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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA


CURSO DE BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso (2018.2).

DETERMINAÇÃO DA DEFLEXÃO DE UMA VIGA ATRAVÉS DO


MÉTODO DE RUNGE-KUTTA
Leonan Patrick dos Santos Silva, Filipe Lima dos Santos

Resumo: As análises sobre estruturas, especificamente das vigas, possuem grande relevância, considerando o fato
de que elas estão presentes em quase todas as edificações, a partir disso, as vigas devem ser determinadas conforme
aos esforços e condições de uso a qual as mesmas estarão sujeitas. O objetivo deste trabalho é mostrar equação da
linha elástica provinda de um estudo de equações diferenciais e apresentar o método numérico de Runge-Kutta,
como forma alternativa de encontrar as deflexões, realizando uma comparação dos valores obtidos dos métodos
analítico e numérico, para garantir a convergência do mesmo. No presente trabalho teve-se o auxílio de programas
computacionais como o Excel® e MATLAB®, para a realização e aplicação do método, tendo como base todos
os conhecimentos adquiridos no decorrer da pesquisa. Este estudo trará um enfoque especial a aplicação do método
de Runge-Kutta na deflexão, evidenciando a convergência para a viga bi apoiada e erros obtidos na viga engastada,
além de esclarecer as futuras fontes de erro.
Palavras-chave: Deflexão de viga, Runge-Kutta, Diferencial.

1. INTRODUÇÃO

A determinação da deflexão máxima sofrida por uma viga quando submetida a um determinado
carregamento é de suma importância, uma vez que esta é tomada como um valor máximo admissível no momento
da realização do protejo de uma viga [4]. Para a caracterização e determinação das deflexões suportadas por uma
viga, deve-se anteriormente definir a equação diferencial que rege a linha elástica. Uma equação que contém as
derivadas ou diferenciais de uma ou mais variáveis dependentes, em relação a uma ou mais variáveis
independentes, é chamada de equação diferencial (ED) [3].
O resultado para tal equação e para as deflexões sofridas pela viga, podem ser encontrados de diversas
maneiras, dentre os quais está o método de Runge-Kutta, o qual foi escolhido para ser utilizado no presente
trabalho. Segundo [7], podemos dizer que os métodos de Runge-Kutta de ordem 𝑝 se caracterizam pelas três
propriedades:
 São de passo um;
 Não exigem o cálculo de qualquer derivada de 𝑓(𝑥, 𝑦); pagam, por isso, o preço de calcular
𝑓(𝑥, 𝑦) em vários pontos;
 Após expandir 𝑓(𝑥, 𝑦) por Taylor para função de duas variáveis em torno de (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ) e agrupar
os termos semelhantes, sua expressão coincide com a do método de série de Taylor de mesma
ordem;
O dispositivo clássico de Runge-Kutta sofre dos mesmos defeitos que outros métodos com tamanho de
passo fixo possuem para problemas onde o erro de truncamento local varia muito no intervalo de interesse, ou seja,
um passo suficientemente pequeno para obter precisão satisfatória [5].
O mesmo tem a finalidade de corroborar com a precisão dos valores quando empregado a equação
diferencial da linha elástica, em comparação aos apresentados pela resolução analítica. Ao utilizar uma EDO no
cálculo de vigas para determinar a equação da curva de deflexão, aplica-se um problema de valor inicial,
possibilitando encontrar deflexões em pontos específicos ao longo do eixo da viga e podendo assim mostrar quais
os pontos de deflexão máxima.
Com base no que foi exposto, o presente trabalho tem como objetivo empregar o dispositivo numérico
como forma de solucionar as deflexões por meio da equação da linha elástica resultantes da formulação de uma
EDO. Para tanto, será feito uma análise gráfica e numérica utilizando um método comparativo entre os resultados
obtidos, levando em consideração o erro absoluto entre ambos. A simulação da modelagem será realizada por meio
de disparo linear, com 20 subintervalos pré-definidos ao longo da viga. O algoritmo será feito no MATLAB. Para
a resolução da deflexão, foi escolhido realizar uma relação referente ao tamanho do passo ℎ, estabelecida pela
razão entre o comprimento da viga, e o número de subintervalos.

