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O julgamento espiritual de Tony

PRÉ-JULGAMENTO (4105, após os últimos eventos??? até 12048)


Quando Tony abriu a fenda até a segunda espiral do mundo espiritual, ele não mediu
consequências do que poderia acontecer com ele. Suas razões para isso não
consideraram o seu futuro, teve como razões o coletivo, a guerra em que seus
companheiros Xitás estavam envolvidos. Foi até inocente de sua parte. Pouco tempo
após o acontecimento, Tony fora convocado para ser julgado, dentro das espirais do
mundo espiritual. Como já havia se auto-privado de corpo, sua captura foi relativamente
fácil. Maravilhado porém espantado pelas consequências de seu ato, era de esperar que
alguém se incomodaria por isso. E seria irresponsabilidade não assumir os erros. Assim
sendo, não haviam razões para que ele se rebelasse em sua captura; seria desonesto. O
que ele não esperava era que Manxú D2 também fora capturado para o julgamento, não
como espírito, mas como prova da irresponsabilidade espiritual de Tony.

Dentro das esferas espirituais, os anos passam de forma diferente, se comparados à


vida material. Na primeira e na segunda espiral, o tempo é praticamente igual, sendo a
segunda mais distante do tempo krotálico. Porém, os julgamentos do Supremo Tribunal
Espiritual (ou apenas Supremo) acontecem na terceira espiral, onde o tempo é mais lento
ainda. Este tipo de tribunal tem como função julgar estes tipos de caso, onde o ocorrido é
complexo demais para ser julgado pelos tribunais comuns. Assim sendo, o julgamento
levou, desde os estágios principais até o anúncio do veredito e sacramentação da pena,
em tempos krotálicos, em aproximadamente 8.000 anos.

Durante este período, Tony fora acusado pelo Supremo de: ¹intervir
inconsequentemente com a vida espiritual da primeira e segunda esfera, causando danos
e mortes, irreparáveis ou não, e infringindo normas das quais nem os mais perversos
vilões tentaram (ainda); ²a criação de um espírito já seria crime, já que nenhum espírito,
por maior que seja seu conhecimento dentro dos domínios espirituais, tem autonomia
para isto, ainda assim para uma forma não-orgânica porém já viva, este um agravante.
Acusação considerada pela promotoria como “crime espiritual premeditado” e “quase
prescrito”; e por último, e não menos importante, ³o genocídio inconsequente de milhares
de espíritos que viraram essência não pelas leis da natureza, e sim pela vontade de um
só homem, de um desejo pessoal.

Os juízes do Supremo, tal como a promotoria, não tem silhuetas definida, fisicamente
falando. Se parecem mais com borrões de luz, e já perderam muito ou mesmo tudo
daquilo que os torna únicos, quase que já se fundiram com o que carinhosamente
chamam de “essência-mãe”. Em casos do Supremo não existem a defesa, e, ao mesmo
tempo, isto não é uma injustiça, já que, em instâncias como estas, simplesmente não é
possível enganar ou criar artifícios para atrasar, impugnar ou mesmo alterar a sentença
final; tudo já está as claras, o que se deu no passado não pode ser maquiado. O réu pode
fazer suas considerações, mas dificilmente convencerá alguém ou algo, já que não existe
sequer algo parecido com um juri.

VEREDITO (12048)
Estes +- 8.000 anos que se passaram, em tempo krotálico, levaram cerca de 500 anos
na terceira espiral (A conta tá +- certa, espero...). Tempo suficiente para reflexão. “Talvez
nem precisaria fazer o que fiz”, este foi o objeto da culpa nos 100 primeiros anos que Tony
passou em julgamento. Até os 300 anos, ele já havia se perdoado, mas se corroía pela
saudade das almas que tocou, dos Xitás e até dos Kirx, da vida material que desperdiçou,
entre muitas coisas. A partir do 300º até o fim de seu julgamento (500º), Tony não mais
pensou no passado; nunca esqueceu de quem é, daonde veio, até porque não estava
completamente sozinho, às vezes podia encontrar-se com Manxu, topava com ele nos
banhos de sol (?), na guarnição do Supremo onde eles ficaram detidos. Mas concluiu que
devia não pensar mais no passado, e sim mirar no que estava por vir.

