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Nº 30, volume IX, artigo nº 11, Julho/Setembro 2014

D.O.I: 10.6020/1679-9844/3011

OS ANOS 60 E O MOVIMENTO NEGRO NORTE-


AMERICANO: UMA DÉCADA DE ELEVAÇÃO DE
CONSCIÊNCIA, ECLOSÃO DE SENTIMENTOS E
MOBILIZAÇÃO SOCIAL

60 YEARS AND THE BLACK AMERICAN MOVEMENT: A


DECADE OF RISE OF CONSCIOUSNESS, HATCHING
FEELINGS AND SOCIAL MOBILIZATION

Shirlena Campos de Souza Amaral¹, Leandro Garcia Pinho², Giovane do


Nascimento3

1
Doutora em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Pós-doutoranda em
Políticas Sociais - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (LEEL/PPGPS/UENF),
Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil, shirlenacsa@gmail.com

2
Professor Associado e Chefe do Laboratório de Estudos de Educação e Linguagem (LEEL) e
Professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais (PPGPS) - Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil,
leandrogarciapinho@gmail.com

3
Professor Associado do Laboratório de Estudos de Educação e Linguagem (LEEL) e professor dos
Programas de Pós-Graduação em Políticas Sociais e Cognição e Linguagem - Universidade Estadual
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil,
giovanedonascimento@gmail.com

Resumo – O movimento negro norte-americano inspirou muito dos


movimentos sociais que ocorreram nos Estados Unidos a partir da década
de 60, inaugurando uma série de protestos de uma época. Nesse sentido, o
presente trabalho propõe o pensar dos anos 60, como uma década de
importantes transformações políticas, culturais e comportamentais; assinala
o contexto de luta pelo direito a igualdade, a emancipação e o fim da
segregação racial; e, procura dimensionar o significado da força de um

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tempo passado, também, a partir da repercussão social da música negra
como expressão de sentimentos e contestação social.
Palavras-chave: Anos 60. Movimento Negro Norte-Americano. Movimento
dos Direitos Civis. Música Negra. Formas de Expressão.

Abstract – The black American movement inspired much of the social


movements that occurred in the United States from the 60 years, ushering in a
series of protests of an epoch. In this sense, this paper proposes the thinking of
the 60s as a decade of great political, cultural and behavioral change.
Furthermore, this discussion marks the context of struggle for theand behavioral
change. Furthermore, this discussion marks the context of struggle for the right to
equality, the emancipation and the end of racial segregation; and seeks to scale
the meaning of strength of a past time, too, from the social repercussion of black
music as an expression of feelings and social protest.

Keywords: 60 Years. Black American Movement. Civil Rights Movement. Black


Music. Forms of Expression.

1. Uma breve apresentação

“Ouso acreditar que as pessoas, em todas as partes, possam ter três


refeições ao dia para os seus corpos; educação e cultura para as suas
mentes; e dignidade, igualdade e liberdade para os seus espíritos” (KING,
2006).
A história da humanidade – sobretudo a partir da Revolução Industrial, num contexto
de emergência de afirmação do capitalismo como sistema econômico, bem como
após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – nos apresenta uma participação
marcante de movimentos sociais na luta por direitos, em busca de conquistas. O
estreitamento de laços entre movimentos, principalmente os decorrentes das antigas
colônias dos países europeus com o movimento negro norte-americano, vem sendo
assinalado como um importante passo para a definição conceitual das bases
unificadoras das lutas contra a segregação racial no mundo ocidental.
Num passado recente, na década de 19901, no Brasil, por exemplo, pudemos

1
No cenário das reivindicações minoritárias, nos anos de 1980 e de 1990, o debate sobre a causa da
população negra ressurgiu com uma nova roupagem, como parte dos movimentos sociais que se
fortaleceram a partir da década de 70, quanto à demanda da identidade negra e da cidadania, seja
pela politização em torno de uma consciência negra ou de uma cultura negra como meio de marcar
uma cidadania diferenciada. Temos, de fato, como resultado de experiências a oposição entre a

