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DIREITO EMPRESARIAL II

CASO CONCRETO 01

Fernando emitiu um título de crédito em favor de


Renata, o qual circulou através de diversos endossos
até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o
portador decidiu executar um dos endossantes, tendo
em vista que o título não foi pago pelo devedor
original. Todavia, ao ser executado, o endossante
alegou em sua defesa que não poderia ser executado,
haja vista que recebeu o título de um menor, o qual
não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a
cadeia de endossos. Diante dessa situação
hipotética, pergunta-se:
a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo
endossante?

Resposta: Não, pois as obrigações são


autônomas. Não merece ser acolhida a defesa
apresentada, tendo em vista que ao lançar sua
assinatura no título, o endossante vincula-se
a obrigação de pagar como garantidor, sendo
que as obrigações são autônomas e
independentes.

b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso


em tela?

Princípio da autonomia, que preceitua que cada


obrigação é autônoma com as demais, independente
da situação.

QUESTÃO OBJETIVA
1)São princípios gerais dos títulos de crédito:
e) cartularidade, literalidade e autonomia

2) Quanto à classificação dos títulos de crédito, é


incorreto afirmar:
a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser
classificados como livres (letra de câmbio e nota
promissória) e vinculados (cheque e duplicata).
b) quanto à estrutura, os títulos se classificam
como ordem de pagamento ou promessa de pagamento.
c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra
de câmbio, e como promessa de pagamento a nota
promissória.
d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de
créditos podem ser classificados em causais e não
causais.
e) todos os títulos de crédito existentes no Brasil
podem ser considerados não causais, visto que não
dependem de causa específica para serem emitidos.
(Errado. Pois há vários títulos específicos
que dependem de causas definidas para serem
emitidos, por exemplo a nota promissória
(oriunda muitas vezes de um negócio jurídico
de compra e venda ).

CASO CONCRETO 02

Fernando Lopes (SACADOR. = emitente do cheque)emite


uma letra de câmbio em face de Luan (SACADO = banco)e
a favor de Eduarda, que a endossa em branco para
Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por
sua vez, também endossa em preto para João. Este
endossa em branco e repassa o título para Dora, que
repassa o título por tradição para Eunice, e assim
vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o
título para Miro, através de endosso em preto.
Diante disso:
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do
referido título.
Resposta: Não há impedimento algum, o titulo
nominal passa a ser ao portador e, posteriormente,
voltar a ser nominal, mediante a cadeia de endosso
nas modalidades em preto ou em branco.

Há que destacar, O sacado somente terá a obrigatoriedade ao


pagamento da letra de câmbio, quando houver expressa
concordância de sua obrigação por meio do aceite que se dá
pela assinatura do sacado no anverso do título ou no verso
acompanhado da expressão aceito.

Ainda, poderá haver a aceitação limitativa, no qual o sacado


aceita pagar apenas uma parte do valor do título, mas
também poderá ocorrer a cláusula de proibição de aceite.

b) Especifique o principal efeito do endosso


realizado por Vitor.
Resposta: O principal efeito do endosso em preto
é fazer com que o titulo fique nominal e caso o
portador queira transferi-lo, obrigatoriamente
devera faze-lo por endosso.

QUESTÃO OBJETIVA 1: No que se refere ao instituto


do aval, assinale a alternativa correta:
c) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval
parcial, por força de previsão em legislação
especial.

CASO CONCRETO 03
VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial
– Prático-Profissional – 2012)
Pedro emite nota promissória para o beneficiário
João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento,
João endossa a respectiva nota promissória para
Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de
Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a
alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após
realizar o protesto da nota promissória, Caio
procura um advogado com as seguintes indagações:
A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula,
o aval dado por Bianca é válido?
A) Sim. Em razão do princípio da autonomia das
obrigações cambiais (0,20), a obrigação do
avalista se mantém mesmo no caso de a obrigação
que ele garantiu ser nula por qualquer razão que
não seja vício de forma (0,25), com base no art.
32 OU art. 7º da LUG
– Decreto nº 57.663/66 (0,20).