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1
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2. DESENVOLVIMENTO
As equações diferenciais apresentam uma gama de aplicações na modelagem de diversas questões
matemáticas, dentre as quais estão contidos problemas referente à: Fenômeno dos transportes, mecânica dos
fluídos, termodinâmica, além de outras áreas do conhecimento em que estas equações se fazem presente na
resolução
2.1 Referencial Teórico
Neste tópico será abordado os conceitos de equação diferencial ordinária, deflexão de vigas e o método
numérico de Runge-Kutta.
2.1.1 Equações Diferenciais Ordinárias de Segunda Ordem
Uma equação é dita como diferencial quando tem-se uma equação que apresenta derivadas de uma função
desconhecida (a incógnita da equação). Se 𝒚 é uma função de 𝒙, e n é um número inteiro positivo, então uma
relação de igualdade (que não se reduz a uma identidade) que envolva 𝑥, 𝑦, 𝑦 ′ , 𝑦 ′′ , … , 𝑦 (𝑛) é chamada uma equação
diferencial de ordem n [5]. Sabendo disso, pode-se classificar uma ED como ordinária quando a equação contém
apenas derivadas de uma ou mais variáveis dependentes em relação a uma única variável independente, assim para
poder definir a ordem da equação, basta observar qual a maior ordem da mesma [3].
Com o intuito de encontrar respostas para as equações diferenciais de segunda ordem, alguns critérios de
extrema relevância devem ser considerados, (PVC) e (PVI), problema de valor de contorno e problema de valor
inicial, respectivamente. Em geral, nos problemas procura-se uma solução 𝑦(𝑥) para uma ED de modo que 𝑦(𝑥)
satisfaça as condições de contorno impostas a função desconhecida e suas respectivas derivadas no ponto 𝑥0 em
um intervalo 𝐼 contendo 𝑥0 . Dessa forma, sujeito as condições de contorno especificadas em 𝑥0 , teremos:
𝑑2𝑦
= 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑦 ′ )
𝑑𝑥 2
Sujeito a:
𝑦(𝑥0 ) = 𝑦0 , 𝑦 ′ (𝑥0 ) = 𝑦1
Onde 𝑦0 e 𝑦1 são constantes reais especificadas. Esse tipo de evento é chamado de (PVI) problema de
valor inicial, além dos valores de 𝑦(𝑥) e sua derivada em um único ponto, chama-se de condições iniciais [3].
Um outro fator também a ser citado é a consistência em resolver uma equação diferencial linear de
segunda ordem em pontos diferentes, assim temos:
𝑑2𝑦 𝑑𝑦
𝑎2 (𝑥) + 𝑎1 (𝑥) + 𝑎0 (𝑥)𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥
Sujeito a:
𝑦(𝑎) = 𝑦0 , 𝑦(𝑏) = 𝑦1
Chama-se este tipo de problema como (PVC) problema de valor de contorno e os valores prescritos a qual
a ED está submetida [3]. Existem vários métodos de resolução de EDO, assim, visando aplicar um método de
integração direta para simplificar as equações, aplicaremos o método de variáveis separáveis, que consiste em
integrar ambos os lados da equação para encontrar a solução que se apresenta da seguinte forma:
𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)ℎ(𝑦)
𝑑𝑥
𝑑𝑦
= 𝑔(𝑥)𝑑𝑥
ℎ(𝑦)

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2
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2.1.2 A Deflexão de Vigas


Quando tem-se uma viga que possui um eixo longitudinal reto, que está recebendo a atuação de uma carga
por forças laterais, o eixo é deformado em uma curva denominada de curva de deflexão. O diagrama da deflexão
que passa pelo eixo longitudinal que passa pelo centroide de cada área da seção transversal da viga é denominado
linha elástica [1]. O equilíbrio de um corpo exige um equilíbrio de forças para impedir a translação ou um
movimento acelerado do corpo ao longo de uma trajetória reta ou curva, e um equilíbrio de momentos, para impedir
que o corpo gire [1]. Podemos expressar essas condições matematicamente pelas equações logo abaixo:
∑𝐹 = 0 (1)
∑𝑀 = 0 (2)
Onde (1) é o somatório de forças e (2) o somatório dos momentos. Para apresentar a equação da deflexão,
assumimos que o plano 𝑥𝑦 seja um plano de simetria da viga e que todos os carregamentos estejam atuando neste
plano.