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assistir a uma das mudanças significativas em termos de mobilização do movimento
social negro contra o racismo, por meio da reutilização da música rap como
expressão cultural, ou seja, como instrumento de luta contra a opressão racial, em
prol da igualdade. Tal evento nos remete às mudanças decorrentes do movimento
histórico de uma geração, bem como às estratégias políticas e ao postulado de um
movimento, que vem sendo referência clássica para o movimento negro brasileiro,
qual seja: o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Interessa-nos nesse texto pensar os incríveis anos 60, como uma década de
importantes transformações políticas, culturais e comportamentais em diversos
países. A identificação dos processos de profundas mudanças geradas pelas idéias
libertárias que se fortaleceram a partir da década de 60 parece-nos uma constatação
presente em trabalho de distintos autores. Nossa proposta exige atenção à
percepção de Eric Hobsbawn (2002) que, em sua obra “Tempos Interessantes: uma
vida no século XX”, exprime os anos 60 como o ápice da Era de Ouro no século XX,
uma década de movimentos libertários, que trouxe um novo olhar para assuntos
como sexualidade, repressão, instituições, poder e reconhecimento dos direitos das
minorias e que posteriormente foram identificados com o movimento de Maio de
1968, tornaram-se símbolos de novas perspectivas para o mundo contemporâneo.
Geertz (1997, p. 146), que assinala a arte como uma das expressões da vida
em sociedade, ou seja, como “textura de um padrão de vida específico”, também
nos ajuda a pensar o tempo, em que as manifestações deixaram de ser
preocupações privadas e tornaram-se públicas, seja na sua expressão mais
propriamente política, seja contra cultural; tempo de efervescência política e de
singulares inovações culturais, marcada, sobretudo pela música negra – enquanto
arte e expressão de agregação do desejo de mudança, de comprometimento com as
lutas pelos direitos civis por nova forma de vida. Desse modo, nosso objetivo neste
texto é apresentar, sem pretensão de esgotar o tema, reflexões sobre os anos 60 e
o movimento negro norte-americano, tentando dimensionar, mesmo que de bem
longe, o significado da força de um tempo passado, a partir da repercussão social da
música negra como expressão de sentimentos e contestação social.

identidade étnico-racial negra e a identidade mestiça, identidade esta unificadora proposta pela
ideologia dominante, que além de buscar a unidade nacional visa à legitimação da chamada
democracia racial brasileira e a conservação do status quo.

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2. Os anos 60 e a expressividade de um movimento

Escrever sobre os anos 60 nos remete, dentre questões, às motivações que


marcaram àquela década. O início dos anos 60 vem sendo apontado como
referência de uma série de mobilizações em massas e protestos organizados por
grupos de luta pela igualdade e o fim da segregação racial nos Estados Unidos. Na
esfera jurídica, a reivindicação por direitos iguais somava-se a luta pela
emancipação – a afirmação da crença no indivíduo livre –, mas igualmente se
afastava dos padrões normativos e de normalidade da época.
O movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos (1955-1968) esteve
extremamente vinculado à luta da minoria negra estadunidense em abolir a
segregação racial no país. Em referência a década de 1960, Silva (2001, p. 29)
confirma ter sido esta um momento de efervescência dos movimentos negros norte-
americanos, que passaram a exigir o cumprimento das leis relativas à igualdade.
Exemplificando tais legislações, Moehlecke (2000, p. 22) rememora as significantes
Emendas Constitucionais, a saber: a) a de n.º 13, de 1863, que estabeleceu a
abolição do sistema de escravidão nos Estados Unidos da América; b) a de n.º 14
que, em 1868 garantiu aos afro-americanos a cidadania plena, proibiu proteção
inigualitária dos Estados para com estes, determinando, ainda, o direito a um
processo judicial justo em caso de sentenças; e c) a de n.º 15, aprovada em 1870,
que concedeu aos mesmos o direito ao voto, sem manipulação.
Entretanto, essas garantias jurídicas, na prática, não ocorreram, devido à
intransigência étnica dos brancos, que se evidenciavam como “racialmente”
superiores e categoricamente favoráveis ao segregacionismo, sustentados em
primazia pelos estados do sul. Nesse aspecto, Walters (1997, p. 105-106) lembra a
forma de visibilidade da segregação institucionalizada no sul, ao comentar, a título
de exemplificação, que “os negros pagavam uma taxa para a manutenção das
instituições públicas, como bibliotecas, em muitas cidades do sul, até mesmo das
que eram fechadas a eles, e ainda, em muitos lugares, reinava o terror da violência
física”. Via de regra, os negros viviam em estados deploráveis.
Referindo aos anos de 1954, Greil Marcus (2010) recorda da decisão
unânime da Suprema Corte nos Estados Unidos pela inconstitucionalidade da
segregação em escolas públicas, por tratar-se de “afronta à nação”. Assim, tal
situação não poderia mais se prolongar mediante juízes federais aos poucos