B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio


poderia cobrar sua nota promissória? Responda,
justificadamente, empregando os argumentos
jurídicos apropriados e indicando os dispositivos
legais pertinentes.
Caio, poderá cobrar de Bianca, como avalista, e de
João como endossante, nos termos do artigo 47 da
LUG. Não poderá cobrar de Pedro porque sua
obrigação é nula, como está afirmado no comando da
pergunta do item A.

QUESTÃO OBJETIVA : (MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012)


É correto afirmar que o cancelamento do protesto,
após quitação do débito:
b) é ônus do devedor

CASO CONCRETO 04

(OAB – XIV Exme – Prático-Profissional – 2ª Fase –


2014)
Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com
cláusula “sem despesas” e vencimento no dia
11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a
cambial por endosso para Pedro Afonso no dia
03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes
do vencimento, sendo dois em branco e superpostos,
e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A
letra de câmbio foi aceita e o endossatário
apresentou o título para pagamento ao aceitante no
dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no
mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta
de pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013. Com
base nas informações contidas no texto e na
legislação cambial, responda aos seguintes itens.

A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados


na letra de câmbio? São avais simultâneos ou
sucessivos? Justifique.
A) O avalizado nos avais em branco prestados na
letra de câmbio é o sacador, Celso Ramos.
Na falta de indicação do avalizado, entender-se-á
ser pelo sacador.
Os avais em branco e superpostos são considerados
simultâneos (Súmula 189 do STF), ou seja, cada
coavalista é responsável por uma quota-parte da
dívida e todos respondem pela integralidade
perante o portador Pedro Afonso.
B) Nas condições descritas no enunciado, indique e
justifique quem poderá ser demandado em eventual
ação cambial proposta pelo endossatário?
B) O endossatário poderá demandar apenas o
aceitante em eventual ação cambial, porque o
título foi apresentado a pagamento no dia 12 de
setembro, ou seja, após o prazo legal (dia do
vencimento, 11 de setembro de 2013).
Assim, houve perda do direito de ação em face dos
coobrigados Celso Ramos – sacador, Antônio Olinto
– endossante e de todos os avalistas.
Ressalte-se que o prazo para apresentação a
pagamento da letra de câmbio sacada “sem despesas”
é regulado pelo Decreto n. 2.044/1908 e não pelo
Art.38 da LUG.

QUESTÃO OBJETIVA: (TJMG – Juiz – 2014)


Com relação à nota promissória, analise as
afirmativas, assinalando com V as verdadeiras e com
F as falsas.
( V) O prazo para ajuizamento de ação monitória em
face do emitente de nota promissória sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao
vencimento do título.
(F) A ação cambial contra o endossador e o avalista
da nota promissória prescreve em trinta e seis meses
contados do dia em que ação pode ser proposta.
(V) O devedor somente poderá opor ao portador da
nota promissória exceção fundada em direito pessoal,
na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito
necessário ao exercício da ação cambial.
(V) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma
cooperativa em favor de seus cooperados, um título
de crédito de natureza causal, a respectiva execução
se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico
subjacente.

CASO CONCRETO 05

Maria e Bernardo são casados e possuem conta


corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o
pagamento de um tratamento dentário da esposa,
Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo
assim, o dentista depositou o cheque e foi
surpreendido pela devolução do cheque por falta de
fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento
do cheque, Alberto promoveu execução em face de
Maria, tendo em vista que foi a usuária do
tratamento dentário. Analisando caso concreto,
responda as seguintes questões:

a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta,


será procedente a execução em face de Maria?
Resposta:Não. Ainda que a conta seja conjunta,
pelo Princípio da Literalidade é impossível a
cobrança em face de Maria, uma vez que o cheque
foi assinado por Bernardo.
Princípio da Literalidade - a literalidade
significa que só vale no título o que nele estiver
escrito, não podendo fazer valer do que alí não
constar. " A letra exprime fielmente quanto vale
e vale nominalmente quanto exprime."

b)Quais os requisitos legais que devem conter num


cheque?
os requisitos essenciais que o cheque deve conter, a saber:
I) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa
na língua em que este é redigido (literalidade);

II) a ordem incondicional de pagar quantia determinada (autonomia);

III) o nome do banco (sacado) ou da instituição financeira que deve


pagar (cartularidade);

IV) a indicação do lugar do pagamento;

V) a indicação da data e do lugar de emissão;

VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como


poderes especiais (cartularidade).