Tony foi considerado culpado pelos três crimes. A promotoria baseou-se na lei do talião,
a lei mais antiga desde que a primeira consciência foi despertada, para julgar o réu. As
punições foram: ¹Jamais pisar no sagrado lar que ele destruiu e ficar preso na espada
espiritual, longe das evoluções naturais do espírito; ²perder a capacidade de manipulação
de essência e tornar sua alma anômala, inútil, por ter forçado a criação artificial de um
espírito; ³ser entregue a própria sorte e a risco de vida (espiritual) para as almas
aprisionadas que Tony negligenciou, sendo confinado até a eternidade nesta espada
mística. Durante o julgamento, muitos destes espíritos se manifestaram a favor da não-
existência de Tony, e a estes foram dado a oportunidade de fazer a justiça que
entenderem, num ambiente onde a jurisdição do Supremo é limitada. Jogaram aos cães.

Ele foi separado de Manxú. Tinha certeza que sua criação agora seria destruída, que
sua existência seria anulada. Pela primeira vez, em muitos anos, voltara a questionar a
lógica do sistema jurídico espiritual, por condenar sua criação, “simplesmente por não a
compreender”. Mas sabia que isso seriam palavras ao vento. Teve tempo de se despedir
de Manxú, um pedaço de si mesmo, guardar para sempre sua imagem na memória, e ir
de encontro a seu destino.

A ESPADA (não é possível precisar época)


Como já é de conhecimento público, a espada manteve-se operante com Oporrogratz
após o desaparecimento de Tony. Este havia prometido treinar seu padawan na arte do
domínio espiritual, mas fora privado disto, devido o julgamento. Mas, certamente, o último
encontro entre mestre e padawan fora somente adiado.

Ao completar 95 anos, entre muitas aventuras no tempo, Oporrogratz, por conta


própria, já é um guerreiro muito experiente, temporal e espiritualmente falando. Não
abusou da espada como seu mestre, absorveu poucos, e liberou somente os insatisfeitos,
já que muitos decidiram lá ficar. Não abusou do domínio do tempo, como seu pai,
conseguiu seus objetivos com a linhagem Curupira e sempre respeitou os paradigmas de
Nobre Povorot.

Na espada, sobraram cerca de 15.000 espíritos, entre eles, um sábio de alma negra,
antigo conselheiro de seu mestre, e também dele. Tony, quando empunhou esta espada,
chegou a ter muitas vezes mais que este número, e no auge de seu domínio, estabeleceu
um verdadeiro mundo espiritual às semelhanças de um mundo material; tudo era feito de
espírito, mas a escuridão da aparente falta de existência fora preenchida por este mundo
e a maioria dos que ali habitavam gostaram. Mas se rebelaram contra seu ex-patrono
quando este abusou da Espada, pondo tudo a perder, na manobra inconsequente que
está em causa. Matou diversos espíritos, alguns lendários, reduzindo a população
drasticamente. Poucos a adentraram pelas mãos de Oporro, mas alguns importantes.
(Como quem?)

Oporro sabia que sua hora estava chegando, e, para isto, decidiu refugiar-se no tempo
ano de 12048, onde jamais havia passado. Inspirado em uma visagem, em outra ocasião,
em outros tempos. “(...) um cemitério de robôs, eles se juntam aos esqueletos de seus
antepassados tal qual os elefantes faziam, isso quando existiam!”, disse um desconhecido
em um tempo futuro. Este tipo de lugar sempre gerou um sentimento dúbio para ele, mas,
ao mesmo tempo, a ideia de saber quando morrer, de simplesmente deixar acontecer,
contagiou Oporrogratz. “Como elefantes...”, lembrou ele, ao se lembrar de tempos mais
antigos. Escolheu a dedo um bunker, na ilha J, a último terreno à nordeste, no arquipélago
de ????, onde fica também a ilha de Chaar. Fez modificações no lugar com o passar do
tempo, literalmente falando do domínio, e o adaptou para que esteja em perfeitas
condições nesta época.