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ordenando que a decisão fosse posta em prática, ou seja, “aplicada onde as
pessoas efetivamente viviam, distrito por distrito, ano por ano, as crianças negras
tentando entrar em escolas anteriormente só para brancos eram agora empurradas,
cuspidas e xingadas por multidões cruéis que as teriam matado se a Guarda
Nacional não estivesse ao seu lado” (p.29).
Esse cenário de segregação “racial” e de discriminação às minorias étnicas
compôs, também, a política geral de empregos em grande parte das indústrias
norte-americanas. Em 1955, apesar de haver uma considerável proporção de 55%
de negros presentes na força de trabalho, salienta Walters (1997, p. 106) que essa
magnitude necessita ser analisada melhor, por outra lógica, vez que havia uma
concentração de negros nos valores salariais menores e, em sua maioria, para
profissões não-especializadas, o que derivou do padrão histórico de tratamento dos
afro-americanos e favoreceu as lutas destes por práticas de empregos mais justas,
dentre outras, desde a década de 1940.
Marchas, demonstrações de protesto e boicotes aqueceram-se. Atuação que
se tornou célebre na história foi o boicote dos negros aos ônibus de Montgomery, no
Alabama2, ente 1955 e 1956, liderado pelo líder Martin Luther King Jr, o que
“desencadeou uma longa série de esforços para dessegregar os transportes
públicos, as escolas e os locais de hospedagem pública em todo o sul” (BOWEN E
BOK, 2004, p. 35-36).
Mas é a década de 1960 que vem sendo assinalada por intensa pressão dos
grupos organizados da sociedade civil, especialmente os denominados “movimentos
negros”, liderados por Martin Luther King e Malcom X, ou grupos radicais como os
“Panteras Negras”, na luta pelos direitos civis. Tais grupos impulsionaram o clamor
pela igualdade racial, estendendo-se o pleito para a dignidade racial, igualdade
econômica e auto-suficiência política. O apoio e o envolvimento da população negra
em relação a esses movimentos puderam ser observados na “Marcha Sobre
Washington por Empregos e Liberdade”, realizada em 29 de agosto de 1963, que
reuniu aproximadamente 250 mil pessoas, incluindo grupos religiosos protestantes,
católicos e judeus, além de lideranças negras e brancas (GONÇALVES E SILVA,

2
Sob a liderança de Martin Luther King Jr, dentre os pequenos movimentos sem uso da força (por
meio de estratégias não-violentas), significativos na década, esse fez com que durante treze meses,
nenhum negro utilizasse ônibus.

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2000, P. 39; MOEHLECKE, 2000, p. 25).
O sentimento coletivo de necessidade de reparação dos direitos civis e
econômicos dos afro-americanos, também pode ser depreendido da resposta do
líder político negro pacifista, Martin Luther King Jr., em janeiro de 1965, quando
arguido sobre a justiça de sua proposta de programa de ajuda econômica com custo
de 50 bilhões de dólares, que abrangesse não apenas os negros, mas também os
desfavorecidos de todas as raças, ao pronunciar:
“Com certeza, sim. Algum cidadão justo pode negar que o negro tem sido
desfavorecido? Poucas pessoas refletem que por dois séculos o negro foi
escravizado e privado de salários – dos potenciais benefícios e da riqueza
que teriam sido o legado aos seus descendentes (...)” (WALTERS, 1997, p.
105).
Ainda em 1965, o líder do movimento negro se manifestou duas vezes contra
as intenções imperialistas dos Estados Unidos na guerra do Vietnã. Era reflexo das
mobilizações presentes contra o racismo.
Dois anos após, em quatro de abril de 1967, no discurso proferido por Martin
Luther King Jr – na igreja Riverside, na cidade de Nova York – intitulado “Além do
Vietnã”, observamos o chamamento pela apreensão da história de uma nação e
pelos mandamentos da consciência nacional e humanista. Na obra, “Um Apelo à
Consciência: os melhores discursos de Martin Luther King” (KING, 2006), temos
depoimentos de quem vivenciou o tempo – a década de 60 – como:
“(...) uma época revolucionária. Por todo o planeta homens se revoltam
contra antigos sistemas de exploração e opressão e, longe das feridas de
um mundo debilitado, novos sistemas de justiça e igualdade estão
nascendo. Os miseráveis da terra se levantam como nunca antes. Aqueles
que viviam na escuridão viram uma luz grandiosa. Nós, o Ocidente,
devemos apoiar essas revoluções. É triste perceber que ao conformismo, à
complacência, a um medo mórbido do comunismo e à nossa propensão
para nos ajustarmos à injustiça, as nações ocidentais que deram origem ao
espírito revolucionário do mundo moderno tornaram-se agora o bastião anti-
revolucionário. Isso fez com que muitos acreditassem que o marxismo tenha
um espírito revolucionário. Por isso, o comunismo é um veredicto contra a
nossa incapacidade de tornar a democracia uma realidade e de seguirmos
fiéis as revoluções que iniciamos. Nossa única esperança hoje se encontra
em nossa habilidade de retornar o espírito revolucionário e sair para o
mundo, por vezes hostil, declarando eterna hostilidade à pobreza, ao
racismo, ao militarismo. Com esse vigoroso compromisso, desafiaremos
corajosamente o status quo e as prática injusta, e assim anteciparemos o
dia „em que todo vale será alterado e toda a colina, abaixada; que o áspero
será plano e o torto, direito” (KING, 2006, p.129).
Em continuidade Luther King explica melhor o chamado ao companheirismo
universal, em que revolução – nacional e mundial – construiria um mundo novo
acima das raças, classes e nações:

