VERDADEIRA se p e q forem VER- 3. (COLÉGIO PEDRO II – ANALISTA DA TECNOLOGIA
DADEIROS ou p e q forem FALSOS e R será FALSO se p for DA INFORMAÇÃO - 2018) Considere as seguintes pro-
VERDADEIRO e q FALSO ou p FALSO e q VERDADEIRO. posições P e Q, sendo que P é falsa e Q é verdadeira; 

P: Se o monitor está funcionando, então a placa de vídeo


não está com defeito.    

6
Q: A placa de vídeo está com defeito se, e somente se, a 𝒓 ↔ (𝒑 ∨ 𝒒) : Neste caso, com a presença da
memória não apresenta defeito.  proposição r, temos três proposições simples distintas,
p,q e r.
Logo, é verdadeira a proposição: A segunda informação, que é o número de linhas
da tabela verdade, deriva do número de proposições
a) Se o monitor não está funcionando, então a memória simples que a estrutura composta possui. Usando essa
não apresenta defeito. conta simples:
b) Ou o monitor está funcionando ou a memória não
apresenta defeito. 𝐿 = 2𝑛
c) O monitor não está funcionando ou a memória apre-
senta defeito. Onde L é o número de linhas da tabela-verdade e n
d) O monitor está funcionando e a memória apresenta é o número de proposições simples que ela possui. Ou
defeito. seja, para duas proposições simples, temos 4 linhas na
tabela-verdade, para 3 proposições simples, 8 linhas
Resposta: Letra A e B (Anulada). Como P é uma na tabela e para 4 proposições simples, a tabela possui
condicional FALSA, temos que “O monitor está fun- 16 linhas. Além disso, para o caso de uma proposição
cionando” é VERDADEIRO e “A placa de vídeo não simples, pode-se aplicar a fórmula também, e teremos
está com defeito” é FALSO. No caso de Q temos duas duas linhas na tabela-verdade.
possibilidades: “A placa de vídeo está com defeito” e Esses valores são derivados da organização da tabela,
“A memória não apresenta defeito” são ambas VER- para que tenhamos todos os casos possíveis avaliados.
DADEIRAS ou ambas FALSAS. Entretanto, como vimos Com essa informação, podemos organizar a tabela e isso
em P que “A placa de vídeo está com defeito” é VER- será apresentado caso a caso nas seções seguintes.
DADEIRO, só teremos um caso, onde “A memória não
apresenta defeito” também é VERDADEIRO. A alter- TABELA-VERDADE DE PROPOSIÇÃO SIMPLES:
nativa A é VERDADEIRA pois temos uma condicional NEGAÇÃO
e a proposição “O monitor não está funcionando” é Nós iremos seguir a ordem do capítulo anterior e
FALSA, o que faz a condicional ser VERDADEIRA. A al- apresentar a montagem das tabelas-verdade para os
ternativa B é VERDADEIRA também pois “O monitor operadores lógicos descritos. Inicia-se pele negação, que
está funcionando” é VERDADEIRO e isso já basta para é uma proposição simples e terá apenas duas linhas na
uma disjunção ser VERDADEIRA, além disso, “A me- tabela-verdade:
mória não apresenta defeito” também é VERDADEIRA.
A alternativa C é FALSA pois “O monitor não está fun-
p ~p
cionando” é FALSO e “A memória apresenta defeito”
também é FALSA, sendo o único caso da disjunção ser V F
FALSA. Por fim, a alternativa D também é falsa pois “A F V
memória apresenta defeito” é FALSA e isso na conjun-
ção já caracteriza uma proposição composta FALSA. Observe que a tabela possui duas colunas. A primeira
contém os valores possíveis para a proposição simples,
que pela fundamentação da lógica, é o VERDADEIRO (V)
TABELAS VERDADE e o FALSO (F).
Já a segunda coluna possui o operador lógico
A tabela-verdade é um dispositivo prático muito negação. O operador foi aplicado em casa linha da
usado para a organizar os valores lógicos de proposições tabela, gerando o resultado correspondente. Ou seja, se
compostas pois ela ilustra todos os possíveis valores a proposição p é V, sua negação será F e vice-versa.
lógicos da estrutura composta, correspondentes a todas É importante frisar que as operações da tabela-
as possíveis atribuições de valores lógicos às proposições verdade ocorrem de linha em linha, ou seja, se na
simples. primeira linha temos que a proposição p é V, esse valor
Para se construir uma tabela verdade, são necessárias permanecerá assim até que todas as operações daquela
três informações iniciais: O número de proposições que linha correspondente tenham terminado.
compõem a proposição composta, o número de linhas
que a tabela-verdade irá ter e a variação dos valores TABELA-VERDADE PARA 2 PROPOSIÇÕES
lógicos. SIMPLES
A primeira informação é puramente visual, basta olhar Chegamos as seções onde a tabela-verdade fará mais
a proposição composta e verificar quantas proposições sentido, pois ela é aplicada em proposições compostas.
simples a compõem, contando a quantidade de letras Iniciando com uma estrutura de duas proposições
RACIOCÍNIO LÓGICO

distintas que existem nela, vejam os exemplos: simples, vamos primeiramente explicar a organização
𝒑 ∧ 𝒒 : Temos as proposições simples p e q, ou seja, a destas proposições.
proposição composta possui duas proposições; Como já sabemos que são duas proposições simples,
(𝒑 ∧ 𝒒) → (~𝒒 ↔ 𝒑) : Esta estrutura possui duas
que chamaremos de p e q, temos que a tabela-verdade
proposições simples também, p e q. Não se deve terá quatro linhas:
considerar a repetição das proposições que no caso de p
e q, repetiram duas vezes;

7
p q p q
V V
V F
F V
F F

No caso da conjunção, temos que ela é VERDADEIRA


FIQUE ATENTO! apenas se as duas proposições compostas, p e q, forem
Observe que além das linhas corresponden- VERDADEIRAS, caso contrário, ela será FALSA. Usando
tes da tabela-verdade, nós inserimos uma li- essa informação, vamos preencher a tabela:
nha inicial indicando qual a proposição que Na primeira linha, temos que p é VERDADEIRO e
estamos atribuindo o valor lógico. Isso é de q é VERDADEIRO, logo, a conjunção nesse caso será
suma importância para se dominar esse con- VERDADEIRA por definição:
teúdo.
p q
Agora temos que combinar os dois valores lógicos V V V
possíveis entre as proposições, formando as quatro V F
linhas. Para isso, recomenda-se que sigam os seguintes
passos: F V
F F
i) Na coluna da primeira proposição, atribua o valor
de V para a primeira metade das linhas e F para a A segunda linha possui p = V e q = F. Para a conjunção
segunda metade. Ou seja, as duas primeiras linhas é necessário que as duas proposições sejam V para ela
são V e as duas últimas são F: ser V, logo, ela será FALSA:

p q p q
V V V V
V V F F
F F V
F F F

ii) Para a segunda coluna, repita o mesmo Seguindo o mesmo raciocínio, a terceira linha possui
procedimento dentro de cada valor lógico atribuído p = F e q = V, o que faz a conjunção ser FALSA:
para a coluna anterior. Ou seja, como temos V nas
duas primeiras linhas de p, vamos colocar V na p q
primeira linha e F na segunda. Da mesma forma,
V V V
vamos fazer o mesmo procedimento para as duas
linhas de p que contém F: V F F
F V F
p q F F
V V
Finalmente, a quarta linha possui as duas proposições
V F
simples com valor lógico FALSO, o que faz a conjunção
F V ser FALSA também:
F F
p q
Pronto, a tabela-verdade para duas proposições foi V V V
organizada e agora podemos passar para as proposições
compostas. V F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F V F
Tabela Verdade da Conjunção (“e”)
F F F
Seguindo a ordem do capítulo anterior, temos o
operador lógico “e”, ou a conjunção. Para atribuir valores
Esta é a tabela-verdade para conjunção é deve ser
lógicos a essa expressão, cria-se uma terceira coluna na
memorizada ou resolvida de forma rápida no caso de
tabela-verdade e insere no título qual proposição lógica
tabelas maiores.
iremos tratar, desta maneira:

8
Tabela Verdade da Disjunção (“ou”) p q
Passando agora para o próximo conectivo, que é
a disjunção (“ou”). Esse operador possui a definição V V V
contrária a conjunção, onde ele só será FALSO no caso V F F
de as duas proposições simples serem FALSAS, caso
contrário, será sempre VERDADEIRO. F V V
Montando a tabela: F F V

p q Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”)


O último operador é o Bicondicional (“Se e somente
V V
se”) e a tabela será montada da mesma forma:
V F
F V p q
F F V V
V F
A primeira, segunda e terceira linhas possuem ao
menos 1 valor lógico VERDADEIRO, ou seja, condição F V
suficiente para o operador lógico ser VERDADEIRO: F F
p q
V V V Montaremos a tabela usando sua lógica simples:
Ele será VERDADEIRO se as duas proposições simples
V F V tiverem o mesmo valor lógico e FALSO se tiverem valores
F V V diferentes:
F F
p q
Já a última linha, possui ambas proposições simples V V V
com o valor lógico FALSO, o que faz a disjunção ser
FALSA também: V F F
F V F
p q F F V
V V V
Com essas informações memorizadas é possível
V F V montar QUALQUER tabela-verdade.
F V V
Montagem de tabelas usando mais de um
F F F
operador lógico
Esta é a tabela da disjunção é também deve ser Obviamente que as seções acima introduziram as
memorizada. tabelas-verdade fundamentais, que vão auxiliar na
montagem de tabelas mais complexas. Vamos apresentar
Tabela Verdade da Condicional (“Se...então”) um exemplo onde isso será aplicado. Considere a
O próximo conector lógico é a condicional (“Se... seguinte proposição composta:
então”) e montaremos a tabela-verdade do mesmo jeito
(𝒑 ∧ 𝒒) ↔ ~𝒑 ∨ 𝒒
que os anteriores:
Observe que a proposição possui duas proposições
p q simples mas possui três operações lógicas. Para montar
V V a tabela-verdade desta proposição, deveremos fazer
combinações dos resultados fundamentais vistos
V F anteriormente.
F V Iniciando, vamos montar a estrutura inicial, com as
colunas de p e q:
F F
RACIOCÍNIO LÓGICO

O princípio deste operador lógico está na relação p q


entre o antecedente (p) e o consequente (q). Ele será V V
FALSO apenas se 𝑝 = 𝑉 e 𝑞 = 𝐹 , o que ocorre na
V F
segunda linha. Nos outros casos, ele será VERDADEIRO.
Em caso de dúvidas deste operador, recomenda-se a F V
releitura do capítulo 2. F F

9
Agora, vamos analisar a expressão: temos dois p q ~p
parênteses separados por uma bicondicional, portanto,
teremos que saber os valores lógicos de cada parêntese V V V F V
antes de resolver o “se e somente se”. Para isso, vamos V F F F F
criar colunas específicas na tabela para cada informação
e depois agrupá-las. F V F V
Começando com a conjunção no primeiro parêntese F F F V
e atribuindo os valores lógico de cada linha, cria-se uma
terceira coluna a partir da primeira e da segunda: Na terceira linha, temos ambos VERDADEIROS, o que
faz a disjunção VERDADEIRA:
p q
p q ~p
V V V
V V V F V
V F F
V F F F F
F V F
F V F V V
F F F
F F F V
Agora, vamos resolver o segundo parêntese. Para
isso, precisaremos da negação de p para fazer uma E na quarta linha, temos a quarta coluna VERDADEIRA
disjunção com q. Logo, vamos criar primeiro uma coluna e a segunda coluna FALSA, o que faz a disjunção ser
da negação e depois faremos a disjunção: VERDADEIRA:

p q ~p p q ~p

V V V F V V V F V

V F F F V F F F F

F V F V F V F V V

F F F V F F F V V

Observe que esta quarta coluna é a negação da


primeira, como deve ser, já que estamos negando a FIQUE ATENTO!
proposição p. Criaremos agora uma quinta coluna, onde Fizemos uma disjunção entre a quarta e a
faremos a disjunção de ~p (quarta coluna) e q (segunda segunda coluna, NESTA ORDEM. No caso
coluna): da disjunção, se fizéssemos invertido, não
haveria problemas, mas nem sempre isso
p q ~p acontece. A recomendação é que se mante-
nha a ordem da operação lógica.
V V V F
V F F F Finalmente, vamos criar a sexta coluna que será a
bicondicional da terceira e quinta colunas:
F V F V
F F F V p q ~p

Nós temos que utilizar os valores lógicos da quarta V V V F V


e segunda colunas em cada linha correspondente da V F F F F
tabela. É aqui que muitos candidatos se confundem e
F V F V V
acabam usando colunas diferentes. Na primeira linha,
temos que a quarta coluna tem valor F e a segunda F F F V V
coluna tem valor V, assim a disjunção entre elas será V:
Na primeira linha, temos a terceira coluna VERDADEIRA
e a quinta também, que pela bicondicional, gera um valor
p q ~p VERDADEIRO:
V V V F V
RACIOCÍNIO LÓGICO

V F F F p q ~p
F V F V V V V F V V
F F F V V F F F F
F V F V V
Na segunda linha, temos a quarta e a segunda coluna
com valores lógicos FALSO, o que faz a disjunção FALSA: F F F V V

10
Na segunda linha, temos ambas as colunas FALSAS, p q r
que pela bicondicional, gera um valor VERDADEIRO:
V
p q ~p V
V V V F V V V
V F F F F V V
F V F V V F
F F F V V F
F
Na terceira e quarta linhas temos o mesmo caso, com
a terceira coluna FALSA e a quinta VERDADEIRA, o que F
gera um valor FALSO na bicondicional:
Na segunda coluna, vamos subdividir cada bloco da
primeira coluna em dois novamente, colocando VERDADEIRO
p q ~p na primeira parte e FALSO na segunda, desta maneira:
V V V F V V
V F F F F V p q r
F V F V V F V V
F F F V V F V V
V F
Pronto, esses são os resultados possíveis da
proposição composta, variando os valores lógicos das V F
proposições simples p e q que a compõem. F
F
TABELA VERDADE PARA 3 PROPOSIÇÕES SIMPLES
F
Vamos agora aumentar a complexidade do problema F
inserindo uma terceira proposição, que chamaremos de
r. Pela relação de número de linhas da tabela, teremos Veja que o primeiro bloco da primeira coluna, que é
então L=23=8 linhas. A tabela fica na seguinte forma: VERDADEIRO foi dividido em dois blocos de duas linhas
cada, em um, colocamos duas linhas VERDADEIRO e nas
p q r outras duas linhas, FALSO. Fazendo o mesmo para o
bloco seguinte:

p q r
V V
V V
V F
V F
F V
F V
Para organizar todas as combinações possíveis dos F F
valores lógicos, vamos usar o mesmo artifício visto na
tabela com duas proposições simples. Primeiro, vamos F F
dividir a primeira coluna em dois blocos de 4 linhas, onde
o primeiro bloco será VERDADEIRO e o segundo, FALSO: A terceira coluna é mais simples, basta subdividir
cada bloco de duas linhas em uma linha cada, colocando
V e F intercalado, montando assim todas as combinações
possíveis:
RACIOCÍNIO LÓGICO

11
p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Como exemplo, vamos montar a tabela-verdade da seguinte proposição composta: ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 ↔ 𝑝 ∨ 𝑟 . Com a


tabela acima, vamos organizar quais informações precisamos para montar a expressão final. Observando o primeiro
parênteses, precisaremos da negação de p, ou seja, ~p. Criando uma quarta coluna e preenchendo em função da
primeira:

p q r ~p
V V V F
V V F F
V F V F
V F F F
F V V V
F V F V
F F V V
F F F V

Agora precisaremos fazer a conjunção entre q e r no primeiro parênteses para poder combinar com a negação de
p. Montando a quinta coluna com , que é a combinação entre a segunda e a terceira coluna, temos que:

p q r ~p 𝒒∧𝒓

V V V F V
V V F F F
V F V F F
V F F F F
F V V V V
F V F V F
F F V V F
F F F V F

Interessante observar que ficamos apenas com duas linhas com o valor lógico VERDADEIRO e isso não é nenhum
problema, pois quando se realiza operações lógicas não teremos sempre a divisão de 50% VERDADEIRO e 50% FALSO.
Combinando a quarta e quinta colunas, podemos formar o primeiro parênteses, que é ~𝑝 → 𝑞 ∧ 𝑟 :
RACIOCÍNIO LÓGICO

12
p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓

V V V F V V
V V F F F V
V F V F F V
V F F F F V
F V V V V V
F V F V F F
F F V V F F
F F F V F F

Antes de montarmos a bicondicional entre os dois parênteses, precisamos montar a coluna relativa ao segundo
parênteses da expressão. Colocando a conjunção a partir da primeira e terceira colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓

V V V F V V V
V V F F F V V
V F V F F V V
V F F F F V V
F V V V V V V
F V F V F F F
F F V V F F V
F F F V F F F

Finalmente, a oitava coluna é montada a partir da combinação entre a sexta e a sétima colunas:

p q r ~p 𝒒∧𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 𝒑∨𝒓 ~𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒓 ↔ 𝒑∨𝒓

V V V F V V V V
V V F F F V V V
V F V F F V V V
V F F F F V V V
F V V V V V V V
F V F V F F F V
F F V V F F V F
F F F V F F F V

O resultado é interessante pois apenas a sétima linha da proposição completa possui valor lógico FALSO. Isso pode
ser facilmente uma questão de concurso, onde pergunta-se quais são os valores lógicos para que a proposição acima
seja FALSA. A resposta correta é p e q FALSOS e r VERDADEIRO.

TABELA VERDADE PARA 4 PROPOSIÇÕES SIMPLES

Os problemas envolvendo 4 proposições simples são mais trabalhosos pois envolvem 16 linhas de análise. Entretanto,
RACIOCÍNIO LÓGICO

a resolução é a mesma dos problemas de duas ou três proposições simples. Considerando as proposições p, q, r e s, a
tabela fica da seguinte maneira:

13
p q r s p q r s
V V
V V
V V
V V
V F
V F
V F
V F
F V
F V
F V
F V
F F
F F
F F
F F

A primeira coluna é dividida em dois blocos de oito A terceira coluna subdivide a segunda em blocos de
linhas, atribuindo V ao primeiro bloco e F ao segundo. duas linhas, intercalando V e F:

p q r s p q r s
V V V V
V V V V
V V V F
V V V F
V V F V
V V F V
V V F F
V V F F
F F V V
F F V V
F F V F
F F V F
F F F V
F F F V
F F F F
F F F F

A segunda coluna subdivide a primeira novamente


em dois, formando blocos de quatro linhas, intercalando
RACIOCÍNIO LÓGICO

os valores V e F:

14
A quarta coluna basta intercalar V e F: Aplicando a condicional entre a terceira e quarta
colunas:
p q r s
V V V V p q 𝑝𝑝∧∧𝑞𝑞 →→ 𝑝𝑝∨∨𝑞𝑞 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞

V V V F V V V V V
V V F V V F F V V
V V F F F V F V V
V F V V F F F F V
V F V F
O resultado da proposição composta mostra que
V F F V
todas as linhas geraram um valor lógico VERDADEIRO.
V F F F Assim, podemos classificar essa proposição composta
F V V V como Tautologia.
F V V F
F V F V FIQUE ATENTO!
F V F F O exemplo de tautologia foi com duas pro-
posições simples mas considere que a clas-
F F V V sificação é válida também para três ou mais
F F V F proposições simples.
F F F V
F F F F Contradição
A contradição é exatamente o contrário da tautologia,
onde todos os resultados lógicos da operação da proposição
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES SEGUNDO A composta devem ser FALSOS. Observe o exemplo:
TABELA-VERDADE Tabela verdade para 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞)..
Após a montagem de qualquer proposição composta Antes de montarmos a proposição composta,
na tabela-verdade, podemos classificar seu resultado de precisaremos montar a negação de q, a bicondicional do
três maneiras: primeiro parênteses e a disjunção do segundo, assim:

Tautologia
A tautologia ocorre quando todas as linhas da p q ~q 𝑝𝑝↔
↔~𝑞
~𝑞 ∧∧(𝑝
(𝑝∧∧𝑞).
𝑞).
coluna correspondente a proposição composta seja
VERDADEIRA. Ou seja, não importa os valores lógicos V V F F V
das proposições simples, a proposição composta terá V F V V F
sempre o valor lógico V. Observe o exemplo:
F V F V F
Tabela-verdade para a proposição 𝑝 ∧ 𝑞 → 𝑝 ∨ 𝑞 .
São duas proposições simples, o que formará quatro F F V F F
linhas na tabela:
Combinando a quarta e quinta colunas para montar a
p q disjunção entre os dois parênteses:

V V
p q ~q 𝑝𝑝 ↔
↔ ~𝑞
~𝑞 ∧∧ (𝑝
(𝑝 ∧∧ 𝑞).
𝑞). 𝑝 ↔ ~𝑞 ∧ (𝑝 ∧ 𝑞).
V F
F V V V F F V F

F F V F V V F F
F V F V F F
Inserindo os dois parênteses na terceira e quarta
F F V F F F
colunas:
Como todas as linhas do resultado final são FALSAS,
RACIOCÍNIO LÓGICO

p q 𝑝∧𝑞 → 𝑝∨𝑞 temos uma contradição.

V V V V Contingência
V F F V A contingência é o caso mais simples de todos
pois são as tabelas-verdade que não são tautologia ou
F V F V contradição, ou seja, possui os dois valores lógicos (V e
F F F F F) no resultado final.

15
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EMATER, MG – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Para Alencar (2002, p.14), “na tabela
verdade figuram todos os possíveis valores lógicos da proposição composta, correspondentes a todas as possíveis
atribuições de valores lógicos às proposições simples correspondentes.” Considerando duas proposições identificadas
como p e q, deseja-se construir a tabela verdade da proposição composta , conforme descrito na tabela a seguir.

Os valores lógicos da proposição composta , descritos de cima para baixo na última coluna da tabela, serão,
respectivamente,

a) (F);(F);(F);(F)
b) (F);(V);(F);(F)
c) (V);(V);(V);(V)
d) (V);(F);(V);(V)

Resposta: Letra D. O exercício já auxiliou deixando a tabela com todas as colunas organizado. A “pegadinha” é se
você esquecer de fazer a negação final, que faria você marcar a alternativa B e não a D.
p q ~q
V V F F V
V F V V F
F V F F V
F F V F V

2. (EMATER, MG – ASSESSOR JURÍDICO – GESTÃO CONCURSO, 2018) Considere que temos três proposições,
identificadas como p, q e r. Objetiva-se construir uma tabela-verdade para avaliar os valores lógicos que a proposição
composta 𝑝 𝑣 ~ 𝑟 → 𝑞 ᴧ ~ 𝑟 .A esse respeito, avalie as afirmações a seguir.

I. A tabela-verdade, nesse caso, terá seis linhas.


II. A tabela-verdade, nesse caso, terá oito linhas.
III. Haverá apenas três linhas da tabela-verdade na coluna correspondente à proposição composta p v ~ r → q ᴧ ~ r, que
assumirá o valor verdadeiro.

Está correto apenas o que se afirma em 

a) II
b) III
c) I e III
d) II e III

Resposta: Letra A. Antes de montarmos a tabela-verdade, já podemos verificar que a afirmação I está errada e a
II está certa pois está relacionado com o número de linhas da tabela, que é uma função apenas da quantidade de
proposições simples, neste caso 3. Montando a tabela verdade e respeitando a ordem de resolução dos operadores
lógicos, pois não temos parênteses (negação primeiro, depois as conjunções e disjunções e por fim a condicional),
você verificará que a linhas 2,5,6 e 7 são VERDADEIRAS, tornando a afirmação III incorreta pois ela afirma que são 3
RACIOCÍNIO LÓGICO

linhas que são VERDADEIRAS.

3. (CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC, 2017) De acordo com o raciocínio
lógico proposicional a proposição composta [𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] → ~𝑝 é uma: 

a) Contingência
b) Tautologia

16
c) Contradição
d) Equivalência

Resposta: Letra A. Construindo a tabela verdade:

p q r ~p ~q[𝑝 ∨ (~𝑞 ↔ 𝑟)] →𝒑 ∨~𝑝


(~𝒒 ↔ 𝒓) 𝒑 ∨ ~𝒒 ↔ 𝒓 → ~𝒑

V V V F F F V F
V V F F F V V F
V F V F V V V F
V F F F V F V F
F V V V F F F V
F V F V F V V V
F F V V V V V V
F F F V V F F V

PROPOSIÇÕES LÓGICAS

As proposições categóricas são formadas basicamente por três palavras: Todo, Nenhum e o Algum. Desta última,
deriva-se também o “Algum Não” para completar as quatro proposições fundamentais. Assim, vamos interpretar e
representar as seguintes expressões:

Todo A é B
A primeira proposição categórica é bem conhecida e facilmente interpretada. Ela afirma que todos os elementos
que pertencem ao grupo (ou na nossa linguagem, conjunto) A também pertencem ao conjunto B. Para este caso, temos
duas representações possíveis:

O primeiro caso talvez seja o que a maioria das pessoas pensam quando se diz que “Todo A é B”, ou seja, o
conjunto A sendo subconjunto do conjunto B. Entretanto, quando ambos os conjuntos são coincidentes, ou sejam,
são exatamente iguais, a proposição ainda é válida, com todos os elementos do conjunto A pertencentes também ao
conjunto B.

FIQUE ATENTO!
Observe que quando falamos que “Todo A é B” não é necessariamente verdade que “Todo B é A” pois o
primeiro caso da figura acima justifica que nem todos os elementos de B podem pertencer ao conjunto
A.”.

Nenhum A é B
A segunda proposição categórica é a mais simples de se observar através do diagrama de conjuntos pois quando
RACIOCÍNIO LÓGICO

falamos que “Nenhum A é B”, conclui-se que nenhum elemento do conjunto A pertence ao conjunto B, ou seja, são dois
conjuntos distintos sem nenhuma intersecção:

17
Algum A não é B
Análogo a proposição anterior, a proposição “Algum
A não é B” estabelece que há ao menos um elemento de
A que não pertence ao conjunto B. Novamente não se
estipula quantos elementos de A não são de B (e podem
ser todos eles inclusive), mas sim que não temos todos os
elementos de A pertencendo a B, algum necessariamente
não será. São três diagramas para representar essa
proposição categórica:

Diferentemente da proposição “Todo A é B”, dizer


que “Nenhum A é B” é logicamente equivalente a dizer
que “Nenhum B é A”, ou seja, permite-se a inversão dos
conjuntos sem prejudicar o raciocínio.

Algum A é B
As próximas duas proposições também são
categóricas, mas não casos extremos como as anteriores
em que ou temos todos os elementos de A pertencente
a B ou não temos nenhum. A expressão “Algum A é
B” estabelece que ao menos um elemento pertence
também ao conjunto B. Ela não fala quantos elementos
de A pertencem a B (podem ser todos inclusive), o que ela
descarta é o fato de nenhum elemento de A pertencer a B,
e essa consideração será importante quando estudarmos
a negação das proposições categóricas.
Além disso, são quatro diagramas possíveis para
interpretar essa proposição:

No primeiro caso, como temos elementos exclusivos


de A e B, esses elementos exclusivos satisfazem a
proposição. No segundo caso, temos B como subconjunto
de A sem serem coincidentes, o que também deixam
alguns elementos de A não pertencendo a B. Finalmente
o terceiro caso, onde A e B não possuem intersecção
(coincidente com “Nenhum A é B”), temos que os
elementos de A não pertencem a B, bastava apenas 1
mas nesse caso foram todos.

CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS


As quatro proposições categóricas também
possuem nomes formalizados que são de importante
conhecimento para se interpretar enunciados de
Os dois primeiros casos remetem ao conjunto A ser concursos que utilizarem essas definições. Vamos a elas
subconjunto de B ou vice-versa. Em ambos conseguimos
afirmar que existe ao menos um elemento de A que Proposição Universal Afirmativa
pertence a B. O terceiro caso é o mesmo de “Todo A é B” A proposição universal afirmativa é equivalente
pois, como dissemos, essa proposição afirma que temos a expressão “Todo A é B”, ou seja, todo o universo do
no mínimo um elemento de A que está em B, então conjunto A pertence a B.
logicamente todos os elementos de A pertencerem a
B atendem a “Algum A é B”. E o último caso é aquele Proposição Universal Negativa
onde temos termos exclusivos de A e B, mas uma região A proposição universal negativa é equivalente a
de interseção onde há elementos pertencentes aos dois expressão “Nenhum A é B”, ou seja, todo o universo do
RACIOCÍNIO LÓGICO

conjuntos, satisfazendo a proposição. conjunto A não pertence a B.


Além disso, é possível inverter os conjuntos de
posição e manter a lógica correta, ou seja, se falarmos Proposição Particular Afirmativa
que “Algum A é B”, pode-se afirmar que “Algum B é A” A proposição particular afirmativa é equivalente a
expressão “Algum A é B”, ou seja, algum caso de todo o
universo do conjunto A pertence a B.

18
Proposição Particular Negativa Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G
A proposição particular negativa é equivalente a é R”. então é necessariamente verdadeiro que:
expressão “Algum A não é B”, ou seja, algum caso de a) Algum A não é G
todo o universo do conjunto A não pertence a B. b) Algum A é G
c) Nenhum A é G
RELAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS d) Algum G é A
As proposições categóricas possuem relações entre si e) Nenhum G é A.
para aplicarmos valores lógicos quando necessário. Para
ajudar na memorização, construiu-se um diagrama com Observem neste caso que temos 3 conjuntos: A,R
as definições apresentadas abaixo: e G e eles estão relacionados através de proposições
categóricas. Para resolver esse tipo de problema, temos
que utilizar dos diagramas de conjuntos para entende-
lo. A ordem de aplicação das proposições determina seu
êxito no exercício, onde recomenda-se começar pelas
proposições universais e depois partir para as particulares.
Iniciando então por “Nenhum G é R”, o diagrama fica da
seguinte forma:

As proposições que são contraditórias entre si, ou


seja, aquelas ligadas pela diagonal do problema serão
justamente as negações lógicas da proposição categórica
considerada, ou seja:
Nesse caso, G e R não possuem intersecções. Feito
- A negação de “Todo A é B” é “Algum A não é B”
isso, deve-se analisar a proposição “Algum A é R”, que
- A negação de “Nenhum A é B” é “Algum A é B”
possui 4 casos distintos. Além disso, não sabemos se A
- A negação de “Algum A é B” é “Nenhum A é B”
intersecta ou não o conjunto G, portanto teremos que
- A negação de “Algum A não é B” é “Todo A é B”
considerar ambos os casos:
Ou seja, nas proposições categóricas, negar uma
proposição universal é transformá-la em uma proposição - A é subconjunto de R: Nesta primeira situação, A
particular de afirmação contrária e vice-versa. Isso reforça não poderá intersectar G pois está dentro de R e nenhum
o que foi dito no início do capítulo que a negação de R é G:
“Todo A é B” não é “Nenhum A é B” e agora fica fácil
de entender pois para que “Todo A é B” seja falso, basta
apenas um único elemento de A não pertencer a B, o
caracteriza a proposição “Algum A não é B”.

No caso das relações “subalternas”, quando temos o


valor lógico definido da proposição universal, podemos
expandi-lo para a sua correspondente proposição
particular, ou seja:
- O valor lógico da proposição particular afirmativa
será o mesmo que o da proposição universal
afirmativa. - R é subconjunto de A: Nesta primeira situação,
- O valor lógico da proposição particular negativa será podemos ter A intersectando G ou não:
o mesmo que o da proposição universal negativa.

ANÁLISE COM MAIS DE UMA PROPOSIÇÃO


RACIOCÍNIO LÓGICO

CATEGÓRICA ENVOLVIDA
Os problemas envolvendo proposições categóricas
podem ser simples de se revolver como visto no
exercício comentado acima, porém, existem casos mais
elaborados, onde pode haver 3 ou mais conjuntos para
serem analisados. Observe esse exemplo extraído de - A e R são coincidentes: Neste caso, A não cruza G
uma banca que aborda muito o raciocínio lógico, a ESAF: pois nenhum R é G;

19
EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (PC-ES – PERITO CRIMINAL – FUNCAB, 2013).


A negação de “Todos os padeiros dessa cidade são
talentosos” é:

a) Todos os padeiros dessa cidade não são talentosos.


b) Somente um padeiro dessa cidade é talentoso.
- A e R possuem intersecção com elementos c) Não já padeiro talentoso nessa cidade.
exclusivos: Neste caso, pode-se haver intersecção ou não
de A em G: d) Existe algum padeiro dessa cidade que não é talentoso.
e) Não há padeiros nessa cidade.

Resposta: Letra D. A negação de uma proposição


universal afirmativa será uma proposição particular
negativa, ou seja “Algum A não é B” que nesse caso é
“Algum padeiro dessa cidade não é talentoso”.

2. (SERPRO – ANALISTA – ESAF, 2001). Todos os alunos


de Matemática são, também, alunos de Inglês, mas
nenhum aluno de inglês é aluno de História. Todos os
alunos de Português são também alunos de informática,
e alguns alunos de informática são também alunos de
história. Como nenhum aluno de informática é aluno de
inglês, e como nenhum aluno de Português e aluno de
História, então:

a) pelo menos um aluno de Português é aluno de Inglês


b) pelo menos um aluno de Matemática é aluno de
História
c) nenhum aluno de Português é aluno de Matemática
d) todos os alunos de Informática são alunos de
Matemática
Portanto são 6 casos para se analisar e verificar qual e) todos os alunos de Informática são alunos de Português
alternativa atende todos simultaneamente:
a) Algum A não é G: Se observarmos os 6 casos, Resposta: Letra C. São muitos diagramas para
sempre há ao menos um todos os elementos de se montar, porém quase todos são proposições
A que não pertencem a G, ou seja, não há nenhum universais de fácil entendimento. Unificando todas as
caso onde todos os elementos de A estão dentro informações, monta-se o diagrama e se observa que
de G. Logo esta alternativa aparenta ser a correta. nenhum aluno de Português é aluno de Matemática.
b) Algum A é G: No primeiro, terceiro, quarto e sexto
casos, nenhum elemento de A pertence a G, logo
esta alternativa não é a correta.
c) Nenhum A é G: No segundo e quinto casos,
há elementos de A que estão em G, logo esta
alternativa não é a correta.
d) Algum G é A: Os casos onde A e G não se cruzam
eliminam esta alternativa da mesma forma que na
alternativa b
e) Nenhum G é A: Da mesma forma que as alternativa
b e d, os casos onde A e G possuem intersecção EQUIVALÊNCIA LÓGICA
são suficientes para eliminar esta alternativa.
A equivalência lógica é a relação entre duas proposi-
RACIOCÍNIO LÓGICO

Logo, encontramos a alternativa correta. O que é ções lógicas que serão ditas equivalentes, ou seja, ao se
importante observar é que problemas envolvendo mais montar a tabela-verdade de ambas, a distribuição dos
de uma proposição categórica podem ser complicados e valores lógicos será a mesma.
requererem uma análise aprofundada de todos os casos. O domínio desta teoria passará ao candidato a se-
gurança de se manipular expressões lógicas, buscando
a equivalência correta nas alternativas da questão. Na
maioria das vezes, os enunciados das questões de equi-

20
𝑝𝑝 ∧∧ 𝑞𝑞 =
= 𝑞𝑞 ∧∧ 𝑝𝑝
valência lógica, usando frases simples como: “A negação 𝑝𝑝 ∨∨ 𝑞𝑞 =
= 𝑞𝑞 ∨∨ 𝑝𝑝
da expressão ... é:” ou também “A expressão logicamente
equivalente a ... é:”. 𝑝𝑝 ↔
↔ 𝑞𝑞 =
= 𝑞𝑞 ↔
↔ 𝑝𝑝
Para resolver esses exercícios, o candidato deverá re-
conhecer na expressão original que tipo de equivalência
pode ser usada e é isso que iremos apresentar nas seções Ou seja, para a disjunção, conjunção e bicondicional é
a seguir. possível inverter a ordem das proposições simples, man-
tendo o resultado final da proposição composta. Usando
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS NOTÁVEIS novamente frases como exemplo, temos que se p = “An-
Iniciando pelas equivalências mais simples, apresen- dei 5km” e q = “Tomei um suco”:
taremos os cinco primeiros casos de relações lógicas: Andei 5km e tomei um suco = Tomei um suco e andei 5 km
Andei 5km ou tomei um suco = Tomei um suco ou
Dupla Negação andei 5 km
A dupla negação já foi introduzida quando se definiu Andei 5km se e somente se tomei um suco = Tomei
o operador lógico negação, ou o “não” e se apresentou um suco se e somente se andei 5 km
que “a negação da negação é a própria afirmação”. Em
outras palavras, a dupla negação anula dois operadores
“não” que estão juntos, como no exemplo a seguir: FIQUE ATENTO!
O leitor mais atento percebeu uma poten-
~ ~𝑝 = 𝑝 cial “pegadinha” nesta propriedade pois ela
não vale para o operador “Se...então” que é a
Ou seja, os dois operadores lógicos “~” são retirados, condicional. Muita atenção quando for utili-
restando apenas a proposição simples. zar essa propriedade!

Idempotência Associação
A idempotência trata de duas relações, uma com o A propriedade associativa também tem a mesma ca-
operador “e” (conjunção) e outra com o operador “ou” racterística encontrada na matemática, onde você pode
(disjunção). A idéia básica é mostrar que quando se apli- inverter a ordem das operações lógicas. Isso só pode ser
ca esses operadores na mesma proposição simples, o re- feito caso tenhamos APENAS disjunção e conjunção nas
sultado é a própria proposição. Vejam os casos: operações, observe:

𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝 𝑞∧ 𝑞∧ 𝑟∧ 𝑟

𝑝∨𝑝=𝑝 𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∨𝑞 𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∨ 𝑟∨ 𝑟

Essa equivalência é fácil verificar na tabela-verdade: O que a propriedade nos mostrou é que podemos
fazer a operação entre p e q antes de realizar a operação
entre q e r.
p 𝑝∧𝑝=𝑝 𝑝∨𝑝=𝑝
Distribuição
V V V A propriedade distributiva também segue a analogia
F F F da propriedade vista na matemática, sendo conhecida
também como a propriedade “chuveirinho” onde a partir
Tanto na tabela-verdade da disjunção e da conjunção, de um operador lógico externo aos parênteses, faz-se a
quando ambas as proposições são VERDADEIRAS, o re- distribuição nos elementos internos, desta forma:
sultado é VERDADEIRO e quando ambas são FALSAS, o
resultado da proposição composta é FALSO.
𝑝 ∧𝑝 ∧𝑞 ∨𝑞𝑟∨ 𝑟= =𝑝 ∧𝑝𝑞∧ 𝑞∨ (𝑝
∨ (𝑝 ∧ 𝑟)
∧ 𝑟)
Usando frases nas proposições, essa propriedade nos
permite dizer que se p = “João é professor”, temos que: 𝑝 ∨𝑝 ∨𝑞 ∧𝑞𝑟∧ 𝑟= =𝑝 ∨𝑝𝑞∨ 𝑞∧ (𝑝
∧ (𝑝 ∨ 𝑟)
∨ 𝑟)
João é professor e João é professor = João é professor
João é professor ou João é professor = João é pro-
fessor Observe novamente que essa propriedade também é
válida APENAS para os operadores disjunção (“e”) e con-
Comutação junção (“ou”), sendo incorreto aplicar na condicional e na
A propriedade comutativa da equivalência lógica é bicondicional. Usando frases como exemplo, considere
RACIOCÍNIO LÓGICO

análoga a propriedade de mesmo nome da matemática. que: p = “Almir é biólogo”, q = “Joseval é escritor” e r
Ela descreve que podemos mudar a ordem das propo- = “Arlequina é bandida”, assim:
sições simples sem afetar o resultado final. Existem três A propriedade 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟) nos
casos: permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, e Jo-
𝑝 ∨ 𝑞 ∧é 𝑟bandida”
seval é médico ou Arlequina = 𝑝 ∨ 𝑞é ∧equivalente
(𝑝 ∨ 𝑟)
𝑝∧𝑞 =𝑞∧𝑝 à proposição: “Almir é biólogo e Joseval é escritor, ou
𝑝∨𝑞=𝑞∨𝑝 Almir é biólogo e Arlequina é bandida”

𝑝↔𝑞=𝑞↔𝑝

21
𝑝 ∧ 𝑞 ∨ 𝑟 = 𝑝 ∧ 𝑞 ∨ (𝑝 ∧ 𝑟)

Já a propriedade 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ 𝑟 = 𝑝 ∨ 𝑞 ∧ (𝑝 ∨ 𝑟) nos permite dizer que a proposição: “Almir é biólogo, ou Joseval


é médico e Arlequina é bandida” é equivalente à proposição: “Almir é biólogo ou Joseval é escritor, e Almir é biólogo
ou Arlequina é bandida”

NEGAÇÃO DOS OPERADORES LÓGICOS


Este tópico provavelmente é o mais importante deste capítulo pois apresentará as negações das proposições lógi-
cas mais utilizadas: “Disjunção”, “Conjunção”, “Condicional” e “Bicondicional”

Negação da conjunção – Regra de De Morgan


As negações da conjunção e da disjunção são conhecidas como Regras de De Morgan e são fáceis de memorizar
pela sua estrutura simples:
∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma conjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “e” por um operador “ou”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 =~~𝑝𝒑∨∼
∧ 𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F F V F V V
F V F V V F V
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equi-
valência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Eu sei nadar” e q = “Eu sei correr”, a negação correta de
“Eu sei nadar e sei correr” será “Eu não sei nadar ou não sei correr”

Negação da disjunção – Regra de De Morgan


A negação da disjunção também é conhecida como Regra de De Morgan:
∼ 𝑝 ∨ 𝑞 = ~𝑝 ∧∼ 𝑞

A regra nos diz que ao negar uma disjunção, podemos negar individualmente cada proposição simples trocando o
operador “ou” por um operador “e”. A prova desta relação se dá na tabela-verdade a seguir:

p q ∼ 𝑝 ∧ 𝑞 = ~𝑝
~ 𝒑∨∼
∧𝒒𝑞 ~p
∼ 𝑝 ∧~q
𝑞 = ~𝑝 ∨∼ 𝑞

V V V F F F F
V F V F F V F
F V V F V F F
F F F V V V V

Observando a quarta e a sétima coluna, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equi-
valência.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei de bicicleta” e q = “joguei futebol”, a negação cor-
reta de “Eu andei de bicicleta ou joguei futebol” será “Eu não andei de bicicleta e não joguei futebol”.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Negação da Condicional
A negação da condicional é uma expressão que vem derivada de outras duas equivalências lógicas: Regra de De
Morgan e Implicação material (apresentada nos tópicos seguintes). Como a idéia não é apresentar deduções, vamos
mostrar a equivalência e prova-la através da tabela-verdade:
∼ 𝑝 → 𝑞 = 𝑝 ∧∼ 𝑞

22
Montando a tabela-verdade:

p q 𝒑→𝒒 ~ 𝒑→𝒒 ~q 𝒑 ∧∼ 𝒒

V V V F F F
V F F V V V
F V V F F F
F F V F V F

Comparando a quarta e sexta colunas, podemos observar que todas as linhas possuem os mesmos valores lógicos,
comprovando a equivalência desta negação.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Fiz muitos gols” e q = “Sou o artilheiro”, a negação correta
de “Se fiz muitos gols então sou o artilheiro” será “Fiz muitos gols e não sou o artilheiro”.

Negação da Bicondicional
Certamente a negação da bicondicional é a expressão mais difícil dentre as apresentadas na equivalência lógica. Ela
não é simples de deduzir e usaremos a mesma abordagem da negação da condicional, que é apresentar a expressão
e provar com a tabela-verdade:
∼ 𝑝 ↔ 𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)

Montando a tabela-verdade:

p q∼ 𝑝 ↔ 𝑞 =∼(𝑝𝑝∧∼
↔ 𝑞) ~p
𝑞 ∼∨=(𝑞
𝑝
(𝑝↔ 𝑞~q𝑞)
∧∧∼
~𝑝) =∨(𝑝(𝑞∧∼
∧ ~𝑝)
𝑞) ∨∼(𝑞𝑝∧↔
~𝑝)
𝑞 = (𝑝 ∧∼ 𝑞) ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)
V V V F F F F F F
V F F V F V V F V
F V F V V F F V V
F F V F V V F F F

Observando a quarta e nona colunas, verifica-se o mesmo valor lógico em todas as linhas, o que prova a equiva-
lência lógica.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Passei de ano” e q = “Tirei 10 na prova”, a negação correta
de “Passei de ano se e somente se tirei 10 na prova” será “Passei de ano e não tirei 10 na prova ou tirei 10 na prova e
não passei de ano”.

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS DA CONDICIONAL E BICONDICIONAL


Além das negações dos operadores lógicos condicional e bicondicional, existem outras equivalências lógicas impor-
tantes que estatisticamente são cobradas com certa frequência nos concursos públicos e serão apresentadas a seguir:

Implicação Material
A implicação material é uma equivalência lógica aplicada ao operador condicional que transforma esse operador
em uma disjunção (“ou”):
𝑝 → 𝑞 = ~𝑝 ∨ 𝑞

Montando a tabela-verdade:

p q ~p
𝑝 → 𝑞 𝑝 =→~𝑝
𝑞 ∨=𝑞~𝑝 ∨ 𝑞
RACIOCÍNIO LÓGICO

V V V F V
V F F F F
F V V V V
F F V V V

23
A terceira e quinta colunas possuem os mesmos valores lógicos em todas as linhas, podendo afirmar que são, por-
tanto, proposições equivalentes.
Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “Andei distraído” e q = “Tropecei na calçada”, uma expres-
são equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Não andei distraído ou tropecei na calçada”

Transposição
A transposição, como o próprio nome diz, é aplicada ao operador condicional, trocando de posição as proposições
simples, algo que não é permitido diretamente pela propriedade comutativa apresentada anteriormente. A equivalên-
cia é a seguinte:
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

Ou seja, nega-se e inverte-se as proposições simples para formar a equivalência. Comprovando pela tabela-verdade:

p q ~p →𝑝 ~𝑝
𝑝 → 𝑞 = ~𝑞 →~q𝑞 = ~𝑞 → ~𝑝

V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Assim, como a terceira e sexta colunas são idênticas, temos a equivalência lógica comprovada.
Usando as frases da implicação material como exemplo novamente, se considerarmos p = “Andei distraído” e q
= “Tropecei na calçada”, uma expressão equivalente a “Se andei distraído então tropecei na calçada” será “Se não
tropecei na calçada, então não andei distraído”

FIQUE ATENTO!
Sempre que no enunciado de um exercício de equivalência tivermos o operador condicional, desconfie se
não será aplicada as regras de implicação material ou transposição, normalmente elas que serão utilizadas
para resolver a questão!

Equivalência Material
A equivalência material é a última relação que veremos neste capítulo e envolve o operador bicondicional que sem-
pre irá proporcionar expressões maiores para memorização. Além disso, são dois casos para se analisar: O primeiro,
transforma-se a bicondicional em duas operações condicionais:
𝒑↔𝒒 = 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒑

Intuitivamente essa expressão não é difícil pois o próprio nome “bicondicional” já se refere a “duas condicionais”.
O importante é lembrar que as duas condicionais são ligadas por um operador “e” e não por um operador “ou”. A
tabela-verdade fica:

p q 𝒑𝒑 ↔
↔ 𝒒𝒒 =
= 𝒑𝒑 →
→ 𝒒𝒒 ∧∧ 𝒒𝒒
𝒑→→
↔𝒑𝒑𝒒 = 𝒑 → 𝒒 ∧ 𝒒 → 𝒑
V V V V V V
V F F F V F
F V F V F F
F F V V V V
RACIOCÍNIO LÓGICO

Usando frases como exemplo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma expressão
equivalente para “A bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “Se a bolsa é azul então o estojo é vermelho
e se o estojo é vermelho então a bolsa é azul”.
O outro caso de equivalência material é a conversão da bicondicional em operadores “ou” e “e”:
𝒑 ↔ 𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

24
Essa expressão não é tão intuitiva como o primeiro caso mas dá para se criar um raciocínio imaginando que a bi-
condicional foi separada em duas conjunções das afirmações e negações ligadas por uma disjunção. A tabela-verdade
fica desta maneira:

p q 𝒑 ↔ 𝒒 = ~p
𝒑𝒑→↔𝒒~q
𝒒∧ =𝒒 𝒑
→∧𝒑𝒒 ∨ ~𝒑
𝒑↔∧ ~𝒒
𝒒 = 𝒑 ∧ 𝒒 ∨ ~𝒑 ∧ ~𝒒

V V V F F V F V
V F F F V F F F
F V F V F F F F
F F V V V F V V

Com a terceira e oitava coluna idênticas, temos a equivalência comprovada. Usando as mesmas frases como exem-
plo, se considerarmos p = “A bolsa é azul” e q = “O estojo é vermelho”, uma outra expressão equivalente para “A
bolsa é azul se e somente se o estojo é vermelho” será “A bolsa é azul e o estojo é vermelho ou a bolsa não é azul e
o estojo não é vermelho”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (EMSERH – PSICÓLOGO – FUNCAB, 2016). Dizer que não é verdade que Francisco é dentista e Tânia é enfermeira,
é logicamente equivalente a dizer que é verdade que:

a) Se Francisco não é dentista, então Tânia não é enfermeira.


b) Francisco não é dentista e Tânia não é enfermeira.
c) Se Francisco não é dentista, então Tânia é enfermeira.
d) Francisco não é dentista ou Tânia não é enfermeira.
e) Francisco é dentista ou Tânia não é enfermeira.

Resposta: Letra D. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da conjunção será a disjunção das negações, então
nega-se ambas as proposições e aplica-se o operador “ou”.

2. (TJ-SP – ESCREVENTE – VUNESP, 2017). Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:

a) Se João é rico, então Maria é pobre


b) João não é rico, e Maria não é pobre
c) João é rico, e Maria não e pobre
d) Se João não é rico, então Maria não é pobre
e) João não é rico, ou Maria não é pobre

Resposta: Letra B. Aplicando a regra de De Morgan, a negação da disjunção será a conjunção das negações.

3. (PREFEITURA DE MARILÂNDIA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IDECAN, 2016). A negação da proposição com-


posta “Se goleia o rival, então é campeão” é equivalente a:

a) Não goleia o rival e é campeão.


b) Goleia o rival e não é campeão.
c) Não goleia o rival ou é campeão.
d) Nem goleia o rival, nem é campeão.

Resposta: Letra B. A negação da condicional é uma conjunção da primeira proposição com a negação da segunda,
o que aparece na alternativa B.
RACIOCÍNIO LÓGICO

4. (TJ-PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – PUC-PR, 2017). Arno, especialista em lógica, perguntou: qual a negação de “hoje
é carnaval se, e somente se, for 8 ou 9 de fevereiro”?

A resposta CORRETA é: 

a) Hoje não é Carnaval se, e somente se, não for 8 ou 9 de fevereiro


b) Hoje não é Carnaval e não é 8 nem 9 de fevereiro

25
c) Hoje não é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje é 7. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). A propo-
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro sição equivalente para “A lua é um satélite natural se e
d) Hoje é Carnaval e é 8 de fevereiro somente se Saturno ter anéis” é:
e) Hoje é Carnaval e é 8 ou 9 de fevereiro ou hoje não é
Carnaval e não é nem 8 e nem 9 de fevereiro a) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
ou Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite
Resposta: Letra C. Questão trabalhosa mas possível. natural
Considere p = “Hoje é Carnaval” e q = “É 8 ou 9 de b) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno não tem
fevereiro”. Aplicando a negação da bicondicional, te- anéis e Se Saturno não tem anéis, então a Lua é um
mos que: = Hoje é carnaval e não é nem 8 e nem 9 satélite natural
de fevereiro ou é 8 ou 9 de fevereiro e não é carnaval. c) Se a Lua é um satélite natural, então Saturno tem anéis
Usando a propriedade comutativa onde podemos in- e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um satélite na-
verter a ordem das proposições, conseguimos montar tural
a alternativa C. d) Se a Lua não é um satélite natural, então Saturno não
tem anéis e Se Saturno tem anéis, então a Lua é um
5. (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF, 2016). satélite natural
A proposição “se o voo está atrasado, então o aeroporto
está fechado para decolagens” é logicamente equivalen- Resposta: Letra C. Aplicando a equivalência material
te à proposição: que transforma a bicondicional em duas condicionais,
temos que “Se a Lua é um satélite natural, então sa-
a) o voo está atrasado e o aeroporto está fechado para turno tem anéis e se Saturno tem anéis, então a Lua é
decolagens. um satélite natural”.
b) o voo não está atrasado e o aeroporto não está fecha-
do para decolagens.
c) o voo está atrasado, se e somente se, o aeroporto está LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO
fechado para decolagens.
d) se o voo não está atrasado, então o aeroporto não Tanto o argumento, quanto a proposição, formam as
está fechado para decolagens. bases para o estudo da lógica. Todavia, a proposição ain-
e) o voo não está atrasado ou o aeroporto está fechado da continua sendo o elemento fundamental, pois a partir
para decolagens. dela que são construídos os argumentos. Mas afinal de
contas, o que é um Argumento? Essa definição é impor-
Resposta: Letra E. Como a questão envolve condicio- tante para o seguimento do capítulo e será apresentada
nal, devemos pensar em aplicar a implicação material a seguir.
ou a transposição. Olhando as alternativas, temos ape- Um argumento é feito de uma composição de duas
nas uma delas que é condicional, então provavelmen- ou mais proposições. Diferentemente de uma proposi-
te será melhor aplicar a implicação material primeiro, ção composta, o argumento apresenta as proposições
que gera o seguinte resultado: “O voo não está atra- de maneira separada, classificando-as em dois tipos:
sado ou o aeroporto está fechado para decolagens”. Premissas e Conclusão. As premissas são as bases e as
informações que irão nortear a Conclusão (que é única,
6. (PMRJ – ADMINISTRADOR – PMRJ, 2016). Uma apenas 1 proposição pode ser a conclusão). Assim, a es-
proposição logicamente equivalente a “se eu não posso trutura básica de um argumento é: Premissas Conclusão.
pagar um táxi, então vou de ônibus” é a seguinte:  Normalmente, os argumentos são apresentados na
forma vertical, separando as premissas e a conclusão por
a) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi  um traço, desta maneira:
b) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
c) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
d) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um
táxi

Resposta: Letra A. Como todas as alternativas são


condicionais, provavelmente o exercício se resolve As três premissas informam que há uma caracterís-
aplicando a transposição. Negando as duas proposi- tica genética de olhos azuis na família, onde seu pai e
ções e invertendo a ordem, temos que “Se eu não vou você possuem olhos azuis. Dadas essas informações,
de ônibus, então posso pagar um taxi”. Observe que concluiu-se que seu filho terá a mesma característica, ou
já temos uma negação na frase original e na hora de seja, olho azul.
RACIOCÍNIO LÓGICO

negarmos, faremos uma dupla negação, eliminando Como este argumento é mais genérico, vamos a um
os dois “não”. mais direto que vocês irão lidar em seus concursos:

26
A argumentação apresenta que o grupo denominado Diagramas de Conjuntos (Euler)
“brasileiros” pertence em sua integralidade ao conjunto A análise de argumentos usando os diagramas de
“devedores”. Assim, se eu pertenço ao grupo dos “brasi- conjuntos só é efetivamente vantajosa se os argumentos
leiros”, naturalmente estarei no grupo “devedores”. forem montados com proposições categóricas (capítulo
Um ponto importante a se ressaltar neste exemplo 5). Ou seja, as premissas devem conter as expressões que
é a estrutura particular dele. Quanto tivermos um argu- designam este tipo, como todo, nenhum, algum e al-
mento composto por 2 (duas) premissas e a conclusão, gum não. Algumas variações podem existir, como pelo
ele será considerado um caso particular e terá o nome menos um e cada um, mas sempre serão remetidas as
de silogismo. proposições que aprendemos no capítulo anterior.
Ambos os argumentos foram conclusões verdadei- Este método prevê que desenharemos as premissas
ras das premissas que consideramos. Neste caso, iremos dentro de cada conjunto correspondente, procurando as
classifica-los como argumentos válidos, ou seja, as pre- interseções entre eles. Após a construção do diagrama,
missas levam a esta conclusão. verifica-se a validade do argumento.
A oposição disso é justamente uma ou mais premis- Exemplo:
sas falharem na conclusão, e isso tornará o argumento
inválido, pois não atende integralmente todas as premis-
sas.
Outro caso de argumentos que podem ser cobrados
são aqueles que envolvem conectivos lógicos, como por
exemplo, neste exercício que caiu em um concurso:
O ponto chave da lógica da argumentação é verificar
se a conclusão é uma consequência lógica das premissas.
Isso será feito neste caso usando os conjuntos. A primei-
ra proposição diz que todas as mulheres são morenas,
assim o conjunto “mulheres” está dentro ou é coinciden-
te ao conjunto “morenas”:
Se considerarmos as proposições:

Ou seja, toda a argumentação é montada sob propo-


sições compostas ligadas pelos conectivos lógicos. Nos
concursos públicos, isso pode aparecer diretamente, ou
em forma de frases onde o leitor deverá convertê-la para
expressões lógicas. Para verificar se o argumento é válido
ou não, usaremos as técnicas apresentadas a seguir.

ANÁLISE DA VALIDADE DOS ARGUMENTOS


Normalmente quando os argumentos são analisados,
a primeira estratégia pensada é o uso dos diagramas de A segunda proposição diz que nenhuma morena can-
conjuntos, ou conhecidos também como diagramas de ta, ou seja, não há intersecção entre esses conjuntos:
Euler. Essa estratégia será a primeira a ser apresentada
nesta seção, porém, é importante que fique claro que
ela funciona em alguns casos específicos e que em casos
onde o argumento foi construído sob conectivos lógicos
(exemplo anterior), sua praticidade não é encontrada.
Logo, serão apresentadas 4 estratégias definitivas para
se resolver qualquer problema de argumentação.

FIQUE ATENTO!
Vocês encontrarão exercícios onde mais de
RACIOCÍNIO LÓGICO

uma técnica pode ser usada para sua reso-


lução. Esta apostila será uma referência para
sugestão de qual técnica utilizar. Caso con- Assim, a conclusão torna-se válida pois o conjunto
siga resolver por outra técnica, é um ponto mulheres também não possui intersecção com o conjun-
a mais no seu aprendizado. tos “cantoras”, tornando assim o argumento válido. É im-
portante frisar que sabemos que parte das mulheres não
são morenas mas isso não pode interferir na validade do

27
argumento. A única coisa que devemos ver sob o ponto
de vista lógico é que se as premissas forem verdadeiras,
temos que ter a conclusão verdadeira.
Vamos agora com um exemplo de argumento inváli-
do. Observem:

Repetindo a estratégia do exemplo anterior, temos ou


que a primeira premissa nos mostra que o conjunto
“convidados” está dentro ou é coincidente ao conjunto
“parentes”:

A conclusão nos fala que Roberto não é parente, o


que é verdade na segunda e na terceira possibilidade.
Na primeira, ambas as premissas são atendidas mas a
conclusão é falsa, já que Roberto está dentro do conjunto
ou
parentes.
Quando uma ou mais das possibilidades falha, não
temos garantia integral do argumento, tornando-o invá-
lido.

Premissas verdadeiras
A segunda estratégia já envolve premissas que não
tenham as proposições categóricas. Ela é eficiente quan-
do ao menos uma das proposições é simples, ou seja,
não há nenhum conectivo lógico com ela ou se temos
uma das premissas com uma conjunção, pois assim con-
seguimos valorar logicamente as proposições simples
que a compõe.
A segunda premissa nos mostra que Roberto não é Para avaliar a validade do argumento, basta adotar
um convidado. Neste caso, veja que temos três possi- que todas as premissas são verdadeiras e a partir da pro-
bilidades, duas no primeiro caso da premissa e um no posição simples, verificar se a conclusão mantém-se ver-
segundo caso. A posição de Roberto está indicada com dadeira.
um “X”: Se o resultado da conclusão for verdadeiro, o argu-
mento é válido, caso contrário, se a conclusão for falsa
ou se você não conseguir definir seu valor lógico, ele será
inválido.
Vamos a um exemplo:
RACIOCÍNIO LÓGICO

Esse argumento está montado apenas com os valores


lógicos e temos uma proposição simples no terceiro ar-
ou gumento. Assim, vamos adotar a estratégia de premissas
verdadeiras, ou seja:

28
Na terceira proposição, temos que R é verdadeiro e a partir disso, para a segunda premissa ser verdadeira, temos
que ter ~Q=V, ou seja Q=F.
Esse resultado implica na primeira premissa, pois se Q=F, para a condicional ser verdadeira, precisaremos ter que P
seja falso, ou seja, P=F .
Com os três valores lógicos, podemos avaliar a conclusão, onde se P=F, temos ~P=V, tornando a conclusão verda-
deira e o argumento válido.
Se após essas associações tivéssemos encontrado ~P=F, teríamos uma contradição, o que tornaria o argumento
inválido.

Tabela verdade
O método de resolução do argumento por tabela verdade é utilizado quando não se consegue resolver pelos dois
métodos anteriores, ou seja, quando não temos proposições categóricas ou quando não temos premissas sob a forma
de proposições simples ou uma delas sendo uma conjunção. Entretanto, mesmo para o caso onde o método de pre-
missas verdadeiras é aplicável, a tabela verdade pode ser utilizada, tornando um método mais genérico.
A resolução se baseia na construção da tabela verdade e temos que olhar as linhas correspondentes a todas as
premissas possuírem o valor VERDADEIRO. Se nessa linha, a conclusão também for VERDADEIRA, temos um argumento
válido, caso contrário, ele será inválido.

FIQUE ATENTO!
Lembre-se que a quantidade de linhas da tabela-verdade é calculada em função da quantidade de propo-
sições simples que formam as premissas. Quanto maior o problema, mais trabalhoso será a sua resolução!

Vamos analisar um exemplo passo a passo:


Analise o argumento a seguir e verifique se ele é válido
Se Pablo é ator e Irene é médica, então João é carpinteiro.
João não é carpinteiro ou Irene é médica.
Logo, Pablo não é ator ou Irene não é médica.
Passando para a linguagem lógica, temos que:

Observe que este argumento possui duas premissas e uma conclusão, porém é formado por três proposições sim-
ples. Assim, a tabela-verdade terá 8 linhas e não 4. Construindo a base da tabela:

p q r
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
RACIOCÍNIO LÓGICO

F F V
F F F

As próximas duas colunas serão correspondentes à primeira premissa:

29
p q r

V V V V V
V V F V F
V F V F V
V F F F V
F V V F V
F V F F V
F F V F V
F F F F V

As duas colunas seguintes são correspondentes à segunda premissa:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒

V V V V V F V
V V F V F V V
V F V F V F F
V F F F V V V
F V V F V F V
F V F F V V V
F F V F V F F
F F F F V V V

Agora, as próximas três colunas se referem a conclusão:

p q r ~𝒓 ∨ 𝒒
~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Com a tabela construída, temos que identificar as linhas que possuem ambas as premissas verdadeiras, ou seja, te-
mos que analisar a quinta e sétima colunas, procurando as linhas em que ambas são V. Se observarmos, encontraremos
a primeira, quarta, quinta, sexta e oitava linhas nesta configuração:
RACIOCÍNIO LÓGICO

30
p q r ~𝒓 ∨ 𝒒~𝒓 ∨ 𝒒 ~𝒑
~𝒑∨∨~𝒒
~𝒒 ~𝒑 ∨ ~𝒒

V V V V V F V F F F
V V F V F V V F F F
V F V F V F F F V V
V F F F V V V F V V
F V V F V F V V F V
F V F F V V V V F V
F F V F V F F V V V
F F F F V V V V V V

Observando essas cinco linhas, temos que a conclusão (última coluna) é VERDADEIRA em quatro delas, excetuan-
do-se apenas a primeira linha, onde a conclusão, assim, como nem todos os casos foram atendidos, o argumento é
inválido. Vale lembrar que basta 1 caso FALSO para o argumento não ser válido.

Conclusão Falsa
Para os casos onde temos um número de proposições simples maior (acima de 3), uma alternativa ao invés de se
aplicar uma tabela verdade que terá muitas linhas será o método da conclusão Falsa, ou seja, considera-se o valor ló-
gico FALSO na conclusão além de considerar as premissas VERDADEIRAS. Se este caso existir, teremos um argumento
inválido, caso contrário, ele será válido. Este método funciona bem quando a conclusão é uma condicional ou uma
conjunção, pois conseguiremos atribuir valores lógicos a todas as proposições simples que a compõe.
Observe o exemplo a seguir, extraído do livro Raciocínio Lógico Simplificado, de Sérgio Carvalho e Weber Campos,
um dos livros que usamos como referência para montar esta apostila:

Temos 4 proposições simples formando o argumento, o que faria a tabela-verdade ter 16 linhas. Se tentarmos pelo
método de premissas verdadeiras, teríamos muitos casos a analisar, uma vez que as mesmas são condicionais. Para
facilitar, vamos então adotar também a conclusão FALSA, o que para a condicional, tem-se apenas um caso, que é a
proposição da esquerda VERDADEIRA e da direita FALSA, assim temos que 𝑨 = 𝑽 e ~𝑫 = 𝑭 ⟹ 𝑫 = 𝑽.
Com esses valores lógicos definidos, podemos ir para a segunda premissa, onde sabemos o valor de ~𝑨 = 𝑭 . Para
essa premissa ser verdadeira, teremos que ter 𝑩 = 𝑭. Na primeira premissa, a condicional será verdadeira, dado que
𝑨 = 𝑽 se 𝑩 ∨ 𝑪 = 𝐕. Como 𝑩 = 𝑭., temos que ter 𝑪 = 𝑽 para atender a primeira premissa. Finalmente, como
𝑫 = 𝑽 , temos que ter ~𝑪 = 𝑽 ⟹ 𝑪 = 𝑭 , mas isso contradiz a primeira premissa que determinou que 𝑪 = 𝑽 .
Como houve falha em provar que a conclusão é FALSA com as premissas VERDADEIRAS, temos que a conclusão é
VERDADEIRA o que faz o argumento VÁLIDO!

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (TCE-RS – ENGENHEIRO – CESPE, 2004). A seguinte afirmação é válida:

Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos devidos


Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos
Conclusão: Carlos é uma pessoa honesta

( ) CERTO ( ) ERRADO
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: Errado. Montando as premissas dentro do diagrama de Euler, se o conjunto “pagam impostos” e “hones-
tos” não forem coincidentes, não há como garantir que Carlos está necessariamente dentro do conjunto “honestos”.
Portanto, o argumento torna-se inválido.

31
2. (TCE/AC – ANALISTA – CESPE, 2008). Considere que - Se a conta fica no vermelho muito rapidamente, então
as seguintes proposições são premissas de um argumento: a alegria dura pouco
- As contas chegam.
1. César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um
conselheiro Pressupondo que as premissas apresentadas acima se-
2. César não é o presidente do tribunal de contas ou jam verdadeiras e considerando as propriedades gerais
Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei dos argumentos, julgue os itens subsequentes:
3. Se Adriano é vice-presidente do tribunal de contas, en- A afirmação: “Começo do mês é tempo de receber salá-
tão Tito não é o corregedor. rio, porém a alegria dura pouco”, é uma conclusão válida
a partir das premissas apresentadas acima.
Com base nas definições apresentadas no texto acima,
assinale a opção em que a proposição apresentada, junto ( ) CERTO ( ) ERRADO
com essas premissas, forma um argumento válido:
A afirmação: “Se as contas chegam, então a alegria dura
a) Adriano não é o vice-presidente do tribunal de contas pouco” é uma conclusão válida a partir das premissas
b) Se César é o presidente do tribunal de contas, então apresentadas acima.
Adriano não é o corregedor.
c) Se Tito é o corregedor, então Adriano é o vice-presi- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dente do tribunal de contas.
d) Tito não é o corregedor Resposta: Certo e Certo. Chamando de p: Começo
e) Adriano impõe penas disciplinares na forma da lei do mês é tempo de receber salário, q: As contas che-
gam; r: O dinheiro (salário) sai, s: A conta fica no ver-
Resposta: Letra E. Utilizando o método de premissas melho muito rapidamente e t: A alegria dura pouco,
verdadeiras, a primeira premissa já nos garante que vamos resolver a primeira afirmação (𝑝 ∧ 𝑡) utilizan-
César é o presidente do tribunal de contas e Tito é um do apenas premissas verdadeiras: Como q=V na quin-
conselheiro. Na segunda, como temos uma disjunção ta premissa, a segunda premissa só será VERDADEI-
e a primeira proposição é falsa, já que César é o pre- RA se r=V. Isso vale para a terceira premissa, fazendo
sidente do tribunal, temos que ter que Adriano impõe s=V e na quarta premissa, fazendo t=V. Assim, como
penas disciplinares na forma da lei, o que é exatamen- a primeira premissa é o valor lógico de p=V, temos
te a alternativa E. Para completar, a terceira premissa que 𝑝 ∧ 𝑡 = 𝑉 . Na segunda afirmação, vamos usar a
fica indefinida sob o ponto de vista lógico, uma vez conclusão FALSA, ou seja, 𝑞 → 𝑡 = 𝐹 . Como a quinta
que não temos informações suficientes para determi- premissa é q=V, temos que ter t=F, mas isso contradiz
nar se Adriano é ou não vice-presidente do TCE, mas justamente a quarta premissa, onde t=V, mostrando
isto não afeta a escolha da alternativa correta. que há contradição na conclusão FALSA, tornando-a
VERDADEIRA ou um argumento válido.
3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). A sequência de pro-
posições a seguir constitui uma dedução correta:

Se Carlos não estudou, então ele fracassou na prova de ELEMENTOS DE TEORIA DOS
Física. CONJUNTOS, ANÁLISE COMBINATÓRIA
Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou. E PROBABILIDADE. RESOLUÇÃO DE
Carlos não fracassou na prova de Física PROBLEMAS COM FRAÇÕES, CONJUNTOS,
Carlos não jogou futebol PORCENTAGENS E SEQUÊNCIAS COM
NÚMEROS, FIGURAS, PALAVRAS
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Considerando as três primeiras li-


TEORIA DOS CONJUNTOS
nhas como premissas e a última como conclusão, cha-
maremos de a: Carlos estudou, b: Carlos fracassou na O conceito de conjunto é um conceito primitivo e,
prova de Física e c: Carlos jogou futebol. Construindo portanto, não existe uma definição clara para tal. Porém,
a tabela-verdade com a ordem estudada nesta apos- conjuntos fazem parte do dia a dia de todas as pessoas
tila, teremos que apenas a linha 4 terá as 3 premissas nas mais diversas situações: conjunto de pessoas, con-
VERDADEIRAS simultaneamente e nesta linha temos junto de objetos, conjunto de arquivos em um computa-
também a conclusão VERDADEIRA. Logo, este argu- dor, conjunto de fotografias.
mento é válido. Considere, em uma empresa, uma equipe de trabalho
RACIOCÍNIO LÓGICO

com 4 membros. Essa equipe nada mais é do que um


4. (SEGER-ES – TODOS OS CARGOS – CESPE, 2011). conjunto de pessoas, onde cada um dos membros é um
elemento desse conjunto.
- Começo do mês é tempo de receber salário.
- Se as contas chegam, o dinheiro (salário) sai.
- Se o dinheiro (salário) sai, a conta fica no vermelho mui-
to rapidamente.

32
CLASSIFICAÇÃO DE CONJUNTOS

Conjunto Finito
Um conjunto finito é um conjunto que possui um
número limitado (finito) de elementos. Por exemplo, o
conjunto dos números naturais, ímpares e inferiores a 10.
Esse conjunto contém apenas os elementos 1, 3, 5, 7 e 9.
O conjunto é expresso por: A={1, 3, 5, 7,9}

Note que o conjunto é expresso por uma letra maiús-


cula e os elementos são apresentados entre colchetes

Conjunto Infinito
Um conjunto infinito é um conjunto que possui um RELAÇÕES ENTRE ELEMENTOS E CONJUNTOS
número ilimitado (infinito) de elementos. Por exemplo, o Aqui são apresentadas as relações: entre elemento e
conjunto dos números naturais e pares maiores do que conjunto e entre conjuntos.
1. Não há um número limitado de números naturais e
pares, começa com 2, 4, 6... e assim sucessivamente. O RELAÇÃO ENTRE ELEMENTO E CONJUNTO
conjunto é expresso por: B={2, 4, 6,8...} Quando se analisa a relação entre um elemento e um
conjunto há duas possibilidades: ou o elemento pertence
Conjunto Vazio ao conjunto ou não pertence ao conjunto. A essa relação,
Um conjunto vazio é um conjunto que não possui ele- dá-se o nome de pertinência. Abaixo, um exemplo:
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números múltiplos Conjunto X={1, 5, 10, 15, 20}
de 10, maiores do que 1 e menores do que 2. Como é O elemento 1 pertence ao conjunto X. O símbolo que
possível notar, não há nenhum múltiplo de 10 entre 1 e indica essa relação é: ∈ . Assim, a relação é expressa por
9, portanto esse conjunto não possui elementos. O con- 1 ∈ X:
junto é expresso por: 𝐶 = 𝜙 ou 𝐶 = { } O elemento 4 não pertence ao conjunto X. O símbolo
que indica essa relação é: ∉ . Assim, a relação é expressa
Conjunto Unitário por: 4 ∉ X.
Um conjunto unitário é um conjunto que possui um
único elemento. Por exemplo, o conjunto dos números RELAÇÃO ENTRE CONJUNTOS
pares maiores do que 3 e menores do que 5. Nota-se que Quando se analisa a relação entre dois conjuntos, há
o único número par maior do que 3 e menor do que 5 é duas possibilidades: ou um conjunto está contido em
o número 4 e, portanto, é o único elemento do conjunto. outro ou não está contido. A essa relação dá-se o nome
Assim, o conjunto é unitário e expresso por: D={4}. de continência. Para explicar essa relação, é necessário
definir o conceito de subconjunto. A seguir um exemplo:
REPRESENTAÇÃO Sejam dois conjuntos Y={1, 2, 3} e Z={1, 2, 3, 7, 8, 9}.
Há três formas principais para representar conjuntos:
Nota-se que todos os elementos do conjunto Y per-
compreensão, extensão e diagrama de Venn. Cada uma
tencem ao conjunto Z. Assim, diz-se que Y é um subcon-
delas possui características específicas.
junto de Z e, portanto, Y está contido em Z. O símbolo
que indica essa relação é: ⊂ . Assim a relação é expressa
Compreensão
por: Y ⊂ Z.
Nesse tipo de representação, o conjunto é expresso
Sejam, agora, dois outros conjuntos W={1, 3, 5} e
de modo a apresentar uma característica dos seus ele-
T={1, 2, 3, 8, 10}.
mentos. Por exemplo, o conjunto dos números pares,
nessa representação é expresso por: E={y|y é um número Nota-se que nem todos os elementos do conjunto
par} onde y representa qualquer elemento do conjunto. W pertencem ao conjunto T. Assim, W não está contido
em T (pelo menos um elemento de W não pertence a T).
Extensão O símbolo que indica essa relação é: ⊄ . Assim, a relação
é expressa por: W ⊄ T.
Nesse tipo de representação, o conjunto é apresen-
tado com todos os seus elementos. Os elementos são
apresentados entre chaves e separados por vírgulas. Por FIQUE ATENTO!
exemplo, o conjunto dos números naturais, ímpares e
A relação de um conjunto unitário e outro
menores do que 10: F={1, 3, 5, 7, 9}
conjunto é de continência e não de perti-
RACIOCÍNIO LÓGICO

Diagrama de Venn nência. Seja: A={2, 4, 6,}, diz-se que {4} ⊂ A


Esse tipo de representação, nada mais é do que uma e não que {4} ∈ A..
representação gráfica onde os elementos do conjunto
são apresentados dentro de uma forma geométrica. Por
exemplo, o mesmo conjunto apresentado acima (núme- Subconjuntos
ros naturais, ímpares e menores do que 10), pode ser ex- Da definição de subconjunto, decorrem três premis-
presso em um diagrama de Venn: sas

33
a) Todo conjunto é subconjunto de si mesmo, ou seja, Quantidade de elementos no conjunto união
X ⊂ X. A quantidade de elementos, ou número de elemen-
b) Se X ⊂ Y e ,Y ⊂ X então 𝑋 ≡ 𝑌 tos, de qualquer conjunto é denotado da seguinte forma:
c) O conjunto vazio é subconjunto de todo e qualquer n (X) representa o número de elementos do conjunto . O
conjunto, ou seja: 𝜙 ⊂ 𝑋 número de elementos do conjunto união é calculado por:

Igualdade de conjuntos 𝑛 𝑋 ∪ 𝑌 = 𝑛 𝑋 + 𝑛 𝑌 − 𝑛(𝑋 ∩ 𝑌)


Diz-se que dois conjuntos são iguais se e somente
se ambos possuem os mesmos elementos. Se houver ao
menos um elemento diferente em um dos conjuntos, não Ou seja, o número de elementos do conjunto união
se pode dizer que ambos são iguais. A seguir, um exem- consista na soma do número de elementos de cada um
plo: dos conjuntos subtraído do número de elementos da
Sejam os conjuntos: X={1, 2, 3, 4}, Y={1, 2, 3, 4, 5,} e intersecção entre os dois conjuntos. Como os elemen-
Z={1, 2, 3, 4} tos em comum a ambos pertencem aos dois conjuntos,
Os conjuntos X e Z possuem os mesmos elementos é necessário subtrair 𝑛 𝑋 ∩ 𝑌 para não contar esses
e, portanto, são iguais: 𝑋 ≡ 𝑍 . Já o conjunto Y não é elementos duas vezes.
igual a nenhum dos outros dois, pois tem um elemento
diferente de ambos (elemento 5). DIFERENÇA ENTRE CONJUNTOS
Para explicar a diferença entre conjuntos, será dado
OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e
Y={30, 40, 50, 60}. A diferença entre esses dois conjuntos,
UNIÃO DE CONJUNTOS nessa ordem (ou seja, X-Y), resulta em um terceiro con-
Para explicar a união de conjuntos, será utilizado junto, Z, que é expresso por: Z={10, 20}. Note que o con-
um exemplo. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e junto Z contém todos os elementos que pertencem tanto
Y={30, 40, 50, 60}. A união desses dois conjuntos resulta ao conjunto X excluídos os elementos em comum com
em um terceiro conjunto, Z, que é expresso por: Z={10, o conjunto Y. Essa operação é representada por: Z=X-Y.
20, 30, 40, 50, 60} . Note que o conjunto Z contém todos Se a diferença fosse Z=Y-X, o resultado seria .Z={50,
os elementos de X e Y, sem repetir os elementos em co- 60}. Em resumo, o conjunto diferença contém todos os
mum. Essa operação é representada por: 𝑋 ∪ 𝑌 . elementos do primeiro conjunto excluindo-se os ele-
É possível visualizar a operação utilizando o diagrama mentos em comum com o segundo conjunto.
de Venn: Se o segundo conjunto (Y) for um subconjunto do
primeiro (X), a diferença é expressa por CXY, onde lê-se
complementar de Y em relação a X.

PROBLEMAS
É comum encontrar em diversas provas problemas
que precisam de noções de conjuntos para serem resol-
vidos. São problemas que requerem o uso do diagrama
de Venn e têm uma mecânica característica de solução. A
seguir será apresentado um exemplo:
INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS Uma pesquisa foi feita com os funcionários de uma
Para explicar a intersecção de conjuntos, será o exem- empresa, para ver quais eram as preferências alimentícias
plo anterior. Sejam dois conjuntos X={10, 20, 30, 40} e de cada um deles. Para isso, foi perguntado se o funcio-
Y={30, 40, 50, 60} . A intersecção desses dois conjun- nário come carne vermelha, frango, peixe ou não come
tos resulta em um terceiro conjunto, Z, que é expresso nenhum tipo de carne. Após entrevistar os 200 funcioná-
por: Z={30, 40}. Note que o conjunto Z contém todos rios, chegou-se aos seguintes resultados:
os elementos que pertencem tanto ao conjunto X quan- 110 funcionários comem carne vermelha
to ao conjunto Y. Essa operação é representada por: 100 funcionários comem frango
𝑍 =𝑋∩𝑌 . 80 funcionários comem peixe
É possível visualizar a operação utilizando o diagrama 44 funcionários comem carne vermelha e frango
de Venn: 43 funcionários comem frango e peixe
41 funcionários comem carne vermelha e peixe
15 funcionários comem carne vermelha, frango e pei-
xe
RACIOCÍNIO LÓGICO

De acordo com a pesquisa, quantos funcionários não


comem nenhum tipo de carne? Quantos funcionários co-
mem somente carne vermelha?
O primeiro passo é montar o diagrama de Venn do
problema, onde cada circunferência representará um
conjunto. Há três conjuntos: carne vermelha, frango e
peixe.

34
Os próximos passos consistem em preencher os ou-
tros espaços que há em comum entre os conjuntos.
110 funcionários comem carne vermelha. O número
de funcionários que comem somente carne vermelha
corresponde a: 110-29-15-26=40 funcionários.
100 funcionários comem carne frango. O número de
funcionários que comem somente frango corresponde a:
100-29-15-28=28 funcionários.
80 funcionários comem peixe. O número de funcio-
nários que comem somente peixe corresponde a: 80-28-
15-26=11 funcionários

Agora, coloca-se todos os valores encontrados no


diagrama:
O próximo passo é preencher os campos do diagra-
ma. Quando houver o dado, o primeiro espaço a ser
preenchido é a intersecção dos três conjuntos. Nesse
caso, corresponde à quantidade de funcionários que co-
mem os três tipos de carne.

A quantidade de funcionários que não comem carne,


pode ser encontrada somando-se todos os valores que
44 funcionários comem carne vermelha e frango. constam no diagrama e, em seguida, calcula-se a dife-
Dessas 44 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e rença entre o total de funcionários e a soma encontrada.
peixe. Então, 44-15=29 pessoas comem somente carne Assim: 200-(40+29+15+26+28+28+11)=23 funcionários.
vermelha e frango. Assim:
43 funcionários comem frango e peixe. Dessas 41
pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e peixe. En-
tão, 43-15=28 pessoas comem somente frango e peixe.
41 funcionários comem carne vermelha e peixe. Des-
sas 41 pessoas, 15 comem carne vermelha, frango e pei-
xe. Então, 41-15=26 pessoas comem somente carne ver-
melha e peixe.

Agora, coloca-se todos os valores encontrados no


diagrama:

Assim, analisando o diagrama final é possível respon-


der às duas perguntas do problema:
23 funcionários não comem carne
40 funcionários comem somente carne vermelha
RACIOCÍNIO LÓGICO

35
FIQUE ATENTO!
Sempre confira se a soma de todos os nú-
meros que constam nos espaços dos dia-
gramas corresponde à quantidade total do
problema. Se não corresponder, há um con-
junto dos que não se encaixa em nenhum
dos conjuntos do problema (no caso acima,
é o conjunto dos que não comem carne).

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (AFAP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – FCC,


2019). Foi feita uma pesquisa entre todos os funcio-
nários da empresa X e constatou-se que 50 deles fala-
vam inglês, 45 espanhol e 15 falavam as duas línguas.
Verificou-se também que 5 dos funcionários não falavam
nenhuma língua estrangeira. Então, o número de funcio-
nários da empresa X é

a) 95
b) 75
c) 85
d) 80
e) 90

Resposta: Letra C. O diagrama de Venn do problema


é o seguinte

Depois, você veste a bermuda verde e varia as três


Assim, o total de funcionários da empresa é igual a: camisetas:
35+15+30+5=85 funcionários.

A NÁLISE COMBINATÓRIA

A análise combinatória surgiu na matemática para re-


solver um problema que pode parecer banal no começo,
mas é de suma relevância no dia a dia: “Aprender a con-
tar”. O leitor pode achar que é uma brincadeira, já que
aprendemos a contar quando ainda somos pequenos.
Porém, vamos provar para vocês que “contar” pode se
tornar complicado.
Imagine o seguinte problema: Você possui 3 camise-
RACIOCÍNIO LÓGICO

tas (vermelha, preta e verde) e 2 bermudas (azul e verde).


Quantas maneiras distintas você pode se vestir?
A resolução é simples, primeiro você veste a bermuda
azul e varia as três camisetas:

36
Resolução: O princípio da contagem depende forte-
mente de uma organização do problema. A sugestão é
sempre organizar cada caso em traços e preenchendo a
quantidade de possibilidades. Como temos 4 casos dis-
tintos (salada, carne, bebida e sobremesa), iremos fazer
4 traços:

Agora, preencheremos a quantidade de possibilida-


des de cada caso:

Finalmente, multiplicamos os números:

Assim, João tem 180 possibilidades diferentes de se


montar um prato.

Agora que aprendeu o princípio multiplicativo, você


consegue resolver o exemplo das camisetas, bermudas e
tênis da seção anterior?
Se temos 5 camisetas, 3 bermudas e 3 tênis distintos,
Como são 3 casos para cada bermuda, temos um to-
a quantidade de jeitos de se vestir será 5𝑥3𝑥3 = 45 .
tal de 6 possibilidades.
Os problemas de princípio multiplicativo são simples
Até este ponto, o leitor acha que contagem é fácil,
quando os grupos são fáceis de se identificar e se retira
mas agora, vamos “complicar” um pouco.
apenas 1 elemento de cada grupo. Agora, vamos apro-
Imagine que agora você tenha 5 camisetas diferentes,
fundar um pouco mais, considerando que podemos tirar
3 bermudas diferentes, além de 3 tênis diferentes, quan-
mais de um elemento por grupo. Veja o exemplo do res-
tas maneiras distintas você poderá se vestir?
taurante novamente, mas com uma pergunta diferente:
É possível resolver este problema com o procedimen-
“João foi almoçar em um restaurante no centro da
to anterior mas levará um bom tempo para contar todas
cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-
as soluções. Mas, se nós queremos apenas a quantidade
pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e
total, sem a necessidade de lista-las, será que não tem
5 sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas
um meio mais fácil?
ele pode fazer um pedido, pegando 1 salada, 1 carne, 1
A resposta é sim e você verá a seguir.
bebida e 2 sobremesas diferentes? ”
Resolução: Agora, a montagem do problema ganha
PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
uma atenção especial pois não iremos retirar apenas 1
O princípio fundamental da contagem permite quan-
elemento do grupo sobremesa, e sim 2. Neste caso, a
tificar situações ou casos de uma determinada situação
montagem fica desta maneira:
ou evento. Em outras palavras, é uma maneira sistemáti-
ca de “contar” a quantidade de “coisas”.
A base deste princípio se dá pela separação de ca-
sos e quantificação dos mesmos. Após isso, uma mul-
Temos que adicionar uma linha, referente a segunda
tiplicação de todos estes números é feita para achar a
sobremesa e diferenciar da primeira, já que o enunciado
quantidade total de possibilidades. O exemplo a seguir
fala que são sobremesas diferentes. Em relação aos valo-
irá ilustrar isso.
res a serem colocados, os grupos salada, carne e bebida
“ João foi almoçar em um restaurante no centro da
seguem a mesma linha do exercício anterior, tirando 1
RACIOCÍNIO LÓGICO

cidade, ao chegar no local, percebeu que oferecem 3 ti-


elemento de cada, logo:
pos de saladas, 2 tipos de carne, 6 bebidas diferentes e 5
sobremesas diferentes. De quantas maneiras distintas ele
pode fazer um pedido, pegando apenas 1 tipo de cada
alimento? ”
Para a primeira sobremesa, temos a 5 disponíveis,
logo:

37
n! = n ⋅ n − 1 ⋅ n − 2 ⋅ n − 3 … 3 ⋅ 2 ⋅ 1

Ou seja, o fatorial de um número é caracterizado pelo


Já para a segunda sobremesa, devemos ficar atentos produto deste número e seus antecessores, até se chegar
ao enunciado pois ele trata as mesmas como diferentes, ao número 1. Vejam os exemplos abaixo:
ou seja, a que foi retirada anteriormente não pode entrar
na contagem, assim, ao invés de 5 possibilidades, a se- 3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6
gunda sobremesa terá 4, logo: 5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120

Assim, basta ir multiplicando os números até se che-


gar ao número 1. Observe que os fatoriais aumentam
Com tudo organizado, basta aplicar o princípio mul- muito rápido, veja quanto é 10!:
tiplicativo: 10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 3628800

Já estamos na casa dos milhões! Para não trabalhar-


mos com valores tão altos, as operações com fatoriais
são normalmente feitas por último, procurando fazer o
Ou seja, 720 maneiras de se montar um prato. maior número de simplificações possíveis. Observe este
Outra variação dos problemas de princípio multipli- exemplo:
cativo são os que possuem alguma restrição, ou seja, al- 10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
guns casos devem ser descartados por não atenderem Calcule =
7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
algum critério dado no enunciado. Veja o exemplo:
Resolução: Ao invés de calcular os valores de 7! e 10!
“Uma empresa de propaganda pretende criar panfle- separadamente e depois fazer a divisão, o que levaria
tos coloridos para divulgar certo produto. O papel pode muito tempo, nós simplificamos os fatoriais primeiro.
ser laranja, azul, preto, amarelo, vermelho ou roxo, en- Pela definição de fatorial, temos o seguinte:
quanto o texto é escrito no panfleto em preto, vermelho 10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
=
ou branco. De quantos modos distintos é possível esco- 7! 7 ⋅6 ⋅5 ⋅4 ⋅3 ⋅2 ⋅1
lher uma cor para o fundo e uma cor para o texto se, por
uma questão de contraste, as cores do fundo e do texto Observe que o denominador pode ser inteiramente
não podem ser iguais? ” cancelado, pois 10! Possui todos os termos de 7!. Essa
é uma particularidade interessante e facilitará demais a
Resolução: O problema parece seguir o mesmo pa- simplificação. Se cancelarmos, restará apenas um produ-
drão do princípio multiplicativo, onde se separa os gru- to de 3 termos:
pos e faz a multiplicação. Porém temos uma restrição
10! 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
onde não podemos ter papel e letra do texto iguais. Para = = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 = 720
resolver este problema a estratégia é simples: Calcula- 7! 7 ⋅6⋅5 ⋅4⋅3⋅ 2 ⋅1
-se o total de casos, sem restrições, depois quantifica a
quantidade de casos que não podem ser contabilizados Essa operação é muito mais fácil que calcular os fato-
e realiza-se a subtração. Veja como fica: riais desde o começo!
Para casos onde temos mais de um fatorial no deno-
minador, a estratégia é mesma e a dica é simplificar o
fatorial do numerador com o maior fatorial que temos no
denominador. Veja o exemplo:

Sem restrições, temos 18 possibilidades. Olhando as Calcule 8!


=
8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1

cores dos papéis e dos textos, percebe-se que não se 5! 3! 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!

pode escolher o papel preto com o texto preto e o papel Vamos abrir os fatoriais de 8 e 5:
vermelho e o texto vermelho, o que totaliza 2 restrições. 8! 8⋅7⋅6⋅ 5⋅4⋅3⋅2⋅1
Logo, o número de casos possíveis será o total subtraído 5! 3!
=
5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 3!
das restrições: 18-2=16.
Simplificamos os termos comuns e ficamos com:
FATORIAL
RACIOCÍNIO LÓGICO

8! 8⋅7⋅6 8⋅ 7⋅6
Antes de definirmos casos particulares de contagem, 5! 3!
=
3!
=
3⋅ 2⋅1
= 8 ⋅ 7 = 56
iremos definir uma operação matemática que será uti-
lizada nas próximas seções: o fatorial. Define-se o sinal Essa estratégia será muito utilizada quando abordar-
de fatorial pelo ponto de exclamação, ou seja, “!“. Assim, mos as seções seguintes, que envolvem fatorial em suas
quando encontrarmos 2! Significa que estaremos calcu- operações.
lando o “fatorial de 2” ou “2 fatorial”. A definição de fato-
rial está apresentada a seguir:

38
PERMUTAÇÃO

Permutação sem repetições de elementos


As permutações são definidas como situações onde o
número de elementos é igual ao número de posições em
que podemos posicioná-los. Considere o exemplo onde
temos 5 pessoas e 5 cadeiras alinhadas. Queremos saber Entretanto, temos a repetição da letra A. Veja o que
de quantas maneiras diferentes podemos posicionar es- acontece quando montarmos um anagrama qualquer da
sas pessoas. Esquematizando o problema, chamando de palavra:
P as pessoas e C as cadeiras:

Não conseguimos saber qual letra “A” foi utilizada nas


posições C1,C3 e C5. Se trocarmos as mesmas de posição
entre si, ficaremos com os mesmos anagramas, caracte-
rizando uma repetição. Assim, para saber a quantidade
de anagramas com repetição, corrigiremos a fórmula da
Em problemas onde o número de elementos é igual permutação da seguinte forma:
ao número de posições, sempre teremos uma permuta-
ção. A fórmula da permutação, considerando que não há n!
Pna =
repetição de elementos é a seguinte: a!
Pn = n!

Ou seja, calcula-se a permutação de “n” elementos


Ou seja, para permutar 5 elementos em 5 posições, com “a” repetições. Considerando que MARIANA tem 7
basta eu calcular o fatorial de 5: letras (n=7) e a letra “A” se repete 3 vezes, temos que:
P5 = 5! = 120

Logo, eu posso posicionar as pessoas de 120 manei- 7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1


P73 = = = 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 = 840
ras diferentes na fileira de cadeiras. 3! 3⋅2⋅1
Observe que a fórmula geral da permutação é utiliza-
da quando não há repetição de elementos, mas e quan- Assim, a palavra MARIANA tem 840 anagramas pos-
do temos elementos repetidos? A seção seguinte tratará síveis.
disso. Outro exemplo para deixar este conceito bem claro,
é quando temos dois elementos se repetindo. Por exem-
Permutações com repetição de elementos plo, vamos calcular os anagramas da palavra TALITA:
A fórmula da permutação com repetição terá uma
complementação, para desconsiderar casos repetidos
que serão contados 2 ou mais vezes se utilizarmos a fór-
mula sem repetição.
O exemplo mais comum destes casos é o que chama-
mos de Anagramas. Os anagramas são permutações das
letras de uma palavra, formando novas palavras, sem a
necessidade de terem sentido ou não. Usando primeira- Observe que a letra “T” repete 2 vezes e a letra “A”
mente um exemplo sem repetição, veja quantos anagra- também repete duas vezes. Na fórmula da permutação
mas podemos formar com o nome BRUNO: com repetição, faremos duas divisões:
Montando a esquematização:
n!
Pna,b =
a! b!
Ou seja, se houver 2 ou mais elementos se repetindo,
a correção é feita dividindo pelas repetições de cada um.
Como ambos repetem duas vezes:
6! 6.5.4.3.2.1 6.5.4.3 360
P62,2 = = = = = 180
Ou seja, temos que posicionar as letras nas 5 casas 2! 2! 2.1 .2.1 2.1 2
correspondentes e neste caso, é um problema de permu- Assim, a palavra TALITA tem 180 anagramas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

tação sem repetição como já foi visto: Esse mesmo tipo de problema pode ser feito com nú-
P5 = 5! = 120 meros e segue o mesmo princípio.
Logo, podemos formar 120 anagramas com a pala- PERMUTAÇÃO CIRCULAR
vra BRUNO. Agora, vamos olhar o mesmo problema, mas A permutação circular é um caso bem especifico e
com a palavra MARIANA. Ela possui 7 letras, logo tere- normalmente suas questões são diferenciais entre os
mos 7 posições: candidatos em concursos públicos. Para entender melhor

39
o conceito, observe o exemplo a seguir: Suponha que 5 Finalmente, vamos repetir esse processo mais 3 vezes:
amigos, A,B,C,D,E vão se sentar em uma mesa circular de
5 lugares conforme esquema a seguir. De quantas ma-
neiras eles poderão se dispor na mesa?

Cada um destes casos está contabilizado dentre os


120 casos que calculou-se anteriormente. Mas agora
observe bem cada uma destas 5 configurações: O ele-
mento A tem sempre a sua esquerda o elemento B e a
sua direita o elemento E, não importa a configuração que
esteja. Da mesma forma podemos ver os mesmos pa-
drões para os elementos B,C,D e E, ou seja, em casos de
meras rotações nas posições, a disposição dos elementos
é a mesma, tornando-as disposições repetidas. Isso vale
para qualquer uma disposição destes 5 elementos, assim,
como temos 5 repetições, temos que dividir o valor total
A primeira vista, o leitor interpreta que este é um pro- de 120 por 5, chegando a resposta correta de 24 possi-
blema de permutação sem repetição, já que o número bilidades.
de elementos é igual ao número de posições e simples- Em outras palavras, na permutação circular, o número
mente calcula o número de possibilidades utilizando a de configurações distintas é dado por:
fórmula P5=120.
Mas este resultado está INCORRETO. Vamos utilizar PnC = n − 1 !
como exemplo a configuração mais simples, colocando
os elementos em ordem alfabética na direção horária: Onde “C” indica que a permutação é circular.

COMBINAÇÃO SIMPLES
A combinação simples, juntamente com o arranjo
simples, se difere da permutação por serem casos onde
o número de elementos é maior que o número de posi-
ções para serem ocupadas, ou seja, restarão elementos
que não serão posicionados.
Assim, não se pode aplicar simplesmente a formula
𝑃𝑛 = 𝑛! . Porém, é possível a partir dela, deduzir a fór-
mula da combinação. Vamos considerar um problema
onde temos n elementos distintos para se posicionar em
n posições:

Agora, vamos colocar cada elemento na sua cadeira a


esquerda, desta maneira:

Agora, se posicionarmos p elementos nas p posi-


ções, sobrará n-p elementos para fora. Na combinação
simples, a disposição dos elementos não importa e por
isso as configurações repetidas devem ser descartadas.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Lembrando o problema de permutação com repetição,


teremos portanto dois casos para descartar: Os n-p ele-
mentos que não foram posicionados e os p elementos
que estão posicionados, assim:
𝒑,𝒏−𝒑 𝒏!
𝑷𝒏 = 𝑪𝒏,𝒑 =
𝒑! 𝒏 − 𝒑 !

40
Logo, a combinação simples nada mais é do que uma A diferença agora é que a única parte onde a ordem
permutação com elementos repetidos. Para facilitar, bas- não importa é nos n-p elementos que sobraram. Assim, a
ta ter em mente que em casos onde o número de ele- permutação com repetição fica:
mentos é maior que o número de posições e a ordem da 𝑛!
disposição dos elementos não importa, o problema deve 𝑃𝑛 𝑛−𝑝 = 𝐴𝑛,𝑝 =
𝑛−𝑝 !
ser atacado como uma combinação.

Outra abordagem é considerar que o problema de


Arranjo é simplesmente um problema de combinação,
EXERCÍCIO COMENTADO permutando os elementos que foram posicionados, logo:
𝑛! 𝑛!
6. (BANRISUL – ESCRITURÁRIO - FCC, 2019). Ana e 𝐴𝑛,𝑝 = 𝐶𝑛,𝑝 � 𝑃𝑝 = � 𝑝! =
𝑝! 𝑛 − 𝑝 ! 𝑛−𝑝 !
Beatriz são as únicas mulheres que fazem parte de um
grupo de 7 pessoas. O número de comissões de 3 pes-
soas que poderão ser formadas com essas 7 pessoas, de
maneira que Ana e Beatriz não estejam juntas em qual-
quer comissão formada, é igual a
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) 20
b) 15 1. (UNESP-SP – VESTIBULAR – VUNESP, 2009). Uma
c) 30 rede de supermercados fornece a seus clientes um car-
d) 18 tão de crédito cuja identificação é formada por 3 letras
e) 25 distintas (dentre 26), seguidas de 4 algarismos distintos.
Uma determinada cidade receberá os cartões que têm L
Resposta: Letra C. Problema envolvendo restrição como terceira letra, o último algarismo é zero e o penúl-
onde a estratégia é a mesma, calculando o total de timo é 1. A quantidade total de cartões distintos ofere-
possibilidades e subtraindo a quantidade de ca- cidos por tal rede de supermercados para essa cidade é:
sos restritos. O total de comissões de 3 pessoas que
podem ser formadas a partir de um número de 7 é a) 33600
7! b) 37800
= 35 . Os casos que não podem são
C7,3 =
3! 7 − 3 ! c) 43200
as comissões formadas por Ana, Beatriz e mais uma d) 58500
pessoa dentre as 5 possíveis, ou seja, 5 grupos. Logo: e) 67600
35-5=30.
Resposta: Letra A. Como são algarismos e letras dis-
tintas, temos que ter atenção na hora de avaliar quan-
tas possibilidades terão em cada grupo. Na parte das,
ARRANJO SIMPLES como L já é a terceira, a primeira letra terá 25 possibi-
O arranjo simples segue a mesma linha de pensa- lidades e a segunda 24. Nos algarismos, como temos 1
mento que a combinação simples, onde a quantidade e 0 preenchendo as últimas casas, restam outras duas,
de elementos a serem dispostos é maior que o número que terão 8 e 7 possibilidades respectivamente. Assim:
de posições possíveis. Entretanto, a diferença entre com- 𝑁 = 25𝑥24𝑥8𝑥7 = 33600
binação e arranjo se dá na questão da disposição dos
elementos nas posições. Enquanto na combinação a or-
dem da disposição dos elementos não importa, para o 2. (ESFCEX – PROFESSOR – ESFCEX, 2006). Para 𝑛 ≥ 2, a
expressão 𝑛 − 2 !. 1 − 𝑛 vale:
1
arranjo ela é considerada e isso muda completamente o
resultado.
Partindo da mesma dedução que a combinação, em a) 𝑛!
um grupo de n elementos, vamos posicioná-lo em p po- b) 𝑛 − 1 !
sições: c) 𝑛 + 1 !
d) 𝑛 ⋅ 𝑛 + 1 !
e) 𝑛 − 2 !

Resposta: Letra A. manipulando o parênteses, che-


ga-se a 𝑛 , onde o “n” do denominador é cancelado
𝑛−1
RACIOCÍNIO LÓGICO

usando n2. Resta, portanto 𝑛. 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 que rear-


ranjando fica 𝑛 ⋅ 𝑛 − 2 ! ⋅ 𝑛 − 1 = 𝑛 ⋅ 𝑛 − 1 ⋅ 𝑛 − 2 ! = 𝑛!

41
3. (PF – ESCRIVÃO – CESPE, 2009). Na sequência cres- P4C = 4 − 1 ! = 3! = 6 . Porém, o grupo das três amigas
cente de todos os números obtidos, permutando-se os pode permutar internamente, já que a restrição diz
algarismos 1, 2, 3, 7, 8, a posição do número 78.312 é a : apenas que elas devem estar juntas e não especifica
uma ordem. Assim, as 3 amigas permutam 3 posições
a) 94ª no grupo, chegando a 𝑃3 = 3! = 6 . Multiplicando os
b) 95ª resultados pelo principio multiplicativo, chega-se a 36.
c) 96ª
d) 97ª 6. (AGU – TÉCNICO - IDECAN, 2019).
e) 98ª Considerando os algarismos 1, 2, 3, 5, 7 e 9, quantos nú-
meros pares podem-se formar com 5 algarismos diferen-
Resposta: Letra B. Deve-se contar todos os números tes?
anteriores a 78312. Iniciando com 1_ _ _ _, temos 4 es-
paços, ou seja 4! = 24 números; iniciando com 2 _ _ _ _ a) 720
temos outros 24 números, assim como iniciando com b) 120
3_ _ _ _. Depois temos os números iniciados com “71_ _ c) 240
_” que são 6 (3!), assim como os iniciados em “72_ _ _” d) 1
e “73_ _ _”. Depois aparece o iniciado com “781_ _” que e) 0
são 2 números, assim como o “782 _ _”. O próximo já
será o 78312. Somando: 24+24+24+6+6+6+2+2=94. Resposta: Letra B. Como o número de 5 algarismos
Logo, ele será o 95° número deve ser par, então a posição das unidades só poderá
ser ocupada pelo número 2. Nas outras 4 posições,
4. (PUC-RS – TODOS OS CARGOS – PUC-RS, 2008) O temos 5 algarismos distintos para posicionar e a or-
número de Anagramas da palavra CONJUNTO que co- dem é relevante uma vez que trocando um algaris-
meçam com C e terminam por T é: mo de posição, o número final é diferente. Assim:
5!
a) 15 𝐴5,4 =
5−4 !
= 120.
b) 30
c) 180
d) 360
e) 720 PROBABILIDADE
Resposta: Letra C. Trata-se de um problema de per- No estudo de probabilidades em todos os casos es-
mutação com repetição, além de termos restrições em tudados serão considerados experimentos aleatórios, ou
algumas posições. Como as letras C e T estão travadas seja, experimentos no qual o resultado não seja conhe-
na primeira e última posições, sobram as 6 posições cido previamente. Diz-se que o resultado é imprevisível.
entre as duas. Dessas 6 posições, temos que colocar
Há alguns exemplos clássicos como o lançamento de um
as letras O,N,J,U,N,O, onde temos a letra O repetindo
dado (qualquer número pode ser o resultado), retirada
duas vezes e a letra N repetindo duas vezes também.
6! da carta de um baralho completo, lançamento de uma
Calculando a permutação: = 180 .
2! 2! moeda (cara e coroa), entre tantos outros exemplos.
Para iniciar o estudo de probabilidades é necessário
definir alguns conceitos fundamentais que serão utiliza-
5. (OBM – OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA – OBM,
dos em todos os tópicos desse capítulo. São eles: espaço
2014).
amostral e evento.
Um grupo de 6 crianças decide brincar de ciranda e para
isso elas devem das às mãos umas às outras e formar
Espaço amostral
uma roda. Dentre elas estão Aline, Bianca e Carla. De
O espaço amostral é definido como o conjunto uni-
quantas maneiras esta roda pode ser formada sabendo
verso de um experimento aleatório qualquer. Em resu-
que estas três são muito amigas e decidiram ficar sempre
mo, é um conjunto que contém todas as possibilidades
juntas?
de um experimento. Por exemplo, em um lançamento de
uma moeda há duas possibilidades, apenas: cara ou co-
a) 6
roa. Portanto, o espaço amostral do lançamento de uma
b) 12
moeda contém dois elementos (cara e coroa). O espaço
c) 18
amostral é denotado pela letra S, e o número de elemen-
d) 24
tos por n(S). Assim, nesse caso do lançamento de uma
e) 36
moeda tem-se que: S={Cara, Coroa} e n(S)=2.
RACIOCÍNIO LÓGICO

Considerando um outro exemplo, o lançamento de


Resposta: Letra E. Atenção a este problema pois ele
um dado não viciado (ou seja, no lançamento todo nú-
não envolve apenas permutação circular. Quando
mero tem a mesma chance de ser o resultado), o espaço
se tem a restrição que as amigas devem ficar juntas,
amostral é: S={1, 2, 3, 4, 5, 6} e, portanto, n(S)=6.
podemos considera-la um grupo só, restando assim
4 elementos (outras 3 pessoas mais o grupo) para 4
posições. Sendo uma permutação circular, calcula-se

42
Evento
Evento é um subconjunto do espaço amostral, ou FIQUE ATENTO!
seja, é uma das possibilidades do experimento aleatório. A resposta de uma probabilidade pode ser
Considere o primeiro exemplo da seção anterior, o lança- dada tanto na forma de uma fração ou de
mento de uma moeda. Após o lançamento há duas pos- uma porcentagem.
sibilidades: cara e coroa (espaço amostral). Diz-se, então,
que “sair cara” é um evento do experimento aleatório
“lançar uma moeda”. Já no lançamento de um dado, “sair Veja um outro exemplo.
3” é um evento desse experimento. Assim como “sair 4”, Considere um baralho completo (52 cartas, 13 de
e todos os outros números. cada naipe – paus, espadas, ouros e copas). Desse bara-
Geralmente, em um exercício de concurso público o lho será sorteada uma carta qualquer. Calcule as seguin-
objetivo é encontrar a probabilidade da ocorrência de tes probabilidades:
um evento. Se o exercício pede para calcular a proba- a) probabilidade da carta sorteada ser o número 6
bilidade de “sair 5 em um lançamento de um dado”, o Solução:
evento desejado será “sair 5”. O espaço amostral corresponde a todas as cartas do
O evento é denotado por E e o número de eventos baralho (não serão todas escritas aqui para não
possíveis é denotado por n(E). Seguindo no exemplo do poluir o texto). Ou seja, n(S)=52, que é o total de
lançamento de um dado, deseja-se saber a probabilida- cartas do baralho. Já o evento (carta ser igual ao
de de “sair um número par”. Os eventos possíveis são número 6), pode ter quatro possibilidades pois em
E={2, 4, 6} e, portanto, há três possibilidades para esse um baralho completo há 4 cartas de cada número
evento. Logo, n(E)=3. ou letra, sendo uma de cada naipe,, n(E)=4. Logo, a
probabilidade pedida é igual a:
Probabilidade de um Evento Qualquer
A probabilidade da ocorrência de um evento qual- 𝑛 𝐸 4 1
quer representa a chance de ocorrência desse evento.
𝑃 𝐸 = = =
𝑛 𝑆 52 13
Seja um evento E, contido em um espaço amostral S. A
probabilidade de ocorrência de E é definida por:
b) a probabilidade da carta sorteada ser uma letra
𝑛 𝐸
𝑃 𝐸 = Solução:
𝑛 𝑆 No baralho há cartas com números e letras, sendo
elas J, Q e K (valete, rainha e rei, respectivamen-
É possível ver a aplicação dessa fórmula em situações te). Para cada naipe há três cartas que são letras
simples. Considere o lançamento de um dado não vicia- e como há quatro naipes no baralho, o total de
do. Calculam-se as seguintes probabilidades: cartas que são letras é igual a 4 � 3 = 12 . Assim,
a) probabilidade do resultado do lançamento ser n(E)=12 e a probabilidade pedida é igual a:
igual a 5 𝑛 𝐸 12 3
b) probabilidade do resultado do lançamento ser um 𝑃 𝐸 = = =
número ímpar 𝑛 𝑆 52 13

Solução: Probabilidade de eventos independentes


Para ambos os casos, o espaço amostral é S={1, 2, 3, Eventos são independentes quando a ocorrência de
4, 5, 6} e, consequentemente, n(S)=6. No item a), para um não interfere na chance do outro ocorrer. Por exem-
o evento (resultado do lançamento ser igual a 5) há so- plo, ao lançar um dado não viciado duas vezes consecu-
mente uma possibilidade. Portanto, E={5} e, n(E)=1. As- tivas, o resultado do primeiro lançamento não interfere
sim, nesse caso, a probabilidade do resultado do lança- em nada o resultado do segundo lançamento. Assim,
mento ser igual a 5 é: dois lançamentos de um mesmo dado são eventos in-
dependentes.
𝑛 𝐸 1 Aqui tem origem o cálculo de probabilidades de
𝑃 𝐸 = = = 0,166 … = 16,67%
𝑛 𝑆 6 eventos independentes e a regra para esse cálculo é
conhecida por “regra do produto”. Sejam dois eventos
Já no item b), para o evento (resultado do lançamento independentes A e B. A probabilidade da ocorrência de
ser um número ímpar) há três possibilidades, E={1, 3, 5} ambos é denotada por 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = e o𝑃 seu
𝐴 �cálculo
𝑃 𝐵 é dado
e, n(E)=3. Assim, nesse caso, a probabilidade do resulta- por:
do do lançamento ser igual a 5 é:
𝑃 𝐴∩𝐵 = 𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑛 𝐸 3
𝑃 𝐸 = = = 0,5 = 50%
𝑛 𝑆 6

43
possibilidades para o evento é igual a n(B)=4. A proba-
FIQUE ATENTO! bilidade de uma bola sorteada no segundo sorteio ser
amarela é: 𝑃 𝐵 = . .
4
Geralmente utiliza-se essa regra quando no 8
enunciado há o conectivo “e”, quando se
deseja calcular a probabilidade de que am- Assim, a probabilidade de que ambas as bolas sor-
bos os eventos ocorram. teadas sejam amarelas é igual a:

5 4 20 5
𝑃 𝐴∩𝐵 =𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵 = � = =
A seguir um exemplo. 9 8 72 18
Considere um dado não viciado. Qual a probabilida-
de de que, em dois lançamentos consecutivos, os dois
números sejam pares? PROBABILIDADE COM UNIÃO E INTERSECÇÃO
DE EVENTOS
Solução Nesse caso, serão considerados dois eventos e de
O enunciado deseja calcular a probabilidade de que um mesmo espaço amostral . É possível que entre es-
o primeiro número seja par e o segundo, também (note ses eventos haja algum elemento em comum ou não. A
o destaque no conectivo “e”). Assim, são considerados probabilidade de ocorrer a união desses dois eventos é
os dois eventos: calculada por:
A: resultado do lançamento ser um número par 𝑃 𝐴∪𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃 𝐵 −𝑃 𝐴∩𝐵
B: resultado do lançamento ser um número par

Nesse caso, ambos os eventos são iguais então basta FIQUE ATENTO!
calcular a probabilidade de um deles para utilizar a re- Geralmente utiliza-se essa regra quando no
gra do produto. Vale destacar que não necessariamen- enunciado há o conectivo “ou”, quando de-
te as probabilidades dos eventos independentes serão seja-se calcular a probabilidade de ocorra
as mesmas, afinal não é sempre que os eventos serão um evento ou o outro.
iguais.
Como já visto em exemplos anteriores, o espaço
amostral no lançamento de um dado é S={1, 2, 3, 4 ,5, A seguir um exemplo.
6} e n(S)=6. Já para o evento “resultado ser par”, tem-se Considere um baralho completo. Qual é a probabili-
A={2, 4, 6} e, portanto, n(A)=3. Logo, a probabilidade da dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um valete
ocorrência do evento A (e consequentemente do even- ou um ás?
𝑛 𝐴 3 1
to B) é igual a: 𝑃 𝐴 = = = . Agora, aplica-se a
𝑛 𝑆 6 2 Solução:
regra do produto, para calcular a probabilidade de que Os eventos considerados são os seguintes:
ambos os eventos ocorram: A: carta ser um valete
𝑃 𝐴∩𝐵 = 𝑃 𝐴 �𝑃 𝐵 =
1 1 1
� = = 0,25 = 25% B: carta ser um ás
2 2 4
Nesse caso, os eventos não possuem elementos em
A seguir, um outro exemplo. comum pois é impossível que a carta sorteada seja, ao
Considere uma urna com 4 bolas verdes e 5 bolas mesmo tempo, um valete e um ás. Assim, na fórmula
amarelas. Uma pessoa irá retirar duas bolas dessa urna, apresentada acima, o último termo é nulo, 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = 0 .
sem reposição, ou seja, após retirada a bola não retorna Portanto a probabilidade pedida será, simplesmente:
para a urna. Calcule a probabilidade de, em um mesmo 𝑃 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝑃 𝐴 + 𝑃(𝐵)
sorteio, ambas as bolas sorteadas serem amarelas.
Em um baralho de 52 cartas (n(S)=52), há 4 valetes
Solução (n(A)=4) e 4 ases (n(B)=4). Assim, a probabilidade de
Problemas com sorteio de objetos são comuns. Aqui cada um dos eventos será igual a:
é sempre importante saber se há ou não reposição entre 𝑛 𝐴 4 1 𝑛 𝐵 4 1
um sorteio e outro pois isso afeta diretamente o cálcu- 𝑃 𝐴 = = = e𝑃 𝐵 = = =
𝑛 𝑆 52 13 𝑛 𝑆 52 13
lo. Nesse caso não há reposição e, portanto, o espaço
amostral muda para cada evento. O exercício deseja sa-
Portanto, a probabilidade pedida será igual a:
ber a probabilidade de que a primeira bola seja amarela
e a segunda, também. Para o primeiro sorteio, há 9 bolas 1 1 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑃 𝐴∪𝐵 = + =
na urna e, portanto, n(S)=9. O total de bolas amarelas é 13 13 13
igual a 5. Logo, a probabilidade de, no primeiro sorteio,
𝑛 𝐴 5
a bola sorteada ser amarela é igual a 𝑃 𝐴 = = . Agora, um outro exemplo.
𝑛 𝑆 9
Considere um baralho completo. Qual é a probabili-
Para o segundo sorteio, como não há reposição, há 8
dade de, ao sortear uma carta, essa carta ser um rei ou
bolas na urna sendo 4 delas amarelas. Assim, o espa- uma carta de espada?
ço amostral desse evento é igual a n(S)=8 e o total de Os eventos considerados são os seguintes:

44
A: carta ser um rei
B: carta ser de espadas

Analogamente ao exemplo anterior, em um baralho


de 52 cartas (n(S)=52), há 4 reis (n(A)=4) e 13 cartas de
espadas (n(B)=13). Assim, a probabilidade de cada um
dos eventos será igual a:
𝑛 𝐴 4 1 𝑛 𝐵 13 1
𝑃 𝐴 =𝑛 𝑆
= 52 = 13 e 𝑃 𝐵 = 𝑛 𝑆
= 52 = 4
Sejam os eventos
Mas nesse caso, os eventos têm um elemento em co- A: ter especialização em marketing
mum pois, ao sortear uma carta é possível que ela seja ao B: ter especialização em finanças
mesmo tempo um rei de espadas e, portanto, pertence
aos dois eventos simultaneamente. Nesse caso, o tercei- A probabilidade de que um membro possua ambas a
ro termo da expressão para o cálculo da probabilidade especializações é dada por:
com união de eventos, não é nulo e deve ser calculado.
2 1
Nesse caso, como há somente um rei de espadas em 52 𝑃 𝐴∩𝐵 = =
cartas, a probabilidade da ocorrência simultânea entre os 20 10
1
eventos A e B é igual a 𝑃 𝐴 ∩ 𝐵 = . Assim, a proba-
52 A probabilidade de que ele tenha especialização em
bilidade de carta sorteada ser um rei ou uma carta de
finanças é igual a
espadas é igual a:
8 2
1 1 1 16 4 𝑃 𝐵 = =
𝑃 𝐴∪𝐵 = 𝑃 𝐴 +𝑃 𝐵 −𝑃 𝐴∩𝐵 = + − = = 20 5
13 4 52 52 13
Assim, a probabilidade de um membro ter especiali-
zação em marketing sabendo que ele possui especializa-
PROBABILIDADE CONDICIONAL
ção em finanças é dada por:
Entende-se por probabilidade condicional a probabi-
lidade da ocorrência de um evento, sabendo-se que um 𝑃 𝐴∩𝐵 1⁄10 1 5 5 1
outro evento dependente já ocorreu. Sejam os eventos 𝑃 𝐴⁄𝐵 = = = � = =
A e B, a probabilidade do evento A ocorrer sabendo-se 𝑃 𝐵 2⁄5 10 2 20 4
da ocorrência de B é denotada por P(A|B) e lê-se “proba-
bilidade de A dado B”. O cálculo dessa probabilidade é
dado por:
𝑃 𝐴∩𝐵 EXERCÍCIOS COMENTADOS
𝑃 𝐴⁄𝐵 =
𝑃 𝐵
1. (AL-RO – ASSISTENTE LEGISLATIVO – FGV, 2018).
Em uma caixa há 4 cartões amarelos e 6 cartões verme-
Um problema que envolve o cálculo de uma proba- lhos. Foram retirados, aleatoriamente, 2 cartões da caixa.
bilidade condicional pode ser resolvido com o auxílio do A probabilidade de os dois cartões retirados serem ver-
Diagrama de Venn. A seguir, um exemplo: melhos é de
Em uma equipe, todos são formados em administra-
ção, porém cada um tem uma especialização diferente. a) 1/2
Dos 20 membros da equipe, 12 possuem especialização b) 1/3
em marketing, 8 possuem especialização em finanças e 2 c) 1/4
possuem ambas as especializações. Calcule a probabili- d) 1/5
dade de um membro da equipe que possui a especializa- e) 1/6
ção em finanças também possuir em marketing.
Resposta: Letra B. Os sorteios, de cada um dos car-
Solução: tões, são eventos independentes. Como não haverá
É um problema de probabilidade condicional pois de- reposição, após o sorteio do primeiro cartão vermelho
seja-se saber a probabilidade de um membro da equipe restarão 5 cartões na caixa. A probabilidade pedida é
possuir a especialização em marketing sabendo que ele 6 5 30 1
igual a 𝑃 = � = = .
possui especialização em finanças. Para auxiliar, monta- 10 9 90 3
RACIOCÍNIO LÓGICO

-se o diagrama de Venn do problema:

45
2. (UPE – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IAUPE,
2017). Uma loja pretende dar um brinde aos dois primei-
ros clientes do dia. Qual a probabilidade de esses clientes
serem do mesmo sexo?

a) 25%
b) 5%
c) 100%
d) 20%
e) 50% Assim, considerando os 650 moradores que conso-
mem queijo manteiga, desses 650, nota-se que 150
Resposta: Letra E. Há duas possibilidades nesse caso: também consomem queijo de coalho. A probabilidade
ou ambas as clientes são mulheres ou ambos são 150 3
pedida é, então igual a: 𝑃 = 650 = 13. .
homens. A probabilidade de um cliente ser homem
ou mulher é de 50%, ou .Assim, a probabilidade de
1 1 1
ambas serem mulheres é 𝑃 = 2 � 2 = 4 , que é a mes-
ma probabilidade de ambos serem homens. Como NÚMEROS RACIONAIS: FRAÇÕES, NÚMEROS
não é possível que um cliente seja homem e mulher DECIMAIS E SUAS OPERAÇÕES
ao mesmo tempo, a probabilidade pedida é igual a
𝑃 = 𝑃 ℎ𝑜𝑚𝑒𝑛𝑠 + 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 .→ 𝑃 = + = = → 𝑃1.=Números
1 1 2 1
4 4 4 2 Racionais
0,5 = 50%.
1 1 2 1
+ 𝑃 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 → 𝑃 = + = = → 𝑃 = 0,5 = 50%.
4 4 4 2 Um número racional é o que pode ser escrito na for-
m
ma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n
deve ser diferente de zero. Frequentemente usamos m
3. (CÂMARA DE CURRAIS NOVOS – AGENTE – COM-
para significar a divisão de m por n . n
PERVE, 2017). Em uma pesquisa realizada com 1.100
Como podemos observar, números racionais podem
moradores da cidade de Currais Novos, identificou-se
ser obtidos através da razão entre dois números inteiros,
que 650 consomem queijo manteiga e 600 consomem
razão pela qual, o conjunto de todos os números racio-
queijo coalho. Sabendo que nesse grupo de moradores
nais é denotado por Q. Assim, é comum encontrarmos na
existem aqueles que consomem os dois tipos de quei-
literatura a notação:
jos e que todos os pesquisados consomem pelo menos
um dos tipos, ao se escolher aleatoriamente um morador
que gosta de queijo manteiga, a probabilidade de que
Q= { m
n
: m e n em Z,n diferente de zero }
ele também consuma queijo coalho é de
No conjunto Q destacamos os seguintes subconjun-
tos:
a) 3/22 ∗
• 𝑄 = conjunto dos racionais não nulos;
b) 3/13
• 𝑄+ = conjunto dos racionais não negativos;
c) 3/10
• 𝑄+∗
= conjunto dos racionais positivos;
d) 3/25
• 𝑄− = conjunto dos racionais não positivos;
• 𝑄−∗ = conjunto dos racionais negativos.
Resposta: Letra B. Trata-se de um problema de pro-
babilidade condicional pois deseja-se saber a proba-
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto
bilidade de um morador consumir queijo de coalho
que representa esse número ao ponto de abscissa zero.
sabendo-se que ele gosta de queijo manteiga. O
diagrama de Venn do problema é o seguinte (não é 3
3 3 3
Exemplo: Módulo de - 2 é 2 . Indica-se − =
conhecida a quantidade de moradores que consome 2 2
ambos os queijos): 3 3 3 3
Módulo de+ é . Indica-se = 2
2 2 2
3 3
Números Opostos: Dizemos que− 2 e 2 são núme-
ros racionais opostos ou simétricos e cada um deles é
o oposto do outro. As distâncias dos pontos− 3 e 3 ao
ponto zero da reta são iguais. 2 2
RACIOCÍNIO LÓGICO

1.1. Soma (Adição) de Números Racionais


Como há 1100 moradores:
Como todo número racional é uma fração ou pode
650 − 𝑥 + 𝑥 + 600 − 𝑥 = 1100 → 1250 − 𝑥 = 1100 → ser
𝑥 =escrito
150 na forma de uma fração, definimos a adição
a c
600 − 𝑥 = 1100 → 1250 − 𝑥 = 1100 → 𝑥 = 150 entre os números racionais e , , da mesma forma que
b d
. Atualizando o diagrama de Venn: a soma de frações, através de:

46
a b
a c a�d+b�c - Elemento inverso: Para todo q = b em Q, a di-
q−1 =
+ = ferente de zero, existe em Q: q � q−1 = 1, ou seja,
b d b�d a b
×a =1
1.1.1. Propriedades da Adição de Números Racio- b
nais - Distributiva: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b + c ) = ( a
∙ b ) + ( a∙ c )
O conjunto Q é fechado para a operação de adição,
isto é, a soma de dois números racionais resulta em um 1.4. Divisão de Números Racionais
número racional.
- Associativa: Para todos em : a + ( b + c ) = ( a + b ) + c A divisão de dois números racionais p e q é a própria
- Comutativa: Para todos em : a + b = b + a operação de multiplicação do número p pelo inverso de
- Elemento neutro: Existe em , que adicionado a q, isto é: p ÷ q = p × q-1
todo em , proporciona o próprio , isto é: q + 0 = q De maneira prática costuma-se dizer que em uma di-
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em visão de duas frações, conserva-se a primeira fração e
Q, tal que q + (–q) = 0 multiplica-se pelo inverso da segunda:
a c a d a�d
1.2. Subtração de Números Racionais ∶ = � =
b d b c b�c
A subtração de dois números racionais e é a própria
operação de adição do número com o oposto de q, isto Observação: É possível encontrar divisão de frações
a
é: p – q = p + (–q)
c.
da seguinte forma: b . O procedimento de cálculo é o
1.3. Multiplicação (Produto) de Números Racionais mesmo.
d

Como todo número racional é uma fração ou pode 1.5. Potenciação de Números Racionais
ser escrito na forma de umaa fração, definimos o produto 𝐧
de dois números racionais b e d , da mesma forma que o
c
A potência q do número racional é um produto
produto de frações, através de: de fatores iguais. O número é denominado a base e o
número é o expoente.
n
a c a�c q = q � q � q � q � . . .� q, (q aparece n vezes)
� =
b d b� d
Exs:
O produto dos números racionais a e b também pode
a)  2  =  2  .  2  .  2  =
3
8
ser indicado por a × b, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal 125
entre as letras. 5 5 5 5
b) − =  − 1  .  − 1  .  − 1  = 1
3
Para realizar a multiplicação de números racionais, 

1 
 −
devemos obedecer à mesma regra de sinais que vale em  2   2  2  2 8
toda a Matemática: c) (– 5)² = (– 5) � ( – 5) = 25
(+1)�(+1) = (+1) – Positivo � Positivo = Positivo
(+1)�(-1) = (-1) - Positivo � Negativo = Negativo d) (+5)² = (+5) � (+5) = 25
(-1)�(+1) = (-1) - Negativo � Positivo = Negativo
(-1)� (-1) = (+1) – Negativo � Negativo = Positivo
1.5.1. Propriedades da Potenciação aplicadas a nú-
meros racionais
#FicaDica
Toda potência com expoente 0 é igual a 1.
O produto de dois números com o mesmo
sinal é positivo, mas o produto de dois 0
números com sinais diferentes é negativo.  2
+  = 1
 5
1.3.1. Propriedades da Multiplicação de Números
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
Racionais 1
 9 9
−  =−
RACIOCÍNIO LÓGICO

O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, 4


 4
o produto de dois números racionais resultaem um nú-
mero racional. - Toda potência com expoente negativo de um núme-
- Associativa: Para todos a,b,c em Q: a ∙ ( b ∙ c ) = ( a ro racional diferente de zero é igual a outra potência que
∙b)∙c tem a base igual ao inverso da base anterior e o expoente
- Comutativa: Para todos a,b em Q: a ∙ b = b ∙ a igual ao oposto do expoente anterior.
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por
todo q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q ∙ 1 = q

47
Ex:
 3
−2
 5
2
25 0,216 Representa o produto 0,6 � 0,6 � 0,6 ou (0,6)3 .
−  = −  = Logo, 0,6 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se
3
0,216 = 0,6 .
 5  3 9
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo Assim, podemos construir o diagrama:
sinal da base.
3
2 2 2 2 8
  =   .  .   =
 3   3   3   3  27

- Toda potência com expoente par é um número po-


sitivo.
2
 1  1  1 1
−  = −  .−  =
 5   5   5  25
FIQUE ATENTO!
- Produto de potências de mesma base. Para redu- Um número racional, quando elevado ao
zir um produto de potências de mesma base a uma só
quadrado, dá o número zero ou um número
potência, conservamos a base e somamos os expoentes.
racional positivo. Logo, os números racio-
2 3 2+3 5 nais negativos não têm raiz quadrada em Q.
 2  2  2 2 2 2 2  2 2
  .   =  . . . .  =   = 
 5  5 5 55 5 5 5 5 O número −
100
não tem raiz quadrada em Q, pois
910
- Quociente de potências de mesma base. Para redu- tanto −
10 como + , quando elevados ao quadrado, dão
100 . 3 3
zir um quociente de potências de mesma base a uma só
9
potência, conservamos a base e subtraímos os expoentes.
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no
3 3 3 3 3 conjunto dos números racionais se ele for um quadrado
5 2 . . . . 5− 2 3 perfeito.
3
   3 2 2 2 2 2 3 3
:
    = =   =  
2 2 3 3 2 2 O número 2 não tem raiz quadrada em Q, pois não
. 3
2 2 existe número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3
- Potência de Potência. Para reduzir uma potência de
potência a uma potência de um só expoente, conserva- 2. Frações
mos a base e multiplicamos os expoentes.
Frações são representações de partes iguais de um
todo. São expressas como um quociente de dois núme-
x
ros , sendo x o numerador e y o denominador da
y
fração, com y ≠ 0 .

1.6. Radiciação de Números Racionais 2.1. Frações Equivalentes

Se um número representa um produto de dois ou São frações que, embora diferentes, representam a
mais fatores iguais, então cada fator é chamado raiz do mesma parte do mesmo todo. Uma fração é equivalente
número. Vejamos alguns exemplos: a outra quando pode ser obtida multiplicando o nume-
rador e o denominador da primeira fração pelo mesmo
Ex: número.
4 Representa o produto 2. 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz
quadrada de 4. Indica-se 4 = 2. Ex: 3 e 6 .
RACIOCÍNIO LÓGICO

5 10
Ex: A segunda fração pode ser obtida multiplicando o
1 1 1 1
2 numerador e denominador de 3 por 2:
Representa o produto . ou   . 5
9 3 3 3 3�2
=
6
1 1 1 1 5 � 2 10
Logo, é a raiz quadrada de .Indica-se =
3 9 9 3

48
Deste modo, é importante lembrar que na adição e
6
Assim, diz-se que é uma fração equivalente a 3 na subtração de duas ou mais frações que têm os deno-
10 5
minadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações
2.2. Operações com Frações ao menor denominador comum, após o que procedemos
como no primeiro caso.
2.2.1. Adição e Subtração
2.3. Multiplicação
Frações com denominadores iguais:
Ex:
Ex: De uma caixa de frutas, 4 são bananas. Do total de
Jorge comeu 3 de um tablete de chocolate e Miguel 2 5
8 bananas, estão estragadas. Qual é a fração de frutas
5
desse mesmo tablete. Qual a fração do tablete de cho- 3
8 da caixa que estão estragadas?
colate que Jorge e Miguel comeram juntos?

A figura abaixo representa o tablete de chocolate.


Nela também estão representadas as frações do tablete
que Jorge e Miguel comeram: Representa 4/5 do conteúdo da caixa

3 2 5
Observe que = =
8 8 8
Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.
Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5
do table-
te de chocolate.
8
Repare que o problema proposto consiste em calcular
2
Na adição e subtração de duas ou mais frações que o valor de de 4 que, de acordo com a figura, equivale
3 5
têm denominadores iguais, conservamos o denominador
a 8 do total de frutas. De acordo com a tabela acima, 2
comum e somamos ou subtraímos os numeradores. 15 3
Outro Exemplo: 2 4
de 4 equivale a � . Assim sendo:
5 3 5

3 5 7 3+5−7 1 2 4 8
+ − = = � =
2 2 2 2 2 3 5 15
Ou seja:
2.2.2. Frações com denominadores diferentes:
2 de 4 2 4 2�4 8
= � 5 = 3�5 = 15
Calcular o valor de 3 + 5 Inicialmente, devemos re- 3 5 3
8 6
duzir as frações ao mesmo denominador comum. Para O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo
isso, encontramos o mínimo múltiplo comum (MMC) en- numerador é o produto dos numeradores e cujo deno-
tre os dois (ou mais, se houver) denominadores e, em se- minador é o produto dos denominadores das frações
guida, encontramos as frações equivalentes com o novo dadas.
denominador: 2 4 7 2�4�7 56
Outro exemplo: � � = =
3 5 9 20 3 5 9 3 � 5 � 9 135
mmc (8,6) = 24 = = =
8 6 24 24
#FicaDica
24 ∶ 8 � 3 = 9
24 ∶ 6 � 5 = 20 Sempre que possível, antes de efetuar
a multiplicação, podemos simplificar as
frações entre si, dividindo os numeradores
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, e os denominadores por um fator comum.
simplificando o resultado, quando possível: Esse processo de simplificação recebe o
RACIOCÍNIO LÓGICO

9 20 29 nome de cancelamento.
+ =
24 24 24

3 5 9 20 29
Portanto: + = + =
8 6 24 24 24

49
2.4. Divisão 3.1. Operações com Números Decimais

Duas frações são inversas ou recíprocas quando o nu- 3.1.1. Adição e Subtração
merador de uma é o denominador da outra e vice-versa.
Vamos calcular o valor da seguinte soma:
Exemplo
5,32 + 12,5 + 0, 034
2 é a fração inversa de 3
3 2
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
5 ou 5 é a fração inversa de 1
em frações decimais:
1 5

Considere a seguinte situação:


532 125 34 5320 12500
5,32 + 12,5 + 0,034 = 100 + + 1000 = + 1000 +
Lúcia recebeu de seu pai os 4 dos chocolates con- 10 1000
tidos em uma caixa. Do total de5chocolates recebidos,
Lúcia deu a terça parte para o seu
5,32namorado. Que fração
+ 12,5 + 0,034 =
532
+
125
+
34
=
5320
+
12500
+
34
=
17854
= 17,854
dos chocolates contidos na caixa recebeu o namorado 100 10 1000 1000 1000 1000 1000
de Lúcia?
A solução do problema consiste em dividir o total de Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
chocolates que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja,
4 Na prática, a adição e a subtração de números deci-
5
:3 mais são obtidas de acordo com a seguinte regra:

Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular 1 - Igualamos o número de casas decimais, acrescen-
desse algo. 3 tando zeros.
- Colocamos os números um abaixo do outro, deixan-
Portanto: : 3 = de 4
4 1 do vírgula embaixo de vírgula.
5 3 5 - Somamos ou subtraímos os números decimais
como se eles fossem números naturais.
Como
1 4 1
de 5= 3
4
� =
4

1
, resulta que - Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vír-
3 5 5 3
gula dos números dados.
4 4 3 4 1
:3 = : = �
5 5 1 5 3 Exemplo

3
Observando que as frações e são frações inver-
1 2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
1 3
sas, podemos afirmar que:
Disposição prática:
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a pri- 2,3500
meira pelo inverso da segunda.
14,3000
4 4 3 4 1 4
Portanto :3 = ∶ = � = + 0,0075
5 5 1 5 3 15
5,0000
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu 4
do total de
chocolates contidos na caixa.
15 21,6575

4 8
Outro exemplo: : = . 2 =
41 5 5 3.1.2. Multiplicação
3 5 3 8 6
Observação:
Vamos calcular o valor do seguinte produto:
Note a expressão: . Ela é equivalente à expressão
2,58 � 3,4 .
3 1
Transformaremos, inicialmente, os números decimais
: em frações decimais:
2 5

258 34 8772
2,58 � 3,4 = � = = 8,772
Portanto 100 10 1000
RACIOCÍNIO LÓGICO

Portanto 2,58 � 3,4 = 8,772


3. Números Decimais

De maneira direta, números decimais são números


que possuem vírgula. Alguns exemplos: 1,47; 2,1; 4,9587;
0,004; etc.

50
Ex: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48
#FicaDica
Disposição prática:
Na prática, a multiplicação de números
decimais é obtida de acordo com as
seguintes regras:
- Multiplicamos os números decimais como
se eles fossem números naturais.
Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim
- No resultado, colocamos tantas casas
sendo, a divisão é chamada de divisão exata e o quocien-
decimais quantas forem as do primeiro fator
te é exato.
somadas às do segundo fator.
Ex: 9,775 ∶ 4,25
Exemplo:
Disposição prática:
Disposição prática:
652,2  1 casa decimal

X 2,03  2 casas decimais


19 566
Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero.
Assim sendo, a divisão é chamada de divisão aproximada
1 304 4 e o quociente é aproximado.

1 323,966  1 + 2 = 3 casas decimais Se quisermos continuar uma divisão aproximada, de-


vemos acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividin-
1.3. Divisão do cada número obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo
em que colocamos o primeiro zero no primeiro resto,
colocamos uma vírgula no quociente.

Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: Ex: 0,14 ∶ 28


24 ∶ 0,5
Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor
da divisão dada por 10.

24 ∶ 0,5 = (24 � 10) ∶ (0,5 � 10) = 240 ∶ 5 Ex: 2 ∶ 16

A vantagem de tal procedimento foi a de transformar-


mos em número natural o número decimal que aparecia
na divisão. Com isso, a divisão entre números decimais
se transforma numa equivalente com números naturais.

Portanto: 24 ∶ 0,5 = 240 ∶ 5 = 48 2. Representação Decimal das Frações


p
Tomemos um número racional q tal que p não seja
#FicaDica múltiplo de q. Para escrevê-lo na forma decimal, basta
RACIOCÍNIO LÓGICO

efetuar a divisão do numerador pelo denominador.


Na prática, a divisão entre números deci-
Nessa divisão podem ocorrer dois casos:
mais é obtida de acordo com as seguintes
regras:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
- Igualamos o número de casas decimais do
um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
dividendo e do divisor.
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão
como se os números fossem naturais.

51
2 2º) Devemos achar a fração geratriz da dízima dada;
= 0,4 para tanto, vamos apresentar o procedimento através de
5
alguns exemplos:
1
= 0,25
4 Ex:
35
= 8,75 Seja a dízima 0,333...
4 Façamos e multipliquemos ambos os membros por
153 10:
= 3,06
50 10x = 0,333
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula,
infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se pe- Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade
riodicamente. Decimais Periódicos ou Dízimas Periódicas: da segunda:
1 3
= 0,333 … 10x – x = 3,333 … – 0,333. . . 9x = 3 x =
3 9
3
1 Assim, a geratriz de 0,333... é a fração .
= 0,04545 … Ex: 9
22
Seja a dízima 5,1717...
167
= 2,53030 … Façamos x = 5,1717. . . e 100x = 517,1717. . .
66
Subtraindo membro a membro, temos:

FIQUE ATENTO! 99x = 512 x = 512⁄99


Se após as vírgulas os algarismos não são pe-
512
riódicos, então esse número decimal não está Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração .
contido no conjunto dos números racionais. 99
Ex:
Seja a dízima 1,23434...
3.Representação Fracionária dos Números Deci-
mais Façamos
x = 1,23434 … ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
Trata-se do problema inverso: estando o número ra-
escrevê-lo… ;10x = 12,3434 …; 1000x = 1234,34 …
x = 1,23434
cional escrito na forma decimal, procuremos
na forma de fração. Temos dois casos:
Subtraindo membro a membro, temos:
1º) Transformamos o número em uma fração cujo nu-
merador é o número decimal sem a vírgula e o denomina- 990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222
dor é composto pelo numeral 1, seguido de tantos zeros
quantas forem as casas decimais do número decimal dado: 1222
990x = 1234,34. . . – 12,34 … 990x = 1222 x =
9 990
0,9 =
10 Simplificando, obtemos x =
611
, a fração geratriz
da dízima 1,23434... 495
57
5,7 =
10 Analisando todos os exemplos, nota-se que a idéia
consiste em deixar após a vírgula somente a parte pe-
76 riódica (que se repete) de cada igualdade para, após a
0,76 = subtração membro a membro, ambas se cancelarem.
100
RACIOCÍNIO LÓGICO

348
3,48 =
100

5 1
0,005 = =
1000 200

52
O número 3 é numerador
EXERCÍCIOS COMENTADOS 3
a) Na fração 5
1. (EBSERH – Médico – IBFC/2016) Mara leu 1/5 das
páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, O número 5 é denominador
leu mais 2/3 de páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta)
páginas do livro, então o total de páginas do livro é de: O número 3 é antecedente

b) Na razão
3
a) 300 5
b) 360
c) 400 O número 5 é consequente
d) 450
e) 480 Ex. A razão entre 20 e 50 é = já a razão entre 50
20 2
50 5 50 5
e 20 é = . Ou seja, deve-se sempre indicar o antece-
Resposta: Letra D. 20 2
dente e o consequente para sabermos qual a ordem de
montarmos a razão.
Mara leu 1 2 3+10 13 do livro.
+ = =
5 3 15 15 Ex. Numa classe de 36 alunos há 15 rapazes e 21 mo-
Logo, ainda falta 1 −
13 15−13 2
= 15 = 15 para ser ças. A razão entre o número de rapazes e o número de
15 moças é 15 , se simplificarmos, temos que a fração equi-
lido. Essa fração que falta ser lida equivale a 60 pá- 5
21
valente 7 , o que significa que para “cada 5 rapazes há 7
ginas moças”. Por outro lado, a razão entre o número de rapa-
2 1 zes e o total de alunos é dada por 15 = 5 , o que equivale
Assim:  60 páginas. Portanto,  30 36 12
a dizer que “de cada 12 alunos na classe, 5 são rapazes”.
páginas.15 15 Razão entre grandezas de mesma espécie: A razão
entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
Logo o livro todo (15/15) possui: 15∙30=450 páginas dos números que expressam as medidas dessas grande-
zas numa mesma unidade.
2. Em uma caixa de ferramentas, 4/5 são chaves de fen- Ex. Um automóvel necessita percorrer uma estrada de
da. Do total das chaves, 2/3 estão enferrujadas. Qual é 360 km. Se ele já percorreu 240 km, qual a razão entre a
a fração de chaves da caixa de ferramentas que estão distância percorrida em relação ao total?
enferrujadas? Como os dois números são da mesma espécie (dis-
tância) e estão na mesma unidade (km), basta fazer a ra-
Resposta: 8/15 zão:
O problema proposto consiste em calcular o valor de 240 𝑘𝑚 2
2/3 de 4/5, que equivale a 8/15 do total das chaves. 𝑟= =
360 𝑘𝑚 3

No caso de mesma espécie, porém em unidades diferen-


RAZÃO tes, deve-se escolher uma das unidades e converter a outra.

Quando se utiliza a matemática na resolução de pro- Ex. Uma maratona possui aproximadamente 42 km de
blemas, os números precisam ser relacionados para se extensão. Um corredor percorreu 36000 metros. Qual a
obter uma resposta. Uma das maneiras de se relacionar razão entre o que falta para percorrer em relação à ex-
os números é através da razão. Sejam dois números reais tensão da prova?
a e b, com b ≠ 0,define-se razão entre a e b (nessa or- Veja que agora estamos tentando relacionar metros
𝑎
dem) o quociente a ÷ b, ou . com quilômetros. Para isso, deve-se converter uma das
unidades, vamos utilizar “km”:
𝑏

A razão basicamente é uma fração, e como sabem,


frações são números racionais. Entretanto, a leitura des- 36000 m=36 km
te número é diferente, justamente para diferenciarmos
quando estamos falando de fração ou de razão. Como é pedida a razão entre o que falta em relação
ao total, temos que:
3
a) Quando temos o número 5 e estamos tratando de 42 𝑘𝑚 − 36 𝑘𝑚 6 𝑘𝑚 1
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑟= = =
fração, lê-se: “três quintos”. 42 𝑘𝑚 42 𝑘𝑚 7

3 Ex. Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse compri-


b) Quando temos o número e estamos tratando
5 mento é representado num desenho por 20 cm. Qual é a
de razão, lê-se: “3 para 5”.
razão entre o comprimento representado no desenho e
o comprimento real?
Além disso, a nomenclatura dos termos também é
Convertendo o comprimento real para cm, temos
diferente:
que:

53
20 𝑐𝑚 1 Ex. Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L
𝑒= =
800 𝑐𝑚 40 de gasolina. Dividindo-se o número de quilômetros per-
corridos pelo número de litros de combustível consumi-
dos, teremos o número de quilômetros que esse carro
#FicaDica percorre com um litro de gasolina:
A razão entre um comprimento no desenho 83,76 𝑘𝑚 𝑘𝑚
𝑐= = 10,47
e o correspondente comprimento real, cha- 8𝑙 𝑙
ma-se escala
#FicaDica
Razão entre grandezas de espécies diferentes: É
possível também relacionar espécies diferentes e isto A razão entre a distância percorrida em rela-
está normalmente relacionado a unidades utilizadas na ção a uma quantidade de combustível é de-
física: finida como “consumo médio”

Ex. Considere um carro que às 9 horas passa pelo qui- Proporção


lômetro 30 de uma estrada e, às 11 horas, pelo quilô-
metro 170. Qual a razão entre a distância percorrida e o A definição de proporção é muito simples, pois se tra-
tempo gasto no translado? ta apenas da igualdade de razões.
Para montarmos a razão, precisamos obter as infor- 3 6
mações: Na proporção = (lê-se: “3 está para 5 assim
5 10
como 6 está para 10”).
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km Observemos que o produto 3 ∙ 10=30 é igual ao pro-
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h duto 5 x 6=30, o que caracteriza a propriedade funda-
Calculamos a razão entre a distância percorrida e o mental das proporções
tempo gasto para isso:
140 𝑘𝑚 70 #FicaDica
𝑣= = = 70 𝑘 𝑚 ⁄ℎ
2ℎ 1 Se multiplicarmos em cruz (ou em x), tere-
mos que os produtos entre o numeradores
Como são duas espécies diferentes, a razão entre elas e os denominadores da outra razão serão
será uma espécie totalmente diferente das outras duas. iguais.

