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de Textos
Leitura e Produção
de Textos
1ª edição
2017
Unidade de Estudo 2
O que é um texto:
tipos e gêneros textuais
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Para iniciar seus estudos
Objetivos de Aprendizagem
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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais
Legenda: A imagem ilustra a atividade tecelã, que pode ser comparada à atividade de produção tex-
tual, pois o texto é o mesmo que um tecido, ou seja, uma unidade de sentido que se constrói a par-
tir do entrelaçamento de ideias, assim como ocorre com os fios nas práticas artesanais.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Weing%C3%A4rtner_-_Tecel%C3%A3s_-_1909.jpg>
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Além das considerações iniciais apresentadas sobre o conceito de texto, vejamos agora como a linguista Inge-
dore Koch define essa constituição. Para ela, texto é:
[...] uma manifestação verbal, constituída de elementos linguísticos intencionalmente seleciona-
dos e ordenados em sequência, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros, na
interação, não apenas a depressão de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação de pro-
cessos e estratégias de ordem cognitiva, como também a interação (ou atuação) de acordo com
práticas socioculturais (KOCH, 1992, p. 22).
Lembre-se que o texto (para ser texto) consiste em uma atividade verbal, não sendo, o que muitos acreditam ser,
um amontoado de palavras, pois isso não necessariamente terá um sentido. Vejamos agora um exemplo de uma
narrativa escrita pelo filho de Graciliano Ramos, Ricardo Ramos.
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de bar-
bear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. [...] Televisor,
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos.
Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, traves-
seiro (RAMOS, 1978, p. 21-22).
E agora, será que temos um texto? Mas por que seria considerado assim se não existem palavras de ligação,
verbos e outras frases que expliquem o contexto? Por incrível que pareça, temos um texto pelo seguinte motivo:
há uma ideia que está sendo transmitida e está plena de sentido, ou seja, o fragmento narra a trajetória de um
homem desde que acorda. Identificamos isso por ser uma prática bastante comum em nosso dia a dia. Se tivés-
semos em discurso como “céu, espuma, caderno, chinelo, árvore”, não teríamos um texto, uma vez que esse
exemplo não contém sentido – ou, se tivesse, seria difícil de identificar.
Você já leu algo sem sentido? Se você fosse um revisor de texto profissional, o que faria para
melhorar aquilo que leu e poder repassar a outros leitores?
Se o texto constitui sentido, promove interação e expressa a capacidade linguística do redator, ele precisa ter
determinados conhecimentos. Você lembra-se de que, na Unidade 1, conhecemos o que significa ter competên-
cia linguística, e vimos que a possuímos quando temos um conhecimento amplo sobre as convenções e usos da
Língua Portuguesa? Pois bem, para que um texto possa ser construído, ele precisa, além dessa competência, de
outras, classificadas como conhecimentos: linguístico, enciclopédico, interacional, ilocucional, comunicacional,
metacomunicativo e superestrutural. Vejamos agora o que significa cada uma dessas habilidades mencionadas.
Acompanhe no quadro a seguir.
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Conhecimento Definição
Interacional Consiste no conhecimento que temos sobre as ações verbais que se apresentam
na linguagem, que engloba os conhecimentos do tipo ilocucional, comunicacional,
metacomunicativo e superestrutural..
Veja que o quadro anterior apresentou as habilidades mentais que são acionadas no momento em que pro-
duzimos uma carta, uma dissertação, um relatório ou um simples e-mail profissional. Para tanto, é importante
reconhecer que esses conhecimentos precisam ser alimentados continuamente, e isso é possível por meio da
leitura, muita prática de escrita e reescrita e estudo sobre as mais diversas áreas, sejam elas a linguística, ciência,
história ou até mesmo filosofia. Lembre-se que, quanto maior for o nosso leque de informações diárias, melhor
será nossa escrita!