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“Uma genuína revolução de valores significa, em última instância, que
nossas fidelidades devem se tornar mais ecumênicas que sectárias. Toda
nação deve agora desenvolver uma fidelidade suprema à humanidade como
um todo, a fim de preservar o melhor de cada sociedade em particular. Esse
chamado a um companheirismo universal que eleva o respeito fraterno
acima de tribos, raças, classes e nações é, na realidade, um chamado a
sentir pela humanidade um amor totalmente abrangente e incondicional”
(KING, 2006, p. 130).
Em resposta a pressão do crescente movimento civil exigindo mudanças,
podemos dizer, portanto, que uma das grandes lutas do movimento pelos Direitos
Civis, nos anos 1960, foi conquistar uma legislação civil – o Civil Rights Act (1964) e
o Voting Rights Act (1965) visando desmantelar a estrutura formal que negava o
direito de voto e admitia a segregação aos negros. Essa legislação é, sem sombra
de dúvidas, referência basilar das políticas de ação afirmativas, à medida que
revogou as leis segregacionistas vigentes até então nos Estados Unidos da América,
digamos, que objetivou “quebrar as barreiras erguidas pelo sistema da supremacia
branca” (WALTERS, 1997, p. 105), já que o “grupo principal cujos pleitos
proporcionaram o estímulo e o racional dessa lei foi o dos negros” (SOWELL, 2004,
p. 115).
Assim, o estatuto basilar da evolução histórica da ação afirmativa nos Estados
Unidos da América, a Lei dos Direitos Civis, de 1964, adveio do Movimento dos
Direitos Civis, de 1960, quando o presidente democrata, John Fitzgerald Kennedy,
utilizou a expressão oficialmente em um texto, em 06 de março de 1961
(MEDEIROS, 2004, p. 122), propondo “medidas positivas de oportunidades iguais
para todas as pessoas qualificadas no governo” (CASHMORE, 2000, p. 33), ou seja,
medidas com o objetivo de “ampliar a igualdade de oportunidades no mercado de
trabalho” (MENEZES, 2001, p. 27). Em apenas dois meses de mandato, Kennedy
expediu a Executive Order no. 10.925, que além de ter, conforme salientado,
empregado o termo pela primeira vez em um texto oficial, embora com conotação
restrita – o que gerou, pioneiramente, a elaboração de um delineamento jurídico –;
além disso, criou um órgão do Estado para fiscalizar e reprimir a discriminação
existente no mercado de trabalho, que teve por termos:
“Nos contratos celebrados com o governo federal, o contratante não
discriminará nenhum funcionário ou candidato a emprego devido a raça,
credo, cor ou nacionalidade. O contratando adotará ação afirmativa para
assegurar que os candidatos sejam empregados, como também tratados
durante o emprego, sem consideração a sua raça, seu credo, sua cor, ou
nacionalidade. Essa ação incluirá, sem limitação o seguinte: emprego;
promoção; rebaixamento ou transferência; recrutamento ou anúncio de
recrutamento, dispensa ou término; índice de pagamento ou outras formas

