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Leitura e Produção

de Textos
Leitura e Produção
de Textos

1ª edição
2017
Unidade de Estudo 2
O que é um texto:
tipos e gêneros textuais
2
Para iniciar seus estudos

Você sabe exatamente o que é um texto? Para você, a escrita é um desa-


fio? Quais são os tipos e gêneros textuais mais utilizados em nosso coti-
diano acadêmico e profissional? Quais as diferenças existentes entre eles?
Nesta Unidade 2 da disciplina de Leitura e produção textual, discutiremos
esses assuntos e responderemos a essas questões para prepará-lo para o
maravilhoso universo da produção textual. Vamos lá!

Objetivos de Aprendizagem

• Compreender o que é texto.


• Reconhecer o texto como unidade de sentido.
• Enumerar os tipos de texto de forma a entender as suas peculiari-
dades e finalidades.
• Categorizar os gêneros textuais, compreendendo suas finalidades.

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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais

2.1 O que é um texto


Sempre que pensamos em texto, lembramo-nos das redações que fazíamos na escola, não é mesmo? Muitas
vezes, escrevíamos qualquer coisa, sem ter um norte específico e uma estrutura a ser seguida; escrevíamos para
nós mesmos, sem pensar em quem faria a leitura de nossa redação, dando pouco valor ao sentido que aquele
texto transmitia. Hoje, a situação é outra. Você, que é acadêmico, precisa aprimorar sua visão sobre a produção
textual, entendendo, para isso, o que é um texto, a fim de obter sucesso nas várias redações que fará daqui por
diante.
Certamente, você já viu alguém fazer tricô ou crochê, que são atividades artesanais. Essa prática envolve o entre-
laçamento de fios para produzir uma manta ou uma toalha, por exemplo. Se um dos fios não se encaixou bem
com outro, o produto ficará torto e sem a bela estética esperada por quem o faz. Então, desmancha-se aquela
manta ou aquela toalha para corrigir o defeito e ter como resultado um lindo trabalho. Mas por que estamos
falando de tecido se nossas discussões estão voltadas ao conceito de texto nesse primeiro momento? Porque
texto também é um tecido, sendo a sua produção semelhante aos objetos mencionados anteriormente. Para que
nossa escrita seja considerada um texto, deve ter unidade de sentido. Da mesma forma que a toalha de crochê
e a manta de tricô, nosso texto precisa ter uma estrutura alinhada, com ideias também concatenadas, para que
a pessoa que o ler adquira informações claras e também conhecimentos a partir das ideias que produzimos, ou
melhor, tecemos.
Em nossa prática comunicativa, falamos, gesticulamos, expressamos sentimentos pelo nosso olhar e pela nossa
voz. Mas também precisamos escrever para nos comunicarmos com nossos colegas, chefes e amigos. Por isso,
o texto também faz parte de nossa comunicação diária, sendo ele uma construção de sentidos que “[...] com-
preende processos, operações e estratégias que têm na mente humana, e que são postos em ação em situações
concretas de interação social” (KOCH, 1997, p. 22).

Figura 8 – “Tecelãs” (1909), tela pintada pela artista Pedro Weingärtner.

Legenda: A imagem ilustra a atividade tecelã, que pode ser comparada à atividade de produção tex-
tual, pois o texto é o mesmo que um tecido, ou seja, uma unidade de sentido que se constrói a par-
tir do entrelaçamento de ideias, assim como ocorre com os fios nas práticas artesanais.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Weing%C3%A4rtner_-_Tecel%C3%A3s_-_1909.jpg>

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Além das considerações iniciais apresentadas sobre o conceito de texto, vejamos agora como a linguista Inge-
dore Koch define essa constituição. Para ela, texto é:
[...] uma manifestação verbal, constituída de elementos linguísticos intencionalmente seleciona-
dos e ordenados em sequência, durante a atividade verbal, de modo a permitir aos parceiros, na
interação, não apenas a depressão de conteúdos semânticos, em decorrência da ativação de pro-
cessos e estratégias de ordem cognitiva, como também a interação (ou atuação) de acordo com
práticas socioculturais (KOCH, 1992, p. 22).
Lembre-se que o texto (para ser texto) consiste em uma atividade verbal, não sendo, o que muitos acreditam ser,
um amontoado de palavras, pois isso não necessariamente terá um sentido. Vejamos agora um exemplo de uma
narrativa escrita pelo filho de Graciliano Ramos, Ricardo Ramos.
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de bar-
bear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para
cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. [...] Televisor,
poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, chinelos.
Vaso, descarga, pia, água, escova, creme dental, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, traves-
seiro (RAMOS, 1978, p. 21-22).
E agora, será que temos um texto? Mas por que seria considerado assim se não existem palavras de ligação,
verbos e outras frases que expliquem o contexto? Por incrível que pareça, temos um texto pelo seguinte motivo:
há uma ideia que está sendo transmitida e está plena de sentido, ou seja, o fragmento narra a trajetória de um
homem desde que acorda. Identificamos isso por ser uma prática bastante comum em nosso dia a dia. Se tivés-
semos em discurso como “céu, espuma, caderno, chinelo, árvore”, não teríamos um texto, uma vez que esse
exemplo não contém sentido – ou, se tivesse, seria difícil de identificar.