Nesse mesmo contexto, Ernst-Pereira e Funck (2001) salientam que o texto é um objeto cultural, e que ele não
pode ser concebido como um material apenas informativo, mas, sobretudo, como uma prática discursiva que
conduz sentidos ao leitor. Dessa forma, as estudiosas evidenciam que cabe ao leitor:
[...] identificar sentidos e, ao produtor de textos, estabelecer sentidos através do uso de palavras,
expressões, construções sintáticas adequadas à mensagem a ser transmitida, como se nada se
interpusesse entre o sujeito e o objeto, tudo se passando como se as palavras, na sua transpa-
rência, carregassem em si as coisas do mundo a significar (ERNST-PEREIRA; FUNCK, 2001, p. 5).
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Para que você aprimore seus conhecimentos sobre o conceito de texto e as várias formas
de discurso escrito, sugerimos a leitura do artigo de Freda Indursky, Da heterogeneidade
do discurso à heterogeneidade do texto e suas implicações no processo da leitura (p.
27-42), disponível em: <http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Livros/Leitura_e_a_
Escrita.pdf#page=27>.
Além dos sentidos que cabe ao leitor identificar, existem os significados que ampliam o conhecimento do recep-
tor sobre aquilo que lê. Sendo assim, é importante conhecermos alguns tipos de significados, conforme as afir-
mações de Pimenta (2006)
• Significado gramatical: é aquele que vai depender da relação estabelecida com outros signos no dis-
curso (a palavra, por exemplo, é um signo linguístico, uma vez que por ela fazemos associações a concei-
tos e sonoridade).
• Significado contextual: existem significados diferentes para objetos, por exemplo. As flores, nesse sen-
tido, podem significar uma coisa em uma festa; outra, em um velório.
• Significado referencial: é considerado aquele que aparece no dicionário, e vai depender somente da
relação entre o signo e seu conceito referente.
• Significado conotativo: ocorre por meio da ampliação, do enriquecimento do significado referencial dos
signos, por meio da imaginação, como ocorre na leitura da poesia.
Agora que você já aprendeu o que é um texto, vamos adiante com nossos estudos, conhecendo os fatores que
caracterizam o texto enquanto tal. Vamos lá!
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• Intencionalidade: quando o redator se empenha para dar coesão e coerência (aspectos que estudare-
mos melhor na próxima unidade) ao texto, a fim de alcançar os objetivos da comunicabilidade de certa
mensagem, dizemos que o texto possui intencionalidade, que podem ser várias: persuadir, informar,
comover etc.
• Informatividade: refere-se ao grau de importância da mensagem, tendo em vista as informações que
o texto será capaz de transmitir, a fim de fazer com que o receptor adquira mais conhecimento sobre o
assunto.
• Aceitabilidade: este fator é relacionado à maneira como o receptor aceita o texto e se este está de acordo
com as suas expectativas de clareza, coesão e coerência.
• Intertextualidade: todo texto é construído a partir de outro, ou seja, tudo aquilo que escrevemos tem
base em informações já apresentadas por alguém. É por isso que dizemos que os textos dialogam. Quando
fazemos uma citação, por exemplo, estamos utilizando outro texto e, por isso, existe nele a intertextua-
lidade.
Legenda: A situacionalidade é um dos fatores de textualidade que compreende a observação da(o) situ-
ação/contexto em que ocorre a comunicação para que se possa produzir o texto adequado ao cená-
rio. Além disso, deve-se levar em conta o que é mais importante escrever nessa situação comunicativa.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escrit%C3%B3rio_MercadoLivre_-_mesa_de_trabalho.jpg>
Portanto, sempre que você for escrever, pense (e empregue) nesses cinco fatores de textualidade que acabamos
de estudar. Assim, você verá que a produção textual não é tão difícil quanto parece. Vejamos agora quais são os
principais desafios da escrita e como ultrapassar essas barreiras.