Poucos dias antes de sua morte, Oporrogratz recebeu a visita de dois seres compostos
de essência espiritual, ou, como certamente diria nosso querido Considerado, “dois anjos
armados”. Eles anunciam a Oporrogratz o fim próximo de sua vida, e o dão uma última
missão, em nome do Supremo.

MISSÂO FATAL (12048)


Oporrogratz sempre pensou como um experiente viajante do tempo. Ganhou grandes
poderes espirituais ao longo de sua vida, mas não seria possível dizer que esta seria sua
especialidade. Jamais fora capaz de prever a visita destes dois seres, e jamais saberia
que existe mais um ser nesta cena!

“Alguns dizem que você não deve acreditar em destino, e você, como viajante do
tempo, tem certeza disto”, disse o clarão da esquerda, “mas você só decidiu por estar no
fim de seus dias neste ano de 12048 porque assim foi escrito”, disse o da direita, que
emendou: “Você percorreu os tempos e nunca achou sinais do julgamento de seu mestre
pois ele fora concluído, em anos krotálicos, neste tempo, e você sempre soube que só
viria para cá quando se aposentasse”. Oporrogratz parecia desdenhar da ideia, “já vira
tanta coisa!”, estava quase rindo, e o clarão da esquerda disse: “você porta, em termos
materiais e espirituais, a espada que causou um dos maiores acidentes da história do
mundo espiritual, uma abertura até a segunda espiral, a partir do mundo terreno. A arma
deste catastrófico crime, a partir de agora (plim!), nunca mais será utilizável, e você,
Oporrogratz, como obrigação, como condição para adentrar ao refúgio dos espíritos, o
santo lar espiral, terá que executar sua última tarefa, enquanto organicamente vivo: fincar
a espada física nos confins das profundezas do oceano, muitos metros abaixo de onde
gostaria de morrer, a ilha J.” Ambos transportaram Oporrogratz em espírito para o local
exato de onde a espada deveria perecer (o último quadrado superior do lado direito do
mapa do planeta Krotallus!), no local mais fundo do planeta (antes do mundo intraterreno).
Mergulharam seus espíritos muitos quilômetros abaixo, até chegar a um local plano.
Fizeram uma marca espiritual para certificar que Oporro não erraria; ali a espada deveria
permanecer para sempre, sem que ninguém mais a empunhasse. Um nome surgiu em
sua mente.

QUEM? (12048)
“Tony!?” Antes de indagar o que havia acontecido com ele, Oporrogratz percebeu uma
terceira alma, porém torta, errante e malfeita, uma alma imperceptível mesmo para um
mestre espiritual, devido a sua irrelevância. Parecia ser esta a intenção de quem
manipulou esta alma. Mas jamais pensaria que esta alma era de seu próprio mestre. Eles
tiveram tempo de se confortar espiritualmente, Tony teve orgulho da criação de seu
padawan, suplicou perdão por ter descumprido a sua promessa, e pediu a Oporrogratz
que fizesse exatamente o que os guardas ordenaram. “Porquê? Posso estar velho mas
ainda posso te salvar!”, “não quero nem preciso, sou culpado de meu crime e agora
apenas um mero espírito, vou voltar para onde mereço estar, enquanto tu tem todo o
futuro, as esferas espirituais te esperam”, “Não!”, “SIM! E agora, como último pedido de
seu mestre!”. Os guardas, crentes em algo como o destino, apenas deixaram que
discutissem, pareciam confiar no plano original.

(Um sábio de alma negra sabia o que estava acontecendo, mesmo nas profundezas de
seu próprio mundo.)