Figura 1 : Plano de simetria dos eixos da viga [6].


A deflexão 𝑣 é o deslocamento na direção do eixo 𝑦 de qualquer ponto no eixo da viga, como mostra a
figura abaixo:

Figura 2: Viga em balanço e esboço da sua linha elástica [2].


Visando facilitar a visualização, em detalhes, do que ocorre na estrutura mediante a aplicação de cargas,
faz-se necessário utilizar um elemento diferencial da viga. Desse modo, teremos uma vista mais aproximada dos
deslocamentos que a viga sofre devido a carga P.

Figura 3: Curva de deflexão de uma viga [2].


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3
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Realizando uma análise da figura 3, tendo como base os pontos 𝑚1 𝑒 𝑚2 , é possível concluir que 𝜌 é o
raio de curvatura. Iremos levar em consideração que 𝑑𝜃 possui um valor muito pequeno e matematicamente 𝑡𝑔 𝜃 ≈
𝜃, temos que, de acordo com as relações trigonométricas, 𝑑𝑠 = 𝜌 𝑑𝜃. Conhecendo a distância entre 𝑚1 𝑒 𝑚2 que
é demarcada por 𝑑𝑠 e 𝑑𝜃 é o aumento do ângulo entre eles, assim definimos a curvatura como sendo:
1 𝑑𝜃
𝑘=𝜌= (3)
𝑑𝑠

Como rotineiramente trabalha-se com estruturas, é verídico que teremos algumas variações mesmo que
pequenas, com ângulos de rotação muito pequenos, e dessa forma podemos utilizar o argumento de que:
𝑑𝑠 ≈ 𝑑𝑥 ⇒ cos(𝜃) = 1 (4)
Se consideramos que a distância horizontal entre 𝑚1 𝑒 𝑚2 é o diferencial 𝑑𝑥, cuja a distância inclinada é
𝑑𝑠, assim a curvatura fica:
𝑑𝜃
𝑘 = 𝑑𝑥 (5)

Após analisar a equação descrita, concluímos que a curvatura expressa a taxa de variação da inclinação
da 𝑡𝑔 a uma determinada curva que se relaciona ao comprimento do arco. Perceba que quando tem-se um 𝜃 muito
pequeno, como no caso abordado, pode-se considerar 𝑡𝑔 𝜃 ≈ 𝜃, assim teríamos a seguinte relação:
𝑑𝑣
𝜃 ≈ 𝑡𝑔 𝜃 = 𝑑𝑥 (6)

Dessa forma, resta apenas derivar a equação (5) em relação a 𝑥 para conseguir relacionar com a curvatura
(5), teremos:
𝑑𝜃 1 𝑑2 𝑣
= 𝑘 = 𝜌 = 𝑑𝑥 2 (7)
𝑑𝑥

É válido salientar que, essa expressão tem reconhecimento para uma viga de qualquer material, com uma
exclusiva condição, de que as rotações sejam pequenas. Levaremos em consideração que o material tem obediência
a lei de Hooke, ou seja, apresenta uma deformação elástica e linear. Com isso, temos uma equação da curvatura
representada por:
1 𝑀(𝑥)
𝑘=𝜌= (8)
𝐸𝐼

Na equação (8), pode-se destacar a equação de momento fletor, representado pela letra 𝑀, sendo dividido
pelo módulo de elasticidade 𝐸 e pelo momento de inércia da viga 𝐼. Assim, se igualarmos as equações (7) e (8),
resultamos na seguinte equação:
𝒅𝟐 𝒗 𝑴(𝒙)
= (9)
𝒅𝒙𝟐 𝑬𝑰
Essa equação acima representa a equação diferencial da curva de deflexão de uma viga. Essa equação
pode ser integrada nos casos específicos em que se deseja encontrar a deflexão 𝑣, desde que o momento fletor 𝑀
e a rigidez de flexão 𝐸𝐼 [1], sejam funções conhecidas de 𝑥.
Um outro aspecto muito importante que deve ser citado, são as conversões de sinal que devem ser
utilizadas ,tendo em vista as equações precedentes. Segundo [2], consideramos que:
 Os eixos 𝑥 𝑒 𝑦 são positivos para a direita e para cima, respectivamente;
 A deflexão 𝑣 é positiva para cima;
 A curvatura 𝑘 é positiva quando a viga é fletida côncava para cima;