Você já leu algo sem sentido? Se você fosse um revisor de texto profissional, o que faria para
melhorar aquilo que leu e poder repassar a outros leitores?

Se o texto constitui sentido, promove interação e expressa a capacidade linguística do redator, ele precisa ter
determinados conhecimentos. Você lembra-se de que, na Unidade 1, conhecemos o que significa ter competên-
cia linguística, e vimos que a possuímos quando temos um conhecimento amplo sobre as convenções e usos da
Língua Portuguesa? Pois bem, para que um texto possa ser construído, ele precisa, além dessa competência, de
outras, classificadas como conhecimentos: linguístico, enciclopédico, interacional, ilocucional, comunicacional,
metacomunicativo e superestrutural. Vejamos agora o que significa cada uma dessas habilidades mencionadas.
Acompanhe no quadro a seguir.

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Quadro 2 – Conhecimentos acessados durante a produção textual.

Conhecimento Definição

Linguístico Consiste no conhecimento gramatical e lexical, sendo responsável pela articulação


do som e sentido do texto. Além disso, é responsável pela organização da superfície
textual, aplicação dos elementos de coesão e sequenciação textual.

Enciclopédico Também conhecido como conhecimento de mundo, é aquele que apresenta os


conhecimentos comuns e partilhados que adquirimos ao longo da vida enquanto
interlocutores, encontrando-se armazenado na mente de cada indivíduo.

Interacional Consiste no conhecimento que temos sobre as ações verbais que se apresentam
na linguagem, que engloba os conhecimentos do tipo ilocucional, comunicacional,
metacomunicativo e superestrutural..

Ilocucional: São conhecimentos sobre os tipos de atos da fala, que permitem


reconhecer as finalidades que o falante pretende atingir em determinadas
situações comunicativas.

Comunicacional: Diz respeito às capacidades comunicativas que envolvem


normas da língua, por exemplo: definição da linguagem adequada a cada situação,
quantidade de informação necessária e adequação do tipo textual a determinado
contexto.

Metacomunicativo: Este conhecimento é empregado quando o autor procura


evitar dúvidas do leitor, trazendo exemplos que se articulem às suas ideias, a fim de
proporcionar ao emissor um conhecimento amplo e claro.

Superestrutural: Consiste no conhecimento das diversas estruturas textuais que se


aprende ao longo do tempo, compreendendo o conhecimento sobre os vários tipos
e gêneros de texto.

Legenda: Quando desenvolvemos um texto, aplicamos conhecimen-


tos dos mais variados tipos para o alcance de seu objetivo.
Fonte: Adaptado de Koch (1992, p. 23-24).

Veja que o quadro anterior apresentou as habilidades mentais que são acionadas no momento em que pro-
duzimos uma carta, uma dissertação, um relatório ou um simples e-mail profissional. Para tanto, é importante
reconhecer que esses conhecimentos precisam ser alimentados continuamente, e isso é possível por meio da
leitura, muita prática de escrita e reescrita e estudo sobre as mais diversas áreas, sejam elas a linguística, ciência,
história ou até mesmo filosofia. Lembre-se que, quanto maior for o nosso leque de informações diárias, melhor
será nossa escrita!
Nesse mesmo contexto, Ernst-Pereira e Funck (2001) salientam que o texto é um objeto cultural, e que ele não
pode ser concebido como um material apenas informativo, mas, sobretudo, como uma prática discursiva que
conduz sentidos ao leitor. Dessa forma, as estudiosas evidenciam que cabe ao leitor:
[...] identificar sentidos e, ao produtor de textos, estabelecer sentidos através do uso de palavras,
expressões, construções sintáticas adequadas à mensagem a ser transmitida, como se nada se
interpusesse entre o sujeito e o objeto, tudo se passando como se as palavras, na sua transpa-
rência, carregassem em si as coisas do mundo a significar (ERNST-PEREIRA; FUNCK, 2001, p. 5).