QUESTÃO OBJETIVA: (TJCE – Juiz – 2014)

Antônio emitiu um cheque nominativo a José


contra o Banco Brasileiro S.A. No mesmo dia,
José endossou o cheque a Ricardo, fazendo
constar do título que não garantiria o seu
pagamento e que a eficácia do endosso estava
subordinada à condição de que Maria, irmã de
Ricardo, lhe pagasse uma dívida que venceria
dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da
emissão do título e sem que Maria tivesse
honrado a dívida para com José, Ricardo
apresentou o cheque para pagamento, mas o título
lhe foi devolvido porque João não mantinha
fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse
caso:
e) a despeito do inadimplemento de Maria,
Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o
pagamento do título porque se reputa não escrita
qualquer condição a que o endosso seja
subordinado.

CASO CONCRETO 06

(TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada


"duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou
"duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu
saque e quais são os requisitos necessários para que
tenha eficácia executiva, bem como forneça dois
argumentos, retirados exclusivamente da Lei
5.474168 que, em tese, não permitiriam a
constituição do crédito cambial na forma
esclarecida.

R: Duplicata virtual e eletrônica é a exceção ao


principio da cartularidade, a escriturada é a
que precisa ser materializada no papel.

QUESTÃO OBJETIVA: (Magistratura PE – FCC/2011)


No que tange à duplicata:
d) é título protestável por falta de aceite, de
devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser
tirado mediante apresentação da duplicata, da
triplicata, ou ainda por simples indicações do
portador, na falta de devolução do título.
CASO CONCRETO 07 (TJRJ – XLIV Concurso –
Magistratura – 2ª fase – adaptada)

A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta


cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta
da extinção do contrato firmado entre as partes, em
maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado.
Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do
recebimento da referida notificação, novos negócios
em nome da notificante, não poderiam ser realizados,
pois esta passaria a operar diretamente com os
clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A
propõe ação em face de B, onde sustenta que fez
grandes investimentos no interesse desta última, não
deu causa à extinção do contrato, cujos negócios
dele oriundos representavam 80% do seu faturamento,
não tendo sido observado o prazo legal para que a
notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além
disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida
acarretara danos materiais e morais que pretendia
ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal
a ser adotada, bem como explique as peculiaridades
do contrato e o alegado direito à indenização

R: No caso em tela, deve-se ser aplicado o


PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE CONTRATUAL, o qual
aduz sobre a obrigatoriedade do cumprimento
dos contratos (pacta sunt servanda ) .

Além disso, nos termos do código civil vigente,


não há como se conceber a extinção do contrato
de forma unilateral na espécie, visto a
grandeza dos investimentos aplicados pela em
presa notificada e que ainda, pelo curto
espaço de tempo entre a aplicação dos valor es e
a extinção contratual, não restou possibilidade
de a mesma ter retorno dos recursos
aplicados , devendo sim, caso não haja a
prorrogação do contrato até o que se dê o
tempo razoável, a fim de mitigar os prejuízos, a
parte prejudica da ser indenizada pelos danos
materiais decorrentes dos investimentos que
fez ainda na vigência da avença e que serão
certamente perdidos , em razão da forma repentina
em que se dera a quebra contratual. Nesse
sentido é expressão do código civil pátrio