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4
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𝑑𝑣
 A inclinação e o ângulo de rotação 𝜃 são positivos quando são anti-horários, com relação ao eixo 𝑥
𝑑𝑥

positivo;
 O momento fletor 𝑀 é positivo quando produz compressão na parte superior da viga;

Figura 4: Convenções de sinais para momento fletor 𝑀, a forças de cisalhamento 𝑉e intensidade 𝑞 [2].

A partir da equação de número (9), fazendo uso do método da integração, é possível obter as equações da
inclinação na primeira integração, e na sequência, na segunda integração, obter a deflexão da viga. Visando a
obtenção do equacionamento, faz-se necessário ter conhecimento sobre as condições de contorno para cada tipo
de apoio a que a viga está sujeita, como mostra a figura 4:

Figura 5: Condições de contorno em relação ao tipo de apoio [1].


Conforme o que foi visto na figura 5, podemos perceber que, os apoios que resistem a aplicação de uma
força, como o pino, restringem o deslocamento, e os apoios que resistem a um momento, podendo ser um engaste
ou uma parede fixa, irão restringir a rotação ou a inclinação, bem como deslocamento[1].

2.1.3 Método Numérico de Runge-Kutta de 4º ordem


Os métodos de Runge-Kutta tiverem a sua formulação desenvolvida por dois indivíduos alemães que
atuaram arduamente na criação do método, Carl Runge (1856-1927) e Wilhelm Kutta (1867-1944). A grosso modo,
a ideia se restringe em aproveitar as vantagens que são apresentadas nos métodos de serie de Taylor, e,
simultaneamente, suprimindo a desvantagem dos mesmos, no qual consiste no cálculo de derivadas de 𝑓(𝑥, 𝑦)
que, acaba inviabilizando os métodos de serie de Taylor de se resolver computacionalmente [7].

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5
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O método de Runge-Kutta de quarta ordem, para funções definidas por uma variável, como mostra[5] ,
se dá por:

 𝑘1 é a inclinação no início do intervalo;


 𝑘2 é a inclinação no ponto médio do intervalo, usando a inclinação 𝑘1 para determinar o valor de y no
ponto tn + h/2 através do método de Euler;
 𝑘3 é novamente a inclinação no ponto médio do intervalo, mas agora usando a inclinação 𝑘2 para
determinar o valor de y;
 𝑘4 é a inclinação no final do intervalo, com seu valor y determinado usando 𝑘3 .

Figura 6: Representação dos intervalos de Runge-Kutta (autoria própria).

𝑘1 = ℎ . 𝑓(𝑥, 𝑦) (10)
1 1
𝑘2 = ℎ . 𝑓 (𝑥 + ℎ, 𝑦 + 𝑘1 ) (11)
2 2
1 1
𝑘3 = ℎ . 𝑓 (𝑥 + ℎ, 𝑦 + 𝑘2 ) (12)
2 2

𝑘4 = ℎ . 𝑓(𝑥 + ℎ, 𝑦 + 𝑘3 ) (13)
𝒉
𝒚𝒏+𝟏 − 𝒚𝒏 = [𝒌𝟏 + 𝟐𝒌𝟐 + 𝟐𝒌𝟑 + 𝒌𝟒 ] (14)
𝟔
1
A soma [𝑘1 + 2𝑘2 + 2𝑘3 + 𝑘4 ] também pode ser interpretada como um coeficiente angular médio [5].
6

Este método se equipara ao modo de disparo linear que é muito utilizado para o cálculo de deflexão de vigas. O
seguinte método quando está em funcionamento realiza, a cada iteração, o cálculo de inclinações em quatro pontos,
obtendo uma tendência ao comportamento da função 𝑦.