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Para que você aprimore seus conhecimentos sobre o conceito de texto e as várias formas
de discurso escrito, sugerimos a leitura do artigo de Freda Indursky, Da heterogeneidade
do discurso à heterogeneidade do texto e suas implicações no processo da leitura (p.
27-42), disponível em: <http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Livros/Leitura_e_a_
Escrita.pdf#page=27>.

Além dos sentidos que cabe ao leitor identificar, existem os significados que ampliam o conhecimento do recep-
tor sobre aquilo que lê. Sendo assim, é importante conhecermos alguns tipos de significados, conforme as afir-
mações de Pimenta (2006)
• Significado gramatical: é aquele que vai depender da relação estabelecida com outros signos no dis-
curso (a palavra, por exemplo, é um signo linguístico, uma vez que por ela fazemos associações a concei-
tos e sonoridade).
• Significado contextual: existem significados diferentes para objetos, por exemplo. As flores, nesse sen-
tido, podem significar uma coisa em uma festa; outra, em um velório.
• Significado referencial: é considerado aquele que aparece no dicionário, e vai depender somente da
relação entre o signo e seu conceito referente.
• Significado conotativo: ocorre por meio da ampliação, do enriquecimento do significado referencial dos
signos, por meio da imaginação, como ocorre na leitura da poesia.
Agora que você já aprendeu o que é um texto, vamos adiante com nossos estudos, conhecendo os fatores que
caracterizam o texto enquanto tal. Vamos lá!

2.2 Fatores de textualidade


Você já ouviu falar em fatores de textualidade? Vamos entender agora o que esse elemento significa.
É claro que não produzimos um texto à toa, pois sempre há algo que nos impulsiona a escrever determinada
mensagem. De acordo com Costa Val (1999, p. 15), textualidade é o “[...] conjunto de características que fazem
com que o texto seja texto, e não uma sequencia de frases”.
Sendo assim, o texto compreende cinco fatores que compõem o contexto de sua elaboração, quais sejam: situ-
acionalidade, intencionalidade, informatividade, aceitabilidade e intertextualidade. Vamos agora conhecer cada
um destes elementos, segundo os estudos de Costa Val (1999).
• Situacionalidade: este fator diz respeito à situação comunicativa e à adaptação do texto a ela. Em uma
formatura, por exemplo, não vamos produzir um discurso despojado, com um linguajar popular, mas,
sim, adotar uma linguagem rebuscada e de acordo com as convenções da língua. Da mesma forma, não
podemos escrever um requerimento para a mãe comprar frutas e deixar isso na porta da geladeira. O
mais apropriado, nesse caso, seria um bilhete ou uma lista de compras.

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• Intencionalidade: quando o redator se empenha para dar coesão e coerência (aspectos que estudare-
mos melhor na próxima unidade) ao texto, a fim de alcançar os objetivos da comunicabilidade de certa
mensagem, dizemos que o texto possui intencionalidade, que podem ser várias: persuadir, informar,
comover etc.
• Informatividade: refere-se ao grau de importância da mensagem, tendo em vista as informações que
o texto será capaz de transmitir, a fim de fazer com que o receptor adquira mais conhecimento sobre o
assunto.
• Aceitabilidade: este fator é relacionado à maneira como o receptor aceita o texto e se este está de acordo
com as suas expectativas de clareza, coesão e coerência.
• Intertextualidade: todo texto é construído a partir de outro, ou seja, tudo aquilo que escrevemos tem
base em informações já apresentadas por alguém. É por isso que dizemos que os textos dialogam. Quando
fazemos uma citação, por exemplo, estamos utilizando outro texto e, por isso, existe nele a intertextua-
lidade.

Figura 9 – Situacionalidade da comunicação.

Legenda: A situacionalidade é um dos fatores de textualidade que compreende a observação da(o) situ-
ação/contexto em que ocorre a comunicação para que se possa produzir o texto adequado ao cená-
rio. Além disso, deve-se levar em conta o que é mais importante escrever nessa situação comunicativa.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escrit%C3%B3rio_MercadoLivre_-_mesa_de_trabalho.jpg>

Portanto, sempre que você for escrever, pense (e empregue) nesses cinco fatores de textualidade que acabamos
de estudar. Assim, você verá que a produção textual não é tão difícil quanto parece. Vejamos agora quais são os
principais desafios da escrita e como ultrapassar essas barreiras.

Para aprender mais sobre os fatores de textualidade e entender como eles estão envolvidos
no processo de interpretação de texto, leia o artigo de Joaquim et al. (2012), Os fatores de
textualidade: uma análise das personagens Valéria e Janete do programa humorístico
Zorra Total da Tv Globo, acessando o texto em: <http://www.uenp.edu.br/trabalhos/cj/
anais/soLetras2012/Alex%20Ferreira%20Joaquim.pdf>. Boa leitura!