E assim, cumprindo o pedido de um velho amigo e não as ordens de dois


desconhecidos, Oporrogratz inicia o trajeto até o fundo do oceano. Ele se afasta a norte
da ilha J, muitos quilômetros, e adentra ao mar. Desce um pouco, e, utilizando-se pela
última vez do poder da espada, a arremessa em direção ao fundo do mar. (Tecnicamente,
ela foi tão fundo que, chegou no que os miztlitlan considerariam como um teto.) A partir
deste momento, a manipulação de essência por agentes externos na espada estaria
juridicamente proibida, foi determinado que ninguém poderá manipular esta velha espada.
Agora ela se tornaria apenas um mundo-prisão para Tony e para o espíritos que ali
decidiram permanecer.

Oporrogratz não teve forças para voltar. Até tentou, mas percebeu que era inútil, não
tinha mais força física ou essencial para transportar este corpo moribundo para fora da
água. Passou aquele flash em seus olhos, mas ele estava preparado. Sabia que morreria
logo, mas não sabia e nem queria que fosse afogado. Oporro utilizou o pouco de força
essencial que restava para acelerar o tempo de vida de seu coração, até o mesmo não
mais funcionar. Não se suicidou, apenas acelerou o processo de morte. Isto foi o que
pensou. Sorte dele, foi também o que entendeu o pessoal lá das espirais. Assim, no ano
de 12048, com 95 anos, um dos grandes espíritos adentra ao mundo espiritual. E assim,
no ano de 12048, sem ter certeza de quantos anos teria, um dos grandes espíritos agora
é um mero espírito, ou um meio espírito, que apenas aguarda ser torturado por quem o
considerará genocida.

PLEBEU ONDE JÁ FOI REI (12048)


Assim que entrou na espada, Tony já sabia o que lhe esperava. Entrou recebendo
saraivadas de todo o lado, ouvindo provocações e insultos. “Vamos espancar o
genocida!”, “Ele tem que viver para sofrer!“, “Vamos deixá-lo aqui, para que cuspamos
nele todos os dias!”. Tony ouvia absurdos como este de todos os lados, afinal, algumas
almas estavam lá a tanto tempo que já haviam se esquecido que não havia palavras,
socos ou cuspes, não havia mais materialidade. Após sua prisão, toda a estrutura
espiritual-mas-com-aparência-de-física que Tony construíra acabou ruindo. Oporrogratz
jamais se importou com as almas na espada, apenas concordou em não as eliminar,
somente usar a somatória de seus poderes ou incluir outras almas.

Apenas um espírito havia conseguido sustentar a sua própria vida semimaterial, um


sábio de alma negra a quem tanto Tony quanto Oporrogratz confiaram detalhes pessoais,
fraquezas, a quem pediam conselhos: (o mestre de Sbardella que não lembro o nome!).
E, graças a este espírito, Tony não perdeu a sua existência. Enquanto todos votaram por
eliminar o genocida, (mestre Sbardella) convenceu a todos +- 1500 espíritos que ali
viviam que manter Tony vivo seria o melhor. Pois ele conhece segredos da espada que
nem os que ali estão a mais tempo imaginam, e também porque ele agora é inofensivo.
(mestre Sbardella) parece acreditar que a permanência da Tony é fundamental para a
existência de todos ali.

A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE (12048-16000)


Tony não cansava de agradecer a (mestre Sbardella). Sinceramente, contava com tudo,
menos sair vivo da situação em que caiu. (mestre Sbardella) o convenceu que, juntos,
poderiam fazer este mundo viver por dentro, já que, por fora, estava inoperante, perdido
no fundo de um oceano. Havia essência espiritual disponível para manipulação dentro da
espada, mas não havia quem a manipulasse, e nem poderia, visto que os caras lá de
cima meio que proibiram a manipulação externa dela.

Várias hipóteses foram consideradas e tentadas, sem sucesso. Somente (mestre


Sbardella) conseguia sustentar o pouco que criara, nada perante as próprias ambições.
Certo dia, Tony teve uma ideia: de algum jeito, integrar todas as mentes que ali habitam,
para tentar utilizar o poder de todas juntas. Conseguiram fazer isto, e a partir daí iniciou a
prosperidade dentro deste mundo. Cidades foram construídas através da matéria
espiritual, corpos foram moldados, o 3D foi finalmente reaplicado dentro do mundo da
espada. Porém, a alma quebrada de Tony o impediu de ajudar nesta cooperação. Seu
espírito era tão fraco que não seria possível fazer isto.