#FicaDica 2 6
Ex. Na igualdade = , temos 2 x 9=3 x 6=18, logo,
3 9
A razão entre uma distância e uma medida temos uma proporção.
de tempo é chamada de velocidade.
Ex. Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se
a seguinte dosagem: 7 gotas para cada 3 kg do “peso” da
criança. Se uma criança tem 15 kg, qual será a dosagem
Ex. A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, correta?
Rio de Janeiro e São Paulo) tem uma área aproximada de Como temos que seguir a receita, temos que atender
927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, a proporção, assim, chamaremos de x a quantidade de
aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo gotas a serem ministradas:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o
ano de 1995. Qual a razão entre o número de habitantes 7 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑥 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠
e a área total? =
3 𝑘𝑔 15 𝑘𝑔
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obte- Logo, para atendermos a proporção, precisaremos
remos o número de habitantes por km2 (hab./km2): encontrar qual o número que atenderá a proporção.
66288000 ℎ𝑎𝑏 ℎ𝑎𝑏 Multiplicando em cruz, temos que:
𝑑= = 71,5
927286 𝑘𝑚² 𝑘𝑚2
3x=105
RACIOCÍNIO LÓGICO

#FicaDica 105
𝑥=
A razão entre o número de habitantes e a 3
área deste local é denominada densidade x=35 gotas
demográfica.
Ou seja, para uma criança de 30 kg, deve-se ministrar
35 gotas do remédio, atendendo a proporção.

54
Outro jeito de ver a proporção: Já vimos que uma d) Diferença dos antecedentes e consequentes: A
proporção é verdadeira quando realizamos a multiplica- soma dos antecedentes está para a soma dos con-
ção em cruz e encontramos o mesmo valor nos dois pro- sequentes assim como cada antecedente está para
dutos. Outra maneira de verificar a proporção é verificar o seu consequente:
se a duas razões que estão sendo igualadas são frações 12 3 12 − 3 9 12 3
equivalentes. Lembra deste conceito? = → = = =
8 2 8−2 6 8 2
FIQUE ATENTO!
FIQUE ATENTO!
Uma fração é equivalente a outra quando
podemos multiplicar (ou dividir) o nume- Usamos razão para fazer comparação entre
rador e o denominador da fração por um duas grandezas. Assim, quando dividimos
mesmo número, chegando ao numerador e uma grandeza pela outra estamos compa-
denominador da outra fração. rando a primeira com a segunda. Enquanto
proporção é a igualdade entre duas razões.

4 12
Ex. e são frações equivalentes, pois:
3 9
4x=12 →x=3 EXERCÍCIOS COMENTADOS
3x=9 →x=3
1. O estado de Tocantins ocupa uma área aproximada de
4
Ou seja, o numerador e o denominador de quan- 278.500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins
3
do multiplicados pelo mesmo número (3), chega ao nu- tinha uma população de aproximadamente 1.156.000 ha-
merador e denominador da outra fração, logo, elas são bitantes. Qual é a densidade demográfica do estado de
equivalentes e consequentemente, proporcionais. Tocantins?
Agora vamos apresentar algumas propriedades da
proporção: Resposta : A densidade demográfica é definida como
a razão entre o número de habitantes e a área ocu-
a) Soma dos termos: Quando duas razões são pro- pada:
porcionais, podemos criar outra proporção soman-
do os numeradores com os denominadores e divi- 1 156 000 hab.
d= = 4,15 ha b⁄k m²
dindo pelos numeradores (ou denominadores) das 278 500 km²
razões originais:
2. Se a área de um retângulo (A1 ) mede 300 cm² e a
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14 área de um outro retângulo (A2 ) mede 100 cm², qual é o
= → = → =
2 4 5 10 5 10 valor da razão entre as áreas (A1 ) e (A2 ) ?
ou
Resposta : Ao fazermos a razão das áreas, temos:
5 10 5 + 2 10 + 4 7 14
= → = → = A1 300
2 4 2 4 2 4 = =3
A2 100

b) Diferença dos termos: Analogamente a soma, te-


mos também que se realizarmos a diferença entre Então, isso significa que a área do retângulo 1 é 3 ve-
os termos, também chegaremos em outras pro- zes maior que a área do retângulo 2.
porções:
3.(CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE/2016)
4 8 4−3 8−6 1 2 Dois amigos decidem fazer um investimento conjunto
= → = → =
3 6 4 8 4 8 por um prazo determinado. Um investe R$ 9.000 e o ou-
ou tro R$  16.000. Ao final do prazo estipulado obtêm um
lucro de R$ 2.222 e decidem dividir o lucro de maneira
4 8 4−3 8−6 1 2 proporcional ao investimento inicial de cada um. Portan-
= → = → =
3 6 3 6 3 6 to o amigo que investiu a menor quantia obtém com o
investimento um lucro:
c) Soma dos antecedentes e consequentes: A soma
RACIOCÍNIO LÓGICO

dos antecedentes está para a soma dos conse- a) Maior que R$ 810,00
quentes assim como cada antecedente está para o b) Maior que R$ 805,00 e menor que R$ 810,00
seu consequente: c) Maior que R$ 800,00 e menor que R$ 805,00
d) Maior que R$ 795,00 e menor que R$ 800,00
12 3 12 + 3 15 12 3 e) Menor que R$ 795,00
= → = = =
8 2 8+2 10 8 2

55
Resposta : Letra D. Ambos aplicaram R$ 9000,00+R$
A B A − B 60
16000,00=R$ 25000,00 e o lucro de R$ 2222,00 foi so- = = = = 12
bre este valor. Assim, constrói-se uma proporção en- 8 3 5 5
tre o valor aplicado (neste caso, R$ 9000,00 , pois o
exercício quer o lucro de quem aplicou menos) e seu Segue que A=96 e B=36
respectivo lucro:
Divisão em várias partes diretamente proporcio-
9000 25000
= → 25x = 19998 → x = R$ 799,92 nais
x 2222
Para decompor um número M em partes X1, X2, ... , Xn
4. Há, em virtude da demanda crescente de economia de diretamente proporcionais a p1, p2, ... , pn, deve-se montar
água, equipamentos e utensílios como, por exemplo, as um sistema com n equações e n incógnitas, sendo as so-
bacias sanitárias ecológicas, que utilizam 6 litros de água mas X1 + X2 + ... + Xn = M e p1 + p2 + ... + pn = P
por descarga em vez dos 15 litros utilizados por bacias
sanitárias não ecológicas, conforme dados da Associação x1 x2 xn
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). = =⋯=
Qual será a economia diária de água obtida por meio da p1 p2 pn
substituição de uma bacia sanitária não ecológica, que
gasta cerca de 60 litros por dia com a descarga, por uma A solução segue das propriedades das proporções:
bacia sanitária ecológica?
x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xn M
Resposta: Se x for o número de litros de água despe- = =⋯= = = =K
jadas pela bacia ecológica, tem-se que: p1 p2 pn p1 + p2 + ⋯ pn P
15/60=6/x → 15x=6∙60 → 15x=360
Logo: x=360/15=24 litros. Ex. Para decompor o número 120 em três partes A, B
Então, a economia de água foi de (60-24) = 36 litros. e C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar
um sistema com 3 equações e 3 incógnitas tal que A + B
+ C = 120 e 2 + 4 + 6 = P. Assim:
DIVISÃO PROPORCIONAL

Para decompor um número M em duas partes A e B A B C A + B + C 120


= = = = = 10
diretamente proporcionais a p e q, montamos um siste- 2 4 6 P 12
ma com duas equações e duas incógnitas, de modo que
a soma das partes seja A+B=M, mas:
Logo: A = 20, B = 40 e C = 60.

A B
= Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor-
p q cionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 120.
A solução segue das propriedades das proporções:
A solução segue das propriedades das proporções:
A B A+B M A B C 2A + 3B − 4C 120
= = = =K = = = = = −15
p q p+q p+q 2 4 6 2 � 2 + 3 � 4 − 4 � 6 −8

Logo A = -30, B = -60 e C = -90.


#FicaDica
O valor de K é que proporciona a solução, Divisão em duas partes inversamente proporcio-
pois:   𝐀 = 𝐊 � 𝐩 e 𝐁 = 𝐊 � 𝐪 nais

Para decompor um número M em duas partes A e


Exemplo: Para decompor o número 100 em duas par- B inversamente proporcionais a p e q, deve-se decom-
tes A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos por este número M em duas partes A e B diretamente
o sistema de modo que A+B=100, cuja solução segue de: proporcionais a 1/p e 1/q, que são, respectivamente, os
A B A + B 100 inversos de p e q.
= = = = 20 Assim basta montar o sistema com duas equações e
RACIOCÍNIO LÓGICO

2 3 5 5 duas incógnitas tal que A+B = M. Desse modo:

Segue que A=40 e B=60. A B A+B M M�p�q


Ex. Determinar números A e B diretamente propor- = = =
1⁄p 1⁄q 1⁄p + 1⁄q 1⁄p + 1⁄q
=
p+q
=K
cionais a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é
60. Para resolver este problema basta tomar A-B=60 e
escrever:

56
O valor de K proporciona a solução, pois: A = K/p e A B C 2A + 3B − 4C 10 120
B = K/q. = = = = =
Exemplo: Para decompor o número 120 em duas par- 1⁄2 1⁄4 1⁄6 2⁄2 + 3⁄4 − 4⁄6 13⁄12 13
tes A e B inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se
montar o sistema tal que A + B= 120, de modo que: Logo A=60/13, B=30/13 e C=20/13.

A B A+B 120 120 � 2 � 3 FIQUE ATENTO!


= = = = = 144
1⁄2 1⁄3 1⁄2 + 1⁄3 5⁄6 5 Pode haver coeficientes A,B e C como nú-
meros fracionários e/ou negativos.
Assim A=72 e B=48.
Exemplo: Determinar números A e B inversamente
proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre Divisão em duas partes direta e inversamente pro-
eles é 10. Para resolver este problema, tomamos A - B= porcionais
10. Assim:
Para decompor um número M em duas partes A e B
A B A−B 10 diretamente proporcionais a c e d e inversamente pro-
= = = = 240 porcionais a p e q, deve-se decompor este número M
1⁄6 1⁄8 1⁄6 − 1⁄8 1⁄24
em duas partes A e B diretamente proporcionais a c/q e
d/q, basta montar um sistema com duas equações e duas
Assim A=40 e B=30. incógnitas de forma que A+B=M e, além disso:

Divisão em várias partes inversamente proporcio- A B A+B M M� p�q


nais = = = = =K
⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄ ⁄
c p d q c p+d q c p+d q c�q+p�d
Para decompor um número M em n partes inversa-
mente proporcionais a X1, X2, ... , Xn basta decompor este O valor de K proporciona a solução, pois: A=Kc/p e
número M em n partes diretamente proporcionais a 1/ B=Kd/q.
p1, 1/p2, ... , 1/pn. Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes
A e B diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente
A montagem do sistema com n equações e n incógni- proporcionais a 5 e 7, deve-se montar as proporções:
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e, além disso: A B A+B 58
= = = = 70
x1 x2 xn 2/5 3/7 2/5 + 3/7 29/35
= =⋯=
1⁄p1 1⁄p2 1⁄pn
Assim A=(2/5)∙70=28 e B=(3/7)∙70=30

Cuja solução segue das propriedades das proporções: Exemplo: Para obter números A e B diretamente pro-
porcionais a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8,
x1 x2 xn x1 + x2 + ⋯ + xnsabendo-se que M a diferença entre eles é 21. Para resol-
=
1⁄p1 1⁄p2
=⋯= = ver este
= problema basta escrever que A-B=21 resolver as
1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn
proporções:
A B A−B 21
xn x1 + x2 + ⋯ + xn M = = = = 72
4⁄6 3⁄8 4⁄6 − 3⁄8 7⁄24
=⋯= = =
2 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ 1⁄pn 1⁄p1 + 1⁄p2 + ⋯ + 1⁄pn

Assim A=(4/6)∙72=48 e B=(3/8)∙72=27.


Ex. Para decompor o número 220 em três partes A, B e
C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar Divisão em n partes direta e inversamente propor-
um sistema com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que cionais
A+B+C=220. Desse modo:
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn
diretamente proporcionais a, p1, p2, ..., pn e inversamente
A B C A+B+C 220
= = = = = 240 proporcionais a q1, q2, ... , qn, basta decompor este núme-
1⁄2 1⁄4 1⁄6 1⁄2 + 1⁄4 + 1⁄6 11⁄12
ro M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais
RACIOCÍNIO LÓGICO

a p1 / q1, p2 / q2, ..., pn / qn.


A solução é A=120, B=60 e C=40. A montagem do sistema com n equações e n incógni-
Ex. Para obter números A, B e C inversamente pro- tas exige que X1 + X2 + ... + Xn = M e além disso:
porcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A + 3B - 4C = 10,
devemos montar as proporções: x1 x2 xn
= =⋯=
p1 ⁄q1 p2⁄q 2 pn⁄q n

57
A solução segue das propriedades das proporções:PORCENTAGEM
x1 x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn
= =⋯= = A⋯definição
p1 /q1 p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + + pn/qden
porcentagem passa pelo seu próprio
nome, pois é uma fração de denominador centesimal, ou
x2 xn xn + x2 + ⋯ + xn seja, é uma fração de denominador 100. Representamos
= =⋯= = porcentagem pelo% e lê-se: “por cento”.
p2 /q 2 pn/q n p1 /q1 + p2/q 2 + ⋯ + pn/q n
50
Deste modo, a fração 100 ou qualquer uma equiva-
Ex. Para decompor o número 115 em três partes A, B
e C diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente lente a ela é uma porcentagem que podemos represen-
proporcionais a 4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com tar por 50%.
3 equações e 3 incógnitas de forma de e tal que:
A B C A+B+C 115 A porcentagem nada mais é do que uma razão, que
= = = = = 100 representa uma “parte” e um “todo” a qual referimos
1/4 2/5 3/6 1/4 + 2/5 + 3/6 23/20 como 100%. Assim, de uma maneira geral, temos que:
𝑝
Logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e 𝐴= .𝑉
C=(3/6)100=50.
100
Onde A, é a parte, p é o valor da porcentagem e V é o
Ex. Determinar números A, B e C diretamente propor- todo (100%). Assim, os problemas básicos de porcenta-
cionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e gem se resumem a três tipos:
5, de modo que 2A + 3B - 4C -= 10.
A montagem do problema fica na forma: Cálculo da parte (Conheço p e V e quero achar A):
Para calcularmos uma porcentagem de um valor V, bas-
𝑝
A B C 2A + 3B − 4C 10 100 ta multiplicarmos a fração correspondente, ou seja, 100
= = = =
1⁄2 10⁄4 2⁄5 2⁄2 + 30⁄4 − 8⁄5 69⁄10
=
69 por V. Assim: 𝑝
P% de V =A= 100 .V

A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69 Ex. 23% de 240 = 23 .240 = 55,2


100
Ex. Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que
67% de uma amostra assistem a certo programa de TV.
EXERCÍCIO COMENTADO Se a população é de 56.000 habitantes, quantas pessoas
assistem ao tal programa?
1. Os três jogadores mais disciplinados de um campeo- Aqui, queremos saber a “parte” da população que as-
nato de futebol amador irão receber o prêmio de R$: siste ao programa de TV, como temos a porcentagem e
3.340,00 rateados em partes inversamente proporcionais o total, basta realizarmos a multiplicação:
ao número de faltas cometidas em todo campeonato. Os
67
Jogadores cometeram 5, 7 e 11 faltas. Qual a premiação 67% de 56000=A= 56000=37520
a cada um deles respectivamente? 100
Resp. 37 520 pessoas.
Resposta:
Do enunciado tiramos que: Cálculo da porcentagem (conheço A e V e quero
p1 = K . 1/5 achar p): Utilizaremos a mesma relação para achar o va-
p2 = K . 1/7 lor de p e apenas precisamos rearranjar a mesma:
p3 = K . 1/11
p1 + p2 + p3 = 3340 𝑝 𝐴
𝐴= . 𝑉 → 𝑝 = . 100
Para encontrarmos o valor da constante K devemos 100 𝑉
substituir o valor de p1, p2 e p3 na última expressão: Ex. Um time de basquete venceu 10 de seus 16 jogos.
Qual foi sua porcentagem de vitórias?
Portanto: Neste caso, o exercício quer saber qual a porcenta-
p1 = 7700 . 1/5 = 1540 gem de vitórias que esse time obteve, assim:
p2 = 7700 . 1/7 = 1100
p3 = 7700 . 1/11 = 700 𝐴 10
𝑝= . 100 = . 100 = 62,5%
A premiação será respectivamente R$ 1.540,00, 𝑉 16
RACIOCÍNIO LÓGICO

R$ 1.100,00 e R$ 700,00.
Resp: O time venceu 62,5% de seus jogos.
Ex. Em uma prova de concurso, o candidato acertou
48 de 80 questões. Se para ser aprovado é necessário
acertar 55% das questões, o candidato foi ou não foi
aprovado?

58
Para sabermos se o candidato passou, é necessário
p
calcular sua porcentagem de acertos: VD = V – .V
100
𝐴 48
𝑝= . 100 = . 100 = 60% > 55% Fatorando:
𝑉 80
p
Logo, o candidato foi aprovado. VD = (1 – ) .V
100
p
Calculo do todo (conheço p e A e quero achar V): Em que (1 – ) será definido como fator de des-
100
No terceiro caso, temos interesse em achar o total (Nosso conto, que pode estar representado tanto na forma de
100%) e para isso basta rearranjar a equação novamente: fração ou decimal.

𝑝 𝐴 𝐴 Ex. Uma empresa admite um funcionário no mês de


𝐴=
100
. 𝑉 → 𝑝 = . 100 → 𝑉 = . 100
𝑉 𝑝 janeiro sabendo que, já em março, ele terá 40% de au-
mento. Se a empresa deseja que o salário desse funcio-
nário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com que salário
Ex. Um atirador tem taxa de acerto de 75% de seus deve admiti-lo?
tiros ao alvo. Se em um treinamento ele acertou 15 tiros, Neste caso, o problema deu o valor de e gostaria de
quantos tiros ele deu no total? saber o valor de V, assim:
Neste caso, o problema gostaria de saber quanto vale p
o “todo”, assim: VA = ( 1 + ).V
100
40
𝐴 15 3500 = ( 1 + ).V
100
𝑉 = . 100 = . 100 = 0,2.100 = 20 𝑡𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑝 75 3500 =(1+0,4).V

Forma Decimal: Outra forma de representação de 3500 =1,4.V


porcentagens é através de números decimais, pois to- 3500
dos eles pertencem à mesma classe de números, que são V= =2500
1,4
os números racionais. Assim, para cada porcentagem, há
um numero decimal equivalente. Por exemplo, 35% na Resp. R$ 2 500,00
forma decimal seriam representados por 0,35. A conver-
são é muito simples: basta fazer a divisão por 100 que Ex. Uma loja entra em liquidação e pretende abaixar
está representada na forma de fração: em 20% o valor de seus produtos. Se o preço de um de-
les é de R$ 250,00, qual será seu preço na liquidação?
75 Aqui, basta calcular o valor de VD :
75% = = 0,75
100
p
Aumento e desconto percentual VD = (1 – ) .V
100
20
Outra classe de problemas bem comuns sobre por- VD = (1 – ) .250,00
100
centagem está relacionada ao aumento e a redução per-
centual de um determinado valor. Usaremos as defini- VD = (1 –0,2) .250,00
ções apresentadas anteriormente para mostrar a teoria
VD = (0,8) .250,00
envolvida
VD = 200,00
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial
Resp. R$ 200,00
V que deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Cha-
memos de VA o valor após o aumento. Assim:
p FIQUE ATENTO!
VA = V + .V Em alguns problemas de porcentagem são
100
necessários cálculos sucessivos de aumen-
Fatorando: tos ou descontos percentuais. Nesses ca-
p sos é necessário ter atenção ao problema,
VA = ( 1 + ) .V pois erros costumeiros ocorrem quando se
100
calcula a porcentagens do valor inicial para
Em que (1 + p ) será definido como fator de au- obter todos os valores finais com descon-
RACIOCÍNIO LÓGICO

100
mento, que pode estar representado tanto na forma de tos ou aumentos. Na verdade, esse cálculo
fração ou decimal. só pode ser feito quando o problema diz
que TODOS os descontos ou aumentos
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial são dados a uma porcentagem do valor
V que deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Cha- inicial. Mas em geral, os cálculos são feitos
memos de VD o valor após o desconto. como mostrado no texto a seguir.

59
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos Este problema clássico tem como finalidade concei-
um valor inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer tuar esta parte de aumento e redução percentual e evitar
dois aumentos sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor o erro do leitor ao achar que aumentando p% e dimi-
após o primeiro aumento, temos: nuindo p%, volta-se ao valor original. Se usarmos o que
𝑝1 aprendemos, temos que:
V1 = V .(1 + ) 𝑝1 𝑝2
100 V2 = V . 1+ . 1–
100 100
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, ou seja, 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜
após já ter aumentado uma vez, temos que: 20
20
𝑝2 V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
V2 = V1 .(1 + )
100 V2 = V .(1+0,2) .(1 – 0,2 )
Como temos também uma expressão para V1, basta
substituir: V2 = V .(1,2) .(0,8)
96
𝑝1 𝑝2 V2 = 0,96.V= V=96% de V
V2 = V .(1 + ) .(1 + ) 100
100 100 Ou seja, o valor final corresponde a 96% de V e não
Assim, para cada aumento, temos um fator corres- 100%, assim, eles não são iguais, portanto deve-se assi-
pondente e basta ir multiplicando os fatores para chegar nalar a opção ERRADO
ao resultado final.

No caso de desconto, temos o mesmo caso, sendo V


um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois EXERCÍCIOS COMENTADOS
descontos sucessivos de p1% e p2%.
1. (UNESP) Suponhamos que, para uma dada eleição,
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos: uma cidade tivesse 18.500 eleitores inscritos. Suponha-
𝑝1 mos ainda que, para essa eleição, no caso de se verificar
V1 = V.(1 – ) um índice de abstenções de 6% entre os homens e de 9%
100 entre as mulheres, o número de votantes do sexo mas-
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, ou seja, culino será exatamente igual ao número de votantes do
após já ter descontado uma vez, temos que: sexo feminino. Determine o número de eleitores de cada
𝑝2 sexo.
V2 = V_1 .(1 – )
100 Resposta: Denotamos o número de eleitores do sexo
Como temos também uma expressão para V2, basta femininos de F e de votantes masculinos de M. Pelo
substituir: enunciado do exercícios, F+M = 18500. Além disso, o
𝑝1 𝑝2 índice de abstenções entre os homens foi de 6% e
V2 = V .(1 – ) .(1 – ) de 9% entre as mulheres, ou seja, 94% dos homens
100 100 e 91% das mulheres compareceram a votação, onde
Além disso, essa formulação também funciona para 94%M = 91%F ou 0,94M = 0,91F. Assim, para deter-
aumentos e descontos em sequência, bastando apenas minar o número de eleitores de cada sexo temos os
a identificação dos seus fatores multiplicativos. Sendo V seguinte sistema para resolver:
um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um
F + M = 18500
aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%. �
Sendo V1 o valor após o aumento, temos: 0,94M = 0,91F
0,91
𝑝1 Da segunda equação, temos que M = 0,94 F . Agora,
V1 = V .(1+ ) substituindo M na primeira equação do sistema en-
100 contra-se F =  9400 e por fim determina-se M = 9100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos que:
𝑝2
V2 = V_1 .(1 – )
100
Como temos uma expressão para , basta substituir:
RACIOCÍNIO LÓGICO

𝑝1 𝑝2
V2 = V .(1+ ) .(1 – )
100 100
Ex. Um produto sofreu um aumento de 20% e depois
sofreu uma redução de 20%. Isso significa que ele voltará
ao seu valor original.

( ) Certo ( ) Errado

60
HORA DE PRATICAR!

1. (TJ-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – IBFC– 2017) As


expressões E1: (𝑝 ∧ 𝑟) ∨ (~𝑝 ∧ 𝑟) e E2: (𝑞 ∨ 𝑠) ∧ (~𝑞 ∨ 𝑠)
são compostas pelas quatro proposições lógicas p, q, r e
s. Os valores lógicos assumidos pela expressão 𝐸1 ∧ 𝐸2
são os mesmos valores lógicos da expressão:
A proposição composta: “Se João mentiu e Jorge não fa-
a) 𝑟 ∨ 𝑠 lou a verdade então Jonas não mentiu ou Joaquim estava
b) ~𝑟 ∧ ~𝑠 confuso”, pode ser decomposta em quatro proposições
c) ~𝑟 ∨ 𝑠 simples: P, Q, R e S, onde: P = João mentiu; Q = Jorge não
d) 𝑟 ∨ ~𝑠 falou a verdade; R = Jonas não mentiu; S= Joaquim esta-
e) 𝑟 ∧ 𝑠 va confuso. Assinale a alternativa que representa simbo-
licamente a proposição composta.
2. (EBSERH – MÉDICO – IBFC– 2017) Sabe-se que p, a) P ∨ ~Q → R ∧ S
q e r são proposições compostas e o valor lógico das b) P ∧ ~Q → R ∨ S
proposições p e q são falsos. Nessas condições, o va- c) P ∧ ~Q → ~R ∨ S
lor lógico da proposição r na proposição composta d) P ∧ Q → R ∨ S
{[𝑞 ∨ (𝑞 ∧ ~𝑝)] ∨ 𝑟} cujo valor lógico é verdade, é:
5. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) “João
a) falso amava Teresa e Teresa amava Raimundo”, a negação
b) inconclusivo desta proposição lógica composta, baseada no primeiro
c) verdade e falso verso de Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade é,
d) depende do valor lógico de p corretamente indicada, na alternativa:
e) verdade
a) João não amava Teresa e Teresa não amava ninguém
b) Tereza não amava João e João amava Raimundo
3. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Considere c) João não amava Teresa e Teresa não amava Raimundo
as afirmações sobre lógica propositiva e sua análise por d) João não amava Tereza ou Tereza não amava Raimun-
meio de tabelas-verdade. Analise as afirmativas abaixo, do
dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
6. (IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
( ) A conjunção (e, ∧) entre duas proposições P e Q, só é Educacional) Carlos fez a seguinte afirmação:
verdadeira se ambas forem verdadeiras. Algum funcionário faltou ao serviço, mas todo o trabalho
( ) A disjunção (ou, ∨) entre duas proposições P e Q, só é foi realizado.
verdadeira se ambas forem verdadeiras. A afirmação feita por Carlos é falsa se, e somente se, for
( ) A disjunção (ou, v) entre a negação de duas proposi- verdadeira a seguinte afirmação:
ções falsas é verdadeira.
a) Um funcionário faltou ao serviço e algum trabalho não
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
foi realizado
de cima para baixo.
b) Todos os funcionários faltaram ao serviço e algum tra-
balho não foi realizado
a) V, F, V
c) Todos os funcionários faltaram ao serviço, mas algum
b) V, V, F
trabalho não foi realizado
c) F, F, V
d) F, V, V d) Todos os funcionários não faltaram ao serviço e ne-
nhum trabalho foi realizado
4. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) A lógica e) Todos os funcionários não faltaram ao serviço ou al-
proposicional emprega um conjunto de símbolos que gum trabalho não foi realizado
possibilitam expressar de maneira sintética um conjun-
to de proposições lógicas relacionadas por conectivos. 7. (IBFC - 2019 - MGS - Auxiliar Administrativo) Den-
Considere a tradução simbólica mais comum represen- tre as alternativas, a única incorreta é:
tada na tabela.
a) o elemento neutro da multiplicação de números intei-
RACIOCÍNIO LÓGICO

ros é o número 1
b) o elemento simétrico da adição de números inteiros é
o número 0
c) o conjunto {-4, -2, -1, +1, +2, +4} representa o conjun-
to de todos os divisores inteiros do número 4
d) o conjunto de todos os múltiplos inteiros do número
4 é infinito

61
8. (IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis - MG - Téc- 12. (IBFC - 2019 - MGS - Auxiliar Administrativo) Pau-
nico de Enfermagem ) Considerando a sequencia lógica lo recebeu seu 13º salário no valor de R$ 1.800,00 e divi-
A, C, F, J, O, ... e o alfabeto de 26 letras, então a próxima diu aos seus 3 filhos de forma diretamente proporcional
letra da sequencia é: às suas idades. Se as idades dos filhos de Paulo são 8, 12
e 20 anos, então é correto afirmar que:
a) T
b) U a) o filho mais novo recebeu R$ 540,00
c) S b) o filho mais velho recebeu R$ 1080,00
d) V c) o filho mais velho recebeu o mesmo valor que a soma
dos valores recebidos pelos outros dois filhos mais
9. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) O resul- novos
tado de um jogo conta com a seguinte distribuição de d) a soma dos valores recebidos pelos dois filhos meno-
apostas em um bolão mantido por uma casa de apostas. res é maior que o valor recebido pelo filho mais velho

13. (IBFC - 2019 - MGS - Auxiliar Administrativo)


Maria trabalha em um supermercado e no final do dia
contou o dinheiro que havia no caixa, conforme quadro:

Nessas condições, ¾ do valor total que havia no caixa


Cada aposta tem sempre o mesmo valor unitário. O pa- corresponde a:
gamento segue a regra: 20% é da banca (ou seja da casa
de apostas) que organiza o bolão, e o restante é dividido a) R$ 776,00
igualmente entre cada cota de aposta vitoriosa. b) R$ 194,00
Assinale a alternativa que indica o ganho de capital c) R$ 582,00
(descontado o valor investido, portanto) promovido por d) R$ 291,00
quem acertar o empate será de:
14. (IBFC - 2018 - Prefeitura de Divinópolis - MG -
a) 320% Técnico de Enfermagem) Ana tem 2/9 do valor neces-
b) 220% sário para comprar um produto. Se com mais R$ 252,00
c) 120% ela compra o produto,então o valor que Ana possui é
d) 52% igual a:

10. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Um su- a) R$ 72,00


permercado realizou uma pesquisa sobre o consumo de b) R$ 324,00
arroz em sacos de 5kg na qual verificou que 40% dos c) R$ 252,00
d) R$ 56,00
clientes compravam o produto da marca A, 10% com-
pravam da marca A e B, e 30% compravam da marca B.
15. (IBFC - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior
Assinale a alternativa que indica corretamente o espaço
- Analista de Redes) Considere a proposição composta:
nas prateleiras que deve ser dedicado aos demais sacos
de arroz de outras marcas caso se queira respeitar a pro-
“Se o jogador reclama ou o técnico protesta, então o juiz
porção estatística do consumo verificada na pesquisa.
não viu a falta e os auxiliares não puderam ajudar”. As
quatro proposições simples que a decompõe são P1: o
a) 10%
jogador reclama; P2: o técnico protesta; P3: o juiz não viu
b) 20% a falta; P4: os auxiliares não puderam ajudar. A proposi-
c) 30% ção composta pode, então, ser representada por: P1vP2
d) 40% → P3vP4. Considere a tabela verdade abaixo
11. IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
Educacional De acordo com a lógica proposicional, a ne-
gação da frase “Se a lei foi cumprida, então o réu não foi
solto” é equivalente a:
RACIOCÍNIO LÓGICO

a) A lei não foi cumprida ou o réu foi solto


b) A lei não foi cumprida e o réu não foi solto Assinale a alternativa que lista corretamente os valores
c) A lei foi cumprida e o réu foi solto assumidos por A e B
d) Se o réu foi solto, então a lei não foi cumprida
e) A lei foi cumprida se, e somente se, o réu foi solto a) A-V, B-V
b) A-F, B-V

62
c) A-V, B-F zar com palavras que possuem significados antagônicos
d) A-F, B-F entre si que sejam relacionadas por conectivos lógicos
reforçando esse sentido, por exemplo se construímos a
16. (IBFC - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Supe- negação. Considere a disjunção exclusiva “Ou uma pes-
rior - Analista de Redes) Um casal terá uma criança. soa é rica ou essa pessoa é pobre”.Assinale a alternativa
Cada um indica três possíveis nomes simples para com- que identifica corretamente a negação lógica formal des-
por uma lista. ta proposição.

Todos os nomes são diferentes entre si e cada nome a) Uma pessoa é rica, se e somente se, essa pessoa é
pode ser utilizado para ambos os sexos (por exemplo: pobre
Adriano e Adriana). Decidem que o nome da criança será b) Uma pessoa que não é rica não é pobre
um nome composto por dois nomes retirados desta lista. c) Se uma pessoa é rica, então essa pessoa é pobre
O nome resultante não pode conter repetição e deve ser d) Uma pessoa não é rica, ou essa pessoa não é pobre
o mesmo gênero, e a ordem importa - Joana Adriana é
diferente de Adriana Joana. Desconsiderando a variação 20. (IBFC - 2018 - Câmara de Feira de Santana - BA
de gênero (ou seja Joana Adriana é o mesmo que João - Procurador Jurídico Adjunto) Numa pesquisa de
Adriano), assinale a alternativa que indica o total de no- mercado sobre a preferência entre três produtos par-
mes possíveis. ticiparam 300 pessoas que opinaram uma única vez. O
resultado foi: 23% escolheram o produto A, 24% escolhe-
a) 9 ram o produto B, 15% escolheram o produto C, 11% es-
b) 18 colheram os produtos A e B, 9% escolheram os produtos
c) 30 B e C, 7% escolheram os produtos A e C, 5% escolheram
d) 72 os três. Nessas condições, é correto afrmar que:

17. (IBFC - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior a) exatamente 70 pessoas escolheram somente um dos
- Analista de Redes) Dentre as proposições condicio- produtos
nais abaixo, assinale a alternativa que apresenta qual cor- b) exatamente 36 pessoas escolheram pelo menos dois
responde a um exemplo correto de aplicação do método dos produtos
de indução para obtenção da conclusão. c) exatamente 180 pessoas escolheram nenhum dos três
produtos
a) Se os cães desse bairro têm rabo, e cães são quadrú- d) exatamente 130 pessoas escolheram pelo menos um
pedes, então, quadrúpedes têm rabo dos produtos
b) Se o ônibus passa às 18h e agora é 17h35, então o
ônibus passará em 25 minutos 21. (IBFC - 2018 - Câmara de Feira de Santana - BA
c) Se Jorge é irmão de José, e José é irmão de João, então - Procurador Jurídico Adjunto) A soma dos dois pró-
Jorge é irmão de João ximos termos da sequência lógica 3,4,7,10,11,16,15,22,...,
d) Se laranjeiras dão laranjas, e quero laranjas em meu indica a idade de Ana hoje. Desse modo, a idade de Ana
quintal, então plantarei laranjeiras no quintal daqui 3 anos será igual a:

18. (IBFC - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior a) 47


- Analista de Redes) O conectivo condicional ( → se ... b) 50
então ) e o bicondicional (↔, se e somente se) diferen- c) 51
ciam-se em suas tabelas verdades por uma linha. Assina- d) 52
le a linha que as diferencia.
22. (IBFC - 2018 - Câmara de Feira de Santana - BA
a) V→V = V contra V↔V = V - Procurador Jurídico Adjunto) De acordo com o ra-
b) F→V = V contra F↔V = F ciocínio lógico proposicional, a negação da frase “Paulo
c) V→F = F contra V↔F = V é analista financeiro e Sheila não é assistente contábil” é:
d) F→F = F contra F↔F = V
a) Paulo não é analista financeiro e Sheila é assistente
19. (IBFC - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Supe- contábil
rior - Analista de Redes) A lógica proposicional per- b) Paulo não é analista financeiro ou Sheila é assistente
mite operar a construção de equivalências e negações de contábil
proposições compostas de maneira objetiva e única. Para c) Paulo não é analista financeiro e Sheila não é assistente
tal se divide a proposição composta em proposições ele- contábil
RACIOCÍNIO LÓGICO

mentares e então se opera com os conectivos, e demais d) Paulo é analista financeiro e Sheila é assistente con-
operações lógicas como a negação ou a precedência, tábil
de maneira única seguindo regras formais (logicamente
consistentes e demonstradas verdadeiras, por exemplo
a partir da sua verificação nas tabelas-verdade). Dessa
forma o emprego da lógica proposicional dentro de um
idioma pode gerar construções paradoxais ao se utili-

63
23. (IBFC - 2017 - Câmara Municipal de Araraquara
- SP - Agente Administrativo) O valor lógico de uma
proposição “p” é verdade e o valor lógico de uma pro- GABARITO
posição “q” é falso. Desse modo, é correto afirmar que:
1 E
a) O valor lógico da negação da disjunção entre p e q é
verdade 2 E
b) O valor lógico da negação da conjunção entre p e q 3 A
é falso
4 D
c) O valor lógico do condicional entre p e q, nessa ordem,
é falso 5 D
d) O valor lógico da negação do bicondicional entre p e 6 E
q é falso
7 B
24. (IBFC - 2017 - Câmara Municipal de Araraquara 8 B
- SP - Agente Administrativo) Se Carlos não faltou ao 9 B
serviço, então Ana não completou o arquivo. Se João não
fala inglês, então José é o intérprete. Beatriz é francesa 10 D
ou Carlos não faltou ao serviço. Ora, Ana completou o 11 C
arquivo e João não fala inglês. Logo: 12 C
a) Carlos faltou ao serviço e José não é o intérprete 13 C
b) José é o intérprete e Beatriz não é francesa 14 A
c) Carlos não faltou ao serviço ou Beatriz não é francesa 15 B
d) Ana completou o arquivo e Beatriz é francesa
16 C
25. (IBFC - 2017 - TJ-PE - Analista Judiciário - Fun- 17 A
ção Administrativa) Se p: o laudo foi elaborado e q: o 18 B
parecer jurídico foi concluído, são duas proposições ló-
gicas simples, então a proposição lógica: “Se o parecer 19 A
jurídico não foi concluído, então o laudo foi elaborado” é 20 C
falsa se, e somente se, a proposição:
21 B
a) p v q for verdade 22 B
b) ~q for verdade 23 C
c) p ^q for falsa
24 D
d) p v q for falsa
e) p for falsa 25 D
RACIOCÍNIO LÓGICO

64
ÍNDICE

LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011......................................................................................................................... 01


Estatuto da EBSERH........................................................................................................................................................................................ 04
Código de Ética e Conduta da Ebserh - Princípios Éticos e Compromissos de Conduta - 1ª edição – 2017............. 09
LEI FEDERAL Nº 12.550, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2011.

A EBSERH é uma empresa pública, que foi criada pelo Poder Público para auxiliar na gestão e na administração de
Hospitais Públicos Federais. A EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) cuidará apenas de Hospitais Uni-
versitários Federais. Os Estados e os Municípios podem criar suas próprias empresas públicas para atuarem como seus
Hospitais Universitários Estaduais ou Municipais.

A Lei 12.550/2011 autoriza a criação da EBSERH pelo Poder Executivo. Veja que ela apenas autoriza.
A EBSERH é uma Empresa Pública Unipessoal. Sendo assim, NÂO se trata de autarquia, fundação ou sociedade de
economia mista. É comum esse tipo de “peganha” em prova.
A Personalidade Jurídica da EBSERH é de Direito Privado.
A EBSERH possui Patrimônio Próprio e 100% Público.
Esta vinculada ao Ministério da Educação, e não ao Ministério da Saúde.
O prazo de duração da EBSERH é indeterminado, ou seja, não há prazo para a empresa se extinguir.
Terá sua sede (órgão principal) e Foro em Brasília. Poderão manter escritórios, representações, dependências, filiais
em outras unidades da Federação.
A EBSERH é fiscalizada pelos órgãos do Controle INTERNO do PODER EXECUTIVO, pelo controle EXTERNO do CON-
GRESSO NACIONAL com o auxílio do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.
O pessoal da EBSERH é contrato via Leis Trabalhistas (CLT), através de concurso público.

EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

Como podemos entender, a Lei 12.550 de 2011 autorizou o Poder Executivo a criar a EBSERH. A própria EBSERH
estará autorizada a criar empresas menores, ou seja, “subsidárias”, empresas menores, vinculadas a empresa matriz. É
o caso, por exemplo, da Petrobrás, que por sua vez criou a Transpetro, a Petroquímica. Vejamos:

1
EBSERH

-(A) Prestação de Serviços Gratuitos:

B) Prestação as:
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

FIQUE ATENTO!

2
FIQUE ATENTO!

3
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH
CAPÍTULO II
ESTATUTO DA EBSERH DO OBJETO SOCIAL

O artigo 4o compõe o capítulo II e é um dos mais im-


portantes do novo Estatuto, pois descreve qual o objeto
FIQUE ATENTO! social da EBSERH, nos seguintes termos:
Em 03 de setembro de 2018 foi registrado
em junta comercial um novo Estatuto Social Art. 4o A EBSERH tem por objeto social:
da Empresa Brasileira de Serviços Hospita- I – prestar serviços gratuitos de assistência médico-
lares – EBSERH. Ainda não foi publicado o -hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e te-
Decreto do Poder Executivo que aprova este rapêutico à comunidade, no âmbito do SUS;
novo Estatuto, mas ao que tudo indica deve- II – administrar unidades hospitalares;
rá ser em breve e provavelmente no próximo III – prestar serviços de apoio à gestão hospitalar, com
concurso da EBSERH será cobrado o novo otimização de processos e serviços, implementação de
Estatuto Social, não o antigo, que consta do sistema de gestão, monitoramento de resultados, bem
Decreto nº 7.661/2011. como o desenvolvimento de outras atividades afins;
IV – prestar serviços de consultoria e assessoria em sua
área de atuação;
A principal diferença entre os dois documentos é que V – participar de iniciativas de promoção da inovação,
o novo Estatuto é muito mais detalhado do que o antigo. como incubadoras, centros de inovação e aceleradoras
Além disso, há alteração substancial na competência dos de empresas;
órgãos que compõem a estrutura da EBSERH. VI – prestar serviços de apoio ao ensino, pesquisa e
Em se tratando de material preparatório, optamos extensão, inovação, ensino-aprendizagem e formação
por trazer apenas a normativa atual da EBSERH, que é o de pessoas no campo da saúde pública, inclusive me-
novo Estatuto, de 2018. Afinal, ele que deverá ser cobra- diante intermediação e apoio financeiro, observada,
do na próxima prova nos termos do art. 206 da Constituição, a autonomia
universitária e as políticas acadêmicas estabelecidas
O novo Estatuto da EBSERH pode ser acessado em: no âmbito das instituições de ensino;
https://www.novaconcursos.com.br/retificacoes VII – promover, estimular, coordenar, apoiar e execu-
Abaixo, conferimos atenção em detalhes aos seus tar programas de formação profissional contribuindo
principais aspectos: para qualificação profissional no campo da saúde pú-
blica no País;
Estatuto Social da Empresa Brasileira de Serviços VIII – apoiar a execução de planos de ensino e pes-
Hospitalares – EBSERH quisa, cuja vinculação com o campo da saúde pública
torne necessária a cooperação, em especial na imple-
A Lei nº 12.550/2011, que criou a EBSERH, determi- mentação de residência médica, uniprofissional ou
nou que ela fosse regulada por estatuto social, como multiprofissional, no campo da saúde, nas especiali-
é padrão no caso de empresas públicas. Neste sentido, dades e regiões estratégicas para o SUS;
pelo artigo 9º, §1º, cabe ao estatuto definir “[...] a com- IX – prestar serviços de apoio à geração do conhe-
posição, as atribuições e o funcionamento dos órgãos cimento em pesquisas básicas, clínicas e aplicadas,
referidos no caput”, que são o Conselho de Administra- promovendo, estimulando, coordenando, apoiando e exe-
ção, o Conselho Fiscal, o Conselho Consultivo e a Direto- cutando atividades de pesquisa, desenvolvimento e inova-
ria Executiva. Referido estatuto social deveria ser aprova- ção, com o objetivo de produzir conhecimentos e tecno-
do por ato do Poder Executivo federal (art. 9º, §5º), isto logia para o desenvolvimento da saúde pública do País;
é, decreto. Cumprindo tal finalidade, foi promulgado o X – realizar, na forma fixada pela Diretoria Executiva
Decreto nº 7.661/2011 (tópico do último edital de con- e aprovada pelo Conselho de Administração, aplica-
cursos públicos da EBSERH), mas depois disso foi aprova- ções não reembolsáveis ou parcialmente reembolsá-
do novo Estatuto, o qual estudamos aqui, em relação ao veis destinadas a apoiar projetos de ensino, pesquisa,
qual ainda não existe Decreto executivo correspondente. extensão e inovação na área de saúde;
XI – atuar em projetos e programas de cooperação
CAPÍTULO I técnica nacional e internacional com vistas ao desen-
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

DA RAZÃO SOCIAL, NATUREZA JURÍDICA, SEDE, volvimento de suas atividades e ao aprimoramento da


REPRESENTAÇÃO GEOGRÁFICA E PRAZO formação profissional e da saúde pública;
XII – prestar serviços delegados pelo Governo Federal
No geral, se repetem as disposições dos artigos 1o e com vistas ao cumprimento do seu objeto social; e
2o da Lei nº 12.550/2011, já comentadas anteriormente. XIII – exercer outras atividades inerentes às suas fina-
Especifica-se que o prazo de duração da EBSERH é inde- lidades.
terminado (artigo 3o). § 1o As atividades de prestação de serviços de assistên-
cia à saúde desenvolvidas pela EBSERH estarão inse-
ridas integral e exclusivamente no âmbito do Sistema
único de Saúde – SUS.

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§ 2o No desenvolvimento de suas atividades de assis- III -  Conselho Fiscal;
tência à saúde, a EBSERH observará as orientações da IV -  Conselho Consultivo;
Política Nacional de Saúde, de responsabilidade do V - Comitê de Auditoria;
Ministério da Saúde. * Os membros do Conselho Fiscal e do Comitê de Au-
ditoria estão investidos a partir da data de eleição, in-
CAPÍTULO III dependente de termo de posse (artigo 24).
DO CAPITAL SOCIAL E RECURSOS VI - Comitê de Elegibilidade, Indicação e Remuneração;
VII - Comitê de Compras e Contratações;
O capital social da EBSERH é de R$ 5.000.000,00 (cin- VIII - Comitê de Partes Relacionadas;
co milhões de reais), integralmente sob a propriedade IX - Comissão de Ética.
da União, podendo ser alterado conforme previsão le-
gal (artigo 5o). No mais, repete-se o artigo 8o da Lei nº * Os membros dos incisos I, III e V serão remunerados,
12.550/2011 sobre a composição dos recursos. conforme definido pela Assembleia Geral.
QUÓRUM DE DELIBERAÇÕES – Maioria simples (ar-
#FicaDica tigo 27).

O artigo 9º da lei nº 12.550/2011 prevê al- CAPÍTULO VI


guns órgãos que irão compor a EBSERH: DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Conselho de Administração (funções
deliberativas), Diretoria Executiva, Con- O órgão de orientação superior da EBSERH é o Con-
selho Fiscal e Conselho Consultivo. Con- selho de Administração, composto por nove mem-
tudo, nada impede que sejam criados no- bros, eleitos pela Assembleia Geral, obedecendo a se-
vos órgãos pelo Estatuto da EBSERH, desde guinte composição, conforme artigo 41:
que compatíveis com estes. De fato, o novo - três membros indicados pelo Ministro de Estado
estatuto da EBSERH o faz. Além de instituir da Educação, sendo que um será o Presidente do
a Assembleia Geral, também cria outros Conselho e outro substituto nas suas ausências e
órgãos estatutários, sendo eles quatro Co- impedimentos;
mitês (de Auditoria; de Elegibilidade, Indi- - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a
cação e Remuneração; de Compras e Con- Presidência do Conselho, ainda que interinamente;
tratações; e de Partes Relacionadas) e uma - um membro indicado pelo Ministro de Estado do
Comissão de Ética. Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
- dois membros indicados pelo Ministro de Estado da
Saúde;
CAPÍTULO IV - um representante dos empregados; e
DA ASSEMBLEIA GERAL - um membro indicado pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Su-
A Assembleia Geral é o órgão máximo da EBSERH e
perior - ANDIFES, sendo reitor de universidade fe-
tem poderes para deliberar sobre todos os negócios re-
deral ou diretor de hospital universitário federal.
lativos ao seu objeto social, contando com competência
para alterar o estatuto social da EBSERH e alterar seu ca-
A função é pessoal e não se admite substituto tempo-
pital social, dentre outras (artigos 7o e 11). Ela se reunirá
uma vez ao ano ordinariamente e extraordinariamente rário ou suplente (artigo 44).
sempre que necessário (artigo 8o). Ela será convocada O prazo de gestão dos membros do Conselho de Ad-
pelo Conselho de Administração ou, quando a lei admi- ministração será de dois anos contados a partir da data
tir, pela Diretoria Executiva, pelo Conselho Fiscal ou pela de publicação do ato de nomeação, podendo ser recon-
União (artigo 9o). Suas deliberações são registradas no duzidos por igual período por até 3 (três) vezes (artigo 42).
livro de atas (artigo 10). O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinaria-
mente, mensalmente e, extraordinariamente, sempre
CAPÍTULO V que necessário (artigo 45).
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS O artigo 47 fixa a competência do Conselho de Ad-
ministração, que envolve, dentre outras: fixar as orien-
São eles, conforme artigo 12, estando em negrito tações gerais das atividades da empresa, aprovar seu
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

os originariamente previstos na Lei nº 12.550/2011 e já regimento interno, convocar a Assembleia Geral, criar
abordados no antigo Estatuto Social: Comitês de suporte e etc.
Art. 47. Compete ao Conselho de Administração:
I - Conselho de Administração (administra e orienta); I – fixar a orientação geral dos negócios da empresa;
II -  Diretoria Executiva; II – eleger e destituir os membros da Diretoria Executi-
* Os membros destes 2 órgãos acima se consideram va da empresa, fixando-lhes as atribuições;
administradores (conforme artigo 15, os quais devem III – fiscalizar a gestão dos membros da Diretoria Exe-
preencher requisitos do artigo 17 e não estarem impe- cutiva, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis
didos de exercer as funções, de acordo com vedações da companhia, solicitar informações sobre contratos
do artigo 18 – assinarão termo de posse, conforme ar- celebrados ou em via de celebração, e quaisquer ou-
tigos 21 e 22). tros atos;

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IV – manifestar-se previamente sobre as propostas a a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à
serem submetidas à deliberação dos acionistas em as- licitude e à eficácia da ação administrativa;
sembleia; b) contribuição para o resultado do exercício;
V – aprovar a inclusão de matérias no instrumento de c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de
convocação da Assembleia Geral, não se admitindo a negócios e atendimento à estratégia de longo prazo;
rubrica “assuntos gerais”; XXIII – nomear e destituir os titulares da Auditoria
VI – convocar a Assembleia Geral; Interna, após aprovação da Controladoria Geral da
VII – manifestar-se sobre o relatório da administração União;
e as contas da Diretoria Executiva; XXIV – conceder afastamento e licença ao Presidente
VIII – manifestar-se previamente sobre atos ou contra- da Empresa, inclusive a título de férias;
tos relativos à sua alçada decisória; XXV – aprovar o Regulamento Interno de Licitações e
IX – autorizar a alienação de bens do ativo não cir- Contratos;
culante, a constituição de ônus reais e a prestação de XXVII – aprovar a prática de atos que importem em
renúncia, transação ou compromisso arbitral;
garantias a obrigações de terceiros;
XXVIII – discutir, aprovar e monitorar decisões envol-
X – autorizar a alienação de bens do ativo não circu-
vendo práticas de governança corporativa, relaciona-
lante, a constituição de ônus reais e a prestação de
mento com partes interessadas e Código de Conduta
garantias a obrigações de terceiros; e Integridade dos agentes;
X – autorizar e homologar a contratação de auditores XXIX – subscrever Carta Anual de que trata o § 1o do
independentes, bem como a rescisão dos respectivos art. 13 do Decreto 8.945/2016;
contratos; XXX – estabelecer política de porta-vozes visando a
XI – aprovar as Políticas de Controle Interno, Con- mitigar o risco de contradição entre informações de
formidade e Gerenciamento de Riscos, Dividendos e diversas áreas e as dos executivos da empresa;
Participações societárias, bem como outras políticas XXXI – avaliar os membros da Diretoria Executiva
gerais da empresa; da empresa, nos termos do inciso III do art. 13 da Lei
XII – aprovar as Políticas de Controle Interno, Con- 13.303, de 30 de junho de 16, podendo contar com
formidade e Gerenciamento de Riscos, Dividendos e apoio metodológico e procedimental do Comitê de
Participações Societárias, bem como outras políticas Elegibilidade, Indicação e Remuneração;
gerais da empresa; XXXII – aprovar a fiscalizar o cumprimento das me-
XIII – analisar, ao menos trimestralmente, o balancete tas e resultados específicos a serem alcançados pelos
e demais demonstrações financeiras elaboradas perio- membros da Diretoria Executiva;
dicamente pela empresa, sem prejuízo da atuação do XXXIII – promover anualmente análise de atendimen-
Conselho Fiscal; to das metas e resultados na execução do plano de
XIV – determinar a implantação e supervisionar os sis- negócios e da estratégia de longo prazo, sob pena de
temas de gestão de riscos e de controle interno esta- seus integrantes responderem por omissão, devendo
belecidos para a prevenção e mitigação dos principais publicar suas conclusões e informa-las ao Congresso
riscos a que está exposta a Ebserh, inclusive os riscos Nacional e ao Tribunal de Contas;
relacionados à integridade das informações contábeis XXXIX 0 manifestar sobre remuneração dos membros
e financeiras e os relacionados à ocorrência de corrup- da Diretoria Executiva;
ção e fraude; XXXV – autorizar a constituição de subsidiárias;
XV – definir os assuntos e valores para sua alçada de- XXXVI – aprovar o Regulamento de Pessoal, bem
como quantitativo de pessoal próprio e de cargos em
cisória e da Diretoria Executiva;
comissão, acordos coletivos de trabalho, programa de
XVI – identificar a existência de ativos não de uso pró-
participação dos empregados nos lucros ou resulta-
prio da empresa e avaliar a necessidade de mantê-los;
dos, plano de cargos e salários, plano de funções, be-
XVII – deliberar sobre os casos omissos do estatuto so- nefícios de empregados e programa de desligamento
cial da empresa, em conformidade com o disposto na de empregados;
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976; XXXVII – aprovar o patrocínio a plano de benefícios;
XVIII – aprovar o Plano Anual de Atividades de Audi- XXXVIII – estabelecer a Política de Seleção para os
toria Interna – PAINT e o Relatório Anual das Ativida- titulares das unidades de auditoria interna, área de
des de Auditoria Interna – RAINT, sem a presença do controle interno, conformidade a gestão de riscos, e
Presidente da empresa; ouvidoria;
XIX – criar comitês de suporte ao Conselho de Ad- XXXIX – estabelecer política de divulgação de infor-
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

ministração, para aprofundamento dos estudos de mações visando a transparência, clareza e equidade; e
assuntos estratégicos, de forma a garantir a decisão XL – autorizar a formalização dos contratos de gestão,
a ser tomada pelo Colegiado seja tecnicamente bem previstos no art. 6o da Lei 12.550/2011.
fundamentada;
XX – eleger e destituir os membros de comitês de su- CAPÍTULO VI
porte ao Conselho de Administração; DA DIRETORIA EXECUTIVA
XXI – atribuir formalmente a responsabilidade pelas
áreas de Controle Interno, Conformidade e Gerencia- Trata-se de órgão de administração e representação,
mento de Riscos a membros da Diretoria Executiva; devendo assegurar o funcionamento regular da empresa
XXII – realizar a avaliação anual, individual e coletiva, (artigo 48). É composta pelo Presidente e até seis Direto-
de seu desempenho, observados os quesitos mínimos: res, eleitos pelo Conselho da Administração (artigo 49). O

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prazo do mandato é de 2 (dois) anos, aceitas até 3 (três) - um membro indicado pelo Ministro de Estado da
reconduções consecutivas (artigo 51). A Diretoria reunir- Educação, que exercerá a sua presidência;
-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordi- - um membro indicado pelo Ministro de Estado da
nariamente, sempre que necessário (artigo 52). Saúde; e
Com efeito, o artigo 57 fixa as competências do ór- - um membro indicado pelo Ministro de Estado da
gão, ao passo que o artigo 58 fixa a competência do Pre- Fazenda como representante do Tesouro Nacional. 
sidente e o artigo 59 a competência de seus membros.
O prazo do mandato é de 2 (dois) anos, aceitas até 3
Art. 57. Compete à Diretoria Executiva, no exercício (três) reconduções consecutivas (artigo 61).
das suas atribuições e respeitadas as diretrizes fixadas A competência do Conselho Fiscal é determinada no
pelo Conselho de Administração: artigo 66, dentre elas a de fiscalizar, por qualquer de seus
I – gerir as atividades da empresa e avaliar os seus
membros, os atos dos administradores e verificar o cum-
resultados;
primento dos seus deveres legais e estatutários.
II – monitorar a sustentabilidade dos negócios, os ris-
cos estratégicos e respectivas medidas de mitigação,
Art. 66. Compete ao Conselho Fiscal:
elaborando relatórios gerenciais com indicadores de
I – fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos
gestão;
dos Administradores e verificar o cumprimento dos
III – elaborar os orçamentos anuais e plurianuais da
seus deveres legais e estatutários;
empresa e acompanhar sua execução;
IV – definir a estrutura organizacional da empresa e II – opinar sobre o relatório anual da administração e
a distribuição interna das atividades administrativas; as demonstrações financeiras do exercício social;
V – aprovar as normas internas de funcionamento da III – manifestar-se sobre as propostas dos órgãos da
empresa; administração, a serem submetidas à Assembleia Ge-
VI – promover a elaboração, em cada exercício, do re- ral, relativas à modificação do capital social e bônus
latório da administração e das demonstrações finan- de subscrição, planos de investimentos ou orçamentos
ceiras, submetendo-os à Auditoria Independente e aos de capital, distribuição de dividendo, transformação,
Conselhos de Administração e Fiscal e ao Comitê de incorporação, fusão ou cisão;
Auditoria; IV – denunciar, por qualquer de seus membros, aos
VII – autorizar previamente os atos e contratos relati- órgãos de administração e, se estes não adotarem as
vos à sua alçada decisória; providências necessárias para a proteção dos interes-
VIII – indicar os representantes da empresa nos órgãos ses da empresa, à Assembleia Geral, os erros, fraudes
estatutários de suas participações societárias; ou crimes que descobrirem, e sugerir providências;
IX – submeter, instruir e preparar adequadamente os V – convocar a Assembleia Geral Ordinária, se os ór-
assuntos que dependam de deliberação do Conse- gãos da administração retardarem por mais de um
lho de Administração, manifestando-se previamente mês essa convocação, e a Extraordinária, sempre que
quando não houver conflito de interesse; ocorrerem motivos graves ou urgentes;
X – cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as delibe- VI – analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e
rações da Assembleia Geral e do Conselho de Admi- demais demonstrações financeiras elaboradas perio-
nistração, bem como avaliar as recomendações do dicamente pela empresa;
Conselho Fiscal; VII – fornecer, sempre que solicitadas, informações so-
XI – colocar à disposição dos outros órgãos societá- bre matéria de sua competência a União;
rios pessoal qualificado para secretariá-los e prestar o VIII – exercer essas atribuições durante a eventual li-
apoio técnico necessário; quidação da empresa;
XII – aprovar o seu Regimento Interno; IX – examinar o RAINT e PAINT;
XIII – deliberar sobre os assuntos que lhe submeta X – assistir às reuniões do Conselho de Administração
qualquer Diretor; ou da Diretoria Executiva em que se deliberar sobre
XIV – apresentar, até a última reunião ordinária do assuntos que ensejam parecer do Conselho Fiscal;
Conselho de Administração do ano anterior, plano de XI – aprovar seu Regimento Interno e seu plano de
negócios para o exercício anual seguinte e estratégia trabalho anual;
de longo prazo atualizada com análise de riscos e XII – realizar a autoavaliação anual de seu desempe-
oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) nho, individual e coletiva;
anos; XIII – acompanhar a execução patrimonial, financeira
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

XV – propor a constituição de subsidiárias; e e orçamentária, podendo examinar livros, quaisquer


XVI – convocar assembleia geral, nas hipóteses admi- outros documentos e requisitar informações; e
tidas em lei. XIV – fiscalizar o cumprimento do limite de participa-
ção da empresa no custeio dos benefícios de assistên-
CAPÍTULO VIII cia à saúde e de previdência complementar.
CONSELHO FISCAL

O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EB-


SERH (artigo 60), compõe-se de três membros efetivos
e respectivos suplentes, eleitos pela Assembleia Geral,
conforme artigo 61:

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CAPÍTULO IX O mandato é de 3 (três) anos e é permitida uma única
CONSELHO CONSULTIVO reeleição (artigo 75).
O comitê se reunirá ao menos 2 (duas) vezes ao mês
Conselho Consultivo é órgão permanente da EBSERH (artigo 79).
que tem as finalidades de consulta, controle social e As atas do Comitê serão disponibilizadas no site da
apoio à Diretoria Executiva e ao Conselho de Administra- EBSERH (artigo 80).
ção, e é constituído pelos seguintes membros, conforme Entre outras competências, o Comitê supervisiona as
artigo 67: atividades dos auditores e de controle interno (artigo 81).
- o Presidente da EBSERH, que o preside; O Comitê de Auditoria deve ter meios para receber
- dois representantes do Ministério da Educação; denúncias (artigo 83).
- um representante do Ministério da Saúde;
- um representante dos usuários dos serviços de saú- CAPÍTULO XI
de dos hospitais universitários federais, indicado DO COMITÊ DE ELEGIBILIDADE, INDICAÇÃO E RE-
pelo Conselho Nacional de Saúde; MUNERAÇÃO
- um representante dos residentes em saúde dos hos-
pitais universitários federais, indicado pelo conjun- Cabe a ele auxiliar a União na verificação da confor-
to de entidades representativas; midade do processo de indicação e de avaliação dos Ad-
- um reitor ou diretor de hospital universitário, indica- ministradores e conselheiros fiscais (artigo 84).
do pela ANDIFES; e Será constituído por 3 (três) membros, escolhidos
- um representante dos empregados dos hospitais entre integrantes de outros Comitês ou do Conselho de
universitários federais administrados pela EBSERH, Administração, sem remuneração adicional (artigo 85).
indicado pela respectiva entidade representativa.  O Comitê opina sobre a indicação de Administrado-
res e Conselheiros Fiscais quanto ao preenchimento de
A atuação de membros do Conselho Consultivo não requisitos; elaborar, avaliar a compatibilidade e zelar pe-
será remunerada e será considerada como função rele- las políticas de remuneração de administradores da EB-
vante, assegurado o reembolso das despesas de loco- SERH; entre outras (artigo 86).
moção e estada necessárias ao desempenho da função
(artigo 67).  CAPÍTULO XII
As atribuições do Conselho Consultivo estão descritas DO COMITÊ DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES
no artigo 68: opinar sobre as linhas gerais das políticas,
diretrizes e estratégias da EBSERH, orientando o Conselho O Comitê opina e delibera sobre as compras e contra-
de Administração e a Diretoria Executiva no cumprimen- tações feitas pela EBSERH, inclusive de locação de imó-
to de suas atribuições; propor linhas de ação, programas, veis (artigos 87 e 88). É composto por 5 (cinco) membros
estudos, projetos, formas de atuação ou outras medidas, indicados pelo Conselho de Administração, que exerce-
orientando para que a EBSERH atinja os objetivos para a rão o mandato por 2 (dois) anos, vedada a recondução
qual foi criada; acompanhar e avaliar periodicamente o (artigo 89). A reunião será semanal (artigo 90).
desempenho da EBSERH; e assistir à Diretoria e ao Con- Os critérios para decidir sobre compras e contrata-
selho de Administração em suas funções, sobretudo na ções são: oportunidade, conveniência, preço, quantida-
formulação, implementação e avaliação das estratégias de e razões que justifiquem a escolha do fornecedor ou
de ação da EBSERH.  prestador de serviços (artigo 91).
O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente Os membros respondem solidariamente por suas de-
pelo menos uma vez por ano e, extraordinariamente, liberações (artigo 93).
sempre que convocado pelo presidente, por sua inicia-
tiva ou por solicitação do Conselho de Administração, ou CAPÍTULO XIII
a pedido de um terço dos seus membros (artigo 69). DA COMISSÃO DE ÉTICA

CAPÍTULO X O artigo 95 do Estatuto disciplina a Comissão de Éti-


DO COMITÊ DE AUDITORIA ca, que deve ser obrigatoriamente formada em todo ór-
gão e entidade da administração direta e indireta, com
É o órgão que dá suporte ao Conselho de Adminis- caráter deliberativo e também de aconselhamento, sem
tração no exercício de suas funções de auditoria e fiscali- prejuízo de investigação de denúncias e aplicação da
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

zação. Ele possui autonomia operacional e dotação orça- pena de censura.


mentária própria (artigo 70). Será integrado por 3 (três)
membros, não havendo suplente (artigo 71). O artigo 73 CAPÍTULO XIV
fixa os requisitos para os membros. O cargo é pessoal e DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FI-
não aceita substituição temporária (artigo 78). NANCEIRAS E DOS LUCROS
O Conselho de Administração pode convidar o Comi-
tê da Auditoria para assistir suas reuniões (artigo 74). Ao O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano
menos um membro sempre deverá estar presente (artigo civil (01/01 a 31/12), conforme artigo 96. Deverá fazer
82). O Conselho também pode destituir membros do Co- demonstrações financeiras trimestrais e divulga-las na
mitê mediante voto justificado da maioria absoluta dos internet (artigo 97). Outras questões financeiras e orça-
membros (artigo 76). mentárias são abordadas do artigo 98 a 101.

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CAPÍTULO XV Resposta: Letra E. O Estatuto Social da EBSERH pre-
DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL vê que o órgão de orientação superior da EBSERH é
o Conselho de Administração, composto por nove
A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva membros, eleitos pela Assembleia Geral, conforme ar-
distribuição de competências serão estabelecidas pelo tigo 41.
Conselho de Administração, mediante proposta da Dire-
toria Executiva (artigo 102). Os empregados se sujeitam à 2. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH – Assistente Ad-
CLT (artigo 103), mas se exige a aprovação em concurso ministrativo – Adaptada) De acordo com o Estatuto So-
(artigo 104). Contudo, existem cargos em comissão na cial da EBSERH, assinale a alternativa correta:
estrutura da empresa (artigo 105). 
a) A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal,
CAPÍTULO XVI e atuação em todo o território nacional, podendo criar
DA AUDITORIA INTERNA subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e represen-
tações no país.
É vinculada ao Conselho de Administração, direta- b) A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico dos entes
mente ou por meio do Comitê de Auditoria, executando públicos, inclusive quanto aos direitos e obrigações
as atividades de auditoria de natureza contábil, financei- civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
ra, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacio- c) A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Fede-
nal da empresa, propondo medidas corretivas e preven- ral, e atuação em todo o território nacional, vedada a
tivas e verificando o atendimento das determinações da criação de subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios
CGU e do TCU (artigos 106 e 107). A cada 3 (três) meses e representações no país.
serão enviados relatórios trimestrais ao Comitê de Audi- d) A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das
toria (artigo 108). empresas privadas, exceto quanto aos direitos e obri-
gações trabalhistas e tributárias.
CAPÍTULO XVII e) A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal,
ÁREA DE CONTROLE INTERNO, CONFORMIDADE E sendo sujeita à supervisão do Ministério da Saúde.
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Resposta: Letra A. A Lei nº 12.550/2011 prevê: “art. 2º
Se vincula ao Presidente da EBSERH e pode ser con- A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal,
duzida por ele ou por um Diretor estatutário (artigo 109). e atuação em todo o território nacional, podendo criar
Contudo, a área pode reportar diretamente ao Conselho subsidiárias, sucursais, filiais ou escritórios e represen-
de Administração em caso de suspeita de envolvimento tações no país”. No mesmo sentido, os artigos 1o e 2o
do Presidente no descumprimento de seus deveres (arti- do Estatuto.
go 110). Entre outras competências, cabe a ela propor e
coordenar políticas de controle interno, conformidade e
gerenciamento de riscos (artigo 111). CÓDIGO DE ÉTICA E CONDUTA DA EBSERH
- PRINCÍPIOS ÉTICOS E COMPROMISSOS
CAPÍTULO XVIII DE CONDUTA - 1ª EDIÇÃO – 2017.
OUVIDORIA

Se vincula ao Conselho de Administração (artigo 112). “As relações de valor que existem entre o ideal mo-
Pode receber e examinar sugestões e denúncias internas ral traçado e os diversos campos da conduta humana
e externas (artigo 113), encaminhando os procedimentos podem ser reunidas em um instrumento regulador. Tal
necessários para a solução dos problemas (artigo 114). conjunto racional, com o propósito de estabelecer linhas
ideais éticas, já é uma aplicação desta ciência que se con-
substancia em uma peça magna, como se uma lei fosse
entre partes pertencentes a grupamentos sociais. Uma
EXERCÍCIOS COMENTADOS espécie de contrato de classe gera o Código de Ética Pro-
fissional e os órgãos de fiscalização do exercício passam
1. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH – Analista Admi- a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva,
nistrativo – Adaptada) De acordo com o que estabelece pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

o Estatuto Social da EBSERH, o órgão de orientação su- seu grupo e o todo social. O interesse no cumprimen-
perior da EBSERH, composto por nove membros, nomea- to do aludido código passa, entretanto, a ser de todos.
dos pelo Ministro de Estado da Educação, é: O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível
de cada profissional [...], mas com proveito geral. Cria-
a) a Diretoria Executiva. -se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma
b) o Conselho Fiscal. educação pertinente que conduza à vontade de agir, de
c) Auditoria Interna. acordo com o estabelecido. Essa disciplina da atividade é
d) a Presidência. antiga, já encontrada nas provas históricas mais remotas,
e) o Conselho de Administração. e é uma tendência natural na vida das comunidades. É
inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua for-
ma de realizar seu trabalho, mas também o é que uma

9
norma comportamental deva reger a prática profissional construção de identidade e imagem de uma organização
no que concerne a sua conduta, em relação a seus seme- reconhecida, com foco no trabalho inovador e de exce-
lhantes” 1. Logo, embora se reconheça que o indivíduo lência, alinhado às boas práticas de governança corpora-
tem particularidades no desempenho de suas funções, tiva e à comunicação transparente com todos os públicos
isto é, que emprega algo de sua personalidade no exer- com os quais a rede Ebserh se relaciona. Busca-se, nesse
cício delas, cabe o estabelecimento de um rol de condu- código, destacar os princípios e valores que são espera-
tas padronizadas genericamente, as quais correspondem dos dos colaboradores no exercício de suas atividades
ao melhor desempenho profissional que se pode ter, um e na convivência, com a inibição de ações antiéticas e
desempenho ético. atitudes inapropriadas”.
“Para que um Código de Ética Profissional seja organi- Abaixo transcreve-se na íntegra o Código de Ética,
zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base diante de seu relevante conteúdo normativo:
filosófica. Tal base deve estribar-se nas virtudes exigíveis
a serem respeitadas no exercício da profissão, e em geral CAPÍTULO I
abrange as relações com os utentes dos serviços, os co- DOS OBJETIVOS
legas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns
a todos os códigos. As virtudes específicas de cada pro- Art. 1º - O Código de Ética e Conduta da Empresa Bra-
fissão representam as variações entre os diversos estatu- sileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) tem por ob-
tos éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer jetivo estruturar os princípios e valores que norteiam
profissão, pois representa uma qualidade imprescindível as ações e os compromissos de conduta institucionais,
a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O nas relações internas e externas à Rede Ebserh. Busca-
sigilo, todavia, deixa de ser necessário em profissões que -se, por meio deste documento, estabelecer um meca-
não lidam com confidências e resguardos de direitos” 2. nismo de fortalecimento institucional e de princípios
Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, ge- éticos efetivos que representem os valores preconiza-
nérico, e o dever de sigilo, específico, já que tem acesso a dos pela Ebserh.
informações privilegiadas no exercício do cargo.
Art. 2º - Este Código de Ética e Conduta é de obser-
O Decreto nº 1.171/92 obrigou que todos os órgãos
vância obrigatória por todos os membros do Conse-
da administração direta e indireta instituíssem uma Co-
lho de Administração, do Conselho Fiscal, da Direto-
missão de Ética:
ria Executiva, profissionais do quadro permanente da
Empresa, ocupantes de cargos de confiança, profissio-
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública
nais ou servidores requisitados ou cedidos de outros
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
órgãos públicos, profissionais de empresas prestado-
dias, as providências necessárias à plena vigência do ras de serviços, servidores públicos que encontram-se
Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da desempenhando suas atividades nas unidades da Eb-
respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser- serh, pessoas físicas e jurídicas prestadoras de serviços
vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou à Ebserh, estagiários, residentes e todos aqueles que,
emprego permanente. de forma individual ou coletiva, por força de lei, con-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética trato ou qualquer outro ato jurídico, prestem serviços
será comunicada à Secretaria da Administração Fede- à Empresa, sejam de natureza permanente, temporá-
ral da Presidência da República, com a indicação dos ria ou excepcional, ainda que sem retribuição finan-
respectivos membros titulares e suplentes. ceira, direta ou indiretamente.
A EBSERH se vincula a esta determinação e possui
uma Comissão de Ética, a qual será responsável por CAPÍTULO II
zelar pela aplicação do Código de Ética que a própria DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS
empresa elaborou. A respeito deste, a própria EBSERH
assim apresenta: “O Código de Ética e Conduta da Em- Art. 3º - A Ebserh observará os princípios constantes
presa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) baliza no artigo 37 da Constituição Federal vigente, zelan-
os princípios e valores requerido de seus colaboradores. do pela predominância da probidade administrativa,
É o norteador principiológico de ações, buscando asse- da integridade, da dignidade da pessoa humana, da
gurar, em um patamar superior de ética e valores, a todas urbanidade, da transparência, da honestidade, da
as categorias e níveis hierárquicos, uma conduta integra lealdade, do repúdio ao preconceito e ao assédio, do
no relacionamento com pacientes e seus familiares, co- respeito à diversidade, da responsabilidade social e do
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

legas, fornecedores e público em geral. Neste sentido, desenvolvimento sustentável, do interesse público, do
trata-se de um documento norteador das condutas pes- sigilo profissional, sem prejuízo dos demais princípios
soais e profissionais de todos os empregados da Ebserh, norteadores da Administração Pública Federal.
independente do cargo ou da função que ocupem. Este Parágrafo único. As Informações confidenciais ou es-
documento tem como inspiração a visão, a missão e os tratégicas sejam limitadas a pessoas com necessidade
valores institucionais, entrelaçados com a ética nas con- de conhecimento, incluindo divulgação interna junto a
dutas em suas diferentes dimensões, objetivando uma outros colaboradores bem como a terceiros.

1 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, Art. 4º - Os princípios éticos, tais como o decoro, o
2010. zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais,
2 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, deverão ser considerados em todas as decisões dos
2010.

10
gestores, bem como em todos os relacionamentos
empreendidos no âmbito da empresa, com o objetivo FIQUE ATENTO!
de contribuir para a construção e a consolidação da O Código de Ética e Conduta da EBSERH
identidade da Ebserh como uma instituição que pre- também aborda questões sobre os relacio-
za pela preservação da ética em todos os seus atos e namentos internos e externos da empresa,
instâncias. além de trazer disposições gerais, respecti-
vamente nos capítulos IV, V e VI. No último
CAPÍTULO III concurso, estes capítulos foram bastante
DOS COMPROMISSOS DE CONDUTA cobrados.
Art. 5º - Os compromissos de conduta constantes nes-
te Código de Ética e Conduta são fundamentados e CAPÍTULO IV
decorrem dos princípios e valores fundamentais su- DOS RELACIONAMENTOS NO ÂMBITO INTERNO
pracitados. No exercício da governança corporativa, a
Ebserh irá pautar sua atuação e suas decisões em con- Art. 9º - A Ebserh buscará adotar medidas para que
formidade com os princípios e valores fundamentais não haja distinção de tratamento entre as pessoas que
orientadores deste Código de Ética e Conduta. atuam na Empresa, com respeito à hierarquia e ao de-
sempenho das competências de cada um, e em con-
Art. 6º - Os princípios e valores norteadores da atua- formidade com os princípios e valores fundamentais
ção da Ebserh, bem como seus compromissos de con-
duta, devem estar refletidos nos relacionamentos nos Art. 10 - Todas as pessoas que atuam no âmbito da
âmbitos interno e externo à Empresa, em conformida- Ebserh deverão contribuir para o estabelecimento e a
de com o que dispõem os artigos 3° e 4° deste Código manutenção de um ambiente de trabalho em que pre-
de Ética e Conduta, sempre zelando pela imagem, re- valeçam a cooperação, eficiência, dedicação, iniciativa,
putação e integridade da Ebserh. justiça, responsabilidade, transparência e a urbanidade.
Parágrafo único. A marca da empresa e o conheci-
mento produzido internamente no desenvolvimento Art. 11 - Todos os que atuam na Ebserh devem se com-
de suas atividades ou em parceria são patrimônios prometer no sentido de não serem coniventes com
institucionais e devem ser sempre protegidos por to- qualquer infração a este Código de Ética e Conduta,
dos colaboradores. A propriedade intelectual da em- bem como aos demais atos normativos da Empresa.
presa diz respeito ao seu direito de proteção às ideias
e criação desenvolvidas internamente ou em parceria CAPÍTULO V
e inclui sua marca, patentes, direitos autorais, registro DOS RELACIONAMENTOS NO ÂMBITO EXTERNO
de software, dentre outros. Deve-se proteger a mar-
ca e a propriedade intelectual do mau uso, desvios ou Art. 12 - A Ebserh se pautará, em suas relações exter-
utilização para benefícios pessoais. O mesmo cuidado nas, pelo mais elevado padrão ético, bem como pelos
e respeito deve ser observado com relação à proprie- princípios e valores fundamentais orientadores deste
dade intelectual de terceiros. Código de Ética e Conduta, assumindo o compromis-
so de regular tais relações por meio de procedimentos
Art. 7º - O agente público da empresa, ao manifestar imparciais, isonômicos, transparentes, idôneos e em
suas opiniões sobre as atividades da Ebserh, no exer- conformidade com a legislação pertinente.
cício da liberdade de expressão, deve deixar claro se
tratar de opinião pessoal, resguardando à reputação Art. 13 - A atuação da Ebserh se pautará pelo compro-
da empresa e de seus agentes. misso com os projetos e as políticas governamentais
Parágrafo único. O empregado pode discordar de vigentes, buscando a prestação de serviços de forma
práticas ou políticas adotadas pela empresa, devendo responsável e em consonância com o interesse públi-
discutir suas ideais com chefe imediato e apresentar co, com foco no paciente.
sugestões. A empresa estimula o clima de abertura
como forma de impedir a estagnação, encorajando a Art. 14 - A Ebserh atuará permanentemente na pre-
criatividade e o não conformismo. As críticas feitas às venção e repressão ao surgimento e manutenção de
claras e pelos os canais de comunicação adequados práticas que possam resultar em vantagens ou bene-
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

são bem-vindas e consideradas demonstração de leal- fícios pessoais que caracterizem conflito de interesse
dade à empresa. para os envolvidos, bem como participação em prá-
ticas claramente ilegais, desleais ou contrárias aos
Art. 8º - A preservação ambiental e iniciativas de sus- princípios éticos.
tentabilidade serão levadas em consideração pela Eb-
serh nas ações, projetos e relações de que sejam parte. Art. 15 - Na prestação de serviços de saúde pelos Hos-
pitais Universitários (HUs) filiais, a Ebserh buscará o
compromisso com a satisfação dos pacientes e o res-
peito aos seus direitos, em atenção às questões apon-
tadas pelos usuários dos HUs.

11
Parágrafo único. A Ebserh deve nortear suas ações mativos referenciados no inciso III do artigo 17, princi-
com intuito de preservar o bom relacionamento com palmente os editados pela Comissão de Ética Pública,
pacientes, pautando sempre no compromisso e satis- da Presidência da República, e no Regimento Interno
fação no seu atendimento, preservando o princípio da da CEE.
equidade. § 1o A denúncia de uma conduta contrária aos precei-
tos éticos poderá ser feita por qualquer cidadão, em-
Art. 16 - A Ebserh buscará prevenir corrupções e frau- pregado da Ebserh ou não.
des, bem como conflito entre os interesses privados de § 2o Será assegurado ao investigado o direito à ampla
seus colaboradores e o interesse público. defesa e ao contraditório.
Parágrafo único. Não serão tolerados quaisquer atos § 3o É vedado à CEE divulgar informação sobre qual-
lesivos à administração pública, nacional ou estran- quer processo instaurado.
geira, ou a qualquer outra instituição ou indivíduos
com os quais a Ebserh mantenha vínculo. Art. 20 - A Ebserh estabelecerá mecanismo de prote-
ção que impeça qualquer espécie de retaliação a pes-
CAPÍTULO VI soa que utilize os canais de denúncias.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21 - Todas as pessoas que atuam no âmbito da
Art. 17 - Constituem-se em referências, e devem ser Ebserh devem tomar conhecimento e implementar as
utilizados conjunta ou subsidiariamente na aplicação orientações estabelecidas neste Código.
do Código de Ética e Conduta, os seguintes normati-
vos. Art. 22 - A Ebserh disponibilizará treinamento periódi-
I. Constituição Federal; co, no mínimo anual, sobre o Código de Ética e Con-
II. Código de Ética e Conduta Profissional do Servidor duta, para empregados e administradores.
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado
pelo Decreto nº 1.171, de 1994; Art. 23 - No ato da contratação, será disponibilizada
III. Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Fe- ao empregado contratado cópia do Código de Ética e
deral, instituído pelo Decreto nº 6.029, de 1º de feve- Conduta.
reiro de 2007;
IV. Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013; Art. 24 - Este Código entra em vigor na data de sua
V. Código de Conduta da Alta Administração Federal, publicação.
aprovado em 21 de agosto de 2000;
VI. Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008, da
Comissão de Ética Pública, da Presidência da Repú-
blica; EXERCÍCIOS COMENTADOS
VII. Códigos de Ética das categorias profissionais que
atuam na Ebserh;
1. (CESPE/2018 – EBSERH – Conhecimentos Básicos –
VIII. Regulamento de Pessoal da Ebserh;
Cargos de Nível Superior) À luz do Código de Ética e
IX. Regimento Interno da Ebserh;
Conduta da EBSERH, julgue o item que se segue.
X. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016;
XI. Decreto 8.945, de 27 de dezembro de 2016. Os agentes públicos que integrarem a Comissão de Ética
da EBSERH, assim como seus suplentes, serão indicados
Art. 18 – Compete à Comissão de Ética da Ebserh (CEE) pela presidência da empresa.
a divulgação, implementação e atualização deste Có-
digo de Ética e Conduta, a resposta a consultas éticas, ( ) CERTO ( ) ERRADO
bem como a apuração de denúncias de descumpri-
mento de conduta ética. Qualquer pessoa poderá en- Resposta: Certo. Nos termos do artigo 23, “o Presi-
trar em contato com a CEE, pelos canais de comunica- dente da Ebserh constituirá Comissão de Ética com-
ção indicados na intranet e internet, sendo assegurado posta por três servidores ou empregados titulares de
total sigilo e confidencialidade das informações. cargo efetivo ou emprego permanente, e seus respec-
§ 1o A Ebserh terá como compromisso fundamental a tivos suplentes, conforme Decreto nº 1.171, de 22 de
formação ética de seu pessoal, de modo que as condu- junho de 1994”.
tas não desprezem o elemento ético. Para isso, serão
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

adotadas medidas de orientação, estimulando o seu 2. (CESPE/2018 – EBSERH – Conhecimentos Básicos –


integral cumprimento. Cargos de Nível Superior) À luz do Código de Ética e
§ 2o A CEE será composta, na forma do seu regimento Conduta da EBSERH, julgue o item que se segue.
interno, por 3 agentes públicos da Ebserh e respectivos Serão assegurados total sigilo e confidencialidade das in-
suplentes, todos indicados pela Presidência da Empre- formações à pessoa que entrar em contato com a Comis-
sa, contando com o apoio de representantes indicados são de Ética da EBSERH pelos canais de comunicação da
pelos Colegiados Executivos nas filiais. Internet para relatar descumprimento de conduta ética
dos empregados da empresa.
Art. 19 - O tratamento de denúncias referentes à
transgressão deste Código de Ética e Conduta será ( ) CERTO ( ) ERRADO
feito precipuamente conforme disciplinado nos nor-

12
Resposta: Certo. Nos termos do artigo 18, “compe-
te à Comissão de Ética da Ebserh (CEE) a divulgação,
implementação e atualização deste Código de Ética e HORA DE PRATICAR!
Conduta, a resposta a consultas éticas, bem como a
apuração de denúncias de descumprimento de con- 1. (INSTITUTO AOCP/2016 - EBSERH - Técnico em En-
duta ética. Qualquer pessoa poderá entrar em contato fermagem) São recursos da EBSERH, conforme a Lei nº
com a CEE, pelos canais de comunicação indicados 12.550/2011, EXCETO:

a) os oriundos de dotações consignadas no orçamento


da União, dos Estados e dos Municípios.
b) as receitas decorrentes da prestação de serviços com-
preendidos em seu objeto.
c) as receitas da alienação de bens e direitos.
d) as receitas das aplicações financeiras que realizar.
e) as receitas dos direitos patrimoniais, tais como alu-
guéis, foros, dividendos e bonificações.

2. (CESPE/2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos -


Cargos de Nível Superior) Acerca da Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares (EBSERH), julgue o item a seguir.
Se um órgão público tiver interesse em contratar a EB-
SERH para realizar atividades relacionadas ao objeto so-
cial da empresa, a licitação será dispensada.

( ) CERTO ( ) ERRADO

3. (CESPE/2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos -


Cargos de Nível Médio) Acerca da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (EBSERH), julgue o item a seguir.
A EBSERH pode celebrar contrato temporário de empre-
go, nos termos da legislação pertinente, mediante pro-
cesso seletivo simplificado, e está sujeita à fiscalização do
Tribunal de Contas da União.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (CESPE/2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos -


Cargos de Nível Superior) No que se refere ao Estatuto
Social da EBSERH, julgue o próximo item.
A EBSERH se sujeita ao regime jurídico próprio das em-
presas privadas quanto aos direitos civis, comerciais e
trabalhistas, e ao regime jurídico de direito público quan-
to às obrigações tributárias.

( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (CESPE/2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos -


Cargos de Nível Superior) À luz do Código de Ética e
Conduta da EBSERH, julgue o item que se segue.
Os agentes públicos que integrarem a Comissão de Ética
da EBSERH, assim como seus suplentes, serão indicados
LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

pela presidência da empresa.

( ) CERTO ( ) ERRADO

13
6. (CESPE/2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos -
Cargos de Nível Médio) No que diz respeito ao Código ANOTAÇÕES
de Ética e Conduta da EBSERH, julgue o próximo item.
Para realizar uma denúncia à Comissão de Ética da EB-
SERH, o cidadão menor de idade terá de ser representa- ________________________________________________
do por seu responsável.
_________________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO
_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
GABARITO
_________________________________________________
1 A _________________________________________________
2 CERTO _________________________________________________
3 CERTO
_________________________________________________
4 ERRADO
5 CERTO _________________________________________________

6 ERRADO _________________________________________________

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LEGISLAÇÃO APLICADA À EBSERH

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ÍNDICE

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde
(SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal.................................................................................................................................... 01
Controle social no SUS................................................................................................................................................................................... 04
Resolução nº 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde................................................................................................................ 09
Constituição Federal de 1988, artigos de 194 a 200........................................................................................................................... 16
Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei nº 8.080/1990, Lei nº 8.142/1990 e Decreto Presidencial nº 7.508, de 28 de junho de 2011... 22
Determinantes sociais da saúde................................................................................................................................................................. 28
Sistemas de informação em saúde............................................................................................................................................................ 30
RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011 que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para
os Serviços de Saúde....................................................................................................................................................................................... 33
Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de 2017, que dispõe sobre a carta dos direitos e deveres da pessoa
usuária da saúde............................................................................................................................................................................................... 38
RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e dá
outras providências......................................................................................................................................................................................... 43
-1965 – CRIAÇÃO DO INSTITUTO NACIONAL
DE PREVIDENCIA SOCIAL (INPS) -DECRETO-LEI Nº
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO 72/1966
DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A Resultou da unificação dos IAPs, no contexto do re‐
CONSTRUÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE gime autoritário de 1964, vencendo as resistências a tal
SAÚDE (SUS) – PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E unificação por parte das categorias profissionais que
ARCABOUÇO LEGAL tinham institutos mais ricos. O INPS consolida o com‐
ponente assistencial, com marcada opção de compra de
serviços assistenciais do setor privado, concretizando o
modelo assistencial, que terá uma forte presença no fu‐
A criação do SUS “[...] está vinculada a uma ideia cen‐ turo SUS.
tral: todos têm direito à saúde”. Cria-se o Instituto Nacional da Previdência Social
Assim, essa “conquista política e social pode ser atri‐ (INPS), a partir da reunião dos antigos IAPs. O INPS con‐
buída a diversas lutas e esforços empreendidos pelo segue uniformizar o regime de aposentadorias e pen‐
movimento da Reforma Sanitária, em 1976 e 1988. Pela sões, mas não a assistência à saúde, pois vários Ministé‐
primeira vez na história do Brasil, foi promulgada uma rios atuavam no setor [...].
Constituição que reconhece a saúde como direito social”
(PAIM, 2009, p. 43). - LEI Nº 6.229/1975
Vejamos a evolução histórica: Estabelece o Sistema Nacional de Saúde, incumbido
ao Ministério da Saúde executar “as medidas e os aten‐
- 1500 – COLONIZAÇÃO dimentos de interesse coletivos” (art. 1, I), ou seja, mol‐
Nesse período tivemos a chegada dos colonizado‐ dadas pela ideia de saúde pública ou coletiva, no âmbito
res no Brasil, trazendo doenças – primeiro contato com da política nacional de saúde. Já o “atendimento médi‐
doenças , contaminando contaminaram os índios. Assim co-assistencial individualizado” restou como tarefa do
foi um período de alta mortalidade indígena. Esse perío‐ Ministério da Previdência e Assistencial Social (art. 1º, III),
do foi marcado por curandeiros, boticários (farmacêuti‐ que para isso constituiria o INAMPS.
cos)
- LEI Nº 6.439/1977
1800 - CONTROLE DO PORTOS
Cria o Instituto Nacional de Assistência Médica da
Família Real demonstra interesse de vir pro Brasil; Pes‐
Previdência Social (INAMPS) para prestar a assistência
soas vinham para o Brasil em navios, aglomeradas, sem
condições sanitárias ; Controle dos portos ou separação médica de que tratava o art. 1º, II, da Lei nº 6. 229/1975. A
nos portos: Dr. Manoel Sintomas ou sinais apresentados assistência à saúde, aqui, adquiriu contornos curativos e
: Endemia, Epidemia, Pandemia individualizados, muitas vezes em prejuízo de um plane‐
jamento conjunto das políticas de saúde e com proble‐
- CONSTITUIÇÃO DE 1824 mas de continuidade do atendimento prestado.
no seu artigo 179, inciso XXXI, traz a previsão de ga‐
rantia de “socorros públicos” – que pode ser considera‐ - DECRETO Nº 86.329/1981
da a primeira referência à proteção da saúde em norma Institui o Conselho Consultivo da Administração de
constitucional no país. Saúde Previdenciária (CONASP), composto por repre‐
sentantes da Administração Pública Federal, do Conselho
-DECRETO Nº 4.682/1923, Federal de Medicina e de representantes de entidades
conhecido como “Lei Eloy Chaves” é tido como o mar‐ de classe.
co legal da previdência Social no Brasil, ao criar as Caixas O “controle social participativo”, segundo “o princípio
de Aposentadorias e Pensões para as empresas ferroviá‐ de participação da comunidade na deliberação, gestão e
rias então existentes no país. Previa o direito a “socorros fiscalização” do setor da saúde é assim institucionaliza‐
médicos” e a “medicamentos obtidos por preço especial” dos. [...] Institui as primeiras Comissões Interinstitucionais
(art. 9º, I e II), para os ferroviários e seus dependentes. de Saúde, com a participação de gestores, representan‐
Com as “caixas”, surgem as primeiras discussões sobre a tes de prestadores públicos e privados, profissionais e
necessidade de se atender à demanda dos trabalhadores. usuários.
Nascem nesse momento complexas relações entre os se‐ Em 1982 foi implementado o Programa de Ações In‐
tores público e privado que persistirão no futuro Sistema tegradas de Saúde (PAIS), que enfatizava a Atenção Pri‐
Único de Saúde.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

mária, sendo a rede ambulatorial pensada como a “porta


de entrada” do sistema. Visava à integração das institui‐
- 1932 – CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS DE APOSEN- ções públicas da saúde mantidas pelas diferentes esfe‐
TADORIA E PENSÕES (IAPS)
ras de governo, em rede regionalizada e hierarquizada.
Os IAPs foram criados no Estado Novo de Getúlio
Propunha a criação de sistemas de referência e contra
Vargas. Os institutos podem ser vistos como resposta,
referência e a atribuição de prioridade para a rede públi‐
por parte do Estado, às lutas e reivindicações dos traba‐
lhadores no contexto de consolidação dos processos de ca de serviços de saúde, com complementação pela rede
industrialização e urbanização brasileiros. Acentua-se o privada, após sua plena utilização; previa a descentrali‐
componente de assistência médica, em parte por meio zação da administração dos recursos, a simplificação dos
de serviços próprios, mas, principalmente, por meio da mecanismos de pagamento dos serviços prestados por
compra de serviços do setor privado terceiros e seu efetivo controle, a racionalização do uso

1
de procedimentos de custo elevado e o estabelecimento recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
de critérios racionais para todos os procedimentos. Via‐ dos serviços correspondentes” do SUS detalha: os objeti‐
bilizou a realização de convênios trilaterais entre Minis‐ vos e atribuições; os princípios e diretrizes.
tério da Saúde, Ministério da Previdência e Assistência A primeira lei orgânica a organização, direção e ges‐
Social e Secretarias de Estado de Saúde, com o objetivo tão, a competência e atribuições de cada nível (federal,
de racionalizar recursos utilizando capacidade pública. estadual e municipal); a participação complementar do
sistema privado; recursos humanos; financiamento e ges‐
1986 - VIII CONFERENCIA NACIONAL DE SAÚDE tão financeira e planejamento e orçamento.
Com intensa participação social, deu-se logo após Logo em seguida, a Lei nº 8.142 de 1990, dispõe so‐
o fim da ditadura militar iniciada em 1964, e consagrou bre a participação da comunidade na gestão do SUS e
uma concepção ampliada de saúde e o princípio da saú‐ sobre as transferências intergovernamentais de recursos
de como direito universal e como dever do Estado, atri‐ financeiros. Institui os Conselhos de Saúde e confere legi‐
butos seriam plenamente incorporados na Constituição timidade aos organismos de representação de governos
de 1988. estaduais (CONASS – Conselho Nacional de Secretários
A VIII CNS foi o grande marco nas histórias das Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS – Conse‐
conferências de saúde no Brasil. Foi a primeira vez que lho Nacional de Secretários Municipais de Saúde).
a população participou das discussões da conferência. Finalmente estava criado o arcabouço jurídico do Sis‐
Suas propostas foram contempladas tanto no texto da tema Único de Saúde, mas ainda eram necessários apri‐
Constituição Federal/1988 como nas leis orgânicas da moramentos (BRASIL, 1990)
saúde, no 8.080/90 e no 8.142/90. Participaram dessa
conferência mais de 4 mil delegados, impulsionados pelo 1991 - CRIAÇÃO DA COMISSÃO INTERGESTORES
movimento da Reforma Sanitária, os quais propuseram TRIPARTITE (CIT)
a criação de uma ação institucional correspondente ao EM 1991, cria-se a Comissão Intergestores Tripartite.
conceito ampliado de saúde, que envolve PROMOÇÃO, Com a representação do Ministério da Saúde, das Secre‐
PROTEÇÃO e RECUPERAÇÃO. tarias Estaduais de Saúde e das Secretarias Municipais
de Saúde e da primeira Norma Operacional Básica do
- DECRETO Nº 94.657/1987 SUS, além da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB)
Estabelece o programa de desenvolvimento dos Sis‐ para o acompanhamento da implantação e da operacio‐
temas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS), nalização da implantação do recém-criado SUS. As duas
atribuindo a Estados e Municípios responsabilidades comissões, ainda atuantes, tiveram um papel importante
sobre a prestação de assistência à saúde, já com foco para o fortalecimento da ideia de gestão colegiada do
na atenção básica e nos cuidados primários de saúde As SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo.
Secretarias Estaduais de Saúde foram muito importan‐
tes nesse movimento de descentralização e aproximação 1993 – NOB –SUS
com os municípios, que recebiam recursos financeiros Procura restaurar o compromisso da implantação
federais de acordo com uma programação de aproveita‐ do SUS e estabelecer o princípio da municipalização, tal
mento máximo de capacidade física instalada. Podemos como havia sido desenhada surgem as Comissões Inter‐
localizar nos SUDS os antecedentes mais imediatos da gestoras: Tripartite e Bipartite. Grande participação popu‐
criação do SUS lar e incorporação dos usuários nos processos decisórios
com a disseminação dos conselhos municipais de saúde.
- 1988 – PROMULGAÇÂO DA CONSTITUIÇÃO FE-
DERAL BRASILEIRA 1994 – PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA OU PSF
Em 1988 foi aprovada a “Constituição Cidadã”, que NO BRASIL
estabelece a saúde como “Direito de todos e dever do O Programa Saúde da Família ou PSF no Brasil, co‐
Estado” e apresenta, na sua Seção II, como pontos bá‐ nhecido hoje como “Estratégia Saúde da Família”, por
sicos: “as necessidades individuais e coletivas são consi‐ não se tratar mais apenas de um “programa”, teve início
deradas de interesse público e o atendimento um dever em 1994 como um dos programas propostos pelo gover‐
do Estado; a assistência médico-sanitária integral passa no federal aos municípios para implementar a Atenção
a ter caráter universal e destina-se a assegurar a todos o Primária.
acesso aos serviços; esses serviços devem ser hierarqui‐ A Estratégia Saúde da Família visa à reversão do mo‐
zados segundo parâmetros técnicos e a sua gestão deve delo assistencial vigente, em que predomina o atendi‐
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

ser descentralizada”. Estabelece, ainda, que o custeio do mento emergencial ao doente, na maioria das vezes
Sistema deverá ser essencialmente de recursos governa‐ em grandes hospitais. A família passa a ser o objeto de
mentais da União, estados e municípios, e as ações go‐ atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma com‐
vernamentais submetidas a órgãos colegiados oficiais, os preensão ampliada do processo saúde-doença.
Conselhos de Saúde, com representação paritária entre O programa inclui ações de promoção da saúde, pre‐
usuários e prestadores de serviços (BRASIL, 1988). venção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos
mais frequentes. No âmbito da reorganização dos ser‐
1990 – CRIAÇÃO DO SUS viços de saúde, a Estratégia Saúde da Família vai ao en‐
A Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) se deu contro dos debates e análises referentes ao processo de
através da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, que mudança do paradigma que orienta o modelo de Aten‐
“dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e ção à Saúde vigente e que vem sendo enfrentado, desde

2
a década de 1970, pelo conjunto de atores e sujeitos so‐ pacto, é assinado um termo de compromisso, no qual
ciais comprometidos com um novo modelo que valorize se estabelecem compromissos entre os gestores em três
as ações de promoção e proteção da saúde, prevenção dimensões: Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Ges‐
das doenças e atenção integral às pessoas. Esses pres‐ tão.
supostos, tidos como capazes de produzir um impacto No Pacto pela Vida são firmados compromissos em
positivo na orientação do novo modelo e na superação torno de medidas que resultem em melhorias da situa‐
do anterior – calcado na supervalorização das práticas ção de saúde da população brasileira. A partir dele, de‐
da assistência curativa, especializada e hospitalar, e que finem-se prioridades e metas a serem alcançadas nos
induz ao excesso de procedimentos tecnológicos e me‐ municípios, regiões, estados e país. Atualmente são seis
dicamentosos e, sobretudo, na fragmentação do cuidado as prioridades em vigência:
– encontram, em relação aos recursos humanos para o
Sistema Único de Saúde (SUS), outro desafio. Tema tam‐ 1. Saúde do idoso;
bém recorrente nos debates sobre a reforma sanitária 2. Controle do câncer do colo do útero e da mama;
brasileira, verifica-se que, ao longo do tempo, tem sido 3. Redução da mortalidade infantil e materna;
unânime o reconhecimento acerca da importância de se 4. Fortalecimento da capacidade de resposta às do‐
criar um “novo modo de fazer saúde”. enças emergentes e endemias, com ênfase na den‐
gue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza;
1996 – NOB 96 5. Promoção da saúde;
A edição da NOB 96 representou a aproximação mais 6. Fortalecimento da Atenção Básica
explícita com a proposta de um novo modelo de Atenção
acelera a descentralização dos recursos federais em dire‐ O Pacto em Defesa do SUS firma-se em torno de
ção aos estados e munícipios. ações que contribuam para aproximar a sociedade brasi‐
leira do SUS, seguindo estas diretrizes:
As principais inovações da NOB 96 foram:
1. A repolitização da saúde, como movimento que re‐
a) a concepção ampliada de saúde – considera a toma a Reforma Sanitária Brasileira, atualizando as
concepção determinada pela Constituição englo‐ discussões em torno dos desafios atuais do SUS;
bando promoção, prevenção, condições sanitárias,
2. Promoção da cidadania como estratégia de mo‐
ambientais, emprego, moradia etc. fortalecimento
bilização social tendo a questão da saúde como
das instâncias colegiadas e da gestão pactuada.;
direito;
b) o e descentralizada – consagrada na prática com as
Comissões Intergestores e os Conselhos de Saúde; 3. Garantia de financiamento de acordo com as ne‐
c) as transferências fundo a fundo (do Fundo Nacio‐ cessidades do Sistema.
nal de Saúde direto para os fundos municipais de
saúde, regulamentados pela NOB 96), com base na Na dimensão do Pacto de Gestão são abordados:
população e em valores per capita previamente fi‐ 1. A regionalização;
xados; 2. A qualificação do processo de descentralização e
d) novos mecanismos de classificação determinam os ações de planejamento e programação;
estágios de habilitação para a gestão, nos quais os 3. Mudanças no financiamento.
municípios são classificados em duas condições:
gestão plena da Atenção Básica e gestão plena do
sistema municipal

2002 – NORMA OPERACIONAL DE ASSISTÊNCIA EXERCÍCIOS COMENTADOS


A SAÚDE (NOAS-SUS)
Aqui a ênfase maior é no processo de regionalização
do SUS< a partir de uma avaliação de que a municipa‐ 1. Ano: 2018  Banca:  AOCP  Órgão:  Prefeitura de João
lização da gestão do sistema de saúde, regulamentada Pessoa - PB Provas:  AOCP - 2018 - Prefeitura de João
e consolidada pelas normas operacionais, estava sendo Pessoa - PB - Enfermeiro 
insuficiente para o sistema. Assinale a alternativa correta acerca da evolução his-
O Pacto pela Vida tem grande força nesse novo orde‐ tórica da organização do sistema de saúde no Brasil e
a construção do Sistema Único de Saúde (SUS).
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

namento dos processos de regionalização do SUS.

2006 – PACTO PELA SAÚDE a) Antes da implementação do Sistema Único de Saúde


O Pacto pela Saúde é um conjunto de Reformas Insti‐ (SUS) pela Constituição Federal de 1988, existia a cha‐
tucionais entre União, Estados e Municípios do SUS com mada assistência médico-hospitalar, prestada pelos
o objetivo de promover inovações nos processos e ins‐ Estados e Municípios, a qual também se pautava pelo
trumentos de gestão. princípio da universalidade.
O pacto introduziu mudanças nas relações entre os b) O Instituto Nacional de Assistência Médica da Previ‐
entes federados, inclusive nos mecanismos de financia‐ dência Social (INAMPS) prestava serviço a toda popu‐
mento, significando, portanto, um esforço de atualização lação, em caráter universal, com recursos provenien‐
e aprimoramento do SUS. Para a adesão dos gestores ao tes do recolhimento de taxas sociais.

3
c) Em meados da década de 80, começaram a ser imple‐ 3. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CES‐
mentadas as Ações Integradas de Saúde, cujas princi‐ PE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro
pais diretrizes eram a universalização, a acessibilidade, Acerca da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), no
a descentralização, a integralidade e a participação âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item
comunitária. a seguir.
d) A Instituição do Sistema Unificado e Descentralizado A PNAB resultou da experiência acumulada por um con‐
de Saúde - SUDS - se deu por meio de celebração de junto de atores — como movimentos sociais, população,
trabalhadores e gestores das três esferas de governo —
convênio entre o Instituto Nacional de Assistência
envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a
Médica da Previdência Social (INAMPS) e o governo
consolidação do SUS.
federal.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: C
b) errada: O INAMPS, com recursos previdenciários, Resposta: Certo
realizava a assistência médica apenas dos contribuin‐ DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À
tes. SAÚDEA Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é
d)  errada:  A Instituição do Sistema Unificado e Des‐ resultado da experiência acumulada por um conjunto
centralizado de Saúde - SUDS - se deu por meio de de atores envolvidos historicamente com o desenvol‐
celebração de convênio entre o Instituto Nacional de vimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) (SUS), como movimentos sociais, população, trabalha‐
e os Estados. dores e gestores das três esferas de governo.

2. Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: SESAP-RN Pro-
vas: COMPERVE - 2018 - SESAP-RN - Técnico em Enfer‐ CONTROLE SOCIAL NO SUS
magem 
O Programa Mais Médicos (PMM), regulamentado pela
Lei n.12.871/2013, é constituído por três grandes eixos O direito à Saúde traz em si o dever da participação
e reúne uma série de iniciativas de curto, médio e longo social, para que assim aconteça de forma eficaz o “con‐
prazos que visa enfrentar o histórico problema da escas‐ trole social” para a então efetivação do SUS.
sez e má distribuição de médicos nas diversas regiões do
Brasil. A criação do Cadastro Nacional de Especialistas e A participação social
o “Projeto Mais Médicos para o Brasil” estão associados, Qualquer cidadão pode participar da política com
respectivamente, aos eixos sua própria identidade, ou se organizar através de as‐
sociações, organizações, partidos políticos, movimentos
sindicais, entre outros) quando percebe que sua ação
a) Provimento Emergencial e Infraestrutura.
individual se identifica com a de outros indivíduos para
b) Educação e Provimento Emergencial. movimentar as ações do SUS.
c) Educação e Infraestrutura.
d) Infraestrutura e Educação. A Lei 8.142/90 passou a regular a participação da co‐
munidade na gestão do SUS (Os Estados e Municípios
Resposta: B estão estruturados com conselhos estaduais e municipais
“O papel do Cadastro Nacional de Especialistas, pre‐ de saúde, comissões regionais, conferências de saúde em
visto na Lei do Mais Médicos e criado por meio de âmbito estadual e municipal, secretarias estaduais e mu‐
decreto em agosto de 2015, é orientar incentivos à nicipais de saúde, no entanto, o presente artigo aponta
formação naquelas especialidades com maior carência para a criação de conselhos regionalizados com base no
modelo inglês para gestão de medicamentos do SUS)
de profissionais, para que se torne viável a ampliação
neste contexto, foram instituídas instâncias colegiadas
da oferta de serviços especializados a toda a popula‐ do SUS em cada esfera de governo, sem prejuízo das
ção brasileira, seja nas capitais ou no interior.” Ou seja, funções do Poder Legislativo, quanto “a Conferência de
está associado ao eixo EDUCACIONAL. Saúde e o Conselho de Saúde [...] Deve-se considerar que
 «Já o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) foi por mais importantes que sejam essas instâncias de par‐
instituído no âmbito do Programa Mais Médicos, e se ticipação e mecanismos de controle social no SUS, vin‐
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

desenvolve nas linhas de provimento emergencial de culadas ao Poder Executivo, não podem colidir com as
médicos para atuação em Unidades de Atenção Básica prerrogativas do Poder Legislativo” (PAIM, 2009, p. 65).
à Saúde.”
Vejamos o que diz a Lei sobre a participação da co‐
munidade

Lei 8.142/1990
Dispõe sobre a participação da comunidade na ges‐
tão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transfe‐
rências intergovernamentais de recursos financeiros na
área da saúde e dá outras providências

4
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), contará, em diretrizes para a formulação da política de saúde nos
cada esfera de governo, com as seguintes instâncias níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executi-
colegiadas: vo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho
I - Conferência de Saúde; de Saúde.
II - Conselho de Saúde. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente
§ 1° A CONFERÊNCIA DE SAÚDE reunir-se-á a cada e deliberativo, órgão colegiado composto por repre-
quatro anos com a representação dos vários segmen- sentantes do governo, prestadores de serviço, profis-
tos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor sionais de saúde e usuários, atua na formulação de
as diretrizes para a formulação da política de saúde estratégias e no controle da execução da política de
nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder saúde na instância correspondente, inclusive nos as-
Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo pectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
Conselho de Saúde. homologadas pelo chefe do poder legalmente consti-
tuído em cada esfera do governo.
Comentário: § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde
Aqui, temos as esferas do governo bem como suas (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Muni-
instâncias colegiadas que participarão da gestão. cipais de Saúde (Conasems) terão representação no
Conselho Nacional de Saúde.
E comum ser pedido em prova a porcentagem de par‐ § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de
ticipação da organização das Conferencia. Veja abaixo. Saúde e Conferências será paritária em relação ao
conjunto dos demais segmentos.
ORGANIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saú-
de terão sua organização e normas de funcionamento
50% usuários definidas em regimento próprio, aprovadas pelo res-
25% gestores e prestadores de serviços pectivo conselho.
25% trabalhador de saúde Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
serão alocados como:
§ 2° O CONSELHO DE SAÚDE, em caráter permanente I - despesas de custeio e de capital do Ministério da
e deliberativo, órgão colegiado composto por repre- Saúde, seus órgãos e entidades, da administração di-
sentantes do governo, prestadores de serviço, profis- reta e indireta;
sionais de saúde e usuários, atua na formulação de II - investimentos previstos em lei orçamentária, de
estratégias e no controle da execução da política de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Con-
saúde na instância correspondente, inclusive nos as- gresso Nacional;
pectos econômicos e financeiros, (...). III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde Ministério da Saúde;
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Muni- IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
cipais de Saúde (Conasems) terão representação no implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
Conselho Nacional de Saúde. Federal.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV
Saúde e Conferências será paritária em relação ao deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de
conjunto dos demais segmentos serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hos-
pitalar e às demais ações de saúde.
ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° des-
50% usuários ta lei serão repassados de forma regular e automática
25% gestores e prestadores de serviços para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acor-
25% trabalhador de saúde do com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080,
de 19 de setembro de 1990.
Vamos Ler o que a literalidade da Lei 8.142 de 1990? § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de
recursos, exclusivamente o critério estabelecido no §
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destina-
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata dos, pelo menos setenta por cento, aos Municípios,
a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, afetando-se o restante aos Estados.
em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias co- execução de ações e serviços de saúde, remanejando,
legiadas: entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do
I - a Conferência de Saúde; e art. 2° desta lei.
II - o Conselho de Saúde. Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada qua- 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Fe-
tro anos com a representação dos vários segmentos deral deverão contar com:
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as I - Fundo de Saúde;

5
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de administrativo, os quais permanecerão como patrimô-
acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de nio do INSS, sendo obrigatória a publicação do ato
1990; correspondente que especifique o destinatário e o uso
III - plano de saúde; do bem.
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de § 
1º Incluem-se no acervo patrimonial de que trata
que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de este artigo os bens móveis e imóveis cedidos a estados,
setembro de 1990; municípios e Distrito Federal, e os em uso pelo Inamps
V - contrapartida de recursos para a saúde no respec- ou em processo de transferência para a autarquia.
tivo orçamento;
§
 2º O inventário de que trata o caput será concluído
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da pu-
Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois blicação desta lei e divulgado pelo Diário Oficial da
anos para sua implantação. União.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, Art. 3º Fica o Poder Executivo autorizado a transferir
as dotações orçamentárias do Inamps para o Fundo
ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requi-
Nacional de Saúde, observados os mesmos subpro-
sitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os
jetos, subatividades e grupos de despesas previstos
recursos concernentes sejam administrados, respecti-
na Lei nº 8.652, de 29 de abril de 1993.
vamente, pelos Estados ou pela União.
§ 1º A execução orçamentária do INAMPS, relativa à
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do programação constante da Lei nº 8.652, de 29 de abril
Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições de 1993, fica, a partir da data de sua extinção, sob a
para aplicação desta lei. responsabilidade da Junta Deliberativa do Fundo Na-
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publi- cional de Saúde. (Incluído pela Lei nº 8.896, de 1994)
cação. § 2º Fica a Junta Deliberativa do Fundo Nacional de
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. Saúde autorizada, na forma da lei, a realizar todos os
atos inerentes à gestão orçamentária e financeira das
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Indepen‐ ações previstas para o INAMPS na Lei Orçamentária
dência e 102° da República. vigente. (Incluído pela Lei nº 8.896, de 1994)
FERNANDO COLLOR § 3º Os eventuais créditos adicionais relativos à pro-
Alceni Guerra gramação do INAMPS serão concretizados com base
na classificação institucional da  Lei nº 8.652, de
LEI Nº 8.689, DE 27 DE JULHO DE 1993. 1993. (Incluído pela Lei nº 8.896, de 1994)
§ 4º Os créditos suplementares, que forem autorizados
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o nos termos do parágrafo anterior, observarão os mes-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: mos subprojetos, subatividades e grupos de despesas
Art. 1º Fica extinto, por força do disposto no art. 198 previstas na Lei nº 8.652, de 1993. (Incluído pela Lei nº
da Constituição Federal e nas Leis nºs 8.080, de 19 8.896, de 1994)
de setembro de 1990, e 8.142, de 28 de dezembro de § 5º O Fundo Nacional de Saúde responderá pelas
1990, o Instituto Nacional de Assistência Médica da obrigações financeiras do INAMPS. (Incluído pela Lei
Previdência Social (Inamps), autarquia federal criada nº 8.896, de 1994)
pela Lei nº 6.439, de 1º de setembro de 1977, vincula- Art. 4º Os recursos de custeio dos serviços transferidos
da ao Ministério da Saúde. ao município, estado ou Distrito Federal integrarão o
Parágrafo único. As funções, competências, atividades montante dos recursos que o Fundo Nacional de Saú-
de transfere, regular e automaticamente, ao fundo es-
e atribuições do Inamps serão absorvidas pelas instân-
tadual e municipal de saúde, de acordo com os arts.
cias federal, estadual e municipal gestoras do Sistema
35 e 36 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
Único de Saúde, de acordo com as respectivas com-
e art. 4º da Lei nº 8.142, de 25 de dezembro de 1990.
petências, critérios e demais disposições das Leis nºs
§ 1º Com a transferência de serviços e a doação ou a
8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.142, de 28 de cessão de bens patrimoniais do Inamps, a União, por
dezembro de 1990. intermédio do Ministério da Saúde, repassará, regular-
Art. 2º Os bens imóveis e o acervo físico, documental mente, ao Fundo de Saúde do estado, do Distrito Fe-
e material integrantes do patrimônio do Inamps serão deral ou do município, responsáveis pela execução dos
inventariados e: (Vide Lei nº 8.993, de 1995)
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

serviços, os recursos financeiros que a esfera federal


I - incorporados ao patrimônio da União, mediante vem aplicando na sua manutenção e funcionamento.
termos lavrados na forma do inciso VI do art. 13 do § 2º Os serviços de assistência à saúde ainda sob res-
Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, com ponsabilidade do Inamps serão prestados por muni-
a redação dada pelo art. 10 da Lei nº 5.421, de 25 cípios e estados, conforme a respectiva competência
de abril de 1968, ficando o acervo documental sob a definida na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
guarda e responsabilidade do Ministério da Saúde; podendo ser executados, em caráter supletivo e transi-
II - doados ou cedidos a municípios, estados e Distri- tório, pela União em relação às esferas estadual e mu-
to Federal, quando se tratar de hospitais e postos de nicipal, e pelo Estado, em relação à esfera municipal.
assistência à saúde e, na conveniência de ambas as § 3º Não se inclui, no montante dos recursos de cus-
partes, cedidos, quando se tratar de imóveis de uso teio dos serviços transferidos, a parcela referente ao

6
pagamento de servidores federais afastados para a § 3º Os atuais cargos e funções referentes às ações de
direção municipal ou estadual do Sistema Único de auditoria ficam mantidos e serão absorvidos pelo Sis-
Saúde, cuja remuneração continuará a correr por con- tema Nacional de Auditoria, por ocasião da reestrutu-
ta da União. ração do Ministério da Saúde, de que trata o art. 13.
§ 4º Será publicada trimestralmente no Diário Oficial § 4º O Departamento de Controle, Avaliação e Au-
da União a relação dos recursos repassados pelo Mi- ditoria será o órgão central do Sistema Nacional de
nistério da Saúde à rede assistencial do Sistema Único Auditoria.
de Saúde, com a discriminação dos estados, Distrito Art. 7º As pessoas físicas ou jurídicas que se encontram
Federal e municípios beneficiados. inadimplentes em relação à prestação de contas ao
Art. 5º Os servidores do Inamps, ocupantes de cargos Inamps, ou sujeitas aos procedimentos de fiscalização
efetivos, passam a integrar o Quadro de Pessoal Per- previstos na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
manente do Ministério da Saúde, respeitados os seus continuam obrigadas pelo compromisso assumido até
direitos, deveres e vantagens, sendo-lhes garantido o a declaração de extinção da obrigação, mantidos os
prazos legais de prescrição.
direito de opção por redistribuição para o Ministério
Art. 8º Os créditos do Inamps junto aos agentes ou
da Previdência Social ou outro órgão ou entidade fe-
entidades integrantes do Sistema Único de Saúde,
deral, observado o interesse geral da Administração
bem como aqueles decorrentes de transações finan-
Pública e o específico do Sistema Único de Saúde.
ceiras ou comerciais, já apurados na data de publica-
§ 1º  Fica mantida a contribuição prevista no inciso II ção desta lei ou decorrentes da disposição contida no
do art. 69 da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, parágrafo anterior, serão creditados a favor do Fundo
com a redação dada pela Lei nº 5.890, de 8 de junho Nacional de Saúde e informados ao Tribunal de Con-
de 1973, e no art. 22 da Lei nº 6.439, de 1º de setem- tas da União, mediante relatórios mensais.
bro de 1977, para a Assistência Patronal, transforma- Art. 9º A Consultoria Jurídica e a Secretaria de Contro-
da na Fundação de Seguridade Social (Geap), até que le Interno do Ministério da Saúde adotarão medidas
seja regulamentada a assistência à saúde do servidor para que, no prazo de cento e oitenta dias, contados
prevista no art. 184 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem- da publicação desta lei, sejam concluídos todos os
bro de 1990. processos referentes a sindicâncias, inquéritos admi-
§ 2º (Vetado). nistrativos, tomadas de contas especiais ou auditorias,
§ 3º Os servidores a que se refere o caput deste arti- que estejam em tramitação, com ampla divulgação de
go poderão ser cedidos aos estados, Distrito Federal seus resultados.
e municípios, na forma prevista no art. 20 da Lei nº Parágrafo único. As conclusões das auditorias realiza-
8.270, de 17 de dezembro de 1991. das desde 1º de janeiro de 1989 serão encaminhadas
§ 4º Aos servidores do Inamps que, na data da pu- ao Conselho Nacional de Saúde e ao Ministério Públi-
blicação desta lei, estejam em exercício nos hospitais co Federal.
universitários das universidades federais, no Instituto Art. 10. Os dados contidos nos sistemas de informa-
Nacional de Seguridade Social (INSS) e em outros ór- ção do Datasus e Dataprev, de interesse do Inamps,
gãos e entidades da Administração Pública Federal, permanecerão disponíveis e acessíveis a qualquer in-
será assegurado o direito de opção no prazo de cento teressado.
e oitenta dias, para integrarem o quadro de pessoal Art. 11. A União sucederá o Inamps nos seus direitos e
dos referidos órgãos e entidades, sem prejuízo dos di- obrigações, nos termos desta lei.
reitos e vantagens a que fazem jus, de acordo com a Artigo 12   (Revogado pela Lei Complementar nº 141,
de 2012)
legislação pertinente.
Art. 13. O Poder Executivo, no prazo máximo de no-
§ 5º  Serão computados para fins do art. 2º da Lei nº
venta dias, procederá à reestruturação global do Mi-
6.732, de 4 de dezembro de 1979, e do art. 193 da
nistério da Saúde e de seus órgãos e entidades, com
Lei nº 8.112, de 12 de dezembro de 1990, os períodos
vistas à adequação de suas atividades ao disposto na
de função gratificada ou cargo em comissão exercidos Constituição Federal e nas Leis nºs 8.080, de 19 de se-
por servidores do Ministério da Saúde ou de entidades tembro de 1990, e 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
vinculadas, nos órgãos e entidades do Sistema Único encaminhando ao Congresso Nacional projeto de lei
de Saúde nos estados, no Distrito Federal e nos mu- correspondente a eventuais mudanças na sua estrutu-
nicípios. ra básica e propostas de extinção ou criação de órgãos
Art. 6º Fica instituído no âmbito do Ministério da Saú- e entidades.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

de o Sistema Nacional de Auditoria de que tratam Parágrafo único. A reestruturação a que se refere este
o inciso XIX do art. 16 e o § 4º do art. 33 da Lei nº artigo contemplará a estruturação do Sistema Nacio-
8.080, de 19 de setembro de 1990.  (Regulamento) nal de Auditoria, ora instituído, assim como suas cor-
§ 1º Ao Sistema Nacional de Auditoria compete a ava- respondentes projeções nas Unidades da Federação,
liação técnico-científica, contábil, financeira e patri- que funcionará nos termos do inciso XIX do art. 16 e
monial do Sistema Único de Saúde, que será realizada do § 4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de forma descentralizada. de 1990, e do inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142, de 28
§ 2º A descentralização do Sistema Nacional de Au- de dezembro de 1990.
ditoria far-se-á através dos órgãos estaduais e muni- Art. 14. Após a extinção do Inamps, a União, através
cipais e de representação do Ministério da Saúde em do Orçamento da Seguridade Social, obriga-se a ga-
cada Estado da Federação e no Distrito Federal. rantir ao Sistema Único de Saúde, permanentemente

7
e sem prejuízo da participação dos recursos do Orça- 3. No que se refere ao SUS, julgue o item subsequente.
mento Fiscal, o aporte anual de recursos financeiros O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saú‐
equivalentes, no mínimo, à média dos gastos da au- de, entidade representativa dos entes municipais na Co‐
tarquia nos últimos cinco exercícios fiscais. missão Intergestora Tripartite, trata de matérias referen‐
Art. 15. O Ministro de Estado da Saúde expedirá todos tes à saúde.
os atos necessários à manutenção da continuidade
dos serviços assistenciais de que trata esta lei. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Art. 16. No desempenho de suas atribuições institu-
cionais, o Conselho Nacional de Saúde acompanhará Resposta: Correto.
a execução do disposto nesta lei e opinará sobre a re- Estrutura do SUS
estruturação prevista no art. 13. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saú‐
Art. 17. As despesas decorrentes da execução desta lei de (Conasems)
correrão por conta da dotação orçamentária global do Entidade representativa dos entes municipais na Co‐
Ministério da Saúde. missão Intergestora Tripartite (CIT) para tratar de ma‐
Art. 18. Esta lei entra em vigor na data de sua publi- térias referentes à saúde.
cação.
Art. 19. Revogam-se as disposições em contrário. 4. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: COMPESA Prova: FGV
- 2018 - COMPESA - Analista de Gestão - Enfermeiro do
Brasília, 27 de julho de 1993; 172º da Independência Trabalho
e 105º da República. A redefinição das funções e das responsabilidades de
ITAMAR FRANCO cada nível de governo com relação à condução político‐
Jamil Haddad -administrativa do sistema de saúde, se concretiza com
a transferência do poder de decisão e dos recursos do
nível federal para o estadual ou municipal.
Segundo as diretrizes do SUS, essa redefinição está dire‐
tamente relacionada ao principio da
EXERCÍCIOS COMENTADOS
a) universalidade
b) integralidade
1. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CES‐ c) descentralização
PE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro d) hierarquização
No que se refere ao SUS, julgue o item subsequente. e) regionalização
Um acontecimento determinante que influenciou a cria‐
ção do SUS foi a Conferência Nacional de Reforma da
Psiquiatria, realizada em 1986, em Brasília. Resposta: C
GABARITO LETRA C - Descentralização
 Conforme a Lei 8080/90 no Art 7º - Princípios do SUS
( ) CERTO ( ) ERRADO  IX - descentralização político-administrativa, com di‐
reção única em cada esfera de governo:
Resposta: Errado. O evento determinante para a cria‐ a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu‐
ção do SUS foi a promulgação da constituição Federal nicípios;
de 1988 que institucionalizou o sus artigos 196 a 200. b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
de saúde;
2. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CES‐
PE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro 5. Ano: 2018  Banca:  CESGRANRIO  Órgão:  Petro‐
No que se refere ao SUS, julgue o item subsequente. No bras Prova: CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Enfermeiro
período anterior à criação do SUS, o sistema público de do Trabalho Júnior
saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vin‐ Segundo a Constituição Federal de 1988, a saúde é um
culados à previdência social, cabendo às entidades filan‐ direito de todos e dever do Estado. Desse modo, a saúde
trópicas o atendimento aos demais cidadãos. deve ser promovida de forma gratuita e segundo os prin‐
cípios estabelecidos pelo SUS.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

( ) CERTO ( ) ERRADO Fazem parte desses princípios:

Resposta: Certo. No período anterior a CF-88, o siste‐ a) atendimento integral, descentralização administrativa


ma público de saúde prestava assistência apenas aos e participação da comunidade
trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproxi‐ b) seguridade social, assistência à saúde e previdência
madamente 30 milhões de pessoas com acesso aos social
serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos de‐ c) acessibilidade, atendimento integral e longitudinalida‐
mais cidadãos às entidades filantrópicas. de
d) acesso de todos à saúde, promoção da saúde e dimi‐
nuição das desigualdades
e) regionalidade, comando único e participação popular

8
Resposta: d) acesso de todos à saúde, promoção da níveis correspondentes, convocada pelo Poder Execu‐
saúde e diminuição das desigualdades tivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conse‐
A base para a resposta está na constituição federal, lho de Saúde.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta‐
do, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros RESOLUÇÃO Nº 453/2012 DO CONSELHO
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
NACIONAL DE SAÚDE
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
(no art 196 está implícitos os princípios da saúde que
é o que a questão questiona).
 A alternativa A está incorreta, pois trata de diretri‐ RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012
zes  a)atendimento integral, descentralização adminis‐
trativa e participação da comunidade O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte‐ Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária, rea‐
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons‐ lizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas
tituem um sistema único, organizado de acordo com competências regimentais e atribuições conferidas pela
as seguintes diretrizes: Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei no
I - descentralização, com direção única em cada esfera 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto no
de governo; 5.839, de 11 de julho de 2006, e Considerando os de‐
II - atendimento integral, com prioridade para as ati‐ bates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esfe‐
vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis‐ ras de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de
tenciais;
Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos
III - participação da comunidade.
de Saúde, nas 9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de
Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal
6. Ano: 2018  Banca:  CESPE  Órgão:  IFF  Prova:  CESPE - e Municipais de Saúde;
2018 - IFF - Enfermeiro
Julgue os itens a seguir, acerca da Lei Orgânica do SUS. Considerando a experiência acumulada do Contro‐
I As conferências de saúde acontecem em forma ordiná‐ le Social da Saúde à necessidade de aprimoramento do
ria a cada quatro anos em todas as esferas de governo. Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reite‐
II A representação dos usuários nos conselhos de saúde radas demandas dos Conselhos Estaduais e Municipais
terá maior número de participantes que nas conferências referentes às propostas de composição, organização e
de saúde e no conjunto dos demais segmentos. funcionamento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da Lei
III Essa lei regula, em todo território nacional, as ações e no 8.142, de 28 de dezembro de 1990;
os serviços de saúde executados isolados ou conjunta‐
mente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas Considerando a ampla discussão da Resolução do
naturais ou jurídicas de direito público ou privado. CNS no 333/92 realizada nos espaços de Controle Social,
Assinale a opção correta.
entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de
Saúde;
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer,
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos. ampliar e acelerar o processo de Controle Social do SUS,
e) Todos os itens estão certos. por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Mu‐
nicipais, das Conferências de Saúde e Plenárias de Con‐
Resposta: C selhos de Saúde;
LEI. 8080/90
 Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, Considerando que os Conselhos de Saúde, consagra‐
as ações e serviços de saúde, executados isolada ou dos pela efetiva participação da sociedade civil organiza‐
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, da, representam polos de qualificação de cidadãos para
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou o Controle Social nas esferas da ação do Estado; e
privado.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

 LEI. 8.142/90 Considerando o que disciplina a Lei Complementar


 Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata no 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508,
a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgâ‐
em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções nica da Saúde, resolve:
do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias co‐ Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, refor‐
legiadas: mulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos
 § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada qua‐ de Saúde:
tro anos com a representação dos vários segmentos
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as
diretrizes para a formulação da política de saúde nos

9
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92
e 333/03 do CNS e consoante com as Recomenda‐
Primeira Diretriz: ções da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saú‐
o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deli‐ de, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte
berativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) forma:
em cada esfera de Governo, integrante da estrutura or‐ a)50% de entidades e movimentos representativos de
ganizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de usuários;
Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, b)25% de entidades representativas dos trabalhado‐
com composição, organização e competência fixadas na res da área de saúde;
c)25% de representação de governo e prestadores de
Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de descen‐
serviços privados conveniados, ou sem fins lucra‐
tralização da saúde promoveu o surgimento de Conse‐
tivos.
lhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de
III - A participação de órgãos, entidades e movimen‐
Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários
tos sociais terá como critério a representatividade,
Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos a abrangência e a complementaridade do conjunto
de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho
de Saúde são espaços instituídos de participação da co‐ de Saúde. De acordo com as especificidades locais,
munidade nas políticas públicas e na administração da aplicando o princípio da paridade, serão contem‐
saúde. pladas, dentre outras, as seguintes representações:
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade a)associações de pessoas com patologias;
Social, o Conselho de Saúde atua na formulação e pro‐ b)associações de pessoas com deficiências;
posição de estratégias e no controle da execução das Po‐ c)entidades indígenas;
líticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos d)movimentos sociais e populares, organizados (mo‐
e financeiros. vimento negro, LGBT...);
e)movimentos organizados de mulheres, em saúde;
DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSE- f)entidades de aposentados e pensionistas;
LHOS DE SAÚDE g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sin‐
dicais, confederações e federações de trabalhado‐
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de res urbanos e rurais;
Saúde é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito h)entidades de defesa do consumidor;
Federal e municipal, obedecida a Lei no 8.142/90. i)organizações de moradores;
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos j)entidades ambientalistas;
Conselhos de Saúde o Poder Executivo, respeitando os k)organizações religiosas;
princípios da democracia, deverá acolher as demandas l)trabalhadores da área de saúde: associações, con‐
da população aprovadas nas Conferências de Saúde, e federações, conselhos de profissões regulamenta‐
em consonância com a legislação. das, federações e sindicatos, obedecendo as ins‐
tâncias federativas;
m)comunidade científica;
A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
n)entidades públicas, de hospitais universitários e
hospitais campo de estágio, de pesquisa e desen‐
Terceira Diretriz: a participação da sociedade orga‐
volvimento;
nizada, garantida na legislação, torna os Conselhos de
o)entidades patronais;
Saúde uma instância privilegiada na proposição, discus‐ p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e
são, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscali‐ q)governo.
zação da implementação da Política de Saúde, inclusive IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas
nos seus aspectos econômicos e financeiros. A legisla‐ no Conselho de Saúde terão os conselheiros indi‐
ção estabelece, ainda, a composição paritária de usuá‐ cados, por escrito, conforme processos estabele‐
rios em relação ao conjunto dos demais segmentos re‐ cidos pelas respectivas entidades, movimentos e
presentados. O Conselho de Saúde será composto por instituições e de acordo com a sua organização,
representantes de entidades, instituições e movimentos com a recomendação de que ocorra renovação de
representativos de usuários, de entidades representati‐ seus representantes.
vas de trabalhadores da área da saúde, do governo e de V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmen‐
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

entidades representativas de prestadores de serviços de tos de representações de usuários, trabalhadores e


saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros prestadores de serviços, ao seu critério, promovam
do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades
não existem entidades, instituições e movimentos orga‐ representativas.
nizados em número suficiente para compor o Conselho, VI - A representação nos segmentos deve ser distinta
a eleição da representação será realizada em plenária no e autônoma em relação aos demais segmentos que
Município, promovida pelo Conselho Municipal de ma‐ compõem o Conselho, por isso, um profissional
neira ampla e democrática. com cargo de direção ou de confiança na gestão
do SUS, ou como prestador de serviços de saúde
I - O número de conselheiros será definido pelos não pode ser representante dos(as) Usuários(as)
Conselhos de Saúde e constituído em lei. ou de Trabalhadores(as).

10
VII - A ocupação de funções na área da saúde V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são
que interfiram na autonomia representativa do abertas ao público e deverão acontecer em espa‐
Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível ços e horários que possibilitem a participação da
impedimento da representação de Usuário(a) e sociedade;
Trabalhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições me‐
de substituição do Conselheiro( a). diante o funcionamento do Plenário, que, além das
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei no
Legislativo, representação do Poder Judiciário e do 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais
Ministério Público, como conselheiros, não é per‐ e grupos de trabalho de conselheiros para ações
mitida nos Conselhos de Saúde. transitórias. As comissões poderão contar com in‐
IX - Quando não houver Conselho de Saúde cons‐ tegrantes não conselheiros;
tituído ou em atividade no Município, caberá ao VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Di‐
Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao retora eleita em Plenário, respeitando a paridade
executivo municipal, a convocação e realização da expressa nesta Resolução;
Conferência Municipal de Saúde, que terá como VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão ado‐
um de seus objetivos a estruturação e composição tadas mediante quórum mínimo (metade mais
do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído um) dos seus integrantes, ressalvados os casos re‐
ao Conselho Nacional de Saúde, quando não hou‐ gimentais nos quais se exija quórum especial, ou
ver Conselho maioria qualificada de votos;
a) entende-se por maioria simples o número inteiro
Estadual de Saúde constituído ou em funciona- imediatamente superior à metade dos membros
mento. presentes;
b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro
X - As funções, como membro do Conselho de Saú‐ imediatamente superior à metade de membros do
de, não serão remuneradas, considerando-se o seu Conselho;
exercício de relevância pública e, portanto, garante c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois ter‐
a dispensa do trabalho sem prejuízo para o con‐ ços) do total de membros do Conselho;
selheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos
entidades competentes e instituições, o Conselho de Saúde preservará o que está garantido em lei e
de Saúde emitirá declaração de participação de deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada
seus membros durante o período das reuniões, em reunião plenária, com quórum qualificado, para
representações, capacitações e outras atividades depois ser alterada em seu Regimento Interno e
específicas. homologada pelo gestor da esfera corresponden‐
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, res‐ te;
ponde pelos seus atos conforme legislação vigen‐ X - a cada três meses, deverá constar dos itens da
te. pauta o pronunciamento do gestor, das respecti‐
vas esferas de governo, para que faça a prestação
de contas, em relatório detalhado, sobre anda‐
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSE-
mento do plano de saúde, agenda da saúde pactu‐
LHOS DE SAÚDE
ada, relatório de gestão, dados sobre o montante
e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão
iniciadas e concluídas no período, bem como a
autonomia administrativa para o pleno funcionamento
produção e a oferta de serviços na rede assistencial
do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autono‐
própria, contratada ou conveniada, de acordo com
mia financeira e organização da secretaria-executiva com
o art. 12 da Lei no 8.689/93 e com a Lei Comple‐
a necessária infraestrutura e apoio técnico:
mentar no 141/2012;
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificati‐
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à
va, buscarão auditorias externas e independentes
sua estrutura administrativa e o quadro de pessoal;
sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; e
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria‐
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifes‐
-executiva coordenada por pessoa preparada para
tar-se por meio de resoluções, recomendações,
a função, para o suporte técnico e administrativo,
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

moções e outros atos deliberativos.


subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde,
As resoluções serão obrigatoriamente homologadas
que definirá sua estrutura e dimensão;
pelo chefe do poder constituído em cada esfera
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orça‐
de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dan‐
mento;
do-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no
mencionado e não sendo homologada a resolução
mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quan‐
e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conse‐
do necessário, e terá como base o seu Regimento
lho de Saúde com proposta de alteração ou rejei‐
Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões
ção a ser apreciada na reunião seguinte, as enti‐
devem ser encaminhados aos conselheiros com
dades que integram o Conselho de Saúde podem
antecedência mínima de 10 (dez) dias;
buscar a validação das resoluções, recorrendo à

11
justiça e ao Ministério Público, quando necessário. XIV - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde,
Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, tendo em vista as metas e prioridades estabeleci‐
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que das na Lei de Diretrizes Orçamentárias, observado
têm competências definidas nas leis federais, bem o princípio do processo de planejamento e orça‐
como em indicações advindas das Conferências de mento ascendentes, conforme legislação vigente;
Saúde, compete: XV - propor critérios para programação e execução
I - fortalecer a participação e o Controle Social no financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e
SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma acompanhar a movimentação e destino dos recur‐
permanente na defesa dos princípios constitucio‐ sos;
nais que fundamentam o SUS; XVI - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e ou‐ critérios de movimentação de recursos da Saúde,
incluindo o Fundo de Saúde e os recursos transfe‐
tras normas de funcionamento;
ridos e próprios do Município, Estado, Distrito Fe‐
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de opera‐
deral e da União, com base no que a lei disciplina;
cionalização das diretrizes aprovadas pelas Confe‐ XVII - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão,
rências de Saúde; com a prestação de contas e informações financei‐
IV - atuar na formulação e no controle da execução da ras, repassadas em tempo hábil aos conselheiros, e
política de saúde, incluindo os seus aspectos eco‐ garantia do devido assessoramento;
nômicos e financeiros, e propor estratégias para a XVIII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das
sua aplicação aos setores público e privado; ações e dos serviços de saúde e encaminhar de‐
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de núncias aos respectivos órgãos de controle interno
saúde e deliberar sobre o seu conteúdo, conforme e externo, conforme legislação vigente;
as diversas situações epidemiológicas e a capaci‐ XIX - examinar propostas e denúncias de indícios de
dade organizacional dos serviços; irregularidades, responder no seu âmbito a con‐
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não sultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos
do relatório de gestão; serviços de saúde, bem como apreciar recursos a
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de respeito de deliberações do Conselho nas suas res‐
acompanhamento da gestão do SUS, articulando‐ pectivas instâncias;
-se com os demais colegiados, a exemplo dos de XX - estabelecer a periodicidade de convocação e or‐
seguridade social, meio ambiente, justiça, educa‐ ganizar as Conferências de Saúde, propor sua con‐
vocação ordinária ou extraordinária e estruturar
ção, trabalho, agricultura, idosos, criança e adoles‐
a comissão organizadora, submeter o respectivo
cente e outros;
regimento e programa ao Pleno do Conselho de
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saú‐ Saúde correspondente, convocar a sociedade para
de; a participação nas pré-conferências e conferências
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar de saúde;
projetos a serem encaminhados ao Poder Legisla‐ XXI - estimular articulação e intercâmbio entre os
tivo, propor a adoção de critérios definidores de Conselhos de Saúde, entidades, movimentos po‐
qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao pulares, instituições públicas e privadas para a pro‐
processo de incorporação dos avanços científicos e moção da Saúde;
tecnológicos na área da Saúde; XXII - estimular, apoiar e promover estudos e pes‐
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da quisas sobre assuntos e temas na área de saúde
pauta o pronunciamento do gestor, das respecti‐ pertinente ao desenvolvimento do Sistema Único
vas esferas de governo, para que faça a prestação de Saúde (SUS);
de contas, em relatório detalhado, sobre anda‐ XXIII - acompanhar o processo de desenvolvimento e
mento do plano de saúde, agenda da saúde pactu‐ incorporação científica e tecnológica, observados
ada, relatório de gestão, dados sobre o montante os padrões éticos compatíveis com o desenvolvi‐
e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias mento sociocultural do País;
iniciadas e concluídas no período, bem como a XXIV - estabelecer ações de informação, educação e
comunicação em saúde, divulgar as funções e com‐
produção e a oferta de serviços na rede assistencial
petências do Conselho de Saúde, seus trabalhos
própria, contratada ou conveniada, de acordo com
e decisões nos meios de comunicação, incluindo
a Lei Complementar no 141/2012.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

informações sobre as agendas, datas e local das


XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a or‐ reuniões e dos eventos;
ganização e o funcionamento do Sistema Único de XXV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educa‐
Saúde do SUS; ção permanente para o controle social, de acordo
XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e com as Diretrizes e a Política Nacional de Educação
convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Permanente para o Controle Social do SUS;
Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e XXVI - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento
Municipais; sistemático com os poderes constituídos, Ministé‐
XIII - acompanhar e controlar a atuação do setor pri‐ rio Público, Judiciário e Legislativo, meios de co‐
vado credenciado mediante contrato ou convênio municação, bem como setores relevantes não re‐
na área de saúde; presentados nos conselhos;

12
XXVII - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pesquisas aprovadas pelo CNS;
XXVIII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
XXIX - acompanhar a implementação das propostas constantes do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde;
e
XXX - atualizar periodicamente as informações sobre o Conselho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos
Conselhos de
Saúde (SIACS).
Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro de 2003.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA


Presidente do Conselho Homologo a Resolução CNS no 453, de 10 de maio de 2012, nos termos do Decreto nº
5.839, de 11 de julho de 2006.

Ministro de Estado da Saúde

Para melhor explicar a Resolução 453, vejamos a analogia retirada de artigo científico1:
“A árvore do Conselho de Saúde”. Como toda árvore, essa também possuía raízes que absorvem nutrientes neces‐
sários à sobrevivência. Assim, para que o Conselho permaneça nutrido e fixo à terra, é preciso que suas raízes sejam
estruturadas pela legislação do SUS (Resolução nº 453/2012, Lei Ordinária e Regimento do CMS, Plano Municipal de
Saúde, entre outros). Além disso, o tronco é responsável pela sustentação da árvore, por levar a seiva bruta até as folhas
e, no caminho inverso, trazer alimento produzido pelas folhas na fotossíntese. Nessa lógica, identificou-se o tronco
como as reuniões, com pauta, participação dos conselheiros (quórum mínimo), discussões, deliberações, sendo abertas
à participação da população. Os galhos, ramificações do tronco, representam os conselheiros, que fazem a mediação
com as entidades e a população nas decisões do Conselho. As folhas, responsáveis pela fotossíntese, absorvem gás car‐
bônico do ar e energia solar, devolvendo o oxigênio necessário à existência. Portanto, o Conselho precisa ter, nas folhas,
instrumentos e parcerias capazes de absorver as necessidades do município e devolver em forma de propostas e ações
voltadas a elas. Esses parceiros, na perspectiva da intersetorialidade, incluem outros Conselhos municipais, articulados
com as secretarias municipais, gestão municipal, entidades do município e a própria população.

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

1 GOMES, Angela Maria et al . Reflexões e produção coletiva sobre o “ser” conselheiro municipal de saúde. Rev. Bras. En‐
ferm.,  Brasília ,  v. 71, supl. 1, p. 496-504,    2018 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi‐
d=S0034-71672018000700496&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  28  out.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0369

13
Fonte: Ilustração da árvore construída entre pesquisador e participantes durante 4ª oficina da Pesquisa Convergente
Assistencial.
Figura : Árvore do Conselho Municipal da Saúde Nota: CMS - Conselho Municipal de Saúde; APP - Associação de
Pais e Professores; ACIPA - Associação de Comércio e Indústria de Planalto Alegre; MMC - Movimento de Mulheres
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Campesinas; COOPERARE - Cooperativa Agrícola Familiar COOPERARE; PMS - Plano Municipal de Saúde; SUS - Sistema
Único de Saúde. 