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2.3 O desafio da escrita


Seria impossível falar em texto e sua respectiva produção sem tocar em um assunto tão importante para quem
quer escrever e comunicar-se melhor: os desafios da escrita.
Alguns têm medo de falar; outros, medo de escrever. A comunicação é sempre um desafio quando se pensa
que escrevemos não somente para nós, mas para o outro. Hoje em dia, o medo de escrever expande-se cada
vez mais, tendo em vista a exigência do mercado de trabalho no que se refere à boa comunicação, seja ela oral
ou escrita. Nos processos seletivos, a redação está sendo um dos tópicos que definem a aprovação do candidato
(até mesmo a dinâmica do ditado está retornando à seleção de recursos humanos nas empresas). Sendo assim,
é fundamental, em um primeiro momento, libertarmo-nos daquela ideia de que toda redação precisa de um
macete, técnica que resulta no conhecimento engessado do aluno. A respeito dessas barreiras, Faraco e Tezza
(1992, p. 128) evidenciam o seguinte:
O primeiro desafio para quem pretende dominar a língua padrão escrita é sair do universo viciado
da redação escolar, universo sem referências concretas, em que o eu abstrato repete opiniões
fragmentadas, edificantes sobre o Homem e o Mundo igualmente abstratos, para o universo con-
creto no qual a linguagem escrita age sobre o mundo. Porque, afinal de contas, é para isso que
se escreve – esta ação está presente tanto no bilhete semi-analfabeto [sic] de uma empregada
doméstica avisando que deixou a chave debaixo do tapete quanto no mais sofisticado texto cien-
tífico.
Com base nessas afirmações, podemos perceber que um dos principais desafios para escrever é resultado de
uma concepção bastante ultrapassada, ou seja, a ideia de que o que se aprendeu na escola enquanto técnica de
redação é válido para a vida toda. Não se pretende, aqui, criticar os métodos de ensino da escola tradicional, mas
salientar que é muito importante aprimorar o que já se sabe e pôr a escrita em prática nas mais distintas situa-
ções. A respeito desse assunto, Osakabe (1992, p. 122) salienta que:
[...] o acesso ao universo da escrita opera em dupla redução das características da escrita: em
primeiro lugar, reduz a fixidez do discurso escrito, exigência de sua persistência e durabilidade,
à condição de organização discursiva modelar e estável. Em segundo lugar, reduz a tendência
monológica a uma característica autoritária e também absoluta [...]. Tudo isso evidencia que o
acesso ao código da escrita não se resume, como já se disse, num adestramento, mas sim implica
um movimento de compromisso em que o instrumento adere o sujeito a um universo já formu-
lado.
Outro desafio bastante comum apresenta-se na seguinte questão: como dar sentido ao texto? Koch (1992)
entende que o texto não vem com um sentido pronto, sendo que essa construção se dá a partir dele. Dessa
forma, a estudiosa compara esse cenário à metáfora do iceberg, dizendo o seguinte:
Todo texto possui apenas uma pequena superfície exposta e uma imensa área imersa subjacente.
Para se chegar às profundezas do implícito e dele extrair um sentido, fazem-se necessários o
recurso aos vários sistemas de conhecimento e a ativação de estratégias cognitivas e interacio-
nais. (KOCH, 1992, p. 26)

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Figura 10 – Iceberg.

Legenda: A imagem do iceberg ilustra a concepção de que o texto é um produto inacabado e profundo,
sendo que as suas profundeza e essência são construídas pelo próprio texto e identificadas pelo leitor.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iceberg.jpg

Conheça o texto da professora da PUC, Sônia Kramer, Leitura e escrita como experiên-
cia: seu papel na formação de sujeitos sociais, e saiba mais sobre a importância que a
escrita exerce em nossa vida, principalmente enquanto educadores. Acesse o link: <http://
s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/37100263/Leitura_e_Escrita_como_expe-
riencia_Kramer.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTNPEA&Expires=14839046-
24&Signature=W6qo1OxuyYV0UIw1HpFB2Bp1p4I%3D&response-content-disposition=inl
ine%3B%20filename%3DLEITURA_E_ESCRITA.pdf>.

Voltemos à metáfora do iceberg, que alude à profundidade e à consistência do texto. Diante disso, as perguntas
que vêm à mente, se assimilarmos isso ao desafio da escrita, são: como dar vida e densidade ao meu texto? Como
escrever um texto que faça sentido e seja produtivo para quem o ler? Como dar êxito à escrita? Vejamos algumas
respostas a essas questões.
• Ter o que dizer: a palavra é um elemento que vai mediar minhas ideias e meus argumentos. Sendo assim,
é preciso saber o que vai ser falado, empregando as palavras necessárias para a compreensão do receptor
do texto. Ter o que dizer significa ter conteúdo a comunicar, habilidade que só vai ser aprimorada por meio
de informações obtidas via leitura e acompanhamento da mídia.