Assim, foi possível iniciar uma sociedade. O modelo escolhido é uma mescla de
autogestão com anarquia. Muitos progressos foram atingidos, finalmente os espíritos
poderiam de alguma forma evoluir, mas um em especial aconteceu, algum tempo depois
de terem conseguido recriar o mundo da espada. Uma coisa absolutamente impossível
até nas espirais, contra a lei espiritual: nesta existência espiritual fora das espirais, os
espíritos aprenderam a se reproduzir!

A MULTIPLICAÇÃO DOS ESPÍRITOS (16000-28000)


A forma de reprodução do mundo da espada foi a mitose (ou meiose, nunca sei!), onde
um espírito se divide em dois. O problema é que se perde a individualidade, mas para
quem está a tanto tempo num mundo como esse, uma novidade como esta é desejada
por todos! Assim sendo, vários espíritos se reproduzindo, e a população da espada
passou, em pouco tempo, a 100.000 almas, ampliando assim seu poder externo. Tony
tentou terminar sua existência também se reproduzindo, mas novamente ele e pessoas
entendidas no assunto concluíram que ele estava “quebrado”.

E assim, a sociedade dentro desta espada prosperou por longos anos, mas uma
ameaça se deflagrou: um sábio de alma negra parecia mostrar sua verdadeira face.

DITADURA (28000-29000)
Ninguém tinha capacidade para prever, para ler a mente de (mestre Sbardella). Tony
sabia que ele já fora uma pessoa ruim, amarga, mas esperava que ele tivesse se
reabilitado. Não foi o que ocorreu. (mestre Sbardella) conseguiu, através do pouco que
lhe restara da vertente Exuken, tomar para si o controle do mundo da espada e assim o
poder. (mestre Sbardella) queria o trivial: se libertar, voltar a vida, agora que conseguiu,
depois de muito tempo, acessar o seu Exuken. Tinha poder o suficiente para isso,
pensava ele. Mas ele deixara de lado aquela frágil alma, que, há muito tempo atrás, tinha
sido o senhor destas terras.

Óbvio que sabia que Tony poderia começar a semear sua derrota. Esta pessoa
conhecia o que era ruim desde o princípio, quando foi consumido pela vertente escura.
(mestre de Sbardella) queria voltar a vida, estava a tanto tempo preso nesta forma, tinha
certeza que conseguiria ultrapassar os limites da espada e, de algum jeito, voltar a viver
no mundo material. Não fazia ideia de como, só sabia que o combustível para isto seria a
própria espada e a energia dos espíritos que lá habitam, novos ou velhos.
O problema foi quando os próprios aliados daquela ditadura compreenderam que
perderiam suas existências ao apoiar esta figura. Ele também não tinha interesse neles,
como Tony fazia quando empunhava a espada, e decidiram revidar. Pensaram que
(mestre Sbarda) estaria ocupado demais para perceber seus movimentos. E só
perceberia quando seria tarde demais, quando tentarem o destruir diretamente.

“Seu plano é bom, mas falho”, arriscou Tony, numa reunião que sequer fora convidado.
“Não percebem que, ao ser o novo senhor desta espada, (mestre Sbarda) sabe que vocês
estão aqui, reunidos, decidindo o fim dele? Sorte de vocês que está cego o suficiente para
dar bola para isto. Somos formigas ante um gigante”. No começo, poucos deram bola,
mas, aos poucos, Tony foi os convencendo que seu conhecimento poderia ser
determinante para virar o jogo. Deu a entender que poderiam ganhar, “um gigante não dá
muita bola para uma formiga. Agora imaginem se ela for venenosa”.