14
Sobre dos Conselhos de Saúde, de acordo com a Resolu‐
ção nº 453/2012, é correto afirmar que
EXERCÍCIO COMENTADO
a) o Plenário do Conselho de Saúde deve se reunir a cada
três meses e, extraordinariamente, quando necessário.
1. Ano:  2018  Banca:  UEG  Órgão:  Prefeitura de Iporá -
b) as funções como Membro do Conselho de Saúde de‐
GO Prova: UEG - 2018 - Prefeitura de Iporá - GO - En‐
vem ser remuneradas, considerando-se o seu exercí‐
fermeiro
A Norma Operacional Básica nº . 01/91, conforme Re‐ cio de relevância pública.
solução nº. 258 de 07/01/1991, descreveu que os recur‐ c) as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são fe‐
sos financeiros do Sistema Único de Saúde – SUS desti‐ chadas ao público, respeitando o sigilo dos temas tra‐
nados aos Estados, Distrito Federal e Municípios serão tados nesses espaços.
movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse‐ d) é permitida a participação de membros eleitos do Po‐
lhos de Saúde. Posteriormente, a Resolução n º. 453 de der Legislativo e do Ministério Público, como conse‐
10/05/2012 estabeleceu as diretrizes para a instituição, lheiros, nos Conselhos de Saúde.
reformulação, reestruturação e funcionamento dos Con‐ e) o Conselho de Saúde atua na proposição, discussão,
selhos de Saúde. No contexto da Resolução n º. 453/2012, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscaliza‐
verifica-se que os Conselhos de Saúde serão compostos ção da implementação da Política de Saúde.
paritariamente por representantes assim distribuídos:
Resposta: E
a) governo (25%) e prestadores de serviços privados Conforme RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE
conveniados ou sem fins lucrativos (25%), entidades 2012:
representativas dos trabalhadores da área de saúde  Terceira Diretriz: a participação da sociedade orga‐
(25%), mais movimentos de minorias sociais represen‐ nizada, garantida na legislação, torna os Conselhos
tativos de usuários (25%). de Saúde uma instância privilegiada na proposição,
b) governo e prestadores de serviços privados conve‐
discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e
niados ou sem fins lucrativos (25%), entidades repre‐
fiscalização da implementação da Política de Saúde,
sentativas dos trabalhadores da área de saúde (25%),
inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
além de entidades e movimentos representativos de
A legislação estabelece, ainda, a composição paritá‐
usuários (50%).
ria de usuários em relação ao conjunto dos demais
c) governo e prestadores de serviços sem fins lucrativos
segmentos representados. O Conselho de Saúde será
(25%), entidades representativas dos trabalhadores da
composto por representantes de entidades, institui‐
área de saúde (25%) e entidades ou movimentos dos
usuários (50%), excluídos os prestadores de serviços ções e movimentos representativos de usuários, de
conveniados privados. entidades representativas de trabalhadores da área
d) governo, Poder Judiciário e Ministério Público (25%), da saúde, do governo e de entidades representati‐
prestadores de serviços conveniados com ou sem fins vas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu
lucrativos (25%), entidades dos trabalhadores da área presidente eleito entre os membros do Conselho, em
de saúde (25%), entidades e movimentos representa‐ reunião plenária. Nos Municípios onde não existem
tivos de usuários (25%). entidades, instituições e movimentos organizados em
e) governo e prestadores de serviços privados convenia‐ número suficiente para compor o Conselho, a eleição
dos ou sem fins lucrativos (50%), entidades e movi‐ da representação será realizada em plenária no Muni‐
mentos representativos de usuários (50%), com con‐ cípio, promovida pelo Conselho Municipal de maneira
sulta as entidades representativas dos trabalhadores ampla e democrática.
da área de saúde.
3. Ano: 2019 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: Pre‐
Resposta: B feitura de Barreiras - BA Prova:  Fundação CEFETBAHIA
Governo e prestadores de serviços privados convenia‐ - 2019 - Prefeitura de Barreiras - BA - Assistente Admi‐
dos ou sem fins lucrativos (25%), entidades represen‐ nistrativo
tativas dos trabalhadores da área de saúde (25%), além O Conselho de Saúde se constitui numa instância cole‐
de entidades e movimentos representativos de usuá‐
giada, deliberativa e permanente do Sistema Único de
rios (50%).
Saúde (SUS), em cada esfera de governo. As diretrizes
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

para instituição, reformulação, reestruturação e funcio‐


2. Ano: 2019 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: Poli‐
namento dos Conselhos de Saúde são tratadas na Reso‐
clínica de Saúde da Região de Jequié - BA Prova: Funda‐
lução nº 453, de 10 de maio de 2012, do Conselho Nacio‐
ção CEFETBAHIA - 2019 - Policlínica de Saúde da Região
nal da Saúde (BRASIL, 2012).
de Jequié - BA - Assistente Social
O Conselho de Saúde se constitui numa instância cole‐
giada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Sobre dos Conselhos de Saúde, de acordo com a Resolu‐
Saúde (SUS), em cada esfera de governo. As diretrizes ção nº 453/2012, é correto afirmar que
para instituição, reformulação, reestruturação e funcio‐
namento dos Conselhos de Saúde são tratadas na Reso‐ a) o Plenário do Conselho de Saúde deve se reunir a cada
lução nº 453, de 10 de maio de 2012, do Conselho Nacio‐ três meses e, extraordinariamente, quando necessário.
nal da Saúde (BRASIL, 2012). b) as funções como Membro do Conselho de Saúde de‐

15
vem ser remuneradas, considerando-se o seu exercí‐ Resposta: E
cio de relevância pública. Terceira Diretriz: a participação da sociedade organi‐
c) as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são fe‐ zada, garantida na legislação, torna os Conselhos de
chadas ao público, respeitando o sigilo dos temas tra‐ Saúde uma instância privilegiada na proposição, dis‐
tados nesses espaços. cussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e
d) é permitida a participação de membros eleitos do Po‐ fiscalização da implementação da Política de Saúde,
der Legislativo e do Ministério Público, como conse‐ inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
lheiros, nos Conselhos de Saúde. A legislação estabelece, ainda, a composição paritá‐
e) o Conselho de Saúde atua na proposição, discussão, ria de usuários em relação ao conjunto dos demais
acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscaliza‐ segmentos representados. O Conselho de Saúde será
ção da implementação da Política de Saúde. composto por representantes de entidades, institui‐
ções e movimentos representativos de usuários, de
Resposta: E entidades representativas de trabalhadores da área
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organi‐ da saúde, do governo e de entidades representati‐
zada, garantida na legislação, torna os Conselhos de vas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu
Saúde uma instância privilegiada na proposição, dis‐ presidente eleito entre os membros do Conselho, em
cussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e reunião plenária. Nos Municípios onde não existem
fiscalização da implementação da Política de Saúde, entidades, instituições e movimentos organizados em
inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. número suficiente para compor o Conselho, a eleição
A legislação estabelece, ainda, a composição paritá‐ da representação será realizada em plenária no Muni‐
ria de usuários em relação ao conjunto dos demais cípio, promovida pelo Conselho Municipal de maneira
segmentos representados. O Conselho de Saúde será ampla e democrática.
composto por representantes de entidades, institui‐
ções e movimentos representativos de usuários, de
entidades representativas de trabalhadores da área CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194
da saúde, do governo e de entidades representati‐ A 200.
vas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu
presidente eleito entre os membros do Conselho, em
reunião plenária. Nos Municípios onde não existem
Em 1988 surge a nossa Constituição Federal Brasileira,
entidades, instituições e movimentos organizados em
e nela em que nasce o Sistema único de Saúde:
número suficiente para compor o Conselho, a eleição
da representação será realizada em plenária no Muni‐
Artigo 194- A seguridade social compreende um con‐
cípio, promovida pelo Conselho Municipal de maneira
ampla e democrática. junto integrado de ações de iniciativa:

4. Ano: 2019 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: Pre‐ Poderes Públicos


feitura de Barreiras - BA Prova:  Fundação CEFETBAHIA Sociedade
- 2019 - Prefeitura de Barreiras - BA - Psicólogo
O Conselho de Saúde se constitui numa instância cole‐ Destinadas a asseguras os direitos relativos à:
giada, deliberativa e permanente do Sistema Único de
Saúde (SUS), em cada esfera de governo. As diretrizes 1º - saúde
para instituição, reformulação, reestruturação e funcio‐ 2º - assistência
namento dos Conselhos de Saúde são tratadas na Reso‐ 3º - previdência
lução nº 453, de 10 de maio de 2012, do Conselho Nacio‐
nal da Saúde (BRASIL, 2012).
FIQUE ATENTO!
Sobre dos Conselhos de Saúde, de acordo com a Resolu‐
ção nº 453/2012, é correto afirmar que É comum trocar a palavra seguridade por
previdência
a) o Plenário do Conselho de Saúde deve se reunir a cada
três meses e, extraordinariamente, quando necessário.
b) as funções como Membro do Conselho de Saúde de‐
A seguridade fala sobre: Saúde, Previdência e As-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

vem ser remuneradas, considerando-se o seu exercí‐


sistência
cio de relevância pública.
c) as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são fe‐
Mas quais seriam os objetivos da Seguridade Social?
chadas ao público, respeitando o sigilo dos temas tra‐
Vejamos com atenção pois é tema de preferência dos
tados nesses espaços.
examinadores de provas:
d) é permitida a participação de membros eleitos do Po‐
der Legislativo e do Ministério Público, como conse‐
lheiros, nos Conselhos de Saúde. I- Universalidade
e) o Conselho de Saúde atua na proposição, discussão, II-Uniformidade
acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscaliza‐ III-Uniformidade
ção da implementação da Política de Saúde. IV-Irredutibilidade do valor

16
V-Equidade no custeio Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços
VI-diversidade no financiamento de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos
VII-caráter democrático e descentralizado da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através
Memorizar: DECISUU de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
direito privado
- Diversidade no financiamento: conforme a compro‐
vada necessidade do local Comentários:
- Equidade no custeio: o dinheiro direcionado para Este artigo vem para fortalecer a OBRIGAÇÃO do Es‐
as ações lá em Santa Catarina será igual daquele tado frente às ações e serviços de saúde. E por este moti‐
de São Paulo. É preciso observar as disparidades; vo, deixa explicitada na própria constituição a obrigação
distribuir conforme a necessidade do poder público
- Caráter Democrático e descentralizado: os usuários
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte‐
decidem sobre as questões da área da saúde; des‐
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e consti‐
centralizado pois tira o poder da Esfera Federal e
tuem um sistema único, organizado de acordo com as
haverá coparticipação dos Estados e Municípios.
seguintes diretrizes:
- Irredutibilidade do valor: significa que os percentu‐
ais da área da saúde (definido pela lei), não podem I - descentralização, com direção única em cada esfe‐
ser modificados ra de governo;
- Seletividade: essas ações que serão prestadas, pre‐ II - atendimento integral, com prioridade para as ati‐
cisam primeiro ser selecionadas para depois ser vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços as‐
distribuída sistenciais;
- Universalidade: acesso para todos III - participação da comunidade.
- Uniformidade: o atendimento será igual, uniforme
em qualquer lugar, estado Comentário:
Descentralização significa a transferência de atribui‐
Artigo 195- A Seguridade Social será financiada por ções em maior ou menor número dos órgãos centrais
toda a sociedade, mediante recursos provenientes dos para os órgãos locais ou para pessoas físicas ou jurídicas.
orçamentos do: Centralização é a convergência de atribuições, em
maior ou menor número, para órgãos centrais.
- Ministério da Saúde
- Estados Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-
- Municípios vada.
- Distrito Federal § 1º As instituições privadas poderão participar de
forma complementar do sistema único de saúde, se-
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, gundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
garantido mediante políticas sociais e econômicas que público ou convênio, tendo preferência as entidades
visem à redução do risco de doença e de outros agra‐ filantrópicas e as sem fins lucrativos.
vos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
para sua promoção, proteção e recuperação. auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de
Este Artigo traz a OBRIGAÇÃO do Estado e deixa cla‐
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
ro que a SAÚDE é um DIREITO de TODOS. Além disso,
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
relaciona a existência de um sistema de saúde A UMA
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos
POLÍTICA SOCIAL e ECONÔMICA. que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substân-
cias humanas para fins de transplante, pesquisa e tra-
Curiosidade: tamento, bem como a coleta, processamento e trans-
fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo
- Acesso universal e igualitário: todo tem direito a tipo de comercialização.
acesso aos bens e serviços de saúde, que são con‐
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

siderados essenciais. Sem distinção de raça, cor, Comentários:


gênero, idade, ou seja, TODOS SÃO IGUAIS PE‐ Este artigo traz o direito que a iniciativa privada tem
RANTE A LEI; de ofertar serviços de saúde;
- Promoção da saúde: intervenção nos determinan‐ A participação da rede privada poderá acontecer em
tes sociais em saúde, conceito alinhado com a qua‐ caráter COMPLEMENTAR, sendo PRÉ REQUISITO PARA
lidade de vida; ISSO: insuficiência de recursos PÚBLICOS na área da saú‐
- Proteção: ações de vigilância em saúde, intervenção de;
sobre o processo saúde / doença Esse tipo de ação se dará através de CONTRATO ou
CONVÊNIO, tendo PREFERÊNCIA AS INSTIUIÇÕES FILAN‐
TRÓPICAS E SEM FINS LUCRATIVOS;

17
- O SISTEMA PÚBLICO, JAMAIS PODERÁ DESTINAR CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
RECURSOS FINACEIROS a instituições COM fins lucrati‐ BRASIL DE 1988
vos; TÍTULO VIII
ATENÇÂO!!!!! CAPÍTULO II
O Brasil NÂO PODE RECEBER RECURSO DE EMPRE‐ DA SEGURIDADE SOCIAL
SAS OU CAPITAIS ESTRANGEIROS!!! Seção I
Mas CUIDADO!!!!!!: SALVO NOS CASOS PREVISTOS DISPOSIÇÕES GERAIS
EM LEI!!!
Sendo assim, sena questão de prova perguntar se po‐ Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
demos receber, a RESPOSTA É NÃO! Mas se a afirmativa integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos
for em nenhuma hipótese podemos receber recurso de e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos re-
capital estrangeiro, a reposta é ERRADO, pois temos ex‐ lativos à saúde, à previdência e à assistência social.
ceção!
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos ter-
mos da lei, organizar a seguridade social, com base
Art. 200 Ao sistema único de saúde compete, além de
nos seguintes objetivos:
outras atribuições, nos termos da lei:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde e participar da II - uniformidade e equivalência dos benefícios e servi-
produção de medicamentos, equipamentos, imuno- ços às populações urbanas e rurais;
biológicos, hemoderivados e outros insumos; III - seletividade e distributividade na prestação dos
II - executar as ações de vigilância sanitária e epide- benefícios e serviços;
miológica, bem como as de saúde do trabalhador; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área V - equidade na forma de participação no custeio;
de saúde; VI - diversidade da base de financiamento;
IV - participar da formulação da política e da execu- VII - caráter democrático e descentralizado da admi-
ção das ações de saneamento básico; nistração, mediante gestão quadripartite, com par-
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol- ticipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
vimento científico e tecnológico e a inovação; (Reda- aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Re-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido 1998)
o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
e águas para consumo humano; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
VII - participar do controle e fiscalização da produção, a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da
transporte, guarda e utilização de substâncias e pro- lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
dutos psicoativos, tóxicos e radioativos; da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele cípios, e das seguintes contribuições sociais:
compreendido o do trabalho I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Reda-
Comentários ção dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
O verbo ORDENAR é comumente substituído pelo a) a folha de salários e demais rendimentos do traba-
COODENAR! lho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
- Os verbos PARTICIPAR E COLABORAR remetem
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em-
ações INTERSETORIAIS, ou seja, aquelas que SÃO DE
pregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
INTERESSE PARA A SAÚDE, MAS HÁ NECESSIDADE DE
20, de 1998)
“UNIR” FORÇAS COM OUTROS SETORES!
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
FIQUE ATENTO! c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
-Lei que cria o SUS : CONSTITUIÇÃO FEDE‐
II - do trabalhador e dos demais segurados da previ-
RAL
dência social, não incidindo contribuição sobre apo-
-Lei que regulamenta o SUS: LEI 8080 de
sentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

1990
-Lei que fala sobre a participação da comuni‐ previdência social de que trata o art. 201; (Redação
dade no SUS: LEI 8142 de 1990 dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Os objetivos da Seguridade Social: artigo 194 III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
Os objetivos do SUS: Lei 8080, artigo 5º IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou
- TODA DIRETRIZ É UM PRINCÍPIO de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda
- SEMPRE QUE PERGUNTAREM A FORMA DE Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
ORGANIZAÇÃO DO SUS: § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA, EM NÍ‐ Municípios destinadas à seguridade social constarão
VEIS DE COMPLEXIDADE CRESCENTES dos respectivos orçamentos, não integrando o orça-
mento da União.

18
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social Seção II
será elaborada de forma integrada pelos órgãos res- DA SAÚDE
ponsáveis pela saúde, previdência social e assistência
social, tendo em vista as metas e prioridades estabele- Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta-
cidas na lei de diretrizes orçamentárias,      assegurada do, garantido mediante políticas sociais e econômicas
a cada área a gestão de seus recursos. que visem à redução do risco de doença e de outros
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
seguridade social, como estabelecido em lei, não po- serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
derá contratar com o Poder Público nem dele receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos ter-
garantir a manutenção ou expansão da seguridade mos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e
social, obedecido o disposto no art. 154, I. controle, devendo sua execução ser feita diretamente
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a cor- jurídica de direito privado.
respondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte-
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias gram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons-
da data da publicação da lei que as houver instituído tituem um sistema único, organizado de acordo com
ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no as seguintes diretrizes:
art. 150, III, «b». I - descentralização, com direção única em cada esfera
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade so- de governo;
cial as entidades beneficentes de assistência social que II - atendimento integral, com prioridade para as ati-
atendam às exigências estabelecidas em lei. vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis-
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário tenciais;
rurais e o pescador artesanal, bem como os respecti- III - participação da comunidade.
vos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos
de economia familiar, sem empregados permanentes,
termos do art. 195, com recursos do orçamento da
contribuirão para a seguridade social mediante a apli-
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
cação de uma alíquota sobre o resultado da comer-
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Pa-
cialização da produção e farão jus aos benefícios nos
rágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Constitucional nº 29, de 2000)
cional nº 20, de 1998)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do
nicípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econô- públicos de saúde recursos mínimos derivados da apli-
mica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do por- cação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela
te da empresa ou da condição estrutural do mercado Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucio- I - no caso da União, a receita corrente líquida do res-
nal nº 47, de 2005) pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de re- 15% (quinze por cento);  (Redação dada pela Emenda
cursos para o sistema único de saúde e ações de assis- Constitucional nº 86, de 2015)
tência social da União para os Estados, o Distrito Fede- II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produ-
ral e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, to da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
observada a respectiva contrapartida de recursos. (In- 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
cluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluí-
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II do pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
deste artigo, para débitos em montante superior ao III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o
fixado em lei complementar.  (Incluído pela Emenda produto da arrecadação dos impostos a que se refere
Constitucional nº 20, de 1998) o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômi- e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda
ca para os quais as contribuições incidentes na forma Constitucional nº 29, de 2000)
dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulati- § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me-
vas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de nos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela
19.12.2003) Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §
de substituição gradual, total ou parcial, da contribui- 2º;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86,
ção incidente na forma do inciso I, a, pela incidente so- de 2015)
bre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda II – os critérios de rateio dos recursos da União vin-
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) culados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a

19
seus respectivos Municípios, objetivando a progressi- III - ordenar a formação de recursos humanos na área
va redução das disparidades regionais; (Incluído pela de saúde;
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - participar da formulação da política e da execu-
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle ção das ações de saneamento básico;
das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvol-
distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitu- vimento científico e tecnológico e a inovação; (Reda-
cional nº 29, de 2000) ção dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
IV - (revogado).   (Redação dada pela Emenda Consti- VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido
tucional nº 86, de 2015) o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde po- e águas para consumo humano;
derão admitir agentes comunitários de saúde e agen- VII - participar do controle e fiscalização da produção,
tes de combate às endemias por meio de processo transporte, guarda e utilização de substâncias e pro-
seletivo público, de acordo com a natureza e comple- dutos psicoativos, tóxicos e radioativos;
xidade de suas atribuições e requisitos específicos para VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
sua atuação. . (Incluído pela Emenda Constitucional compreendido o do trabalho.
nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
salarial profissional nacional, as diretrizes para os
Planos de Carreira e a regulamentação das atividades
de agente comunitário de saúde e agente de combate EXERCÍCIO COMENTADO
às endemias, competindo à União, nos termos da lei,
prestar assistência financeira complementar aos Esta- 1. Ano: 2017 Banca: MS CONCURSOS Órgão: Prefeitura
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cum- de Piraúba - MG Provas: MS CONCURSOS - 2017 - Pre‐
primento do referido piso salarial. (Redação dada pela feitura de Piraúba - MG - Enfermeiro 
Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e A Constituição Federal de 1988 estabelece que a respon‐
no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor sabilidade pelo financiamento do SUS é:
que exerça funções equivalentes às de agente comuni- a) Das três esferas de governo, e cada uma deve assegu‐
tário de saúde ou de agente de combate às endemias rar o aporte regular de recursos ao respectivo Fundo de
poderá perder o cargo em caso de descumprimento Saúde.
dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu b) Das três esferas de governo, e não deve ser assegu‐
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, rado o aporte regular de recursos ao respectivo Fundo
de 2006) de Saúde.
c) É somente da União, a qual deve assegurar o aporte
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri- regular de recursos ao respectivo Fundo de Saúde.
vada. d) É somente da União, a qual não deve assegurar o apor‐
§ 1º As instituições privadas poderão participar de te regular de recursos ao respectivo Fundo de Saúde.
forma complementar do sistema único de saúde, se-
gundo diretrizes deste, mediante contrato de direito Resposta: A
público ou convênio, tendo preferência as entidades Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
filantrópicas e as sem fins lucrativos. a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para lei,  mediante recursos provenientes dos orçamentos
auxílios ou subvenções às instituições privadas com da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni‐
fins lucrativos. cípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
2. Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV‐
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
-UFC - 2019 - UFC - Enfermeiro
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos
O estabelecimento das fontes de recursos para custear
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substân-
as despesas com ações e serviços públicos de saúde está
cias humanas para fins de transplante, pesquisa e tra-
determinado na Constituição Federal de 1988. De acordo
tamento, bem como a coleta, processamento e trans-
com a Constituição como deve ser feito o financiamento
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

fusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo


do SUS?
tipo de comercialização.
a) Pelas duas esferas de governo, estadual e municipal.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
b) O financiamento das ações públicas de saúde deve ser
outras atribuições, nos termos da lei:
realizado pelos municípios com maior capacidade de
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
oferta de serviços para a população.
substâncias de interesse para a saúde e participar da
c) A saúde pública deve ser financiada com recursos do
produção de medicamentos, equipamentos, imuno-
orçamento da seguridade social, da União, dos Esta‐
biológicos, hemoderivados e outros insumos;
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, além de ou‐
II - executar as ações de vigilância sanitária e epide-
tras fontes.
miológica, bem como as de saúde do trabalhador;

20
d) A transferência dos recursos federais para as ações e b) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
os serviços de saúde deve ser realizada numa parceria aplicarão, bimestralmente, em ações e serviços públi‐
entre o Ministério da Saúde, o Ministério da Justiça e cos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação
o Ministério da Educação. de percentuais calculados, no caso da União, a recei‐
e) Os recursos para financiamento do SUS devem ser ta corrente líquida do respectivo exercício financeiro,
oriundos do Seguro de Danos Pessoais Causados por não podendo ser inferior a 10% (dez por cento).
Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), a c) A Lei Orgânica disporá sobre o regime jurídico, o piso
serem distribuídos conforme os dados do Sistema de salarial profissional nacional, as diretrizes para os Pla‐
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde nos de Carreira e a regulamentação das atividades de
(SIOPS). agente comunitário de saúde e agente de combate
às endemias, competindo à União, nos termos da lei,
Resposta: C prestar assistência financeira complementar aos Esta‐
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cum‐
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte‐ primento do referido piso salarial.
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons‐ d) Os critérios de rateio dos recursos da União vincula‐
tituem um sistema único, organizado de acordo com dos à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Fede‐
as seguintes diretrizes: ral e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus
I - descentralização, com direção única em cada esfera respectivos Municípios, objetivando a progressiva
de governo; redução das disparidades regionais, serão dispostos
II - atendimento integral, com prioridade para as ati‐ através de Lei complementar, que será reavaliada pelo
vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis‐ menos a cada cinco anos.
tenciais; e) As normas de fiscalização, avaliação e controle das
III - participação da comunidade. despesas com saúde nas esferas federal, estadual, dis‐
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos trital e municipal serão dispostos através de Lei ordi‐
termos do art. 195, com recursos do orçamento da nária, que será reavaliada pelo menos a cada dez anos.
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. 
Resposta: D
Seção II
3. Ano: 2019 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV‐ DA SAÚDE
-UFC - 2019 - UFC - Enfermeiro ART 198
A Constituição Federal de 1988 assegura a saúde como § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu‐
“um direito de todos e dever do Estado” e no artigo 198 nicípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
apresenta as diretrizes que devem organizar o Sistema públicos de saúde recursos mínimos derivados da
Único de Saúde. Quais são essas diretrizes? aplicação de percentuais calculados sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do res‐
a) Promoção, proteção e recuperação da saúde. pectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
b) Descentralização, atendimento integral e participação a 15% (quinze por cento); 
da comunidade. II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produ‐
c) Redução do risco de doenças e agravos, acesso univer‐ to da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
sal e igualitário à saúde. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
d) Regionalização, hierarquização e corresponsabilização inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
das três esferas governamentais. forem transferidas aos respectivos Municípios;
e) Igualdade da assistência à saúde; capacidade de reso‐ III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal,
lução dos serviços em todos os níveis de assistência; o produto da arrecadação dos impostos a que se refe‐
integração das ações de saúde meio ambiente e sane‐ re o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158
amento básico. e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo me‐
4. Ano: 2017  Banca:  INSTITUTO AOCP Órgão:  EB‐ nos a cada cinco anos, estabelecerá:
SERH Provas: INSTITUTO AOCP - 2017 - EBSERH - Enfer‐ I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do
meiro (HUJB – UFCG)  § 2º; 
A saúde é direito de todos e dever do Estado. De acordo II – os critérios de rateio dos recursos da União vin‐
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

com a Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa culados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito
correta. Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a
seus respectivos Municípios, objetivando a progressi‐
a) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios va redução das disparidades regionais;
aplicarão, bimestralmente, em ações e serviços públi‐ III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
cos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação despesas com saúde nas esferas federal, estadual, dis‐
de percentuais calculados, no caso dos Estados e do trital e municipal
Distrito Federal, a receita corrente líquida do respec‐
tivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a
15% (quinze por cento).

21
pessoas por meio de ações de promoção, prote‐
LEI Nº 8.080/1990, LEI Nº 8.142/1990 E ção e recuperação. Sempre lembrando que deve
DECRETO PRESIDENCIAL Nº 7.508/2011 existir o somatório das ações preventivas e curati‐
vas, mas a prioridade: ações preventivas

Objetivos do SUS
Prezado candidato, confira a Lei Nº 8.142/1990 1. Identificar e divulgar fatores determinantes da saú‐
no capítulo sobre Controle do SUS e complete seus de
estudos. 2. Formular Políticas de Saúde
3. Assistência à pessoa por intermédio da promoção,
A Lei nº 8.080/1990, artigo 2º caput, dá curso ao que proteção e recuperação
já consta na Constituição, “a saúde é um direito fun‐
damental do ser humano, devendo o Estado prover as Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. É bom Sistema Único de Saúde-SUS:
salientar que o § 1º prevê “o dever do Estado de garantir I - A execução de ações:
a saúde consiste na formulação e execução de políticas a) de vigilância sanitária;
econômicas e sociais que visem à redução de riscos de b) de vigilância epidemiológica;
doenças [...]” (BRASIL, 1990). c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
A Lei Orgânica da Saúde, sancionada em 1990, regula cêutica.
as ações e serviços em todo o território nacional e esta‐
belece entre outras coisas, os princípios, as diretrizes e II - A participação na formulação da política e na exe-
os objetos do Sistema único de Saúde (SUS) cução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos
1- Determinantes sociais da saúde na área de saúde;
2- Vigilância em saúde IV - A vigilância nutricional e orientação alimentar;
V - A colaboração na proteção do meio ambiente, nele
3- Princípios e diretrizes do SUS
compreendido o do trabalho;
4- Políticas para soluções específicas
VI - A formulação da política de medicamentos, equi-
5- Responsabilidades das três esferas do governo pamentos, imunobiológicos e outros insumos de inte-
6- estruturas de governança do SUS resse para a saúde e a participação na sua produção;
7- Políticas e recursos humanos VII - O controle e a fiscalização de serviços, produtos e
8- Participação complementar do provado substâncias de interesse para a saúde;
VIII - A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e
A Lei 8080/1990 trata da gestão dos recursos finan‐ bebidas, para consumo humano;
ceiros, condicionando a existência de conta específica IX - Participação no controle e na fiscalização da pro-
para os recursos da saúde e a fiscalização da movimen‐ dução, transporte, guarda e utilização de substâncias
tação bancária pelo Conselho Municipal de Saúde. e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - O incremento, em sua área de atuação, do desen-
Define os critérios para a transferência de recursos: volvimento científico e tecnológico;
1. perfil demográfico e epidemiológico, XI - A formulação e execução da política de sangue e
2. características quantitativas e qualitativas da rede, seus derivados
3. desempenho técnico e econômico-financeiro no § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto
período anterior e nível de participação orçamen‐ de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos
tária para a saúde, à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor-
4. além de definir que o Plano Municipal de Saúde é rentes do meio ambiente, da produção e circulação de
a base das atividades e da programação de cada bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,
nível de direção do SUS abrangendo:
5. A LOS 8.080/90 traz os 3 objetivos do SUS. Mas, I - O controle de bens de consumo que, direta ou in-
muitas vezes, as bancas “transformam” estes ob‐ diretamente, se relacionem com a saúde, compreen-
jetivos em vários. didas todas as etapas e processos, da produção ao
consumo; e
Para lembrar quais são: II - O controle da prestação de serviços que se relacio-
nam direta ou indiretamente com a saúde
- Objetivo 1: através desta lei o conceito de saúde
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

é ampliado e passa a ser um conjunto de fatores


§ 1º Entende-se por VIGILÂNCIA SANITÁRIA um con-
determinantes e condicionantes – logo, o primeiro junto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
objetivo do SUS é? - Identificar e divulgar estes riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
fatores determinantes! decorrentes do meio ambiente, da produção e circula-
- Objetivo 2: vimos que para o Estado prover as ações ção de bens e da prestação de serviços de interesse da
e serviços de saúde há necessidade de? - Formular saúde, abrangendo:
uma política econômica e social! I - O controle de bens de consumo que, direta ou in-
- Objetivo 3: o art. 196 da CF/88 e o art. 2º desta lei diretamente, se relacionem com a saúde, compreen-
dizem que as ações e serviços de saúde devem ser didas todas as etapas e processos, da produção ao
de promoção, proteção e recuperação- Assistir as consumo; e

22
II - O controle da prestação de serviços que se relacio- Comentários: Veja que temos acima o conceito de
nam direta ou indiretamente com a saúde Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e de Saúde
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto do Trabalhador. São conceitos importantes para questão
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos de prova!
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor-
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
abrangendo:
I - O controle de bens de consumo que, direta ou in- I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em
diretamente, se relacionem com a saúde, compreen- todos os níveis de assistência;
didas todas as etapas e processos, da produção ao II - Integralidade de assistência, entendida como um
consumo; e conjunto articulado e contínuo das ações e servi‐
II - O controle da prestação de serviços que se relacio- ços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
nam direta ou indiretamente com a saúde exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema;
§ 2º Entende-se por VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
um conjunto de ações que proporcionam o conhe-
cimento, a detecção ou prevenção de qualquer mu- de sua integridade física e moral;
dança nos fatores determinantes e condicionantes de IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconcei‐
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de reco- tos ou privilégios de qualquer espécie;
mendar e adotar as medidas de prevenção e controle V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
das doenças ou agravos. sua saúde;
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial
§ 3º Entende-se por SAÚDE DO TRABALHADOR, para dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;
fins desta lei, um conjunto de atividades que se des- VII - utilização da epidemiologia para o estabeleci‐
tina, através das ações de vigilância epidemiológica e mento de prioridades, a alocação de recursos e a
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde orientação programática;
dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e VIII - participação da comunidade;
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos IX - Descentralização político-administrativa, com di‐
aos riscos e agravos advindos das condições de traba-
reção única em cada esfera de governo: a) ênfase
lho, abrangendo
I - Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de na descentralização dos serviços para os municí‐
trabalho ou portador de doença profissional e do tra- pios; b) regionalização e hierarquização da rede de
balho; serviços de saúde;
II - Participação, no âmbito de competência do Sis- X - Integração, em nível executivo, das ações de saú‐
tema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, de, meio ambiente e saneamento básico;
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológi‐
saúde existentes no processo de trabalho; cos, materiais e humanos da União, dos Estados,
III - participação, no âmbito de competência do Siste- do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação
ma Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscaliza- de serviços de assistência à saúde da população;
ção e controle das condições de produção, extração, XII - capacidade de resolução dos serviços em todos
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio os níveis de assistência; e
de substâncias, de produtos, de máquinas e de equi- XIII - organização dos serviços públicos de modo a
pamentos que apresentam riscos à saúde do traba-
evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
lhador;
IV - Avaliação do impacto que as tecnologias provo-
cam à saúde; NÍVEIS DO SISTEMA
V - Informação ao trabalhador e à sua respectiva en-
tidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci- 1. Primeiro nível do sistema: serviços e ações execu‐
dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, tadas pelas equipes de saúde da família, estratégia
bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
de agentes comunitários dentre outros;
ambientais e exames de saúde, de admissão, perió-
dicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética 2. Segundo nível do sistema: serviços e ações execu‐
profissional; tadas pelas especialidades;
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

VI - participação na normatização, fiscalização e con- 3. Terceiro nível do sistema: ações e serviços execu‐
trole dos serviços de saúde do trabalhador nas institui- tados pelos Hospitais de Grande Porte e Univer‐
ções e empresas públicas e privadas; sitários.
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
originadas no processo de trabalho, tendo na sua ela- EQUIDADE: A palavra equidade deriva da palavra
boração a colaboração das entidades sindicais; e “equivalente”. Ela é muito usada no direito, existem vá‐
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re- rios sinônimos para representá-la ou igualá-la ao mes‐
querer ao órgão competente a interdição de máquina, mo significado. É a maneira mais comum de se expressar
de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando queremos que duas coisas, objetos, pessoas e
quando houver exposição a risco iminente para a vida etc. possam ser equivalente uma com as outras. Usual‐
ou saúde dos trabalhadores mente vemos a expressão de se um sistema social é ou

23
não equitativo. Aí tem uma representação clara do termo Parágrafo único - As comissões intersetoriais terão a
equidade. A equidade adapta a regra para um determi‐ finalidade de articular políticas e programas de inte-
nado caso específico, a fim de deixá-la mais justa. resse para a saúde, cuja execução envolva áreas não
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saú-
Participação da Comunidade: uma diretriz e um prin‐ de-SUS.
cípio. Regulamentado pela LOS 8.142/90;
Art. 14. Deverão ser criadas comissões permanentes
Descentralização Político-administrativa: através da de integração entre os serviços de saúde e as institui-
municipalização, de forma REGIONALIZADA E HIERAR‐ ções de ensino profissional e superior.
QUIZADA; Parágrafo único - Cada uma dessas comissões terá por
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias
Capacidade de resolução: resolutividade – cada nível para a formação e educação continuada dos recursos
de complexidade deve executar todas as ações pertinen‐ humanos do Sistema Único de Saúde - SUS, na esfera
tes ao mesmo. correspondente, assim como em relação à pesquisa e
à cooperação técnica entre essas instituições.
ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E GESTÃO
Art. 14-A. As COMISSÕES INTERGESTORES BIPARTITE
Art. 8º - As ações e serviços de saúde, executados E TRIPARTITE são reconhecidas como foros de nego-
pelo Sistema Único de Saúde- SUS, seja diretamente ciação e pactuação entre gestores, quanto aos aspec-
ou mediante participação complementar da iniciativa tos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (In-
privada, serão organizados de forma regionalizada e cluído pela Lei nº 12.466, de 2011). Parágrafo único.
hierarquizada em níveis de complexidade crescente A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tri-
Art. 9º - A direção do Sistema Único de Saúde - SUS partite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466,
é única, de acordo com o Inciso I do artigo 198 da de 2011).
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera
de governo pelos seguintes órgãos: I - No âmbito da
Art. 14-B. O CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS
União, pelo Ministério da Saúde; II - No âmbito dos
DE SAÚDE (CONASS) E O CONSELHO NACIONAL DE
Estados e do Distrito Federal, pela respectiva secreta-
SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE (CONASEMS)
ria de saúde ou órgão equivalente; e III - No âmbito
são reconhecidos como entidades representativas dos
dos Municípios, pela respectiva secretaria de saúde ou
entes estaduais e municipais para tratar de matérias
órgão equivalente.
referentes à saúde e declarados de utilidade pública e
Art. 10º - Os Municípios poderão constituir consórcios
de relevante função social, na forma do regulamento.
para desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
de saúde que lhes correspondam.
§ 1º - Aplica-se aos consórcios administrativos inter- § 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do or-
municipais o princípio da direção única e os respecti- çamento geral da União por meio do Fundo Nacional
vos atos constitutivos disporão sobre sua observância. de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
§ 2º - No nível municipal, o Sistema Único de Saúde institucionais, podendo ainda celebrar convênios com
- SUS poderá organizar-se em distritos de forma a in- a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
tegrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas § 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
para a cobertura total das ações de saúde. (Cosems) são reconhecidos como entidades que re-
presentam os entes municipais, no âmbito estadual,
CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL: Consórcio significa, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que
do ponto de vista Jurídico e etimológico, a união ou as‐ vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma
sociação de dois ou mais de dois entes da mesma natu‐ que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº
reza. O consórcio não é um fim em si mesmo; constitui, 12.466, de 2011)
sim, um instrumento, um meio, uma forma para a reso‐
lução de problemas ou para alcançar objetivos comuns. Decreto 7.508/2011
Ao expressar um acordo firmado entre municípios, possi‐
bilita aos prefeitos municipais assegurar ações e serviços Esse decreto veio em 2011 com o intuito de estabele‐
mediante a utilização dos recursos materiais e humanos cer uma justificativa para a Lei 8080; veio regulamentar. É
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

disponíveis. A união desses recursos produzirá os resul‐ extremamente cobrado em provas, por isso vamos estu‐
tados desejados, o que não ocorreria se os municípios da-lo com muita atenção!
atuassem isoladamente
1. Após o decreto temos novas portas de entrada
para o SUS
Art. 12º - Serão criadas COMISSÕES INTERSETORIAIS
2. Regiões de saúde: precisa ter as obrigatoriedades
de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Na-
estabelecidas no decreto
cional de Saúde, integradas pelos ministérios e órgãos
3.Rename / Renasce
competentes e por entidades representativas da socie-
4. Comissões intergestores
dade civil.

24
O Decreto nº 7.508/2011 define os instrumentos para a implementação da integralidade de assistência, quais
sejam: a RENASES e a RENAME.

São criadas as Regiões de Saúde, que reitera a regionalização com princípio organizativo do SUS.
Cada região oferece serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção psicossocial, atenção ambulato‐
rial especializada e hospitalar e, por fim, vigilância em saúde.
Em relação à hierarquização, o Decreto estabelece que as portas de entrada do SUS, pelas quais os pacientes podem
ter acesso aos serviços de saúde, são: de atenção primária; de atenção de urgência e emergência; de atenção psicosso‐
cial e, ainda, especiais de acesso aberto.
O Decreto também define quais são os serviços de saúde que estão disponíveis no SUS para o atendimento integral
dos usuários, através da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – RENASES, que deve ser atualizada a cada
dois anos.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) também é citada no documento, que será acompa‐
nhada do Formulário Terapêutico Nacional, como forma de subsidiar a prescrição, a dispensação e o uso dos seus
medicamentos

A Assistência Farmacêutica também é alvo da regulamentação, que define sobre o acesso universal e igualitário à
Assistência Farmacêutica, pressupondo que:

1. O usuário deve estar assistido por ações e serviços de saúde do SUS;


2. O medicamento deve ter sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS;
3. A prescrição deve estar em conformidade com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou
com a relação específica complementar estadual, distrital ou municipal de medicamentos;
4. A dispensação deve ter ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.

LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

25
I. São determinantes e condicionantes da saúde, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási‐
EXERCÍCIOS COMENTADOS co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação,
a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
1. Ano: 2017  Banca:  PR-4 UFRJ Órgão:  UFRJ  Pro- bens e serviços essenciais.
va: PR-4 UFRJ - 2017 - UFRJ - Assistente Administrativo II. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único
- Complexo Hospitalar de Saúde (SUS), em caráter complementar.
Em relação aos princípios constitucionais do SUS, mar‐ III. Constitui um objetivo do Sistema Único de Saú‐
que a opção correta. de (SUS): a assistência às pessoas por intermédio de
ações de promoção, proteção e recuperação da saúde,
a) O princípio da UNIVERSALIDADE considera a saúde com a realização das atividades preventivas em detri‐
mento das ações assistenciais.
como um “direito de todos e dever do Estado”, se co‐
IV. A participação na formulação da política e na execu‐
locando como um direito fundamental de todo e qual‐ ção de ações de saneamento básico não está incluí‐
quer cidadão, sendo considerado até mesmo cláusula da no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
pétrea, ou seja, não pode ser retirada da Constituição (SUS).
em nenhuma hipótese, por constituir um direito e ga‐
rantia individual. Está(ão) correto(s):
b) O princípio da EQUIDADE confere ao Estado o dever
do “atendimento integral, com prioridade para as ati‐ a) somente II e IV.
vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis‐ b) I, II, III e IV.
tenciais” em relação ao acesso a que todo e qualquer c) somente I.
cidadão tem direito. d) somente I e II.
c) A INTEGRALIDADE está relacionada com o manda‐ e) somente I, II e IV.
mento constitucional de que “saúde é direito de to‐
dos”, previsto no artigo 196 da Constituição Federal. Resposta: D
Busca-se aqui preservar o postulado da isonomia, vis‐ I. VERDADEIRA
to que a própria Constituição Federal, em Dos Direi‐ Os níveis de saúde expressam a organização social
tos e Deveres Individuais e Coletivos, artigo 5º, institui e econômica do País, tendo a saúde como determi‐
que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de nantes e condicionantes, entre outros, a alimentação,
qualquer natureza”. a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
d) Segundo o princípio da PARTICIPAÇÃO SOCIAL o Siste‐ o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
ma Único de Saúde está presente nos três entes fede‐ transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços es‐
rativos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios senciais. Art. 3º
– de forma que o que é da alçada de abrangência na‐  
cional será de responsabilidade do Governo Federal, II. VERDADEIRA
o que está relacionado à competência de um Estado A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único
deve estar sob responsabilidade do Governo Estadual, de Saúde (SUS), em caráter complementar Art. 4º § 2º​
e a mesma definição ocorre com um Município.  
III. FALSA
e) Segundo o princípio de DESCENTRALIZAÇÃO, está
a assistência às pessoas por intermédio de ações de
prevista no artigo 198, inciso III da Constituição Fede‐
promoção, proteção e recuperação da saúde, com
ral, a “participação da comunidade” nas ações e ser‐ a realização integrada das ações assistenciais e das ati‐
viços públicos de saúde, atuando na formulação e no vidades preventivas Art. 5º inciso III
controle da execução destes.  
IV. FALSA
Resposta: CAPÍTULO II Estão incluídas No campo de atuação do Sistema Úni‐
co de Saúde (SUS) a participação na formulação da
Dos Princípios e Diretrizes LEI. 8080/90 SUS
política e na execução de ações de saneamento bási‐
 Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os
co Art. 6º inciso II
serviços privados contratados ou conveniados que in‐
tegram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desen‐
volvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 3. Ano: 2017  Banca:  INSTITUTO AOCP Órgão:  EB‐
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos SERH Prova: INSTITUTO AOCP - 2017 - EBSERH - Analista
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

seguintes princípios: Administrativo - Administração (HRL - UFS)


I - UNIVERSALIDADE de acesso aos serviços de saúde Assinale a alternativa correta, de acordo com o que dis‐
em todos os níveis de assistência; põe a Lei 8.080/1990, acerca da participação de empre‐
sas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde.
2. Ano: 2017 Banca: IF-CE Órgão: IF-CE Prova: IF-CE -
a) É vedada a participação direta ou indireta, inclusive
2017 - IF-CE - Técnico em Enfermagem
controle, de empresas ou de capital estrangeiro na as‐
Considerando-se a Lei nº 8.080/90, que dispõe sobre as sistência à saúde, no caso de doações de organismos
condições para a promoção, proteção e recuperação da internacionais vinculados à Organização das Nações
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços Unidas, de entidades de cooperação técnica e de fi‐
correspondentes, analise as afirmativas. nanciamento e empréstimos.

26
b) É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência
à saúde, no caso de serviços de saúde mantidos, com finalidade lucrativa, por empresas para atendimento de seus
empregados e dependentes.
c) É vedada a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
saúde, no caso de pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar ações e pesquisas de planeja‐
mento familiar.
d) É vedada a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
saúde, no caso de pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar hospital geral.
e) É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência
à saúde no caso de hospital especializado.

Resposta: E
Art. 23.  É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na
assistência à saúde nos seguintes casos:
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação
técnica e de financiamento e empréstimos;
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:    
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica especializada; e   
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;      
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e  
IV - demais casos previstos em legislação específica. 

3. Ano: 2017 Banca: IADES Órgão: Fundação Hemocentro de Brasília - DF Provas: IADES - 2017 - Fundação Hemocen‐


tro de Brasília - DF - Técnico Administrativo 
No que se refere às ações e aos serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o
território nacional, coletiva ou individualmente, de acordo com as previsões contidas na Lei no 8.080/1990, e alterações
posteriores, assinale a alternativa correta.

a) A referida lei não trata especificamente acerca do assunto, senão para remeter a competência à legislação da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
b) À União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios compete solidariamente financiar o Subsistema de Aten‐
ção à Saúde Indígena.
c) A complementariedade no custeio e na execução das referidas ações e dos serviços cabe exclusivamente a outras
instituições governamentais e não governamentais.
d) Esses deverão ser descentralizados, hierarquizados e regionalizados.
e) A estrutura do Sistema Único de Saúde deverá possuir a mesma estrutura e organização para tais ações e serviços, a
fim de propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.

Resposta: LETRA A 
 
INCORRETA a LOS 8.080/90 em seu CAPÍTULO V, no Art. 19-A trata especificamente desse assunto
 LETRA B
 INCORRETA  Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena.
 LETRA C
 INCORRETA Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-governamentais po‐
derão atuar complementarmente no custeio e execução das ações.   
LETRA D
 CORRETA Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierar-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

quizado e regionalizado. 
 LETRA E
INCORRETA Art. 19-G § 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as popula‐
ções indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem discrimi-
nações.  

27
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE

Uma vez que a Constituição Federal aponta as políticas econômicas e sociais como intervenções fundamentais para
assegurar o direito à saúde (PAIM, 2009, p. 44), o art. 196 da Constituição prevê a atuação imediata do Estado, na pro‐
moção e aplicação da saúde preventiva ou curativa. Cumpre evidenciar que compreendemos a norma constitucional
com a função de inscrever o direito à saúde, no rol daquele complexo integrado de prestações afirmativas dos poderes
públicos.

Fonte: Processo Saúde - Doença – Cuidado (Dahlgreen e Whitehed, 1992)

De acordo com definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), os determinantes sociais da saúde estão rela‐
cionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados os fatores sociais, econô‐
micos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde
e fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego.
Estudos sobre determinantes sociais apontam que há distintas abordagens possíveis. É necessário avaliar a coleti‐
vidade na qual ele se insere.
os determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças geradas, pois vão além, influenciando
todas as dimensões do processo de saúde das populações, tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto da coletivi‐
dade na qual ele se insere.

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Provas: CESPE - 2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos - Cargos de Nível


Superior 
Acerca dos determinantes sociais da saúde, julgue o item que se segue.
Atualmente, o foco dos determinantes sociais da saúde está no mecanismo de produção das iniquidades.

( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Iniquidade social
A iniquidade social acontece quando as normas e leis destinadas à sociedade, de um modo geral, não estão sendo
cumpridas igualitariamente, seguindo os princípios dos Direitos Humanos, da moral e da ética. 
No Brasil, por exemplo, existem vários casos de iniquidades sociais, praticados por instituições públicas e privadas,
seja na área da educação escolar, sistema de saúde ou segurança pública. 
A iniquidade na saúde é um dos grandes problemas do país, que enfrenta déficit de profissionais qualificados e
equipamentos nos hospitais e centros de saúde, indo de encontro às leis que regem os Direitos Humanos Universais,
que determinam que todo o ser humano deve ter o direito a uma assistência em saúde de qualidade e gratuita. 

28
2. Ano: 2018  Banca:  IADES  Órgão:  SES-DF  Prova:  IA‐ - estimular a produção de conhecimentos sobre os
DES - 2018 - SES-DF - Administrador determinantes sociais em saúde através de linhas es‐
O Brasil foi o primeiro país a criar a própria Comissão pecíficas de financiamento à pesquisa e de apoio à
Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), formação de investigadores;
integrando-se ao movimento global em torno dos de‐
terminantes sociais da saúde (DSS), desencadeado pela - incluir metas para redução das desigualdades sociais
Organização Mundial da Saúde (OMS). Quanto aos DSS, em saúde, de maneira explícita, nas políticas sociais;
assinale a alternativa correta.
- articular-se com outras iniciativas de políticas pú‐
a) Segundo essa concepção, enfrentar as causas das cau‐ blicas de redução da pobreza e de riscos à saúde, a
sas das determinações econômicas e sociais mais ge‐ exemplo do Conselho Nacional de Desenvolvimento
rais dos processos saúde-enfermidade envolve ações Econômico e Social (CNDES), Fome Zero, Conselho
apenas no sistema de atenção à saúde. Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA) e outros;
b) O relatório final ressaltou a necessidade da busca por
estratégias centradas na prevenção da saúde. - promover a defesa e indução de ações para o en-
c) No relatório final, foi proposta a criação de espaços frentamento dos determinantes sociais em saúde,
no Brasil, junto as três esferas de governo, nos âmbi‐
institucionais para o enfrentamento dos DSS.
tos executivo e legislativo;
d) Programas de apoio a projetos de pesquisa são dis‐
pensáveis, uma vez que as evidências científicas a res‐
- garantir a inclusão e a execução, refletidas nos orça‐
peito dos DSS são suficientes para direcionar rumos
mentos públicos das três esferas de governo, de ações
novos ao modelo. dirigidas à redução das iniquidades em saúde. 
e) A participação social deve ser revista, pois o tema exige
um nível instrução não acessível a toda a população. 3. Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: EBSERH Prova: CES‐
PE - 2018 - EBSERH - Conhecimentos Básicos - Cargos de
Resposta: C Nível Superior - Área Médica
A Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais No que se refere aos determinantes sociais da saúde, jul‐
da Saúde (CNDSS) diz em seu relatório que o moni‐ gue o item a seguir.
toramento das iniquidades e o estudo sistemático e Os determinantes sociais da saúde têm por base as ini‐
quidades em saúde, ou seja, as desigualdades que, além
aprofundado de seus determinantes deverão permitir
de relevantes e sistemáticas, são consideradas evitáveis,
identificar pontos mais vulneráveis ao impacto de po‐
injustas e desnecessárias.
líticas públicas que buscam combatê-las.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Serão suas principais linhas de atuação:
Resposta: Certo. ‘’Nas últimas décadas, tanto na li‐
- estimular a melhoria da qualidade e completude das teratura nacional, como internacional, observa-se um
informações sociodemográficas nos sistemas de infor‐ extraordinário avanço no estudo das relações entre a
mação oficiais da saúde, de forma a permitir o moni‐ maneira como se organiza e se desenvolve uma deter‐
toramento das desigualdades sociais em saúde; minada sociedade e a situação de saúde de sua popu‐
lação (ALMEIDA-FILHO, 2002).
- introduzir a temática dos determinantes sociais da
saúde e das consequências das desigualdades na for‐ 4. Ano: 2018 Banca: IADES Órgão: SES-DF Provas: IA‐
mação dos profissionais de saúde; DES - 2018 - SES-DF - Enfermeiro Obstetra 
Uma base conceitual para os Determinantes Sociais da
- fomentar e mobilizar os profissionais e gestores de Saúde (DSS) foi sintetizada segundo diversos modelos
saúde em prol de políticas públicas focadas, explicita‐ teóricos construídos entre os anos de 1991 e de 2001. Es‐
mente, na busca da equidade em saúde; ses modelos ilustram os possíveis caminhos pelos quais
os determinantes sociais influenciam os desfechos em
- mobilizar a sociedade civil para a defesa do princípio saúde. No que concerne aos DSS, assinale a alternativa
da equidade na execução das políticas públicas perti‐ correta.
nentes;
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

a) O enfrentamento das determinações econômicas e


- criar instrumentos que possibilitem a circulação, na sociais mais gerais dos processos saúde-enfermidade
sociedade, dos conhecimentos e direitos relativos aos envolve ações apenas no sistema de atenção à saúde.
determinantes sociais da saúde; b) Esses determinantes estão relacionados com a pro‐
posta do modelo biomédico de atenção à saúde.
- criar fóruns intersetoriais para o debate do tema e c) Para a promoção da participação social, com vistas ao
estabelecimento de compromissos pactuados de en‐ apoio político às ações, foi reiterada a necessidade de
frentamento do problema, incluindo a discussão de fortalecer mecanismos de gestão participativa.
modelos de políticas de curto, médio e longo prazo; d) Os DSS relacionam-se à prevenção primária (medidas
que evitem o aparecimento da doença), à secundária
(diagnóstico precoce) e à terciária (limitação do dano).

29
e) Os autores recomendam três momentos: pré-patogênese, patogênese e pós-patogênese; neste último são tratadas
as sequelas ou consequências da doença.

Resposta: c) Para a promoção da participação social, com vistas ao apoio político às ações, foi reiterada a necessi‐
dade de fortalecer mecanismos de gestão participativa.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

As principais funções dos Sistemas de Informação em Saúde, são:

- gestão da atenção à saúde;


- acesso e monitoramento do estado de saúde da população e as condições socioambientais;
- planejamento, supervisão e o controle e avaliação de ações e serviços;
-Subsidiar os processos decisórios nos diversos níveis de decisão e ação;
-apoiar pesquisas em saúde, bem como promover a educação e a promoção da saúde
-disponibilizar informações para possíveis tratamentos

Mas, quais seriam esses dados? Vejamos:

1. dados demográficos, socioeconômicos e ambientais;


2. Níveis de mortalidade
3. Dados de surtos e epidemias

Esses dados são de extrema importância para a formação da decisão e posterior ação

Administração e Planeja- Cartão SUS


mentos
Administração Hospitalar Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES), Sistema de Regulação do Ministé‐
rio da Saúde (SISREG), Monitoramento de Indi‐
cadores de Serviços de Saúde por AIHs, Sistema
Nacional de Transplantes (SNT);

Água Sistema de Avaliação da Qualidade da


Água (Siságua);
Assistência Farmacêutica Sistema Nacional de Gestão da Assistência
Farmacêutica (Horus);
Atenção Básica Sistema de Informação de Atenção Básica
(SIAB);
Câncer Sistema de Informação do Câncer do Colo
do Útero e Sistema de Informação do Câncer de
Mama (SISCOLO/SISMAMA
Datasus Sistemas e Aplicativos do Datasus
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Doenças Crônicas Sistema de Cadastramento e Acompanha‐


mento de Hipertensos e Diabéticos (SISHIPERDIA)

DST / Aids Sistema de Monitoramento de Indicadores


do Programa Nacional de DST e Aids;

30
Informações Ambulato- Sistema de Informações Ambulatoriais do
riais SUS (SiaSUS);

Informações Hospitalares Sistema de Informação Hospitalar Descen‐


tralizado (SIHD);

Medicamentos, Vacinas e Sistema de Informações do Programa Na‐


Insumos cional de Imunizações (PNI);

Pré Natal Sistema de Pré-Natal (SIS Pré Natal)

Recursos Financeiros: Sistema de Informações sobre Orçamentos


Públicos em Saúde (SIOPS);
Saúde Suplementar Sistema de Informações de Beneficiários
(Bolsa Família);

Vigilância em Saúde Sistema Nacional de Agravos de Notifica‐


ção (SINAN);

Óbitos: Serviço de Verificação de Óbitos (SVO);

Nascimentos Sistema Nacional de Nascidos Vivos (S I


N A S C)

EXERCÍCIO COMENTADO

1. Ano: 2019 Banca: Fundação CEFETBAHIA Órgão: Prefeitura de Barreiras - BA Prova: Fundação CEFETBAHIA - 2019


- Prefeitura de Barreiras - BA - Assistente Administrativo
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um Sistema de Informação em Saúde constitui um “meca‐
nismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e
avaliar os serviços de saúde” (DATASUS). No Brasil, desde 1991, o Departamento de Informática do Sistema Único de
Saúde (DATASUS), é o órgão responsável por esta atividade (BRASIL, 2019).

Em relação aos Sistemas Naci

( ) O Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS), consolida as informações sobre gastos em
saúde no país.
( ) O Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA) é capaz de coletar e processar, embora não valide, os dados
apresentados pelas unidades prestadoras de serviço.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

( ) O Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão (SARGSUS) é uma ferramenta de acompanhamento da


gestão da saúde, de acesso exclusivo aos gestores municipais.
( ) O Sistema de Centrais de Regulação (SISREG) permite o controle e a regulação dos recursos hospitalares e ambula‐
toriais especializados no nível Municipal, Estadual ou Regional.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é

a) V F F V
b) V F V F
c) V V F F

31
d) F V F V dimensão pode ser dada pela articulação e sistematiza‐
e) F V V F ção das informações em saúde com as demais bases de
dados de interesse à saúde do trabalhador, como:
Resposta: Letra A
a) Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Cadastro Na‐
cional de Estabelecimentos em Saúde (CNES) e Cadas‐
2. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Macapá tro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
- AP Prova: FCC - 2018 - Prefeitura de Macapá - AP - Ad‐ b) Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS); Sis‐
ministrador Hospitalar tema Único de Benefícios (SUB) e Relação Anual de
A gestão da informação é fundamental em função dos Informações Sociais (RAIS).
diversos atendimentos que ocorrem nas organizações c) Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS); Siste‐
hospitalares. Para implantação de sistemas de informa‐ ma de Qualidade da Água (SIS-Água) e Sistema Fede‐
ção em saúde, no âmbito hospitalar, é necessária a ges‐ ral de Inspeção do Trabalho (SFIT).
tão d) Troca de Informação em Saúde Suplementar (TISS);
I. do fluxo de pacientes e registro eletrônico de saúde. II. Sistema de Qualidade da Água (SIS-Água) e Cadastro
do fluxo de pacientes e conexão entre os diversos atores Nacional de Informações Sociais (CNIS).
e) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
que participam das atividades em saúde. III. da inovação
Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde
do conhecimento e sistema de referência e contrarrefe‐
(CNES) e Sistema de Informação Hospitalar (SIH).
rência.

Está correto o que consta APENAS em Resposta:B


“podem ajudar a mapear a dimensão da problemática
a) I. e contribuir na vigilância da saúde do trabalhador no
b) II e III. âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).”
Os outros sistemas, dos outros itens existem, mas ana‐
c) I e III.
lisando o B) Cadastro Nacional de Informações Sociais
d) I e II. (CNIS); Sistema Único de Benefícios (SUB) e Relação
e) III. Anual de Informações Sociais (RAIS), eu posso ter um
panorama geral de como está a situação dos trabalha‐
Resposta: D dores brasileiros.
Pelo CNIS - Eu sei a situação social
Gestão da Informação é explícito.
SUB - Se eu tenho muitos trabalhadores com aposen‐
Sempre com registros.
tadoria por invalidez, auxilio doença etc, o indicador
de saúde do trabalhador não deve está muito bom,
3. Ano: 2017  Banca:  IDECAN  Órgão:  MS  Prova:  IDE‐ não é mesmo?
CAN - 2017 - MS - Analista Técnico de Políticas Sociais RAIS - Pelas informações sociais como desempregos,
Na perspectiva de Vigilância em Saúde da população in‐ também não é algo positivo e a partir desses sistemas
eu posso fazer um apanhado da situação “ geral” da
dígena, foi criado um sistema de informações, o Sistema
saúde do trabalhador naquele âmbito determinado.
de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), para
acompanhar as ações de saúde desenvolvidas no âmbito:
5. Ano: 2018  Banca:  CONSULPLAN  Órgão:  Câmara de
a) Da União. Belo Horizonte - MG Prova: CONSULPLAN - 2018 - Câ‐
b) Dos estados. mara de Belo Horizonte - MG - Consultor Legislativo -
c) Dos municípios. Saúde Pública
d) Dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. A Secretaria de Vigilância em Saúde estabeleceu, através
e) Dos níveis primários, secundários e terciários nas redes da Portaria nº 47, de 03 de maio de 2016, parâmetros de
de atenção à saúde indígena. monitoramento da regularidade na alimentação do Sis‐
tema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN),
do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC)
Resposta: E e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM),
 e) Dos níveis primários, secundários e terciários nas para fins de manutenção do repasse de recursos do Piso
redes de atenção à saúde indígena Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS) e do Piso Variável de
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Vigilância em Saúde (PVVS) do Bloco de Vigilância em


Saúde. De acordo com o Parágrafo I do Art. 2º desta Por‐
4. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do taria será considerada situação irregular na alimentação
Distrito Federal Prova: FCC - 2018 - Câmara Legislativa do SINAN, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que
do Distrito Federal - Consultor Legislativo - Saúde NÃO registrar notificação no período de:
Com a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora de 2012, diversos Sistemas de Informação a) Seis meses consecutivos.
em Saúde podem ajudar a mapear a dimensão da pro‐ b) Dois meses consecutivos.
blemática e contribuir na vigilância da saúde do traba‐ c) Oito semanas epidemiológicas de notificação conse‐
lhador no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa cutivas.

32
d) Quatro semanas epidemiológicas de notificação con‐ LEVCOVITZ, E; LIMA, L; MACHADO, C. Política de saú‐
secutivas. de nos anos 90: relações intergovernamentais e o papel
das Normas Operacionais Básicas. Ciênc. saúde coletiva,
Resposta: C São Paulo, v. 6, n. 2, p. 269-293, 2001. Disponível em:
De acordo com PORTARIA Nº 47, DE 3 DE MAIO DE Acesso em 22 out. 2019.
2016
Define os parâmetros para monitoramento da regula‐ SANTOS, N. Desenvolvimento do SUS, rumos estra‐
ridade na alimentação do Sistema de Informação de tégicos e estratégias para visualização dos rumos. Ciênc.
Agravos de Notificação (SINAN), do Sistema de Infor‐ saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 429-435, abr.
mações de Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de 2007. Disponível em: . Acesso em 22 out. 2019.
Informações sobre Mortalidade (SIM), para fins de ma‐
nutenção do repasse de recursos do Piso Fixo de Vigi‐ NUNES, André. As teorias de justiça e a equidade no
lância em Saúde (PFVS) e do Piso Variável de Vigilância sistema único de saúde no Brasil. In: Planejamento e Po‐
em Saúde (PVVS) do Bloco de Vigilância em Saúde. líticas Públicas, n. 37, p. 9-37, jul./dez. 2011.
 Art. 2º Para manutenção do repasse de recursos do
PFVS e do PVVS do Bloco de Vigilância em Saúde, o PAIM, Jairnilson S. O que é SUS. Rio de Janeiro: Edito‐
monitoramento da regularidade na alimentação do SI‐ ra Fiocruz, 2009.
NAN pelos Estados, Distrito Federal e Municípios deve
ser realizado de acordo com os seguintes parâmetros:  UMA-SUS- Unifesp:
I - será considerada situação irregular na alimenta‐ https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/
ção do SINAN, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esf/2/unidades_conteudos/unidade04/unidade04.pdf
que  não registrar, no período de 8 (oito) semanas https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/
epidemiológicas de notificação consecutivas no pe‐ esf/2/unidades_conteudos/unidade04/unidade04.pdf.
ríodo avaliado a: Acesso em 22 out. 2019.
  a) notificação individual de agravos de notificação https://pensesus.fiocruz.br/determinantes-sociais
compulsória;
b) notificação de surtos;
c) notificação de epizotia RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011
QUE DISPÕE SOBRE OS REQUISITOS DE
Referencias BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO
BRASIL. Constituição da República Federativa do Bra‐ PARA OS SERVIÇOS DE SAÚDE
sil de 1988. Disponível em: Acesso em 22 out. 2019
____________.Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Disponível em:< http://conselho.saude.gov.br/legisla‐ Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de
cao/lei8080_190990.htm>. Acesso em 22 out. 2019. Funcionamento para os Serviços de Saúde
____________.Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
Disponível em: < http://conselho.saude.gov.br/legisla‐ A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigi‐
cao/lei8142_281290.htm#>. Acesso em 22 out. 2019. lância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o
inciso IV do art. 11, do Regulamento aprovado pelo De‐
______. Ministério da Saúde. Norma Operacional Bási‐
creto nº. 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista
ca do Sistema Único de Saúde/ NOB-SUS 96. Gestão ple‐
o disposto no inciso II e nos § § 1º e 3º do art. 54 do
na com responsabilidade pela saúde do cidadão. Diário
Regimento Interno nos termos do Anexo I da Portaria nº.
Oficial da União, Brasília, DF, 6 nov. 1996. Disponível em:
354 da Anvisa, de 11 de agosto de 2006, republicada no
http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/NOB%2096.
DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em
pdf. Acesso em 22 out. 2019.
24 de novembro de 2011, adota a seguinte Resolução da
______. Ministério da Saúde. Portaria no 545 de 20 de
Diretoria Colegiada e eu, Diretora-Presidente Substituta,
maio de 1993. Estabelece normas e procedimentos regu‐
determino a sua publicação:
ladores do processo de descentralização da gestão das
ações e serviços de saúde através da Norma Operacional Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico que
Básica- SUS 01/93, Brasília, 1993. estabelece os Requisitos de Boas Práticas para Fun-
cionamento de Serviços de Saúde, nos termos desta
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

______. Ministério da Saúde. Portaria no 373, de 27 de Resolução.


fevereiro de 2002. Norma Operacional de Assistência à
Saúde/NOAS-SUS 01/2002, Brasília, DF, 2002. Disponível
em: . Acesso em 22 out. 2019. CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
CECÍLIO, L. et al. O gestor municipal na atual etapa Seção I
de implantação do SUS: características e desafios. RECIIS. Objetivo
Revista eletrônica de comunicação, informação & inova‐
ção em saúde, v. 1, p. 200-207, 2007. Art. 2º Este Regulamento Técnico possui o objetivo
de estabelecer requisitos de Boas Práticas para fun-
cionamento de serviços de saúde, fundamentados na

33
qualificação, na humanização da atenção e gestão, e VII - profissional legalmente habilitado: profissional
na redução e controle de riscos aos usuários e meio com formação superior ou técnica com suas compe-
ambiente. tências atribuídas por lei;
VIII - prontuário do paciente: documento único, cons-
tituído de um conjunto de informações, sinais e ima-
Seção II gens registrados, gerados a partir de fatos, aconte-
Abrangência cimentos e situações sobre a saúde do paciente e a
assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e
Art. 3º Este Regulamento Técnico se aplica a todos os científico, que possibilita a comunicação entre mem-
serviços de saúde no país, sejam eles públicos, priva- bros da equipe multiprofissional e a continuidade da
dos, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles assistência prestada ao indivíduo;
que exercem ações de ensino e pesquisa. IX - relatório de transferência: documento que deve
acompanhar o paciente em caso de remoção para ou-
tro serviço, contendo minimamente dados de identi-
Seção III
ficação, resumo clínico com dados que justifiquem a
Definições
transferência e descrição ou cópia de laudos de exa-
mes realizados, quando existentes;
Art. 4º Para efeito deste Regulamento Técnico são
X - responsável técnico - RT: profissional de nível su-
adotadas as seguintes definições:
perior legalmente habilitado, que assume perante a
I – garantia da qualidade: totalidade das ações sis-
vigilância sanitária a responsabilidade técnica pelo
temáticas necessárias para garantir que os serviços
serviço de saúde, conforme legislação vigente;
prestados estejam dentro dos padrões de qualidade
XI - segurança do Paciente: conjunto de ações voltadas
exigidos, para os fins a que se propõem;
à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos
II - gerenciamento de tecnologias: procedimentos de
e danos desnecessários durante a atenção prestada
gestão, planejados e implementados a partir de ba-
nos serviços de saúde.
ses científicas e técnicas, normativas e legais, com
XII - serviço de saúde: estabelecimento de saúde desti-
o objetivo de garantir a rastreabilidade, qualidade,
nado a prestar assistência à população na prevenção
eficácia, efetividade, segurança e em alguns casos o
de doenças, no tratamento, recuperação e na reabili-
desempenho das tecnologias de saúde utilizadas na
tação de pacientes.
prestação de serviços de saúde, abrangendo cada eta-
pa do gerenciamento, desde o planejamento e entra-
da das tecnologias no estabelecimento de saúde até CAPÍTULO II
seu descarte, visando à proteção dos trabalhadores, a DAS BOAS PRÁTICAS DE FUNCIONAMENTO
preservação da saúde pública e do meio ambiente e a Seção I
segurança do paciente; Do gerenciamento da qualidade
III - humanização da atenção e gestão da saúde: va-
lorização da dimensão subjetiva e social, em todas as Art. 5º O serviço de saúde deve desenvolver ações no
práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo sentido de estabelecer uma política de qualidade en-
o compromisso com os direitos do cidadão, destacan- volvendo estrutura, processo e resultado na sua gestão
do-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, dos serviços.
orientação sexual e às populações específicas, garan- Parágrafo único. O serviço de saúde deve utilizar a
tindo o acesso dos usuários às informações sobre saú- Garantia da Qualidade como ferramenta de gerencia-
de, inclusive sobre os profissionais que cuidam de sua mento.
saúde, respeitando o direito a acompanhamento de
pessoas de sua rede social (de livre escolha), e a valo- Art. 6º As Boas Práticas de Funcionamento (BPF) são
rização do trabalho e dos trabalhadores; os componentes da Garantia da Qualidade que asse-
IV – licença atualizada: documento emitido pelo órgão guram que os serviços são ofertados com padrões de
sanitário competente dos Estados, Distrito Federal ou qualidade adequados.
dos Municípios, contendo permissão para o funciona- § 1º As BPF são orientadas primeiramente à redução
mento dos estabelecimentos que exerçam atividades dos riscos inerentes a prestação de serviços de saúde.
sob regime de vigilância sanitária; § 2º Os conceitos de Garantia da Qualidade e Boas
V - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços Práticas de Funcionamento (BPF) estão inter-relacio-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

de Saúde (PGRSS): documento que aponta e descreve nados estando descritos nesta resolução de forma a
as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, ob- enfatizar as suas relações e sua importância para o
servadas suas características e riscos, no âmbito dos funcionamento dos serviços de saúde.
estabelecimentos de saúde, contemplando os aspectos
referentes à geração, segregação, acondicionamento, Art. 7º As BPF determinam que:
coleta, armazenamento, transporte, tratamento e dis- I. o serviço de saúde deve ser capaz de ofertar serviços
posição final, bem como as ações de proteção à saúde dentro dos padrões de qualidade exigidos, atendendo
pública e ao meio ambiente. aos requisitos das legislações e regulamentos vigentes.
VI - política de qualidade: refere-se às intenções e di- II - o serviço de saúde deve fornecer todos os recursos
retrizes globais relativas à qualidade, formalmente ex- necessários, incluindo:
pressa e autorizada pela direção do serviço de saúde.

34
a) quadro de pessoal qualificado, devidamente treina- Art. 12 O atendimento dos padrões sanitários esta-
do e identificado; belecidos por este regulamento técnico não isenta o
b) ambientes identificados; serviço de saúde do cumprimento dos demais instru-
c) equipamentos, materiais e suporte logístico; e mentos normativos aplicáveis.
d) procedimentos e instruções aprovados e vigentes.
III - as reclamações sobre os serviços oferecidos devem Art. 13 O serviço de saúde deve estar inscrito e manter
ser examinadas, registradas e as causas dos desvios seus dados atualizados no Cadastro Nacional de Esta-
da qualidade, investigadas e documentadas, devendo belecimentos de Saúde – CNES.
ser tomadas medidas com relação aos serviços com
desvio da qualidade e adotadas as providências no Art. 14 O serviço de saúde deve ter um responsável
sentido de prevenir reincidências. técnico (RT) e um substituto.
Parágrafo único. O órgão sanitário competente deve
Seção II ser notificado sempre que houver alteração de respon-
Da Segurança do Paciente
sável técnico ou de seu substituto.
Art. 8º O serviço de saúde deve estabelecer estraté-
Art. 15 As unidades funcionais do serviço de saúde de-
gias e ações voltadas para Segurança do Paciente, tais
como: vem ter um profissional responsável conforme defini-
I. Mecanismos de identificação do paciente; do em legislações e regulamentos específicos.
II. Orientações para a higienização das mãos;
III. Ações de prevenção e controle de eventos adversos Art. 16 O serviço de saúde deve possuir profissional
relacionada à assistência à saúde; legalmente habilitado que responda pelas questões
IV. Mecanismos para garantir segurança cirúrgica; operacionais durante o seu período de funcionamento.
V. Orientações para administração segura de medica-
mentos, sangue e hemocomponentes; Parágrafo único. Este profissional pode ser o próprio
VI. Mecanismos para prevenção de quedas dos pa- RT ou técnico designado para tal fim.
cientes;
VII. Mecanismos para a prevenção de úlceras por pres- Art. 17 O serviço de saúde deve prover infraestrutu-
são; ra física, recursos humanos, equipamentos, insumos e
VIII. Orientações para estimular a participação do pa- materiais necessários à operacionalização do serviço
ciente na assistência prestada. de acordo com a demanda, modalidade de assistência
prestada e a legislação vigente.
Seção III
Das Condições Organizacionais Art. 18 A direção e o responsável técnico do serviço de
saúde têm a responsabilidade de planejar, implantar e
Art. 9º O serviço de saúde deve possuir regimento garantir a qualidade dos processos.
interno ou documento equivalente, atualizado, con-
templando a definição e a descrição de todas as suas Art. 19 O serviço de saúde deve possuir mecanismos
atividades técnicas, administrativas e assistenciais, que garantam a continuidade da atenção ao paciente
responsabilidades e competências. quando houver necessidade de remoção ou para rea-
lização de exames que não existam no próprio serviço.
Art. 10 Os serviços objeto desta resolução devem pos-
suir licença atualizada de acordo com a legislação sa-
Parágrafo único. Todo paciente removido deve ser
nitária local, afixada em local visível ao público.
acompanhado por relatório completo, legível, com
Parágrafo único. Os estabelecimentos integrantes da
identificação e assinatura do profissional assistente,
Administração Pública ou por ela instituídos indepen-
dem da licença para funcionamento, ficando sujeitos, que deve passar a integrar o prontuário no destino,
porém, às exigências pertinentes às instalações, aos permanecendo cópia no prontuário de origem.
equipamentos e à aparelhagem adequada e à assis-
tência e responsabilidade técnicas, aferidas por meio Art. 20 O serviço de saúde deve possuir mecanismos
de fiscalização realizada pelo órgão sanitário local. que garantam o funcionamento de Comissões, Comi-
tês e Programas estabelecidos em legislações e nor-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 11 Os serviços e atividades terceirizadas pelos es- matizações vigentes.


tabelecimentos de saúde devem possuir contrato de
prestação de serviços. Art. 21 O serviço de saúde deve garantir mecanismos
§ 1º Os serviços e atividades terceirizados devem estar para o controle de acesso dos trabalhadores, pacien-
regularizados perante a autoridade sanitária compe- tes, acompanhantes e visitantes.
tente, quando couber.
§ 2º A licença de funcionamento dos serviços e ati- Art. 22 O serviço de saúde deve garantir mecanismos
vidades terceirizados deve conter informação sobre a de identificação dos trabalhadores, pacientes, acom-
sua habilitação para atender serviços de saúde, quan- panhantes e visitantes.
do couber.

35
Art. 23 O serviço de saúde deve manter disponível, se- Seção V
gundo o seu tipo de atividade, documentação e regis- Da Gestão de Pessoal
tro referente à:
I - Projeto Básico de Arquitetura (PBA) aprovado pela Art. 29 As exigências referentes aos recursos humanos
vigilância sanitária competente. do serviço de saúde incluem profissionais de todos os
II - controle de saúde ocupacional; níveis de escolaridade, de quadro próprio ou terceiri-
III - educação permanente; zado.
IV - comissões, comitês e programas;
V - contratos de serviços terceirizados; Art. 30 O serviço de saúde deve possuir equipe mul-
VI - controle de qualidade da água; tiprofissional dimensionada de acordo com seu perfil
VII - manutenção preventiva e corretiva da edificação de demanda.
e instalações;
VIII - controle de vetores e pragas urbanas; Art.31 O serviço de saúde deve manter disponíveis
IX - manutenção corretiva e preventiva dos equipa- registros de formação e qualificação dos profissionais
mentos e instrumentos; compatíveis com as funções desempenhadas.
X - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços
de Saúde; Parágrafo único. O serviço de saúde deve possuir do-
XI - nascimentos; cumentação referente ao registro dos profissionais em
XII - óbitos; conselhos de classe, quando for o caso.
XIII - admissão e alta;
XIV - eventos adversos e queixas técnicas associadas a Art. 32 O serviço de saúde deve promover a capacita-
produtos ou serviços; ção de seus profissionais antes do início das atividades
XV - monitoramento e relatórios específicos de con- e de forma permanente em conformidade com as ati-
trole de infecção; vidades desenvolvidas.
XVI - doenças de Notificação Compulsória;
XVII - indicadores previstos nas legislações vigentes; Parágrafo único. As capacitações devem ser registra-
XVIII - normas, rotinas e procedimentos; das contendo data, horário, carga horária, conteúdo
XIX - demais documentos exigidos por legislações es- ministrado, nome e a formação ou capacitação pro-
pecíficas dos estados, Distrito Federal e municípios. fissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos.

Seção IV Art. 33 A capacitação de que trata o artigo anterior


Do Prontuário do Paciente deve ser adaptada à evolução do conhecimento e a
identificação de novos riscos e deve incluir:
Art. 24 A responsabilidade pelo registro em prontuário I - os dados disponíveis sobre os riscos potenciais à
cabe aos profissionais de saúde que prestam o aten- saúde;
dimento. II - medidas de controle que minimizem a exposição
aos agentes;
Art. 25 A guarda do prontuário é de responsabilidade III - normas e procedimentos de higiene;
do serviço de saúde devendo obedecer às normas vi- IV - utilização de equipamentos de proteção coletiva,
gentes. individual e vestimentas de trabalho;
§ 1º O serviço de saúde deve assegurar a guarda dos V - medidas para a prevenção de acidentes e inciden-
prontuários no que se refere à confidencialidade e in- tes;
tegridade. VI - medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no
§ 2º O serviço de saúde deve manter os prontuários caso de ocorrência de acidentes e incidentes;
em local seguro, em boas condições de conservação VII - temas específicos de acordo com a atividade de-
e organização, permitindo o seu acesso sempre que senvolvida pelo profissional.
necessário.

Art. 26 O serviço de saúde deve garantir que o pron- Seção VI


tuário contenha registros relativos à identificação e a Da Gestão de Infraestrutura
todos os procedimentos prestados ao paciente.
Art. 34 O serviço de saúde deve ter seu projeto básico
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 27 O serviço de saúde deve garantir que o pron- de arquitetura atualizado, em conformidade com as
tuário seja preenchido de forma legível por todos os atividades desenvolvidas e aprovado pela vigilância
profissionais envolvidos diretamente na assistência ao sanitária e demais órgãos competentes.
paciente, com aposição de assinatura e carimbo em
caso de prontuário em meio físico. Art. 35 As instalações prediais de água, esgoto, ener-
gia elétrica, gases, climatização, proteção e combate
Art. 28 Os dados que compõem o prontuário perten- a incêndio, comunicação e outras existentes, devem
cem ao paciente e devem estar permanentemente atender às exigências dos códigos de obras e posturas
disponíveis aos mesmos ou aos seus representantes locais, assim como normas técnicas pertinentes a cada
legais e à autoridade sanitária quando necessário. uma das instalações.

36
Art. 36 O serviço de saúde deve manter as instalações § 1º Estas vestimentas podem ser próprias do traba-
físicas dos ambientes externos e internos em boas con- lhador ou fornecidas pelo serviço de saúde.
dições de conservação, segurança, organização, con- § 2º O serviço de saúde é responsável pelo forneci-
forto e limpeza. mento e pelo processamento das vestimentas utiliza-
das nos centros cirúrgicos e obstétricos, nas unidades
Art. 37 O serviço de saúde deve executar ações de ge- de tratamento intensivo, nas unidades de isolamento
renciamento dos riscos de acidentes inerentes às ativi- e centrais de material esterilizado.
dades desenvolvidas.
Art. 47 O serviço de saúde deve garantir mecanismos
Art. 38 O serviço de saúde deve ser dotado de ilumina- de prevenção dos riscos de acidentes de trabalho, in-
ção e ventilação compatíveis com o desenvolvimento cluindo o fornecimento de Equipamentos de Proteção
das suas atividades. Individual - EPI, em número suficiente e compatível
com as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores.
Art. 39 O serviço de saúde deve garantir a qualidade
da água necessária ao funcionamento de suas unida- Parágrafo único. Os trabalhadores não devem deixar
des. o local de trabalho com os equipamentos de proteção
§ 1º O serviço de saúde deve garantir a limpeza dos individual
reservatórios de água a cada seis meses.
§ 2º O serviço de saúde deve manter registro da ca- Art. 48 O serviço de saúde deve manter registro das
pacidade e da limpeza periódica dos reservatórios de comunicações de acidentes de trabalho.
água.
Art. 49 Em serviços de saúde com mais de vinte traba-
Art. 40 O serviço de saúde deve garantir a continui- lhadores é obrigatória a instituição de Comissão Inter-
na de Prevenção de Acidentes – CIPA.
dade do fornecimento de água, mesmo em caso de
interrupção do fornecimento pela concessionária, nos
Art. 50 O Serviço de Saúde deve manter disponível a
locais em que a água é considerada insumo crítico.
todos os trabalhadores:
Art. 41 O serviço de saúde deve garantir a continuida-
I - Normas e condutas de segurança biológica, quími-
de do fornecimento de energia elétrica, em situações
ca, física, ocupacional e ambiental;
de interrupção do fornecimento pela concessionária,
II - Instruções para uso dos Equipamentos de Proteção
por meio de sistemas de energia elétrica de emergên-
Individual – EPI;
cia, nos locais em que a energia elétrica é considerada III - Procedimentos em caso de incêndios e acidentes;
insumo crítico. IV - Orientação para manuseio e transporte de produ-
tos para saúde contaminados.
Art. 42 O serviço de saúde deve realizar ações de ma-
nutenção preventiva e corretiva das instalações pre- Seção VIII
diais, de forma própria ou terceirizada. Da Gestão de Tecnologias e Processos

Seção VII Art. 51 O serviço de saúde deve dispor de normas, pro-


cedimentos e rotinas técnicas escritas e atualizadas,
Da Proteção à Saúde do Trabalhador
de todos os seus processos de trabalho em local de
fácil acesso a toda a equipe.
Art. 43 O serviço de saúde deve garantir mecanismos
de orientação sobre imunização contra tétano, difte-
Art. 52 O serviço de saúde deve manter os ambientes
ria, hepatite B e contra outros agentes biológicos a
limpos, livres de resíduos e odores incompatíveis com
que os trabalhadores possam estar expostos.
a atividade, devendo atender aos critérios de criticida-
de das áreas.
Art. 44 O serviço de saúde deve garantir que os traba-
lhadores sejam avaliados periodicamente em relação Art. 53 O serviço de saúde deve garantir a disponibi-
à saúde ocupacional mantendo registros desta ava- lidade dos equipamentos, materiais, insumos e medi-
liação. camentos de acordo com a complexidade do serviço e
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

necessários ao atendimento da demanda.


Art. 45 O serviço de saúde deve garantir que os traba-
lhadores com agravos agudos à saúde ou com lesões Art. 54 O serviço de saúde deve realizar o gerencia-
nos membros superiores só iniciem suas atividades mento de suas tecnologias de forma a atender as
após avaliação médica. necessidades do serviço mantendo as condições de
seleção, aquisição, armazenamento, instalação, fun-
Art. 46 O serviço de saúde deve garantir que seus tra- cionamento, distribuição, descarte e rastreabilidade.
balhadores com possibilidade de exposição a agentes
biológicos, físicos ou químicos utilizem vestimentas Art. 55 O serviço de saúde deve garantir que os mate-
para o trabalho, incluindo calçados, compatíveis com riais e equipamentos sejam utilizados exclusivamente
o risco e em condições de conforto. para os fins a que se destinam.

37
Art. 56 O serviço de saúde deve garantir que os col- Art. 66 O descumprimento das disposições contidas
chões, colchonetes e demais mobiliários almofadados nesta resolução e no regulamento por ela aprova-
sejam revestidos de material lavável e impermeável, do constitui infração sanitária, nos termos da Lei nº.
não apresentando furos, rasgos, sulcos e reentrâncias. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das res-
ponsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.
Art. 57 O serviço de saúde deve garantir a qualidade
dos processos de desinfecção e esterilização de equi- Art. 67 Esta resolução entra em vigor na data de sua
pamentos e materiais. publicação.

Art. 58 O serviço de saúde deve garantir que todos


os usuários recebam suporte imediato a vida quando
necessário. RESOLUÇÃO CNS Nº 553, DE 9 DE AGOSTO
DE 2017, QUE DISPÕE SOBRE A CARTA DOS
Art. 59 O serviço de saúde deve disponibilizar os in- DIREITOS E DEVERES DA PESSOA USUÁRIA
sumos, produtos e equipamentos necessários para as DA SAÚDE
práticas de higienização de mãos dos trabalhadores,
pacientes, acompanhantes e visitantes.
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua
Art. 60 O serviço de saúde que preste assistência nutri- 61ª Reunião Extraordinária, realizada no dia 9 de agosto
cional ou forneça refeições deve garantir a qualidade de 2017, no uso de suas atribuições conferidas pela Lei
nutricional e a segurança dos alimentos. nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142,
de 28 de dezembro de 1990 e pelo Decreto nº 5.839, de
Art. 61 O serviço de saúde deve informar aos órgãos 11 de julho de 2006, cumprindo as disposições da Cons‐
competentes sobre a suspeita de doença de notifica- tituição da República Federativa do Brasil de 1988, da le‐
ção compulsória conforme o estabelecido em legisla-
gislação brasileira correlata; e
ção e regulamentos vigentes.
Considerando a necessidade de atualização da Carta
Art. 62 O serviço de saúde deve calcular e manter o
dos Direitos dos Usuários da Saúde, publicada por meio
registro referente aos Indicadores previstos nas legis-
da Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, a partir da
lações vigentes.
legislação e avanços do Sistema Único de Saúde (SUS);

Seção IX Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de


Do Controle Integrado de Vetores e Pragas Urba- 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
nas a proteção e a recuperação da saúde a organização e
funcionamento dos serviços correspondentes;
Art. 63 O serviço de saúde deve garantir ações eficazes
e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas, Considerando a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de
com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o aces- 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na
so e ou proliferação dos mesmos. gestão do SUS;

Parágrafo único. O controle químico, quando for ne- Considerando a Lei nº 9.836, de 23 de setembro de
cessário, deve ser realizado por empresa habilitada 1999, que acrescenta dispositivos à Lei nº 8.080, de 19 de
e possuidora de licença sanitária e ambiental e com setembro de 1990, que institui o Subsistema de Atenção
produtos desinfestantes regularizados pela Anvisa. à Saúde Indígena;

Art. 64 Não é permitido comer ou guardar alimentos Considerando a Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015,
nos postos de trabalho destinados à execução de pro- que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
cedimentos de saúde. Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência);

CAPÍTULO III Considerando a Lei nº 12.527 (Lei de Acesso à Infor‐


DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS mação), de 18 de novembro de 2011;
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

Art. 65 Os estabelecimentos abrangidos por esta re- Considerando a Lei nº 13.460, de 26 de junho de
solução terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias 2017, que dispõe sobre a participação, a proteção e a
contados a partir da data de sua publicação para pro- defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da
mover as adequações necessárias ao Regulamento administração pública;
Técnico.
Considerando o Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro
Parágrafo único. A partir da publicação desta reso- de 2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvi‐
lução, os novos estabelecimentos e aqueles que pre- mento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicio‐
tendam reiniciar suas atividades, devem atender na nais;
íntegra às exigências nela contidas.

38
Considerando a Portaria nº 992, de 13 de maio de ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 553, DE 9 DE AGOSTO DE
2009, que institui a Política Nacional de Saúde Integral 2017
da População Negra; Primeira diretriz: toda pessoa tem direito, em tempo
hábil, ao acesso a bens e serviços ordenados e organi‐
Considerando a Portaria nº 2.836, de 1º de dezembro zados para garantia da promoção, prevenção, proteção,
de 2011, que institui a Política Nacional de Saúde Integral tratamento e recuperação da saúde.
de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais;
I - Cada pessoa possui direito de ser acolhida no mo‐
Considerando a Portaria nº 2.866, de 02 de dezembro mento em que chegar ao serviço e conforme sua
de 2011, que institui a Política Nacional de Saúde Integral necessidade de saúde e especificidade, indepen‐
das Populações do Campo e da Floresta; dentemente de senhas ou procedimentos burocrá‐
ticos, respeitando as prioridades garantidas em Lei.
Considerando as Diretrizes estabelecidas na Política II - A promoção e a proteção da saúde devem estar
Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do relacionadas com as condições sociais, culturais e
SUS, de 2003; econômicas das pessoas, incluídos aspectos como:
a) segurança alimentar e nutricional;
Considerando a Política Nacional de Gestão Estraté‐ b) saneamento básico e ambiental;
gica e Participativa no SUS, Portaria nº 3.027, de 26 de c) tratamento às doenças negligenciadas conforme
novembro de 2007; cada região do País;
d) iniciativas de combate às endemias e doenças
Considerando a Política Nacional de Educação Popu‐ transmissíveis;
lar em Saúde no âmbito do SUS (PNEPS-SUS), Portaria nº e) combate a todas as formas de violência e discri‐
2.761, de 19 de novembro de 2013; minação;
f) educação baseada nos princípios dos Direitos Hu‐
Considerando a Política Nacional de Educação Per‐ manos;
manente para o Controle Social no SUS, Resolução CNS g) trabalho digno; e
nº 363, de 11 de agosto de 2006; h) acesso à moradia, transporte, lazer, segurança pú‐
blica e previdência social.
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio
de 2006, que aprova a Política Nacional de Práticas Inte‐ §1º O acesso se dará preferencialmente nos serviços
grativas e Complementares no SUS (PNPIC); de Atenção Básica.
§2º Nas situações de urgência e emergência, qualquer
Considerando as diretrizes estabelecidas nas Confe‐ serviço de saúde deve receber e cuidar da pessoa bem
rências de Saúde, nas esferas Municipal, Estadual e Na‐ como encaminhá-la para outro serviço no caso de ne-
cional, e no Conselho Nacional de Saúde, em defesa do cessidade.
SUS e dos seus princípios; §3º Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá ser
assegurada a remoção do usuário, em tempo hábil e
Considerando as proposições do Grupo de Trabalho em condições seguras para um serviço de saúde com
do Conselho Nacional de Saúde, que elaborou propostas capacidade para resolver seu tipo de problema.
e sistematizou as contribuições da Consulta à Sociedade, §4º O encaminhamento às especialidades e aos hospi-
realizada de maio a junho de 2017, para atualização da tais, pela Atenção Básica, será estabelecido em função
Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde; e da necessidade de saúde e indicação clínica, levando-
-se em conta a gravidade do problema a ser analisado
Considerando que compete ao Conselho Nacional de pelas centrais de regulação, com transparência.
Saúde o fortalecimento da participação e do controle so‐ §5º Quando houver alguma dificuldade temporária
cial no SUS (artigo 10, IX da Resolução nº 407, de 12 de para atender as pessoas é da responsabilidade da di-
setembro de 2008). reção e da equipe do serviço, acolher, dar informações
claras e encaminhá-las sem discriminação e privilé-
Resolve: gios.
Aprovar a atualização da Carta dos Direitos e Deveres
da Pessoa Usuária da Saúde, que dispõe sobre as diretri‐ Segunda diretriz: toda pessoa tem direito ao atendi-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

zes dos Direitos e Deveres da Pessoa Usuária da Saúde mento integral, aos procedimentos adequados e em
anexa a esta Resolução. tempo hábil a resolver o seu problema de saúde, de
forma ética e humanizada.
RONALD FERREIRA DOS SANTOS
Presidente do Conselho Nacional de Saúde Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimen-
Homologo a Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto to adequado, inclusivo e acessível, com qualidade, no
de 2017, com base no Decreto de Delegação de Compe‐ tempo certo e com garantia de continuidade do trata-
tência de 12 de novembro de 1991. mento, e para isso deve ser assegurado:
RICARDO BARROS
Ministro de Estado da Saúde I - atendimento ágil, com estratégias para evitar o
agravamento, com tecnologia apropriada, por equipe

39
multiprofissional capacitada e com condições adequa- e) o nome legível do profissional e seu número de re-
das de atendimento; gistro no conselho profissional; e
II - disponibilidade contínua e acesso a bens e serviços f) a assinatura do profissional e a data;
de imunização conforme calendário e especificidades I - o recebimento dos medicamentos, quando prescri-
regionais; tos, que compõem a farmácia básica e, nos casos de
II - espaços de diálogo entre usuários e profissionais necessidade de medicamentos de alto custo, deve ser
da saúde, gestores e defensoria pública sobre diferen- garantido o acesso conforme protocolos e normas do
tes formas de tratamentos possíveis. Ministério da Saúde;
III - informações sobre o seu estado de saúde, de forma II - a garantia do acesso à continuidade da atenção no
objetiva, respeitosa, compreensível, e em linguagem domicílio, quando pertinente, com estímulo e orien-
adequada a atender a necessidade da usuária e do tação ao autocuidado que fortaleça sua autonomia e
usuário, quanto a: a garantia de acompanhamento em qualquer serviço
a) possíveis diagnósticos; que for necessário, extensivo à rede de apoio;
b) diagnósticos confirmados; III - o encaminhamento para outros serviços de saúde
c) resultados dos exames realizados; deve ser por meio de um documento que contenha:
d) tipos de exames solicitados, as justificativas e riscos; caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por
e) objetivos, riscos e benefícios de procedimentos diag- meio eletrônico;
nósticos, cirúrgicos, preventivos ou de tratamento; b) resumo da história clínica, possíveis diagnósticos,
f) duração prevista do tratamento proposto; tratamento realizado, evolução e o motivo do enca-
g) quanto a procedimentos diagnósticos e tratamentos minhamento;
invasivos ou cirúrgicos; c) linguagem clara evitando códigos ou abreviaturas;
h) a necessidade ou não de anestesia e seu tipo e du- d) nome legível do profissional e seu número de regis-
ração; tro no conselho profissional, assinado e datado; e
i) partes do corpo afetadas pelos procedimentos, ins- e) identificação da unidade de saúde que recebeu a
trumental a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou pessoa, assim como da Unidade a que está sendo en-
consequências indesejáveis; caminhada.
j) duração prevista dos procedimentos e tempo de re-
cuperação; Terceira diretriz: toda pessoa tem direito ao atendi-
k) evolução provável do problema de saúde; mento inclusivo, humanizado e acolhedor, realizado
l) informações sobre o custo das intervenções das por profissionais qualificados, em ambiente limpo,
quais a pessoa se beneficiou; confortável e acessível.
m) outras informações que forem necessárias; §1º Nos serviços de saúde haverá igual visibilidade
I - que toda pessoa tem o direito de decidir se seus aos direitos e deveres das pessoas usuárias e das pes-
familiares e acompanhantes deverão ser informados soas que trabalham no serviço de saúde.
sobre seu estado de saúde; §2º A Rede de Serviços do SUS utilizará as tecnologias
II - o registro atualizado e legível no prontuário, das disponíveis para facilitar o agendamento de procedi-
seguintes informações: mentos nos serviços de saúde em todos os níveis de
a) motivo do atendimento ou internação; complexidade.
b) dados de observação e da evolução clínica; §3º Os serviços de saúde serão organizados segundo a
c) prescrição terapêutica; demanda da população, e não limitados por produção
d) avaliações dos profissionais da equipe; ou quantidades de atendimento pré-determinados.
e) procedimentos e cuidados de enfermagem; §4º A utilização de tecnologias e procedimentos nos
f) quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anes- serviços deverá proporcionar celeridade na realização
tésicos, odontológicos, resultados de exames comple- de exames e diagnósticos e na disponibilização dos
mentares laboratoriais e radiológicos; resultados.
g) a quantidade de sangue recebida e dados que ga- §5º Haverá regulamentação do tempo de espera em
rantam a qualidade do sangue, como origem, sorolo- filas de procedimentos.
gias efetuadas e prazo de validade; §6º A lista de espera de média e alta complexidade
h) identificação do responsável pelas anotações; deve considerar a agilidade e transparência.
i) data e local e identificação do profissional que rea- §7º As medidas para garantir o atendimento incluem
lizou o atendimento; o cumprimento da carga horária de trabalho dos pro-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

j) outras informações que se fizerem necessárias; fissionais de saúde.


I - o acesso à anestesia em todas as situações em que §8º Nas situações em que ocorrer a interrupção tem-
for indicada, bem como a medicações e procedimen- porária da oferta de procedimentos como consultas e
tos que possam aliviar a dor e o sofrimento; exames, os serviços devem providenciar a remarcação
II - o recebimento das receitas e prescrições terapêuti- destes procedimentos e comunicar aos usuários.
cas, deverão conter: §9º As redes de serviço do SUS deverão se organizar
a) o nome genérico das substâncias prescritas; e pactuar no território a oferta de plantão de atendi-
b) clara indicação da dose e do modo de usar; mento 24 horas, inclusive nos finais de semana.
c) escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em §10 Cada serviço deverá adotar medidas de manuten-
caligrafia legível; ção permanente dos equipamentos, bens e serviços
d) textos sem códigos ou abreviaturas; para prevenir interrupções no atendimento.

40
§11 É direito da pessoa, na rede de serviços de saú- X - a opção de marcação de atendimento pessoalmen-
de, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de te, por telefone e outros meios tecnológicos disponí-
qualquer discriminação, restrição ou negação em vir- veis e acessíveis;
tude de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação se- XI - o recebimento de visita de religiosos de qualquer
xual, identidade de gênero, condições econômicas ou credo, sem que isso acarrete mudança da rotina de
sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou tratamento e do estabelecimento e ameaça à segu-
deficiência, garantindo-lhe: rança ou perturbações a si ou aos outros;
I - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo XII - a não-limitação de acesso aos serviços de saúde
existir em todo documento do usuário e usuária um por barreiras físicas, tecnológicas e de comunicação;
campo para se registrar o nome social, independente XIII - a espera por atendimento em lugares protegi-
do registro civil, sendo assegurado o uso do nome de dos, limpos e ventilados, tendo a sua disposição água
preferência, não podendo ser identificado por número, potável e sanitários, e devendo os serviços de saúde se
nome ou código da doença ou outras formas desres- organizarem de tal forma que seja evitada a demora
peitosas ou preconceituosas; nas filas;
II - a identificação dos profissionais, por crachás visí- XIV - soluções para que não haja acomodação de usu-
veis, legíveis e por outras formas de identificação de ários em condições e locais inadequados.
fácil percepção;
III - nas consultas, nos procedimentos diagnósticos, Quarta diretriz: toda pessoa deve ter seus valores, cul-
preventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o tura e direitos respeitados na relação com os serviços
seguinte: de saúde.
a) integridade física;
b) a privacidade e ao conforto; Parágrafo único: os direitos do caput serão garantidos
c) a individualidade; por meio de:
d) aos seus valores éticos, culturais, religiosos e espi- I - escolha do tipo de plano de saúde que melhor lhe
rituais; convier, de acordo com as exigências mínimas cons-
e) a confidencialidade de toda e qualquer informação tantes da legislação e a informação pela operadora
pessoal; sobre a cobertura, custos e condições do plano que
f) a segurança do procedimento; está adquirindo;
g) o bem-estar psíquico e emocional; II - sigilo e a confidencialidade de todas as informa-
h) a confirmação do usuário sobre a compreensão das ções pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de
questões relacionadas com o seu atendimento e possí- risco à saúde pública;
veis encaminhamentos. III - acesso da pessoa ao conteúdo do seu prontuário
I - o atendimento agendado nos serviços de saúde, ou de pessoa por ele autorizada e a garantia de envio
preferencialmente com hora marcada; e fornecimento de cópia, em caso de encaminhamento
II - o direito a acompanhante, pessoa de sua livre es- a outro serviço ou mudança de domicílio;
colha, nas consultas e exames; IV - obtenção de laudo, relatório e atestado sempre
III - o direito a acompanhante, nos casos de internação, que justificado por sua situação de saúde;
nas situações previstas em lei, assim como naqueles V - consentimento livre, voluntário e esclarecido, a
em que a autonomia da pessoa estiver comprometida, quaisquer procedimentos diagnósticos, preventivos
com oferta de orientação específica e adequada para ou terapêuticos, salvo nos casos que acarretem risco
os acompanhantes; à saúde pública, considerando que o consentimento
IV - o direito a visita diária não inferior a duas horas, anteriormente dado poderá ser revogado a qualquer
preferencialmente, abertas em todas as unidades de instante, por decisão livre e esclarecida, sem que se-
internação, ressalvadas as situações técnicas não in- jam imputadas à pessoa sanções morais, financeiras
dicadas; ou legais;
V - a continuidade das atividades escolares, bem como VI - pleno conhecimento de todo e qualquer exame
o estímulo à recreação, em casos de internação de de saúde admissional, periódico, de retorno ao traba-
criança ou adolescente; lho, de mudança de função, ou demissional realizado
VI - a informação a respeito de diferentes possibilida- e seus resultados;
des terapêuticas de acordo com sua condição clínica, VII - a indicação de sua livre escolha, a quem confiará
baseado em evidências e a relação custo-benefício da a tomada de decisões para a eventualidade de tornar-
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

escolha de tratamentos, com direito à recusa, atestado -se incapaz de exercer sua autonomia;
pelo usuário ou acompanhante; VIII - o recebimento ou a recusa à assistência religiosa,
VII - a escolha do local de morte; espiritual, psicológica e social;
VIII - o direito à escolha de tratamento, quando hou- IX - a liberdade, em qualquer fase do tratamento, de
ver, inclusive as práticas integrativas e complementa- procurar segunda opinião ou parecer de outro profis-
res de saúde, e à consideração da recusa de tratamen- sional ou serviço sobre seu estado de saúde ou sobre
to proposto; procedimentos recomendados;
IX - o recebimento de visita, quando internado, de ou-
tros profissionais de saúde que não pertençam àquela X - a não-participação em pesquisa que envolva ou
unidade hospitalar sendo facultado a esse profissional não tratamento experimental sem que tenha garan-
o acesso ao prontuário; tias claras da sua liberdade de escolha e, no caso de

41
recusa em participar ou continuar na pesquisa, não X - cumprir as normas dos serviços de saúde que de-
poderá sofrer constrangimentos, punições ou sanções vem resguardar todos os princípios desta Resolução;
pelos serviços de saúde, sendo necessário, para isso: XI - adotar medidas preventivas para situações de sua
a) que o dirigente do serviço cuide dos aspectos éticos vida cotidiana que coloquem em risco a sua saúde e
da pesquisa e estabeleça mecanismos para garantir a da comunidade;
decisão livre e esclarecida da pessoa; XII - comunicar aos serviços de saúde, às ouvidorias
b) que o pesquisador garanta, acompanhe e mante- ou à vigilância sanitária irregularidades relacionadas
nha a integridade da saúde dos participantes de sua ao uso e à oferta de produtos e serviços que afetem a
pesquisa, assegurando-lhes os benefícios dos resulta- saúde em ambientes públicos e privados;
dos encontrados; e XIII - desenvolver hábitos, práticas e atividades que
c) que a pessoa assine o termo de consentimento livre melhorem a sua saúde e qualidade de vida;
e esclarecido; XIV - comunicar à autoridade sanitária local a ocor-
XI - o direito de se expressar e ser ouvido nas suas rência de caso de doença transmissível, quando a situ-
queixas, denúncias, necessidades, sugestões e outras ação requerer o isolamento ou quarentena da pessoa
manifestações por meio das ouvidorias, urnas e qual- ou quando a doença constar da relação do Ministério
quer outro mecanismo existente, sendo sempre respei- da Saúde; e
tado na privacidade, no sigilo e na confidencialidade; XV - não dificultar a aplicação de medidas sanitárias,
e bem como as ações de fiscalização sanitária.
XII - a participação nos processos de indicação e
eleição de seus representantes nas Conferências, nos Sexta diretriz: toda pessoa tem direito à informação
Conselhos de Saúde e nos Conselhos Gestores da Rede sobre os serviços de saúde e aos diversos mecanismos
SUS. de participação.
§1º A educação permanente em saúde e a educação
Quinta diretriz: toda pessoa tem responsabilidade e permanente para o controle social devem estar inclu-
direitos para que seu tratamento e recuperação sejam ídas em todas as instâncias do SUS, e envolver a co-
adequados e sem interrupção.
munidade.
§2º As unidades básicas de saúde devem constituir
Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no
conselhos locais de saúde com participação da comu-
caput deste artigo, as pessoas deverão:
nidade.
I - prestar informações apropriadas nos atendimentos,
§3º As ouvidorias, Ministério Público, audiências pú-
nas consultas e nas internações sobre:
blicas e outras formas institucionais de exercício da
a) queixas;
democracia garantidas em lei, são espaços de parti-
b) enfermidades e hospitalizações anteriores;
c) história de uso de medicamentos, drogas, reações cipação cidadã.
alérgicas, exames anteriores; §4º As instâncias de controle social e o poder público
d) demais informações sobre seu estado de saúde. devem promover a comunicação dos aspectos positi-
II - expressar se compreendeu as informações e orien- vos do SUS.
tações recebidas e, caso ainda tenha dúvidas, solicitar §5º Devem ser estabelecidos espaços para as pesso-
esclarecimento sobre elas; as usuárias manifestarem suas posições favoráveis ao
III - seguir o plano de tratamento proposto pelo pro- SUS e promovidas estratégias para defender o SUS
fissional ou pela equipe de saúde responsável pelo seu como patrimônio do povo brasileiro.
cuidado, que deve ser compreendido e aceito pela pes- §6º O direito previsto no caput deste artigo, inclui a
soa que também é responsável pelo seu tratamento; informação, com linguagem e meios de comunicação
IV - informar ao profissional de saúde ou à equipe res- adequados sobre:
ponsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a I - o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de
sua condição de saúde; saúde e o SUS;
V - assumir a responsabilidade formal pela recusa a II - os mecanismos de participação da sociedade na
procedimentos, exames ou tratamentos recomenda- formulação, acompanhamento e fiscalização das polí-
dos e pelo descumprimento das orientações do profis- ticas e da gestão do SUS;
sional ou da equipe de saúde; III - as ações de vigilância à saúde coletiva compre-
VI - contribuir para o bem-estar de todas e todos nos endendo a vigilância sanitária, epidemiológica e am-
serviços de saúde, evitar ruídos, uso de fumo e deriva- biental; e
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

dos do tabaco e bebidas alcoólicas, colaborar com a IV - a interferência das relações e das condições so-
segurança e a limpeza do ambiente; ciais, econômicas, culturais, e ambientais na situação
VII - adotar comportamento respeitoso e cordial com da saúde das pessoas e da coletividade.
as demais pessoas que usam ou que trabalham no es- §7º Os órgãos de saúde deverão informar as pesso-
tabelecimento de saúde; as sobre a rede SUS mediante os diversos meios de
VIII - realizar exames solicitados, buscar os resultados comunicação, bem como nos serviços de saúde que
e apresentá-los aos profissionais dos serviços de saú- compõem essa rede de participação popular, em re-
de; lação a:
IX - ter em mão seus documentos e, quando solici- I - endereços;
tados, os resultados de exames que estejam em seu II - telefones;
poder; III - horários de funcionamento; e

42
IV - ações e procedimentos disponíveis. Oitava diretriz: Os direitos e deveres dispostos nesta
§8º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local Resolução constituem a Carta dos Direitos Usuária da
visível e acessível à população: Saúde.
I - nome do responsável pelo serviço;
II - nomes dos profissionais; Parágrafo único. A Carta dos Direitos e Deveres da
III - horário de trabalho de cada membro da equipe, Pessoa Usuária da Saúde será disponibilizada nos ser-
inclusive do responsável pelo serviço e; viços do SUS e conselhos de saúde por meios acessíveis
IV - ações e procedimentos disponíveis. e na internet, em http://www.conselho.saude.gov.br.
§9º As informações prestadas à população devem ser
claras, para propiciar a compreensão por toda e qual-
quer pessoa.
§10. Os Conselhos de Saúde deverão informar à po- RDC Nº 36, DE 25 DE JULHO DE 2013 QUE
pulação sobre:
INSTITUI AÇÕES PARA A SEGURANÇA DO
I - formas de participação;
II - composição do Conselho de Saúde; PACIENTE EM SERVIÇOS DE SAÚDE E DÁ
III - regimento interno dos Conselhos; OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
IV - Conferências de Saúde;
V - data, local e pauta das reuniões; e
VI - deliberações e ações desencadeadas. Institui ações para a segurança do paciente em
§11. O direito previsto no caput desse artigo inclui a serviços de saúde e dá outras providências.
participação de Conselhos e Conferências de Saúde, o
direito de representar e ser representado em todos os A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vi‐
mecanismos de participação e de controle social do gilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe con‐
SUS. ferem os incisos III e IV, do art. 15 da Lei n.º 9.782, de
26 de janeiro de 1999, o inciso II, e §§ 1° e 3° do art.
Sétima diretriz: toda pessoa tem direito a participar 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do
dos Conselhos e Conferências de Saúde e de exigir que Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agos‐
os gestores cumpram os princípios anteriores. to de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de
§1º As Conferências Municipais de Saúde são espa- 2006, e suas atualizações, tendo em vista o disposto
ços de ampla e aberta participação da comunidade, nos incisos III, do art. 2º, III e IV, do art. 7º da Lei n.º
complementadas por Conferências Livres, distritais e 9.782, de 1999, e o Programa de Melhoria do Processo
locais, além das de plenárias de segmentos. de Regulamentação da Agência, instituído por meio da
§2º Respeitada a organização da democracia brasilei- Portaria nº 422, de 16 de abril de 2008, em reunião reali‐
ra, toda pessoa tem direito a acompanhar dos espaços zada em 23 de julho de 2013, adota a seguinte Resolução
de controle social, como forma de participação cidadã, da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente , determi‐
observando o Regimento Interno de cada instância. no a sua publicação:
§3º Os gestores do SUS, das três esferas de governo,
para observância dessas diretrizes, comprometem-se CAPÍTULO I
a: DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
I - promover o respeito e o cumprimento desses direi- Seção I
tos e deveres, com a adoção de medidas progressivas, Objetivo
para sua efetivação;
II - adotar as providências necessárias para subsidiar a
Art. 1º Esta Resolução tem por objetivo instituir ações
divulgação desta Resolução, inserindo em suas ações
para a promoção da segurança do paciente e a me-
as diretrizes relativas aos direitos e deveres das pes-
lhoria da qualidade nos serviços de saúde.
soas;
III - incentivar e implementar formas de participação
dos trabalhadores e usuários nas instâncias e partici-
Seção II
pação de controle social do SUS;
Abrangência
IV - promover atualizações necessárias nos regimen-
tos e estatutos dos serviços de saúde, adequando-os a
Art. 2º Esta Resolução se aplica aos serviços de saú-
esta Resolução;
de, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

V - adotar estratégias para o cumprimento efetivo da


ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de
legislação e das normatizações do SUS;
ensino e pesquisa.
VI - promover melhorias contínuas, na rede SUS, como
a informatização para implantar o Cartão SUS e o
Prontuário Eletrônico com os objetivos de: Parágrafo único. Excluem-se do escopo desta Resolu-
a) otimizar o financiamento; ção os consultórios individualizados, laboratórios clí-
b) qualificar o atendimento aos serviços de saúde; nicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar.
c) melhorar as condições de trabalho;
d) reduzir filas; e
e) ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços
de saúde.

43
Seção III CAPÍTULO II
Definições DAS CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS
Seção I
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as Da criação do Núcleo de Segurança do Paciente
seguintes definições:
I - boas práticas de funcionamento do serviço de saú- Art. 4º A direção do serviço de saúde deve constituir
de: componentes da garantia da qualidade que asse- o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) e nomear
guram que os serviços são ofertados com padrões de a sua composição, conferindo aos membros autorida-
qualidade adequados; de, responsabilidade e poder para executar as ações
II - cultura da segurança: conjunto de valores, atitudes, do Plano de Segurança do Paciente em Serviços de
competências e comportamentos que determinam o Saúde.
comprometimento com a gestão da saúde e da segu- § 1º A direção do serviço de saúde pode utilizar a es-
rança, substituindo a culpa e a punição pela oportuni- trutura de comitês, comissões, gerências, coordena-
dade de aprender com as falhas e melhorar a atenção ções ou núcleos já existentes para o desempenho das
à saúde; atribuições do NSP.
III - dano: comprometimento da estrutura ou função § 2º No caso de serviços públicos ambulatoriais pode
do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluin- ser constituído um NSP para cada serviço de saúde ou
do doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou um NSP para o conjunto desses, conforme decisão do
disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psico- gestor local do SUS.
lógico;
IV - evento adverso: incidente que resulta em dano à Art. 5º Para o funcionamento sistemático e contínuo
saúde; do NSP a direção do serviço de saúde deve disponibi-
V - garantia da qualidade: totalidade das ações sis- lizar:
temáticas necessárias para garantir que os serviços I - recursos humanos, financeiros, equipamentos, in-
sumos e materiais;
prestados estejam dentro dos padrões de qualidade
II - um profissional responsável pelo NSP com partici-
exigidos para os fins a que se propõem;
pação nas instâncias deliberativas do serviço de saúde.
VI - gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua de
políticas, procedimentos, condutas e recursos na iden-
Art. 6º O NSP deve adotar os seguintes princípios e
tificação, análise, avaliação, comunicação e controle
diretrizes:
de riscos e eventos adversos que afetam a segurança,
I - A melhoria contínua dos processos de cuidado e do
a saúde humana, a integridade profissional, o meio
uso de tecnologias da saúde;
ambiente e a imagem institucional;
II - A disseminação sistemática da cultura de segu-
VII - incidente: evento ou circunstância que poderia
rança;
ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário à III - A articulação e a integração dos processos de ges-
saúde; tão de risco;
VIII - núcleo de segurança do paciente (NSP): instân- IV - A garantia das boas práticas de funcionamento do
cia do serviço de saúde criada para promover e apoiar serviço de saúde.
a implementação de ações voltadas à segurança do
paciente; Art.7º Compete ao NSP:
IX - plano de segurança do paciente em serviços de I - promover ações para a gestão de risco no serviço
saúde: documento que aponta situações de risco e de saúde;
descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço II - desenvolver ações para a integração e a articula-
de saúde para a gestão de risco visando a prevenção ção multiprofissional no serviço de saúde;
e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a III - promover mecanismos para identificar e avaliar a
transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço existência de não conformidades nos processos e pro-
de saúde; cedimentos realizados e na utilização de equipamen-
X - segurança do paciente: redução, a um mínimo tos, medicamentos e insumos propondo ações preven-
aceitável, do risco de dano desnecessário associado à tivas e corretivas;
atenção à saúde; IV - elaborar, implantar, divulgar e manter atualiza-
XI - serviço de saúde: estabelecimento destinado ao do o Plano de Segurança do Paciente em Serviços de
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

desenvolvimento de ações relacionadas à promoção, Saúde;


proteção, manutenção e recuperação da saúde, qual- V - acompanhar as ações vinculadas ao Plano de Se-
quer que seja o seu nível de complexidade, em regime gurança do Paciente em Serviços de Saúde;
de internação ou não, incluindo a atenção realizada VI - implantar os Protocolos de Segurança do Paciente
em consultórios, domicílios e unidades móveis; e realizar o monitoramento dos seus indicadores;
XII - tecnologias em saúde: conjunto de equipamentos, VII - estabelecer barreiras para a prevenção de inci-
medicamentos, insumos e procedimentos utilizados na dentes nos serviços de saúde;
atenção à saúde, bem como os processos de trabalho, VIII - desenvolver, implantar e acompanhar progra-
a infraestrutura e a organização do serviço de saúde. mas de capacitação em segurança do paciente e qua-
lidade em serviços de saúde;

44
IX - analisar e avaliar os dados sobre incidentes e Art. 10 A notificação dos eventos adversos, para fins
eventos adversos decorrentes da prestação do serviço desta Resolução, deve ser realizada mensalmente pelo
de saúde; NSP, até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês subse-
X - compartilhar e divulgar à direção e aos profissio- quente ao mês de vigilância, por meio das ferramen-
nais do serviço de saúde os resultados da análise e tas eletrônicas disponibilizadas pela Anvisa.
avaliação dos dados sobre incidentes e eventos adver-
sos decorrentes da prestação do serviço de saúde; Parágrafo único - Os eventos adversos que evoluírem
XI - notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sani- para óbito devem ser notificados em até 72 (setenta e
tária os eventos adversos decorrentes da prestação do duas) horas a partir do ocorrido.
serviço de saúde;
XII- manter sob sua guarda e disponibilizar à autori- Art. 11 Compete à ANVISA, em articulação com o Sis-
dade sanitária, quando requisitado, as notificações de tema Nacional de Vigilância Sanitária:
eventos adversos; I - monitorar os dados sobre eventos adversos notifica-
XIII - acompanhar os alertas sanitários e outras co- dos pelos serviços de saúde;
municações de risco divulgadas pelas autoridades sa- II - divulgar relatório anual sobre eventos adversos
nitárias. com a análise das notificações realizadas pelos servi-
ços de saúde;
Seção II III - acompanhar, junto às vigilâncias sanitárias dis-
Do Plano de Segurança do Paciente em Serviços trital, estadual e municipal as investigações sobre os
de Saúde eventos adversos que evoluíram para óbito.

Art. 8º O Plano de Segurança do Paciente em Serviços CAPÍTULO IV


de Saúde (PSP), elaborado pelo NSP, deve estabelecer DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
estratégias e ações de gestão de risco, conforme as ati-
vidades desenvolvidas pelo serviço de saúde para: Art. 12 Os serviços de saúde abrangidos por esta Re-
I - identificação, análise, avaliação, monitoramento e solução terão o prazo de 120 (cento e vinte) dias para
comunicação dos riscos no serviço de saúde, de forma a estruturação dos NSP e elaboração do PSP e o prazo
sistemática; de 150 (cento e cinquenta) dias para iniciar a notifica-
II - integrar os diferentes processos de gestão de risco ção mensal dos eventos adversos, contados a partir da
desenvolvidos nos serviços de saúde; data da publicação desta Resolução.
III - implementação de protocolos estabelecidos pelo
Ministério da Saude; Art. 13 O descumprimento das disposições contidas
IV - identificação do paciente; nesta Resolução constitui infração sanitária, nos ter-
V - higiene das mãos; mos da Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem
VI - segurança cirúrgica; prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e
VII - segurança na prescrição, uso e administração de penal cabíveis.
medicamentos;
VIII - segurança na prescrição, uso e administração de Art. 14 Esta Resolução entra em vigor na data de sua
sangue e hemocomponentes; publicação.
IX - segurança no uso de equipamentos e materiais;
X - manter registro adequado do uso de órteses e pró-
teses quando este procedimento for realizado;
XI - prevenção de quedas dos pacientes;
XII - prevenção de úlceras por pressão;
XIII - prevenção e controle de eventos adversos em
serviços de saúde, incluindo as infecções relacionadas
à assistência à saúde;
XIV- segurança nas terapias nutricionais enteral e pa-
renteral;
XV - comunicação efetiva entre profissionais do servi-
ço de saúde e entre serviços de saúde;
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

XVI - estimular a participação do paciente e dos fami-


liares na assistência prestada.
XVII - promoção do ambiente seguro

CAPÍTULO III
DA VIGILÂNCIA, DO MONITORAMENTO E DA NO-
TIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS

Art. 9º O monitoramento dos incidentes e eventos


adversos será realizado pelo Núcleo de Segurança do
Paciente - NSP.

45
4. CESPE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro
No que se refere ao SUS, julgue o item subsequente.
HORA DE PRATICAR! Um acontecimento determinante que influenciou a cria‐
ção do SUS foi a Conferência Nacional de Reforma da
Psiquiatria, realizada em 1986, em Brasília.
1. AOCP - 2018 - Prefeitura de João Pessoa - PB - En-
fermeiro  ( ) CERTO ( ) ERRADO
Assinale a alternativa correta acerca da evolução histó‐
rica da organização do sistema de saúde no Brasil e a
5. CESPE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro
construção do Sistema Único de Saúde (SUS).
No que se refere ao SUS, julgue o item subsequente.No
período anterior à criação do SUS, o sistema público de
a) Antes da implementação do Sistema Único de Saúde
saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vin‐
(SUS) pela Constituição Federal de 1988, existia a cha‐
culados à previdência social, cabendo às entidades filan‐
mada assistência médico-hospitalar, prestada pelos
trópicas o atendimento aos demais cidadãos.
Estados e Municípios, a qual também pautava-se pelo
princípio da universalidade. ( ) CERTO ( ) ERRADO
b) O Instituto Nacional de Assistência Médica da Previ‐
dência Social (INAMPS) prestava serviço a toda popu‐ 6. No que se refere ao SUS, julgue o item subsequen-
lação, em caráter universal, com recursos provenientes te.
do recolhimento de taxas sociais. O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saú‐
c) Em meados da década de 80, começaram a ser imple‐ de, entidade representativa dos entes municipais na Co‐
mentadas as Ações Integradas de Saúde, cujas princi‐ missão Intergestora Tripartite, trata de matérias referen‐
pais diretrizes eram a universalização, a acessibilidade, tes à saúde.
a descentralização, a integralidade e a participação
comunitária. ( ) CERTO ( ) ERRADO
d) A Instituição do Sistema Unificado e Descentralizado
de Saúde - SUDS - se deu por meio de celebração de
convênio entre o Instituto Nacional de Assistência 7.FGV - 2018 - COMPESA - Analista de Gestão - Enfer-
Médica da Previdência Social (INAMPS) e o governo meiro do Trabalho
federal. A redefinição das funções e das responsabilidades de
cada nível de governo com relação à condução político‐
-administrativa do sistema de saúde, se concretiza com
2. COMPERVE - 2018 - SESAP-RN - Técnico em Enfer- a transferência do poder de decisão e dos recursos do
magem  nível federal para o estadual ou municipal.
O Programa Mais Médicos (PMM), regulamentado pela Segundo as diretrizes do SUS, essa redefinição está dire‐
Lei n.12.871/2013, é constituído por três grandes eixos tamente relacionada ao principio da
e reúne uma série de iniciativas de curto, médio e longo
prazos que visa enfrentar o histórico problema da escas‐ a) universalidade.
sez e má distribuição de médicos nas diversas regiões do b) integralidade.
Brasil. A criação do Cadastro Nacional de Especialistas e c) descentralização.
o “Projeto Mais Médicos para o Brasil” estão associados, d) hierarquização.
respectivamente, aos eixos e) regionalização.
a) Provimento Emergencial e Infraestrutura.
b) Educação e Provimento Emergencial. 8. CESGRANRIO - 2018 - Petrobras - Enfermeiro do
c) Educação e Infraestrutura. Trabalho Júnior
d) Infraestrutura e Educação. Segundo a Constituição Federal de 1988, a saúde é um
direito de todos e dever do Estado. Desse modo, a saúde
3. CESPE - 2018 - EBSERH - Enfermeiro deve ser promovida de forma gratuita e segundo os prin‐
Acerca da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), no cípios estabelecidos pelo SUS.
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), julgue o item Fazem parte desses princípios:
a seguir.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

A PNAB resultou da experiência acumulada por um con‐ a) atendimento integral, descentralização administrativa
junto de atores — como movimentos sociais, população, e participação da comunidade
trabalhadores e gestores das três esferas de governo — b) seguridade social, assistência à saúde e previdência
envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a social
consolidação do SUS. c) acessibilidade, atendimento integral e longitudinalida‐
de
( ) CERTO ( ) ERRADO d) acesso de todos à saúde, promoção da saúde e dimi‐
nuição das desigualdades
e) regionalidade, comando único e participação popular

46
9. CESPE - 2018 - IFF - Enfermeiro
Julgue os itens a seguir, acerca da Lei Orgânica do SUS.
GABARITO
I As conferências de saúde acontecem em forma ordiná‐
ria a cada quatro anos em todas as esferas de governo.
II A representação dos usuários nos conselhos de saúde 1 C
terá maior número de participantes que nas conferên‐ 2 B
cias de saúde e no conjunto dos demais segmentos.
III Essa lei regula, em todo território nacional, as ações 3 CERTO
e os serviços de saúde executados isolados ou con‐ 4 ERRADO
juntamente, em caráter permanente ou eventual, por 5 CERTO
pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou pri‐
vado. 6 CERTO
7 C
Assinale a opção correta. 8 D
a) Apenas o item I está certo. 9 C
b) Apenas o item II está certo. 10 B
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

10. UEG - 2018 - Prefeitura de Iporá - GO - Enfermeiro


A Norma Operacional Básica nº . 01/91, conforme Re‐
solução nº . 258 de 07/01/1991, descreveu que os re‐
cursos financeiros do Sistema Único de Saúde – SUS
destinados aos Estados, Distrito Federal e Municípios
serão movimentados sob fiscalização dos respectivos
Conselhos de Saúde. Posteriormente, a Resolução n º .
453 de 10/05/2012 estabeleceu as diretrizes para a ins‐
tituição, reformulação, reestruturação e funcionamento
dos Conselhos de Saúde. No contexto da Resolução n º
. 453/2012, verifica-se que os Conselhos de Saúde serão
compostos paritariamente por representantes assim dis‐
tribuídos:

a) governo (25%) e prestadores de serviços privados


conveniados ou sem fins lucrativos (25%), entidades
representativas dos trabalhadores da área de saúde
(25%), mais movimentos de minorias sociais represen‐
tativos de usuários (25%).
b) governo e prestadores de serviços privados conve‐
niados ou sem fins lucrativos (25%), entidades repre‐
sentativas dos trabalhadores da área de saúde (25%),
além de entidades e movimentos representativos de
usuários (50%).
c) governo e prestadores de serviços sem fins lucrativos
(25%), entidades representativas dos trabalhadores da
área de saúde (25%) e entidades ou movimentos dos
usuários (50%), excluídos os prestadores de serviços
conveniados privados.
LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

d) governo, Poder Judiciário e Ministério Público (25%),


prestadores de serviços conveniados com ou sem fins
lucrativos (25%), entidades dos trabalhadores da área
de saúde (25%), entidades e movimentos representa‐
tivos de usuários (25%).
e) governo e prestadores de serviços privados convenia‐
dos ou sem fins lucrativos (50%), entidades e movi‐
mentos representativos de usuários (50%), com con‐
sulta as entidades representativas dos trabalhadores
da área de saúde.

47
ANOTAÇÕES

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LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

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48
ÍNDICE

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Internet e Aplicativos.................................................................................................................................................................................... 01
Ferramentas de busca.................................................................................................................................................................................. 01
Navegadores (Browser)............................................................................................................................................................................... 01
Redes de Computadores............................................................................................................................................................................ 01
Criptografia...................................................................................................................................................................................................... 15
Sistema Operacional e Software.............................................................................................................................................................. 15
Hardware.......................................................................................................................................................................................................... 28
Correios Eletrônicos...................................................................................................................................................................................... 33
Programa Antivírus e Firewall.................................................................................................................................................................... 33
Editores de Apresentação.......................................................................................................................................................................... 37
Editores de Planilhas..................................................................................................................................................................................... 37
Editores de Texto............................................................................................................................................................................................ 37
Segurança da Informação.......................................................................................................................................................................... 37
Extensão de Arquivo..................................................................................................................................................................................... 39
Teclas de Atalho.............................................................................................................................................................................................. 41
Pacote Microsoft Office............................................................................................................................................................................... 42
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network –
INTERNET E APLICATIVOS. FERRAMENTAS WAN) – rede que faz a cobertura de uma grande área
DE BUSCA. NAVEGADORES (BROWSER). geográfica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
REDES DE COMPUTADORES. Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
des espalhadas pelo mundo podendo ser interconecta-
das a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem
REDES DE COMPUTADORES maiores, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computa- Topologia de Redes
dores espalhados pelo mundo que permite a comunica-
ção entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam Astopologias das redes de computadores são as es-
pela internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessá- truturas físicas dos cabos, computadores e componen-
rio utilizar recursos como impressoras para imprimir do- tes. Existem as topologias físicas, que são mapas que
cumentos, reuniões através de videoconferência, trocar mostram a localização de cada componente da rede que
e-mails, acessar às redes sociais ou se entreter por meio serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à inter- tão interconectadas por pares através de um roteamento
net nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, de dados;
o crescimento das redes de computadores também tem Topologia de Estrela – modelo em que existe um pon-
seu lado negativo. A cada dia surgem problemas que to central (concentrador) para a conexão, geralmente um
prejudicam as relações entre os indivíduos, como pirata- hub ou switch;
ria, espionagem, phishing - roubos de identidade, assun- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
tos polêmicos como racismo, sexo, pornografia, sendo automação industrial e na década de 1980 pelas redes
destacados com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
Há muito tempo, o ser humano sentiu a necessida- são entreligados formando um anel e os dados são pro-
de de compartilhar conhecimento e estabelecer relações pagados de computador a computador até a máquina
com pessoas a distância. Na década de 1960, durante de origem;
a Guerra Fria, as redes de computadores surgiram com Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
objetivos militares: interconectar os centros de comando meiras conexões feitas pelas redes Ethernet. Refere- se
dos EUA para com objetivo de proteger e enviar dados. a computadores conectados em formato linear, cujo ca-
beamento é feito sequencialmente;
Alguns tipos de Redes de Computadores Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
estão interligadas por um mesmo canal através de paco-
Antigamente, os computadores eram conectados tes endereçados (unicast, broadcast e multicast).
em distâncias curtas, sendo conhecidas como redes lo-
cais. Mas, com a evolução das redes de computadores, Cabos
foi necessário aumentar a distância da troca de infor-
mações entre as pessoas. As redes podem ser classifi- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura
cadas de acordo com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, física utilizada para conectar computadores em rede, es-
DSL, Token ring, etc.), a extensão geográfica (LAN, PAN, tando relacionados a largura de banda, a taxa de trans-
MAN, WLAN, etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, missão, padrões internacionais, etc. Há vantagens e des-
ponto-a-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por vantagens para a conexão feita por meio de cabeamento.
cabo de fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Os mais utilizados são:
Veja alguns tipos de redes: Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por sua
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se velocidade, pode ser feito sob medida, comprados em
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Bluetooth; lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância


Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em maior na transmissão de dados, apesar de serem flexíveis,
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento ISA,
um prédio ou um campus de universidade; suporte não encontrado em computadores mais novos;
Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network – Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de
MAN) – quando a distância dos equipamentos conec- difícil instalação. São velozes e imunes a interferências
tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de eletromagnéticas.
10km. Ex.: TV à cabo;

1
conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
#FicaDica diferentes fabricantes), identificando e determinando um
IP para cada computador que se conecta com a rede.
Após montar o cabeamento de rede é neces- Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
sário realizar um teste através dos testadores dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os
de cabos, adquirido em lojas especializadas. roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor cami-
Apesar de testar o funcionamento, ele não nho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver con-
detecta se existem ligações incorretas. É pre- gestionada; e os roteadores dinâmicos que encontram
ciso que um técnico veja se os fios dos cabos caminhos mais rápidos e menos congestionados para o
estão na posição certa. tráfego.
Modem: Dispositivo responsável por transformar a
onda analógica que será transmitida por meio da linha
Sistema de Cabeamento Estruturado telefônica, transformando-a em sinal digital original.
Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamen- servidor são conhecidos como clientes.
to estruturado. Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunica-
Por meio dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- ção entre os computadores da rede. Cada arquitetura de
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção rede depende de um tipo de placa específica. As mais
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos em anel).
um único local, sem a necessidade de serem conectados
diretamente no hub. CONCEITOS DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS À
INTERNET E INTRANET, BUSCA E PESQUISA NA
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado
WEB, MECANISMOS DE BUSCA NA WEB.
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção
des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem
te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
inseridos em um rack.
JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto
na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é tar os computadores de departamentos de pesquisas e
pensada de forma a realizar a sua expansão. bases militares, para que, caso um desses pontos sofres-
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- se algum tipo de ataque, as informações e comunicação
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebi- não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em
dos e enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de outros pontos estratégicos.
serem transmissores de informações para outros pontos, O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
eles também diminuem o desempenho da rede, poden- nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
do haver colisões entre os dados à medida que são ane- fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
xas outras máquinas. Esse equipamento, normalmente, de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
encontra-se dentro do hub. informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra ga da informação, é importante mencionar que a maior
máquina consegue enviar um determinado sinal até que distância entre um ponto e outro, era de 450 quilôme-
os dados sejam distribuídos completamente. Eles são uti- tros. No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
lizados em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 barreiras de distância, passando a interligar e favorecer
portas, variando de acordo com o fabricante. Existem os a troca de informações de computadores de universi-
Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. dades dos EUA e de outros países, criando assim uma
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona rede (NET) internacional (INTER), consequentemente seu
como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além nome passa a ser, INTERNET.
de relacionar diferentes arquiteturas. A evolução não parava, além de atingir fronteiras
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, continentais, os computadores pessoais evoluíam em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados forte escala alcançando forte potencial comercial, a Inter-
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas net deixou de conectar apenas computadores de univer-
portas de entrada e melhor performance, podendo ser sidades, passou a conectar empresas e, enfim, usuários
utilizado para redes maiores. domésticos. Na década de 90, o Ministério das Comu-
nicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil
Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes trouxeram a Internet para os centros acadêmicos e co-
e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona merciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta
como um tipo de ponte na camada de rede do modelo de todos os setores sociais até atingir a amplitude de sua
OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter- difusão nos tempos atuais.

2
Um marco que é importante frisar é o surgimento do .ind - Organização Industrial
WWW que foi a possibilidade da criação da interface grá- .net - Organização telecomunicações
fica deixando a internet ainda mais interessante e vanta- .mil - Organização militar
josa, pois até então, só era possível a existência de textos. .pro - Organização de profissões
Para garantir a comunicação entre o remetente e o .eng – Organização de engenheiros
destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido E também, do país de origem:
como o pai da internet criou os protocolos TCP/IP, que .it – Itália
são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMIS- .pt – Portugal
SION CONTROL PROTOCOL (Protocolo de Controle de .ar – Argentina
Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo .cl – Chile
de Internet) são conjuntos de regras que tornam possível .gr – Grécia
tanto a conexão entre os computadores, quanto ao en-
tendimento da informação trocada entre eles. Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos
A internet funciona o tempo todo enviando e rece- que se trata de um site hospedado em um servidor dos
bendo informações, por isso o periférico que permite a Estados Unidos.
conexão com a internet chama MODEM, porque que ele - HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme-
MOdula e DEModula sinais, e essas informações só po- lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam
dem ser trocadas graças aos protocolos TCP/IP. transmitidos através de uma conexão criptografa-
da e que se verifique a autenticidade do servidor e
Protocolos Web do cliente através de certificados digitais.
- FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferên-
Já que estamos falando em protocolos, citaremos ou- cia de arquivo, é o protocolo utilizado para poder
tros que são largamente usados na Internet: subir os arquivos para um servidor de internet,
- HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP,
transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para FileZilla e LeechFTP, ao criar um site, o profissio-
trocar informações na Internet. Quando digitamos um nal utiliza um desses programas FTP ou similares
site, automaticamente é colocado à frente dele o http:// e executa a transferência dos arquivos criados, o
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br manuseio é semelhante à utilização de gerencia-
Onde: dores de arquivo, como o Windows Explorer, por
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermí- exemplo.
dia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter - POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos
texto, som, imagem, filmes e links. Correios permite, como o seu nome o indica, recu-
- URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão perar o seu correio num servidor distante (o servi-
de recursos, serve para endereçar um recurso na web, dor POP). É necessário para as pessoas não ligadas
é como se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de permanentemente à Internet, para poderem con-
acessar um determinado site. sultar os mails recebidos offline. Existem duas ver-
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde: sões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3,
aos quais são atribuídas respectivamente as portas
Faz a solicitação de um arquivo de 109 e 110, funcionando com o auxílio de coman-
http:// dos textuais radicalmente diferentes, na troca de
hiper mídia para a Internet.
e-mails ele é o protocolo de entrada.
Estipula que esse recurso está na - IMAP (Internet Message Access Protocol): É um pro-
rede mundial de computadores tocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofere-
www
(veremos mais sobre www em um ce muitas mais possibilidades, como, gerir vários
próximo tópico). acessos simultâneos e várias caixas de correio,
É o endereço de domínio. Um além de poder criar mais critérios de triagem.
endereço de domínio representará - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo
novaconcursos padrão para envio de e-mails através da Internet.
sua empresa ou seu espaço na
Internet. Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele
que verifica se o endereço de e-mail do destinatá-
Indica que o servidor onde esse site
rio está corretamente digitado, se é um endereço
está
.com existente, se a caixa de mensagens do destinatário
hospedado é de finalidades
está cheia ou se recebeu sua mensagem, na troca
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

comerciais.
de e-mails ele é o protocolo de saída.
.br Indica queo servidor está no Brasil. - UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP).
Encontramos, ainda, variações na URL de um site, Permite que a aplicação escreva um datagrama en-
que demonstram a finalidade e organização que o criou, capsulado num pacote IP e transportado ao des-
como: tino. É muito comum lermos que se trata de um
.gov - Organização governamental protocolo não confiável, isso porque ele não é im-
.edu - Organização educacional plementado com regras que garantam tratamento
.org - Organização de erros ou entrega.

3
Provedor - Negócios e Utilitários.
- Apresentações.
O provedor é uma empresa prestadora de serviços
que oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é INTRANET
necessário conectar-se com um computador que já este-
ja na Internet (no caso, o provedor) e esse computador A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de
deve permitir que seus usuários também tenham acesso uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma
a Internet. empresa. As intranets ou Webs corporativas, são redes
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, pode ser acessado apenas pelos funcionários da empre-
que é a conexão física que interliga o provedor de aces- sa.
so com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais
como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet e departamentos, mesclando (com segurança) as suas
no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse informações particulares dentro da estrutura de comuni-
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as cações da empresa.
ruas que estão interligadas nesta avenida. Tanto o link O grande sucesso da Internet, é particularmente da
como o backbone possui uma velocidade de transmis- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
são, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. evolução da informática nos últimos anos.
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, interligados através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
que fornecerá um nome de usuário, uma senha de aces- cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
so e um endereço eletrônico na Internet. multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democrati-
zaram o acesso à informação através de redes de com-
3. Home Page putadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca
base de usuários, já familiarizados com conhecimentos
Pela definição técnica temos que uma Home Page é básicos de informática e de navegação na Internet. Fi-
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de com- nalmente, surgiram muitas ferramentas de software de
putadores rodando um Navegador (Browser), que per- custo zero ou pequeno, que permitem a qualquer orga-
mite o acesso às informações em um ambiente gráfico nização ou empresa, sem muito esforço, “entrar na rede”
e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de e começar a acessar e colocar informação. O resultado
informações dentro das Home Pages. inevitável foi a impressionante explosão na informação
disponível na Internet, que segundo consta, está dobran-
do de tamanho a cada mês.
#FicaDica Assim, não demorou muito a surgir um novo concei-
to, que tem interessado um número cada vez maior de
O endereço de Home Pages tem o seguinte
empresas, hospitais, faculdades e outras organizações
formato:
interessadas em integrar informações e usuários: a intra-
http://www.endereço.com/página.html
net. Seu advento e disseminação promete operar uma
Por exemplo, a página principal do meu pro-
revolução tão profunda para a vida organizacional quan-
jeto de mestrado:
to o aparecimento das primeiras redes locais de compu-
http://www.youtube.com/canaldoovidio
tadores, no final da década de 80.

O que é Intranet?
Plug-ins
O termo “intranet” começou a ser usado em meados
Os plug-ins são programas que expandem a capaci-
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se
dade do Browser em recursos específicos - permitindo,
referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecno-
por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja
logias projetadas para a comunicação por computador
filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma veloci- entre empresas. Em outras palavras, uma intranet consis-
dade impressionante. Maiores informações e endereços te em uma rede privativa de computadores que se baseia
sobre plug-ins são encontradas na página: nos padrões de comunicação de dados da Internet pú-
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/ blica, baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/ HTML, e-mail, FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo
Indices/ muito sucesso. Entre as razões para este sucesso, estão
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo o custo de implantação relativamente baixo e a facilida-
temos uma relação de alguns deles: de de uso propiciada pelos programas de navegação na
- 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, Web, os browsers.
etc.).
- Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
- Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
PCX, etc.).

4
Objetivo de construir uma Intranet tadores que acessam a rede (também chamados
de clientes, daí surgiu à expressão que caracteriza
Organizações constroem uma intranet porque ela é a arquitetura da intranet: cliente-servidor).
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficien- - A vantagem da intranet é que esses programas
te para economizar tempo, diminuir as desvantagens da são ativados através da WWW, permitindo grande
distância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de flexibilidade. Determinadas linguagens, como Java,
capital com conhecimentos das operações e produtos da assumiram grande importância no desenvolvimen-
empresa. to de softwares aplicativos que obedeçam aos três
conceitos anteriores.
Aplicações da Intranet
Mecanismos de Buscas
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de co-
municações corporativas em uma intranet dá para sim- Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
plificar o trabalho, pois estamos virtualmente todos na exatamente o que você queria pode trazer algumas ho-
mesma sala. De qualquer modo, é cedo para se afirmar ras de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os
onde a intranet vai ser mais efetiva para unir (no sentido algoritmos de busca sejam sempre revisados e busquem
operacional) os diversos profissionais de uma empresa. de certa forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça,
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por lançar mão de alguns artifícios para que sua busca seja
exemplo: otimizada poupará seu tempo e fará com que você tenha
- Marketing e Vendas - Informações sobre produ- acesso a resultados mais relevantes.
tos, listas de preços, promoções, planejamento de Os mecanismos de buscas contam com operadores
eventos; para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de entanto, pode não interessar a você, caso não seja um
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilida- praticante de SEO. Contudo, alguns são realmente úteis
e estão listados abaixo. Realize uma busca simples e de-
des de membros das equipes, situações de proje-
pois aplique os filtros para poder ver o quanto os resul-
tos;
tados podem ser mais especializados em relação ao que
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste-
você procura.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões),
manuais de qualidade;
-palavra_chave
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apos-
tilas, políticas da companhia, organograma, opor-
Retorna uma busca excluindo aquelas em que a pa-
tunidades de trabalho, programas de desenvolvi- lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
mento pessoal, benefícios. por computação, provavelmente encontrarei na relação
dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computa-
Para acessar as informações disponíveis na Web cor- ção“. Contudo, se eu fizer uma busca por computação
porativa, o funcionário praticamente não precisa ser trei- -ciência, os resultados que tem a palavra chave ciência
nado. Afinal, o esforço de operação desses programas se serão omitidos.
resume quase somente em clicar nos links que remetem
às novas páginas. No entanto, a simplicidade de uma in- +palavra_chave
tranet termina aí. Projetar e implantar uma rede desse
tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de pro- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
fissionais especializados. Essa dificuldade aumenta com uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
o tamanho da intranet, sua diversidade de funções e a ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quantidade de informações nela armazenadas. putação, terei como retorno uma gama mista de resul-
tados. Caso eu queira filtrar somente os casos em que
A intranet é baseada em quatro conceitos: ciências aparece, e também no estado de SP, realizo uma
busca do tipo computação + ciência SP.
- Conectividade - A base de conexão dos computa-
dores ligados por meio de uma rede, e que podem “frase_chave”
transferir qualquer tipo de informação digital entre
si; Retorna uma busca em que existam as ocorrências
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computa- dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia
dores e sistemas operacionais podem ser conecta- exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dos de forma transparente; busca do tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta
- Navegação - É possível passar de um documento da palavra FAZER, verá resultados em que a frase idêntica
a outro por meio de referências ou vínculos de foi empregada.
hipertexto, que facilitam o acesso não linear aos
documentos; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
acesso ou manipulação na intranet só podem ocor- Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
rer graças à execução de programas aplicativos, chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
que podem estar no servidor, ou nos microcompu- exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas

5
relevantes sobre pelo menos um dos dois temas - nes- tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um trata-
se caso, como as duas palavras chaves são populares, os mento especial para as suas mais variadas imagens.
dois resultados são apresentados em posição de desta- O Picasa está com uma versão cheia de inovações que
que. faz dele um aplicativo completo para visualização de fo-
tos e imagens. Além disso, ele possui diversas ferramen-
filetype:tipo tas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de
imagem do computador.
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de As ferramentas de edição possuem os métodos mais
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca fi- avançados para automatizar o processo de correção de
letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra imagens. No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos programa consegue identificar e corrigir todos os olhos
de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, vermelhos da foto automaticamente sem precisar sele-
DOC. cionar um por um. Além disso, é possível cortar, endirei-
tar, adicionar textos, inserir efeitos, e muito mais.
palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa
biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligen-
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * te de armazenamento capaz de filtrar imagens que con-
um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados tenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar
em que os termos inicial e final aparecem, independente apenas as fotos que contém pessoas.
do que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo fa- Depois de tudo organizado em seu computador, você
cebook * msn e veja o resultado na prática. pode escolher diversas opções para salvar e/ou compar-
tilhar suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso
Áudio e Vídeo pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via
Web. O programa possui integração com o PicasaWeb, o
A popularização da banda larga e dos serviços de qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em
e-mail com grande capacidade de armazenamento está poucos segundos.
aumentando a circulação de vídeos na Internet. O pro- O IrfanView é um visualizador de imagem muito leve
blema é que a profusão de formatos de arquivos pode e com uma interface gráfica simples porém otimizada e
tornar a experiência decepcionante. fácil de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade
A maioria deles depende de um único programa para com este tipo de programa. Ele também dispõe de al-
rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai neces- guns recursos simples de editor. Com ele é possível fazer
sitar do QuickTime, da Apple. Outros, além de um player operações como copiar e deletar imagens até o efeito
de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de remoção de olhos vermelhos em fotos. O programa
de “COder/DECoder”, codec é uma espécie de comple- oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e
mento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o alteração de cores em sua imagem por meio de apenas
caso do MPEG, que roda no Windows Media Player, des- um clique.
de que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação Além disso sempre é possível a visualização de ima-
é automática. gens pelo próprio gerenciador do Windows.
Com os três players de multimídia mais populares -
Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você Transferência de arquivos pela internet
dificilmente encontrará problemas para rodar vídeos,
tanto offline como por streaming (neste caso, o down- FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferên-
load e a exibição do vídeo são simultâneos, como na TV cia de Arquivos) é uma das mais antigas formas de inte-
Terra). ração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
Atualmente, devido à evolução da internet com os arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, como servidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito
há uma grande demanda por programas para trabalhar de arquivo texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não
com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a texto (Binários – código 8 bits). Há uma diferença interes-
isso, também há no mercado uma ampla gama de ferra- sante entre enviar uma mensagem de correio eletrônico
mentas existentes que fazem algum tipo de tratamento e realizar transferência de um arquivo. A mensagem é
ou conversão de imagens. sempre transferida como uma informação textual, en-
Porém, muitos destes programas não são o que se quanto a transferência de um arquivo pode ser caracteri-
pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão zada como textual (ASCII) ou não-textual (binário).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

em seu uso ou na manipulação dos recursos existentes. Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
Caso o que você precise seja apenas um programa para grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é
visualizar imagens e aplicar tratamentos e efeitos simples capaz de se comunicar com outro computador na Rede
ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar que o esteja acessando através de um cliente FTP.
uma conferida em alguns aplicativos mais leves e com re- FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
cursos mais enxutos como os visualizadores de imagens. dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada,
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos é a conexão anônima, na qual não é preciso possuir um
deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis username ou password (senha) no servidor de FTP, bas-
de se utilizar dos editores, para você que não precisa de tando apenas identificar-se como anonymous (anônimo).