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de remuneração; e seleção para treinamento, inclusive aprendizado” (IBID.,
p. 88).
À época, Kennedy submeteu ao Congresso diversos projetos com propósitos
de estabelecer igualdades de oportunidades, tendo logrado alguns êxitos, dentre
eles o advento do “Equal Pay Act, em 1963, que proibiu que as mulheres
recebessem, pelo mesmo trabalho uma remuneração inferior à dos homens” (IBID.,
p. 89). Com o inesperado assassinato de Kennedy, em novembro de 1963, seu
sucessor, Lyndon Baines Johnson (1963-1968), buscou dar prosseguimento aos
projetos legislativos que se encontravam em trâmite – no sentido de atender às
grandes demandas sociais e aos direitos das minorias civis – e obteve sucesso junto
ao Congresso na aprovação do Ato dos Direitos Civis (Civil Right Act), em julho de
1964, que impôs, no plano legal:
“(...) a proibição de discriminação ou segregação em lugares ou
alojamentos públicos (Título II); a observância de medidas não
discriminatórias na distribuição de recursos em programas monitorados pelo
governo federal (Título VI); a proibição de qualquer discriminação no
mercado de trabalho calcada em raça, cor, sexo ou origem nacional,
proibição essa que deveria ser observada pelos grandes empregadores,
assim compreendidos todos aqueles que tivessem pelo menos quinze
funcionários, incluindo-se as universidades, públicas ou privadas (Título
VII)” (IBID., p. 90).
Tal como enfatiza Walters (1997, p. 105), em 1964, nos Estados Unidos da
América, “os negros viviam em guetos raciais, distantes dos brancos e, na maior
parte do país, não podia usufruir, maneira integral dos bens e serviços públicos”.
Qualquer movimento que desconsiderasse a questão racial já não fazia sentido e,
certamente, a articulação com a pobreza3 representou uma cobrança histórica
inseparável4. Assim, era momento de necessárias mudanças 5. Na busca de
igualdade de tratamento e de oportunidade, alicerçado na ideia de que o indivíduo
só poderia se desenvolver com plena liberdade numa sociedade igualitária em sem

3
Conforme Pedro Demo, sob o prisma do bem-estar social, “pobreza” traduz a desigualdade, mas não
se restringe ao problema da carência material. Muitas vezes ignoramos o seu fundamento, o “fundo
político da marginalização opressiva”. Pobreza consiste no “processo de repressão do acesso às
vantagens sociais”, e à medida que a pobreza social emerge no contexto desvantagens
desigualmente distribuídas, o seu sentido é de injustiça, o que leva a assinalar, também, a
“necessidade da consciência política da pobreza” (DEMO, 2008, p.19). Nesse sentido, não se
enfrenta pobreza sem o pobre. São essenciais, em termos emancipatórios, de estratégia de confronto
com a pobreza: “inclusão adequada no mercado de trabalho e cidadania” (p.10).
4
Lembramos aqui da passeata de Ralph Abernethy, de 1968, que trazia por objetivo manter viva a
mobilização integracionista e que os direitos civis estão associados aos econômicos e sociais,
conforme os últimos postulados de Martin Luther King. Essa experiência foi uma tentativa de
aproximação com a Marcha pelo Trabalho e Liberdade em Washington, em 1963.
5
Importante o registro de que “as desigualdades sociais perfazem a própria dinâmica histórica em
termos de resistência e necessidade de mudança” (DEMO, 2008, p.9).

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hierarquias, os movimentos pelos Direitos Civis liderados por afro-americanos
permaneceram pressionando as instituições públicas, tendo reciprocidade,
sobretudo da Suprema Corte, ao adotar medidas que tenderiam a minimizar ou,
mesmo, buscar excluir as formas de discriminação racial Norte-Americana. Como
exemplo, no julgamento do caso “Griggs” versus “Duke Power Company”, em 1971,
a Suprema Corte Norte-Americana sentenciou contrariamente à empresa, que exigia
o diploma de segundo grau para ocupações de determinadas funções. A decisão da
Corte fundamentou-se na violação do Artigo VII da Constituição Federal e foi mais
além, ao inverter o ônus da prova, “determinando ao acusado a responsabilidade de
demonstrar a ausência de práticas” que promovessem “impacto desigual sobre
grupos minoritários, ao excluí-los das oportunidades de emprego”.
O caso “Griggs” serve para distinguir dois momentos em que as ações
afirmativas, tão em voga na nossa experiência brasileira, foram compreendidas nos
Estados Unidos da América: o lapso temporal entre 1863 – com a abolição da
escravidão negra – e meados de 1960, caracterizado por políticas “color-blind”; e o
período pós-movimentos sociais dos afro-americanos, “transformado em políticas
„race-conscious‟, cujo fundamento central era a concepção da proporcionalidade de
representação de grupos na sociedade” (MOHELECKE, 2000, p. 28).

3. A música negra como expressão de minorias: algumas


considerações

Nos anos 60, segundo recordamos, os norte-americanos vivenciaram um momento


singular de reivindicações democráticas, expressas, nitidamente, no movimento
pelos Direitos Civis. Em particular, a luta contra a segregação racial resultou em
mudanças, seja na legislação racista do país, seja no fortalecimento do movimento
pela valorização da cultura negra. O movimento negro, nesse contexto, surgiu como
uma das principais forças, apoiado por liberais e progressistas brancos, em larga
defesa de direitos. Em meio ao surgimento do movimento negro e da ascensão de
Martin Luther King, como um dos líderes do movimento, assistimos ainda, nos anos
60, às inovações culturais, às lutas transformadas em música, enfim as experiências
muitas vezes invisíveis, porque quiçá se perderam nos acontecimentos cotidianos.
Os questionamentos gerados naquele período não eram conectados aos