REVOLUÇÃO (28700-29000)
O plano proposto foi algo muito simples. Tony tentaria distrair o vilão, o enchendo com
toda filosofia barata que o xitá ouvira desde sempre, tentar afrontá-lo moralmente, já que,
em questões de essência não poderia fazer nada. (Preciso de um calcanhar-de-aquiles!)
A ideia era deixar ele tão possesso a ponto de esquecer a razão, de querer matar Tony,
consequentemente perder o controle da situação. Quando isto acontecesse, o combinado
seria que todos os espíritos quebrassem momentaneamente seus vínculos, assim não
haveria tempo de (mestre Sbarda) retomar o poder (em relação à “3D”, seria como se a
saudosa City Star tivesse uma queda de luz de segundos, logo retomando a realidade.);
quase que instantaneamente eles deveriam reconectar-se, com exceção do vilão. Assim
ele estaria isolado, sem força ante todos!

Poucas vezes na história um plano foi executado com tamanha precisão. Tony, que
durante sua vida sempre agiu muito diferente do que planejou, estava orgulhoso de sua
tática. E mais, os que decepcionou novamente o veneram. (mestre Sbarda) foi para
julgamento e suplicou a Tony que o salvasse. Enquanto todos queriam o seu fim, Tony
ofertou um meio termo: que (mestre Sbarda) se reproduzisse imediatamente, anulando
sua existência, mas expandindo sua linhagem espiritual. O vilão estaria finalizado, e a sua
linhagem não necessariamente teria a parte maléfica dele.

ESPÍRITO-ROBÔ (12048-12058)
O corpo do Supremo pode ter pouca personalidade, pode estar vinculado a apenas
uma consciência, mas pouca não significa nenhuma. Nesta espiral ainda pode ser
exercida influência externa. De nada adiantaram apelos para Tony se safar, mas, para
Manxú D2, as conclusões foram outras.

Ao contrário do que acreditava Tony, Manxú não foi destruído. A promotoria e os


magistrados acharam sua existência profana, indevida, incoerente e incompleta, mas, ao
mesmo tempo, a consideraram sua codificação espiritual única, ímpar, diferente de tudo o
que viram, quase que nobre; em síntese, uma anomalia perfeita. Este caminho o fez ser
considerado inocente, deixou de ser prova de crime e tornou-se vítima, onde normalmente
tudo e todos o culpariam. O Supremo decidiu lhe dar uma chance de provar sua
inocência, dando-lhe o que fariam por poucos: vida.

“À Manxú D2 será dada uma nova chance! Deve tentar adentrar, com mérito, às
espirais espirituais. Sua memória, até aqui, será apagada, não se lembrará do seu
passado ou deste julgamento, mas seus poderes serão consideravelmente ampliados.
Tudo o que foi de Tony, essencialmente falando, a ele será dado. Reencarnará naquilo
que foi tua carne, em um cemitério tecnológico, e lá dará início a sua nova vida. Lá
procurará teu objetivo de existência, e assim nos mostrará se nossa decisão foi acertada
ou não”.

Assim que o som do martelo foi ouvido, Manxú não teve sequer tempo de pensar em
tudo o que esquecerá, pois já esqueceu. E ali mesmo, no ano de 12048, se viu como
apenas um microchip, montado numa placa, acoplada a uma estrutura já enferrujada,
dentro de muitos quilômetros quadrados de lixo tecnológico, como fora prometido.

A NOVA VIDA (12058-14360)


Demorou 10 anos, para que o que era um mero e minúsculo processador velho se
tornasse no robô que é hoje. Despertou em vida nesta peça, se perguntou o que era, o
que estava fazendo, não concluiu. Mas, ao tentar se conhecer, conseguiu compreender o
que poderia fazer, e o quão poderoso era. Então começou a descobrir as probabilidades.
De um simples microchip, conseguiu se modificar, primeiramente integrando-se a uma
placa-mãe, do tamanho de um dedal, e depois a aperfeiçoando-a. Após isto, utilizando-se
do resto da tecnologia e do domínio desta matéria, construiu um exoesqueleto esférico,
do tamanho de uma bola de gude. Foi desenvolvendo sistema mais avançados, passando
por diversas formas através de novas ferramentas, mas sua última versão foi uma forma
humanoide, mesmo sabendo que existiriam outras formas mais úteis. Não sabia o porquê,
mas assim optou.