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• Contar com um bom vocabulário: na escola, uma frase muito comum dita pelos alunos é a seguinte:
“Professor, eu sei o conteúdo, mas não sei escrever!”. Quando não fazemos leituras diárias e não temos
acesso a palavras novas, certamente ficará difícil escrever com vocábulos adequados, sem repeti-los. O
aprendizado do vocabulário é fruto da prática constante da leitura.
• Saber quem é o nosso receptor: é fundamental lembrar, antes de produzir um e-mail, por exemplo, se
meu receptor entenderá a mensagem que pretendo transmitir. Esse receptor pode ser uma pessoa com
um conhecimento elevado, fruto de muito estudo; por outro lado, pode ser um indivíduo que não teve
oportunidade de obter uma instrução mais densa. Dessa forma, quando sabemos quem receberá nosso
texto, precisamos adequar a linguagem para que fique a mais clara possível, a fim de evitar desentendi-
mentos.
• Ter conhecimento dos fatos do dia a dia: isso é possível, por exemplo, pela prática da leitura de jornais,
revistas informativas e científicas, e também de obras literárias. Saber quais são os principais assuntos
discutidos na atualidade enriquece o arsenal de conteúdos que guardamos em nossa memória.
Veja que a prática da leitura se destaca enquanto responsável pelo enriquecimento daquilo que já sabemos, apri-
morando nossa forma de expressão ao colocarmos em prática novos vocabulários.
Mesmo que a escrita seja desafiante, ela sempre estará presente em nossa vida. Por isso, é muito importante que
você, aluno(a), reconheça que tem capacidade de ir muito além do que imagina, vencendo as barreiras que apa-
recem todos os dias! Lembre-se que escrever é uma arte e que somos capazes de melhorar!

Todos os dias, precisamos escrever alguma coisa, não é mesmo? Agora pense: você con-
sidera-se um bom escritor? Que instrumentos de aprendizagem estariam disponíveis para
que você pudesse melhorar a sua forma de escrever?

2.4 Os tipos de texto


Você sabia que, quando redigimos uma receita ou o médico faz a prescrição de um remédio, estão sendo escritos
tipos de textos diferentes? Pois é, sempre que produzimos um discurso escrito, precisamos estabelecer alguns
critérios, como: quem será meu receptor? Que tipo de mensagem quero transmitir? De que forma pretendo
transmitir a informação? Qual é o objetivo da mensagem? Fazendo isso, estamos formulando uma estrutura
mental de nosso texto, que vai ser de determinado tipo.
Marcuschi (2002, p. 22) entende que “A definição de tipo textual parte da identificação de suas características de
composição. O tipo textual possui aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas, o que estabe-
lece a sua natureza linguística”. Sendo assim, os tipos de texto vão apresentar peculiaridades em sua estrutura,
contendo um DNA próprio, ou seja, vocabulário específico, tempos verbais diferentes, interação distinta com o
receptor, tamanho do texto etc.

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Figura 11 – Substância química: DNA.

Legenda: Cada tipo de texto é constituído de uma estrutura peculiar, que o diferencia dos demais. Assim,
o tipo textual é denominado por apresentar um DNA (conhecido como ácido desoxirribonucleico) espe-
cífico, ou seja, uma composição que o determinará enquanto narração ou descrição, por exemplo.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:DNA_methylation.jpg>

Vejamos agora quais são os tipos de texto:


• Texto narrativo: este tipo de texto é assim caracterizado por narrar determinada história, isto é, ele conta
determinados fatos sobre personagens dentro de um tempo e contexto específicos, seguindo uma estru-
tura. Segundo Travaglia (2007, p. 66), “[...] as modalidades características desse tipo de texto são a certeza
e a probabilidade, uma vez que são os textos que dão a conhecer os acontecimentos”. Contos, romances
e novelas são exemplos de texto narrativo, uma vez que apresentam o desenrolar de acontecimentos
seguindo um enredo.
• Texto descritivo: este tipo de texto tem como objetivo apresentar a descrição/especificação de pessoas,
lugares, objetos, sentimentos etc. A bula de um remédio, por exemplo, descreve a composição do medi-
camento. Da mesma forma, ocorre com as embalagens de produtos, em que se especifica a sua natureza
e também a composição. Travaglia (2007, p. 64), entende que nesse tipo de texto “[...] aparecem verbos
enunciativos ligados à visão, já que se instaura o interlocutor como “voyeur”: ver, perceber, notar, obser-
var, admirar, avistar (todos em sentido sensorial)”.
• Texto argumentativo: este tipo de texto geralmente é muito solicitado nos vestibulares. O texto argu-
mentativo é aquele que expõe opiniões e argumentos sobre determinado assunto, a fim de convencer o
leitor sobre a ideia apresentada. Além disso, em sua composição, devem estar presentes elementos que
comprovem o pensamento exposto pelo autor, ou seja, argumentos (exemplos, citações etc.) que susten-
tem o ponto de vista exposto. Artigos de opinião são exemplos dessa categoria.
• Texto dissertativo: este tipo de texto tem como finalidade desenvolver e apresentar o raciocínio sobre
determinado assunto. Assim, “[...] aparecem os verbos enunciativos de pensar, já que se instaura o inter-
locutor como ser pensante, que raciocina: pensar, achar, saber, parecer etc.” (TRAVAGLIA, 2007, p. 65).
Monografias, dissertações de mestrado e editorial são exemplos dessa categoria.