Para aprender mais sobre os fatores de textualidade e entender como eles estão envolvidos
no processo de interpretação de texto, leia o artigo de Joaquim et al. (2012), Os fatores de
textualidade: uma análise das personagens Valéria e Janete do programa humorístico
Zorra Total da Tv Globo, acessando o texto em: <http://www.uenp.edu.br/trabalhos/cj/
anais/soLetras2012/Alex%20Ferreira%20Joaquim.pdf>. Boa leitura!
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Figura 10 – Iceberg.
Legenda: A imagem do iceberg ilustra a concepção de que o texto é um produto inacabado e profundo,
sendo que as suas profundeza e essência são construídas pelo próprio texto e identificadas pelo leitor.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iceberg.jpg
Conheça o texto da professora da PUC, Sônia Kramer, Leitura e escrita como experiên-
cia: seu papel na formação de sujeitos sociais, e saiba mais sobre a importância que a
escrita exerce em nossa vida, principalmente enquanto educadores. Acesse o link: <http://
s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/37100263/Leitura_e_Escrita_como_expe-
riencia_Kramer.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=14839046-
24&Signature=W6qo1OxuyYV0UIw1HpFB2Bp1p4I%3D&response-content-disposition=inl
ine%3B%20filename%3DLEITURA_E_ESCRITA.pdf>.
Voltemos à metáfora do iceberg, que alude à profundidade e à consistência do texto. Diante disso, as perguntas
que vêm à mente, se assimilarmos isso ao desafio da escrita, são: como dar vida e densidade ao meu texto? Como
escrever um texto que faça sentido e seja produtivo para quem o ler? Como dar êxito à escrita? Vejamos algumas
respostas a essas questões.
• Ter o que dizer: a palavra é um elemento que vai mediar minhas ideias e meus argumentos. Sendo assim,
é preciso saber o que vai ser falado, empregando as palavras necessárias para a compreensão do receptor
do texto. Ter o que dizer significa ter conteúdo a comunicar, habilidade que só vai ser aprimorada por meio
de informações obtidas via leitura e acompanhamento da mídia.
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• Contar com um bom vocabulário: na escola, uma frase muito comum dita pelos alunos é a seguinte:
“Professor, eu sei o conteúdo, mas não sei escrever!”. Quando não fazemos leituras diárias e não temos
acesso a palavras novas, certamente ficará difícil escrever com vocábulos adequados, sem repeti-los. O
aprendizado do vocabulário é fruto da prática constante da leitura.
• Saber quem é o nosso receptor: é fundamental lembrar, antes de produzir um e-mail, por exemplo, se
meu receptor entenderá a mensagem que pretendo transmitir. Esse receptor pode ser uma pessoa com
um conhecimento elevado, fruto de muito estudo; por outro lado, pode ser um indivíduo que não teve
oportunidade de obter uma instrução mais densa. Dessa forma, quando sabemos quem receberá nosso
texto, precisamos adequar a linguagem para que fique a mais clara possível, a fim de evitar desentendi-
mentos.
• Ter conhecimento dos fatos do dia a dia: isso é possível, por exemplo, pela prática da leitura de jornais,
revistas informativas e científicas, e também de obras literárias. Saber quais são os principais assuntos
discutidos na atualidade enriquece o arsenal de conteúdos que guardamos em nossa memória.
Veja que a prática da leitura se destaca enquanto responsável pelo enriquecimento daquilo que já sabemos, apri-
morando nossa forma de expressão ao colocarmos em prática novos vocabulários.
Mesmo que a escrita seja desafiante, ela sempre estará presente em nossa vida. Por isso, é muito importante que
você, aluno(a), reconheça que tem capacidade de ir muito além do que imagina, vencendo as barreiras que apa-
recem todos os dias! Lembre-se que escrever é uma arte e que somos capazes de melhorar!
Todos os dias, precisamos escrever alguma coisa, não é mesmo? Agora pense: você con-
sidera-se um bom escritor? Que instrumentos de aprendizagem estariam disponíveis para
que você pudesse melhorar a sua forma de escrever?