6
Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de No mesmo ano, também surge uma plataforma que
diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do permite a interação com antigos colegas da escola, o
sistema. Isto é muito importante, porque garante um Classmates.
nível de segurança adequado, evitando que estranhos Já nos anos 2000, surge o Fotolog, uma plataforma
tenham acesso a todas as informações da empresa. que, desta vez, tinha como foco a publicação de foto-
Quando se estabelece uma conexão de “FTP anônimo”, grafias.
o que acontece em geral é que a conexão é posicionada Em 2002 surge o que é considerada a primeira verda-
no diretório raiz da árvore de diretórios. Dentre os mais deira rede social, o Friendster.
comuns estão: pub, etc, outgoing e incoming. O segundo No ano seguinte, é lançado o LinkedIn, a maior rede
tipo de conexão envolve uma autenticação, e portanto, é social de caráter profissional do mundo.
indispensável que o usuário possua um username e uma E em 2004, junto com a maior de todas as redes, o
password que sejam reconhecidas pelo sistema, quer di- Facebook, surgem o Orkut e o Flickr.
zer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao esta- Há vários tipos de redes sociais. A grande diferença
belecer uma conexão, o posicionamento é no diretório entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali • Estabelecimento de contatos pessoais (relações de
ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só amizade ou namoro).
escrever e ler arquivos nos quais ele possua. • Networking: partilha e busca de conhecimentos
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas profissionais e procura emprego ou preenchimen-
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema to de vagas.
operacional UNIX, que foi o grande percursor e respon- • Partilha e busca de imagens e vídeos.
sável pelo sucesso e desenvolvimento da Internet. • Partilha e busca de informações sobre temas varia-
dos.
Algumas dicas • Divulgação para compra e venda de produtos e ser-
viços.
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o • Jogos, entre outros.
número de conexões simultâneas para evitar uma
sobrecarga na máquina. Uma outra limitação pos- Há dezenas de redes sociais. Dentre as mais conheci-
sível é a faixa de horário de acesso, que muitas das, destacamos:
vezes é considerada nobre em horário comercial, • Facebook: interação e expansão de contatos.
e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de- • Youtube: partilha de vídeos.
sativado. • Whatsapp: envio de mensagens instantâneas e cha-
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites madas de voz.
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site • Instagram: partilha de fotos e vídeos.
sendo acessado. • Twitter: partilha de pequenas publicações, as quais
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arqui- são conhecidas como “tweets”.
vo verifique se você está usando o modo correto, • Pinterest: partilha de ideias de temas variados.
isto é, no caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e • Skype: telechamada.
no caso de arquivos binários (.exe, .com, .zip, .wav, • LinkedIn: interação e expansão de contatos profis-
etc.), o modo é binário. Esta prevenção pode evitar sionais.
perda de tempo. • Badoo: relacionamentos amorosos.
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- • Snapchat: envio de mensagens instantâneas.
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir • Messenger: envio de mensagens instantâneas.
que um amigo seu consiga acessar o seu compu- • Flickr: partilha de imagens.
tador como um servidor remoto de FTP, bastando • Google+: partilha de conteúdos.
que ele tenha acesso ao número IP, que lhe é atri- • Tumblr: partilha de pequenas publicações, seme-
buído dinamicamente. lhante ao Twitter.

Grupos de Discussão e Redes Sociais Vantagens e Desvantagens

São espaços de convivências virtuais em que grupos Existem várias vantagens em fazer parte de redes
de pessoas ou empresas se relacionam por meio do en- sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um
vio de mensagens, do compartilhamento de conteúdo, crescimento tão significativo ao longo dos anos.
entre outras ações. Isso porque as redes sociais podem aproximar as pes-
As redes sociais tiveram grande avanço devido a evo- soas. Afinal, elas são uma maneira fácil de manter as re-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lução da internet, cujo boom aconteceu no início do mi- lações e o contato com quem está distante, propiciando,
lênio. Vejamos como esse percurso aconteceu: assim, a possibilidade de interagir em tempo real.
As redes também facilitam a relação com quem está
Em 1994 foi lançado o GeoCities, a primeira comuni- mais perto. Em decorrência da rotina corrida do dia a dia,
dade que se assemelha a uma rede social. O GeoCities nem sempre há tempo para que as pessoas se encon-
que, no entanto, não existe mais, orientava as pessoas trem fisicamente.
para que elas próprias criassem suas páginas na internet. Além disso, as redes sociais oferecem uma forma rá-
Em 1995 surge o The Globe, que dava aos internautas pida e eficaz de comunicar algo para um grande número
a oportunidade de interagir com um grupo de pessoas. de pessoas ao mesmo tempo.

7
Podemos citar como exemplo o fato de poder avisar
um acontecimento, a preparação de uma manifestação EXERCÍCIOS COMENTADOS
ou a mobilização de um grupo para um protesto.
No entanto, em decorrência de alguns perigos, as re- 1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma
des sociais apresentam as suas desvantagens. Uma delas impressora estiver compartilhada em uma intranet por
é a falta de privacidade. meio de um endereço IP, então, para se imprimir um ar-
Por esse motivo, o uso das redes sociais tem sido quivo nessa impressora, é necessário, por uma questão
cada vez mais discutido, inclusive pela polícia, que alerta de padronização dessa tecnologia de impressão, indicar
para algumas precauções. no navegador web a seguinte url:
, em
que deve estar acessível via rede e
#FicaDica
Por ser algo muito atual, tem caído muitas deve ser do tipo PDF.
questões de redes sociais nos concursos
atualmente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

VPN Resposta: Errado. Pelo comando da questão, esta afir-


É o acrônimo de (Virtual Private Network), que signifi- ma que somente arquivos no formato PDF, poderiam
ca Rede Particular Virtual, que define-se como a conexão ser impressos, o que torna o item errado, o comando
de dois computadores utilizando uma rede pública (In- para impressão não verifica o formato do arquivo, tão
ternet), imagine uma empresa que quer ligar suas filiais, somente o local onde está o arquivo a ser impresso.
esse é um caso clássico, ou também pensando na mo-
dalidade de trabalho homeoffice, onde o funcionário da 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se, em
uma intranet, for disponibilizado um portal de informa-
casa dele pode acessar todos seus arquivos e softwares
ções acessível por meio de um navegador, será possível
específicos da empresa.
acessar esse portal fazendo-se uso dos protocolos HTTP
A palavra tunelamento é algo normal ao se trabalhar
ou HTTPS, ou de ambos, dependendo de como esteja
com VPNs, é como se criasse um túnel para que os dados
configurado o servidor do portal.
possam ser enviados sem que outros usuários tenham
acesso.
Para criar uma rede VPN não é preciso mais do que
dois (ou mais) computadores conectados à Internet e um
programa de VPN instalado em cada máquina. O proces-
so para o envio dos dados é o seguinte:
• Os dados são criptografados e encapsulados.
• Algumas informações extras, como o número de
IP da máquina remetente, são adicionadas aos da-
dos que serão enviados para que o computador
receptor possa identificar quem mandou o pacote
de dados.
• O pacote contendo todos os dados é enviado atra-
vés do “túnel” criado até o computador de destino.
• A máquina receptora irá identificar o computador
remetente através das informações anexadas ao
pacote de dados.
• Os dados são recebidos e desencapsulados.
• Finalmente os dados são descriptografados e ar-
mazenados no computador de destino.
Com base na figura acima, que ilustra as configurações
da rede local do navegador Internet Explorer (IE), versão
#FicaDica 9, julgue os próximos itens.
Com o aumento do HomeOffice cada vez
mais cresce o uso de VPNs. ( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: Certo. HTTP (Hyper Text Transfer Protocol)


é um protocolo, ou seja, uma determinada regra que
permite ao seu computador trocar informações com
um servidor que abriga um site. Isso significa que, uma
vez conectados sob esse protocolo, as máquinas po-
dem receber e enviar qualquer conteúdo textual – os
códigos que resultam na página acessada pelo nave-
gador.

8
O problema com o HTTP é que, em redes Wi-Fi ou 5. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere
outras conexões propícias a phishing (fraude eletrô- que um usuário necessite utilizar diferentes dispositivos
nica) e hackers, pessoas mal-intencionadas podem computacionais, permanentemente conectados à Inter-
atravessar o caminho e interceptar os dados transmiti- net, que utilizem diferentes clientes de e-mail, como o
dos com relativa facilidade. Portanto, uma conexão em Outlook Express e Mozilla Thunderbird. Nessa situação, o
HTTP é insegura. usuário deverá optar pelo uso do protocolo IMAP (Inter-
Nesse ponto entra o HTTPS (Hyper Text Transfer Pro- net message access protocol), em detrimento do POP3
tocol Secure), que insere uma camada de proteção na (post office protocol), pois isso permitirá a ele manter o
transmissão de dados entre seu computador e o ser- conjunto de e-mails no servidor remoto ou, alternativa-
vidor. Em sites com endereço HTTPS, a comunicação mente, fazer o download das mensagens para o compu-
é criptografada, aumentando significativamente a se- tador em uso.
gurança dos dados. É como se cliente e servidor con-
versassem uma língua que só as duas entendessem, ( ) CERTO ( ) ERRADO
dificultando a interceptação das informações.
Para saber se está navegando em um site com crip- Resposta: Certo. Em clientes de correios eletrônicos o
tografia, basta verificar a barra de endereços, na qual padrão é utilizar o Protocolo POP ou POP3 que tem a
será possível identificar as letras HTTPS e, geralmente, função de baixar as mensagens do servidor de e-mail
um símbolo de cadeado que denota segurança. Além para o computador que o programa foi configurado.
disso, o usuário deverá ver uma bandeira com o nome Quando o POP é substituído pelo IMAP, essas men-
do site, já que a conexão segura também identifica pá- sagens são baixadas para o computador do usuário
ginas na Internet por meio de seu certificado. só que apenas uma cópia delas, deixando no servidor
as mensagens originais; quando o acesso é feito por
3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se o ser- outro computador essas mensagens que estão no ser-
vidor proxy responder na porta 80 e a conexão passar vidor são baixadas para este outro computador, dei-
por um firewall de rede, então o firewall deverá permitir xando sempre a original no servidor.
conexões de saída da estação do usuário com a porta 80
de destino no endereço do proxy. 6. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Twitter, Orkut,
Google+ e Facebook são exemplos de redes sociais que
( ) CERTO ( ) ERRADO utilizam o recurso scraps para propiciar o compartilha-
mento de arquivos entre seus usuários
Resposta: Certo. E muitas redes LAN o servidor pro-
xy e o firewall estão no mesmo servidor físico/virtual, ( ) CERTO ( ) ERRADO
porém isso não é uma regra, ou seja, os dois serviços
podem aparecer eventualmente em servidores físicos/ Resposta: Errado. Scrap é um recado e sua função
virtuais separados. Para que uma estação de usuário principal é enviar mensagens e não o compartilha-
(que utiliza proxy na porta 80) possa “sair” da rede mento de arquivos. Ainda que algumas redes permi-
LAN para o mundo exterior “WAN” é necessário que tam o compartilhamento de fotos e gifs animados, o
o firewall permita conexões de saída na mesma porta objetivo não é o compartilhamento de arquivos e nem
em que o proxy está respondendo, ou seja, a porta 80. todas as redes citadas na questão permitem.
4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) A opção 7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) Nas
de usar um servidor proxy para a rede local faz que o IE versões recentes do Mozilla Firefox, há um recurso que
solicite autenticação em toda conexão de Internet que mantém o histórico de atualizações instaladas, no qual
for realizada. são mostrados detalhes como a data da instalação e o
usuário que executou a operação.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Somente é solicitado a autentica-
ção se o servidor assim estiver configurado, do con- Reposta: Errado. Esse recurso existe nas últimas ver-
trário nenhuma senha é solicitada, além de que foi de- sões do Firefox, contudo o histórico não contém o
finido para a rede Interna e não para acesso à Internet. usuário que executou a operação. Este recurso está
disponível no menu Firefox – Opções – Avançado –
Atualizações – Histórico de atualizações.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

8. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No


Internet Explorer 10, por meio da opção Sites Sugeridos,
o usuário pode registrar os sítios que considera mais im-
portantes e recomendá-los aos seus amigos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

9
Resposta: Errado. O recurso Sites Sugeridos é um ser- Resposta: Errado. Pela barra de endereço se verifica
viço online que o Internet Explorer usa para recomen- que o protocolo utilizado é o HTTP; dessa forma se
dar sítios de que o usuário possa gostar, com base nos conclui que não há uma criptografia, se fosse o proto-
sítios visitados com frequência. Para acessá-lo, basta colo HTTPS, poderia se aferir que haveria algum tipo
clicar o menu Ferramentas-Arquivo- Sites Sugeridos. de criptografia do tipo SSL.

Considere que um delegado de polícia federal, em uma 12. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Por
sessão de uso do Internet Explorer 6 (IE6), obteve a janela meio do botão , o delegado poderá obter, desde que
ilustrada acima, que mostra uma página web do sítio do disponíveis, informações a respeito das páginas previa-
DPF, cujo endereço eletrônico está indicado no campo mente acessadas na sessão de uso do IE6 descrita e de
. A partir dessas informações, julgue os itens de outras sessões de uso desse aplicativo, em seu computa-
09 a 12. dor. Outro recurso disponibilizado ao se clicar nesse bo-
tão permite ao delegado realizar pesquisa de conteúdo
9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O con- nas páginas contidas no diretório histórico do IE6.
teúdo da página acessada pelo delegado, por conter da-
dos importantes à ação do DPF, é constantemente atua- ( ) CERTO ( ) ERRADO
lizado por seu webmaster. Após o acesso mencionado
acima, o delegado desejou verificar se houve alteração Resposta: Certo. É possível através do botão descrito,
desse conteúdo. o botão de histórico, que se encontre informações das
Nessa situação, ao clicar no botão , o delegado terá páginas acessadas anteriormente, e também permite
condições de verificar se houve ou não a alteração men- que se pesquise a respeito de conteúdos nas páginas
cionada, independentemente da configuração do IE6, contidas no diretório do IE6.
mas desde que haja recursos técnicos e que o IE6 esteja
em modo online.
NOÇÕES BÁSICAS DE FERRAMENTAS E APLICATI-
( ) CERTO ( ) ERRADO VOS DE NAVEGAÇÃO E CORREIO ELETRÔNICO

Resposta: Certo. O botão atualizar (F5) efetua uma Um browser ou navegador é um aplicativo que opera
nova consulta ao servidor WEB, recarregando deste através da internet, interpretando arquivos e sites web
modo o arquivo novamente, se houver alterações, es- desenvolvidos com frequência em código HTML que
tas serão exibidas, caso contrário o arquivo será reexi- contém informação e conteúdo em hipertexto de todas
bido sem alterações. as partes do mundo.
Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) O ar- são programas de computador especializados em vi-
mazenamento de informações em arquivos denomina- sualizar e dar acesso às informações disponibilizadas na
dos cookies pode constituir uma vulnerabilidade de um web, até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet
sistema de segurança instalado em um computador. Para Explorer e o Netscape, hoje temos uma série de navega-
reduzir essa vulnerabilidade, o IE6 disponibiliza recursos dores no mercado, iremos fazer uma breve descrição de
para impedir que cookies sejam armazenados no com- cada um deles, e depois faremos toda a exemplificação
putador. Caso o delegado deseje configurar tratamentos utilizando o Internet Explorer por ser o mais utilizado em
referentes a cookies, ele encontrará recursos a partir do todo o mundo, porém o conceito e usabilidade dos ou-
uso do menu . tros navegadores seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
( ) CERTO ( ) ERRADO sequentemente um dos melhores navegadores existen-
tes. Outra vantagem devido ser o navegador da Google
Resposta: Certo. No navegador Internet Explorer 11, a é o mais utilizado no meio, tem uma interface simples
seguinte sequência de ação pode ser usada para fazer muito fácil de utilizar.
o bloqueio de cookies: Clicar no botão Ferramentas,
depois em Opções da Internet, ativar guia Privacidade
e, em Configurações, mover o controle deslizante até
em cima para bloquear todos os cookies e, em segui-
da, clicar em OK.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

11. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Caso o Figura 1: Símbolo do Google Chrome
acesso à Internet descrito tenha sido realizado mediante
um provedor de Internet acessível por meio de uma co-
nexão a uma rede LAN, à qual estava conectado o com- #FicaDica
putador do delegado, é correto concluir que as informa- Ultimamente tem caído perguntas
ções obtidas pelo delegado transitaram na LAN de modo relacionadas a guia anônima que não deixa
criptografado. rastro (senhas, auto completar, entre outros),
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N
( ) CERTO ( ) ERRADO

10
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente
navegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não #FicaDica
ter uma interface tão amigável, porém é um dos navega- Glossário interessante que abordam internet
dores mais rápidas e com maior segurança contra hac- e correio eletrônico
kers. Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
mensagens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar
na Web, também chamado de navegador.
Exemplo: Mozilla Firefox.
Cliente de e-mail: Software destinado a
gerenciar contas de correio eletrônico,
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox possibilitando a composição, envio,
recebimento, leitura e arquivamento
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de mensagens. A seguir, uma lista de
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- gerenciadores de e-mail (em negrito os mais
dera o navegador com menos segurança. conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail
(Linux) e Windows Mail.

Figura 3: Símbolo do Opera Outros pontos importantes de conceitos que podem


ser abordado no seu concurso são:
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
navegador considerado pelos especialistas e possui uma sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
Apple existem versões para Windows. como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência
de Correio): Termo utilizado para designar os servidores
de Correio Eletrônico.
MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunder-
bird, Microsoft Outlook Express etc.
POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para
receber e-mails. Através do POP, um usuário transfere
para o computador as mensagens armazenada sem sua
Figura 4: Símbolo do Safari caixa postal no servidor.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- Transferência Simples de Correio): É um protocolo de en-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é vio de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um
um programa preparado para explorar a Internet dando usuário descarregue suas mensagens de umservidor.
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo Esse protocolo utiliza a porta 25 do protocolo TCP.
do “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo Spam: Mensagens de correio eletrônico não autori-
clique em seu símbolo. zadas ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente
de conotação publicitária ou obscena, enviadas em larga
escala para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de
discussão.

Um pouco de história

A internet é uma rede de computadores que liga os


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 5: Símbolo do Internet Explorer computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores
e a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No
fim da década de 60, o Departamento de Defesa norte-
-americano resolveu criar um sistema interligado para tro-
car informações sobre pesquisas e armamentos que não
pudesse chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim,
foi criado o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de
Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa dos EUA.

11
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de cone-
xão recebeu o nome de internet e até a década de 80 #FicaDica
ficou apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela Um e-mail hoje é um dos principais meios de
chegou apenas na década de 90. É na internet que é exe- comunicação, por exemplo:
cutada a World Wide Web (www), sistema que contém canaldoovidio@gmail.com
milhares de informações (gráficos, vídeos, textos, sons, Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba
etc) que também ficou conhecido como rede mundial. quer dizer na, o gmail é o servidor e o .com
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um é a tipagem.
projeto que pode ser considerado o princípio da World
Wide Web. No início da década de 90 ele já havia elabo-
rado uma nova proposta para o que ficaria conhecido Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrô-
como WWW. Tim falava sobre o uso de hipertexto e a nicas em um único computador, sem necessariamente
partir disso surgiu o “http” (em português significa pro- estarmos conectados à Internet no momento da criação
tocolo de transferência de hipertexto). Vinton Cerf tam- ou leitura do e-mail, podemos usar um programa de cor-
bém é um personagem importante e inclusive é conheci- reio eletrônico. Existem vários deles. Alguns gratuitos,
do por muitos como o pai da internet. como o Mozilla Thunderbird, outros proprietários como
o Outlook Express. Os dois programas, assim como vá-
rios outros que servem à mesma finalidade, têm recursos
#FicaDica similares. Apresentaremos os recursos dos programas de
correio eletrônico através do Outlook Express que tam-
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu
bém estão presentes no Mozilla Thunderbird.
próprio endereço, chamado URL, ele facilita
Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
a navegação e possui características especí-
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
ficas como a falta de  acentuação gráfica  e
teclado para a realização de diversas funções dentro do
palavras maiúsculas. Uma url possui o http
Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
(protocolo), www (World Wide Web), o nome
atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
da empresa que representa o site, .com (ex:
Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
se for um site governamental o final será
aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
.gov) e a sigla do país de origem daquele site
ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
(no Brasil é usado o BR).
vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
profissionais que compartilham uma mesma área é o
Correios Eletrônicos compartilhamento de calendário entre membros de uma
mesma equipe.
Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: Por isso mesmo é importante que você tenha o co-
os agentes de usuários e os agentes de transferência de nhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo concurso que exige os conhecimentos básicos de infor-
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de mática, pois por ser uma função bastante utilizada tem
transferência realizam um processo de envio dos agentes maiores chances de aparecer em uma ou mais questões.
usuários e servidores de e-mail. O calendário é uma ferramenta bastante interessante
Os agentes de transferência usam três protoco- do Outlook que permite que o usuário organize de for-
los:  SMTP (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office ma completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas,
Protocol) e IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP compromissos e reuniões de maneira organizada por dia,
é usado para transferir mensagens eletrônicas entre os de forma a ter um maior controle das atividades que de-
computadores. O POP é muito usado para verificar men- vem ser realizadas durante o seu dia a dia.
sagens de servidores de e-mail quando ele se conecta ao Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite
servidor suas mensagens são levadas do servidor para o que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
computador local. Pode ser usado por quem usa conexão parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
discada. que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o
que pode ser uma ótima pedida para profissionais den-
Já o IMAP também é um protocolo padrão que per- tro de uma mesma equipe, principalmente quando um
mite acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele determinado membro entra de férias.
possibilita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não per- Para conseguir utilizar essa função basta que você en-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mite que eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem tre em Calendário na aba indicada como Página Inicial.
acessa o e-mail de vários locais diferentes. Feito isso, basta que você clique em Enviar Calendário
por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta
no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
informações que vão ser compartilhadas com quem você
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calen-
dário de forma simples e detalhada de fácil visualização
para quem você deseja enviar uma mensagem.

12
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra- Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura pró- equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
pria para deixar os comunicados enviados por e-mail A mensagem, após digitada, pode passar pelas for-
com uma aparência mais profissional. matações existentes na barra de formatação do Outlook:
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
este conteúdo pode ser cobrado em alguma questão (mesma criadora do Mozilla Firefox).
dentro de um concurso público. Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de não necessita de instalação no computador do usuário, já
seus estudos do conteúdo básico de informática para a que funciona como uma página de internet, bastando o
sua preparação para concurso. Ao contrário do que mui- usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com
ta gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili-
uma assinatura é bastante simples, de forma que perder dade já que não necessita estar na máquina em que um
pontos por conta dessa questão em específico é perder cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão #FicaDica
de Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail
e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde Segmentos do Outlook Express
você deve clicar. Feito isso, você vai conseguir adicio- Painel de Pastas: permite que o usuário salve
nar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem seus e-mails em pastas específicas e dá a
maiores problemas. possibilidade de criar novas pastas;
No Outlook Express podemos preparar uma mensa- Painel das Mensagens: onde se concentra
gem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura a lista de mensagens de determinada pasta
acima, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir: e quando se clica em um dos e-mails o
conteúdo é disponibilizado no painel de
conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde
irá aparecer o conteúdo das mensagens
enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram
as pessoas que foram cadastradas em sua
lista de endereço.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB
Figura 6: Tela de Envio de E-mail (WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que es-
tejam longe de seu computador pessoal. A partir de
#FicaDica qualquer outro computador no mundo, o usuário pode,
via Internet, acessar a caixa de correio armazenada no
Para: deve ser digitado o endereço eletrônico próprio computador cliente remoto e visualizar eventuais
ou o contato registrado no Outlook novas mensagens.
do destinatário da mensagem. Campo
obrigatório. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
ou o contato registrado no Outlook do Resposta: Errado. O programa WebMail irá acessar o
destinatário que servirá para ter ciência servidor de e-mail, e não a máquina dousuário (com-
desse e-mail. putador cliente remoto).
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ficam ocultos. 2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS-


-Outlook 2010, em sua configuração padrão, quando
uma mensagem está sendo preparada, o usuário pode
Assunto: campo onde será inserida uma breve des- indicar aos destinatários que a mensagem precisa de
crição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase atenção utilizando a marca de _________________. Esse re-
sobre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, curso pode ser encontrado no grupo Marcas, da guia
mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento Mensagem.
pode levar o destinatário a não dar a devida importância Assinale a alternativa que apresenta a opção que preen-
à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la. che corretamente a lacuna do enunciado.

13
a) SPAM. Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar
b) Alta Prioridade. mais de uma mensagem, com mesmo assunto e mes-
c) Baixa Prioridade. mo destinatário.
d) Assinatura Personalizada.
e) Arquivo Anexado. 4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com
Resposta: Letra B. É possível sinalizar a mensagem as seguintes características:
como sendo de alta prioridade quando se deseja que De: Pedro
as pessoas saibam que a mensagem precisa de aten- Para: João; Marta
ção urgente. Se a mensagem é apenas um informativo Cc: Ricardo; Ana
ou se está enviando um e-mail sobre um tema que Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
não precisa ser priorizado, defina o indicador de baixa padrão, ele usou um recurso para responder a mensa-
prioridade. gem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários.
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem Isso significa que João usou a opção:
um indicador específico na lista de mensagens ou nos
cabeçalhos. a) Responder.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priori- b) Arquivar.
dade foi definida, pois o botão fica realçado. c) Marcar como não lida.
d) Responder a todos.
3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuário e) Marcar como lida
preparou uma mensagem de correio eletrônico usando o
Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e Resposta: Letra A. Se o João deseja “responder” ao
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, e-mail recebido de Pedro, e deseja responder apenas
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- ao remetente já se pode eliminar as alternativas “B”,
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com “C” e “E” por não terem correspondência com a função
o mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, “Resposta”.
agora com o anexo. Assinale a alternativa correta. Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
como o João deseja responder apenas para Pedro ele
a) A mensagem original, sem o anexo, foi automatica- deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhes-
mente apagada no computador do destinatário e se “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também
substituída pela segunda mensagem, uma vez que receberiam a mensagem.
ambas têm o mesmo assunto e são do mesmo reme-
tente. 5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o ar-
gumento de busca que o usuário fará utilizando o Goo-
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a gle, na ilustração apresentada a seguir.
segunda mensagem não foi transmitida, permanecen-
do no computador do destinatário apenas a primeira
mensagem.
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primei-
ra, sem anexo, e a segunda, com o anexo.
e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens,
pois não é possível transmitir mais de uma mensagem
com o mesmo assunto e mesmo remetente. Com base na figura e no que foi digitado, assinale a al-
ternativa correta.
Resposta: Letra D.
Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras.
enviadas são armazenadas de forma independente, b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar
novas mensagens com mesmo assunto ou ainda idên- como antônimo do que foi digitado.
ticas a anteriores não influenciam em mensagens já c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados
enviadas. pesquisados.
Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não re-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

possível enviar mensagens com mesmo assunto ou lacionados ao argumento digitado.


ainda idênticas, sem prejuízo algum de mensagens e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também trará
anteriores. os seus sinônimos
Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensa-
gens serão enviadas, independentemente do destina- Resposta: Letra A. O comando “entre aspas” duran-
tário ler as anteriores. te uma busca, efetua a busca pela ocorrência exata
Alternativa “D” está correta, pois o destinatário rece- de tudo que está entre as aspas, agrupado da mesma
beu 2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a forma, desta forma, para esta questão será retornado
segunda, com o anexo. o resultado da ocorrência “garota de Ipanema”.

14
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resulta-
dos relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Ale- SISTEMA OPERACIONAL E SOFTWARE.
xander Bell” excluirá páginas que se referem a Alexan-
der G. Bell.
WINDOWS
6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a
imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua O Windows assim como tudo que envolve a informá-
configuração padrão. A página exibida no navegador foi tica passa por uma atualização constante, os concursos
completamente carregada. públicos em seus editais acabam variando em suas ver-
sões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto
as versões do Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um
software, um programa de computador desenvolvido por
programadores através de códigos de programação. Os
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares,
são considerados como a parte lógica do computador,
uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada
apenas quando o computador está em funcionamento. O
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é
o primeiro a ser instalado na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algu-
mas rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para uti-
lizarmos todos os recursos do computador, com toda a
qualidade das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a
Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hard-
ware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas
Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida para que alcancem seu melhor desempenho e instalar
será os demais programas, como os softwares aplicativos e
utilitários.
a) imediatamente fechada. O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge-
b) enviada para impressão. rencia os demais programas.
c) atualizada. A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits
d) enviada por e-mail. e 64 bits está na forma em que o processador do com-
e) aberta em uma nova aba. putador trabalha as informações. O Sistema Operacional
de 32 bits tem que ser instalado em um computador que
Resposta: Letra C. tenha o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits
a) Imediatamente fechada. tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows,
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais
b) Enviada para impressão. memória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso
۰ Ctrl + P ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de
c) Atualizada. processos para dentro e para fora da memória, pelo ar-
۰ F5 mazenamento de um número maior desses processos na
d) Enviada por e-mail. memória de acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo
۰ CTRL + Enter (MS Outlook) no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o
e) Aberta em uma nova aba. desempenho geral do programa”.
۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
۰ Ctrl + N = abre um novo comando Windows 7

Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:


CRIPTOGRAFIA. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

em computador e clique em Propriedades.


2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Prezado Candidato, o tópico acima será aborda-
do em: Segurança da Informação.” “Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
você precisará de um processador capaz de executar
uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um
sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quan-
do você tem uma grande quantidade de RAM (memória
de acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB

15
ou mais. Nesses casos, como um sistema operacional de Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
64 bits pode processar grandes quantidades de memó- meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando
ria com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema abrimos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a sal-
de 64 bits poderá responder melhor ao executar vários vamos no computador, estamos criando um arquivo.
programas ao mesmo tempo e alternar entre eles com Ícones – são imagens representativas associadas a
frequência”. programas, arquivos, pastas ou atalhos.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
caso, é possível instalar:
- Sobre o Windows XP; Criação de pastas (diretórios)
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win
Vista), também 32 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante
a instalação;
- Win 7 em um computador sem SO;

Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual


tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
chave do produto, que é um código que será solicitado
durante a instalação.
Vamos adotar a opção de instalação com formatação
de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Cor-
poration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicializado normalmente, insira do disco de
instalação do Windows 7 ou a unidade flash USB e Figura 64: Criação de pastas
desligue o seu computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer #FicaDica
isso, e siga as instruções exibidas. Clicando com o botão direito do mouse
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma em um espaço vazio da área de trabalho
ou outras preferências e clique em avançar. ou outro apropriado, podemos encontrar a
- Se a página de Instalação Windows não aparecer opção pasta.
e o programa não solicitar que você pressione al- Clicando nesta opção com o botão esquerdo
guma tecla, talvez seja necessário alterar algumas do mouse, temos então uma forma prática
configurações do sistema. Para obter mais infor- de criar uma pasta.
mações sobre como fazer isso, consulte. Inicie o
seu computador usando um disco de instalação do
Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos
de licença e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? cli-
que em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Figura 65: Criamos aqui uma pasta
opções da unidade (avançada). chamada “Trabalho”.
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
opção de formatação desejada e siga as instruções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dows 7, inclusive a nomenclatura do computador


e a configuração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de organização e de gerenciamento de in-


formações; arquivos, pastas e programas.

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.

16
- colocar o computador em modo de espera, que re-
duz o consumo de energia enquanto a máquina
estiver ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos
casos em que vamos nos ausentar por um breve
período de tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de
alguns programas que precisam da reinicialização
do sistema para efetivarem sua instalação, durante
congelamento de telas ou travamentos da máqui-
na.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um
ambiente com características diferentes para cada
Figura 66: Tela da pasta criada usuário do mesmo computador.

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la


e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o
procedimento: botão direito, Novo, Pasta.

Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7
quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome
de área de trabalho, pois a ideia original é que ela sir- Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com
va como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e um clique no botão Iniciar.
documentos para dar início ou continuidade ao trabalho. 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra dos como atalhos na barra de tarefas para serem
de tarefas, que traz uma série de particularidades, como: acessados com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
idioma que está sendo usada pelo teclado.
Figura 68: Barra de tarefas 4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o com-
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato putador é iniciado. Muitos deles ficam em exe-
com todos os outros programas instalados, programas cução o tempo todo no sistema, como é o caso
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de de ícones de programas antivírus que monitoram
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, constantemente o sistema para verificar se não há
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

abrimos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém invasões ou vírus tentando ser executados.
opções que nos permitem ver os programas mais aces- 5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o
sados, todos os outros programas instalados e os recur- relógio constantemente na sua tela, clicando duas
sos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de vezes, com o botão esquerdo do mouse nesse íco-
acesso para todas as opções disponíveis no computador. ne, acessamos as Propriedades de data e hora.
Por meio do botão Iniciar, também podemos:
- desligar o computador, procedimento que encerra
o Sistema Operacional corretamente, e desliga efe-
tivamente a máquina;

17
#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o
objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho


muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li-
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma
mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se-
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma
de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif-
t+Delete.
Figura 70: Propriedades de data e hora A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e
especificar se o relógio do computador está sincronizado com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado
automaticamente com um servidor de horário na Inter- (canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
net. Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
um horário diferente do que realmente deveria mostrar, está marcada.
na maioria das vezes, indica que a bateria da placa mãe
deve precisar ser trocada. Esse horário também é sincro-
nizado com o mesmo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po-
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura-
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo,
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Por meio do clique com o botão direito do mouse na bar-
Figura 71: Restauração de arquivos ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
enviados para a lixeira acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.
A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
ser feita com um clique com o botão direito do mouse
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sobre o item desejado e depois, outro clique com o es-


querdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente
o arquivo para seu local de origem.

18
Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encon-
tramos as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
sistema e da segurança”, permite a realização de
backups e restauração das configurações do sis-
tema e de arquivos. Possui ferramentas que per-
mitem a atualização do Sistema Operacional, que
exibem a quantidade de memória RAM instalada
no computador e a velocidade do processador.
Oferece ainda, possibilidades de configuração de
Figura 73: Propriedades da barra de Firewall para tornar o computador mais protegido.
tarefas e do menu iniciar - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibili-
ta configurações de rede e Internet. É possível tam-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: bém definir preferências para compartilhamento
- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela de arquivos e computadores.
seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o - Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover
inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão hardwares como impressoras, por exemplo. Tam-
esquerdo do mouse pressionado. bém permite alterar sons do sistema, reproduzir
- Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul- CDs automaticamente, configurar modo de eco-
ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior nomia de energia e atualizar drives de dispositivos
aproveitamento da área da tela pelos programas abertos, instalados.
e a exibe quando o mouse é posicionado no canto infe- - Programas: através desta opção, podemos realizar
rior do monitor. a desinstalação de programas ou recursos do Win-
dows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, deter-
minamos configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela,
menu iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação
de números e moedas.
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
tador às necessidades visuais, auditivas e motoras
Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu do usuário.
Iniciar
Computador
Pela figura acima podemos notar que é possível a
aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar. #FicaDica
Através do “Computador” podemos consul-
tar e acessar unidades de disco e outros dis-
positivos conectados ao nosso computador.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em


Computador. A janela a seguir será aberta:

Figura 21: Barra de Ferramentas

19
Charms Bar
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa
e esse recurso possibilita “esconder” algumas configura-
ções e aplicações. É uma barra localizada na lateral que
pode ser acessada colocando o mouse no canto direito e
inferior da tela ou clicando no atalho Tecla do Windows +
C. Essa função substitui a barra de ferramentas presente
no sistema e configurada de acordo com a página em
que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial
e em seguida escolha a cor da tela. O usuário também
pode selecionar desenhos durante a personalização do
papel de parede.

Figura 76: Computador Redimensionar as tiles


Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
Observe que é possível visualizarmos as unidades de tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada. reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Vemos também informações como o nome do computa- Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser
dor, a quantidade de memória e o processador instalado destacar no computador.
na máquina.
Grupos de Aplicativos
Windows 8 Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o podem ser renomeados.
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celu-
lares, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente Visualizar as pastas
no layout, que acabou surpreendendo milhares de usuá- A interface do programas no computador podem ser
rios acostumados com o antigo visual desse sistema. vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado
A tela inicial completamente alterada foi a mudança a lado. Para passar de um painel para outro é necessário
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas usar a barra de rolagem que fica no rodapé.
as aplicações do computador que ficavam no Menu Ini-
ciar e também é possível visualizar previsão do tempo, Compartilhar e Receber
cotação da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as Comando utilizado para compartilhar conteúdo, en-
pequenas miniaturas que aparecem em sua tela inicial viar uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção
para ter acesso aos programas que mais utiliza. Compartilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro também a opção Dispositivo que é usada para receber
de uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer e enviar conteúdos de aparelhos conectados ao compu-
um painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando tador.
uma das pastas e não encontre algum comando, clique
com o botão direito do mouse para que esse painel apa- Alternar Tarefas
reça. Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os
A organização de tela do Windows 8 funciona como programas abertos no desktop e os aplicativos novos do
o antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com SO. Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma
imagens animadas. Cada mosaico representa um aplica- lista na lateral esquerda que mostra os aplicativos mo-
tivo que está instalado no computador. Os atalhos dessa dernos.
área de trabalho, que representam aplicativos de versões
anteriores, ficam com o nome na parte de cima e um pe- Telas Lado a Lado
queno ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
tamanhos diferentes, cores diferentes e são atualizados to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas
automaticamente. ao mesmo tempo. É indicado para quem precisa acom-
A tela pode ser customizada conforme a conveniência panhar o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, computador.


mas podem ser encontrados clicando com o botão direi-
to do mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que Visualizar Imagens
um desses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique O sistema operacional agora faz com que cada vez
com o botão direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar que você clica em uma figura, um programa específico
na Tela Inicial. abre e isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar
isso é preciso ir em Programas – Programas Default – Se-
lecionar Windows Photo Viewer e marcar a caixa Set this
Program as Default.

20
Imagem e Senha Windows 10 Education
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, as necessidades do meio educacional. Também tem seu
acesse a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo método de distribuição baseado através da versão aca-
em seguida clique em More PC settings. Acesse a opção dêmica de licenciamento de volume.
Usuários e depois clique na opção “Criar uma senha com
imagem”. Em seguida, o computador pedirá para você Windows 10 Mobile
colocar sua senha e redirecionará para uma tela com um Embora o Windows 10 tente vender seu nome fanta-
pequeno texto e dando a opção para escolher uma foto. sia como um sistema operacional único, os smartphones
Escolha uma imagem no seu computador e verifique se a com o Windows 10 possuem uma versão específica do
imagem está correta clicando em “Use this Picture”. Você sistema operacional compatível com tais dispositivos.
terá que desenhar três formas em touch ou com o mou-
se: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois, finalize Windows 10 Mobile Enterprise
o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez, Projetado para smartphones e tablets do setor cor-
repita os movimentos para acessar seu computador. porativo. Também estará disponível através do Licencia-
mento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
Internet Explorer no Windows 8 Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da pá- para o mercado corporativo.
gina inicial, você terá acesso ao software sem a barra de
ferramentas e menus. Windows 10 IoT Core
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet
Windows 10 of Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do
Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter-
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no minais de autoatendimento, máquinas de atendimento
mundo dos Sistemas Operacionais, uma das suas mis- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core
sões é ficar com um visual mais de smart e touch. será destinada para dispositivos pequenos e de baixo
custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
Figura 77: Tela do Windows 10
1. (Engenheiro Civil, VUNESP 2018) Na Área de Tra-
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes ver- balho do MS-Windows 7, em sua configuração padrão,
sões (com destaque para as duas primeiras): o usuário pode desfazer o envio de um arquivo para a
Lixeira, que acaba de ser realizado, utilizando o atalho
Windows 10 de teclado
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops a) Ctrl+V
e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3. b) Ctrl+C
c) Ctrl+X
Windows 10 Pro d) Ctrl+A
Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro- e) Ctrl+Z
teção de dados avançada e criptografada com o BitLoc-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ker, permite a hospedagem de uma Conexão de Área de Resposta: Letra E.


Trabalho Remota em um computador, trabalhar com má- A) Ctrl+V: colar algo que esteja na área de transfe-
quinas virtuais, e permite o ingresso em um domínio para rência
realizar conexões a uma rede corporativa. B) Ctrl+C: copiar algo que foi selecionado
C) Ctrl+X: recortar algo que foi selecionado
Windows 10 Enterprise D) Ctrl+A: selecionar tudo
Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio E) Ctrl+Z: desfazer uma ação
do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.

21
2. (Técnico Judiciário, VUNESP 2017) Usando o Micro- Assinale a alternativa que contém o número correspon-
soft Windows 7, em sua configuração padrão, um usuário dente ao ícone de um atalho de uma pasta que não está
abriu o conteúdo de uma pasta no aplicativo Windows vazia.
Explorer no modo de exibição Detalhes. Essa pasta con-
tém muitos arquivos e nenhuma subpasta, e o usuário a) 1
deseja rapidamente localizar, no topo da lista de arqui- b) 2
vos, o arquivo modificado mais recentemente. Para isso, c) 3
basta ordenar a lista de arquivos, em ordem decrescente, d) 4
por e) 5

a) Data de modificação. Resposta: Letra A.


b) Nome. 1 - Ícone de atalho para pasta que não está vazia
c) Tipo. 2 - Ícone de uma pasta que não está vazia, contém
d) Tamanho. vários arquivos
e) Ordem. 3 - ícone de uma pasta vazia
4 - Ícone de uma pasta que não está vazia, contém
Resposta: Letra A. um arquivo
Na configuração original as únicas opções que apare- 5 - Ícone de atalho para pasta que está vazia
cem são: Nome, Data de modificação, Tipo e Tamanho.
Já é possível descartar a alternativa “E”. 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
Se um usuário deseja ordenar os arquivos de uma de- Windows, não há possibilidade de o usuário interagir
terminada pasta mostrando primeiro (topo) os arqui- com o sistema operacional por meio de uma tela de
vos mais recentes, é necessário utilizar a opção “Data computador sensível ao toque.
de Modificação”
( ) CERTO ( ) ERRADO
3. (Soldado PM de 2ª Classe, VUNESP 2017) Com rela-
ção ao Microsoft Windows 7, em sua configuração origi- Resposta: Errado. As versões mais recentes do Win-
nal, assinale a alternativa que indica funções que podem dows existe este recurso. Para usá-lo há a necessidade
ser realizadas usando apenas recursos do aplicativo Win- de que a tela seja sensível ao toque.
dows Explorer.
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a
a) Navegar na internet. computadores com outros sistemas operacionais, com-
b) Apagar e renomear arquivos e pastas. putadores com o sistema Linux apresentam a vantagem
c) Ver o conteúdo da Área de Transferência. de não perderem dados caso as máquinas sejam desliga-
d) Ligar e desligar o computador. das por meio de interrupção do fornecimento de energia
e) Editar textos simples, sem recursos de formatação. elétrica.

Resposta: Letra B. ( ) CERTO ( ) ERRADO


Dentre as diversas funções de administração de arqui-
vos e pastas do Windows Explorer é possível “Apagar Resposta: Errado. Nenhum sistema operacional pos-
e renomear arquivos e pastas”; Para “Navegar na in- sui a vantagem de não perder dados caso a máquina
ternet” é necessário um software web-browser; Por seja desligada por meio de interrupção do forneci-
padrão não é possível ver a “Área de Transferência” mento de energia elétrica.
do Windows 7; Para Ligar o computador é necessária
uma ação física, e para desligar é necessário utilizar o 7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização
botão iniciar; Para “Editar textos simples sem recursos GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux,
de formatação” é necessário o Bloco de Notas. podem ser acessadas por uma interface de linha de co-
mando.
4. (Escriturário, VUNESP 2018) Observe os ícones a se-
guir, extraídos do Windows Explorer do MS-Windows 7, ( ) CERTO ( ) ERRADO
na configuração de exibição de Ícones Médios. Os ícones
foram marcados de 1 a 5 e não foram modificados desde Resposta: Certo. É possível acessar as rotinas de ini-
a sua criação. cialização GRUB e LILO para realizar a sua configura-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ção, assim como é possível alterar as opções de inicia-


lização do Windows (em Win+Pause, Configurações
Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema, Ini-
cialização e Recuperação).

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8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside- CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX E SOFTWARE
re que um usuário de login joao_jose esteja usando o LIVRE
Windows Explorer para navegar no sistema de arquivos
de um computador com ambiente Windows 7. Considere O Linux é um sistema operacional originalmente fun-
ainda que, enquanto um conjunto de arquivos e pastas é dado em comandos, mas que vem amplificando ambien-
apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas tes gráficos de estruturas e uso similar, e são do Win-
do Windows Explorer, as seguintes informações: Biblio- dows. Apesar desses ambientes gráficos serem cada vez
tecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais mais aderidos, os comandos do Linux ainda são ampla-
provável que tais arquivos e pastas estejam contidos no mente empregados, sendo de suma importância o co-
diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no di- nhecer e estudar.
retório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos. Outro termo muito usado quando tratamos do Linux
é o Kernel, que é uma parte do sistema operacional que
( ) CERTO ( ) ERRADO faz a ligação entre software e máquina. Ele é a camada
de software mais próxima do hardware, considerado o
Resposta: Errado. O correto é “C:\Users\joao_jose\ núcleo do sistema. O Linux teve início com o desenvolvi-
Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas mento de um pequeno Kernel, criado por Linus Torvalds,
estarem em outro diretório, se forem feitas configu- em 1991, quando era apenas um estudante finlandês. Ao
rações customizadas pelo usuário. Mesmo na configu- Kernel, que Linus desenvolveu, colocou o nome de Linux.
ração em português o diretório dos documentos do Como o Kernel é capaz de fazer gerenciamentos primá-
usuário continua sendo nomeado em inglês: “docu- rios básicos e indispensáveis para o funcionamento da
ments”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria máquina, foi necessário desenvolver módulos específicos
“C:\biblioteca\documentos\projetos” não está correta. para atender inúmeras necessidades, como por exemplo
O item considera o comportamento padrão do siste- um módulo capaz de utilizar uma placa de rede ou de
ma operacional Windows 7, e, portanto, a afirmação vídeo lançada no mercado ou até uma interface gráfica
não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente como a que usamos no Windows.
a este sistema software. A premissa de que a informa- Uma forma de atender a necessidade de comunica-
ção fosse apresentada na barra de ferramentas não ção entre Kernel e o aplicativo é a chamada do sistema
compromete o entendimento da questão.” (SystemCall), que é uma interface entre um aplicativo de
espaço de usuário e um serviço que o Kernel fornece.
9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar Como o serviço é fornecido no Kernel, uma chamada
arquivos de um diretório para um pen drive. direta não pode ser realizada; ao invés disso, você deve
utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço
( ) CERTO ( ) ERRADO do usuário/Kernel.
No Linux também existem diferentes run levels de
Resposta: Certo. No ambiente Linux, é permitida a operação. O run level de uma inicialização padrão é o de
execução de vários comandos por meio de um con- número 2.
sole. O comando “cp” é utilizado para copiar arquivos Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
entre diretórios e arquivos para dispositivos. tema operacional que ainda utiliza bastante comandos
digitados, não podemos deixar de citar o Shell, que é
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se exatamente o programa que possibilita o usuário digitar
clicar a opção , será exibida uma janela por comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacio-
meio da qual se pode verificar diversas propriedades do nal e realize funções.
arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos. No MSDOS, por exemplo, o Shell era o command.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri- com, por meio do qual era possível realizar comandos
féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa- como o dir, cd e outros. No Linux, o Shell mais usado é o
ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens. Bash, que, para usuários comuns, aparece como símbolo
$, e para o root, aparece com o símbolo #.
( ) CERTO ( ) ERRADO Há também os termos usuário e superusuário. En-
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po- comandos simples, ao superusuário é possível configurar
dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de quais comandos os usuários podem utilizar. Se eles po-
um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri- dem apenas ver ou também alterar e gravar diretórios.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

butos. Sendo assim, ele atua como sendo o administrador do


sistema. O diretório padrão que possui os programas
usados pelo superusuário para o gerenciamento e a ma-
nutenção do sistema é o /sbin.
/bin-Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
rios comuns.
/sbin-Como os comandos do/bin, só que não são uti-
lizados pelos usuários comuns.

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Por esse motivo, o diretório sbin foi nomeado de su- -ls - Listar o conteúdo do diretório
perusuário, pois há comandos que só podem ser utiliza- -ls -alh - Mostra o conteúdo detalhado do diretório
dos nesse diretório. Funciona como se quem estivesse -ls –ltr - Mostra os arquivos no formado longo (l) em
no diretório sbin fosse o administrador do sistema, com ordem inversa (r) de data (t)
permissões especiais de inclusões, exclusões e também -man - Mostra informações sobre um comando
de alterações. -mkdir - Cria um diretório. É um comando utilizado na
raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
Comandos Básicos
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o dire-
Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos tório chamado “myfolder”.
que podemos usar no Shell do Linux:
-addgroup - Adiciona grupos
-adduser - Adiciona usuários
-apropos - Faz pesquisa por palavra ou string
-cat - Mostra o conteúdo de um arquivo binário ou
texto
-cd - Entra num diretório (exemplo: cd docs) ou re-
torna para home
cd<pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
cd /usr/bin/
-chfn - altera informação relativa a um utilizador
-chmod -Altera as permissões de arquivos ou diretó-
rios. É um comando para manipulação de arquivos e di-
retórios que muda as permissões para acesso para cada
pessoa. Por exemplo, um diretório que poderia ser de Figura 15: Prompt “ftp”
escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impe-
dindo que seu conteúdo seja alterado. -mount – Montar partições em algum lugar do sis-
-chown - Altera a propriedade de arquivos e pastas tema.
(dono) -mtr - Mostra rota até determinado IP
-clear – Limpa a tela do terminal -mv - Move ou renomeia arquivos e diretórios
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd) -nano – Editor de textos básico.
ao fim do arquivo (txt)
-nfs - Sistema de arquivos nativo do sistema opera-
-cp - Copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
cional Linux, para o compartilhamento de recursos pela
-df - Reporta o uso do espaço em disco do sistema
rede
de arquivos
-netstat - Exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-dig - Testa a configuração do servidor DNs
tema.
-dmesg - Exibe as mensagens da inicialização (log)
-nmap - Lista as portas de sistemas remotos/locais
-du - Exibe estado de ocupação dos discos/partições
atrás de portas abertas.
-du -msh - Mostra o tamanho do diretório em me-
gabytes -nslookup - Consultas a serviços DNs
-env - Mostra variáveis do sistema -ntsysv - Exibe e configura os processos de iniciali-
-exit – Sair do terminal ou de uma sessão de root. zação
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -passwd - Modifica senha (password) de usuários
guração do sistema -ps - Mostra os processos correntes
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -ps –aux - Mostra todos os processos correntes no
vos para o diretório Home de novos usuários. sistema
-fdisk -l – Mostra a lista de partições. -ps -e – Lista os processos abertos no sistema.
-find - Comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -pwd - Exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-find – Busca arquivos no disco rígido. drão do Linux mostra apenas o último nome do caminho
-halt -p – Desligar o computador. do diretório atual. Para mostrar o caminho completo do
-head - Mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo diretório atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 –
-history – Mostra o histórico de comandos dados no é a versão do Linux que está sendo usada.
terminal. help pwd – é o comando que nos mostrará o con-
-ifconfig - Mostra as interfaces de redes ativas e as teúdo da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

infor- mações relacionadas a cada uma delas mostra que pwd imprime o nome do diretório atual.
-iptraf - Analisador de tráfego da rede com interface -reboot – Reiniciar o computador.
gráfica baseada em diálogos -recode - Recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-kill - Manda um sinal para um processo. Os sinais 15..utf8 file_to_change.txt
sIG- TErm e sIGKILL encerram o processo. -rm - Remoção de arquivos (também remove diretó-
-kill -9 xxx – Mata o processo de número xxx. rios)
-killall - Manda um sinal para todos os processos. -rm -rf - Exclui um diretório e todo o seu conteúdo
-less - Mostra o conteúdo de um arquivo de texto -rmdir - Exclui um diretório (se estiver vazio)
com controle -route - Mostra as informações referentes às rotas

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-shutdown -r now – Reiniciar o computador Um dos motivos que ainda desconvence muitas pes-
-split - Divide um arquivo soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional,
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver- é a quantidade de programas compatíveis com ele, o que
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua vem sendo resolvido com o passar do tempo. Sua inter-
senha criptografada smb que é armazenada no arquivo face familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a
smbpasswd (normalmente no diretório privado sob a aumentar os adeptos ao Linux.
hierarquia de diretórios do samba). Os usuários comuns Distribuição Linux é um sistema operacional que utili-
só podem executar o comando, sem opções. Ele os levará za o núcleo (Kernel) do Linux e outros softwares. Existem
para que sua senha velha smb seja digitada e, em segui- várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, De-
da, pedir-lhes sua nova senha duas vezes, para garantir bian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e des-
que a senha foi digitada corretamente. Nenhuma senha vantagens. O que torna a escolha de uma distribuição
será mostrada na tela enquanto está sendo digitada. bem pessoal.
-su - Troca para o superusuário root (é exigida a senha)
-su user - Troca para o usuário especificado em ‘user’
(é exigida a senha) FIQUE ATENTO!
-tac - Semelhante ao cat, mas inverte a ordem Distribuições são criadas, normalmente,
-tail - O comando tail mostra as últimas linhas de um para atender razões específicas. Por exem-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. plo, existem distribuições para rodar em
Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acres- servidores, redes - onde a segurança é prio-
centado de alguns parâmetros como o -n que mostra o ridade - e, também, computadores pessoais.
[numero] de linhas do final do arquivo; o – c [numero] Assim, não é possível dizer qual é a melhor
que mostra o [numero] de bytes do final do arquivo e o – distribuição, já que ela depende do objetivo
f que exibe constantemente os dados do final do arquivo do seu computador
à medida que são adicionados.
-tcpdump sniffer - Sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes
Sistema de Arquivos: Organização e Gerenciamen-
-top – Exibe os processos do sistema e dados do pro-
to de Arquivos, Diretórios e Permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - Cria um arquivo foo.txt vazio;
Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
também altera data e hora de modificação para agora
gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no
-traceroute - Define uma rota do host local até o des-
Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a có-
tino mostrando os roteadores intermediários
pia, recorte, colagem, movimentação e organização dos
-umount – Desmontar partições.
-uname -a – Informações sobre o sistema operacional arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispo-
-userdel - Remove usuários sitivos de armazenamento não são nomeados por letras.
-vi - Editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - Versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - Exibe qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - Informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que po-


demos executar no Linux. Várias versões foram expandi-
das e o kernel evoluiu bastante. Sobre ele correm as mais
diversas interfaces gráficas, baseadas principalmente no
servidor de janelas XFree.Entre as mais de vinte interfaces
gráficas criadas para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 17: Linux–Fonte:OLivroOficialdoUbuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc- Contém os arquivos gerais de configuração do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

sistema e dos programas instalados.


/home– Cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot arquivos de carregamento do sistema, incluin-
do configuração do gerenciador de boot e o kernel.
/dev– Onde ficam as entradas das placas de disposi-
Figura 16: MenuK,naversãoSuse–imagemobtidadehttp:// tivos como rede, som e impressoras.
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- /lib– Bibliotecas do sistema.
ce_gr%C3%A1fica_KDE

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/media– Contém a instalação de dispositivos como Agendamento de Tarefas
drive de CD, pendrives, entre outros.
/opt– Utilizado por desenvolvedores de programas. O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é feito
/proc– Armazena informações sobre o estado atual por meio do agendador de tarefas chamado cron, que
do sistema. permite determinar horários e intervalos para que tare-
/root–Diretório do super usuário. fas sejam executadas. Ele possibilita detalhar comandos,
data e hora que ficam em um arquivo chamado crontab
O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, - arquivo de texto que armazena a lista de comandos a
copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, consideran- serem acionados no horário e data que foram determi-
do que estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: nados.
- Copiar: Clique com o botão direito do mouse sobre
o arquivo ou diretório. O conteúdo será deslocado Administração de Usuários e Grupos no Linux
para a área de transferência, mas o original conti-
nuará no local. Antes de iniciarmos, é preciso ter entendimento de
- Recortar: Clique com o botão direito do mouse so- ambos termos:
bre o arquivo ou diretório. O conteúdo será deslo- - Superusuário: É o administrador do sistema. Ele tem
cado para a área de transferência, sendo removido acesso e permissão para executar todos os coman-
do seu local de origem. dos.
- Colar: Clique com o botão direito do mouse no local -Usuário Comum: Tem as permissões configuradas
desejado e depois em colar. O conteúdo da área pelo superusuário para o grupo em que se encon-
de transferência será colado. tra.

Outra alternativa é deixar a janela do local de origem Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
do arquivo aberta e abrir outra com o local de destino. grupo pode ter vários usuários. Assim, podemos con-
Pressionar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo ceder permissões aos grupos e colocar o usuário que
desejado e o transferir para o destino. queremos que tenha determinada permissão no grupo
correspondente.
Instalar, Remover e Atualizar Programas
Comandos Básicos para Grupos
Para instalar ou remover um programa, considerando
o Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar - Para criar grupos: sudo groupadd nome grupo
/Remover Aplicações, que viabiliza a busca de drives pela - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
Internet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplica- nome grupo nomeusuario
ções, Adicionar/Remover. - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Na parte superior da janela encontramos uma linha meusuario
de busca, na qual podemos digitar o termo do aplicati- - Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeu-
vo que desejamos. Ao lado da linha de pesquisa temos suario
a configuração de mostrar apenas os itens suportados
pelo Ubuntu. Permissões no Linux
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas, e quando uma categoria é selecionada, sua descri- Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
ção é mostrada na parte inferior da janela. Alguns exem- acesso ilimitado aos conteúdos do sistema. Os outros es-
plos de categorias podemos mencionar são: Acessórios, tão sujeitos à sua permissão para realizar comandos. As
Educacionais, Jogos, Gráficos, Internet, entre outros. permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
do proprietário, permissões do grupo e permissões para
Manipulação de Hardware e Dispositivos os outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
A manipulação de hardware e dispositivos é possí- comuns com o ‘-‘.
vel ser realizada no menu Locais, Computador, através Alguns dos comandos utilizados em permissões são:
o qual acessamos a lista de dispositivos em execução. A ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões
maioria dos dispositivos de hardware instalados no Li- do proprietário do grupo
nux Ubuntu são meramente instalados. Quando se trata r- Permissões do grupo ao qual o usuário pertence
de um pendrive, após sua conexão física, aparecerá uma r- -Permissão para os outros usuários
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

janela do gerenciador de arquivos exibindo o conteúdo As permissões do Linux são: Leitura, escrita e execu-
do dispositivo. É importante, porém, lembrar-se de des- ção.
montar corretamente os dispositivos de armazenamento - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
e outros antes de encerrar seu uso. No caso do pendrive, veja, ou seja, leia o arquivo.
é possível clicar com o botão direito do mouse sobre o - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
ícone localizado na área de trabalho e em seguida, clicar criar e alterar arquivos.
em Desmontar. - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
arquivos.

26
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, signi-
fica que ela não é atribuída ao usuário.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Compactação e Descompactação de Arquivos
Comandos básicos para compactação e descompac- 1. (TRT-14ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA
tação de arquivos: APOIO ESPECIALIZADO ESPECIALIDADE ESTATÍSTICA
gunzip[opções][arquivos]Descompacta arquivos – FCC – 2018) No Explorador de Arquivos do Windows
compactados com gzip. 10, um profissional observou a existência de um pen dri-
gzexe[opções][arquivos]compacta executáveis. ve conectado ao computador, onde, dos 64 GB de capa-
gunzip[opções][arquivos]descompacta arquivos. zca- cidade total, há apenas 3,2 GB livres. Nessas condições,
t[opções][arquivos]descompacta arquivos. será possível armazenar nesse pen drive

Fique Atento! a) um arquivo de vídeo de 4294967296 bytes.


Comandos básicos para backups b) um arquivo compactado de 3686 MB.
tar Agrupa vários arquivos em apenas um. c) vários arquivos de texto que totalizam 3704409292
compress Faz a compressão de arquivos padrão do bytes.
Unix. d) vários arquivos de imagem que totalizam 0,0038 TB.
uncompress Descomprime arquivos compactados e) um arquivo de vídeo de 3290443 KB.
pelo compress.
zcat Possibilita visualizar arquivos compactados pelo Resposta: Letra E. Ao converter 3,2GB em KB temos
compress. 3355443KB, logo é totalmente possível armazenar
uma arquivo de vídeo com 3290443 KB.

2. (TRT-6ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA


JUDICIÁRIA – FCC – 2018) Um Analista utiliza um com-
putador com o Windows 10 instalado, em português, e
trabalha frequentemente com diversas janelas de aplica-
tivos abertas. Para alternar entre as janelas abertas e para
fechar a janela ativa, ele utiliza, correta e respectivamen-
te, as combinações de teclas:

a) Alt + Tab e Alt + F4


b) Ctrl + Alt + A e Ctrl + Alt T
c) Ctrl + F2 e Ctrl + F3
d) Ctrl + Tab e Ctrl + F4
e) Alt + A e Alt + X

Resposta: Letra A. As teclas Alt + Tab e Alt + F4 ser-


Figura 18: Centro de Controle do KDE imagemobtida- vem para alternar entre janelas e fechá-las respecti-
dehttp:// vamente.
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interface_
gr%C3%A1fica_KDE 3. (TRT-2ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO: ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC – 2018) Para visualizar o ende-
reço IP do computador em linha de comando, no Windo-
#FicaDica ws e no Linux, o Analista deve utilizar, respectivamente,
as instruções
Como no Painel de controle do Windows,
temos o centro de controle do KDE, onde a) ip /i mscomp e ip –i lxcomp
é possível personalizar toda a parte gráfica, b) net /ip e lan –ip
fontes, temas, ícones, estilos, área de traba- c) show_ip this e get_ip lxcomp
lho, além da Internet, periféricos, acessibili- d) ipconfig e ifconfig
dade, segurança e privacidade, som e con- e) ipWin e ipLx
figurações para o administrador do sistema.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Resposta: Letra D. Os comandos ipconfig e ifconfig


são utilizados para poder demonstrar o IP de um com-
putador.

27
Hardware, são os componentes físicos do computa-
HARDWARE dor, ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos
periféricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-
-saída ou apenas saída, além da CPU (Unidade Central de
Conceitos e fundamentos básicos de informática Processamento)
Software, são os programas que permitem o funcio-
A Informática é um meio para diversos fins, com isso namento e utilização da máquina (hardware), é a parte
acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A lógica do computador, e pode ser dividido em Sistemas
sua utilização passou a ser um diferencial para pessoas e Operacionais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de
empresas, visto que, o controle da informação passou a Programação.
ser algo fundamental para se obter maior flexibilidade no O primeiro software necessário para o funcionamen-
mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor to de um computador é o Sistema Operacional (Sistema
integrar sua área de atuação com a informática, atingi- Operacional). Os diferentes programas que você utiliza
rá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequente- em um computador (como o Word, Excel, PowerPoint
mente, o seu sucesso, por isso em quase todos editais de etc) são os aplicativos. Já os utilitários são os programas
concursos públicos temos Informática. que auxiliam na manutenção do computador, o antivírus
é o principal exemplo, e para finalizar temos as Lingua-
gens de Programação que são programas que fazem ou-
#FicaDica tros programas, como o JAVA por exemplo.
Importante mencionar que os softwares podem ser
Informática pode ser considerada como livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes
significando “informação automática”, ou características:
seja, a utilização de métodos e técnicas • O usuário pode executar o software, para qualquer
no tratamento automático da informação. uso.
Para tal, é preciso uma ferramenta adequa- • Existe a liberdade de estudar o funcionamento do
da: O computador. programa e de adaptá-lo às suas necessidades.
A palavra informática originou-se da jun- • É permitido redistribuir cópias.
ção de duas outras palavras: informação e • O usuário tem a liberdade de melhorar o programa
automática. Esse princípio básico descreve e de tornar as modificações públicas de modo que
o propósito essencial da informática: tra- a comunidade inteira beneficie da melhoria.
balhar informações para atender as neces-
sidades dos usuários de maneira rápida e Entre os principais sistemas operacionais pode-se
eficiente, ou seja, de forma automática e destacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes ver-
muitas vezes instantânea. sões, o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado
pelo finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas
versões o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
O que é um computador? É o principal software do computador, pois possibilita
que todos os demais programas operem.
O computador é uma máquina que processa dados,
orientado por um conjunto de instruções e destinado a
produzir resultados completos, com um mínimo de inter- #FicaDica
venção humana. Entre vários benefícios, podemos citar: Android é um Sistema Operacional desen-
: grande velocidade no processamento e disponibili- volvido pelo Google para funcionar em
zação de informações; dispositivos móveis, como Smartphones e
: precisão no fornecimento das informações; Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer
: propicia a redução de custos em várias atividades pessoa pode ter acesso ao seu código-
: próprio para execução de tarefas repetitivas; -fonte e desenvolver aplicativos (apps) para
funcionar neste Sistema Operacional.
Como ele funciona? iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
Em informática, e mais especialmente em computa- aparelhos fabricados pela Apple, como o
dores, a organização básica de um sistema será na forma iPhone e o iPad.
de:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Identificação e manipulação de arquivos

Figura 1: Etapas de um processamento de dados. Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar
arquivos, ícones ou outras pastas.
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais Arquivos – são registros digitais criados e salvos atra-
para o entendimento de informática em concursos pú- vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
blicos. mos a Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.

28
Ícones – são imagens representativas associadas a plorer é um ambiente do Windows onde podemos rea-
programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras lizar o gerenciamento de arquivos e pastas. Nele, temos
mostradas nos itens anteriores são ícones. O primeiro re- duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as
presenta uma pasta e o segundo, um arquivo criado no pastas e diretórios em esquema de hierarquia e o lado
programa Excel. direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios se-
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais lecionados do lado esquerdo.
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com
Clicando com o botão direito do mouse sobre um es- o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso
paço vazio da área de trabalho, temos as seguintes op- com diversas opções de ações que podem ser realizadas.
ções, de organização: Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedi-
mento ocorre, mas do lado esquerdo, não é possível vi-
sualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar
nas figuras a seguir:

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de


nomes, permanecendo inalterados os ícones pa-
Figura 4: Windows Explorer – botão direito
drão da área de trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em
A figura a cima mostra as opções exibidas no menu
bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão
suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com
da área de trabalho.
o botão direito do mouse, do lado esquerdo do Windows
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por
Explorer.
exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em
sequência, depois todos os arquivos, e assim por No Windows Explorer podemos realizar facilmente
diante, permanecendo inalterados os ícones pa- opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e
drão da área de trabalho. mover, pastas e arquivos.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da últi-
ma alteração, permanecendo inalterados os ícones -Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica
padrão da área de trabalho. da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa,
-Organizar automaticamente: Não permite que os podemos adotar os seguintes procedimentos:
ícones sejam colocados em qualquer lugar na área 1º) Selecione o item desejado;
de trabalho. Quando arrastados pelo usuário, ao 2º) Clique com o botão direito do mouse e depois
soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lu- com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as
gar padrão. teclas de atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para do arquivo ou pasta na memória RAM do computador,
alinhamento dos ícones. mas a cópia ainda não estará em nenhum lugar visível do
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra sistema operacional.
os ícones colocados na área de trabalho, inclusive 3º) Clique com o botão direito do mouse no local
os ícones padrão, como Lixeira, Meu Computador onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo,
e Meus Documentos. clique em “colar”. Também podem ser usadas as teclas
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

recursos da Internet ou baixados em temas da web Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em
e usados na área de trabalho. mais de um lugar no computador.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arqui-
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho vo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em ou-
ícones que não estão sendo utilizados. tro. É como se recortássemos uma figura de uma revista
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no bo- e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará
tão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows apenas em um lugar do computador.
Explorer, ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Ex-

29
Os passos necessários para recortar e colar, são: nipulação de arquivos e diretórios que muda as permis-
1º) Selecione o item desejado; sões para acesso àqueles, por exemplo, um diretório que
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas
com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as leitura, impedindo que seu conteúdo seja alterado.
teclas de atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia
do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
mas a cópia ainda não estará em nenhum lugar visível do mórias, processadores (CPU) e disco de armazena-
sistema operacional. mento HDs, CDs e DVDs)
3º) Clique com o botão direito do mouse no local
onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação
clique em “colar”. Também podem ser usadas as teclas de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de re-
CTRL + V, para efetivar o processo de colagem. set, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas
de ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo de placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede,
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, po- cada vez mais com saídas USBs e outras.
demos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e No fundo do gabinete existe uma placa de metal
depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
vez sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão possível verificar se será possível ou não fixar determi-
delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
para lixeira o que foi excluído, sendo possível a restaura- proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
ção, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
um arquivo enviado para a lixeira, podemos, após abri-la,
restaurar o que desejarmos.
#FicaDica
Placa-mãe, é a placa principal, formada por
um conjunto de circuitos integrados (“chip
set“) que reconhece e gerencia o funciona-
mento dos demais componentes do com-
putador.

Se o processador pode ser considerado o “cérebro”


do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard)
Figura 5: Restauração de arquivos
representa a espinha dorsal, interligando os demais peri-
enviados para a lixeira
féricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
#FicaDica cido como HD, serve como unidade de armazenamento
permanente, guardando dados e programas.
A restauração de objetos enviados para a Ele armazena os dados em discos magnéticos que
lixeira pode ser feita com um clique com o mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
botão direito do mouse sobre o item dese- Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus
jado e depois, outro clique com o esquerdo dados gravados ou acessados por um braço móvel com-
em “Restaurar”. Isso devolverá, automatica- posto por um conjunto de cabeças de leitura capazes de
mente o arquivo para seu local de origem. gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos dis-
Outra forma de restaurar é usar a opção cos.
“Restaurar este item”, após selecionar o Dessa forma, os computadores digitais (que traba-
objeto. lham com valores discretos) são totalmente binários.
Toda informação introduzida em um computador é con-
vertida para a forma binária, através do emprego de um
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho código qualquer de armazenamento, como veremos
muito grande, são excluídos sem irem antes para a Li- mais adiante.
xeira. Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma A menor unidade de informação armazenável em
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar um computador é o algarismo binário ou dígito binário,
aquele item para a Lixeira, ou avisando que o que foi se- conhecido como bit (contração das palavras inglesas bi-
lecionado será permanentemente excluído. Outra forma narydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores:
de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem 0 e 1.
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shif- Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o
t+Delete. bit pouco pode representar isoladamente; por essa ra-
No Linux a forma mais tradicional para se manipular zão, as informações manipuladas por um computador
arquivos é com o comando chmod que altera as permis- são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo
sões de arquivos ou diretórios. É um comando para ma- a terem um significado útil.

30
O menor grupo ordenado de bits representando uma Impressora
informação útil e inteligível para o ser humano é o byte Muito popular e conhecida por produzir informações
(leia-se “baite”). impressas em papel.
Como os principais códigos de representação de Atualmente existem equipamentos chamados im-
caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os pressoras multifuncionais, que comportam impressora,
conceitos de byte e caracter tornam-se semelhantes e as scanner e fotocopiadoras num só equipamento.
palavras, quase sinônimas. Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá-
É costume, no mercado, construírem memórias cujo rios de computadores atualmente.
acesso, armazenamento e recuperação de informações Ele não precisar recarregar energia para manter os
são efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios dados armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao
de computadores, menciona-se que ele possui “512 contrário dos antigos disquetes. É utilizado através de
mega bytes de memória”; por exemplo, na realidade, em uma porta USB (Universal Serial Bus).
face desse costume, quase sempre o termo byte é omiti- Cartões de memória, são baseados na tecnologia
do por já subentender esse valor. flash, semelhante ao que ocorre com a memória RAM
Para entender melhor essas unidades de memórias, do computador, existe uma grande variedade de formato
veja a imagem abaixo: desses cartões.
São muito utilizados principalmente em câmeras
fotográficas e telefones celulares. Podem ser utilizados
também em microcomputadores.
BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico
de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsá-
vel por algumas atividades consideradas corriqueiras em
um computador, mas que são de suma importância para
o correto funcionamento de uma máquina.

Figura 6: Unidade de medida de memórias #FicaDica


BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sis-
Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura
tema Básico de Entrada e Saída, trata-se de
3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você
um mecanismo responsável por algumas
sobe basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos
atividades consideradas corriqueiras em
abaixo:
um computador, mas que são de suma im-
portância para o correto funcionamento de
Transformar 16422282522 uma máquina.
Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes:
em kilobytes: 16422282522 / 1024 =
4 * 1024 = 4096 megaby- 16037385,28 megabytes
tes 16037385,28 / 1024 = Só depois de todo esse processo de identificação é
4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes que a BIOS passa o controle para o sistema operacional e
kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29 te- o boot acontece de verdade.
rabytes. Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta são voláteis, mantendo os dados gravados após o desli-
de entrada mais usada atualmente. gamento do computador.
Além de ser usado para a conexão de todo o tipo As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu
de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de conteúdo. Atualmente, existem variações que possibili-
energia. Por isso permite que os conectores USB sejam tam a regravação dos dados por meio de equipamentos
usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros especiais. Essas memórias são utilizadas para o armaze-
equipamentos. namento do BIOS.
A fonte de energia do computador ou, em inglês é O processador que é uma peça de computador que
responsável por converter a voltagem da energia elétrica, contém instruções para realizar tarefas lógicas e mate-
que chega pelas tomadas, em voltagens menores, capa- máticas. O processador é encaixado na placa mãe atra-
zes de ser suportadas pelos componentes do computa- vés do socket, ele que processa todas as informações do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

dor. computador, sua velocidade é medida em Hertz e os fa-


bricantes mais famosos são Intel e AMD.
Monitor de vídeo O processador do computador (ou CPU – Unidade
Normalmente um dispositivo que apresenta informa- Central de Processamento) é uma das partes principais
ções na tela de LCD, como um televisor atual. do hardware do computador e é responsável pelos cál-
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados culos, execução de tarefas e processamento de dados.
de touchscreen), onde podemos escolher opções tocan- Contém um conjunto de restritos de células de me-
do em botões virtuais, apresentados na tela. mória chamados registradores que podem ser lidos e
escritos muito mais rapidamente que em outros dispo-

31
sitivos de memória. Os registra- dores são unidades de Você já deve ter visto placas de vídeo com especi-
memória que representam o meio mais caro e rápido de ficações 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o
armazenamento de dados. Por isso são usados em pe- número, maior será a quantidade de dados que passarão
quenas quantidades nos processadores. por segundo por essa placa, o que oferece imagens de
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos vídeo, por exemplo, com velocidade cada vez mais próxi-
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Com- ma da realidade. Além dessa velocidade, existem outros
plex Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: itens importantes de serem observados em uma placa de
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, vídeo: aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de
enquanto que a maior parte das arquiteturas CISC per- cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão
mite que outras operações também façam referência à de encaixe na placa mãe que ela deverá usar (atualmente
memória. seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens
Possuem um clock interno de sincronização que defi- um a um:
ne a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa Placas de som são hardwares específicos para traba-
velocidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008): lhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de
Em um computador, a velocidade do clock se refere ouvido ou microfone. Essas placas podem ser onboard,
ao número de pulsos por segundo gerados por um osci- ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou of-
lador (dispositivo eletrônico que gera sinais), que deter- fboard, conectadas em slots presentes na placa mãe. São
mina o tempo necessário para o processador executar dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto per-
uma instrução. Assim para avaliar a performance de um mitem a inclusão de dados (com a entrada da voz pelo
processador, medimos a quantidade de pulsos gerados microfone, por exemplo) como a saída de som (através
em 1 segundo e, para tanto, utilizamos uma unidade de das caixas de som, por exemplo).
medida de frequência, o Hertz. Placas de rede são hardwares específicos para inte-
grar um computador a uma rede, de forma que ele possa
enviar e receber informações. Essas placas podem ser on-
board, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou
offboard, conectadas em slots presentes na placa mãe.

#FicaDica
Alguns dados importantes a serem obser-
vados em uma placa de rede são: a arquite-
tura de rede que atende os tipos de cabos
de rede suportados e a taxa de transmissão.

Periféricos de Computadores
Figura 7: Esquema Processador
Para entender o suficiente sobre periféricos para con-
Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
curso público é importante entender que os periféricos
com seus circuitos que recebem e transmite dados para
são os componentes (hardwares) que estão sempre liga-
desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
Internet e a outros computadores e, como não poderia dos ao centro dos computadores.
faltar, possibilitar a saída de imagens no monitor. Os periféricos são classificados como:
Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard- Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a
ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner,
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que microfone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador
não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo- Biométrico, Touchpad e outros.
therboard. Geralmente esse fato implica na redução da Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in-
velocidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, formação do computador. Exemplos: Monitor, Impresso-
uma vez que é aceitável para a maioria dos usuários. ras, Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
No entanto, quando se pretende ter maior potência Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em
de som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de transmitir e receber informação ao computador. Exem-
imagens e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as plos: Drive de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, mo-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

placas off board. Vamos conhecer mais sobre esse termo dem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo
e sobre as placas de vídeo, som e rede: de Som e outros.
Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas #FicaDica
podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes Periféricos sempre podem ser classificados
na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de em três tipos: entrada, saída e entrada e
dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, saída.
o resultado do processamento de vários outros dados.

32
3. (Banco do Brasil, 2013) Os diferentes tipos de me-
mórias encontrados nos computadores atuais apresen-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tam características diversas em relação a tecnologia, ve-
locidade, capacidade e utilização.
1. (Delegado de Polícia VUNESP 2014) Com a evolução Uma característica válida é que
da computação pessoal, foi necessário desenvolver uma
interface de computador que possibilitasse a conexão de a) as memórias SSD são baseadas em discos magnéticos.
periféricos sem a necessidade de desligar o computador. b) a memória de armazenamento terciário faz parte da
Essa interface permite conectar diversos equipamentos estrutura interna do microprocessador.
como: mouse, teclado, impressoras, câmeras digitais e c) a memória ROM é usada como cache.
webcam com o computador. d) a memória RAM é memória mais lenta que os discos
rígidos baseados na tecnologia SATA.
Assinale a alternativa que contém o nome dessa inter- e) a memória cache é mais rápida que as memórias não
face. voláteis.

a) HDLC. Resposta: Letra E.


b) USB. Alternativa “A” - As memórias SSD não são baseadas
c) ATX. em discos magnéticos, elas são memórias eletrônicas;
d) IDE. Alternativa “B” - As únicas memórias que fazem parte
e) VGA. da estrutura interna do microprocessador são as me-
mórias cache;
Resposta: Letra B. A interface serial universal (Univer- Alternativa “C” - As memórias ROM são memórias so-
sal Serial Bus), ou USB foi desenvolvida com o intuído mente de leituras, e não tem relação alguma com a
de padronizar o barramento dos periféricos facilitando memória cache;
sua utilização, muito utilizado no dia a dia. Este barra- Alternativa “D” - A memória RAM é bem mais rápida
mento disponibiliza a entrada e saída de dados e a co- que os discos rígidos baseados na tecnologia SATA;
nexão de diversos dispositivos, além dos descritos na Alternativa “E” - A memória cache é mais rápida que as
questão temos na atualidade a utilização para cone- memórias não voláteis.
xão com pen-drives e HDs externos, e está disponível
em diversas velocidades de acordo com sua evolução:
1.1 – Velocidade de até 12 Mbps. CORREIOS ELETRÔNICOS
2.0 – Velocidade de até 480 Mbps.
3.0 – Velocidade de até 4.8 Gbps.
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado
2. (Escrivão de Polícia, VUNESP 2014) No sistema ope- na íntegra em: Internet e Aplicativos. Ferramentas de
racional Windows 7, em sua configuração padrão, dese- busca. Navegadores (Browser). Redes de Computa-
ja-se organizar os arquivos de maior interesse, de modo dores.”
que eles possam ser vistos a partir de um único local.
O recurso que pode ser utilizado para essa finalidade é
a(o): PROGRAMA ANTIVÍRUS E FIREWALL
a) Organizador de Arquivos.
b) Barra de Tarefas. NOÇÕES DE VÍRUS
c) Biblioteca.
d) Barra de Arquivos.
e) Barra de Ferramentas. Firewall é uma solução de segurança fundamentada
em hardware ou software (mais comum) que, a partir de
Resposta: Letra C. A “biblioteca” é uma das novidades um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego
do Windows 7 em relação ao seu antecessor, o Win- de rede para determinar quais operações de transmissão
dows XP, este novo recurso torna mais fácil localizar, ou recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de
trabalhar e organizar arquivos espalhados na memória fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o
do computador, e/ou pela rede. Uma biblioteca reúne firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defe-
suas coisas em um lugar, sem importar onde realmen- sa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear trá-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

te elas estão armazenadas. fego de dados indesejados e liberar acessos desejados.


Para melhor compreensão, imagine um firewall como
sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces-
sário obedecer a determinadas regras, como se identifi-
car, ser esperado por um morador e não portar qualquer
objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não
se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a
devida autorização.

33
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de número de solicitações, firewalls deste tipo são opções
ações maliciosas: um malware que utiliza determinada interessantes de segurança porque não permitem a co-
porta para se instalar em um computador sem o usuário municação direta entre origem e destino.
saber, um programa que envia dados sigilosos para a in- A imagem a seguir ajuda na compreensão do concei-
ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu- to. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar
tadores externos não autorizados, entre outros. diretamente com a internet, há um equipamento entre
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e
de barreira que verifica quais dados podem passar ou entre o proxy e a internet. Observe:
não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabele-
cimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
computador ou na rede. O problema é que esta condi-
ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
aguarde autorização do usuário ou administrador para
ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
rão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
figurado para permitir automaticamente o tráfego de de- Figura 91: Proxy
terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar
como conexões a serviços de e-mail. pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, esta-
Perceba, como estes exemplos, tem políticas de um belecer regras que impeçam o acesso de determinados
firewall que são baseadas, inicialmente, em dois princí- endereços externos, assim como que proíbam a comu-
pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli- nicação entre computadores internos e determinados
citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o serviços remotos.
que está explicitamente bloqueado. Este controle amplo também possibilita o uso do pro-
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan- xy para tarefas complementares: o equipamento pode
do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu- registrar o tráfego de dados em um arquivo de log; con-
rança internos mais específicos ou oferecendo um refor- teúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espé-
ço extraem procedimentos de autenticação de usuários, cie de cache (uma página Web muito acessada fica guar-
por exemplo. dada temporariamente no proxy, fazendo com que não
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias seja necessário requisitá-la no endereço original a todo
formas. O que define uma metodologia ou outra são fa- instante, por exemplo); determinados recursos podem
tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es- ser liberados apenas mediante autenticação do usuário;
pecíficas do que será protegido, características do siste- entre outros.
ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja
por diante. É por isso que podemos encontrar mais de visto a enorme quantidade de serviços e protocolos exis-
um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos. tentes na internet, fazendo com que, dependendo das
Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija
soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean- muito trabalho de configuração para bloquear ou autori-
do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), zar determinados acessos.
uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, Proxy transparente: No que diz respeito a limitações,
embora ofereça um nível de segurança significativo. é conveniente mencionar uma solução chamada de pro-
Para compreender, é importante saber que cada pa- xy transparente. O proxy “tradicional”, não raramente,
cote possui um cabeçalho com diversas informações a exige que determinadas configurações sejam feitas nas
seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP ferramentas que utilizam a rede (por exemplo, um na-
do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi- vegador de internet) para que a comunicação aconteça
rewall então analisa estas informações de acordo com as sem erros. O problema é, dependendo da aplicação, este
regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam- O proxy transparente surge como uma alternativa
bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar para estes casos porque as máquinas que fazem parte
o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log. da rede não precisam saber de sua existência, dispensan-
O firewall de aplicação, também conhecido como do qualquer configuração específica. Todo acesso é feito
proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma normalmente do cliente para a rede externa e vice-ver-
solução de segurança que atua como intermediário entre sa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e
um computador ou uma rede interna e outra rede, exter- responder adequadamente, como se a comunicação, de
na normalmente, a internet. Geralmente instalados em fato, fosse direta.
servidores potentes por precisarem lidar com um grande

34
É válido ressaltar que o proxy transparente também Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de pro-
tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «nor- gramas de software que são implementados sem o con-
mal» é capaz de barrar uma atividade maliciosa, como sentimento (e inclusive conhecimento) do usuário ou
um malware enviando dados de uma máquina para a proprietário de um computador e que cumprem diver-
internet; o proxy transparente, por sua vez, pode não sas funções nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e
bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para con- perda de dados, alteração de funcionamento, interrup-
seguir se comunicar externamente, o malware teria que ção do sistema e propagação para outros computadores.
ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geral- Os antivírus são aplicações de software projetadas
mente não acontece; no proxy transparente não há esta como medida de proteção e segurança para resguardar
limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente. os dados e o funcionamento de sistemas informáticos
caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas
1. Limitações dos firewalls comumente como vírus ou malware que tem a função de
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos
#FicaDica computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcio-
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que namento comum que com frequência compara o código
estas variam conforme o tipo de solução e de cada arquivo que revisa com uma base de dados de
a arquitetura utilizada. De fato, firewalls são códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode
recursos de segurança bastante importantes, determinar se trata de um elemento prejudicial para o
mas não são perfeitos em todos os sentidos.
sistema. Também pode reconhecer um comportamento
ou padrão de conduta típica de um vírus. Os antivírus
podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro
Seguem abaixo algumas dessas limitações: do sistema como aqueles que procuram ingressar ou in-
- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, teragir com o mesmo.
mas comprometer o desempenho da rede (ou Como novos vírus são criados de maneira quase
mesmo de um computador). Esta situação pode constante, sempre é preciso manter atualizado o pro-
gerar mais gastos para uma ampliação de infraes- grama antivírus de maneira de que possa reconhecer as
trutura capaz de superar o problema; novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode perma-
- A verificação de políticas tem que ser revista perio- necer em execução durante todo tempo que o sistema
dicamente para não prejudicar o funcionamento informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo
de novos serviços; ou série de arquivos cada vez que o usuário exija. Nor-
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devi- malmente, o antivírus também pode verificar e-mails e
damente tratados por proxies já implementados;
sites de entrada e saída visitados.
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma ati-
Um antivírus pode ser complementado por outros
vidade maliciosa que se origina e se destina à rede
aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares
interna;
que cumprem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma
Então, antivírus são os programas criados para man-
atividade maliciosa que acontece por descuido do
ter seu computador seguro, protegendo-o de programas
usuário - quando este acessa um site falso de um
maliciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar
banco ao clicar em um link de uma mensagem de
e-mail, por exemplo; dados de seu computador.
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
cantes experientes podem tentar descobrir ou ex- colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers es-
plorar brechas de segurança em soluções do tipo; tão usando este mercado para enganar pessoas com fal-
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que sos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa
não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário seu computador vulnerável aos ataques.
acessar a internet em seu computador a partir de E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
uma conexão 3G (justamente para burlar as res- ao baixar programas de segurança em sites desconheci-
trições da rede, talvez), o firewall não conseguirá dos, e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta
interferir. de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também to-
2. Sistema antivírus dos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Al-
guns às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço consi-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca derável (que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros,
precisou formatar seu computador? mais inteligentes, se escondem entre os espaços do progra-
Os vírus representam um dos maiores problemas ma original, para não dar a menor pista de sua existência.
para usuários de computador. Para poder resolver esses Cada vírus possui um critério para começar o ataque
problemas, as principais desenvolvedoras de softwares propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
criaram o principal utilitário para o computador, os an- gados, o micro começa a travar, documentos que não
tivírus, que são programas com o propósito de detectar são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mos-
e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou tram mensagens chatas, outros mais elaborados fazem
depois de ingressar no sistema. estragos muito grandes.

35
Existe uma variedade enorme de softwares antivírus ternet, poderá ter todas as informações contidas no HD
no mercado. Independente de qual você usa, mantenha- visualizadas e capturadas por um intruso qualquer. Estas
-o sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve
todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência dentro de um computador alheio sabe as possibilidades
deles para proteger seu sistema operacional. oferecidas.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços Worms (vermes) podem ser interpretados como um
de atualização automática. Abaixo há uma lista com os tipo de vírus mais inteligente que os demais. A princi-
antivírus mais conhecidos: pal diferença entre eles está na forma de propagação:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br os worms podem se propagar rapidamente para outros
- Possui versão de teste. computadores, seja pela Internet, seja por meio de uma
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Pos- rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de ma-
sui versão de teste. neira discreta e o usuário só nota o problema quando o
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga computador apresenta alguma anormalidade. O que faz
e outra gratuita para uso não comercial (com menos fun- destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de
cionalidades). propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoft- em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema
ware.com.br - Possui versão de teste. de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio
É importante frisar que a maioria destes desenvolve- que permita a contaminação de computadores (normal-
dores possuem ferramentas gratuitas destinadas a re- mente milhares) em pouco tempo.
mover vírus específicos. Geralmente, tais softwares são Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não
criados para combater vírus perigosos ou com alto grau serem necessariamente vírus, estes três nomes também
de propagação. representam perigo. Spywares são programas que ficam
«espionando» as atividades dos internautas ou capturam
informações sobre eles. Para contaminar um computa-
dor, os spywares podem vir embutidos em softwares
desconhecidos ou serem baixados automaticamente
quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem
vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos,
destinados a capturar tudo o que é digitado no teclado.
O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram»
navegadores de Internet, principalmente o Internet Ex-
plorer. Quando isso ocorre, o hijacker altera a página ini-
cial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe
Figura 92: Principais antivírus do mercado atual propagandas em pop-ups ou janelas novas, instala bar-
ras de ferramentas no navegador e podem impedir aces-
3. Tipos de Vírus so a determinados sites (como sites de software antivírus,
por exemplo).
Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” Os spywares e os keyloggers podem ser identifica-
(Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permi- dos por programas anti-spywares. Porém, algumas des-
tem a invasão de um computador alheio com espanto- tas pragas são tão perigosas que alguns antivírus podem
sa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus.
artefato militar fabricado pelos gregos espartanos. Um No caso de hijackers, muitas vezes é necessário usar uma
“amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de ferramenta desenvolvida especialmente para combater
grego”, que seria um aplicativo qualquer. Quando o leigo aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar
o executa, o programa atua de forma diferente do que no sistema operacional de uma forma que nem antivírus
era esperado. nem anti-spywares conseguem “pegar”.
Ao contrário do que é erroneamente informado na Hoaxes: São boatos espalhados por mensagens de
mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de
não se reproduz e não tem nenhuma comparação com computador. Uma mensagem no e-mail alerta para um
vírus de computador, sendo que seu objetivo é total- novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na
mente diverso. Deve-se levar em consideração, também, rede e que infectará o micro do destinatário enquanto a
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classi- mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar
ficam como tal. A expressão “Trojan” deve ser usada, ex- em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem
clusivamente, como definição para programas que cap- hoax normalmente costuma dizer que a informação par-
turam dados sem o conhecimento do usuário. O Cavalo tiu de uma empresa confiável, como IBM e Microsoft, e
de Tróia é um programa que se aloca como um arquivo que tal vírus poderá danificar a máquina do usuário. Des-
no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar considere a mensagem.
informações como passwords, logins e quaisquer dados,
sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando
a máquina contaminada por um Trojan conectar-se à In-

36
4. Política de segurança da Informação falsificada ou furtada, ocorre à quebra da integridade. A
integridade é garantida quando se mantém a informação
Hoje as informações são bens ativos da empresa, no seu formato original.
imagine uma Universidade perdendo todos os dados A disponibilidade é a garantia de que os usuários
dos seus alunos, ou até mesmo o tornar públicos, com autorizados obtenham acesso à informação e aos ati-
isso pode-se dizer que a informação se tornou o ativo vos correspondentes sempre que necessário (NBR ISO/
mais valioso das organizações, podendo ser alvo de uma IEC 27002:2005). Quando a informação está indisponível
série de ameaças com a finalidade de explorar as vulne- para o acesso, ou seja, quando os servidores estão inope-
rabilidades e causar prejuízos consideráveis. A informa- rantes por conta de ataques e invasões, considera-se um
ção é encarada, atualmente, como um dos recursos mais incidente de segurança da informação por quebra de
importantes de uma organização, contribuindo decisiva- disponibilidade. Mesmo as interrupções involuntárias de
mente para a uma maior ou menor competitividade, por sistemas, ou seja, não intencionais, configuram quebra
isso é necessária a implementação de políticas de segu- de disponibilidade.
rança da informação que busquem reduzir as chances de
fraudes ou perda de informações.
A Política de Segurança da Informação é um docu- EDITORES DE APRESENTAÇÃO.
mento que contém um conjunto de normas, métodos e
procedimentos, que obrigatoriamente precisam ser co-
municados a todos os funcionários, bem como analisado “Prezado Candidato, o tópico acima será aborda-
e revisado criticamente, em intervalos regulares ou quan- do na íntegra em: Pacote Microsoft Office”
do mudanças se fizerem necessárias.
Para se elaborar uma Política de Segurança da Infor-
mação, deve se levar em consideração a NBR ISO/IEC
27001:2005, que é uma norma de códigos de práticas EDITORES DE PLANILHAS
para a gestão de segurança da informação, na qual po-
dem ser encontradas as melhores práticas para iniciar, “Prezado Candidato, o tópico acima será aborda-
implementar, manter e melhorar a gestão de segurança do na íntegra em: Pacote Microsoft Office”
da informação em uma organização.
Importante mencionar que conforme a ISO/IEC
27002:2005(2005), a informação é um conjunto de dados
que representa um ponto de vista, um dado processado EDITORES DE TEXTO.
é o que gera uma informação. Um dado não tem valor
antes de ser processado, a partir do seu processamento,
“Prezado Candidato, o tópico acima será aborda-
ele passa a ser considerado uma informação, que pode
do na íntegra em: Pacote Microsoft Office”
gerar conhecimento, logo, a informação é o conheci-
mento produzido como resultado do processamento de
dados.
De fato, com o aumento da concorrência de mercado, SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO.
tornou-se vital melhorar a capacidade de decisão em to-
dos os níveis. Como resultado deste significante aumen-
to da interconectividade, a informação está agora expos- SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: PROCEDIMEN-
ta a um crescente número e a uma grande variedade de TOS DE SEGURANÇA
ameaças e vulnerabilidades.
Segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17799:2005 (2005, p.ix), A Segurança da Informação refere-se às proteções
“segurança da informação é a proteção da informação de existentes em relação às informações de uma determi-
vários tipos de ameaças para garantir a continuidade do nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
negócio, minimizar o risco ao negócio, maximizar o re- seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto
torno sobre os investimentos e as oportunidades de ne- às pessoais.
gócio, para isso é muito importante a confidencialidade, Entende-se por informação todo e qualquer conteú-
integridade e a disponibilidade, onde: do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou
A confidencialidade é a garantia de que a informa- pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou ex-
ção é acessível somente por pessoas autorizadas a terem posta ao público para consulta ou aquisição.
acesso (NBR ISO/IEC 27002:2005). Caso a informação
seja acessada por uma pessoa não autorizada, intencio-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

nalmente ou não, ocorre a quebra da confidencialidade. #FicaDica


A quebra desse sigilo pode acarretar danos inestimáveis Antes de proteger, devemos saber:
para a empresa ou até mesmo para uma pessoa física. - O que proteger;
Um exemplo simples seria o furto do número e da senha - De quem proteger;
do cartão de crédito, ou até mesmo, dados da conta ban- - Pontos frágeis;
cária de uma pessoa. - Normas a serem seguidas.
A integridade é a garantia da exatidão e completeza
da informação e dos métodos de processamento (NBR
ISO/IEC 27002:2005) quando a informação é alterada,

37
A Segurança da Informação se refere à proteção Existem mecanismos de segurança que sustentam os
existente sobre as informações de uma determinada controles lógicos:
empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informa- - Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem
ções corporativas quanto aos pessoais. Entende-se por a modificação da informação de forma a torná-la
informação todo conteúdo ou dado que tenha valor para ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, algo-
alguma organização ou pessoa. Ela pode estar guardada ritmos determinados e uma chave secreta para, a
para uso restrito ou exibida ao público para consulta ou partir de um conjunto de dados não criptografa-
aquisição. dos, produzir uma sequência de dados criptografa-
Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não dos. A operação contrária é a decifração.
de ferramentas) para definir o nível de segurança que há - Assinatura digital: Um conjunto de dados cripto-
e, com isto, estabelecer as bases para análise de melho- grafados, agregados a um documento do qual são
rias ou pioras de situações reais de segurança. A seguran- função, garantindo a integridade e autenticidade
ça de certa informação pode ser influenciada por fatores do documento associado, mas não ao resguardo
comportamentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo das informações.
ambiente ou infraestrutura que a cerca ou por pessoas - Mecanismos de garantia da integridade da infor-
mal-intencionadas que têm o objetivo de furtar, destruir mação: Usando funções de “Hashing” ou de checa-
ou modificar tal informação. gem, é garantida a integridade através de compa-
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi- ração do resultado do teste local com o divulgado
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade pelo autor.
— representa as principais características que, atualmen- - Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave,
te, orientam a análise, o planejamento e a implementa- sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligen-
ção da segurança para um certo grupo de informações tes.
que se almeja proteger. Outros fatores importantes são - Mecanismos de certificação: Atesta a validade de
a irrevogabilidade e a autenticidade. Com a evolução do um documento.
comércio eletrônico e da sociedade da informação, a pri- - Integridade: Medida em que um serviço/informa-
vacidade é também uma grande preocupação. ção é autêntico, ou seja, está protegido contra a
Portanto as características básicas, de acordo com os entrada por intrusos.
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as se-
guintes: - Honeypot: É uma ferramenta que tem a função
- Confidencialidade – especificidade que limita o proposital de simular falhas de segurança de um
acesso a informação somente às entidades autên- sistema e obter informações sobre o invasor en-
ticas, ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário ganando-o, e fazendo-o pensar que esteja de fato
da informação. explorando uma fraqueza daquele sistema. É uma
- Integridade – especificidade que assegura que a in- espécie de armadilha para invasores. O HoneyPot
formação manipulada mantenha todas as caracte- não oferece forma alguma de proteção.
rísticas autênticas estabelecidas pelo proprietário - Protocolos seguros: Uso de protocolos que garan-
da informação, incluindo controle de mudanças e tem um grau de segurança e usam alguns dos me-
garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manu- canismos citados.
tenção e destruição).
- Disponibilidade – especificidade que assegura que
Mecanismos de encriptação
a informação esteja sempre disponível para o uso
legítimo, ou seja, por aqueles usuários que têm au-
torização pelo proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que #FicaDica
a informação é proveniente da fonte anunciada
A criptografia vem, originalmente, da fusão
e que não foi alvo de mutações ao longo de um
entre duas palavras gregas:
processo.
• CRIPTO = ocultar, esconder.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade
• GRAFIA= escrever
que assegura a incapacidade de negar a autoria
em relação a uma transação feita anteriormente.

Mecanismos de segurança Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em


códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam
O suporte para as orientações de segurança pode ser uma mensagem ininteligível, e permite apenas que o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

encontrado em: destinatário que saiba a chave de encriptação possa de-


Controles físicos: são barreiras que limitam o contato criptar e ler a mensagem com clareza.
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que Permitem a transformação reversível da informação
assegura a existência da informação) que a suporta. de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou para isso, algoritmos determinados e uma chave secreta
limitam o acesso à informação, que está em ambien- para, a partir de um conjunto de dados não encriptados,
te controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro produzir uma continuação de dados encriptados. A ope-
modo, ficaria exibida a alteração não autorizada por ele- ração inversa é a desencriptação.
mento mal-intencionado.

38
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave - RSA (Rivest, Shmirand Adleman): É um dos algo-
privada. ritmos de chave assimétrica mais usados, em que
A chave pública é usada para codificar as informa- dois números primos (aqueles que só podem ser
ções, e a chave privada é usada para decodificar. divididos por 1 e por eles mesmos) são multipli-
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para cados para obter um terceiro valor. Assim, é preci-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não so fazer fatoração, que significa descobrir os dois
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o primeiros números a partir do terceiro, sendo um
emissor e receptor original possui. cálculo difícil. Assim, se números grandes forem
Hoje, a criptografia pode ser considerada um método utilizados, será praticamente impossível descobrir
100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e o código. A chave privada do RSA são os números
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes que são multiplicados e a chave pública é o valor
e tentativas de invasão. que será obtido.
Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ - El Gamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é
são usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, um problema matemático que o torna mais segu-
quanto mais bits forem utilizados, mais segura será essa ro. É muito usado em assinaturas digitais.
criptografia.
Um exemplo disso é se um algoritmo usa uma chave
de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para EXTENSÃO DE ARQUIVO.
decodificar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a
256. Assim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas
de combinações e decodificar a mensagem, que mes- As principais extensões de arquivos
mo sendo uma tarefa difícil, não é impossível. Portanto, As extensões de arquivos são sufixos que designam
quanto maior o número de bits, maior segurança terá a seu formato e principalmente a função que desempe-
criptografia. nham no computador. Na plataforma Windows, todo
Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves tipo de arquivo tem sua extensão, que o difere dos de-
simétricas e as chaves assimétricas mais dentre milhões existentes em cada máquina.
Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é Cada extensão de arquivo tem funcionamento e ca-
usada para a codificação e decodificação. Entre os algo- racterísticas próprias, portanto demanda um software
ritmos que usam essa chave, estão: específico para trabalhar com ela. Há extensões para os
mais variados propósitos, então vamos separá-las por
- DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves categorias, organizando melhor as coisas.
de 56 bits, que corresponde à aproximadamente
72 quatrilhões de combinações. Mesmo sendo um A principal
número extremamente elevado, em 1997, quebra- Sem dúvida alguma, a principal extensão para você
ram esse algoritmo através do método de ‘tentati- que usa o Baixaki e faz o download de todos os progra-
va e erro’, em um desafio na internet. mas e seus formatos é o EXE. Sem ele, não haveria player
- RC (Ron’s Code ou RivestCipher): É um algoritmo de áudio instalado no computador, nem compactadores,
muito utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a visualizadores de arquivo, entre outros.
1024 bits. Além disso, ele tem várias versões que A extensão significa basicamente que o arquivo é um
diferenciam uma das outras pelo tamanho das executável. Isso dá a ele inúmeras possibilidades, desde
chaves. realizar a instalação de um programa no seu computador
- EAS (Advanced Encryption Standard): Atualmente é até mesmo executar um vírus dentro dele. Ou seja, tenha
um dos melhores e mais populares algoritmos de muita atenção antes de clicar em qualquer arquivo com
criptografia. É possível definir o tamanho da chave este formato.
como sendo de 128 bits, 192 bits ou 256 bits.
- IDEA (International Data Encryption Algorithm): É Áudio
um algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido MP3 – Esta é atualmente a extensão para arquivos de
com o DES. Seu ponto forte é a fácil execução de áudio mais conhecida entre os usuários, devido à ampla
software. utilização dela para codificar músicas e álbuns de artistas.
O grande sucesso do formato deve-se ao fato dele re-
As chaves simétricas não são absolutamente seguras duzir o tamanho natural de uma música em até 90%, ao
quando referem-se às informações extremamente valio- eliminar freqüências que o ouvido humano não percebe
sas, principalmente pelo emissor e o receptor precisa- em sua grande maioria.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

rem ter o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, WMA – Esta extensão, muito semelhante ao MP3, foi
a transmissão pode não ser segura e o conteúdo pode criada pela Microsoft e ganhou espaço dentro do mundo
chegar a terceiros. da informática por ser o formato especial para o Windo-
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a ws Media Player. Ao passar músicas de um CD de áudio
pública. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave para o seu computador usando o programa, todos os
pública para codificar e a chave privada para decodificar, arquivos formados são criados em WMA. Hoje, pratica-
considerando-se que a chave privada é secreta. Entre os mente todos os players de música reproduzem o formato
algoritmos utilizados, estão: sem complicações.

39
AAC – Sigla que significa codificação avançada de áu- GIF – Sigla que significa Graphics Interchange Format,
dio, o AAC foi criado pela Apple a fim de concorrer di- é um formato de imagem semelhante ao BMP, mas am-
retamente com o MP3 e o WMA, visando superá-los em plamente utilizado pela Internet, em imagens de sites,
qualidade sem aumentar demasiadamente o tamanho programas de conversação e muitos outros. O maior di-
dos arquivos. Menos conhecido, o formato pode ser re- ferencial do GIF é ele permitir a criação de pequenas ani-
produzido em iPods e similares, além de players de mídia mações com imagens seguidas, o que é muito utilizado
para computador. em emoticons, blogs, fóruns e outros locais semelhantes.
OGG – Um dos formatos menos conhecidos entre os JPEG - Joint Photographic Experts Group é a origem
usuários, é orientado para o uso em streaming, que é da sigla, que é um formato de compressão de imagens,
a transmissão de dados diretamente da Internet para o sacrificando dados para realizar a tarefa. Enganando o olho
computador, com execução em tempo real. Isso se deve humano, a compactação agrega blocos de 8X8 bits, tor-
ao fato do OGG não precisar ser previamente carregado nando o arquivo final muito mais leve que em um Bitmap.
pelo computador para executar as faixas. PNG – Este formato surgiu em sua época pelo fato
AC3 – Extensão que designa o formato Dolby Digital, dos algoritmos utilizados pelo GIF serem patenteados,
amplamente utilizado em cinemas e filmes em DVD. A encarecendo a utilização dele. O PNG suporta canais alga
grande diferença deste formato é que as trilhas criadas e apresenta maior gama de cores.
nele envolvem diversas saídas de áudio com freqüências Além destes formatos, há outros menos conhecidos
bem divididas, criando a sensação de imersão que perce- referentes à gráficos e ilustrações vetoriais, que são ba-
bemos ao fazer uso de home theaters ou quando vamos seadas em formas geométricas aplicadas de forma repe-
ao cinema. tida na tela, evitando o desenho pixelado feito no padrão
WAV – Abreviação de WAVE, ou ainda WAVEForm au- Bitmap. Algumas delas são o CRD, do Corel, e o AI, do
dio format, é o formato de armazenamento mais comum  Adobe Ilustrator.
adotado pelo Windows. Ele serve somente para esta fun-
ção, não podendo ser tocado em players de áudio ou Compactadores
ZIP – A extensão do compactador Winzip se tornou
aparelhos de som, por exemplo.
tão famosa que já foi criado até o verbo “zipar” para
mencionar a compactação de arquivos. O programa é
Vídeo
um dos pioneiros em sua área, sendo amplamente usado
AVI – Abreviação de audio vídeo interleave, menciona
para a tarefa desde sua criação.
o formato criado pela Microsoft que combina trilhas de
RAR – Este é o segundo formato mais utilizado de
áudio e vídeo, podendo ser reproduzido na maioria dos
compactação, tido por muitos como superior ao ZIP. O
players de mídia e aparelhos de DVD, desde que sejam
Winrar, programa que faz uso dele, é um dos aplicativos
compatíveis com o codec DivX. mais completos para o formato, além de oferecer supor-
MPEG – Um dos padrões de compressão de áudio e te ao ZIP e a muitos outros.
vídeo de hoje, criado pelo Moving Picture Experts Group, 7z – Criado pelos desenvolvedores do 7-Zip, esta ex-
origem do nome da extensão. Atualmente, é possível en- tensão faz menção aos arquivos compactados criados
contrar diversas taxas de qualidade neste formato, que por ele, que são de alta qualidade e taxa de diminuição
varia de filmes para HDTV à transmissões simples. de tamanho se comparado às pastas e arquivos originais
MOV – Formato de mídia especialmente desenha- inseridos no compactado.
do para ser reproduzido no player QuickTime. Por esse
motivo, ficou conhecido através dos computadores da Documentos
Apple, que utilizam o QuickTime da mesma forma que o TXT – Como o próprio nome deixa indicado, a exten-
Windows faz uso do seu Media Player. são de nome TXT refere-se aos arquivos simples de texto
RMVB - RealMedia Variable Bitrate, define o forma- criados com o bloco de notas do Windows. Eles são ex-
to de arquivos de vídeo desenvolvido para o Real Pla- tremamente leves e podem ser executados em pratica-
yer, que já foi um dos aplicativos mais famosos entre os mente qualquer versão do sistema operacional.
players de mídia para computador. Embora não seja tão DOC – Denomina a extensão utilizada pelo Microsoft
utilizado, ele apresenta boa qualidade se comparado ao Word, o editor de textos mais conhecido pelos usuários.
tamanho de seus arquivos. A partir da versão 2007 do Office, formato passou a se
MKV – Esta sigla denomina o padrão de vídeo cria- chamar DOCX, e apresenta incompatibilidades com as
do pela Matroska, empresa de software livre que busca versões anteriores do aplicativo, o que pode ser resolvi-
ampliar o uso do formato. Ele apresenta ótima qualidade do com uma atualização.
de áudio e vídeo e já está sendo adotado por diversos XLS – A descrição deste tipo de arquivo é muito se-
softwares, em especial os de licença livre. melhante à do Word, mas refere-se ao Excel, editor de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

planilhas da Microsoft.
Imagem PPT – Esta extensão é exclusiva para o Microsoft Po-
BMP – O Bitmap é um dos formatos de imagem mais werpoint, aplicativo que permite criar apresentações de
conhecidos pelo usuário. Pode-se dizer que este formato slides para palestrantes e situações semelhantes.
é o que apresenta a ilustração em sua forma mais crua, PDF – Formato criado pela Adobe, atualmente é um
sem perdas e compressões. No entanto, o tamanho das dos padrões utilizados na informática para documentos
imagens geralmente é maior que em outros formatos. importantes, impressões de qualidade e outros aspectos.
Nele, cada pixel da imagem é detalhado especificamente, Pode ser visualizado no Adobe Reader, aplicativo mais
o que a torna ainda mais fiel. conhecido entre os usuários do formato.

40
Extensões •Localizar uma pasta ou arquivo
Desde o surgimento da informática e em especial Pressione......F3
dos softwares para sistemas operacionais, a importância •Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
e utilização das extensões de arquivo vem crescendo a Pressione......SHIFT+DEL
cada dia. O fato é que sem uma identificação e criação •Exibir as propriedades do item
apropriada, seria caótico ter que informar ou em muitos Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo
casos adivinhar o tipo de arquivo com o qual estaríamos •Copiar um arquivo
lidando. Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo
Por este motivo, cada extensão ou formato de arqui- •Criar atalho
vo tem o seu aplicativo específico, capaz de reproduzir, Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arqui-
editar, salvar e modificar seu conteúdo de várias manei- vo Meu Computador
ras. Com o uso intensivo do computador, em pouco tem- Para
po até mesmo quem nunca mexeu em um deles ficará •Selecionar tudo
habituado aos padrões atuais de formato de arquivos. Pressione......CTRL+A
•Atualizar uma janela.
Fonte: https://www.tecmundo.com.br/internet/ Pressione......F5
1444-as-principais-extensoes-de-arquivos-.htm •Exibir a pasta um nível
Pressione......BACKSPACE
•Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai
TECLAS DE ATALHO Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar”
Somente para o Windows Explorer
•Ir Para
OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS Pressione......CTRL+G
COM O WINDOWS •Alternar entre os painéis esquerdo e direito
Pressione......F6
Teclas Gerais do Windows
•Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada
Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado
Para
numérico)
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa
•Expandir a pasta selecionada
de diálogo
Pressione......F1
Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no te-
•Fechar um programa.
Pressione......ALT+F4 clado numérico)
•Exibir o menu de atalhos para o item selecionado •Ocultar a pasta selecionada.
Pressione......ESHIFT+F10 Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no
•Exibir o menu Iniciar teclado numérico)
Pressione......CTRL+ESC •Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso con-
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a trário, selecionar a primeira subpasta
próxima janela mantendo pressionada a Pressione......SETA À DIREITA
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente •Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso
Pressione......ALT+TAB contrário, selecionar a pasta pai
•Recortar. Pressione......SETA À ESQUERDA
Pressione......CTRL+X
•Copiar Para caixas de diálogo de propriedades
Pressione......CTRL+C
•Colar Para
Pressione......CTRL+V •Mover-se entre as opções, para frente
•Excluir Pressione......TAB
Pressione......DEL •Mover-se entre as opções, para traz
•Desfazer Pressione......SHIFT+TAB
Pressione......CTRL+Z •Mover-se entre as guias, para frente
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD Pressione......CTRL+TAB
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM •Mover-se entre as guias, para traz
Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para a área de trabalho, Meu Computador e Win- Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
dows Explorer Para
•Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Quando um item está selecionado, você pode usar as Pressione......F4
seguintes teclas de atalho. •Atualizar
Pressione......F5
Para •Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta
•Renomear um item. selecionada
Pressione......F2 Pressione......BACKSPACE

41
Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade

Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade, as teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores infor-
mações consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no Índice da Ajuda.

Para
•Ativar e desativar as Teclas de Aderência
Pressione......SHIFT 5 vezes
•Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
•Ativar e desativar as Teclas de Alternação
Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
•Ativar e desativar as Teclas do Mouse
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +NUMLOCK
•Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA + PRINTSCREEN

PACOTE MICROSOFT OFFICE.

Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

42
Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de
cada guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um
comando ou exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo
da imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo
do grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquer-
da, direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha dese-
jada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionar-
mos a tecla Tab.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 9: Réguas
4. Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e
selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.

43
A cada clique será localizada a próxima palavra digi- Pelo menos n
tada no texto. Temos também como realçar a palavra que ocorrências do ca{1,}tinga localiza
desejamos localizar para facilitar a visualizar da palavra {n,}
caractere ou catinga e caatinga.
localizada. expressão anterior
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste bo-
tão, temos, entre outras, as opções: De n a m ocorrências
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a pala- do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
vra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se caractere ou 100 e 1000.
foi digitada em minúscula, será localizada apenas a expressão anterior
palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, Uma ou mais
será localizada apenas e palavra maiúscula. ocorrências do ca@tinga localiza
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a pala- @
caractere ou catinga e caatinga.
vra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se expressão anterior
tentarmos localizar a palavra casa e no texto tiver
a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco O grupo tabela é muito utilizado em editores de tex-
será localizada, se essa opção não estiver marcada. to, como por exemplo a definição de estilos da tabela.
Marcando essa opção, apenas a palavra casa, com-
pleta, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada,
usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possí-
vel usar o caractere curinga asterisco (*) para pro-
curar uma sequência de caracteres (por exemplo, Figura 10: Estilos de Tabela
“t*o” localiza “tristonho” e “término”).
Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata-
Veja a lista de caracteres que são considerados curin- ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes
ga, retirada do site do Microsoft Office: e demais itens presentes na mesma. Além de escolher
um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do
Para localizar digite exemplo sombreamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda,
Qualquer caractere s?o localiza salvo e
? a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes
único sonho.
de uma tabela criada e alterar a cor da caneta e ainda,
Qualquer sequência t*o localiza clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para
*
de caracteres tristonho e término. exibir a seguinte tela:
<(org) localiza
organizar e
O início de uma
< organização,
palavra
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo
O final de uma
> e cedo, mas não
palavra
localiza domínio.
Um dos caracteres v[ie]r localiza vir e
[]
especificados ver
[r-t]ã localiza rã e
sã.
Qualquer caractere
[-] Os intervalos devem
único neste intervalo
estar em ordem
Figura 11: Bordas e sombreamento
crescente.
Qualquer caractere Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defi-
único, exceto F[!a-m]rro localiza nição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
os caracteres no [!x-z] forro, mas não - Nenhuma: retira a borda;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

intervalo entre localiza ferro. - Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
colchetes - Todas: aplica bordas externas e internas na tabela
Exatamente n iguais, conforme a seleção que fizermos nos de-
ca{2}tinga localiza mais campos de opção;
ocorrências do
{n} caatinga, mas não - Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções
caractere ou
catinga. da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da
expressão anterior
tabela e as bordas internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura.

44
- Visualização: através desse recurso, podemos defi- Grupo texto:
nir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por
exemplo, podemos escolher um estilo e, em visua-
lização, clicar na borda superior; escolher outro es-
tilo e clicar na borda inferior; e assim colocar em
cada borda um tipo diferente de estilo, com cores
e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz re-


cursos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A di-
ferença é que se trata de criar bordas na página de um Figura 13: Grupo Texto
documento e não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
envolve vários tipos de desenhos. inserção de textos que podem ser direcionados
Alguns desses desenhos podem ser formatados exatamente onde precisamos. Por exemplo, na fi-
com cores de linhas diferentes, outros, porém não per- gura “Grupo Texto”, os números ao redor da figura,
mitem outras formatações a não ser o ajuste da largura. do 1 até o 7, foram adicionados através de caixas
Podemos aplicar as formatações de bordas da página de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
em uma página, sem bordas em outras ou até mesmo mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
bordas de página diferentes em um mesmo documento. texto pré-formado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
Grupo Ilustrações: como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no do-
cumento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no
início de cada parágrafo. É uma opção de forma-
tação decorativa, muito usada principalmente, em
livros e revistas. Para inserir a letra capitular, bas-
ta clicar no parágrafo desejado e depois na opção
“Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Figura 12: Grupo Ilustrações Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto Guia revisão


uma imagem que esteja salva no computador ou
em outra mídia, como pendrive ou CD. Grupo revisão de texto
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para co-
municar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar
dados.

Grupo Links:
Figura 14: Grupo revisão de texto
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da
Web, uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indi- 1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cador para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse pesquisas em materiais de referência como jornais,
indicador pode se tornar um link dentro do próprio do- enciclopédias e serviços de tradução.
cumento. 2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre
Referência cruzada: referência tabelas. algumas palavras é possível realizar sua tradução
Grupo cabeçalho e rodapé: para outro idioma.
Insere cabeçal 3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar
hos, rodapés e números de páginas. a correção de ortografia e gramática.
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.

45
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- 8. Grupo comentário:
rar a palavra selecionada por outra de significado
igual ou semelhante. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para serve como comentário do texto selecionado, onde é
outro idioma. possível realizar exclusão e navegação entre os comen-
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica tários.
e gramatical do documento. Assim que clicamos
na opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela 9. Grupo controle:
será aberta:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no
próprio documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de
exibir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de
marcação a ser exibido ou ocultado no documen-
to.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática 5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já
busca trechos do texto ou palavras que não se enqua- 10. Grupo alterações:
drem no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais
e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar orto-
grafia e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou pa-
lavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as
sugestões. Caso esteja correto e a sugestão do Word não
se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a
regra apresentada esteja incorreta ou não se aplique ao
trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar
regra”; caso a sugestão do Word seja adequada, clicamos
em “Alterar” e podemos continuar a verificação de orto- Figura 17: Grupo alterações
grafia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a
indicando que o Word a considera incorreta, podemos próxima alteração proposta.
apenas clicar com o botão direito do mouse sobre ela e 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que
verificar se uma das sugestões propostas se enquadra. seja aceita ou rejeitada.
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita.
#FicaDica 4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

gação para aceitação ou rejeição.


Por exemplo, a palavra informática. Se
clicarmos com o botão direito do mouse Para imprimir nosso documento, basta clicar no bo-
sobre ela, um menu suspenso nos será tão do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Im-
mostrado, nos dando a opção de escolher primir”. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
a palavra informática. Clicando sobre ela, a - Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
palavra do texto será substituída e o texto ra, o número de cópias e outras opções de confi-
ficará correto. guração antes de imprimir.

46
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente Word 2013
para a impressora configurada como padrão e não
abre opções de configuração. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados
- Visualização da Impressão – promove a exibição do na plataforma Word 2013:
documento na forma como ficará impresso, para Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para
que possamos realizar alterações, caso necessário. a leitura de documentos perceberá rapidamente a dife-
rença, pois seu novo Modo de Leitura conta com um mé-
todo que abre o arquivo automaticamente no formato
de tela cheia, ocultando as barras de ferramentas, edição
e formatação. Além de utilizar a setas do teclado (ou o
toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca
e rolagem da página durante a leitura, basta o usuário
dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfi-
co e o mesmo será ampliado, facilitando sua visualização.
Como se não bastasse, clicando com o botão direito do
mouse sobre uma palavra desconhecida, é possível ver
sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de con-
verter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de
editado, salvá-lo novamente no formato original. Esta fa-
çanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o
uso de arquivos PDF está sendo cada vez mais corriquei-
ro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação
de um documento, ou seja, os comentários realizados
neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o
Word 2013 é possível responder diretamente o comen-
Figura 18: Imprimir tário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha,
presente no campo de leitura do mesmo. Esta interação
As opções que temos antes de imprimir um arqui- de usuários, realizada através dos comentários, aparece
vo estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher em forma de pequenos balões à margem documento.
a impressora, caso haja mais de uma instalada no com- Compartilhamento Online: compartilhar seus documen-
putador ou na rede, configurar as propriedades da im- tos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
pressora, podendo estipular se a impressão será em alta e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plata-
qualidade, econômica, tom de cinza, preto e branca, en- forma Office 2013. O responsável por esta apresentação
tre outras opções. online é o Office Presentation Service, porém, para isso,
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- acessá-lo. Ao terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número o mesmo será enviado para a nuvem e, com isso, você
de cópias e a forma como as páginas sairão na impres- irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também
são. Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos por e-mail, permitindo aos demais usuários baixá-lo em
se sairão primeiro todas as páginas de número 1, depois formato PDF.
as de número 2, assim por diante, ou se desejamos que Ocultar títulos em um documento: apontado como
a segunda cópia só saia depois que todas as páginas da uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rola-
primeira forem impressas. gem e edição de determinadas partes de um arquivo
muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar
uma tarefa mais fácil e menos desconfortável. O Word
2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do docu-
#FicaDica mento, bastando os mesmos estarem formatados no es-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tilo  Títulos  (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o


Perguntas de intervalos de impressão são mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo
constantes em questões de concurso! a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo refe-
rente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem
outras tantas, como um layout totalmente modificado,
focado para a utilização do software em tablets e apare-
lhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma,

47
também, abre um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de
assegurar toda esta relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de
segurança para seus aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e down-
load de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instala-
do pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou
baixar fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem
acessados e contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, mi-
nutos Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso
pagando uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém,
aqui estamos falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

14. LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como
base o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou
seja, é multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o
mesmo “prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open
Document Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades
do aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo
Writer.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

48
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer
 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lin-
guagem LibreOffice Basic). 
 O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As
principais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 21: Atalhos Word x Writer

49
Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do
Office Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, con-
sulta de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de
segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Offi-
ce e clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e
em Salvar Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo,
enquanto o recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefi-
nidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efei-
tos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com
mais níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estrutu-
radas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem
referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar,
atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de
usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007 oferece uma
exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens
na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o núme-
ro de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de
memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em
planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

50
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os co-
mandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e,
para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões
de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

51
Adicionando e Removendo Componentes:
Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta bar-
ra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais
Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de
Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas
teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 28: Personalizar Barra de Status

52
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da -Colar especial: permite definir formatos específicos
região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas na colagem de dados, sobretudo copiados de ou-
setas para cima ou para baixo para mover a tela vertical- tros aplicativos.
mente, ou para a direita e para a esquerda para mover a -Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente
tela horizontalmente, e assim poder visualizar toda a sua antes da coluna selecionada.
planilha. -Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os
dados nela contidos e sua formatação.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa -Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a
uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de coluna, mantendo a formatação das células.
dados e fórmulas para colher os resultados desejados. -Formatar células: permite escolher entre diversas op-
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. ções para fazer a formatação das células (tal proce-
As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas no- dimento será visto detalhadamente adiante).
meadas com letras (A, B, C, etc.). -Largura da coluna: permite definir o tamanho da co-
luna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes
uma coluna é utilizada para fazer determinados
cálculos, necessários para a totalização geral, mas
desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-
-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-


beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando
Figura 29: Planilha de Cálculo no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeça-
lho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra,
toda a coluna é selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre
linha e colunas. Por exemplo, na coluna
A, linha 1, temos a célula A1. Na Caixa de
Nome, aparecerá a célula onde se encontra
o cursor.
Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse so- Sendo assim, as células são representadas como mos-
bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop- tra a tabela:
-up, onde as opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida
permite escolher a formatação de fonte e formato
de dados, bem como mesclagem das células (será
abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de trans-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ferência, para que possa ser colada em outro local


determinado e, após colada, essa coluna é excluída
do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transfe-
rência, para que possa ser colada em outro local Figura 32: Representação das Células
determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
itens que estão na área de transferência e que te- o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
nham sido recortadas ou copiadas. ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digi-

53
tar o endereço da célula em que deseja posicionar o cur- culas corretamente ao definir e digitar senhas.). É
sor. Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente possível remover a proteção da planilha, quando
posicionado na célula desejada. necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às
ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três pla- guias de planilhas (trata-se de tópico de progra-
nilhas já eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta ver- mação avançada, que não é o objetivo desta lição,
são, somente uma planilha é criada, e você poderá criar portanto, não será abordado).
outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da -Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para -Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na -Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em
planilha que deseja trabalhar. todas as planilhas para que possam ser configura-
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos das e impressas juntamente.
cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas
de trabalho diferentes, utilizando as guias de planilhas. Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das pla- tudo, todas as células da planilha ativa serão seleciona-
nilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá das.
um menu pop up.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com
o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos
várias de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente
que, para qualquer fórmula que será inserida em uma
célula, temos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal,
oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos
Figura 33: Menu Planilhas
ou números comuns de uma fórmula.
As funções deste menu são as seguintes: Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéri-
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes cos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
da planilha selecionada. formas de fazê-lo:
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da plani-
lha com todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente
ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou Figura 35: Soma simples
exclua dados importantes de planilhas ou pastas
de trabalho, você pode proteger determinados Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
elementos da planilha (planilha: o principal docu- Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
mento usado no Excel para armazenar e trabalhar digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

com dados, também chamado planilha eletrôni- até o último valor.


ca. Uma planilha consiste em células organizadas Após a sequência de células a serem somadas, clicar
em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
uma pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, A última forma que veremos é a função soma digi-
com ou sem senha (senha: uma forma de restrin- tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é
gir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou fundamental:
parte de uma planilha. As senhas do Excel podem
ter até 255 letras, números, espaços e símbolos.
É necessário digitar as letras maiúsculas e minús-

54
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados
os valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter
for pressionada, o resultado será automaticamente colo-
1 - Sinal de igual. cado na célula A6.
2 – Nome da função. Todas as funções, quando um de seus itens for altera-
3 – Abrir parênteses. do, recalculam o valor final.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possí- planilha.
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo
a seguir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o pri-
meiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a
célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Figura 36: Exemplo função hoje
lores, por isso não precisamos de uma função específica.
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
Tendo dois valores em células diferentes, podemos ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) Inteiro: Com essa função podemos obter o valor in-
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a teiro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2).
seguir a fórmula = B2-B3. Lembramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo
com a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce-
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no Arredondar para cima: Com essa função, é possível
primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, arredondar um número com casas decimais para o nú-
para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último mero mais distante de zero.
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
Outra forma de realizar a multiplicação é através da dígitos)
seguinte função: Onde:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo va- Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
lor da célula C2. dar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de deseja arredondar núm.
forma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos
no primeiro número, digitamos o sinal de divisão que,
para o Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último
valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de


células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular Figura 37: Início da função arredondar para cima
a maior idade digitada no intervalo de células de A2 até
A5. A função digitada será = máximo(A2:A5). Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – da função, o Excel nos mostra que temos que selecio-
refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver nar o num, ou seja, a célula que desejamos arredondar
qual é o maior valor. No caso a resposta seria 10. e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de
dígitos para a qual queremos arredondar.
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um in- Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
tervalo de células selecionadas. xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi- na coluna C:
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
mínimo (A2:A5). A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – mesmo conceito.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

refere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver Resto: Com essa função podemos obter o resto de
qual é o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00. uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Média: A função da média soma os valores de uma Onde:
sequência selecionada e divide pela quantidade de valo- Núm: é o número para o qual desejamos encontrar
res dessa sequência. o resto.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
de quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) número.

55
Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamen-


te: 1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o
valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o nú-
mero sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte: Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)
=abs(núm)
Onde: aBs(núm) Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja,
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
obter. A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_fal-
so”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a res-
Figura 39: Exemplo função abs posta da pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas queremos colocar uma mensagem se o funcionário rece-
com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 be um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00
dias). Sua sintaxe é: ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
= DIAS360(data_inicial;data_final) Assim, temos a condição:
Onde: SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então
data_inicial = a data de início de contagem. ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O
Data_final = a data a qual quer se chegar. RESULTADO NA CÉLULA E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias fal- Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é
tam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como onde devemos digitar a fórmula
data inicial o dia 05/03/2018. A função utilizada será Teste lógico: C3>=724
=dias360(A2;B2) Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as


fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Figura 40: Exemplo função dias360 E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
funções (Se, SomaSe, Cont.Se) E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma


condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determina-
da condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a
seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função
SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise
dos dados

56
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
liados a fim de chegar à condição verdadeira MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi-
cada a condição para soma dos valores Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar onde devemos digitar a fórmula
o resultado na célula D16. E também queremos somar Intervalo para análise: C3:C10
os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resul- Critério: >=1200
tado na célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
condição: =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1.200,00:
HOMENS: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- NOR QUE 1200, ENTÃO
NO, ENTÃO CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
TERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
Traduzindo a condição em variáveis teremos: onde devemos digitar a fórmula
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Intervalo para análise: C3:C10
onde devemos digitar a fórmula Critério: <1200
Intervalo para análise: C3:C10 Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
Critério: “MASCULINO” =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
MULHERES: semos determinado a contagem de valores >1200 (maior
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200
NO, ENTÃO (igual a 1200) não entraria na contagem.

SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN- Formatação de Células: Ao observar a planilha abai-
TERVALO D3 ATÉ D10 xo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, va-
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 mos deixar ela de uma maneira mais agradável.
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-


tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de
registros, SE determinada condição for verdadeira. A sin-
taxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função Figura 42: Planilha sem Formatação
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura
dos dados abaixo:
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
“intervalo”
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Usando a planilha acima como exemplo, queremos


saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e
mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula
D15. Para isso precisamos criar a seguinte condição:

R$ 1.200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO

57
Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para Figura 47: Planilha Formatada
isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre ou-
tras opções de alinhamento, como centralizar, direção do Ordenando os dados: Você pode digitar os dados
texto, entre outras. em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta
muito útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classi-
ficar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decres-
cente) ou classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula
da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
crescente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecio-
Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1) nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digi- os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus
tado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, pode- dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará
mos mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma,
ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher fazer a classificação dos dados junto com a coluna de ori-
as formatações. gem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente
a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção


FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção
dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2) então somente os gastos com contas de consumo, por
exemplo.
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode Grupo ferramentas de dados:
ser realizado vários outros tipos de formatação, como, - Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célu-
porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dro- la do Excel em colunas separadas.
pbox onde está escrito geral e escolher. - Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
planilha - Validação de dados: permite especificar
valores inválidos para uma planilha. Por exemplo,
podemos especificar que a planilha não aceitará
receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)


Gráficos: Outra forma interessante de analisar os
O resultado final nos traz uma planilha muito mais dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
agradável e de fácil entendimento: rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
ser utilizados.

58
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-
-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6”
retornará a C3 e C4 (interseção entre os dois interva-
los). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco
(B2:C4 C3:C6).
Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova,


teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em ou-


tra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_
da_planilha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz re-
ferência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel,
isso é feito usando o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao do-
cumento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo
documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e
Substituir, Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição
de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Nave-
gador.
Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D Inserir - contém comandos para inserção de novos
elementos no documento como células, linhas, colunas,
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas planilhas, gráficos.
bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfi- Formatar - contém comandos para formatar células
co na página, clicando nas linhas e arrastando até o local selecionadas, objetos e o conteúdo das células no do-
desejado. cumento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia,
Atingir meta, Rastrear erro, etc.
#FicaDica Dados - contém comandos para editar os dados de
uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar,
Importante mencionar que o conceito do
etc.
Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou
Janela - contém comandos para manipular e exibir ja-
seja, fazem parte do Office 365, que podem
nelas no documento.
ser comprados conforme figura 39.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do Li-
breOffice.

LibreOffice Calc PowerPoint 2007

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOf- A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente
fice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Document Spreadsheet). melhor com vídeos e imagens. Um documento em bran-


O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que co do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma
se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é ini- imagem de 1 MB chega a ocupar 5 MB, já no formato
ciada pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.
de valores, referências a células, operadores e funções. O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel: que se encarrega de compactar imagens automatica-
mente a fim de reduzir o tamanho total do documento.
Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na
opção Compactar Imagens.

59
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar
o efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens
de seu arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual,
diferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta
UI categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos
do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo , para rever alterações de formatação
antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu anteces-
sor de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint
Server 2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações
utilizando o que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos
gráficos no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova
apresentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

iniciar o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

60
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da
tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas
de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será
exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o
menu Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além
da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre
o ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na
sua apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom
e os botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela pode-
mos ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando
os antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresenta-
ção. Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado
o Modo de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a
apresentação).

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe
como começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa
iniciar a criação de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por
temas (é necessário estar conectado à internet).
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 56: Modelos e temas online

61
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Exibição de Slides: Vamos agora começar a perso-
Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Apare- nalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo
cerão vários modelos prontos que podem ser utilizados criado. Se ainda estiver com uma apresentação aberta,
para a criação de sua apresentação, conforme mostra a termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique,
figura abaixo. na faixa de opções, no menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você


trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a es-
trutura de todos os slides da apresentação.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles.


Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar
as possibilidades, e possivelmente escolher um modelo, Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.
dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar
apresentações profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e #FicaDica
aguarde o download do arquivo. Será criado um novo ar-
quivo em seu computador, que você poderá salvar onde Para mover de um slide para outro clique
quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja
como SUA APRESENTAÇÃO. visualizar na tela, ou utilize as teclas ‘PageUp’
Tanto o layout como o padrão de formatação de fon- e ‘PageDown’.
tes, poderão ser alterados em qualquer momento, para
atender às suas necessidades.
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este
Apresentação de Slides: modo de visualização é interessante principalmente du-
rante a construção do texto da apresentação. Você pode
Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint
ou nova apresentação, vamos entender um pouco me- monta os slides pra você.
lhor como funciona uma apresentação. Escolha um mo-
delo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apre- Classificação de Slides: Este modo permite ver seus
sentação, assim: slides em miniatura, para auxiliar na organização e estru-
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na turação de sua apresentação. No modo de classificação
barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transi-
de Slides’. ções e efeitos de animação e definir intervalos de tempo
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. para apresentações eletrônicas de slides.
Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de nave-
gação, que permitem que você siga para o próximo slide
ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além
dos botões de navegação você também conta com ou-
tras ferramentas durante sua apresentação.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Figura 60: Classificação de Slides

62
Para alterar a sequência de exibição de slides, clique próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo,
no slide e arraste até a posição desejada. Você também e assim sucessivamente para a criação da sua apresen-
pode ocultar um slide dando um clique com o botão di- tação.
reito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.
Layouts de Conteúdo:
Alterando o Design: Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir
O design de um slide é a apresentação visual do mes- figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe
mo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. de mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
O PowerPoint disponibiliza vários temas prontos para A utilização destes recursos é muito simples, bastan-
aplicar ao design de sua apresentação. do clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja
Para inserir um Tema de design pronto nos slides utilizar.
acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
lateral para visualizar todos os temas existentes. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide sele- a utilização dos recursos de Conteúdo.
cionado. O tema será aplicado em todos os slides. Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, al- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
terando cores e fontes, criando novos temas de cores. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mos-
Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. trado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro
Passe o mouse sobre cada tema para visualizar o efeito do slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que
na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê se pode utilizar.
um clique com o mouse para aplicá-la à apresentação. As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência,
criar apresentações muito mais interessantes. O funcio-
namento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
Figura 61: Variantes de Temas de Design teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, for- Animação dos Slides: A animação dos slides é um
mas e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para dos últimos passos da criação de uma apresentação.
acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos Essa é uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros
rapidamente a aparência dos objetos. recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável
exagerar na utilização dos mesmos, pois além de tornar
Layout de Texto: a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um estão assistindo, ao invés de dar foco ao conteúdo da
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo apresentação, passam a dar foco para as animações.
da palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítu-
lo pois trata-se do slide inicial. Transições: A transição dos slides nada mais é que
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher
para adicionar um título’, e escreva o título de sua apre- entre diversas transições prontas, através da faixa de op-
sentação. A apresentação que criaremos será sobre ‘Gru- ções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa
po Nova”. apresentação e clique nesta opção.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- Escolha uma das transições prontas e veja o que
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas
empresa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado clicando sobre elas e assistindo os efeitos que elas pro-
ao tema da apresentação. duzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependen-
Formate o texto da forma como desejar, selecionando do do intuito da apresentação, o exagero pode tornar
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando so- sua apresentação pouco profissional.
bre a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
Será criado um novo slide com layout diferente do an- Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
terior. Isso acontece porque o programa entende que o também pode aplicar som durante a transição.

63
Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresen-
tação você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te
agradar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção
de animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o
anterior. Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer
juntos após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos
aparecerão ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presen-
tations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substi-
tuir, Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Layout de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;


• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em
objetos e na transição de slides.

64
2. (Técnico Judiciário, VUNESP 2017) No Microsoft
EXERCÍCIOS COMENTADOS Word 2010, em sua configuração padrão, um usuário
começou a desenhar uma tabela, conforme imagem a
seguir.
1. (Engenheiro Civil, VUNESP 2018) Observe as ima-
gens a seguir, extraídas do MS-Word 2010, em sua con-
figuração padrão. Elas apresentam um texto em dois
momentos: ANTES e DEPOIS da aplicação de novas con-
figurações de parágrafo, que podem ser acessadas a par-
tir do iniciador de caixa de diálogo, do grupo Parágrafo,
da guia Página Inicial.
Em seguida, ele executou o seguinte procedimento: sele-
cionou a primeira célula, cujo conteúdo é 100, clicou no
ícone Dividir Células, que é encontrado em Ferramentas
de Tabela, guia Layout, grupo Mesclar, e, na caixa de diá-
logo Dividir Células, informou 2 colunas e 1 linha. Final-
mente, clicou em Ok.

Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto


dessa operação.

a)

b)

Assinale a alternativa que contém o nome das configura-


ções modificadas entre os dois momentos apresentados
c)
nas figuras.

a) Recuo à Direita e Recuo Especial da Primeira linha.


b) Recuo à Direita e Espaçamento Antes.
c) Recuo à Direita e Alinhamento à Direita.
d) Recuo à Esquerda e Recuo Especial da Primeira linha.
d)
e) Recuo à Esquerda e Alinhamento à Esquerda.

Resposta: Letra D.
A imagem a seguir mostra os números 1, 2 e 3, eles
significam respectivamente: Recuo Especial de Primei-
ra Linha, Recuo à esquerda e Recuo deslocado:
e)

Resposta: Letra E.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A alternativa “A” estaria correta, mas está incorreta,


pois a divisão de células não divide o valor da célula.
A alternativa “B” está incorreta, pois dividiu a célula
em 3 colunas, e separou os dígitos do número incor-
A segunda figura da questão apresenta uma configu-
retamente.
ração diferente da primeira figura, no que diz respeito
A alternativa “C” está incorreta, pois não há divisões
ao Recuo Especial da Primeira linha e o Recuo a es-
de células e o valor 100 foi retirado da primeira para a
querda.
segunda célula da primeira linha.

65
A alternativa “D” está incorreta, pois a foi mesclada as 4. (Engenheiro Civil, VUNESP 2018) Observe a tabela
duas primeiras células da segunda coluna da tabela. a seguir, extraída do MS-Excel 2010, em sua configura-
A alternativa “E” está correta, pois apresenta o resulta- ção padrão. O intervalo B2:B5 contém valores no formato
do para “Dividir células”, marcando 1 linha e 2 colunas. Moeda, com duas casas decimais.