CASO CONCRETO 08

Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento


de contrato de alienação fiduciária em garantia
celebrado nos termos do artigo 66-B, da Lei no
4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com
pedido de liminar. Previamente ao pedido, o
fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto
Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do
financiamento. O pedido foi deferido e a liminar
executada. O fiduciante não apresentou resposta no
prazo legal, porém, dois dias após executada a
liminar, pagou a integralidade da dívida pendente,
em conformidade com os valores apresentados pelo
fiduciário na inicial. Diante do pagamento
comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega
do bem livre de onus, mas este já havia sido alienado
pelo fiduciário durante o prazo legal para o
pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua
conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao
pedido de busca e apreensão. Com base nas
informações do enunciado e nas disposições
procedimentais referentes à alienação fiduciária,
responda aos seguintes itens.
A) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao
fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em
exercício regular do direito? Justifique.

Resposta: SIM, o devedor pagou a integralidade da


dívida dentro do prazo de cinco dias da execução da
liminar de busca e apreensão, usando a faculdade que
lhe concede a lei, portanto, tem direito à
restituição do bem livre de ônus.
Isto não ocorreu porque o credor, antes de expirado
o prazo legal, alienou o bem sem ainda estar
consolidada para si a propriedade e a posse plena e
exclusiva.
Com base nestas considerações e no que prevê
expressamente a lei, é possível a condenação do
fiduciário ao pagamento de multa, em favor do
fiduciante, equivalente a 50% (cinquenta por cento)
do valor originalmente financiado, devidamente
atualizado.

B) Comprovado pelo fiduciante que a alienação do bem


lhe causou danos emergentes e lucros cessantes, que
medida poderá propor seu advogado em face do
fiduciário?

Resposta: Seu advogado poderá pleitear em juízo o


pagamento de indenização pelo fiduciário, diante da
ilicitude de sua conduta. Independentemente da
imposição de multa pelo juiz ao fiduciário pela
alienação não autorizada do bem, pode o fiduciante
em ação própria pleitear o pagamento de perdas e
danos, nos termos da lei.

CASO CONCRETO 09

Na recuperação judicial de Têxtil Sonora S/A, o


Banco Japurá S/A, titular de 58% dos créditos com
garantia real, indicou ao juiz os representantes e
suplentes de sua classe no Comitê de Credores.
Xinguara Participações S/A, credora da mesma
classe, impugnou a referida indicação, alegando
descumprimento do Art. 35, inciso I, alínea b, da
Lei nº 11.101/2005, porque a assembleia-geral de
credores tem por atribuições deliberar sobre a
constituição do Comitê de Credores, assim como
escolher seus membros e sua substituição, não tendo
havido deliberação nesse sentido. Ademais, aduz a
impugnante que não houve manifestação do Comitê de
Credores, já constituído apenas com representantes
dos credores trabalhistas e quirografários, sobre a
proposta do devedor de alienação de unidade
produtiva isolada não prevista no plano de
recuperação.
Ouvido o administrador judicial, este não se
manifestou sobre a primeira impugnação e, em relação
à segunda, opinou pela sua improcedência em razão
de não constar do rol de atribuições legais do
Comitê manifestar-se sobre a proposta do devedor.

Com base na hipótese apresentada, responda aos itens


a seguir.

A) Deveria ter sido convocada assembleia de


credores para eleição dos representantes da classe
dos credores com garantia real, como sustenta a
credora Xinguara Participações S/A? (Valor: 0,45)

B) Deve ser acatada a opinião do administrador


judicial sobre a dispensa de oitiva do Comitê de
Credores por falta de previsão legal? (Valor:
0,80)
A) Não. Como o Banco Japurá S/A tem 58% do total
dos créditos de sua classe, portanto a maioria, o
juiz, independentemente da realização de
assembleia, determinará a nomeação do
representante e dos suplentes da respectiva classe
ainda não representada no Comitê (0,35).

B)Não. O Comitê de Credores terá a atribuição, na


recuperação judicial, de se manifestar nas
hipóteses previstas nesta Lei. Uma dessas
hipóteses está consignada no Art. 66, que se refere
exatamente à proposta de alienação de bens do ativo
permanente pelo devedor, caso o bem não esteja
previamente relacionado no plano de recuperação.
Portanto, não deve ser acolhida a opinião do
administrador judicial de dispensa de manifestação
do Comitê por não constar do rol de suas
atribuições.