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Legenda: Cada tipo de texto é constituído de uma estrutura peculiar, que o diferencia dos demais. Assim,
o tipo textual é denominado por apresentar um DNA (conhecido como ácido desoxirribonucleico) espe-
cífico, ou seja, uma composição que o determinará enquanto narração ou descrição, por exemplo.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:DNA_methylation.jpg>
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• Texto injuntivo: esta modalidade é caracterizada pelo teor instrucional, ou seja, o texto injuntivo orienta
o leitor sobre como fazer alguma coisa ou até mesmo como pensar. Os livros de autoajuda são bons
exemplos dessa categoria, uma vez que trazem quase que receitas de como viver e pensar. Portanto,
segundo Travaglia (2007, p. 65), “[...] aparecem verbos enunciativos mais no discurso indireto, e ligados
à condição do produtor do texto de incitador e do recebedor de potencial executor das ações: mandar,
ordenar, determinar, pedir, suplicar, sugerir, recomendar etc.”.
• Texto informativo: como a própria denominação já indica, esta modalidade de texto tem como fina-
lidade apresentar informações de interesse público. Fatos e dados atuais fazem parte dessa composi-
ção. São exemplos dessa categoria jornais impressos ou virtuais, revistas comuns (como Veja, Isto é, entre
outras) ou de cunho científico.
Ficou claro o que é um tipo textual, certo? Para escrever uma boa redação, precisamos entender qual é a finali-
dade de nosso texto, por isso a importância de conhecer os tipos de texto mais comuns em nosso dia a dia. Agora,
vamos estudar as diferenças entre tipo e gênero textual a fim de aprimorar nossas habilidades comunicativas.
Vamos adiante!
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O gênero é, portanto, reconhecido por apresentar padrões de composição que se adequam à situação comuni-
cativa, empregando linguagens específicas por meio da oralidade ou escrita. A charge, por exemplo, apresenta
uma forma de expressão bastante peculiar, seja por apresentar linguagens eruditas ou até mesmo bastante colo-
quiais para criticar determinado fato. Nesse caso, a charge é um gênero textual de tipo humorístico, uma vez que
se utiliza do humor para criticar um assunto sério da atualidade. Até mesmo um bate-papo virtual é um gênero.
Legenda: Empregamos determinados gêneros textuais sempre de acordo com o contexto comu-
nicativo, tendo em mente a finalidade da mensagem que queremos transmitir.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Communication#/media/File:Communication_sender-message-reciever.png
Mas quais seriam os gêneros textuais mais utilizados em nosso dia a dia profissional e acadêmico? Vamos conhe-
cer alguns deles: artigo de opinião, e-mail, artigo científico, monografia, resenha, notícia.
• Artigo de opinião: este gênero textual é muito comum em colunas de opinião, encontradas em jornais
e revistas. O artigo de opinião é um texto curto (aproximadamente uma ou duas páginas de conteúdo) e
argumentativo, “[...] que possibilita ao autor expor livremente o seu modo de pensar, o seu ponto de vista
sobre uma questão controversa, e que se destina a convencer o leitor por meio de uma argumentação
sustentada sobre essa posição” (GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009, p. 97). Geralmente, é produzido
por alguém que possui um vasto conhecimento sobre o assunto, o que demonstra a propriedade para
opinar e fazer o leitor refletir sobre o tema apresentado. Esse gênero textual apresenta também um título
criativo e que possa chamar a atenção do leitor. O texto de Roberto Pompeu de Toledo (2007) é um bom
exemplo de crítica que se faz ao costume que os brasileiros têm em reproduzir e valorizar elementos de
outros países. Uma paixão dos brasileiro’s já indica, pelo emprego do apóstrofo mais o “s” (na língua
inglesa, indica o caso possessivo, por exemplo: “Lucy’s house” quer dizer “A casa de Lucy”), a mania que
nosso povo tem de copiar as coisas de fora. Vejamos o início desse texto para compreender que, já na
introdução, é possível perceber a crítica que o autor do texto fará.