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objetivos partidários, à medida que traziam o contexto urbano, das relações sociais e
de toda a gama de singularidades da sociedade. Assim, o homossexualismo, a
questão ambiental, a discussão étnica, o racismo, a luta pelos direitos de igualdade,
a própria liberdade individual e sexual, além da tentativa de romper com toda a
cultura institucionalizada no ocidente, proporcionaram sentidos de valores que
influenciam, de alguma forma, a sociedade ainda hoje.
É nesse sentido que o historiador marxista, Eric Hobsbawm, identifica os anos
60, como o ápice da Era de Ouro no século XX, ao passo que, 68 é espécie de
síntese dos anos 60. Por outros termos, em “Tempos interessantes: uma vida no
século XX”, Hobsbawm expôs: “Para os esquerdistas de meia-idade como eu, maio
de 1968, e na verdade toda a década de 1960 foram tempos extraordinariamente
bem-vindos e extraordinariamente desconcertantes” (2002, p. 277). Interessante é
que Hobsbawm (2002, p.279) escreveu em outro tempo – anos 90 – e na
perspectiva de quem vivenciou a época, faz a sua leitura: “Olhando para trás depois
de pouco mais de trinta anos, é fácil ver que interpretei mal o significado histórico da
década de 1960”. Teria errado Hobsbawm? Parece-nos que não. Esse erro de
interpretação se deve, segundo Hobsbawm, ao fato de não ter medido
adequadamente a dimensão das modificações radicais que estavam ocorrendo na
sociedade daquela época. Assim, o texto assinala a dinâmica de constante reescrita
que constitui a história.
Também, Alain Tourraine, referindo-se ao Maio de 68, destaca a entrada de
problemas culturais na vida política. “Em 68 falava-se de sexualidade, de
homossexuais, de minoria étnica, de greve, bom, de tudo o que é hoje a vida
cotidiana” (TOURRAINE, 2008, p.5). Ainda, conforme suas palavras: Maio de 68
representa a primeira vez que houve um movimento da juventude. Era um
movimento de estudantes. Foi o movimento dos estudantes que lançou toda esta
renovação de costumes e de ideias. Depois de 68, o tema central da vida coletiva,
que era o trabalho, virou sexualidade, que se tornou um tema em todas as partes da
sociedade.
As ideias libertárias inspiradas pela contracultura e pela Nova Esquerda, que
despontaram em 1968, também começaram a auferir espaço no Brasil no fim da
década de 1960, momento marcado pelo endurecimento do regime autoritário e pela
forte repressão aos movimentos políticos de oposição. Soto e Zappa (2008, p. 26)

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expõem o clima de tensão da época no nosso país: “No meio estudantil, os ânimos
também se acirravam. Secundaristas começavam a protestar por mais vagas nas
universidades (...). No dia 15 de janeiro, estudantes cariocas saíram às ruas em
passeata. Em Belo Horizonte, estudantes fizeram manifestações contra a ditadura
militar, em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais”.
Para além dos Estados Unidos e Brasil, em diversos países, como França,
Alemanha e Tchecoslováquia jovens se rebelaram vigorosamente contra o
autoritarismo. No mundo todo, estes anos foram marcantes em termos de
mobilização social e cultural, conforme ressalta Groppo (2000) e, certamente,
mudaram a própria concepção do fazer política.
No âmbito musical, no decorrer da década de 1960 – e mesmo 1970 – os
Estados Unidos e grande parte do mundo vivenciaram os embalos do rock and roll.
Mas, para os negros dos norte-americanos, os anos 60 não foram de rock and roll.
Naquele tempo, de conscientização da comunidade, de sentimentos de comunhão e
de orgulho, de sonhos de justiça, igualdade e liberdade, o que se ouvia nos guetos
era o soul – mistura de gospel e rhythm and blues. James Brown cantava “Say it
loud: I’m black and proud!” (Diga alto: sou negro e orgulhoso!), frase de autoria do
líder sul-africano Steve Biko.
Vale rememorarmos que a música negra (black music) surgiu com a vinda
dos negros africanos, como escravos, para a América do Norte – a partir do Spiritual
(cântico dos escravos que trabalhavam nas plantações de algodão), que originou o
blues e o jazz, e, sucessivamente, o rock6 e soul, dentre outros estilos. Spency
Pimentel (2002, p. 19) destaca que, de fato, é no processo de captura dos africanos,
para serem escravos na América que começa todo protesto, toda revolta da música
norte-americana. Contudo, as works songs eram uma forma dos africanos,
considerados escravos, expressarem suas emoções nos campos de trabalho.
Mesmo depois da abolição nos Estados Unidos da América, datada de 1865, essas
canções sobreviveram, mas mudou a temática, já que livres, os negros em vez de
enfrentarem a crueldade dos senhores, passaram à marginalização, ao desemprego,