CASO CONCRETO 10

Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou


sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara
Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio
de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi
publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de
Janeiro (“DJE-RJ”) a decisão do juiz que deferiu o
processamento da recuperação judicial e, dentre
outras providências, nomeou o economista João como
administrador judicial da sociedade. Decorridos 15
(quinze) dias, alguns credores apresentaram a João
as informações que entenderam corretas acerca da
classificação e do valor de seus créditos. Quarenta
e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num
jornal de grande circulação, novo edital, contendo
a relação dos credores elaborada por João. No dia
20/04/2010, você é procurado pelos representantes
de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um
contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca
de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual
aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo
preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria
ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi.
Diligente, você verifica no edital mais recente que,
da relação de credores, não consta o credor XYZ
Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório,
constata que o quadro-geral de credores ainda não
foi homologado pelo juiz.

Diante da situação narrada no enunciado da questão,


qual seria a medida processual cabível e o
respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ
Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de
credores da referida recuperação judicial?

AÇÃO DE CRÉDITO RETARDATÁRIA - com fundamento no


art. 10, caput, da Lei n. 11.101/05 (“Não observado
o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como
retardatárias”).

- Fundamentação:
a) A habilitação de crédito é retardatária, uma
vez que já foi exaurido o prazo LEGAL (de 15 dias
da publicação do edital), mas ainda não foi
homologado o quadro geral de credores pelo juiz.
b) É credor em razão do contrato de compra e venda
inadimplido (origem do crédito). Art. 9º, II, da
Lei n. 11.101/05.
c) O crédito é quirografário (classificação do
crédito). Art. 9º, II, da Lei n. 11.101/05
CASO CONCRETO 11
Uma empresa propôs aos seus credores recuperação
extrajudicial em 15 de janeiro de 2014, solicitando
a homologação judicial 2 (dois) meses depois, com a
assinatura de 2/3 (dois terços) das dívidas com
credores trabalhistas e 3/5 (três quintos) das
dívidas com credores quirografários. Esse pedido foi
acompanhado do respectivo plano de recuperação, nos
mesmos moldes do que havia sido concedido em
dezembro de 2012 pelo mesmo Juízo. O procedimento
adotado pela empresa teve como principal finalidade
afastar qualquer possibilidade de pedido de
falência, bem como priorizar o recebimento dos
créditos que estavam vencidos em detrimento dos
vincendos, caso a falência fosse decretada.
Considerando esses dados, emita sua opinião legal,
de maneira fundamentada, com base no pedido
formulado pela empresa, à luz do ordenamento
jurídico em vigor.

O pedido deve ser indeferido, por não


atendimento dos requisitos básicos para
propositura da recuperação extrajudicial, tendo
em vista que ela já tinha pedido
recuperação a menos de 2 anos e o art. 161, §3
da lei de falências é bem claro ao dizer que
o devedor não pode requerer a homologação
de plano extrajudicial, se houver obtido
recuperação judicial ou homologação de outro
plano de recuperação extrajudicial há
menos de 2 anos. Além disso, este pedido
envolve créditos trabalhistas, e o art. 161,
§ 1, diz que estes créditos não entram na
recuperação extrajudicial.

CASO CONCRETO 12
Determinada empresa ingressa com pedido de
recuperação judicial perante uma das Varas
Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento.
a) Discorra sobre a possibilidade, ou não, da
prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art.
6º, parágrafo 4º da Lei nº 11.101/2005.

b) Responda, de forma fundamentada, se o crédito


decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se
sujeita à recuperação judicial.

a) Muito embora o texto do referido dispositivo


seja categórico em estabelecer a
improrrogabilidade do prazo de 180 dias de
suspensão, STJ e demais Tribunais têm
flexibilizado tal norma. Tal proceder é
fundamentado na leitura sistematizada do
dispositivo com os objetivos e princípios da
recuperação judicial, notadamente da PRESERVAÇÃO
DA EMPRESA E DE SUA FUNÇÃO SOCIAL - art. 6º, §4º
c/c art. 47. Contudo, tal flexibilização só será
admitida se não restar evidenciado qualquer tipo
de desidia por parte da empresa recuperanda.