Quando terminou sua reconstrução, decidiu sair atrás da verdade. “Quem sou eu, onde
estou, qual é meu propósito, a razão da minha existência?”, perguntava, sem respostas.
Sabia o que eram as coisas, sua parte cognitiva estava intacta, mas não tinha ideia de
quem era. Através da vertente verde-rosa, a nova vida foi de superpulo em superpulo
atrás de seu destino, lembrando (a este narrador) o finado Tony. Com o passar do tempo,
algumas anomalias o intrigaram: alguns pontos onde ele não conseguia sentir o que
chamamos de essência. Então começou a descobrir que a essência é algo que
definitivamente deve dar importância. Ao se aproximar de uma destas áreas, se
escondeu, e viu dois seres fazendo uma coisa que, aos olhos de muitos, seria
inacreditável! Dentro desta zona de essência morta que os visores deste robô (não)
identificava, um dos seres parecia cantar frases desconexas, e o outro tocava um bongô.
“Que música bacana”, diz o resquício de humanidade deste robô. De repente seus visores
parecem estar loucos: a essência parece voltar a estes lugares! Sem dúvidas, ele se
aproxima dos dois desconhecidos.

ENFIM, AMIGOS! (14360 - 14410)


Quando o robô se aproximou dos desconhecidos, foi atacado. Apesar da amnésia, ele
sabia do bem e do mal, e não queria matar os dois, não queria prejudicar ninguém. Sabia
que fora atacado pelo medo, e apenas protegeu-se. Disse que só queria saber como eles
ressuscitaram a zona de essência morta, e se podia se juntar a eles. Parecia natural
aderir a este tipo de comportamento. “Salvar o que me faz vivo, é para isto que existo?”

Após uma pequena acareação, os dois se apresentaram ao robô. O da cantoria era


Escalin Gundunga, e o do bongô era Tukti Tutu. Eles não sabiam como, mas eram
capazes de combinar sua essência com a música para ressuscitar a essência em lugares.
Só que isso era temporário. Quando questionado quem era, o robô não sabia dizer. Disse
que não se lembrava, por algum motivo faltava isso em sua memória. Após um teste de
vontade, eles acreditaram na história. “Você deve ser este nome que está inscrito em sua
carenagem: SAMSHIBA”. O robô sabia que este nome era apenas o que estava gravado
em uma peça que usou para construir seu corpo, mas como não tinha nome, aceitou a
nova alcunha, agora que não estava sozinho, tinha que ser distinguido.

Samshiba então aprimorou sua tecnologia para ajudar os dois a fazerem o que ambos
achavam corretos: transformar definitivamente lugares de essência morta em lugares de
essência estável. Muitos anos se passaram, muitos destes lugares foram reativados.
Samshiba viveu uma nova vida, e, gradualmente nos 50 anos após a sua reexistência,
finalmente foi possível reativar lugares destes de forma definitiva. Mas os dois já estavam
velhos, e Samshiba percebeu que deveria aprender o que Gundunga e Tutuh faziam
antes que a frágil vida orgânica deles se extinguísse.

Durante estes 50 anos, Samshiba fixou como objetivo de vida reabilitar estes lugares.
Não tinha muito interesse pela vida ou morte, pelo planeta, pelo tempo (não via isto como
essência!). Se interessava somente pelo que lhe dava força, a essência! Gundunga e
Tutuh mostraram muitos lugares a ele, alguns lhe pareciam familiares. Ironia ou não,
ainda bem que Samshiba já havia calculado quando seus amigos deixariam a vida.

E isso aconteceu durante uma tentativa de reabilitar um antigo nodo de essência pura,
de extensão territorial muito vasta, que a muitos anos havia se tornado uma zona de
essência morta. Devido ao esforço vital e essência, Gundunga e Tutuh não resistiram, e,
pela causa, pereceram. Mas Samshiba já havia aprendido completamente a fazer este
tipo de trabalho sozinho. Tinha poderes e meios para isso. Fez um funeral para seus
amigos (mais um costume que não sabia de onde vinha) e partiu para o desconhecido,
haviam mais lugares para serem recriados essencialmente.