3. (Soldado PM de 2ª Classe, VUNESP 2017) Um usuá-


rio selecionou uma frase de um texto editado no Micro-
soft Word 2010, em sua configuração padrão. Essa frase
tinha palavras com formatação em negrito e sublinhado.
Assinale a alternativa correta.

a) Ao pressionar as teclas CTRL+C, a frase seleciona da


será eliminada do documento, e o usuário poderá co-
lá-la em outro ponto do documento usando a tecla
Delete, porém sem as formatações feitas previamente.
b) Se o usuário pressionar as teclas CTRL+X, eliminará Assinale a alternativa que apresenta o novo valor da cé-
a frase selecionada do documento e não conseguirá lula B4, quando nela for aplicada, apenas uma vez, o re-
colá-la usando as teclas CTRL+V, pois a frase não terá
sido copiada para a Área de Transferência. curso associado ao botão , do grupo Número, da
c) Pressionando-se as teclas CTRL+C, a frase selecionada guia Página Inicial.
será eliminada do documento, mas o usuário pode-
rá colá-la em outro ponto do documento, usando as a) R$ 2.323,34
teclas CTRL+V, mantendo todas as formatações que b) R$ 2.323,3
estavam aplicadas. c) R$ 2.323
d) Se o usuário pressionar a tecla Delete, a frase sele- d) R$ 2.323,0
cionada será eliminada do documento, mas poderá e) R$ 2.323,00
ser colada novamente em outra parte do documento,
usando-se as teclas CTRL+V, mantendo todas as for- Resposta: Letra B.
matações que lhe estavam aplicadas. O botão destacado na pergunta serve para diminuir
e) Se o usuário pressionar as teclas CTRL+X, eliminará as casas decimais. Se a célula B4 estiver selecionada
a frase selecionada do documento e poderá usar as o resultado caso o botão seja “clicado” uma vez é R$
teclas CTRL+V para colá-la em outro ponto do docu- 2.323,34. Tal recurso utiliza as regras de arredonda-
mento, mantendo todas as formatações que estavam mento matemático, ou seja, se o número for maior ou
aplicadas igual a 5 ocorre arredondamento, caso contrário ocor-
re o truncamento.
Resposta: Letra E.
Alternativa “A” está incorreta, pois ao pressionar CTR- 5. (Técnico Judiciário, VUNESP 2017) Tem-se, a seguir,
L+C a frase não é eliminada do documento, ela vai a seguinte planilha criada no Microsoft Excel 2010, em
para a área de transferência. sua configuração padrão
Alternativa “B” está incorreta, pois ao pressionar CTR-
L+X a frase é eliminada do documento, ela vai para a
área de transferência, é possível colar posteriormente.
Alternativa “C” está incorreta, pois ao pressionar CTR-
L+C a frase não é eliminada do documento, ela vai
para a área de transferência.
Alternativa “D” está incorreta, pois ao pressionar De-
lete a frase é eliminada do documento, porém não irá
para a área de transferência, logo não poderá ser co-
lada.
Alternativa “E” está correta, pois se o usuário pressio-
nar as teclas CTRL+X, eliminará a frase selecionada do Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto
documento e poderá usar as teclas CTRL+V para co- da fórmula =CONTAR.SE (A2:D4;”<6”), inserida na célula
lá-la em outro ponto do documento, mantendo todas B5.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

as formatações que estavam aplicadas


a) 2
b) 4
c) 7
d) 12
e) 13

66
Resposta: Letra B. Se o escriturário tivesse disponível uma planilha eletrô-
A função “CONTAR.SE” não existe no Excel 2010 esta nica do MS Excel 2013, poderia transcrever essas infor-
questão é passiva de anulação, o correto seria “CONT. mações para um trecho de planilha, como o mostrado
SE”, que conta a ocorrência de uma determinada con- abaixo, e calcular os juros com os recursos do software.
dição em um determinado intervalo. Para esta ques-
tão, no intervalo demonstrado pela figura existem 4
células com valores menores que 6, são eles: 3 (em
A1), 4 (em A2), 1 (em B4) e 2 (em D4). Cuidado com o
valor da célula B3, que é 6, a condição da função des-
crita contará apenas se for menor que 6.
Obs.: Algumas páginas oficiais do MS Office foram tra-
duzidas “ao pé da letra” para o português, nestes casos
existem divergências nos nomes das funções, um dos
exemplos é pode ser visto em:: https://support.office.
com/pt-pt/article/contar-se-fun%C3%A7%C3%A3o-
-contar-se-e0de10c6-f885-4e71-abb4-1f464816df34, Nesse caso, com que fórmula ele preencheria a célula de
onde pode-se perceber o nome “CONTAR.SE” porem juros a pagar (N14)?
foi traduzido de “COUNT.IF”
a)=SE((DIAS(N11;N10)*N12)>=N13;(DIAS(N11;N10)
6. (Soldado PM de 2ª Classe, VUNESP 2017) Observe a *N13); N12)
planilha a seguir, criada no Microsoft Excel 2010, em sua b) = (N11-N10)*0,2/30
configuração original. c) =SE((N10;N11)*N12>=N13;N13;(N10:N11)*N12)
d) =SE((DIAS(N11;N10)*N12)>=N13;N13;(DIAS(N11;N10
)*N12))
e) = (N11;N10)*0,2

Resposta: Letra D.
Entendendo a fórmula:
A fórmula utiliza duas funções. São elas:
• SE: retorna um valor de acordo com o seu teste lógi-
co. Sua sintaxe tem o seguinte formato:
• =SE( teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)
• DIAS: retorna o número de dias entre duas datas. Sua
sintaxe tem o seguinte formato:
Assinale a alternativa que indica quantas colunas estão • =DIAS(data final; data inicial);
com algum tipo de filtro aplicado.
Analisando a fórmu-
a) 3. la SE((DIAS(N11;N10)*N12)>=N13;N13;(-
b) 2. DIAS(N11;N10)*N12)) temos:
c) 5.
d) 1.
e) Nenhuma.

Resposta: Letra D.
Na imagem demostrada pela questão percebe-se que
há apenas uma coluna onde o filtro está aplicado. O
Descrevendo a fórmula: Se o número de dias entre a
ícone pode ser visto na coluna Idade, este ícone data de pagamento e a data de vencimento for maior
aparece sempre que o filtro está em uso, quando não ou igual a 20 então o valor a ser exibido será 20 senão
está em uso com nas demais colunas pode-se perce- calcule o número de dias entre a data de pagamento e
ber o ícone a data de vencimento e multiplique por 0,2.
Resposta Alternativa: D
7. (BANCO DO BRASIL, 2015) Um escriturário, na fun-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ção eventual de caixa, ao examinar um boleto de paga- 8. (Soldado PM de 2ª Classe, VUNESP 2017) No Mi-
mento em atraso, encontrou os seguintes dados: crosoft PowerPoint 2010, em sua configuração padrão,
um usuário criou uma apresentação com 20 slides, mas
data de vencimento: 13/04/2015 deseja que o slide 5, sem ser excluído, não seja exibido na
data de pagamento: 28/07/2015 apresentação de slides. Assinale a alternativa que indica
taxa diária de juros por atraso (%): 0,2 a ação correta a ser aplicada ao slide 5 para que ele não
máximo de juros a acrescer (%): 20 seja exibido durante a apresentação.

67
a) Animação Desaparecer. 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se
b) Ocultar Slide. clicar a opção , será exibida uma janela por
c) Transição de slides Cortar. meio da qual se pode verificar diversas propriedades do
d) Plano de fundo Branco. arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
e) Transição com duração de 0 segundo. Em computadores do tipo PC, a comunicação com peri-
féricos pode ser realizada por meio de diferentes interfa-
Resposta: Letra B. ces. Acerca desse assunto, julgue os seguintes itens.
Ocultar um slide no PowerPoint é sempre uma boa
ideia se caso for necessário fazer uma apresentação ( ) CERTO ( ) ERRADO
rápida, onde não quer mostrar um determinado slide,
mas também não se quer apagá-lo, deseja-se preser- Resposta: Certo. Dentre as diversas opções que po-
va-lo para um uso futuro em outra apresentação. dem ser consultadas ao se ativar as propriedades de
um arquivo estão as opções: tamanho e os seus atri-
9. (Agente Previdenciário, VUNESP 2017) No Power- butos.
Point 2010, a partir da sua configuração padrão, do guia
“Apresentação de Slides” foram selecionados os seguin- 11. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título,
tes ícones: assunto, palavras-chave e comentários de um documen-
to são metadados típicos presentes em um documento
produzido por processadores de texto como o BrOffice e
o Microsoft Office.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo. Quando um determinado documento


de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Mi-
crosoft Office ele fica armazenado em forma de arquivo
Assinale a alternativa que faz a correlação correta entre em uma memória especificada no momento da grava-
todos os ícones selecionados e a ação efetuada por cada ção deste. Ao clicar como botão direito do mouse no
um. arquivo de texto armazenado e clicar em propriedades
é possível por meio da guia Detalhes perceber os meta-
a) Ícone-1: Inicia a Apresentação a partir do Slide Atual. dados “Título, assunto, palavras-chave e comentários”.
Ícone-2: permite Configurar Apresentação de Slides.
Ícone-3: permite Ocultar o Slide. 12. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere
b) Ícone-1: Inicia a Apresentação a partir do Slide Atual. que um usuário disponha de um computador apenas
Ícone-2: permite Retirar os Intervalos da Apresentação. com Linux e BrOffice instalados. Nessa situação, para
Ícone-3: permite Ocultar o Slide. que esse computador realize a leitura de um arquivo em
c) Ícone-1: Inicia a Apresentação a partir do Começo. formato de planilha do Microsoft Office Excel, armaze-
Ícone-2: permite Ocultar o Slide. nado em um pendrive formatado com a opção NTFS,
Ícone-3: permite Configurar Apresentação de Slides. será necessária a conversão batch do arquivo, antes de
d) Ícone-1: Inicia a Apresentação a partir do Começo. sua leitura com o aplicativo instalado, dispensando-se a
Ícone-2: permite Configurar Apresentação de Slides. montagem do sistema de arquivos presente no pendrive.
Ícone-3: permite Testar os intervalos da Apresentação.
e) Ícone-1: Inicia a Apresentação a partir do Começo. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Ícone-2: permite Configurar Apresentação de Slides.
Ícone-3: permite Ocultar o Slide. Resposta: Errado. Um pendrive formatado com o siste-
ma de arquivos NTFS será lido normalmente pelo Linux,
Resposta: Letra A. sem necessidade de conversão de qualquer natureza. E
Ícone 1: «DO SLIDE ATUAL»: Apresentação de slides a o fato do suposto arquivo estar em formato Excel (xls ou
partir do slide atual - Shift + F5. Inicia a apresentação xlsx) é indiferente também, já que o BrOffice é capaz de
de slides a partir do slide atual. abrir ambos os formatos.
Ícone 2: «CONFIGURAR APRESENTAÇÃO DE SLIDES»:
Configurar opções avançadas para a apresentação de
slides, como o modo de quiosque.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ícone 3: «OCULTAR SLIDE»: Ocultar o slide atual da


apresentação. Ele não será mostrado durante a apre-
sentação de slides de tela inteira.

68
I. Os protocolos utilizados na Intranet são basicamente
os mesmos da Internet. 
HORA DE PRATICAR! II. Tanto na Intranet como na Internet a principal interface
de trabalho é o browser. 
1. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá III. A Internet só existe graça à junção das várias Intra-
- MT Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - nets existentes no mundo.
Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo
Leia a frase abaixo referente a Planilha Eletrônica da MS a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
Office 2003/2007 – Excel.  “A célula E7 corresponde ao b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
cruzamento da _____ coluna com a _____ linha”. Assinale c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
a alternativa que preencha correta e respectivamente as d) As afirmativas I, II e III estão corretas
lacunas.
5. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá
a) quarta / sétima - MT Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
b) sétima / quinta Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo 
c) sexta / quinta Ao manipular um arquivo, o mesmo foi indevidamente
d) quinta / sétima deletado. Ou seja, foi parar na Lixeira do Windows. Sobre
as ações tecnicamente verdadeiras, assinale a alternativa
2. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá correta
- MT Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo  a) somente existe a possibilidade de recuperar o arquivo
Quanto ao Cabeçalho e Rodapé no Processador de tex- por meio do último backup.
tos da MS Office 2003/2007 – Word, analise as afirmati- b) uma vez na Lixeira do Windows a recuperação é im-
vas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).  possível
c) se clicar sobre o arquivo, com o botão direito do mou-
( ) pode-se adicionar um número de página tanto no Ca- se, existe a opção de “restaurar”
beçalho como no Rodapé. d) a restauração somente poderá ser executada por meio
( ) é possível adicionar uma imagem a um Cabeçalho, ou do aplicativo Restore
Rodapé, no MS-Word.
( ) não é possível ser removido o Cabeçalho, ou Rodapé, 6. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro-
na primeira página.  va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
Luciana estava redigindo um artigo no MS Word 2016
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta (versão em português, configuração padrão) e apagou
de cima para baixo. indevidamente uma frase. Quanto ao atalho de teclado,
que deve ser utilizado para desfazer a exclusão, assinale
a) V, F, F a alternativa correta.
b) V, V, F
c) F, V, V a) Ctrl+E
d) F, F, V b) Ctrl+A
c) Ctrl+Z
3. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá d) Ctrl+I
- MT Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo  7. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro-
Referente aos arquivos anexados em um e-mail, assinale va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo
alternativa correta. João, diretor da área de Recursos Humanos, solicitou ao
seu funcionário Roberto que lhe entregasse um relatório
a) é possível encaminhar qualquer extensão de arquivo com a média de salários do departamento de Informá-
como anexo em um e-mail tica. Assinale a alternativa correta sobre qual função do
b) deve-se usar, por segurança, um antivírus em arquivos MS Excel 2016 (versão em português, configuração pa-
anexados em um e-mail drão) retorna a média dos salários.
c) não existe restrição de tamanho de arquivo quanto ao
encaminhamento de anexo em um e-mail a) MÉDIA
d) única forma de encaminhar anexo em um e-mail é por b) SOMA
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

meio da compactação de arquivos c) METADE


d) MÁXIMO
4. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de Cuiabá
- MT Provas: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT -
Profissional Nível Médio - Oficial Administrativo 
Quanto aos conceitos básicos de Intranet e Internet, ana-
lise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 

69
8. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro- 12. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC
va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista
A Segurança da Informação (SI) está relacionada com de Redes 
proteção de um conjunto de informações a fim de pre- Nas últimas edições do editor de texto WORD, da Micro-
servar o valor que possuem para um indivíduo ou uma soft, a grande maioria das ferramentas de formatação de
organização. Sobre as propriedades básicas da seguran- texto encontra-se na guia denominada:
ça da informação, assinale a alternativa correta.
a) Inserir
a) Rastreabilidade, usabilidade, notoriedade b) Exibição
b) Confidencialidade, integridade, disponibilidade c) Layout da Página
c) Integridade, usabilidade, simplicidade d) Página Inicial
d) Disponibilidade, rastreabilidade, simplicidade
13. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC
9. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: SESACRE Pro- - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista
va: IBFC - 2019 - SESACRE - Agente Administrativo de Redes 
Uma Rede de computadores é formada por um _____ de Quanto ao editor de apresentações da Microsoft MS-PO-
máquinas eletrônicas com processadores capazes de WERPOINT, analise as afirmativas abaixo, dê valores Ver-
trocar informações e _____ recursos, interligados por um dadeiro (V) ou Falso (F).
subsistema de comunicação, ou seja, é quando há pelo
menos dois ou mais computadores, e outros dispositivos ( ) WordArt é uma forma rápida de destacar texto com
interligados entre si de modo a poderem compartilhar efeitos especiais.
recursos _____, estes podem ser do tipo: dados, impres- ( ) ClipWord é a ferramenta do PowerPoint que permite
soras, mensagens (e-mails), entre outros. destacar palavras em um slide.
( ) ClipArt é uma estratégia de anexar arquivos de texto à
a) único nó / pequenos / isolados sua apresentação.
b) banco / representar / seguros
c) nó / adequar / não confiáveis Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
d) conjunto / compartilhar / físicos e lógicos de cima para baixo.

10. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC - a) V, F, F
2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista de b) V, V, F
Redes c) F, V, V
“A capacidade de se esconder permite que este tipo de d) F, F, V
malware permaneça no sistema da vítima por meses, às
vezes até anos, deixando que um hacker use o compu- 14. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC
tador para o que bem entender. Mesmo uma máquina - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista
que não contém informações valiosas, o que é pouco de Redes 
comum, pode ser útil para produzir bitcoins (moeda di- Quanto ao Banco de Dados da Microsoft denominado
gital), enviar spam e participar de ataques DDoS.” Essa é MS-ACCESS, as últimas versões deste aplicativo apare-
uma definição do malware denominado: cem com a extensão padrão de arquivo como:

a) adware a) ACCX
b) spyware b) ACCSS
c) keylogger c) ACBDX
d) rootkit d) ACCDB

11. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC 15. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC


- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista - 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista
de Redes  de Redes 
Para se ter acesso à Internet através de rede Wi-Fi, de- Quanto à Segurança da Informação analise as afirmativas
ve-se estar no raio de ação ou área de abrangência de abaixo e assinale a alternativa correta.
um ponto de acesso. Esse ponto de acesso é conhecido
tecnicamente por: I. Spyware, mais conhecidos como antivírus, são softwa-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

res específicos para a devida Segurança da Informação


a) switch individual e corporativa.
b) firewall II. Trojan é um tipo de programa malicioso que pode en-
c) hotspot trar em um computador disfarçado como um programa
d) bridge comum e legítimo.
III. Malware são programas de computador destinados a
infiltrar-se em um sistema de computador de forma ilí-
cita, com o intuito de causar danos, alterações ou roubo
de informações.

70
a) Apenas as afirmativas I e II são tecnicamente verda- 20. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
deiras 2019 - IDAM - Assistente Técnico
b) Apenas as afirmativas II e III são tecnicamente verda- No editor de apresentações e audiovisual da Microsoft,
deiras existe um slide especial denominado “Slide Mestre”, que
c) Apenas as afirmativas I e III são tecnicamente verda- tem como principal utilidade a de:
deiras
d) As afirmativas I, II e III são tecnicamente verdadeiras a) ter um resumo sintético e geral de todos os slides de-
senvolvidos para uma apresentação
16. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC b) armazenar, ao longo do tempo, as principais imagens
- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista e fontes já utilizadas em outras apresentações
de Redes  c) que todos os slides contenham as mesmas fontes e
Recurso existente nos navegadores mais modernos que, imagens (como logotipos) especificados no Slide Mes-
quando ativado, permite navegar em sites e acessar pá- tre
ginas da internet sem deixar rastros, ou seja, sem gravar d) slide padrão que a própria Microsoft recomenda para
históricos e informações na memória do computador. formatar todos os slides conforme o tipo de apresen-
Esse recurso denomina-se, tecnicamente: tação

a) Modo de Navegação Anônima 21. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -


b) Modo Particular de Processamento 2019 - IDAM - Assistente Técnico
c) Modo Fechado de Computação Nas últimas versões, em português, do editor de texto
d) Modo Restrito de Navegação MS-WORD, encontramos na aba denominada “Página
Inicial” recursos como por exemplo:
17. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC
- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista a) colocar imagem Nota de Rodapé e inserir ou atualizar
de Redes  o Sumário
Um dos conceitos básicos de rede de computadores apli- b) definir bordas e também quebra de texto automático
cado na Internet, ou mesmo na Intranet, é o protocolo da c) inserir imagens e gráficos, assim como de Clip-Arts
Internet - endereço IP. Assinale, das alternativas abaixo, a d) alinhar texto e aplicar negrito no texto selecionado
única que identifica corretamente um endereço IP:
22. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
a) 352.472 2019 - IDAM - Assistente Técnico
b) 501.987.301 Na célula H5 de uma planilha eletrônica da Microsoft
c) 208.80.152.130 temos especificamente a seguinte fórmula: =SOMA(C5:-
d) 123.452.578.621.874 G5;C6:G6). Essa fórmula seria equivalente a fazer:

18. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC a) =SOMA(C5:G6) + SOMA(C6:G5)


- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista b) =SOMA(C5:C6) + SOMA(G5:G6)
de Redes  c) =SOMA(G5:C6) + SOMA(G5:C6)
Dentro do próprio Sistema Operacional Windows vem d) =SOMA(C5:G5) + SOMA(C6:G6)
embutido 2 (dois) softwares editores, ou processadores
de texto intitulados: 23. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
2019 - IDAM - Assistente Técnico
a) Outlook e o WordPad Quanto ao pacote Microsoft Office, analise as afirmativas
b) Bloco de Notas e o WordPad abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
c) Outlook e o OneDrive
d) Bloco de Notas e o OneDrive ( ) o MS-POWERPOINT é um gerenciador de contas de
email, muito usado em cargos que dependem da comu-
19. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Provas: IBFC nicação por email no dia a dia profissional.
- 2019 - IDAM - Técnico de Nível Superior - Analista ( ) o MS-EXCEL é ideal, por exemplo, para o controle de
de Redes  fluxo de caixa, contabilidade, análise de dados estatísti-
Assinale, das alternativas abaixo, a única que identifica cos, planejamento de despesas e cálculo de preços.
corretamente sobre o conceito básico de hardware e ( ) o MS-WORD além de suportar textos, permite a inte-
software: gração de outros formatos no mesmo documento, como
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tabelas, desenhos, gráficos, imagens e links da internet.


a) drive é software e driver é hardware
b) tanto o drive como driver é hardware Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
c) tanto o drive como driver é software de cima para baixo.
d) drive é hardware e driver é software
a) V, F, F
b) V, V, F
c) F, V, V
d) F, F, V

71
24. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC - 28. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC -
2019 - IDAM - Assistente Técnico 2019 - IDAM - Assistente Técnico
Relacione a coluna da esquerda com o respectivo com- Existem vários tipos de redes de computadores. Den-
ponente da coluna da direita: tro desse tópico pode-se classificar a tecnologia  Blue-
tooth como sendo uma rede com as características do
(1) Hardware tipo:
(2) Software
a) PAN
(A) banco de dados. b) WAN
(B) memórias RAM e ROM. c) MAN
(C) placa-mãe d) SAN
(D) editor de texto.
29. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: SEDUC-MT Pro-
a) 1AD - 2BC va: IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
b) 1AC - 2BD Educacional
c) 1BD - 2AC Quanto à Internet e Intranet, analise as afirmativas abai-
d) 1BC - 2AD xo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta (de cima
25. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC - para baixo):
2019 - IDAM - Assistente Técnico
Este tipo de dispositivo de armazenamento de dados ( ) a Internet é um conglomerado de redes locais interco-
é o mais recente. Utiliza de uma tecnologia conhecida nectadas e espalhadas pelo mundo.
como memórias de estado sólido, por não possuir partes ( ) tanto a Internet como a Intranet não necessitam do
móveis, apenas circuitos eletrônicos que não precisam se protocolo TCP/IP.
movimentar para ler ou gravar informações: ( ) a principal diferença entre as duas é que a Intranet é
restrita a um certo público.
a) DVD
b) SSD a) V - V - V
c) HDD b) V - V - F
d) DVR c) V - F - V
d) F - F - V
26. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC - e) F - F - F
2019 - IDAM - Assistente Técnico
Tanto para a Internet como para a Intranet, quando existe 30. Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: SEDUC-MT Pro-
a necessidade de transferir dados e arquivos, utiliza-se va: IBFC - 2017 - SEDUC-MT - Técnico Administrativo
basicamente do protocolo: Educacional
No aplicativo de edição de texto do pacote da Microsoft
TCP Office temos como principais recursos:
FTP
HTTP (1) inserção de tabela.
SMTP (2) possibilidade de autocorreção.
(3) inserção de cabeçalho e rodapé.
27. Ano: 2019 Banca: IBFC Órgão: IDAM Prova: IBFC - (4) ferramenta de ortografa.
2019 - IDAM - Assistente Técnico
Quanto às principais extensões de arquivos, analise as a) da relação apresentada somente são aplicados o 1,
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 2 e 3
b) da relação apresentada somente são aplicados o 1,
I. JPG, GIF e PNG são as extensões atuais dos típicos ar- 2 e 4
quivos de imagens. c) da relação apresentada somente são aplicados o 2,
II. BMP e o ZIP são as extensões tradicionais dos arquivos 3 e 4
que tiveram compactação. d) da relação apresentada somente são aplicados o 1,
III. As extensões AVI, MPG e WMV são tipicamente exten- 3 e 4
sões de arquivos de vídeos. e) da relação apresentada todos podem ser aplicados
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) Apenas as afirmativas I e II são tecnicamente verda-


deiras
b) Apenas as afirmativas II e III são tecnicamente verda-
deiras
c) Apenas as afirmativas I e III são tecnicamente verda-
deiras
d) As afirmativas I, II e III são tecnicamente verdadeiras

72
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 D ________________________________________________

2 B _________________________________________________
3 B _________________________________________________
4 A
_________________________________________________
5 C
_________________________________________________
6 C
7 A _________________________________________________
8 B _________________________________________________
9 D
_________________________________________________
10 D
_________________________________________________
11 C
12 D _________________________________________________
13 A _________________________________________________
14 D _________________________________________________
15 B
_________________________________________________
16 A
17 C _________________________________________________

18 B _________________________________________________
19 D _________________________________________________
20 C
_________________________________________________
21 D
_________________________________________________
22 D
23 C _________________________________________________
24 D _________________________________________________
25 B
_________________________________________________
26 B
_________________________________________________
27 C
28 A _________________________________________________
29 C _________________________________________________
30 E _________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

73
ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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74
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

Noções de administração. Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. Evolução da administração


pública no Brasil após 1930; reformas administrativas; a nova gestão pública..................................................................................... 01
Processo administrativo. Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle........................................ 16
Estrutura organizacional.............................................................................................................................................................................................. 18
Cultura organizacional................................................................................................................................................................................................. 36
Gestão de pessoas. Equilíbrio organizacional. Objetivos, desafios e características da gestão de pessoas.............................. 37
Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho.................................... 44
Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da
qualidade. Ciclo PDCA. Ferramentas de gestão da qualidade........................................................................................................................ 51
Noções de gestão de processos: técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos....................................................... 75
Legislação administrativa. Administração direta, indireta e funcional. Atos administrativos. Requisição.................................... 79
Noções de administração de recursos materiais............................................................................................................................................... 93
Noções de arquivologia. Arquivística: princípios e conceitos. Legislação arquivística. Gestão de documentos. Protocolos:
recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos. Classificação de documentos de arquivo.
Arquivamento e ordenação de documentos de arquivo. Tabela de temporalidade de documentos de arquivo.
Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivo. Preservação e conservação de documentos de
arquivo............................................................................................................................................................................................................................... 105
Noções de licitação pública: fases, modalidades, dispensa e inexigibilidade......................................................................................... 122
Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade em
serviço................................................................................................................................................................................................................................ 133
Noções de direito do trabalho;................................................................................................................................................................................ 136
Noções de contrato administrativo, gestão e fiscalização de contratos, incluindo a IN 5/2017;................................................... 153
Noções de informática;................................................................................................................................................................................................ 156
Direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos.................................................................................................................. 156
Na ocorrência de novas situações as teorias adminis-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO. trativas se adaptam a fim de continuarem aplicáveis.
ABORDAGENS CLÁSSICA, BUROCRÁTICA
E SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO. Dentre tantas definições já apresentadas sobre o con-
EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ceito de administração, podemos destacar que:
NO BRASIL APÓS 1930; REFORMAS “Administração é um conjunto de atividades dirigidas
ADMINISTRATIVAS; A NOVA GESTÃO à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de
PÚBLICA. alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais.”
Reinaldo Oliveira da SILVA – 2001)

Como bem definiu Houaiss, a Administração é o “con- Como percebe-se, a Administração extrapola a ideia
junto de normas e funções cujo objetivo é disciplinar os limitada de “gerir uma empresa”.
elementos de produção e submeter a produtividade a um A administração representa uma habilidade capaz de,
controle de qualidade, para a obtenção de um resultado através da utilização adequada e inteligente dos diversos
eficaz, bem como uma satisfação financeira”. recursos existentes na organização, alcançar os objetivos
O papel profissional do administrador surgiu na ges- definidos via planejamento, organização, direção e con-
tão das companhias de navegação inglesa a partir do trole.
século XVII, e envolve ações elaborar planos, pareceres,
relatórios, desenvolvimento de projetos, fazer uso de “O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de
indicadores, medir resultados e desempenhos, sempre outras pessoas na busca de realizar objetivos da organiza-
com a aplicação dos conhecimentos e técnicas que nor- ção bem como de seus membros.”
teia a Administração. Montana e Charnov
 A Administração compreende um conjunto de caracte-
Segundo Jonh W. Riegel, rísticas que envolvem atividades interligadas, busca por
resultados, uso de recursos disponíveis, processos admi-
“O êxito do desenvolvimento de executivos em uma nistrativos e, para isso necessário se faz o uso de mais de
empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da uma habilidade, conforme vemos abaixo:
capacidade dos seus gerentes no seu papel de educado- • Habilidades Técnicas: aquelas que fazem uso de
res. Cada superior assume este papel quando ele procura conhecimento especializado e procedimentos es-
orientar e facilitar os esforços dos seus subordinados para pecíficos e pode ser obtida através de instrução.
se desenvolverem” • Habilidades Humanas: trata-se de aspectos pes-
soais observados no CHA, envolvem também apti-
Administração – Objetivos, decisões e recursos dão, pois interage com as pessoas e suas atitudes,
são as palavras-chaves na definição do conceito de ad- exige compreensão para liderar com eficiência.
ministração. Administração é o processo de tomar e co- • Habilidades Conceituais: englobam um conheci-
locar em prática decisões sobre objetivos e utilização de mento geral das organizações, o gestor precisa
recursos. conhecer cada setor, como ele trabalha e para que
ele existe.

ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO

Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da


administração.

O pensamento administrativo caracteriza um ponto


de vista em relação à organização e sua gestão.
Quando temos vários pontos de vista sobre isso te-
mos então o conceito de Teorias Administrativas, que
são agrupadas por correntes ou escolas, sendo que es-
sas, conforme definição de Maximiano (2006), trata-se da
mesma linha de pensamento ou conjunto de autores que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

utilizam o mesmo enfoque.

Diferentes pensamentos administrativos = teorias


administrativas = mesma linha de pensamento ou
conjunto de autores com mesmo enfoque.

As teorias administrativas
Segundo CHIAVENATO, as variáveis que representa o
desenvolvimento da TGA são: tarefas, estrutura, pessoas, As principais teorias ou abordagens sobre adminis-
ambiente, tecnologia e competitividade. tração estão classificadas de acordo com as variáveis pri-
vilegiadas, sendo essas, na ordem, “ênfase em tarefas”,

1
“ênfase em estruturas”, “ênfase nas pessoas”, “ênfase no Fayol traz em sua teoria funcionalista a abordagem
ambiente”, “ênfase na tecnologia”, sendo que, cada uma prescritiva e normativa, uma vez que a ciência adminis-
delas tem seu pano de fundo com seus contextos histó- trativa, como toda ciência, deve basear-se em leis ou
ricos, enfatizando os problemas frequentes e destacáveis princípios globalmente aplicáveis. Sua maior contribui-
à época de sua fundamentação, além de, ao focar um ção para a administração geral são as funções adminis-
aspecto, omitia ou relegava os demais a um plano se- trativas – prever, organizar, comandar, coordenar e con-
cundário. trolar – que são as próprias funções do administrador
Dentre as razões que contribuíram para o surgimento ainda nos dias atuais.
das teorias da administração podemos destacar: Nesse modelo, a função administrativa difunde-se
- Consolidação do capitalismo (lógica de mercado) proporcionalmente a todos os níveis hierárquicos, dei-
e de novos modos de produção e organização de xando, portanto, de ser algo inerente à alta gerência.
trabalho, que levou ao processo de modernização
da sociedade (substituição da autoridade tradicio- - Administração Científica - Pressupostos de Fre-
nal pela autoridade racional-legal); derick Taylor
- Crescimento acelerado da produção e força de tra-
balho desqualificada; • Organização Formal.
- Ausência de sistematização de conhecimentos em • Visão de baixo para cima; das partes para o todo.
gestão. • Estudo das Tarefas, Métodos, Tempo padrão.
• Salário, incentivos materiais e prêmios de produção.
Vejamos alguns aspectos de cada uma delas, inician- • Sistema fechado: foco nos processos internos e
do pela TEORIA CLÁSSICA, considerada a base de todas operacionais.
as teorias posteriores. • Padrão de Produção: eficiência, racionalidade.
• Divisão equitativa de trabalho e responsabilidade
A primeira Escola foi a Clássica, responsável pela ên- entre direção e operário.
fase nas tarefas por Frederick Taylor e Henry Ford e fonte • Ser humano egoísta, racional e material: homo eco-
de embasamento de todas as outras teorias posteriores. nomicus;
As mudanças ocorridas no início do Séc. XX, em de- • Estudo de Tempos e Movimentos e Métodos;
corrência da Revolução Industrial, exigiram métodos que • Desenho de Cargos e Tarefas;
aumentassem a produtividade fabril e economizassem • Seleção Científica do Trabalhador (eliminação de to-
mão-de-obra evitando desperdícios, ou seja, “a impro- dos que não adotem os métodos);
visação deve ceder lugar ao planejamento e o empiris- • Preocupação com Fadiga e com as condições de
mo à ciência: a Ciência da Administração.” (CHIAVENATO,
trabalho;
2004, p. 43).
• Padronização de instrumentos de trabalho;
• Divisão do Trabalho e Especialização;
A abordagem clássica da administração se divide em:
• Supervisão funcional: autoridade relativa e dividida
- Administração Científica – defendida por Frederick
a depender da especialização e da divisão de tra-
Taylor
balho.
- Teoria Clássica – defendida por Henry Fayol
Os dois autores acima citados partiram de pontos dis-
tintos com a preocupação de aumentar a eficiência na Princípios da Administração Científica
empresa.
Taylor se preocupava basicamente com a execução • Desenvolvimento de uma ciência de Trabalho: uma
das tarefas enquanto Fayol se preocupava com a estrutu- investigação científica poderá dizer qual a capaci-
ra da organização. dade total de um dia de trabalho, para que os che-
fes saibam a capacidade de seus operários;
Frederick Taylor buscou o aumento produtivo toman- • Seleção e Desenvolvimento Científicos do Emprega-
do como base a eficiência dos trabalhadores. Através da do: para atingir o nível de remuneração prevista o
observação do comportamento dos trabalhadores e dos operário precisa preencher requisitos;
modos de produção, identificou falhas no processo pro- • Combinação da Ciência do trabalho com a Seleção
dutivo responsáveis pela baixa produtividade, despertan- do Pessoal: os operários estão dispostos a fazer um
do-o para a necessidade de criação de um método racio- bom trabalho, mas os velhos hábitos da adminis-
nal padrão de produção. A esse modelo deu-se o nome tração resistem à inovação de métodos;
• Cooperação entre Administração e Empregados:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de Administração Cientifica, “devido à tentativa de apli-


cação dos métodos da ciência aos trabalhos operacionais uma constante e íntima cooperação possibilitará
a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais a observação e medida sistemática do trabalho e
métodos científicos são a observação e mensuração.” permitirá fixar níveis de produção e incentivos fi-
(CHIAVENATO, 2004, p. 41). nanceiros
Henri Fayol, enfatizou a estrutura organizacional e de-
fendia que: [...] a eficiência da empresa é muito mais do Princípios de Taylor
que a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e que
ela deve ser alcançada por meio da racionalidade, isto é, • Princípio da separação entre o planejamento e a
da adequação dos meios (órgãos e cargos) aos fins que execução;
se deseja alcançar. (CHIAVENATO, 2000, p. 11). • Princípio do preparo;

2
• Princípio do controle; Weber distingue três tipos de sociedade e autorida-
• Princípio da exceção. des legítimas:
• Tradicional: patrimonial, patriarcal, hereditário e de-
- Teoria Clássica – Pressupostos de Henry Fayol legável.
• Anatomia – estrutura. • Carismática: personalística, mística.
• Fisiologia – funcionamento. • Legal, racional ou burocrática: impessoal, formal,
• Visão de cima para baixo; do todo para as partes. meritocrática.
• Funções da Empresa: Técnica, Comercial, Financeira,
Segurança, Contábil, Administrativa (coordena as Outro ponto destacado por Weber é a distinção entre
demais). Autoridade e Poder.
• Abordagem Prescritiva e Normativa. • Autoridade: probabilidade de que um comando ou
ordem específica seja obedecido – poder oficiali-
Funções da Administração Clássica - processo or- zado.
ganizacional • Poder: potencial de exercer influência sobre outros,
• Prever: adiantar-se ao futuro e traçar plano de ação; imposição de arbítrio de uma pessoa sobre outras.
• Organizar: constituir o organismo material e social
da empresa; A Burocracia surge na década de 40 em razão da fra-
• Comandar: dirigir o pessoal; gilidade da teoria clássica e relações humanas, buscando
• Coordenar: ligar, unir e harmonizar os esforços; organizar de forma estável, duradoura e especializada a
• Controlar: tudo corra de acordo com as regras. cooperação de indivíduos, apresentando uma aborda-
gem descritiva e explicativa, mantendo foco interno e
Princípios Gerais da Administração Clássica estudando a organização como um todo.
• Divisão do Trabalho: especializar funções;
• Autoridade e Responsabilidade: direito de mandar e Principais características:
poder de se fazer obedecer; • Caráter legal das normas;
• Disciplina: estabelecer convenções, formais e infor- • Caráter formal das comunicações;
mais com seus agentes, para trazer obediência e • Divisão do trabalho e racionalidade;
respeito; • Impessoalidade do relacionamento;
• Unidade de comando: recebimento de ordens de • Hierarquização da autoridade;
apenas um superior – princípio escalar; • Rotinas e procedimentos padronizados;
• Unidade de direção: um só chefe e um só progra- • Competência técnica e mérito;
ma para um conjunto de operações que tenham o • Especialização da administração – separação do pú-
mesmo objetivo; blico e privado;
• Subordinação do particular ao geral: O interesse da • Profissionalização: especialista, assalariado; segue
empresa deve prevalecer ao interesse individual; carreira.
• Remuneração do pessoal: premiar e recompensar;
• Centralização: concentrar autoridade no topo; Vantagens Principais:
• Cadeia escalar ou linha de comando: linha de autori- • Racionalidade
dade que vai do topo ao mais baixo escalão; • Precisão na definição do cargo
• Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em • Rapidez nas decisões
seu lugar; • Univocidade de interpretação
• Equidade: tratar de forma benevolente e justa; • Continuidade da organização:
• Estabilidade: manter as pessoas em suas funções • Redução do atrito entre pessoas
para que possam desempenhar bem; • Constância
• Iniciativa: liberdade de propor, conceber e executar; • Confiabilidade
• Espírito de equipe: harmonia e união entre as pes- • Benefícios para as pessoas
soas. • O nepotismo é evitado, dificulta a corrupção.

Comparativo entre Administração Científica e Es- A maior vantagem é a democracia: em razão da im-
cola Clássica pessoalidade e das regras legais, que permitem igualda-
de de acesso.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Enquanto a administração científica preocupava-se


na melhoria da produtividade no nível operacional a ges- Desvantagens
tão administrativa preocupava-se com a organização em • Internalização das normas;
geral e a busca da efetividade. • Excesso de formalismo e papelório;
• Resistência a mudanças;
ABORDAGEM BUROCRÁTICA • Despersonalização do relacionamento;
• Categorização do relacionamento;
Defendida por Max Weber, que é considerado o “pai • Superconformidade às rotinas e procedimentos;
da burocracia”, também tem como base a estrutura or- • Exibição de sinais de autoridade;
ganizacional. • Dificuldades com clientes.

3
ABORDAGEM SISTÊMICA 1) 1930 a 1945 – Burocratização da Era Vargas:
Nessa primeira etapa, em decorrência do Estado
Defendida por Ludwig Von Bertalanffy, a Teoria de patrimonial, da falta de qualificação técnica dos
Sistemas defende que os sistemas existem dentro de sis- servidores, da crise econômica mundial e da difu-
temas; apresenta a Teoria da forma ou Gestalt; os Siste- são da teoria keynesiana, que pregava a interven-
mas abertos; tem um objetivo ou propósito; e as partes ção do Estado na Economia, o governo autoritário
são interdependentes, provocando globalismo. de Vargas resolve modernizar a máquina adminis-
trativa brasileira através dos paradigmas burocráti-
Características: cos difundidos por Max Weber. O auge dessas mu-
• Sistema é um conjunto ou combinação de partes, danças ocorre em 1936 com a criação do Departa-
formando um todo complexo ou unitário; mento Administrativo do Serviço Público (DASP),
• Organização como sistema vivo: orgânico que tinha como atribuição modernizar a máquina
• Comportamento não determinístico e probabilísti- administrativa utilizando como instrumentos a afir-
co; mação dos princípios do mérito, a centralização, a
• Interdependência entre as partes; separação entre público e privado, a hierarquia, a
• Entropia: característico dos sistemas fechados e or- impessoalidade, a rigidez e universalidade das re-
gânicos, estabelece que todas as formas de orga- gras e a especialização e qualificação dos servido-
nização tendem à desordem ou à morte; res.
• Negentropia ou Entropia negativa: os sistemas so-
ciais se reabastecem de energia, assegurando su- 2) 1956 a 1960 – A administração paralela de JK:
primento contínuo de materiais e pessoas; A administração paralela foi um artifício utilizado
• Homeostase dinâmica ou Estado Firme: regula o sis- pelo governo JK para atingir o seu Plano de Me-
tema interno para manter uma condição estável, tas e seguir seu projeto desenvolvimentista. Surgiu
mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico com a criação de estruturas alheias à Administra-
de ruptura e inovação; ção Direta.
• Fronteiras ou limites: define a área da ação do siste-
ma e o grau de abertura em relação ao meio am- 3) 1967 – A reforma militar: Durante a ditadura
biente; militar, a administração pública passa por novas
• Diferenciação: os sistemas tendem a criar funções transformações, tais como: A ampliação da fun-
especializadas – Integração (coordenação); ção econômica do Estado com a criação de várias
• Equifinalidade: um sistema pode alcançar o mesmo empresas estatais, a facilidade de implantação de
estado final a partir de diferentes condições ini- políticas – em decorrência da natureza autoritária
ciais; do regime, e o aprofundamento da divisão da ad-
• Resiliência: determina o grau de defesa ou vulnera- ministração pública, mais especificamente através
bilidade do sistema a pressões ambientais exter- do Decreto-Lei 200/67, que distinguiu claramente
nas. a Administração Direta (exercida por órgãos dire-
• Holismo: o sistema só pode ser explicado em sua tamente subordinados aos ministérios) da indireta
globalidade; (formada por autarquias, fundações, empresas pú-
• Sinergia: o todo é maior que a soma das partes; blicas e sociedades de economia mista). Essa refor-
• Morfogênese: capacidade das organizações de mo- ma trouxe modernização, padronização e norma-
dificar a si mesmo e a estrutura; tização nas áreas de pessoal, compras e execução
• Fluxos: componentes que entram e saem do sistema orçamentária, estabelecendo ainda, cinco princí-
(informação, energia, material); pios estruturais da administração pública: planeja-
• Feedback: é a retroalimentação, como controle do mento, coordenação, descentralização, delegação
sistema, no qual os resultados retornam ao indiví- de competências e controle.
duo, para que os procedimentos sejam analisados
e corrigidos; 4) 1988 – A administração pública na nova Cons-
• Homem Funcional: desempenha um papel específi- tituição: A nova Constituição da República Fede-
co nas organizações, inter-relacionando-se com os rativa do Brasil voltou a fortalecer a Administração
demais indivíduos. Direta instituindo regras iguais as que deveriam ser
seguidas pela administração pública indireta, prin-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Evolução e Reformas cipalmente em relação à obrigatoriedade de con-


cursos públicos para investidura na carreira e aos
A estruturação da Máquina Administrativa passou por procedimentos de compras públicas.
sete períodos, vindo de um modelo patrimonial perce-
bida até década de 30, na sequencia veio a Era Vargas, 5) 1990 – O governo Collor e o desmonte da má-
onde vemos o modelo burocrático e na segunda metade quina pública : Essa etapa da administração públi-
da década de 90, deu início a implementação do modelo ca brasileira é marcada pelo retrocesso da máquina
gerencial. administrativa, o governo promoveu a extinção de
milhares de cargos de confiança, a reestruturação
Podemos dividir essa estruturação em sete etapas, e a extinção de vários órgãos, a demissão de outras
quais sejam: dezenas de milhares de servidores sem estabilida-

4
de e tantos outros foram colocados em disponi- A forma de controle é sempre a priori, ou seja, con-
bilidade. Segundo estimativas, foram retirados do trole dos procedimentos, das rotinas que devem nortear
serviço público, num curto período e sem qualquer a realização das tarefas, porem, como a historia anterior
planejamento, cerca de 100 mil servidores. gerava desconfiança prévia nos administradores públicos
e nos cidadãos que a eles dirigem suas diversas deman-
6) 1995/2002 – O gerencialismo da Era FHC: A re- das sociais, esses controles rígidos de processos como,
forma administrativa foi o ícone do governo Fer- por exemplo, na admissão de pessoal, nas compras e no
nando Henrique Cardoso em relação à adminis- atendimento aos cidadãos, passa a ser o foco principal,
tração pública brasileira. A reforma gerencial teve descaracterizando a missão básica do modelo, que é ser-
como instrumento básico o Plano Diretor da Re- vir à sociedade.
forma do Aparelho do Estado (PDRAE), que visava A principal qualidade da administração pública buro-
à reestruturação do aparelho do Estado para com- crática é o controle dos abusos contra o patrimônio públi-
bater, principalmente, a cultura burocrática. co; o principal defeito, a ineficiência, a incapacidade de vol-
tar-se para o serviço aos cidadãos vistos como “clientes”.
7) Nova Administração Pública: O movimento “re- Vale aqui destacar alguns comentários adicionais sobre
inventando o governo” difundido nos EUA e a re- o termo “Burocracia”, trazidos por Max Weber, que na dé-
forma administrativa de 95, introduziram no Brasil cada de 20, publicou estudos sobre o que ele chamou o
a cultura do management, trazendo técnicas do tipo ideal de burocracia, ou seja, um esquema que procura
setor privado para o setor público e tendo como sintetizar os pontos comuns à maioria das organizações
características básicas: formais modernas, que ele contrastou com as sociedades
● O foco no cliente primitivas e feudais. As organizações burocráticas seriam
● A reengenharia máquinas totalmente impessoais, que funcionam de acor-
● Governo empreendedor do com regras que ele chamou de racionais – regras que
● Administração da qualidade total dependem de lógica e não de interesses pessoais.
Weber estudou e procurou descrever o alicerce for-
Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, ve- mal-legal em que as organizações reais se assentam. Sua
rifica-se que a administração pública evoluiu através de atenção estava dirigida para o processo de autoridade
três modelos básicos, que representam três reformas ad- obediência (ou processo de dominação) que, no caso das
ministrativas que se destacam, quais sejam, a adminis- organizações modernas, depende de leis. No modelo de
tração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Weber, as expressões “organização formal” e “organiza-
Essas três formas se sucedem no tempo, sem que, no en- ção burocrática” são sinônimas.
tanto, qualquer uma delas seja inteiramente abandonada. “Dominação” ou autoridade, segundo Weber, é a
probabilidade de haver obediência dentro de um grupo
Administração Pública Patrimonialista determinado. Há três tipos puros de autoridade ou do-
minação legítima (aquela que conta com o acordo dos
Na sociedade anterior ao capitalismo, o Estado apa- dominados):
recia como um ente “privatizado”, no sentido de que não
havia uma distinção clara, por parte dos governantes,
- Dominação de caráter carismático
entre o patrimônio público e o seu próprio patrimônio
Repousa na crença da santidade ou heroísmo de uma
privado, não definia-se limites entre a res publica e a res
pessoa. A obediência é devida ao líder pela confiança
principis, ou seja, a “coisa pública” se confundia com o
pessoal em sua revelação, heroísmo ou exemplaridade,
patrimônio particular dos governantes, pois não havia
dentro do círculo em que se acredita em seu carisma.
uma fronteira muito bem definida entre ambas.
A atitude dos seguidores em relação ao dominador
A corrupção e o nepotismo eram extremamente ca-
racterísticos nesse tipo de administração, tendo como carismático é marcada pela devoção. Exemplos são líde-
foco atender o interesse particular dos soberanos e de res religiosos, sociais ou políticos, condutores de multi-
seus auxiliares, ao invés de priorizar as necessidades co- dões de adeptos. O carisma está associado a um tipo de
letivas. influência que depende de qualidades pessoais.
Quando surge o capitalismo e a democracia, o cená-
rio acima perde espaço, passando a existir uma distinção - Dominação de caráter tradicional
entre Estado e particular, não havendo mais espaço para Deriva da crença quotidiana na santidade das tradi-
a administração patrimonialista, ou seja, não cabe mais ções que vigoram desde tempos distantes e na legitimi-
dade daqueles que são indicados por essa tradição para
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

uma administração que privilegiava uns poucos em de-


trimento de muitos. exercer a autoridade.
A obediência é devida à pessoa do “senhor”, indicado
Administração Pública Burocrática pela tradição. A obediência dentro da família, dos feudos
e das tribos é do tipo tradicional. Nos sistemas em que
Surge como forma de combater a corrupção e o ne- vigora a dominação tradicional, as pessoas têm autorida-
potismo patrimonialista. de não por causa de suas qualidades intrínsecas, como
Como princípios de sua proposta temos a profissio- acontece no caso carismático, mas por causa das institui-
nalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a im- ções tradicionais que representam. É o caso dos sacerdo-
pessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional tes e das lideranças, no âmbito das instituições, como os
legal. partidos políticos e as corporações militares.

5
- Dominação de caráter racional • Satisfação de Interesses Pessoais – Defender inte-
Decorre da legalidade de normas instituídas racio- resses pessoais dentro da organização.
nalmente e dos direitos de mando das pessoas a quem • Excesso de Regras – Multiplicidade de regras e exi-
essas normas responsabilizam pelo exercício da autori- gências para a obtenção de determinado serviço.
dade. A autoridade, portanto, é a contrapartida da res- • Hierarquia e individualismo – A hierarquia divi-
ponsabilidade. de responsabilidades e atravanca o processo de-
No caso da autoridade legal, a obediência é devida cisório. Realça vaidades e estimula disputas pelo
às normas impessoais e objetivas, legalmente instituídas, poder.
e às pessoas por elas designadas, que agem dentro de • Mecanicismo – Burocracias são sistemas de cargos
uma jurisdição. A autoridade racional fundamenta-se limitados, que colocam pessoas em situações alie-
em leis que estabelecem direitos e deveres para os in- nantes.
tegrantes de uma sociedade ou organização. Por isso, a Portanto, as burocracias apresentam dois grandes
autoridade que Weber chamou de racional é sinônimo “problemas” ou dificuldades: em primeiro lugar,
de autoridade formal. certas disfunções, que as descaracterizam e as
desviam de seus objetivos; em segundo lugar,
Uma sociedade, organização ou grupo que depende ainda que as burocracias não apresentassem dis-
de leis racionais tem estrutura do tipo legal-racional ou torções, sua estrutura rígida é adequada a certo
burocrática. É uma burocracia. tipo de ambiente externo, no qual não há grandes
A autoridade legal-racional ou autoridade burocrá- mudanças. A estrutura burocrática é, por natureza,
tica substituiu as fórmulas tradicionais e carismáticas conservadora, avessa a inovações; o principal é a
nas quais se baseavam as antigas sociedades. A admi- estabilidade da organização.
nistração burocrática é a forma mais racional de exercer
a dominação. A burocracia, ou organização burocrática, Mas, como vimos, as mudanças no ambiente exter-
possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da no determinam a necessidade de mudanças internas, e
obediência com precisão, continuidade, disciplina, rigor nesse ponto o paradigma burocrático torna-se superado.
e confiança.
Portanto, todas as organizações formais são buro- Administração Pública GERENCIAL
cracias. A palavra burocracia identifica precisamente as
organizações que se baseiam em regulamentos. A so- Surge na segunda metade do século XX, como res-
ciedade organizacional é, também, uma sociedade bu- posta à expansão das funções econômicas e sociais do
rocratizada. A burocracia é um estágio na evolução das Estado e ao desenvolvimento tecnológico e à globaliza-
organizações. ção da economia mundial, uma vez que ambos deixaram
De acordo com Weber, as organizações formais mo- à mostra os problemas associados à adoção do modelo
dernas baseiam-se em leis, que as pessoas aceitam por anterior.
acreditarem que são racionais, isto é, definidas em fun- Torna-se essencial a necessidade de reduzir custos
ção do interesse das próprias pessoas e não para satisfa- e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão
zer aos caprichos arbitrários de um dirigente. como beneficiário, resultando numa maior eficiência da
O tipo ideal de burocracia, formulado por Weber, administração pública. A reforma do aparelho do Estado
apresenta três características principais que diferenciam passa a ser orientada predominantemente pelos valores
estas organizações formais dos demais grupos sociais: da eficiência e qualidade na prestação de serviços públi-
• Formalidade: significa que as organizações são cos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas
constituídas com base em normas e regulamentos organizações.
explícitos, chamadas leis, que estipulam os direitos A administração pública gerencial constitui um avan-
e deveres dos participantes. ço, e até certo ponto um rompimento com a adminis-
• Impessoalidade: as relações entre as pessoas que tração pública burocrática. Isso não significa, entretanto,
integram as organizações burocráticas são gover- que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a ad-
nadas pelos cargos que elas ocupam e pelos di- ministração pública gerencial está apoiada na anterior,
reitos e deveres investidos nesses cargos. Assim, o da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus
que conta é o cargo e não a pessoa. A formalidade princípios fundamentais, como:
e a impessoalidade, combinadas, fazem a burocra- • A admissão segundo rígidos critérios de mérito
cia permanecer, a despeito das pessoas. (concurso público);
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Profissionalismo: os cargos de uma burocracia • A existência de um sistema estruturado e universal


oferecem a seus ocupantes uma carreira profissio- de remuneração (planos de carreira);
nal e meios de vida. A participação nas burocracias • A avaliação constante de desempenho (dos funcio-
tem caráter ocupacional. nários e de suas equipes de trabalho);
Apesar das vantagens inerentes nessa forma de orga- • O treinamento e a capacitação contínua do corpo
nização, as burocracias podem muitas vezes apre- funcional.
sentar também uma série de disfunções, conforme
a seguir: A diferença fundamental está na forma de controle,
• Particularismo – Defender dentro da organização que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se
interesses de grupos internos, por motivos de con- nos resultados. A rigorosa profissionalização da adminis-
vicção, amizade ou interesse material. tração pública continua sendo um princípio fundamental.

6
Na administração pública gerencial a estratégia vol- A NOVA GESTÃO PÚBLICA
ta-se para:
1. A definição precisa dos objetivos que o administra- Nas últimas décadas, a administração pública brasilei-
dor público deverá atingir sua unidade; ra passou por grandes transformações, sobretudo como
2. A garantia de autonomia do administrador na ges- parte do trânsito para a democracia. Desenvolveram-se
tão dos recursos humanos, materiais e financeiros novas práticas e expectativas de modernização, mas mui-
que lhe forem colocados à disposição para que tas de suas características tradicionais não foram remo-
possa atingir os objetivos contratados; vidas.
3. O controle ou cobrança posterior dos resultados. A Revista de Administração Pública (RAP) surgiu numa
época em que a administração pública possuía forte
Adicionalmente, pratica-se a competição administra- presença na sociedade, não só por causa das funções
da no interior do próprio Estado, quando há a possibili- de controle não-democrático, mas também porque se
dade de estabelecer concorrência entre unidades inter- procurava o desenvolvimento com base em projetos
nas. públicos de grande escala. Pensava-se que a própria ex-
No plano da estrutura organizacional, a descentrali- pansão do Estado fosse suficiente para garantir mais e
zação e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se es- melhores serviços, bem como maior acesso comunitário
senciais. Em suma, afirma-se que a administração pública e equidade nas decisões distributivas. Nesse sentido, nos
deve ser permeável à maior participação dos agentes primeiros 20 anos da RAP, a administração pública teve
privados e/ou das organizações da sociedade civil e des- crescimento considerável.
locar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resul- No entanto, a experiência histórica revelou que sim-
tados (fins). plesmente expandir as atividades do Estado e as funções
A administração pública gerencial inspira-se na ad- serviu menos ao propósito de alcançar maior equidade
ministração de empresas, mas não pode ser confundida e eficácia na administração pública do que ao desenvol-
com esta última. Enquanto a administração de empresas vimento de formas de inserção de novos grupos prefe-
está voltada para o lucro privado, para a maximização renciais.
dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através Nessa época descrevia-se a administração pública
do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a admi- brasileira pelos seus aspectos mais patrimonialistas e
nistração pública gerencial está explícita e diretamente paternalistas. Viam-se as suas relações com a sociedade
voltada para o interesse público. como extremamente frágeis. Na verdade, a administra-
Neste último ponto, como em muitos outros (pro- ção pública desenvolveu-se como um dos grandes ins-
fissionalismo, impessoalidade), a administração pública trumentos para a manutenção do poder tradicional, e
gerencial não se diferencia da administração pública bu- carregava fortes características desse poder. A forma de
rocrática. Na burocracia pública clássica existe uma no-
organização e gestão obedecia menos a critérios técni-
ção muito clara e forte do interesse público. A diferença,
cos racionais e democráticos para a prestação de servi-
porém, está no entendimento do significado do interesse
ços e mais a sistemas de loteamento político, para man-
público, que não pode ser confundido com o interesse
ter coalizões de poder e atender a grupos preferenciais.
do próprio Estado. Para a administração pública burocrá-
Em grande parte, a expansão do Estado se fez sem
tica, o interesse público é frequentemente identificado
alterar substancialmente suas relações com a sociedade.
com a afirmação do poder do Estado.
Por ter ainda alicerces frágeis na sociedade, o Estado bra-
A administração pública gerencial vê o cidadão como
sileiro, como organização, consiste ainda em uma supe-
contribuinte de impostos e como uma espécie de “clien-
te” dos seus serviços. Os resultados da ação do Estado restrutura que flutua sobre os cidadãos.
são considerados bons não porque os processos admi-  
nistrativos estão sob controle estão seguros, como quer A formalidade institucional possui limites para ex-
a administração pública burocrática, mas porque as ne- plicar a evolução da administração pública brasileira. Fa-
cessidades do cidadão-cliente estão sendo atendidas. tores de informalidade prevalecem e determinam muito
O paradigma gerencial contemporâneo, fundamenta- do que se decide e se executa na administração brasilei-
do nos princípios da confiança e da descentralização da ra, compreendendo seus três níveis de governo: federal,
decisão, exige formas flexíveis de gestão, de estruturas, estadual e municipal. Por estarem inseridos na cultura
descentralização de funções, incentivos à criatividade. sociopolítica do país, esses fatores não são facilmente
Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor téc- removíveis ou contornados por meio de reformas admi-
nistrativas de lógica racional burocrática.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à


recompensa pelo desempenho, e à capacitação perma- Fatores de informalidade continuam a chamar a aten-
nente, que já eram características da boa administração ção dos estudiosos e analistas da gestão pública, além
burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação de ser retratados cotidianamente na mídia como práticas
para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da comuns de gestão. São exemplos marcantes o persona-
competição administrada.1 lismo paternalista e a presença de grupos preferenciais
que se organizam por fora das instituições, mas que pro-
curam manter fortes relações com o Estado. Esses fatores
distanciam os cidadãos da gestão pública, desenvolven-
do a síndrome nós-eles.
1 Adaptado de Carlos Ramos

7
No entanto, o personalismo elitista concorre para en- nais da ordem administrativa; são grupos organizados
fraquecer substancialmente as instituições. Estas existem e institucionalizados dentro do sistema político. Trans-
em função das pessoas que as dirigem, e a mudança da formam o Estado num campo minado de lutas políticas,
pessoa no topo muda profundamente políticas e com- mas mantidas nos limites das estruturas formais para não
promissos institucionais. ferir a estabilidade e legitimidade do sistema. Por esse
Na administração pública, dirigentes, normalmen- motivo, as discórdias são bem toleradas e, de preferên-
te prepostos de líderes políticos, tendem a inserir suas cia, confinadas à arena política predeterminada, que é o
opções pessoais como fator diferenciador. Desprezam, Estado.
assim, não só o racionalmente instituído como também Visto segundo uma lógica da gestão moderna, o sis-
opções e conquistas de seus antecessores. A desconti- tema administrativo pode parecer altamente irracional,
nuidade é justificada como necessária à inovação. Na mas para os grupos preferenciais que dele se servem
verdade, resulta mais em garantir acesso a novos grupos representa um sistema lógico e altamente racional. Ba-
de poder e ressaltar a liderança de uma pessoa e menos seia-se em valores e práticas tradicionais: assenta grande
em modernizar a gestão. Compromissos formais institu- parte do poder político no distanciamento autoritário, no
cionalmente estabelecidos necessitam ser renegociados paternalismo e no exercício da bondade.
a cada novo dirigente. Na verdade, não há contratos com E esses grupos não criam rupturas nas dimensões for-
instituições, mas com pessoas. O personalismo fragiliza mais da administração pública. Procuram seguir os pas-
as instituições públicas, deixando-as altamente vulnerá- sos formais, mas repletos de acomodação, concessões
veis e dependentes da pessoa de um único dirigente. e opções de natureza paternalista. Por terem lealdade
A administração pública era em grande parte do- quase nula à instituição pública, circulam facilmente en-
minada por grupos preferenciais que visavam garantir tre as repartições, procurando obter melhores benefícios,
seus interesses e a proteção mútua de seus membros. indiferentes aos danos que causam, tanto ao interesse
Apesar da modernização, muitos desses grupos ainda se quanto ao orçamento público.
Os cidadãos passam a ser receptores passivos da
aglutinam no aparato estatal em busca de recursos para
bondade. Ao receber benefícios, veem seus líderes e di-
garantir sua sobrevivência. Inserem-se em órgãos admi-
rigentes como os mais bondosos e por isso merecedores
nistrativos por meios formais — ocupação de cargos de
de reconhecimento e apoio político.
direção —, mas também informalmente, por meio de re-
 
des de apoio e de interação ligadas por laços de lealda-
A era pós-Constituição: a redemocratização e as
de. Procuram o acesso a recursos públicos para reforçar
novas conquistas constitucionais
a lealdade política de base e preservar a liderança sobre
determinados setores da comunidade. Esses recursos são Com a redemocratização, a inspiração neoliberal e as
utilizados para satisfazer não somente interesses políti- referências das inovações oriundas de países mais avan-
cos de poder como também interesses sociais e parti- çados, os movimentos de reforma procuravam centrar-se
culares. Tais grupos dominam máquinas partidárias para nas especificidades das diversas organizações públicas, à
evitar que alternativas de política pública, contrárias aos semelhança das mudanças na área privada. A perspectiva
seus interesses, sejam consideradas no processo decisó- básica era a eficiência e capacidade de resposta da admi-
rio governamental. Controlam estruturas burocráticas de nistração pública e melhora da gerência pública. Passou-
governo para garantir, durante longos períodos, o uso -se a questionar o tradicionalismo da administração pú-
preferencial de grandes fatias do orçamento público. blica, mas incorporando os fundamentos democráticos
O uso de recursos públicos é o mecanismo básico de implantados na nova Constituição, como a subordinação
preservação do poder: são utilizados menos para atender da administração pública a mandatos políticos conquis-
a demandas e necessidades reais da comunidade e mais tados em eleições democráticas.
para a troca de favores e os interesses particulares do Em períodos não-democráticos, as tentativas de apa-
grupo. Como a lealdade aos membros do grupo é maior rência tecnocrática ofuscaram muitos dos problemas de
do que à instituição pública, tais grupos são capazes de embates políticos, não porque deixassem de existir, mas
manter a coalizão a qualquer custo, inclusive às expensas porque havia sempre um lado repressor.
do aumento dos gastos governamentais. Com as novas inspirações ideológicas, começou-se a
Normalmente, esses grupos preferem dominar as delinear a ideia de que os governos não poderiam so-
áreas sociais por serem mais diretamente ligadas às zinhos conduzir ao progresso. O desenvolvimento pas-
maiores demandas da população. Setores sociais são pri- sou a ser visto como algo complexo e gigantesco, e as
vilegiados para o exercício do assistencialismo paterna- máquinas administrativas tradicionais não como fator de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lista; propiciam ao líder do grupo o exercício da “bonda- modernização, mas obstáculos ao progresso. Surgiram
de” por meio da concessão de benefícios e favores com movimentos significativos, em muitos países e apoiados
o dinheiro público. Assim, os líderes políticos e dirigentes por entidades internacionais, para proclamar a descrença
públicos podem favorecer segmentos da população sob nas possibilidades da administração pública de conduzir
sua influência, fazendo-os crer que o benefício concedi- o desenvolvimento.
do é uma concessão pessoal do líder, e não um direito Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a admi-
individual ou um valor de cidadania. O resultado final é o nistração pública tornaram-se pontos importantes de
reforço do poder e da liderança tradicionais. uma nova agenda política. Ao contrário das experiências
Vale ressaltar que esses grupos que se inserem e do- anteriores, essa modernização se inspirou fortemente
minam setores da administração pública não são peque- nos modelos de gestão privada, considerados superiores
nos grupos de aproveitadores ou perturbadores margi- e mais eficazes.

8
Assim, as principais mudanças seriam transferir fun- no indivíduo valoriza a iniciativa, o espírito empreende-
ções estatais para a área privada e as restantes seriam dor e o desempenho e realização individuais. As pessoas
administradas com formas o mais próximo possível das se singularizam perante os outros pelo seu desempenho
praticadas nas empresas privadas. e merecem ser tratadas diferentemente pelas desigual-
Tendo a representação democrática como premissa, dades conquistadas. Assim, métodos de avaliação de
tentou-se valorizar as técnicas administrativas e a com- desempenho individual e organizacional passaram a ser
petência neutra dos servidores, presumindo sempre a propostos com maior vigor.
sua ação por delegação política e não por autonomia Tais ideias de reforma não progrediram com a ênfase
própria. A administração eficiente seria consequência desejada porque esbarraram em fatores históricos tradi-
natural de instrumentos gerenciais, como estruturas e cionais ainda prevalecentes e que não se coadunam com
códigos de procedimentos adequados e boas regras or- práticas neoliberais.
çamentárias e gestão de pessoal. Pela falta de eficiência, Ainda prevalece e se reforça a visão de ser a admi-
culpavam-se a inadequação das estruturas e dos proce- nistração pública responsável por reduzir a desigualda-
dimentos e a inabilidade dos próprios servidores. Ajustes de social tanto por medidas desenvolvimentistas quanto
administrativos seriam feitos de acordo com novos pro- por programas sociais compensatórios.
pósitos políticos, adquiridos em eleições, ou com novas Na prática neoliberal de países mais avançados, a
tecnologias administrativas. As reformas preservavam as gestão pública deve agir no sentido de manter a igualda-
estruturas organizacionais, favoreciam a rigidez dos có- de perante a lei e de garantir oportunidades iguais, salvo
digos administrativos, e algumas propostas mais auda- nos casos em que as chances não são claramente iguais.
ciosas propunham maior descentralização e autonomia Programas sociais se justificam mais facilmente pela de-
organizacional. Entretanto, não se questionava funda- sigualdade de oportunidades do que pela compensação
mentalmente a administração pública, senão sua inefi- de diferenças de desempenho.
ciência ou iniquidade.  
Em grande parte, essas reformas colocavam em cau- A permanência de fortes relações com grupos prefe-
sa a própria viabilidade da administração pública como renciais faz a administração brasileira ser retratada ainda
condutora de eficiência ou de eficácia na gestão de servi- como de grande base patrimonialista. As relações patri-
ços e na ação redistributiva. Os novos modelos procuram moniais contradizem não somente as possibilidades de
transformar e introduzir na gestão pública o estilo priva- uma administração modernizada no sentido mais amplo
do. Além de ampliarem a importação de técnicas típicas do interesse público como também as práticas liberais
da área privada, propõem sempre com grande ênfase tão proclamadas como a opção política dos últimos anos.
eliminação, privatização e terceirização de serviços. Como a administração pública e a cultura tradicional
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as são ainda bastante interligadas, apesar dos progressos
ideias sobre reformar a administração, com premissas na modernização institucional, os relatos cotidianos na
de radicalismo e promessas de eficiência imediata, são mídia ainda demonstram forte ligação da coisa pública
sempre atraentes, dadas as dificuldades que os cidadãos com interesses privados de grupos preferenciais.
enfrentam em tratar de seus interesses em qualquer or- O mundo das relações informais é fundamentalmente
ganização pública. Ao entrar em contato com uma repar- baseado no aspecto político tradicional, mas se ampliou
tição pública, a maioria dos cidadãos experimenta uma pelo reforço de aspectos psicológicos culturais, como a
história de relativo descaso e má qualidade no atendi- maior descrença dos cidadãos na representação política
mento, sobretudo na área social. Para essas pessoas, a e, em decorrência, nos órgãos da administração pública.
ineficiência no serviço é um sintoma de iniquidade social, Com a crença reduzida nas instituições e na formalidade
já que os mais afortunados normalmente dispõem de burocrática, buscam-se o informal e novas instituições
outros meios. da sociedade, como associações de usuários, cidadãos
Ao imitar a gestão privada, as propostas contemporâ- e ONGs, para proteger interesses e direitos. Essas orga-
neas assumem a singularidade do cliente e suas deman- nizações e associações comunitárias diversas procuram
das como fundamentais na gestão pública. Por presu- contornar as instituições públicas existentes tentando
mirem a validade universal do management e, portanto, assumir tarefas antes vistas como exclusivas do Estado e
sua aplicabilidade igualmente às organizações públicas e mesmo influenciar a gestão de órgãos públicos e a repre-
privadas, veem a reforma como uma simples questão de sentatividade política.
modernização gerencial. Antes de planejar suas ações ou Favorecidas pela consciência popular sobre a inefi-
oferta de serviços, as organizações públicas devem co- cácia da administração pública em relação à equidade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nhecer as demandas de sua clientela. A organização pú- política, econômica e social, essas novas associações e
blica existe para servir o indivíduo: deve centralizar suas organizações agregam um espírito de proteção de inte-
ações na demanda do cliente e na sua escolha. Como no resses da maioria para contrapor-se à crença de que as
mercado, cliente é categoria primordial, e deve ser consi- instituições formais defendem e protegem interesses de
derado em todas as instâncias. uns poucos.
Essa ideologia veio contaminada e reforçada pelos Na verdade, essas novas instâncias também agem no
valores dos países mais avançados, onde o individua- sentido de penetrar nas organizações públicas para de-
lismo fundamentado na igualdade das oportunidades fender interesses de suas clientelas, por serem esses in-
constitui uma prática social comum. Por isso esses mo- teresses julgados legítimos, mas desprezados pelas elites
delos centram-se mais no indivíduo (clientes e funcioná- administrativas. Praticam também a informalidade nas
rios) e menos no contexto. A ideologia liberal centrada relações pessoais para atingir seus objetivos. Mesmo se

9
aceitando uma contraposição legítima de fazer prevale- de distribuição, troca e lealdade se mantém. No entan-
cerem direitos não-reconhecidos, a prática da informali- to, vale notar a troca de liderança feita fora dos grupos
dade excessiva, inclusive nesses casos, concorre para en- tradicionais de poder. Há novas dimensões de lealdade
fraquecer as instituições democráticas de representação fora do caciquismo tradicional. Há mais dificuldades de
política e de ação administrativa. acesso e domínio dos cargos públicos locais e mais plu-
Assim, a administração pública brasileira ainda car- ralidade nas pelejas políticas.
rega tradições seculares de características semifeudais Ademais, a nova lealdade aos provedores da ação
e age como um instrumento de manutenção do poder distributiva se transfere para líderes maiores não presen-
tradicional. Apesar do progresso em muitas instâncias de tes na localidade e, portanto, não mais facilmente destru-
governo, as formas de ação obedecem menos a razões tíveis por novos ou antigos caciques locais. Somente no-
técnico-racionais e mais a critérios de loteamento políti- vos líderes nacionais ou regionais, de igual credibilidade,
co, para manter coalizões de poder e para atender a ob- poderiam, em princípio, repor essas lideranças.
jetivos de grupos preferenciais. A modernização efetiva do Estado somente pode-
No Brasil contemporâneo, a democratização e os no- rá advir de formas que alterem o sistema de poder e o
vos processos eleitorais e os dispositivos constitucionais aglomerado político que o constitui; em outras palavras,
ajudam a levantar ou reacender expectativas sobre mais reformas que redistribuam os recursos de poder e alte-
e melhores serviços, o que, aos poucos, provoca rupturas rem os canais de comunicação entre o público e sua ad-
nas estruturas políticas tradicionais e o surgimento de ministração.
novas formas de gestão. Em países em desenvolvimento, com experiências si-
No entanto, a crescente descrença nos mecanismos milares à brasileira, tem se verificado que as forças polí-
políticos tradicionais de representação e nas instituições ticas emergentes não chegam ao poder por retração vo-
especializadas, como os partidos políticos, para apresen- luntária dos grupos preferenciais. Novos espaços, regras
tar novas alternativas de ação pública tem dificultado e estruturas políticas que repartam e unam novos recur-
esse progresso. Pode ser mais lenta a reversão da ideia sos de poder são necessários para garantir a representa-
de que os governos agem, prioritariamente, para benefi- ção de novos grupos sociais.
ciar grupos preferenciais e ajudar a manter a coalizão de Essa modernização da administração publica nos leva
poder. Mas já é notável o reconhecimento da quebra de à analise da nova gestão pública, que passa pela reforma
algumas barreiras burocráticas tanto para a obtenção de do Estado, que se tornou tema central nos anos 90 em
serviços rotineiros quanto para o recebimento de aten- todo o mundo, é uma resposta ao processo de globaliza-
ção social, como saúde e educação. ção em curso, que reduziu a autonomia dos Estados de
Ultimamente parece se ter reforçado a ilusão tradi- formular e implementar políticas e principalmente à crise
cional de que uma nova qualidade da decisão ou uma do Estado, que começa a se delinear em quase todo o
nova legitimidade da política pública seriam suficientes mundo nos anos 70, mas que só assume plena definição
para produzir maior eficiência na administração pública. nos anos 80. No Brasil, a reforma do Estado começou
Dessa forma, não seria necessário pensar em grandes re- nesse momento, em meio a uma grande crise econômi-
formas administrativas porque a nova direção faria natu- ca, que chega ao auge em 1990 com um episódio hipe-
ralmente a máquina administrativa responder com maior rinflacionário. A partir de então ela se torna imperiosa. O
produtividade e qualidade. Presume-se, assim, que difi- ajuste fiscal, a privatização e a abertura comercial, que
culdades administrativas anteriores são simples produto vinham sendo ensaiados nos anos anteriores são então
de falta de legitimidade e de apoio político mais amplo. atacados de frente (MARE, 1997).
Resolvidas essas questões por vitórias eleitorais, o resto No entanto, a reforma administrativa, só se efetivou
seria decorrência natural. como tema central no Brasil em 1995, após a eleição e
Portanto, muitos novos dirigentes chegam às posi- a posse de Fernando Henrique Cardoso. Nesse ano fi-
ções de direção político-administrativas para se frustrar cou claro para a sociedade brasileira que essa reforma se
rapidamente com a máquina burocrática: redescobrem tornara condição, de um lado, da consolidação do ajuste
que formas tradicionais de agir e de se comportar, culti- fiscal do Estado brasileiro e, de outro, da existência no
vadas secularmente, não mudam por simples reposição país de um serviço público moderno, profissional e efi-
da liderança administrativa. ciente, voltado para o atendimento das necessidades dos
Não resta dúvida de que houve no país uma amplia- cidadãos.
ção da legitimação política: novos programas sociais Outra consideração foi na área da desregulamenta-
rompem laços de grupos preferenciais tradicionais que ção, quando a proposta era a de reduzir as regras e in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dominavam paternalisticamente a redistribuição de be- tervenção do Estado aos aspectos onde ela é absoluta-
nefícios. Novos canais de distribuição de recursos sociais mente necessária. Na reforma administrativa, toda uma
retiram de grupos locais tradicionais o seu poder de pro- série de medidas contribuíram para diminuir o chamado
vedor único ou canal privilegiado de acesso ao poder. “entulho burocrático” - disposições normativas excessi-
Reconhecem-se nas comunidades novas lideranças e vamente detalhadas, que só contribuem para o engessa-
formas de obter benefícios. Destrói-se grande parte dos mento da máquina e muitas vezes à sua intransparência
sistemas locais de acesso ao poder burocrático repondo- (BERETTA, 2007).
-os com novas lideranças. Pode-se arguir ser apenas uma A maior contribuição da reforma administrativa está
troca de liderança, apenas a mudança de uma pessoa no voltada à governança, entendida como o aumento da ca-
poder, mantendo-se, porém o mesmo caráter paterna- pacidade de governo, através da adoção dos princípios
lista. De fato, parte das condições e formas tradicionais da administração gerencial:

10
Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário Como a administração pública burocrática vinha
de seus serviços; ênfase no controle de resultados atra- combater o patrimonialismo e foi implantada no século
vés dos contratos de gestão; fortalecimento e autonomia XIX, no momento em que a democracia dava seus pri-
da burocracia no core das atividades típicas de Estado, meiros passos, era natural que desconfiasse de tudo e
em seu papel político e técnico de participar, junto com de todos - dos políticos, dos funcionários, dos cidadãos
os políticos e a sociedade, da formulação e gestão de po- (MARE, 1997).
líticas públicas; separação entre as secretarias formula- Segundo o MARE (1997), a administração pública ge-
doras de políticas e as unidades executoras dessas políti- rencial parte do pressuposto de que já se chegou a um
cas, e contratualização da relação entre elas, baseada no nível cultural e político em que o patrimonialismo está
desempenho de resultados; adoção cumulativa de três condenado e a democracia é um regime político conso-
formas de controle sobre as unidades executoras de po- lidado.
líticas públicas: controle social direto (através da transpa- Segundo Beretta (2007), são grandes os impactos
rência das informações, e da participação em conselhos); pretendidos com a administração gerencial, no grau de
controle hierárquico gerencial sobre resultados (através accountability (entendida como responsabilidade ou
do contrato de gestão); controle pela competição admi- intuito de prestar contas a sociedade) das instituições
nistrada, via formação de quase-mercados (BRESSER PE- públicas, e aqui se abrem a ligações entre governança e
REIRA, 1997, p. 42). governabilidade democrática.
Dessa forma, a reforma administrativa distingue-se Na concepção da atual reforma administrativa, a go-
das propostas de total ‘insulamento burocrático’, apro- vernabilidade depende de várias dimensões políticas,
ximando-se mais do conceito de ‘autonomia inserida’ de dentre elas a qualidade das instituições políticas quanto
Peter Evans (1995, apud BERETTA, 2007). à intermediação de interesses; a existência de mecanis-
mos de responsabilização (accountability) dos políticos e
Da Administração Burocrática à Gerencial burocratas perante a sociedade, a qualidade do contra-
to social básico. Essas dimensões remetem lato sensu à
A administração burocrática clássica, baseada nos reforma política, essencial à reforma do Estado no Brasil
princípios de administração do exército prussiano, foi (BRESSER PEREIRA, 1997, p. 36).
implantada nos principais países europeus no final do sé- A reforma gerencial da administração pública, ao
culo passado e no Brasil, em 1936, com a reforma admi- modificar de maneira essencial as formas de controle no
nistrativa promovida por Maurício Nabuco e Luís Simões interior do aparato estatal, ao se referir sobre a alta buro-
Lopes. É a burocracia que Max Weber descreveu, basea- cracia e sobre as instituições públicas, dando ao mesmo
da no princípio do mérito profissional (MARE, 1997). tempo maior transparência às decisões administrativas,
No texto do MARE (1997), ainda se considera que, mostrando-as à sociedade, e não apenas da própria bu-
embora tenham sido valorizados instrumentos impor-
rocracia, pode contribuir para o aumento da responsabi-
tantes à época, tais como o instituto do concurso público
lização dos administradores públicos. Para isto, a infor-
e do treinamento sistemático, não se chegou a adotar
mação é insumo fundamental. E não há, aí, contraposição
consistentemente uma política de recursos humanos que
entre aumento de eficiência e aumento de responsabili-
respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialis-
dade (BERETTA, 2007).
mo, contra o qual a administração pública burocrática se
instalara, embora em processo de transformação, manti-
Em síntese, a administração pública gerencial está
nha ainda sua própria força no quadro político brasileiro.
A expressão local do patrimonialismo - o coronelismo - baseada em uma concepção de Estado e de sociedade
dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo e continuava democrática e plural, enquanto que a administração pú-
a permear a administração do Estado brasileiro. blica burocrática tem um vezo centralizador e autoritário.
A administração pública burocrática foi adotada para O fato é que a reforma administrativa em curso não
substituir a administração patrimonialista, que caracteri- é suficiente para superar as responsabilidades existentes
zou as monarquias absolutas, na qual o patrimônio pú- no país. Não pode, nem pretende de imediato, alterar
blico e o privado eram confundidos. significativamente a composição do gasto público, ou a
O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção era lógica orçamentária.
a norma. Tornou-se assim necessário desenvolver um tipo Mas pode contribuir pelo menos quanto a um dos
de administração que partisse não apenas da clara distinção lados perversos das políticas sociais: o mau uso dos re-
entre o público e o privado, mas também da separação en- cursos disponíveis. Pode também favorecer a construção
tre o político e o administrador público (MARE, 1997). da governabilidade democrática, via maior transparência
e responsabilidade do aparelho de Estado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Surge assim a administração burocrática moderna, ra-


cional-legal; a organização burocrática capitalista, basea-
da na centralização das decisões, na hierarquia traduzida Conceitos de gestão pública
no princípio da unidade de comando, os Dois Objetivos
e os Setores do Estado na estrutura piramidal do poder, Muito se fala sobre gestão pública, mas poucas pes-
nas rotinas rígidas, no controle passo a passo dos pro- soas conhecem o significado da expressão, e este assun-
cessos administrativos. to é de muita importância ao administrador público, pois
Também surge a burocracia estatal formada por ad- delimita, com absoluta clareza, o campo de sua atuação,
ministradores profissionais especialmente recrutados e indicando-lhe o caminho certo no trato da coisa pública.
treinados, que respondem de forma neutra aos políticos Para Santos, (2006) “gestão pública refere-se às fun-
(MARE, 1997 – CADERNO 3). ções de gerência pública dos negócios do governo”.

11
Assim, de acordo com Silva (2007) pode-se classificar, Essa nova gestão se baseia na informação, cuja es-
de maneira resumida, o agir do administrador público sência assume o caráter do conteúdo da ação de ter que
em três níveis distintos: ser transmitida, depois de analisada e armazenada, bem
a) atos de governo, que se situam na órbita política; como ser liberada, para que possa servir para as futuras
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada tomadas de decisões, para novo controle e para a subse-
à lei; quente avaliação.
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes Assim, resume-se que a gestão pública moderna tem
parâmetros básicos: como fundamento um conteúdo ético, moral e legal por
I- tradução da missão; parte daqueles que dela participam, tendo como objeti-
II- realização de planejamento e controle; vo a crença no resultado positivo da política pública a ser
III- administração de R. H., materiais, tecnológicos e implementada e na credibilidade na administração públi-
financeiros; ca exercida pelos mesmos. É igualmente um componente
IV- inserção de cada unidade organizacional no foco dela a existência de um conteúdo pleno de elementos
da organização; e tecnológicos que facilitem a utilização destes para ad-
V- tomada de decisão diante de conflitos internos e ministrar com potencial de eficácia e eficiência que se
externos. espera da Administração dos bens públicos.

Portanto, fica clara a importância da gestão pública A Nova Gestão Pública…


na realização do interesse público porque é ela que vai
possibilitar o controle da eficiência do Estado na realiza- FERLIE et al. (1999)
ção do bem comum estabelecido politicamente e dentro • A partir de uma revisão bibliográfica sobre a reforma
das normas administrativas. administrativa em diferentes países nas décadas de
Infelizmente, a grande maioria dos agentes políticos 80 e 90, os autores evidenciam a existência de 4
desconhece totalmente esta importante ferramenta que (quatro) modelos da NPM que foram introduzidos
está à sua disposição, resultando em gastos públicos ina- no setor público.
dequados ou equivocados, ineficiências na prestação de • Utilizando-se do construto do tipo ideal weberiano,
serviços públicos e, sobretudo, no prejuízo financeiro e esses autores descrevem esses modelos, denomi-
moral da sociedade. nados de Impulso para a Eficiência, Downsizing e
Portanto, o gestor público não precisa temer a ges- Descentralização, Em Busca da Excelência e Orien-
tão pública, por receio de perda de poder político, mas tação para o Serviço Público.
ao contrário, deve conhecê-la e utilizá-la como forma in-
teligente de aumento de seu prestígio político porque - Modelo de Impulso para a Eficiência
somente através dela será possível dirigir política e admi- Baseado na Economia Política do Tatcherismo (public
nistrativamente uma pessoa ou organização estatal com choice)
objetividade, racionalidade e eficiência (SILVA, 2007).
A gestão pública, portanto, considerando o princípio • Exacerbação dos controles financeiros
econômico da escassez, em que as demandas sociais são • Parametrização dos serviços públicos
ilimitadas e os recursos financeiros para satisfazê-las são • Foco na capacidade de resposta
escassos, deve priorizar a administração adequada, eficaz • Incremento de produtividade
e eficiente de tudo aquilo que for gerado no seio social,
sempre tendo em vista o interesse do coletivo. Eficiência crua
Somados ao conceito de gestão pública, é relevante
entender o que vem a ser o moderno dentro dessa aná- - Modelo Downsizing e Descentralização
lise, portanto, usam-se as concepções de alguns auto- Associado a crise do paradigma das mega organiza-
res como Bueno e Oliveira (2002), que conceituam ser a ções públicas
modernização da administração carregada de objetivos • Processos de Privatização
a serem cumpridos, como: combater o patrimonialismo • Redução de Hierarquia
e o clientelismo vigentes durante tantos anos; melhorar • Busca de formas flexíveis na prestação do serviço
a qualidade da sua prestação de serviços à sociedade; público
aprimorar o controle social; fazer mais ao menor custo • Gerenciamento em redes e parcerias (gestão de
possível, aumentando substancialmente a sua eficiência, contratos)
pois não há recursos infinitos disponíveis para o alcan-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ce de todas as demandas sociais, conforme conceituam. Minimalista, descentralizador.


Neste sentido, Garde (2001, apud Marques, 2003, p. 221),
conceitua que: - Em Busca da Excelência
A nova Gestão Pública trata de renovar e inovar o fun-
cionamento da Administração, incorporando técnicas do Rejeita o economicismo e adota a vertente gerencia-
setor privado, adaptadas às suas características próprias, lista
assim como desenvolver novas iniciativas para o logro da • Cultura Organizacional (visão, liderança, comunica-
eficiência econômica e a eficácia social, subjaz nela a filo- ção)
sofia de que a administração pública oferece oportunida- • Gestão de Mudança
des singulares, para melhorar as condições econômicas e • Busca da Qualidade (TQM)
sociais dos povos. • Cidadão = Cliente (OSBORNE, GABLER, 1992).

12
Análise custo-benefício + Eficácia Gerencial

- Orientação para o Serviço Público


Propõe a criação de valor público (gerencialismo + democracia)
• Foco no usuário-cidadão (e não no cliente)
• Incorporação substantiva da participação política
• Transparência administrativa
• Desconcentração do poder e aprendizagem social

Efetividade (MOORE, 2002).

As Narrativas Político-Administrativas da Atualidade

Estado ativo Planejamento Estratégico e Provedor de Serviços Diversos

Estado eficiente e eficaz Administração pública como “negócio“, foco na melhoria da prestação de serviços
públicos, discurso anti burocracia, orientação para o desempenho e o usuário, trans-
ferência de ações (Estado Rede)
Estado ativador e efetivo Criação de valor público, geração de capital social, engajamento cívico capital social,
engajamento cívico, coordenação de atores público e privados, inclusão social, com-
partilhamento de reponsabilidades

Pressupostos da Nova Gestão Pública


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A prestação de serviços públicos e a provisão de políticas públicas deve orientar-se, complementarmente, pela
eficiência, eficácia e a efetividade.

13
Ex.: Vertente Gerencial

- Respeitando os Ditames Legais


- Articulando os interesses políticos
- Focando a Obtenção de Resultados
- Aperfeiçoando a Gestão Pública

Ex.: Vertente Gerencial


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

14
Fonte: Coelho & Olenscki, 2005.

A (Re)configuração da Gestão Pública no Brasil (pós-90)


• Abertura comercial (Globalização)
• Organismos Internacionais
• (Re)definição do Quadro Fiscal
• Avanço da Redemocratização
• Controle Social (e Político) do Executivo
• Reforma do Estado
• Constituição de 1988

Num contexto de edificação de uma Nova Gestão Pública (teoria, práxis)


• Dimensão econômico-financeira
• Dimensão administrativa-institucional
• Dimensão sociopolítica

Gestão Pública (Gerencial) no Brasil - Experiência de reforma do Estado do MARE (1995) - Diagnóstico Ins-
titucional
• Centralização
• Controles Formais (legalidade)
• Falta de indicadores
• Ausência de informações
• Ausência de Controle Social

Objetivos da Reforma
• Aumentar a governança do Estado
• Limitar as funções do Estado
• Transferir da União para estados e municípios as ações de caráter local
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Reverter a crise de eficiência e confiabilidade


• Voltar a AP para o cidadão
• Fazer melhor e custar menos

Desafios imediatos do setor público brasileiro


_ o combate à corrupção
_ a superação do formalismo
_ a diminuição do clientelismo
_ o pacto federativo
_ a redução de desigualdades

15
_ aumento da eficiência sistêmica e da eficácia dos Alternativa C: CERTA
serviços públicos e da efetividade das políticas pú- Alternativa D: ERRADA - o foco era na tarefa e não
blicas (importância da gestão)2
2. (CESPE/2017 – TRT/7ª Região - CE) O objetivo da
nova gestão pública é
EXERCÍCIOS COMENTADOS a) assegurar a impessoalidade e a racionalidade técni-
ca na gestão pública por meio da burocratização dos
1. (CESPE/2017 – TRT/7ª Região - CE) Na abordagem processos.
científica da organização do trabalho preconizada por b) fomentar a eficiência da administração por meio da
Taylor, destaca-se a variável distintiva   redução de custos e da melhora na qualidade dos ser-
viços.
a) adaptação das máquinas ao trabalhador. c) promover o poder racional-legal como estratégia de
b) controle da saúde dos trabalhadores. combate à corrupção e ao nepotismo.
c) especialização do trabalho. d) garantir o acesso à propriedade privada para o gestor
d) conforto dos trabalhadores. e os seus servidores.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra B. A nova gestão pública, também co-


Nesse tipo de questão, o que vale é realmente conhe- nhecida como modelo gerencial de gestão possui foco
cer o pensamento dos autores. Abaixo, uma lista com nos procedimentos, com controle voltado para os re-
alguns dos autores mais recorrentes nas provas e suas sultados, com características de multifuncionalidade,
teorias. flexibilização das relações de trabalho, busca atender
Taylor - considerado o “Pai da Administração Científi- ao cidadão através do alcance de resultados.
ca”. Seu foco era a eficiência e eficácia operacional na
administração industrial.
Fayol - racionalização da estrutura administrativa
Weber - divisão do trabalho baseada na especializa- PROCESSO ADMINISTRATIVO. FUNÇÕES
ção funcional DA ADMINISTRAÇÃO: PLANEJAMENTO,
Maslow – Hierarquia das necessidades ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE.
Alderfer – E(Existencial) R(Relacionamento) C(Cresci-
mento)
Vroom – Valor da recompensa (Valência; instrumenta- Processo administrativo
lidade; expectativa)
Skinner – Reforços e Punições Como vimos acima, a Administração é o ato de ad-
McClelland – Realização Pessoal; Afiliação (relaciona- ministrar ou gerenciar negócios,  pessoas ou recursos,
mento); Poder (influência) com o objetivo de alcançar metas definidas.
Herbert Simon – Decisões programadas e não-pro- A gestão de uma empresa ou organização se faz de
gramadas forma que as atividades sejam administradas com plane-
Armand Feigenbaum – Total Quality Control ou Con- jamento, organização, direção, e controle.
trole da Qualidade Total. Segundo alguns autores (Montana e Charnov) o ato
Walter Stewan – Ciclo PDCA (plan-do-check-act). de administrar é trabalhar com e por intermédio de ou-
Kaoru Ishikawa – sete ferramentas do controle es- tras pessoas na busca de realizar objetivos da organiza-
tatístico da qualidade (diagrama de causa e efeito; ção bem como de seus membros.
folhas de verificação; histograma; cartas ou folllas de O processo administrativo apresenta-se como uma
controle; fluxograma; diagrama de Pareto; diagrama sucessão de atos, juridicamente ordenados, destinados
de dispersão e diagrama de lshikawa). todos à obtenção de um resultado final. O procedimento
Garvin – Abordagens gerais de qualidade é, pois, composto de um conjunto de atos, interligados e
Joseph Juran – trilogia da qualidade: planejamento, progressivamente ordenados em vista da produção des-
controle e melhoria. se resultado.
Philip Crosby – Defeito Zero O devido processo legal simboliza a obediência às
Edwards Deming – Kaizen, melhoria contínua normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Charles H. Kepner – Matriz GUT constitucional concedida a todos os administrados, as-


Ford – linha de produção; princípios de intensificação, segurando um julgamento justo e igualitário, assegu-
economicidade e produtividade rando a expedição de atos administrativos devidamente
Porter - Teoria das 5 forças motivados bem como a aplicação de sanções em que se
Alternativa A: ERRADA – o processo era o de adap- tenha oferecido a dialeticidade necessária para carac-
tação do trabalhador às maquinas. terização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais
Alternativa B: ERRADA – o foco era na tarefa, no já tem demonstrado essa posição no sistema brasileiro,
processo produtivo. qual seja, de defesa das garantias constitucionais proces-
suais no sentido de conceder ao cidadão a efetividade
2 Fonte e texto adaptado de: www.al.sp.gov.br/www.escoladegoverno.
de seus direitos.
pr.gov.br/Fernando Coelho/ Carlos Alberto Bonezzi/Luci Léia De
Oliveira Pedraça/ Paulo Roberto Motta

16
Seria insuficiente se a Constituição garantisse aos cidadãos inúmeros direitos se não garantisse a eficácia destes.
Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou, também, princípio do processo justo, garante a regularidade
do processo, a forma pela qual o processo deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos processuais
e administrativos.
Cabe ressaltar que o princípio do devido processo legal resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades
jurisdicionais e executivas.
O processo é composto de fases e atos processuais rigorosamente seguidos, viabilizando as partes a efetividade do
processo, não somente em seu aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu escopo social, ético e econômico,
assegurando o cumprimento dos princípios constitucionais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um Estado
Democrático de Direito.
Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do público, mediante processo justo, e mediante a segurança
dos trâmites legais do processo.

Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle

A administração assim como suas funções sofreram constantes mudanças, muito visíveis no último século. Com a
chegada de novas tecnologias, novas formas de produção, vendas, logística e mudanças na parte contábil e financeira
as teorias assim como a prática precisaram adaptar-se a uma nova realidade administrativa.

Das funções da administração de Henri Fayol (precursor dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são
demonstradas como PO3C: A primeira delas é:
Planejar, isso significa que você terá que criar planos para o futuro de sua organização. Nesse momento começa-
mos a programar o que estava no planejamento com o objetivo, claro, de colocar em prática o que está no papel, e é
durante esse passo da programação que vemos a estrutura organizacional, a situação da empresa e das pessoas que
compõe ela.
A segunda função da administração é Organizar. Afinal, qual o sentido de ser uma pessoa organizada? é aquela
que sabe onde, fisicamente, se encontra o que é necessário no momento certo, que transforma o ambiente/local de
trabalho dela em um ambiente de fácil entendimento para qualquer um encontrar o que precisa? Também, mas no
sentido que Fayol define é que as empresas são feitas de pessoas e estrutura física, essa função administrativa utiliza
da parte material e social da empresa.
A terceira função é Comandar. Essa função serve para orientar a organização, dirigir também. Se a empresa está
rumo a um caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, se for preciso, ou orientar a organização
para traçar o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orientá-la e dirigi-la.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma função primordial para motivar as pessoas que estão em um
ambiente de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem relação em se esforçarem com o objetivo
de cumprirem metas e, de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador da empresa.
E por último, a quinta função administrativa é Controlar. Uma organização sem normas e regras, certamente, terá
menos desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções administrativas conduzem a uma administração
eficaz das atividades da organização. Mas, com o passar do tempo, as funções Comando e Coordenação formaram
uma só função, a de Direção. Então as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar).
Em síntese, dentro do modelo atual temos:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

17
Fonte e texto adaptado de: www.al.sp.gov.br/www.escoladegoverno.pr.gov.br/Fernando Coelho/ Carlos Alberto
Bonezzi/Luci Léia De Oliveira Pedraça/ Paulo Roberto Motta/Carlos Ramos

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Organizações são instituições, sejam elas de personalidade jurídica ou física, privada ou pública, onde, pessoas que
compartilham de objetivos em comum, conseguem, através da execução de diversos procedimentos, embasados em
processos decisórios, atingir um resultado dentro da proposta que originou a criação dessa organização.
São vários os modelos de organização, porém, independente do modelo que possua, todas elas possuem três dife-
rentes níveis de gestão, conforme veremos na figura a seguir, conforme nos ensina Idalberto Chiavenato.

18
1.Habilidades gerenciais

Como já sabemos, a organização existe em função de um objetivo e, para que esse objetivo seja desenvolvido de
fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às competências e habilidades gerencias, de que forma
isso é representado na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na administra-
ção.

Para compreender a habilidade ideal para cada situação a dividimos em três classes:

1.1. Níveis Hierárquicos

Conforme a figura acima nos mostra, existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que
são divididos em:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

19
Essa divisão precisa ser o mais clara e definida possível dentro da organização, de forma que cada um tenha pleno
conhecimento do seu papel e responsabilidade, desenvolvendo suas competências de forma eficaz e alinhada.

Com base nos três níveis acima citados, veremos a seguir um quadro demonstrativo descritivo e relacional desses
níveis.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
 Unidade,
Abrangência  Instituição  Setor, Equipe
Departamento
 Presidência,  Diretoria,  Coordenação, Líder
Área
Alto Comitê Gerência Técnico
 Experiência,
Perfil  Visão, Liderança  Técnica, Iniciativa
Eficácia
Horizonte  Longo Prazo  Médio Prazo  Curto Prazo
Foco  Destino  Caminho  Passos
 Planos de ação,
Diretrizes  Visão, Objetivo  Processos, atividades
projetos
 Abrangente,  Amplo, mas
Conteúdo  Específico, Analítico
Genérico sintético
 Determinar,  Projetar,  Executar, manter,
Ações
Definir, orientar Gerenciar Controlar, analisar
 Painel de
Software  Planilha  Aplicações específicas
Controle
Fonte: Marcio D’Ávila

1.1.1. As Principais Habilidades Gerenciais são:


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias ativi-
dades e as do seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências disponíveis.
• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações indivi-
duais e grupais, apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus
ouvintes a aceitá-las.
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais
de seus colaboradores e superiores.

20
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação Habilidades (Saber como Fazer)
pessoal e desejo de realização no trabalho. Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma,
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é
impressão, captar atenção e respeito, adquirir con- variado. De acordo com alguns autores, para que um ad-
fiança e conseguir reconhecimento pessoal. ministrador possa conquistar uma posição de destaque,
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um bem como saber administrar, defini-se a existência das
alto nível de atividade (Garra). seguintes habilidades:
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao traba-
grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um lho operacional;
objetivo específico. » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
visão da empresa como um todo;
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na um líder eficaz e eficiente.
administração em:
1.2 Estrutura organizacional
1. Conhecimento – Estar a par das informações ne-
cessárias para poder desempenhar com eficácia as Falar em estrutura organizacional é falar da forma
suas funções. como as atividades e os recursos (de todos os tipos) se-
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: rão organizados para atingir o objetivo da organização,
• Técnicas (Funções especializadas) ou seja, a forma como serão alocados os recursos finan-
• Administrativas (compreender os objetivos organi- ceiros, materiais, humanos e todos os demais, dentro da
zacionais) divisão de tarefas, departamentos e cargos.
• Conceituais (compreender a totalidade) De acordo com Chiavenato a estrutura garante a to-
• Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negocia- talidade de um sistema e permite sua integridade, assim
ção). são as organizações, diversos órgãos agrupados hierar-
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário quicamente, os sistemas de responsabilidade, sistemas
e colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de de autoridade e os sistemas de comunicações são com-
agir, ponto de referência para a compreensão da ponentes estruturais.
realidade. Existem vários modelos de organização e, essas, vá-
rios níveis de influência, podendo esses níveis ser estraté-
1.2. As três dimensões da competência gicos ou táticos, sendo ambos deveramente importantes
para a manutenção do controle organizacional.
As competências são formadas por três dimensões: As Organizações formais possuem uma estrutura hie-
atitude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é rárquica com suas regras e seus padrões, onde, através
independente, mas ambas estão interligadas. Ele afirma de seus organogramas, apresentam uma estrutura de-
ainda que o desenvolvimento das competências está na finida e dimensionada, facilitando a autonomia interna,
aprendizagem individual e coletiva. (Tommas Durand) agilizando o processo de desenvolvimento de produtos e
serviços. Elas apresentam cinco características básicas, a
Atitude (Querer Fazer) saber: divisão do trabalho, especialização, hierarquia,
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competên- amplitude administrativa e racionalismo da organi-
cias que permitem as pessoas interpretarem e julgarem a zação formal. Para atender a essas características que
realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas mudam de acordo com as organizações, a organização
atitudes que se destacam: formal pode ser estruturada por meio de três tipos: li-
• » Saber ouvir; near, funcional e linha-staff, de acordo com os autores
• » Auto motivação; clássicos e neoclássicos”.
• » Auto controle; As organizações fazem uso do organograma que me-
• » Dar e receber feedback; lhor representa sua realidade e, dentro de qualquer or-
• » Resolução de problemas; ganograma, considerar as diversidades de informações é
• » Determinação; muito importante, é preciso estar atento para sua relevân-
• » Proatividade; cia na tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade
• » Honestidade e ética nos negócios, etc. da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para o desenvolvimento de sistemas de informação,


Conhecimento (Saber Fazer) há que se definir qual informação e como ela vai ser man-
O conhecimento é essencial para a realização dos tida no sistema, deve haver um estudo no organograma
processos da organização. De acordo com o nível de da empresa verificando assim quais os dados e quais os
conhecimento de um gerente, existe o essencial, aquele campos vão ser necessários para essa implantação.  Cada
que todo profissional deve saber, como dominar os pro- empresa tem suas características e suas necessidades, e
cedimentos, conceitos, informações necessários ao fun- o sistema de informação se adéqua a organização e aos
cionamento da empresa. E, aquele mais específico, em seus propósitos.
que é necessário analisar os indivíduos e o contexto de
trabalho.

21
Outro aspecto relevante na estrutura organizacional são as pessoas, tanto que, ao analisar a teoria das necessidades
de Maslow, observamos que as pessoas são sujeitos presentes em todos os níveis; conforme demonstrado na teoria,
em primeiro na base da pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, sexo, depois ele nomeia
segurança como o segundo item mais importante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois necessida-
des afetivo sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos, família; necessidades de status e estima, aqui podemos
dar como exemplo a necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo
Maslow colocou as necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser,
explorando suas possibilidades.
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido”  também é  coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a
pirâmide de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que
faz com que nossa vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas motivações que nos
levam a agir. Os colaboradores são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais tempo nas atividades em
que estão motivados. Sendo assim um funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir autorrealização
sem necessariamente ter passado por todas as escalas da piramide. Mas o que é realização para um, não é realização para
todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
Posto isto, concluímos que o comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no
sucesso ou insucesso da mesma, o comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho.
Outro elemento presente na estrutura organizacional é o líder.
Esses são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de
exercer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo.
Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e interca-
lar objetivos pessoais e organizacionais.
A definição de como será a relação entre as linhas diretivas e a equipe pode causar impactos nos resultados ob-
tidos pela organização, por exemplo, no processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os
colaboradores travados, sem poder de opinião, enquanto no processo de descentralização existe maior estimulo por
parte dos funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.

Como vimos, a estrutura organizacional é uma composição de vários elementos e aspectos que, ao serem colocados em
prática, pode proporcionar um processo mais adequado de administração, através de resultados como vemos abaixo:
- Clareza na identificação de tarefas
- Melhor gestão do tempo e de recursos
- Alinhamento entre objetivos e desempenho
- Melhor clima organizacional

Benefícios de uma estrutura adequada.


- Identificação das tarefas necessárias;
- Organização das funções e responsabilidades;
- Informações, recursos, e feedback aos empregados;
- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
- Condições motivadoras.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

22
1.3 Estrutura formal e informal

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.

1.3.1. Elaboração da estrutura organizacional


- Não é estática.
- É representada graficamente pelo organograma.
- É dinâmica.
- Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.
- (Delinear = Criar, aprimorar).
- Deve ser planejada.

O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:


- Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas.
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou
grupos.
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
- Informação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Recursos para o trabalho


- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas
- Motivação

23
1.3.2. Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

1.3.3. Componentes da estrutura organizacional


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

24
1.3.4. Condicionantes da estrutura organizacional

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados,
quais sejam:
- A mudança na estrutura organizacional.
- O processo de implantação; e
- As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por: 
- Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).
- Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em
direção ao cliente).
- Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
- Ênfase nas equipes de trabalho.
- Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
- Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).
- Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.
- Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que ela foi criada).


- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de
agregar valor ao negócio.

1.4 Tipos de organização

Podemos classificar organizações em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.


Dentre as Estruturas Tradicionais temos as Organizações Linear, Funcional e Linha Staff conforme veremos abaixo.

ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas
diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade

25
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especiali-
zação das funções para cada tarefa.
Princípio funcional separa, distingue e especializa: é o germe do staff
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor
dos dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.
É hoje o tipo organizacional mais adotado.
Na organização linha-staff temos dois órgãos distintos: órgão de execução (linha) e órgão de apoio (staff).

Principais Funções do Staff


- Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc.
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.
- Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

26
Já no conceito de Estruturas Contemporâneas temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com
tempo de duração pré-definido e profissional contratados especificamente para cada projeto.
Utilizado quando:
- Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
- Planos sujeitos a mudanças;
- Dificuldade de prognósticos;
- Exigência do cliente e
- Estrutura organizacional rígida.
- Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:
- Definir as funções do projeto;
- Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
- Definir as atribuições das funções (responsabilidades e autoridades) e
- Alocar pessoal.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas
que também adotam as estruturas divisional, funcional, staff entre outras, fazendo uso de diversas tecnologias.

27
1.5 Tipos de departamentalização

Departamentalização: Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da


empresa.
É o agrupamento de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondente recur-
sos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organizacionais.
A forma de departamentalizar deve corresponder à configuração que a organização pretende trabalhar, podendo
esta adotar mais de uma forma de departamentalização.

1.5.1. Departamentalização por funções


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

28
1.5.2. Departamentalização por produto

1.5.3. Departamentalização territorial

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
controle da administração de cúpula em cada região.

29
1.5.4. Departamentalização por cliente

1.5.5. Departamentalização por processo ou equipamento

1.5.6. Departamentalização por projeto


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

30
1.5.7. Departamentalização de matriz

1.5.8. Departamentalização mista

É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade organiza-
cional.

A melhor forma de departamentalizar

Para evitar problemas na hora de decidir como departamentalizar, pode-se seguir certos princípios:
- Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
- Principio do maior interesse – o departamento que tem maior interesse pela atividade deve supervisiona-la.
- Principio da separação e do controle – As atividades do controle devem estar separadas das atividades controladas.
- Principio da supressão da concorrência – Eliminar a concorrência entre departamentos, agrupando atividades
correlatas no mesmo departamento.

Outro critério básico para departamentalização está baseado na diferenciação e na integração, são:

Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades diferentes devem ficar em departamentos separados.
A diferenciação ocorre quando:

O fator humano é diferente


A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes
Os ambientes externos são diferentes,
Os objetivos e as estratégias são diferentes.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Integração – Quanto mais atividades trabalham integradas, maior razão para ficarem no mesmo departamento.
O Fator de integração é: Necessidade de coordenação.

1.6 - Organização administrativa:

A compreensão da administração pública se faz em dois aspectos:

Sentido subjetivo: inclui as atividades destinadas à satisfação do interesse público (exceto as legislativas e judi-
ciais): serviços públicos, poder de polícia, fomento e intervenção direta na economia
Sentido Objetivo: conjunto de unidades administrativas, dotadas ou não de personalidade jurídica que têm por
finalidade executar as atividades acima referidas.

31
O Estado, para realizar a sua função administrati- a.4) Administração Direta Municipal
va, pode organizar-se administrativamente da forma e A administração direta municipal é dirigida pelo
modo que melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limita- Prefeito, que, unipessoalmente, comanda,
ções e princípios constitucionais. supervisiona e coordena os serviços de peculiar
No Brasil, a organização administrativa se dá através interesse do Município, auxiliado por Secretários
da Administração Direta e da Administração Indireta, po- municipais, sendo permitida, ainda, a criação
dendo realizar sua função de forma centralizada, descen- de autarquias e entidades estatais visando à
tralizada, concentrada ou desconcentrada. descentralização administrativa.

Veremos agora como se dá a organização adminis- a.5) Administração Direta do Distrito Federal.
trativa no âmbito da União e, na sequencia, as formas de Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
realizar a função administrativa. legislativas reservadas aos Estados e Municípios;
entretanto, não é nenhum nem outro, constituindo
ADM DIRETA: composta de órgãos públicos desper- uma entidade estatal anômala, ainda que, se as-
sonalizados semelhe mais ao Estado, pois tem Poderes Legis-
ADM INDIRETA: composta de entidades jurídicas lativo, Judiciário e Executivo próprios. Pode ainda,
dotadas de personalidade jurídica própria. organizar seu sistema de ensino, instituir o regime
jurídico único e planos de carreira de seus servido-
a) Administração Direta res, arrecadar seus tributos e realizar os serviços
A Administração Pública, não é propriamente cons- públicos de sua competência.
tituída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço
do Estado, na gestão de bens e interesses qualifi- b) Administração Indireta
cados da comunidade, o que nos permite concluir A Administração indireta é o conjunto de entes
que no âmbito federal, a Administração direta é (personalizados) que, vinculados a um Ministério,
prestam serviços públicos ou de interesse público.
o conjunto dos órgãos integrados na estrutura
A Administração Indireta, via de regra, possui, so-
administrativa da União.
mente, poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em
tese, formular políticas públicas. O Banco Central é uma
Administração Direta possui poderes políticos e
exceção a essa regra.
administrativos, eis que é responsável pela formula-
ção de políticas públicas.
a.1) Órgãos Públicos. FIQUE ATENTO!
Órgãos Públicos são centros de competência instituí- A expressão “Administração Indireta”, que
dos para o desempenho de funções estatais atra- doutrinariamente deveria coincidir com
vés de seus agentes, cuja atuação é imputada à “Administração Descentralizada”, dela se
pessoa jurídica a que pertencem. afasta parcialmente. Por isto, ficaram fora da
Características dos Órgãos: categorização como Administração indireta
• não tem personalidade jurídica; os casos em que a atividade administrativa
• expressa a vontade da entidade a que pertence é prestada por particulares, “concessioná-
(União, Estado, Município); rios de serviços públicos”, ou por “delega-
• é meio instrumento de ação destas pessoas ju- dos de função ou ofício público”.
rídicas;
• dotado de competência, que é distribuída por seus
cargos. Em síntese, a administração federal compreende:
I – a administração direta, que se constitui dos servi-
a.2) Administração Direta Federal ços integrados na estrutura administrativa da Pre-
A Administração direta Federal é dirigida por um ór- sidência da República e dos Ministérios;
gão independente, supremo e unipessoal, que é a II – a administração indireta, que compreende as se-
Presidência da República, e por órgãos autônomos guintes categorias de entidades, dotadas de per-
também, unipessoais, que são os Ministérios, aos sonalidade jurídica própria:
quais se subordinam ou se vinculam os demais ór- a) autarquias;
gãos e entidades descentralizadas. b) fundações públicas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) agências reguladoras;
a.3) Administração Direta Estadual d) agências executivas;
A Administração direta Estadual acha-se estruturada e) empresas públicas; e
em simetria com a Administração Federal, atenta f) sociedades de economia mista.
ao mandamento constitucional de observância aos
princípios estabelecidos na mesma, pelos Estados- Todas as entidades da administração indireta estão
-membros, e às normas complementares, relativa- sujeitas:
mente ao atendimento dos princípios fundamen- - à necessidade da lei, para a sua criação;
tais adotados pela Reforma Administrativa. aos princípios da administração pública;
- à exigência de concurso público para admissão do
seu pessoal; e

32
- à licitação para suas contratações. Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo
- A autarquia qual se comprometem a atingir metas pré-estabeleci-
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia das. Caso não as atinja, podem vir a perder a qualificação
mista e as Fundações conseguida.
- Subsidiárias das referidas entidades As Agências Executivas são autarquias que vão de-
sempenhar atividades de execução na administração
São todas criadas através de Lei. pública, desfrutando de autonomia decorrente de con-
trato de gestão. É necessário um decreto do Presidente
b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público da República, reconhecendo a autarquia como Agência
b.1.1) Autarquias Executiva. Ex.: INMETRO.
Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direi-
to Público, de natureza meramente administrati- b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas pelo
va, criadas por lei específica, para a realização de Estado
atividades, obras ou serviços descentralizados da b.2.1) Empresas Públicas
entidade estatal que as criou (desempenham ati- Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito
vidade típica da entidade estatal que a criou). Privado criadas por lei específica, com capital ex-
As autarquias são criadas para desempenharem ativi- clusivamente público, para realizar atividades de
dades típicas da administração pública e não ativi- interesse da Administração instituidora nos moldes
dades econômicas. O nosso direito positivo limitou da iniciativa particular, podendo revestir qualquer
o seu desempenho desde o Decreto-Lei 200. forma e organização empresarial. Ex: ECT, CEF,
Funcionam e operam na forma estabelecida na lei CAESB, etc.
instituidora e nos termos de seu regulamento. As
autarquias podem desempenhar atividades eco- O que caracteriza a empresa pública é seu capital ex-
nômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer clusivamente público, de uma só ou de várias entidades,
outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sempre capital público. Sua personalidade é de Di-
mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas reito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos
ao controle finalístico de sua administração e da comerciais. É uma empresa, mas uma empresa estatal
conduta de seus dirigentes. por excelência, constituída, organizada e controlada pelo
Poder Público.
b.1.2) Fundações Públicas Difere da autarquia e da fundação pública por ser de
São pessoas jurídicas de direito público, com caracte- personalidade privada e não ostentar qualquer parcela
rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização de poder público; distingue-se da sociedade de econo-
legal para desenvolver atividades que não sejam, mia mista por não admitir a participação do capital par-
obrigatoriamente, típicas do Estado. ticular.
Qualquer das entidades políticas pode criar empresa
Características: pública, desde que o faça por lei específica (CF, art. 37,
- Equiparam-se às autarquias; IX); a empresa pública pode ter forma societária econô-
- Têm persona lida de jurídica de direito público; mica convencional ou especial; tanto é apta para realizar
- Base patrimonial. atividade econômica como qualquer outra da compe-
tência da entidade estatal instituidora; quando explorar
O posicionamento das Fundações Públicas sempre atividade econômica, deverá operar sob as normas apli-
foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada cáveis às empresas privadas, sem privilégios estatais; em
essa dubiedade de posicionamento quando determina qualquer hipótese, o regime de seu pessoal é o da legis-
que a Fundação Pública é submetida ao regime da ad- lação do trabalho.
ministração indireta. O patrimônio da empresa pública, embora público
As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar- por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na
quias. Possuem personalidade jurídica de direito público. forma regulamentar ou estatutária, independentemente
Hoje, não mais existe justificativa para se manter a de autorização legislativa especial, porque tal autoriza-
diferença entre as Fundações e as Autarquias. ção está implícita na lei instituidora da entidade. Daí de-
corre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve
b.1.3) Agências Reguladoras para garantir empréstimos e obrigações resultantes de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

São autarquias especiais, assim consideradas por se- suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos
rem destinadas a realizar regulação e fiscalização da empresa, no mesmo plano dos negócios da iniciativa
sobre as atividades das concessionárias de serviços privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e execu-
públicos. Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc. tiva, seus contratos e títulos de crédito não teriam acei-
tação e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o
b.1.4) Agências Executivas preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.
São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a
essa qualificação por apresentarem um planeja-
mento estratégico para melhora na prestação de
serviços públicos e no emprego de recursos pú-
blicos.

33
b.2.1) Sociedades de Economia Mista
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e
de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. EX: BB, PETROBRÁS, etc.
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma
atividade econômica empresarial.
A forma usual de sociedade de economia mista tem sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as de-
mais entidades estatais.
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser público, reincorpora-se no da entidade estatal que a instituíra.
A sociedade de economia mista não está sujeita a falência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e a enti-
dade pública que a instituiu responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações.

b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo Estado


São pessoas jurídicas governamentais de direito privado, sem fins lucrativos, com características patrimoniais, des-
tinadas, não obrigatoriamente a desenvolver atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação Getúlio Vargas; IBGE.

Vejamos agora as formas de realização da função administrativa: “descentralização”, “centralização”, “concentração”


e “desconcentração

Analisemos: Ambas representam formas de distribuição de competências, porém, com aspectos distintos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

34
c) descentralização.
d) concentração.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Resposta: “Letra C” Alternativa A – ERRADO – a des-
1. (TCE/PB – 2018 - CESPE) Entre as características das concentração ocorre âmbito interno de cada entidade
organizações formais modernas destacam-se a (política ou administrativa), porém por mais de um ór-
gão público, que divide competências.
a) resistência às mudanças, o individualismo e a relação Alternativa B – ERRADO – a outorga transfere titulari-
de antagonismo. dade, porem, o exercício se refere à transferência de
b) flexibilidade nas atribuições e responsabilidades, o ra- execução da atividade apenas.
cionalismo e a amplitude administrativa. Alternativa C – CORRETO
c) relação de coesão, a especialização e a colaboração Alternativa D – ERRADO – na concentração a função
espontânea. administrativa é exercida no âmbito interno de cada
d) divisão do trabalho, a especialização e as regras im- entidade (política ou administrativa), por apenas um
plícitas. órgão público, sem qualquer divisão.
e) hierarquia, o racionalismo e a especialização.
5. (CGM de João Pessoa/PB – 2018 - CESPE) Acerca da
Resposta: “Letra E” Como visto em nosso conteúdo, organização da administração direta e indireta, centrali-
as organizações formais (organizações clássicas ou zada e descentralizada, julgue o item a seguir.
neoclássicas), apresentam cinco características básicas, É possível a constituição de fundação pública de direito
quais sejam: divisão do trabalho, especialização, hierar- público ou de direito privado para a exploração direta de
quia, amplitude administrativa e racionalismo. atividade econômica pelo Estado, quando relevante ao
interesse público.
2. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características
das organizações formais modernas; tipos de estrutura ( ) CERTO ( ) ERRADO
organizacional; natureza, finalidades e critérios de depar-
tamentalização, julgue o próximo item. Resposta: “Errado” A fundação pública tem em seu
A estrutura organizacional é a configuração vertical e ho- objeto uma atividade de interesse social, sem fins lu-
rizontal de tarefas, autoridade e cargos, e sua representa- crativos, portanto, não poderá exercer atividade econô-
ção é feita por meio da departamentalização. mica.

( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Consideram-se entes da ad-


ministração direta
Resposta: “Errado” As Organizações formais possuem
uma estrutura hierárquica com suas regras e seus pa- a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de
drões, onde, através de seus ORGANOGRAMAS, apre- competência estiver enquadrada sua principal ativida-
sentam uma estrutura definida e dimensionada. de.
A departamentalização não é representação e sim um b) as entidades da sociedade civil qualificadas como or-
aspecto da estrutura horizontal. ganização social.
c) as autarquias.
3. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características d) os serviços integrados na estrutura administrativa da
das organizações formais modernas; tipos de estrutura Presidência da República e dos ministérios. 
organizacional; natureza, finalidades e critérios de depar- e) as fundações públicas.
tamentalização, julgue o próximo item.
A estrutura matricial prejudica a coordenação porque di- Resposta: “Letra D” Alternativa A – ERRADA – trata-se
ficulta a comunicação e diminui a flexibilidade. de administração indireta
Alternativa B – ERRADA – trata-se de terceiro setor
( ) CERTO ( ) ERRADO Alternativa C – ERRADA – trata-se de administração
indireta
Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo, Alternativa D – CERTO
a estrutura matricial apresenta como vantagem : “De- Alternativa E –ERRADA – trata-se de administração in-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

senvolvimentos de um forte e coeso trabalho de equipe direta


e metas de projetos”, o que só é possível se existir um
canal de comunicação positivo e eficiente. 7. (STJ – 2018 - CESPE) Julgue o seguinte item, relativo
à gestão de clima e cultura organizacionais.
4. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) Ao transferir, Em uma cultura organizacional forte, os valores essen-
por contrato, a execução de atividade administrativa para ciais da organização são intensamente acatados e am-
uma pessoa jurídica de direito privado, a União se utiliza plamente compartilhados pelos colaboradores.
do instituto da
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) desconcentração.
b) outorga.

35
Resposta: “Certo” Como sabemos, cultura forte é um Alternativa C: ERRADA – não é finalidade de concur-
dos quatro tipos de cultura e, através desse tipo, valo- sos a manutenção de traços culturais, mas sim uma
res são compartilhados intensamente pela maioria dos forma de seleção de profissionais com conhecimentos
funcionários e influencia comportamentos e expectati- criteriosos e em conformidade com as funções dispo-
vas. nibilizadas. 
Alternativa D: ERRADO – a cultura organizacional pos-
8. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Os componentes da cultura sui aspectos visíveis e invisíveis, tais como, respectiva-
organizacional que englobam as crenças e os princípios mente, artefatos e pressuposições básicas.
que orientam as decisões estratégicas da organização Alternativa E: ERRADO - as ações e comportamentos
são definidos como da alta liderança representam elementos significativos
dentro da formação cultural das organizações públi-
a) símbolos. cas e privadas.
b) missão
c) slogan.
d) marca. CULTURA ORGANIZACIONAL.
e) valores.

Resposta: “Letra E” A cultura organizacional apresen- CULTURA ORGANIZACIONAL


ta os seguintes componentes:
Artefatos: o mais superficial, visível e perceptível.  A  cultura organizacional  tem por finalidade concei-
Padrões de comportamento: as regras que criam um tuar os valores e as crenças de uma organização, geran-
comportamento linear e padronizado do um entendimento consciente e coletivo sobre a mais
Valores compartilhados: não são visíveis, estão enrai- indicada e adequada forma de se comportar dentro da
zados nas pessoas, pois, esses valores tem relevância organização. Assim como também gera um ajuste quase
que automático na interação entre os indivíduos, ressal-
tal que definem as razões pelas quais as pessoas fa-
tando-se que não necessariamente essa cultura esteja for-
zem ou deixam de fazer algo.
malmente instituída, pois, em alguns casos, esses valores
Pressuposições básicas: trata-se de crenças inconscien-
são compartilhados entre as pessoas, habitualmente, sem
tes, sentimentos e pressuposições básicas que regem o
que haja um regra formal que a leve a agir dessa forma.
pensamento e o comportamento das pessoas. Este é o
Entre os benefícios que a cultura organizacional pode
nível mais profundo da cultura organizacional.
trazer à organização, podemos citar:
• Vantagem competitiva derivada de inovação e ser-
9. (TRT/8ª Região/PA e AP – 2017 - CESPE) No que viço ao cliente;
concerne à gestão de cultura organizacional, assinale a • Maior desempenho dos empregados;
opção correta. • Coesão da equipe;
• Alto nível de alinhamento na busca da realização
a) A socialização visa adaptar os novos funcionários à de objetivos.
cultura dominante de uma organização, de modo que
os valores, as convicções e os costumes organizacio- A cultura organizacional tem como base algumas ca-
nais não sejam despropositadamente desorganizados. racterísticas básicas que, em conjunto, capturam a essên-
b) Entre os traços de cultura comuns às organizações pú- cia de uma organização: 
blicas, incluem-se a alta suscetibilidade do ambiente a • Inovação e assunção de riscos: o grau em que os
turbulências, a insegurança em relação aos termos de funcionários são estimulados a inovar e assumir
manutenção do vínculo profissional e a desvalorização riscos.
dos padrões formais de trabalho. • Atenção aos detalhes: o grau em que se espera
c) As práticas de seleção adotadas em concursos, geral- que os funcionários demonstrem precisão, análise
mente compostas de testes de conhecimento, cons- e atenção aos detalhes.
tituem iniciativas orientadas exclusivamente para a • Orientação para os resultados: o grau em que os
manutenção dos traços culturais das organizações dirigentes focam mais os resultados do que as téc-
públicas. nicas e os processos empregados para seu alcance.
d) A cultura de uma organização não pode ser notada • Orientação para as pessoas: o grau em que as de-
em registros documentais; apenas pelo convívio com cisões dos dirigentes levam em consideração o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os trabalhadores é que se identificam os traços distin- efeito dos resultados sobre as pessoas dentro da
tivos de uma organização. organização.
e) Nas organizações públicas, as ações da alta liderança • Orientação para as equipes: o grau em que as ati-
tendem a exercer menos impacto na cultura organi- vidades de trabalho são mais organizadas em ter-
zacional dado o caráter temporário das funções e dos mos de equipes do que de indivíduos.
cargos ocupados por esses líderes. • Agressividade: o grau em que as pessoas são com-
petitivas e agressivas em vez de dóceis e acomo-
Resposta: “Letra A” Alternativa B: ERRADA – na ver- dadas.
dade é perceptível a estabilidade e equilíbrio, visto que • Estabilidade: o grau em que as atividades organi-
uma das vantagens desses profissionais concursados é zacionais enfatizam a manutenção do status quo
a estabilidade, salvo casos específicos. em contraste com o crescimento.

36
Tipos de cultura
GESTÃO DE PESSOAS. EQUILÍBRIO
• Culturas adaptativas: caracterizam-se pela sua ORGANIZACIONAL. OBJETIVOS, DESAFIOS
maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para E CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO DE
a inovação e a mudança. São organizações que PESSOAS.
adotam e fazem constantes revisões e atualiza-
ções, suas culturas adaptativas evidenciam-se pela
criatividade, inovação e mudanças. De um lado, a GESTÃO DE PESSOAS
necessidade de mudança e a adaptação para ga-
rantir a atualização e modernização; e de outro, a Quando nos deparamos com um cenário globaliza-
necessidade de estabilidade e permanência para do e com competição cada vez mais acirrada, a Gestão
garantir a identidade da organização. O Japão, por de Pessoas torna-se fundamentalmente um instrumento
exemplo, é um país que convive com tradições mi- diferenciado para as organizações alcançarem sucesso.
lenares ao mesmo tempo em que cultua e incenti-
va a mudança e a inovação constantes. Segundo (CHIAVENATO, 2005, p. 9):
• Culturas conservadoras: caracterizam-se pela ma- Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões integra-
nutenção de ideias, valores, costumes e tradições das sobre as relações de emprego que influenciam a efi-
que permanecem arraigados e que não mudam ao cácia dos funcionários e das organizações. Assim, todos
longo do tempo. São organizações conservadoras os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas,
que se mantêm inalteradas como se nada tivesse porque todos eles estão envolvidos em atividades como
mudado no mundo ao seu redor. recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento”
• Culturas fortes: seus valores são compartilhados Exatamente por ser esse diferencial, essa área tem
intensamente pela maioria dos funcionários e in- passado por mudanças e transformações, afim de acom-
fluenciam comportamentos e expectativas. panhar a evolução natural das coisas e permitir que o
• Culturas fracas: são culturas mais facilmente mu- patrimônio intelectual e humano das organizações esteja
dadas. Como exemplo, uma empresa pequena e sempre em desenvolvimento, não apenas nos seus as-
jovem, a qual, por estar no início, torna mais fácil pectos tangíveis e concretos, mas, principalmente, nos
para a administração comunicar os novos valores. aspectos conceituais e intangíveis.
Isso explica a dificuldade que as grandes corpora- A área de Gestão de Pessoas é uma área muito sen-
ções têm para mudar sua cultura. sível aos aspectos contingenciais e situacionais da orga-
nização, considerando fatores como cultura e estrutura
Componentes da cultura organizacional adotada, clima e ambiente, negócio da
organização, tecnologia utilizada dos processos internos,
A cultura representa a maneira como a organização entre vários outros fatores.
visualiza a si própria e seu ambiente. Seus principais O papel da Administração para a Gestão de Pessoas
componentes são os artefatos, valores compartilhados e tem como definição o ato de trabalhar com e por meio
pressuposições básicas. de pessoas para realizar os objetivos tanto da organiza-
Vejamos os níveis dos componentes da Cultura Or- ção quanto de seus membros.
ganizacional de acordo com o nível de superficialidade, Alguns aspectos estão envolvidos na gestão de pes-
sendo do mais superficial ao mais profundo. soas, conforme descritos abaixo:
• Artefatos: o mais superficial, visível e perceptível.  • Comportamento;
• Padrões de comportamento: as regras que criam • Processo de decisão;
um comportamento linear e padronizado • Ação e execução;
• Valores compartilhados: não são visíveis, estão • Relacionamento interpessoal;
enraizados nas pessoas, pois esses valores têm re- • Comprometimento interpessoal e organizacional;
levância tal que definem as razões pelas quais as • Perspectiva de futuro;
pessoas fazem ou deixam de fazer algo. • Envolvimento com processos;
• Pressuposições básicas: trata-se de crenças incons- • Desenvolvimento de habilidades;
cientes, pressuposições e sentimentos básicos que • Identificação de capacidades intelectuais – Cons-
regem o pensamento e o comportamento das pes- truindo um patrimônio intelectual.
soas. Este é o nível mais profundo da cultura orga-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nizacional. Essa evolução natural percebida pelas organizações


trouxe mudanças também na denominação e na forma
Diante do exposto, temos que a cultura organizacio- como se enxerga essa área.
nal representa a compreensão que as pessoas envolvidas Enquanto por muito tempo as organizações consi-
na organização têm das características da cultura desta, deravam as pessoas como um dos recursos necessários
gerando uma sinergia que potencializa a boa convivência para a existência da organização, hoje essa compreensão
interpessoal. envolve um conceito diferenciado, no qual as pessoas
não são vistas como um recurso e, sim, como parceiro e
colaborador na busca pelos resultados desejados.

37
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A intera-
ção da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais
e individuais.
A seguir, temos três aspectos que dão sustentação a essa colocação do papel das pessoas hoje nas organizações:

Como vimos acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e
pelo aporte de capital intelectual, que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da
Informação e do Conhecimento.
Como pudemos perceber, existe um processo evolutivo na forma como se trata as pessoas dentro da organização,
saindo de um conceito no qual pessoas eram consideradas recursos até chegar no conceito de pessoas como parceiros,
sendo que, nessa transição, as mudanças práticas são bem claras, conforme vemos a seguir:

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


Horário rigidamente estabelecido Colaboradores agrupados em equipes
Preocupação com normas e regras Metas negociadas e compartilhadas
Subordinação ao chefe Preocupação com resultados
Fidelidade à organização Satisfação do cliente
Dependência da chefia Vinculação à missão e à visão
Alienação em relação à organização Interdependência entre colegas
Ênfase na especialização Participação e comprometimento
Executoras de tarefas Ênfase na ética e responsabilidade
Ênfase nas destrezas manuais Fornecedores de atividade
Valorização da mão de obra Ênfase no conhecimento
Inteligência e talento
Valorização do intelecto

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas, sendo que,
nesse contexto, a Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social.
Dentre os demais sistemas organizacionais, destacamos o subsistema técnico, e é essa interação entre Gestão de
pessoas e outros subsistemas, especialmente o técnico, que trabalho para o alinhamento entre os objetivos organiza-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cionais e os objetivos individuais.


Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as análises de comportamento
que produzem a cooperação por parte dos indivíduos.
Essa teoria resume a relação entre pessoas e organização como sendo um sistema no qual a organização recebe
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incentivos,
dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de produção, gratificações, elogios, oportunidades etc.
Essa troca mútua cria uma harmonia no ambiente organizacional, permitindo assim que se alcance o equilíbrio
organizacional.

38
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

A Gestão de Pessoas é caracterizada por: participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento do capital


humano da organização, que é formado pelas pessoas que a compõem.
Cabe à área de gestão de pessoas a função de humanizar as empresas.

Atualmente, nas relações de trabalho, vem ocorrendo mudanças conforme as exigências que o mercado impõe ou
na forma de gerir pessoas.
Analisemos agora as características e funções dessa área:

ATRIBUIÇÕES E OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS

Como objetivos, destacamos alguns aspectos bem claros da área de gestão de pessoas:
• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão;
• Proporcionar competitividade à organização;
• Proporcionar à organização talentos bem treinados e motivados;
• Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho;
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
• Administrar a mudança;
• Manter política ética e comportamento socialmente responsável.

Assim como também compete à área de gestão de pessoas lidar com alguns desafios e atribuições bem relevantes,
como vemos a seguir.
• Retenção de talentos – antes de mais nada é necessário que a organização consiga identificar os potenciais
existentes ali dentro e, a partir daí, criar condições de reter esse talento. Para que essa retenção seja possível, a
organização precisa criar uma contrapartida para o colaborador, considerando, aqui, não apenas o aspecto fi-
nanceiro, mas os demais aspectos que a geração atual anseia conquistar, como liberdade de tempo, valorização
e reconhecimento, oportunidade de crescimento, espaço para participar de forma mais ativa, entre outros.
• Choque de gerações – Dentro de uma organização, costumeiramente nos deparamos com várias gerações tra-
balhando juntas e, nesse cenário, temos diversidade de características, experiências, expectativas e competências,
cabendo à área de gestão de pessoas identificar e equilibrar essas diferenças, evitando assim que um choque de
gerações impeça que talentos possam ser descobertos e que trabalhem em conjunto, contribuindo e potenciali-
zando o patrimônio intelectual da organização.
• Ambiente – Como falamos acima, os anseios da geração atual vão muito além do aspecto financeiro, passando
pelo ambiente em que estão inseridos, portanto, cabe à área de gestão de pessoas, dentro do possível, estimular
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a criação de ambientes mais próximos desses anseios, propiciando mais liberdade, criatividade e estímulos ou-
tros que impulsionem esses jovens no processo produtivo.
• Papel do Gestor de Pessoas – A área de gestão de pessoas precisa sair do operacional para assumir uma cadeira
nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e mostrando alternativas de preparação dos profissionais.
Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expectativas e iden-
tificar quem pode fazer parte de um plano de carreira e de desenvolvimento. Esse gestor deve ser atual, versátil
e flexível para atender às necessidades internas e às de mercado. O desafio das empresas é a estruturação de um
processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas devem começar a ser valorizadas pelas entre-
gas, inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição que ocupam.

39
Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma transição aumentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a
denominada “Era da Informação e Conhecimento”, no qual as capacidade humana para o trabalho coletivo não mante-
pessoas precisam ser consideradas parte essencial desse pro- ve o mesmo ritmo de desenvolvimento.
cesso para que as organizações obtenham êxito em suas ope- Mayo afirma que o problema da cooperação não pode
rações. No âmbito empresarial, são fundamentais que todos ser resolvido apenas por meio do retorno às formas tradi-
os colaboradores engajados nos processos assimilem a missão cionais de organização. O que deve haver é uma nova con-
e os objetivos da organização, como elementos norteadores cepção das relações humanas no trabalho. Como resultado
na formulação e planejamento de estratégias. Por outro lado, de suas experiências dentro das próprias empresas, veri-
os gerentes devem desenvolver uma atuação que possibilite a ficou que a colaboração na sociedade industrializada não
ênfase nos focos de aprendizagem da organização. pode ser entregue ao acaso, enquanto se cuida apenas dos
aspectos materiais e tecnológicos do progresso humano.
Nesta 3ª fase da globalização em que vivemos, é A tarefa básica da Administração é formar uma elite
viável que as organizações que almejam crescimento e capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes
melhoria contínua invistam em treinamento e qualificação democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal: ao
e requalificação de seu pessoal, gerando assim uma signifi- invés de se tentar fazer os empregados compreenderem a
cativa vantagem competitiva num mercado no qual as ino- lógica da administração da empresa, a nova elite de admi-
vações tecnológicas chegam já com data prevista de saída nistradores deve compreender as limitações dessa lógica e
para novos critérios. Todavia, as empresas que entenderem ser capaz de entender a lógica dos trabalhadores.
essa interdependência alcançarão gradualmente soluções A pessoa humana é motivada essencialmente pela
compensatórias em seus trâmites e processos. necessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida”, de re-
Conduzir pessoas numa organização significa disponibilizar ceber adequada comunicação: Mayo se opunha à afirma-
o capital (materiais, equipamentos, fatores de produção, trei- ção de Taylor de que a motivação básica do empregado
namento) para que todos os envolvidos no processo (funcio- era meramente salarial (homo economicus). Para Mayo, o
nários e parceiros) sintam sua importância para a organização conflito social deve ser evitado a todo custo por meio de
e se renovem dia após dia no alcance de suas competências uma administração humanizada que faça um tratamento
profissionais e pessoais em busca de suas eficiências e eficácias. preventivo e profilático. As relações humanas e a coopera-
O desempenho das pessoas no processo de tomada ção constituem a chave para evitar o conflito social, o qual
de decisão nas instituições, quando entendido o que é é o germe da destruição da própria sociedade. “O conflito
eficiência (defeito zero e qualidade total) e eficácia (al- é uma chaga social, a cooperação é o bem-estar social.”
cance das metas empresariais), faz com que as empresas Esse processo todo, que veio acompanhando o cená-
entrem no eixo da maturidade mercadológica (posição rio organizacional, justifica a importância da gestão de
na qual o produto ou serviço da empresa já é conhecido pessoas, a espinha dorsal, a viga, a estrutura desse todo.
pelos clientes, mas que pode trazer eventuais problemas Segundo Davel e Vergara (2001, p.31),
caso não se identifique a necessidade de constantes me- As pessoas não fazem somente parte da vida produti-
lhorias nos processos que serão sentidos pela clientela). va das organizações. Elas constituem o princípio essencial
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com de sua dinâmica, conferem vitalidade às atividades e pro-
todos os demais setores organizacionais, para um impor- cessos, inovam, criam, recriam contextos e situações que
tante papel estratégico, tanto para despertar e desenvol- podem levar a organização a posicionarem-se de maneira
ver talentos organizacionais, quanto para potencializar a competitiva, cooperativa e diferenciada com os clientes,
elaboração e a execução de planos estratégicos que a outras organizações e no ambiente de negócios em geral.
organização adote para alcançar seus objetivos.
Ao longo da história, tivemos muitas teorias pertinen- Conforme Barçante e Castro (1995, p. 20),
tes à Administração, podemos citar: Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcioná-
Frederick Taylor, que trouxe os princípios da adminis- rios, a empresa estará tratando-o como um aliado e não
tração científica, contribuindo para a racionalização do só como um mero cumpridor de ordens, estará vendo que
trabalho industrial e para a divisão de autoridade e su- dele dependem os seus resultados.
pervisão ao nível de linha (autoridade vertical).
Temos também Henry Fayol, que nos apresentou Mas para obter bons resultados, a organização precisa
uma teoria mais global da ação administrativa, ao con- abrir mão de alguns paradigmas e criar um cenário em que
trário de Taylor, que se dedicou mais as questões relati- o colaborador possa pôr em prática toda uma experiência
vas à linha de produção. profissional já vivenciada ou praticada em outras ocasiões.
Citamos ainda Henry Ford, que se ocupou do sistema Nesse momento, o gestor de pessoas (liderança), precisa
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de produção empresarial como um todo, visando a sua atuar no sentido de capacitar, estimular e principalmente
maior eficiência, introduzindo conceitos modernos de pro- motivar as pessoas a adquirirem cada vez mais habilidades
dução em série e de linhas de montagem, concebendo um e atitudes vencedoras para que toda a proposta de negó-
ritmo de trabalho em cadeia, para poupar tempo e custos. cios atinja grandes resultados, de forma que tudo que ficou
Até que chegamos àquela que começa a trabalhar a determinado pelas organizações seja cumprido.
visão diferente em relação ao indivíduo. Alton Mayo, que A Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações é
nos apresentou uma teoria que tratava exatamente das um elo entre metas organizacionais e individuais permitin-
relações humanas. A Teoria das Relações Humanas preo- do a colaboração e participação eficaz de todas as pessoas
cupou-se intensamente com o esmagamento do homem envolvidas. Para isso as etapas Planejar, Organizar, Dirigir e
pelo desenfreado desenvolvimento da civilização indus- Controlar deve ser bem trabalhado pelas lideranças e ge-
trializada, salientando que, enquanto a eficiência material rencias da empresa conduzindo todos num único objetivo.

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Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão e o entendimento sobre Planejamento Estratégico e conse-
guintemente o papel potencial das pessoas.
É primordial as organizações estabelecerem alguns critérios para que a gestão de pessoas tenha importância sig-
nificativa, tais como:
– Motivar e reconhecer os esforços de todos os envolvidos;
– Transmitir suas ideias e saber exercer suas influências;
– Transformar Grupos em Equipes;
– Pensar, agir e solucionar problemas;
– Gerar ambiente sinérgico;
– Ter nos conflitos gerados uma oportunidade de fonte de aprendizagem;
– Saber gerenciar o estresse;
– Saber delegar;
– Desenvolver culturas;
– Preparar as pessoas para a avaliação de desempenho;
– Elaborar planos individuais de capacitação por competências;
– Fornecer opinião sobre as competências individuais;
– Identificar, segundo o perfil traçado pela empresa, as pessoas que estão acima, na média ou – aquém das expectativas;
– Agregar pessoas (valorizar o capital intelectual);
– Desenvolver pessoas (integrar e motivar os colaboradores);
– Adotar administração horizontal (faz com que as lideranças estejam em maior proximidade dos liderados, privi-
legiando o acesso à informação e reduzindo os níveis organizacionais);
– Aplicar benchmarking para obtenção de vantagem competitiva;
– Desenvolver políticas de parcerias;
– Manter e recompensar pessoas;
– Monitorar as atividades realizadas diariamente;
– Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando a, por meio de críticas construtivas, agregar valores à organização;
– Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente o desempenho mensal das equipes de trabalho em
comparação à evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organização.

PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS

Podemos compilar esses e outros critérios dentro de um processo atual de gestão de pessoas, que comporta seis
aspectos básicos, como veremos agora:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

41
Todos esses processos estão intimamente relacio-
nados entre si, de tal maneira que se interpenetram e
se influenciam reciprocamente. Cada processo tende a EXERCÍCIOS COMENTADOS
favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal
utilizados. Um processo de agregar pessoas malfeito Instrução: Na questão a seguir, preencha o campo de-
passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais signado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou
intenso para compensar as suas falhas. Se o processo de o campo designado com o código E, caso julgue o item
recompensar pessoas é falho, ele exige um processo de ERRADO.
manter pessoas mais intenso. Além do mais, todos esses
processos são desenhados de acordo com as exigências 1. (STM – CESPE – 2018) Uma pesquisa de qualidade
das in­fluências ambientais externas e das influências or- no atendimento em um órgão da administração públi-
ganizacionais internas para obter a melhor compatibili- ca demonstrou discrepância entre as avaliações quando
zação entre si. Trata-se, pois, de um modelo de diagnós- foram comparados os atendimentos prestados por ser-
tico de RH. vidores mais experientes e por servidores mais novos. A
Uma das ferramentas utilizadas pela área de gestão análise dos motivos mostrou que os mais novos conside-
de pessoas para facilitar a administração das informa- ravam-se autossuficientes e ignoravam o conhecimento
ções pertinentes às pessoas envolvidas nos processos dos mais experientes. Por outro lado, os mais experientes
organizacionais é o Sistema de Informação Gerencial, no consideravam que os mais novos eram arrogantes e omi-
qual, por meio de um banco de dados, é possível fazer o tiam informações importantes sobre o atendimento.
registro de informações que possam auxiliar o gestor e Nessa situação hipotética, percebe-se que a comunica-
os lideres nos processos decisórios. bilidade no órgão em questão ocorre de maneira fluida,
Os aspectos administrados por meio do SIG podem em decorrência de os integrantes de um mesmo grupo
ser analisados numa visão geral ou focada. Na visão ge- pactuarem a adoção de comportamentos similares.
ral, o sistema permite uma análise de todos os processos
organizacionais, já os de visão focada, fornecem dados ( ) CERTO ( ) ERRADO
setorizados, referentes aos departamentos que se dese-
ja analisar em especifico, sendo que em ambos constam Resposta: Errado. Quando analisamos o texto, obser-
informações como objetivos, estratégias e políticas da vamos que não existe um equilíbrio na comunicação
empresa, fatores ambientais da empresa, qualidade dos entre os servidores, há pontos de discordância entre
profissionais, das informações e dos processos, tecno- eles, o que que gera uma comunicação truncada, sem
logia da empresa, relação dos custos versus benefícios, canal de compreensão, portanto, fluidez não é um as-
bem como os riscos envolvidos e aceitos, entre outros. pecto que faça parte da comunicação no cenário apre-
No entanto, dados coletados por si só não contribuem sentado.
para esse processo, portanto, faz-se necessário que haja
uma análise e classificação desses dados, relacionando 2. (TRF 1ª REGIÃO – CESPE – 2017) Acerca da qualidade
entre si as informações e suas possíveis aplicabilidades. no atendimento ao público, julgue o item seguinte:
No subsistema gestão de pessoas, para facilitar essa Eficácia no atendimento ao público significa atender às
classificação e interação de dados, o sistema deve regis- necessidades do cliente, fazendo o melhor uso dos recur-
trar dados diversos sobre o colaborador e sua relação sos disponíveis na organização.
com a organização, tais como:
• Dados pessoais; ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Dados sobre cargos e os encarregados dessas fun-
ções; Resposta: Errado. Mais uma questão que exige co-
• Dados sobre os setores e departamentos existentes nhecimento de conceitos. Vejamos:
na organização; ▪ Eficácia: fazer o que foi proposto, atingir a meta. Está
• Dados sobre remuneração e beneficios; relacionado ao resultado.
• Dados sobre processos de treinamento e capacita- ▪ Eficiência: atingir a meta considerando os recursos,
ção desenvolvidos e/ou necessários; os custos, ou seja, fazer o proposto com baixo custo.
• Dados sobre aspectos relacionados à saúde ocupa- Está relacionado ao recurso.
cional, entre outros. ▪ Efetividade: aquilo que causa impacto, ou seja, o re-
sultado tem que ser relevante, fazer diferença, positi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cabe à administração decidir, diante do investimento vamente, para quem receber a ação. Está relacionado
envolvido, qual o melhor e mais indicado sistema a ser ao impacto provocado.
implantado, considerando os processos envolvidos e as
expectativas da organização, lembrando também que o 3. (TRF 1ª REGIÃO – CESPE – 2017) Acerca da qualidade
sistema só será eficaz se as informações por ele forneci- no atendimento ao público, julgue o item seguinte.
das forem constantemente atualizadas e revistas, confor- Atendente que compartilha informações de um cliente
me o desenvolvimento dos processos em andamento na com um colega atendente na frente de outras pessoas
organização. não atende aos parâmetros conduta e discrição e, por
conseguinte, compromete a qualidade do atendimento.