b) Não, tal crédito não estará sujeito aos efeitos


da recuperação judicial, conforme expresso teor
normativo do art. 49, §4º, 11.101/05

CASO CONCRETO 13

José, empresário individual que teve sua falência


decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua
propriedade para Antônio, em agosto de 2011. Antônio
prenotou a escritura de compra e venda do sítio em
18.10.2011, mas o registro da transferência
imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15
(quinze) dias após a decretação da falência. Isto
posto, responda aos itens a seguir.
A) É válida e eficaz a compra e venda acima referida?

B) A referida compra e venda poderia eventualmente


vir a ser revogada?

A. Sob o ponto de vista formal, a dita compra e


venda é válida e eficaz, em razão de sua prenotação
ter ocorrido anteriormente à data da decretação da
falência.
B. A compra e venda poderia ser revogada, caso o
intuito, comprovadamente, tenha sido o de
prejudicar credores.

CASO CONCRETO 14
João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato
de locação de imóvel comercial, localizado na
Galeria Madureira, para a instalação do
estabelecimento comercial da sociedade. Atingida
por forte crise setorial, a sociedade acumulou
dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a
decretação da falência, como ficaria a situação do
contrato de locação comercial celebrado pelo
locatário?

Resposta: Seria mantido, podendo ser denunciado,


a qualquer tempo, pelo administrador judicial da
massa falida.

CASO CONCRETO 15
CASO CONCRETO_15_Empre sarial II
(FGV – OAB - XIII Exame de Ordem Unificado – 2014 -
Adaptada) A assembleia geral de credores da
sociedade falida “Concessionária de Veículos
Pereira Ltda.” aprovou, com o voto favorável de
credores que representam 3/4 (três quartos) dos
créditos presentes à assembleia, a constituição de
sociedade formada pelos empregados do próprio
devedor. Sobre esta modalidade de realização do
ativo, determinado credor que votou contrariamente,
questiona sobre a legalidade desse procedimento.
Responda ao questionamento do credor, fundamentando
sua resposta.

RESPOSTA: TAL PROCEDIMENTO É VÁLIDO E LEGALMENTE


EXPRESSO NA LRE.

LRE ART. 145. O juiz homologará qualquer outra


modalidade de realização do ativo, desde que
aprovada pela assembleia-geral de credores,
(BASTA APROVAÇÃO DE 2/3 DOS CREDORES
PRESENTES) inclusive com a constituição de
sociedade de credores ou dos empregados do
próprio devedor, (PODEM UTILIZAR CREDITOS
DERIVADOS DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PARA A
AQUISIÇÃO DA EMPRESA) com a participação, se
necessária, dos atuais sócios ou de terceiros.

CASO CONCRETO 16
(FGV – OAB - XIV Exame de Ordem Unificado – 2014 -
Adaptada) Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou
a seus credores plano de recuperação extrajudicial,
que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos
créditos de todas as classes por ele abrangidas. O
plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores
à homologação judicial, exclusivamente, em relação
à forma de pagamento dos credores signatários que a
ele aderiram, alterando o valor dos créditos com
deságio de 30% (trinta por cento). Diante do caso
em tela, a companhia questiona sobre a possibilidade
e a licitude do plano de recuperação judicial
apresentado. Responda ao questionamento da
companhia, fundamentando sua resposta.

é lícito que o plano estabeleça a produção de


efeitos anteriores à homologação, desde que
exclusivamente em relação à modificação do valor
ou da forma de pagamento dos credores
signatários.

OAB.