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• Texto injuntivo: esta modalidade é caracterizada pelo teor instrucional, ou seja, o texto injuntivo orienta
o leitor sobre como fazer alguma coisa ou até mesmo como pensar. Os livros de autoajuda são bons
exemplos dessa categoria, uma vez que trazem quase que receitas de como viver e pensar. Portanto,
segundo Travaglia (2007, p. 65), “[...] aparecem verbos enunciativos mais no discurso indireto, e ligados
à condição do produtor do texto de incitador e do recebedor de potencial executor das ações: mandar,
ordenar, determinar, pedir, suplicar, sugerir, recomendar etc.”.
• Texto informativo: como a própria denominação já indica, esta modalidade de texto tem como fina-
lidade apresentar informações de interesse público. Fatos e dados atuais fazem parte dessa composi-
ção. São exemplos dessa categoria jornais impressos ou virtuais, revistas comuns (como Veja, Isto é, entre
outras) ou de cunho científico.

Leia o artigo científico do linguista Luiz Carlos Travaglia, A caracterização de categorias de


texto: tipos, gêneros e espécies, e conheça o que são espécies e categorias de texto, bem
como as relações entre gêneros e tipos textuais. Acesse o conteúdo em: <http://seer.fclar.
unesp.br/alfa/article/view/1426/1127>.

Ficou claro o que é um tipo textual, certo? Para escrever uma boa redação, precisamos entender qual é a finali-
dade de nosso texto, por isso a importância de conhecer os tipos de texto mais comuns em nosso dia a dia. Agora,
vamos estudar as diferenças entre tipo e gênero textual a fim de aprimorar nossas habilidades comunicativas.
Vamos adiante!

2.5 Os gêneros textuais


A maioria das pessoas confunde tipo e gênero textual ou acredita que são a mesma coisa. No entanto, é impor-
tante entendermos que, mesmo que sejam unidades complementares, possuem muitas distinções. Mas o que
seria um gênero textual? Vamos agora esclarecer essa dúvida, iniciando com os ensinamentos de Marcuschi
(2008, p. 155):
Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêne-
ros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões socio-
comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e
estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técni-
cas. Em contraposição aos tipos, os gêneros são entidades empíricas em situações comunicativas
e se expressam em designações diversas, constituindo um princípio de listagem aberta.

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O gênero é, portanto, reconhecido por apresentar padrões de composição que se adequam à situação comuni-
cativa, empregando linguagens específicas por meio da oralidade ou escrita. A charge, por exemplo, apresenta
uma forma de expressão bastante peculiar, seja por apresentar linguagens eruditas ou até mesmo bastante colo-
quiais para criticar determinado fato. Nesse caso, a charge é um gênero textual de tipo humorístico, uma vez que
se utiliza do humor para criticar um assunto sério da atualidade. Até mesmo um bate-papo virtual é um gênero.

Figura 12 – O gênero textual e sua capacidade sociocomunicativa.

Legenda: Empregamos determinados gêneros textuais sempre de acordo com o contexto comu-
nicativo, tendo em mente a finalidade da mensagem que queremos transmitir.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Communication#/media/File:Communication_sender-message-reciever.png

