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GOIÂNIA, GO
NOVEMBRO/2019
EDILSON GONÇALVES DE AGUIAIS
GOIÂNIA
NOVEMBRO/2019
SUMÁRIO
1. BIBLIOGRAFIA...................................................................................4
2. INTRODUÇÃO......................................................................................5
6. CONCLUSÃO......................................................................................11
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I. BIBLIOGRAFIA
II. INTRODUÇÃO
E por que as cartas de remissão? Porque são uma das melhores fontes
de narrativa relativamente ininterrupta proveniente das classes
inferiores (na verdade, de outras também) na França do século XVI.
[...] As cartas de remissão eram, conforme veremos, resultado da
colaboração mas permitiam um liberdade muito maior à pessoa ouvida
pelo notário (p. 20)
1 “(...) o notário real que a redigia era responsável pelo palavreado da introdução e da
conclusão”, em outras palavras, “podia enfeitar o preâmbulo com outros fatos que fizessem o
requerente parecer mais digno de piedade” (p. 34).
2 “Nas décadas de 1530 e 1540, o preço de uma carta de remissão era mais de duas
vezes superior ao ganho de um trabalhador não qualificado, era maior que o salário mensal de
um gráfico profissional, e quase equivalente ao dote de uma arrumadeira. [...] É claro que,
quando o requerente era muito ‘pobre e miserável’, o rei concedia a carta gratuitamente ou a
preço reduzido” (p. 27)
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3 A história do filho e mata o pai e do homem que mata a bruxa, ilustram bem essa ideia
(p. 40-42).
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4 “Quando bem compreendido, esse formato permitia que o solicitante atingisse diversos
objetivos importantes para a obtenção do perdão. [...] Tais recursos podiam também servir para
compensar os lapsos embaraçosos ou os silêncios de uma história” (p. 73).
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ratificada a sua carta, inclusive com as multas definidas, o ‘natural’ ao rei seria
conceder a remissão.
5 “o cânone do século XVI reconhece que uma mulher que matasse um homem que a
estuprou não estaria pecando, se ela não tivesse outro meio de escapar ou de se defender” (p.
123).
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VI. CONCLUSÃO
O resultado primário obtido com a compilação dessas histórias de
remissão é a importância da narrativa na construção do discurso. Mesmo
havendo a técnica do escrevente e os conhecimentos jurídicos do advogado, é
o modo de contar a história do requerente que irá dar a tonalidade necessária ao
pedido de perdão real. Por isso é que, algumas pessoas simples “acabam se
mostrando possuidores de mais talento retórico ou de mais recursos narrativos
naturais do que os letrados” (p. 161).
Como o fim das cartas de remissão era obter o perdão real isso, de certo
modo, justifica as invenções, retóricas e discursos adotados na construção do
documento. De certo modo, o que se buscava era: “Transformar um ato terrível
em uma história é uma maneira de se distanciar do fato: na pior das hipóteses
uma forma de auto enganar-se; na melhor, uma maneira de perdoar a si mesmo.”
(p. 166).
8 No livro é citado o caso de um padre que é chamado de pederasta e, por isso, assassina
seu ofensor, tendo recebido o perdão real.
9 “conversa de homem é política e conversa de mulher é fofoca” (p. 148).