Toda vez que se fala em antiamericanismo, no Brasil, dá vontade de contra-atacar com o após-
trofo. Muita gente não gostou da presença de George W. Bush no país, mas esse sentimento é lar-
gamente superado pelo amor que temos pelo apóstrofo. O apóstrofo em questão, para os leitores
que ainda não se deram conta, é aquele sinalzinho (‘) que na língua inglesa se põe antes do “s” (‘s).
Quanto charme num pequenino sinal gráfico! Bush se sentiria vingado das manifestações de pro-
testo se lhe fosse permitido caminhar por uma rua comercial brasileira e verificar quantos nomes
de estabelecimentos são, em primeiro lugar, em língua inglesa e, em segundo, ostentam como
rabicho o ‘s. Somos apaixonados pelo ‘s. O que é uma forma de expressar nosso amor e respeito
pelos Estados Unidos. (TOLEDO, 2007 apud GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009, p. 97-98).
O artigo de opinião, portanto, sempre sustentará um ponto de vista, seja ele positivo ou negativo, sobre
algo que está sendo polemizado na atualidade.
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• E-mail: este gênero é considerado um dos mais utilizados na contemporaneidade. Sua finalidade é esta-
belecer uma comunicação rápida e eficaz. Por isso, os e-mails devem ser bastante objetivos, contendo
informações básicas daquilo que se quer comunicar. Gold (2005, p. 100) enfatiza que, quando o e-mail é
utilizado com o mesmo objetivo do
[...] bilhete ou do contrato telefônico, sua linguagem tem um alto grau de informalidade, aproxi-
mando-se da fala. Quando o correio funciona como memorando ou comunicação interna, veri-
ficamos um cuidado maior no planejamento textual e na gramática, com o grau de formalidade
também determinado pelo conteúdo da mensagem e pelo destinatário.
Você sabia que no e-mail devemos ter um cuidado redobrado com a linguagem utilizada?
Isso porque não sabemos se o receptor está, por exemplo, triste ou chateado com alguma
coisa ao receber nossa mensagem. Esses sentimentos são ruídos da comunicação, conforme
estudamos na Unidade 1, lembra? Pra esse fim, existe um material bastante interessante,
que vai lhe ensinar como comunicar-se sendo elegante no meio virtual. Acesse o texto Para
que serve a netiqueta no seguinte link: <http://www.safernet.org.br/site/sites/default/files/
netiqueta.pdf>.
• Artigo científico: muito solicitado no universo acadêmico, este gênero textual consiste em uma pro-
dução discursiva mais extensa que o artigo de opinião, devendo seguir determinada estrutura (resumo,
introdução, objetivos geral e específicos, justificativa, hipóteses, fundamentação teórica etc.) a fim de
demonstrar o resultado de uma pesquisa inédita. Geralmente, a instituição de ensino solicita certa quan-
tidade de páginas e o enquadramento às suas normas, devendo sempre seguir o padrão da ABNT (Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas), assunto que detalharemos mais adiante.
• Monografia: este gênero textual é resultado do trabalho de conclusão de curso, contendo o relato do
desenvolvimento de determinada pesquisa sobre um tema único. Possui uma estrutura semelhante à do
artigo científico, no entanto, apresenta a possibilidade de desenvolver mais o relato da pesquisa, uma vez
que deve o texto deve ser mais extenso que o artigo.
• Resenha: também muito solicitada no ambiente acadêmico, a resenha é um gênero que tem como fina-
lidade apreciar determinado objeto cultural – livro, música, pintura, filme etc. Para fazer uma resenha,
é necessário ter bastante conhecimento sobre o objeto resenhado para que se seja capaz de realizar
uma crítica sobre ele. Segundo Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009, p. 113), “[...] os recursos linguísticos
empregados numa [sic] resenha buscam chamar a atenção do leitor, despertar-lhe o interesse e fazê-lo
sentir-se envolvido pelo assunto e pelo enfoque dado ao tema resenhado”.