Mas quais seriam os gêneros textuais mais utilizados em nosso dia a dia profissional e acadêmico? Vamos conhe-
cer alguns deles: artigo de opinião, e-mail, artigo científico, monografia, resenha, notícia.
• Artigo de opinião: este gênero textual é muito comum em colunas de opinião, encontradas em jornais
e revistas. O artigo de opinião é um texto curto (aproximadamente uma ou duas páginas de conteúdo) e
argumentativo, “[...] que possibilita ao autor expor livremente o seu modo de pensar, o seu ponto de vista
sobre uma questão controversa, e que se destina a convencer o leitor por meio de uma argumentação
sustentada sobre essa posição” (GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009, p. 97). Geralmente, é produzido
por alguém que possui um vasto conhecimento sobre o assunto, o que demonstra a propriedade para
opinar e fazer o leitor refletir sobre o tema apresentado. Esse gênero textual apresenta também um título
criativo e que possa chamar a atenção do leitor. O texto de Roberto Pompeu de Toledo (2007) é um bom
exemplo de crítica que se faz ao costume que os brasileiros têm em reproduzir e valorizar elementos de
outros países. Uma paixão dos brasileiro’s já indica, pelo emprego do apóstrofo mais o “s” (na língua
inglesa, indica o caso possessivo, por exemplo: “Lucy’s house” quer dizer “A casa de Lucy”), a mania que
nosso povo tem de copiar as coisas de fora. Vejamos o início desse texto para compreender que, já na
introdução, é possível perceber a crítica que o autor do texto fará.
Toda vez que se fala em antiamericanismo, no Brasil, dá vontade de contra-atacar com o após-
trofo. Muita gente não gostou da presença de George W. Bush no país, mas esse sentimento é lar-
gamente superado pelo amor que temos pelo apóstrofo. O apóstrofo em questão, para os leitores
que ainda não se deram conta, é aquele sinalzinho (‘) que na língua inglesa se põe antes do “s” (‘s).
Quanto charme num pequenino sinal gráfico! Bush se sentiria vingado das manifestações de pro-
testo se lhe fosse permitido caminhar por uma rua comercial brasileira e verificar quantos nomes
de estabelecimentos são, em primeiro lugar, em língua inglesa e, em segundo, ostentam como
rabicho o ‘s. Somos apaixonados pelo ‘s. O que é uma forma de expressar nosso amor e respeito
pelos Estados Unidos. (TOLEDO, 2007 apud GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009, p. 97-98).
O artigo de opinião, portanto, sempre sustentará um ponto de vista, seja ele positivo ou negativo, sobre
algo que está sendo polemizado na atualidade.

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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais

• E-mail: este gênero é considerado um dos mais utilizados na contemporaneidade. Sua finalidade é esta-
belecer uma comunicação rápida e eficaz. Por isso, os e-mails devem ser bastante objetivos, contendo
informações básicas daquilo que se quer comunicar. Gold (2005, p. 100) enfatiza que, quando o e-mail é
utilizado com o mesmo objetivo do
[...] bilhete ou do contrato telefônico, sua linguagem tem um alto grau de informalidade, aproxi-
mando-se da fala. Quando o correio funciona como memorando ou comunicação interna, veri-
ficamos um cuidado maior no planejamento textual e na gramática, com o grau de formalidade
também determinado pelo conteúdo da mensagem e pelo destinatário.

Você sabia que no e-mail devemos ter um cuidado redobrado com a linguagem utilizada?
Isso porque não sabemos se o receptor está, por exemplo, triste ou chateado com alguma
coisa ao receber nossa mensagem. Esses sentimentos são ruídos da comunicação, conforme
estudamos na Unidade 1, lembra? Pra esse fim, existe um material bastante interessante,
que vai lhe ensinar como comunicar-se sendo elegante no meio virtual. Acesse o texto Para
que serve a netiqueta no seguinte link: <http://www.safernet.org.br/site/sites/default/files/
netiqueta.pdf>.

• Artigo científico: muito solicitado no universo acadêmico, este gênero textual consiste em uma pro-
dução discursiva mais extensa que o artigo de opinião, devendo seguir determinada estrutura (resumo,
introdução, objetivos geral e específicos, justificativa, hipóteses, fundamentação teórica etc.) a fim de
demonstrar o resultado de uma pesquisa inédita. Geralmente, a instituição de ensino solicita certa quan-
tidade de páginas e o enquadramento às suas normas, devendo sempre seguir o padrão da ABNT (Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas), assunto que detalharemos mais adiante.
• Monografia: este gênero textual é resultado do trabalho de conclusão de curso, contendo o relato do
desenvolvimento de determinada pesquisa sobre um tema único. Possui uma estrutura semelhante à do
artigo científico, no entanto, apresenta a possibilidade de desenvolver mais o relato da pesquisa, uma vez
que deve o texto deve ser mais extenso que o artigo.
• Resenha: também muito solicitada no ambiente acadêmico, a resenha é um gênero que tem como fina-
lidade apreciar determinado objeto cultural – livro, música, pintura, filme etc. Para fazer uma resenha,
é necessário ter bastante conhecimento sobre o objeto resenhado para que se seja capaz de realizar
uma crítica sobre ele. Segundo Goldstein, Louzada e Ivamoto (2009, p. 113), “[...] os recursos linguísticos
empregados numa [sic] resenha buscam chamar a atenção do leitor, despertar-lhe o interesse e fazê-lo
sentir-se envolvido pelo assunto e pelo enfoque dado ao tema resenhado”.
• Notícia: como o próprio nome já indica, a notícia tem como objetivo noticiar, contar um fato novo que
interessa ao público em geral. As notícias estão mais presentes em jornais televisivos e impressos, não
podendo conter opiniões e avaliações de quem a comunica.