2.2 Metodologia

Os conceitos abordados anteriormente serão utilizados no tópico presente, com o objetivo de mostrar as
suas funcionalidades, forma e meios nas situações as quais foram submetidas.
VIGA BI-APOIADA:
De início, procurou-se determinar o modelo de viga e o material da mesma para viabilizar a formulação
do problema. Foi seguido o seguinte modelo aço estrutural ASTM A36 e de perfil 𝑊150 𝑥 30 no qual o mesmo

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6
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possui um momento de inércia igual a 1,71 𝑥 10−5 𝑚4 . O módulo de elasticidade, segundo [1] na tabela de
propriedades mecânicas de materiais típicos de engenharia, é informado como sendo 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎, adotando-se
de um carregamento distribuído 𝑞 = 20 𝑘𝑁/𝑚 e um vão de 𝐿 = 5𝑚.
Segundamente, após ter definido algumas variáveis importantes do problema que será abordado, além de
constar também a determinação das condições de carga em que o elemento estrutural está submetido e o gênero
dos apoios. De acordo com as condições teóricas estabelecidas previamente, tornando possível a determinação da
equação diferencial da linha elástica, que corresponde ao modelo de viga adotado abaixo:

Figura 7: Viga bi apoiada com apoios de 1º e 2º gênero [2].

A partir do modelo de viga definido foi encontrada a equação geral da deflexão para o sistema abordado
na equação (15). A princípio, partindo das equações da linha elástica, foram encontradas as forças de reações nos
apoios, da figura 7, e seguidamente feito um corte transversal na seção da estrutura, para se calcular os esforços
internos e após isso realizar a análise de acordo com a equação da deflexão (1).

𝒒 𝑳𝒙𝟑 𝒙𝟒 𝑳𝟑 𝒙
𝒗(𝒙𝟏 ) = 𝑬𝑰 ( 𝟏𝟐 − 𝟐𝟒 − ) (15)
𝟐𝟒

VIGA ENGASTADA:
Para o presente caso, procurou-se determinar o modelo de viga e o material da mesma, visando viabilizar
e facilitar o estudo do mesmo. Foi seguido o seguinte modelo aço estrutural ASTM A36 e de perfil 𝑊250 𝑥 28 no
qual o mesmo possui um momento de inércia igual a 3,99 𝑥 10−5 𝑚4 . O módulo de elasticidade, segundo [1] na
tabela de propriedades mecânicas de materiais típicos de engenharia, é informado como sendo 𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎,
adotando-se de uma carga pontual localizada a 4𝑚 do engaste P= 8 𝑘𝑁 e um vão de 𝐿 = 4𝑚.

Figura 8: Viga engastada[2].


Para o engaste utilizou-se o mesmo processo realizado pela viga bi apoiada, partindo das equações da
linha elástica, foram encontradas as forças de reações no engaste, que é um apoio de 3º gênero, e seguidamente ao

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7
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corte da seção analisada, encontrando os esforços internos e a equação da curva de deflexão apresentada na equação
(16).

𝟏 𝑹𝒚 𝒙𝟑 𝑴𝒂 𝒙𝟐
𝒗(𝒙) = 𝑬𝑰 ( 𝟔
− 𝟐
) (16)

Método de Runge-Kutta:
Visando a obtenção dos resultados de deflexão das forças atuantes no eixo longitudinal da viga, foi
aplicado o método de Runge-Kutta de quarta ordem, onde definiu-se algumas variáveis para efetuar o cálculo
numérico. Definindo um passo ℎ, inversamente proporcional a precisão da solução encontrada, obtém-se um
resultado 𝑦 para um valor de 𝑥 em 𝑛 iterações.
Para os modelos de viga escolhidos, definiu-se utilizar para a viga bi apoiada, um determinado 𝑥, que
pertença ao intervalo de 0 ≤ 𝑥 ≤ 5, com um passo ℎ = 0,25. Já para o engaste, teremos um determinado 𝑥, que
pertença ao intervalo de 0 ≤ 𝑥 ≤ 4, com um passo de ℎ = 0,20.
Como visto na equação (14), devem ser efetuados quatro cálculos, para cada iteração, resultando em um
desenvolvimento muito extenso por haver um número grande de iterações necessárias. Utilizou-se o MATLAB®
como ferramenta para a idealização do algoritmo disponível no anexo [1] e [2], para os respectivos casos, e o
mesmo para a realização das iterações do método numérico. Abaixo temos a apresentação de um fluxograma
ilustrando o que ocorre na aplicação do dispositivo de Runge-Kutta.