6
O rock foi uma busca da fusão do som e a palavra num movimento negro de contestação. Elvis
Presley foi o elemento branco que incorporou o movimento; houve adaptações e variações: hard rock,
rock blues, country rock. Assim, diversos nomes deram uma dimensão mundial ao movimento, à título
de exemplo: Jimi Hendrix, Janis Joplin, além de Bob Dylon (que inaugura o movimento de
contracultura, de protesto) e Beatles (fenômeno musical dos anos 60), divulgando o comportamento
rebelde e pacifista, o uso de drogas, além do orientalismo.

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aos baixos salários. Após a abolição da escravatura, a incorporação das canções de
trabalho com os acordes dos hinos religiosos originou blues, a primeira manifestação
individual dos cativos libertos, que expressava as angustias e as dores do homem
negro – “liberto, antes escravo, agora marginal” (IBID., p. 20-21).
Lembra Paul Friedlander (2008, p.100) que “em meados dos anos 50, jovens
negros podiam ser encontrados nas escadarias e nas esquinas de Nova York e de
outros centros urbanos para „fazer um som‟. Em grupos de quatro em cinco rapazes
eles ensaiavam harmonia de músicas de rhythm and blues, torcendo para serem
descobertos por um caça talentos (...)”. O estilo de música cantada por aqueles
jovens – talentos surpreendentes, que cantavam uma história que eles conheciam e
cujas motivações não eram coincidentes – foi rotulado, em seguida, de doo-wop,
tornando-se este nos fins dos anos 50, a forma mais popular da música negra.
Mas, “nos anos 60, o doo-wop, assim como o rock clássico, estava
começando a desaparecer. O som tornou-se mais suave na mesma proporção em
que os rostos ficavam brancos”. De todo modo, “como o rock clássico, o doo-wop
também teve um impacto importante na música dos anos 60, ele favoreceu as bases
vocais para a Motown e, em menor escala para o soul music”. Nesse sentido,
finaliza Friedlander:
“O doo-wop deve ser lembrado como uma forma de música altamente
acessível, um estilo disponível para qualquer um que desejasse cantar com
os amigos. Um grande número de jovens urbanos tentou, experimentando,
diferentes graus de sucesso. Alguns encontraram o caminho para as luzes
de néon da Broadway (...)” (IBID, p.100-101).
O sucesso do soul music, de James Brown, dos Jackson Five, dos slogans do
black Power, que celebraram o orgulho étnico no asnos 60 e inspiraram um modelo
negro de imagem, coincidiu com o desenvolvimento do movimento pelos direitos
civis nos Estados Unidos. O soul music oferecia um repertório composto em sua
maior parte por baladas que tematizavam o amor e a paz. No entanto, as canções
mais combativas ou “engajadas” enfatizavam o orgulho da herança africana e
revelavam a perspectiva social, ao apresentarem as precárias condições de vida
enfrentadas pela grande maioria dos negros estadunidenses. Desse modo, como
manifestação de orgulho da identidade negra e de luta por um melhor
posicionamento dos negros na sociedade americana, promovendo o
desenvolvimento da auto-estima e a consciência coletiva, o movimento soul
apresentou seus códigos de comportamento, de dança, de vestimenta, visivelmente