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Leitura e Produção de Textos | Unidade de Estudo 2 - O que é um texto: tipos e gêneros textuais

Para que você possa conhecer mais sobre o assunto gênero textual e conhecer o processo
histórico envolvido neste contexto, leia o seguinte texto: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêne-
ros textuais: definição e funcionalidade: In DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Ana Rachel;
BEZERRA, Maria Auxiliadora (Org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002,
p. 19-36.

Acabamos de conhecer alguns dos gêneros textuais mais comuns em nosso cotidiano. É importante entender
que cada gênero possui uma finalidade. Um outdoor, por exemplo, promove a propaganda de algum produto ou
evento; um chat via Facebook estabelece um contato dinâmico entre receptor e emissor, com vistas a informar,
trocar ideias etc. de forma instantânea. Assim, além desses gêneros textuais, existem outros que também mere-
cem destaque sobre suas finalidades. Observe o quadro a seguir.

Quadro 3 – Gêneros textuais e suas funções.

Gêneros Função/objetivo

Aviso, edital, informação, informe, participação, citação. Dar conhecimento de algo a alguém.

Acordão, acordo, convênio, contrato, convenção. Estabelecer concordância.

Petição, memorial, requerimento, abaixo-assinado, requisição, Pedir, solicitar.


solicitação.

Alvará, liberação, autorização. Permitir.

Ordem de serviço, decisão, resolução. Decidir, resolver.

Convite, convocação, intimação, notificação. Solicitar a presença.

Nota promissória, termo de compromisso, voto. Prometer.

Legenda: Cada gênero textual possui uma função específica a fim de atender às finalidades sociocomunicativas.
Fonte: Adaptado de Travaglia (2007, p. 61).

Como você pôde perceber, não se pode definir qual gênero textual adotar sem pensar em sua função. Portanto,
lembremos que, em nosso dia a dia, nos deparamos com vários gêneros que possuem, em sua composição,
determinado tipo textual.

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Considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade de nossa disci-
plina de Leitura e produção textual. Nesta etapa, aprendemos assuntos e
conceitos bastante importantes para que possamos nos expressar melhor
nos textos que vamos produzir.
Vimos, primeiramente, que um texto é uma unidade de sentido. Se lan-
çarmos no papel palavras soltas e composições sem sentido, não teremos
um texto.
Aprendemos também que, quando escrevemos, acessamos determina-
dos conhecimentos, a saber: superestrutural, linguístico, enciclopédico,
interacional, ilocucional, comunicacional e metalinguístico. Além disso,
vimos que o leitor é capaz de construir sentidos no texto, e que este tam-
bém pode possuir determinado significado, sendo os principais gramati-
cal, contextual, conotativo e referencial.
Conhecemos, na sequência, os elementos de textualidade (intenciona-
lidade, situacionalidade, informatividade, intertextualidade e aceitabi-
lidade), que são fatores indispensáveis a qualquer texto. Reconhecemos
os desafios da escrita e compreendemos que leitura e conhecimento de
mundo são essenciais para ultrapassar os obstáculos. Além de ter o que
falar, é importante contar com um bom vocabulário e saber quem é nosso
receptor.
Aprendemos as diferenças entre tipos e gêneros textuais, e conceituamos
o tipo como aqueles que apresentam composições estruturais peculiares,
como os textos narrativos, argumentativos, informativos, dissertativos e
injuntivos. Compreendemos que o gênero textual é aquele que é adotado
em situações comunicativas diferentes, sendo que evidenciamos alguns
dos principais: resenha, e-mail, artigo de opinião, notícia, monografia e
artigo científico.
Na próxima unidade, continuaremos nossa viagem pelo universo da lei-
tura e da escrita, aprendendo como produzir bons textos. Até lá!

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Referências bibliográficas
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sem mistério: leitura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009.

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texto e suas implicações no processo da leitura. In: ERNST-PEREIRA, Aracy,
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cursivas. Pelotas (RS): EDUCAT, 2001. Disponível em: <http://www.leffa.
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JOAQUIM, Alex Ferreira et al. Os fatores de textualidade: uma análise


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