Pedro Afonso é funcionário público na


cidade de Peixe, Estado do Tocantins, e também atua,
em nome individual, como empresário na cidade de
Araguacema, situada no mesmo Estado, onde está
localizado seu único estabelecimento. Pedro Afonso
não tem registro de empresário na Junta Comercial
do Estado de Tocantins. Bernardo é credor de Pedro
Afonso pela quantia de R$ 66.000,00 (sessenta e seis
mil reais) consubstanciada em documento particular
assinado pelo devedor e por duas testemunhas. Diante
do não pagamento da obrigação, no vencimento, sem
relevante razão de direito, o credor requereu a
falência de Pedro Afonso, tendo instruído a petição
com o título e o instrumento de protesto para fim
falimentar. Em contestação e sem efetuar o depósito
elisivo, Pedro Afonso requer a extinção do processo
sem resolução de mérito por falta de legitimidade
passiva no processo falimentar (Art. 267, VI, do
CPC). Com base na hipótese apresentada, responda aos
seguintes itens.

A) Procede a alegação de ilegitimidade passiva


apresentada por Pedro Afonso?

Resposta: Não procede a alegação de ilegitimidade


passiva formulada por Pedro Afonso porque o
empresário, ainda que irregular, pode ter sua
falência requerida e decretada independentemente do
registro na Junta Comercial, com fundamento no Art.
1o, da Lei n. 11.101/2005. O registro de empresário
é declaratório e não constitutivo da qualidade de
empresário e a pessoa impedida de ser empresário
(funcionário público) responderá pelas obrigações
contraídas, com fundamento no Art. 973, do Código
Civil.

B) O credor reúne as condições legais para o


requerimento de falência? Justifique e dê amparo
legal.

Resposta: O documento particular do credor é hábil


ao requerimento de falência porque é título
executivo extrajudicial, com base no Art. 585, II,
do CPC, o valor da obrigação excede a 40 salários
mínimos e está protestado para fim falimentar,
atendendo as exigências do Art. 94, I e seu § 3o,
da Lei n. 11.101/2005.

Grosso modo, o título de crédito é o documento


necessário e suficiente para exercício literal e
autônomo nele mencionado.

Para fins didáticos, podemos desenvolver as


seguintes classificações:
• Quanto à estrutura do título de crédito:
I. Ordem de pagamento – a exigibilidade do título
inicia-se a partir da emissão, podendo a ordem de
pagamento ser a vista ou por prazo determinado (ex:
cheque e duplicata).
II. Promessa de pagamento – trata-se de uma
promessa de efetuar um pagamento de uma determinada
quantia em favor de um credor (ex: nota
promissória).
• Quanto à emissão:
I. Causal – são aqueles que sua emissão está
vinculada a uma operação ou negociação específica
prevista em lei. São exemplos: i. a duplicata: só
pode ser emitida em razão da venda de uma mercadoria
ou da prestação de um serviço; ii. o conhecimento
de transporte: só pode ser emitido quando celebrado
contrato de transporte em que uma dar partes é uma
transportadora; iii. o conhecimento de depósito e
warrant: só será emitido por armazéns, quando
firmado contrato de depósito.
II. Não Causal – são aqueles que a emissão
independe de causa específica ou prevista em lei.
Por exemplo, tanto o cheque quanto a
duplicata podem ser emitidos em qualquer situação
a fim de garantir um crédito.
• Quanto ao modelo:
I. Livre: significa que não há qualquer exigência
governamental quanto a quem pode confeccionar o
título. O emitente pode elaborar o título da forma
que lhe for mais conveniente, desde que faça
presentes todos os requisitos do título que está
sendo confeccionado (ex: nota promissória e letra
de câmbio).
II. Vinculado: o título só poderá ser emitido com
respeito aos padrões estabelecidos em lei. Por
exemplo, a folha do cheque deve ser emitida pelo
banco, respeitando uma série de exigências, o
conhecimento de depósito e warrant só pode ser
emitido pelo Armazém Geral respeitados os
requisitos que a lei impõe.
• Quanto à circulação do título:
I. Título ao portador é aquele que confere ao
possuidor do documento o direito de crédito, mesmo
que não conste o seu nome como beneficiário. A mera
posse do documento legitima a exigência. A
transferência do crédito se dá pela tradição do
documento.
II. Título nominativo é aquele em que se insere o
nome do beneficiário no documento. Aqui, poderá o
título ser i. a ordem, endossável,
circulável quando o emitente silenciar quanto à
circulabilidade do título. Nessa hipótese, o título
poderá ser transferido a terceiros, sendo
necessário, em alguns casos, constar o endosso no
livro de registro em que consta o título. Ou poderá
ser ii. não a ordem, não endossável, não
circulável quando o emitente fizer constar uma
destas expressões, o que impede o beneficiário de
transferir o título e favor de terceiros.

