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CEMITÉRIOS
CURITIBA
2006
Curso de Engenharia para Cemitérios
OBJETIVO
PÚBLICO ALVO
PROGRAMAÇÃO
Engenheira civil.
Mestre em Construção Civil pela UFPR.
Doutoranda em Conservação da Natureza - pela UFPR.
Professora do Curso de Pós - Graduação em Gestão Ambiental do
Instituto de Engenharia do Paraná da disciplina Gestão de Tecnologia.
Ex-professora da Universidade Federal do Paraná – setor de Ciências
Exatas
Vice-Presidente da ABENC - Paraná - Associação Brasileira de
Engenheiros Civis
Coordenadora do Projeto Revitalização do Rio Tibagi, na Região dos
Campos Gerais.
OS CEMITÉRIOS DENTRO DA HISTÓRIA
ORIGEM DA PALAVRA
Alguns historiadores de arte referem que este campo santo ,com seu
paisagismo geometrizado, com linhas radiais e sessões poligonais, têm uma
concepção que garantiu o predomínio da paisagem sobre o túmulo.
Este cemitério pernambucano foi o 1º de todo Império, e comparava-se
aos melhores da Europa. Com o passar do tempo, o Campo Santo de Santo
Amaro transforma-se até em lugar de encontros chiques das dondocas
recifenses.
Mas não foi fácil a população aceitar o cemitério. A epidemia de febre
amarela que se iniciou em 1849 e estendeu-se por alguns provocou o uso
sistemático do mesmo. Depois, em 1856, com a epidemia do Cólera Morbus,
que chegou a matar mais de 100 pessoas por dia, no Recife o cemitério foi
definitivamente incorporado à vida dos pernambucanos.
No século XIX, houve a secularização dos cemitérios, isto é, eles
deixaram de pertencer a uma religião para se abrir a todas as religiões, ou até
a quem não tivesse religião. Houve de fato uma separação entre Igreja e
Estado, e a Igreja Católica deixou de ser a oficial. De certo modo, isso foi mais
um bem do que um mal para a Igreja, que se livrou da subordinação e precisou
reforçar seus quadros, melhorar sua atividade e aparecer como força espiritual
autônoma.
http://spectrumgothic.com.br/gothic/acervo_cemiterial/origem.htm
Numa primeira impressão o fato parece ter explicação simples, mas quando
se atenta para o resultado ocorrido, sobre mais de um século, estudando-se o
fantástico derrame de fortunas nas construções tumulárias pomposas, dos
abastados de cada cidade, quando se verifica a diferença de comportamento
entre a sepultura de igreja e a de construção livre arbitrada pela fantasia do
usuário, e também quando se considera a história social e cultural do mesmo
período, então se percebem outras razões no fenômeno. Não foi somente uma
questão do ponto de vista higiênico, ou seja, uma razão metade prática e
metade científica (e também política e social), da sociedade oitocentista. Se
esta mudança acontecesse apenas por esse motivo, os cemitérios católicos em
descampados teriam permanecido sóbrios e padronizados do mesmo modo
que os erigidos por irmandades em mausoléus coletivos, ou como os de outras
religiões.
A simplicidade dos padrões tradicionais e primitivos continuou
caracterizando a sepultura coletiva enquanto o fausto e a arrogância da
tumulária individual se desenvolveu espantosamente. Portanto, a verdadeira
razão da grande mudança de atitude e gosto já existia há longos tempos no
anseio de monumentalizar-se perante a comunidade. Era e sempre foi o desejo
dos mais abastados, distinguir-se através de uma marca perene, de um objeto
de consagração - o túmulo - pela atração de comparar-se aos grandes
personagens da História, sem a menor cerimônia, incluindo nesta leva os
soberanos, os faraós, os reis, os papas e os príncipes, que mereceram
sepulcros diferenciados dos demais.