( ) CERTO ( ) ERRADO

42
Resposta: Errado. Entre os Atributos da Qualidade no 6. (DPU – CESPE – 2016) Acerca da gestão de pessoas,
Atendimento temos: função da área de gestão de pessoas, políticas e sistemas
a) Discrição: envolve zelo, respeito, prudência, discer- de informações gerenciais, gestão de pessoas baseada
nimento e sensatez quando fornece uma informação em competências e aprendizagem organizacional, julgue
ao cliente. É necessário manter-se reservado sobre o o item a seguir:
que o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo con- Os processos, as políticas e as práticas de gestão de pes-
fiabilidade e seriedade no trabalho desenvolvido. soas alicerçam as decisões de organizações contemporâ-
b) Conduta: espera-se que atendente conheça e res- neas no desenvolvimento da aprendizagem contínua das
peite as normas internas, afinal, ele é um canal de pessoas a fim de contribuir para o alcance da estratégia
transmissão da imagem da organização e, como tal, organizacional.
deve manter postura profissional e agir dentro da cul-
tura da empresa/ instituição, conforme os interesses ( ) CERTO ( ) ERRADO
institucionais, mas, ainda assim, atingindo o resultado
desejado de atender com excelência o cliente resol- Resposta: Certo. Para obter bons resultados, a or-
vendo sua necessidade ou atendendo seu desejo. ganização precisa abrir mão de alguns paradigmas e
Conforme os conceitos acima, temos que a assertiva criar um cenário no qual o colaborador possa pôr em
não confere com os conceitos. prática toda uma experiência profissional já vivenciada
ou praticada em outras ocasiões e, nesse momento,
4. (ABIN – CESPE – 2018) Julgue o próximo item, refe- o gestor de pessoas (liderança), precisa atuar no sen-
rente ao conceito de gestão de pessoas e à função do tido de capacitar, estimular e principalmente motivar
órgão responsável pela gestão de pessoas nas organi- as pessoas a adquirirem cada vez mais habilidades e
zações. atitudes vencedoras para que toda a proposta de ne-
Do ponto de vista de gestão de pessoas, os empregados gócios atinja grandes resultados e, com isso. tudo que
vinculados à organização compõem o patrimônio físico ficou determinado pelas organizações seja cumprido.
da organização. Aliado a essa liderança e política de valorização, tam-
bém temos, como ferramenta utilizada pela área de
( ) CERTO ( ) ERRADO gestão de pessoas para facilitar a administração das
informações pertinentes às pessoas envolvidas nos
Resposta: Errado. Como vimos em nosso conteúdo processos organizacionais, o Sistema de Informação
acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável Gerencial, no qual, por meio de um banco de dados, é
pela excelência das organizações bem-sucedidas e possível fazer o registro de informações que possam
pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais auxiliar o gestor e os lideres nos processos decisórios.
do que tudo, a importância do fator humano em plena Como podemos ver, a gestão de pessoas e demais
Era da Informação e do Conhecimento. setores das organizações representam um elo entre
As pessoas deixam de ser vistas como recursos (valo- metas organizacionais e individuais, permitindo a co-
rização da mão de obra) e passam a ser vistas como laboração e participação eficaz de todas as pessoas
parceiros (valorização do intelecto). envolvidas no alcance do objetivo da organização.

5. (ABIN – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, refe- 7. (SEDF – CESPE – 2017) Com relação ao equilíbrio or-
rente ao conceito de gestão de pessoas e à função do ganizacional, liderança, motivação e objetivos da gestão
órgão responsável pela gestão de pessoas nas organi- de pessoas, julgue o seguinte item:
zações. A área de recursos humanos (RH) deve articular-se com
É recomendado que os órgãos responsáveis pela gestão as demais áreas da organização para a elaboração de
de pessoas implementem políticas para aumentar a qua- planos estratégicos.
lidade de vida no trabalho e garantir que as condições de
trabalho sejam excelentes para os empregados. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. Algumas pessoas consideram que a


área de recursos humanos faça parte no nível tático
Resposta: Certo. Como vimos no conteúdo acima, é de planejamento por se tratar de um departamento,
primordial que as organizações estabeleçam alguns no entanto, com a leitura do conteúdo acima, perce-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

critérios para que a gestão de pessoas tenha impor- bemos que a evolução da área de RH trouxe algumas
tância significativa, sendo que esses critérios foram características menos setorizadas quanto ao papel das
organizados em seis processos de gestão de pessoas pessoas na organização, consequentemente, da área
(vide quadro demonstrativo acima). que trabalha com essas pessoas, passando a ter um
A afirmativa dessa questão enquadra-se no processo papel mais dinâmico e integrado às outras áreas.
de manter pessoas, que são os processos utilizados Quando falamos em RH como função mais ligada a
para criar condições ambientais e psicológicas satis- departamento pessoal, até podemos considerar ali
fatórias para as atividades das pessoas. Incluem admi- um papel tático, mas, quando o RH assume, dentro
nistração da disciplina, higiene, segurança e qualidade da nova postura de Gestão de Pessoa, uma função de
de vida e manutenção de relações sindicais. apoio, de staff, ele passa a se relacionar com os outros
departamentos a fim de alinhar os objetivos organi-

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zacionais com os objetivos pessoais, potencializando 10. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CESPE – 2017) O
assim os recursos existentes, inclusive o recurso inte- fato de os indivíduos estabelecerem conexões humanas
lectual agora visto nas pessoas. uns com os outros favorece o trabalho coletivo, o que,
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com por sua vez, implica maior desempenho na execução das
todos os demais setores organizacionais, para um atividades das organizações. Considerando-se essas in-
importante papel estratégico, tanto para despertar e formações, é correto afirmar que a unidade de trabalho
desenvolver talentos organizacionais, como para po- fundamentada na sinergia denomina-se:
tencializar a elaboração e a execução de planos estra-
tégicos que a organização adotar para alcançar seus a) repartição.
objetivos. b) equipe. 
c) grupo.
8. (STM – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo d) setor.
à gestão e estrutura de organizações. e) diretoria.
Líderes liberais são aqueles que adotam postura con-
sultiva, compartilhando com suas equipes a tomada de Resposta: Letra B. Quando falamos em repartição,
decisão.  setores ou diretoria, estamos falando em divisões da
estrutura organizacional, sendo que seus membros
( ) CERTO ( ) ERRADO fazem parte da equipe, a qual, por meio da sinergia,
consegue obter melhor desempenho da execução das
Resposta: Certo. O enunciado se refere ao líder de- atividades propostas.
mocrático. Destaca-se que o diferencial entre equipe e grupo é
Como características do líder liberal temos: ocupa o o objetivo final de ambas, o grupo, grosso modo, re-
papel de passividade, permitindo total liberdade para presenta uma reunião de pessoas, mas não quer dizer,
a tomada de decisões individuais ou grupais, partici- necessariamente, que todos nesse grupo tenham o
pando delas apenas quando solicitado pelo grupo; são mesmo objetivo, fato que já é característico da equipe.
os membros do grupo que treinam a si mesmos e pro-
movem suas próprias motivações. O líder tem apenas
um papel secundário. A decisão parte da equipe e não
do líder. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL:
RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO,
9. (TRT 7ª Região-CE – CESPE – 2017) “A motivação MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA, DESEMPENHO.
depende do esforço despendido pelo empregado para
atingir um resultado e do valor atribuído por ele a esse
resultado.” Essa premissa se refere à teoria motivacional COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
denominada teoria
Comportamento Organizacional “é um campo de
a) das necessidades de Maslow. estudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos
b) da expectativa.  e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das
c) da equidade. organizações com o propósito de aplicar este conheci-
d) behaviorista. mento em prol do aprimoramento da eficácia de uma
organização”.
Resposta: Letra B. O que vemos aqui é a relação Tem por finalidade compreender os “espaços vazios”
entre o quanto o empregado se esforça para realizar da organização de forma que estes não prejudiquem o
algo e como ele é valorizado por tal esforço, aumen- desenvolvimento da organização, possibilitando, assim,
tando ou diminuindo sua motivação, de acordo como reter talentos, evitar o turnover e promover engajamento
essa valorização. e harmonia entre os stakeholders.
Essa relação já descarta a alternativa “a”, que defende Ter uma compreensão quanto ao comportamento
que, a cada nível de necessidade suprida, o indivíduo organizacional é extremamente importante para que as
se dedica ao nível seguinte, sem nenhuma correlação lideranças possam prever, e especialmente evitar, pro-
com ser valorizado pelo que fez. blemas individuais ou coletivos entre os colaboradores.
A teoria da equidade defende que as recompensas de- O comportamento organizacional refere-se a com-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vem ser proporcionais ao esforço e iguais para todos. portamentos relacionados a cargos, trabalho, absenteís-
Já de acordo com a teoria behaviorista, a motivação mo, rotatividade no emprego, produtividade, desempe-
tem caráter apenas impulsivo, já que as respostas aos nho humano e gerenciamento.
estímulos seriam automáticas e motivadas pelo am- Refere-se ainda à motivação, liderança, poder, co-
biente. municação interpessoal, estrutura e processos de grupo,
Visto isso, temos como assertiva a alternativa B, que aprendizagem, desenvolvimento e percepção de atitude,
trata da teoria da expectativa, na qual a crença do processo de mudanças, conflitos.
funcionário está no fato de que seu esforço gerará o Considerando que, diferentemente das organizações,
desempenho esperado e que esse resultado será per- que possuem uma certa formalidade em sua essência,
cebido pela organização em sua avaliação de desem- as pessoas são mais complexas, mais influenciáveis por
penho. variáveis diversas e, muitas vezes, são pouco previsíveis.

44
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valo- É por meio desse compartilhar da realidade que as
res, rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que identidades dos indivíduos nas organizações são cons-
se pretende é buscar a sua identificação com os padrões truídas, ao se comunicar aos membros, de forma tan-
a serem seguidos na empresa. Dessa forma, se fornece gível, um conjunto de normas, valores e concepções
um senso de direção para todas as pessoas que com- que são tidas como certas no contexto organizacional.
partilham desse meio. As definições do que é desejável e Ao definir a identidade social dos indivíduos, o que se
indesejável são introjetadas pelos indivíduos atuantes no pretende é garantir a produtividade, pela harmonia e
sistema, orientando suas ações nas diversas interações manutenção do que foi aprendido na convivência. É
que executam no cotidiano. importante ressaltar que muitas vezes essas identida-
Reconhecer os significados e a própria razão de ser des precisam ser reconstruídas quando a empresa se vê
da empresa, bem como se familiarizar com as percep- diante de situações que exigem mudanças.
ções e comportamentos mais aceitos e valorizados na  Daí vem o papel principal da análise do comporta-
organização, conduz os funcionários a uma uniformi- mento organizacional, que é o de permitir fazer uma lei-
dade de atitudes, o que é positivo no sentido de pos- tura da dinâmica existente na organização e como essa
sibilitar maior coesão. No entanto, pode levar a uma interfere e influencia o comportamento das pessoas en-
perda de individualidade, pois o comportamento dos volvidas.
indivíduos passa a ser uma extensão do grupo, muitas Considerando que nas relações entre indivíduo e or-
vezes se estendendo para ambientes externos da or- ganização existe uma troca de interesses, de conteúdo,
ganização, quando passam a adotar comportamentos de aporte, entre tantos outros aspectos, gerir essa troca
padronizados nas mais diversas situações. é papel da área de gestão de pessoa, que garante que,
Entre os Níveis de Estudos dos Comportamentos Or- nessa troca, ambas as partes fiquem satisfeitas.
ganizacionais, destacamos:
• Nível Individual  – Estuda as expectativas, motiva- MOTIVAÇÃO
ções, habilidades e competências que cada colabo-
rador demonstra individualmente por meio de seu Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem
trabalho. que a impulsionam à ação. Existe uma influência tanto
• Nível Grupal – Estuda a formação das equipes, dos individual como pelo contexto em que essa pessoa se
grupos, as funções desempenhadas por estes e a encontre. Indivíduos motivados tendem a ter um melhor
comunicação e interação uns com os outros, além desempenho, o que faz com que a organização invista
de estudar a influência e o poder do líder neste em estímulos para promover essa motivação.
contexto. A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
Ao ingressar em uma organização, indivíduos com preender melhor o comportamento humano na sua va-
características diversas se unem para atuar dentro de um riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos
mesmo sistema sociocultural na busca de objetivos de- que atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer
terminados. Essa união provoca um compartilhamento outras. Tudo depende da sua carência naquele momento.
de crenças, valores, hábitos, entre outros, que irão orien- Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo
tar suas ações dentro de um contexto preexistente, defi- objetivo ao mesmo tempo. O problema das diferenças
nindo assim as suas identidades. individuais assume importância preponderante quando
Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por falamos de motivação.
meio de suas ações, contribuem para a construção de
sua sociedade. Entretanto, os indivíduos agem sempre 1. Razões da Motivação
dentro de contextos que lhes são preexistentes e orien-
tam o sentido de suas ações. A construção do mundo 1.1 Razões empresariais 
social é assim mais a reprodução e a transformação do • Concorrência; 
mundo existente do que sua reconstrução total. Para • Produtos e preços;
Berger e Luckmann (1983), a vida cotidiana apresenta-se • Fidelização.
para os homens como realidade ordenada. Os fenôme-
nos estão pré-arranjados em padrões que parecem ser 1.2 Razões Pessoais
independentes da apreensão que cada pessoa faz deles, • Empregabilidade;
individualmente. • Motivos para servir:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível • (ordem material = cliente =lucro)
do indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cog- • (ordem intelectual = interação / troca / oportuni-
nitivos, e interdependente do contexto, varia conforme a dade)
inserção ambiental e o tipo de organização, tanto quanto • (ordem espiritual = crescimento pessoal)
também varia internamente em suas subunidades. É im-
portante salientar que o universo simbólico integra um O indivíduo precisa suprir suas necessidades para
conjunto de significados, atribuindo-lhes consistência, motivar-se e alcançar seus objetivos.
justificativa e legitimidade. Em outras palavras, o univer- Podemos identificar os seguintes tipos de motivação:
so simbólico possibilita aos membros integrantes de um
grupo uma forma consensual de apreender a realidade,
integrando os significados e viabilizando a comunicação.

45
O ideal seria o alinhamento de todos esses tipos de motivação; pessoas automotivadas atuando em grupos coesos,
com orientação clara, sólida e coerente.
Afinal, o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é superar
obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o quê? 

Motivação, segundo o dicionário, é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas; conjunto de fatores psicoló-
gicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em
alguém. Sendo assim, motivação está intimamente ligada aos motivos que, segundo o dicionário, é fato que leva uma
pessoa a algum estado ou atividade. 
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida, e seus motivos são pessoais,
intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração). Logo, seus motivos são abstratos e só têm significado pra
você, por isso motivação é algo tão pessoal, porque vem de dentro.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, a qual direciona e intensifica
os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro
de cada pessoa de forma particular, erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de
fazê-lo. Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação
é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

46
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:
quando suas necessidades são todas supridas de forma Organiza as necessidades humanas em cinco catego-
hierárquica. Maslow organiza tais necessidades da se- rias hierárquicas: necessidades fisiológicas, necessidades
guinte forma: de segurança, necessidades sociais, necessidades de au-
• Autorrealização; toestima e necessidades de autorrealização.
• Autoestima;
• Sociais; Teoria ERC de Alderfer:
• Segurança; Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de
• Fisiológicas. Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades
fisiológicas e de segurança), Relacionamento (dividiu a
Tais necessidades devem ser supridas primeiramente estima em duas partes: o componente externo da estima
no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessi- (social) e o componente interno da estima (autoestima),
dades fisiológicas são as iniciantes do processo motiva- incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o
cional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades componente externo da estima) e Crescimento (incluin-
acima ou abaixo das que está executando, o que quer do aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).
dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores – Para Frederick Herzberg, a Teoria dos dois fatores de Herzberg:
motivação é alcançada por meio de dois fatores: Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de
• Fatores higiênicos, que são estímulos externos que necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos)
melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, e os fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de
mas que não conseguem motivá-los. Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao traba-
lho. Para Herzberg, eles podem causar a insatisfação e
• Fatores motivacionais, que são internos, ou seja, são desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não
sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a necessariamente causarão a motivação. Exemplos: se-
partir do reconhecimento e da autorrealização ge- gurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário,
rada por meio de seus atos. condições de trabalho, supervisão, política e administra-
ção da empresa. Os fatores motivadores são os fatores
Por outro lado, David McClelland identificou três ne- intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem
cessidades que seriam pontos chave para a motivação: causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimen-
poder, afiliação e realização. to, progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o re-
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, conhecimento e a realização.
são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem pres-
tígio, status e outras sensações que o ser humano gosta Teoria da determinação de metas:
de sentir. Considera que a determinação de metas motiva os
Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas trabalhadores. A equipe deve participar na definição das
teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teo- metas (construção conjunta), que devem ser claras, desa-
rias de Processo, nas quais, em cada uma delas, identifi- fiadoras, mas alcançáveis.
camos as correntes pertencentes.
Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação
social. A motivação seria influenciada fortemente pela
percepção de igualdade e justiça existente no ambiente
profissional.

Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor


Vroom:
Construída em função da relação entre três variáveis:
Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, refe-
rentes a um determinado objetivo. Valência, ou valor, é
a orientação afetiva em direção a resultados particulares.
Pode-se traduzi-la como a preferência em direção, ou
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o


comportamento em sua direção, valência zero é indife-
rente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere
não buscar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é
o grau de energia que o indivíduo irá ter que gastar em
sua ação para alcançar o objetivo. Expectativa é o grau
Disponível em: <gpparaconcursos.blogspot.com.br>. de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado
evento, em função da relação entre o esforço que vai ser
Existem algumas teorias mais clássicas sobre motiva- despendido no evento e o resultado que se busca alcançar.
ção que veremos abaixo:

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Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y. A teoria X
apresentava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos,
não gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A
teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão
contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela:
Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessi-
dades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto realização.

2. Quanto às implicações dessas teorias


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Implicações aos Administradores:


As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma de motivar os subordinados:
• Determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras, devem ser adequa-
das aos indivíduos, observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas
desejam;
• Determinar o desempenho que você deseja e qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter para
serem recompensados;
• Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável – a motivação poderá ser baixa se os subordinados acha-
rem que o que foi determinado é difícil ou impossível;
• Ligar as recompensas ao desempenho;
• Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.

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Implicações para a Organização: Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo),
A expectativa da motivação também traz várias impli- os comportamentos tornam-se gradativamente mais efi-
cações para a organização: cazes na satisfação de certas necessidades. Quando uma
necessidade é satisfeita, ela não é mais motivadora de
• Geralmente, as organizações recebem o equivalen- comportamento já que não causa tensão ou desconforto.
te a recompensa e não o que desejam – o sistema O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de re-
de recompensas deve ser projetado para motivar solução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita,
os comportamentos desejados; ex.: segurança e frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada)
aumento de produção. ou compensada (a satisfação é transferida para objeto).
• O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da
recompensador – se forem projetados para aten- necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a
der as necessidades mais elevadas dos emprega- sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão
dos, como ex.: independência, criatividade e o tra- represada no organismo procura um meio indireto de
balho pode ser motivador por si mesmo. saída, seja por via psicológica (agressividade, desconten-
• Portanto, a tarefa mais importante para os admi- tamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja
nistradores e organizações é garantir que os su- por via fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões
bordinados tenham os recursos necessários para cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade
dar o melhor de si em prol do planejamento da não é satisfeita nem frustrada, mas é transferida ou com-
organização. pensada. Isto se dá quando a satisfação de outra necessi-
• Ainda sobre motivação, precisamos entender o dade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade
processo que leva o indivíduo a tomar uma ação que não pode ser satisfeita.
em busca de um objetivo, conforme mostra o Ciclo A satisfação de alguma necessidade é temporal e
Motivacional. passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orien-
tada pelas diferentes necessidades. O comportamento é
3. O Ciclo Motivacional quase um processo de resolução de problemas, de satis-
fação de necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas:
O conceito de motivação – ao nível individual – con-
duz ao de clima organizacional – ao nível da organiza-
ção. Os seres humanos estão continuamente engajados
no ajustamento a uma variedade de situações, no sen-
tido de satisfazer suas necessidades e manter um equi-
líbrio emocional. Isto pode ser definido com um estado
de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à
satisfação das necessidades de pertencer a um grupo so-
cial de estima e de autorrealização. É a frustração dessas
necessidades que causa muitos dos problemas de ajus-
tamento. Como a satisfação dessas necessidades supe-
riores depende muito de outras pessoas, particularmente
daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se
importante para a administração compreender a natu-
reza do ajustamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mes-
mo indivíduo de um momento para outro. Varia dentro
de um continuum e pode ser definido em vários graus.
• Uma necessidade rompe o estado de equilíbrio Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das
do organismo; maneiras de se definir saúde mental é descrever as ca-
• Causando um estado de tensão, insatisfação, des- racterísticas de pessoas mentalmente sadias. As caracte-
conforto e desequilíbrio; rísticas básicas de saúde mental são:
• Esse estado de tensão leva o indivíduo a um com- • As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

portamento ou ação capaz de descarregar a ten- • As pessoas sentem-se bem em relação às outras
são ou livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. pessoas;
• As pessoas são capazes de enfrentar por si as de-
Se o comportamento for eficaz, o indivíduo encontra- mandas da vida.
rá a satisfação da necessidade e, satisfeita essa necessi-
dade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior Diante disso tudo, importante é a postura da área de
e à sua forma de ajustamento ao ambiente. gestão de pessoas frente a esses aspectos, devendo estar
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo sempre atenta, oferecendo ferramentas que proporcio-
contrário, são forças dinâmicas e persistentes que provo- nem a motivação constante dos colaboradores e equipes
cam comportamentos. no dia a dia de trabalho.

49
LIDERANÇA

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra
o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com
as pessoas.
Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e influência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas
organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito
importante essa atenção dada aos fundamentos da psicologia.
Segundo Chiavenato,

Liderança é uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida por meio do processo de comu-
nicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que caracterizam são, portanto,
quatro: a influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.

A liderança não deve ser confundida com direção nem com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar
presentes no nível institucional, intermediário e operacional das organizações. Todas as organizações precisam de
líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áreas de atuação.
A liderança envolve o uso da influência e todas as relações interpessoais podem envolver liderança. Todas as rela-
ções dentro de uma organização envolvem líderes e liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações entre
linha e assessoria, supervisores e subordinados etc. Outro elemento importante no conceito de liderança é a comunica-
ção. A clareza e a exatidão da comunicação afetam o comportamento e o desempenho dos liderados. A dificuldade de
comunicar é uma deficiência que prejudica a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas. O líder eficaz terá
de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de grau de realização
de uma meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar o líder como eficaz ou
ineficaz, em termos de satisfação decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a aceitação das diretrizes e co-
mandos de um líder apoia-se muito nas expectativas dos liderados de que suas respostas favoráveis os levarão a bons
resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a alcançar objetivos.

1. Papel do líder

Alcançar eficiência concreta e constante para a organização, por meio de métodos avaliativos, controle e mensura-
ção dos resultados.

2. Estilo de Liderança
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

50
3. Teorias sobre Liderança

É claro que a teoria e o estilo de liderança têm sua importância no contexto, mas o que vale mesmo é que as orga-
nizações compreendam definitivamente o papel do líder, a relevância que esse elemento tem na gestão organizacional,
instigando a equipe a ser melhor a cada dia.
Compete à organização dar o suporte que esse agente motivador precisa para potencializar o desenvolvimento
humano, por meio dos desafios colocados à equipe, provocando alto desempenho, estimulando-os a assumir cada vez
mais o compromisso de atingirem um nível de competência de excelência.
Ao líder compete compreender como fazer isso tudo, por meio de críticas construtivas que visam a melhorar o
desempenho, por meio de decisões que resolvam os conflitos existentes e por meio de um olhar atento para descobrir
talentos, aos quais deve dar feedback e dos quais deve receber, estando disposto a aprender, assim como ensinar.
O papel do líder é o de criar vínculos de confiança, a partir de relações éticas, de postura comprometida com os
liderados em harmonia com os objetivos da organização.
Quando esse papel é notado dentro das organizações, a pessoas nelas envolvidas se sentem respeitadas e valori-
zadas, o clima organizacional é de harmonia e sinergia e, com isso, as organizações atingem não apenas um nível de
competitividade no mercado, mas conseguem firmar seu diferencial de maturidade organizacional.

GESTÃO DA QUALIDADE E MODELO DE EXCELÊNCIA GERENCIAL. PRINCIPAIS TEÓRICOS E


SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A GESTÃO DA QUALIDADE. CICLO PDCA. FERRAMENTAS DE
GESTÃO DA QUALIDADE.

Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade nos serviços públicos é o excesso de burocracia, que
além de não impedir corrupções e fraudes, tem inibido o desempenho das empresas, motivado a sonegação fiscal e
incentivado a informalidade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços públicos no Brasil era a maneira secundária com que a ad-
ministração pública encarava a necessidade da formação de quadros e de uma profissionalização muito mais intensa.
Enquanto o Brasil não fizesse a reforma administrativa para modernizar a administração pública.
Baseado nos princípios constitucionais que regem a administração pública (legalidade, impessoalidade, publicida-
de, moralidade e eficiência), é dever do servidor prezar pela prestação de serviços de qualidade. Para a excelência pode
ser atingida por meio de avaliação de desempenho e produtividade. Esse modelo foi implantado pelo governo de São
Paulo e pode ser usado como ferramenta na busca da excelência do serviço público.
Agregar valor na gestão pública significa investir em projetos que aumentem a produtividade oferecendo à popula-
ção um dos mais valiosos bens da atualidade - a praticidade. Os ganhos em produtividade passam por uma revisão de
cada detalhe dos processos operacionais, objetivando a redução de etapas, inovação em cada uma delas, minimizando
tempo e, melhor ainda, a eliminação de normas de procedimento.

51
Os prestadores de serviços devem ter consciência que de um padrão aceitável, objetivo que somente poderia
usam a mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a ser atingido automatizando a atividade humana ao repe-
única que não tem reposição. A excelência dos serviços tir a mesma tarefa várias vezes. Essa divisão do trabalho
públicos, especialmente em educação e saúde, é a me- foi iniciada ao nível dos operários com a Administração
lhor das estratégias para reduzir a desigualdade social. Científica no começo deste século.
A chave da eficácia também pode ser encontrada na
redução das atividades-meios e na eliminação das for- 2. Especialização
malidades que não agregam valores às atividades fins. O A especialização do trabalho proposta pela Adminis-
maior desafio da classe política e dos gestores públicos é tração Científica constitui uma maneira de aumentar a
transformar uma instituição mecânica, em orgânica. Ges- eficiência e de diminuir os custos de produção. Simpli-
tão transparente, interativa e que coloque o cidadão em ficando as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho
primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais tarefas simples e repetitivas que requeiram pouca expe-
de Recursos Humanos, dos órgãos públicos, têm a gra- riência do executor e escassos conhecimentos prévios,
tificante missão de dinamizar os programas de capacita- reduzem-se os períodos de aprendizagem, facilitando
ção funcional, focando a excelência organizacional. substituições de uns indivíduos por outros, permitindo
Enquanto as organizações privadas são custeadas melhorias de métodos de incentivos no trabalho e, con-
pela comercialização de produtos e serviços, as organi- sequentemente, aumentando o rendimento de produ-
zações públicas são criadas por lei e custeadas pelos im- ção.
postos e taxas pagas pelos cidadãos, ai se incluem todos
os órgãos e suas diversas unidades organizacionais, em 3. Hierarquia
todos os poderes e níveis de governo. Espera-se que elas Uma das consequências do princípio da divisão do
sejam bem administradas e possam cumprir as suas fi- trabalho é a diversificação funcional dentro da organi-
nalidades, pois representam os interesses das coletivida- zação. Porém, uma pluralidade de funções desarticula-
des e exercem ações decorrentes das funções do Estado. das entre si não forma uma organização eficiente. Como
Num mundo globalizado ampliam-se as exigências de decorrência das funções especializadas, surge inevitavel-
uma administração de qualidade e refinada, no sentido mente a de comando, para dirigir e controlar todas as
do uso de técnicas e metodologias que contribuam para atividades para que sejam cumpridas harmoniosamente.
a implantação do desenvolvimento social baseado em Portanto, a organização precisa, além de uma estrutura
resultados efetivos. de funções, de uma estrutura hierárquica, cuja missão é
A busca da excelência organizacional deve nortear a dirigir as operações dos níveis que lhes estão subordina-
administração pública, por meio do desempenho apri- dos. Em toda organização formal existe uma hierarquia.
morado das funções administrativas. Pensar no apri- Esta divide a organização em camadas ou escalas ou ní-
moramento dessas funções é pensar no conjunto das veis de autoridade, tendo os superiores autoridade sobre
organizações do Setor Público e de forma sistêmica. os inferiores. À medida que se sobe na escala hierárquica,
Reconhecer que ações de aprimoramento deve envol- aumenta a autoridade do ocupante do cargo.
ver todos os níveis organizacionais, todas as unidades
administrativas de modo a obter um comprometimento 4. Distribuição da Autoridade e da Responsabili-
estratégico. dade
Sob o ponto de vista formal, uma organização empre- A hierarquia na organização formal representa a au-
sarial consiste em um conjunto de encargos funcionais e toridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura.
hierárquicos, orientados para o objetivo econômico de Por toda a organização, existem pessoas cumprindo or-
produzir bens ou serviços. A estrutura orgânica deste dens de outras situadas em níveis mais elevados, o que
conjunto de encargos está condicionada à natureza do denota suas posições relativas, bem como o grau de au-
ramo de atividade, aos meios de trabalho, às circuns- toridade em relação às demais. A autoridade é, pois, o
tâncias socioeconômicas da comunidade e à maneira de fundamento da responsabilidade, dentro da organização
conceber a atividade empresarial. As principais caracte- formal, ela deve ser delimitada explicitamente. De um
rísticas da organização formal são: modo geral, a generalidade do direito de comandar di-
minui à medida que se vai do alto para baixo na estrutura
1. Divisão do Trabalho hierárquica.
O objetivo imediato e fundamental de todo e qual- Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar or-
quer tipo de organização é a produção. Para ser eficiente, dens e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a produção deve basear-se na divisão do trabalho, que mesmo tempo, como poder formal e poder legitimado.
nada mais é do que a maneira pela qual um processo Assim, como a condição básica para a tarefa adminis-
complexo pode ser decomposto em uma série de peque- trativa, a autoridade investe o administrador do direito
nas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho come- reconhecido de dirigir subordinados, para que desempe-
çou a ser praticado mais intensamente com o advento da nhem atividades dirigidas pra a obtenção dos objetivos
Revolução Industrial, provocando uma mudança radical da empresa. A autoridade formal é sempre um poder,
no conceito de produção, principalmente no fabrico ma- uma faculdade, concedidos pela organização ao indiví-
ciço de grandes quantidades através do uso da máquina, duo que nela ocupe uma posição determinada em rela-
substituindo o artesanato, e o uso do trabalho especiali- ção aos outros.
zado na linha de montagem. O importante era que cada
pessoa pudesse produzir o máximo de unidades dentro

52
5. Racionalismo da Organização Formal ou divisionalização. A departamentalização é uma carac-
Uma das características básicas da organização formal terística típica das grandes empresas e está relacionada
é o racionalismo. Uma organização é substancialmen- com o tamanho da empresa e com a natureza de suas
te um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos operações. Quando a empresa cresce, as suas atividades
a cujas prescrições e normas de comportamento todos não podem ser supervisionadas diretamente pelo pro-
os seus membros se devem sujeitar. O princípio básico prietário ou pelo diretor. Essa tarefa de supervisão pode
desta forma de conceber uma organização é que, dentro ser facilitada atribuindo-se a diferentes departamentos a
de limites toleráveis, os seus membros se comportarão responsabilidade pelas diferentes fases ou aspectos des-
racionalmente, isto é, de acordo com as normas lógicas sa atividade.
de comportamento prescritas para cada um deles. Dito O desenho departamental ou departamentalização
de outra forma, a formulação orgânica de um conjunto apresenta uma variedade de tipos. Os principais tipos de
lógico de encargos funcionais e hierárquicos está basea- departamentalização são:
da no princípio de que os homens vão funcionar efetiva- a) funcional;
mente de acordo com tal sistema racional. b) por produtos e serviços;
De qualquer forma, via de regra, toda organização se c) por base territorial;
estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando d) por clientela:
com a sua estrutura organizacional a minimização de es- e) por processo;
forços e a maximização do rendimento. Em outras pala- f) por projeto;
vras, o maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo g) matricial.
padrão de qualidade. A organização, portanto, não é um
fim, mas um meio de permitir à empresa atingir adequa- A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e
damente determinados objetivos. desenvolve seus instrumentos e processos de gestão
sempre dando prioridade às finalidades de ordem eco-
Departamentalização nômica, sobretudo mercadológica. A gestão pública tem
como atribuição a gestão de necessidades do social, prin-
Quando uma empresa é pequena e constituída de
cipalmente por meio das chamadas políticas públicas e
poucas pessoas, nenhum arranjo formal para definir e
políticas sociais.
agrupar as suas atividades é necessário. As pequenas
Gestão pública refere-se às funções de gerência pú-
empresas não requerem diferenciação ou especialização
blica dos negócios do governo.
para distinguir o trabalho de uma pessoa ou unidade
De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do
dos demais. Mas, à medida que as empresas se tornam
administrador público em três níveis distintos:
maiores e envolvem atividades mais diversificadas, elas
a) atos de governo, que situam-se na órbita política;
são forçadas a dividir as principais tarefas empresariais e b) atos de administração, atividade neutra, vinculada
transformá-las em responsabilidades departamentais ou à lei; e
divisionais. c) atos de gestão, que compreendem os seguintes
Departamento designa uma área, divisão ou um seg- parâmetro básicos:
mento distinto de uma empresa sobre o qual um admi- I - tradução da missão;
nistrador (seja diretor, gerente, chefe, supervisor etc) tem II - realização de planejamento e controle;
autoridade para o desempenho de atividades específi- III -  administração de recursos humanos,  materiais,
cas. Assim, um departamento ou divisão é empregado tecnológicos e financeiros;
com um significado genérico e aproximativo: pode ser IV - inserção de cada unidade organizacional no foco
um órgão de produção, uma divisão de vendas, a seção da organização; e
de contabilidade, a unidade de pesquisa e desenvolvi- V - tomada de decisão diante de conflitos internos e
mento ou o setor de compras. Em algumas empresas, externos.
a terminologia departamental é levada a sério e indica
relações hierárquicas bem definidas: um superintendente Portanto, fica clara a importância da gestão pública
cuida de uma divisão; um gerente de um departamento; na realização do interesse público, porque é ela que vai
um chefe de uma seção; um supervisor de um setor. Em viabilizar o controle da eficiência do Estado na realização
outras empresas, a terminologia é simplesmente casual e do bem comum estabelecido politicamente e normatiza-
pouco ordenada. Daí a dificuldade de uma terminologia do administrativamente. 
universal. No que tange a gestão por resultados, temos que a
O desenho departamental decorre da diferenciação sociedade demanda – de modo insistente – a necessida-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de atividades dentro da empresa. À medida que ocor- de de promover um crescimento constante da produtivi-
re a especialização com o trabalho e o aparecimento de dade no ambiente público, exigindo a redução da pres-
funções especializadas, a empresa passa a necessitar de são fiscal e o incremento, ao mesmo tempo, da produção
coordenação dessas diferentes atividades, agrupando-as de bens públicos. O resultado se transforma, assim, em
em unidades maiores. Daí o princípio da homogeneidade: um instrumento-chave para a valorização da ação públi-
as funções devem ser atribuídas a unidades organizacio- ca; e a gestão para resultados e do resultado surge como
nais na base da homogeneidade de conteúdo, no sentido instrumento e objetivo da melhoria e modernização da
de alcançar operações mais eficientes e econômicas. As administração pública.
funções são homogêneas na medida em que o seu con- As especificidades nacionais, a natureza abrangente
teúdo apresente semelhanças entre si. O desenho depar- do conceito gestão para resultados – derivada da pró-
tamental é mais conhecido como departamentalização pria lógica integradora do processo de gestão – e a enor-

53
me quantidade de produção teórica, conceitual, opera- - Promover e desenvolver mecanismos internos que
cional e experimental existente sobre o tema, convidam melhorem o desempenho dos dirigentes e servi-
e obrigam à mais absoluta humildade em qualquer ten- dores públicos, e, com isso, fomentar a efetividade
tativa de aproximação ao tema. dos organismos governamentais, visando a con-
O Estado tem passado a desempenhar um papel-cha- cretização dos objetivos anteriores.
ve como produtor de valor público, e como tal tem prio-
rizado a criação de condições para o desenvolvimento e Estes objetivos, presentes nas atuais demandas ci-
o bem-estar social, além da produção de serviços e da dadãs e aos quais se orienta a Gestão por Resultados
oferta de infraestrutura. (GpR), são, conjuntamente com a democracia, o princi-
Esta mudança na função do Estado tem transformado pal pilar de legitimidade do Estado atual. Desta forma, a
várias frentes da administração pública, pela exigência Nova Gestão Pública fornece os elementos necessários à
cada vez mais contundente dos cidadãos que exercem melhoria da capacidade de gerenciamento da adminis-
também o papel de usuários dos serviços. tração pública bem como à elevação do grau de gover-
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado nabilidade do sistema político.
o período de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem O conceito e a prática da GpR no setor público têm um
trazido novos problemas. Dentre eles, destaca-se a cres- grau de desenvolvimento e consolidação relativamente
cente necessidade de atender uma demanda irrefreável baixo. Inicialmente, a GpR se utilizou principalmente no
de bens públicos de boa qualidade, típica do Estado de setor privado, mesmo quando o governo federal dos Es-
Bem-Estar, porém hoje acompanhada da exigência de di- tados Unidos da América começou a usar algumas de
minuir a pressão fiscal – inclusive naqueles casos em que suas propostas no gerenciamento de diferentes órgãos
ainda persiste um modelo de estado anterior ao de bem- públicos. Somente durante o governo do presidente Ni-
-estar. Esta substituição de missão trouxe muitos desa- xon é que se começou a implantar no conjunto da admi-
fios ao Estado, entre os quais a redefinição dos conceitos nistração pública o que passou a ser conhecida como a
de administração, gestão pública e valor público. Nova Gestão Pública.
Além disso, essas transformações têm afetado profun- Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma
damente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e gestão burocrática a uma de tipo gerencial.
gerentes) e a teoria na qual fundamentavam suas ações. Na base destas novas ideias se encontrava uma preo-
Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de cupação generalizada sobre as mudanças que o entorno
controle da ação do Estado; está-se migrando da exigên- exigia e sobre a imperiosa necessidade de repensar o papel
cia de rigor nos procedimentos para a exigência de re- do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade
sultados – inerente a um Estado que se apresenta como dos serviços públicos; de otimizar o desempenho dos ser-
provedor de serviços, capacitador de desenvolvimento e vidores públicos e das organizações em que trabalhavam.
fornecedor de bem-estar. Desta troca de missão se deri- Vários estudiosos e especialistas em gestão públi-
va uma variação na posição do cidadão perante o Estado. ca alertaram para os benefícios que o enfoque da GpR
O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma poderia trazer para este novo cenário. De acordo com
correta e burocrática (homogênea, idêntica e não discri- Emery, a GpR acarreta três tipos de considerações para a
cionária) aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário administração do setor público:
se interessa por conseguir o melhor retorno fiscal – en-
quanto bens coletivos. - Constitucionais: a maioria das constituições regula o
Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção, uso dos fundos públicos por parte das autoridades
antes colocada no procedimento como produto princi- em cumprimento de mandato.
pal de sua atividade, agora voltada para o de serviços e - Políticas: as autoridades devem responder pelas
bem-estar. A gestão por resultados é um dos lemas que suas ações e pelo conteúdo dos seus programas
melhor representa o novo desafio. Isto não significa que eleitorais, por respeito ao princípio da responsabi-
não interessa o modo de fazer as coisas, apenas exprime lidade do cargo.
que agora é muito mais relevante o quê se faz pelo bem - Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação
da comunidade. democrática, os cidadãos confiam nas autoridades
Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como eleitas, delegando-lhes a gestão dos fundos públi-
disciplina – tem abordado estes desafios novos com o cos – produto da coleta de seus impostos.
auxílio da lógica gerencial, isto é, pela racionalidade eco-
nômica que procura conseguir eficácia e eficiência. Esta Apesar de existirem muitos documentos que tratem
lógica compartilha, mais ou menos explicitamente, três da GpR, não existe uma definição única para ela. A maio-
ria dos textos usa este termo como uma noção “guar-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

propósitos fundamentais:
da-chuvas”, por assim dizer. Na literatura em língua es-
- Assegurar a constante otimização do uso dos re- panhola é comum achar um uso indistinto de conceitos:
cursos públicos na produção e distribuição de controle de gestão, gestão do desempenho, gestão por
bens públicos como resposta às exigências de mais resultados, gestão por objetivos, avaliação do desempe-
serviços e menos impostos, mais eficácia e mais nho, avaliação de resultados, sem uma clara diferenciação.
eficiência, mais equidade e mais qualidade. Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo
- Assegurar que o processo de produção de bens e quanto ao seu uso, interpretação e definição. A hetero-
serviços públicos (incluindo a concessão, a distri- geneidade da expressão e do conceito também se ob-
buição e a melhoria da produtividade) seja trans- serva na sua aplicação operacional: os países põem em
parente, equitativo e controlável. prática a GpR segundo suas próprias perspectivas.

54
Um estudo para identificar o significado que lhe A Gestão por Resultados ( GpR) está caracterizada por:
atribuem os gestores públicos de diferentes nações de- - Uma estratégia na qual se definam os resultados
monstrou que frequentemente eles empregam os mes- esperados por um organismo público no que se
mos termos com sentido diferente. É assim como o con- refere à mudança social e à produção de bens e
ceito “resultados” varia notavelmente entre as distintas serviços;
instituições públicas. Isto não ocorre na empresa privada, - Uma cultura e um conjunto de ferramentas de ges-
onde os indicadores-chave do êxito se conhecem nitida- tão orientado à melhoria da eficácia, da eficiência,
mente: rentabilidade, benefícios, quotas de mercado etc. da produtividade e da efetividade no uso dos re-
Muitos autores destacam a dificuldade de determinar e cursos do Estado para uma melhora dos resulta-
avaliar os resultados da ação estatal como uma das ca- dos no desempenho das organizações públicas e
racterísticas que diferenciam a gestão do setor público de seus funcionários;
do privado. - Sistemas de informação que permitam monitorar a
ação pública, informar à sociedade e identificar o
Pode-se observar que a GpR possui as seguintes di- serviço realizado, avaliando-o;
mensões: - Promoção da qualidade dos serviços prestados aos
- É um marco conceitual de gestão organizacional, cidadãos, mediante um processo de melhoramen-
pública ou privada, em que o fator resultado se to contínuo;
converte na referência-chave quando aplicado a
- Sistemas de contratação de funcionários de gerência
todo o processo de gestão.
pública, visando aprofundar a responsabilidade, o
- É um marco de assunção de responsabilidade de
compromisso e a capacidade de ação dos mesmos;
gestão, por causa da vinculação dos dirigentes ao
- Sistemas de informação que favoreçam a tomada
resultado obtido.
de decisões dos que participam destes processos.
- É um marco de referência capaz de integrar os di-
versos componentes do processo de gestão, pois
Implantação da Gestão por Resultados
se propõe interconectá-los para otimizar o seu
funcionamento.
- Finalmente, e especialmente na esfera pública, a Após a tomada de decisão referente adoção da ges-
GpR se apresenta como uma proposta de cultura tão por resultados e também às alternativas para atingir
organizadora, diretora, de gestão, mediante a qual os objetivos, a etapa seguinte é a implantação do mode-
se põe ênfase nos resultados e não nos processos lo. Nessa etapa, compete ao gestor coordenar a implan-
e procedimentos. tação, procurando vincular dinamicamente os recursos
aos objetivos. Para tanto, a função de coordenação pode
Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferra- ser empreendida por outro conjunto de mecanismos,
menta cultural, conceitual e operacional, que se orienta a que segundo Mintzberg (2001) são os seguintes:
priorizar o resultado em todas as ações, e que é capaz de - Ajustamento mútuo - típico de tarefas que envol-
otimizar o desempenho governamental. Assim, se trata vem grupos pequenos, a coordenação é obtida
de um exercício de direção dos organismos públicos que pelo simples processo de comunicação informal.
procura conhecer e atuar sobre todos aqueles aspectos São realizadas reuniões com o objetivo de discu-
que afetem ou modelem os resultados da organização. tir os processos de trabalho, ajustando-os quando
necessário;
A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle or- - Supervisão direta - segundo este mecanismo, uma
ganizacional que convém esclarecer, pois o conceito de pessoa ou organização coordena o processo, por
controle no setor público possui conotações particulares meio de instruções, cobranças, alocação de recur-
derivadas, fundamentalmente, do sistema de auditoria sos, etc;
externa que domina nesse Estado. A ferramenta GpR não - Padronização de normas - significa que os funcio-
faz parte dessa concepção de controle, mas de outro nários compartilham um conjunto de crenças e
universo: o de gestão e direção estratégico/operacional, valores; é exposta a compreensão de cada um em
porque permite e facilita aos gerentes da administração relação às normas, com o objetivo de criar uma
pública melhor conhecimento, maior capacidade de aná- ideia coletiva de conduta, obtendo, informalmente,
lise, desenho de alternativas e tomada de decisões para a coordenação a partir delas;
que sejam alcançados os melhores resultados possíveis, - Padronização de processos - refere-se à prescrição
afinados com os objetivos pré-fixados.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do conteúdo do trabalho por meio de procedimen-


É importante assinalar esta diferença porque, muito tos, normalmente escritos, a serem seguidos. Tra-
embora a GpR seja uma boa base para uma melhor pres- ta-se do mapeamento dos processos e da manua-
tação de contas (e uma maior transparência), sua função lização dos procedimentos. Na iniciativa privada, é
principal não é a de servir como instrumento de controle muito comum em programas de qualidade, como
da atuação dos gerentes públicos, mas a de proporcionar aqueles promovidos pela International Organiza-
a eles um meio de monitoramento e regulação que lhes tion for Standardization com a série ISO-9000. No
garanta o exercício de suas caso das organizações públicas, podemos associar
esta padronização às regras formais burocráticas
ou à própria legislação;

55
- Padronização de resultados - trata-se da especifica- Seguem os 14 princípios de Deming:
ção dos resultados a serem atingidos, em substi- 1. Criar e publicar para todas as pessoas os objeti-
tuição à especificação dos meios como os procedi- vos e propósitos da empresa quanto à melhoria do
mentos ou habilidades; produto ou serviço. A alta direção deve demons-
- Padronização de habilidades - refere-se à desig- trar constantemente seu total apoio ao programa.
nação de pessoal qualificado, já possuidor de de- 2. A alta administração e todas as pessoas devem
terminada habilidade adequada ao trabalho a ser aprender e adotar a nova filosofia: não mais convi-
feito. Não é o trabalho, mas o funcionário que é ver com atrasos, erros e defeitos no trabalho.
padronizado. A coordenação é obtida em razão do 3. Conhecer os propósitos da qualidade, para melho-
funcionário já possuir determinado conhecimento. rar os processos e reduzir os custos. Deve-se in-
No setor público, podemos entender os requisitos vestir na prevenção de defeitos, em vez de investir
dos concursos públicos como um esforço nesse na correção.
sentido, particularmente para contratação de es- 4. Suspender a prática de fazer negócios apenas na
pecialistas como médicos ou dentistas. base do preço.
5. Melhorar sempre e constantemente o sistema de
Por conseguinte, com base nestes elementos, sugere- produção e serviços, identificando e solucionando
-se a seguinte definição para a GpR: problemas. A maneira como os produtos são fa-
A Gestão para Resultados é um marco conceitual cuja bricados e os serviços produzidos deve ser alvo de
função é a de facilitar às organizações públicas a direção constantes melhorias.
efetiva e integrada de seu processo de criação de valor pú- 6. Instituir treinamento no trabalho. Deve-se treinar
blico, a fim de otimizá-lo, assegurando a máxima eficácia, constantemente a força de trabalho, de modo a
eficiência e efetividade de desempenho, além da consecu- valorizá-la e capacitá-la com as metodologias e
ção dos objetivos de governo e a melhora contínua de suas ferramentas mais adequadas ao sucesso da orga-
instituições. nização.
7. Ensinar e instituir liderança para conduzir pessoas
na produção.
Principais teóricos e suas contribuições para a gestão
8. Eliminar o medo de errar. Criar a confiança e um
da qualidade.
clima para a inovação. Proporcionar um ambiente
Qualidade é o atendimento das exigências do cliente.
no qual os colaboradores sintam-se seguros para
Segundo Edwards Deming, a qualidade deve ter como
contribuir com sugestões e críticas para a melhoria
objetivo as necessidades do usuário, presentes e futuras.
da qualidade.
Para Juran, representa a qualidade como a adequação à
9. Incentivar grupos e equipe para alcançar os objeti-
finalidade ou ao uso. vos e propósitos da empresa.
O importante é entender que por trás de vários con- 10. Demolir as barreiras funcionais entre departamentos.
ceitos de qualidade está sempre a figura do cliente, que 11. Eliminar exortações à produtividade sem que os
pode ser interno ou externo à organização. métodos não tenham sido providenciados.
Destaca-se que enquanto a MELHORIA CONTÍNUA 12. Remover as barreiras que impedem as pessoas de
da qualidade é aplicável no nível operacional da institui- orgulhar-se do seu trabalho. Os colaboradores que
ção, a QUALIDADE TOTAL estende o conceito da qualida- venham a se destacar e busquem contribuir de ma-
de para toda a organização, abrangendo todos os níveis neira significativa para a melhoria do desempenho
da organização, desde o pessoal de escritório e do chão organizacional devem ser publicamente reconhe-
da fábrica até a cúpula da administração em um envol- cidos pelo seu empenho.
vimento total. 13. Encorajar a educação e o auto aperfeiçoamento
Tanto a melhoria contínua como a qualidade total de cada pessoa. Instituir um forte programa de
são abordagens incrementais para se obter excelência educação e auto aprimoramento.
em qualidade dos produtos e processos, ou seja, sempre 14. Garantir a ação necessária para acompanhar essa
visando ao atendimento do objetivo principal que é a sa- transformação. Todos na organização devem se
tisfação do cliente. O objetivo é fazer acréscimo de valor empenhar para o sucesso das transformações em
continuamente. prol da qualidade.
William Edwards Deming, norte-americano, foi um re-
nomado estatístico e participou, junto com Joseph Juran, Philip Crosby nasceu nos Estados Unidos em 1926 e
das palestras aos empresários japoneses e colaborou de pregava que a prevenção de problemas é economica-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

forma significativa na mudança da economia e posição mente mais rentável do que ser competente para resol-
global do Japão. Destacou-se como o responsável pelo vê-los após ocorrerem. A ênfase deveria ser na preven-
desenvolvimento de indústrias japonesas no período do ção e não na inspeção.
pós-guerra e o responsável pela disseminação de muitas
das técnicas de gerenciamento da qualidade. Destacam-se alguns conceitos apresentados por ele:
Entre seus estudos, é importante conhecer os 14 • Zero Defeitos – Não significa que todos os produtos
princípios para a produtividade gerencial que visa ao serão perfeitos. Representa que a Alta Direção de-
programa de melhoria contínua da organização. Preste verá assumir um compromisso de que se esforçará
bastante atenção e entenda cada item porque é cobrado e fornecerá todas as condições necessárias para
em prova. que todos na organização busquem a conformida-
de com os requisitos já na primeira vez.

56
• Fazer certo na primeira vez – É mais economica- 12. Reconhecimento. Deve ser manifestado publica-
mente vantajoso fazer certo logo na primeira vez mente o reconhecimento àqueles que atingem os
do que ter retrabalho refazendo o que foi feito de seus objetivos de forma regular.
forma incorreta. 13. Implantar os círculos de qualidade. Os especia-
listas em Qualidade e as pessoas particularmente
Crosby propõe uma sequência de passos para a im- motivadas pelo progresso da melhoria da quali-
plantação de um programa de melhoria da qualidade: dade devem-se encontrar regularmente a fim de
trocarem ideias e experiências.
1. Compromisso da Alta Direção em relação ao pro- 14. Recomeçar e progredir sempre. Reiniciar o ciclo
grama de qualidade. A Direção da organização deve para dar continuidade ao programa. O conjunto
estar convencida da necessidade da melhoria da de passos anteriores deve ser iniciado com regu-
qualidade e exprimi-lo claramente através de um do- laridade, o que renova o compromisso dos antigos
cumento escrito que defina a política de qualidade funcionários e introduz os novos no processo.
da organização. Deve exprimir o que cada um deve
fazer para responder às necessidades dos clientes. Joseph M. Juran, junto com Deming, foi um dos res-
2. Criar as equipes de melhoria da qualidade. A Di- ponsáveis pelo reerguimento da economia japonesa
reção deve estabelecer uma equipe para supervi- pós-guerra.
sionar a melhoria da qualidade em todos os de- Para o autor, os pontos fundamentais da gestão da
partamentos. O papel da equipe é avaliar o que é qualidade são:
necessário em cada departamento e levar a cabo • O planejamento da qualidade
tudo o que respeita à política geral da qualidade • A melhoria da qualidade
da organização. • O controle da qualidade
3. Criar os indicadores da qualidade que devem ser
introduzidos de forma a identificar as necessidades Considerava a qualidade como o resultado do de-
de melhoria. sempenho do produto que satisfaz o cliente, ou seja, a
4. Avaliação do custo da não qualidade. As equipes satisfação do cliente em relação ao produto passa a fazer
da melhoria da qualidade deverão fazer uma es-
parte do planejamento da qualidade.
timativa dos custos da não qualidade como, por
exemplo, despesas com retrabalhos, despesas com
Armand Vallin Feigenbaun nasceu em 1922 e desta-
trocas, de forma a identificar zonas prioritárias em
cou-se como um dos importantes pensadores da qua-
que as ações serão imediatamente rentáveis.
lidade. Nos anos 50, definiu o que seria o controle da
5. Tomada de consciência das necessidades da qua-
qualidade total como um sistema eficiente para a inte-
lidade. Os funcionários deverão compreender a
gração do desenvolvimento da qualidade, da manuten-
importância do respeito pelas especificações e o
custo das não conformidades. ção da qualidade e dos esforços de melhoramento da
6. Adotar as ações corretivas para os problemas iden- qualidade dos diversos grupos numa organização, para
tificados na fase 4. Uma vez identificados os custos permitir produtos e serviços mais econômicos que levem
da não qualidade, deverão ser adotadas ações para em conta a satisfação total do consumidor.
eliminá-los.
7. Planejar um programa “zero defeitos” que tem a Destacam-se algumas de suas ideias sobre qualidade:
finalidade de fortalecer a cultura do fazer certo da • É um instrumento estratégico para a organização
primeira vez. • É uma filosofia de gestão, um compromisso com a
8. Formação dos responsáveis e inspetores. Desde o Excelência
início do programa, aos diferentes níveis de res- • É o único objetivo da organização
ponsabilidade, os dirigentes devem ser formados • A qualidade é determinada pelos clientes
para implementar o que lhes compete no progra- • Pressupõe trabalho em grupo
ma global de melhoria da qualidade. • A qualidade exige o compromisso da Alta Direção
9. Instituir “um dia zero defeitos” para que o conjunto • A qualidade exige empowerment (Significa dar po-
dos funcionários da organização seja sensibilizado der de ação aos escalões mais baixos da estrutura
nas novas normas de desempenho. organizacional, incentivando a autonomia e a des-
10. Definição dos objetivos. Para transformar os com- centralização. É importante frisar que indivíduos
promissos em ação os indivíduos e os grupos de- com empowerment precisam conhecer a missão
organizacional a fim de atingir os objetivos da ins-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vem ser encorajados a estabelecerem metas de


aperfeiçoamento. Para isso, cada responsável de- tituição).
fine, com os membros da sua equipa, os objetivos
específicos a atingir cujos resultados sejam mensu- Abaixo, algumas ferramentas utilizadas para desen-
ráveis. Estes objetivos podem ser do conhecimento volver processos que busquem a excelência em qualida-
de todos e o seu progresso pode ser avaliado em de nos resultados da prestação e execução dos serviços
reuniões regulares. públicos.
11. Eliminar as causas dos erros. Os empregados de-
vem ser encorajados a comunicar as dificuldades
que têm em atingir as suas metas de aperfeiçoa-
mento e na remoção das causas de erros.

57
Ferramentas de Gestão da Qualidade É preferível que as pessoas que se envolvam nesse
método sejam de setores e competências diferentes e
A utilização de metodologias de trabalho e a aplica- nenhuma ideia é descartada ou julgada como errada ou
ção de ferramentas conhecidas de todos na organização, absurda. O ambiente deve ser encorajador e sem críticas
dentro da mesma filosofia, permitem uma maior rapidez para os participantes ficarem a vontade e deve ser incen-
e transparência nas comunicações internas e a conse- tivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas ideias dos
quente agilização na tomada de decisões. outros deve ser incentivado.
As ferramentas da Qualidade não são uma invenção
nova. Algumas delas já existem desde a II Guerra Mundial As quatro principais regras do brainstorming são:
e, combinadas a outras mais recentes, formam o atual • Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a
conjunto de que se dispõe para o desenvolvimento de participação das pessoas;
ações de melhoria. • Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que
Podemos citar: lhe venha a mente, sem preconceitos e sem medo
que isso irá prejudicar. Uma ideia esdrúxula pode
Benchmarking desencadear ideias inovadoras;
• Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem
O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa geradas, maior é a chance de se encontrar uma
Xerox, é caracterizado como um processo contínuo e boa ideia;
sistemático de pesquisa para avaliar produtos, serviços, • Combinação e aperfeiçoamento são necessários.
processos de trabalho de ouras empresas, a fim de iden-
tificar quais são as melhores práticas adotadas por elas. O brainstorming pode ser feito de duas formas: estru-
A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios turado ou não estruturado.
processos e realiza o aprimoramento organizacional, • No brainstorming ESTRUTURADO - os participan-
desenvolvendo a habilidade dos administradores de vi- tes lançam ideias seguindo uma sequência inicial-
sualizar no mercado as melhores práticas administrativas mente estabelecida. Quando chega a sua vez, você
das empresas consideradas excelentes (benchmarks) em lança a sua ideia. A vantagem desta forma é que
certos aspectos. propicia oportunidades iguais a todos os partici-
A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por
pantes, gerando maior envolvimento.
meio de comparações externas. A comparação costuma
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias
ser um saudável método didático, pois desperta para as
são lançadas aleatoriamente, sem uma sequencia
ações que as empresas excelentes estão desenvolvendo
inicialmente definida. Isso cria um ambiente mais
e que servem de lição. A base do benchmarking é não se
informal, porém com risco dos mais falantes domi-
fechar em si mesma, no caso da empresa, mas sim obser-
narem a cena.
var e avaliar constantemente o mundo exterior.
Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três ob-
jetivos que a organização precisa definir: Brainwriting
• Conhecer suas operações e avaliar seus pontos for-
tes e fracos. Deve documentar os passos e práticas É uma variação do brainstorming, em que as ideias
de processos de trabalho, definir medidas de de- são escritas, trazendo ordem e calma ao processo. Evi-
sempenho e diagnosticar suas fragilidades. ta efeitos negativos de reuniões, como a influência da
• Localizar e conhecer os concorrentes ou organiza- opinião de coordenadores e chefes, ou a dificuldade em
ções líderes do mercado, para poder definir as ha- verbalizar rapidamente as ideias.
bilidades, conhecendo seus pontos fortes e fracos
e compará-los com seus próprios pontos fortes e Programa 5S
fracos.
• Incorporar o melhor do melhor adotando os pon- O Programa 5S, originário no Japão, é considerado
tos fortes dos concorrentes e, se possível, exce- um pré-requisito para qualquer programa de Gestão da
dendo-os e ultrapassando-os. A principal barreira Qualidade Total. O 5S foca o ambiente de trabalho da
à adoção dessa ferramenta é convencer os admi- organização a fim de simplificar o ambiente de trabalho
nistradores de que seus desempenhos podem ser e reduzir o desperdício. Como resultado, ocorre melho-
melhorados. Isso requer uma paciente abordagem ria no aspecto de qualidade e segurança. O ambiente se
e apresentação de evidências de melhores méto- torna limpo, organizado, evitando a perda de tempo e o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dos utilizados por outras organizações. desperdício de material.


Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta
Brainstorming será o menor desperdício, melhor qualidade e ganhos
expressivos na administração do tempo.
O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de
Osborn, busca, a partir da criatividade de um grupo, a palavras japonesas:
geração de ideias para um determinado fim. • Seiri - Descartar
A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas • Seiton - Organizar
até dez pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em • Seiso - Limpar
seus pensamentos e ideias para que possa chegar a um • Seiketsu - Saudável e seguro
denominador comum eficaz e com qualidade. • Shitsuke – Autodisciplina

58
Servqual

A pesquisa SERVQUAL tem como ideia comparar a performance ou o desempenho de uma empresa frente a um
ideal.
Foi desenvolvida com o intuito de mensurar as cinco dimensões da qualidade em serviços, sendo elas:

Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), a ferramenta foi projetada e validada para um uso em diversos ser-
viços, com a função mais importante de identificar as tendências da qualidade dos mesmos por meio de pesquisas
periódicas com os clientes. O uso adequado desse modelo pode contribuir na correção de fontes causadoras de per-
cepção insatisfatória dos clientes e também comparar o nível de qualidade dos serviços oferecidos com os de possíveis
concorrentes (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005)

Na pesquisa SERVQUAL, então, há três instantes distintos e sequenciais:

1. o cliente é perguntado, primeiramente, como ele imagina, como cliente, a sua empresa ideal, em um dado ramo
de atividade;
2. a seguir o cliente é perguntado como está o desempenho da empresa real a ser analisada;
3. é feita a comparação entre a empresa ideal e a empresa real.

O modelo SERVQUAL, instrumento de pesquisa desenvolvido para medir a qualidade de serviços, consiste de 22
itens.
A primeira parte do questionário (22 itens) foi desenvolvida para medir o nível desejado – ou ideal - do serviço de
uma determinada empresa ideal.
Já a segunda parte (novamente os mesmos 22 itens) mede a percepção – esta é a real, objetiva - do cliente sobre o
serviço oferecido por uma determinada empresa.
Então a qualidade do serviço é avaliada subtraindo-se a qualidade esperada da empresa ideal da qualidade perce-
bida na determinada empresa.
Este modelo de pesquisa é utilizado para avaliar a qualidade dos serviços prestados por uma determinada empresa.
Baseado nos resultados da pesquisa as áreas consideradas fracas podem ser localizadas e corrigidas. Essa pesquisa
aponta também as áreas fortes da empresa, que podem ser usadas como vantagens competitivas.

Reengenharia

A reengenharia pode ser considerada uma reação às mudanças ambientais velozes e intensas e à total inabilidade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

das organizações em ajustar-se a essas mudanças. Significa fazer uma nova engenharia da estrutura organizacional.
Representa uma reconstrução e não simplesmente uma reforma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos
rápidos ou mudanças cosméticas na engenharia atual, mas de fazer um desenho organizacional totalmente novo e
diferente.
A reengenharia se baseia nos processos empresariais e considera que eles devem fundamentar o formato organi-
zacional. Não se pretende melhorar os processos já existentes, mas a sua total substituição por processos inteiramente
novos. Nem se pretende automatizar os processos já existentes. Não se confunde com a melhoria contínua, pois a
reengenharia pretende criar um processo inteiramente novo e baseado na tecnologia da informação e não o aperfei-
çoamento gradativo e lento do processo atual.
Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta em quatro palavras chave:

59
• Fundamental – busca reduzir a organização ao essencial e fundamental.
• Radical – impõe uma renovação radical, desconsiderando as estruturas e os procedimentos atuais para inventar
novas maneiras de fazer o trabalho.
• Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição por algo inteiramente novo.
• Processos – orienta o foco para os processos e não mais para as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para a
estrutura organizacional.

Além dessas citadas acima, temos outras ferramentas comumente utilizadas nesse processo de busca de qualidade na
gestão.
É comum classificá-las em ferramentas estatísticas e não estatísticas. Há quem as subdivida em ferramentas geren-
ciais e estatísticas ou em antigas e novas ferramentas. Há quem selecione apenas sete. Essas são denominadas «as sete
ferramentas da qualidade».
As ferramentas conhecidas como “as sete ferramentas da qualidade” são estratificação, folha de verificação, gráfico
de Pareto, diagrama de causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão e gráfico de controle.
As ferramentas não-estatísticas, como o fluxograma, folhas de verificação, cartas de tendências etc., são relativa-
mente simples e podem ser utilizadas tanto pelo nível gerencial quanto operacional da organização. O uso dessas
ferramentas exige pouco treinamento.
As ferramentas estatísticas, como o histograma, diagrama de Pareto, estratificação etc., são de complexidade média.
Essas, em geral, são utilizadas pela gerência intermediária e por técnicos, desde que sejam submetidos a treinamento
específico e tenham alguma facilidade para trabalhar com dados numéricos.
Não há limites para a quantidade de ferramentas que podem ser utilizadas na análise e melhoria de processos. No
entanto, para o uso eficaz de todas as ferramentas, é necessário conhecimento e prática.

Ferramentas Não-Estatísticas

Vejamos abaixo as ferramentas não-estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos:

Folha de verificação

As folhas de verificação são ferramentas de fácil compreensão, usadas para responder à pergunta: “Com que fre-
quência certos eventos acontecem?” Ela inicia o processo transformando “opiniões” em “fatos”.

Na preparação de uma Folha de Verificação devem ser incluídos, sempre que possível, os seguintes itens:

· o objetivo da verificação (por que);


· os itens a serem verificados (o que);
· os métodos de verificação (como);
· a data e a hora das verificações (quando);
· o nome da pessoa que faz a verificação (quem);
· os locais e processos das verificações (onde);
· os resultados das verificações;
· a sequência das verificações.

Além disso, é necessário:


· definir o período para a coleta de dados;
· elaborar um formulário simples e fácil de ser preenchido;
· verificar se os dados podem ser colhidos consistente e oportunamente.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

60
Carta de tendência
São representações gráficas de dados coletados em um determinado período para identificar tendências ou outros
padrões que ocorrem ao longo deste período.
São utilizadas para monitorar um sistema, a fim de se observar ao longo do tempo a existência de alterações na
média esperada.
A carta de tendência, como qualquer outro gráfico, deve ser usada para chamar atenção para mudanças realmente
vitais no sistema.
Por exemplo, quando monitoramos qualquer processo, é esperado que encontremos certa quantidade de pontos
acima e abaixo da média. Porém quando muitos pontos aparecem em apenas um lado da média, isto indica um evento
estatístico não usual e que houve variação na média. Estas mudanças devem ser sempre investigadas. Se a causa da
variação é favorável, deve ser incorporada ao processo. Se não deve ser eliminada.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Checklist de aderência
Checklist (ou lista de verificação) é um formulário, previamente elaborado, para coleta de opiniões sobre o quanto
pessoas ou organizações conhecem, aceitam ou praticam as ações, os princípios ou os comportamentos que estão
sendo avaliados.

61
Diagrama de causa e efeito
É uma ferramenta utilizada para:
· apresentar a relação existente entre o resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) que possam afetar
este resultado;
· estudar processos e situações;
· planejamento.
É, também, conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa.
Desenvolvido no Japão, em 1943, por Kooru Ishikawa, permite, ainda, representar a relação entre problema e todas
as possibilidades de causas que podem implicar neste efeito.
Para facilitar a construção do diagrama, Ishikawa idealizou quatro categorias de causas conhecidas como 4M. Ou-
tras categorias foram propostas e nada impede que cada pessoa proponha suas próprias categorias. Todavia, não deve
esquecer que a simplicidade é o segredo para o bom funcionamento desta ferramenta.
As categorias mais comuns para agrupamento das causas são:
· 4M: Mão-de-obra, Máquina, Método do Processo ou da Medida e Materiais;
· 5M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais e Manager (Gerenciamento);
· 6M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento) e Meio
Ambiente;
· 7M: Mão-de-obra, Máquina, Método, Materiais, Manager (Gerenciamento), Meio Ambiente e Money (Dinheiro).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

62
4Q1POC (5W2H)
É uma técnica de levantamento global recomendada para todas as etapas da análise e melhoria de processos. O
nome da técnica deriva-se de cinco perguntas em inglês. São elas: Who, Where, Why, What, When, How much and
How. Por isso, ela também é conhecida como 5W2H. Em português, 4Q1POC refere-se às perguntas Quem, O Que,
Quando, Quanto, Por que, Onde e Como. Esta técnica pode ser utilizada tanto para análise de processos quanto para o
planejamento de melhorias. É a forma mais simples do Plano de Ação.
Quem
· Quem são os clientes e os fornecedores?
· Quem planeja, executa e avalia?

O Que
· O que é feito?
· O que é consumido?

Quando
· Quando a atividade é executada?
· Quando o cliente precisa do produto ou serviço?

Quanto
· Quanto custará a implementação das atividades?
Onde
· Onde a atividade é planejada, executada e avaliada?
· Onde o produto ou serviço deve ser entregue?

Por que
· Por que o processo segue esta rotina?
· Por que esta solução será implementada?

Como
· Como a atividade é planejada, executada e avaliada?
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

· Como esta solução será implementada?

63
5 Por quês
É uma técnica de análise que permite, através da formulação de uma única pergunta, Porque, aprofundar o co-
nhecimento sobre determinado assunto. Como se trata de uma sequência de perguntas ordenadas, de forma que a
pergunta seguinte incida sempre sobre a resposta dada à questão anterior, a tendência é a identificação de uma grande
variedade de causas afins ao tema que está sendo questionado. Cabe observar que o número 5, colocado no nome
da técnica, não é impositivo, apenas sugere a reincidência da pergunta e o não conformismo com a primeira resposta.

Matriz GUT
É uma matriz de priorização de problemas a partir da análise feita, considerando três critérios (Gravidade - Urgência
– Tendência):
· Gravidade: impacto do problema sobre coisas, pessoas, resultados, processos ou organizações e efeitos que surgi-
rão a longo prazo, caso o problema não seja resolvido.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

· Urgência: relação com o tempo disponível ou necessário para resolver o problema.


· Tendência: potencial de crescimento do problema, avaliação da tendência de crescimento, redução ou desapare-
cimento do problema.

64
Técnica nominal de grupo
É uma técnica de priorização que se aplica a situações diversas, tais como: problemas, soluções, processos, ativida-
des, etc. Diferentemente de outras técnicas, o critério de priorização é absolutamente subjetivo, o que torna recomen-
dável que sua utilização seja precedida de ampla discussão sobre os assuntos a serem priorizados.
Na Técnica Nominal de Grupo, os valores a serem atribuídos no preenchimento da matriz não são estabelecidos “a
priori”, sendo que o maior valor é sempre igual ao número de itens a serem priorizados. No preenchimento da matriz,
cada avaliador começa atribuindo o maior valor ao item que considera mais prioritário. Não é permitido, a um único
avaliador, atribuir o mesmo valor a dois ou mais itens. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

65
Votação de Pareto
É uma técnica de priorização baseada no «Princípio de Pareto» dos poucos pontos vitais e muitos pontos triviais
sendo, neste caso, utilizado o procedimento de votação.
Juran adaptou aos problemas da Qualidade a teoria da desigualdade da distribuição de renda desenvolvida pelo
economista italiano Vilfredo Pareto. O princípio de Pareto estabelece que, na maioria dos processos, uma pequena
quantidade de causas (cerca de 20%) contribui de forma preponderante para a maior parte dos problemas (cerca de
80%), e que uma grande quantidade de causas (cerca de 80%) contribui muito pouco para os efeitos observados (cerca
de 20%). Ao primeiro grupo de causas, ele chamou de “pouco vitais” e ao segundo de “muito triviais”.
O procedimento utilizado consiste em que o coordenador, após a geração de uma série de ideias por um grupo,
solicita que os participantes votem naquelas que consideram as mais importantes, de acordo com as seguintes regras:
· o número de votos por participante é limitado a 20%, do total de ideias;
· todos os votos permitidos devem ser usados;
· não é permitido dedicar mais de um voto para uma mesma ideia por participante.

As ideias mais votadas, que devem estar na faixa dos 20% do total de ideias geradas, são as consideradas prioritá-
rias.

Diagrama de árvore
Relaciona o objetivo mais geral com passos de implementação prática. Na sua versão original japonesa, o diagrama
da árvore é utilizado para descrever os métodos pelos quais um propósito pode ser alcançado. Além disso, é utilizado
também, para explorar todas as causas possíveis de um problema, assemelhando-se ao diagrama de causa e efeito,
para mapear características de um produto ou serviço e para identificar atividades a serem acompanhadas tendo em
vista um objetivo organizacional geral, como no exemplo prático apresentado na tela seguinte.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

66
Diagrama de matriz
Apresenta graficamente o relacionamento entre dois ou mais elementos, tais como: atividades de pessoas com
funções, tarefas com tarefas, problemas com problemas, problemas com causas e soluções, etc. As matrizes podem ter
vários formatos, dependendo da quantidade de elementos a serem combinados.

Fluxograma
É a representação esquemática da sequencia (setas) das etapas (caixas) de um processo e tem por objetivo ajudar a
perceber sua lógica. O fluxograma serve para compreender e melhorar o processo de trabalho, criar um procedimento
padrão de operação e mostrar como o trabalho deve ser feito.
É utilizado também como ferramenta de comunicação, de compreensão, aprendizado e auxílio à memória. Essa
ferramenta possibilita identificar instruções incompletas e serve como roteiro de controle e padronização. É muito útil
na identificação e resolução de problemas e na operacionalização, no controle e na melhoria de um processo.
Na construção de um fluxograma são utilizados símbolos variados, e os mais comuns são os apresentados a seguir:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

67
Ferramentas Estatísticas
Vejamos abaixo as ferramentas estatísticas mais utilizadas, seus conceitos e exemplos.

Diagrama de Pareto
São gráficos de barras verticais que permitem classificar e priorizar problemas em duas categorias: “Pouco vitais” e
“Muito triviais”.
Segundo o princípio de Pareto, os processos podem ser melhorados se houver uma atuação sistemática sobre as
causas do primeiro grupo. Se existir o hábito da priorização, muitos problemas simplesmente desaparecem por serem
pouco relevantes.
Por outro lado, os problemas mais graves passam a ter o tratamento devido e também desaparecem.
Outro ponto importante sobre o diagrama de Pareto é a possibilidade de desdobramento das causas principais em
outros Paretos, permitindo análises sucessivas, como ilustrado a seguir.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

68
Estratificação
A estratificação consiste em dividir um conjunto de dados em grupos que possuem características que os tornam
peculiares, podendo agrupá-los de diversas maneiras. Ela ajuda na análise dos casos cujos dados mascaram os fatos
reais. Isto geralmente ocorre quando os dados registrados provêm de diferentes fontes, mas são tratados sem distin-
ção.
Permite também identificar fontes de variação, analisar dados, pesquisar oportunidades de melhoria e avaliar de
forma mais eficaz as situações. Uma forma prática de fazer estratificação é utilizar os 4M ou 5M ou 6M ou 7M.

Histograma
São gráficos de barras construídos a partir de uma tabela de frequência de determinadas ocorrências. O eixo hori-
zontal apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse.
Subdivide-se o eixo horizontal em vários pequenos intervalos, construindo-se para cada um destes intervalos uma
barra vertical.
Os histogramas, assim como os processos, podem ter as mais variadas formas, indicando se o processo está “está-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vel” ou apresenta algum desvio. A construção de histogramas exige alguns conhecimentos de estatística que permitam,
após a coleta de dados, a determinação da amplitude, do número, do intervalo e dos limites de classe e a preparação
de uma tabela de frequência.

69
Escolhendo o processo
A escolha do processo a ser analisado é de grande importância para o sucesso dos trabalhos a serem desenvolvidos
no âmbito de uma organização.
A seguir são listadas algumas dicas para seleção de processos:
· impacto direto sobre clientes externos;
· ciclo de execução rápido;
· não esteja passando por importantes transições;
· seja relativamente simples;
· tenha potencial para gerar benefícios;
· ofereça integração com visão e missão.

A Metodologia de Análise e Solução de Problemas (MASP) consiste em um conjunto de procedimentos sistema-


ticamente ordenados, baseado em fatos e dados, que visa a identificação e a eliminação de problemas que afetam os
processos, bem como a identificação e o aproveitamento de oportunidades para a melhoria contínua.
O gerenciamento de processos organizacionais envolve tanto a aplicação da MASP como a compreensão do ciclo
PDCA (Planejar, Desenvolver, Checar, Agir corretivamente), estudado anteriormente. Ambos os métodos, assim como
o uso de ferramentas, são úteis no gerenciamento da Qualidade de processos. Entender a relação existente entre estes
deve, pois, ser considerada. Vejamos a seguir como essas metodologias se relacionam.

Compreendendo a Masp – Etapas e Procedimentos e a Relação com o PDCA


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

70
Relação entre Ciclo PDCA, etapas da MASP e Ferramentas Utilizadas

Metodologia para Implantação da MASP


FASE 1 - Planejamento e Organização
Atividade 1: Elaboração do Projeto
· definição de objetivos e produtos;
· definição das áreas envolvidas e seus representantes;
· definição dos patrocinadores;
· definição do Comitê Gestor de Redesenho;
· definição das Equipes de Redesenho;
· definição dos Grupos de Contato;
· definição do Coordenador do Projeto;
· definição dos recursos necessários;
· definição das estratégias de comunicação e responsáveis;
· definição da metodologia de análise a ser empregada;
· definição das técnicas de documentação a serem utilizadas;
· definição dos resultados a serem atingidos;
· elaboração do Plano de Ação (descrição das tarefas, responsáveis e cronograma).

Atividade 2: Validação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Atividade 3: Divulgação

Atividade 4: Alocação de Recursos

Atividade 5: Formalização dos Grupos de Trabalho (Comitê Gestor, Equipes de Redesenho, Grupos de Contato e
Coordenação)

Atividade 6: Capacitação da Equipe de Redesenho

71
FASE 2 – Identificação · identificação dos sistemas a serem modificados ou
desenvolvidos;
Atividade 01: Identificação do Contexto Institucional · mapeamento dos riscos envolvidos.
do Processo
FASE 5 – Elaboração dos Manuais dos Processos
· missão da organização e competências das áreas;
· diagrama da estrutura organizacional (com o quan- Atividades
titativo de pessoal).
· novos fluxogramas (geral e detalhado);
Atividade 02: Identificação do Processo · redação dos manuais;
· revisão dos conteúdos;
· nome do processo; descrição e objetivos; · revisão ortográfica.
· unidade responsável;
· responsável (cargo, nome, telefone e e-mail); FASE 6 – Planejamento da Implementação
· recursos alocados (humanos, tecnológicos e mate-
riais); Atividades
· produtos intermediários e finais;
· clientes internos e externos e seus requisitos; · definição da equipe responsável em cada área;
· fornecedores e insumos (e requisitos); · definição dos patrocinadores;
· fluxograma geral do processo; · definição do processo de monitoramento dos resul-
· documentação existente (legislação, normas, siste- tados (indicadores, itens de verificação e de con-
mas, etc); trole, e metas a serem atingidas);
· indicadores existentes [tipo, nome, descrição/fór- · definição da estratégia de implementação;
mula, periodicidade, insumos, responsável, históri- · elaboração do plano de implementação (tarefas, res-
co (financeiro/custos; processo eficiência; eficácia; ponsáveis e cronograma);
efetividade; qualidade; prazos; metas; capacidade; · elaboração do plano de capacitação;
satisfação dos clientes; critérios PNGP – liderança, · capacitação das equipes executoras.
planejamento, cidadão e sociedade, informação e
análise, processos, pessoas, resultados); FASE 7 – Acompanhamento da Implementação
· mapa de atividades; Atividades
· fluxograma detalhado do processo. · Reuniões de acompanhamento, avaliação e tomada
de decisão (correções ou modificações no processo).
FASE 3 – Análise
FASE 8 – Relatório Final de Avaliação do Projeto
Atividade 1: Identificação e Priorização dos Problemas Atividades
· elaboração de relatório.3
· ambiente interno: fatores restritivos e fatores incen-
tivadores (condições de trabalho, documentação, Fundamentos de Excelência Gerencial (Modelo da
recursos humanos, recursos tecnológicos e recur- FNQ)
sos materiais); Os fundamentos da excelência são conceitos que de-
· ambiente externo: ameaças e oportunidades; finem o entendimento contemporâneo de uma gestão
· definição dos fatores críticos de sucesso e subpro- de excelência na administração pública e que, orientados
cessos essenciais; pelos princípios constitucionais, compõem a estrutura de
· identificação e priorização dos problemas; sustentação do Modelo de Excelência em Gestão Pública.
· descrição dos principais problemas;
· forma com que os problemas são percebidos; mo-
mento e providências adotadas.
#FicaDica
O novo MEG da FNQ (21ª edição do MEG )
Atividade 2: Análise dos Problemas traz alterações quanto aos seus conteúdos
e, nesse modelo, consta apenas OITO FUN-
· identificação das causas dos problemas (Diagrama DAMENTOS (vide link Fonte: http://www.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de Ishikawa); fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/
· priorização das causas (Matriz GUT, Votação de Pa- modelo-de-excelencia-da-gestao/funda-
reto, etc). mentos)

FASE 4 – Proposição de Melhorias

Atividades

· definição das possíveis soluções e respectivas alter-


nativas, com descrição das vantagens e desvanta-
3 Fonte: www.anpad.org.br/www.adapar.pr.gov.br/Carlos Ramos/
gens;
Francisco Carlos da Cruz Silva e Cláudio Fernando Macedo

72
Os oito Fundamentos da Excelência, na 21ª edição do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
MEG, são: 
Compromisso da organização em responder pelos
impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e
no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das
condições de vida.

ORIENTAÇÃO POR PROCESSOS

Busca da eficiência e eficácia através das ações de


forma que essas agreguem valor para as partes interes-
sadas.

GERAÇÃO DE VALOR

Alcance de resultados econômicos, sociais e ambien-


tais e que atendam as necessidades e expectativas das
partes interessadas.

Em suma, temos aqui uma natureza gerencial da ad-


ministração que busca pela qualidade na prestação do
serviço ao público de forma imperativa, sendo o cida-
dão o foco sempre, proporcionando a ele atendimento
de excelência, que coloque os serviços e as rotinas de
maneira transparente, participativa e que permita o con-
trole social..4

EXERCÍCIOS COMENTADOS
PENSAMENTO SISTÊMICO
1. (PC/BA – 2018 – VUNESP) O ciclo PDCA tem sido fre-
Reconhecimento das relações de interdependência e quentemente acompanhado, como reforço, de mais duas
consequências entre os diversos componentes que for- ferramentas da qualidade que têm por objetivo a veri-
mam a organização, bem como entre estes e o ambiente ficação de problemas bem como suas resoluções. Uma
com o qual interagem. dessas ferramentas coloca as prováveis causas e as pro-
váveis consequências em um esquema gráfico, e a outra
COMPROMISSO COM AS PARTES INTERESSADAS estabelece um roteiro de perguntas que envolvem: onde?
como? quem? o quê? por quê? quando? quanto? etc. Essas
Gerenciamento das relações com as partes interessa- ferramentas da Gestão pela Qualidade Total são, respec-
das e sua inter-relação com as estratégias e processos.  tivamente:
APRENDIZADO ORGANIZACIONAL E INOVAÇÃO a) Ws 1 H; Diagrama de Gantt.
b) Diagrama de Ishikawa; 5 Ws 2 H. 
Busca e alcance de novos patamares de competên- c) 5 Ws 1 H; Diagrama de Venn. 
cia para a organização e sua força de trabalho, por meio d) Diagrama de Ishikawa; 6 Ws 2 H. 
da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de e) Diagrama de Pareto; 5 Ws 1 H.
conhecimentos, promovendo um ambiente favorável à
novas identificações.  Resposta: Letra B.
Também conhecido como Gráfico de Gantt, o Diagra-
ADAPTABILIDADE ma de Gantt, é uma ferramenta que possibilita a vi-
sualização do progresso dos projetos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Flexibilidade e capacidade de mudança para atender Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica uti-
as atuais demandas. lizada pela administração para o gerenciamento e o
controle da qualidade em diversos processos, e tam-
LIDERANÇA TRANSFORMADORA bém é conhecido como Diagrama de Causa e Efeito
ou Diagrama Espinha de peixe.
Atuação dos líderes de forma ética e comprometida No Diagrama de Venn os elementos são agrupados em
com a excelência e mobilizando as pessoas em torno de figuras geométricas, por exemplo, usa círculos sobre-
valores, princípios e objetivos da organização e gerando postos, para ilustrar as relações lógicas entre dois ou
interação com as partes interessadas.  mais conjuntos de itens.
4 Conteúdo adaptado de: www.adapar.pr.gov.br/www.lsensino.com.
br

73
Diagrama de Pareto é uma técnica que permite estabe- autoavaliação do nível de maturidade de gestão das
lecer dois grupos de causas para a maioria dos proces- organizações.
sos. Uma grande quantidade de causas (ordem de 80%) Os oito fundamentos da edição atual vocês já viram em
contribui muito pouco (ordem de 20%) para os efeitos questões anteriores.
observados. Uma pequena quantidade de causas (or-
dem de 20%) contribui de forma preponderante (ordem 3. (TRT/8ª Região/PA e AP – 2016 - CESPE) Assinale a
de 80%) para os efeitos observados. O primeiro grupo opção correta com referência à gestão de desempenho e
é denominado “maiorias triviais” e o segundo grupo de à gestão de resultados na produção de serviços públicos.
“minorias essenciais”.
4Q1POC (5W2H) a) Na gestão de desempenho por competências, o co-
É uma técnica de levantamento global recomendada nhecimento é o componente mais importante a ser
para todas as etapas da análise e melhoria de proces- observado no empregado, pois a entrega do serviço
sos. O nome da técnica deriva-se de cinco perguntas final para a instituição depende de essa característica
em inglês. São elas: Who, Where, Why, What, When, estar presente no indivíduo.
How much and How. Por isso, ela também é conhecida b) Na gestão de desempenho por competências, a prio-
como 5W2H. Em português, 4Q1POC refere-se às per- ridade é avaliar, em detrimento de competências indi-
guntas Quem, O Que, Quando, Quanto, Por que, Onde viduais, o alcance das competências organizacionais,
e Como. Esta técnica pode ser utilizada tanto para aná- porque são estas últimas que contribuem para a so-
lise de processos quanto para o planejamento de me- brevivência e a diferenciação da organização no seg-
lhorias. É a forma mais simples do Plano de Ação. mento em que atua.
Dessa forma, na sequencia pedida no enunciado, as fer- c) A gestão por resultados envolve o monitoramento e a
ramentas são Diagrama de Ishikawa e 5Ws2H. avaliação de desempenho da instituição para a verifi-
cação dos resultados almejados, bem como a retroali-
2. (TRT/24ª REGIÃO/MS – 2017 - FCC) Suponha que mentação e a adoção de medidas corretivas decorren-
determinada entidade integrante da Administração pú- tes da avaliação.
blica pretenda medir seu grau de excelência utilizando d) A administração gerencial no setor público absorveu
os conceitos, ferramentas e metodologias preconizados características da administração burocrática por remu-
pela Fundação Nacional de Qualidade − FNQ. Tal preten- nerar e promover servidores com base no tempo de
são afigura-se  serviço.
e) A administração por resultados no setor público tem
a) viável apenas em se tratando de entidade sujeita ao como foco o alcance de metas orçamentárias, inde-
regime jurídico privado, tais como empresas públicas pendentemente do grau de satisfação do cidadão.
e sociedades de economia mista. 
b)   inviável, em face da colidência com os princípios Resposta: Letra C.
constitucionais que regem a Administração pública.  Alternativa A – ERRADA – o conhecimento é apenas
c) cabível, eis que o modelo da FNQ contempla adapta- uma das competências, embora seja importante, não
ção para a gestão pública, com conteúdos específicos descarta as demais, que formam juntas o famoso CHA
para cada critério. (Conhecimento/habilidades/atitudes)
d) de difícil consecução, haja vista a não aderência dos Alternativa B – ERRADA - quando eu tenho um bom re-
fundamentos preconizados pela FNQ ao “estado da sultado individual, consigo potencializar meu resultado
arte” na Administração pública.  organizacional, para tanto, necessário se faz a avalia-
e) cabível apenas para fins de premiação, em caráter ho- ção individual e suas eventuais correções.
norífico, para gestores públicos de destaque, não se Alternativa D – ERRADA – não tem por base processos,
aplicando para fins de avaliação da organização.  como por exemplo, gestão de carreira e sim resultados.
Alternativa E – ERRADA – o foco principal da adm por
Resposta: Letra C. resultados é atender ao cliente, à sua necessidade e da
A FNQ tem por objetivo disseminar os Fundamentos de sociedade como um todo, e ao atender à necessidade
Excelência em Gestão para organizações de todos os do cliente eu provoco nele a satisfação
setores e portes, contribuindo para o aperfeiçoamento
da gestão, o aumento da competitividade das organiza-
ções e, consequentemente, para a melhoria da qualida-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de de vida do cidadão e, nesse afã, vem à cada edição,


buscando mais modernidade e simplificação na forma
de aperfeiçoar os processos gerenciais de suas organi-
zações e alavancar os resultados.
Em sua ultima edição (21ª), duas mudanças principais
demonstram esse objetivo e consistem em: (1) apre-
sentação do novo Diagrama do MEG, baseado no Tan-
gram, quebra cabeça de sete peças de origem chinesa
e em seus oito Fundamentos da Gestão para Exce-
lência, que substituem os antigos Critérios de Exce-
lência. (2) inovação na metodologia para avaliação e

74
NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS: TÉCNICAS DE MAPEAMENTO, ANÁLISE E MELHORIA
DE PROCESSOS.

Processos são sequências de ações ou eventos que levam a um determinado fim, resultado ou objetivo.

A relação fundamental entre os processos é que há uma entrada de alguma coisa, uma etapa de transformação ou
processamento e uma saída.

Exemplo:

Para acompanhar as novas tendências a área de gestão de processos ocupa cada vez mais espaço na gestão admi-
nistrativa.

Os principais fatores que tem contribuído para essa tendência são:


- Aumento da demanda de mercado exige desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços de forma
mais ágil e rápida.
- A implantação dos ERPs gera a necessidade prévia de mapeamento dos processos.
- As regras e procedimentos organizacionais se mostram cada vez mais desatualizados devido ao ambiente de
constante mudança, provocando ocorrência de erros ou decisões postergadas por falta de uma orientação clara.

Maior frequência de entrada e saída de profissionais (turnover), dificultando a gestão de conhecimento e a documen-
tação das regras de negócio e, além disso, gera maior dificuldade na integração e treinamento de novos colaboradores. 

Diante disso tudo, as organizações tem buscado cada vez mais novas formas de gerenciar seus processos e, iniciam
essa ação através da revisão e pelo desenvolvimento das normas organizacionais, criando assim um mapeamento do
processo que irá orientar as ações posteriormente.
Nesse momento, identificar os processos relevantes à organização e a forma como estes devem ser operacionaliza-
dos com eficiência, requer que os administradores saibam:
- Qual o dimensionamento de equipe ideal para a execução e o controle dos processos;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Qual o suporte adequado de ferramentas tecnológicas;


- Quais os métodos de monitoramento e controle do desempenho a serem utilizados e
- Qual é o nível de integração e interdependência entre processos.

A identificação desses aspectos permitem à organização ter uma visão panorâmica e abrangente (BPM) sobre os
processos a serem implantados, sendo que, essa visão, para ser implantada deve considerar:
1) Tradução do negócio em processos: É importante definir quais são os processos mais relevantes para a or-
ganização e aqueles que os suportam. Isso é possível a partir do entendimento da Visão Estratégica, como se
pretende atuar e quais os diferenciais atuais e desejados para o futuro. Com isso, é possível construir o Mapa
Geral de Processos da Organização.

75
2) Mapeamento e detalhando os processos: A partir da definição do Mapa Geral de Processos inicia-se a prioriza-
ção dos processos que serão detalhados. O mapeamento estruturado com a definição de padrões de documen-
tação permite uma análise de todo o potencial de integração e automação possível. De forma complementar são
identificados os atributos dos processos, o que permite, por exemplo, realizar estudos de custeio das atividades
que compõe o processo, ou ainda dimensionar o tamanho da equipe que deverá realizá-lo.
3) Definição de indicadores de desempenho: O objetivo do BPM é permitir a gestão dos processos, o que sig-
nifica medir, atuar e melhorar! Assim, tão importante quanto mapear os processos é definir os indicadores de
desempenho, além dos modelos de controle a serem utilizados.
4)
5) Gerando oportunidades de melhoria: A intenção é garantir um modelo de operação que não leve a retrabalho,
perda de esforço e de eficiência, ou que gere altos custos ou ofereça riscos ao negócio. Para tal é necessário iden-
tificar as oportunidades de melhoria, que por sua vez seguem quatro alternativas básicas: incrementar, simplificar,
automatizar ou eliminar. Enquanto que na primeira busca-se o ganho de escala, na última busca-se a simples exclu-
são da atividade ou transferência da mesma para terceiros.
6) Implantando um novo modelo de gestão: O BPM não deve ser entendido como uma revisão de processos. A
preocupação maior é assegurar melhores resultados e nesse caminho trata-se de uma mudança cultural. É necessária
maior percepção das relações entre processos. Nesse sentido, não basta controlar os resultados dos processos, é
preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar fluxo de atividades mais equilibrado e de controles mais robustos.

É por causa desse último passo que a implantação de BPM deve ser tratada de forma planejada e orientada em
resultados de curto, médio e longo prazo.
Como já dissemos, o BPM representa uma visão bem mais abrangente, onde a busca por ganhos está vinculada a
um novo modelo de gestão. Colocar tal modelo em prática requer uma nova forma de analisar e decidir como será o
dia-a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana que vem, no próximo ano e assim por diante.

A gestão de processos envolve dois componentes essenciais:


• Recursos: tudo aquilo que é necessário para a execução do processo – recursos humanos, financeiro e infraes-
trutura.
• Regras: representa o aspecto documental que irá nortear as ações – procedimentos, regras, regimentos, regula-
mentos, entre outros.

Como vimos acima, gestão de processo é um conjunto de atividades realizadas por indivíduos ou equipamentos, com
auxilio de recursos, com a finalidade de atingir uma transformação de insumos/informações em produtos ou serviços.
Com a departamentalização, o processo não é mais visto como um todo, o que exige uma atenção maior para a
execução em cada fase, de forma que não se comprometa o resultado final.
Através da departamentalização cada área cuida de forma individual da aquisição de suas matérias primas, do
desenvolvimento do produto, do contas a pagar e a receber, perde-se o contato com o cliente, e muitas vezes, os pro-
cessos correm o risco de serem “quebrados”, “interrompidos” e, iniciam-se os problemas de retrabalhos, de perda de
tempo, de desperdícios, acumulo e desvio de funções, entre outros problemas possíveis de ocorrem quando se perde
a visão por processos.

#FicaDica
Exatamente, existe uma diferença entre gestão de processo e gestão por processo, como veremos a seguir.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

76
Portanto, através da Gestão POR processos, alcança-se:
 - Gerenciamento alinhado à estratégia da organização;
- Foco no desenvolvimento do produto/serviço para o cliente;
- Aplicação e análise permanente do desempenho dos processos por meio de indicadores;
- Direcionamento e capacitação das equipes de trabalho;
- Fortalecimento da comunicação em todos os níveis da organização.

Assim, conclui-se que com a gestão por processos há maior sinergia entre as áreas, com processos otimizados, padro-
nizados e controlados, fortalecendo o relacionamento interdepartamental, possibilitando a visão do “todo” e produzindo
resultados voltados para o negócio.

Tipos de processos

Na gestão de processos observamos a ocorrência de atividades inter-relacionadas, que interagem entre si, cada
uma dentro de um contexto de processo, porem, relacionando-se umas coma as outras.
Esses processos são conhecidos como:

Mapeamento de processos

Tem por finalidade

- Proporcionar conhecimento e a análise dos processos e seu relacionamento com os dados, estruturados em uma
visão top down, até um nível que permita sua perfeita compreensão e obtenção satisfatória dos produtos e ser-
viços, objetivos e resultados dos processos.
- Permitir que sejam conhecidas com detalhes e profundidade todas as operações que ocorrem durante a fabrica-
ção de um produto ou a produção de um serviço.
- Permitir descobrir a “organização oculta”.

Vale ressaltar que o mapeamento de processos tem como pressuposto a visão sistêmica, segundo a qual a organi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zação deve ser entendida como um todo, com componentes que estabelecem relações complexas entre si, dentro de
um contexto.

Análise e melhoria de processos

A análise permite um aperfeiçoado de forma constante, de forma que o processo agregue cada vez mais valor à
organização e consuma menos recursos (menos insumos, ser executado mais rapidamente, exigir menos esforços das
pessoas, necessitar de menos pessoas).
A melhoria é a “mudança discreta de um processo, no qual os parâmetros de saída (especificações do produto,
produtividade, regularidade etc.) apresentam melhorias mensuráveis, de forma estável e consistente, em relação a uma
fase anterior”.

77
Ao considerarmos a melhoria, percebemos a relação próxima da gestão de processos com a gestão da qualidade.
O aperfeiçoamento de processos, inclusive, é frequentemente inserido, nas organizações, dentro de programas de
qualidade total.
Unir tempo, lucratividade e redução de custos, tornou-se um objetivo das organizações, onde, o foco é conseguir
serviços e produtos com qualidade, não somente como uma forma de estratégia de diferenciação do seu produto/
serviço no mercado, mas como condição de preexistência.

A gestão da qualidade e a gestão de processos complementam-se e, se bem conduzidas, podem levar a organiza-
ção à alcançar elevados patamares de produtividade e eficácia.
Ambas têm como objetivo: a melhoria do desempenho organizacional a partir da melhoria de seus processos,
tornando a administração dos negócios mais transparente e auxiliando na tomada de decisão e gestão corporativa.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRT/7ª Região/CE – 20107 - CESPE) Nas organizações, a gestão de processos deve considerar tanto os processos
centrais quanto os de apoio e os periféricos. Na gestão de processos, os processos considerados centrais incluem 

a) a aquisição de insumos para a produção.


b) o processamento de pedidos de produtos.
c) a elaboração do balanço patrimonial e financeiro.
d) o recrutamento e a seleção de empregados. 

Resposta: Letra B. Processos centrais são aqueles alinhados à finalidade da organização, ou seja, são os responsá-
veis por fazer com que a organização atinja seu objetivo, resultando em produtos ou serviços. Processos centrais são
aqueles alinhados à finalidade da organização, ou seja, são os responsáveis por fazer com que a organização atinja
seu objetivo, resultando em produtos ou serviços.
Dentre as alternativas, a única que podemos considerar central é a B, afinal, processamento de pedido está direta-
mente relacionado à finalidade, pois, as alternativas A e C estão relacionadas aos processos que viabilizam o funcio-
namento, enquanto que a alternativa D trata-se de aspecto organizacional.

2. (TRT/7ª Região/CE – 20107 - CESPE) Nas organizações, a gestão de processos deve considerar tanto os processos
centrais quanto os de apoio e os periféricos. Na gestão de processos, os processos considerados centrais incluem 

a) a aquisição de insumos para a produção.


b) o processamento de pedidos de produtos.
c) a elaboração do balanço patrimonial e financeiro.
d) o recrutamento e a seleção de empregados. 

Resposta: Letra B. Conforme vimos no conteúdo acima, na gestão de processo temos três aspectos diferentes, cada um com
uma importância dentro do contexto geral, porem, todos inter-relacionados. Analisemos as alternativas:
Alternativa A – ERRADA – trata-se de processo suporte (representa suprimento, viabiliza o funcionamento)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Alternativa B – CERTA
Alternativa C – ERRADA – trata-se de processo gerencial (ação de direção, relacionado à gestão)
Alternativa D – ERRADA – trata-se de processo suporte (viabiliza o funcionamento da empresa)

3. (TCE/PE – 2017 - CESPE) Acerca da gestão de processos, julgue o item a seguir.


Processos de suporte são aqueles que têm o objetivo de medir, monitorar, controlar atividades e administrar o presente
e o futuro do negócio, não agregando valor diretamente para o cliente.

( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Errado. As funções descritas no enunciado referem-se às atividades gerenciais da organização, caracteri-
zando portanto, processo gerencial.
O processo de suporte representa as ações necessárias para o funcionamento da empresa, ou seja, através delas o pro-
cesso primário (ou central) se torna executável.

LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E FUNCIONAL.


ATOS ADMINISTRATIVOS. REQUISIÇÃO.

A legislação administrativa é conjunto dos princípios jurídicos que tratam da Administração Pública, suas en-
tidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir as finalidades do Estado.
Ou seja, tudo que se refere à Administração Pública e à relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e
estudado pelo Direito Administrativo.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:

De acordo com os ensinamentos do jurista administrativo Hely Lopes Meirelles, organização da Administração Pú-
blica é “todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades
coletivas”.
De maneira objetiva, temos que Organização da Administração Pública é toda a atividade concreta e imediata de-
senvolvida pelo Estado para o alcance dos interesses públicos.
De maneira subjetiva, podemos afirmar que trata-se do conjunto de órgãos e de agentes públicos aos quais a lei
atribui o exercício da função administrativa do Estado.

CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO.

O Estado exerce função administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e seus respectivos agentes públicos,
objetivando atender o interesse coletivo. Para tanto, o Estado adota duas formas principais para a organização e atua-
ção administrativa: centralização e descentralização.
Ocorre a centralização administrativa quando o Estado exerce suas funções diretamente, por meio de seus órgãos
e agentes públicos integrantes, assim, dizemos que a atividade administrativa do estado é centralizada quando é exer-
cida pelo próprio Estado, ou seja, pelo conjunto orgânico que lhe compõe.
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por
meio de outras pessoas, e não pela sua administração direta. Assim, dizemos que a atividade administrativa do Estado
é descentralizada quando é exercida por pessoas distintas do Estado, sendo que há transferência de competência para
a execução do serviço público que lhe são pertinentes para seus auxiliares.
A descentralização é efetivada por meio de outorga quando o estado cria, por meio de lei, uma entidade ou pessoa
jurídica, e a ela lhe transfere determinado serviço público.
De outro modo, a descentralização é efetivada pó meio de delegação quando a Administração Pública transfere,
mediante contrato administrativo (concessão ou permissão de serviços públicos), ou por meio de ato unilateral (auto-
rização de serviços públicos), a execução do serviço.
A concentração, ou “concentração de competência”, ou ainda “administração concentrada” é o sistema em que o
superior hierárquico mais elevado é o único e exclusivo órgão competente para tomar decisões, ficando os seus subor-
dinados restritos e limitados às tarefas de preparação e execução das decisões do superior hierárquico.
A desconcentração é o fenômeno, ou forma de organização administrativa, de distribuição interna de competências.
Diferentemente da descentralização, que envolve sempre mais de uma pessoa jurídica de direito público, a desconcen-
tração ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica.
Trata-se, a desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa
jurídica.
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da administração indireta
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

distribui competências no âmbito de sua própria estrutura com a finalidade de conferir mais agilidade e eficiência a
prestação dos serviços.

79
Organização administrativa:

A compreensão da administração pública se faz em dois aspectos:

O Estado, para realizar a sua função administrativa, pode organizar-se administrativamente da forma e modo que
melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limitações e princípios constitucionais.
No Brasil, a organização administrativa se dá através da Administração Direta e da Administração Indireta, podendo
realizar sua função de forma centralizada, descentralizada, concentrada ou desconcentrada.

Veremos agora como se dá a organização administrativa no âmbito da União e, na sequencia, as formas de realizar
a função administrativa.

a) Administração Direta
A Administração Pública, não é propriamente constituída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do Estado, na
gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, o que nos permite concluir que no âmbito federal, a Admi-
nistração direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura administrativa da União.

Administração Direta possui poderes políticos e administrativos, eis que é responsável pela formulação de
políticas públicas.

a.1) Órgãos Públicos.


Órgãos Públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais através de seus
agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

Características dos Órgãos:


- não tem personalidade jurídica;
- expressa a vontade da entidade a que pertence (União, Estado, Município);
- é meio instrumento de ação destas pessoas jurídicas;
- dotado de competência, que é distribuída por seus cargos.

a.2) Administração Direta Federal


A Administração direta Federal é dirigida por um órgão independente, supremo e unipessoal, que é a Presidência
da República, e por órgãos autônomos também, unipessoais, que são os Ministérios, aos quais se subordinam ou se
vinculam os demais órgãos e entidades descentralizadas.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a.3) Administração Direta Estadual


A Administração direta Estadual acha-se estruturada em simetria com a Administração Federal, atenta ao manda-
mento constitucional de observância aos princípios estabelecidos na mesma, pelos Estados-membros, e às normas
complementares, relativamente ao atendimento dos princípios fundamentais adotados pela Reforma Administrativa.

a.4) Administração Direta Municipal


A administração direta municipal é dirigida pelo Prefeito, que, unipessoalmente, comanda, supervisiona e coordena
os serviços de peculiar interesse do Município, auxiliado por Secretários municipais, sendo permitida, ainda, a criação
de autarquias e entidades estatais visando à descentralização administrativa.

80
a.5) Administração Direta do Distrito Federal. b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências le- b.1.1) Autarquias
gislativas reservadas aos Estados e Municípios; entretan- Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direito
to, não é nenhum nem outro, constituindo uma entidade Público, de natureza meramente administrativa, criadas
estatal anômala, ainda que, se assemelhe mais ao Estado, por lei específica, para a realização de atividades, obras
pois tem Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo pró- ou serviços descentralizados da entidade estatal que as
prios. Pode ainda, organizar seu sistema de ensino, insti- criou (desempenham atividade típica da entidade es-
tuir o regime jurídico único e planos de carreira de seus tatal que a criou).
servidores, arrecadar seus tributos e realizar os serviços As autarquias são criadas para desempenharem ativi-
públicos de sua competência. dades típicas da administração pública e não atividades
econômicas. O nosso direito positivo limitou o seu de-
b) Administração Indireta sempenho desde o Decreto-Lei 200.
A Administração indireta é o conjunto de entes Funcionam e operam na forma estabelecida na lei ins-
(personalizados) que, vinculados a um Ministério, tituidora e nos termos de seu regulamento. As autarquias
prestam serviços públicos ou de interesse público. podem desempenhar atividades econômicas, educacio-
A Administração Indireta, via de regra, possui, somen- nais, previdenciárias e quaisquer outras outorgadas pela
te, poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em entidade estatal-matriz, mas sem subordinação hierár-
tese, formular políticas públicas. O Banco Central é uma quica, sujeitas apenas ao controle finalístico de sua ad-
exceção a essa regra. ministração e da conduta de seus dirigentes.

b.1.2) Fundações Públicas


FIQUE ATENTO! São pessoas jurídicas de direito público, com caracte-
A expressão “Administração Indireta”, que rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização legal
doutrinariamente deveria coincidir com para desenvolver atividades que não sejam, obrigatoria-
“Administração Descentralizada”, dela se mente, típicas do Estado.
afasta parcialmente. Por isto, ficaram fora da
categorização como Administração indireta Características:
os casos em que a atividade administrativa é - Equiparam-se às autarquias;
prestada por particulares, “concessionários -Têm persona lida de jurídica de direito público;
de serviços públicos”, ou por “delegados de - Base patrimonial.
função ou ofício público”.
O posicionamento das Fundações Públicas sempre
foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada
Em síntese, a administração federal compreende: essa dubiedade de posicionamento quando determina
I – a administração direta, que se constitui dos servi- que a Fundação Pública é submetida ao regime da ad-
ços integrados na estrutura administrativa da Pre- ministração indireta.
sidência da República e dos Ministérios; As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar-
II – a administração indireta, que compreende as se- quias. Possuem personalidade jurídica de direito público.
guintes categorias de entidades, dotadas de per- Hoje, não mais existe justificativa para se manter a
sonalidade jurídica própria: diferença entre as Fundações e as Autarquias.
a) autarquias;
b) fundações públicas; b.1.3) Agências Reguladoras
c) agências reguladoras; São autarquias especiais, assim consideradas por
d) agências executivas; serem destinadas a realizar regulação e fiscalização sobre
e) empresas públicas; e as atividades das concessionárias de serviços públicos.
f) sociedades de economia mista. Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc.

Todas as entidades da administração indireta estão b.1.4) Agências Executivas


sujeitas: São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a
- à necessidade da lei, para a sua criação; essa qualificação por apresentarem um planejamento es-
- aos princípios da administração pública; tratégico para melhora na prestação de serviços públicos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- à exigência de concurso público para admissão e no emprego de recursos públicos.


do seu pessoal; e Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo
- à licitação para suas contratações. qual se comprometem a atingir metas pré-estabeleci-
das. Caso não as atinja, podem vir a perder a qualificação
- A autarquia conseguida.
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia As Agências Executivas são autarquias que vão de-
mista e as Fundações sempenhar atividades de execução na administração
- Subsidiárias das referidas entidades pública, desfrutando de autonomia decorrente de con-
trato de gestão. É necessário um decreto do Presidente
Lembre-se: São todas criadas através de Lei. da República, reconhecendo a autarquia como Agência
Executiva. Ex.: INMETRO.

81
b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas A sociedade de economia mista não está sujeita a fa-
pelo Estado lência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e
b.2.1) Empresas Públicas a entidade pública que a instituiu responde, subsidiaria-
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito mente, pelas suas obrigações.
Privado criadas por lei específica, com capital exclusiva-
mente público, para realizar atividades de interesse da b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo
Administração instituidora nos moldes da iniciativa par- Estado
ticular, podendo revestir qualquer forma e organização São pessoas jurídicas governamentais de direito
empresarial. Ex: ECT, CEF, CAESB, etc. privado, sem fins lucrativos, com características
O que caracteriza a empresa pública é seu capital ex- patrimoniais, destinadas, não obrigatoriamente a
clusivamente público, de uma só ou de várias entidades, desenvolver atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação
mas sempre capital público. Sua personalidade é de Di- Getúlio Vargas; IBGE.
reito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos
comerciais. É uma empresa, mas uma empresa estatal Atos Administrativos
por excelência, constituída, organizada e controlada pelo
Poder Público. Através dos atos administrativos a Administração
Difere da autarquia e da fundação pública por ser de atua e operacionaliza suas atividades.
personalidade privada e não ostentar qualquer parcela A função executiva realizada pela Administração se
de poder público; distingue-se da sociedade de econo- dá por meio de atos jurídicos, que recebem a denomi-
mia mista por não admitir a participação do capital par- nação especial de atos administrativos. Tais atos, por
ticular. sua natureza, conteúdo e forma se diferenciam dos atos
Qualquer das entidades políticas pode criar empresa emanados do Poder Legislativo (na atribuição específica
pública, desde que o faça por lei específica (CF, art. 37, de legislar) e do Poder Judiciário (na atribuição específica
IX); a empresa pública pode ter forma societária econô- de decidir os conflitos de interesse).
mica convencional ou especial; tanto é apta para realizar Os atos administrativos podem ser conceituados
atividade econômica como qualquer outra da compe- como:
tência da entidade estatal instituidora; quando explorar Toda manifestação unilateral de vontade da Adminis-
atividade econômica, deverá operar sob as normas apli- tração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
cáveis às empresas privadas, sem privilégios estatais; em imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extin-
qualquer hipótese, o regime de seu pessoal é o da legis- guir e declarar direitos, ou impor obrigações aos adminis-
lação do trabalho. trados ou a si própria.
O patrimônio da empresa pública, embora público
por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na Requisitos
forma regulamentar ou estatutária, independentemente
de autorização legislativa especial, porque tal autoriza- O exame do ato administrativo revela a existência de
ção está implícita na lei instituidora da entidade. Daí de- cinco requisitos necessários à sua formação: competên-
corre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Tais componentes
para garantir empréstimos e obrigações resultantes de constituem a infraestrutura do ato administrativo, e sem
suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos a convergência desses elementos não se aperfeiçoa o ato
da empresa, no mesmo plano dos negócios da iniciativa e, consequentemente, este não terá condições de eficá-
privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e execu- cia para produzir efeitos válidos.
tiva, seus contratos e títulos de crédito não teriam acei-
tação e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o Competência / Finalidade / Forma
preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.
- É o poder que o agente administrativo deve dis-
b.2.1) Sociedades de Economia Mista por para validamente praticar o ato, ou seja, para
As sociedades de economia mista são pessoas jurídi- desempenhar especificamente suas funções. A
cas de Direito Privado, com participação do Poder Público competência resulta da lei e por ela é delimitada.
e de particulares no seu capital e na sua administração, Significa dizer que todo ato emanado de agente
para a realização de atividade econômica ou serviço de incompetente, ou realizado além dos limites de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. que dispõe a autoridade incumbida de sua prática,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

EX: BB, PETROBRÁS, etc. é inválido por lhe faltar um elemento básico de sua
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode perfeição.(Ex.: Presidir um inquérito policial está no
ser um serviço público ou de utilidade pública como uma rol de competência de um delegado de polícia.)
atividade econômica empresarial. - É o objetivo de interesse público a atingir, ou seja,
A forma usual de sociedade de economia mista tem não se compreende o ato administrativo sem fim
sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as público. A finalidade do ato administrativo é aque-
demais entidades estatais. la que a lei indica explícita ou implicitamente, e
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser uma vez alterada caracteriza o desvio de poder,
público, reincorpora-se no da entidade estatal que a ins- que enseja a invalidação do ato. (Ex.: Terras desa-
tituíra. propriadas para reforma agrária devem ser utiliza-
das para tal fim.)

82
- Sabe-se que, enquanto a vontade dos particulares Imperatividade - É o atributo do ato administrativo
pode manifestar-se livremente, a da Administração que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou
exige formas especiais e forma legal para ser váli- execução, de forma que os atos que consubstanciam um
da. A inexistência da forma induz à inexistência do provimento ou ordem administrativa (atos normativos,
ato administrativo. Para a Administração, no mais ordinatórios, punitivos) nascem com força impositiva
das vezes, a forma é a escrita. (Ex.: Para adquirir própria do Poder Público, e que obriga o particular ao fiel
produtos, a Administração deve se utilizar da lici- atendimento, sob pena de sujeitar-se à execução força-
tação, prevista em lei.) da. Sendo assim, todo ato administrativo deve ser cum-
- O motivo ou causa é a situação de direito ou de prido ou atendido enquanto não for retirado do mundo
fato que determina ou autoriza a realização do ato jurídico por revogação ou anulação. (Ex.: Pagamento de
administrativo. O motivo pode vir expresso em lei tributos.)
ou ser deixado a critério do administrador, sendo Auto-executoriedade - Consiste na possibilidade que
vinculado na primeira hipótese e discricionário no certos atos administrativos ensejam de imediata e direta
segundo.(Ex.: Fundamento dado pelo prefeito para execução pela própria Administração. Este poder decorre
desapropriar determinada área). da necessidade de Administração bem desempenhar sua
- O objeto se identifica com o conteúdo do ato, me- missão de autodefesa dos interesses sociais, sem ter que
diante o qual a Administração manifesta seu poder a todo momento, ao encontrar resistência do particular,
e sua vontade, ou atesta situações preexistentes. recorrer ao Poder Judiciário para remover a oposição in-
(Ex.: Aquisição de material de limpeza.) dividual. (Ex.: Poder de Polícia para interditar atividades
ilegais, demolir obras clandestinas, inutilizar bens impró-
Motivo / Objeto prios para o consumo.
Entretanto, há que ressalvar que tais atos administra-
Quando revestido de todos os seus requisitos formais tivos devem ser precedidos de notificação, e em deter-
e materiais, o ato administrativo se diz eficaz; todavia minados casos, em que não haja perigo iminente para
pode apresentar vícios ou defeitos, cuja gravidade enseja a sociedade, garantir o contraditório e a ampla defesa.5
a seguinte classificação para os atos malformados:
a) inexistência; Espécies de atos administrativos:
b) nulidade; a) Atos normativos - emanam atos gerais e abstratos
c) anulabilidade; visando correta aplicação da lei.
d) irregularidade. Ex:
Decreto - atos normativos exclusivo do chefe do exe-
Ato inexistente é aquele cuja existência é mera apa- cutivo;
rência. Seja exemplo o ato praticado por usurpador de Regulamento - visa especificar mandamentos previs-
função pública; tos ou não em leis;
Ato nulo é aquele que apresenta vícios insanáveis de Regimento - tem força normativa interna e visa reger
legitimidade, relativos aos requisitos de validade. funcionamento de órgãos;
Ato anulável é aquele em que a vontade do agente Resolução - expedidos pelas altas autoridades do exe-
se mostra violada por erro, dolo, coação ou simulação, cutivo para regulamentar matéria exclusiva.
vigorando até que, eventualmente, seja promovida a de- Deliberação - decisões tomadas por órgãos colegiados
claração de sua invalidade.
Ato irregular é aquele que deixou de observar requi- b) Atos ordinatórios - visa disciplinar o funcionamento
sito não essencial. da Administração e a conduta de seus agentes. Ex:
Os atos administrativos, por emanarem do Poder Pú- Instruções - orientação do subalterno pelo superior
blico, diferenciam-se dos atos praticados pelos particu- hierárquico de como desempenhar certa função;
lares em vários aspectos, principalmente em razão das Circulares - ordem escrita e uniforme expedida para
seguintes características: presunção de legitimidade; im- determinados funcionários ou agentes;
peratividade e autoexecutoriedade. Avisos -atos de titularidade de Ministros em relação
ao Ministério;
Atributos dos Atos Administrativos Portarias - atos emanados por chefes de órgãos pú-
blicos aos seus subalternos determinando a realização de
Presunção de legitimidade e veracidade - Os atos atos gerais ou especiais;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

administrativos se presumem legítimos, em decorrência Ofícios - Comunicações oficiais realizadas pela Admi-
do princípio da legalidade da administração e, por essa nistração a terceiros;
razão, por exemplo, o artigo 19, II, da CF/88 diz que não Despachos administrativos - decisões tomadas pela
se pode “recusar fé aos documentos públicos”. A presun- Administração.
ção de legitimidade dos atos públicos também autoriza a
imediata execução dos atos administrativos, mesmo que c) Atos negociais - declaração de vontade da Adminis-
arguidos de vícios ou defeitos que os levem à invalidade. tração coincidente com interesses do particular. Ex:
O ônus da prova, portanto, é do administrado. (Ex.: Pre- - Licença - ato vinculado e definitivo (não precário)
sume-se verídica a informação do agente de trânsito que em que a Administração concede ao Administrado
aplica multa por excesso de velocidade.) a faculdade de realizar uma atividade.
5 Texto adaptado de Cassiano Luis Iurk

83
- Autorização - ato discricionário e precário em que a c) Quanto ao seu alcance:
Administração concede ao administrado a faculda- - Atos internos - praticados no âmbito interno da Ad-
de de exercer uma atividade. ministração, incidindo sobre órgãos e agentes ad-
- Permissão - ato discricionário e precário em que a ministrativos.
Administração concede ao administrado a faculda- - Atos externos - praticados no âmbito externo da
de de exercer certa atividade nas condições esta- Administração, atingindo administrados e contra-
belecidas por ela; tados. Contudo, vale ressaltar que a obrigatorieda-
- Aprovação - análise pela própria administração de de destes atos somente começa incidir após a sua
atividades prestadas por seus órgãos; publicação no Diário Oficial.
- Visto - é a declaração de legitimidade de certo ato
praticado pela própria Administração como forma d) Quanto ao seu objeto:
de exequibilidade; - Atos de império - praticados com supremacia em
- Homologação - análise da conveniência e legalida- relação ao particular e servidor, impondo o seu
de de ato praticado pelos seus órgãos como forma obrigatório cumprimento.
de lhe dar eficácia; - Atos de gestão- praticados em igualdade de con-
- Dispensa - ato administrativo que exime o particular dição com o particular, ou seja, sem usar de suas
do cumprimento de determinada obrigação até prerrogativas sobre o destinatário.
- Renúncia - ato administrativo pelo qual o poder - Atos de expediente - praticados para dar andamento
Público extingue unilateralmente um direito pró- a processos e papéis que tramitam internamente
prio, liberando definitivamente a pessoa obrigada na administração pública. São atos de rotina ad-
perante a Administração Pública. A sua principal ministrativa.
característica é a irreversibilidade depois de con-
sumada. e) Quanto a formação (processo de elaboração):
- Ato simples - nasce por meio da manifestação de
d) Atos enunciativos - a Administração certifica ou vontade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou
atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo. Ex: agente da Administração.
- Atestado - são atos pelos quais a Administração Pú- - Ato complexo - nasce da manifestação de vontade
blica comprova um fato ou uma situação de que de mais de um órgão ou agente administrativo.
tenha conhecimento por seus órgãos competen- - Ato composto - nasce da manifestação de vontade
tes; de um órgão ou agente, mas depende de outra
- Certidão - são cópias ou fotocópias fiéis e auten- vontade que o ratifique para produzir efeitos e tor-
ticadas de atos ou fatos constantes em processo, nar-se exequível.
livros ou documentos que se encontrem na repar-
tição pública;
Extinção dos atos administrativos:
- Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos
O ato administrativo permanecerá no mundo jurídi-
sobre assuntos submetidos à sua consideração.
co até que seja verificada situação que demonstre algum
vício genético de legalidade ou que simplesmente com-
e) Atos punitivos - atos que emanam punições aos
prove a sua desnecessidade superveniente.
particulares e servidores. Assim, podem ser originados
Alguns atos ao serem elaborados podem vir defeituo-
do Poder de Polícia ou do Poder Disciplinar.
sos no que tange a sua legalidade. Neste caso, a Admi-
Classificação dos atos administrativos: nistração Pública ou o Poder Judiciário são legitimados
a) Quanto ao seu regramento: para declarar a sua extinção por meio da anulação.
- Atos vinculados - praticados de acordo com a von- Por ser um vício verificado desde o seu nascedouro,
tade da lei. São aqueles em que a lei estabelece as ao ser declarada a sua anulação os efeitos desta retroa-
condições e o momento da sua realização. gem a data de sua criação, apagando todos as situações
- Atos discricionários - praticados com liberdade pelo determinadas pelo ato extinto.
administrador. Ou seja, são aqueles que a Admi- No entanto, às vezes o ato ao nascer pode estar de
nistração pode praticar com certa liberdade de es- acordo com a legislação, mas deixa de ser conveniente e
colha de seu conteúdo, destinatário, conveniência, oportuno com o passar do tempo. Desta forma, a sua ex-
oportunidade e modo de execução. tinção somente poder ser declarada pela Administração
Pública através da revogação.6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Quanto ao destinatário:
- Atos gerais - dirigidos a coletividade em geral. Tem Requisição
finalidade normativa, atingindo uma gama de pes-
soas que estejam na mesma situação jurídica nele Diversas são as oportunidades em que a Administra-
estabelecida. Por ter natureza erga omnes (aplica- ção Pública precisa dispor de serviços ou bens que não
bilidade coletiva) não pode ser objeto de impug- afiguram como de seu exercício ou posse para alcançar
nação individual. objetivos demandados pela população. Mesmo que os
- Atos individuais - dirigidos a pessoa certa e deter- preste ou os tenha, nem sempre são suficientes, ade-
minada, criando situações jurídicas individuais. Por quados ou acessíveis no exato momento em que passa
gerar direitos subjetivos (direitos individuais) po- a existir a necessidade. Desde imóveis para abrigar urnas
dem ser objeto de contestação por seu titular.
6 Fonte: www.stf.jus.br- Texto adaptado de Carlos Barbosa

84
receptoras de votos durante a realização dos sufrágios o tratam no direito brasileiro, enfatizando aqueles que
até a prestação de serviços militares para atender a de- limitam o exercício do Direito de Propriedade, especial-
manda das forças armadas, os recursos dos quais carece mente aqueles que preveem intervenções requisitórias.
a Administração Pública, como se sabe, podem constituir Como ensinou Gasparini, esta metodologia se não po-
inúmeras espécies. deria ser diferente, pois dois são “os fundamentos da in-
Surge, neste contingente, a possibilidade de a esfera tervenção: o político e o jurídico. O fundamento político da
estatal demandada buscar em outras fontes aquilo que intervenção do Estado na propriedade privada e no domí-
lhe falta. Resta saber, então, sobre os fundamentos da nio econômico é a proteção dos interesses da comunidade
esfera estatal em requerer recursos de outrem para ga- contra qualquer conduta antissocial da iniciativa particular,
rantir tempestividade ao atendimento da população e enquanto o jurídico é qualquer disposição consignada na
em quais circunstâncias a requisição operada seria pro- Constituição ou na legislação infraconstitucional. No Direito
cedente. brasileiro, o fundamento jurídico da intervenção ora está na
Objetiva-se, este estudo, fornecer uma abordagem Constituição da República, ora nas leis ordinárias.”
crítica e estruturada sobre o instituto da Requisição Ad- Como previsão Constitucional Fundamental, inscrita
ministrativa, tratando, de início, emendar o seu conceito precisamente no art. 1º, inc. III, encontra-se a proteção
e revisitar seus fundamentos, buscando sempre delimitar da Dignidade da Pessoa Humana. Não é forçosa a con-
seus elementos à luz do princípio da supremacia do in- clusão de que este dispositivo, no Direito brasileiro, so-
teresse público sobre o interesse político ou particular. brepor-se-á ao direito de propriedade de outrem quan-
do colidirem ou se excluírem. De mesmo sentido e efeito
Fundamentos Jurídicos da Requisição Administra- é a delimitação principiológica de que o Estado Brasileiro
tiva tem como objetivo a construção de uma sociedade livre,
justa e solidária, o desenvolvimento nacional, a erradi-
Antes de se proceder com o estudo do instituto da cação da pobreza e da marginalização e a redução das
Requisição Administrativa, vale abalizar algumas consi- desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem a
derações acerca da propriedade, coisa verdadeiramente todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
sacralizada pelo direito positivo e endereço certo da re- e quaisquer outras formas de discriminação. O Direito de
quisição. Propriedade, por sua vez, foi elencado no rol dos Direitos
A concepção primitiva do direito de propriedade cor- e Garantias Fundamentais, o que também se traduz em
respondia uma relação imprescritível e inquebrável entre verdadeira proteção constitucional, na mesma medida
o ser e a coisa, como atrelamento jurídico incondicional. em que se proíbe a tortura, que se garante a igualdade
Todavia, a evolução “do sistema de limitações negativas e perante a lei e que se assegura o princípio da legalidade
depois também de imposições positivas, deveres e ônus, como direito do cidadão e limite ao Estado.
até chegar-se à concepção da propriedade como função Já conscientizada a proteção constitucional e exem-
social, e ainda à concepção da propriedade socialista, plificados os limites principiológicos do Direito de Pro-
hoje em crise”, acabou por superar o caráter absoluto do priedade diante de outras garantias que o sobrepõe, tra-
Direito de Propriedade. tar-se-á da análise das limitações expressas deste Direito.
Grande parte dessa evolução se condensa nos textos A Constituição Federal, que carrega em seu bojo o
constitucionais, ao menos aquela porção já alicerçada, de rol de Direito e Garantias Fundamentais, deixa expresso
forma que a vocação política de um Estado reflete dire- que “é garantido o direito de propriedade”, mas que “a
tamente na concepção de propriedade. A Constituição, propriedade atenderá a sua função social”. Assim, impos-
como ultima ratio do ordenamento jurídico, guarda em
sível é não concluir que somente haverá proteção à pro-
si as previsões fundamentais que justificam a existência
priedade que atender sua função social, determinada no
do corpo político, os objetivos e a forma na qual se iden-
art. 170, inc. III da Carta Constitucional. Além de atrelar
tifica a estrutura de seus poderes – os direitos e deveres
a garantia de proteção à consecução da função social,
do Estado e do cidadão, por conseguinte, encontrarão
o mesmo artigo prevê que “lei estabelecerá o procedi-
previsões normativas adequadas à própria realidade do
mento para desapropriação por necessidade ou utilidade
Estado. Assim, a propriedade em um estado liberal não
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
se reconhece com as mesmas observações trazidas em
cartas constitucionais de tradição marxista. indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
Leciona Jorge Miranda que “nas Constituições libe- nesta Constituição” e também que “no caso de iminente
rais, como se sabe, ele (o Direito de Propriedade) surge perigo público, a autoridade competente poderá usar de
a par da liberdade e da segurança como componente propriedade particular, assegurada ao proprietário inde-
nização ulterior, se houver dano” . A primazia do inte-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da sua idéia de Direito; ou é considerado uma liberdade


tão cuidadosamente protegida como as restantes. Já em resse público frente o individualismo patrimonialista não
Constituições de tendências sociais, ainda quando não cessa aí: “decretado o estado de defesa para preservar
se dissocia dos direitos fundamentais, fica condicionado ou prontamente restabelecer, em locais restritos e deter-
por outros interesses e valores da ordem econômica e minados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
posto a serviço de uma função social. E nas Constituições grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas
de tipo soviético fica reduzido na sua força preceptiva por calamidades de grandes proporções na natureza” , a
perante a lei e a administração”. administração pública será autorizada a proceder a “ocu-
Brevemente revisada a autoridade da Carta Constitu- pação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
cional na delimitação do Direito de Propriedade, analisar- hipótese de calamidade pública, respondendo a União
-se-á a inscrição constitucional de alguns institutos que pelos danos e custos decorrentes”.

85
De fato, verifica-se que a Constituição não trata o Observada tal premissa, ressalte-se o objeto da re-
Direito de Propriedade como um instituto absoluto e quisição, que deverá constituir instrumento facilitador da
inviolável, inobstante sua classificação de Direito Funda- realização dos objetivos do Estado. Em nossos dias, não
mental. Nossos Constituintes privilegiaram, sem dúvida, há mais espaço para lentes que observam o Estado como
o interesse coletivo em face dos interesses patrimonialis- um fim em si mesmo, se independente fosse da socie-
tas colidentes. dade. Ao contrário, o Estado vem paulatinamente refor-
Ultrapassados os Fundamentos Constitucionais da çando seu caráter de instrumento de realização social. A
Requisição Administrativa, será examinada uma enume- República Federativa do Brasil, como prescreve sua Cons-
ração exemplificativa de diplomas legais que regulamen- tituição, tem como objetivo a construção de uma socie-
tam a Requisição Administrativa no Direito Brasileiro, dade livre, justa e solidária; o desenvolvimento nacional;
apenas para que se possa consolidar o um breve enten- a erradicação da pobreza e da marginalização e a redu-
dimento do que se pode haver em matéria de requisi- ção das desigualdades sociais e regionais; a promoção
ção em termos de elementos e finalidades, bem como do bem a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
possibilitar uma abertura à tentativa de se conceituar o cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
instituto consoante sua aplicação em nossos dias. Con- Assim, toda e qualquer Requisição Administrativa de-
tudo, há de ser avisado que compete privativamente à verá possuir objeto harmônico aos propósitos do Estado.
União Legislar sobre requisições civis e militares, em caso Não é razoável que este venha a proceder a uma requi-
de iminente perigo e em tempo de guerra. Em vista des- sição estranha aos objetivos que justifique sua própria
ta dicotomia, ressalte-se a lição ministrada por Meireles, existência.
que com maestria definiu: Quanto ao requisitado, destinatário da requisição, a
“A requisição civil visa a evitar danos, à vida, à saúde delimitação ainda se mostra imprecisa por conta de di-
e aos bens da coletividade; a requisição militar objetiva o vergências doutrinárias e jurisprudenciais. Consolidado e
resguardo da segurança interna e a manutenção da So- constitucionalmente expresso é o entendimento de que
berania Nacional. Ambas são cabíveis em tempo de paz, a requisição administrativa pode ter como destinatário
independentemente de qualquer regulamentação legal, os particulares, pessoas naturais ou jurídicas. Todavia,
desde que se apresente uma real situação de perigo pú- não há ainda aceitação pacífica de que uma porção do
blico iminente (inundação, incêndio, sonegação de gêne- Estado possa figurar no pólo passivo da requisição ad-
ros de primeira necessidade, conflito armado, comoção ministrativa.
intestina). Em tempo de guerra, as requisições tanto civis Superada a distinção entre intervenção e requisição,
como militares, devem atender aos preceitos da lei fede- necessária para levar à cabo o estudo ora proposto, sur-
ral específica.” (Meireles, 1989) ge de maneira natural a resposta para o impasse sobre a
Transportando agora a limitação do Direito de Pro- procedência de se ter bens ou serviços públicos figuran-
priedade ao campo infraconstitucional, no que tange do como objeto da Requisição Administrativa. Se o bem
à Requisição podemos proceder, para fins meramente ou serviço público já se encontra utilizado para o mesmo
exemplificativo, uma limitada enumeração de disposi- fim que a Requisição Administrativa propõe utilizar, não
ções que preveem a incidência da requisição em casos há que se falar em requisição, posto que a mudança im-
concretos, seus motivos e suas aplicações. plicará apenas na responsabilidade de gestão. Lado ou-
tro, se o bem ou serviço público se encontra aplicado em
Elementos da Requisição Administrativa desígnio diverso daquele pretendido pelo requisitante,
se sequer possui utilidade ou se encontra disponível, não
A lógica pela qual se opera uma requisição não guar- há motivo que impeça ao menos a hipótese de requi-
da qualquer segredo. De um lado há um requisitante, no sição, mesmo que somente estes requisitos não cons-
qual se presume uma necessidade, e do outro o requi- tituam legitimidade para o ato. Neste ponto, há de ser
sitado, no qual se presume haver o necessário, o objeto lembrado que a finalidade do Estado, considerado como
da requisição. Transportando esta estrutura basilar ao uno ou fracionado em suas porções, não podem ser dis-
campo do Direito Administrativo, a fundamentação do tintas entre si e entre o que espera o cidadão. Se a Re-
instituto será examinada de forma mais satisfatória. Sen- quisição Administrativa fundamenta-se tão somente em
do a requisição administrativa, ela se manifestará como atendimento de uma demanda social, não é razoável que
ato administrativo, possuindo prerrogativas e limitações se impeça o atendimento invocando a inviolabilidade do
próprias de Direito Público, como auto-executoriedade, pacto federativo ou qualquer princípio que só demonstre
caráter obrigatório de atendimento e motivação para fa- efetividade nos tempos em que a demanda não existe.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zê-lo. Aposentando, por instantes, o mundo dos princípios


O requisitante, sujeito ativo da requisição, obrigato- e da legalidade, o que justificaria uma imposição ao
riamente deve ser uma porção do Estado, revestido como particular, que é destinatário por excelência de toda e
tal. Seja a União, Estado, o Distrito Federal, Município, qualquer medida do Estado, ao mesmo tempo em que
Autarquia ou quem lhes faça as vezes, a requisição admi- não justifica a mesma imposição ao próprio Estado não
nistrativa sempre terá como requisitante uma porção do pode ser outra coisa senão uma questão partidária, que
Estado inquirindo em nome próprio algo necessário para se aproveita do clamor público para buscar vantagens
a população, dado que só ela, a população, pode julgar o eleitorais. Admitir a impossibilidade de se requisitar bens
que lhe é necessário e só ele, o Estado, deverá responder e serviços públicos por ato administrativo é o mesmo
pelos efeitos da requisição. que afirmar, em palavras claras, que o Estado pode negar
atendimento ao cidadão.

86
Sabendo que a disposição de bens ou serviços do re- De acordo com o exposto nos argumentos de funda-
quisitado pode constituir verdadeiro gravame, a mesma mentação do instituto e das críticas sobre as divergên-
possibilidade de indenização aplicada ao particular po- cias de conceituação, podemos certamente definir que a
deria figurar nas relações entre os entes federativos na Requisição Administrativa é Ato Administrativo unilateral
medida em que se fundamentassem prejuízos ao públi- e autoexecutório pelo qual o Estado busca em outrem
co, e não ao requisitado. recursos imprescindíveis para atendimento de necessi-
dades públicas, indenizável na medida em que constituir
Conceito efetivo gravame e transitório quando necessário restabe-
lecer o estado anterior de sua incidência.
Por vezes, a simplicidade de compreensão pela qual Ressalva-se, lembrando uma grande lição do adminis-
se revela um instituto jurídico não se encontra refletida trativista Bandeira de Melo, que as palavras são apenas
em sua conceituação. O ocaso seria mais a falta de ho- rótulos que empregamos às coisas, e que as palavras e as
mogeneidade doutrinária nos pontos fundamentais de coisas evoluem com o tempo. Nada é estanque e defini-
definição que a complexidade de exposição. Explica-se: tivo, exceto a própria mudança. Quiçá o legislador esteja
grande parte dos autores peca por não conceituar o ins- agora ou em breve futuro criando uma nova hipótese
tituto de forma que todas as particularidades que a tor- de incidência de Requisição Administrativa, a qual não se
nam singular sejam verificadas. adequaria no conceito aqui exposto. O que se pretendeu,
Diógenes Gasparini, por exemplo, leciona o instituto no entanto, foi apenas proporcionar uma conceituação
como “a utilização, quase sempre transitória e autoexe- mais adequada à aplicação que se confere ao instituto da
cutória, pela Administração Pública, de bens particulares, Requisição Administrativa em nossos tempos.
mediante determinação da autoridade competente, com
ou sem indenização posterior em razão ou não de perigo Elementos Passíveis de Requisição
público”.
Maria Sylvia Zanella di Piettro, em seu turno, ensina O instituto Requisição Administrativa, como obser-
que a Requisição Administrativa seria o “ato administra- vado, pode se manifestar de diversas formas, conside-
tivo unilateral, autoexecutório e oneroso, consistente na rando a redação fundamentalmente principiológica da
utilização de bens ou de serviços particulares pela Admi- carta constitucional e a impossibilidade de se enumerar
nistração, para atender a necessidades coletivas em tem- taxativamente todos os bens e serviços que a Adminis-
po de guerra ou em caso de perigo público iminente”. tração Pública possa vir a requisitar por fundamentada
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, requisição ad- necessidade. Neste sentido, não é mais razoável ou ad-
ministrativa “é o ato pelo qual o Estado, em proveito de missível que a Administração Pública seja incapaz de, em
um interesse público, constitui alguém, de modo unila- um evento que demande serviços ou bens nunca antes
teral e autoexecutório, na obrigação de prestar-lhe um requisitados, seja impedido de atender a população uni-
serviço ou ceder-lhe transitoriamente o uso de uma coisa camente por falta de previsão legal.
in natura obrigando-se a indenizar os prejuízos que tal Destarte, infundada seria a tentativa de elencar e clas-
medida efetivamente acarretar ao obrigado”. sificar todas as possibilidades de Requisição Administra-
Já Raquel Melo Urbano de Carvalho apregoa que Re- tiva de acordo com os diplomas legais que a preveem
quisição Administrativa seria o “ato administrativo que – Requisição “Eleitoral”, Requisição “Militar”, Requisição
consiste na utilização de bens ou de serviços particulares “Aeronáutica” e Requisição “Civil”, por exemplo. Em uma
pela Administração, para atender necessidades coletivas mesma previsão de Requisição Administrativa é prová-
em tempo de guerra ou em caso de perigo público imi- vel apurar diversos objetos de passíveis de requisição,
nente, mediante pagamento de indenização a posteriori”. com efeitos e características diversas. Proceder assim,
Justificando a observação de incompletude, verifica- como até então se procedera, corresponderia um traba-
-se que Gasparini omite os serviços do rol de objetos de lho meramente enciclopédico, resumido em colecionar
requisição e limita o destinatário da requisição ao parti- previsões legais. Já anotamos em momento anterior que
cular. Como se verifica, em casos práticos, é perfeitamen- a qualquer momento poderá surgir uma nova lei ou de-
te aceitável a requisição de serviços prestados por parti- creto que traga em seu bojo uma nova hipótese de re-
culares, e também arguimos ser procedente a requisição quisição.
de bens e serviços públicos desde que não se utilize o O que se verifica, por outro lado, é a possibilidade
instituto para obtenção de fins escusos. Di Piettro, como de traçar características comuns quando se considera a
Gasparini, configura o particular como o único destina- natureza do objeto da requisição como parâmetro de-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tário da Requisição Administrativa, limitando também a limitador da ação e efeitos da requisição. Neste senti-
possibilidade de requisição aos tempos de guerra ou em do, nota-se que a requisição de imóvel particular para
caso de perigo público iminente. Esta última limitação se se estabelecer mesas receptoras de voto e a requisição
mostra incompatível, por exemplo, com os casos onde a de imóvel para que nele sejam ofertados serviços mé-
administração requisita imóveis para depositar as urnas dicos e assistenciais em casos de iminente perigo públi-
eleitorais e os particulares para exercerem serviços de co identificam-se mais entre si do que com serviços de
mesários. Apesar de a requisição atender a uma deman- mesário e profissionais da saúde, respectivamente. Outra
da pública, a necessidade de requisição do imóvel e do categorização notada por Pinheiro Madeira diz respeito
particular nas eleições em nada se relaciona com tempos ao efeito que se produz através do ato de requisitar. As-
de guerra ou perigo público iminente. sim, “podemos identificar a necessária distinção entre os
casos de requisição branda e os de requisição drástica.