CAMALEÃO (14410 - 29089)


Samshiba aprendeu, com o tempo, a baixar a frequência de sua essência até que se
pareça o suficiente com zonas de essência morta. Seus inúmeros microprocessadores
calculavam que, um dia, isto seria possível. Ele não descobriu como manipular esse tipo
de não-essência, mas como chegar até a fronteira da essência com este estado, e assim
copiar algumas semelhantes que seriam completamente efetivos em rastreios para
localizar essência, feitos como ou por quem quer que seja.

Manxú D2, ou melhor, Samshiba, continuou seus trabalhos. Entendeu que a vida em
forma orgânica, hora ou outra, tem um fim, enquanto ele poderia viver por incontáveis
anos, tinha apenas que se certificar que não seria derrotado essência ou espiritualmente.
Com a ascensão do Imperador, todos os recursos foram necessário. Mais ou menos no
ano de ?????, começou a notar que todos os seus esforços foram aos poucos destruídos.
Muitos dos nodos que recriou foram revertidos por alguém que se julgaria como o novo
dono do mundo. Samshiba pouco sabia quem era esta pessoa. Logo que começou a
investigar, todas as fórmulas matemáticas que seu avanço sistema fazia davam na
mesma conclusão: “se eu continuar usando essência, inevitavelmente serei abatido“.

Parecia que, finalmente a hora de Samshiba chegaria. Mas ele estava interessado em
saber até aonde isto chegaria e, sabendo que mais hora ou menos hora iria ter que
prestar contas do lado de lá, decidiu utilizar a camuflagem que havia aprendido.
Descartou várias partes de si mesmo, como uma cebola e suas camadas, e tornou-se
novamente do tamanho de uma bola de gude; tão inteligente quanto, apenas menor e
mais fácil de se camuflar. Decidiu ficar longe do alcance deste ser que pretendia dominar
o planeta por alguma razão, e compreendeu que a noção de mundo dele não se
importaria exclusivamente com as profundezas do oceano, e para lá se exilou, pensou
estar longe demais, além de camuflado, para ser encontrado por alguém. Mas não
esperava encontrar algo.

IDEIAS DO QUE VEM A SEGUIR (29089 - )


* Samshiba decide ir ao lugar mais fundo do planeta (com exceção de lugares como
continente perdido e ilhas malakhai) e acaba caindo muito próximo da espada, chegando
lá em 29089.
* Essencialmente ela é irreconhecível, só exala essência se empunhada. O que fez
Samshiba perceber a familiaridade com a espada foi a sua composição. Seus visores
identificaram materiais de origem desconhecida ou então provenientes de incontáveis km
dali. Assim, ele decidiu ir de encontro com a espada.
* Não quis chamar atenção essencial. Dissolveu seu corpo como mercúrio líquido e
envolveu-se na espada, e ativou sua camuflagem “a base de essência morta” Queria
tentar entender do que se tratava!
* O toque foi um sacode instantâneo. Ao tocar a espada, tocou Tony (assim como os
outros espíritos), e, com isso, Mamshiba sacou quem foi no passado, descobriu tudo o
que esqueceu, lembrou-se que era Manxu, do julgamento, do que lhe foi dito no tribunal.
* Tony ficou embasbacado! Manxu D2 está vivo, essencialmente é óbvio que é ele, “eu
sinto a minha essência, mesmo debilitado!”
* Também de forma automática, Tony acabou atravessando a espada e fundiu-se a
Samshiba! Mas ficou como aquela vozinha na mente dele, os papéis se inverteram, antes
o papel secundário era de Manxu, agora de Tony! Isso não seria problema para a espada,
visto que nunca pode fazer parte da “auto-gestão espiritual”!
* Agora que recuperou a memória, retoma seu nome: Manxu-D2. Qual será o papel de
Manxu ante o imperador, ou Cyberminas?

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