Figura 9: Fluxograma da execução de Runge-Kutta (Autoria Própria).


2.3 Resultados e Discussões
No presente tópico será apresentado e discutido as soluções encontradas na aplicação de ambos os
métodos citados anteriormente. A fim de se obter os valores de deflexão sofridos no eixo longitudinal da viga, por
meio do método analítico e pelo incremento de Runge-Kutta na solução.
2.3.1 Deflexões da viga Bi apoiada Analiticamente e com Runge-Kutta
Realizadas as iterações para encontrar as deflexões utilizando a forma analítica, expressamos o gráfico da
deflexão, onde é possível observar a deflexão máxima ao longo da viga. Nela está a representação da aplicação
dos comprimento de 𝑥, acrescidos do passo ℎ, realizado em 20 subintervalos.

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Deflexões da viga Biapoiada


Curva de Deflexão

Comprimento (m)
0 1 2 3 4 5 6
0,000000

0,010000
Deflexões (m)

0,020000

0,030000

0,040000

0,050000

Gráfico 1: Linha elástica representando a deflexão ao longo da viga (Autoria Prórpia).


É possível notar o resultado da deflexão máxima proporcionada pela aplicação da carga distribuída, no
𝐿
ponto = 2,5 𝑚, com o valor de 𝑣 = 0,047591 𝑚. Logo abaixo temos, a representação gráfica da deflexão da
2

viga bi apoiada aplicando o dispositivo de Runge-Kutta na equação 𝑣(𝑥) obtida analiticamente por uma equação
diferencial.

Deflexão da viga Bi apoiada com o incremento


de Runge-Kutta
Curva de Deflexão

Comprimento (m)
0 1 2 3 4 5 6
0,000000

0,010000
Deflexão (m)

0,020000

0,030000

0,040000

0,050000

Gráfico 2: Linha elástica representando as deflexões utilizando o método (Autoria Própria).


Objetivando a obtenção dos valores da viga defletida, utilizou-se a equação da declividade para aplicar
no artifício. No gráfico 2, é de fácil observação que o resultado convergiu para o esperado, mantendo um
comportamento similar a resolução analítica. O dispositivo apresenta uma deflexão máxima no ponto 𝑥 = 2,5 𝑚,
com o resultado de 𝑣 = 0,047586 𝑚. Podemos observar que, por meio da comparação de resultados entre as
soluções obtidas através da aplicação do método analítico e por Runge-Kutta, em detrimento, da obtenção do erro
absoluto entre os resultados dos mesmos, tendo uma variação dos valores na ordem de 10−5 𝑎 10−6

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9
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2.3.2 Deflexões para uma viga engastada


Analisando o processo de forma análoga ao item anterior tem-se a expressão gráfica para o modelo de
viga abordado, utilizando um passo ℎ = 0,20, para o mesmo número de subintervalos.

Deflexão da viga Engastada


Curva da Deflexão

Comprimento(m)
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
0,000000
Deflexões (m)

0,005000

0,010000

0,015000

0,020000

0,025000

Gráfico 3: Linha elástica representando as deflexões ao longo do eixo da viga (Autoria Própria).
O gráfico 3 apresenta o resultado da deflexão máxima proporcionada pela aplicação da carga pontual,
no ponto 𝐿 = 4 𝑚. Ciente das condições iniciais estabelecidas, obteve-se o valor de 𝑣 = 0,021387 𝑚,
representando a deflexão máxima produzida pela força no engaste.