87
Na primeira hipótese, o conteúdo da intervenção será, ção”. Vale também mencionar um terceiro exemplo, que
coerentemente, leve, restringindo-se ao exercício do po- corresponde à previsão de a “Superintendência Nacional
der de uso da propriedade alheia. Já na segunda, haverá do Abastecimento (SUNAB), na qualidade de órgão in-
a transferência plena da propriedade.” cumbido de aplicar a legislação de intervenção do Estado
Diante desse entendimento, analisar-se-á os elemen- no domínio econômico, poderá, quando assim exigir o
tos passíveis de requisição de acordo com os critérios interesse público, requisitar bens ou serviços essenciais
adotados pelo Código Civil, posto que estes apresentam ao abastecimento da população. Os proprietários dos
condições mais adequadas de exposição e assimilação. bens ou serviços requisitados (…) serão indenizados em
dinheiro, de acordo com os preços previamente fixados
Requisições Administrativas de Bens Imóveis pela Superintendência Nacional do Abastecimento (SU-
NAB), com base no comportamento normal do merca-
De acordo com a redação do Código Civil de 2002, do.”
bens imóveis são o solo e tudo quanto se lhe incorpo-
rar natural ou artificialmente. Também são considerados Requisições Administrativas de Bens Móveis
imóveis, para os efeitos legais, os direitos reais sobre
imóveis e as ações que os asseguram e o direito à suces- São móveis os bens suscetíveis de movimento pró-
são aberta. Nota-se, por fim, que não perdem o caráter prio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas substância ou da destinação econômico-social. Também,
conservando a sua unidade, forem removidas para ou- de acordo com o Código Civil de 2002, consideram-se
tro local e os materiais provisoriamente separados de um móveis para os efeitos legais as energias que tenham va-
prédio, para nele se reempregarem . Casas, apartamen- lor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e
tos, lotes, galpões, clubes, pontos comerciais, fazendas, as ações correspondentes, os direitos pessoais de caráter
chácaras, igrejas, sedes de associações, escolas, estádios patrimonial e respectivas ações. Os materiais destinados
de futebol, casa de espetáculo e tudo aquilo que se pos- a alguma construção, enquanto não forem empregados,
sa conceituar como imóvel é objeto passível de Requisi- conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa
ção Administrativa de Bens Imóveis. qualidade os provenientes da demolição de algum pré-
Embora não seja vista em todas as previsões legais de dio. De acordo com estas definições, carros, motos, bici-
Requisição Administrativa de Bens Imóveis, a recomen- cletas, armas de particulares com autorização de porte,
dação de que se proceda pela requisição de bens imóveis ônibus, caminhões, ferramentas, equipamentos, peças,
públicos antes de se buscar por imóveis dos particulares instrumentos laboratoriais, medicamentos, alimentos,
é plausível em todos os casos, desde que a disposição do tratores, implementos agrícolas e computadores, por
imóvel não acarrete gravame desnecessário à população. exemplo, são objetos passíveis de Requisição Adminis-
É impensável requisitar um hospital para instalação de trativa de Bens Móveis.
urnas quando seria menos danoso requisitar uma escola Exemplos de Requisições Administrativas de Bens
de propriedade particular. Assim, o que deve ser sem- Móveis já foram percebidos neste estudo. Notou-se que
pre considerado é o ônus que a requisição implicará ao “para atendimento de necessidades coletivas, urgentes
povo – se melhor for um imóvel particular, que assim seja e transitórias, decorrentes de situações de perigo imi-
requisitado. nente, de calamidade pública ou de irrupção de epide-
Um dos exemplos clássicos e comuns é a Requisição mias, a autoridade competente da esfera administrativa
Administrativa de Bens Imóveis para Instalação de Zonas correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto
Eleitorais, que torna obrigatória e gratuita a cessão de de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes asse-
uso do imóvel. In verbis, o diploma determina que “fun- gurada justa indenização”. Outro caso de requisição de
cionarão as mesas receptoras nos lugares designados bens móveis foi o da SUNAB, que poderá, “quando assim
pelos juízes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da eleição, exigir o interesse público, requisitar bens ou serviços es-
publicando-se a designação“, de modo que “dar-se-á senciais ao abastecimento da população”.
preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se aos Exemplo distinto é o que afigura quando há requi-
particulares se faltarem aqueles em número e condições sição de bens móveis para o atendimento das necessi-
adequadas”, onde a cessão da “propriedade particular dades decorrentes da realização sufrágio, especialmente
será obrigatória e gratuitamente cedida para esse fim”. veículos automotores para o transporte de urnas recep-
Outras hipóteses de Requisição Administrativa de toras de voto. Embora a previsão de Requisição Admi-
Bens Imóveis encontram-se espalhadas em diplomas es- nistrativa inscrita no Código Eleitoral verse apenas sobre
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

parsos. Um segundo exemplo, que já fora citado neste o imóvel, é comum que os Juízes Eleitorais tratem com
estudo, é a previsão inscrita na Lei 8.080, de 1990, onde obrigatoriedade e auto executoriedade as requisições
seu artigo 15 impõe que “a União, os Estados, o Distrito que possuem como objeto um bem móvel, coisa não
Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito admi- prevista em lei.
nistrativo”, dentre outras atribuições, “para atendimento
de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decor- Requisições Administrativas de Bens Semoventes
rentes de situações de perigo iminente, de calamidade
pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com- Apesar de soar inusitada, a Requisição Administrati-
petente da esfera administrativa correspondente pode- va de Bens Semoventes é uma modalidade possível de
rá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais manifestação e, em um passado não tão distante, fora
como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indeniza- utilizada largamente, embora sob forma inteiramente

88
desarrazoada. Trata-se de requisição de animais, geral- brasileiro também, que ficará sem carne no futuro”. Aí,
mente inquiridos para que sejam utilizados como meio os homens do Sarney botaram a viola no saco e partiram
de transporte e ou fonte de alimentos. para outras investidas demagógicas, longe dos domínios
Se os juízes eleitorais retiram da legislação eleito- de Presidente Prudente”. (Correia, 2007)
ral, ou do próprio costume, o caráter de obrigatorieda-
de e autoexecutoriedade para aplicar às requisições de Requisições Administrativas de Serviços
veículos, analogamente procederia aquele juiz eleitoral
ou presidente de seção quando só lhe restasse animais O vocábulo serviço pode traduzir-se no sentido de
como meios de transporte de urnas receptoras de voto. ato quando utilizado para designar o exercício de servir
Lembra-se que o que se faz requisitar é a necessidade ou traduzir-se no sentido de efeito quando vier a desig-
de resultado e não o meio em si. Na falta de veículos, nar o resultado do exercício de servir. Obviamente, ser-
bons cavalos, por exemplo, poderiam servir como meio viço como objeto de requisição só pode ser entendido
de transporte adequadamente. como o ato de servir, o que faz o servo.
Outra previsão de Requisição Administrativa de Bens Conceituado o sentido adequado da palavra, tratar-
Semoventes pode ser perfeitamente retirada do Decre- -se-á de analisar as possibilidades de requisição de ser-
to-Lei Nº 2, de 11 de fevereiro de 1966, que autoriza a viço. A priori, o serviço requisitado, bem como qualquer
requisição de bens ou serviços essenciais ao abasteci- objeto de requisição, deve ser aquele necessário, direta
mento da população. Alimentos, como bem essencial à ou indiretamente, para que se possa suprir a demanda
população, não pode ser interpretado pela concepção de social. O serviço deve ser aquele imprescindível para o
supermercado, se se fossem apenas aqueles presentes atendimento dos anseios da população e nenhuma ou-
nas prateleiras e armazéns. Em uma belíssima crônica, tra hipótese pode ser admitida. Quando se requisita que
o jornalista Altino Correia, ex-correspondente dos jor- alguém venha a constituir a mesa eleitoral, por exemplo,
nais O Globo, Estadão e Folha de São Paulo, retrata com o que se requisita é mais o serviço de mesário que a pre-
maestria a desastrosa política de requisição de semoven- sença do indivíduo.
tes promovida pelo então presidente José Sarney: No direito positivo brasileiro, verifica-se a requisição
“Foi esse governo que se empenhou e adotou o plano de serviços em diversos diplomas, dos quais alguns ver-
de confisco ou requisição de gado para suprir o merca- dadeiramente já se encontram sedimentados como obri-
do consumidor sob justificativa que faltava carne para gações naturais dos cidadãos.
abastecer o mercado. Volpon e Samir Jubran foram os A Requisição de Serviço Militar pressupõe interesse
invernistas desta região, relacionados entre as primeiras social em manter efetivo militar treinado e disponível
vitimas dessa ação governamental. Tudo com estarda- para suprir eventual necessidade. Como os jovens de
lhaço e mobilização geral dos órgãos e militares, com a sexo masculino com idade entre dezessete e vinte e hum
cobertura dos meios de comunicação. anos desempenhariam melhor a demanda militar pelo
Reunidos com os colegas de imprensa, rádio e televi- condicionamento físico adequado, ausência de depen-
são ficamos à espera dos coordenadores do movimento dentes e necessidade de oportunidade profissional, fez-
que se deslocaram de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro -se obrigatório que todo homem se aliste no Serviço Mi-
até Presidente Prudente, abrindo e centralizando a movi- litar ao completar dezoito anos. Note-se que, consoante
mentação nacional. A reunião decisiva acontecia num Ho- à justificativa de necessidade social, prevê o §2º do art.
tel situado no centro da cidade, e a ordem era: aguardar 6º desta mesma lei que “em caso de interesse nacional,
a deliberação de partida para a Fazenda Nova Damasco a dilação do tempo de Serviço Militar dos incorporados
em Narandiba, a poucos kms. de Prudente. Enquanto isso, além de 18 (dezoito) meses poderá ser feita mediante
outro grupo partia para a região noroeste do estado, e um autorização do Presidente da República”.
terceiro para o sudoeste paranaense. Tudo era classificado Não caberia aqui ser objeto de estudo questiona-
como confidencial até a hora do deslocamento. mentos acerca da necessidade de se manter a obrigato-
Quando chegamos a Fazenda do empresário Samir riedade do serviço militar. Todavia, faz-se necessária uma
Jubran, tido como um dos maiores pecuaristas do Brasil breve anotação sobre a evolução histórica do Serviço
(com um criatório de mais de cem mil cabeças de gado), lá Militar no Brasil, divulgado no site das forças armadas:
estava o próprio fazendeiro esperando pela chegada dos “O Serviço Militar Obrigatório surgiu, no BRASIL,
homens do Sarney, juntamente com os militares incumbi- quando o sistema administrativo adotado era o das Ca-
dos da requisição de bois gordos e toda a imprensa. pitanias Hereditárias e buscava permitir a defesa contra
Da sacada de sua mansão, e com o avião bi-motor ao os inimigos estrangeiros e índios rebeldes. Assim, em 09
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lado da sede da fazenda, Samir Jubran nos acolheu ca- de setembro de 1542, na Câmara de São Vicente, foi pro-
valheirescamente dizendo: “Por quê vocês não avisaram mulgado um “Termo”, organizando uma milícia formada
que vinham para cá? Se assim o fizessem, eu mandaria por colonos e índios.
até preparar um churrasco para recebê-los, embora não Em 1574, a “Provisão sobre as Ordenanças”, segundo
tenha tantos bois gordos como muitos imaginam. Mas alguns autores, assinalou o início da regulamentação so-
para um churrasco dessa categoria, se dá um jeitinho. E bre a prestação do Serviço Militar, pois todo o cidadão,
foi direto ao assunto: Se vocês estão à procura de bois entre quatorze e sessenta anos, era obrigado a servir nas
gordos perderam a viagem. Aqui só tenho novilhas que Companhias de Ordenanças.
terão de esperar pelo menos dois anos para ficar em No Império e após a Independência, foi reafirmada
ponto de corte. Mas se quiserem requisitar assim mes- a obrigatoriedade do Serviço Militar, na Constituição de
mo, não tem problema. O prejuízo vai ser meu e do povo 1824:

89
“Art. 145. Todos os brasileiros são obrigados a pegar pode ter o seu bem avariado, bem como o tempo em
em armas para sustentar a independência, a integri- que a coisa permaneceu fora de seu domínio ou o pe-
dade do Império e defendê-lo de seus inimigos.” ríodo durante o qual exerceu o serviço requisitado pode
Após 1880, foi estabelecida norma, que perdura até significativamente contribuir para eventual gravame. Em
hoje, na qual a admissão em Serviço Público só poderia hipótese diversa, pode a própria natureza da requisição,
ser feita se o cidadão provasse ter cumprido as obriga- mesmo sem necessariamente acarretar gravame, ensejar
ções militares. recompensa pelo seu adequado atendimento.
OLAVO BILAC, nos anos de 1915 e 1916, desencadeou Por mais que sejam diversas as motivações e os obje-
campanha, pregando a necessidade do Serviço Militar, tos de requisição, o que se deve notar é a justeza da in-
como preito de amor à Pátria, e o Quartel, como escola denização ou recompensa, que se traduz na impossibili-
de civismo. dade de se atribuir um quantum além ou aquém daquilo
Como justa e merecida homenagem, OLAVO BILAC que é devido, se verdadeiramente for devido. Há de ser
foi escolhido o Patrono do Serviço Militar e a data de seu encontrado um equilíbrio entre o ônus do requisitado e
nascimento – 16 de dezembro – consagrada como o Dia o dever de retribuição do contribuinte. Por conseguinte,
do Reservista. a abstração do instituto de indenização que se verifica na
Após leis e decretos editados em 1918, 1920, 1939 e maior parte das leis que regulam requisições é necessária
1946, a Lei do Serviço Militar foi finalmente promulgada para que o critério seja baseado única e exclusivamente
em agosto de 1964, entrando em vigor no dia 20 de ja- no caso concreto. Neste sentido, requisição de bens e
neiro de 1966, com a publicação de seu Regulamento. serviços, prevista na lei 8.080 de 1990, para atendimento
A Constituição Federal de 1988 confirmou a obrigato- de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decor-
riedade do Serviço: rentes de situações de perigo iminente, de calamidade
“Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da pública ou de irrupção de epidemias, assegura apenas
lei.” (Ministério da Defesa in Serviço Militar – Histórico, justa indenização, sem necessária valoração prévia.
2008) Alguns dispositivos legais, entretanto, já tratam pre-
ventivamente a possibilidade de indenização. O Código
Diante da anotação, não é forçoso concluir que a ne-
Eleitoral, por exemplo, confere caráter de gratuidade à
cessidade de se manter um efetivo militar fundou-se, em
cessão de uso de imóvel. Já se fez cultura das sociedades
seu primeiro momento, em razões que em nossa atua-
democráticas atribuírem ao dia do sufrágio a prescrição do
lidade não haveria espaço. Formou-se uma milícia para
trabalho, como instituição de feriado. Assim, pressupondo
aniquilar a resistência indígena à exploração do homem
a ausência da atividade laboral nas nos imóveis requisita-
branco.
dos, o ínfimo risco de dano ao patrimônio e o atendimento
A Requisição de Serviço Eleitoral, por seu turno, re-
de um interesse coletivo em se abrigar as seções eleitorais,
mete-se à execução de procedimentos adequados para não seria justificada qualquer indenização.
a realização de sufrágio e que não podem ser realizados Sobre materialidade da indenização ou recompensa,
pela Administração Pública. Presumem-se necessários, é importante notar que ela pode se manifestar por vias
para a realização do sufrágio, aqueles serviços presta- distintas da pecuniária. Na Requisição de Serviços Eleito-
dos pelo presidente da seção eleitoral, pelos mesários e rais, é garantido o direito de folga no trabalho, público
secretários. Seja pelo número insuficiente de servidores, ou privado, pelo dobro de dias servidos para a realização
seja pela necessidade de instituir cidadãos comuns nestas do sufrágio. Não há, neste caso, pagamento em dinheiro.
funções para que sejam executadas de forma imparcial e O que se procede ao caso é uma verdadeira analogia à
sem vícios, o Código Eleitoral brasileiro confere obriga- previsão de descanso obrigatório do trabalhador, Direito
toriedade para a execução deste serviço para aqueles re- Constitucionalmente garantido[44], duplicada em uma
quisitados a realizar. Com efeito, a recepção dos votos de espécie de recompensa pelo serviço prestado ao mesmo
todos os eleitores, as decisões sobre todas as dificuldades tempo em que corresponde incentivo ao atendimento
ou dúvidas que ocorrerem, a manutenção da ordem em da requisição. Ocorre, porém, um descontentamento por
todas as seções eleitorais e o transporte das urnas recep- parte dos empregadores ao se verem obrigados a con-
toras de votos constituem serviços que não poderiam ser cederem folga aos funcionários e, como observa Priscila
atendidos apenas com os servidores da Justiça Eleitoral. Magalhães, jornalista do periódico eletrônico juiz-forano
A Requisição de Serviço de Assistência em Resgate Acessa:
também é outra modalidade de Requisição Administrati- “a diretora do Foro Eleitoral, Maria Lúcia Cabral Caru-
va de Serviço prevista no Código Brasileiro de Aeronáuti- so, teme que a Lei seja descumprida por alguns empre-
ca, e corresponde à obrigatoriedade de todo Comandan- sários. “Na reunião que tivemos com os mesários, alguns
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

te de navio, no mar, e qualquer pessoa, em terra, a pres- reclamaram que os patrões não queriam dar a folga”.
tar assistência a quem estiver em perigo de vida, mesmo Outro problema, segundo ela, é que a Lei não estabelece
que esta assistência constitua simples informação, em prazo para seu cumprimento. “Isso faz com que alguns
consequência de queda ou avaria de aeronave, desde patrões queiram prorrogar os dias de folga”, critica ela.
que o possam fazer sem risco para si ou outras pessoas. Diante das reclamações, ela se comprometeu a divul-
gar uma nota esclarecedora, o que vai ser feito se os me-
Indenização sários encontrarem dificuldades para conseguir folga. “É
um incentivo ao trabalho dos mesários. Os empresários
A Requisição Administrativa é uma verdadeira possi- são obrigados a liberar seus funcionários”. E ressalta a
bilidade de prejuízo ao requisitado. Seja ele um particu- importância dos voluntários. “Sem eles não seria possível
lar ou o próprio Estado, como acreditamos, o requisitado realizar a eleição”.

90
O patrão que resistir pode responder por crime de Art. 63. O pagamento da remuneração será obrigató-
desobediência. Maria Lúcia aconselha que, neste caso, rio para quem usar aeronave sem o consentimento do
os mesários recorram ao Ministério Público do Trabalho seu proprietário ou explorador.
para ver que tipo de providência vai ser adotada.” (Ma- Parágrafo único. Provada a negligência do proprietá-
galhães, 2008) rio ou explorador, estes responderão, solidariamente,
Outra hipótese exemplificativa de indenização obser- pela remuneração.
vada em lei é a inscrita na Lei nº 7.565 de 1986, na qual se Art. 64. A remuneração poderá ser reduzida ou supri-
enumera diversas observações acerca do procedimento mida se provado que:
e que, por conta da sua singularidade, faz-se necessária a I – os reclamantes concorreram voluntariamente ou
completa transcrição: por negligência para agravar a situação de pessoas ou
“Art. 57. Toda assistência ou salvamento prestado com bens a serem socorridos;
resultado útil dará direito à remuneração correspon- II – se, comprovadamente, furtaram ou tornaram-se
dente ao trabalho e à eficiência do ato, nas seguintes cúmplices de furto, extravio ou atos fraudulentos.
bases: Art. 65. O proprietário ou explorador da aeronave que
I – considerar-se-ão, em primeiro lugar: prestou socorro pode reter a carga até ser paga a cota
a) o êxito obtido, os esforços, os riscos e o mérito da- que lhe corresponde da remuneração da assistência
queles que prestaram socorro; ou salvamento, mediante entendimento com o pro-
b) o perigo passado pela aeronave socorrida, seus pas- prietário da mesma ou com a seguradora.”
sageiros, sua tripulação e sua carga; Por fim, conclui-se fundamental a comprovação do
c) o tempo empregado, as despesas e prejuízos supor- dano ou prejuízo advindo como efeito da requisição de
tados tendo em conta a situação especial do assisten- qualquer caso de Requisição Administrativa, quando ca-
te. bível for a indenização. Também, o caráter unilateral da
II – em segundo lugar, o valor das coisas recuperadas. requisição não se estende à indenização. É necessário
§ 1° Não haverá remuneração: que o requisitado tenha direito a participar do processo
a) se o socorro for recusado ou se carecer de resultado de indenização, embora não tenha direito de fixar, a seu
útil; critério, o valor que lhe cabe.
b) quando o socorro for prestado por aeronave públi- O quantum da indenização deve atender aquilo que
ca. se considera razoável na região em que foi demandada
§ 2° O proprietário ou armador do navio conserva o a requisição. Não seria aceitável que o Estado indeni-
direito de se prevalecer do abandono, ou da limitação zasse o valor de um bem destruído durante a utilização
de responsabilidade fixada nas leis e convenções em valendo-se de parâmetros econômicos diverso daquele
vigor. espaço. Alguns bens e serviços podem ter o valor mul-
Art. 58. Todo aquele que, por imprudência, negligência tiplicado quando comparadas diferentes regiões de
ou transgressão, provocar a movimentação desneces- fornecimento. Combustível, alimentos e veículos, como
sária de recursos de busca e salvamento ficará obri- exemplo, possuem valores diversos em cada região. Se
gado a indenizar a União pelas despesas decorrentes circunstâncias alheias ao fato não impuserem o contrário,
dessa movimentação, mesmo que não tenha havido a Administração Pública deverá proceder a uma tomada
perigo de vida ou solicitação de socorro. de preços limitada ao espaço correspondente no sentido
Art. 59. Prestada assistência voluntária, aquele que a de verificar o valor adequado à indenização. Nota-se, em
outro sentido, que em qualquer hipótese de indeniza-
prestou somente terá direito à remuneração se obtiver
ção ou recompensa deve o Estado justificar o motivo e o
resultado útil, salvando pessoas ou concorrendo para
quantum para que a combinação requisição-indenização
salvá-las.
não venha a se transformar em instrumento de desvios
Art. 60. Cabe ao proprietário ou explorador indenizar
de recursos públicos.
a quem prestar assistência a passageiro ou tripulante
de sua aeronave.
Extinção
Art. 61. Se o socorro for prestado por diversas aero-
naves, embarcações, veículos ou pessoas envolvendo
Uma das características que definem a Requisição Ad-
vários interessados, a remuneração será fixada em ministrativa como tal é a temporalidade da utilização do
conjunto pelo Juiz, e distribuída segundo os critérios bem ou serviço requisitado. Quando não mais se verifica
estabelecidos neste artigo. a necessidade que motivou a requisição ou quando atin-
§ 1° Os interessados devem fazer valer seus direitos à
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gido o tempo estabelecido para a prestação de deter-


remuneração no prazo de 6 (seis) meses, contado do minado serviço, não mais se justifica a continuidade do
dia do socorro. atendimento à requisição e esta extinguirá.
§ 2° Decorrido o prazo, proceder-se-á ao rateio. Na requisição de bens e serviços para a consecução
§ 3° Os interessados que deixarem fluir o prazo esta- do sufrágio, a requisição extingue-se quando o objeto
belecido no § 1° sem fazer valer seus direitos ou no- requisitado não mais serve para o atendimento da de-
tificar os obrigados, só poderão exercitá-los sobre as manda. Após o do período de votação em determinada
importâncias que não tiverem sido distribuídas. seção e a realização do transporte das urnas e dos votos
Art. 62. A remuneração não excederá o valor que os ao ponto determinado, o serviço dos indivíduos e veícu-
bens recuperados tiverem no final das operações de los requisitados para aquele local e finalidade, respecti-
salvamento. vamente, não mais contribuem para o sufrágio. Do mes-

91
mo modo, os serviços médicos requisitados para o aten-
dimento de assistência à população imersa em epidemia
não fazem sentido quando a população se encontrar EXERCÍCIOS COMENTADOS
imune ou curada da enfermidade. No serviço Militar, por
sua vez, a necessidade de se ter um contingente treinado 1. (CGM de João Pessoa/PB – 2018 - CESPE) Acerca da
e disponível não cessa. O que cessa é o período determi- organização da administração direta e indireta, centrali-
nado como obrigatório para que o indivíduo elenque o zada e descentralizada, julgue o item a seguir.
efetivo militar. É possível a constituição de fundação pública de direito
Para concluirmos, a Requisição Administrativa é um público ou de direito privado para a exploração direta de
instituto de primeira grandeza para tempestivo atendi- atividade econômica pelo Estado, quando relevante ao
mento social e o mais adequado para casos onde o próprio interesse público.
Estado não desempenharia função de forma satisfatória.
Apesar de se manifestar como imposição de ordem ou res- ( ) CERTO ( ) ERRADO
trição de direito ao particular, a requisição fundamentada e
bem operada pode ser utilizada como ferramenta de am- Resposta: Errado. A fundação pública tem em seu ob-
paro social em situações de demanda pública. jeto uma atividade de interesse social, sem fins lucrati-
Fundamentaram-se os elementos intrínsecos à Re- vos, portanto, não poderá exercer atividade econômica.
quisição Administrativa, peças que a compõe, que lhe
conferem movimento e que são próprias da seara admi- 2. (TRE/TO – 2017 - CESPE) Consideram-se entes da ad-
nistrativa. Todavia, a inscrição constitucional na qual se ministração direta
fundamenta o instituto, in verbis: “no caso de iminente
perigo público, a autoridade competente poderá usar de a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de
propriedade particular, assegurada ao proprietário inde- competência estiver enquadrada sua principal ativida-
nização ulterior, se houver dano”, acabou por trazer à luz de.
questionamentos acerca da parte requisitada, tema de b) as entidades da sociedade civil qualificadas como or-
ampla discussão por sugerir que o manuseio inadequado ganização social.
da requisição poderia encobrir objetivos nefastos. No- c) as autarquias.
tou-se, entretanto, que a polêmica instaurada dizia mais d) os serviços integrados na estrutura administrativa da
respeito à intervenção do que a própria requisição, coisa Presidência da República e dos ministérios. 
esta que se discutiu com satisfatória segurança. Apesar de e) as fundações públicas.
a Corte Suprema delimitar o entendimento de que impro-
cedente seria a requisição que trouxesse como destinatário Resposta: Letra D. Alternativa A – ERRADA – trata-se
outra esfera pública, não há que se negar que a imperativa de administração indireta
equação entre necessidade e possibilidade não pode ser Alternativa B – ERRADA – trata-se de terceiro setor
soterrada por argumentos principiológicos alheios ao pla- Alternativa C – ERRADA – trata-se de administração
no fático. Assim, a despeito de o entendimento dominante indireta
impossibilitar amparo social feito por uma esfera adminis- Alternativa D – CERTO
trativa requisitando coisa de esfera alheia, fundamentou-se Alternativa E –ERRADA – trata-se de administração in-
a crença de ser necessária a ampliação da interpretação direta
do dispositivo constitucional no sentido de se possibilitar a
coisa pública ser objeto de requisição. 3. (TRT/2ª REGIÃO/SP - TRT/2R (SP) - 2016) A respeito
Também, foi proposta uma conceituação alternativa das disposições da Lei n° 9.784/99 que estabelece nor-
do instituto, de forma mais adequada à sua aplicação mas básicas sobre o processo administrativo, no âmbito
prática, demonstrando as omissões e inconformidades da Administração Federal direta e indireta, visando, em
que até então foram apregoados. De então foi sugerida a especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
classificação dos objetos de requisição, que se dá através melhor cumprimento dos fins da Administração, analise
dos critérios próprios dos civilistas, dada a inadequação as seguintes proposições: 
de se enumerar e classificar o instituto de acordo com
suas previsões legais, tema a tema, diploma a diploma. I- Os preceitos da Lei n° 9.784/99, também se aplicam
Finalizando o estudo, foram tratados os assuntos pró- aos órgãos do Poder Judiciário da União, quando no de-
prios da extinção e indenização da Requisição Adminis- sempenho de função administrativa.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trativa, onde se trouxe exemplos práticos e observações II- São legitimados como interessados no processo ad-
críticas, até então não operadas pela maior parte dos ministrativo, entre outros, aqueles que, sem terem inicia-
manuais. do o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
Conclui-se, lado outro, que a Requisição Adminis- afetados pela decisão a ser adotada.
trativa é um tema que guarda ainda muito espaço para III- No processo administrativo podem ser objeto de
maturação doutrinária e praxista, de modo que o melhor delegação, pela autoridade competente, entre outros, a
estudo que se pudesse proceder ainda seria insuficien- edição de atos de caráter normativo e a decisão de recur-
te diante das possibilidades de aplicação que o instituto sos administrativos.
reserva em um momento em que paradigmas se tornam IV- No processo administrativo pode ser arguida a sus-
passado diante de eminentes necessidades.7 peição de autoridade ou servidor que tenha amizade ín-
tima ou inimizade notória com algum dos interessados
7 Fonte: www.jurisciencia.com

92
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte
e afins até o terceiro grau. O indeferimento de alegação interno e armazenamento no depósito de produtos aca-
de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito bados” (CHIAVENATO, 2005, p. 38).
suspensivo.
V - A Administração tem o dever de explicitamente emitir SUBSISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATE-
decisão nos processos administrativos e sobre solicita- RIAIS
ções ou reclamações, em matéria de sua competência.
Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad- 1. Subsistemas típicos
ministração tem o prazo de até noventa dias para deci-
dir, salvo prorrogação por igual período expressamente Controle de Estoque: esse subsistema é responsável
motivada.  pela gestão do estoque, logo cabe a ele o planejamento
e a programação de material por meio de análise, previ-
Responda: são, controle e ressuprimento.
Aquisição / Compra de Material: esse subsistema
a) Somente as proposições I,II e IV estão correta. é responsável pela aquisição dos materiais, logo, suas
b) Somente as proposições I,III e V estão correta. principais ações são a gestão, negociação e contratação
c) Somente as proposições II,III e IV estão corretas. de compras de material. Tal subsistema deve assegurar
d) Somente as proposições II,III e V estão corretas.  que os materiais adquiridos estejam na quantidade cer-
e)Todas as proposições estão corretas.  ta, na qualidade requerida e a entrega seja realizada no
prazo estabelecido. Além disso, deve preocupar-se com
Resposta: Letra A. Em “I”, Certo - §1° do art. 1° da Lei o preço dos materiais adquiridos negociando-o com o
9784/99 Aplicam-se aos Poderes Legislativo e Judiciário fornecedor.
no exercício de suas funções administrativas. Inspeção de Recebimento: subsistema que tem por
Em “II”, Certo - art. 9°, II da Lei são legitimados como responsabilidade realizar a verificação física e documental
interessados no processo administrativo: pessoas físicas do recebimento de material, ou seja, deve inspecionar se o
ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou material recebido está de acordo com as normas e exigên-
interesses individuais ou no exercício do direito de re- cias solicitadas e estabelecidas quando da sua aquisição.
presentação; aqueles que, sem terem iniciado o proces- Classificação de Material: cabe a esse sistema identi-
so, têm direitos ou interesses que possam ser afetados ficar (especificar), classificar, codificar, cadastrar e catalo-
pela decisão a ser     adotada; as organizações e asso- gar os materiais.
ciações representativas, no tocante a direitos e interes- Armazenagem/Almoxarifado: tem por objetivo en-
ses coletivos; as pessoas ou as associações legalmente carregar-se pela gestão física dos estoques. Dentre suas
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. atividades estão: recepção de material, expedição de ma-
Em “III”, Errado - Conforme o art. 13, da Lei 9.784/99 terial, guarda, preservação, embalagem.
Controle e Distribuição de Materiais: esse subsiste-
os atos de caráter normativo NÃO podem ser objeto de
ma controla os materiais e sua distribuição aos diversos
delegação.
setores da empresa, ou seja, após classificados os mate-
Em “IV”, Certo - Art. 20 e 21
riais devem seguir para as áreas que os solicitaram.
Em “V”, Errado - o prazo é de 30 dias e não de 90. (Art.
Movimentação de Material: controla e normaliza
48 da Lei 9.784/99)
as movimentações dos materiais: recebimento, forneci-
mento, devoluções, transferências entre outras ações de
movimentação dos materiais.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE Cadastro: cabe a esse subsistema o cadastramento
RECURSOS MATERIAIS. de fornecedores, pesquisa de mercado e compras.

2. Subsistemas Específicos
RECURSOS MATERIAIS
Segundo Razzonili Filho (2012) os materiais podem
“A Administração de Materiais consiste em ter os ma- ser classificados nos seguintes subsistemas: Normaliza-
teriais necessários na quantidade certa, no local certo e ção, Controle, Aquisição e Armazenamento.
no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem Subsistema Normalização: tem como função sele-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o processo produtivo da empresa” (CHIAVENATO, 2005, cionar, padronizar e especificar os materiais. Classifica
p. 36 - 37). e codifica os materiais garantindo a uniformidade dos
A administração de materiais tem como foco atuar no materiais que entram no processo produtivo para que o
controle e planejamento de materiais e na relação entre produto final atenda às especificações da produção e a
as necessidades de suprimentos de uma organização e qualidade exigida.
os recursos financeiros e operacionais da mesma, geran- “Entende-se por normalização a forma como são or-
do dessa forma condições cada vez mais favoráveis para ganizadas as atividades, como definem as normas e a
seu desenvolvimento. utilização de regras; bem como a elaboração, publicação
“A Administração de Materiais envolve a totalidade e disseminação do uso das normas e regras, como o ob-
dos fluxos de materiais da empresa, desde a programa- jetivo de selecionar, avaliar e certificar os fornecedores
ção de materiais, compras, recepção, armazenamento da organização” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 32).

93
As principais atividades do Subsistema Normalização: Normalização e padronização de materiais; Classificação de materiais.
Subsistema Controle: responsável pela gestão e valoração dos estoques da organização, ou seja, determina quan-
do e como comprar, busca garantir que os materiais estejam em quantidade necessária, no tempo preciso, com a
qualidade requerida e tenham sido adquiridos pelo melhor preço.

#FicaDica
Valoração pode ser conceituado como a determinação de qualidade ou valor a algo.

Subsistema Aquisição: responsável pela realização de compras dos materiais de acordo com as informações e
especificações apontadas pelo Subsistema Controle (por meio de requisições), para que as compras realizadas respon-
dam às necessidades da organização, evitando-se assim desperdícios por aquisição de materiais fora do padrão exigido
ou em quantidades desnecessárias.
O Subsistema aquisição “também é responsável pela venda (alienação) dos materiais inutilizáveis ou inservíveis, e mesmo
do patrimônio da organização que esteja obsoleto ou já completamente depreciado” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 33 e 34).
Também atua em sintonia com o Subsistema Normalização na busca de fornecedores aprovados pela normalização
e o Subsistema de Armazenamento na verificação da estocagem dos materiais.
Subsistema Armazenamento: recepciona os materiais, armazena e os distribuem para os departamentos. Além
disso, inspeciona e controla a qualidade dos materiais, especialmente a qualidade da guarda e movimentação dos ma-
teriais, para que entrem nos processos produtivos com qualidade garantida. Também é responsável pela movimenta-
ção interna e seu transporte. Além do controle qualitativo, exerce o controle quantitativo que dentre suas ações estão:
conferência, contagem, registro e documentação.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – FAU – 2016) As funções da Administração de Materiais são,


EXCETO:

a) Compras.
b) Vendas.
c) Transporte.
d) Armazenagem.
e) Manuseio.

Resposta: Letra B. A função de vendas compete a Área de Vendas, não sendo função de responsabilidade da Ad-
ministração de Materiais. Segundo Chiavenato (2005, p. 36-37) “A Administração de Materiais consiste em ter os
materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o
processo produtivo da empresa”, logo, dentre suas funções podem ser consideradas compras (aquisição), transporte
(movimentação), armazenagem e manuseio.

CLASSIFICAÇÃO ABC

De acordo com CHIAVENATO (2005, p. 79) “a Classificação ABC baseia-se no princípio de que a maior parte do in-
vestimento em materiais está concentrada em um pequeno número de itens”.
Ou seja, a Classificação ABC ordena os itens consumidos conforme um valor financeiro. Os itens quando ordenados
são divididos em três classes A, B e C:
Classe A: poucos itens, porém com peso no investimento em estoque bem elevado. Até 10% ou 20% dos itens em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

estoque, com valor de 80% aproximadamente. Poucos itens, porém de elevada importância.
Classe B: quantidade média de itens (35% a 40%) que possui valor de consumo de 15% aproximadamente. Itens de
importância relativa.
Classe C: grande quantidade de itens (40% a 50%) com valor de consumo acumulado baixo (5% a 10%) dos esto-
ques. A classe C compõe os itens mais numerosos, porém menos importantes.

#FicaDica
As porcentagens de classificação não são fixas, sendo valores de porcentagens aproximados, podendo
variar para mais ou para menos.

94
Com a classificação ABC a atenção dada a cada item é relativa a importância do mesmo. Aos itens da Classe A há
uma maior concentração de atenção, embora sejam poucos itens, são os de maiores valores monetários. Aos itens da
classe B a atenção é menor, e aos itens da classe C a atenção aos itens é ainda mais reduzida, muitas vezes tratados por
processos mais automáticos ou semiautomáticos que não exigem muitos esforços e tempo de decisão.

Tabela com acumulação dos estoques para composição da classificação ABC

Código do Valor do estoque Porcentagem Valor do estoque Porcentagem


Classificação
item do item do item acumulado acumulada (%)
1 012 360.000 36,0 360.000 36,0
2 025 280.000 28,0 640.000 64,0
3 011 100.000 10,0 740.000 74,0
4 015 70.000 7,0 810.000 81,0
5 009 55.000 5,5 865.000 86,5
6 014 28.000 2,8 893.000 89,3
7 016 22.000 2,2 915.000 91,5
8 005 20.000 2,0 935.000 93,5
9 017 15.000 1,5 950.000 95,0
10 018 10.000 1,0 960.000 96,0
Demais itens 40.000 4,0 1.000.000 100,0
CHIAVENATO, 2005. p. 80.
Por meio dessa tabela é possível realizar a divisão dos itens nas classes A, B e C.
Percebe-se que os itens 1 a 4 representam acumuladamente 81% do valor monetário do estoque, logo pertencem
a Classe A.
Os itens de 5 a 10 representam acumuladamente 15% do valor monetário do estoque, logo pertencem a Classe B.
Já os demais itens representam 4% do valor monetário do estoque e pertencem a Classe C.
A Classificação ABC pode ser transformada na curva ABC ou Curva de Pareto.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou Errado.

9. (SERPRO – TÉCNICO – SUPORTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CESPE – 2013) O gerente que adota a classificação
ABC para controle do seu estoque possui uma pequena quantidade de produtos na denominada classe C.

( ) CERTO ( ) ERRADO

95
Resposta: Errado. De acordo com a classificação ABC, Resposta: Certo. O modelo de lote econômico busca
a classe C é composta por grande quantidade de pro- o equilíbrio entre o custo de manutenção de estoque
dutos com valor de consumo acumulado baixo. e o curso de aquisição do pedido, logo, quando há
uma igualdade entre esses dois itens, pode-se definir
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou que houve uma quantidade ótima de estoques.
Errado.
12. (BNDES – PROFISSIONAL BÁSICO – FORMAÇÃO
10. (TJ-AJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO – CESPE EM ENGENHARIA – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2013)
– 2012) Ao se classificar um almoxarifado com base na Uma empresa utiliza o Lote Econômico de Compra (LEC)
classificação ABC, os itens mais volumosos e que agre- para repor o estoque de uma das suas peças cuja deman-
gam pouco resultado para a organização devem ser in- da anual é de 90.000 unidades. Se o custo de colocação
cluídos na(s) classe(s): de um pedido é de R$ 4.000,00, e o custo de manutenção
de estoques é de R$ 20,00 por peça por ano, qual é o LEC
a) A e C. utilizado?
b) B e C.
c) A. a) 30
d) B. b) 60
e) C. c) 4.243
d) 6.000
Resposta: Letra E. De acordo com a classificação ABC, e) 12.000
a classe C é composta por grande quantidade de pro-
dutos (itens mais volumosos) com valor de consumo Resposta: Letra D. Para cálculo do Lote Econômico de
acumulado baixo (agregam pouco resultado para a Compra (LEC) utiliza-se a seguinte fórmula
organização).

LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS


Onde: C: Consumo ou demanda, CP: Custo do Pedido,
CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma-
O Lote Econômico de Compra (LEC) baseia-se na de-
nutenção unitário.
finição de reabastecimento do estoque pelo menor custo
Logo, em resposta a questão, aplica-se a fórmula:
possível, ou seja, decide a quantidade de itens a ser re-
posta (comprada) pelo menor custo possível em busca
de um equilíbrio econômico entre custo de manutenção
de estoque e o custo de aquisição do pedido.
Fórmula para o cálculo do LEC:

ESTOQUE
Onde:
C: Consumo ou demanda INTRODUÇÃO
CP: Custo do Pedido
CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma- O estoque representa papel importante na operacio-
nutenção unitário nalização da empresa, pois ao passo que deve ser bem
definido a corresponder às necessidades de produção da
empresa, não pode ser um gerador de custos desnortea-
dos e de desperdícios.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
CONCEITO DE ESTOQUE
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
Errado. O Estoque pode ser definido como a quantidade de
materiais que é armazenada para determinado fim. Tais
materiais podem ser matérias-primas, materiais em pro-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11. (ANP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPERIOR


– CESPE – 2013) No modelo de lote econômico, a quan- cessamento, materiais semiacabados, materiais acaba-
tidade ótima de estoques que deve compor cada pedido dos, produtos acabados.
de compra é aquela em que os valores dos custos dos Esses materiais são estocados e em determinado mo-
pedidos são iguais aos dos custos de manutenção dos mento serão requisitados para processamento. Ou seja,
estoques. o estoque possui um sortimento de materiais que em al-
gum momento será utilizado seja no processo produtivo.
( ) CERTO ( ) ERRADO Segundo Viana (2009, p.109) estoque pode ser defi-
nido como

96
Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para
utilização posterior, de modo a permitir o atendimen-
to regular das necessidades dos usuários para a con-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
tinuidade das atividades da empresa, sendo o estoque
gerado, consequentemente, pela impossibilidade de 1. (COREN-SP – AGENTE DE ALMOXARIFADO – MÉ-
prever-se a demanda com exatidão. DIO – VUNESP – 2013) Os estoques de matérias-primas
(MPs) são constituídos por:
FUNÇÕES DO ESTOQUE
a) insumos e materiais básicos para a produção dos pro-
As principais funções do estoque são: dutos ou serviços da empresa.
Garantir que a empresa seja abastecida com materiais b) produtos já prontos e acabados, cujo processamento
sempre que necessário, neutralizando ou minimizando foi completado inteiramente.
os efeitos gerados por problemas no fornecimento de c) componentes já acabados e prontos para serem ane-
materiais, tais como demoras, atrasos, sazonalidade dos xados ao produto.
suprimentos e demais dificuldades. d) materiais semiacabados, em estágio intermediário de
Proporcionar economias de escala por meio da com- acabamento.
pra ou produção de lotes econômicos; pela flexibilidade e) materiais que estão em fase de processamento e pro-
do processo produtivo; pela rapidez e eficiência no aten- dutos já finalizados ou semiacabados.
dimento às necessidades (CHIAVENATO, 2005, p. 68). Resposta: Letra A. Os estoques de matérias-primas
(MPs) são compostos por insumos e materiais básicos
CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES para produção dos produtos ou serviços da empresa,
ou seja, são os elementos iniciais e primordiais neces-
Os estoques são classificados em: sários para o processamento de produtos ou serviços.
Estoques de matérias-primas (MPs): São os insumos e
materiais básicos necessários para o processo de produ- 2. (DCTA – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLO-
ção. São os elementos iniciais e principais para a produ- GIA AEROESPACIAL – ASSISTENTE EM C&T ASSISTEN-
ção da empresa, seja de produtos ou serviços. TE 1 (ALMOXARIFADO) – MÉDIO – VUNESP – 2013)
Pode-se considerar estoque como a (o):

#FicaDica a) capacidade produtiva total em relação à disponibilida-


de de matéria-prima no mercado.
Insumos são os elementos diretamente ne-
b) conjunto de materiais que está disponível para ser re-
cessários para a produção de produtos ou quisitado e utilizado no processo produtivo.
serviços, como matéria-prima, equipamen- c) crescimento e evolução das variações decorrentes do
tos e outros. cálculo do giro de estoque e ponto de pedido.
d) planejamento de utilização dos materiais de consumo
▪ Estoques de materiais em processamento (ou e produtos de acordo com o recebimento dos pedi-
em vias) dos.
É composto por materiais que estão em fase de pro- e) posicionamento da quantidade de materiais em trânsi-
cessamento nas diversas seções do processo produtivo, to e em produção vinculado a transações de compras.
ou seja, são os materiais que estão em processo de pro-
dução ou em vias de serem processados. Resposta: Letra B. O Estoque pode ser definido como
a quantidade de materiais que é armazenada para ser
▪ Estoques de materiais semiacabados utilizada no processo produtivo quando requisitado.
São materiais parcialmente acabados, seu processo De acordo com Chiavenato (2005, p.67) “o estoque
produtivo está em estágio intermediário de acabamen- constitui todo o sortimento de materiais que a empre-
to. Estão quase acabados, dessa forma encontram-se em sa possui e utiliza no processo de produção de seus
estágio mais avançado do que os materiais em proces- produtos/serviços”.
samento.

▪ Estoques de materiais acabados (ou compo- PREVISÃO DE CONSUMO PARA OS ESTOQUES


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nentes)
Este estoque é composto por materiais ou componen- Dentre as técnicas de previsão de estoque, três se
tes acabados que serão anexados ao produto acabado. destacam:
Projeção: utiliza dados passados (mês ou meses an-
▪ Estoques de produtos acabados (PAs) teriores) para previsão de demanda futura (quantida-
E composto pelos produtos prontos (acabados), ou de adequada a ser adquirida). Essa técnica é de caráter
seja, o processo produtivo foi completamente finalizado quantitativo (referem-se a quantidades).
e o produto já está pronto para o fornecimento. Explicação: assim como a projeção, essa técnica tam-
bém é de caráter quantitativo. A explicação relaciona ati-
vidades produtivas ou comerciais passadas com outras
variáveis.

97
Predileção: baseada na opinião de especialistas (fun-
cionários experientes, conhecedores de fatores influen- #FicaDica
tes em vendas e mercado) os quais estabelecem a evolu-
ção das vendas futuras. Para o cálculo do Método da Média Móvel
utiliza-se a fórmula para cálculo de Média
1. Evolução do consumo Simples, que se baseia na soma das unida-
des dividida pela soma da quantidade de
Modelo de evolução horizontal de consumo: também períodos.
conhecido como consumo médio horizontal, nesse mo-
delo há evolução do consumo de maneira horizontal e
sua tendência é quase invariável ou constante. 4. Método da Média Móvel Ponderada
Modelo de evolução de consumo sujeito a tendência:
a possibilidade de consumo médio aumenta ou diminui Nesse método os valores por período recebem pesos,
no decorrer do tempo e das situações do mercado. para tanto, os valores de períodos mais recentes rece-
Modelo de evolução sazonal de consumo: nesse mo- bem pesos maiores do que os de períodos mais antigos.
delo há previsões de oscilações regulares (positivas ou
negativas) de consumo, ou seja, o consumo é sazonal. Exemplo:
Cálculo da previsão de consumo para o mês de Junho
2. Método do consumo do último período pelo Método da Média Móvel Ponderada:

Tal método visa a previsão de consumo do próximo Consumo Uni-


período baseado no consumo ou demanda do período Período Peso
dade
anterior. Caso o consumo seja crescente de um período
ao outro, é possível acrescentar uma certa quantidade a Fevereiro 120 1
cada período. Março 150 2
Exemplo:
Abril 160 3

Consumo do último Previsão de Consumo Maio 110 4


período do próximo período
Média Móvel Ponderada:
Mês de Fevereiro: Mês de Março: (120 x 1) + (150 x 2) + (160 x 3) + (110 x 4)
150 unidades 150 unidades 10
Média Móvel Ponderada: 1340 = 134
10
3. Método da Média Móvel Previsão de consumo para mês de Junho: 134 unida-
des.
Nesse método a previsão de consumo para o próxi-
mo período baseia-se nas médias de consumo dos pe-
ríodos anteriores. #FicaDica
Exemplo: Cálculo da previsão de consumo para o mês
de junho pelo Método da Média Móvel: Para o cálculo do Método da Média Móvel
Ponderada deve-se multiplicar os valores
pelo peso dado a cada um deles, após, so-
Período Consumo Unidade
ma-se os resultados dos valores multiplica-
Fevereiro 120 dos e dividindo pela soma dos pesos.
Março 150
Abril 160
5. Método da Média com Ponderação Exponen-
Maio 110 cial

Média Móvel: 120 + 150 + 160 + 110 Esse método é semelhante ao Método de Média Mó-
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vel Ponderada, porém há um acréscimo de parcela do


Média Móvel: 540 = 135 erro anterior de previsão. Nesse método consideram-se
4 algumas variáveis como tendência e sazonalidade ocor-
Previsão de consumo para mês de Junho: 135 unida- ridas no tempo.
des.

98
Nessa situação, a previsão de consumo para julho será
superior a 310 unidades, se for empregado o método do
EXERCÍCIOS COMENTADOS último período para previsão do consumo.

3. (TSE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA Resposta: Errado. O método do último período visa
– SUPERIOR – CESPE – 2007) Considere o seguinte con- a previsão de consumo do próximo período baseado
sumo de determinado material. no consumo ou demanda do período anterior. Logo, a
previsão de consumo para julho será de 310 unidades.
60 unidades em março
70 unidades em abril
85 unidades em maio CUSTOS DOS ESTOQUES
88 unidades em junho
94 unidades em julho Custos de estoques ou custos de estocagem referem-
98 unidades em agosto -se aos custos que todo material gera ao ser estocado.
98 unidades em setembro Duas variáveis impactam no custo de estoque, que
102 unidades em outubro são a quantidade de material em estoque e o tempo de
105 unidades em novembro permanência desse material em estoque. Ou seja, quanto
111 unidades em dezembro maior a quantidade e o tempo que o material ficará em
estoque, maior será o custo de estoque.
Com base nos dados acima e considerando que os estu- Os custos podem ser agrupados em modalidades
dos acerca de estoques dependem da previsão do con- como: Custo com pessoal: salários dos recursos huma-
sumo de material, assinale a opção incorreta. nos, encargos sociais. Custo de capital: juros e deprecia-
a) Com base no método da média com ponderação ex- ção. Custo com edificação: aluguel, água, luz, impostos.
ponencial, apenas o consumo do mês de dezembro Custo de manutenção: obsolescência, deterioração, con-
será utilizado na fórmula de cálculo da previsão do servação de equipamentos.
consumo para o mês de janeiro.
b) Para reduzir a influência do baixo consumo nos meses 1. Custos de Armazenagem
de março e abril na previsão de consumo para janeiro,
é correto utilizar o método da média móvel pondera- Os Custos de Armazenagem se referem aos custos
da, caracterizado pela aplicação de pesos maiores aos gerados pelo acondicionamento e movimentação dos
dados de consumo mais novos e pesos menores aos materiais, tais como mão de obra, aluguel do armazém,
dados mais antigos. salários do pessoal do armazém, quantidade de material,
c) Com base no método da média móvel para 3 perío- tempo de permanência do material, seguros, deprecia-
dos, a previsão de consumo para janeiro é superior ção de máquinas e equipamentos entre outros.
a 111 unidades por causa da tendência crescente de Os custos podem ser variáveis, como quantidade de
consumo. material e tempo de permanência. Ou fixos como aluguel
d) Com base no método do último período, a previsão de do armazém, salários do pessoal do armazém, seguros
consumo para janeiro é de 111 unidades. entre outros.
Cálculo do Custo de Armazenagem
Resposta: Letra C. Com base no método da média CA = Q/2 · T · P · I
móvel para 3 períodos, a previsão de consumo para Onde:
janeiro será de 106 unidades, conforme cálculo: Q: Quantidade de material em estoque no período
Média Móvel: 102 + 105 + 111 = 318 = 106 considerado
3 3 T: Tempo de armazenamento
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou P: Preço unitário do material
Errado. I: Taxa de armazenamento expressa em porcentagem
do preço unitário
4. (TJ-DF – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Para cálculo da fórmula do Custo de Armazenagem
TRATIVA – MÉDIO – CESPE – 2008) Considere o consu- (CA), é preciso utilizar mais uma fórmula a fim de calcular
mo de determinado material apresentado a seguir. a Taxa de Armazenamento (I).
A Taxa de Armazenamento é expressa pela soma das
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mês unidades Taxas de armazenamento físico, Taxa de retorno do ca-


pital empatado em estoque, Taxa de seguro do material
janeiro 250 estocado, Taxa de transporte, manuseio e distribuição do
fevereiro 280 material, Taxa de obsolescência do material, Outras taxas,
como mão-de-obra, água, luz etc. As quais serão classifi-
março 320 cadas em Ta, Tb, Tc, Td, Te e Tf.
abril 290 Ta: Taxa de armazenamento físico
maio 300 Ta= 100 · A · Ca
C·P
junho 310 Onde:
A: Área ocupada pelo estoque

99
Ca: Custo anual do metro quadrado de armazena- sa (o que não se pode quantificar), ela não só perdeu
mento aquela venda, mas pode perder vendas futuras não só
C: Consumo anual do material a esse cliente, mas a outros os quais ele poderá efetuar
P: Preço unitário do material propagandas negativas, ou seja, esse custo vai além da
receita que a empresa deixou de realizar ao não vender
Tb: Taxa de retorno do capital empatado em estoque o produto ao cliente.
Tb = lucro
Q·P
Onde:
Q · P = Valor dos produtos estocados EXERCÍCIOS COMENTADOS
Tc: Taxa de seguro do material estocado
Tc = 100 · Custo anual do seguro 5. (SEE-RJ – PROFESSOR DOCENTE – ADMINISTRA-
Q·P ÇÃO – SUPERIOR – CEPE-RJ – 2007) Todo e qualquer
Td: Taxa de transporte, manuseio e distribuição do armazenamento de material gera determinados custos,
material que podem ser agrupados em custos de capital, com
Td = 100 · Depreciação anual do equipamento pessoal, com edificação e de manutenção. Um exemplo
Q·P de custo de capital é:
Te: Taxa de obsolescência do material
Te = 100 · Perdas anuais por obsolescência a) impostos
Q·P b) deterioração
Tf: Outras taxas, como mão-de-obra, água, luz etc. c) aluguel
Tf = 100 · Despesas anuais d) salário
Q·P e) depreciação
Logo, a Taxa de Armazenamento (I) será a soma de
todas essas taxas: Resposta: Letra E. Os custos podem ser agrupados
I = Ta + Tb + Tc + Td + Te + Tf em modalidades como: Custo com pessoal: salários
dos recursos humanos, encargos sociais. Custo de
2. Custo de Pedido (CP) capital: juros e depreciação. Custo com edificação:
aluguel, água, luz, impostos. Custo de manutenção:
Segundo Chiavenato, 2005, p. 95, “o Custo do Pedido obsolescência, deterioração, conservação de equipa-
(CP) é o valor em moeda corrente dos custos incorridos mentos.
no processamento de cada pedido de compra”. Ou seja,
o custo do pedido se refere ao valor que a empresa gas- Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
tou para realizar o pedido do material para o fornecedor. Errado.
Fórmula para cálculo do Custo de Pedido:
CP = CAP 6. (ANS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CES-
N PE – 2005) Os custos de armazenagem aumentam em
Onde: função da quantidade em estoque e do tempo de per-
CAP: Custo anual dos pedidos manência em estoque, mas não chegam a zero se o es-
N: Número de pedidos no ano toque for zero.

( ) CERTO ( ) ERRADO

#FicaDica Resposta: Certo. Duas variáveis impactam no custo


de estoque, que são a quantidade de material em
O Custo de Estoque (CE) refere-se a soma estoque e o tempo de permanência desse material
dos Custos de Armazenagem e o Custo do em estoque. Ou seja, quanto maior a quantidade e o
Pedido. tempo que o material ficará em estoque, maior será
CE = CA + CP o custo de estoque. Mesmo tendo um estoque zero
de materiais, ainda há custos de estoque, visto que há
variáveis que ainda geram gastos, como aluguel do ar-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. Custo de falta de estoque mazém, depreciação de equipamentos, entre outros.

Esses custos ocorrem quando a demanda deixa de ser


atendida por haver itens em falta no estoque da empre- NÍVEIS DE ESTOQUE
sa. Podem ser classificados em: Custos de Vendas Perdi-
das, ou seja, houve perda da venda por indisponibilidade 1. Curva dente de serra
do produto; Custo de Atraso: gastos gerados pelo atraso
da entrega do produto ao cliente.Os custos de falta de A Curva Dente de Serra é demonstrada graficamente
estoques não podem ser calculados, visto que o resul- por linhas que formam uma imagem parecida com um
tado qualitativo se sobressai ao quantitativo, ou seja, a serrote, por isso o nome Dente de Serra.
insatisfação do cliente gera impacto qualitativo à empre-

100
Ela apresenta as flutuações de estoques (geometrica- Cálculo do Ponto de Pedido:
mente apresenta o comportamento dos estoques ao longo PP = Em + (C × Tr)
do tempo) por meio da identificação do tempo de repo- Onde:
sição e nível de ressuprimento. Dessa forma, a empresa PP: Ponto de Pedido
poderá tomar decisões necessárias para o conhecimento e Tr: Tempo de Reposição
controle das atividades de reposição dos estoques. C: Consumo Médio Mensal
Por exemplo, com a utilização da Curva Dente de Ser- Em: Estoque Mínimo
ra, a empresa conseguirá visualizar graficamente a movi-
mentação (entrada e saída) de um material do estoque, #FicaDica
visualizando melhor os pontos de estoque mínimo e es-
toque máximo. Ponto de Pedido também conhecido como
O eixo x (horizontal) representa o tempo decorrido, Ponto de Reposição (PR) ou Ponto de Enco-
enquanto o eixo y (vertical) representa a quantidade do menda (PE).
material em estoque.

4. Intervalo de Ressuprimento

O Intervalo de Ressuprimento (IR) determina o tempo


existente entre uma reposição e outra, entre dois pontos
de pedido, ou seja, o tempo equivalente entre dois res-
suprimentos consecutivos.

5. Estoque Máximo

O Estoque Máximo define a quantidade máxima de


estoque permitida para determinado material, ou seja,
é a quantidade máxima do material a ser mantida em
Disponível em: <http://universidadeestoque.com.br/blog/index. estoque.
php/grafico-dente-de-serra/>. O cálculo do estoque máximo é definido pela soma
do Estoque mínimo com o Lote Econômico de Compra
2. Tempo de Reposição ou de Ressuprimento (quantidade ideal a ser comprada).
Emáx = Em + Lote Econômico de Compra
O Tempo de Reposição ou de Ressuprimento (Tr) refe- Onde:
re-se ao tempo gasto para reposição do estoque, desde Em: Estoque Mínimo
a verificação das necessidades para reposição do esto-
que até a chegada dos materiais no almoxarifado. 6. Ruptura de estoque
• Três partes do Tempo de Reposição ou de Ressu-
primento: Ponto em que o estoque encontra-se em nível zero,
• Emissão do pedido: emissão do pedido do departa- ou seja, o estoque torna-se nulo, entretanto ainda existe
mento de compras ao fornecedor. demanda do material. A demanda existe, porém a em-
• Preparação do pedido: tempo em que o fornecedor presa não pode atender visto que o estoque está nulo.
recebeu o pedido de compra, preparação dos pro-
dutos do pedido pelo fornecedor até o momento 7. Giro de estoque
em que estão prontos para o transporte à empresa
compradora. O Giro de estoque define a rotatividade de estoque
Transporte: saída dos produtos do fornecedor até o em determinado período de tempo.
recebimento dos mesmos pela empresa compradora. Cálculo do Giro de Estoque:
De acordo com Viana (2006, p. 156) o tempo de res- Giro de Estoque = Consumo Médio Anual
suprimento é composto por tempos internos da empre- Estoque Médio
sa, como também por externo:
a) TPC - Tempo de Preparação da Compra #FicaDica
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) TAF - Tempo de Atendimento do Fornecedor


c) IT - Tempo de Transporte O índice do Giro de Estoque demonstra a
d) TRR - Tempo de Recebimento e Regularização saída das mercadorias da empresa, ou seja,
Onde: TR = TPC + TAF + TT + TRR as vendas. Logo, quanto maior o índice de
Giro de Estoque, melhores resultados da
3. Ponto de Pedido empresa.

O Ponto de Pedido (PP) indica o ponto (ou nível de


estoque) em que há necessidade de reposição (ressupri-
mento) do estoque.

101
sistemas tradicionais que “empurram” a produção, ou seja,
produzem mesmo que não haja a demanda, depois da pro-
EXERCÍCIOS COMENTADOS dução, “empurram” o produto para a possível demanda.

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou 1. Kanban


Errado.
Kanban é considerada uma das técnicas do Just in
7. (ANCINE – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPE- Time. A palavra japonesa Kanban significa cartão ou sinal.
RIOR – CESPE – 2006) O conceito de estoque máximo Essa técnica controla a retirada dos materiais e a transfe-
diz respeito ao número máximo de unidades de um de- rência para outro estágio da operação. Além disso, serve
terminado item de estoque e é definido da seguinte for- para informar a quantidade a ser produzida no processo
ma: estoque máximo = estoque mínimo - lote de compra. em que se encontra.
Slack et. al (2006, p. 368) define alguns tipos de Kan-
( ) CERTO ( ) ERRADO ban:
“Kanban de transporte: usado para avisar o estágio
Resposta: Errado. O Estoque Máximo define a quanti- anterior que o material pode ser retirado do estoque e
dade máxima de estoque permitida para determinado transferido para uma destinação específica [...] Kanban
material. É determinado pela soma do estoque míni- de produção: sinal para um processo produtivo de que
mo com o lote de compra (e não a subtração). ele pode começar a produzir um item para que seja colo-
cado em estoque [...] Kanban do fornecedor: usado para
8. (TRE-PB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRA- avisar ao fornecedor que é necessário enviar material ou
TIVA – SUPERIOR – FCC – 2007) Um material é con- componentes para um estágio da produção.”
sumido a uma razão de 3.000 unidades por mês, e seu
tempo de reposição é de dois meses. O ponto de pedido,
uma vez que o estoque mínimo deve ser de um mês de
consumo é igual a: EXERCÍCIOS COMENTADOS

a) 3.000 unidades. Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou


b) 6.000 unidades. Errado.
c) 9.000 unidades.
d) 12.000 unidades. 13. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPE-
e) 15.000 unidades. CIALIDADE GESTÃO HOSPITALAR – SUPERIOR – CES-
PE – 2018) Na administração dos estoques just in time,
Resposta: Letra C. O cálculo do Ponto de Pedido é se mantém um estoque de segurança para que, na ne-
determinado pela seguinte fórmula. cessidade do produto, o material já esteja disponível.
PP = Em + (C · Tr). Onde: PP: Ponto de Pedido, Tr: Tem-
po de Reposição, C: Consumo Médio Mensal, Em: Es- ( ) CERTO ( ) ERRADO
toque Mínimo.
De acordo com a questão, o Tr equivale a 2 meses, Resposta: Errado. O Just in time visa à produção na
C equivale a 3.000 unidades, assim como o Estoque quantidade necessária, no momento certo para aten-
Mínimo equivale a 3.000 (um mês de consumo). Por- der a demanda com mínimo de estoque ou estoque
tanto: zero. Portanto, não prevê estoque de segurança.
PP = Em + (C · Tr)
PP = 3.000 + (3.000 · 2) = 3.000 + 6.000 = 9.000 uni- 14. (IF-RS – PROFESSOR – GESTÃO, PRODUÇÃO E LO-
dades GÍSTICA – SUPERIOR – 2010) O _________ é usado para
avisar o estágio anterior que o material pode ser retirado
do estoque e transferido para uma destinação específica.
JUST IN TIME A alternativa que completa corretamente o sentido desse
conceito é:
O Just in Time (JIT), método surgido no Japão, visa a
produção dos itens exatamente no momento em que são a) Kanban;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

necessários, dessa forma, busca a redução de desperdí- b) Kanban de produção;


cios por meio da redução de estoques, minimização de c) Kanban do fornecedor;
defeitos e retrabalho. O Justi in Time visa à produção na d) Kanban do cliente interno;
quantidade necessária, no momento certo para atender a e) Kanban de transporte.
demanda com mínimo de estoque ou estoque zero, seja
estoque em produtos acabados, estoque de produtos Resposta: Letra E. Segundo Slack et. al (2006, p. 368)
semiacabados ou estoque de matéria-prima. Está pauta- Kanban de transporte é usado para avisar o estágio
do na melhoria contínua da produtividade. anterior que o material pode ser retirado do estoque e
O Just in Time é conhecido como o sistema que “puxa” transferido para uma destinação específica.
a produção, visto que a produção só acontece conforme a
necessidade sinalizada pelo comprador. Ao contrário dos

102
AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

“A Avaliação dos estoques é o levantamento do valor financeiro dos materiais - desde as matérias-primas iniciais,
os materiais em processamento, semi-acabados ou acabados, até os produtos acabados – tomando por base o preço
de curso ou o preço de mercado” (CHIAVENATO, 2005, p. 88). A avaliação de estoque é composta por alguns métodos:
Avaliação do Custo Médio, Avaliação pelo Método PEPS (FIFO), Avaliação pelo Método UEPS (LIFO) e Avaliação pelo
Custo de Reposição.

1. Custo Médio

Nesse método os custos médios são aplicados no lugar dos custos efetivos. Ou seja, os materiais ao saírem do esto-
que são calculados pelo custo médio de sua aquisição. Esse método visa ao longo prazo, aproximar pelo custo médio
aos custos reais dos materiais comprados. Esse é considerado o método mais utilizado.

Quadro: Cálculo pelo Custo Médio

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 4,50 225,00 250 4,30 1075,00
23/04 50 4,50 225,00 200 4,25 850,00
03/05 325 50 4,00 200,00 250 4,20 1050,00

2. Método PEPS (FIFO)

PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In - First Out), esse método define que as primeiras unida-
des compradas e estocadas serão as primeiras unidades a serem utilizadas no processo produtivo ou a serem vendidas.
Ou seja, as unidades que foram adquiridas primeiro e estão a mais tempo no estoque serão as primeiras a saírem.
Dessa forma, existe maior probabilidade do valor do estoque estar sempre atualizado ao valor do mercado, visto
que ele será composto pelas últimas unidades que entram, uma vez que as unidades que estão a mais tempo no esto-
que sairão primeiro.

Quadro: Cálculo pelo Método PEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Preço Preço Preço
Data NF Qtide. Total $ Qtde. Total $ Qtde. Total $
unit. unit. unit.

02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00


06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 5,00 250,00 250 4,20 1050,00
23/04 50 5,00 250,00 200 4,00 800,00
03/05 150 4,00 600,00 50 4,00 200,00
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. Método UEPS (LIFO)

UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In - First Out) determina que as unidades armazenadas mais
recentemente no estoque (ou seja, as unidades que entraram por último) são as primeiras unidades a serem destinadas
à produção e/ou à venda.
Por meio desse método, entende-se que os custos dos itens que saíram primeiro refletem os custos dos itens re-
centemente comprados ou produzidos.

103
Quadro: Cálculo pelo Método UEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 4,00 200,00 250 4,40 1100,00
23/04 50 4,00 200,00 200 4,50 900,00
03/05 100 4,00 400,00 100 5,00 500,00
12/05 50 5,00 250,00 50 5,00 250,00

4. Custo de Reposição

De acordo com CHIAVENATO (2005, p. 89) “é o custo de reposição de estoque que ajusta a avaliação financeira dos
estoques. Assim o valor dos estoques é sempre atualizado em função dos preços de mercado”.
Geralmente é utilizado o seguinte cálculo para definição do Custo de Reposição:
CR = PU + ACR
Onde:
CR: Custo de Reposição
PU: Preço Unitário do material
ACR: Acréscimo do Custo de Reposição em porcentagem (%)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

15. (GÁS BRASILIANO – CONTADOR JUNIOR – SUPERIOR – IESES – 2017) Com base no controle de estoques de um
determinado produto, pelo PEPS, temos: Estoque Inicial em 01/03/X17 composto por 40 unidades, adquiridas no valor
de R$ 2.000,00 cada. No dia 06/03/X17 compra de 20 unidades, no valor de R$ 3.000,00 cada. No dia 10/03/X17 venda
de 20 unidades por R$ 2.500,00 cada. No dia 20/03/X17 venda de 30 unidades por R$ 3.500,00 cada. Qual o saldo total
em R$ no estoque?
a) R$ 35.000,00
b) R$ 30.000,00
c) R$ 5.000,00
d) R$ 40.000,00

Resposta: Letra B. Pelo método PEPS, os primeiros produtos a entrarem no estoque serão os primeiros produtos a
saírem. Logo, de acordo com a questão apresentada, saíram 40 produtos ao custo de R$ 2.000,00 e 10 produtos ao
custo de 3.000,00, totalizando a saída de R$ 110.000. O estoque continha R$ 140.000,00 em peças (R$ 80.000,00 do
estoque inicial + R$ 60.000,00 adquiridas no dia 06/06/X17). Portanto restaram R$ 30.000,00 em custo de peças em
estoque (R$ 140.000,00 – R$ 110.000,00), conforme demonstrado no quadro abaixo.

Entradas Saídas Saldo em estoque


Data Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $ Qtde. Preço Total $
unit. unit. unit.
01/03/ 40 2.000 80.000
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X17
06/03/ 20 3.000 60.000 60 2.333 140.000
X17
10/03/ 20 2.000 40.000 40 2.500 100.000
X17
20/03/ 20 2.000 40.000 20 3.000 60.000
X17
10 3.000 30.000 10 3.000 30.000

104
16. (CFR-PI – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CRESCER – 2016) Com relação à gestão de um estoque, qual
critério utilizado dá destaque à ordem cronológica das entradas dos produtos no estoque?

a) UEPS.
b) LIFO.
c) PEPS.
d) MPM.

Resposta. Letra C. PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) ou FIFO (First In - First Out), esse método define que
as primeiras unidades compradas e estocadas serão as primeiras unidades a serem utilizadas no processo produtivo
ou a serem vendidas. Ou seja, utiliza como critério a ordem cronológica das entradas dos produtos no estoque.

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA. ARQUIVÍSTICA: PRINCÍPIOS E CONCEITOS. LEGISLAÇÃO


ARQUIVÍSTICA. GESTÃO DE DOCUMENTOS. PROTOCOLOS: RECEBIMENTO, REGISTRO,
DISTRIBUIÇÃO, TRAMITAÇÃO E EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS. . CLASSIFICAÇÃO
DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. ARQUIVAMENTO E ORDENAÇÃO DE DOCUMENTOS
DE ARQUIVO. TABELA DE TEMPORALIDADE DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se
confundem.

1.Arquivística: princípios e conceitos

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam
ser registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências)
nos dá sobre arquivo:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos,
instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por
pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
Á título de conhecimento segue algumas outras definições de arquivo.
“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950)
(citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

105
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso
de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.”
(PAES, Marilena Leite, 1986).
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.

A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:

O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo,
que se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade,
suporte, modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por
um processo natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma
pessoa física, jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios
e por outros, como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada,
são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influen-
ciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua im-
parcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos
aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam
com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, por-
tanto, apresenta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.

Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada,
guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados,
porém, frisa-se que trata-se de conceitos distintos.

106
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

2. Arquivos Públicos

Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:


“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades,
por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções
administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público,
por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua
documentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.”
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter
público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera
de governo.

3. Arquivos Privados

De acordo com a mesma Lei citada acima:


“Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas
ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz
respeito à pessoa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público,
pois os órgãos que compõe a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também
pessoas jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.

A arquivística é desenvolvida pelo arquivista, profissional com formação em arquivologia ou experiência reconhecida
pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros de documentação, arquivos privados ou
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

públicos, instituições culturais etc.


Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar da gestão documental, conservação, preservação e
disseminação da informação contida nos documentos, assim como pela preservação do patrimônio documental de um
pessoa (física ou jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um todo.
Também é função do arquivista recuperar informações ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas.

4. Gestão da informação e documentos

Um documento (do latim documentum, derivado de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico,
documentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório.

107
Documento arquivístico: Informação registrada, É uma etapa que antecede a aplicação de um
independente da forma ou do suporte, produzida ou programa de gestão de documentos, representando
recebida no decorrer da atividade de uma instituição uma ferramenta que é capaz de retratar determinado
ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura contexto da situação em que se encontra um conjunto
suficientes para servir de prova dessa atividade. de documentos, considerando volume, gênero, natureza
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma dos documentos, suporte, espécie, tipologia, nível de
tarefa de considerável importância para as organizações conservação e período cronológico.
atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa É preciso ter critérios que ajudem a selecionar
que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de o método mais apropriado à realidade pretendida,
Documentos, importante ferramenta que auxilia na reconhecer o melhor momento para sua aplicação,
gestão e no processo decisório. enfim, é preciso estudar os diferentes métodos a ponto
de sentir-se seguro para fazer a escolha, pois “o talento
A gestão de documentos representa um do pesquisador consiste em adequar os métodos às
conjunto de procedimentos e operações técnicas necessidades dos objetos” (LOPES, 1997, p. 45).
referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e É o instrumento norteador da implantação da política
arquivamento em fase corrente e intermediária, visando arquivística institucional
a sua eliminação ou recolhimento para a guarda O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamento,
permanente. sendo o institucional e o documental.
Através da Gestão Documental é possível definir qual a
politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui Institucional
o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importante
da gestão documental é definir os responsáveis pelo - Tempo histórico de existência
processo arquivistico. - Tamanho e diversidade dos acervos acumulados
A Gestão de Documentos é ainda responsável pela - Variação e abrangência das atividades presentes e
implantação do programa de gestão, que envolve ações passadas
como as de acesso, preservação, conservação de arquivo, - Número de pessoas vinculadas e as características
estruturais
entre outras atividades.
- Uso de tecnologia da informação variadas, de redes
Por assegurar que a informação produzida terá
de computadores, digitalização, microfilmagem,
gestão adequada, sua confidencialidade garantida e com
etc.
possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos
favorece o processo de Acreditação e Certificação ISO,
Documental
processos esses que para determinadas organizações
são de extrema importância ser adquirido. - Quantidades dos documentos, expressas de acordo
Outras vantagens de se adotar a gestão de com regras aceitas universalmente (metragem li-
documentos é a racionalização de espaço para guarda near, em unidades ou bits)
de documentos e o controle deste a produção até - Características diplomáticas – tipologias documen-
arquivamento final dessas informações. tais – que os individualizam
A implantação da Gestão de Documentos associada - Conteúdos informacionais genéricos, expressos de
ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias modo sintético e hierárquico
do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser - Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movela-
efetiva visando à garantia no processo de atualização da ria e embalagens utilizadas
documentação, interrupção no processo de deterioração - Modo original de arquivamento – classificação, ava-
dos documentos e na eliminação do risco de perda do liação e descrição – mesmo que empírico e basea-
acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas do no senso comum
que permitam acesso à informação pela internet e - Existência e modo de uso de tecnologias da infor-
intranet. mação
A Gestão de Documentos no âmbito da administração - Características das instalações e situação dos acer-
pública atua na elaboração dos planos de classificação dos vos no que se refere à preservação
documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental)
e comissão permanente de avaliação. Desta forma é Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS
assegurado o acesso rápido à informação e preservação essenciais:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dos documentos. 1. Pesquisa da legislação e histórico do órgão;


2. Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários;
5. Diagnóstico 3. Visitas para aplicação de entrevistas/questionários;
4. Análise dos dados coletados;
Como diagnóstico entendemos a análise das 5. Elaboração de diretrizes.
informações básicas (quantidade, localização, estado
físico, condições de armazenamento, grau de crescimento, De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo
frequência de consulta e outros) sobre os arquivos, a significa fazer uso de informações gerais sobre quem o
fim de implantar sistemas e estabelecer programas de produziu, informações essas que são conseguidas por
transferência, recolhimento, microfilmagem, conservação meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos
e demais atividades”. pelo arquivista.

108
O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos a seguir.

5.1. Diagnóstico Estratégico

Também denominado de análise do ambiente, tem por objetivo mapear o maior número possível de variáveis que
de alguma forma afetam direta ou indiretamente uma organização.
De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004) o diagnóstico estratégico se subdivide em duas modalidades:
a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças e fraquezas,
criando as condições para a formulação de estratégias que representam o melhor ajustamento do elemento no
ambiente em que se situa;
b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar oportunidades e ameaças para a concretização da visão, da
missão e dos objetivos.

5.2. Diagnótico Físico Ambiental

Deve ser feito com base no relatório do estado de conservação e no mapeamento de danos no ambiente, buscando
identificar as causas da degradação neles registrados.

5.3. Diagnóstico Organizacional

É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões físico-
ambiental de conservação, nem apegar-se as questões de fluxo.

O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma necessária ferramenta para a gestão documental, pois, fornece
informações estruturadas para o provimento das ações no decorrer do processo de gerenciamento arquivístico,
tendo como principais dados a serem coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por conseguinte, ao fluxo de
informações que permeiam a organização, absorvendo assim, a complexidade e a diversidade de documentos e de
informações existentes dentro destas.

6. Arquivos correntes, intermediários e permanentes

O arquivo também pode ser classificado quanto à sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui três tipos
arquivisticos que correspondem cada um a uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três Idades:
Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase Obrigatória
Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda destino
Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação definitiva

Vejamos:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7. Protocolo

Composto por: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.


Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado
de forma eficaz, é o que chamamos de protocolo.

109
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,
registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
A finalidade principal do protocolo é permitir que as informações e documentos sejam administradas e coordenadas
de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento
de produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
Para atender essa finalidade, as organizações adotam um sistema de base de dados, onde os documentos são
registrados assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole
ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação
ou recolhimento.

8. Avaliação de documentos

As funções de classificação e avaliação são essenciais para a gestão dos documentos, pois permitem que as infor-
mações sejam organizadas racionalmente – facilitando a sua recuperação – e, quando não investidas de valor adminis-
trativo, histórico ou cultural, sejam adequadamente eliminadas.
De acordo com Lopes (1997), a classificação pode ser descrita como a sequência de operações que, de acordo com
as estruturas organizacionais, funções e atividades de uma organização, visam a distribuir os documentos em classes
e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) descreve que entre os objetivos e benefícios da classificação, destacam-se:
a recuperação do contexto original de produção de documentos, visibilidade às funções, subfunções e atividades do
organismo produtor, controle de trâmites, atribuição de códigos numéricos, além de fornecer subsídios para a avalia-
ção dos documentos.
A avaliação de documentos, fase posterior à classificação, cumpre a função de descartar o que não seja de interesse
para as atividades das organizações, como, também, para a sociedade em geral, que busca informações para conhecer
seu meio, seu passado e constituir uma identidade. Frente a isso, os critérios de avaliação devem ser pautados na visão
crítica dos possíveis usos da informação arquivística. Bernardes e Delatorre (2008) explicam que existem documentos
que jamais podem ser eliminados, pois comprovam fatos e atos fundamentais para nossa existência civil e para nossa
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é possível e nem desejável que todos os documentos sejam preservados, afinal,
documentos que cumprem uma função importante durante determinado tempo, posteriormente, perdem o seu valor
original, devendo ser eliminados, para que não dificultem o acesso a outros documentos com valor informativo e pro-
batório relevantes.
Os principais instrumentos que possibilitam a classificação e avaliação de documentos são, respectivamente, o
plano de classificação e a tabela de temporalidade. Ambos devem ser constituídos com referência aos preceitos ar-
quivísticos (de organicidade, coerência, adaptabilidade, etc.), adequando-se ao contexto de produção informacional. A
construção de um plano de classificação é observada por Gonçalves (1998), na qual:
Definir atividades-fim e atividades-meio e relacioná-las a funções mais abrangentes já significa reunir elementos para
a classificação dos documentos. A reunião lógica de funções e atividades, com a percepção de sua maior ou menor auto-
nomia ou subordinação interna, permitirá a elaboração do plano de classificação(GONÇALVES, 1998, p. 22).

110
O estabelecimento das classes e subclasses de um Suas principais vantagens são:
plano de classificação pode ser por três critérios: fun- - Redução da massa documental.
cional, no qual as classes correspondem à função dos - Agilidade na recuperação de documentos e infor-
documentos; estrutural, de acordo com a estrutura or- mações.
ganizacional de determinada instituição; e, por assunto, - A conservação dos documentos de guarda perma-
referente aos conteúdos registrados nos documentos. A nente.
definição de qual método é o mais adequado, por con- - A racionalização da produção e do fluxo dos docu-
senso, torna-se uma definição do arquivista, que deve mentos de arquivo.
analisar o contexto de produção documental em que - A eliminação dos documentos desprovidos de valor,
atua, partindo da premissa de conseguir adequar o ins- gerando ganho de espaço físico.
trumento no ambiente organizacional, como elemento - A otimização dos gastos com recursos humanos,
associado às atividades administrativas, como acrescenta materiais e financeiros.
Gonçalves (1998, p. 23), “a elaboração do plano não pode - Incremento à pesquisa.
estar desconectada da preocupação com sua aplicação”. - Garantia da constituição do patrimônio arquivístico.
Enquanto isso, a tabela de temporalidade de do-
cumentos é definida por Bernardes e Delatorre (1998) 8.1. Sistemas de classificação de documentos de
como um instrumento aprovado por autoridade compe- arquivo
tente, que regula a destinação final dos documentos, de-
finindo prazos para a guarda dos documentos em função O conceito de classificação e o respectivo  sistema
de seus valores administrativos, legais e fiscais, determi- classificativo a ser adotado, são de uma importância
nando os prazos para sua transferência, recolhimento ou decisiva na elaboração de um plano de classificação que
eliminação. A tabela de temporalidade pode ser conside- permita um bom funcionamento do arquivo.
rada o principal instrumento do processo de avaliação de Um bom plano de classificação deve possuir as
documentos, proporcionando, como resultados práticos, seguintes características:
a inexistência de massas documentais acumuladas e o - Satisfazer as necessidades práticas do serviço, ado-
descarte de informações supérfluas. tando critérios que potenciem a resolução dos
Por ser um processo que requer procedimentos legais problemas. Quanto mais simples forem as regras
(inclusive atendendo prazos definidos em lei para execu- de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará
ção de determinadas tarefas do processo), a avaliação de a ordenação da documentação;
documentos requer atenção redobrada pelos arquivistas, - A sua construção deve estar de acordo com as atri-
para que sua efetivação não seja comprometida. buições do organismo (divisão de competências)
Os instrumentos que servem de referência são o Có- ou em última análise, focando a estrutura das enti-
dades de onde provém a correspondência;
digo de Classificação, Temporalidade e Destinação de
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições
Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio
do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade e
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou
Destinação de Documentos de Arquivo Relativos às Ati-
classificações mal efetuadas, e promover a sua
vidades-Fim das Instituições Federais de Ensino Superior
atualização sempre que se entender conveniente.
(IFES).
Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses
A classificação por assuntos é utilizada com o obje-
instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida tivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema,
recuperação de informações, orienta as atividades de ra- como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as
cionalização da produção e fluxo documentais, avaliação tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, sele-
e destinação dos documentos, aumentando a eficácia ção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
dos serviços arquivísticos da administração pública em esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é
todas as esferas. realizado com base no conteúdo do documento, o qual
Portanto, o desenvolvimento da gestão de documen- reflete a atividade que o gerou e determina o uso da in-
tos e informações interfere na qualidade das informações formação nele contida. A classificação define, portanto,
utilizadas pelas organizações e, para atingir esse objeti- a organização física dos documentos arquivados, cons-
vo, as adoções de instrumentos voltados à classificação e tituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
avaliação tornam-se indispensáveis. Na classificação, as funções, atividades, espécies e
tipos documentais distribuídos de acordo com as funções
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Resumidamente, a avaliação documental, que tem e atividades desempenhadas pelo órgão.


base na teoria das Três Idades, é uma atividade essen- A classificação deve ser realizada de acordo com as
cial do ciclo de vida documental arquivístico, na medida seguintes características:
em que define quais documentos serão preservados para
fins administrativos ou de pesquisa e em que momento De acordo com a entidade criadora
poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos in- • PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de
termediário e permanente, segundo o valor e o potencial âmbito federal ou estadual ou municipal.
de uso que apresentam para a administração que os ge- • INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou
rou e para a sociedade. relacionados à instituições educacionais, igrejas,
corporações não-lucrativas, sociedades e
associações.

111
• COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e De acordo com o grau de sigilo
companhias. • RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação
• FAMILIAR ou PESSOAL- arquivo organizado por não-autorizada possa comprometer planos,
grupos familiares ou pessoas individualmente. operações ou ob­jetivos neles previstos;
• SECRETO: Dados ou informações referentes a
De acordo com o estágio de evolução (considera-se sistemas, instalações, projetos, planos ou operações
o tempo de vida de um arquivo) de interesse nacional, a assuntos diplomáticos e de
• ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE inteligência e a pla­nos ou detalhes, programas ou
- guarda a documentação mais atual e instalações estratégicos, cujo conhecimento não
frequentemente consultada. Pode ser mantido em autorizado possa acarretar dano grave à segurança
local de fácil acesso para facilitar a consulta. da sociedade e do Estado;
• ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO • ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes
- inclui documentos que vieram do arquivo corrente, à so­berania e à integridade territorial nacionais,
porque deixaram de ser usados com frequência. a plano ou ope­ rações militares, às relações
Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos internacionais do País, a projetos de pesquisa e
que os produziram e os receberam, se surgir uma desenvolvimento científico e tec­nológico de interesse
situação idêntica àquela que os gerou. da defesa nacional e a programas eco­nômicos, cujo
• ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE conhecimento não autorizado possa acar­retar dano
- nele se encontram os documentos que perderam excepcionalmente grave à segurança da so­ciedade
o valor administrativo e cujo uso deixou de ser e do Estado.
frequente, é esporádico. Eles são conservados
somente por causa de seu valor histórico, informativo 8.2 Arquivamento e ordenação de documentos
para comprovar algo para fins de pesquisa em geral,
permitindo que se conheça como os fatos evoluíram. O arquivamento é o conjunto de técnicas e
procedimentos que visa ao acondicionamento e
De acordo com a extensão da atenção
armazenamento dos documentos no arquivo.
Os arquivos se dividem em:
Uma vez registrado, classificado e tramitado nas
• ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos
unidades competentes, o documento deverá ser
operacionais, cumprindo as funções de um arquivo
encaminhado ao seu destino para arquivamento, após
corrente.
receber despacho final.
• ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a
O arquivamento é a guarda dos documentos no local
receber os documentos correntes provenientes dos
estabelecido, de acordo com a classificação dada. Nesta
diversos órgãos que integram a estrutura de uma
instituição. etapa toda a atenção é necessária, pois um documento
arquivado erroneamente poderá ficar perdido quando
De acordo com a natureza de seus documentos solicitado posteriormente.
• ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de O documento ficará arquivado na unidade até que
variadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, cumpra o prazo para transferência ao Arquivo Central ou
fotografias, microformas (fichas microfilmadas), sua eliminação.
slides, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento
adequado não apenas quanto ao armazenamento As operações para arquivamento são:
das peças, mas também quanto ao registro, 1) Verificar se o documento destina-se ao
acondicionamento, controle e conservação. arquivamento;
• ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido 2) Checar a classificação do documento, caso não
como arquivo técnico, é responsável pela guarda os haja, atribuir um código conforme o assunto;
documentos de um determinado assunto ou setor/ 3) Ordenar os documentos na ordem sequencial;
departamento específico. 4) Ao arquivar o documento na pasta, verificar a
existência de antecedentes na mesma pasta e
De acordo com a natureza do assunto agrupar aqueles que tratam do mesmo assunto,
• OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não por consequência, o mesmo código;
prejudicam a administração 5) Arquivar as pastas na sequência dos códigos
atribuídos – usar uma pasta para cada código,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é


limitado, com divulgação restrita evitando a classificação “diversos”;
6) Ordenar os documentos que não possuem
De acordo com a espécie antecedentes de acordo com a ordem estabelecida
• ADMINISTRATIVO: Referente às atividades – cronológica, alfabética, geográfica, verificando
puramente ad­ministrativas; a existência de cópias e eliminando-as. Caso não
• JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; exista o original manter uma única cópia;
• CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e 7) Arquivar o anexo do documento, quando volumoso,
orienta­ção jurídica. Busca dirimir dúvidas entre em caixa ou pasta apropriada, identificando
pareceres, busca alternativas para evitar a esfera externamente o seu conteúdo e registrando a sua
judicial. localização no documento que o encaminhou.

112
8) Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os documentos/processos estão armazenados.

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizontal e a vertical.


- Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário.
É indicado para arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras
nos mesmos.
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos.

Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os
sistemas.
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou não de recuperação da informação sem o
uso de instrumentos.
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro
semelhante) para localizar um documento em um arquivo.

Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou recuperação, como por
exemplo, os métodos alfabético e geográfico.
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são os métodos
numéricos.

A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classificados dentre de um mesmo assunto.
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e categorizada previamente para posterior
arquivamento.
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos documentos, podendo ser:

9. Tabela de temporalidade

Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

recolhimento, descarte de documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores
(primário/administrativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo
de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários
na instituição. 

Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma
instituição no exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final –
eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

113
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de


acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados
alfabeticamente para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e
intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação da
aposentadoria; e até quitação da dívida.

Os prazos são preferencialmente em ANOS


Os prazos são determinados pelas:
Normas
Precaução
Informações recaptulativas
Frequência de uso

3. Destinação final: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos
quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.

10. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivos

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados
procedimentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas a assegurar sua preservação
durante o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

114
Com base nessas constatações, recomenda-se:
FIQUE ATENTO! - armazenar todos os documentos em condições am-
Não podemos nos esquecer dos documen- bientais que assegurem sua preservação, pelo pra-
tos eletrônicos, que hoje em dia está cada zo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura
vez mais presente. As alternativas são di- e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte
versas, como dispositivos externos de gra- documental;
vação, porém, o mais indicado hoje, é ar- - monitorar as condições de temperatura e umidade
mazenar os dados em nuvem, que oferece relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir
além da segurança, a facilidade de acesso. de metodologia previamente definida;
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo
direcionadas à obtenção de níveis de temperatura
Armazenamento e umidade relativa estabilizados na média, evitan-
do variações súbitas;
1. Áreas de armazenamento - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
quando os equipamentos de climatização não pu-
1.1. Áreas Externas derem ser mantidos em funcionamento sem inter-
rupção;
A localização de um depósito de arquivo deve prever - proteger os documentos e suas embalagens da inci-
facilidades de acesso e de segurança contra perigos dência direta de luz solar, por meio de filtros, per-
iminentes, evitando-se, por exemplo: sianas ou cortinas;
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e - monitorar os níveis de luminosidade, em especial
de inundações, como margens de rios e subsolos; das radiações ultravioleta;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâm-
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, padas fluorescentes, aplicando filtros bloqueado-
e construções irregulares; res aos tubos ou às luminárias;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices - promover regularmente a limpeza e o controle de
de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo; insetos rasteiros nas áreas de armazenamento;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como in- - manter um programa integrado de higienização do
dústrias e depósitos de munições, de material bé- acervo e de prevenção de insetos;
lico e aeroportos. - monitorar as condições do ar quanto à presença de
poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo
1.2. Áreas Internas os contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem
como realizando o fechamento e a abertura con-
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão trolada de janelas;
atender às necessidades de funcionalidade e conforto, - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios
enquanto as de armazenamento de documentos devem magnéticos e ópticos em condições climáticas es-
ser totalmente independentes das demais. peciais, de baixa temperatura e umidade relativa,
obtidas por meio de equipamentos mecânicos
2. Condições Ambientais bem dimensionados, sobretudo para a manuten-
ção da estabilidade dessas condições, a saber: fo-
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa tografias em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35%
áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem ± 5% filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e
se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades UR 40% ± 5%.
específicas de preservação para cada tipo de suporte.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, 2.1. Acondicionamento
ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que
são aceleradas por flutuações e extremos de temperatura Os documentos devem ser acondicionados em
e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua
atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente preservação.
dos raios ultravioleta. A escolha deverá ser feita observando-se as
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A adoção dos parâmetros recomendados por dife- características físicas e a natureza de cada suporte. A
rentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de confecção e a disposição do mobiliário deverão acatar as
umidade relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas normas existentes sobre qualidade e resistência e sobre
quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofis- segurança no trabalho.
ticados, resultando em altos custos de investimento em O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos,
equipamentos, manutenção e energia. promove a proteção contra danos físicos, químicos e
Os índices muito elevados de temperatura e umidade mecânicos. Os documentos devem ser guardados em
relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados
promovem a ocorrência de infestações de insetos e o de- a cada suporte e formato.
senvolvimento de microorganismos, que aumentam as
proporções dos danos.

115
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser
armazenados horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccionados
em cartão alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser armazenado diretamente
sobre o chão.
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de computador, devem ser armazenadas longe de campos
magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento será preferencialmente em
mobiliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito antiestático.
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de
temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre.

As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser
empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos.
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre iguais
às dos documentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos para proteger o documento.
Todos os materiais usados para o armazenamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos.
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às
expectativas de preservação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel
alcalino, para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO

A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUIVOS

Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
minimizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos impressos, e o papel é basicamente composto por
fibras de celulose, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e descobrir soluções para evita-los é
um grande passo na preservação e na conservação documental.
Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas
dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir:

116
1. Fatores ambientais As medidas para proteger o acervo de infestação de
fungos são:
São os agentes encontrados no ambiente físico - estabelecer política de controle ambiental,
do acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade principalmente temperatura, umidade relativa e ar
Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. circulante
- praticar a higienização tanto do local quanto
-Temperatura e umidade relativa dos documentos, com metodologia e técnicas
O calor e a umidade contribuem significativamente adequadas;
para a destruição dos documentos, principalmente - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um manuseio dos documentos e regras de higiene do
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera local;
a deterioração. A velocidade de muitas reações - manter vigilância constante dos documentos contra
químicas, é dobrada a cada aumento de 10°C. acidentes com água, secando-os imediatamente
A alteração da umidade relativa proporciona as caso ocorram.
condições necessárias para desencadear intensas
reações químicas nos materiais. - Roedores
A circulação do ar ambiente representa um fator A presença de roedores em recintos de bibliotecas
bastante importante para amenizar os efeitos da e arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados
temperatura e umidade relativa elevada. acima. Tentar obstruir as possíveis entradas para
- Radiação da luz os ambientes dos acervos é um começo. As iscas
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais são válidas, mas para que surtam efeito devem ser
de acervos, provocando consideráveis danos definidas por especialistas em zoonose. O produto
através da oxidação. deve ser eficiente, desde que não provoque a
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz
dos acervos: nos mesmos moldes citados acima: temperatura
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou e umidade relativa controladas, além de higiene
periódica.
persianas que bloqueiem totalmente o sol;
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam
- Ataques de insetos
no controle da radiação UV, tanto nos vidros de
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
janelas quanto em lâmpadas fluorescentes.
revestimentos, provocam perdas de superfície e
manchas de excrementos. As baratas se reproduzem
- Qualidades do ar
no próprio local e se tornam infestação muito
O controle da qualidade é muito importante porque
rapidamente, caso não sejam combatidas.
os gases e as partículas sólidas contribuem muito Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
para a deterioração de materiais de bibliotecas e imensos em acervos, principalmente em livros. A
arquivos, destacando que esses poluentes podem fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto
tanto vir do ambiente externo como podem ser se reproduz por acasalamento, que ocorre no
gerando no próprio ambiente. próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o
papel e seus derivados, como também a madeira
2. Agentes biológicos do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à
base de celulose.
Os agentes biológicos de deterioração de acervos O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta,
roedores e os fungos, cuja presença depende quase que acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se
exclusivamente das condições ambientais reinantes nas repete.
dependências onde se encontram os documentos. Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não
só para as coleções como para o prédio em si.
- Fungos Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria,
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de tubulações, conduítes de instalações elétricas,
alimento e umidade para sobreviver e proliferar. rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas
O alimento provém dos papéis, amidos (colas), vezes fora do alcance dos nossos olhos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e estantes coladas às paredes, caixas de interruptores
para sua proliferação. Essa umidade é encontrada de luz, assoalhos etc.
na atmosfera local, nos materiais atacados e na
própria colônia de fungos. Além da umidade e 3. Intervenções inadequadas nos acervos
nutrientes, outras condições contribuem para o
crescimento das colônias: temperatura elevada, Trata-se de procedimentos de conservação que
falta de circulação de ar e falta de higiene. realizamos em um conjunto de documentos com o
objetivo de interromper ou melhorar seu estado de
degradação e que as vezes, resultam em danos ainda
maiores.

117
Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar 7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais
exige um conhecimento das características individuais para a conservação de acervos
dos documentos e dos materiais a serem empregados
no processo de conservação. Como já enfatizamos anteriormente, é muito
importante ter conhecimentos básicos sobre os materiais
4. Problemas no manuseio de livros e documentos que integram nossos acervos para que não corramos o
risco de lhes causar mais danos.
O manuseio inadequado dos documentos é um fator Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
de degradação muito frequente em qualquer tipo de são de grande importância para a estabilização dos
acervo. documentos.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no
documento, sejam elas durante a higienização pelos 8. Higienização
funcionários da instituição, na remoção das estantes ou
arquivos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, A sujidade é o agente de deterioração que mais
na pesquisa pelo usuário etc. afeta os documentos. A sujidade não é inócua e, quando
conjugada a condições ambientais inadequadas, provoca
5. Fatores de deterioração reações de destruição de todos os suportes num acervo.
Portanto, a higienização das coleções deve ser um hábito
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos razão por que é considerada a conservação preventiva
custos de uma política de conservação, existem medidas por excelência.
que podemos tomar sem despender grandes somas de
dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos desses - Processos de higienização
agentes. - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à
a começar por: limpeza de superfície e, portanto, é mecânica, feita
• treinamento dos profissionais na área da conservação a seco, com o objetivo de reduzir poeira, partículas
e preservação; sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de
• atualização desses profissionais (a conservação é insetos ou outros depósitos de superfície.
uma ciência em desenvolvimento constante e a - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto deve
cada dia novas técnicas, materiais e equipamentos ser avaliado individualmente para determinar se a
surgem para facilitar e melhorar a conservação dos higienização é necessária e se pode ser realizada
documentos); com segurança. No caso de termos as condições
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade abaixo, provavelmente o tratamento não será pos-
relativa em níveis aceitáveis; sível:
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos • Fragilidade física do suporte
documentos; • Papéis de textura muito porosa
• adoção de política de higienização do ambiente e - Materiais usados para limpeza de superfície - a re-
dos acervos; moção da sujidade superficial (que está solta so-
• contato com profissionais experientes que possam bre o documento) é feita através de pincéis, flanela
assessorar em caso de necessidade. macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas
que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, es-
6. Características gerais dos materiais empregados pátula, agulha, cotonete;
em conservação - Limpeza de livros

Nos projetos de conservação/preservação de acervos - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o
apenas o uso de materiais de qualidade arquivística, estado da encadernação;
isto é, daqueles materiais livres de quaisquer impurezas, - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
quimicamente estáveis, resistentes, duráveis. Suas lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou
características, em relação aos documentos onde são pincel, limpar os cortes, começando pela cabeça
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, do livro, que é a área que está mais exposta à su-
reversibilidade e inércia. jidade. Quando a sujeira está muito incrustada e
Dentro das especificações positivas, encontramos intensa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó
vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os de baixa potência ou ainda um pedaço de carpete
poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os sem uso;
papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
para pequenas intervenções sobre os documentos como numa primeira higienização;
para acondicionamento. - Oxigenar as folhas várias vezes.
- Higienização de documentos de arquivo - mate-
riais arquivísticos têm os seus suportes geralmente
quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados.

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Isso se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante do uso de papéis de baixa qualidade. As más con-
dições de armazenamento e o excesso de manuseio também contribuem para a degradação dos materiais. Tais
documentos têm que ser higienizados com muito critério e cuidado.

- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados em relação aos manuscri-
tos. O exame dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de limpeza
mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidadosamente realizados.

- Documentos em grande formato


• Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis
à água, esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil remoção.
• Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica.
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
• Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que
em boas condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.

9. Pequenos reparos

Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos executar visando interromper um processo de
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e
têm a função de melhorar o estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o risco
de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes de caráter irreversível.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos devem ser tratados por especialistas da área. Os demais
documentos permitem algumas intervenções, de simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim devem
ser de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas
e procedimentos reversíveis. Isso significa que, caso seja necessário reverter o processo, não pode existir nenhum
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.

FIQUE ATENTO!
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equi-
pamentos de Proteção Individual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de proteção e pró-pé/
bota, a fim de evitar diversas manifestações alérgicas, como rinite, irritação ocular, problemas respiratórios,
protegendo assim a saúde do profissional.

TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS: microfilmagem; automação; preservação, conservação e


restauração de documentos.

Segundo Bellotto (1989), a Tipologia Documental é a ampliação da Diplomática (ocupa-se da estrutura formal dos
atos escritos de origem governamental e/ou notarial) em direção à gênese documental, perseguindo a contextualização
nas atribuições, competências, funções e atividades da entidade geradora/acumuladora. Assim, o objeto da Diplomática
é a configuração interna do documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para atingir sua
autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, além disso, é estudá-lo enquanto componente de conjuntos orgânicos,
isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes à mesma
atividade. Nesse sentido, o conjunto homogêneo de atos está expresso em um conjunto homogêneo de documentos,
com uniformidade de vigência.
A Tipologia Documental como parte integrante da identificação Arquivística é etapa do tratamento dos documentos,
informações e conhecimento e se fundamenta na metodologia da Diplomática para identificar o documento contido
nos arquivos (Digitalizado, digital, papel, microfilme etc.).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nessa configuração interna do documento, pontua-se alguns aspectos como, espécie (Designação do documento
segundo seu aspecto formal), o tipo (espécie e mais a sua finalidade – Ex. Especie = atestado / tipo = médico).
O tipo documental agrega à espécie documental uma atividade/função/finalidade.
Já o SUPORTE é o material sobre o qual as informações são registradas. Ex: Fita magnética, filme de nitrato, papel,
HD, CD, DVD, pendrive, nuvem.

1. Microfilmagem

É o serviço de armazenamento e preservação de informações, através da captação das imagens dos documentos
por processo fotográfico.

119
A microfilmagem é uma técnica que propicia uma maneira prática fácil e econômica de registrar, distribuir e localizar
dados manuscritos, registros impressos ou ilustrados.

Seus principais benefícios são:

Outros aspectos relevantes quanto à microfilmagem, conforme a Lei nº 5.433/68, que Regula a microfilmagem de
documentos oficiais e dá outras providências

- Os originais dos documentos ainda em trânsito, microfilmados não poderão ser eliminados antes de seu arquiva-
mento;
- Quando houver conveniência, ou por medida de segurança, poderão excepcionalmente ser microfilmados docu-
mentos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente;
- Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repar-
tição detentora dos mesmos;
- É dispensável o reconhecimento da firma da autoridade que autenticar os documentos oficiais arquivados, para
efeito de microfilmagem e os traslados e certidões originais de microfilmes;
- Entende-se por microfilme o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens,
por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução;
- O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme cópia;
- A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á por meios que garantam sua inutilização, sendo a
mesma precedida de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme cópia;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Os traslados, as certidões e as cópias em papel ou em filme de documentos microfilmados, para produzirem


efeitos legais em juízo ou fora dele, deverão estar autenticados pela autoridade competente detentora do filme
original;
- Os microfilmes e filmes cópias, produzidos no exterior, somente terão valor legal, em juízo ou fora dele, quando:
• autenticados por autoridade estrangeira competente;
• tiverem reconhecida, pela autoridade consular brasileira, a firma da autoridade estrangeira que os houver
autenticado;
• forem acompanhados de tradução oficial. 

- Tipos: microfilmagem de substituição (aplicada nos arquivos correntes e intermediários) e microfilmagem de pre-
servação (aplicada nos arquivos permanentes).

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2. Automação. 
 
É o gerenciamento eletrônico dos documentos que funciona com softwares e hardwares específicos e usa as mídias
ópticas para armazenamento.
Tem por finalidade otimizar e racionalizar a gestão documental.
Permite, através de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos, gerenciar a produção, uso e
destinação dos documentos arquivísticos produzidos em uma organização.

3. Preservação, conservação e restauração de documentos.

Conforme já visto acima, esses procedimentos podem ser conceituados como:

Preservar e conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-los da ação dos agentes
físicos, químicos e biológicos que os atacam.
Através desses procedimentos mantemos protegido o patrimônio documental e cultural, preservando assim a
história, seja de fatos ocorridos em uma organização como se preserva e, consequentemente, passa-se a diante toda a
história percorrida e vivida por uma sociedade.

Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causados pelas mais diversas ameaças conforme vimos
acima, mantendo assim, o registro das informações originais, para que essas auxiliem na construção de uma futura
geração, através da memória institucional que estará resguardada.
Fonte e texto adaptado de: www.agu.gov.br/CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/Murilo Billig Schäfer/Dijeison
Tiago/Rayssa Macedo/ Simone Francisco da Silva/George Melo Rodrigues/Norma Cianflone Cassares

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
O princípio da proveniência e o resultado de sua aplicação — o fundo de arquivo — impõem-se à arquivologia, pois
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

esta tem como objetivo administrar documentos de pessoas físicas ou jurídicas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” O principio em questão fixa a identidade do documento (seja de pessoa física ou jurídica) a quem o
produziu, organizando-os de forma a obedecer a competência e às atividades de sua origem produtora.

2. (ABIN - 2018 CESPE) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem anos fazem parte de um fundo aberto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

121
Resposta: “Certo” Se a instituição ainda está em ativi- 6. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação às funções arqui-
dade, como no caso, e continua gerando arquivo, trata- vísticas de criação, classificação e avaliação de documen-
-se de fundo aberto. tos, julgue o item seguinte. 
Documentos de um acervo que podem ser amplamen-
3. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de con- te divulgados à sociedade são considerados ostensivos
ceitos arquivísticos, julgue o item que se segue. quanto à natureza do assunto.
A imparcialidade, como característica do documento de
arquivo, diz respeito à criação, à manutenção e à custó- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dia de arquivos. 
Resposta: “Certo” Em se tratando de classificação de
( ) CERTO ( ) ERRADO documentos, quando falamos da natureza do assunto,
falamos de assunto que pode ser divulgado ou de as-
Resposta: “Errado” Imparcialidade: refere-se ao fato sunto que requer restrição no acesso.
de que os documentos arquivísticos são inerentemente Ostensivo se refere ao se se revela, que se mostra, por-
verdadeiros. Os documentos arquivísticos retratam com tanto está correto, trata-se de assunto que tem livre
fidelidade os fatos e atos que atestam. Deve-se ressaltar acesso.
que o contexto de produção dos documentos deve ser
levado em consideração para se extrair a verdade dos 7. (FUB – 2014 - CESPE) Acerca da tabela de tem-
fatos contidos nos registros documentais poralidade de documentos, julgue o próximo item.
O enunciado se refere à autenticidade do arquivo. A tabela de temporalidade de documentos de arquivo
é o instrumento de gestão arquivística responsável pela
4. (ABIN – 2018 - CESPE) A respeito da gestão de docu- organização dos documentos.
mentos, julgue o item a seguir.
A gestão de documentos compreende a definição da po- ( ) CERTO ( ) ERRADO
lítica arquivística, a designação de responsabilidades, o
planejamento do programa de gestão e a implantação Resposta: “Errado” A tabela de temporalidade é um
do programa de gestão. instrumento de destinação que determina prazos e
condições de guarda, não sendo responsável pela or-
( ) CERTO ( ) ERRADO ganização desses documentos, sendo que essa, é um
tarefa do plano de classificação.
Resposta: “Certo” Por Gestão de Documento com-
preende-se o conjunto de procedimentos e operações
técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, 8. (SEDF - 2017 – CESPE) Em relação aos conceitos e
avaliação e arquivamento em fase corrente e interme- princípios da arquivística, julgue o item a seguir.
diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para De acordo com a teoria das três idades, arquivos podem
a guarda permanente. ser correntes, intermediários ou permanentes.
Politicas arquivisticas, definição de responsáveis, pro-
grama de gestão, entre outras atividades, são decor- ( ) CERTO ( ) ERRADO
rentes da implantação da Gestão de Documentos.
Resposta: “Certo” Arquivo Corrente - Valor Primário -
5. (ABIN – 2018 - CESPE) No que se refere a protocolo, Representa Fase Obrigatória
julgue o item subsequente. Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda des-
O protocolo providencia a tramitação dos documentos tino
de arquivo e toma decisões sobre as demandas contidas Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação
neles. definitiva

( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE LICITAÇÃO PÚBLICA:
Resposta: “Errado” A finalidade principal do protoco- FASES, MODALIDADES, DISPENSA E
lo é permitir que as informações e documentos sejam INEXIGIBILIDADE.
administradas e coordenadas de forma concisa, otimi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de


forma que mesmo havendo um aumento de produção Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e
de documentos sua gestão seja feita com agilidade, ra- constante da aquisição de bens e serviços para a ma-
pidez e organização. nutenção tanto das necessidades essenciais, quanto das
Não inclui-se nesse processo, nenhuma tomada de supérfluas. Dentro dessa realidade de consumo, abor-
decisão. dar-se-á neste trabalho as formas disponíveis para que
a gestão pública aplique de maneira consciente o orça-
mento disponível para manutenção de bens e serviços.
Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem
seguir uma série de trâmites e regras para que sejam
aplicados da forma mais vantajosa, com o menor gasto

122
e a melhor qualidade. Trata-se de uma tarefa complexa, A seguir, as condições necessárias para validar o pro-
devido às influências que podem provocar do ponto de cesso de compras públicas:
vista econômico, social e político no município ou região • Avaliar a necessidade (planejamento);
de atuação, devendo, portanto, ser realizada com aten- • Definir o quanto adquirir;
ção e cuidado, de forma a satisfazer os direitos e garan- • Verificar as condições de guarda e armazenamen-
tias do cidadão e cuidar para que não haja desperdício. to;
O legislador brasileiro elaborou uma série de nor- • Buscar atender o princípio da padronização;
mas a serem seguidas com o intuito de padronizar as • Obter as informações técnicas quando necessárias;
aquisições e alienações. Dentre elas, destacam-se a • Proceder a pesquisas de mercado;
Lei nº 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, XXI, da • Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua
Constituição Federal, instituindo normas para licitações dispensa / inexigibilidade;
e contratos da Administração Pública e, ainda, a Lei nº • Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
10.520/2002 (Lei do Pregão).
A licitação é obrigatória para toda Administração Pú- O principal elemento que justifica o processo licita-
blica e deve seguir vários princípios, conforme preconi- tório para realização de compras no setor público é a
zado no art. 37, caput, XXI, da Constituição Federal: TRANSPARÊNCIA que este representa.
Portanto, conceituando temos que:
Art. 37 – A administração pública direta e indireta de Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adqui-
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios rir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo con-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- dições por ela estipuladas previamente, convoca interes-
de e eficiência e, também, ao seguinte: [...] sados na apresentação de propostas, a fim de selecionar
XX – Ressalvados os casos específicos na legislação, as a que se revele mais conveniente em função de parâme-
obras, serviços, compras e alienações serão contrata- tros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este
dos mediante processo de licitação pública que asse- procedimento visa a garantir duplo objetivo: de um lado,
gure igualdade de condições a todos os concorrentes, proporcionar às entidades governamentais possibilidade
com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga- de realizarem o negócio mais vantajoso; de outro, asse-
mento, mantidas as condições efetivas da proposta, gurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên- participação nos negócios que as pessoas administrati-
cias de qualificação técnica e econômica indispensá- vas entendam de realizar com os particulares.
veis à garantia do cumprimento das obrigações.
DISPENSA E INEXIBILIDADE
COMPRAS NO SETOR PÚBLICO
Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Mu-
O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Ca-
nicípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão
deia de Suprimentos das organizações.
obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de
Segundo Martins et al. (2006, p. 81):
licitação, o que é ponto incontroverso.
A função de compras assume papel verdadeiramente Inexigibilidade de Licitação: A obrigatoriedade so-
estratégico nos negócios de hoje em face do volume de mente não se aplica em determinados casos descritos a
recursos, principalmente financeiros envolvidos, deixando seguir, conforme art. 25, da Lei 8.666/1993:
cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma ati-
vidade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e I – nos casos de haver um fornecedor exclusivo de de-
não um centro de lucros. terminado material, equipamento ou gênero, vedada
Nas empresas estatais e autárquicas, como também a preferência de marca, devendo haver a comprova-
no serviço público em geral, o processo de compras ção de exclusividade por meio de atestado fornecido
obedece uma série de requisitos, conforme estabelece a por órgão competente;
Lei nº 8.666, de 21/6/1993, alterada pela Lei nº 8.883, de II – para a contratação de serviços técnicos, dentro do
8/6/1994, motivo pelo qual se tornam totalmente trans- conceito de serviços técnicos previsto pela própria Lei
parentes. 8666/93 em seu artigo 13 e
Sabemos que há várias diferenças entre o processo III – para a contratação de profissional de qualquer
de compra no sistema privado e no sistema público, mas setor artístico, desde que consagrad
o pela crítica especializada ou pela opinião pública.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

destacamos como principal:


• Compras na Administração Pública – FORMALIDA-
DE Dispensa da licitação só ocorrerá nos casos previs-
• Compras na Administração Privada – INFORMALI- tos no artigo 24 da Lei 8.666/1993, que seguem descritos
DADE a seguir:

De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois prin- É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave
cípios preliminares devem ser seguidos: perturbação da ordem ou calamidade pública; Quan-
• A definição precisa do seu objeto; do sua realização comprometer a segurança nacional, a
• A existência de recursos orçamentários que garan- juízo do Presidente da República; Quando não acudirem
tam o pagamento resultante. interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as

123
condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais, Princípio da Impessoalidade
equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, Para evitar a preferência por alguma empresa especi-
bem como na contratação de serviços com profissionais ficamente, cuja não observação implicaria prejuízo para
ou firmas de notória especialização; Na aquisição de obras a lisura do processo licitatório, e como consequência a
de arte e objetos históricos; Quando a operação envolver decretação da nulidade do processo, ou seja, estabele-
concessionário de serviço público ou, exclusivamente, pes- ce que “a atividade administrativa deve ser destinada a
soas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral,
controle majoritário; Na aquisição ou arrendamento de imó- sem determinação de pessoa ou discriminação de qual-
veis destinados ao Serviço Público; Nos casos de emergên- quer natureza”.
cia, caracterizada a urgência de atendimento de situação
que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança Princípio da Moralidade
de pessoas, obras, bens ou equipamentos; Nas compras ou
execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos O Princípio da Moralidade significa que a Adminis-
como tal os que envolverem importância inferior a cinco ve- tração Pública, além de obedecer à Lei, deve respeitar a
zes, no caso de compras e serviços, e a cinquenta vezes, no moral, adotar condutas honestas.
caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal. Destaca-se como diz Marcio Cammarosano, o prin-
cípio da moralidade não é a moral comum, mas sim a
Diferença entre inexigibilidade e dispensa, segundo moralidade juridicizada.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “a diferença básica entre
as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há Princípio da Publicidade
possibilidade de competição que justifique a licitação; de
modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na Visa a tornar a futura licitação conhecida dos inte-
competência discricionária da Administração. Nos casos ressados e dar conhecimento aos licitantes bem como à
de inexigibilidade, não há possibilidade de competição, sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse
porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda princípio é garantir aos cidadãos o acesso à documenta-
às necessidades da Administração; a licitação é, portanto, ção referente à licitação, bem como sua participação em
inviável”. audiências públicas
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO Princípio da Probidade Administrativa
O processo de licitatório também se baseia em prin-
Atos de improbidade (são aqueles que apresentam
cípios, como vemos a seguir:
imoralidade administrativa especialmente qualificada,
O art. 3º, da Lei nº 8.666/1993, prevê a observância
por atuar de forma desonesta, corrupta, dolosa). Além de
dos princípios da isonomia, legalidade, impessoalidade,
serem inválidos, ensejam a aplicação de sanções severas
moralidade, igualdade, publicidade, probidade adminis-
a seus autores.
trativa, vinculação ao instrumento convocatório, julga-
mento objetivo e demais correlatos.
Princípio da Eficiência
O Princípio da Legalidade
Consiste no dever da Administração realizar a função
Vincula o administrador a fazer apenas o que a lei administrativa com rapidez, perfeição e rendimento.
autoriza, sendo que, na licitação, o procedimento deverá Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
desenvolver-se não apenas com observância estrita às le- Pela Razoabilidade, as decisões administrativas de-
gislações a ele aplicáveis, mas também ao regulamento, vem ser amparadas e pautadas em justificativas racionais,
caderno de obrigações e ao próprio edital ou convite, com fulcro no bom senso
segundo Hely Lopes Meirelles.
A não observação desse princípio impregnará o pro- Princípio da Competitividade
cesso licitatório de vício, trazendo nulidade como con-
sequência. Competitividade garante a livre participação a todos,
porém, essa liberdade de participação é relativa, não sig-
O Princípio da Isonomia ou Igualdade nificando que qualquer empresa será admitida no pro-
cesso licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma em-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Consiste na ideia de que todos devem receber trata- presa fabricante de automóveis tencionar participar de
mento paritário, em situações uniformes, não sendo ad- um processo de licitação, quando o objeto do certame
mitidos privilégios ou discriminações arbitrárias. seja compra de alimentos.
É pelo Princípio da Competitividade que o edital não
Princípio da igualdade pode conter exigências descabidas, cláusulas ou condi-
ções que restrinjam indevidamente o possível universo
Além de consistir na obrigação de tratar isonomi- de licitantes para aquele certame.
camente todos os licitantes, também significa ensejar a
qualquer interessado que atender às condições indispen-
sáveis de garantia, a oportunidade de disputar o certame.

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Princípio da Vinculação Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
Administração e licitantes vinculam-se ao estabeleci- tivamente definidos pelo edital, sem grande necessidade
do no edital ou carta-convite. de avaliações detalhadas, visto que a relação dos bens
ou serviços comuns encontra-se disposta em anexo do
Princípio do Julgamento Objetivo Decreto Federal nº 3.555/2000, posteriormente alterado
pelo Decreto Federal nº 7.174/2010.
A Administração está obrigada a efetuar o julgamen-
to das propostas com base nos critérios já definidos no
instrumento convocatório. FIQUE ATENTO!
Não confundir modalidades de licitação
Princípio da Motivação com tipos de licitação.
Por modalidade, compreendemos o proce-
Todas as decisões administrativas devem ser sempre dimento por meio do qual o agente público
justificadas por escrito no processo da licitação, motiva- selecionará a melhor proposta para a Admi-
das, ou seja, o agente responsável pela tomada da deci- nistração Pública.
são deve enunciar expressamente os motivos de fato e Já tipo de licitação, é o que determina os
de direito que justificam determinada decisão. critérios para a escolha da melhor proposta.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO

A licitação, como espécie de processo administrativo, Existem três tipos básicos de licitação:
é dividida em seis modalidades distintas:
Concorrência – é a modalidade de licitação própria Menor preço – neste caso, o que vale é o menor pre-
para contratos de grande valor, em que se admite a par- ço. Teoricamente, esse menor preço pode chegar a zero
ticipação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, (ou até mesmo preço negativo). Muitas empresas aca-
que satisfaçam as condições do edital, convocados com a bam aceitando preços menores que o viável economi-
antecedência mínima prevista na lei, com ampla publici- camente porque interessa a elas outros fatores como a
dade pelo órgão oficial e pela imprensa particular. vinculação da imagem a determinado projeto ou a con-
Tomada de preços – é a licitação realizada entre inte-
quista de um novo cliente;
ressados previamente registrados, observada a necessá-
Melhor técnica – em alguns casos, principalmente
ria habilitação, convocados com a antecedência mínima
quando o trabalho é complexo, o órgão público pode
prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e
basear-se nos parâmetros técnicos para determinar o
em jornal particular, contendo as informações essenciais
vencedor;
da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A
Menor preço e melhor técnica – neste caso, os dois
nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência,
parâmetros são importantes. Assim, no próprio edital de
exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastra-
mento até o terceiro dia anterior à data do recebimento licitação deve estar claro o peso que cada um dos parâ-
das propostas. metros (preço e qualidade técnica) deve ter para que se
Convite – é a modalidade de licitação mais simples, possa fazer uma média ponderada.
destinada às contratações de pequeno valor, consistin-
do na solicitação escrita a pelo menos três interessados Enfim, ao passo que os tipos de licitação estão rela-
do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas cionados à recepção de propostas, as modalidades estão
propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite relacionadas aos demais procedimentos administrativos
não exige publicação, porque é feito diretamente aos es- adotados na gestão do processo licitatório.
colhidos pela Administração por meio de carta-convite.
A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento EDITAL DE LICITAÇÃO
convocatório seja afixada em local apropriado, esten-
dendo-se automaticamente aos demais cadastrados da É o instrumento pelo qual a Administração leva ao co-
mesma categoria, desde que manifestem seu interesse nhecimento público a abertura de concorrência, de toma-
até vinte e quatro horas antes da apresentação das pro- da de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de
postas; sua realização e convoca os interessados para a apresen-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Concurso – é a modalidade de licitação destinada à tação de suas propostas.


escolha de trabalho técnico ou artístico predominante-
mente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição Como lei interna, vincula a Administração e os parti-
de prêmio aos classificados, mas a lei admite também a cipantes.
oferta de remuneração; Funções do edital:
Leilão – é espécie de licitação utilizável na venda de • Dá publicidade à licitação;
bens móveis e semoventes e, em casos especiais, tam- • Identifica o objeto licitado e delimita o universo
bém de imóveis. das propostas;
Pregão – é a modalidade de licitação destinada à con- • Circunscreve o universo dos proponentes;
tratação de bens e serviços comuns, independentemente • Estabelece os critérios para análise e avaliação dos
de seu valor, estando disciplinada na Lei nº 10.520/2002. proponentes e das propostas;

125
• Regula atos e termos processuais do procedimen- oportunamente: o edital ou convite e respectivos anexos;
to; comprovante das publicações do edital ou da entrega
• Fixa cláusulas do futuro contrato. do convite; ato de designação da comissão de licitação,
do leiloeiro, administrativo ou oficial, ou do responsável
Quanto à sua habilitação, por vezes denominada pelo convite; original das propostas e dos documentos
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se ana- que as instruem; atas, relatórios e deliberações da Comis-
lisa a aptidão dos licitantes. são de Licitação; pareceres técnicos ou jurídicos emitidos
sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; atos de ad-
Detalhe Importante: judicação do objeto da licitação e da sua homologação;
• Aptidão – qualificação indispensável para que a recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e
proposta possa ser objeto de consideração. respectivas manifestações e decisões; despacho de anu-
• Sem aptidão – o órgão competente não habilita. lação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
• fundamentado circunstancialmente; termo de contrato
Observa-se: modalidade de licitação, chamada “con- ou instrumento equivalente; outros comprovantes de
vite”, inexiste a fase de habilitação – aqui a aptidão é publicações e demais documentos relativos à licitação.
presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante
que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados a 2. Fase externa
participar do certame, admitindo, também, eventual inte-
ressado, não convidado, mas cadastrado. 2.1 Fase de Habilitação
Classificação – momento em que as propostas admi-
tidas são ordenadas em função das vantagens que ofe- Após a publicação do edital, tem início a fase externa
recem, na conformidade dos critérios de avaliação esta- da licitação, que é caracterizada pela habilitação e pela
belecidos no edital. seleção do melhor licitante, dentre os habilitados. Para a
A classificação é dividida em duas fases: habilitação nas licitações, será exigido dos interessados:
• Abertura de envelopes “proposta” – a abertura é documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação
feita em ato público, previamente designado, la- técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade
vrando-se ata circunstanciada ao final. fiscal e prova de que o interessado não empregue em
• Julgamento das propostas – objetivo e conforme trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de de-
os tipos de licitação. zoito anos, bem como não empregue em qualquer tra-
balho menores de dezesseis anos, salvo na condição de
As propostas que estiverem de acordo com o edital aprendiz, a partir de quatorze anos. A inabilitação do lici-
serão classificadas na ordem de preferência, na escolha tante importa preclusão do seu direito de participar das
conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre- fases subsequentes do processo licitatório.
sentarem em conformidade com o instrumento convoca-
tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar propos- 2.2 Fase de Classificação e Julgamento
ta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios
ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório O julgamento das propostas será objetivo, devendo
não tenha estabelecido limites mínimos (Art. 44, § 3º, da a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite
Lei 8.666/1993). realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação e
os critérios previamente estabelecidos no ato convoca-
FASES DO PROCESSO DE LICITAÇÃO tório. No caso de empate entre duas ou mais propostas,
deverá ser observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da Lei
O processo de licitação é dividido em duas fases: fase de Licitações.
interna e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem- Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Comple-
-se em fases específicas. mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabe-
leceu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empre-
1. Fase interna sa de Pequeno Porte, ocorreu a adoção de novas regras
de licitações públicas, dando tratamento diferenciado e
Fase preliminar da licitação que compreende os se- favorecido às microempresas e empresas de pequeno
guintes atos: definição do objeto a ser contratado, esti- porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
mativa do custo do contrato, reserva da receita orçamen- Distrito Federal e dos Municípios, com relação à prefe-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tária, elaboração do instrumento convocatório, exame do rência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes
edital ou carta-convite pela assessoria jurídica, autoriza- Públicos. Na prática, os direitos são: deverão apresentar
ção para licitar e publicação do edital. toda a documentação exigida para efeito de comprova-
ção de regularidade fiscal, mesmo que com restrições.
1.1 Fase de Abertura Porém, havendo alguma restrição, será assegurado o
prazo de dois dias úteis, prorrogáveis por igual período,
Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o
com a abertura de processo administrativo, devidamen- proponente for declarado o vencedor do certame, para
te autuado, protocolado e numerado, contendo a au- a regularização da documentação. Outro privilégio é o
torização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto direito de preferência nas situações de empate, ou seja,
e do recurso para a despesa, e ao qual serão juntados quando as propostas apresentadas pelas microempresas

126
e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% interesse público, nas condições estabelecidas pela própria
superiores à proposta mais bem classificada. No caso do Administração Pública, sendo disciplinado preferencial-
pregão, aplica-se às propostas que não sejam superiores mente pela Lei de Licitações.
a 5% da proposta com o menor valor. Dessa forma, a
microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem 1. Principais características
classificada poderá apresentar proposta de preço inferior
àquela considerada vencedora do certame, situação em Os contratos administrativos devem estabelecer com
que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por clareza e precisão as condições para a sua execução, ex-
fim, o legislador ainda permitiu a promoção de licitação pressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações
pública, desde que os valores envolvidos não superem e responsabilidades das partes, em conformidade com
R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), restrita às microempresas os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
e empresas de pequeno porte. Sendo assim, conforme o disposto no art. 55 da Lei nº
8.666/1993, são consideradas cláusulas necessárias em
2.3 Fase de Homologação e Adjudicação todo contrato administrativo:

Uma vez concluída a fase de classificação e julgamen- Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
to, a autoridade superior à Comissão de Licitação, com que estabeleçam:
fundamento no poder-dever que lhe é atribuído, pode- I – o objeto e seus elementos característicos;
rá, alternativamente: homologar os atos administrativos II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
praticados, confirmando o resultado da licitação; revogar III – o preço e as condições de pagamento, os crité-
os atos administrativos praticados ou mesmo a licitação rios, data-base e periodicidade do reajustamento de
toda, motivada por razões de interesse público, que de- preços, os critérios de atualização monetária entre a
corram de fato superveniente devidamente comprovado, data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pertinente e hábil para justificar tal conduta ou anular pagamento;
os atos administrativos praticados ou mesmo a licitação IV – os prazos de início de etapas de execução, de con-
toda, motivada por ilegalidade relacionada ao processo clusão, de entrega, de observação e de recebimento
licitatório, mediante parecer escrito e devidamente fun- definitivo, conforme o caso;
damentado. V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a in-
Com o resultado homologado, o licitante cuja pro- dicação da classificação funcional programática e da
posta tiver sido selecionada terá o direito à adjudicação categoria econômica;
do objeto da licitação. A adjudicação consiste na atribui- VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena
ção do objeto da licitação àquele cuja proposta tenha execução, quando exigidas;
sido selecionada, para imediata execução do contrato. VI – os direitos e as responsabilidades das partes, as
penalidades cabíveis e os valores das multas;
2.4 Inversão de fases no procedimento licitatório VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração,
Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77
11.196/2005 e pela Lei nº 10.520/2002, prevendo que desta Lei;
o edital de licitação estabelecerá a inversão da ordem X – as condições de importação, a data e a taxa de
das fases de habilitação e julgamento nas modalidades câmbio para conversão, quando for o caso;
de pregão e concorrência para outorga de concessões XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo
e permissões de serviços públicos. Nesses casos, uma que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta
vez encerrada a fase de classificação das propostas, será do licitante vencedor;
aberto o envelope com os documentos de habilitação XII – a legislação aplicável à execução do contrato e
do licitante mais bem classificado. Uma vez constatado especialmente aos casos omissos;
o atendimento às exigências editalícias, o licitante será XIII – a obrigação do contratado de manter, durante
declarado vencedor. Por outro lado, caso o licitante me- toda a execução do contrato, em compatibilidade com
lhor classificado seja inabilitado, serão analisados os do- as obrigações por ele assumidas, todas as condições
cumentos do licitante classificado em segundo lugar, e de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
assim sucessivamente. Além das cláusulas necessárias, os contratos adminis-
trativos possuem determinadas características especiais
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS que os diferenciam dos contratos submetidos a outros


regimes jurídicos. São elas:
Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela
Administração Pública, com o propósito de satisfazer as 1.1 Formalidade
necessidades de interesse público. De acordo com Bel-
lote Gomes: A formalidade caracteriza, em regra, os contratos ad-
ministrativos. Assim, é nulo e de nenhum efeito o con-
Contrato administrativo é um acordo de vontades trato verbal com a Administração Pública, exceto o que
celebrado entre a Administração Pública e o particular ou tenha por objeto pequenas compras de pronto paga-
outro ente administrativo (órgão ou pessoa jurídica de di- mento, assim entendidas aquelas de valor não superior
reito público ou privado) para a realização de objetivos de a R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

127
Todo contrato administrativo deve trazer o nome das 1.7 Hipóteses de alteração dos contratos admi-
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato nistrativos
que autoriza a sua lavratura, o número do processo de li-
citação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos Os contratos administrativos podem ser alterados,
contratantes às normas previstas na Lei de Licitações e às desde que haja motivação legal, de forma unilateral pela
cláusulas contratuais. Administração Púbica ou por acordo entre as partes.

1.2 Licitação Prévia 1.8 Responsabilidade contratual

Ressalvadas as hipóteses legais de dispensa e inexigibi- O contratado é responsável pelos danos causados dire-
lidade de licitação, a celebração dos contratos administrati- tamente à Administração Pública ou a terceiros, decorren-
vos deve ser precedida de licitação, sob pena de nulidade, tes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, sendo
devendo ainda a minuta do futuro contrato administrativo de sua responsabilidade, ainda, os encargos trabalhistas,
constar do edital ou do ato convocatório da licitação. previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execu-
ção do contrato. A inadimplência de sua parte com relação
1.3 Cláusulas Exorbitantes a tais obrigações não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o
São cláusulas existentes apenas nos contratos admi- objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das
nistrativos e que conferem determinadas prerrogativas à obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.
Administração Pública, colocando-a em posição de supe-
rioridade em relação aos contratados. Estão previstas no 2. Principais modalidades de contratos adminis-
art. 58 da Lei de Licitações. trativos

1.4 Prazo Determinado Os contratos administrativos são usualmente classi-


ficados nas seguintes modalidades, conforme seu obje-
Como regra, os contratos administrativos devem ter to: contratos de obra, contratos de serviço, contratos de
início e término predeterminados, sendo vedados os compra, contratos de alienação, parcerias público-priva-
contratos administrativos com prazo indeterminado. das, contratos de gestão, contratos de concessão de uso
de bem público, contratos de concessão de serviço pú-
1.5 Prestação de Garantias blico precedida da execução de obra pública, contratos
de empréstimo público, consórcios e convênios.
A critério da autoridade competente, em cada caso,
e desde que prevista no instrumento convocatório, po- 3. Hipóteses de extinção dos contratos adminis-
derá ser exigida prestação de garantia nas contratações trativos
de obras, serviços e compras, não excedendo 5% do va-
lor do contrato, podendo o contratado optar por uma Os contratos administrativos podem ser extintos pela
das seguintes modalidades de garantia: seguro-garantia, conclusão do objeto, pelo término do prazo ou por res-
fiança bancária ou caução em dinheiro ou em títulos da cisão contratual.
dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a for- Nota-se, de forma clara e precisa, a importância da
ma escritural, mediante registro em sistema centralizado Administração Pública, como responsável pela gestão
de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Cen- do dinheiro público. Assim, diante da necessidade de re-
tral do Brasil, e avaliados pelos seus valores econômicos, gulamentar e padronizar os procedimentos, o legislador
conforme definido pelo Ministério da Fazenda. pátrio instituiu a Lei n° 8.666/1993, para controlar de for-
Ressalta-se que, para obras, serviços e fornecimentos ma mais estrita as atividades do administrador público,
de grande vulto, envolvendo alta complexidade técnica e relacionados à contratação de obras, serviços, inclusive
riscos financeiros consideráveis, demonstrados por meio publicidade, compras, alienações e locações no âmbito
de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade com- da Administração Pública, aperfeiçoando as regras conti-
petente, o limite de garantia de 5% poderá ser elevado das em normas já existentes.
para até 10% do valor do contrato. O controle imposto pela Lei de Licitações visa a pro-
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou porcionar que o administrador atue em harmonia com
restituída após a execução do contrato, e, quando em os princípios que norteiam a sua atividade e busque, na
dinheiro, atualizada monetariamente. contratação de bens de serviços, a proposta mais vanta-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

josa, de modo a evidenciar o interesse público.


1.6 Publicidade Ademais, pode-se concluir que a licitação é a regra
imposta pela Constituição da República e pode ser de-
Depois de celebrado o contrato, este é publicado na finida como o conjunto de regras destinadas à seleção
imprensa oficial, até o quinto dia útil do mês seguinte ao da melhor proposta, dentre as apresentadas por aqueles
de sua assinatura, como condição de sua eficácia, uma que desejam controlar com a Administração Pública.
vez que a Lei de Licitações define a imprensa oficial como Por fim, cabe à sociedade e aos administradores exer-
o veículo oficial de divulgação da Administração Pública, cer uma fiscalização habitual, capaz de proporcionar al-
sendo para a União o Diário Oficial da União e, para os terações no quadro de gestão do dinheiro público, de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for de- forma a impulsionar os administradores a utilizarem a
finido nas respectivas leis. licitação de forma contida na legislação.

128
todas as condições exigidas para cadastramento até o
terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-
EXERCÍCIOS COMENTADOS postas, observada a necessária qualificação.

1. (TER-PE – 2017 – CESPE) O edital de licitação terá de


conter, obrigatoriamente, LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 – LICITA-
ÇÕES – PREGÃO
a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.
b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
do objeto da licitação. e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Cons-
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão tituição Federal, modalidade de licitação denominada
informados após a fase de habilitação. pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e
d) condições de pagamento que estabeleçam preferên- dá outras providências.
cia para empresas brasileiras. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comis- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
são de licitação. O termo “pregão” significa apregoar, isto é, realizar
uma proclamação pública. No âmbito do Direito Admi-
Resposta: Letra A. nistrativo significa um leilão ao contrário, afinal, o leilão
Alternativa A – Certo – Conforme art. 40, III. busca transferir o domínio do bem a quem lhe der maior
Alternativa B – Errado – A descrição deve ser sucinta lance, enquanto que no pregão se pretende o oposto.
e clara.
Alternativa C – Errado – Os critérios para julgamento Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, po-
deverão constar no edital. derá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
que será regida por esta Lei.
Alternativa D – Errado – O edital estabelecerá condi-
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços co-
ções de pagamento para empresas brasileiras e es-
muns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos
trangeiras.
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
Alternativa E – Errado – O edital não preverá esse tipo
tivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-
de previsão.
cações usuais no mercado.
O pregão possui âmbito bem delimitado, porque
Instrução: Na(s) questão(ões) a seguir, preencha o campo apenas pode ser realizado para aquisições de bens e ser-
designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou viços comuns. É importante ressaltar que a utilização do
o campo designado com o código E, caso julgue o item pregão não depende do valor envolvido, mas sim da na-
ERRADO. tureza do bem ou serviço, que deve ser comum.
Comum é aquele que é padronizado em desempe-
2. (STJ – 2018 – CESPE) Em relação aos princípios apli- nho e qualidade. O Decreto nº 3.555/2000 traz uma lista
cáveis à administração pública, julgue o próximo item. exemplificativa dos bens e serviços comuns.
A indicação dos fundamentos jurídicos que determina-
ram a decisão administrativa de realizar contratação por
dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princí- #FicaDica
pio da motivação. O pregão apenas serve para bem ou ser-
viço, não OBRA! Em se tratando de servi-
( ) CERTO ( ) ERRADO ço de engenharia, desde que seja comum,
cabe pregão.
Resposta Errado. Os atos administrativos que dispen-
sem ou declarem a inexigibilidade de processo licita-
tório deverão ser motivados com indicação dos fatos Art. 2º (VETADO)
e dos fundamentos jurídicos. § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utili-
zação de recursos de tecnologia da informação, nos
3. (EBSERH – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, re- termos de regulamentação específica.
lativo às modalidades de licitação. § 2º Será facultado, nos termos de regulamentos pró-
Convite é a modalidade de licitação entre interessados prios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as a participação de bolsas de mercadorias no apoio téc-
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia nico e operacional aos órgãos e entidades promotores
anterior à data do recebimento das propostas, observada da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de
a necessária qualificação. tecnologia da informação.
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar or-
( ) CERTO ( ) ERRADO ganizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lu-
crativos e com a participação plural de corretoras que
Resposta Errado. O item se refere à tomada de preço operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.
– conforme § 2º do artigo 22 da Lei nº 8.666 – Tomada O sucesso da utilização do Pregão na esfera federal
de preços é a modalidade de licitação entre interes- foi considerado tão grande, a ponto de o Decreto nº
sados devidamente cadastrados ou que atenderem a 5.450/2005 tornar a adoção do pregão obrigatória, na

129
esfera federal, para as licitações envolvendo a aquisição circulação local, e facultativamente, por meios ele-
de bens e serviços comuns, sendo preferencial a utiliza- trônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
ção de sua forma eletrônica. Assim, enquanto o §1o aqui grande circulação, nos termos do regulamento de que
faculta a adoção de recursos de tecnologia da informa- trata o art. 2º;
ção, na prática, esta tem sido regra geral. II - do aviso constarão a definição do objeto da lici-
tação, a indicação do local, dias e horários em que
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o se- poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
guinte: III - do edital constarão todos os elementos definidos
I - a autoridade competente justificará a necessidade na forma do inciso I do art. 3º, as normas que discipli-
de contratação e definirá o objeto do certame, as exi- narem o procedimento e a minuta do contrato, quan-
gências de habilitação, os critérios de aceitação das do for o caso;
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláu- IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colo-
sulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos cadas à disposição de qualquer pessoa para consulta
para fornecimento; e divulgadas na forma da Lei nº 9.755, de 16 de de-
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficien- zembro de 1998;
te e clara, vedadas especificações que, por excessivas, V - o prazo fixado para a apresentação das propostas,
irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; contado a partir da publicação do aviso, não será in-
III - dos autos do procedimento constarão a justifica- ferior a 8 (oito) dias úteis;
tiva das definições referidas no inciso I deste artigo VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses-
e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais são pública para recebimento das propostas, devendo
estiverem apoiados, bem como o orçamento, elabora- o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se
do pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos for o caso, comprovar a existência dos necessários po-
bens ou serviços a serem licitados; e deres para formulação de propostas e para a prática
IV - a autoridade competente designará, dentre os ser- de todos os demais atos inerentes ao certame;
vidores do órgão ou entidade promotora da licitação,
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus repre-
o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribui-
sentantes, apresentarão declaração dando ciência de
ção inclui, dentre outras, o recebimento das propostas
que cumprem plenamente os requisitos de habilita-
e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classi-
ção e entregarão os envelopes contendo a indicação
ficação, bem como a habilitação e a adjudicação do
do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
objeto do certame ao licitante vencedor.
imediata abertura e à verificação da conformidade
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua
das propostas com os requisitos estabelecidos no ins-
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou
trumento convocatório;
emprego da administração, preferencialmente perten-
centes ao quadro permanente do órgão ou entidade VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor
promotora do evento. mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de por cento) superiores àquela poderão fazer novos lan-
pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ces verbais e sucessivos, até a proclamação do ven-
ser desempenhadas por militares. cedor;
Fase preparatória ou interna: neste momento se IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con-
justificará a necessidade da contratação do serviço ou dições definidas no inciso anterior, poderão os autores
aquisição do bem por parte da Administração, fixando-se das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), ofe-
as regras do procedimento (objeto do certame, especifi- recer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que
cação das exigências para habilitação, critério de aceita- sejam os preços oferecidos;
ção, prazos, sanções por inadimplemento, etc.). X - para julgamento e classificação das propostas,
será adotado o critério de menor preço, observados os
prazos máximos para fornecimento, as especificações
técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qua-
#FicaDica lidade definidos no edital;
O procedimento conduzido por um único XI - examinada a proposta classificada em primeiro
servidor, o pregoeiro. lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro
O pregoeiro pode ser assistido por uma decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilida-
de;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

equipe de apoio. Essa equipe de apoio não


tem qualquer competência decisória, nem XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as
poderes para a condução das atividades ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro
relativas à sessão do pregão. contendo os documentos de habilitação do licitante
que apresentou a melhor proposta, para verificação
do atendimento das condições fixadas no edital;
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a con- XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o
vocação dos interessados e observará as seguintes regras: licitante está em situação regular perante a Fazenda
I - a convocação dos interessados será efetuada por Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia
meio de publicação de aviso em diário oficial do res- do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais
pectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de e Municipais, quando for o caso, com a comprovação

130
de que atende às exigências do edital quanto à habi- II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição
litação jurídica e qualificações técnica e econômico- para participação no certame; e
-financeira; III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os re-
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os do- ferentes a fornecimento do edital, que não serão supe-
cumentos de habilitação que já constem do Sistema riores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos
de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf de utilização de recursos de tecnologia da informação,
e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito quando for o caso.
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitan-
tes o direito de acesso aos dados nele constantes; Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
no edital, o licitante será declarado vencedor; Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en-
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro tregar ou apresentar documentação falsa exigida para
examinará as ofertas subsequentes e a qualificação o certame, ensejar o retardamento da execução de seu
dos licitantes, na ordem de classificação, e assim su- objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
cessivamente, até a apuração de uma que atenda ao execução do contrato, comportar-se de modo inidô-
edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; neo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
pregoeiro poderá negociar diretamente com o propo- Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sis-
nente para que seja obtido preço melhor; temas de cadastramento de fornecedores a que se re-
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá fere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até
manifestar imediata e motivadamente a intenção de 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) edital e no contrato e das demais cominações legais.
dias para apresentação das razões do recurso, ficando
os demais licitantes desde logo intimados para apre- Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os de-
sentar contrarrazões em igual número de dias, que co- correntes de meios eletrônicos, serão documentados
meçarão a correr do término do prazo do recorrente, no processo respectivo, com vistas à aferição de sua
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalida- regulamento previsto no art. 2º.
ção apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do Art. 9º  Aplicam-se subsidiariamente, para a modali-
licitante importará a decadência do direito de recurso dade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de
e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro junho de 1993.
ao vencedor;
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente
fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante #FicaDica
vencedor;
A Lei do Pregão – Lei nº 10.520/2002 deve
XXII - homologada a licitação pela autoridade compe-
sempre ser lida em conjunto com a Lei de
tente, o adjudicatário será convocado para assinar o
Licitações – Lei nº 8.666/1993.
contrato no prazo definido em edital; e
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do
prazo de validade da sua proposta, não celebrar o
contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI. Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com
Fase externa: começa com a divulgação do edital, base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agos-
dando publicidade ao pregão. Após, segue-se para a fase to de 2001.
de propostas. Selecionada a melhor proposta, parte-se
para a fase de habilitação. (Nota-se a inversão da regra Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
geral licitatória). Habilitado o candidato que fez a melhor comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
proposta – que sempre será a de menor preço – este será Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo siste-
chamado a assinar o contrato. ma de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a mo-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dalidade de pregão, conforme regulamento específico.


#FicaDica Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001,
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
O prazo para a apresentação de propostas
não pode ser inferior a OITO DIAS ÚTEIS, “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
os quais se contam da publicação do aviso Municípios poderão adotar, nas licitações de registro
de licitação. O prazo pode ser maior, sem de preços destinadas à aquisição de bens e serviços
problemas, devendo o edital prever. comuns da área da saúde, a modalidade do pregão,
inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguin-
Art. 5º É vedada a exigência de: te:
I - garantia de proposta;

131
I - são considerados bens e serviços comuns da área senvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços
da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos ór- de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
gãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje- (até R$ 1.500.000,00)”. O inciso não mais restringe às
tivamente definidos no edital, por meio de especifica- requisições feitas com recursos das entidades de pes-
ções usuais do mercado. quisa e, de outro lado, restringe no que se refere a
II - quando o quantitativo total estimado para a con- obras e serviços de engenharia (ex.: construção de um
tratação ou fornecimento não puder ser atendido laboratório).
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação
de tantos licitantes quantos forem necessários para o
atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada FIQUE ATENTO!
a ordem de classificação, desde que os referidos lici- Cuidado com a pegadinha muito comum
tantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta em concursos, que é a substituição das pa-
vencedora. lavras dispensável ou inexigível. É inexigível
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto apenas nos casos de fornecedor exclusivo,
no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados notória especialização de profissional técni-
outros preços diferentes da proposta vencedora, des- co e artista reconhecido.
de que se trate de objetos de qualidade ou desempe-
nho superior, devidamente justificada e comprovada a
vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao
limite máximo admitido.” 2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- traçada pela Lei nº 8.666/1993.
cação. Para a habilitação nas licitações, serão exigidas dos lici-
tantes, além de habilitação jurídica, qualificação técnica,
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e
e 114º da República. trabalhista.

Mantendo, em geral, as mesmas nuances da legis- ( ) CERTO ( ) ERRADO


lação federal, a Lei nº 9.433 de 01 de março de 2005,
dispõe sobre as licitações pertinentes a obras, serviços, Resposta: Certo. Preconiza o artigo 27, Lei nº
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes 8.666/1993: “Para a habilitação nas licitações exigir-
do Estado da Bahia e dá outras providências, podendo -se-á dos interessados, exclusivamente, documenta-
ser acessada em: ção relativa a:
http://www2.uesb.br/proreitorias/asplan/wp-con- I - habilitação jurídica;
tent/uploads/Lei-9433-05.pdf II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV - regularidade fiscal e trabalhista;
V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o
EXERCÍCIOS COMENTADOS da Constituição Federal”.