Título de crédito é o documento indispensável para que se faça valer um direito


autônomo e literal, nele prescrito. É potanto, um documento formal com força
executiva, representativo de dívida líquida e certa, e de circilação desvinculada
do negócio que o originou. São considerados títulos de crédito a letra de câmbio,
a nota promissória, o cheque, e as duplicatas.

Com relação aos princípios aplicáveis aos títulos de crédito, podemos


destacar os seguintes:

• Princípio da Documentalidade - por este princípio, o título de


crédito tem que ser escrito em documento corpóreo, não valendo
a declaração oral, gravada ou não.
• Princípio da Força Executiva - o titular do título de crédito, tem o
direito de ingressar diretamente ao processo de execução, pois o
título de crédito tem força idêntica a uma sentença judicial
transitada em julgado.
• Princípio da Literalidade - a literalidade significa que só vale no
título o que nele estiver escrito, não podendo fazer valer do que
alí não constar. " A letra exprime fielmente quanto vale e vale
nominalmente quanto exprime." Whitaker
• Princípio do Formalismo - o título de crédito é formal. Em
princípio, se faltar uma palavra que por força de lei nele deveria
constar, o documento perderá seu valor de título de
crédito. Exige-se que o título de crédito seja revestido de
formalismo, pois sem ele não haverá os demais princípios, ou
seja, não poderá ser invocada a autonomia, a literalidade, a
abstração, ....
• Princípio da Solidariedade - todas as obrigações constantes no
título são solidárias, pois cada um dos coobrigados (sacador,
aceitante, emitente, endossante ou avalista) pode ser chamado a
responder pela totalidade da dívida.
• Princípio da Autonomia / Independência - a autonomia do título
significa que cada pessoa que se comprometer no título assume
uma obrigação, independente das obrigações pelos outros
assumidas, não existindo vinculação das obrigações. A
autonomia é a desvinculação da causa do título em relação a
todos os coobrigados.
• Princípio da Abstração - os direitos decorrentes do título de
crédito são abstratos, não dependendo do negócio que deu
origem ao título. Nada mais é do que um aspecto da autonomia,
pois o próprio título também é desvinculado da causa.
• Princípio da Circulação - tem como finalidade facilitar as
operações de crédito e a transmissão dos direitos neles
incorporados. A transmissão dá-se regularmente pela tradição
ou pelo endosso, a terceiro de boa-fé.

"Assim, quando o título de crédito, embora destinado à circulação, permanece


nas mãos do portador originário, não encontram aplicação os princípios dos
títulos de crédito; o título, nessa hipótese, funciona como um título comum de
legitimação, salvo os efeitos particulares que possam derivar de sua eventual
qualidade de título executivo. Só a efetiva circulação acarreta o surgimento dos
problemas característicos dos títulos de crédito e a aplicação das normas com
eles relacionadas." Giuseppe Ferri

Segundo Pontes de Miranda, os títulos se dividem em cambiais e


cambiariformes. As cambiais básicas ou genuínas são a letra de câmbio e a nota
promissória. Todos os demais títulos de crédito, como o cheque, a duplicata, o
conhecimento de depósito, a cédula de crédito à exportação, e outros, são
apenas assemelhados ou cambiariformes. As regras da letra de câmbio e da
nota promissória se aplicam aos títulos cambiariformes, em tudo que lhes for
adequado, inclusive a ação de execução.

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