Arquitetura Tumular
Beatrix Algrave
Eles são concorridos pontos turísticos por terem, entre seus “moradores
eternos”, figuras famosas que fizeram história nas artes ou na política. Mas,
com certeza, a beleza da arte tumulária presente nestes cemitérios contribuiu,
e muito, para a sua fama. No Brasil, também encontramos exemplo magníficos
de arte tumulária, principlamente nos cemitérios de São Paulo, como
Consolação, Araçá, Paulista e Morumbi. Também existem importantes acervos
no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco. Entretanto, ao contrario do que
ocorre em outros países, são poucos os que percorrem os cemitérios
brasileiros para visitação de túmulos ilustres (com exceção do dia de finados)
ou que saibam apreciar as obras de arte que estes cemitérios muitas vezes
escondem. Muitos dos jazigos presentes nestes cemitérios foram feitos por
artistas europeus e com materiais muitas vezes importados, tudo com o
objetivo de enaltecer o nome das famílias abastadas. Em cemitérios, como o
da Consolação em São Paulo, é possível encontrar obras de artistas
consagrados como Brecheret e Luigi Brizzolara, ao lado de outros não tão
conhecidos, como Eugênio Pratti e Armando Zago. Muitos artistas italianos de
renome deixaram um enorme acervo de peças espalhadas pelos cemitérios
brasileiros, principalmente em São Paulo, e muitas destas peças só agora
estão sendo identificadas. Para se ter uma idéia, somente no cemitério do
Araçá existem cerca de 80 peças catalogadas, de notório valor artístico.
Por isso, logo transforma a figura alada e assexuada dos anjos da estatuária
classista, em novos personagens: em anjos de procissão que parecem existir
em nosso cotidiano. Os anjos da belle époque ganham sexo, expressam a
idade, brincam como crianças, refletem juventude, mas também sabem
assumir, quando querem, traduzir desolação, as atitudes mais teatrais e
melodramáticas.
O romantismo das figuras da belle époque, embora tenha uma apresentação
realística, não pode ser identificado com os sinais eróticos que se
manifestariam depois na arte tumulária. São igualmente freqüentes na arte
tumulária da belle époque sinais de referência e de simbolização de fortuna, do
prestígio e da propriedade. A presença de alegorias pagãs, como o símbolo do
deus Mércurio (ou Hermes, do Comércio), além de outras figuras mitológicas,
como ninfas, também é constante. A belle époque também não foi insensível
ao enaltecimento dos produtos industrializados, substituindo o bronze pelo
ferro, em muitas das esculturas. O final do século XIX e princípio do século XX
foi extremamente rico para a arte cemiterial brasileira, por reunir ao mesmo
tempo, famílias com recursos financeiros e disposição para construir túmulos
suntuosos, e artistas de grande talento que aqui aportaram, principalmente
italianos.São desse período, muitas das peças produzidas por Brecheret, de
caráter modernista, além de outras peças que denotam sensualidade e
monumentalidade, como a dos artistas Emendabili, Oliani e Nicola Muniz, todos
apresentando uma riqueza de detalhes e leveza surpreendentes. A presença
de nus na arte cemiterial é uma grande inovação deste período. Nos cemitérios
brasileiros não é tão fácil distinguir-se essa sucessão cronológica dos estilos,
comparecendo a belle époque e art noveau, muitas vezes como mercadorias
importadas, imitadas, dispostas e acumuladas ao longo das quadras. Devido à
disposição, muitas vezes atrofiada de alguns cemitérios, até mesmo observar
as peças torna-se um grande sacrifício. Outro fator de prejuízo é, sem dúvida, a
má conservação de muitas das necrópoles brasileiras, algumas centenárias, e
em estado de total abandono, numa perda irreparável de um belo patrimônio
artístico nacional. Hoje em dia, com o surgimento dos chamados “cemitérios-
jardim”, a arte da escultura cemiterial praticamente está extinta. Outro fator que
leva a presença cada vez mais escassa de túmulos monumentais, é o alto
custo dos materiais como o mármore, ferro e bronze, além da quase
inexistência de artistas que se dediquem a este tipo de trabalho.Resta-nos
portanto lutar para preservar esta verdadeiras obras de arte que ainda
subsistem espalhadas pelos cemitérios brasileiros, começando por reconhecer
o seu inestimável valor estético.
Bibliografia Consultada:
1
BOWER, H. Groundwater hydrology. New York: McGraw Hill, 1978.
nova legislação federal e estadual tem como finalidade a redução dos riscos
de contaminação dos cemitérios já implantados e dos novos cemitérios.
Fonte :SILVA