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definidos dentro da premissa da igualdade e fraternidade. A partir da década de 60 o
sucesso da soul music foi embalado por nomes como James Brown, Aretha Franklin,
Ray Charles, Sam Cooke, Dionne Warwick, Diana Ross, Marvin Gaye, dentre outros.
Os artistas da Motown é que, na época, foram capazes de concorrer com The
Beatles nas paradas de sucesso e vendas de discos.
A Motown foi, recorrendo às palavras de Paul Friedlander (2008, p.246) “o
lado B do soul. (...). é o feeling rítmico, suave e vigoroso para a batida tórrida e
suave do soul (...)”. Foi, assim, uma das principais gravadoras americanas
promotoras de artistas negros, como Diana Ross, Marvin Gaye, The Supremes,
Jackson Five, que fez sucesso também entre os brancos (o que era para Barry
Gordy Jr. uma expectativa “fazer música eclética”), com um estilo de soul próprio,
mais suave e comercial, abrindo caminho para os anos 70. A importância da
Motown, surgida em Detroit, fundada a 12 de Janeiro de 1959 por Barry Gordy Jr.,
foi muito além da música, vez que o “seu empenho em participar do sonho
americano”, foi fundamental para a integração racial na cultura popular norte-
americana. A Motown de forma singular influenciou uma geração ao tratar de temas
sócio-políticos.
Para aquela época de ouro (1964-1971), conforme conclui Paul Friedlander
(2008):
“(...) a vibrante versão da Motown para o amor negro derrubou todos os
concorrentes nas paradas de sucesso. Eles se tornaram a trilha sonora dos
adolescentes da América e a música que fazia todo mundo dançar. Com o
gênio musical e empresarial de Gordy servindo de base para o som, uma
fórmula de sucessor foi desenvolvida para melhor representar as raízes
musicais negras e utilizar melhor a tecnologia musical da época. As letras
eram elaboradas para atingir uma ampla camada da América jovem e
branca. E, por um tempo, a Motown esteve no topo. Mas, o gosto popular
mudou, pessoas importantes se foram e a gravadora foi forçada a renunciar
ao seu reinado na música popular” (IBID, p.263).
Ante ao que foi dito, num processo incipiente de organização de idéias, os
Freedom Rides, a produção musical em massa da Motown, a ascensão dos
movimentos Black Power, do funk e do soul music encontraram no espaço musical e
político a revelação de um momento da história americana que já não pode mais ser
apagado, em virtude dessas canções. Mantidos pela efervescente política dos anos
60, sobretudo pelas lutas pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos,
permanecemos à espera de prosseguir no desenvolver desta reflexão, sobre uma
época cuja característica ímpar foi à esperança, e que deixou fundamento no mundo
para uma nova postura diante do tempo e da vida. Anos que se registram marcantes

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em termos de mobilização social e cultural, e na própria concepção do fazer política.
Falamos, aqui, de qualidade política que, nas palavras de Pedro Demo, implica em
representatividade, legitimidade, convivência, solidariedade comunitária, consciência
política, capacidade crítica e autogestão. Igualmente, da concepção de que não se
deve ocultar a realidade primeira de que “a desigualdade se enfrenta a partir dos
desiguais” (DEMO, 2008, p.18).

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Sobre os autores

Shirlena Campos de Souza Amaral - Bacharel e especialista em Direito pela


Faculdade de Direito de Campos (FDC). Mestre em Políticas Sociais pela
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Doutora em
Ciências Sociais e Jurídicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atuação
em implementação de projetos relativos à Educação em Direitos Humanos e
Cidadania, como a capacitação de professores e gestores de escolas estaduais de

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ensino médio das coordenadorias regionais do norte e do noroeste do Estado do Rio
de Janeiro. Possui experiência nas áreas de Direito, Sociologia e Políticas Sociais,
com ênfase em Teoria do Direito, Teoria Sociológica e Políticas Públicas, atuando
principalmente nos seguintes temas: Educação em Direitos Humanos, Direitos
Fundamentais, Cidadania, Justiça Social, Cultura Legal e Legislação, Políticas
Públicas de Ação Afirmativa, Educação Superior, Desigualdades Sociais,
Diversidade Cultural, Identidade e Racismo. Detém seis prêmios/homenagens.
Participa dos Grupos de Pesquisa: Grupo de Estudos e Pesquisas Urbanas e
Regionais; e Estudos de Educação, Sociedade e Região. Atualmente, realiza Pós-
Doutorado em Políticas Sociais na UENF, atuando na linha de pesquisa Educação,
Política e Cidadania.

Leandro Garcia Pinho - Possui Doutorado em Ciência da Religião pela


Universidade Federal de Juiz de Fora (2006), Mestrado em História pela
Universidade Estadual de Campinas (2002) e Graduação em História pela
Universidade Federal de Juiz de Fora (1998). Atualmente é Professor Associado e
Chefe do Laboratório de Estudos da Educação e Linguagem do Centro de Ciências
do Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF-RJ)
e do Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais
(UENF-RJ); Coordenador da disciplina Fundamentos da Educação III do Consórcio
CEDERJ/CECIERJ para os polos de Itaperuna, São Francisco de Itabapoana, São
Fidélis, Itaocara, Natividade, Macaé e Bom Jesus do Itabapoana e Professor do
PARFOR/UENF no Curso de Pedagogia.

Giovane do Nascimento - Possui graduação e Pós-graduação em Filosofia pela


Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Cognição e Linguagem pela
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e Doutorado em Políticas
Públicas e Formação Humana pela UERJ. Atualmente é professor associado da
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, atuando na área de
fundamentos da educação. Avaliador da SBPC nas áreas da Filosofia da educação
e Políticas Públicas para a educação.

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