1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)


Julgue o item subsequente de acordo com a orientação 3. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
traçada pela Lei nº 8.666/1993. Julgue o próximo item, relativo às modalidades de licitação.
É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos A concorrência pública pressupõe uma fase preliminar
destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecno- denominada habilitação, que habilita os que poderão
lógica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP, participar da fase seguinte, a de classificação.
pelo CNPq ou por outras instituições de fomento à pes-
quisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. ( ) CERTO ( ) ERRADO

( ) CERTO ( ) ERRADO Resposta: Certo. Se depreende do próprio conceito


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de concorrência que a Lei nº 8.666/1993 traz em seu


Resposta: Errado. Tratava-se de hipótese de licitação artigo 22, § 1º: “Concorrência é a modalidade de lici-
dispensável, conforme artigo 24, XXI, Lei nº 8.666/1993, tação entre quaisquer interessados que, na fase ini-
que tinha a seguinte redação: “para a aquisição de cial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
científica e tecnológica com recursos concedidos pela para execução de seu objeto”.
Capes, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras institui-
ções de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq
para esse fim específico”. Hoje a redação dada pela
Lei nº 13.242/2016 é a seguinte: “XXI - para a aquisi-
ção ou contratação de produto para pesquisa e de-

132
4. (ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 2 - Aliás, uma característica da ética é a sua imutabili-
CESPE/2018) Considerando que a ABIN escolha a mo- dade: a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje.
dalidade licitatória convite para contratar empresa de Por exemplo, respeitar o próximo nunca será considerada
engenharia para modernizar suas instalações, julgue o uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua
item que se segue, com base nas disposições da Lei nº validade universal, no sentido de delimitar a diretriz do
8.666/1993. agir humano para todos os que vivem no mundo. Não há
Pelo seu caráter simplificado, a modalidade convite não uma ética conforme cada época, cultura ou civilização. A
pode ser substituída pela concorrência. ética é uma só, válida para todos eternamente, de forma
imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas
( ) CERTO ( ) ERRADO perspectivas a respeito de sua aplicação prática.
É possível dizer que as diretrizes éticas dirigem o
Resposta: Errado. Cabe seguir a seguinte máxima: se comportamento humano e delimitam os abusos à liber-
pode o menos, pode o mais, ou seja, se cabe uma mo- dade, estabelecendo deveres e direitos de ordem moral,
dalidade simplificada de licitação não há problemas sendo exemplos destas leis o respeito à dignidade das
em optar pela mais complexa (o inverso que não é pessoas e aos princípios do direito natural, bem como a
permitido). Consta na Lei nº 8.666/1993, em seu artigo exigência de solidariedade e a prática da justiça8.
23, § 4o, o seguinte: “Nos casos em que couber convi-
te, a Administração poderá utilizar a tomada de preços Conceitos alternativos de ética:
e, em qualquer caso, a concorrência”. • Ciência do comportamento adequado dos homens
em sociedade, em consonância com a virtude.
5. (STM -Técnico Judiciário - Programação de Siste- • Disciplina normativa, não por criar normas, mas por
mas - CESPE/2018) Em relação à organização adminis- descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às
trativa e à licitação administrativa, julgue o item a seguir. pessoas os valores e princípios que devem nortear
Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de sua existência.
baixo impacto sobre recursos naturais, a administração • Doutrina do valor do bem e da conduta humana
pública atende ao princípio do desenvolvimento nacional que tem por objetivo realizar este valor.
sustentável. • Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom
e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o
( ) CERTO ( ) ERRADO certo e o errado.
• Fornece as regras fundamentais da conduta huma-
Resposta: Certo. O artigo 3o da Lei nº 8.666/1993 fixa na. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os
o princípio do desenvolvimento sustentável como um usos e abusos da liberdade.
dos que deve ser observado no processo licitatório. • Doutrina do valor do bem e da conduta humana
Este princípio do desenvolvimento sustentável está que o visa realizar.
relacionado não só com o âmbito ambiental, como
a maioria das pessoas pensam quando ouve falar “Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido
em sustentabilidade, mas aqui também refere-se ao entendida como a ciência da conduta humana perante
desenvolvimento sustentável em diversos aspectos, o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de
como social, econômico, político, ético e também o aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a
ambiental. consideração de valor como equivalente de uma medi-
ção do que é real e voluntarioso no campo das ações
virtuosas”9.
É difícil estabelecer um único significado para a pala-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO: vra ética, mas os conceitos acima contribuem para uma
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL, compreensão geral de seus fundamentos, de seu objeto
ATITUDES NO SERVIÇO, ORGANIZAÇÃO de estudo.
DO TRABALHO, PRIORIDADE EM SERVIÇO. Quanto à etimologia da palavra ética: No grego exis-
tem duas vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma
breve, chamada épsilon, e uma longa, denominada eta.
A ética é composta por valores reais e presentes na Éthos, escrita com a vogal longa, significa costume; po-
sociedade, a partir do momento em que, por mais que às rém, se escrita com a vogal breve, éthos, significa caráter,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vezes tais valores apareçam deturpados no contexto so- índole natural, temperamento, conjunto das disposições
cial, não é possível falar em convivência humana se esses físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo sen-
forem desconsiderados. Entre tais valores, destacam-se tido, éthos se refere às características pessoais de cada
os preceitos da Moral e o valor do justo (componente um, as quais determinam que virtudes e que vícios cada
ético do Direito). indivíduo é capaz de praticar (aquele que possuir todas
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas as virtudes possuirá uma virtude plena, agindo estrita-
transformações sofridas pela sociedade através dos tem- mente de maneira conforme à moral)10.
pos provocaram uma variação no conceito de ética, por 8 MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26.
outro, não é possível negar que as questões que envol- ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
vem o agir ético sempre estiveram presentes no pensa- 9 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
mento filosófico e social.
10 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática,

133
A ética passa por certa evolução natural através da a) consideração do hábito como uma qualidade que
história, mas uma breve observação do ideário de alguns deverá determinar as potências para o bem;
pensadores do passado permite perceber que ela é com- b) estabelecimento da virtude como um hábito que
posta por valores comuns desde sempre consagrados. sozinho é capaz de produzir a potência perfeita,
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam- podendo ser intelectual, moral ou teologal – três
-se a Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas virtudes que se relacionam porque não basta
apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego possuir uma virtude intelectual, capaz de levar ao
Mos ou Morus, referindo-se exclusivamente ao regra- conhecimento do bem, sem que exista a virtude
mento que determina a ação do indivíduo. moral, que irá controlar a faculdade apetitiva e
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas quebrar a resistência para que se obedeça à razão
pela Moral ser apenas uma parte da Ética, mas princi- (da mesma forma que somente existirá plenitude
palmente porque enquanto a Moral é entendida como a virtuosa com a existência das virtudes teologais);
prática, como a realização efetiva e cotidiana dos valores; c) presença da mediania como critério de determina-
a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja, ção do agir virtuoso;
como a reflexão sobre a moral. Moral é ação, Ética é re- d) crença na existência de quatro virtudes cardeais – a
flexão. prudência, a justiça, a temperança e a fortaleza.

ÉTICA MORAL No Iluminismo, Kant13 definiu a lei fundamental da ra-


zão pura prática, que se resume no seguinte postulado:
• Mais ampla • Parte da ética
“age de tal modo que a máxima de tua vontade possa va-
• Teoria • Prática ler-te sempre como princípio de uma legislação univer-
• Reflexão • Ação sal”. Mais do que não fazer ao outro o que não gostaria
que fosse feito a você, a máxima prescreve que o homem
• Filosofia moral/ • Realização efetiva e deve agir de tal modo que cada uma de suas atitudes re-
Doutrina cotidiana dos valores flita aquilo que se espera de todas as pessoas que vivem
em sociedade. O filósofo não nega que o homem poderá
No início do pensamento filosófico não prevalecia
ter alguma vontade ruim, mas defende que ele racional-
real distinção entre Direito e Moral, as discussões sobre o
mente irá agir bem, pela prevalência de uma lei prática
agir ético envolviam essencialmente as noções de virtude
máxima da razão que é o imperativo categórico. Por isso,
e de justiça, constituindo
o prazer ou a dor, fatores geralmente relacionados ao
uma das dimensões da virtude. Por exemplo, na Gré-
apetite, não são aptos para determinar uma lei prática,
cia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
mas apenas uma máxima, de modo que é a razão pura
variações de abordagem, o conceito de ética aparece
prática que determina o agir ético. Ou seja, se a razão
sempre ligado ao de virtude.
Aristóteles11, um dos principais filósofos deste mo- prevalecer, a escolha ética sempre será algo natural.
mento histórico, concentra seus pensamentos em algu- Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, percebeu-
mas bases: -se o quão graves haviam sido as suas consequências. O
a) definição do bem supremo como sendo a felicida- pensamento filosófico ganhou novos rumos, retomando
de, que necessariamente ocorrerá por uma ativida- aspectos do passado, mas reforçando a dimensão cole-
de da alma que leva ao princípio racional, de modo tiva da ética. Maritain14, um dos redatores da Declaração
que a felicidade está ligada à virtude; Universal de Direitos Humanos de 1948, defendeu que o
homem ético é aquele que compõe a sociedade e busca
b) crença na bondade humana e na prevalência da torná-la mais justa e adequada ao ideário cristão. Assim,
virtude sobre o apetite; a atitude ética deve ser considerada de maneira coletiva,
c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das como impulsora da sociedade justa, embora partindo da
virtudes pela experiência e pelo hábito, isto é, pela pessoa humana individualmente considerada como um
prática constante; ser capaz de agir conforme os valores morais.
d) afastamento da ideia de que um fim pudesse ser Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínse-
bom se utilizado um meio ruim. ca a do conceito de ética, embora sempre tenha estado
presente, com maior ou menor intensidade dependendo
Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram do momento, possuiu diversos enfoques ao longo dos
com os religiosos. O homem viveria para conhecer, amar tempos.
Pode-se considerar que, do pensamento grego até
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e servir a Deus, diretamente e em seus irmãos. Santo To-


más de Aquino12, um dos principais filósofos do período, o Renascimento, a justiça foi vista como uma virtude e
lançou bases que até hoje são invocadas quando o tópi- não como uma característica do Direito. Por sua vez, no
co em questão é a Ética: Renascimento, o conceito de Ética foi bifurcado, reme-
2005 tendo-se a Moral para o espaço privado e remanescen-
11 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro Nassetti. São do a justiça como elemento ético do espaço público. No
Paulo: Martin Claret, 2006. entanto, como se denota pela teoria de Maquiavel15, o
12 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo 13 KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Paulo Bar-
Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García Ro- rera. São Paulo: Ícone, 2005.
dríguez. Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira. Edi- 14 MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Tradução Afrânio
ção Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola, 2005. v. IV, parte II, seção I, Coutinho. 4. ed. São Paulo: Dominus Editora S/A, 1962.
questões 49 a 114. 15 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São

134
justo naquele tempo era tido como o que o soberano Reale, as normas dos costumes e da etiqueta compõem a
impunha (o rei poderia fazer o que bem entendesse e dimensão ética, não possuindo apenas caráter secundá-
utilizar quaisquer meios, desde que visasse um único fim, rio por existirem de forma autônoma, já que fazem parte
qual seja o da manutenção do poder). do nosso viver comum.18
Posteriormente, no Iluminismo, retomou-se a discus-
são da justiça como um elemento similar à Moral, mas #FicaDica
inerente ao Direito, por exemplo, Kant16 defendeu que a
ciência do direito justo é aquela que se preocupa com o • Posição 1 - Radbruch e Del Vechio - Ética
conhecimento da legislação e com o contexto social em = Moral + Direito
que ela está inserida, sendo que sob o aspecto do con- • Posição 2 - Miguel Reale - Ética = Moral +
teúdo seria inconcebível que o Direito prescrevesse algo Direito + Costumes
contrário ao imperativo categórico da Moral kantiana.
Ainda, Locke, Montesquieu e Rousseau, em comum
defendiam que o Estado era um mal necessário, mas que
o soberano não possuía poder divino/absoluto, sendo Para os fins da presente exposição, basta atentar
suas ações limitadas pelos direitos dos cidadãos subme- para o binômio Moral-Direito como fator pacífico de
tidos ao regime estatal. composição da Ética. Assim, nas duas posições adota-
Tais pensamentos iluministas não foram plenamente das, uma das vertentes da Ética é a Moral, e a outra é o
seguidos, de forma que se firmou a teoria jurídica do po- Direito.
sitivismo, pela qual Direito é apenas o que a lei impõe Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações
(de modo que se uma lei for injusta nem por isso será entre o Direito e a Moral se esforçam em distingui-los,
inválida), que somente foi abalada após o fim trágico da nos seguintes termos: o direito rege o comportamento
2ª Guerra Mundial e a consolidação de um sistema glo- exterior, a moral enfatiza a intenção; o direito estabelece
bal de proteção de direitos humanos (criação da ONU uma correlação entre os direitos e as obrigações, a moral
+ declaração universal de 1948). Com o ideário huma- prescreve deveres que não dão origem a direitos subje-
nista consolidou-se o Pós-positivismo, que junto consigo tivos; o direito estabelece obrigações sancionadas pelo
trouxe uma valorização das normas principiológicas Poder, a moral escapa às sanções organizadas. Assim, as
do ordenamento jurídico, conferindo-as normativida- principais notas que distinguem a Moral do Direito não
de. se referem propriamente ao conteúdo, pois é comum
Assim, a concepção de uma base ética objetiva no que diretrizes morais sejam disciplinadas como normas
comportamento das pessoas e nas múltiplas modalida- jurídicas.19
des da vida social foi esquecida ou contestada por fortes Com efeito, a partir da segunda metade do século XX
correntes do pensamento moderno. Concepções de ins- (pós-guerra), a razão jurídica é uma razão ética, funda-
piração positivista, relativista ou cética e políticas volta- da na garantia da intangibilidade da dignidade da pessoa
das para o homo economicus passaram a desconsiderar a humana, na aquisição da igualdade entre as pessoas, na
importância e a validade das normas de ordem ética no busca da efetiva liberdade, na realização da justiça e na
campo da ciência e do comportamento dos homens, da construção de uma consciência que preserve integral-
sociedade da economia e do Estado. mente esses princípios.
No campo do Direito, as teorias positivistas que pre- Assim, as principais notas que distinguem Moral e Di-
valeceram a partir do final do século XIX sustentavam reito são:
que só é direito aquilo que o poder dominante deter-
mina. Ética, valores humanos, justiça eram considerados Direito Moral
elementos estranhos ao Direito, extrajurídicos. Pensavam
com isso em construir uma ciência pura do direito e ga- Comportamento Comportamento
Exterioridade
rantir a segurança das sociedades.17 exterior interior
Atualmente, entretanto, é quase universal a retoma- Pode se exigir Não pode se exigir
da dos estudos e exigências da ética na vida pública e Exigibilidade a obrigação o cumprimento de
na vida privada, na administração e nos negócios, nas derivada da lei obrigações morais
empresas e na escola, no esporte, na política, na justiça,
Sanções não
na comunicação. Neste contexto, é relevante destacar
Sanções aplicadas organizadas (ex.:
que ainda há uma divisão entre a Moral e o Direito, que Coação
pelo Estado exclusão de um
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

constituem dimensões do conceito de Ética, embora a


grupo social)
tendência seja que cada vez mais estas dimensões se jun-
tem, caminhando lado a lado.
Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns au-
tores, entre eles Radbruch e Del Vechio são partidários de
uma dicotomia rigorosa, na qual a Ética abrange apenas
a Moral e o Direito. Contudo, para autores como Miguel
Paulo: Martin Claret, 2007.
16 KANT, Immanuel. Doutrina do Direito. Tradução Edson Bini. São 18 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
Paulo: Ícone, 1993. 2002.
17 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução João Bap- 19 PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria Ermantina
tista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

135
na necessidade de se formar uma base teórica para
#FicaDica o estudo da ética, embora isso tenha ocorrido inva-
riavelmente, quando se observa a evolução histórica
Os critérios que distinguem Moral e Direito do conceito de ética e sua normalização através dos
são: tempos.
- Exterioridade – Ética é exterior, Moral é
interior; 2. (MPU – TÉCNICO DO MPU – SEGURANÇA INSTITU-
- Exigibilidade – Direito é exigível, Moral CIONAL E TRANSPORTE – CESPE – 2015) Com relação
não; a moral e ética, julgue o item a seguir.
- Coação – Direito é coativo, Moral não – A ética é um ramo da filosofia que estuda a moral, os di-
o Direito exerce sua pressão social a partir ferentes sistemas públicos de regras, seus fundamentos
do centro ativo do Poder, a moral pressiona e suas características.
pelo grupo social não organizado. Tanto no
Direito quanto na Moral existem sanções. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Elas somente são aplicadas de forma diver-
sa, sendo que somente o Direito aceita a Resposta: Certo. A ética é ramo da filosofia e subdi-
coação, que é a sanção aplicada pelo Es- vide-se classicamente em Moral e Direito. Estuda não
tado. apenas a moral, mas os sistemas de regras, seus fun-
damentos e suas características.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção,
e caso ele se encontre transposto para uma norma jurídi- 3. (MPU – TÉCNICO DO MPU – SEGURANÇA INSTITU-
ca, gera coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). CIONAL E TRANSPORTE – CESPE – 2015) Com relação
Assim, violar uma lei ética não significa excluir a sua va- a moral e ética, julgue o item a seguir.
lidade. Por exemplo, matar alguém não torna matar uma Moral pode ser definida como todo o sistema público de
ação correta, apenas gera a punição daquele que come- regras próprio de diferentes grupos sociais, que abrange
teu a violação. Neste sentido, explica Reale20: “No plano normas e valores que são aceitos e praticados, como cer-
das normas éticas, a contradição dos fatos não anula a tos e errados.
validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque
a normatividade não se compreende sem fins de validez ( ) CERTO ( ) ERRADO
objetiva e estes têm sua fonte na liberdade espiritual, os
insucessos e as violações das normas conduzem à res-
Resposta: Certo. A moral é responsável por criar re-
ponsabilidade e à sanção, ou seja, à concreta afirmação
gras internas a um grupo social, que correspondem a
da ordenação normativa”.
normas e valores. Estas normas e valores são aceitos
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interli-
como certos e errados de forma genérica e abstrata,
gados, mas a primeira é mais abrangente que a segunda,
porque pode abarcar outros elementos, como o Direito de maneira consistente no grupo social. Assim, a mo-
e os costumes. Todas as regras éticas são passíveis de ral é interna, mas não significa que não possa ser ge-
alguma sanção, sendo que as incorporadas pelo Direito neralizada, criando a moral de um grupo social.
aceitam a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado.
Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas
são compostas por postulados morais, isto é, envolvem NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO;
os mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.
DOS PRINCÍPIOS E FONTES DO DIREITO DO
TRABALHO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
De acordo com Ives Gandra, os princípios são as dire-
1. (MPU – ANALISTA DO MPU – CONHECIMENTOS trizes essenciais que inspiram todo o sentido das normas
BÁSICOS – CESPE – 2015) Com base nas disposições da trabalhistas, guiando todo o ordenamento jurídico e re-
Lei nº 8.429/1992 e nos preceitos de ética, moral e cida- gulamentando as relações de trabalho, através das três
dania, julgue o item seguinte. funções básicas: (MARTINS FILHO, 2010, p.58).
Uma vez que a moral se reveste de conteúdo mais dou-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trinário e normativo que a ética, é correto afirmar que um Função informadora: direciona o legislador na ela-
dos fundamentos de existência da noção de moral seria boração de leis, usando os princípios como base.
a formação de uma base teórica para o estudo da ética.
Função interpretativa: é utilizado como forma de
( ) CERTO ( ) ERRADO melhor compreensão das normas positivadas, principal-
mente quando há conflito de normas, fazendo prevalecer
Resposta: Errado. A moral não se reveste de con- uma em relação à outra.
teúdo mais doutrinário e normativo do que a ética,
pelo contrário. Além disso, a moral não se fundamenta Função normativa: quando há casos de brechas na
lei, os princípios são utilizados como fonte secundária.
20 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva,
2002.

136
Ainda assim, importante lembrar, que a Reforma Tra- camente conquistados, não podem ser renunciados
balhista, inserida pela Lei n. 13.467/2017, trouxe profun- ou transacionados e, caso o sejam, presume-se que
das e significativas modificações no Direito do Trabalho referida renúncia fora viciada, restando fulminada de
no Brasil, a ponto, de que, como se verá adiante, afetar nulidade. (LAPA; KERTZAMN, 2018, p. 82)
concretamente alguns de seus princípios, enfraquecendo A aplicação deste princípio era expresso no artigo 9º
o alicerce cientifico dos princípios e relativizando muito da CLT, o qual considerava nulo os atos destina-
de seus fundamentos. dos a impedir, fraudar ou desvirtuar os preceitos
Os principais princípios do Direito do Trabalho, nas trabalhistas.
palavras de Plá Rodriguez, serão analisados a seguir: Agora com a aplicação da Lei nº 13.467/2017, com
a inserção do artigo 444, parágrafo único da CLT,
a) Princípio protetor considera-se o portador de diploma de nível supe-
Esse princípio nos remetia ao protecionismo do tra- rior, com renda mensal igual ou superior a duas ve-
balhador, face ao contrato de trabalho com o em- zes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral
pregador, tendo em vista, sua posição de elo mais de Previdência Social (hipersuficiência econômica), a
fraco da relação. livre estipulação em relação ao rol de direitos pre-
Economicamente e, culturalmente falando, o empre- vistos no artigo 611-A da CLT. (ROMAR, 2018, p. 58)
gado sempre esteve “abaixo” do patrão, e esse Conclui-se que, deste modo ficou permitido ao traba-
princípio trouxe a equiparação dos dois polos, para lhador negociar dobre direitos trabalhistas menos
assegurar uma igualdade jurídica, bem como, evi- benéficos, porém, sendo salvaguardados os direi-
tar a exploração do elo mais frágil da relação. tos da Constituição Federal.
Atualmente, com a nova redação da Lei nº 13.467/2017,
permitiu a ampliação da autonomia individual do c) Princípio da continuidade da relação de emprego
trabalhador, considerando válida a negociação Este princípio aborda a ideia da continuação do con-
direta entre este e o empregador, sobre diversos trato de trabalho entre o empregador e o trabalha-
aspectos, como, por exemplo, pactuação de com- dor, o qual, ambos os polos ganham com o segui-
pensação de jornada de trabalho através de banco mento da relação empregatícia.
de horas (art. 59, §5º, CLT), como também as regras No âmbito do emprego, este princípio impede as
do teletrabalho (art. 75-C, CLT), rescisão de con- despedidas, trazendo estabilidade ao empregado.
trato de trabalho sem necessidade de homologa- Na função, ele impede o rebaixamento da posição
ção (art. 477, CLT), extinção do contrato de traba- do trabalhador e, no lugar, este princípio impede
lho em comum acordo entre as partes (art.484-A, as transferências que causam alterações. (MAR-
CLT). Nota-se, que a Reforma Trabalhista, entendeu TINS FILHO; 2010, p. 63)
que o trabalhador tem condições de negociar di- As alterações constantes de funcionários para as em-
retamente com o empregador em diversas esferas, presas, pequenos negócios ou comércios, trazem
afastando portanto, o conceito de hipossuficiência déficit na atividade exercida dentro do recinto de
do empregado. (ROMAR, 2018, p. 54) trabalho, ocasionando mais delongas no exercício
Vale lembrar, que como a modificação da Leis Traba- da função de cada trabalhador. Nesta perspectiva,
lhistas são recentes, os magistrados e os ministros, o referido princípio traz benefícios para ambas as
estão adequando os princípios as novas normas. esferas contratuais.
No caso concreto, há de se analisar a relação do Neste aspecto, importante atentar-se, que o presente
empregador com o trabalhador levando-se em princípio foi relativizado pela Reforma Trabalhista,
consideração tanto o princípio quanto a norma como se verifica, por exemplo, com a previsão de
positivada, para que se possa atingir um equilíbrio rescisão de contrato de trabalho em comum acor-
entre as partes. do (art. 484-A, CLT).
Ainda assim, o princípio em tela trouxe uma expan-
são dos princípios, atribuindo ainda o in dubio pro d) Princípio da primazia da realidade
operário, o qual, o interprete das normas, dian- O princípio da primazia da realidade visa proteger o
te de todos os aspectos das normas, deverá op- trabalhador, já que seu empregador poderia, com
tar para a norma mais favorável ao trabalhador. Já extrema facilidade, obriga-lo a assinar documentos
o princípio da norma mais favorável, remete ao contrários aos fatos e aos seus interesses. Ante ao
caso de que, tendo mais que uma lei aplicável ao estado de sujeição do trabalhador, o mesmo se su-
fato, será adotada a mais favorável ao emprega- jeita a ordens imperativas, das quais, muitas vezes,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do. E por último, a regra da condição mais be- abdica-se de seus direitos. Preocupado com este
néfica, consiste na aplicação da norma trabalhista fato, bem como, baseado no art. 112 do CC, preco-
mais benéfica ao trabalhador, a qual, engloba ao niza que a intenção do princípio é trazer a verdade
contrato de trabalhando não podendo ser retirada sem priorizar a formalidade. (CASSAR, 2017, p. 58).
para obter efeitos inferiores aos já adquiridos pelo Importante lembrar que, a aplicação do presente
trabalhador. princípio, não vislumbra apenas evidenciar a rea-
lidade dos fatos, mas também, deixa presente o
b) Princípio da irrenunciabilidade princípio boa-fé, o qual rege todos os contratos.
Através deste princípio o trabalhador ganha um pri- A Lei nº 13.467/17 trouxe algumas modificações
vilégio jurídico, que se reflete em uma eficaz tu- acerca da interpretação de alguns artigos frente
tela de seus direitos, afinal, os direitos são histori- ao princípio. Como exemplo, temos as horas extras

137
habituais, as quais não descaracterizam o ajuste de compensação de jornada conforme art. 59-B da CLT. Ora, se
existe um contrato para compensar jornada e se este não cumprido porque o empregado faz, habitualmente,
horas extras no dia de compensação, deveria prevalecer a realidade (o não cumprimento do acordo), mas a lei,
alterando o entendimento da jurisprudência (sumula 85 do TST) pugna pela validade do acordado, sobre a rea-
lidade. (CASSAR, 2017, p. 59).

e) Princípio da razoabilidade
O princípio em tela, não é exclusivo do Direito do Trabalho, mas próprio de todos os ramos do Direito, e fundamenta
em critérios de razão e de justiça. Tal constatação, no entanto, não afasta a aplicação e a importância deste prin-
cípio no âmbito trabalhista, pois um determinado princípio não tem que ser privativo do Direito do Trabalho para
ser considerada uma das principais diretrizes que inspira o sentido da norma. (ROMAR, 2018, p. 60)

f) Princípio da boa – fé
O princípio da boa-fé está previsto no artigo 422 do Código Civil, o qual menciona: “Os contratantes são obrigados
guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e da boa-fé”.
Em relação ao princípio da boa-fé Maria Helena Diniz assevera:
Segundo esse princípio, na interpretação do contrato, é preciso ater-se mais a intenção do que o sentido literal da
linguagem, e, em prol do interesse social de segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade
e confiança recíprocas, auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato. Daí está ligado ao
princípio da probidade. (DINIZ, 2008).

Nesse sentido, o princípio da boa-fé, estabelece em agir com justiça e lealdade com relação a terceiro, não apenas
na celebração contratual, mas também na sua execução.

Fontes do direito do trabalho

As fontes do direito do trabalho são divididas em formais e materiais, e também entre heterônomas e autônomas.

a) Fontes Materiais: no sentido material, as fontes do direito correspondem as ideais, fenômenos, que pressupõem
ou antecedem a criação da norma jurídica. Seriam os fatores culturais, políticos, econômicos e sociais que con-
dicionam a criação da norma. Como um exemplo de fonte material, temos as manifestações dos operários por si
ou por seus sindicatos. (LAPA; KERTZMAN), 2018, p.43)

b) Fontes Formais: são as próprias normas jurídicas trabalhistas, que ainda podem ser classificados como fontes
heterônomas e fontes autônomas. As quais, passaremos ver a seguir: (ROMAR, 2018, p.66)
b.1) Fontes Heteronômas: essas fontes seriam as originárias do estado, as leis, com forças imperativas.
Ex: Constituição Federal, Leis, Medidas Provisórias, Tratados, Convenções Internacionais, Jurisprudência e Doutrinas.
b.2) Fontes Autonômas: são provenientes da vontade dos próprios agentes sociais, estabelecem contratualmente
ou unilateralmente as normas que irão disciplinar seu relacionamento e os direitos laborais além daqueles já
previstos legalmente. (MARTINS FILHO, 2010, p. 77).

Ex: Acordos Coletivos de Trabalho, Convenções Coletivas, Regulamento Empresarial, Costumes, Contratos de Tra-
balho e Laudo Arbitral.

FIQUE ATENTO!
É muito importante que os candidatos ao concurso do TRT 15ª Região, saibam quais fontes são conside-
radas autônomas e quais fontes são consideradas heterônomas. Segue a baixo um quadro exemplifica-
tivo para fácil memorização
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Quadro disponível em: https://www.estudegratis.com.br/dicas/fontes-do-direito-do-trabalho.

Hierarquia das fontes do direito do trabalho

Já no Direito do Trabalho, não se verifica a mesma disposição hierárquica, pois ele é norteado pelo Princípio da
Norma mais Favorável, que fora criado com a finalidade de balancear a desigualdade existente entre o empregado
e empregador, fortalecendo aquele através da possibilidade de aplicar-lhe a norma que mais lhe for benéfica e não
necessariamente aquela que se encontra hierarquicamente superior a pirâmide normativa. (LAPA; KERTZMAN, 2018, p.
55).
Neste mesmo diapasão, conclui-se que as normas a serem aplicáveis não tem um regramento explicito como nos
demais direitos, ou seja, elas seguem preferencialmente em benefício do obreiro, ficando a norma mais favorável no
topo da pirâmide e a norma menos favorável na base da pirâmide.
Ainda assim, vale ressaltar, que atualmente com a nova redação da Lei nº 13.467/2017, conforme previsão no
art.620 da CLT, o mesmo dispõe que, o que foi determinado no acordo coletivo, prevalecerá sobre a convenção
coletiva de trabalho.
Não obstante, por fim, mais uma exceção ao princípio em tela, encontra-se nos “empregados hipersuficientes”. Isso
porque as convenções, acordos e contratos destes, podem conter determinações menos favoráveis, mas que serão
aplicadas no caso concreto. (LAPA; KERTZMAN, 2018, p. 56).

DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DOS TRABALHADORES

Como sabemos, a Constituição Federal é a norma máxima e obrigatória entre todos os cidadãos. Nela consistem as
leis fundamentais que rege todo o funcionamento do Brasil.
Assim, no art. 7º da CF, até o inciso XXXIV, contém os direitos básicos do trabalhador urbano e rural, que passamos
a analisar a seguir:
Os três primeiros incisos do art. 7º dispõe sobre o direito do trabalhador em ter sua relação protegida de dispensa
arbitraria ou sem justa causa, promovendo ainda, indenização compensatória e outros direitos, bem como, o direito a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

receber seguro desemprego e Funda de Garantia – FGTS.


Do inciso IV ao VIII, o texto constitucional aborda o instituto do salário. Ou seja, fixa um salário mínimo (para asse-
gurar a dignidade da pessoa humana), estabelece piso salarial, protege a redução do salário (podendo fazer apenas por
acordo e convenção coletiva), tal como, o direito a percepção do 13º salário.

Em continuidade aos dispostos nos incisos IX ao XV, eles abordam o direito do trabalhador noturno a receber su-
periormente ao diurno, protege ao salário do trabalhador, a possibilidade do obreiro fazer parte nos lucros da empresa
(conforme definido em lei), direito ao trabalhador baixa renda de perceber salário família, protege a jornada do traba-
lhador de 8h diárias não superiores a 44h semanais (exceto por lei especial ou convenção/acordo coletivo), estabelece
jornada especial para os funcionários que trabalham em turno ininterrupto (6h diárias), como também, a garantia ao
trabalhador ao repouso semanal remunerado - DSR.

139
Já os incisos XVI ao XXI, dispõem sobre a hora extra dência deste e mediante salário. Exemplo: operador de
a ser remunerado no percentual de 50% a mais da hora máquinas, que trabalha 5 dias por semana, 44 (quarenta
norma, direito ao gozo de férias remuneradas mais 1/3, e quatro) horas semanais, sob ordens e dependência de
concede a gestante o direito de licença maternidade de seu empregador, além de receber salário.
120 dias remunerados, bem como, a licença paternidade,
protege a mulher no mercado de trabalho e garante ao - Relações de trabalho lato sensu
trabalhador o direito de receber aviso prévio proporcio-
nal estabelecendo o mínimo de 30 dias. O  trabalho avulso é aquele em que o trabalhador
Mais adiante, os incisos XXII ao XXVIII, nos apresen- presta serviços de curta duração para distintos beneficiá-
ta os direitos dos trabalhadores quanto a proteção do rios, com intermediação de terceira entidade, SEM víncu-
trabalhador por meio de normas de higiene e seguran- lo de emprego nos termos da CLT, PORÉM, se igualando
ça, adicional para atividades penosas, insalubres e peri- em direitos com os trabalhadores com vínculo emprega-
gosas, direito a aposentadoria, assistência educacional tício permanente.
aos filhos de até 5 anos de idade a creches e pré-escola, A relação de emprego é aquela em que pessoa física
conhecimentos das convenções coletivas e acordos co- presta serviços de natureza não eventual e de forma pes-
letivos, proteção face a automação, como também, ao soal a empregador, sob a dependência e subordinação
seguro contra acidentes. deste, mediante salário.
Por fim, os últimos 6 incisos que vão do XXIX ao O trabalho autônomo é aquele em que o trabalha-
XXXIV, garante ao trabalhador o direito de ação quanto dor exerce as suas atividades por sua conta e risco, sem
aos créditos trabalhistas (prazo de 5 anos prescricional, subordinação com o seu contratante.
até o limite de 2 anos do termino do contrato de tra- O  trabalho eventual é aquele prestado ocasional-
balho), coíbe a diferenciação de salário por distinção de mente, para realização de determinado evento, em que o
sexo, idade, cor ou estado civil, proíbe qualquer discrimi- trabalhador, em regra, desenvolve atividades não coinci-
nação no tocante ao salário ou admissão do deficiente dentes com os fins normais da empresa contratante, não
se fixando a uma fonte de trabalho.
físico, impede a distinção entre trabalho manual, técni-
Referidos institutos e seus conceitos foram retirados
co, intelectual e outros, coíbe ainda o trabalho a menores
do concurso do TRT 20. em 2012. Houve exploração do
de 18 anos em locais insalubres, perigosos ou noturnos (a
tema através de questões elaboradas pela FCC. (Dispo-
não ser como aprendiz, a partir dos 14 anos) e por último,
nível em:
estabelece a igualdade entres os trabalhadores de vínculo
permanente e o trabalhador avulso.
<http://www.macetesparaconcurseiros.com.
Esses são os direitos trabalhistas compostos no art. 7º
br/2015/07/relacoes-de-trabalho-lato-sensu.html . Aces-
da CF. No entanto, importante ressaltar que os artigos 8º so em 22 de abril de 2018).>
ao 11º também diz respeito aos trabalhadores. A título de
informação, cabe uma leitura rápida com atenção nesses DOS SUJEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO
artigos fazendo referência a nova Reforma Trabalhista,
pois, muitos deles adquiriram uma nova interpretação. Empregado
DA RELAÇÃO DE TRABALHO E DA RELAÇÃO DE De acordo com o que preceitua o art. 3º da CLT, o
EMPREGO empregado é toda pessoa física que presta serviços de
natureza não eventual ao empregador, sob dependência
O conceito de relação de trabalho é amplo e abran- deste e mediante salário.
gente. Isto é, consiste em ser todo contrato de atividade Os requisitos básicos para identificar o empregado
em que participe o trabalhador, nas mais diversas mo- (configurar o vínculo empregatício) são:
dalidades de serviços. A expressão engloba a relação de Pessoalidade – contrato é realizado por pessoa físi-
emprego, a relação autônoma de trabalho, a relação de ca, contratado por suas características, não podendo ser
trabalho eventual, de trabalho avulso e de trabalho tem- substituída na prestação dos serviços, salvo hipóteses
porário. (MEIRA, 2013) excepcionais.
Nem toda relação de trabalho poderia ser considera- Não Eventualidade (habitualidade) – assiduidade.
da como uma relação de emprego, mas toda relação de c) Subordinação jurídica – prevista em lei, art. 2º da
emprego pode ser considerada como relação de traba- CLT, em respeito ao contrato de trabalho.
lho. Esclarece-se que, somente a relação de emprego é d) Onerosidade – a principal prestação do laborador
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

especialmente protegida por normas trabalhistas e pela é desenvolver sua atividade profissional, ao passo
Consolidação das Leis do Trabalho, o que não ocorre nas que, a principal contraprestação do empregador é
demais relações de trabalho. Exemplo: Desenhista cria lo- realizar o pagamento do trabalho prestado.
gotipo para empresa. Esse profissional participa de uma
relação de trabalho, visto que não preenche os requisitos São elementos não essenciais para caracterizar o Vín-
do art. 3º da CLT. (MEIRA, 2013) culo:
Já a relação de emprego seria aquela protegida pela Exclusividade – a CLT não exige exclusividade, pode
Consolidação das Lei Trabalhistas – CLT, conforme esta- ter vários vínculos empregatícios, não precisa de baixa
belece o art. 3º da CLT, dispondo que toda relação de em- de carteira. Se o empregador exigir exclusividade, deve
prego existe quando toda pessoa física presta serviços de haver uma contraprestação para que compense a exclu-
natureza não eventual a um empregador, sob a depen- sividade.

140
Local da Prestação do Serviço – qualquer local. Art. 2º – Considera-se empregador a empresa, indivi-
Nível cultural/grau de escolaridade (art. 3º, CLT) – in- dual ou coletiva, que, assumindo os riscos da ativida-
dependente do grau, tendo os requisitos do vínculo é de econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
empregado. Não pode abrir mão disto. pessoal de serviço.
Art. 474 – A suspensão do empregado por mais de 30
Outros tipos de empregados: (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do
Empregado em domicílio – é o empregado em tele- contrato de trabalho. (Rescisão Indireta – por culpa do
trabalho. empregador – empregado ficará afastado das ativida-
Empregado Doméstico – presta serviços contínuos des, sem remuneração, tempo para férias, etc. Deverá
à pessoa ou à família no âmbito residencial (motorista, receber todas as verbas como se tivesse sido dispensado
babá, enfermeira contratada). sem justa causa).
Empregador Rural – aquele que trabalha para empre-
gador rural independentemente da atividade por ele exer- (Disponível em: https://rodrigotrt4.wordpress.com/
cida. trabalho/dos-sujeitos-do-contrato-de-trabalho-stricto-
-sensu-do-empregado-e-do-empregador-conceito-e-
Empregador  -caracterizacao-dos-poderes-do-empregador-no-con-
trato-de-trabalho/. Acesso em: 22 de abril de 2018).
Em conformidade com o disposto pelo art. 2º da CLT,
o empregador seria a empresa individual ou coletiva, DA ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admi-
te, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. A possível possibilidade de alteração no contrato de
trabalho do empregado está fundamentada no artigo
1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos 468 da CLT, conforme podemos ver a seguir:
exclusivos da relação de emprego, os profissionais
liberais, as  instituições de beneficência, as  asso- Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é
ciações recreativas ou outras instituições sem fins lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
lucrativos, que admitirem trabalhadores como em- consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
pregados. direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob
2º – Sempre que uma ou mais empresas, tendo, pena de nulidade da cláusula infringente desta garan-
embora, cada uma delas, personalidade jurídica tia.
própria, estiverem sob a direção, controle ou ad- Apesar da previsão legal de possibilidade de realiza-
ministração de outra, ou ainda quando, mesmo ção de alterações no contrato de trabalho pelo empre-
guardando cada uma sua autonomia, integram gador, para sua validade, elas precisam obedecer às limi-
grupo econômico, serão responsáveis solidaria- tações como: mutuo consentimento e não pode resultar
mente pelas obrigações decorrentes da relação de nenhum prejuízo de nenhuma ordem ao trabalhador.
emprego. Essas são as alterações das quais o empregador não
precisa do consentimento do empregado. Já outras al-
Princípio da Alteridade – o empregador assume ex- terações, para que possam ser realizadas, necessitam da
clusivamente os riscos da atividade econômica. Não divi- concordância do empregado, tais como: promoção (mo-
de os prejuízos com os empregados. dificação salarial e de responsabilidades), transferência
de local de serviço (com mudança de domicilio), como
Poderes do empregador no contrato de trabalho também a alteração em quantidade de horas laboradas
pelo trabalhador.
O empregador possui vários poderes em cima do tra- Importante ainda destacar que, ainda há alterações
balhador que serão destacados entre eles: que o empregador pode realizar sem o consentimento
a) Poder de Direção – correspondência na subordina- do empregado, porém, ele deve manter a essência do
ção jurídica do prestador. contrato de trabalho. Exemplo:
b) Poder de Organização – escolher o ramo de ativi- a) Alteração do local de trabalho desde que não haja
dade, delimitar o mercado, estabelecer linha hie- a mudança de domicílio,
rárquica, definir a forma como o trabalho será rea- b) Alteração do turno de trabalho (de manhã para
lizado. Ex: criação de um quadro de carreira. tarde ou de noturno para diurno);
c) Poder de Controle – autoridade para realizar fisca- c) Alteração de função, desde que não represente re-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lização a prestação do serviço, com horário de iní- baixamento para o empregado;


cio e fim, utilização de EPIs, fiscalização do correio d) Transferência para localidade diversa da qual resul-
eletrônico (e-mail corporativo), até mesmo a revis- tar do contrato no caso do empregado que exer-
ta dos Empregados (revistas íntimas são vedadas, e ça cargo de confiança;
as revistas pessoais, sem que envolvam nudez, são e) Transferência quando ocorre extinção do estabele-
admitidas desde que com cautela e razoabilidade). cimento;
d) Poder Disciplinar – prerrogativa de aplicar penali- f) Transferência do empregado para localidade di-
dades ou sanções ao trabalhador no caso de des- versa da qual resultar do contrato quando desta
cumprimento do contrato de trabalho. Ex: adver- decorra necessidade do serviço, sob pagamento
tência (verbal ou escrita), suspensão disciplinar. suplementar, nunca inferior a 25% do salário;

141
g) Alteração da função, por motivo de atestado do INSS, no intuito de readaptar o empregado à alguma deficiência,
física ou mental, ocorrida durante o contrato de trabalho.

Além do mais, existem alterações que são totalmente proibidas, como: rebaixamento de função e redução de salá-
rio, e todas sujeitas a consequências.

ALTERAÇÃO UNILATERAL E BILATERAL

De acordo com o art. 468 da CLT, somente é lícita a alteração contratual por mútuo consentimento, desde que não
haja prejuízos diretos ou indiretos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente.
Em regra, a alteração contratual unilateral (emanado do empregador), é ilícita, pois pressupõe arbitrariedade. Isso
significa que, são lícitas apenas as alterações contratuais realizadas em concordância por ambas as partes.
Ressalta-se que, a regra é proibição de alteração contratual por parte do empregador, porém, há casos previstos na
lei, que possibilita a realizar mudanças nos contratos como consta no art. 469, §1º, 2º e 3º da CLT:

Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resul-
tar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exercerem cargos de confiança e aqueles
cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência.
§ 2º É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.
§ 3º Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que
resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento
suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localida-
de, enquanto durar essa situação.

O JUS VARIANDI

O jus variandi é o poder de direção exercido nos espaços em branco do contrato de trabalho, sendo por meio dele que o
empregador introduz unilateralmente, mas sempre dentro de certos limites, variações em relação à prestação de serviços
do empregado e à organização empresarial. (ROMAR, 2018, p. 483.)
A aplicação desse instituto não afeta a matéria principal do contrato, apenas o seu desenvolvimento. Ainda assim,
mediante ponderação e razoabilidade.
Importante lembrar, que as cláusulas básicas do contrato não podem ser modificadas, pois a inalterabilidade con-
tratual é a regra, sendo as alterações uma exceção prevista no art. 468 da CLT.
Desta forma, o jus variandi do empregador não se confunde com as alterações do contrato de trabalho, mesmo
ambas as situações referirem a possibilidade de modificações contratuais. (ROMAR, 2018, p. 484)

DA SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

A suspensão no contrato de trabalho seria uma paralisação na execução do contrato, a qual ocorre de forma tran-
sitória desobrigando as partes a cumprirem o que estava pactuado.
Quando o empregado está suspenso, o mesmo não trabalha, não recebe salário e não há contagem de tempo de serviço
para fins trabalhistas, isto é, há a suspensão dos efeitos do contrato, preservando ainda sua vigência. (ROMAR, 2018, p.503).
Já a interrupção no contrato de trabalho, o empregado, por sua vez, deixa de prestar serviços, mas continua rece-
bendo normalmente seu salário durante todo o período. O período de interrupção conta como tempo de serviço, como
também, tem o recolhimento do INSS e FGTS. (LAPA KARTZMAN, 2018, p. 396)

Suspensão Interrupção
Salário Não existe Existe
Trabalho Não existe Não existe
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tempo de Serviço (INSS e FGTS) Não Conta Conta


Quadro (LAPA, KERTZMAN, 2018, P. 396)

- Efeitos no contrato
Ao tocante nos efeitos do contrato de trabalho, o empregador é proibido de realizar a dispensa sem justa causa
enquanto perdurar a suspensão e a interrupção, como também, os empregados são assegurados nas duas modalida-
des, o retorno as atividades exercendo sua função, e de auferir todas as vantagens que tenha sido atribuídas em sua
ausência, conforme art. 471 da CLT.

142
- Hipóteses de interrupção c) Afastamento de dirigente Sindical
a) Faltas Justificadas – nessa hipótese o empregado Conforme art. 543, §2º da CLT, ocorre a suspensão no
tem-se a necessidade de faltar do labor, no entan- contrato de trabalho o empregado eleito para car-
to, é justificadamente, e devido a isso os dias em go sindical ou representação profissional para que
que o contrato estiver interrupto, ele receberá nor- ele possa desempenhar suas funções.
malmente, de acordo com o art. 473 da CLT. d) Participação em greve
Exemplo: 1- Falecimento do filho, irmão, esposa – in- O artigo 7º da Lei de Greve dispõe que o emprega-
terrupção de 2 dias consecutivos; 2- Casou – inter- do que participar da greve, terá seu contrato de
rupção de 3 dias consecutivos; 3- Levar filho em trabalho suspenso, e não receberá seu salário no
consulta médica de até 6 anos – pode interromper decorrer deste período.
1 vez no ano. Insta salientar que quando, por estipulação de norma
b) Férias, Feriados e Repouso Semanal Remunera- coletiva, laudo arbitral ou decisão da justiça, ocor-
do rer o recebimento do salário, essa hipótese passará
Nesses três casos, a lei tutela o trabalhador para po- a ser considerada como interrupção.
der não laborar e mesmo assim receber seu salário e) Empregado Eleito Diretor
normalmente, bem como contar todo esse período Nessa hipótese, o diretor é diferente do funcionário,
como tempo de serviço. pois o diretor participa da gestão da empresa, não
c) Lockout sendo subordinado. Desta forma, não recebe salá-
O lockout consiste em realizar greve contra o empre- rio, o que ele recebe é pro-labore, ao passo que o
gador, pois o mesmo, não fornece os instrumen- empregado recebe salário. Súmula 269 TST (LAPA;
tos indispensáveis para a realização da atividade KERTZMAN, 2018, p. 406)
laboral. f) Acidente e Doença com nexo Ocupacional
Conforme prevê o art. 17 da Lei 7.783/89, em caso Quando o empregado adoece ou se envolve em um
do empregado realizar a “greve”, ficará respaldado acidente decorrido de suas funções laborais, e ne-
o direito dele a receber seu salário e contar como cessita se afastar por mais de 15 dias, o contra-
tempo de serviço esse período em paralisação. to de trabalho do empregado ficará suspenso, no
d) Incapacidade para o trabalho entanto, será contado como tempo de serviço e o
Quando o trabalhador esta doente, ou ocorre algum empregador precisa depositar as parcelas referen-
acidente que o impossibilita de laborar por até 15 tes ao FGTS.
dias, o contrato de trabalho do mesmo ficará inter- g) Acidente e Doença sem Nexo Ocupacional
rupto por este prazo, e ele receberá normalmente Ocorre quando o empregado adoece ou se envolve
seu salário, como também, esses 15 dias computa- em um acidente sem qualquer conexão com suas
rá como tempo de serviço. funções laborais. Nessa hipótese não há contagem
e) Aborto não criminoso de tempo, nem o pagamento de parcelas referente
Nessa hipótese, não há atividade laboral, mas a em- ao FGTS.
pregada receberá salário-maternidade, que é di- h) Serviço Militar Obrigatório
ferente de salário (o que sai do bolso do empre- Essa hipótese ocorre semelhante ao acidente e doen-
gador). Destaca-se que o salário maternidade é ça com nexo ocupacional, pois, apesar do empre-
benefício previdenciário, no entanto, para a maio- gado não laborar, pois está em serviço militar, há
ria das doutrinas, essa hipótese continua sendo in- a computação do tempo de serviço, bem como,
terrupção de salário. tem-se a necessidade do empregador efetuar o
f) Licença Maternidade pagamento do FGTS.
A licença maternidade é um direito da empregada I) Aposentadoria por Invalidez
gestante, de no mínimo 120 dias, cujo início po- Nessa hipótese, o trabalhador deixa de exercer suas
derá ocorrer entre o 28º dia antes do parto. (LAPA, atividades laborais em função de uma incapacida-
KERTZMAN, 2018, p. 401) de para o trabalho. Desta forma, há a interrupção
Conforme o item acima, esse beneficio também é no contrato de trabalho, e se perdura até enquanto
previdenciário, porém, também configura hipótese permanecer a condição de incapacidade. Art. 475
de interrupção no contrato. da CLT.

- Hipóteses de suspensão DA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Suspensão Disciplinar
Ocorre quando o empregado comete uma infração Essa modalidade de rescisão contratual ocorre quan-
média e o empregador o adverte aplicando uma do o empregado comete alguma falta grave, conforme
suspensão disciplinar. elencado no art. 482 da CLT que apresenta as seguintes
Referida possibilidade tem previsão legal no art. 474 hipóteses:
da CLT e informa que a suspensão pode ser de no - improbidade: ato lesivo ao patrimônio do emprega-
máximo 30 dias. dor. Ex: Roubo.
b) Falta injustificada - incontinência de conduta: comportamento irregular
Tendo em vista o empregado não ter fornecido uma com a moral sexual. Ex: Acesso a site pornográfico.
justificativa plausível a falta, como o mesmo não - mau procedimento: comportamento irregular. Ex:
laborou, não receberá salário. Adulteração de cartão de ponto.

143
- negociação habitual ou em serviço: informa a clien- DISPENSA ARBITRÁRIA
te da empresa que possui produtos com valores
inferiores ou iguais ao do empregador, ou que tem A rescisão contratual arbitrária, também chamada de
outra loja que tem produto com menor custo. “sem justa causa”, é a rescisão contratual unilateral por
- condenação criminal sem sursis: é a condenação do parte do empregador.
empregado transitado e julgado, do qual ocorre a Ou seja, o empregador não gostaria mais de ficar com
prisão sem o direito a suspensão da pena. o empregado, e desta forma, rescinde o contrato de tra-
- desídia: Falta de cuidado, zelo na realização das ati- balho dele, indenizando-o de todos seus direitos, isto é,
vidades laborais. efetuará o pagamento das seguintes verbas rescisórias:
- embriaguez habitual ou em serviço: nessa hipótese Saldo de Salário, aviso prévio, 13º salário proporcional,
só ocorre a dispensa quando a embriaguez não for Férias vencidas (se houver) +1/3, férias proporcionais +
considerada causa de doença. 1/3 e a indenização de 40 % do FGTS.
- violação de segredo da empresa: divulgação não
autorizada de segredos da empresa. CULPA RECÍPROCA
- indisciplina: descumprimento de ordem geral de
serviço. Este instituto é aplicado sempre quando houver a fal-
- insubordinação: descumprimento de ordem pessoal ta culposa dos dois polos da relação trabalhista.
de serviço. Nos termos do art. 484 da CLT e da Súmula 14, a in-
- abandono de empregado: ausência continuada no denização do FGTS que seria em 40% será efetuado em
trabalho. 20%, tendo em vista a rescisão contratual ter ocasionado
- ato lesivo da honra e boa fama: empregado ofende por culpa do empregado e do empregador.
por palavra ou gesto a qualquer um da empresa Neste diapasão, o empregador terá que efetuar o pa-
(não é justa causa quando for legítima defesa). gamento das seguintes verbas rescisórias: Saldo de salá-
- ofensas físicas: agressões físicas (não é justa causa rio, 50% do valor do aviso prévio, 50% do valor do 13º
quando for legitima defesa). salário proporcional, Férias vencidas (se houver) +1/3, fé-
- prática de jogos de azar: praticar jogos ilícitos. rias proporcionais + 1/3 e a indenização de 20 % do FGTS.
- perda da habilitação quando for inerente ao desen-
INDENIZAÇÃO
volvimento da função: quando a função exigir car-
teira de habilitação. Ex. Motorista.
Quando o contrato de trabalho é rescindindo sem
culpa do trabalhador, o empregador deve pagar a por-
RESCISÃO INDIRETA
centagem de 40% dos depósitos realizados para o Fundo
de Garantia de Tempo de Serviço. Esse valor é como se
A dispensa indireta define-se como uma forma de
fosse uma multa da qual o empregador paga ao funcio-
extinção do contrato de trabalho por iniciativa do em- nário por dispensá-lo sem culpa.
pregado, provocada por ato faltoso do empregador.
Trata-se de inexecução contratual por parte da empresa DO AVISO PRÉVIO
empregadora.
O art. 483 da CLT apresenta as hipóteses de falta gra- O aviso prévio é o documento exigido nas rescisões
ve do empregador que pode gerar a dispensa indireta contratuais sem justa causa ou pedido de demissões, o
do empregado: qual, o empregador ou o empregado, dá a outra parte,
- Exigir do empregado serviços superiores às suas como ciência de que esta rescindindo o contrato de tra-
forças balho, conforme previsão legal art. 487 à 491 da CLT.
- Exigir serviços defesos por lei No Direito do Trabalho, existem duas formas de aviso prévio:
- Exigir serviços contrários ao bom costume a) Aviso Prévio Trabalhado: o empregado trabalha
- Exigir serviço alheio ao contrato normalmente durante o período, não importando
- Tratar o empregado com rigor excessivo se a decisão de desligamento foi tomada por parte
- Colocar o empregado em situação em que corra dele ou pelo empregador.
perigo manifesto de mal considerável b) Aviso Prévio Indenizado: a empresa dispensa o co-
- Não cumprir as obrigações contratuais laborador e paga a ele o valor correspondente ao
- Praticar contra o empregado ou a sua família, ato seu aviso prévio proporcional, de modo que o fun-
lesivo da honra cionário não precise trabalhar durante o período.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Ofender fisicamente o empregado, salvo em legíti-


ma defesa própria ou de outrem Caso o empregado decida sair da empresa sem dar o
- Reduzir o trabalho do empregado de forma que respectivo aviso prévio, o mesmo deverá indenizar esse
afeta seu salário período o empregador.
O aviso prévio vem com a finalidade de possibilitar ao
Deste modo, o empregador estará vinculado a efe- empregador de achar um novo trabalhador, como também,
tuar o pagamento das seguintes verbas rescisórias: Saldo dar a oportunidade do empregado achar um novo emprego.
de Salário, aviso prévio, 13º salário proporcional, Férias A duração do aviso prévio varia com o tempo que o
vencidas (se houver) +1/3, férias proporcionais + 1/3 e a trabalhador tem de serviço, isto é, se o trabalhador labo-
indenização de 40 % do FGTS. rou na empresa por até 1 ano, para ele será concedido o
aviso prévio de 30 dias.

144
Nesse sentido, a cada 30 dias de aviso prévio, serão vés de inquérito judicial. O empregado detentor de ga-
acrescido mais 3 dias a cada ano de trabalho, podendo rantia de emprego pode ser despedido por justa causa,
chegar ao limite de 90 dias de aviso prévio. Ex: João tra- diretamente.
balhou na empresa “X” por 5 anos, receberá a titulo de
aviso prévio, 42 dias. HIPÓTESES DE ESTABILIDADE NO EMPREGO
Importante ressaltar, que esse período de aviso pré-
vio, também conta para efeitos de tempo de serviço. a) os empregados, urbanos e rurais, salvo os domés-
ticos, não optantes do FGTS, que completaram dez
ESTABILIDADE E GARANTIA DE EMPREGO anos de serviço na mesma empresa ou grupo de
empresas, até 05 de outubro de 1998, também de-
Estas duas figuras não se identificam embora seja nominada estabilidade decenal.
muito próximas. Garantia de emprego é um instituto b) os empregados eleitos para órgãos de administra-
mais amplo que a estabilidade. Compreende, além da ção das entidades sindicais (sindicatos, federações
estabilidade, outras medidas destinadas a fazer com que e correspondentes suplentes, desde o registro da
o trabalhador obtenha o primeiro emprego e a manuten- candidatura até um ano após o final do mandato
ção do emprego conseguido. Relaciona-se com a política (art. 8º, VIII, da CF e o parágrafo 3º do art. 543 da
de emprego. São exemplos: o art. 429 da CLT, que impõe CLT), inclusive os que atuam na atividade rural (pa-
emprego a menores aprendizes; o art. 513 da CLT, que rágrafo único do art. 1º da Lei 5.889/73).
prioriza a admissão de trabalhadores sindicalizados, etc. c) os empregados eleitos por entidade sindical para
A única estabilidade que realmente atingia o objetivo representantes, e respectivo suplente da categoria,
de manter o trabalhador no emprego é aquela adquirida grupo ou ramo profissional em tribunal do traba-
aos dez anos de serviço na mesma empresa, prevista no lho, conselho de previdência social ou colegiado
art. 492 da CLT. Com a criação do FGTS (Lei 5.107/66) de outros órgãos públicos (arts. Citados na alínea
a estabilidade decenal só atingia aos não-optantes do anterior).
sistema do FGTS. A CF/88, por sua vez, tornou o regime d) os empregados eleitos para o cargo de direção e
do FGTS obrigatório. Com isso só possuem estabilidade representação (art. 511 da CLT), a partir do registro
decenal aqueles que adquiriram 10 anos de serviço até da candidatura até um ano após o final do manda-
04.10.88, não sendo optantes do regime do FGTS. to (parágrafo 3º do art. 543 da CLT).
Desta forma a CF de 05.10.88 aboliu o regime da e) os empregados eleitos diretores de cooperativas
estabilidade absoluta, com exceção dos servidores pú- por ele criadas nas empresas em que trabalham
blicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e (Lei 5.764/71);
dos Municípios, da administração direta autárquica e das f) os servidores públicos civis da União, dos Estados,
funções públicas, em exercício na data da promulgação do Distrito Federal e dos Municípios, da adminis-
da constituição, há pelo menos cinco anos continuados, tração direta, autarquias e fundações de direito
admitidos através de aprovação prévia em concurso pú- público, admitidos sob o regime trabalhista (CLT
blico, na forma do art. 37 da Constituição, são considera- – FGTS) e em exercício na data da promulgação da
dos estáveis no serviço público (art. 19 do ADCT). Carta Magna de 1988 há, pelo menos, cinco anos
Face ao exposto, alguns autores consideram a estabi- contínuos, ressalvada a hipótese de cargo, função
lidade decenal e a dos servidores públicos como absolu- ou emprego de confiança ou em comissão (art. 19
ta, sendo as demais estabilidades provisórias, termo este do referido ato).
criticado por alguns autores, tendo em vista que o termo g) os titulares e suplentes da representação dos tra-
estabilidade é contrário ao termo provisório. balhadores no Conselho Nacional (da Previdência
Social, até um ano após o término do mandato (art.
Classificação morfológica mais recente: 3º, parágrafo 7º da Lei 8.213/91).
a) estabilidade definitiva (absoluta): empregado de- h) os titulares e suplentes da representação dos tra-
cenal e empregado público. balhadores no Conselho Curado do FGTS, até um
b) estabilidade temporária (provisória): dirigente sin- ano após o término do mandato (art. 3º, parágrafo
dical, representante dos trabalhadores no CNPS, 9º da Lei 8.036/90).
dirigente de associação profissional; i) os titulares e suplentes de representação da CIPA,
c) garantia de emprego (relativa): cipeiro e gestante; até um ano após o término do mandato (art. 10, II,
d) garantias especiais (híbridas): acidentado, menor a, do ADCT e 165 da CLT).
aprendiz matriculado no SENAI ou no SENAC (DL
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

j) à empregada, desde a confirmação da sua gravi-


8.622/46), Lei 9.029/95 (art. 4) e NR-7, precedentes dez até cinco meses após o parto (art. 10, II, “b”
normativos 80 (empregado alistando), 85 (empre- do ADCT).
gado aposentando), 77 (empregado transferido) l) ao empregado que sofreu acidente do trabalho
e as garantias de emprego provenientes de Sen- pelo prazo de doze meses, após a cessação do au-
tenças normativas, acordos coletivos e convenções xílio-doença  acidentária da Previdência Social,
coletivas. independentemente da percepção de auxílio-aci-
dente (art. 118 da Lei 8.213/91).
Diferença essencial entre estabilidade e garantia de
emprego: o empregado estável só pode ser despedido
quando cometer falta grave devidamente apurada atra-

145
ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO DIRIGENTE SINDI- limitado aos membros eleitos para cargos de direção da
CAL CIPA, baseado no fato de não ter a CF/88 conferido ex-
pressamente alcance a outros membros.
Nos termos do art. 8, VIII da CF/88 e do parágrafo 543
da CLT: é vedada a dispensa do empregado sindicalizado, GARANTIA DE EMPREGO (ESTABILIDADE HÍBRI-
a partir do registro de sua candidatura a cargo de direção DA) DO EMPREGADO QUE SOFREU ACIDENTE DO
ou representação sindical até um ano após o final de seu TRABALHO
mandato, caso seja, eleito, salvo se cometer falta grave,
nos termos da Lei (art. 482 da CLT). Esta disposição es- O art. 118 da Lei 8.213/91 garante ao empregado, ví-
tende-se aos trabalhadores rurais atendidas as condições tima de acidente do trabalho, o emprego por 12 meses
estabelecidas pelo art. 1 da Lei 5.889/73. após a cessão do auxílio-doença acidentário.
O empregado que renunciar à sua função de dirigen- Quem se acidenta e volta ao serviço, nos primeiros
te sindical, estará renunciando, consequentemente, sua quinze dias de afastamento remunerado pela empresa,
estabilidade, ficando passível de dispensa arbitrária. não é contemplado com a garantia de emprego durante
Cumpre observar, ainda, que esta estabilidade abran- o período acima indicado. Assim é porque, nos termos
ge somente aos dirigentes sindicais da categoria a que da lei específica, o pressuposto da questionada garantia
pertencerem os empregados, não estendendo-se a cate- é a percepção do auxílio-doença acidentário a qual só se
goria profissional diversa. efetua a partir do 16º dia após o acidente.
O empregado dirigente sindical não poderá ser im- Esse assunto suscita dúvida pois o art. 7º, I, da CF/88
pedido de prestar suas funções, nem ser transferido para dispõe como direito do trabalhador urbano e rural “re-
local ou cargo que lhe dificulte ou torne impossível o de- lação de emprego protegida contra despedida arbitrá-
sempenho de suas atribuições sindicais. ria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar,
que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos”, sendo constantemente utilizado como tese de
ESTABILIDADE RELATIVA (GARANTIA DE EMPRE-
defesa ser carente de lei complementar, geralmente não
GO) DE EMPREGADO MEMBRO DA CIPA
obtendo êxito.
Para analisarmos esta hipótese de estabilidade provi-
GARANTIA DE EMPREGO DA EMPREGADA GES-
sória, faz-se necessário descrever dois dispositivos legais,
TANTE
senão vejamos:
Dispõe o caput  do art. 165 da CLT (decreto-lei n.º Dispõe o art. 10, “b”, do ADCT que possui garantia
5.452 de 1º.05.1943): «os titulares da representação dos de emprego da confirmação da sua gravidez até cinco
empregados nas CIPA(s) não poderão sofrer despedida meses após o parto.
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar Sinale-se que a base de início da estabilidade é a con-
em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financei- firmação da gravidez, e não sua comprovação, a garantia
ro». referida independe de ter, a empresa, ciência do alegado
Reza o inciso II, do art. 10 do ato das disposições fato.
constitucionais transitórias que “até que seja promul- Na prática, é bom dizer-se, a estabilidade da gestante
gada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da tem muito de relativa, pois sua curta duração não per-
Constituição, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem mitirá a reintegração no emprego, se houver despedida
justa causa do empregado eleito para cargo de direção injusta ou arbitrária pelo empregador, antes de sua ex-
de comissões internas de prevenção de acidentes, desde piração, dada a reconhecida demora na tramitação dos
o registro de sua candidatura até um ano após o final de processos de dissídios trabalhistas. Assim, reconhecido
seu mandato”. o direito da empregada gestante, e estando terminando
Lavra controvérsia sobre a extensão, ou não, dessa o prazo de garantia, sua reparação se resolve pelo paga-
proteção aos suplentes dos membros empregados da mento de salários e todas as demais vantagens corres-
CIPA. pondentes ao período do afastamento ilegal.
Predomina na jurisprudência atual o entendimento de Analisadas as hipóteses mais comuns de estabilidade,
que tal estabilidade entende-se ao suplente da CIPA funda- abordaremos alguns aspectos essenciais acerca deste as-
mentando-se sobretudo porque se os suplentes forem dis- sunto e que invariavelmente geram dúvidas.
pensados livremente pelo empregador, surgirá impossibili-
dade de cumprir-se a lei no caso de um titular da CIPA ficar ESTABILIDADE E CONTRATO POR PRAZO DETER-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

impedido de prosseguir no desempenho de seu mandato. O MINADO


Enunciado n.º 339 do TST, de 22.12.1994, da guarida a este
entendimento. A estabilidade decorrente de contrato de trabalho
Destaca-se que essa garantia só favorece ao suplente por prazo indeterminado impede dispensa do emprega-
do representante dos empregados. do. Entretanto, no término normal de contrato por pra-
Outra questão acerca deste assunto que suscita dú- zo determinado, inclusive de experiência que é o mais
vida de interpretação da lei é em relação ao alcance da comum, o desligamento será possível no último dia do
estabilidade a todos os membros titulares (art. 165 da contrato, sem ônus para a empresa, porque a hipótese
CLT) ou somente aos que exercem cargos de direção (art. não será de dispensa, mas de desligamento decorrente
10, II, “a” do ADCT) na CIPA. O entendimento predomi- da extinção normal do contrato, face à transitoriedade
nante a esse respeito, posiciona-se favorável ao alcance desta modalidade contratual.

146
ESTABILIDADE E AVISO PRÉVIO Desta forma, só é válida a rescisão contratual de em-
pregado estável quando o mesmo pede demissão sendo
É inadmissível a concessão de aviso prévio a empre- assistido por seu respectivo sindicato, ou se não houver,
gado que goza de garantia de emprego, considerada a perante autoridade local competente do Ministério do
diversidade da natureza jurídica de ambos os institutos. Trabalho (Delegacias Regionais), ou pela Justiça do Tra-
O aviso prévio objetiva a procura de um novo empre- balho, na forma do art. 500 da CLT.
go e a estabilidade propicia tranquilidade ao empregado É recomendável, na homologação final, fazer constar
no sentido de que pode contar com o emprego atual, que o trabalhador tem ciência de que está abrindo mão
sendo, assim suas finalidades diversas e anatômicas. dos direitos decorrentes da estabilidade, de forma a estar
Assim, quando a empresa demiti-lo sem justa causa, se demitindo conscientemente. Esta anotação, entretan-
deverá conceder-lhe o aviso prévio após o último dia de to, não se faz obrigatório, servindo apenas para evitar
estabilidade, para não suprimir 30 dias de tempo de ser- futura ação judicial com base em fraude.
viço do empregado.
Quando à ocorrência do fato gerador da estabilidade REINTEGRAÇÃO DO EMPREGADO
no curso do aviso prévio, não é pacífico o entendimen-
to no sentido de ser ou não devido o direito à garantia Em se tratando de reintegração de empregado, a
de emprego, face a inexistência de legislação específica princípio deverá ser observado o disposto na própria
a respeito. Todavia o entendimento predominante é de sentença judicial, sendo que, na omissão desta, pode-
que a estabilidade adquirida durante o prazo de aviso rá haver a compensação das verbas pagas em rescisão
prévio não impossibilita a rescisão do contrato de traba- contratual, na forma de desconto a ser acordada entre
lho respectivo eis que já sujeito a termo. as partes, computando-se todo o tempo posterior à dis-
pensa, inclusive o período em que o empregado ficou
APOSENTADORIA E ESTABILIDADE parado aguardando decisão judicial.
Na hipótese dos valores pagos a título de rescisão
Outro aspecto que gera dúvida é se a aposentadoria do
contratual serem insuficientes quando comparados aos
empregados estável extingue a estabilidade? Depende da
salários que deveriam ter sido pagos durante o período
continuidade ou não do contrato de emprego celebrado.
em que o empregado ficou afastado aguardando a deci-
Se o empregado estável se aposentar mas perma-
são judicial, sobre a diferença a ser paga ao empregado
necer em vigor o mesmo contrato, ele continua estável.
haverá incidência previdenciária.
Entretanto, se com a aposentadoria extinguir-se o pacto
Para que a reintegração se concretize, com todos os
laboral, sendo posteriormente recontratado o emprega-
do não possui mais estabilidade. seus efeitos jurídicos, pouco importa que o empregador
haja obtido outro emprego durante o afastamento ou
EXTINÇÃO DA ESTABILIDADE que a empresa tenha sofrido alteração na sua proprie-
dade.
O direito de estabilidade no emprego visa a impe- Entretanto, quando o Juiz verificar a impossibilidade
dir, como já registramos, que o empregador, quando lhe de reintegração do empregado, poderá determinar a in-
convier, denuncie o respectivo contrato de trabalho, pa- denização dos valores devidos a empregado durante ao
gando, embora, ao empregado, a indenização proporcio- longo do processo, caso seja formulado, obviamente, o
nal ao tempo de serviço. Daí dizer-se que o empregado pedido alternativo de reintegração ou indenização.
estável tem direito ao emprego, não podendo dele ser
despedido senão nas hipóteses expressamente previstas < https://jus.com.br/artigos/1197/estabilidade-e-ga-
em lei, na forma e nas condições que ela estabelecer. Se rantia-de-emprego>
o empregado estável praticar uma falta grave, seu em-
pregador poderá demiti-lo, mas terá de provar, perante
a Justiça do Trabalho, a prática dessa falta dela obter a DA DURAÇÃO DO TRABALHO; DA JORNADA DE
prévia autorização para resolver o contrato de trabalho TRABALHO
(arts. 494 e 652, letra “b”, da CLT).
É importante ressaltar que se o empregador não sus- A jornada de trabalho é o tempo que o empregado
pender o empregado e requerer o inquérito judicial no fica a d isposição do empregador, aguardando ou execu-
prazo de até trinta dias, contados da suspensão, enten- tando ordens em dado período (dia ou semana), como
de-se que há perdão tácito nos termos do art. 453 da decorrência do contrato de trabalho. É o tempo máxi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CLT, decaindo tal direito mo previsto para a execução dos encargos decorrentes
Baseado no princípio fundamental do Direito do Tra- da relação de emprego, sem a prestação de serviços ex-
balho da Irrenunciabilidade de Direitos o empregado não traordinários. (SUSSEKIND, p. 812)
pode renunciar direito de estabilidade. Mesmo quando Ainda assim, definida pela Constituição Federal, em
ocorrer extinção do estabelecimento em que o estável tra- seu art. 7º, XIII, a jornada regular de trabalho é de 8 horas
balha e haverem outras filiais em funcionamento, o empre- diárias ou 44 horas semanais, com acréscimo máximo de
gado só poderá transferi-lo sem a sua anuência, se ocorrer 2 horas extras por dia.
motivo de força maior (acontecimento extraordinário e im- Importante ressaltar, que a Reforma Trabalhista trou-
previsível, que o empregador não der causa, ex.: incêndio, xe 2 grandes mudanças significativas quanto a esse tó-
enchente), nos termos do art. 498 da CLT. Caso contrário o pico.
empregador deverá indenizá-lo em dobro (art. 497 da CLT).

147
a) Tempo a Disposição: Conforme previsão legal no art. 4º, §2º da CLT, não será mais considerado tempo á disposi-
ção quando o empregador por escolha própria, buscar proteção pessoal (em caso de más condições climáticas
ou de vias públicas perigosas) bem como, entrar ou permanecer na empresa para realizar atividades particulares
como: lazer, descanso, estudo, alimentação e etc.

Ainda assim, no art. 58, §2º da CLT, o legislador acabou com as horas in itinere, não considerando mais o tempo
despendido de casa ao trabalho como tempo a disposição em nenhuma hipótese.

b) Livre estipulação da jornada de trabalho: Atualmente com a inovação do texto legal que traz o art. 611-A da CLT,
a jornada de trabalho poderá ser estabelecida através de acordo coletivo e convenção coletiva de trabalho, pois
esses documentos prevaleceram quanto a CLT.

Ainda assim, no art. 611-B da CLT, passou adequar 50% sobre o valor da hora normal, em casos em que o trabalha-
dor laborar no período noturno e também realizar horas extras.
Com a implantação do art. 611-A da CLT, a jornada de trabalho alterou-se, principalmente, nesses seguimentos:

12x36

A possibilidade de adequar esse tipo de jornada a qualquer contrato de trabalho, a partir de convenção e acordo
coletivo, é uma inovação que veio junto com a Lei nº 13.467/2017.

Jornada Parcial

A jornada parcial, atualmente, possibilita através de acordo e convenções coletivas a aplicação do empregado labo-
rar 30 horas semanais sem possibilidade de realização de horas extras, ou então, laborar por 26 horas semanais, com
até 6 horas extras.

Sobreaviso e prontidão

O regime de horas de prontidão é previsto no art. 244, §3º da CLT e é caracterizado quando o trabalhador fica nas
dependências da empresa aguardando ordens. A escala de prontidão não pode ultrapassar 12 horas, as quais serão
remuneradas à base de 2/3 do valor da hora normal de trabalho.
Já o regime de horas em sobreaviso, está previsto no art. 244, §2º da CLT e estabelece que o empregado aguardará
eventual chamado em sua residência , de acordo com as escalas que o empregador realizar, não podendo ultrapassar
24 horas, as quais são remuneradas com 1/3 do valor da hora normal de trabalho.

PERÍODOS DE DESCANSO

O período de descanso do trabalho serve para o funcionário se recompor psicologicamente, fisicamente, bem
como, manter a higiene pessoal e alimentação.
Neste diapasão, além dos descansos comuns (intervalo intrajornada e interjornada) que veremos a seguir, em algu-
mas profissões é obrigatório um intervalo diferenciado para a continuação e prosseguimento do trabalho. Veja abaixo
o quadro ilustrativo, com alguns exemplos:

ATIVIDADE DURAÇÃO DO TRABALHO DURAÇÃO DO INTERVALO


Serviços de digitação 90 minutos 10 minutos
Serviços de ambiente artificialmente frio 1 hora e 40 minutos 20 minutos
Serviço em minas de subsolo 3 horas 15 minutos
Jornada de Trabalho para menores Jornada normal 15 minutos
Serviço de Telefonia 3 horas 20 minutos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Amamentação _ 2 intervalos de 30 minutos

INTERVALO PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO

Os períodos de repouso podem ser considerados tanto em relação a jornada diária de trabalho, como ao módulo
semanal de jornada. No primeiro caso, abrangem os intervalos que devem ser concedidos durante a jornada de traba-
lho (intervalo intrajornada), já no segundo caso, é o intervalo que separam de uma jornada de outra (intervalo inter-
jornada). Na segunda hipótese, referem-se aos descansos semanais que devem ser concedidos entre uma semana e a
outra de trabalho e, ainda, aos feriados que, por força de lei, excepcionalmente impõem descanso aos empregados. Por
fim, também deve assegurar as férias aos empregados, que é dado anualmente.

148
- Intervalo intrajornada TRABALHO NOTURNO, TRABALHO EXTRAORDI-
Nos termos do art. 71 da CLT, em qualquer traba- NÁRIO E SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE HORAS
lho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo não remu- O trabalho noturno tem a tutela prevista em lei, e
nerado para repouso ou alimentação, o qual será, ocorre quando o empregado trabalho no período notur-
no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou no.
contrato coletivo em contrário, não poderá exce-
der à 2 duas horas. -Das 22h às 5h
No entanto caso o trabalhador laborar entre 4h e 6h, -hora noturna reduzia=
ele terá 15 minutos de descanso. EMPREGADO URBANO
52´30´´
-Adicional de 20%
FIQUE ATENTO! -Agricultura: 21h às 5h
O intervalo para repouso e alimentação po- -Pecuária: 20h às 4h
derá ser alterado para menos de 1h e no EMPREGADO RURAL - Não há hora noturna
mínimo 30 minutos, ou até mesmo a cima reduzia
de 2horas a partir de acordo ou convenção -Adicional de 25%
coletiva, conforme previsão legal no art. -Das 19h às 7h
611-A, III da CLT - Não há hora noturna
PORTUÁRIOS
reduzia
Em caso de supressão desse intervalo, o empregador -Adicional de 20%
deverá indenizar o trabalhador, de acordo com o art. 71,
-Das 20 às 5h
§4º da CLT, com acréscimo de no mínimo 50% sobre a
ADVOGADOS -Não há hora noturna
hora normal.
EMPREGADOS reduzia
-Adicional de 25%
- Intervalo interjornada
O intervalo interjornada está previsto no art. 66 da MENOR DE 18 ANOS Proibido
CLT, o qual tutela o direito do trabalhador em descansar
o período de 11 horas consecutivo após uma jornada de Com a realização do trabalho noturno surge para o
trabalho. empregado o direito ao recebimento do adicional no-
Caso o empregador desrespeite esse intervalo, ele turno, o qual esta fundamentado no art. 73 da CLT, e sua
será compelido a pagar a integralidade das horas sub- remuneração terá um acréscimo de no mínimo 20%, so-
traídas acrescidas de 50% da hora normal do empregado. bre a hora diurna.
Importante destacar que, existe situações excecionais
como: regime de trabalho 12x36 e o de revezamento, - Horas extras
que não dão direito a esse intervalo, pois são organiza- A jornada extraordinária é realizada além da jornada
dos de outra forma. normal do trabalhador, seja máxima ou especial. A jor-
nada extraordinária pode ocorrer tanto antes do início
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO da jornada normal, como após o seu término, ou ainda,
durante a jornada quando existir trabalho nos intervalos
Consagrado pelo art. 7º, XV da CF e art. 65 da CLT, é intrajornadas. (ROMAR, 2018, p. 363)
assegurado aos empregados um descanso de no mínimo A jornada extraordinária tem como cumprimento má-
24 horas consecutivas, uma vez na semana, preferencial- ximo 2 horas extras e deverá ser remunerada com acrés-
mente aos domingos, recebendo a devida remuneração. cimo mínimo de 50% sobre a hora normal, aplicando-se
Esse descanso é obrigatório, e em caso de supressão os seguintes divisores:
por parte do empregador, o mesmo deve fornecer outro -jornada de trabalho de 44 horas semanais: divisor
dia de folga compensatória ou então, pagá-lo em dobro 220
pelo trabalho exercido. Ainda assim, vale lembrar, que o -jornada de trabalho de 40 horas semanais: divisor
art. 611 da CLT possibilidade a mudança conforme con- 200
venção ou acordo coletivo. -jornada de trabalho de 6 horas diárias: divisor 180
Importante destacar, as faltas injustificadas do em-
Quanto a jornada em locais insalubres, é permitido ao
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pregado durante a semana, implicam na perca do direito


trabalhador realizar hora extraordinária, no entanto, ten-
ao descanso semanal remunerado, bem como em des-
do a licença prévia do Ministério do Trabalho, conforme
conto salarial do dia.
art. 60 da CLT. Porém, o art. 611-A, XII da CLT, dá a possi-
bilidade do empregador, através de convenção e acordo
Destaca-se, ainda, que em turnos específicos como:
coletivo (afastando a prévia autorização do Ministério do
12x36, a remuneração pactuada abrange o sistema men-
Trabalho), poderão dispor sobre a realização de horas ex-
sal, não sendo devida remuneração a cerca de eventual
tras em locais insalubres.
“supressão” (Art. 59-A, §1º da CLT). Ainda assim, destaca-se, que para as jornadas 12x36
também fora permitida a realização de horas extras em
locais insalubres de acordo com o parágrafo único do
art. 60 da CLT.

149
A realização de horas extras habituais, iraá integrar o salário do obreiro para todos os efeitos legais, refletindo em
parcelas trabalhistas (13º salário, férias, fgts, dsr, aviso prévio, parcelas previdenciárias, gratificações e indenizações por
tempo de serviço. Súmulas 115 e 24 do TST)

- Horas extras por força maior ou de serviços inadiáveis


Com previsão legal no art. 61 da CLT, é possível a realização de horas extras em decorrência de serviços inadiáveis,
necessidade imperiosa e decorrente de força maior.
Caso estejam presentes esses requisitos, o empregador esta dispensado da obrigatoriedade de previsão em con-
venção ou acordo coletivo, bem como, comunicação prévia ao Ministério do Trabalho, podendo assim exigir do empre-
gado o labor em jornada extraordinária, remunerando-o 50% a mais da sua hora normal.

- Supressão de horas extras.


Caso o empregado realize horas extras habituais, conforme a súmula 291, o empregador que desejar retirá-las,
deverá indenizar o obreiro em um mês para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço
acima da jornada normal.

- Sistema de compensação de jornada


O instituto da compensação de jornada surgiu para substituir o pagamento das horas extras que o trabalhador
realizava dentro da empresa.
Assim, para haver a compensação, fora criado o “banco de horas semestral”, o qual esta previsto no art. 59,§5º da
CLT e pode ser estabelecido por acordo individual escrito, e também, foi criado o banco anual, conforme rege o art.
611-A da CLT. Vejamos:
CLT. art. 59º,§ 5º. O banco de horas de que trata parágrafo § 2º deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual
escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
(...)

II- banco de horas anual;


Outra mudança drástica fora quanto o entendimento sobre as horas extras, conforme traz o art. 59-B da CLT:
CLT, art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando estabeleci-
da mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normais diárias se
não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.

Ex: O empregado que trabalha com banco de horas que foi feito por acordo tácito, que não é permitido somente
por acordo escrito, trabalhou durante 44 horas na semana sendo que, laborou alguns dias mais que oito horas e nos
outros dias trabalhou de modo que completou às 44 horas da semana. Por mais que tivesse dias que ele trabalhou
mais que 8 horas, ele não ultrapassou a duração máxima semanal de 44 horas. Portanto, ele não vai receber as horas
que ele trabalhou a mais como extra, somente fará jus ao adicional de 50% sobre cada uma delas. (MELO SOUSA, 2017)
A Lei nº 13.467/2017 também inovou com o art. 59-B, parágrafo único, CLT, afirmando que a prestação de horas ex-
tras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas. Indo com isso de encontro
ao que era entendido na Súmula 85, IV, TST. (MELO SOUSA, 2017)
SÚMULA 85, IV, TST. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada.
Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias
e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional de trabalho extraordinário.

Período de
Forma do Acordo de Compensação
Compensação
Anual Convenção Coletiva ou Acordo Coletivo
Semestral Convenção Coletiva, Acordo Coletivo ou Acordo individual escrito
Mensal Convenção Coletiva, Acordo Coletivo ou Acordo individual escrito ou tácito.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

QUADRO (ROMAR, 2018, p. 368)

Ainda assim, lembra-se, que existe a compensação de horas extras dentro da semana, ou no máximo, compensada
dentro de uma semana para outra.
Semana inglesa: ocorre quando o empregado realiza hora extra em um dia, e dentro daquela mesma semana, compensa
aquela hora extra trabalhada. Ex: Trabalha-se 4 horas a mais de segunda a sexta, para poder no sábado tirar de folga.
Semana espanhola: ocorre quando em uma semana o empregado labora a mais, para que possa compensar na
outra semana. Ex: labora 48 horas semanais, nesta semana, pois, na próxima, ele irá laborar 40h.
Esses dois tipos de compensações podem ser realizados através de acordo individual expresso ou tácito, entre o
empregado e o empregador.

150
DO SALÁRIO-MÍNIMO De 24 a 32 faltas 12 dias
Nos dias de hoje, o salário mínimo é regido pela Lei Mais de 32 faltas Perde o direito de férias
nº 12.382/2011 e foi criado com a finalidade de reduzir as
extremas diferenças de valores entre as regiões e catego-
rias profissionais do país. FIQUE ATENTO!
Ainda assim, resguardado pelo art. 7, IV da CF/88, o Candidato, memoriza apenas a primeira li-
salário mínimo é uma proteção do salário remuneratório nha do quadro que ensina até 5 faltas injus-
do trabalhador, afim de se coibir valores absurdamente tificadas. Para as linhas seguintes do quadro,
baixos em relações trabalhistas, no intuito de fornecer basta observar que o número de faltas cres-
uma vida digna ao obreiro e sua família. ce de 09 em 09 dias, ao passo que a duração
Tendo sua previsão em lei, o salário mínimo é nacio- das férias diminui de 06 em 06.
nalmente unificado, sendo proibido pagamento a menor
e deve atender necessidades básicas como: moradia, ali-
mentação, educação, lazer, higiene, transporte, vestuário #FicaDica
e previdência social. (ROMAR, 2018, p. 454)
Se tiver familiares laborando dentro da
Irredutibilidade e garantia mesma empresa, os mesmo poderão ter a
oportunidade de gozar as férias juntos, se o
O Princípio da Irredutibilidade Salarial está consagra- evento não causar prejuízo para a empresa
do no art 7º, VI, da Constituição Federal, trazendo em e se fizerem o pedido, conforme o art. 136,
seu texto normativo que o salário do trabalhador é §1º da CLT.
irredutível, salvo convenção ou acordo coletivo que Ainda assim, importante destacar que o art.
autorize essa redução. 136, §2º, informa que os estudantes pos-
Deste modo, a possibilidade de redução salarial res- suem o direito de tirar férias junto com as
salva a autorização do sindicato, pois o princípio em tela, férias escolares.
ansiava por proteção do salário do obreiro, afim de im-
possibilitar a instabilidade financeira.
Concessão e época das férias
Contudo, importante lembrar, que o art. 611 da CLT,
autorizou a ampla flexibilização e, apesar de ter enume- Após adquirir o direito das férias, o gozo das férias
rado as matérias que podem ser negociadas (reduzidas ocorrerá no período concessivo. O qual se encontra nos
ou suprimidas), o seu caput aponta a expressão “entre ou- 12 meses seguintes.
tras”, permitindo a ampliação dos direitos submetidos à Conforme o art.136 da CLT, é o empregador quem
negociação coletiva. (CASSAR, 2017, p. 60). escolhe quando o empregado ira tirar férias. No entanto,
o mesmo tem o dever de avisa-lo com antecedência mí-
DAS FÉRIAS nima de 30 dias.
O art. 7º, XVII da Constituição Federal, declara que Remuneração e abono de férias
todos os empregados tem o direito de férias remunera-
das anualmente, com pelo menos 1/3 de acréscimo no O pagamento das férias será realizado 2 dias antes do
salário. início do descanso, conforme art. 145 da CLT, e será pago
O trabalhador adquirirá o direito de Férias, após la- a título de férias, o valor correspondente ao salário do
borar 12 meses, e terá o direito de tirar 30 dias de férias. empregado, acrescido das demais verbas salariais com
As férias são períodos de descanso que devem ser mais um 1/3 do salário.
usufruídos ao longo da vigência do contrato de trabalho, Ex: Funcionário ganha o valor de R$ 1000,00, e mais
pois tem a finalidade de permitir que o empregado re- R$ 500,00 de outras verbas salariais. O salário do em-
componha suas energias físicas e mentais, para que volte pregado totaliza R$ 1.500,00. Quando for sair de férias,
a sua função laboral revitalizado. o mesmo ganhará R$ 1.500,00 mais 1/3 do salário que é
R$ 500,00, os quais totalizam uma verba de R$ 2.000,00.
Normalmente, o tempo de férias para o trabalhador Em caso de rescisão contratual antes de completar 12
que laborou por 12 meses, é de 30 dias de descanso. meses. O empregador deverá pagar férias proporcionais
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Caso o trabalhador faltou do trabalho justificadamen- ao obreiro, na forma que tem-se que calcular o valor das
te, nada se altera nesses dias, caso o trabalhador faltou férias, com o respectivo terço. Encontrado o valor, divi-
injustificadamente, será aplicada as férias da seguinte de-se por 12 (número de meses do período aquisitivo)
maneira de acordo com o art. 130 da CLT. e em seguida multiplica-se pela quantidade de meses
trabalhados (incluindo projeção do aviso prévio). (LAPA,
KERTZMAN, 2018, p. 294).
FALTAS INJUSTIFICADAS DURAÇÃO DAS FÉRIAS
Até 5 faltas 30 dias Já no caso do empregador não conceder as férias no
De 6 a 14 faltas 24 dias período correto ou não conceder em período nenhum,
o mesmo deverá efetuar o pagamento das férias em do-
De 15 a 23 faltas 18 dias bro, conforme o art.134 e 147 da CLT.

151
Após ter alcançado o período aquisitivo, o emprega- O art. 458 da CLT, também traz PRESTAÇÃO IN NATURA,
do entra no período concessivo. Nesse período conces- fornecidos ao trabalhador, por força do contrato de trabalho
sivo de 12 meses, o empregador é obriga a conceder as ou gerado pelo costume, também INTEGRA O SALÁRIO.
férias ao funcionário, sob pena de efetuar o pagamento
em dobro, conforme Sumula 450 do TST.
#FicaDica
- Fracionamento e Abono de Férias Salário: salário base + comissões/porcenta-
Com a Reforma Trabalhista, o instituto do fraciona- gens + gratificações ajustadas + diárias de
mento das férias alterou, e atualmente fundamentado viagem que ultrapassem a 50 % do salário +
pelo art. 134, §1º, trouxe a possibilidade de fracionamen- abonos + outras parcelas previstas em lei +
to das férias em 3 períodos. Deve-se atentar-se, que um parcelas salariais voluntariamente concedi-
desses períodos não podem ser menor que 14 dias, e o das pelo empregador + utilidades
restante, não pode ser inferior a 5 dias. (ROMAR, 2018, p. 411).
Neste mesmo diapasão, a Reforma Trabalhista revogou
o §2º,134 da CLT, dando possibilidade de fracionamento
das férias dos maiores de 50 anos e menores de 18 anos. Importante lembrar, que com a Reforma Trabalhista,
Ainda assim, como uma inovação, o art. 134, §3º da CLT, o acordo coletivo e convenção coletiva tem prevalência
vedou a concessão de férias aos trabalhadores em 02 dias que sobre a lei quando dispuserem sobre remuneração por
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. produtividade, incluindo as GORJETAS percebidas pelo
No tocando ao abono de férias, insta salientar, que o empregado, e remuneração por desempenho individual
empregado tem a opção de converte 1/3 de suas férias (art. 611-A, IX, CLT) (ROMAR, 2018, p. 411).
em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe
seria devido nos dias correspondentes. Modalidades de salário
Importante ter em mente, que o abono terá de ser
requerido com até 15 dias antes do término do período - Salário mínimo
aquisitivo, e o valor pecuniário não pode ser superior a
Nos dias de hoje, o salário mínimo é regido pela Lei
20 dias, conforme dispões o art. 144 da CLT.
nº 12.382/2011 e foi criado com a finalidade de reduzir as
extremas diferenças de valores entre as regiões e catego-
DO SALÁRIO E DA REMUNERAÇÃO
rias profissionais do país.
Ainda assim, resguardado pelo art. 7, IV da CF/88, o
a) Salário: é a remuneração correspondente à con-
salário mínimo é uma proteção do salário remuneratório
traprestação pecuniária paga ao empregado em
do trabalhador, afim de se coibir valores absurdamente
decorrência da sua prestação de serviços. Isto
é, o salário é uma das parcelas da remuneração, baixos em relações trabalhistas, no intuito de fornecer
equivalente ao valor pago diretamente pelo em- uma vida digna ao obreiro e sua família.
pregador ao empregado como contraprestação Tendo sua previsão em lei, o salário mínimo é nacio-
da relação de emprego, abrangendo os períodos nalmente unificado, sendo proibido pagamento a menor
de interrupção do contrato de trabalho (art. 457, e deve atender necessidades básicas como: moradia, ali-
CLT). O valor do salário abrange as parcelas contra mentação, educação, lazer, higiene, transporte, vestuário
prestativas que o empregador paga ao emprega- e previdência social. (ROMAR, 2018, p. 454)
do. (ROMAR, 2018, p. 403).
b) Remuneração: seria o gênero do qual o salário é a - Piso salarial
espécie. A remuneração consiste em ser a totalida- O piso salarial esta previsto no art. 7º, V da CF, com
de dos ganhos do empregado, pagos diretamente fundamento no parágrafo único do art. 22 da CF, que es-
ou não pelo empregador. tabelece que a lei complementar poderá autorizar os Es-
tados a legislar sobre questões especificas das matérias
Composição do salário relacionadas no artigo, entre elas, Direito do Trabalho, Lei
complementar nº 103/2000, autoriza Estados e o Distrito
O art. 457, §1º da CLT, estipula os elementos que Federal a instituir, mediante proposta de iniciativa do Po-
compõe o salário do trabalhador que são: salário base, der Executivo respectivo, piso salarial para empregados
gorjetas, comissões, porcentagens e gratificações pa- que não o tenham fixado por lei federal ou norma coleti-
gas pelo empregador. va (ROMAR, 2018, p. 455).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ainda no §2º, 457 da CLT, as importâncias habituais,


pagas a título de ajuda de custo, limitando a 50% da re- - Profissional
muneração mensal, vedado ao pagamento em dinheiro, O salário profissional fixado por lei, corresponde ao
as diárias para viagens e os prêmios, NÃO INCORPO- mínimo de salário que pode ser pago aos integrantes de
RAM AO CONTRATO DE TRABALHO, NEM INTEGRAM uma determinada profissão regulamentada, assim consi-
REMUNERAÇÃO, E TAMBÉM NÃO CONSTITUEM BASE derada regulada por estatuto próprio, temos como exem-
DE INCIDÊNCIA DE ENCARGO TRABALHISTA E PREVI- plo, os médicos, dentistas, engenheiros e etc (ROMAR,
DÊNCIÁRIO. (ROMAR, 2018, p. 410). 2018, p. 456).
Ainda assim, a lei determina o pagamento de nature-
za salarial para: 13º salário, adicionais de remuneração se
pagos com habitualidade.

152
- Normativo
Tem como base a categoria profissional, e estabelece, #FicaDica
através dos acordos e convenções coletivas ou senten- VALE REFEIÇÃO: tem caráter salarial quando
ças normativas, um valor base para que seja instituído na é fornecido por força de contrato de traba-
categoria e não podendo ser menor do que o pactuado. lho. O qual passa a integrar o salário para
Respectivo salário, conforme OJ SDC 25 do TST, não fere todos os efeitos legais, conforme SUMULA
o principio da isonomia salarial previsto no art. 7º, XXX da CF. 241 TST.
Ainda assim, ressalta-se, que a PN 67 do TST, informa ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO PAT:
que o serviço contratado por produção, não poderá ter Quando a refeição for fornecida pelo Pro-
como remuneração o valor inferior da diária correspon- grama de Alimentação do Trabalhador
dente ao salário normativo. (PAT), O VALOR NÃO INTEGRA O SALÁRIO
DO TRABALHADOR, conforme OJ SDI-1
Formas e meios de pagamento do salário 133, TST e OJ SDI-1 413, TST.

O salário utilidade ou salário in natura, conforme pre-


visão no art. 458, CLT, prevê este modo como um meio de Ainda assim, importante ficar em alerta, pois, o con-
realizar o pagamento do salário ao empregado, porém, trato de trabalho realizado entre o funcionário e o em-
NUNCA através de drogas nocivas ou bebidas alcoólicas. pregador é de extrema importância quanto a forma,
Para a caracterização das prestações in natura, é meio e dia do pagamento, sendo que ambos terão que
necessário preencher os seguintes requisitos (ROMAR, seguir o que foi ajustado no documento.
2018, p. 431):
I) Habitualidade; 13º salário
II) A prestação deve ser considerada um ganho para
o trabalhador; O 13º salário ou Gratificação natalina (comumente
III) A prestação não é indispensável para a realização denominada) corresponde ao montante da remuneração
do trabalho; recebida pelo empregado no mês de dezembro, sendo
que o cálculo levará em consideração não apenas o sa-
Ainda no art. 458, §2º da CLT, estabelece que os se- lário base, mas sim todas as verbas de natureza salarial
guintes itens fornecidos pelo empregador, não constitui recebidas pelo empregado (Súmulas 45, 60 e 139 TST).
salário in natura: (LAPA, KERTZMAN, 2018, p. 332).
I) Vestuários, equipamentos e outros acessórios for- Nos casos em que o trabalhador não tenha laborado por
necidos aos trabalhadores e utilizados no local de 12 meses até o mês de dezembro, o valor do décimo terceiro
trabalho para a prestação do serviço; será pago proporcional. Ex: Contrato de trabalho iniciou-se
II) Educação, em estabelecimento de ensino próprio em Outubro. O 13º salário será pago na fração de 3/12 avos.
ou de terceiros, compreendendo os valores rela- Ainda assim, destaca-se, que se considera laborado
tivos a matricula, mensalidade, anuidade, livros e 1 mês inteiro, se o trabalhador laborou a fração igual ou
material didático; superior a 15 dias, se laborou a menor, não considera-se
III) Transporte destinado ao deslocamento do tra- um mês para efeito de pagamento de 13º salário.
balho, EM PERCURSO SERVIDO OU NÃO POR O pagamento do décimo terceiro salário será efetua-
TRANSPORTE PÚBLICO; do em duas parcelas: a primeira, à titulo de adiantamen-
IV) Assistência médica, hospitalar e odontológica, to, será pago uma só vez ao empregado entre os meses
prestada diretamente ou através de seguro-saúde; de fevereiro e novembro de cada ano. O seu valor será
V) Seguros de vida e acidentes pessoais; calculado à base de 50% do salário do mês anterior ao
VI) Previdência Privada; seu pagamento. A segunda parcela será paga ATÉ o dia
VII) Valor correspondente a Vale-Cultura; 20/12 de cada ano, tomando-se por base a remuneração
de dezembro e compensando-se o valor do adiantamento.
(ROMAR, 2018, p. 472).
FIQUE ATENTO!
Através do artigo 458, §2º, iii da clt, acabou NOÇÕES DE CONTRATO ADMINISTRATIVO,
o direito de “horas in itinere”
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

INCLUINDO A IN 5/2017;

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5/2017

A Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017,


do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG) dispõe sobre as regras e diretrizes do procedi-
mento de contratação de serviços sob o regime de exe-
cução indireta no âmbito da Administração Pública fede-
ral direta, autárquica e fundacional.

153
A Instrução é composta de seis capítulos, quais sejam: Entretanto, nos termos da legislação em estudo, as
a) Disposições Gerais, atividades auxiliares, instrumentais ou acessórias às fun-
b) Do Procedimento da Contratação, ções e atividades acima definidas podem ser executadas
c) Do Planejamento da Contratação, de forma indireta, sendo vedada a transferência de res-
d) Da Seleção do Fornecedor, ponsabilidade para realização de atos administrativos ou
e) Da Gestão do Contrato e, a tomada de decisão para o contratado.
f) Disposições finais. Quando a contratação envolver instituição sem fins
lucrativos, o serviço contratado deverá ser executado
Como principal característica da Instrução Norma- obrigatoriamente pelos profissionais pertencentes aos
tiva 5/2017 pode ser citada a importância dada à Fase quadros funcionais da instituição (art. 12).
de Planejamento da Contratação, que ficou detidamente O artigo 14 da lei define os serviços comuns como
delineada e instrumentalizada por elementos indispen- aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade pos-
sáveis à boa aquisição, já que, nas previsões legislativas sam ser objetivamente definidos pelo ato convocatório,
anteriores, não havia a figura da Equipe de Planejamento. por meio de especificações usuais do mercado.
A instrução normatiza em estudo ainda nos trouxe Já os serviços contínuos são aqueles que, pela sua
outros agentes de fiscalização subjetiva, tais como os fis- essencialidade, visam atender à necessidade pública de
cais técnicos, administrativos, setoriais, e público usuário, forma permanente e contínua, por mais de um exercício
bem como de fiscalização objetiva, como por exemplo financeiro, assegurando a integridade do patrimônio pú-
o pagamento pelo fato gerador na prestação de servi- blico ou o funcionamento das atividades finalísticas do
ços continuados de mão de obra exclusiva. Ademais, o órgão ou entidade, de modo que sua interrupção possa
instrumento normativo previu expressamente a figura do comprometer a prestação de um serviço público ou o
Instrumento de Medição de Resultado e a necessidade cumprimento da missão institucional (art. 15).
de nexo vertical entre as finalidades dos órgãos por meio Conforme o artigo 16, os serviços considerados não
do planejamento anual de contratação. continuados ou contratados por escopo são aqueles que
impõem aos contratados o dever de realizar a prestação
Assim, a nova Instrução buscou se adequar às novas
de um serviço específico em um período predetermina-
tendência de governança e gestão nas aquisições públi-
do, podendo ser prorrogado, desde que justificadamen-
cas.
te, pelo prazo necessário à conclusão do objeto, obser-
Ao fazer referência às características da terceirização
vadas as disposições da Lei de Licitações (Lei 8666/93).
dos serviços, a instrução normativa dispõe que o obje-
Por seu turno, os serviços com regime de dedicação
to da licitação será definido como prestação de serviços,
exclusiva de mão de obra, nos termos do artigo 17, são
sendo vedada a caracterização exclusiva do objeto como
aqueles em que o modelo de execução contratual exi-
fornecimento de mão de obra. ja, dentre outros requisitos, que:
Por sua vez, a prestação de serviços de que trata a 1) os empregados da contratada fiquem à disposição
Instrução Normativa em estudo não gera vínculo empre- nas dependências da contratante para a prestação
gatício entre os empregados da contratada e a Admi- dos serviços;
nistração, vedando-se qualquer relação entre estes que 2) a contratada não compartilhe os recursos humanos
caracterize pessoalidade e subordinação direta. e materiais disponíveis de uma contratação para
O artigo 8º da instrução normativa prescreve que po- execução simultânea de outros contratos; e
derá ser admitida a contratação de serviço de apoio ad- 3) a contratada possibilite a fiscalização pela contra-
ministrativo, admitindo-se pela Administração, em rela- tante quanto à distribuição, controle e supervisão
ção à pessoa encarregada da função, a notificação direta dos recursos humanos alocados aos seus contra-
para a execução das tarefas. tos.
Já nos termos do artigo 9º da instrução normativa,
não serão objeto de execução indireta na Administra- No tocante ao planejamento da contratação, a ins-
ção Pública federal direta, autárquica e fundacional: trução normativa estabelece no artigo 20 que, para cada
1) atividades que envolvam a tomada de decisão ou serviço a ser contratado, tal planejamento consistirá nas
posicionamento institucional nas áreas de planeja- seguintes etapas:
mento, coordenação, supervisão e controle; I - Estudos Preliminares;
2) atividades consideradas estratégicas para o órgão II - Gerenciamento de Riscos; e
ou entidade, cuja terceirização possa colocar em III - Termo de Referência ou Projeto Básico. Os artigos
risco o controle de processos e de conhecimentos seguintes da instrução normativa (artigos 21 a 32) de-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e tecnologias; talham essas etapas, sendo importante a sua leitura


3) as funções relacionadas ao poder de polícia, de re- pelos candidatos.
gulação, de outorga de serviços públicos e de apli-
cação de sanção; e Os artigos 33 a seguintes dispõe sobre a fase de Sele-
4) as atividades inerentes às categorias funcionais ção do Fornecedor, que se inicia com o encaminhamento
abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou enti- do Termo de Referência ou Projeto Básico ao setor de
dade, salvo expressa disposição legal em contrário licitações e encerra-se com a publicação do resultado de
ou quando se tratar de cargo extinto, total ou par- julgamento após adjudicação e homologação.
cialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal. As atividades de gestão e fiscalização da execução
contratual são o conjunto de ações que tem por obje-
tivo aferir o cumprimento dos resultados previstos pela

154
Administração para os serviços contratados, verificar a Após a assinatura do contrato, sempre que a natu-
regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e tra- reza da prestação dos serviços exigir, o órgão ou enti-
balhistas, bem como prestar apoio à instrução proces- dade deverá promover reunião inicial para apresentação
sual e o encaminhamento da documentação pertinente do plano de fiscalização, que conterá informações acerca
ao setor de contratos para a formalização dos procedi- das obrigações contratuais, dos mecanismos de fiscaliza-
mentos relativos a repactuação, alteração, reequilíbrio, ção, das estratégias para execução do objeto, do plano
prorrogação, pagamento, eventual aplicação de sanções, complementar de execução da contratada, quando hou-
extinção dos contratos, dentre outras, com vista a asse- ver, do método de aferição dos resultados e das sanções
gurar o cumprimento das cláusulas avençadas e a solu- aplicáveis, dentre outros (art. 45).
ção de problemas relativos ao objeto (art. 39). Quanto à repactuação e reajuste de preços dos con-
Essas atividades englobam a Gestão da Execução do tratos, a instrução normativa prevê que o ato convocató-
Contrato, Fiscalização Técnica, Fiscalização Administrati- rio e o contrato de serviço continuado deverão indicar o
va, Fiscalização Setorial e a Fiscalização Pública. critério de reajustamento de preços, que deverá ser sob
Nos termos do artigo 40 da IN 5/2017, o conjunto de a forma de reajuste em sentido estrito, com a previsão
atividades de gestão e fiscalização da execução contra- de índices específicos ou setoriais, ou por repactuação,
tual compete ao gestor da execução dos contratos, au- pela demonstração analítica da variação dos componen-
xiliado pela fiscalização técnica, administrativa, setorial e tes dos custos.
pelo público usuário, conforme o caso, de acordo com as Ademais, a repactuação de preços, como espécie de
seguintes disposições: reajuste contratual, deverá ser utilizada nas contratações
I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordenação de serviços continuados com regime de dedicação exclu-
das atividades relacionadas à fiscalização técnica, siva de mão de obra, desde que seja observado o inter-
administrativa, setorial e pelo público usuário, bem regno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos
como dos atos preparatórios à instrução processual e quais a proposta se referir.
ao encaminhamento da documentação pertinente ao Nas repactuações subsequentes à primeira, a anuali-
setor de contratos para formalização dos procedimen- dade será contada a partir da data do fato gerador que
tos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, deu ensejo à última repactuação.
alteração, reequilíbrio, pagamento, eventual aplica- Se houver desconformidade com a proposta, o fiscal
ção de sanções, extinção dos contratos, dentre outros; técnico, na fase da execução contratual, ao verificar que
II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o houve subdimensionamento da produtividade pactuada,
objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes sem perda da qualidade na execução do serviço, deverá
contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, comunicar à autoridade competente do setor de licita-
qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços ções para que esta promova a adequação contratual à
estão compatíveis com os indicadores de níveis míni- produtividade efetivamente realizada, respeitando-se os
mos de desempenho estipulados no ato convocatório, limites de alteração dos valores contratuais previstos no
para efeito de pagamento conforme o resultado, po- § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
dendo ser auxiliado pela fiscalização de que trata o A instrução normativa prevê, ainda, a possibilidade de
inciso V deste artigo; retenção da garantia e de créditos da contratada, pres-
III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento crevendo que, quando da rescisão dos contratos de servi-
dos aspectos administrativos da execução dos serviços ços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,
nos contratos com regime de dedicação exclusiva de o fiscal administrativo deve verificar o pagamento pela
mão de obra quanto às obrigações previdenciárias, contratada das verbas rescisórias ou dos documentos
fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providên- que comprovem que os empregados serão realocados
cias tempestivas nos casos de inadimplemento; em outra atividade de prestação de serviços, sem que
IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da ocorra a interrupção do contrato de trabalho (art. 64). 
execução do contrato nos aspectos técnicos ou admi- No tocante às sanções, identificada a infração ao con-
nistrativos quando a prestação dos serviços ocorrer trato, inclusive quanto à inobservância do prazo fixado
concomitantemente em setores distintos ou em uni- para apresentação da garantia, o órgão ou entidade de-
dades desconcentradas de um mesmo órgão ou en- verá providenciar a autuação de procedimento adminis-
tidade; e trativo específico para aplicação de sanções à contratada
V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acompa- e a consequente rescisão contratual, se for o caso, de
nhamento da execução contratual por pesquisa de sa- acordo com as regras previstas no ato convocatório, na
tisfação junto ao usuário, com o objetivo de aferir os
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

legislação correlata e nas orientações estabelecidas em


resultados da prestação dos serviços, os recursos ma- normativo interno do órgão ou entidade, quando hou-
teriais e os procedimentos utilizados pela contratada, ver, podendo utilizar como referência os Cadernos de
quando for o caso, ou outro fator determinante para a Logística disponibilizados pela Secretaria de Gestão do
avaliação dos aspectos qualitativos do objeto. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
Por fim, quando do encerramento dos contratos, os
Nesse sentido, o preposto da empresa deve ser for- fiscais deverão elaborar relatório final acerca das ocor-
malmente designado pela contratada antes do início rências da fase de execução do contrato, após a conclu-
da prestação dos serviços, em cujo instrumento deverá são da prestação do serviço, para ser utilizado como fon-
constar expressamente os poderes e deveres em relação te de informações para as futuras contratações (art. 70).
à execução do objeto (art. 44).

155
II - Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o
objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes
EXERCÍCIOS COMENTADOS contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade,
qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços
1. (CRESS/GO – Agente Financeiro – Banca Quadrix – estão compatíveis com os indicadores de níveis míni-
2019). Julgue o item. mos de desempenho estipulados no ato convocató-
Nos contratos de terceirização de serviços, cabe aos ór- rio, para efeito de pagamento conforme o resultado,
gãos e às entidades da Administração Pública Federal podendo ser auxiliado pela fiscalização de que trata o
definir o valor da remuneração dos profissionais com ha- inciso V deste artigo;
bilitação superior à dos que são remunerados, no merca- III - Fiscalização Administrativa: é o acompanhamento
do, pelo piso superior. dos aspectos administrativos da execução dos servi-
ços nos contratos com regime de dedicação exclusiva
( ) CERTO ( ) ERRADO de mão de obra quanto às obrigações previdenciárias,
fiscais e trabalhistas, bem como quanto às providên-
Resposta: Certo. Nos termos do art. 5º, VI, da IN cias tempestivas nos casos de inadimplemento;
5/2017: IV - Fiscalização Setorial: é o acompanhamento da
“Art. 5º. É vedado à Administração ou aos seus servi- execução do contrato nos aspectos técnicos ou ad-
dores praticar atos de ingerência na administração da ministrativos quando a prestação dos serviços ocorrer
contratada, a exemplo de: concomitantemente em setores distintos ou em uni-
(...) dades desconcentradas de um mesmo órgão ou en-
VI - definir o valor da remuneração dos trabalhadores tidade; e
da empresa contratada para prestar os serviços, sal- V - Fiscalização pelo Público Usuário: é o acompa-
vo  nos casos específicos em que se necessitam de nhamento da execução contratual por pesquisa de
profissionais com habilitação/experiência superior satisfação junto ao usuário, com o objetivo de aferir
à daqueles que, no mercado, são remunerados pelo os resultados da prestação dos serviços, os recursos
piso salarial da categoria, desde que justificada- materiais e os procedimentos utilizados pela contra-
mente” – grifamos. tada, quando for o caso, ou outro fator determinante
para a avaliação dos aspectos qualitativos do objeto.
2. (FAURGS – Analista de T.I. – UFRGS – 2018). A Instru-
ção Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017, do Ministério
do Planejamento, dispõe sobre as diretrizes para as con- NOÇÕES DE INFORMÁTICA;
tratações de serviços e oferece modelos-padrões para a
administração, por meio de manuais. Dentre as normas,
há previsão da chamada Gestão Contratual, que é a coor- Prezado candidato, este tema já foi abordado na
denação das atividades relacionadas à fiscalização para apostila “Noções de Informática”. Não deixe de con-
garantir a formalização dos procedimentos quanto aos ferir!
aspectos que envolvam a prorrogação, alteração, reequi-
líbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extin-
ção dos contratos, entre outros. Qual das fiscalizações a DIREITOS, DEVERES E
seguir NÃO consta da referida norma? RESPONSABILIDADES DOS SERVIDORES
PÚBLICOS.
a) Fiscalização Técnica.
b) Fiscalização Administrativa.
c) Fiscalização Setorial. REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: A
d) Fiscalização pelo Público Usuário. LEI Nº 8.112/1990
e) Fiscalização por auditores externos.
O regime dos servidores públicos possui ampla pre-
Resposta: Letra E. Nos termos do artigo 40 da IN visão normativa. Além do renomado artigo 37 da Consti-
5/2017, o conjunto de atividades de gestão e fiscali- tuição Federal, no âmbito infraconstitucional temos a Lei
zação da execução contratual compete ao gestor da nº 8.112 de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Fe-
execução dos contratos, auxiliado pela fiscalização derais), isso é, a legislação que institui o regime jurídico
técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário, dos servidores públicos da União, autarquias, fundações,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

conforme o caso, de acordo com as seguintes dispo- agências reguladoras e associações, todas em âmbito fe-
sições: deral. Bastante exigida em concursos públicos, convém
I - Gestão da Execução do Contrato: é a coordena- salientar as principais características a respeito do regime
ção das atividades relacionadas à fiscalização técnica, dos servidores públicos.
administrativa, setorial e pelo público usuário, bem
como dos atos preparatórios à instrução processual e 1. Cargos Públicos: conceito, provimento, efetivi-
ao encaminhamento da documentação pertinente ao dade, estabilidade
setor de contratos para formalização dos procedimen-
tos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, Para todos os efeitos legais, o servidor público está
alteração, reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação intrinsicamente ligado à noção de cargo público. Con-
de sanções, extinção dos contratos, dentre outros; forme dispõe o art. 3º do Estatuto dos Servidores, cargo

156
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades C) Readaptação: é, também, uma forma de provi-
previstas na estrutura organizacional que devem ser co- mento derivado, pois trata-se de hipótese de atri-
metidas a um servidor. Os cargos públicos, acessíveis a buição ao servidor para um cargo com funções e
todos os brasileiros, são criados por lei, com denomina- responsabilidades distintas e compatíveis com a
ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos, limitação que tenha sofrido em sua capacidade
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. física ou mental, verificada em inspeção médica.
A criação, transformação, e extinção de cargos, em- Assim, por exemplo, um motorista de ônibus que
pregos ou funções públicas depende sempre de uma lei sofre acidente e acaba perdendo algum membro
instituidora (art. 48, X, CF/1988). Porém, havendo um car- essencial para dirigir poderá ser readaptado para
go ou função vago, a sua extinção pode se dar mediante executar uma função similar, mas não idêntica a
expedição de decreto pelo Poder Executivo. anterior. Na hipótese do servidor readaptando
Para ocupar um cargo público, é necessário haver o se mostrar completamente inválido para exercer
seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato admi- qualquer cargo, ele será compulsoriamente apo-
nistrativo constitutivo e hábil para a investidura do servi- sentado.
dor no respectivo cargo. Com relação a requisitos para a D) Reversão: outra forma de provimento derivado,
investidura em cargo público, dispõe o art. 5º da Lei nº em que temos o retorno à atividade de um ser-
8.112/1990: “São requisitos básicos para investidura em vidor aposentado por invalidez, ou por puro e
cargo público: simples interesse da Administração, desde que a)
I - a nacionalidade brasileira; tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria te-
II - o gozo dos direitos políticos; nha sido voluntária; c) estável quando na atividade;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício anteriores à solicitação; e) haja cargo vago (art. 25
do cargo; do Estatuto dos Servidores Públicos). A reversão
V - a idade mínima de dezoito anos; far-se-á para o mesmo cargo ou para o cargo re-
VI - aptidão física e mental.” sultante de sua transformação. Em termos de re-
muneração, o servidor que retornar à atividade por
Há diversas formas de provimento dos cargos públi- interesse da Administração perceberá a remunera-
cos, podendo ser classificados em dois grupos: ção do cargo que voltar a exercer, em substituição
da aposentadoria que recebia (art. 25, § 4º, idem).
1) Quanto à durabilidade: O provimento pode ser a) E) Aproveitamento: mais uma forma de provimen-
de caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade to derivado consistente no retorno de servidor em
e até mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou b) disponibilidade, sendo seu regresso obrigatório
em comissão, quando o referido cargo não goza para cargo de atribuições e vencimentos compa-
de estabilidade, podendo o servidor ser destituído tíveis com os do anteriormente ocupados (art. 30
ad nutum. da Lei nº 8.112/1990). Será tornado sem efeito o
2) Quanto à preexistência de vínculo: temos o pro- aproveitamento e cassada a disponibilidade se o
vimento a) originário, que não depende de vincu- servidor não entrar em exercício no prazo legal,
lação jurídica anterior com o Estado (nomeação); salvo comprovada doença por junta médica oficial
ou b) derivado, se o referido servidor já possuía (art. 32, idem).
algum vínculo com o Estado (promoção, remoção, F) Reintegração: é a forma de provimento derivado
readaptação). que ocorre pela reinvestidura do servidor estável
no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re-
O art. 8º da Lei nº 8.112/1990 dispõe sobre as formas sultante de sua transformação, na hipótese de sua
de provimento em cargos públicos: demissão ser invalidada por decisão judicial ou
A) Nomeação: trata-se da única forma de provimen- administrativa, tendo direito também ao ressarci-
to originário, uma vez que não exige uma relação mento de todas as vantagens (art. 28, caput, Lei
jurídica prévia do servidor para com o Estado. A nº 8.112/1990). Encontrando-se provido o cargo, o
nomeação depende sempre de prévia habilitação seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
em concurso público de provas, ou de provas e tí- de origem, sem direito à indenização ou aproveita-
tulos. Além disso, a nomeação poderá ser promo- do em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibi-
vida não somente em caráter efetivo, como tam- lidade (art. 28, § 2º, idem).
bém para os cargos de confiança ou em comissão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

G) Recondução: por fim, a recondução é a forma de


(art. 9º, I e II, da Lei nº 8.112/1990) provimento derivado consistente no retorno do
B) Promoção: é uma forma de provimento derivado, servidor público estável ao cargo anteriormente
haja vista que ela beneficia somente os servidores ocupado, e decorrerá de inabilitação em estágio
que já ingressaram em cargos públicos em caráter probatório relativo a outro cargo, ou ainda pela re-
efetivo. Os demais requisitos para o ingresso e o integração do anterior ocupante (art. 29, I e II, da
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante Lei nº 8.112/1990). Uma situação excepcional é a
promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as da extinção do cargo durante o período de estágio
diretrizes do sistema de carreira na Administração probatório. Nessas condições, segundo a Súmula
Pública Federal e seus regulamentos (art. 10, pará- nº 22 do STF, inexiste direito à recondução, e o ser-
grafo único, da Lei nº 8.112/1990). vidor será exonerado.

157
2. Acumulação de cargo, emprego, e função pú- 4) Indenizações: são valores pagos aos servidores,
blica mas que não integram seus vencimentos. O Esta-
tuto prevê algumas hipóteses de recebimento de
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções indenizações:
públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurídico 4.a) Ajuda de custo por mudança, devida como
brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de cargos e forma de compensar as despesas de instalação de
empregos públicos. Tal proibição se estende, inclusive, servidor que tiver exercício em nova sede, ocorren-
para as entidades da Administração Indireta. O caput do do mudança de seu domicílio;
art. 118 da Lei nº 8.112/1990 dispõe no mesmo sentido: 4.b) Ajuda de custo por falecimento: devido à fa-
“Ressalvados os casos previstos na Constituição, é veda- mília do servidor que vier a falecer na nova sede,
da a acumulação remunerada de cargos públicos”. Ape- sendo devido para custear o transporte para a lo-
sar do referido texto legal dispor sobre agentes públicos calidade de origem;
no âmbito federal, entendemos que também possa ser 4.c) Diárias por deslocamento: devida ao servidor
aplicado aos agentes públicos dos Estados, Municípios, que se afastar, por motivos de serviço, da sede em
e Distrito Federal. caráter transitório, para outro local dentro ou fora
Pela leitura do dispositivo, vemos que a própria Cons- do país, receberá tal indenização como forma de
tituição Federal dispõe de um rol de casos excepcionais ajuda no custeio do processo de mudança;
em que é permitida a acumulação dessas funções. Há en- 4.d) Auxílio-moradia: trata-se de ressarcimento das
tendimento praticamente unânime de que se trata de um despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
rol taxativo, ou seja, são válidas apenas aquelas hipóteses dor com aluguel de moradia ou com hospedagem
de acumulação de cargos. realizado por algum hotel, dependendo do preen-
Assim, as hipóteses de acumulação de cargos consti- chimento de alguns requisitos, como não ter um
tucionalmente autorizadas são: imóvel funcional disponível para uso, seu cônjuge
A) Dois cargos de professor (art. 37, XVI, a); não ser ocupante de imóvel funcional, ou que ne-
B) Um cargo de professor com outro técnico ou cien- nhuma outra pessoa que resida com o servidor re-
tífico (art. 37, XVI, b); ceba a mesma indenização, etc.
C) Dois cargos ou empregos privativos de profissio- 5) Gratificações, Adicionais e Retribuições: O art.
61 do Estatuto dos Servidores Públicos também
nais na área da saúde (art. 37, XVI, c);
prevê o pagamento das seguintes gratificações:
D) Um cargo de vereador com outro cargo, emprego
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
ou função pública (art. 38, III);
chefia e assessoramento;
E) Um cargo de magistrado e outro de magistério
II - gratificação natalina;
(art. 95, par. único, I);
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
F) Um cargo de membro do Ministério Público e ou-
perigosas ou penosas;
tro de magistério (art. 128, § 5º, II, d).
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI - adicional noturno;
3. Direitos e vantagens dos servidores públicos VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do tra-
A Lei nº 8.112/1990, em seus artigos 40 e 41, elenca balho;
diversos direitos e gratificações aos servidores públicos, IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
os quais são de grande importância conhecer. Vejamos
as principais gratificações: O servidor, em relação as férias, fará jus a trinta dias
1) Vencimentos: consiste na retribuição pecuniária de licença para cada 12 meses de serviço, que podem ser
pelo exercício do cargo público, cujo valor é pre- acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de
viamente fixado em lei. Os vencimentos de cargos necessidade do serviço (art. 77, Lei nº 8.112/1990). Pode-
efetivos são, em regra, irredutíveis. rão ser parceladas em até três períodos, desde que assim
2) Remuneração: mais abrangente, é o vencimen- requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
to do cargo, somado a todas as outras vantagens pública, na forma do § 3º do mesmo dispositivo legal.
pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor As licenças estão dispostas nos artigos 81 e seguintes
pago ao servidor público, independentemente de da Lei dos Servidores Públicos Federais. Conceder-se-á
sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigente licença ao servidor:
(art. 39, § 3º, da CF/1988). I - por motivo de doença em pessoa da família;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3) Regime de subsídios: trata-se de uma forma es- II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com-
pecial de remuneração, feita em uma única parcela. panheiro;
O regime de subsídios, previsto no art. 39, § 4º, da III - para o serviço militar;
CF/1988, foi introduzido com a finalidade de coibir IV - para atividade política;
os “supersalários” comumente existentes no regi- V - para capacitação;
me de servidores públicos brasileiros. Importante VI - para tratar de interesses particulares;
ressaltar que recebem por subsídios somente os VII - para desempenho de mandato classista.
Chefes do Poder Executivo, parlamentares, magis-
trados, ministros de Estado, secretários estaduais, Apesar de haver previsão para concessão de licença
membros do Ministério Público e da Advocacia Pú- por prêmio por assiduidade, tal hipótese acabou sendo
blica, entre outros. revogada pela Lei nº 9.527/1997. As licenças, como se

158
depreende, são hipóteses de desligamento temporário c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25
do servidor com o seu respectivo cargo, havendo uma (vinte e cinco) se mulher, com proventos propor-
expectativa para o seu retorno. As licenças poderão ser cionais a esse tempo;
concedidas com ou sem remuneração, a depender de d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
cada situação. e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos pro-
Os afastamentos, que não se confundem com as li- porcionais ao tempo de serviço.
cenças, são hipóteses em que há um desligamento per- B) Auxílio-natalidade (art. 196): tal benefício é de-
manente do servidor com o seu cargo, e em regra, não há vido à servidora por motivo de nascimento de fi-
um prazo determinado para o seu retorno. Estão previs- lho, em quantia equivalente ao menor vencimento
tos nos artigos 93 e seguintes da Lei nº 8.666/1990. São do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
quatro hipóteses: C) Salário-Família (art. 197): é devido ao servidor
I – para servir a outro órgão ou entidade; segundo o número de dependentes econômicos
II – para exercício de mandato eletivo; deste. Para todos os efeitos, são considerados de-
III – para estudos ou missões no exterior; pendentes econômicos, na forma do artigo 197,
IV – para participação em programa de pós-gradua- parágrafo único:
ção stricto sensu dentro do País. I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
Sobre o afastamento para exercício de mandato ele- estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se invá-
tivo (art. 94, Lei nº 8.666/1990), importante frisar que, lido, de qualquer idade;
tratando-se de mandato de Prefeito, o servidor deve ser II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante
afastado, mas poderá optar, dentre as duas remunera- autorização judicial, viver na companhia e às ex-
ções, àquela que lhe for mais vantajosa, (valores maiores, pensas do servidor, ou do inativo;
mais benefícios, etc). Essa é a única exceção: para todos III - a mãe e o pai sem economia própria.
os outros tipos de mandatos, na esfera federal, estadual D) licença para tratamento de saúde (art. 202), de-
e municipal, não há essa possibilidade de escolha de re- pendente de perícia médica, sem prejuízo da re-
muneração. muneração a que fizer jus
E) licença à gestante, à adotante e licença-paterni-
4. Regime Previdenciário dade (art. 207), por prazo não superior a 120 dias,
sem prejuízo da remuneração
O Regime de Previdência dos Servidores Públicos, de- F) licença por acidente em serviço (art. 211), sendo
nominado Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) considerado como acidente em serviço o dano físi-
tem suas políticas elaboradas e executadas pela Secre- co ou mental sofrido pelo servidor, que se relacio-
taria de Previdência do Ministério da Fazenda. Neste ne, mediata ou imediatamente, com as atribuições
Regime, é compulsório para o servidor público do ente do cargo exercido.
federativo que o tenha instituído, com teto e subtetos G) Pensão por morte (art. 215) sendo tal benefício
definidos pela Emenda Constitucional nº 41/2003. devido não ao servidor (por motivos óbvios), mas a
Mas o Regime de Previdência dos Servidores também seus dependentes, incluindo nesse grupo o cônju-
possui dispositivos previstos em seu Estatuto. Segundo o ge, o cônjuge divorciado ou separado judicialmen-
artigo 184 da Lei nº 8.112/1990, O Plano de Seguridade te ou de fato; o companheiro ou companheira que
Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos comprove união estável como entidade familiar;
o servidor e sua família, e compreende um conjunto de ou ainda ao filho de qualquer condição, desde que
benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades: preencha as seguintes condições:
I - garantir meios de subsistência nos eventos de do- a) seja menor de 21 (vinte e um) anos;
ença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inativida- b) seja inválido;
de, falecimento e reclusão; c) tenha deficiência grave; ou ainda
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; d) tenha deficiência intelectual ou mental.
III - assistência à saúde. H) Auxílio-reclusão (art. 229): sendo também devi-
do aos dependentes do servidor, cujo valor poderá
De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é ga- ser:
rantido os seguintes benefícios previdenciários: I - dois terços da remuneração, quando afastado por
motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, de-
A) Aposentadoria (art. 186): poderá ser concedida
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

terminada pela autoridade competente, enquanto


por invalidez permanente; de modo involuntário perdurar a prisão;
(aposentadoria compulsória), ou voluntariamente, II - metade da remuneração, durante o afastamento,
de acordo com critérios de idade e de contribui- em virtude de condenação, por sentença definitiva,
ções: a pena que não determine a perda de cargo.
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; 5. Deveres e responsabilidades dos servidores
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se Apesar da grande quantidade de direitos e vanta-
professora, com proventos integrais; gens, o Estatuto dos Servidores Públicos também atribui
aos mesmos diversos deveres, com base no regime dis-

159
ciplinar o qual, se não for atendido, enseja a instauração X - participar de gerência ou administração de so-
de processo disciplinar para a apuração de infrações fun- ciedade privada, personificada ou não personificada,
cionais. exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
Nos termos do artigo 116 da Lei nº 8.112/1990: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
Art. 116. São deveres do servidor: repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car- cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
go segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
II - ser leal às instituições a que servir; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
III - observar as normas legais e regulamentares; de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
nifestamente ilegais; estrangeiro;
V - atender com presteza; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
a) ao público em geral, prestando as informações re- XV - proceder de forma desidiosa;
queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa ção em serviços ou atividades particulares;
de direito ou esclarecimento de situações de interesse XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
pessoal; ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; cia e transitórias;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-
razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe- patíveis com o exercício do cargo ou função e com o
rior ou, quando houver suspeita de envolvimento des- horário de trabalho;
ta, ao conhecimento de outra autoridade competente XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
para apuração; quando solicitado.
VII - zelar pela economia do material e a conservação
do patrimônio público; 6. Sindicância e processo disciplinar
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; Por fim, em relação à responsabilidade dos servido-
IX - manter conduta compatível com a moralidade ad- res públicos, o art. 121 da Lei nº 8.112/1990 é bastante
ministrativa; claro ao dispor que “O servidor responde civil, penal e
X - ser assíduo e pontual ao serviço; administrativamente pelo exercício irregular de suas atri-
XI - tratar com urbanidade as pessoas; buições”. Vemos, então, que de uma única conduta prati-
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso cada pelo referido servidor, pode ensejar em responsabi-
de poder. lização em três esferas distintas. A responsabilidade civil
do servidor público decorre da prática de atos comissivos
Ao mesmo tempo, o artigo 117 da mesma Lei impõe ou omissivos, que sejam capazes de causar danos mate-
aos servidores públicos diversas proibições. Trata-se riais ao erário (patrimônio público), ou a terceiros.
de uma matéria que exige grande capacidade de me- A responsabilidade penal do servidor tem seu funda-
morização, mas que não necessita se alongar com di- mento na apuração de uma conduta criminal, isso é, a
versos detalhes. hipótese em que o servidor público possa praticar um ilí-
Art. 117. Ao servidor é proibido: cito penal, ou crime. A responsabilidade penal é, definiti-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem vamente, a mais grave e perigosa, uma vez que ela pode
prévia autorização do chefe imediato; repercutir nas demais esferas, tanto pela condenação do
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com- servidor condenado, como pela sua absolvição pela falta
petente, qualquer documento ou objeto da repartição; de provas materiais ou pela negação de sua autoria, sen-
III - recusar fé a documentos públicos; do essas últimas hipóteses apenas exceções.
IV - opor resistência injustificada ao andamento de A responsabilidade administrativa, por outro lado,
documento e processo ou execução de serviço; consiste na instauração de processo disciplinar (art. 116
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no e seguintes, Lei nº 8.112/1990), pelo qual haverá a ve-
recinto da repartição; rificação da conduta delituosa do agente, bem como a
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos aplicação da pena mais adequada. Imprescindível refor-
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição çar que a aplicação de qualquer pena ao servidor público
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi- pressupõe um processo administrativo, sendo assegura-
nado; do ao acusado direito ao contraditório e a ampla defesa,
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi- sendo obrigatória, inclusive, a presença do advogado em
liarem-se a associação profissional ou sindical, ou a todas as fases do referido processo (Súmula nº 343 do
partido político; STJ). Todavia, tal entendimento vem sofrendo alteração,
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou pois o STF já reconheceu em Súmula Vinculante nº 5 en-
função de confiança, cônjuge, companheiro ou paren- tendimento de que a falta de defesa técnica no processo
te até o segundo grau civil; administrativo disciplinar não é inconstitucional.
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou Em relação às penalidades administrativas aplicáveis
de outrem, em detrimento da dignidade da função pú- aos servidores públicos, a Lei nº 8.112/1990 (art. 127)
blica; prevê aplicação das seguintes sanções:

160
A) Advertência: é a sanção mais branda, aplicável por escri- As regras mais específicas dos servidores públicos
to para o servidor que cometer atos como: ausentar-se distritais podem ser encontradas em seu Estatuto, isso é,
do serviço injustificadamente; recusar fé a documento na Lei Complementar nº 840/2011. Apesar de apresen-
público; retirar qualquer documento da repartição sem a tarmos os aspectos da legislação federal uma leitura na
devida autorização; manter sob sua chefia cônjuge, com- íntegra do referido Estatuto é altamente recomendada.
panheiro ou parente até o segundo grau; entre outros.
B) Suspensão: aplicável somente quando o servidor
é reincidente nas faltas puníveis por advertência,
desde que não tipifiquem infrações sujeitas a de- EXERCÍCIO COMENTADO
missão do cargo. A suspensão não poderá ser apli-
cada por prazo maior a noventa dias. 1. (MPC-PA – ANALISTA MINISTERIAL-CONTROLE
C) Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri- EXTERNO – CESPE – 2019) Se um servidor em disponi-
buída ao servidor público, uma vez que tem o con- bilidade reingressa no serviço público, em cargo de na-
dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será tureza e padrão de vencimento correspondentes ao que
aplicada nos casos em que o servidor: cometer cri- ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se denomina
me contra a administração pública; abandonar seu
cargo; improbidade administrativa; praticar condu- a) redistribuição.
ta escandalosa na repartição; ofender fisicamente, b) aproveitamento.
em serviço, outro servidor; revelar segredo o qual c) readaptação.
obteve devido a sua função; corrupção; receber d) recondução.
propina, comissão, ou outra vantagem de qualquer e) remoção.
espécie em razão de suas atribuições; etc. Muitas
dessas hipóteses impedem que o infrator retorne Resposta: Letra B.
ao serviço público federal, por isso tratar-se de Em “a”: Errado – Redistribuição é o deslocamento de
uma das penalidades mais gravosas. cargo de provimento efetivo (que já está em serviço),
D) Cassação de Aposentadoria ou da Disponibili- ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-
dade: o servidor inativo que houver praticado falta soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder,
punível com a demissão, terá a sua aposentadoria,
com prévia apreciação do órgão central do SIPEC.
ou sua disponibilidade cassada.
Em “b”: Certo.
E) Destituição de Cargo ou Função Comissiona-
Em “c”: Errado – Readaptação é a investidura do ser-
da: caso o servidor ocupante de cargo não efetivo
vidor em cargo de atribuições e responsabilidades
cometa uma das faltas passíveis da pena de sus-
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
pensão e demissão, poderá perder o seu cargo de
capacidade física ou mental verificada em inspeção
confiança ou função comissionada.
médica.
Por fim, importante ressaltar que ao servidor é confe- Em “d”: Errado – Recondução é o retorno do servidor
rido direito de petição, na forma do artigo 104 e seguintes estável para o mesmo cargo anteriormente ocupado,
da Lei nº 8.666/1990, para requerer direitos e interesses que ocorre geralmente por inabilitação em estágio
próprios em face do Poder Público. O requerimento será probatório relativo a outro cargo, ou por reintegração
dirigido à autoridade competente para decidi-lo e enca- do anterior ocupante.
minhado por intermédio daquela a que o servidor estiver Em “e”: Errado – Remoção é o deslocamento do ser-
imediatamente subordinado. Deve ser respeitado o prin- vidor que se encontra em serviço, a pedido deste ou
cípio do contraditório e da ampla defesa, dando espaço de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem
para que tanto o servidor público como o Estado possam mudança de sede.
impugnar todos os pontos do requerimento, apresentar
sua defesa técnica escrita, e interpor recursos (art. 107, Lei 2. (PGE-PE – ANALISTA ADMINISTRATIVO DA PRO-
nº 8.666/1990) das decisões que lhe prejudicarem. CURADORIA – CESPE – 2019) Acerca de administração
O direito de requerer decaí: em 5 (cinco) anos, quanto de cargos, carreiras e salários, julgue o item a seguir.
aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria Na administração pública, a remuneração abrange o res-
ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial sarcimento por dispêndios havidos pelo servidor em ra-
e créditos resultantes das relações de trabalho; ou em zão da execução de atividades laborais.
120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
( ) CERTO ( ) ERRADO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

outro prazo for fixado em lei.

REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS Resposta: Errado. A remuneração do servidor públi-
CIVIS DO DISTRITO FEDERAL (LEI COMPLEMENTAR co pode ser auferida pela conjunção de seus venci-
Nº 840/2011 mentos, mais as suas vantagens. O ressarcimento por
dispêndios havidos pela execução de suas atividades
Como já foi exposto, os Estados, Municípios e Dis- laborais são as indenizações (ajuda de custo, diárias,
trito Federal possuem autonomia para estabelecer suas auxílio-moradia, etc), que não integram a remunera-
próprias normas jurídicas. Sendo assim, o Distrito Federal ção do servidor público.
dispõe na Lei Complementar nº 840/2011 o regime jurí-
dico de seus servidores públicos distritais.

161
d) O poder hierárquico impõe hierarquia entre a admi-
HORA DE PRATICAR nistração direta e as entidades que integram a admi-
nistração indireta

1. (IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profis- 4. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) A adminis-
sional Nível Médio - Oficial Administrativo) “A Admi- tração pública pode revogar ato próprio discricionário,
nistração deve manter-se numa posição de neutralidade ainda que perfeitamente legal, simplesmente pelo fato
em relação aos administrados, ficando proibida de esta- de não mais o considerar conveniente ou oportuno. A
belecer discriminações gratuitas. Só pode fazer discrimi- respeito da teoria dos atos administrativos, assinale a al-
nações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, ternativa correta.
pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio
de finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade”. a) A competência é elemento do ato administrativo e
Em relação ao princípio administrativo do enunciado, as- advém diretamente da lei, sendo intransferível e im-
sinale a alternativa correta. prorrogável, salvo a previsão legal de delegação ou
avocação
a) Moralidade b) A anulação de ato administrativo fundamenta-se na
b) Legalidade ilegalidade do ato, enquanto a revogação funciona
c) Eficiência como uma espécie de sanção para aqueles que dei-
d) Impessoalidade xaram de cumprir as condições determinadas pelo ato
c) Motivo e motivação são sinônimos em matéria de atos
2. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Sobre as administrativos, referindo-se ambos aos elementos fá-
normas aplicáveis à Administração Pública e sua organi- ticos que justificam a existência do ato administrativo,
zação, assinale a alternativa correta. os quais, nos atos discricionários, não estão sujeitos ao
controle judicial
a) As autarquias, as empresas públicas, as sociedades de d0 Ato administrativo praticado fora dos padrões de le-
economia mista e as fundações serão criadas por lei galidade e que exorbite os limites definidos e previs-
específica, cabendo à lei complementar, nestes casos, tos em lei é denominado ato discricionário
definir as áreas de sua atuação
b) Agências Executivas são empresas públicas ou socie- 5. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Sobre os
dades de economia mista que, por iniciativa da Ad- atos administrativos, assinale a alternativa correta.
ministração Direta, recebem status de agência, e, por
estarem sempre ineficientes, celebram contrato de a) Em função do princípio da publicidade previsto no
programa com o Ministério supervisor caput do art. 37 da Constituição Federal, é vedada, em
c) Apesar de terem o tipo societário de sociedade anô- qualquer hipótese, a prática de ato administrativo si-
nima, as sociedades de economia mista são pessoas giloso
jurídicas de direito público b) É indispensável que seja feita a prova da validade do
d) As pessoas de direito privado, sem fins lucrativos, de ato administrativo por parte de quem o editou
promoção da assistência social são passíveis de quali- c) A Administração pode anular seus próprios atos, quan-
ficação como Organização da Sociedade Civil de Inte- do eivados de vícios que os tornam ilegais, porque de-
resse Público, desde que atendam aos demais requi- les não se originam direitos; ou revogá-los por motivo
sitos legais de conveniência ou oportunidade
d) Objeto é aquilo sobre o que o ato dispõe. Sendo ine-
3. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Os pode- xistente o objeto, ainda caberá a convalidação do ato
res da Administração Pública consistem em prerrogati-
vas especiais e instrumentos que o ordenamento jurídico 6. (IBFC - 2019 - IDAM - Assistente Técnico) Dentro
confere ao Estado para que este cumpra suas finalidades de sua organização, a Administração Pública pode atuar
institucionais para a busca do interesse público. Sobre de forma desconcentrada e descentralizada. A respeito
esse tema, assinale a alternativa correta. desses institutos, e suas particularidades, é correto afir-
mar que:
a) O disciplinar é aplicável a todos os entes da Adminis-
tração indireta, que se sujeitam à Administração cen- a) Tanto a descentralização como a desconcentração são
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tral para fins de processamento dos processos discipli- modelos de delegação de competências para pessoas
nares instaurados contra seus servidores jurídicas que exercerão funções executivas
b) A faculdade que tem o Estado de limitar e/ou condi- b) A desconcentração se dá com a criação de órgãos
cionar o exercício dos direitos individuais, a liberdade desprovidos de personalidade jurídica, que integram
e a propriedade, tendo como objetivo o interesse pú- a Administração Direta. A descentralização se dá pela
blico, denomina-se poder hierárquico criação de pessoas jurídicas, que passam a integrar a
c) O poder regulamentar consiste na possibilidade dos Administração indireta
chefes do Executivo de explicarem e detalharem as c) No caso da descentralização são constituídas pessoas
leis para a sua correta execução ou de expedirem os jurídicas e estas possuem uma subordinação total da
decretos autônomos sobre matéria ainda não discipli- Administração direta em razão de uma relação hierár-
nada em lei quica entre elas

162
d) A desconcentração é admitida apenas no âmbito da c) A partir da desconcentração de poder via arranjos há
Administração Pública Federal e Estadual, não sendo maiores possibilidades de se obter sucesso na capaci-
garantida aos Municípios dade de resolução de problemas.
d) A capacidade técnica deve sobrepor-se à capacidade
7. (IBFC - 2019 - CGE - RN - Analista Contábil) No que política dos atores para o alcance dos resultados espe-
concerne aos atos administrativos em espécie, assinale a rados por todos os stakeholders.
alternativa que corresponde ao conceito de atos admi- e) No atual contexto político-institucional, essa forma de
nistrativos enunciativos: organização é desaconselhável por conta das decisões
do judiciário.
a) são atos administrativos internos pelos quais os chefes
de órgãos, repartições ou serviços expedem determi- 10. (VUNESP - 2019 - UNICAMP - Recursos Humanos)
nações gerais ou especiais a seus subordinados, ou Um jovem recém-contratado por um gestor público foi
designam servidores para funções e cargos secundá- convidado a apresentar, pelo menos, uma vantagem e
rios uma desvantagem da estrutura matricial. Assinale a al-
b) são os que visam a disciplinar o funcionamento da ternativa que apresenta, correta e respectivamente, as
Administração e a conduta funcional de seus agentes. respostas ao que foi solicitado.
São provimentos, determinações ou esclarecimentos
que se endereçam aos servidores públicos a fim de a) Estrutura organizacional flexível e adequada para de-
orientá-los no desempenho de suas atribuições safios; lentidão e possível conflito de ideias.
c) são todos aqueles em que a Administração se limita a b) Dinamismo e rapidez na condução dos projetos; cus-
certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião tos elevados e necessidade de treinamentos frequen-
sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu tes.
enunciado. Dentre os atos mais comuns desta espécie c) Decréscimo de custos e atuação em equipe; rigidez na
merecem menção as certidões, os atestados e os pa- liderança e possíveis resistências dos gestores.
receres administrativos d) Organização fluida, participativa e dinâmica; elevação
d) são os que contêm uma sanção imposta pela Admi- dos custos e aplicação de indicadores de desempenho
nistração àqueles que infringem disposições legais, em todos os níveis hierárquicos.
regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços e) Estrutura organizacional propícia para projetos com-
públicos. Visam punir e reprimir as infrações adminis- plexos; duplicidade de autoridade e comando.
trativas ou a conduta irregular dos servidores ou dos
particulares perante a Administração 11. (VUNESP - 2019 - UNICAMP - Recursos Humanos)
No contexto das Teorias da Administração, especifica-
8. (VUNESP - 2019 - MPE-SP - Analista Técnico Cien-
mente na Escola de Relações Humanas, Frederick Herz-
tífico - Administrador) O uso de indicadores para a
berg desenvolveu a chamada “Teoria dos Dois Fatores”
tomada de decisão é fundamental em organizações
ou “Fatores Higiênicos e Motivacionais”. Assinale a alter-
contemporâneas, e permite ao gestor público o conheci-
nativa que apresenta, correta e respectivamente, os fato-
mento sobre a eficiência, eficácia e efetividade dos bens
res higiênicos e motivacionais.
e serviços relacionados ao seu escopo de atividades. In-
dique qual das alternativas a seguir sinaliza corretamente
à qual modelo organizacional e a qual processo se refere a) Ambiente limpo e arejado, regulamentos internos cla-
a prática descrita. ros; salário adequado, estilo de trabalho e atuação da
chefia no contexto profissional.
a) Gerencialismo e gestão por desempenho. b) Área de trabalho organizada, limpa e ordenada, com
b) Governança e gestão participativa. setores bem definidos; estabilidade no cargo, salário
c) Burocrático e gestão por resultados. compatível com a função.
d) Empresarial e gestão de parâmetros. c) Escritório com móveis e equipamentos funcionais e
e) Novo Serviço Público e gestão da qualidade. com iluminação adequada; desenvolvimento de habi-
lidades e reconhecimento no trabalho.
9. (VUNESP - 2019 - MPE-SP - Analista Técnico Cien- d) Padrão de qualidade, processos bem definidos, divi-
tífico - Administrador) Os arranjos institucionais carac- são das tarefas e hierarquia; benefícios oferecidos pela
terizam-se como novas formas das organizações busca- empresa, clima de trabalho.
rem êxito em suas ações, haja vista a percepção de que e) Organização, limpeza e processos devidamente esta-
belecidos; metas e objetivos claros, salários e benefí-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

existem problemas que podem ser melhor resolvidos a


partir da colaboração mútua e gestão compartilhada de cios competitivos.
esforços. Nesse sentido, assinale a alternativa correta em
relação aos arranjos institucionais. 12. (VUNESP - 2019 - UNICAMP - Recursos Humanos)
Alguns autores especializados em Comportamento Or-
a) A execução de uma política pública via arranjo insti- ganizacional têm insistido no fato de que há uma certa
tucional só é possível se os atores forem do mesmo confusão entre os conceitos de administração e liderança
nível de governo. e, de fato, é possível notar essa confusão principalmente
b) As organizações que se arranjam em torno de uma nas notícias em colunas de jornais e revistas de negócios.
política dependem de autorização legislativa para efe- A esse respeito, assinale a alternativa correta.
tivar suas ações.

163
a) Não há nenhum equívoco em tratar líderes e adminis-
tradores pelo mesmo conceito. GABARITO
b) A maior parte dos líderes são também excelentes ad-
ministradores, porém a recíproca não é verdadeira.
c) A administração se refere basicamente à capacidade 1 D
de influenciar pessoas no atingimento dos objetivos,
diferentemente da liderança. 2 D
d) A maior parte dos administradores são também gran- 3 C
des líderes, porém a recíproca não é verdadeira.
4 A
e) Nem todos os líderes são administradores e nem to-
dos administradores são líderes. 5 C
6 B
7 C
8 A
9 C
10 E
11 C
12 E
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

164

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