• Notícia: como o próprio nome já indica, a notícia tem como objetivo noticiar, contar um fato novo que
interessa ao público em geral. As notícias estão mais presentes em jornais televisivos e impressos, não
podendo conter opiniões e avaliações de quem a comunica.
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Para que você possa conhecer mais sobre o assunto gênero textual e conhecer o processo
histórico envolvido neste contexto, leia o seguinte texto: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêne-
ros textuais: definição e funcionalidade: In DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Ana Rachel;
BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002,
p. 19-36.
Acabamos de conhecer alguns dos gêneros textuais mais comuns em nosso cotidiano. É importante entender
que cada gênero possui uma finalidade. Um outdoor, por exemplo, promove a propaganda de algum produto ou
evento; um chat via Facebook estabelece um contato dinâmico entre receptor e emissor, com vistas a informar,
trocar ideias etc. de forma instantânea. Assim, além desses gêneros textuais, existem outros que também mere-
cem destaque sobre suas finalidades. Observe o quadro a seguir.
Gêneros Função/objetivo
Aviso, edital, informação, informe, participação, citação. Dar conhecimento de algo a alguém.
Legenda: Cada gênero textual possui uma função específica a fim de atender às finalidades sociocomunicativas.
Fonte: Adaptado de Travaglia (2007, p. 61).
Como você pôde perceber, não se pode definir qual gênero textual adotar sem pensar em sua função. Portanto,
lembremos que, em nosso dia a dia, nos deparamos com vários gêneros que possuem, em sua composição,
determinado tipo textual.
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Considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade de nossa disci-
plina de Leitura e produção textual. Nesta etapa, aprendemos assuntos e
conceitos bastante importantes para que possamos nos expressar melhor
nos textos que vamos produzir.
Vimos, primeiramente, que um texto é uma unidade de sentido. Se lan-
çarmos no papel palavras soltas e composições sem sentido, não teremos
um texto.
Aprendemos também que, quando escrevemos, acessamos determina-
dos conhecimentos, a saber: superestrutural, linguístico, enciclopédico,
interacional, ilocucional, comunicacional e metalinguístico. Além disso,
vimos que o leitor é capaz de construir sentidos no texto, e que este tam-
bém pode possuir determinado significado, sendo os principais gramati-
cal, contextual, conotativo e referencial.
Conhecemos, na sequência, os elementos de textualidade (intenciona-
lidade, situacionalidade, informatividade, intertextualidade e aceitabi-
lidade), que são fatores indispensáveis a qualquer texto. Reconhecemos
os desafios da escrita e compreendemos que leitura e conhecimento de
mundo são essenciais para ultrapassar os obstáculos. Além de ter o que
falar, é importante contar com um bom vocabulário e saber quem é nosso
receptor.
Aprendemos as diferenças entre tipos e gêneros textuais, e conceituamos
o tipo como aqueles que apresentam composições estruturais peculiares,
como os textos narrativos, argumentativos, informativos, dissertativos e
injuntivos. Compreendemos que o gênero textual é aquele que é adotado
em situações comunicativas diferentes, sendo que evidenciamos alguns
dos principais: resenha, e-mail, artigo de opinião, notícia, monografia e
artigo científico.
Na próxima unidade, continuaremos nossa viagem pelo universo da lei-
tura e da escrita, aprendendo como produzir bons textos. Até lá!
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Referências bibliográficas
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e textualidade. 2 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1999.
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Referências bibliográficas
KRAMER, Sônia. Leitura e escrita como experiência: seu papel na for-
mação de sujeitos sociais. Presença pedagógica, v. 6, n. 31, jan/fev.
2000. Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/academia.edu.docu-
ments/37100263/Leitura_e_Escrita_como_experiencia_Kramer.pdf?AW
SAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=1483802941&Signat
ure=8HuK0MIR2mDKAEojDOi4Hat1g%2Bc%3D&response-content-dis-
position=inline%3B%20filename%3DLEITURA_E_ESCRITA.pdf>. Acesso
em 08 de jan. 2017.
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