Deflexão da viga engastada com o incremento


de Runge-Kutta
Curva de Deflexão

Comprimento (m)
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
0,000000
0,002000
0,004000
0,006000
Deflexão (m)

0,008000
0,010000
0,012000
0,014000
0,016000
0,018000
0,020000

Gráfico 4: Linha elástica representando as deflexões ao longo do eixo da viga (Autoria própria).
De forma análoga a viga bi apoiada, utilizou-se a equação da declividade para aplicar no dispositivo. No
gráfico 4, não é de fácil observação que o resultado não convergiu para o esperado, porém se for analisado o seu
comportamento nota-se que a desenvoltura é similar a resolução analítica, porém apresentando um erro absoluto
significativo numa margem de 3,38%. O dispositivo apresenta uma deflexão máxima no ponto 𝑥 = 4 𝑚, com o
resultado de 𝑣 = 0,018001 𝑚. Podemos observar pela comparação dos métodos, uma dispersão dos valores
quando é calculado um passo mais próximo de onde a carga está sendo aplicada.

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Erro Absoluto
0,004000
0,003500
Disperção das Deflexões (m)
0,003000
0,002500
0,002000
0,001500
0,001000
0,000500
0,000000
0 5 10 15 20 25
-0,000500
nº de subintervalos

Gráfico 5: Dispersão dos Resultados das Deflexões (Autoria Própria).


O gráfico 5 expressa uma futura fonte de erros, estima-se que é devido ao fato do método apresentar um
tamanho de passo fixo para problemas onde o erro de truncamento local varia muito no intervalo de interesse, ou
seja, para uma melhor obtenção de resultados que mostrassem maior precisão seria necessário utilizar um passo
menor do que o utilizado em questão. É preferível que neste tipo de aplicação seja realizado uma análise da iteração
entre o resultado obtido, o tamanho do passo e o tempo gasto para realizar as operações, visando sempre o objetivo
do problema e a sua relevância.

3. CONCLUSÕES
Através do estudo realizado foi possível constatar que o método de Runge-Kutta em problemas que
envolvem a obtenção de deflexões em vigas por meio da equação diferencial da linha elástica se apresenta como
uma ferramenta prática e eficaz, quanto a sua execução, mostrando sua capacidade em modelar problemas que
envolvam estruturas. Como observado no tópico anterior, as soluções dos deslocamentos verticais (𝑦) apresentam
variações muito pequenas, na ordem de milímetros, mostrando que é possível aplicar o dispositivo, considerando
as circunstancias que estão sobre análise. Para fins demonstrativos, o caso estudado é considerado simples, no
entanto, na atuação de carregamentos mais complexos, ou até mesmo uma viga que possua uma estrutura com
geometria não uniforme, pode-se obter equações com o auxílio do software. Por fim, métodos como o de Runge-
Kutta podem ser aplicados, caso tenha uma equação diferencial de primeira ordem ou ordem superior. No problema
em questão optou-se por simplificar a resolução numérica, proporcionando uma fácil resolução.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] HIBBELER, Russel Charles. Resistência dos Materiais. 7. Ed. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2010.
[2] GERE, J. M.; Mecânica dos Materiais. 6. Ed. São Paulo. Editora Thomson Learning, 2003.
[3] ZILL, D. G.; Equações Diferenciais com aplicações em modelagem. 10ª Ed. – São Paulo: Cengage Learning,
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[4] BEER, F. P. et al.; Mecânica dos Materiais. 5ª Ed. – São Paulo: AMGH Editora LTDA, 2008.
[5] BOYCE, W. E. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. 8. ed. Rio de Janeiro:
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[6] TREFETHEN, L. N. Branches of Mathematics: Numerical Analysis. In: GOWERS, T.; BARROWGREEN,
J.; LEADER, I. (Eds). The Princeton Companion to Mathematics. Princeton University Press, 2010. p. 604-615.
[7] RUGGIERO, Márcia A. G.;LOPES, Vera L. R.. Cálculo numérico: aspectos teóricos e computacionais. 2ª ed.
Makron. 1997.

ANEXOS
[1] https://drive.google.com/open?id=1Oua9f6P_hsa85uIkM141IRSLrgIjMm6i
[2] https://drive.google.com/open?id=1b57-Uv1MGupdOfsUqR1vqm3fPtUVFEE6

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